FAZENDA YPIRANGA
MEMÓRIA, PAISAGEM E ARQUITETURA DO SERTÃO CEARENSE
ISABELLE MENDONÇA DE CARVALHO
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO CONCLUSÃO DE CURSO
FAZENDA YPIRANGA
MEMÓRIA, PAISAGEM E ARQUITETURA DO SERTÃO CEARENSE
ISABELLE MENDONÇA DE CARVALHO - MATRÍCULA: 1211155 / 0 ORIENTADO POR: MÁRIO ANTÔNIO DA SILVA GUERRA ROQUE
FORTALEZA- CE JUNHO - 2018
Isabelle Mendonça de Carvalho
FAZENDA YPIRANGA
MEMÓRIA, PAISAGEM E ARQUITETURA DO SERTÃO CEARENSE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.
FORTALEZA- CE JUNHO - 2018
Ficha catalográfica da obra elaborada pelo autor através do programa de geração automática da Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza
Carvalho, Isabelle Mendonça de. Fazenda Ypiranga: Memória, Paisagem e Arquitetura do Sertão Cearense / Isabelle Mendonça de Carvalho. - 2018 142 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de Fortaleza. Curso de Arquitetura E Urbanismo, Fortaleza, 2018. Orientação: Mario Antonio S G Roque. 1. Arquitetura vernacular. 2. Fazenda. 3. Patrimônio. I. Roque, Mario Antonio S G . II. Título.
Isabelle Mendonça de Carvalho
FAZENDA YPIRANGA
MEMÓRIA, PAISAGEM E ARQUITETURA DO SERTÃO CEARENSE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________ Prof. Mario Antonio da Silva Guerra Roque Orientador
________________________________________ Profa. Simone Farias Cabral de Oliveira Membro da Banca Examinadora
______________________________________ Arq. Paulo Sérgio Fernandes dos Santos Membro Externo da Banca Examinadora
“SERTÃO É ISTO: O SENHOR EMPURRA PARA TRÁS, MAS DE REPENTE ELE VOLTA A RODEAR O SENHOR DOS LADOS. SERTÃO É QUANDO MENOS SE ESPERA.” GRANDE SERTÃO: VEREDAS, GUIMARÃES ROSA (1956)
AGRADECIMENTOS A Deus, principalmente. Agradeço a minha família e as três pessoas que eu mais admiro no mundo, meus pais Homero e Cybelle e minha irmã Ana Clara, Aos meus amigos arquitetos e não-arquitetos, que compartilharam comigo as dores e alegrias da vida acadêmica, Ao corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza, em especial cinco nomes que foram e são bastante importantes na minha formação profissional e acadêmica: O professor Mario Roque, por sua orientação e ensinamentos neste trabalho e reta final da graduação, a professora Fernanda Rocha, pela oportunidade na monitoria, a professora Vladia Sobreira, pela iniciação a pesquisa e também os mestres com quem tive a oportunidade de aprender durante o período na escola de arquitetura da University of Limerick, os professores Peter Carroll e Graham Petrie. A todos, que, de alguma forma, me ajudaram a chegar até este ponto do percurso e também a formar este produto final, a Fazenda Ypiranga! Obrigada!
RESUMO As fazendas foram elementos determinantes para a concepção e desenvolvimento das cidades do interior do nordeste brasileiro, em termos econômicos, culturais, sociais, como também decisivos para a formação de um estilo arquitetônico característico desta região. Este trabalho de conclusão de curso tem como premissa investigar a relevância histórica, bem como as soluções projetuais da arquitetura vernacular das fazendas, realizando intervenções contemporâneas em uma fazenda de 311,83 hectares – entre os municípios de Sobral e Forquilha, na região norte do Estado do Ceará. Para tanto, no capitulo de apresentação, busca-se justificar a relevância de investigar e intervir em um equipamento com esta tipologia. Os capítulos seguintes consistem em um levantamento histórico acerca das fazendas como formação das cidades, bem como uma pesquisa acerca das características projetuais das construções nas fazendas. Visa também realizar um apanhado histórico acerca da origem do turismo e da hotelaria, assim como das primeiras propriedades rurais no Brasil e na região Nordeste. Ainda sobre a estruturação do trabalho, são estudadas diretrizes de implementação de uma unidade de conservação, além de justificar, com a Carta de Veneza, as intervenções arquitetônicas posteriores a estas construções. O capítulo de referências projetuais consiste na avaliação de obras arquitetônicas que direcionaram na elaboração do projeto de intervenção. O capítulo posterior expõe o partido conceitual que norteou este projeto, bem como descreve o
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memorial e o programa de necessidades do mesmo. Por fim, reitera-se em considerações finais, a relevância histórica do elemento fazenda. Palavras-chave: Arquitetura vernacular; Fazenda; Patrimônio.
ABSTRACT Farms were determinant elements for the conception and development of northeastern countryside of Brazil, in terms of economics, culture, as well as determining an unique architectural style of this region. This final project aims to ivestigate the historical relevance and design solutions of vernacular architecture in northeastern farms of Brazil, as well as proposing contemporary interventions in a 311,83ha farm, located between the cities of Sobral and Forquilha, in North region of Cearรก. Therefore, the introduction chapter aims to justify the relevance of investigating and intervene in this type of construction. The following chapters consist in a historical research about the conception of countryside cities in northeastern Brazil linked to farms, as well as a research about the construction and its design solutions. Next, there is a brief research about the origins of tourism, hospitality and rural tourism in Brazil, and the guidelines for the implementation of an ecological reserve in this area. Besides, this final work justifies, within The Venice Charter (1964), the new interventions in this historical site. The architecture references chapter consist in an explanation about its influences during the creative process. After, there is an explanation about the final Project concept as well as its necessities. Finally, there is a brief conclusion, where the historical importance of the farms is reiterated. Keywords: Vernacular Architecture; Farm; Heritage.
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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - VISTA AÉREA DA FAZENDA YPIRANGA. FONTE - AUTOR DESCONHECIDO FIGURA 2 - SIMPLICIDADE DE UMA EDIFICAÇÃO DO SERTÃO. - FONTE: DESENHO A MÃO LIVRE REALIZADO PELA AUTORA FIGURA 3 - IMAGEM DE UMA IMAGEM ATUAL EM UMA RUA DE SOBRAL: SEM ELEMENTOS DE PROTEÇÃO SOLAR. FONTE: GOOGLE EARTH FIGURA 4 - UMA CONSTRUÇÃO TRADICIONAL DO SERTÃO. FONTE: C4NOTICIAS.COM.BR FIGURA 5 - REGIÕES E POLOS TURÍSTICOS DO CEARÁ. FONTE: http://www.setur.ce.gov.br/images/PDFs/ESTUDOSPESQUISAS/evolucao-turismo-2006-2016-artigo.pdf. Acesso em: 03 de abril de 2018. FIGURA 6 - IGREJA DA SÉ DE SOBRAL. FONTE: DESENHO A MÃO LIVRE REALIZADO PELA AUTORA FIGURA 7 - CASA COM VARANDA. FONTE: ACERVO DA AUTORA FIGURA 8 - CASA GRANDE. FONTE: ACERVO DA AUTORA FIGURA 9 - UMA VISUAL DA FAZENDA YPIRANGA. FONTE: ACERVO DA AUTORA FIGURA 10 - OUTRO ÂNGULO DA FAZENDA. FONTE: ACERVO DA AUTORA FIGURA 11 - MAPA DAS FAZENDAS DO ACARAÚ. FONTE: LIVRO SOBRAL DA ORIGEM AOS DISTRITOS P.31 FIGURA 12 - DESENHO PERSPECTIVO DE UMA CASA AÇORIANA. FONTE: ARQUITETURA POPULAR BRASILEIRA P. 109 FIGURA 13 - CASA DE FAZENDA: - SÃO JOSÉ DO TORTO. FONTE: SOBRAL DA ORIGEM AOS DISTRITOS P. 34 FIGURA 14 - FAZENDA DO CASTELO - ARACATI. FONTE: PRIMORDIOS DA URBANIZAÇÃO DO CEARÁ FIGURA 15 - PLANTA DO COLÉGIO DOS JESUÍTAS - SALVADOR . FONTE: HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO P. 20 FIGURA 16 - VISTA EXTERNA DO HOTTEL PHAROUX. FONTE: HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO P. 21 FIGURA 17 - PERSPECTIVA. FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/763167/classicos-da-arquitetura-park-hotel-luciocosta FIGURA 18 - CROQUI PLANTA BAIXA, FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/763167/classicos-da-arquitetura-park-hotellucio-costa FIGURA 19 - PERSPECTIVA . FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/763167/classicos-da-arquitetura-park-hotel-luciocosta FIGURA 20 - CORTE. FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/763167/classicos-da-arquitetura-park-hotel-lucio-costa FIGURA 21 - PERSPECTIVA. FONTE : https://www.archdaily.com.br/br/763167/classicos-da-arquitetura-park-hotel-luciocosta FIGURA 22 - PLANTA BAIXA FAZENDA JOSÉ NOGUEIRA PAZ. FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/763398/hacienda-niopas-arquitectura-plus-r79 FIGURA 23 - IMPLANTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO NO TERRENO: FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/763398/hacienda-niopas-arquitectura-plus-r79 FIGURA 24 - PERSPECTIVA. FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/763398/hacienda-niop-as-arquitectura-plus-r79 FIGURA 25 - FAZENDA NIOP. FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/763398/hacienda-niop-as-arquitectura-plus-r79 FIGURA 26 - FAZENDA NIOP. FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/763398/hacienda-niop-as-arquitectura-plus-r79
LISTA DE TABELAS TABELA 1 - INTERIORIZAÇÃO DA DEMANDA TURÍSTICA SEGUNDO AS ÁREAS MAIS VISITADAS. FONTE: http://www.setur.ce.gov.br/ images/PDFs/ESTUDOS-PESQUISAS/evolucao-turismo-20062016-artigo.pdf. Acesso em: 03 de abril de 2018. TABELA 2 - DESTINOS PREFERIDOS PELOS TURÍSTICAS 2016. FONTE:http://www.setur.ce.gov.br/images/PDFs/ESTUDOSPESQUISAS/evolucao-turismo-2006-2016-artigo.pdf. Acesso em: 03 de abril de 2018.
