O metal 515

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ANO 62 – MARÇO DE 2005 – Nº 515

TRABALHADORES PROTESTAM EM BRASÍLIA CONTRA OS JUROS ALTOS Início do acampamento em frente ao Ministério da Fazenda e Congresso Nacional para cobrar do ministro Palocci a queda dos juros e a redução dos impostos

Reforma Sindical Nosso acampamento em Brasília também teve a finalidade de marcar nossa posição favorável ao projeto da Reforma Sindical, que chegou ao Congresso Nacional para ser debatido e votado. A Reforma Sindical é importante para garantir às entidades sindicais realmente representativas mais força na luta por melhores resultados nas negociações e campanhas salariais. Veja nesta edição algumas das novas regras contidas no projeto. Pág. 3

Força Sindical e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi coordenaram dois dias de manifestações em Brasília para cobrar a queda dos juros, a aprovação da Reforma Sindical e a derrubada da Medida Provisória 232, que aumenta os impostos das empresas prestadoras de serviços. Mesmo diante dos protestos de toda a sociedade, o Copom aumentou a taxa de juros (Selic) em mais 0,5%. Paulinho, presidente da Força, lamentou a decisão. “Essa nefasta medida nos consagra com a triste marca de sermos o País campeão em taxas de juros no Mundo. O governo insiste em privilegiar o setor especulativo”, afirmou. Para Eleno Bezerra, presidente do Sindicato, essa decisão só vem agravar a situação econômica do País, que não é sustentável, e aumentar o de-

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Paulinho, presidente da Força Sindical, e Eleno, presidente do Sindicato, na passeata contra os juros altos, em Brasília

semprego. “O governo está indiferente às dificuldades dos setores produtivos. Os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, por exemplo, já vêm demitindo, empresas de eletroe-

letrônicos estão trabalhando apenas dois dias por semana por falta de vendas. Se depender deste governo, essa situação não vai melhorar”, diz Eleno. Leia nas Págs. 6 e 7

É hora da Tarifa Zero O Sindicato entrou na Campanha da Tarifa Zero e já encaminhou aos patrões uma pauta de reivindicações com sete cláusulas sociais que pretende conquistar para a categoria neste ano. Entre as principais reivindicações destaca-se a “Tarifa Zero” para os trabalhadores. As empresas devem garantir a isenção do pagamento de tarifas bancárias aos seus empregados. Leia na Pág. 4


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MARÇO DE 2005

EDITORIAL

UM NOVO SINDICALISMO

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este ano em que se comemora 20 anos de redemocratização do País, a sociedade brasileira, em especial o movimento sindical, estão vivendo um momento crucial. O Brasil consolidou-se como uma das maiores democracias do mundo, mas ainda possui uma dívida social muito grande com a sua população. O desemprego é um problema urgente a ser resolvido, assim como a questão da saúde, da violência e da educação. Como sindicalista, temos grande responsabilidade na luta por um País mais justo socialmente. Nossas ações exigem o fim da política desmiolada de juros altos, que freia a produção, a abertura de empresas e de postos de trabalho, a manutenção do poder de compra da população, a distribuição de renda, o crescimento econômico. Acampamos em Brasília e fizemos vários outros protestos contra o aumento dos juros e de impostos. Fomos ao Congresso defender a apro-

vação da Reforma Sindical, que é de fundamental importância para aumentar a representatividade dos sindicatos, fortalecendo-os na luta por melhores resultados nas negociações coletivas e campanhas salariais, e garantir a organização nos locais de trabalho. Após a Reforma Sindical, a luta continua com relação às mudanças na Legislação Trabalhista, visando a manutenção de nossas conquistas históricas e não a retirada de direitos, como querem muitos empresários. Nosso Plano de Lutas é outro instrumento fundamental. Estamos mais presentes nas fábricas, buscando melhorias nas condições de trabalho e salários. Participe das lutas do seu Sindicato!

Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO

Ações do Sindicato O presidente Sindicato, Eleno Bezerra, está mantendo contatos com autoridades governamentais e pedindo apoio para solucionar problemas que estão sendo constatados nas fábricas, como contratações irregulares, que precarizam as condições de trabalho, bem como para finalizar a construção do Centro de Educação Profissional para os trabalhadores. Confira abaixo:

MINISTRO NO SINDICATO Nosso presidente, Eleno, recebeu, no dia 7 de março, no Sindicato, a visita do ministro da Educação, Tarso Genro. Eleno falou com o ministro sobre a construção do Centro de Educação Profissional e pediu apoio no sentido de agilizar a liberação de recursos para finalizar a obra. O Centro está sendo construído em parceria com o Ministério da Educação, Fundo de Amparo ao Trabalhador e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vai oferecer 50 cursos profissionalizantes básicos e 4 cursos técnicos. Como o Centro passou por vistoria do Ministério recentemente, Tarso Genro se comprometeu a agilizar as medidas para a conclusão das obras e o início dos cursos.

AUDIÊNCIA COM DELEGADO DO TRABALHO ARTIGO

INSENSIBILIDADE EM ALTA

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ão tem jeito! O Banco Central insiste em puxar a rédea da economia, em comprometer o crescimento do País e, com isto, gerar desemprego e desesperança. De novo, a equipe econômica aumentou a taxa dos juros básicos (Selic), que passou de 18,75% para 19,25% ao ano. É o sétimo mês seguido de aumento da taxa. Os burocratas de Brasília governam de costas para toda uma nação. Não vêem que suas decisões podem significar mais um cidadão perdendo seu emprego, mais um pai de família com dificuldades de prover o sustento dos seus filhos, mais crianças fora da escola, mais jovens sem conseguir o primeiro emprego, mais trabalho precário e mais aumento da informalidade. E tudo isto por quê? Esta é a grande

pergunta que eu gostaria de ver respondida. Pela receita dos burocratas, os juros altos inibem o aumento da inflação. A inflação está sob controle, mas mesmo assim os juros continuam subindo. Todo mês, no dia de reunião do Banco Central para definir sobre os juros, temos organizado manifestações em Brasília, em São Paulo e em outros pontos do País. Vamos continuar com as manifestações para extirpar essa insensibilidade no grito. Empregos e salários são prioridade. É a dignidade do Brasil e de todos os brasileiros que está em jogo.

o metalúrgico

Diretores (Sede SP): Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo P. de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, Eleno José Bezerra, Elza de Fátima Costa Pereira, Eraldo Alcântara (Maloca), Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Carlos Tonon (Tarugo), Francisco Roberto da Silva (Sargento), Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Eduardo Freitas de Almeida, José Francisco Campos, José Lúcio Alves (Mineiro),

MARÇO DE 2005 Ano 62 – Edição nº 515 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP Home Page: www.metalurgicos.org.br E-mail: info@metalurgicos.org.br

Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL

O delegado do Trabalho, Heiguiberto Navarro, e o presidente Eleno acertaram, em encontro no dia 25 de fevereiro, desenvolver uma ação conjunta para combater a terceirização e o trabalho temporário irregulares nas empresas. Esta forma de contratação precariza as condições de trabalho, deixa os trabalhadores sem representação e sem garantia de direitos. Muitas terceirizadas são de outros municípios e registradas no ramo da construção civil. O Sindicato quer que as empresas regularizem sua situação e a de seus empregados. Se não houver acordo, vai acionar a DRT. A Delegacia terá equipe para cuidar dos casos e fazer blitzes nas fábricas.

