O metal 528

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ANO 63 – AGOSTO DE 2006 – Nº 528

CAMPANHA SALARIAL 2006 JÁ COMEÇOU

O ELEITOR É O PATRÃO

21 DE SETEMBRO PLENÁRIA DE APROVAÇÃO DA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES

Em outubro, os eleitores vão ter a oportunidade de “demitir” da vida pública os parlamentares que roubaram a Nação, zombaram de todos os brasileiros e tiraram de milhões de cidadãos a oportunidade de melhorarem suas condições de vida. Só a pressão vai garantir a devida punição dos envolvidos em corrupção e colocar em seus lugares pessoas verdadeiramente comprometidas com os interesses dos trabalhadores e do País. Leia na Pág. 4

MEU GURI FORMA COSTUREIRAS Mário B. Silva

O Núcleo de Atendimento Comunitário Meu Guri formou a sua primeira turma de corte e costura. As formandas, todas mulheres da comunidade, não tinham profissão e ganharam uma oportunidade de colocação no mercado de trabalho. O curso é ministrado gratuitamente pela entidade e tem como objetivo a geração de emprego e renda. Leia na Pág. 3

AMEAÇA NA VOLKS A Volks ameaça fechar a unidade Anchieta, em São Bernardo, caso os trabalhadores não aceitem o programa de reestruturação da montadora, que inclui a demissão de 3.100 funcionários da unidade. O fechamento pode resultar no corte de 300 mil postos de trabalho na cadeia produtiva. Nosso Sindicato está solidário com os companheiros do ABC e se colocou à disposição para enfrentar este grande desafio. Leia na Pág. 2

Em encontro comandado pelo presidente Eleno (na foto acima) no Clube de Campo, em Mogi, delegados sindicais aprovam antecipar a mobilização da Campanha Salarial Unificada para ter mais força nas negociações

A

Campanha Salarial 2006 já começou, em ritmo acelerado. Vamos fazer uma Campanha unificada com todos os Sindicatos e Federações de Metalúrgicos da Força Sindical no País que têm datas-bases em outubro e novembro. Neste rol estão incluídos sindicatos de municípios de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de Santa Catarina, do Pará, de Goiás e do Paraná, além de São Paulo, que tem uma database única em todo o Estado em 1º de novembro.

A pauta de reivindicações vai fixar um percentual único de reajuste salarial, piso salarial único, redução da jornada de trabalho, campanha de combate à terceirização e cláusulas sociais, com enfoque para a segurança e saúde do trabalhador, entre outros itens. No dia 21 de setembro, no Palácio do Trabalhador, sede do nosso Sindicato, haverá a Plenária Nacional para aprovação da pauta e da estratégia da Campanha. A participação maciça de todos os

companheiros é fundamental para o êxito desta Campanha Salarial. “A mobilização nas fábricas tem que ser eficiente. Se não mostrarmos disposição de luta, os patrões vão oferecer o mínimo. Somente mobilizados vamos conquistar um bom acordo”, afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato e da CNTM. A inflação está em baixa, por isto, mais do que nunca, além da reposição, vamos lutar para conquistar um aumento real ainda maior. Leia mais na Página 3.


2 - o metalúrgico

AGOSTO DE 2006

EDITORIAL

TEMPO DE MUDANÇAS NO BRASIL! Dario de Freitas

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Brasil está mudando! Mas não porque os políticos estão agindo de forma correta. Ao contrário. Em função dos problemas causados por eles, as instituições estão agindo mais fortemente, pondo na cadeia pessoas que nunca foram molestadas, como desembargadores, presidentes de Câmaras Municipais, advogados corruptos, e impugnando políticos desonestos. Tudo isto mostra um País mudando o seu perfil, mas quem vai mudar mesmo o Brasil é a sociedade, principalmente os trabalhadores simples desta Nação. Temos de ser conscientes da importância de participar da vida política, e também da nossa Campanha Salarial, que está sendo antecipada para ganharmos força nas negociações. Esta tática funcionou no ano passado e vamos repeti-la neste ano. Na Plenária do dia 21 de setembro, com nossos delegados sindicais e ativistas, vamos aprovar a nossa pauta de reivindicações. A mobilização abrange 700 mil trabalhadores dos 52 sindicatos filiados à Federação dos Metalúrgicos de São Paulo e

à Força Sindical. Estamos buscando também a unificação das datas-bases da categoria em todo o País. Um dos elementos fundamentais desta Campanha é o entrosamento necessário com o processo eleitoral. Não vamos deixar que as eleições enfraqueçam nossa mobilização. Mas a vinculação da Campanha Salarial à campanha eleitoral garantirá aos metalúrgicos um espaço importante, pois além do nosso aumento salarial, vamos cobrar o que entendemos ser necessário para que o País retome o caminho de um desenvolvimento que ofereça estabilidade e emprego a todos os trabalhadores. Vamos exigir que os parlamentares e governantes eleitos promovam políticas visando o bem-estar da população. Para isto, nossa união e mobilização são fundamentais.

Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO E CNTM

ARTIGO

PARA AUMENTAR OS SALÁRIOS

S

egundo pesquisa feita pelo Dieese, 81,9% das 271 convenções coletivas negociadas no primeiro semestre deste ano apresentam ganho real para os trabalhadores. Estes dados são positivos, porque mostram que a economia está crescendo e que tem sido fundamental a atuação dos Sindicatos, Federações, Confederações e Centrais Sindicais. É importante frisar que as Centrais estão ajudando as categorias menos mobilizadas a conseguir melhores aumentos. Porém, o crescimento econômico tem de ser maior e mais acelerado, e o movimento sindical deve aumentar o nível de organização e mobilização para conseguir melhores acordos. Além de exigir do governo um vigoroso crescimento econômico, de

o metalúrgico AGOSTO DE 2006 Ano 63 – Edição nº 528 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP Home Page: www.metalurgicos.org.br E-mail: info@metalurgicos.org.br

Arquivo Força Sindical

forma a introduzir no mercado de trabalho os milhões de desempregados e os jovens à procura de seu primeiro emprego, o movimento sindical terá de brigar muito ainda para obter ganhos reais substanciais de salário, de modo a recuperar tudo aquilo que o trabalhador perdeu ao lon-

go dos anos. A maior parte dos aumentos salariais concedidos ainda está na faixa de até um ponto percentual acima da inflação, e nós, trabalhadores, temos perdas histórias que ainda não foram repostas.

João Carlos Gonçalves (Juruna) PRES. INTERINO DA FORÇA SINDICAL Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Eleno José Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Francisco Campos, José Lú-

A Diretoria nas Fábricas Neste espaço os trabalhadores podem acompanhar o dia-a-dia dos nossos diretores, o que acontece nas fábricas e se informar sobre a atuação do Sindicato na defesa dos direitos trabalhistas.

O MELHOR PARA O TRABALHADOR Iugo Koyama

O acordo de PLR da Alstom, fabricante de vagões de trem, na zona oeste da capital, garante um benefício mínimo de R$ 1.350, ou 80% do salário, o que for mais vantajoso para o trabalhador, segundo o diretor DAVID. Em assembléia com o presidente Eleno, os trabalhadores aprovaram o pagamento da primeira parcela para 30 de janeiro/07 e, da segunda, em julho/07, de acordo com as metas fixadas. Outros acordos de PLR negociados pelo diretor beneficiam os terceirizados da empresa. A Alstom tem mil funcionários.

PLR NO BOLSO Iugo Koyama

Os trabalhadores da Prada, fabricante de latas, na zona sul, aprovaram a proposta de PLR, de R$ 1.100. Eles receberam a primeira parcela, de R$ 550, no dia 22 deste mês, e vão receber a segunda em fevereiro/07, conforme a apuração do lucro, segundo o diretor EDSON, que negociou o acordo. A empresa tem 1.450 funcionários. Na Dormer Tools, fabricante de brocas, na zona sul, os trabalhadores vão receber uma PLR de R$ 2.100. A primeira parcela foi paga em julho/06. A segunda será paga em fevereiro/07, conforme a apuração das metas. A fábrica tem 580 trabalhadores.

A AMEAÇA DA VOLKS Felipe Rosa

Ato dos metalúrgicos da Volks em São José dos Pinhais (PR)

A Volks deu um ultimato aos seus trabalhadores: ou aceitam o plano de reestruturação da empresa, que inclui demissões, redução de benefícios e terceirização de setores, ou a unidade de São Bernardo será fechada Em maio, a Volks anunciou que precisaria demitir 6 mil trabalhadores nas unidades de Taubaté, São José dos Pinhais (PR - Força Sindical) e São Bernardo (3.600). Se não houver cio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Sales José da Silva, Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém) e Paulo Fernandes de Souza (Paulão)

acordo, o número de demitidos em São Bernardo pode dobrar. A fábrica tem 12.400 trabalhadores. O fechamento da fábrica prejudicaria não só o município, como todos os 27 setores da cadeira produtiva da indústria automobilística, e provocaria o corte de 300 mil postos de trabalho, segundo estimativas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, do Dieese (órgão econômico dos sindicatos) e da Anfavea. As negociações estão rolando, mas estão difíceis. Nosso Sindicato se solidarizou com os companheiros de São Bernardo e colocou-se à disposição dos trabalhadores para enfrentar esta situação, pois entende que “esta luta não é só dos metalúrgicos da Volks. É um desafio para toda a classe trabalhadora”, afirma Eleno, presidente do Sindicato e da CNTM. Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Edson Baptista - MTb 17.898 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão ArtPrinter Tiragem: 300 mil exemplares


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AGOSTO DE 2006

FIQUE POR DENTRO

CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA

Plenária Nacional de aprovação da pauta será dia 21 de setembro

SAÚDE E SEGURANÇA No dia 4 de agosto, o Sindicato promoveu o seu 2º Fórum de Debates com técnicos de Segurança do Trabalho que atuam nas empresas metalúrgicas de São Paulo e Mogi das Cruzes, sobre “prevenção de riscos em prensas e similares”. Esta ação do Sindicato, por meio do seu Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador, dirigido pelo diretor Luisinho, visou ampliar as discussões sobre o tema, tirar dúvidas e intensificar a luta contra os acidentes de trabalho e as doenças profissionais.