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APRESENTAÇÃO
SOBRE AS FAZENDAS
ARQUITETURA DO SERTÃO CEARENSE
SOBRE A HOTELARIA
INTRODUÇÃO // 18
AS FAZENDAS COMO OCUPAÇÃO E FORMAÇÃO DO NORDESTE BRASILEIRO, CULTURA E ECONOMIA LOCAL // 26
ARQUITETURA DAS FAZENDAS DE GADO // 30
CONSIDERAÇÕES SOBRE TURISMO E HOTELARIA // 34
JUSTIFICATIVA // 19 OBJETIVOS //22 METODOLOGIA //23
FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SOBRAL : A FAZENDA CAIÇARA // 27
TURISMO E HOTELARIA EM PROPRIEDADES RURAIS //35 CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM // 36
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SOBRE A PAISAGEM
SOBRE AS REFERÊNCIAS
SOBRE A INTERVENÇÃO
CONSIDERAÇÃO FINAL
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TERRENO E ENTORNO // 48
PROGRAMÁTICA // 45
PROJETOS // 56
DIRETRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PARQUE // 42
NOVO-ANTIGO // 47
DIRETRIZES PARA INTERVENÇÃO DAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES: CARTA DE VENEZA // 42
PROJETUAIS // 46
PERCURSO PROJETUAL // 50
[ 0 ] INTRODUÇÃO 16
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INTRODUÇÃO Ypiranga ou Ipiranga, palavra de origem indígena da tribo Guaianazes, vem da junção de “y” – rio - e “Pyrang’’ – vermelho-, e batiza o nome da Fazenda localizada na região norte do estado do Ceará, limítrofe entre os municípios de Forquilha e Sobral.
Figura 2: Simplicidade de uma edificação do sertão
Figura 1: Vista Aérea da Fazenda Ypiranga
Fonte: Desenho à mão livre realizado pela autora. Em um menor espectro, é possível observar na fazenda, edificações típicas desta região, que ainda estão em bom estado de conservação. Fonte: Mauricélio Ponte Filho Durante diversas viagens ao local e vivências continuas na fazenda, foi possível observar durante o percurso, a simplicidade destas edificações sertanejas e a sua implantação no panorama da caatinga, revelando uma intima interação com as características climáticas rigorosas e sua harmonia com as diversas fases desta paisagem ao longo do ano. Além disso, vê-se um desprestigio e descaracterização desta linguagem arquitetônica nas zonas rurais e urbanas das cidades interioranas, onde se encontram a maior parte destes exemplares. Ora, nestas mesmas regiões, encontra-se arquitetura que em nada se adequá as condicionantes ambientais e ao contexto onde se inserem.
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Figura 3: Imagem de uma casa atual, em uma rua de Sobral: Sem elementos de proteção solar.
Fonte: Google Earth Propõe-se, portanto a implantação de três tipologias de uso dentro deste espaço: preservar o uso da fazenda existente, mantendo as atividades de pecuária e agricultura em pequena escala; Hotelaria e parque, a fim de fomentar o turismo da região, além de criar
novos postos de trabalho e enaltecer a paisagem da caatinga.
Figura 5: Regiões e Polos Turísticos do Ceará
Figura 4: Uma construção tradicional do Sertão.
Fonte: c4noticias.com.br
JUSTIFICATIVA De acordo com a classificação de regiões e polos turísticos do Ceará, elaborado pela Secretaria de Turismo do estado (SETUR), Sobral está localizada na Zona do Vale do Acaraú, Ainda segundo a Secretaria de Turismo do Estado (2017), no quadro 7 é possível perceber que o sertão se configura como a segunda região mais visitada do Ceará, tanto em 2010 como 2016, havendo um crescimento de 8,62% em sua demanda turística. Não obstante, Sobral, que forma uma Região Metropolitana, além de 5ª cidade mais populosa do Ceará, com seus atrativos turísticos e edifícios de relevância histórica, está, conforme a tabela 2, na 11a posição na classificação de destinos preferidos pelos turistas (SETUR, 2016).
Fonte:http://www.setur.ce.gov.br/images/PDFs/ ESTUDOS - PESQUISAS/evolucao-turismo-20062016-artigo.pdf. Acesso em: 03 de abril de 2018. Tabela 1: Interiorização da demanda turística segundo as áreas mais visitadas
Fonte:http://www.setur.ce.gov.br/images/PDFs/ ESTUDOS - PESQUISAS/evolucao-turismo-20062016-artigo.pdf. Acesso em: 03 de abril de 2018.
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Figura 6: Igreja da Sé, Sobral
Fonte: Desenho à mão livre realizado pela autora. Desse modo, este trabalho tem como proposta a implementação de um equipamento turístico que possa estimular a economia de ambas as cidades¹ onde a Fazenda Ypiranga está localizada, tendo em vista a importância do turismo como uma atividade econômica e social, que contribui para o fomento da economia regional, desenvolvimento de potenciais regiões e o crescimento do número de postos de trabalho,
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Tabela 2: Destinos preferidos pelos turistas – 2016
Fonte:http://www.setur.ce.gov.br/images/PDFs/ ESTUDOS - PESQUISAS/evolucao-turismo-20062016-artigo.pdf Além disso, a propriedade se faz de extrema valia histórica, por suas edificações que ilustram a tradicional arquitetura do sertão nordestino em diversas épocas Desse modo, algo importante a ser acrescentado é a localização da Fazenda. Considera-se, para o desenvolvimento do trabalho, um terreno existente, que totaliza 311,88 hectares. O lugar, dista de infraestrutura existente, onde funciona uma fazenda desde a década de 1980. A escolha do terreno também se deu, ainda, pela potencialidade paisagística e arquitetônica, que, numa área ampla, possui grande potencial para a implementação de uma Unidade de conservação.
1 Foram utilizados dados estatísticos apenas do município de Sobral, visto que Forquilha não está classificada dentro de macrorregiões turísticas da SETUR. O que não impede, contudo, que haja a intenção de investir neste município.
Figura 7: Casas com varanda
Figura 9: uma visual da fazenda Ypiranga
Fonte: acervo da autora
Fonte: acervo da autora
Figura 8: Casa grande
Figura 10: Outro ângulo da Fazenda
Fonte: acervo da autora
Fonte: acervo da autora
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OBJETIVO GERAL Objetiva-se o desenvolvimento de um projeto que proponha uma arquitetura que visa obedecer aos princípios bioclimáticos locais, além de contribuir para a preservação dos costumes nordestinos no que concerne aos aspectos culturais e atividades econômicas tradicionais, desenvolvendo um projeto coerente com o contexto no qual será implantado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Preservar a arquitetura tradicional vernacular deste recorte; II. Fomentar o turismo da região; III. Enaltecer e conscientizar da importância da paisagem da caatinga e arquitetura tradicional desta região; IV. Prover uma imersão natural das pessoas dentro de atividades típicas de uma fazenda.
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METODOLOGIA A pesquisa realizada neste trabalho teve abordagem qualitativa, descritiva e bibliográfica. A mesma foi desenvolvida por meio de leituras de livros, artigos científicos, e outros trabalhos de cunho acadêmico, bem como de dados de órgãos governamentais a nível estadual e federal a respeito da temática da hotelaria e do turismo rural. Após esta etapa, foram aferidas as legislações especificas da hotelaria e do município em que o projeto será implantado, além do código florestal brasileiro. Visando uma compreensão mais ampla acerca do tema proposto neste Trabalho Final de Graduação, foi realizado um estudo acerca do contexto histórico e condicionantes geográficasT do município no qual o projeto está inserido, além de realizar visitas in loco para levantamentos de dados dos edifícios existentes. Com todos os levantamentos e legislações pertinentes em mãos, foi realizado um apanhado de projetos para servir como arcabouço de informações de modo a subsidiar as escolhas projetuais.