ENCONTRO COM SERRA Eleno foi recebido pelo prefeito José Serra, no dia 21 de fevereiro, e levou a ele sua preocupação com o fato de empresas metalúrgicas estarem terceirizando serviços por meio de empresas cadastradas em outros municípios, e precarizando o emprego. O prefeito disse que interessa discutir um projeto de lei para incentivar as empresas a se fixarem em São Paulo, regularizar os empregos, a representação sindical e a arrecadação. Serra pediu a Eleno para encaminhar a questão para o secretário municipal do Trabalho, Gilmar Vianna.

José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antônio de Medeiros (Medeiros), Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Maurício Teixeira de Souza, Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ramiro de Jesus Pinto, Ricardo Rodrigues (Teco), Sales José da Silva, Sebastião Garcia Ferreira (Garcia), Silvio Bernardo, Tadeu Moraes de Sousa, Valdir Pereira da Silva. Sede de Mogi das Cruzes: Jorge Carlos de Morais (Arakém), Paulo Fernandes de Souza.

Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Edson Baptista - MTb 17.898 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação e Arte Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão Gráfica e Editora Ponto a Ponto Tiragem: 300 mil exemplares


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MARÇO DE 2005

CARAVANA A BRASÍLIA

DE OLHO NO PROJETO DE REFORMA SINDICAL O

Sindicato organizou uma caravana a Brasília, integrada por delegados sindicais, diretores e assessores, para acompanhar a entrega do projeto de Reforma Sindical no Congresso Nacional e a audiência com o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, no dia 1º de março. Foi mais uma das maneiras encontradas pelo Sindicato para integrar os trabalhadores nessa discussão. As relações de trabalho entre patrões e empregados serão regidas por novas regras a partir da reforma. O projeto foi amplamente debatido pelas centrais no Fórum Nacional do Trabalho, no ano passado, e agora será discutido e votado pelos deputados e senadores. O Sindicato acompanha as discussões, visto que muitos empresários não concordam com muitas mudanças, não aceitam a representação sindical no local de trabalho, pois são contra a democracia nas fábricas, e querem discutir primeiro a Reforma Trabalhista e tirar direitos. “Chegou o momento de modernizarmos as relações de trabalho e darmos um salto de qualidade na representação sindical dos trabalhadores no País”, diz Eleno, nosso presidente.

ACIMA, Elza (vice-presidente), Miguel (secretário-geral), diretores Carlão e Mineiro no ônibus que levou trabalhadores a Brasília

AO LADO, Eleno, acompanhado de Miguel, Campos e João DD, fala aos trabalhadores no restaurante do Sindicato, antes de seguir para Brasília

Veja os principais pontos ➠

ESTABILIDADE DO DELEGADO SINDICAL Os trabalhadores terão representação no local de trabalho. É a legalização dos delegados sindicais, com estabilidade, e a organização sindical nas fábricas.

JUSTIÇA DO TRABALHO Acaba o julgamento de greves pela Justiça do Trabalho. O princípio básico será a negociação entre patrões e empregados. Sem acordo, as divergências seriam resolvidas por um árbitro.

REPRESENTATIVIDADE Será reconhecido o sindicato que tenha representatividade, ou seja, que tenha, no mínimo, 20% de trabalhadores da base sindicalizados.

LEGALIZAÇÃO DAS CENTRAIS As centrais sindicais serão reconhecidas legalmente e poderão negociar em nome do trabalhador, em qualquer instância. Mas precisam comprovar representatividade.

NEGOCIAÇÃO COLETIVA Haverá a garantia jurídica aos trabalhadores de exercer o direito de negociação coletiva com os empregadores.

POSSE DA NOVA DIRETORIA Você, trabalhador, que participou ativamente das eleições sindicais e elegeu a Chapa 1, encabeçada pelo presidente Eleno Bezerra, é o convidado especial para a solenidade de posse da diretoria do Sindicato para o mandato de 2005/2009. O evento contará com a presença de líderes políticos e sindicais e autoridades, e será realizado no dia 8 de abril, às 18 horas, no auditório do Palácio do Trabalhador, rua Galvão Bueno, 782, Liberdade, seguida de um coquetel e de um SUPER SHOW com a dupla GIAN E GIOVANI. Compareça! Sua presença é imprescindível. Comemore com a gente um novo tempo de lutas e conquistas para a categoria metalúrgica!

CONTRIBUIÇÕES Acaba o imposto sindical. Haverá apenas uma contribuição negocial, a ser aprovada em assembléia dos trabalhadores.

8 de ABRIL 18 horas

Auditório do Palácio do Trabalhador, rua Galvão Bueno, 782, Liberdade

REFORMA DO JUDICIÁRIO

SINDICATO PROMOVE DEBATE PÚBLICO

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Sindicato vai realizar, no dia 8 de abril, das 9 às 13h, no 13º andar da sede na rua Galvão Bueno, 782, Liberdade, um debate público sobre a “Reforma do Judiciário na solução de conflitos decorrententes das relações do trabalho e possíveis efeitos da proposta da Reforma Sindical”. O texto da Reforma do Judiciário limita a ação dos sindicatos, pois determina que, para entrar com pedido de dissídio coletivo, as partes – patrões e empregados – têm que estar de comum acordo. Se o patrão não quiser ir para a Justiça, vai empatar a vida dos trabalhadores e incentivar a deflagração de greves. O debate vai contar com representantes do Tribunal Superior do Trabalho, Ordem dos Advogados do Brasil, empresários e sindicalistas. Você, trabalhador, não pode faltar!


