O metal 524

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ANO 63 – FEVEREIRO DE 2006 – Nº 524

DELEGADOS SINDICAIS APROVAM PLANO DE LUTAS DE 2006 á estão definidas as bandeiras de luta do Sindicato para 2006. Elas foram aprovadas por mais de 800 delegados sindicais, de 394 empresas metalúrgicas de São Paulo e Mogi, no Encontro realizado no Palácio do Trabalhador, no dia 16 de fevereiro. “Este é o segundo Encontro que realizo como presidente do Sindicato, para aprovação das nossas metas, que são de amplo alcance social e exigirão muita organização para fortalecermos as ações do Sindicato na busca de novas conquistas, na defesa dos direitos e melhoria nas condições de trabalho e de salários”, disse Eleno Bezerra, presidente do Sindicato. PALESTRAS O Encontro de Delegados contou com a participação de especialistas em questões sindicais e econômicas, como Raimundo Magliano Filho, presidente da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), e Luís Abdal, diretor de marketing da Bolsa, que falou sobre o lançamento do ‘Projeto Educar’. “Este projeto visa oferecer cursos e palestras sobre educação financeira, ensinar como poupar, administrar finanças, dar noções de planejamento de recursos financeiros e mostrar que as pessoas comuns podem participar dos investimentos na Bolsa”, disse. Mauro Halfeld, professor da Universidade Federal do Paraná, falou sobre ‘Economia Doméstica’, abordando a questão dos juros, de quanto o trabalhador perde financeiramente por

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fazer dívida, comprar por impulso, não fazer contas e aceitar os juros do crediário, entre outras orientações. O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, falou sobre ‘Conjuntura do Mercado de Trabalho’; e, João Guilherme, comentarista político, sobre ‘Política Sindical’ e a importância da luta pela organização nos locais de trabalho e da estratégia para os trabalhadores conquistarem o que reivindicam. (Leia mais na página 3)

Mais de 800 delegados sindicais participaram do Encontro realizado no Palácio do Trabalhador e aprovaram o Plano de Lutas Eleno Bezerra, Presidente do Sindicato, coordenou os debates com os trabalhadores

Paulinho, Presidente da Força Sindical: “Vamos nos organizar politicamente para mudar a economia.”

Mauro Halfeld (Economista)

Miguel Torres, Secretário-Geral: “Os Cursos de Delegados vão tratar do Projeto Educar.”

BANDEIRAS DE LUTA APROVADAS

PALESTRANTES: Os delegados sindicais tiveram a oportunidade de ouvir especialistas em economia e sindicalismo no Encontro promovido pelo Sindicato

Elza, Tesoureira do Sindicato: “É ano eleitoral. Vamos buscar um futuro melhor.”

Raimundo Magliano (Presidente da Bovespa)

Luís Abdal (Diretor da Bovespa)

Clemente Ganz Lúcio (Diretor do Dieese)

João Guilherme (Comentarista Político)

• Aumento real de salário • Luta contra a terceirização (que precariza as condições de trabalho e de segurança, desemprega e reduz salários) • Equiparação Salarial e Plano de Cargos e Salários • Organização no local de trabalho (com segurança no trabalho, reconhecimento e estabilidade do delegado sindical) • Redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, e geração de empregos • Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) para todos • Cesta básica e Convênio médico • Regularização da utilização da mão-de-obra de presos • Sindicalização • Cipa e fortalecimento da ação dos cipeiros • Piso Salarial Único


2 - o metalúrgico

FEVEREIRO DE 2005

EDITORIAL

ENCONTRO HISTÓRICO

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Encontro de Delegados Sindicais que realizamos no dia 16 de fevereiro marca o início da nossa grande luta para o ano de 2006. Ali, definimos as bandeiras que vamos defender e a nossa organização para atingirmos as nossas metas. Vamos bater firme na questão da terceirização, que desemprega, arrocha salários, precariza as condições de trabalho e discrimina o trabalhador. Faremos com que as terceirizadas cumpram a Convenção Coletiva de Trabalho, garantindo todos os direitos e benefícios aos seus funcionários. Se a empresa não atender a esta exigência toda a fábrica será paralisada, pois a empresa que contratou a terceirizada é responsável por esta situação também. Nos últimos oito meses, já tivemos um resultado significativo nesta luta. Negociamos com 43 empresas terceirizadas, que passaram a cumprir a Convenção,

beneficiando 3.346 trabalhadores. Só na questão salarial, esses trabalhadores tiveram um ganho salarial de 64%, pois ganhavam menos que o piso da categoria. Vamos buscar a PLR para todos, como forma de valorização dos salários, e propor que parte da PLR seja transformada em ações da empresa, que pode montar um clube de investimentos na Bolsa de Valores, assumir a parte da PLR do trabalhador na Bolsa e fazer este dinheiro render. Temos muito pelo que lutar e a conquistar. Unam-se a esta luta pela melhoria das condições de vida e trabalho e pelo fortalecimento e valorização dos trabalhadores metalúrgicos.

Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO

O Encontro dos Delegados Sindicais definiu as metas do Sindicato para 2006. A opinião da categoria neste processo é fundamental. Veja abaixo alguns depoimentos colhidos no dia do evento realizado no Palácio do Trabalhador. “Me desenvolvi bastante enquanto trabalhadora e cidadã depois que me tornei delegada sindical. Aprendi, e hoje incentivo meus companheiros a lutar pela igualdade profissional e salarial entre homem e mulher. Depois dos Encontros e Cursos que participei, e dos conhecimentos que adquiri, vejo que as mulheres estão participando mais ativamente do mercado de trabalho e das lutas de sua categoria. E sem deixar de ser esposas, mães e donas de casa. É importante a mulher lutar por seus direitos, ocupar o seu espaço profissional e na sociedade, valendose, unicamente, de sua capacidade e força de trabalho.” VALDECI DA CRUZ – operadora de montagem - Fusibras ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

ARTIGO

SALÁRIO MÍNIMO

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ma proposta inovadora para o salário mínimo partiu das centrais sindicais para o Congresso Nacional. A idéia é estabelecer uma política permanente de recuperação do poder de compra do mínimo. Para fazer isto, os reajustes anuais seriam calculados somando a inflação com o dobro do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do período. Repor a inflação significa repor o poder de compra do salário. A evolução do PIB significa o quanto o País cresceu em um ano. Aumentar o mínimo com base no dobro do crescimento do PIB significa que os trabalhadores que ganham o mínimo terão aumentos maiores que a média do País. Com isto, o salário mínimo será um forte instrumento de justiça social, pois os que ganham menos vão ter aumentos maiores, saindo do fundo da pirâmide social. Isto corrige as distorções de um País que está em penúltimo lugar no mundo

em distribuição de renda. Outra proposta é o aumento dos benefícios dos aposentados e pensionistas que ganham mais de um salário mínimo. Este ano, por exemplo, o mínimo teve aumento real de quase 13%, mas os aposentados que ganham mais de um mínimo devem receber apenas a reposição da inflação. Nos últimos cinco anos, o mínimo subiu 98,68%, mas para os aposentados que ganham acima dele o reajuste foi de 56,46%. Injusto! A bandeira é que todos os aposentados do País recebam a mesma a correção do salário mínimo, com aumentos reais todos os anos.

o metalúrgico

Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Eleno José Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Carlos Tonon (Tarugo), Francisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Francisco Campos, José

FEVEREIRO DE 2006 Ano 63 – Edição nº 524 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP Home Page: www.metalurgicos.org.br E-mail: info@metalurgicos.org.br

Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL

“Ser delegado sindical me deu a oportunidade de ampliar meus conhecimentos e lutar mais pelos direitos dos meus companheiros. Entendo como função do delegado sindicalizar o maior número possível de trabalhadores, mostrando-lhes as vantagens de serem sindicalizados, levandoos para dentro da entidade, fazendo com que participem de palestras, reuniões, seminários, cursos etc. Se as coisas já são difíceis para o trabalhador tendo a representatividade de um Sindicato forte como o nosso, como não seria se estivéssemos sozinhos?” VALMIR MEDEIROS CAVALCANTE –ajustador fer ramenteiro - Equacional ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“Sou delegada sindical há pouco tempo, e este é o primeiro Encontro do qual participo. Me tornei delegada para poder realizar cursos, me aprimorar politicamente, aumentar meus conhecimentos e, desta forma, ajudar mais meus colegas de empresa. Sei que tenho muito a aprender, e foi por isto que resolvi me envolver mais na luta sindical. Quero somar, conquistar e participar mais ativamente da luta dos trabalhadores. Muitos outros Encontros virão, e quero estar em todos!” TEREZINHA DOS SANTOS – operadora de máquina - Invensys

Veja o vídeo do Encontro de Delegados no site do Sindicato: www.metalurgicos.org.br Lúcio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luís Carlos de Oliveira (Luisinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Sales José da Silva, Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva. Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém), Paulo Fernandes de Souza (Paulão)

Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Edson Baptista - MTb 17.898 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana, Werther Santana, Iugo Koyama Diagramação Rodney Simões, Vanderlei Tavares Impressão ART PRINTER Tiragem: 300 mil exemplares


o metalúrgico - 3

FEVEREIRO DE 2005

ORGANIZAÇÃO SINDICAL

ENCONTRO DE DELEGADOS

METALÚRGICOS DE CATALÃO VISITAM SÃO PAULO

Balanço das lutas o Encontro dos nossos delegados, o secretário-geral do Sindicato, Miguel Torres, apresentou um balanço das ações realizadas pelo Sindicato em 2005 e os resultados positivos desse trabalho. ”Todas essas conquistas são fruto da organização dos delegados, da nossa mobilização, e demonstram a força que a categoria tem e por que está à frente das lutas dos trabalhadores”, afirma Miguel. Acompanhe: -Redução da jornada de trabalho sem redução salarial: mais de 36% da nossa categoria já trabalha menos de 44h semanais. Essa marca foi atingida em 2005. -PLR: fizemos acordos nas empresas que não pagavam o benefício e melhoramos o valor nas que já faziam acordos. Em 2005, o número de acordos cresceu 40%, beneficiando mais de 59 mil trabalhadores. Eles receberam, em média, R$ 720. -Cesta básica e convênio médico: em 2004, 40% da categoria tinha os dois be-

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nefícios. Em 2005, chegamos a 50%. -Plano de cargos e equiparação salarial: Em 2005, ampliamos esses benefícios para mais de 10 mil trabalhadores. -Cipeiros: implantamos a política de incentivo aos cipeiros nas fábricas, nosso Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho ampliou suas ações, realizou o 9º Encimesp, e garantimos a reintegração de cipeiros demitidos e seus direitos trabalhistas. -Campanha de sindicalização: em 2005, atingimos 40% da categoria. -Temporários, terceirizados e cooperados: nossa luta contra a terceirização, que precariza o trabalho, as condições de segurança e reduz salários, já garantiu a mais de 60 mil trabalhadores de 43 empresas terceirizadas todos os direitos da nossa Convenção Coletiva de Trabalho. -Cursos de delegados: realizamos 18 cursos de níveis 1, 2 e 3 com mais de mil delegados. Este ano teremos cursos de nível 4.

o final do ano pas“Fizemos questão de comsado Eleno Bezerra, parecer ao Encontro de presidente do nosso SinDelegados em São Paulo dicato e da CNTM, estepara ver de perto a atuave, junto com os diretoção desse que, não à toa, res Ceará, Pereira, Ortiz, é o maior Sindicato de traLuisinho, David e Edson, balhadores da América na cidade de Catalão Latina. Aproveitamos para (GO), ajudando o Sindiacompanhar várias ascato dos Metalúrgicos sembléias realizadas nas de lá a parar a Mitsuempresas de São Paulo e Albino, presidente do Sindicato bishi e garantir aos tra- dos Metalúrgicos de Catalão constatamos o quanto balhadores da empresa este Sindicato é respeitauma PLR no valor de um salário nominal do pelos trabalhadores. Aprendemos muimais R$ 700 (inclusive para os funcioná- to!”, garante Carlos Albino, presidente do rios administrativos de São Paulo). Ago- Sindicato de Catalão. ra, durante a realização do nosso EnconAcompanharam Albino em sua viatro de Delegados Sindicais, no dia 16/ gem a São Paulo seu vice, Rodrigo 02, foi a vez dos nossos companheiros Caravello, e os diretores André Felício, goianos retribuírem a visita. Fábio Mariano e Anicésio Ferreira.

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MEU GURI DE BRAÇOS DADOS COM A COMUNIDADE O

Centro de Atendimento Biopsicossocial Meu Guri inaugurou, no dia 16 de fevereiro, mais um espaço voltado para famílias que sofrem com o problema da violência doméstica. Trata-se do Núcleo de Atendimento Comunitário Meu Guri, localizado na av. Guapira, 920, Tucuruvi, antiga subsede do Sindicato. O Núcleo vai atender, gratuitamente, famílias da comunidade encaminhadas pelos órgãos de proteção aos direitos da criança e do adolescente, no sentido de trabalhar a prevenção da violência doméstica e evitar que mais crianças e adolescentes sejam encaminhados para abrigos. “Os casos de violência doméstica, com enfoque para o abandono e maus-tratos de crianças, como os divulgados recentemente pela imprensa, retratam a gravidade da situação e a necessidade de a sociedade se mobilizar, pelo bem-estar das nossas crianças e jovens”, afirma Elza Costa Pereira, presidente do Meu Guri. HISTÓRIA DE VIDA A inauguração começou com a apresentação de um vídeo contando a história do Meu Guri e a história de vida de Jonilson e Dayane, dois jovens que cresceram no abrigo e, hoje, com 18 anos, estão deixando a entidade para caminhar com as próprias pernas. No abrigo, os jovens tiveram a oportunidade de estudar, crescer junto com os irmãos, conviver socialmente e aprender uma profissão. Estão saindo de lá com emprego certo. “Este projeto surgiu para cuidarmos de pessoas que estão à margem da sociedade e para mostrar que, se todos derem um pouquinho de si, a coisa muda”, disse Paulinho, presidente da Força Sindical. “A sociedade vem se transformando,