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[ 1 ] SOBRE AS FAZENDAS
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AS FAZENDAS COMO OCUPAÇÃO E FORMAÇÃO DO NORDESTE BRASILEIRO, CULTURA E ECONOMIA LOCAL Com uma ocupação restrita até então ao Forte de Nossa Senhora da Assunção, a partir da segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa iniciou o processo de exploração e ocupação do sertão cearense em função da pecuária (FARIAS, 2012). A emigração de portugueses ao Brasil, sobretudo em direção ao interior da região nordeste, iniciou um processo de ocupação, que, segundo Farias (2012), era facilitada através das cartas de sesmarias, concedidas pela própria Coroa Portuguesa. Nesse sentido, as sesmarias tinham como pré-requisito a produtividade das terras em até 5 anos, algo que certamente contribuiria não apenas para o domínio desta região do Brasil, como também para o arrecadamento através da cobrança de impostos sobre o gado ou qualquer lucro que pudesse ser gerado ‘’através de uma ocupação produtiva nesta região’’ (FARIAS, 2012, p.30). Surgiam, a partir de então, as primeiras fazendas de gado. No Ceará, a formação das fazendas ocorreu em duas fases. A primeira, denominada ‘’Absenteísmo’’, que, segundo Farias (2012), ocorre em um período entre os anos de 1680 a 1720. Caracterizada pelo nomadismo, definia-se pelo constante deslocamento em busca de recursos hídricos e pastos para a atividade pecuarista. Esta fase se caracterizou por construções de perfil mais simples, como ‘’currais com cerca de pau a pique e a construção de uma casa simples - geralmente de taipa e coberta com palha de carnaubeira’’ (FARIAS, 2012, p.30). A segunda fase, entretanto, é caracterizada pela instalação dos próprios ‘’donos’’ das fazendas nos sertões, em um processo de sedentarização. Este último momento de ocupação iniciou um processo de expansão da atividade pecuarista, que estava relacionado a fatores como ‘’a demanda de um mercado consumidor’’, que necessitava o consumo de carne de gado para fins de alimentação, além de utilizar o próprio animal como meio de transporte, ou para outras atividades naquele lugar, algo que Farias (2004, p.31) define como ‘’um produto que se auto transportava’’, pois era ‘’mercadoria, transporte e frete’’. A expansão pecuarista se deve, ainda, pelo fato de as
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fazendas necessitarem de pouco capital e mão-deobra para serem montadas. Outras atividades também eram desenvolvidas dentro do perímetro da fazenda, como as charqueadas e a cotonicultura, atividades que, segundo Farias (2012, p.49), ‘’dinamizaram a economia cearense, provocando mudanças políticas e sociais’’. Esta dinamização econômica, tornou-se por certo também uma dinamização espacial, com a criação de vilas conectadas por estradas, que formavam, segundo Farias (2012, p.46), ‘’eixos econômicos’’, algo que Jucá Neto (2012, p.85), acrescenta como estratégico a pecuária: “no cruzamento das estradas dos vaqueiros, nos locais de boas pastagens e na foz dos principais rios da Capitania cearense: os rios Jaguaribe, Acaraú e Coreaú”. No Ceará, isto pôde ser observado a partir da ligação Sobral/Acaraú. Figura
11:
Mapa
das
fazendas
do
Acaraú
Fonte: Livro: Sobral da Origem aos Distritos (p.31) Jucá Neto (2012, p.204), sintetiza a relevância destes espaços, como sendo
‘’A sede das sesmarias, da unidade familiar, da atividade produtiva e onde se encontraram as condições propicias para os primeiros sinais de acumulação de renda do sertão. Foi também sede da
vida politica local, de toda autarquia sertaneja e suas famílias com poderes quase absolutos e da rede de mandos e desmandos que pautou a estruturação do território’’.
esta ocupação através de sesmarias. Em 1772, Caiçara é elevada a categoria de vila, sendo denominada Vila Distinta e Real de Sobral, recebendo posteriormente, em 1841, a denominação de cidade, Sobral.
FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SOBRAL: A FAZENDA CAIÇARA
Em 1776 existiam 105 fazendas em torno de Sobral (BARBOSA apud COSTA; ROCHA, 2008) Com origem datada do século XVIII, em seu livro ‘’História de Sobral’’, D. José Tupinambá da Frota (1953) retrata que Sobral se desenvolve ao redor da fazenda Caiçara, então pertencente ao capitão Antônio Rodrigues Magalhães. Esta fazenda, situada a margem esquerda do rio Acaraú, estava implantada entre um movimentado cruzamento, que segundo Farias (2012, p.46), favoreceu o desenvolvimento do núcleo urbano da cidade, através de atividades pecuaristas e do comércio na chamada ‘’ribeira acarauense’’. Além disso, outro aspecto determinante para o desenvolvimento da vila foi a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, assim como muitos povoados, que surgiram em torno desses templos religiosos durante o período de domínio da Coroa portuguesa: Criou-se, assim, um ciclo de crescimento socioeconômico: a igreja atraia fiéis e novos moradores, aumentando a população, o que por sua vez estimulava ainda mais o comércio e outras atividades. (FARIAS, 2012, p.46) D. José Tupynambá da Frota (1953) relata ainda, que, Caiçara possuía um considerável núcleo de habitantes, já em meados do século XVIII. Estes povoamentos, segundo o autor, caminhavam junto ao percurso do rio. No caso de Caiçara era o vale do Acaraú, com os seus povoadores precedentes de outros estados da região nordeste, que, como anteriormente citado, realizavam
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[ 2 ] ARQUITETURA DO SERTÃO 28
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ARQUITETURA DAS FAZENDAS DE GADO Assim como em outras regiões do País, as construções do Nordeste, mais especificamente do bioma da Caatinga (visto que a própria região nordeste possui grande pluralidade de biomas e variações geográficas), foram marcadas por manifestações construtivas de diversos povos e influências. A arquitetura originada no sertão cearense possui, fundamentalmente, influências portuguesas e africanas, tendo em vista o seu processo de ocupação. A Caatinga é caracterizada por curtos períodos de intensa chuva, algo definido por Gunter Weimer, em seu livro Arquitetura popular brasileira (2012, p.7): ‘’O solo, muito fértil, faz vicejar uma flora arbustiva pouco tempo após a primeira chuva, e logo toda região se cobre de um verde viçoso. A medida que a chuva escasseia e deixa de cair, a vegetação perde as folhas e sobram galhos e troncos retorcidos cobertos de pó, tudo fica com uma cor esbranquiçada. Daí a origem do nome que os indígenas deram a essa mata: a Caatinga (do tupi, caa = mato + tinga = branco). Figura 12: Desenho perspectivo de uma casa açoriana
Fonte: Arquitetura Popular Brasileira, p.109
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Denominada de arquitetura vernacular, é caracterizada principalmente pela simplicidade (WEIMER, 2012), resultado de construções advindas de materiais do próprio local onde foi construído, possuindo maior vínculo com a natureza, em virtude das limitações econômicas (WEIMER,2012) no contexto em que fora construída, tendo, por consequência desse maior vínculo, uma maior adaptabilidade as características climáticas locais. Jucá Neto (2012, p.205) define os aspectos construtivos das construções de fazenda: ‘’Os alicerces eram de alvenaria de pedra, as paredes eram de taipa de sopapo, o piso era revestido com ladrilhos de barro cozido ou de terra batida, a coberta era tanto de duas águas como de quatro, com a forma piramidal; as telhas de barro e o madeiramento eram aparentes, os vãos das esquadrias possuíam rasgos normais as paredes, não tinham ornatos, as vergas eram retas, as esquadrias eram feitas com tabuado comprido com encaixe do tipo macho e fêmea e as dobradiças de cachimbo eram presas na parte interna por pregos de ferro batido’’. As casas de fazenda, eram geralmente compostas por um espaçoso alpendre, sala, quartos e um quintal (FARIAS, 2012, P.36), geralmente configurados em um único pavimento, com cobertas de beirais baixos, que se estendem por todo o alpendre, diminuindo a incidência solar e mantendo o interior da casa resguardado das altas temperaturas típicas da caatinga. A conformação espacial dos elementos dentro destas propriedades é reiterada por D. José Tupynambá da Frota, ao transcrever o historiador Raimundo Girão, em seu livro História do Ceará, Capítulo V: ‘’ [...] casas sólidas, espaçosas, de alpendres hospitaleiros [...] açudes, engenhocas para preparar a rapadura, capela e até capelas, cavalos de estimação [...]’’ (Frota apud Girão, 1953).
Figura 13: Casa de fazenda – São José do Torto
da casa de fazenda somente no século XIX (JUCÁ NETO, 2012) -, como também as condicionantes geográficas, como a qualidade do solo, fontes de água, incidência da seca e até mesmo a ‘’distância dos mercados consumidores’’. (FARIAS, P.36). Outra característica em comum, eram os limites imprecisos das comunidades, que, segundo Farias (2012, p.36), percorriam da falta de informações e de detalhes das cartas de doações, que muitas vezes se limitavam a acordos verbais.