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TARIFA ZERO

Sindicato na briga para isentar os trabalhadores das taxas bancárias N

osso Sindicato está na campanha da Tarifa Bancária Zero para os trabalhadores da categoria, em conjunto com os metalúrgicos do ABC, da CUT, que já iniciaram a campanha. “Não tenho nenhum problema em copiar o que é bom e vai favorecer o trabalhador”, afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato. Vamos lutar para que os bancos isentem os trabalhadores do pagamento de todas as taxas – manutenção de conta corrente, talão de cheque, extrato, saque na rede 24 Horas, cartão eletrônico e tantas outras tarifas que minguam o salário do trabalhador. A proposta já se transformou em pauta de reivindicações (veja texto abaixo). O Sindicato vai negociar com as empresas para que elas garantam a isenção para os trabalhadores. Afinal, são elas que contratam os bancos que administram a sua folha de pagamentos. Caso o banco se recuse a isentar os trabalhadores, o Sindicato vai pedir à empresa que substitua o banco por outro que aceite a Tarifa Zero. A campanha conta com a adesão da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), filiada à Força Sindical, e da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) da CUT. As centrais sindicais vão orientar seus sindicatos filiados a incluir a proposta nas suas pautas de reivindicações.

A expectativa é chegar ao final do ano com pelo menos metade da categoria beneficiada. CUSTO DAS TARIFAS As tarifas mais cobradas engolem de 1,5% a 2,5% do salário mensal. O pior é que, quanto menor o rendimento, maior é o impacto no salário, segundo o Dieese (órgão de pesquisas econômicas dos sindicatos). Segundo o Departamento Econômico do nosso Sindicato, o trabalhador paga, em média R$ 15,58 por mês só com a cobrança de quatro tipos de tarifas. Confira ao lado o tamanho da despesa e o impacto sobre o salário. CONTAS Considerando que os 250 mil trabalhadores da base possuem conta em banco é possível estimar quanto o sistema bancário recolhe dos metalúrgicos todos os meses: 250.000 X R$ 15,58 = R$ 3.895.000,00. Em 12 meses, este total chega a R$ 46.740.000,00 PROJETO DE LEI Já está no forno um projeto de lei que será encaminhado ao Congresso isentando os trabalhadores do pagamento das tarifas bancárias. A Força Sindical e a CUT vão pedir audiência com o presidente da Câmara dos Deputados,

Juruna e Eleno com Carlos Alberto Grana, da Confederação dos Metalúrgicos da CUT, e José Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Severino Cavalcanti, para que ele coloque o projeto na pauta de votação. “Podemos fazer greve pela Tarifa Zero. Vamos mostrar aos trabalhadores por que os bancos ganham tanto dinhei-

ro e quanto as tarifas consomem dos seus salários. Vamos mostrar que os aumentos reais conquistados nas campanhas salariais”, afirma Eleno.

VEJA QUANTO VOCÊ ESTÁ PAGANDO NO MÍNIMO PRODUTO

TARIFA

Cartão magnético (débito/saque)

R$ 3,60

Talão de cheques com 20 folhas

R$ 8,10

Saque Banco 24 Horas

R$ 2,00

Extrato de conta corrente

R$ 1,88

TOTAL MENSAL

R$ 15,58

Fonte: Banco Central. Estes são os preços médios cobrados pelos bancos

IMPACTO SOBRE OS SALÁRIOS DOS METALÚRGICOS DE SÃO PAULO Salário médio dos horistas: R$ 972 Salário médio dos mensalistas: R$ 1.301 Impacto mensal das tarifas no salário: 1,60% Impacto mensal das tarifas no salário: 1,20%

CAMPANHA EXTRAORDINÁRIA

Pauta aos patrões pede Tarifa Zero O Sindicato entregou na semana passada, a três grupos patronais metalúrgicos – 3 (autopeças), 9 (máquinas, eletroeletrônicos) e 10 (Fiesp) –, uma pauta de reivindicações sociais com sete itens básicos, com pedido de início das negociações ainda este mês. A principal exigência é a Tarifa Zero (veja ao lado). Os representantes dos empresários ficaram de reunir seus sindicatos filiados para discutir o assunto e marcar o início das negociações. A pauta, segundo Miguel Torres, secretário-geral do Sindicato, faz parte do Plano de Lutas que foi aprovado pela diretoria e referendado no Encontro de Delegados Sindicais da categoria, em janeiro passado.

PAUTA DE REIVINDICAÇÕES 1- TARIFAS BANCÁRIAS As empresas que pagam os salários e vales por depósito bancário ou cheque salário isentarão os empregados do pagamento de tarifas bancárias. 2 – REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO Com o objetivo de reduzir o desemprego e garantir ao trabalhador condições para que possa participar de cursos de formação e/ou requalificação profissional, a jornada de trabalho será reduzida para 40 horas semanais, sem prejuízo dos salários e do DSR (Descanso Semanal Remunerado). 3 – TERCEIRIZAÇÃO As empresas que pretendam passar a adquirir de terceiros, bens e serviços até então produzidos ou prestados por

setores e com pessoal com vínculo empregatício sob sua responsabilidade, deverão, previamente e com uma antecedência mínima de seis meses da data prevista para sua implantação, fornecer informações e abrir processo de discussão e negociação com o sindicato representativo da categoria profissional. Em qualquer hipótese, esses trabalhadores devem ser beneficiados pela Convenção Coletiva de Trabalho.

sas de encontrar no mercado de trabalho mão-de-obra especializada para sua atividade fabril, e a dificuldade dos trabalhadores em participar de cursos profissionalizantes, devido ao seu alto custo, a partes resolvem em conjunto constituir e manter um Centro Educacional Profissionalizante.

6 – VALE-COMPRA As empresas fornecerão, mensalmente, e sem nenhum ônus para os empregados, um vale-compra para a aquisi4 – PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS ção de alimentos necessários à sua subAs empresas devem, no prazo de 60 sistência e à de sua família, em valor a dias, negociar com o Sindicato o acor- ser negociado entre as partes. do de PLR. 7 – AUXÍLIO-FUNERAL 5 – CENTRO EDUCACIONAL Reabertura de negociação para a melhoria da cláusula “AUXÍLIO-FUNEPROFISSIONALIZANTE Considerando a dificuldade das empre- RAL”, existente na Convenção Coletiva.


