O metal 514

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ANO 62 – FEVEREIRO DE 2005 – Nº 514

Delegados Sindicais lotam o Palácio do Trabalhador para aprovar o Plano de Lutas

Eleno Bezerra, presidente do Sindicato, coordenando os debates com os trabalhadores

DELEGADOS SINDICAIS APROVAM PLANO DE LUTAS á estão definidas as bandeiras de luta do Sindicato para 2005. Aprovadas pelos delegados sindicais, em Encontro realizado no Palácio do Trabalhador, no dia 28 de janeiro, elas são de amplo alcance social e exigirão muita garra e união para enfrentarmos os desafios na busca de melhorias nas condições de trabalho e de salários. O crescimento econômico, sem o correspondente reflexo na melhoria dos salários, é um exemplo. Queremos a nossa parte! Se o País cresce, nossos salários têm que crescer na mes-

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ma proporção, e nossa condição de vida melhorar. Vamos intensificar nossa luta para garantir em todas as fábricas a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), a cesta básica, o convênio médico, a redução da jornada de trabalho e a geração de empregos, o fortalecimento da ação dos cipeiros e o fim do trabalho temporário. Acompanhe nesta edição os pontos do Plano de Lutas que foram debatidos no Encontro e a importância de cada um. Pág. 3

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um ano de mobilização! IRREGULARIDADES? DISQUE-SINDICATO

POSSE DA NOVA DIRETORIA

O Sindicato criou um novo serviço para atender a categoria. Implantou um Disque-Sindicato pelo telefone 0800-771-1119 para o trabalhador poder ligar e denunciar irregularidades, como trabalho temporário ou terceirizado na sua empresa. Confira na Pág. 3

A posse da diretoria eleita do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi será realizada no dia 8 de abril, às 18 horas, no Palácio do Trabalhador, rua Galvão Bueno, 782, Liberdade, seguida de um coquetel. Todos os trabalhadores estão convidados.


o metalúrgico - 3

FEVEREIRO DE 2005

PLANO DE LUTAS

NOVAS LUTAS, NOVAS CONQUISTAS

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Plano de Lutas aprovado no Seminário da Diretoria e na reunião dos delegados sindicais, em janeiro, intensifica a busca da igualdade de direitos no âmbito da categoria, e dá um novo impulso à luta dos metalúrgicos. Este é o ano das reformas (Sindical,

Trabalhista, Judiciária). Vamos defender mudanças que privilegiem os direitos dos trabalhadores, ampliar nossas conquistas, buscar a recuperação dos salários e o trabalho digno, sem contratação temporária ou terceirizada, que precarizam as condições de trabalho (veja abaixo). DISQUE-SINDICATO O Sindicato criou o Disque-Sindicato, um novo canal de comunicação EXCLUSIVO para o trabalhador denunciar, principalmente, o trabalho temporário ou

terceirizado irregular. O número do telefone é 0800-771-1119 e a ligação é gratuita. O trabalhador não precisa se identificar. Basta informar o nome, o endereço da empresa e o que está acontecendo, para que o Sindicato possa tomar providências. O Disque-Sindicato está funcionando desde o dia 17 de fevereiro, de 2ª a 6ª feira, das 8h às 20h. Outros tipos de dúvidas ou informação devem ser feitas pelo telefone do Sindicato (3388-1000), ou ao diretor do setor na porta da fábrica.

COMPANHEIRO TRABALHADOR Nesta seção, “o metalúrgico” traz entrevistas feitas com trabalhadores da base. Neste espaço, o pessoal fala o que pensa sobre o Sindicato, sua atuação e envolvimento nas questões políticas, as reformas, enfim, sobre questões de interesse dos trabalhadores.

Nossas Bandeiras ”O Plano de Lutas garantirá a conquista de mais benefícios para a categoria.” ELENO BEZERRA Presidente do Sindicato

Crescimento Econômico ... Cadê o nosso? Além de um aumento maior para o salário mínimo, vamos lutar para que os salários não caiam e o trabalhador mantenha seu nível de vida. Para isto, é preciso que os aumentos de produtividade sejam repassados aos salários. Vamos exigir a nossa parte do “bolo” do crescimento econômico. Redução da Jornada de Trabalho sem Redução Salarial O crescimento econômico, por si só, não consegue gerar os postos de trabalhos necessários para atender o grande contingente de desempregados. A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais deverá criar, segundo o DIEESE, cerca de 1,70 milhão de empregos no País.