Fonte: Sobral da Origem aos distritos, p.34 A conformação espacial dos elementos dentro destas propriedades é reiterada por D. José Tupynambá da Frota, ao transcrever o historiador Raimundo Girão, em seu livro História do Ceará, Capítulo V: ‘’ [...] casas sólidas, espaçosas, de alpendres hospitaleiros [...] açudes, engenhocas para preparar a rapadura, capela e até capelas, cavalos de estimação [...]’’ (Frota apud Girão, 1953). Figura 14: Fazenda do Castelo – Aracati
Fonte: Livro: Primórdios da Urbanização do Ceará Havia, ainda, uma certa variação quanto as casas sertanejas. Estas variantes estavam diretamente relacionadas com as condições sociais dos proprietários, da localização, do ano em que foi implantada – a varanda se estabeleceu como parte
Detalhe da estrutura das edificações existentes da fazenda
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[ 3 ] SOBRE HOTELARIA
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CONSIDERAÇÕES HOTELARIA
SOBRE
De acordo com Ribeiro (2011), especula-se que a palavra hotel tenha origem do francês hotel, termo utilizado para designar construções pertencentes a aristocracia francesa. Tem-se como exemplar, o ilustre Hotel des Invalides, que asilava oficiais da pátria que estavam acidentados ou inválidos. Segundo Theobald (2002, p.12), ‘’No início da história, no Ocidente Médio e no Egito, as viagens eram feitas por comerciantes que vendiam e transportavam seus produtos no local de origem até um mercado, ou pelas populações forçadas a mudar devido à fome, as inundações ou guerra’’. É difícil estimar quando ocorreram os primeiros registros turísticos ou hoteleiros no mundo. Contudo, acredita-se que as primeiras práticas turísticas tiveram início ainda na pré-história, mais precisamente na caverna de Madasin, nos Pirineus, onde há registros de que os seus habitantes viajavam até o mar e retornavam posteriormente, num período de aproximadamente 13.000 anos (BARBOSA; LEITÃO, 2005). Observa-se, entretanto, que a atividade turística começa a alcançar um caráter de atividade econômica durante o período da Grécia antiga, com os eventos desportivos realizados na cidade-estado de Olímpia, na qual os atletas e espectadores realizavam suas primeiras viagens de lazer (BARBOSA E LEITÃO, 2005). Desse modo, criou-se estruturas de alojamento para estas primeiras manifestações turísticas (CEZAR, 2005). Outras formas de transporte, como o uso do cavalo, por exemplo, deram origem a diversas formas de hospedagem, ainda neste primeiro momento, como o stabulum, que acomodava o viajante ao mesmo tempo que tratava a montaria, as mutationes, hospedagens estatais destinadas ao repouso do viajante e a troca de animais, as mansiones, destinadas a abrigar militares e ainda as taberne, que além de hospedagem, também vendiam produtos locais e alimentos (BARBOSA E
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TURISMO
E
LEITÃO, 2005). Assim, estas primeiras demonstrações geraram núcleos urbanos e as primeiras formas de hospedagem da época, conferindo relevância a hotelaria, e tratando como uma atividade econômica, logo após o advento da revolução industrial (ANDRADE; BRITO; JORGE, 2004, p.18). Ainda segundo os autores, somente no início do século XIX aparecem os primeiros hotéis com um staff padronizado, com a presença de gerentes e recepcionistas. Outro fator determinante para a expansão deste segmento foi o processo de globalização, que culminou em um aumento no fluxo dos meios de transporte, com a criação de voos comerciais em larga escala. No Brasil, as primeiras hospedagens ocorriam em fazendas, casas de engenho ou ranchos, que conforme Barbosa e Leitão (2005, p. 16), eram ‘’improvisados à beira das estradas para abrigar os viajantes’’. As primeiras formas de hospedagem no território brasileiro também acontecem através dos jesuítas e outras ordens religiosas, que abrigavam hospedes e personalidades em seus mosteiros, tendo o mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro e o Colégio dos Jesuítas, em Salvador, como ilustres exemplares de hospedaria (ANDRADE; BRITO; JORGE, 2004, p.18). Figura 15: Planta do Colégio dos Jesuítas, Salvador/BA
Fonte: Hotel: Planejamento e projeto, p. 20 Era comum que os visitantes se instalassem em casas de parentes, sendo o quarto de hospedes um ambiente
substancial na casa: ‘’nas cidades do Brasil-Colônia, a hospitalidade típica dos portugueses fez com que a hotelaria demorasse a se consolidar como atividade comercial. Os quartos de hóspedes eram imprescindíveis nas boas residências em todo o país, não apenas em função das tradições e do dever cristão de dar abrigo aos viajantes’’ (SILVA; SILVA, 2012, P.17). Figura 16: Vista externa do Hotel Pharoux
Fonte: Hotel: Planejamento e projeto, p.21
TURISMO E HOTELARIA EM PROPRIEDADES RURAIS Conforme o Plano de Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural (2003, p. 11), elaborado pelo Ministério do Turismo, o Turismo rural é definido por ‘’O conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade’’. Ainda neste mesmo plano, o MTur delimita a seguinte oferta de serviços e equipamentos para o turismo
no meio rural, que são: ‘’Hospedagem; alimentação; Recepção à visitação em propriedades rurais, recreação, entretenimento e atividades pedagógicas vinculadas ao contexto rural; outras atividades complementares as acima listadas, desde que praticadas no meio rural, que existam em função do turismo ou que se constituam no motivo da visitação’’ (MTUR, p. 12). A implantação do turismo rural no Brasil acontece dentro das diretrizes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano (CNDU), em sua resolução de no 003, do dia 11 de setembro de 1979, que, ao estabelecer a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, descreve como um dos itens básicos ‘’procurar valorizar a vida rural’’ (SARTOR, 1981). Assim como em diversos Países, é difícil precisar com certeza a criação de equipamentos ligados ao turismo rural no Brasil. Sabe-se que os primeiros registros, antes mesmo da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, estão em obras literárias que descrevem o campo, na busca a natureza, ao bucolismo e a fuga ao espaço urbano, além de vagos registros de hospedagens em propriedades rurais de várias regiões do Brasil entre as décadas de 1970 e 1980 (TULIK, 2003). Para mais, acredita-se que o turismo rural no Brasil buscava, em seus primórdios, os modelos internacionais, em especial de países como Portugal, Espanha, Itália e Estados Unidos. Entretanto, no ano de 1984, no município de Lages, região serrana do estado de Santa Catarina, surge a ideia de aproveitar a estrutura disponível em fazendas para a hospedagem de turistas. É neste mesmo município onde surge a iniciativa de criação de um órgão específico para o turismo rural, com a finalidade de regularizar e criar ações e diretrizes para esta vertente do turismo (TULIK, 2003). A hospedagem no meio rural se constitui como uma das atividades turísticas definidas dentro do conceito de turismo rural. No âmbito da região nordeste, as primeiras iniciativas oficiais de promoção de hotéis fazenda tem início no estado da Bahia, no ano de 1997,
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através da fazenda Primavera, no município de Ilhéus uma propriedade centenária com arquivos que datam os tempos imperiais. Por meio de seminários para a propagação desta forma de turismo, o estado da Bahia conseguiu se consolidar com um reduto importante de propriedades rurais hoteleiras, que atualmente dispõe de cerca de 30 propriedades rurais que exercem as mais diferentes formas de turismo no espaço rural e natural, totalizando aproximadamente 800 leitos em equipamentos do espaço rural no estado (COLOMBO, 2002). Já no estado do Ceará, pode-se constatar através de levantamento bibliográfico que as primeiras iniciativas oficiais para o turismo e hotelaria em fazendas datam do ano de 1998, com a inserção de um ‘’plano estratégico de interiorização do turismo no estado’’, que setoriza o estado em potenciais regiões para o desenvolvimento deste tipo de atividade: Periferia de Fortaleza, Sertão Central, Região do Cariri e Serra da Ibiapaba. (COLOMBO, 2002, p.25).
CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM
Localizado dentro de uma propriedade rural, o setor de hotelaria da Fazenda Ypiranga se enquadraria na categoria de um hotel fazenda. Em relação a sua classificação, os hotéis fazenda possuem bastante similaridade com os resorts. Segundo a avaliação dos autores Andrade, Brito e Jorge (2004), pode-se reiterar esta similaridade com os resorts, sendo equipamentos em menor escala e consequente menor diversidade de serviços, além das instalações que podem ser mais modestas, que resultam em um tratamento mais pessoal aos hóspedes.
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Já o Ministério do Turismo, em sua Cartilha de Orientação Básica do Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass, 2010, p.6), não correlaciona as categorias resort e hotel fazenda, definindo este último como: ‘’Localizado em ambiente rural, dotado de exploração agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo’’.