mas o Estado brasileiro ainda não teve a capacidade de se transformar, criar uma política social e atender a nossa infância e juventude”, afirmou Eleno Bezerra, presidente do nosso Sindicato. PRESENÇAS A inauguração contou com a presença da secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Maria Helena de Castro; do vereador Cláudio Prado; de representantes do Conselho Municipal de Assistência Social; dos Conselhos Tutelares de Santana/Tucuruvi e do Jaçanã/ Tremembé; Secretaria de Assist. Social da Subprefeitura do Jaçanã; Centro de Orientação à Família; Ação Local XV de Novembro; Assoc. Amigos de Bairro do Tucuruvi; Eunice Cabral, pres. do Sindicato das Costureiras de SP, que doou as máquinas para a oficina de costura do Núcleo; Ricardo Patah, pres. do Sind. dos Comerciários.

Eleno, presidente do Sindicato, e Paulinho, presidente da Força Sindical, prestigiam a inauguração do Núcleo Comunitário junto com Elza, presidente do Meu Guri, e Maria Helena, secretária Estadual de Assistência Social

Outros serviços do NÚCLEO Posto do Centro de Solidariedade ao Trabalhador, com prioridade para o primeiro emprego

Espaço Cultural Pró-Criança (para divulgar a história do atendimento social às crianças e promover o combate à violência doméstica por meio do universo artístico)

Bazar beneficente

Oficina de costura, para geração de renda

Núcleo de Atendimento Comunitário Meu Guri: nucleomeuguri@uol.com.br - Tel.: 6201-7479

Sala de arte

Sala de atendimento familiar

Sala de brinquedo

Centro Meu Guri: www.meuguri.com.br - Tels.: 4485-4555/5553


4 - o metalúrgico

FEVEREIRO DE 2005

CONSTRUÇÃO CIVIL

Ramalho inicia luta por aumento salarial O

Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, presidido por Antonio de Sousa Ramalho, já entregou ao Sinduscon (entidade patronal) a pauta de reivindicações da categoria, dando início às negociações salariais deste ano. A data-base é 1º de maio. A categoria, com 400 mil trabalhadores, reivindica reposição integral da inflação aos salários, 12% de aumento real, plano de saúde, seguro de vida obrigatório, patrocínio de cursos técnico e superior, PLR (Participação nos Lucros ou Re-

sultados), comitê de segurança do trabalho por obra e quatro horas semanais, a cada 2 meses, para os trabalhadores participarem de cursos, seminários e eventos sobre segurança no trabalho. “É ano eleitoral e, com o pacote da habitação, a construção civil terá mais dinheiro. Estaremos mobilizados para exigir a nossa parte do lucro patronal”, diz Ramalho. O sindicalista participou do nosso Encontro de Delegados Sindicais, e o nosso Sindicato vai apoiar a luta dos companheiros da Construção Civil.

Ramalho entrega pauta de reivindicações dos trabalhadores da Construção Civil aos patrões

ENTREVISTA

PATAH: MUDANÇAS PARA OS COMERCIÁRIOS O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, fala nesta entrevista sobre as principais realizações de seu primeiro mandato, a importância da comunicação com a categoria e uma luta conjunta com os metalúrgicos de São Paulo o metalúrgico – Como está o Sindicato neste seu 1º mandato como presidente? Patah – Em processo constante de melhorias para a categoria. Inauguramos, nestes 2 anos e meio, seis novas subsedes (totalizando oito), e estamos mais próximos dos trabalhadores. Reestruturamos o Sindicato para agilizar e ampliar nossas ações sindicais e políticas e promovemos cursos para que nossos colaboradores acompanhem essas mudanças. o metalúrgico – Os sócios estão tendo novos benefícios e serviços? Patah – Já fizemos, neste mandato, mais de 42 mil novos sócios. Firmamos convênios com 53 faculdades, que garantem descontos nas mensalidades e permitem que todos concluam seus estudos. Outra conquista importante foi na área de comunicação social: nosso jornal oficial é veiculado quinzenalmente com uma tiragem de 110 mil exemplares; editamos trimestralmente 70 mil revistas, e o nosso site (www.comerciarios.org.br) já