”O apoio e a união dos trabalhadores são fundamentais para as novas conquistas.” PAULO PEREIRA DA SILVA Presidente da Força Sindical

PLR em todas as empresas Distribuir parcela de lucro significa o reconhecimento, por parte da empresa, do esforço dos trabalhadores para o seu sucesso. Vamos lutar para que a PLR seja, no mínimo, correspondente ao salário médio pago pela empresa, e que o benefício seja pago dentro do mesmo ano. Cesta Básica e Convênio Médico Todos os trabalhadores metalúrgicos têm que receber cesta básica e ter acesso a uma assistência médica digna, melhor do que a fornecida pelo poder público, beneficiando o trabalhador, sua família, e também os patrões, pois trabalhador bem de saúde produz mais e melhor. Equiparação Salarial e Plano de Cargos e Salários Pela implantação do Plano de Cargos e Salários nas empresas, definindo critérios de promoções, faixas salariais, salário de admissão, equiparações salariais, prérequisitos para a ocupação dos cargos, tornando transparente e democrática as possibilidades profissionais dos trabalhadores.

”Colocando em prática o Plano de Lutas vamos fortalecer a categoria metalúrgica.” MIGUEL EDUARDO TORRES Secretário-Geral do Sindicato

Mais força e representatividade para os Cipeiros A meta é conseguir que todos os Cipeiros se associem à entidade, participando dos cursos oferecidos pelo Sindicato e compartilhando suas experiências com toda a categoria. Esta integração é uma maneira de fortalecer nossa luta e aumentar a presença do Sindicato dentro da fábrica. Campanha de Sindicalização Para que o Sindicato continue cada vez mais forte é necessário que a categoria se mobilize e mostre força. A melhor maneira para isto acontecer é a sindicalização em massa. Os Diretores e Assessores vão contatar os companheiros nas fábricas, convidando-os para participar desta campanha.

MARIA DAS GRAÇAS SUCUPIRA LIMA Operadora de injetora da Walma Ind. e Com.

o metalúrgico - O Sindicato vai intensificar sua luta por benefícios para os trabalhadores. O que você acha disto? Maria das Graças - É muito importante que o Sindicato amplie a luta pelos direitos dos trabalhadores nas fábricas, conforme consta do Plano de Lutas que aprovamos para este ano. Não é justo que companheiros de algumas empresas tenham benefícios que outros, de outras empresas, não tenham. As conquistas têm de ser para todos. Esperamos que a atuação do Sindicato consiga fazer com que todos os metalúrgicos da categoria tenham cesta básica, convênio médico, PLR. E que esses benefícios sejam melhorados onde já existam. Os metalúrgicos conseguindo, outras categorias também conseguem. o metalúrgico - Além das questões trabalhistas, o Sindicato tem todo um trabalho voltado para a área social, política etc. Esse trabalho tem de continuar? Maria das Graças - Claro que sim. As conquistas dentro das empresas são importantíssimas para os trabalhadores, mas não podemos nos esquecer das outras questões. O pagamento do FGTS, por exemplo, foi uma campanha iniciada pelo Sindicato, mas no fim acabou beneficiando os trabalhadores de todas as categorias. Ou seja, virou uma conquista para o povo brasileiro. Essas lutas têm de continuar. É a forma de injustiças serem corrigidas.

INÍCIO DOS CURSOS PARA DELEGADOS

o metalúrgico - Você participa das ações do Sindicato? Maria das Graças - Sou delegada sindical e estou satisfeita com tudo o que o Sindicato vem nos oferecendo, como cursos, encontros. Isto só amplia nossos conhecimentos e fortalece a nossa luta. O Sindicato está no caminho certo, e seria muito bom se todos os trabalhadores entendessem isto e participassem mais do movimento sindical. Só teríamos a ganhar!

O Sindicato vai iniciar nos dias 25 e 26 de fevereiro os Cursos de Formação de Delegados Sindicais, começando pelo curso de Nível 3, dirigido aos companheiros que já passaram pelos níveis 1 e 2. Os cursos vão aprofundar os conhecimentos sobre questões políticas, econômicas e sociais, a história do movimento sindical, as perspectivas para o futuro. Os cursos níveis 1 e 2 terão continuidade e as datas serão divulgadas posteriormente.

ESCREVA PARA ESTA COLUNA Rua Galvão Bueno, 782 – 13º andar – Sala 1311 – Liberdade- CEP 01506-000 – São Paulo – SP Assessoria de Imprensa, jornal o metalúrgico. Ou por e-mail: info@metalurgicos.org.br

”Contamos com a ajuda de todos para enfrentarmos os próximos desafios e sairmos vitoriosos.” ELZA COSTA PEREIRA Vice-Presidente do Sindicato

Abaixo a contratação temporária Os temporários são contratados de forma precária, sem benefícios, sem carteira assinada, com salários menores que os demais, mesmo que exerçam a mesma função. Se isto se tornar prática, grande parte das empresas irá lançar mão deste tipo de contratação, eliminando o contrato legal vigente.