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[ 4 ] SOBRE A PAISAGEM
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CONSIDERAÇÕES ENTORNO
SOBRE
O terreno de 311,83 hectares está localizado na BR222, entre os municípios de Sobral e Forquilha. Para nortear as novas edificações, foi utilizada a legislação da cidade de Sobral. Por estar localizado dentro da zona rural do Plano Diretor de Sobral, não foi possível encontrar parâmetros, bem como índices para construção de edificações. Dessa forma, foram utilizados como parâmetros projetuais o Código de Obras e Posturas de Sobral, de 1999 e também o Código Florestal Brasileiro, de modo a nortear as construções próximas a corpos d’água, por exemplo. Atualmente, o terreno possui edificações, que, em conjunto, formam a infraestrutura de uma fazenda, em funcionamento desde a década de 1980. Possui atualmente 6 edificações, com o seguinte programa de necessidades: uma portaria, duas casas destinadas a funcionários que trabalham na fazenda, um estábulo, um edifício destinado a depósito e uma edificação residencial, com 4 suítes. Em relação aos aspectos bioclimáticos, a região possui uma média pluviométrica de 808 mm por ano, sendo a quadra chuvosa concentrada entre os meses de fevereiro e junho. Segundo a NBR 15220 (2005) que normatiza as diretrizes do desempenho térmico de edificações, a referida região se encontra inserida na zona bioclimática 7. As principais estratégias para melhoria do desempenho térmico são: aberturas para ventilação pequenas e sombreadas, com cobertas com vedações pesadas com alta inércia térmica’’.
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TERRENO
E
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DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
DIRETRIZES PARA INTERVENÇÃO NAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES: AS CARTAS PATRIMONIAIS
Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ambiental do governo brasileiro, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, em seu documento de Diretrizes para Estratégia Nacional de Comunicação e Educação Ambiental em Unidades de Conservação (2012, p.11):
Os seguintes artigos da carta de Veneza (1964) nortearam a composição de novas intervenções da fazenda:
‘’Unidades de Conservação são áreas criadas pelo Poder Público com a finalidade de proteger e conservar a biodiversidade e, em alguns casos, também preservar seus patrimônios histórico e cultural, além do modo de vida das populações tradicionais, seus conhecimentos e práticas, permitindo assim a utilização sustentável dos recursos naturais. Além disso, as Unidades de Conservação, dentro de suas finalidades, promovem oportunidades para realização de pesquisa científica, ações de educação ambiental, turismo ecológico sustentável e outras formas de geração de renda com menos impacto ambiental, podendo, dessa forma, estimular a economia verde e promover di a das populações locais’’. Dentro das tipologias de Unidades de conservação de uso sustentável, segundo o ICMBio (2012, p.13), pode-se enquadrar a área da Fazenda Ypiranga como uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), por se enquadrar nas seguintes características: É uma propriedade privada que permite visitação pública com objetivos turísticos, recreativos e educacionais, além de promover a conservação da diversidade biológica.
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Artigo 1.º A noção de monumento histórico engloba a criação arquitectónica isolada, bem como o sítio, rural ou urbano, que constitua testemunho de uma civilização particular, de uma evolução significativa ou de um acontecimento histórico. Esta noção aplica-se não só às grandes criações, mas também às obras modestas do passado que adquiriram, com a passagem do tempo, um significado cultural. Artigo 2.º A conservação e o restauro dos monumentos exige a colaboração de todas as ciências e de todas as técnicas que possam contribuir para o estudo e para a salvaguarda do patrimônio monumental. Artigo 3.º A conservação e o restauro dos monumentos visam salvaguardar, quer a obra de arte, quer o testemunho histórico. Conservação Artigo 4.º A conservação dos monumentos impõe, em primeiro lugar, uma manutenção permanente dos mesmos. Artigo 5.º A conservação dos monumentos é sempre favorecida pela sua afectação a uma função útil à sociedade. Tal afectação é desejável mas não pode, nem deve, alterar a disposição e a decoração dos edifícios. É dentro destes limites que se devem conceber, e que se podem autorizar, as adaptações exigidas pela evolução dos usos e dos costumes. Artigo 6.º A conservação de um monumento implica a conservação de uma zona envolvente à sua escala. Quando ainda exista o enquadramento tradicional, este deverá ser conservado, não devendo ser permitidas construções novas, demolições ou quaisquer arranjos susceptíveis de alterar as relações de volume e cor. Restauro
Artigo 9.º O restauro é uma operação altamente especializada que deve ter um carácter excepcional. Destina-se a preservar e a revelar os valores estéticos e históricos dos monumentos e baseia-se no respeito pelos materiais originais e por documentos autênticos. Não devem ser empreendidos restauros quando se está em presença de hipóteses visando reconstituições conjecturais. Nestes casos, qualquer acrescento ou complemento, que se reconheça indispensável, por razões estéticas ou técnicas, deverá harmonizarse arquitectonicamente com o existente e deixar clara a sua contemporaneidade. O restauro deverá ser sempre precedido e acompanhado de um estudo arqueológico e histórico do monumento. Artigo 10.º Nos casos em que as técnicas tradicionais se revelarem inadequadas, a consolidação de um monumento pode ser assegurada através do recurso a outras técnicas modernas de conservação e de construção, desde que a sua eficácia tenha sido comprovada por dados científicos e garantida pela experiência. Artigo 11.º A unidade de estilo não deve constituir um objectivo a alcançar no decurso de um restauro. Pelo contrário, devem ser respeitados os contributos válidos das diferentes fases de construção. Quando um edifício contiver estilos diferentes, em resultado de diversas campanhas de obras ao longo do tempo, não se justifica a remoção de partes do edifício, a não ser excepcionalmente, quando os elementos a remover tenham pouco interesse e quando aquilo que se pretenda pôr a descoberto possua um relevante valor histórico, arqueológico ou estético, e o seu estado de conservação seja suficientemente aceitável para justificar a acção. A apreciação sobre o valor histórico, arqueológico ou estético dos referidos elementos e a decisão sobre as eventuais remoções a efectuar não podem depender unicamente da opinião do responsável pelo restauro. Artigo 13.º Os novos acrescentos apenas podem ser tolerados se
respeitarem todas as partes interessantes do edifício, bem como a sua localização tradicional, o equilíbrio da sua composição e as suas tradicionais relações com o meio envolvente. Sítios monumentais Artigo 14.º Os sítios monumentais devem ser objecto de cuidados especiais a fim de salvaguardar a sua integridade e de assegurar a sua limpeza, organização harmoniosa e valorização. Os trabalhos de conservação e de restauro a efectuar nos sítios monumentais devem inspirar-se nos princípios enunciados nos artigos precedentes. Documentação e Publicação Artigo 16.º Todos os trabalhos de conservação, de restauro e as escavações deverão ser sempre acompanhados pela compilação de documentação precisa, sob a forma de relatórios analíticos ou críticos, ilustrados com desenhos e fotografias. Todas as fases dos trabalhos de desobstrução, de consolidação, de recomposição e de reintegração, assim como os elementos técnicos e formais identificados no decurso dos trabalhos deverão ser anotados. Esta documentação deverá ser guardada nos arquivos de um organismo público e colocada à disposição dos investigadores, recomendando-se a sua publicação.
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De forma a complementar esta pesquisa, como também nortear o desenvolvimento de projeto final, foi realizada uma análise acerca de projetos de mesmo segmento ou com princípios semelhantes, levando em consideração características bioclimáticas, o uso de materiais, a implantação, detalhes construtivos, assim como o programa de necessidades e até mesmo a adaptação e/ou reconversão de uso em construções antigas destes projetos de referência. Durante a análise de projetos, observou-se que muitos deles compartilham características em comum com as premissas do produto final, a Fazenda Ypiranga - como soluções projetuais, edifícios preexistentes, entre outras características. Nesse sentido, realizou-se uma setorização dos estudos de caso, dividindo-os em três segmentos de referências: I. Referencial programático, onde se aprofunda o estudo acerca do zoneamento e programa de necessidades do projeto inserido neste item; II. Referencial projetual, no qual se observa o projeto arquitetônico, a materialidade e os detalhes construtivos dos projetos; III. Referencial novo-antigo, que procura analisar projetos de hotelaria que readequaram ou mantiveram uso de edifícios existentes, preservando a sua estrutura original e propondo intervenções equilibradas. É importante ressaltar que, alguns dos projetos de referência, mesmo sendo alocados em um destes segmentos, possuem características semelhantes à de outros itens, como é o caso do Hotel Fasano Las Piedras, no Uruguai, que está classificado como uma referência programática, mas que, em sua concepção, teve como partido utilizar as edificações preexistentes.