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CALOTE NO REAJUSTE SALARIAL

FUNILARIAS NEGOCIAM PARA NÃO PARAR F

oi só o Sindicato ameaçar fazer Greve Pipoca nas empresas de funilaria e pintura, retífica de motores e oficinas mecânicas, para os patrões se mexerem e começarem a negociar o pagamento do reajuste salarial que eles não vêm aplicando aos seus funcionários. Este é o setor do calote. O Sindicato vem lutando há anos para regularizar essa situação. Inclusive já recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho, que mandou as empresas pagarem o reajuste. Mesmo assim, a maioria não cumpriu a decisão. O setor está este caos por causa de um racha dos patrões. O Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos), que representava todo o setor, se dividiu em três, dando origem à criação do Sindimotor e do Sindifupi. Nenhum assinou a Convenção Coletiva, nenhum pagou o reajuste salarial de

9,95% nem o abono de 30%. “Não vamos mais aceitar esse desrespeito aos direitos dos trabalhadores”, afirma Eleno, nosso presidente. Para dar um basta nesta situação, o Sindicato decidiu deflagrar greve nas empresas que não negociarem. Já fizemos greve na Condé, na Vila Carioca, durante dois dias. A empresa negociou e fechou acordo para pagar o aumento salarial e o abono para os seus 40 funcionários. Diante da ameaça de greve, os patrões se manifestaram, começaram a negociar e a propor acordos para pagar os atrasados. O Sindicato espera receber propostas dos três sindicatos até o próximo dia 28, quando irá fazer uma assembléia com os trabalhadores do setor para votar as propostas. O setor tem cerca de 1.150 empresas e 7.500 trabalhadores.

Foram dois dias de greve, com apoio de diretores e assessores, até o acordo na Condé

Diretores e assessores do Sindicato foram pra porta da Condé e pararam a fábrica por dois dias

CHEGA DE IMPOSTOS

Governo recua no aumento de imposto s artigos da Medida Provisória 232, que elevam de 32% para 40% o imposto dos prestadores de serviços e outros segmentos, foram tão bombardeados pela sociedade organizada do nosso País, que o governo foi obrigado a recuar e reduzir a carga tributária dos setores que estavam sendo penalizados. A Força Sindical e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi foram duas das mais ativas entidades que pressionaram o governo e o Congresso para barrar o aumento do imposto. O Partido Democrático Trabalhista (PDT), liderado pelo presidente da Força Sindical e do Diretório do Partido em São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, também já havia entrado na Justiça contra os artigos da MP. A sociedade não aceitou a forma autoritária com que o governo tentou impor mais essa carga de impostos. Diante da pressão, o governo já propôs várias alterações na MP. Mesmo assim, não há garantias de que ela será aprovada no Congresso. A pressão continua!

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TABELA DO LEÃO

NO CLUBE ESPÉRIA: Paulinho, à frente do ato que reuniu mais de 1 mil empresários da indústria e do comércio, sindicalistas, OAB e representantes de outros setores organizados da sociedade, contra o aumento de impostos que impede o desenvolvimento econômico e social do País

A única regra da MP 232 que será mantida integralmente é da a correção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas, corrigida em 10% depois de muita pressão do movimento sindical. Vale lembrar que consideramos a correção insuficiente para evitar que o Leão continue mordendo indevidamente o bolso do trabalhador. Vamos continuar pressionando por uma correção maior!


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PROTESTO EM BRASÍLIA E NO CONGRESSO

TRABALHADORES ACAMPAM CONTRA OS JUROS ALTOS

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Força Sindical e o Sindicato coordenaram, nos dias 15 e 16 de março, várias manifestações em Brasília pela queda dos juros, pela aprovação da Reforma Sindical e pela suspensão da tributação para os prestadores de serviços. Isto depois de vários outros atos, como o que foi promovido em frente à sede do Banco Central, em São Paulo. Acampamos em frente ao Congresso Nacional, acendemos velas para “iluminar” as mentes dos diretores do Copom (Comitê de Política Monetária), que todo mês se reúne para decidir de quanto será a taxa básica de juros do País (Selic), e fritamos sardinha em frente ao Ministério da Fazenda contra os juros altos. Mesmo diante das pressões, o governo promoveu nova alta da taxa, que subiu para 19,25% ao ano. É o sétimo aumento seguido da taxa e a maior taxa do mundo. “Estão beneficiando os bancos e tirando o emprego de chefes de família, destruindo empresários e sufocando a economia”, lamentou Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força. Eleno Bezerra, presidente do Sindicato, acrescenta: “Queremos emprego, salário digno, indústrias produzindo, qualidade de vida. Mas o governo Lula só pensa em mais imposto, mais juros, mais arrecadação, mais superávit. É uma fome

Diretores Valdir, Mala, Juruna, ao lado de Paulinho, Eleno e Martelozo, à frente da passeata à luz de velas para iluminar as mentes “nada brilhantes” dos membros do Copom

insaciável, que mata por desnutrição, sucateia hospitais, alimenta a violência e a exclusão social”.

ACAMPAMENTO EM BRASÍLIA: nova forma de protestar contra o governo e sua política de juros altos

PROTESTO TODO MÊS As manifestações contra os juros altos vão se repetir todo mês. “Vamos continuar protestando até que o governo pare de penalizar a sociedade com juros que impedem o crescimento econômico e a geração de empregos”, afirma Elza Costa Pereira, vice-presidente do Sindicato.

BANDEIRA DE LUTA: marcamos nossa ação sindical contra a “palhaçada” dos juros altos

GERALDINO, MIGUEL E ELENO falam sobre a importância dos juros caírem e das reformas

FAIXA DO SINDICATO aponta o motivo do acampamento e dos protestos

UNIÃO: diretores, assessores e trabalhadores, juntos, no acampamento em Brasília


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MANIFESTAÇÃO

PASSEATA iluminada dos trabalhadores critica as medidas do governo

ELENO E PAULINHO acendem velas contra as trevas do Copom e para iluminar a cabeça dos membros do Comitê

Trabalhadores e sindicalistas cercam o Banco Central na grande manifestação contra os juros altos e impostos escorchantes Miguel, Paulinho, Eleno e sindicalistas fritam sardinhas em frente ao Banco Central contra os “tubarões” dos juros e impostos

PAULINHO, JURUNA E ELENO (sentados) defendem a aprovação da Reforma Sindical

Trabalhadores oram em frente ao Banco Central pedindo mudanças na economia ELZA discursa contra os juros altos, que subiram pelo sétimo mês seguido, e a favor das reformas e de mudanças na economia

EM FEVEREIRO, na avenida Paulista, a Força promoveu um bem-humorado protesto contra os juros do “aéreo” governo Lula. O ato contou com apoio de empresários


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HISTÓRIA

DEMOCRACIA SE APRENDE ORLANDO BRITO - REPRODUÇÃO REVISTA VEJA

DIRCE PEREIRA

GOVERNO DIFICULTA O AUXÍLIO-DOENÇA

Momento histórico para o Brasil. Tancredo Neves, José Sarney e Ulisses Guimarães coordenam a transição democrática que pôs fim à ditadura militar no País

João Carlos Gonçalves, Juruna, Diretor do Sindicato e Secretário-Geral da Força Sindical