contabiliza 800 mil acessos. Destaco nosso programa Idéias em Debate, na TV Comunitária (canal 9 da NET), 5ª feira (21 horas); 6ª feira (20 horas) e domingo (18h30). Estes veículos possibilitam aos comerciários e trabalhadores de outras categorias um maior discernimento dos fatos na defesa de seus direitos. o metalúrgico – O Sindicato vai inaugurar uma nova sede? Patah – Sim, em maio, na comemoração dos 65 anos do Sindicato. Como 20% da nossa categoria é formada por jovens, a nova sede terá um cibercafé. Teremos também um Centro de Solidariedade ao Trabalhador, atendimento especial para aposentados e assistência médica/ odontológica de altíssima qualidade. o metalúrgico – O Sindicato já está em Campanha Salarial? Patah – Nossa data-base é setembro, mas iniciaremos as negociações em março. Nossas reivindicações básicas são

PLR, melhoria nos benefícios de quem trabalha domingos e feriados, regularização do trabalho informal e o fim das horasextras, para gerar mais vagas no comércio. Vamos lutar por aumento real de salários e temos o compromisso de fazer uma campanha conjunta com os Metalúrgicos de São Paulo para os trabalhadores das revendas de automóveis. o metalúrgico – É um ano eleitoral. Qual a sua posição política? Patah – Ano de eleição traz expectativas de mudanças sociais, políticas e econômicas. Os próximos governantes deveriam dar mais atenção à educação, à saúde, ao sanemanto básico e investir em infra-estrutura, melhorando nossas estradas e otimizando as exportações. Espero que os juros baixem, fomentando o crescimento econômico, a produção e a geração de empregos. Queremos o Brasil como uma potência econômica, com distribuição de renda, igualdade de oportunidades e justiça social.

Natural de São Paulo, tem 52 anos, é casado pela segunda vez, pai de quatro filhos e tem um enteado. Formado em Administração de Empresas e Direito, Patah ingressou na categoria em 1972, iniciando suas atividades sindicais em 1980. Passou a dedicar-se à militância diária em 1991, tornando-se diretor do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Foi eleito presidente em 2003 e está no primeiro mandato. É Tesoureiro-Geral da Executiva Nacional da Força Sindical e representa uma categoria com 430 mil trabalhadores.

Campanha contra a pirataria

Aposentados exigem aumento

M

ais de 2 mil aposentados e pensionistas de várias categorias puseram o bloco de Carnaval “Quero o Que é Meu” na rua, no dia 23 de fevereiro, para exigir aumento real para todos os benefícios de valor acima do salário mínimo. A manifestação, convocada pelo Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical e centrais sindicais, foi no Viaduto Santa Ifigênia, em frente ao INSS. As centrais estão intensificando as manifestações em todo o País para que os aposentados recebam o mesmo aumento, de 16,67%, dado ao salário mínimo. O governo quer repassar apenas a inflação, que deve dar uns 4,5%. Este foi o segundo ato dos aposentados em São Paulo. O primeiro foi uma passeata, que saiu da sede do Sindicato da categoria, na rua do Carmo, até o INSS. “Se não mudarmos esta situação agora, daqui a alguns anos todos

QUEM É RICARDO PATAH

A manifestação contou com mais de 2 mil aposentados

os aposentados do Brasil estarão ganhando salário mínimo”, disse Paulinho, presidente da Força Sindical. “Vamos buscar a recuperação do poder de compra dos aposentados de todo jeito”, afirmou João Inocentini, presidente do Sindicato dos Aposentados. As centrais enviaram um documento ao governo federal pedindo abertura de negociação sobre o reajuste e implantação de uma política de reajustes para o mínimo.

A Força Sindical São Paulo promoveu o “Seminário Sobre o Impacto da Pirataria no Emprego e na Ação Sindical”, para discutir propostas de combate à produção e comercialização de produtos e empresas “piratas”. “Produtos pirateados causam muitos prejuízos ao País. Alimentam a economia informal e toda uma rede ilícita que reduz empregos formais, inclusive os dos metalúrgicos, e a arrecadação do Estado. Sem falar das empresas clandestinas, responsáveis por boa parte da precarização do trabalho no Brasil”, diz Tadeu Morais de Sousa, vice-presidente do nosso Sindicato e secretário de Formação Profissional e Políticas de Emprego da Força Sindical Estadual.


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