[ 5 ] SOBRE AS REFERÊNCIAS 44
FASANO LAS PIEDRAS HOTEL ISAYWEINFELD (REFERÊNCIA PROGRAMÁTICA) Localizado em Punta del Este, no Uruguai, o Hotel Fasano Las Piedras é um empreendimento hoteleiro que abrange o setor de hospedagem com casas particulares, bangalôs e outras facilidades ofertadas dentro de seu programa de necessidades e do projeto arquitetônico, tais como spa, centro equestre, numa área de 480 hectares, formada por uma paisagem de caráter árido, rochoso e com vegetação esparsa e rasteira. Através de uma análise detalhada do programa de necessidades deste projeto, pode-se listar os seguintes ambientes: Recepção, 2 Restaurantes, 20 bangalôs (80 e 120m²), spa, piscina e bar, lounge para festas. Na planta de implantação é evidente que os edifícios de unidades habitacionais se conformam de modo ‘espraiado, distribuídos como módulos isolados ao longo do terreno, que, segundo o autor do projeto, foram “ pousados naturalmente” sobre o terreno, como as próprias pedras – uma solução que visa evitar a construção de grandes prédios ou volumes que interfiram demais na paisagem’’. Este projeto, apesar de ter sido enquadrado como uma referência programática, também possui características quanto a adaptação de edifícios existentes. É possível observar uma adaptação na antiga residência do proprietário, um edifício que foi remodelado e expandido, abrigando atualmente a recepção do hotel e o Restaurante Las Piedras, equipamento que serve as refeições aos hóspedes, e o Restaurante Fasano. Foram mantidas as paredes, piso, portas, janelas e forro de madeira, sendo elaborado um projeto de intervenção, em uma área externa, com um deck de madeira rebaixado, e um novo volume de concreto aparente para abrigar a cozinha e dependências de apoio, mantendo, segundo o autor, ‘’uma relação respeitosa e não destoa absolutamente na paisagem rochosa’’. A área de lazer do hotel e dividida em três ambientes: Piscina, bar e spa. O primeiro elemento, foi intencionalmente instalado na parte mais alta do terreno, privilegiando uma vista para a paisagem do hotel, como é possível observar RESUMO ARQUITETO_ISAYWEINFELD ANO_2010 ÁREA_43.000,00 m² ESTRUTURA_ CONCRETO, PEDRA E MADEIRA LOCALIZAÇÃO_ PUNTA DEL ESTE, URUGUAI
nas figuras 07 e 08. Os vestiários, o bar e o lounge se configuram ao lado da piscina, em um contêiner de aço corten. Em uma mesma forma volumétrica é implantado o spa, contudo em concreto aparente. Seus espaços são organizados ao redor de um jardim descoberto, que ordena a circulação dos mesmos.
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PARK HOTEL LÚCIO COSTA (REFERÊNCIA PROJETUAL)
Figuras 18 e 19 respectivamente : Pperspectiva e Croqui planta baixa Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/763167/classicos-da-arquitetura-park-hotel-lucio-costa
O edifício, um hotel projetado por Lúcio Costa, trata de uma justaposição de diferentes volumes em paralelepípedos, demarcados por diferentes materiais e funções. Com sua estrutura constituída por colunas de toras brutas de madeira de eucalipto, o Park Hotel, considerado um clássico da arquitetura brasileira, abriga 8 suítes padrão, todas em desenho idêntico e dispostas linearmente, além de duas suítes especiais. Em relação a materialidade do projeto, há alguns elementos preponderantes neste estágio da arquitetura brasileira, como a madeira e o muxarabi, observados tanto na estrutura geral, da coberta, como em elementos projetuais como guardacorpo. Outro elemento proeminente neste projeto e também característico da arquitetura brasileira é a varanda, que neste exemplo, se abre para um parque, onde há uma área de recreação, ao lado nascente, e, pelo lado poente, para a recepção e restaurante deste equipamento hoteleiro. Deve-se destacar também a existência de telhados em meia água, constituídos por telhas de barro.
RESUMO ARQUITETO_LÚCIO COSTA ANO_1944 ESTRUTURA_ MADEIRA E PEDRA LOCALIZAÇÃO_ NOVA FRIBURGO, RJ, BRASIL
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RESIDÊNCIA EM GONÇALVES ANDRÉ VAINER ARQUITETOS (REFERÊNCIA PROJETUAL)
Figuras 201, 21 e 22 respectivamente : Pperspectiva, Croqui planta baixa e Corte Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/763167/classicos-da-arquitetura-park-hotel-lucio-costa
Localizado em Minas Gerais, este projeto caracterizase por implantar um projeto arquitetônico intervindo minimamente na vegetação e na topografia original, o que acabou por influenciar a concepção da casa, ligeiramente arredondada. O projeto residencial, que tem como materialidade 3 elementos: Madeira, alvenaria e telha metálica, é dividido em dois blocos/ setores: quartos e convivência. Este último, tem seu desenho de modo a contemplar a paisagem, partido deste projeto.
RESUMO ARQUITETA_ANDRÉ VAINER ANO_2013 ÁREA_7500 m² ESTRUTURA_ MADEIRA E ALVENARIA LOCALIZAÇÃO_ GONÇALVES, MG, BRASIL
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Implantada num ambiente de clima ameno e seco, a fazenda Situada a 700m de altitude, a Fazenda José Nogueira Paz teve como partido o isolamento dos ambientes de convívio dos dormitórios. Somado isso ao difícil acesso a edificação, houve, segundo a autora, ‘’a necessidade de adoção de técnicas construtivas tradicionais’’. Dessa forma, quanto a estrutura, fazse as seguintes observações: a adoção de um partido pautado pela tradicionalidade, a partir de um telhado tradicional, em quatro águas, sustentado por uma estrutura de carnaúbas, em uma edificação construída em terreno com certa declividade, em uma encosta próxima ao açude existente.
RESUMO ARQUITETA_NÍCIA BORMANN ANO_1973 ESTRUTURA_ MADEIRA E ALVENARIA LOCALIZAÇÃO_ IRACEMA, CE, BRASIL
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Figuras 23, 24 e 25 respectivamente : Planta baixa da Fazenda José Nogueira Paz / Implantação da edificação no terreno / Perspectiva Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/763398/hacienda-niop-as-arquitectura-plus-r79
RESIDÊNCIA DA FAZENDA JOSÉ NOGUEIRA PAZ NÍCIA BORMANN ARQUITETA (REFERÊNCIA PROJETUAL)
FAZENDA NIOP AS ARQUITECTURA + R79 (REFERÊNCIA NOVO-ANTIGO)
Figuras 26 e 27 : Fazenda Niop Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/763398/hacienda-niop-as-arquitectura-plus-r79
O projeto do Hotel Boutique Fazenda Niop, localizado no México, teve como partido recuperar tradições do passado, através da transformação de um conjunto de edifícios antes ocupados por atividades têxteis e de pecuária, em uma tradicional fazenda mexicana. Essa transformação consiste em um conjunto de intervenções sutis, que primeiramente propõem um reordenamento de usos, através de zoneamento, unindo o projeto contemporâneo ao preexistente. Define-se que nesse novo uso, o programa constará de um restaurante, salões de banquetes, serviços sanitários e de apoio, espaços abertos para eventos, e um Hotel Boutique. Como materialidade escolhida para intervenção, deve-se ressaltar o aço, a pedra, o chukum, a madeira e o vidro. Esta neutralidade nos materiais tem como objetivo ressaltar que os novos edifícios devem respeitar e se configurar de forma neutra frente as antigas construções que já lá habitavam.
RESUMO ARQUITETA_AS ARQUITECTURA + R79 ARQUITECTOS ANO_2014 ESTRUTURA_ AÇO, PEDRA, CHUKUM E MADEIRA LOCALIZAÇÃO_ CHAMPOTON, MÉXICO
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PERCURSO PROJETUAL
50
32,84
32
,51
9,03
0
4
8
12 m
51
52
53
54
55
[ 6 ] SOBRE A INTERVENÇÃO
área de lazer estacionamento serviços administrativo ESTÁBULO hotelaria recursos hídricos fluxo serviços circuito parque
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IMPLANTAÇÃO 57
FLUXO PARQUE
58
FLUXO HÓSPEDES FLUXO SERVIÇOS
FLUXOS
ACESSOS
ÔNIBUS
PEQUENO PORTE
SERVIÇOS
FORQUILHA BR - 222 SOBRAL LOCALIZADO AS MARGENS DA BR-222, O EQUIPAMENTO EXISTENTE CONTAVA COM UMA ENTRADA VEÍCULOS DE PEQUENO PORTE E UMA PEQUENA PORTARIA. NA INTERVENÇÃO, PARA ATENDER AS NOVAS NECESSIDADES, AMPLIOU-SE AS ENTRADAS COMO PODE SER OBSERVADO NESTA IMAGEM, SENDO AS ENTRADAS 1 E 2 DE ACESSO DE HÓSPEDES E VISITANTES, CONTANDO COM UM ESTACIONAMENTO DE 150 VAGAS, SENDO 10 VAGAS PNE, 10 PARA IDOSOS E 6 VAGAS DE ÔNIBUS - A ENTRADA 1 COMPORTA VEÍCULOS DE GRANDE PORTE E A SEGUNDA ENTRADA VEÍCULOS DE PEQUENO PORTE -. JÁ A ENTRADA 3, VISA ATENDER UNICAMENTE AO FLUXO DE SERVIÇOS, COMO ENTRADA DE CARGA E DESCARGA, ENTRADA DE FUNCIONÁRIOS E MANEJAMENTO DE RESÍDUOS. TENDO ESTA TERCEIRA ENTRADA CONTROLADA PELA EDIFICAÇÃO EXISTENTE.