As mudanças que o governo vai fazer na concessão do auxílio-doença, com o pretexto de evitar fraudes na Previdência, vão, na verdade, prejudicar os trabalhadores, que terão mais dificuldades em conseguir o benefício justamente no momento em que mais precisam, e vão receber menos. Hoje, o trabalhador pode requerer o auxílio após 4 meses de contribuição. Agora, terá de contribuir por no mínimo 12 meses para ter direito ao benefício. Isto vai deixar muitos trabalhadores, que não têm condições de trabalhar, sem amparo financeiro. O valor do auxílio também será menor: em vez de 80% da média dos maiores salários de contribuição, a base de cálculo será dos últimos 36 meses, tendo como teto o valor do último salário. “O trabalhador que realmente precisar do auxílio-doença, e que não tem nada a ver com as fraudes, será prejudicado”, afirma João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical. Para Juruna, o governo tem que combater as fraudes com fiscalização rigorosa, recadastramento dos beneficiários, caça aos sonegadores e punição aos fraudadores, e não atacando o trabalhador, que não tem como se defender.

JOGANDO CONTRA Em 2004 o Brasil cresceu 5,2% na média do crescimento mundial. Este ano já se fala em 3,5%. As previsões estão caindo por causa dos juros altos.

VERGONHA A ex-prefeita Marta Suplicy violou a Lei de Responsabilidade Fiscal, gastando bem mais do que arrecadou, deixando dívidas para o novo prefeito e a cidade em situação difícil. O próprio ministro da Fazenda assinou documento confirmando isto. Mas o presidente Lula (quem diria!) assinou uma medida provisória para livrar a Marta da punição que a lei determina.

amos voltar no tempo, até 1985. O Brasil vivia um momento de esperança, com Tancredo Neves eleito como o primeiro presidente civil depois de muitos anos. Apesar de ter sido escolhido pelo Congresso, o clima de ‘Diretas Já’ ainda tomava conta dos brasileiros. Era tudo uma questão de tempo. De lá para cá, muita coisa mudou. Na primeira eleição direta, o presidente eleito (Collor) mostrou-se um aventureiro e

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acabou sofrendo impeachment. Hoje, o presidente é um metalúrgico, e só o fato de podermos expressar as muitas críticas que temos a ele já mostra que vivemos em um país democrático. A democracia evolui. A cada ano o povo aprende a se manifestar mais, a se organizar, a conhecer os candidatos e a ser cidadão o ano inteiro, e não só em época de eleição. Temos ainda muitas desigualdades, exclusão social, cor-

rupção, políticos inescrupulosos querendo levar vantagens etc. Mas, na comemoração dos 20 anos de redemocratização no Brasil, o melhor presente é saber que a democracia veio para ficar, que é um caminho sem volta e, para que o estado de direito democrático continue se aperfeiçoando, cada brasileiro tem que ter sua cidadania respeitada e estar inserido no contexto do desenvolvimento e da soberania.

POLÍTICA

Três meses de trabalho e dedicação

O diretor e vereador Cláudio Prado (PDT) com trabalhadores na porta de fábrica

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estes 3 primeiros meses de mandato, o vereador Cláudio Prado (PDT) vem cumprindo com muita seriedade e eficiência a sua função de representante do povo da cidade de São Paulo. O vereador sempre está presente às discussões na Câmara Municipal, participando de todas as sessões e integrando a Comissão Permanente de Saúde, Promoção Social e Trabalho. Diretor do Sindicato, o vereador Cláudio Prado visita constantemente os bair-

ros, procurando soluções para os problemas. “Minhas prioridades são a busca de projetos que viabilizem melhorias na qualidade de vida de nossa população e a inserção da sociedade nas questões relevantes de políticas públicas que são debatidas no Plenário da Câmara Municipal”, declara. Para atingir estes objetivos, o vereador tem promovido eventos e debates, falando sobre seus projetos e sobre o funcionamento do Poder Legislativo.

Gabinete do VEREADOR CLÁUDIO PRADO (PDT) Câmara Municipal de São Paulo Viaduto Jacareí, 100 – 3º andar – Sala 313 Fone: (11) 3111-2254 – Fax: (11) 3111-3068

Algumas ações do vereador • O vereador e sua equipe organizaram a visita de mais de 60 delegados sindicais metalúrgicos à Câmara Municipal de São Paulo. • Diversas entidades filiadas à Força Sindical (Sindicatos dos Metalúrgicos, da Construção Civil, dos Edifícios, da Alimentação) também visitaram a Câmara e debateram os projetos do vereador. • No dia 8 de março, o vereador Cláudio Prado, e seu companheiro de bancada do PDT, homenagearam as trabalhadoras, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. • Apoio, com a ajuda da Força Comunidades, para mais de 90 candidatos para o Conselho Tutelar em toda cidade de São Paulo, e debate sobre as eleições do próximo dia 15 de maio, e sobre o tema “Crianças e Adolescentes”. • Subprefeituras: o vereador tem visitado os subprefeitos para discutir e encaminhar soluções para os problemas locais da população. • Moção apresentada à Camara Municipal em apoio a criação do Conselho Nacional de Técnicos de Segurança do Trabalho. • Visitas às fábricas para acompanhar a luta dos trabalhadores por melhores salários e condições mais dignas de trabalho.


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CURSOS DE DELEGADOS

TRABALHADOR VISITA A CÂMARA á foram reiniciados os Cursos de Formação de Delegados Sindicais de 2005, em Mogi das Cruzes, e o interesse dos trabalhadores pelos cursos é cada vez maior. A novidade deste ano é o Curso Nível 3, destinado àqueles que concluíram os Níveis 1 e 2. O primeiro curso Nível 3 foi realizado em 25 e 26 de fevereiro, e o de Nível 2, em 18 e 19 de março. “A nossa intenção é fazer com que todos os delegados sindicais façam os cursos, do Nível 1 até o Nível 3, e se qualifiquem ainda mais para enfrentar o dia-adia dentro da empresa, no movimento sindical e nas grandes questões nacionais”, explica Miguel Torres, secretário-geral do Sindicato e coordenador dos cursos. No dia 25/02, os delegados sindicais, antes de irem para o Clube de Campo de Mogi, visitaram, acompanhados do vereador Cláudio Prado (PDT), a Câmara Municipal e o gabinete do vereador. Os trabalhadores ficaram impressionados, pois nunca imaginaram ocupar o plenário, e tiveram a oportunidade de saber como funciona a Câmara e como se encaminha um projeto de lei. “É importante que os trabalhadores venham à Câmara e entendam o seu funcionamento. Meu gabinete está de portas abertas para atendê-los, porque eles têm uma função importante junto aos seus colegas na fábrica e à comunidade onde vivem”, diz o vereador.