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FEVEREIRO DE 2005

EDITORIAL

UNIDOS SOMOS FORTES

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governo do PT perdeu feio a disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados. Não conseguiu eleger o seu candidato, nem conquistou um assento na mesa diretora da Casa. A derrota foi uma clara demonstração de que o governo está sem rumo, rachado, e que não respeita sua base partidária. Sem vice-presidentes e secretários, o PT também ficará de fora do controle da Casa. Se o governo continuar arrogante, aumentando juros e impostos, dando as costas para o setor produtivo, impedindo a geração de empregos e a distribuição de renda, continuará amargando derrotas. A sociedade brasileira quer ser ouvida e respeitada. Nós, sindicalistas e trabalhadores, estamos fazendo a nossa parte. Elaboramos um Plano de Lutas cisando a conquista de mais benefícios para a categoria metalúrgica e já estamos preparando a nossa Campanha Sa-

larial. Queremos PLR em todas as fábricas e com valores, no mínimo, correspondentes ao salário médio da empresa — e pagos no mesmo ano. Continuaremos lutando pela recomposição do poder de compra dos salários. Não podemos admitir que a renda continue perdendo para os lucros exorbitantes diante do crescimento econômico. Nas reformas Sindical e Trabalhista, continuaremos mobilizados pela garantia de nossas conquistas históricas e repudiando o aumento de juros e impostos, que impede o crescimento, a abertura de novas empresas, a geração de empregos, a manutenção do poder aquisitivo da população e o desenvolvimento do País.

Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO

A Diretoria nas Fábricas Neste espaço você tem parte do dia-a-dia dos nossos diretores, pode acompanhar o que está acontecendo nas fábricas e ficar melhor informado sobre a atuação do Sindicato na busca de melhorias no ambiente de trabalho e outros direitos ACERTO DO SALÁRIO O DIRETOR MILTON BRUM comandou assembléia com os trabalhadores da Carlos Montalto pelo pagamento do 13º salário, parte do salário de dezembro/2004 e do adiantamento de janeiro, que estavam atrasados. A empresa pagou o que devia dois dias após a assembléia.

SAI BENEFÍCIO NA ROAPLAS

ARTIGO

A DERROTA DO GOVERNO

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derrota do PT na Câmara dos Deputados significa que, caso o governo continue intransigente, vai amargar outras derrotas, inclusive nas eleições presidenciais, em 2006. O governo tem de recuar e mudar sua política de juros altos e impostos. O Brasil tem a maior taxa real de juros do mundo. Assim, não há como produzir, gerar emprego e distribuir renda. Mas há um outro aspecto terrível. A taxa de juros determina o quanto o governo brasileiro vai pagar pela sua dívida. Com uma taxa tão alta, a dívida pública explode. E quem paga a conta é a população, por meio de impostos cada vez maiores. Não é por acaso que dos 12 meses que o cidadão trabalha, quatro são só para pagar impostos. A carga tributária representa mais de 35% do PIB nacional (soma das riquezas

do País). Também nisso estamos entre os maiores do mundo. A equipe econômica atira contra o próprio pé, aumentando a dívida do País. Depois manda a conta para a sociedade. O aumento de impostos das pequenas e médias empresas, e dos trabalhadores autônomos, é outra medida que vai aumentar os custos das empresas e causar mais desemprego. É esse o modelo econômico viciado que temos há décadas. Assim não há país que agüente. Os maiores juros e os maiores impostos: dois tristes troféus em nossa prateleira.

o metalúrgico

Diretores (Sede SP): Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo P. de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, Eleno José Bezerra, Elza de Fátima Costa Pereira, Eraldo Alcântara (Maloca), Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Carlos Tonon (Tarugo), Francisco Roberto da Silva (Sargento), Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Eduardo Freitas de Almeida, José Francisco Campos, José Lúcio Alves (Mineiro),

FEVEREIRO DE 2005 Ano 62 – Edição nº 514 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP Home Page: www.metalurgicos.org.br E-mail: info@metalurgicos.org.br

Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL

Trabalhadores da Roaplas aprovam PLR em assembléia comandada pelo DIRETOR JEFFERSON. Cumprindo o plano de lutas do Sindicato para 2005, a PLR será paga pela primeira vez na empresa, em duas parcelas, em julho/2005, e em janeiro/2006.

PLR NO ANIVERSÁRIO Os trabalhadores da Furametal vão receber uma grana extra, de R$ 505, equivalente ao piso salarial da empresa, a título de PLR. O valor, aprovado em assembléia, será pago de uma única vez, na data de aniversário do trabalhador, segundo o DIRETOR LUIZINHO, que negociou a proposta com a empresa.

José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antônio de Medeiros (Medeiros), Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Maurício Teixeira de Souza, Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ramiro de Jesus Pinto, Ricardo Rodrigues (Teco), Sales José da Silva, Sebastião Garcia Ferreira (Garcia), Silvio Bernardo, Tadeu Moraes de Sousa, Valdir Pereira da Silva. Sede de Mogi das Cruzes: Jorge Carlos de Morais (Arakém), Paulo Fernandes de Souza.

Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Edson Baptista - MTb 17.898 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação e Arte Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão Gráfica e Editora Ponto a Ponto Tiragem 300 mil exemplares


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