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MOBILIÁRIO TIPOLOGIA 1
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MOBILIÁRIO TIPOLOGIA 2
AÇUDE YPIRANGA 61
62
63
64
65
66
67
68
69
O PROJETO POSTERIOR REPRESENTA UMA MUDANÇA NO PARADIGMA DA CONSTRUÇÃO DA FAZENDA, VISANDO, CONTUDO, RESPEITAR A ARQUITETURA EXISTENTE, REALIZANDO INTERVENÇÕES QUE RESPEITEM O CONTEXTO. PARTINDO DESTE CONCEITO, A MATERIALIDADE E NOVAS FORMAS CONSTRUTIVAS SÃO A PREMISSA DESTE TRABALHO, DIFERENCIANDO-SE DAS CONSTRUÇÕES EXISTENTES ATRAVÉS DAS SEGUINTES SOLUÇÕES: COBERTAS DE UMA ÁGUA, ESTRUTURA DE MADEIRA E ESQUADRIAS DE MADEIRA E VIDRO E BRISES. NA ENTRADA DO EQUIPAMENTO, PROJETOU-SE UMA NOVA EDIFICAÇÃO, A FIM DE COMPLEMENTAR A PORTARIA EXISTENTE, ATENDENDO AO NOVO PROGRAMA DE NECESSIDADES DA FAZENDA. ESTA INTERVENÇÃO SE CONFIGURA COMO UMA EDIFICAÇÃO QUE ATENDE A BILHETERIA, COM UMA NOVA PORTARIA PARA A ENTRADA DE HÓSPEDES E VISITANTES.
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INTERVENÇÃO POSTERIOR
CONSTRUÇÃO ORIGINAL
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2
1 - PORTARIA 10,35 m² 2 - BANHEIRO 2,22 m²
72
1
73
1
1 - CIRCULAÇÃO 11,65m² 2 - PORTARIA 4,86m² 3 - BILHETERIA 4,96m² 4 - BANHEIRO 2,43m² 5 - BANHEIRO 2,43 m²
74
2
3
4
5
75
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INICIA-SE O PERCURSO NATURAL DA FAZENDA PELA EDIFICAÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS. ESTE SETOR É COMPOSTO POR QUATRO BLOCOS: OS TRÊS PRIMEIROS EDIFÍCIOS UNIDOS POR UMA MESMA PLATAFORMA, INICIAM-SE POR UMA ENTRADA E CONTROLE DE FUNCIONÁRIOS COM SEUS RESPECTIVOS BANHEIROS E VESTIÁRIOS. EM SEGUIDA, A EDIFICAÇÃO CIRCULAR CONCENTRA A PARTE DE SEGURANÇA E ALMOXARIFADO. TEM-SE ESTE DESENHO CIRCULAR, DE MODO A TER MAIOR VISIBILIDADE DOS OUTROS BLOCOS. O TERCEIRO BLOCO, AINDA NESTA MESMA BASE, CONCENTRA A PARTE DE CARGA E DESCARGA E ARMAZENAMENTO DE MERCADORIAS, PARA POSTERIOR DISTRIBUIÇÃO INTERNA. O QUARTO BLOCO, INDEPENDENTE, ABRIGA OS DORMITÓRIOS E BANHEIROS DE FUNCIONÁRIOS QUE NECESSITEM PERMANECER NA FAZENDA, BEM COMO ATENDER A POSSÍVEL FLUTUANTE DEMANDA DE FUNCIONÁRIOS.
77
78
1 2 3
4
1 - PONTO ELETRÔNICO 11,85 m² 2 - VESTIÁRIO FEM 10,54 m² 3 - BANHEIRO FEM 16,23 m² 4 - BANHEIRO MAS 16,23 m² 5 - VESTIÁRIO MAS 10,54 m² 6 - SEGURANÇA 27,15 m² 7 - ALMOXARIFADO 13,66m² 8 - CARGA E DESCARGA 21,22 m² 9 - DEPÓSITO 1 13,91 m² 10 - DEPÓSITO 2 13,91 m² 11 - DORMITÓRIO MAS 48,83 m² 12 - BANHEIRO 9,54 m² 13 - BANHEIRO 9,54 m² 14 - DORMITÓRIO FEM 48,83 m² 15 - RECEPÇÃO DORM.V 17,25 m²
5
6
11 7
12 13
14
8
9 15 10 79
80
COBERTA
MADEIRAMENTO
ALVENARIAS VEDAÇÕES E ESTRUTURAS
ASPECTOS CONSTRUTIVOS
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82
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ESTE CONJUNTO DE EDIFICAÇÕES CONFIGURA UMA DAS MAIS IMPORTANTES INTERVENÇÕES NO PROJETO. ORIGINALMENTE, ESTAS DUAS CASAS SERTANEJAS - EDIFICAÇÕES COM VARANDAS TÍPICAS DO SÉCULO 19 ABRIGAVAM ANTERIORMENTE RESIDÊNCIAS PARA FUNCIONÁRIOS DA FAZENDA -. A SEGUIR, É POSSÍVEL OBSERVAR NO ESQUEMA DE DEMOLIR E CONSTRUIR AS ALTERAÇÕES NAS ALVENARIAS INTERNAS, DE MODO A ADAPTAR ESTAS EDIFICAÇÕES AO NOVO USO: UM RESTAURANTE QUE ATENDA AO PRINCIPALMENTE AO PÚBLICO EXTERNO. ESTAS ALTERAÇÕES BUSCARAM PRIMEIRO, PROTEGER A IDENTIDADE DOS EDIFÍCIOS E ADAPTÁ-LOS AOS NOVOS AMBIENTES. NA PRIMEIRA CONSTRUÇÃO, FORAM REALIZADAS ALTERAÇÕES DE MODO A RECEBER UMA INFRAESTRUTURA DE COZINHAS, ARMAZENAMENTO E FRIGORÍFICO, BEM COMO UMA PRAÇA DE GARÇONS. A SEGUNDA EDIFICAÇÃO, TAMBÉM EXISTENTE E SIMILAR A PRIMEIRA, ABRIGA UM REFEITÓRIO PARA FUNCIONÁRIOS, ASSIM COMO UMA COZINHA QUE ATENDE A ESTE AMBIENTE E PODE SER TAMBÉM COMPLEMENTAR A PRINCIPAL, DA EDIFICAÇÃO VIZINHA. POSSUINDO TAMBÉM BANHEIROS PARA O PÚBLICO. É IMPORTANTE RESSALTAR QUE, AMBAS AS EDIFICAÇÕES RECEBERAM TAMBÉM INTERVENÇÕES DE MODO A TORNÁ-LAS ACESSÍVEIS PARA PESSOAS COM DIFICULDADE DE LOCOMOÇÃO E TAMBÉM FACILITAR O TRANSPORTE DE CARGA E DESCARGA DE ALIMENTOS E RESÍDUOS. AINDA NESTE CONJUNTO, REALIZOU-SE UMA INTERVENÇÃO, COM COBERTAS DELIMITADAS A PARTIR DA VEGETAÇÃO EXISTENTE E NO MESMO GABARITO DAS EDIFICAÇÕES ORIGINAIS, PENSADA DE MODO A ABRIGAR O SALÃO DO RESTAURANTE. ESTE SALÃO É DELIMITADO TANTO PELA VEGETAÇÃO, COMO PELAS CASAS ORIGINAIS, ALÉM DE UM MURO DE TIJOLOS QUE SEPARA A ÁREA SOCIAL DA PARTE DE SERVIÇOS, ONDE SE ENCONTRA UMA PEQUENA EDIFICAÇÃO EM ANEXO QUE SUPORTA OS BANHEIROS DE FUNCIONÁRIOS, A CAIXA D´ÁGUA E A SEPARAÇÃO ENTRE RESÍDUOS ÚMIDOS E SECOS.
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85
86
87
88
89
DEMOLIÇÃO
CONSTRUÇÃO
90
5 6 7 1
2
3 4
8 9
10 11
12
15 13
14
16
20 18
19
1 - ALPENDRE 32,85 m² 2 - PRAÇA 14,68 m² 3 - COZINHA 57,16 m² 4 - COZINHA TERMINAL 21,09 m² 5 - CÂMARA FRIGORÍFICA 6,69 m² 6 -CIRCULAÇÃO 6,13 m² 7 - ARMAZENAMENTO 6,69 m² 8 - BANHEIRO 6,63 m² 9 - BANHEIRO 6,63m² 10 - LIXO ÚMIDO 4,70 m² 11 - LIXO SECO 3,05 m² 12 - SALÃO EXTERNO 664,78 m² 13 - ALPENDRE 26,95 m² 14 - ANTESALA 13,08 m² 15 - BANHEIRO 8,17 m² 16 - BANHEIRO ACESSÍVEL 3,69 m² 17 - BANHEIRO 11,77 m² 18 - REFEITÓRIO 35,50 m² 19 - COZINHA 28,42 m² 20 - DEPÓSITO 5,55 m²
17
91
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N
IMPLANTAÇÃO DO TERRENO
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94
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ESTÁBULO
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ESTA CONSTRUÇÃO FOI COMPLETAMENTE PRESERVADA E NESTE PROJETO ATENDERÁ AS NECESSIDADES DE LAZER DO PARQUE E BEM COMO A ATIVIDADE DA PECUÁRIA EM PEQUENA ESCALA QUE JÁ EXISTIA NO EQUIPAMENTO.