J

COMPANHEIRO TRABALHADOR Nesta seção, “o metalúrgico” traz entrevistas feitas com trabalhadores da base. Neste espaço, o pessoal fala o que pensa sobre o Sindicato, sua atuação e envolvimento nas questões políticas, as reformas, enfim, sobre questões de interesse dos trabalhadores.

Vereador Cláudio Prado recebe os delegados sindicais na Câmara Municipal

Elza, Cláudio e Miguel acompanham os delegados sindicais na visita ao plenário da Câmara Municipal

o metalúrgico- O Plano de Lutas do Sindicato determina que a diretoria esteja ainda mais presente nas portas de fábricas. O que você acha disto? Neusa- Gostei do que o Eleno (presidente) falou na reunião dos delegados que aprovou o Plano de Lutas de 2005. Ele disse para nós ficarmos atentos e reclamar se os diretores não estiverem atendendo os trabalhadores. Eles são pontas firmes com os trabalhadores, mas achei isso importante.

Eleno, presidente; Miguel (de amarelo), coordenador dos cursos, e delegados sindicais durante uma pausa no Clube de Campo

o metalúrgico- O que você entendeu da reunião dos delegados? Neusa- Tudo o que foi discutido foi muito importante, inclusive o alerta para a gente colaborar com o Sindicato. Tudo é no sentido de fortalecer a ação sindical.

SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

Encontro de Cipeiros

o metalúrgico- Você acha o Plano de Lutas viável? Neusa- Acho que tudo o que foi pensado vai se concretizar e vamos sair dessa batalha de reforma sindical, trabalhista e outras lutas nas fábricas fortalecidos. Essas lutas vão beneficiar toda a nossa categoria.

Mesa: dr. Francisco, diretores Pereira e Luizinho (coordenador do DSST), Cláudia, Adonai e Josebel Encontro debate principais reivindicações dos cipeiros

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Departamento de Saúde e Segurança do Trabalhador (DSST) do Sindicato realizou no dia 12 de março mais um Encontro de Cipeiros Metalúrgicos, com a participação de cerca de 130 cipeiros, para discutir problemas e soluções que envolvem a área de segurança e saúde nas fábricas. Estes encontros serão realizados ao longo do ano e vão culminar no 9º ENCIMESP. O objetivo é orientar os cipeiros e discutir problemas

NEUSA BUENO Inspetora de acabamento da Xilotécnica

e temas que sustentarão as discussões no evento maior, em outubro. O Encontro foi aberto pelo presidente Eleno, que falou da importância do trabalho dos cipeiros nas fábricas e na preservação da saúde e integridade física dos seus companheiros. “Vamos lutar para que o presidente da Cipa seja eleito pelo trabalhador”, afirmou. A bandeira foi defendida pelo diretor Luizinho, coordenador do DSST, e pelo engenhei-

ro e consultor técnico do Impame (Instituto Nacional de Prevenção aos Acidentes com Máquinas e Equipamentos), Josebel Rubin. O médico do Trabalho dr. Francisco e a fisioterapeuta Cláudia falaram, respectivamente, sobre as práticas da Medicina do Trabalho e do Programa de Reabilitação em LER/DORT. Finalizando a programação, o técnico Adonai abriu a palavra para a plenária. O próximo Encontro será no dia 14 de maio. Os interessados em participar devem procurar os diretores do Sindicato. Trabalhadores que tiverem questionamentos relacionados ao ambiente de trabalho, CIPA, riscos de acidentes e doenças do trabalho devem procurar o DSST, no 1º andar do Sindicato.

o metalúrgico- Por que a participação do trabalhador nessas lutas é importante? Neusa- Temos que estar dispostos a fortalecer o Sindicato. É importante para a gente participar porque precisamos dessa força dentro das fábricas. Precisamos valorizar a ação dos trabalhadores e também da mulher, que hoje é presença maciça nas fábricas. o metalúrgico- Os encontros e cursos que o Sindicato promove ajudam nesse trabalho? Neusa- Ajudam e muito, ajudam a gente na conversa com os companheiros. A gente passa o aprendizado para eles. O ano de 2004 foi muito bom. Fiz o curso de nível 1 e foi muito bom, porque abriu mais a minha mente sobre várias questões, inclusive política. Achei o curso muito valioso e gostaria que mais companheiros participassem, inclusive as mulheres.


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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

Trabalhadores param no Dia de Luta pelo Emprego WERTHER SANTANA

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m uma campanha conjunta, a Força Sindical e a CUT realizaram no dia 17 deste mês um Dia Nacional de Luta pelo Emprego no setor de máquinas e implementos agrícolas. O Dia foi marcado por paralisações nas principais regiões onde estão concentradas as empresas desse segmento – Rio Grande do Sul e Matão (SP), que são base da CUT; Curitiba (PR) e Mogi das Cruzes, base da Força Sindical, e Catalão (GO), que não é filiado a nenhuma central sindical. O objetivo foi o de reverter as 4.400 demissões já realizadas pelas empresas desde dezembro. Elas alegam queda na produção. As paralisações atingiram 7.100 trabalhadores da John Deere (RS); 1.800 da CNH New Holland (PR); 3.500 da Marchesan e Baldan, em Matão. Na Valtra, fabricante de tratores da nossa base, não houve greve porque a empresa negociou e acertou um banco de horas para não demitir. As centrais vão encaminhar documento ao governo pedindo providências e abertura de negociações para discutir soluções para o setor.

SANTO REMÉDIO O Ministério da Saúde do Camboja adverte: esterco de vaca não faz bem à saúde. Parece um alerta óbvio. Mas o fato é que dezenas de pessoas foram até uma fazenda na província de Kampot em busca do esterco de uma vaca com supostos “poderes mágicos”, um santo remédio segundo o dono da mimosa, Kim Chan. Diante do repentino sucesso do esterco milagreiro, as autoridades se apressaram para alertar a população e divulgaram que a vaca não possui propriedades mágicas. O suposto poder de cura de seus excrementos poderia ter sido difundido por taxistas interessados em levar pessoas a essa zona remota. Acordo na fabricante de tratores Valtra, em Mogi, negociado pelo diretor Arakém e o presidente Eleno, garante o emprego dos trabalhadores

DISQUE-SINDICATO DOS METALÚRGICOS

0800-771.1119 Um canal aberto contra trabalho terceirizado e temporário ilegais

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Disque-Sindicato, lançado pelo Sindicato no dia 17 de fevereiro, recebeu, até o dia 18 de março, mais de 400 denúncias de trabalhadores sobre irregularidades nas empresas. A maioria é sobre falta de registro, banco de horas irregular, não depósitos do FGTS. O Disque-Sindicato foi lançado para que os trabalhadores denunciem sobre trabalho terceirizado e temporário ilegais. O número é 0800-771.1119. A ligação é gratuita e o trabalhador não precisa se identificar. Basta informar o nome da empresa e o que está aconte-

cendo para que o Sindicato possa tomar providências. A iniciativa visa ajudar os trabalhadores que têm medo de denunciar esse tipo de irregularidade ao diretor do Sindicato na porta da fábrica, por medo de represálias do patrão. O serviço funciona de 2ª a 6ª feira, das 8h às 20h. Para denunciar outros tipos de irregularidades (atraso de salário, calote no 13º, falta de holerite etc.), o trabalhador deve ligar para 3388-1000 e pedir para falar com o diretor do seu setor, ou reclamar com ele na porta da fábrica.