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99
COBERTA
ESTRUTURAS E MADEIRAMENTO
ALVENARIAS E CERCADOS
100
4
3
2
1
1 - RESFRIAMENTO 17,55 m² 2 - ESCRITÓRIO 16,86 m² 3 - AMBULATÓRIO 14,62 m² 4 - COCHEIRA 36,90 m² 5 - CIRCULAÇÃO 106,60 m² 6 - GALPÃO DAS AVES 59,56 m² 7 - VARANDA 29,76 m² 8 - QUARTO 9,00 m² 9 - SALA 12,00 m² 10 - BANHEIRO 6,00 m² 11 - SALÃO DE FORRAGEM 88,74 m² 12 - DEPÓSITO 43,50 m² 13 - POCILGA 25,26 m² 14 - POCILGA 25,26 m² 15 - POCILGA 25,26 m² 16 - POCILGA 25,26 m²
5
7 6
8 9 10
11 12
13
15
14
16 101
102
103
DEMOLIÇÃO
POR ESTAR PRÓXIMO AO SETOR DE HOTELARIA, ESTA CONSTRUÇÃO QUE, ANTES SERVIA COMO DEPÓSITO PASSOU A TER SEU USO COMO APOIO AS UNIDADES DE HABITAÇÃO, ABRIGANDO AMBIENTES COMO: LAVANDERIA, ROUPARIA E DEPÓSITOS.
CONSTRUÇÃO
104
1
1 - VARANDA 38,32m² 2 - DML 22,90 m² 3 - DEPÓSITO 22,90 m² 4 - MANUTENÇÃO 73,11 m² 5 - ROUPARIA HOTEL 73,11 m² 6 - LAVANDERIA 73,11 m²
2
3
4
5
6
105
106
107
108
109
ESTA EDIFICAÇÃO, ORIGINALMENTE A CASA GRANDE DA FAZENDA, ABRIGAVA OS DORMITÓRIOS DOS PROPRIETÁRIOS DA FAZENDA. PARA A ADAPTAÇÃO AO NOVO USO, REALIZOU-SE A DEMOLIÇÃO DE ALVENARIAS INTERNAS, DE MODO A DAR MAIOR VISIBILIDADE E AMPLITUDE A RECEPÇÃO. OS DEMAIS CÔMODOS ORIGINAIS DA CASA PERMANECERAM, RECEBENDO OS NOVOS USOS. FOI CRIADA UMA EDIFICAÇÃO EM ANEXO DE MODO A ABRIGAR OS AMBIENTES COMPLEMENTARES DESTE SETOR, COMO: SALA DE REUNIÕES, ALÉM DE UM AMBULATÓRIO E RECURSOS HUMANOS.
110
ADMINISTRATIVO E RECEPÇÃO
111
DEMOLIÇÃO
CONSTRUÇÃO
112
2
1
3
4
5
6
8 7
9
1 - VARANDA 53,30 m² 2 - BANHEIRO 7,23 m² 3 - BANHEIRO 7,23 m² 4 - GUARDA-VOLUMES 8,15 m² 5 - RECEPÇÃO 25,65 m² 6 - ÁREA DE ESTAR 43,40 m² 7 - CIRCULAÇÃO 142,90 m² 8 - GERÊNCIAS E RESERVAS 25,08 m² 9 - BANHEIRO 9,18 m² 10 - BANHEIRO 9,18 m² 11 - ADMINISTRAÇÃO 25,47 m² 12 - SALA DE REUNIÕES 21,95 m² 13 - RH E CONTABILIDADE 24,95 m² 14 - BANHEIRO 6,16 m² 15 - BANHEIRO 6,16 m² 16 - AMBULATÓRIO 18,20 m²
10 11
12 13 14
15 16
113
114
115
116
117
118
UNIDADES HABITACIONAIS
119
120
DETALHE IMPLANTAÇÃO UNIDADE HABITAÇÃO
121
COBERTA
MADEIRAMENTO
AS UNIDADES HABITACIONAIS CONFIGURAM-SE EM DUAS TIPOLOGIAS: A PRIMEIRA QUE POSSUI UMA OCUPAÇÃO DE DUAS PESSOAS, COM CAPACIDADE EXPANDIDA PARA ATÉ 3 PESSOAS E UMA SEGUNDA TIPOLOGIA QUE POSSUI UMA CAPACIDADE PARA RECEBER 4 PESSOAS COM A OCUPAÇÃO MÁXIMA DE 5 PESSOAS. CONSIDERANDO AS SOLUÇÕES PROJETUAIS DE UMA CASA SERTANEJA ORIGINAL, ESTE BANGALÔ FOI PROJETADO TENTO COMO PREMISSAS O ÁRDUO CLIMA DO INTERIOR DO CEARÁ. PORTANTO, PODE-SE OBSERVAR ELEMENTOS COMO: GENEROSAS VARANDAS, BRISES E A PRÓPRIA MATERIALIDADE COM O USO DE MATERIAL COMO: PEDRA NATURAL, MADEIRA, TIJOLO E TELHA CERÂMICA.
122
VEDAÇÕES
PISO E GUARDA-CORPO
ESTRUTURA
4
3
1 2
1 - ANTESSALA 9,77m² 2 - BANHEIRO 5,27m² 3 - QUARTO 17,66m² 4 - VARANDA 37,68m²
123
124
125
5
4
2
1 - ANTESSALA 5,67m² 2 - BANHEIRO 6,10m² 3 - QUARTO 7,71 m² 4 - QUARTO 8,50 m² 5 - VARANDA 40,59 m²
126
1
3
127
128
5
1 - ANTESSALA 5,67m² 2 - BANHEIRO 6,10m² 3 - QUARTO 7,71m² 4 - QUARTO 8,50m² 5 - VARANDA 40,59m²
4
2
1
3
5
1 - ANTESSALA 9,77m² 2 - BANHEIRO 5,27m² 3 - QUARTO 17,66m² 4- VARANDA 37,68m²
3
2
1
129
130
LAZER DO HOTEL
ESTE SETOR É COMPOSTO POR 3 EDIFICAÇÕES NOVAS. A PRIMEIRA CONSISTE EM UMA EDIFICAÇÃO QUE ABRIGA COZINHA QUE APOIA A EDIFICAÇÃO SEGUINTE: UM SALÃO PARA REFEIÇÃO E EVENTOS, POSSUINDO TAMBÉM BANHEIROS DE APOIO. E A TERCEIRA EDIFICAÇÃO, UM ANEXO A COZINHA, COM BANHEIROS PARA FUNCIONÁRIOS.
131
132
1
1 - SALÃO 168,33 m² 2 - BANHEIRO 11,18 m² 3 - BANHEIRO 12,24 m² 4 - BANHEIRO ACESSÍVEL 2,78 m² 5 - BANHEIRO ACESSÍVEL 2,78 m²
2
3
4
5
133
134
135
1
2
3
4
5
6
7
136
A
1 1
A
2
3
1 - ADMINISTRATIVO / RECEPÇÃO 2 - SETOR SOCIAL 3 - COZINHA 4 - BANHEIROS
4 PLANTA PAISAGISMO DO SETOR DE LAZER DO HOTEL ESC: 1/500
137
CORTE A ESC: 1/250
[ 7 ] CONSIDERAÇÕES FINAIS 138
Neste ponto do percurso, considera-se que este trabalho não tem um fim propriamente dito, dadas as várias possibilidades dentro da paisagem trabalhada. Procurou-se, entretanto, elaborar um projeto que respeitasse o contexto no qual fosse inserido, no espectro das condicionantes climáticas, como também de sua arquitetura de outras épocas, além de aproveitar o lugar com o seu potencial turístico e paisagístico. Durante o projeto, surgiram muitos questionamentos. No âmbito do paisagismo, como desenhar em uma área tão extensa, não considerando apenas as construções; no plano da arquitetura, como desenhar intervenções que não fossem destoantes daquele lugar, mas que pontuassem uma intervenção contemporânea; outras indagações, como: qual legislação deveria nortear um projeto localizado em zona rural, bem como entender as várias nuances do nosso clima, e como se aplicariam no desenho. Por fim, acredita-se que os objetivos foram alcançados nesta etapa final, onde conseguiu-se explorar novas possibilidades dentro destas edificações e da paisagem.
139
REFERENCIAS
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