POLÍTICOS E TRABALHADORES

Foi Bem

Foi Mal

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Nesta seção, as notícias mais esquisitas que aconteceram no mundo. De tão absurdas, o leitor vai achar que é mentira: “Só pode ser piada”. Mas o jornal ‘o metalúrgico’ garante: São todas verdadeiras.

presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, defender a contratação de parentes sem concurso na administração pública. Não importa se com ou sem diploma universitário, a proposta é indecorosa. Aliás, são indecorosos outros encaminhamentos do nobre deputado. Cavalcanti tentou aumentar os salários dos deputados de R$ 12.870 para R$ 21.500. Não conseguiu. Derrotado, na base da canetada e não do voto, aumentou a verba de gabinete dos parlamentares, de R$ 35.350 para R$ 44.187, privilegiando as mordomias. Um descaso total com relação à realidade da maioria da população brasileira.

A

vitoriosa mobilização da sociedade brasileira contra a Medida Proviória 232 do governo, que aumentou em 25% o imposto das pequenas e médias empresas, dos trabalhadores autônomos e de outros setores produtivos. Eles já pagam 32% sobre o lucro presumido. A medida aumentaria o custo das empresas e causaria mais desemprego. Os setores organizados se indignaram, foram às ruas e o governo recuou. Quando a sociedade se organiza, não engole sapo. O governo tem de respeitar os interesses da maioria da população e mudar sua política de juros altos e impostos. Senão, terá de enfrentar a pressão da sociedade organizada.

MÚSICA AOS SONEGADORES Os fraudadores de impostos de uma cidade ao sul da Índia ganharam da prefeitura música nas portas de suas casas. Antes que pensem que isto é um prêmio, e não um castigo, vale esclarecer que a visita é de 20 bandas que ficam batucando a noite inteira e não deixam o sonegador dormir. A barulheira só vai embora depois que o devedor pagar tudo o que deve. Talvez fosse uma boa medida para adotar pelas bandas de cá, mas corre-se o risco de faltar instrumentos.

SE DISFARÇOU DE MÃE PARA RECEBER A PENSÃO A polícia da Turquia prendeu um homem que tentava se passar pela mãe morta para receber sua pensão. Serafettin Gencel, 47 anos, foi desmascarado por funcionários do banco que desconfiaram da voz grossa “da cliente”. O estelionatário foi ao banco vestido com as roupas da mãe. Sem conseguir disfarçar a voz, levantou a suspeita do caixa, que chamou o gerente. Este alegou problemas rotineiros e pediu que a cliente voltasse em dois dias. Com uma foto tirada sorrateiramente, os funcionários chamaram a polícia, que prendeu Gencel em casa. Lá, a polícia descobriu o corpo da mãe, que o filho alegou ter morrido há dois anos de causas naturais. Ele já tinha retirado US$ 6,3 mil desde a morte da mãe.


o metalúrgico - 11

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CONQUISTAS E DEFESA DE DIREITOS

LUTA NAS FÁBRICAS SE INTENSIFICA Cumprindo o Plano de Lutas aprovado para este ano, a diretoria do Sindicato está mais intensamente nas portas das fábricas ouvindo os trabalhadores e buscando a melhoria dos direitos trabalhistas e outros benefícios. Confira ao lado algumas dessas ações.

RESISTÊNCIA Depois de três dias de greve, os trabalhadores da IMBE conquistaram uma PLR de R$ 550 e estabilidade de 60 dias. Liderados pelo DIRETOR TECO, com apoio do SECRETÁRIOGERAL, MIGUEL, e da diretoria, eles resistiram à pressão da empresa e ao aparato policial montado na porta da fábrica para impedir os protestos. A empresa queria dar apenas R$ 29,40 de PLR, alegando o não cumprimento das metas em 2004. Banco de horas regularizado Outra mobilização, comandada pelo diretor Teco, fez com que o banco de horas, que funcionava irregularmente na empresa, fosse pago como horas-extras. Foram 11 mil extras no total, com acréscimo de 50%, totalizando R$ 130 mil a serem rateados entre os trabalhadores. Cada um vai receber R$ 1.500, em três parcelas, este mês, em abril e maio. WERTHER SANTANA

JORNADA MENOR Na ARMCO DO BRASIL, os trabalhadores, liderados pelo DIRETOR VALDIR, com apoio do presidente ELENO, terão a jornada de trabalho reduzida de 44 para 42 horas a partir de abril, sem banco de horas, sem redução de salários e sem aumento de valor nos benefícios (transporte, alimentação, convênio médico), como queriam os patrões. A empresa assumiu as horas paradas.

GRANA EXTRA Em assembléia realizada dentro da própria empresa, comandada pelo DIRETOR JOÃO DD, os trabalhadores da METALÚRGICA PERFEC aprovaram a proposta de Participação nos Lucros ou Resultados no valor de R$ 300. O pagamento será feito em duas parcelas: a primeira, em 31 de julho/2005 e, a segunda, em 28 de fevereiro/2006.

FABIANA ALVES

MAIS PLR

META FÁCIL

Os trabalhadores da GREIF (antiga Van Leer), em assembléia comandada pelo DIRETOR MARTELOZO, aprovaram a proposta de PLR feita pela empresa no valor de R$ 1.163, a ser paga em duas parcelas, a primeira, em junho/2005, no valor de R$ 600, e a segunda de R$ 563 – que poderá ser maior dependendo do aferimento das metas –, a ser paga em janeiro de 2006.

NOVO ACORDO O DIRETOR MALA comandou assembléia na MULTIBRÁS, que aprovou a PLR de R$ 1.200, da seguinte forma: R$ 500 a título de antecipação, para todos os trabalhadores, em 15/08/2005, mais R$ 700, a serem pagos em 15/02/06. O valor do segundo pagamento está atrelado às metas. Os R$ 500 da primeira parcela independem de metas.

Na COMBUSTOL e METALPÓ, em assembléia comandada pelo DIRETOR PEREIRA e pelo ASSESSOR DAVID (que será empossado DIRETOR no dia 8 de abril), os cerca de 600 trabalhadores das duas empresas aprovaram a PLR de, no mínimo, R$ 972 (se atingidas as metas), a ser paga em duas vezes: uma antecipação de R$ 300 em 29/07/05 e o restante em fevereiro/2006.

APROVADO Na VENTISILVA, os trabalhadores, em assembléia comandada pelo DIRETOR JEFFERSON, aprovaram a nova PLR, no valor de R$ 490. O benefício será pago em duas vezes, vinculado às metas. A primeira parcela, de 50% do valor, será paga no dia 20 de abril próximo; a segunda tem data marcada para pagamento em 20 de maio deste ano.


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FORÇA ESPORTE CLUBE

Vai começar o Campeonato Paulista O Força Esporte Clube inicia, no dia 10 de abril, sua participação no Campeonato Paulista da 2ª Divisão de Profissionais, jogando no Estádio Municipal de Caieiras, onde manda seus jogos, contra o Mogi das Cruzes. O Campeonato será disputado por 40 equipes de todo o Estado, sendo que as quatro finalistas ganharão o direito de, no ano que vem, disputar a 1ª Divisão. Outra categoria do Força, a Sub-16, estará disputando, em maio, a final do Campeonato Sul-Americano no Chile, direito que adquiriu em dezembro/2004, quando se sagrou campeã da Copa Mercosul Sub-16, vencendo por 1 a 0 a forte equipe do Corinthians Paulista, no CT de Itaquera. Fundado em 2000, o Força já revelou jovens valores, como Dinelson (Corinthians), Alemão (Japão), Robert (São

CINEMA

“O CASAMENTO DE ROMEU E JULIETA” Mais um desafio esportivo para os jogadores do Força Esporte Clube

Paulo), Rodrigo (Palmeiras B), Ly (Vitória-BA, goleiro) e Thiaguinho (AtléticoMG). Outras novidades no Força Esporte Clube são algumas mudanças em sua

diretoria e na comissão técnica, que agora tem Célio Silva, ex-craque do Corinthians, como treinador, e o retorno do ex-árbitro da FIFA Ulysses Tavares da Silva como supervisor técnico.

DIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

Força distribui cupons para o

1º de Maio

ARQUIVO FORÇA SINDICAL

A Força Sindical está distribuindo, desde o dia 22, cupons para a população participar do sorteio de prêmios que será realizado durante as comemorações do 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalho. O evento será na praça Campo de Bagatelle, próximo aos metrôs Santana e Carandiru, das 8h às 17h, zona norte. Serão distribuídos 6 milhões de cupons, que darão direito a participar do sorteio de 5 APARTAMENTOS E 10 CARROS ZERO KM. A distribuição de cupons também está sendo feita nos sindicatos filiados à Central. Nosso Sindicato distribuirá cupons na rua Galvão Bueno e rua do Carmo. A partir de 28 de março, os cupons serão distribuídos nas estações do metrô, ferrovias e terminais de ônibus. Qualquer pessoa pode pegar o cupom. A diferença é que os trabalhadores sindicalizados terão direito a três cupons. Os não-sindicalizados poderão pegar apenas um cupom. A estimativa da Força Sindical é que 1,5 milhão de pessoas participem da festa. LEMA O lema do 1º de Maio deste ano é “Distribuir Renda é Fortalecer o Brasil”. Segundo Paulinho, presidente da Força, “será um ótimo momento para reivindicarmos do governo uma melhor distribuição de renda, Reforma Sindical, redução da jornada de trabalho, redução de impostos e juros, mais empregos, reposição de perdas dos aposentados”.

Música, teatro, cinema, televisão, esporte. Em São Paulo, é possível usufruir de boa cultura sem gastar muito. Esta seção vai atrás de programas bons, baratos e que valem a pena conhecer. Confira!

A festa será animada por Leonardo, Daniel, Alexandre Pires, Rick e Renner, Rodriguinho, Boka Loka, Revelação, Sorriso Maroto, Guilherme e Santiago, Bruno e Marrone, Zezé di Camargo e Luciano, Rio Negro e Solimões, Edson e Hudson,

PARA CRIANÇAS E ADULTOS

“ROBÔS” Cria um mundo inteiramente novo e quebra barreiras tecnológicas na animação por computador. Em ritmo histérico, personagens e cenários perfeitos invadem os sentidos do espectador. O roteiro é bem-humorado e as situações bastante criativas. Nos cinemas, há a versão legendada, ou dublada, em que dá para reconhecer a voz do galã Reynaldo Gianecchini no papel do herói. A história é a de um robô inventor que se muda para a cidade grande para encontrar seu ídolo. Lá, é abrigado por uma turma de robôs de rua.

O OSCAR VAI PARA:

LEONARDO

DANIEL ALEXANDRE PIRES

entre outros.

ee p i c i t r a P aa concorr

Começa durante o segundo jogo das finais do Campeonato Paulista de 1974, em que o Palmeiras derrotou o Corinthians, na fila desde 1954. É nesse contexto que surge a paixão entre um corintiano (Marco Ricca) e a filha (Luana Piovani) de um palmeirense (Luís Gustavo). Romance, futebol e comédia se misturam neste filme de Bruno Barreto, que até hoje tem o título da maior bilheteria do cinema com Dona Flor e seus Dois Maridos.

5 APARTAMENTOS e 10 CARROS ZERO KM

As salas de cinema estão ocupadas pelos filmes que passaram pelo Oscar. O grande vencedor, “Menina de Ouro”, conta a história de uma boxeadora que quer ser treinada por um mestre dos ringues (Clint Eastwood). A atuação de Hillary Swank como a menina deu a ela seu segundo Oscar. “O Aviador”, do diretor Martin Scorsese, conta a história do multimilionário americano Howard Hughes, que tinha duas paixões: aviões e cinema. O problema é que ele era pirado e fazia loucuras por essas paixões. “Ray” conta a história do músico cego Ray Charles, desde a infância, passando pela morte do irmão, a cegueira que o atacou ainda menino, até se tornar um grande astro da música. “Sideways – Entre Umas e Outras” celebra a amizade, as mulheres e... vinho, porque o personagem principal é especialista em vinhos e, junto com um amigo, faz uma viagem antes de se casar. Divertido!


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