FACULDADES

Tadeu Morais de Sousa

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Campanha Salarial 2006 já começou. A mobilização está sendo antecipada para garantir mais força nas negociações. Esta foi a decisão dos nossos delegados sindicais, em encontro realizado no dia 23 de julho, no Clube de Campo de Mogi. Mas a novidade este ano é que a Campanha será unificada com os Sindicatos Metalúrgicos da Força Sindical de outros Estados com datas-bases em outubro e novembro. Esta luta une os metalúrgicos de Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pará e Alagoas, além do Estado de São Paulo. A unificação foi aprovada pelas nove Federações de Metalúrgicos do País filiadas à nossa Confederação – CNTM –, em reunião realizada no dia 23 de agosto, em Minas Gerais, comandada pelo nosso presidente, Eleno Bezerra.

PLENÁRIA Eufrozino Pereira

O Sindicato fechou convênio com a Unip (Universidade Paulista) garantindo desconto nas mensalidades dos cursos para os associados do Sindicato e seus dependentes. Com este acerto, sobe para 36 o número de convênios celebrados com faculdades por Tadeu e Pereira, respectivamente, 1º e 3º vice-presidentes do Sindicato, responsáveis pelas negociações com as entidades. Informe-se das novidades pelo site www.metalurgicos.org.br, ou pelo telefone (11) 3388-1011, com Roberta.

A pauta de reivindicações será aprovada em uma Plenária Nacional no dia 21 de setembro, no nosso Sindicato, com nossos delegados sindicais e dirigentes de Sindicatos e Federações de outros Estados. Além de exigir reajuste salarial, aumen-

Delegados Sindicais e suas famílias fizeram uma confraternização após o encontro

to real, piso salarial único, redução da jornada de trabalho e segurança e saúde no trabalho, a Plenária vai deliberar sobre uma Campanha Nacional de Combate à Terceirização, processo que vem precarizando as condições de trabalho, desempregando e reduzindo salários. “A participação de todos é fundamental para o êxito da Campanha. A mobilização nas fábricas tem de ser eficiente. Se não mostrarmos disposição de luta, os pa-

REALIZAÇÕES DO MEU GURI

Jantar da solidariedade

trões vão oferecer o mínimo”, afirma Eleno. O cenário econômico é o seguinte: a inflação está em queda, mas a produção da indústria está crescendo pouco, o que dificulta as negociações. Além disto, temos desemprego, os juros continuam altos e a carga de impostos, elevada, corrói o poder de compra dos salários. Só com a participação maciça de todos na Campanha Salarial vamos conquistar um bom acordo e o aumento salarial que queremos.

Núcleo forma costureiras

Mário B. Silva

A dupla sertaneja Gian e Giovani ofereceu um grande show aos convidados

APOSENTADOS A Atmasp (Associação dos Metalúrgicos Aposentados de São Paulo) protesta contra o veto do presidente da República ao reajuste de 16,67% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo. A entidade também está indignados com o Congresso Nacional, que não derrubou o veto do presidente. Depois de vetar o aumento, Lula mandou para o Congresso uma nova medida provisória concedendo 5,01% de reajuste. É a manutenção do arrocho dos benefícios!

MAIS COM O MÍNIMO Aumentou o número de aposentados e pensionistas que recebem até um salário mínimo (R$ 350). Em março, 65,9% deles recebiam benefícios iguais ou abaixo do mínimo. Agora, eles chegam a 67,7% do total, segundo dados do Ministério da Previdência Social. Isto significa que 500 mil aposentados foram incorporados à faixa de menor renda. A situação é conseqüência do reajuste maior dado ao mínimo e não estendido aos benefícios acima do piso.

As novas costureiras do mercado

Empresários e amigos do Meu Guri prestigiam o evento

Centro de Atendimento Biopsicossocial Meu Guri promoveu, no dia 9 de agosto de 2006, um jantar em prol das crianças e adolescentes abrigados na entidade. O evento foi realizado na casa noturna Villa Country, na zona oeste. A “Noite da Solidariedade” reuniu empresários, diretores, assessores e funcionários do Sindicato e da Força Sindical, e muitos outros amigos do Meu Guri, que desfrutaram de um delicioso coquetel e jantar oferecidos pelo Villa Country, que também cedeu a casa para o evento, e de um grande show doado pela dupla Gian e Giovani, e sua banda. Eleno, presidente do nosso Sindicato, lembrou do duro caminho trilhado para transformar o Meu Guri em reali-

O

dade. “Parabéns, Elza (presidente do Meu Guri), por este trabalho, e obrigado pela presença de todos, que trabalham muito pelo Meu Guri”, disse Eleno. De uma pequena idéia, que para muitos era impossível, nasceu esta grande instituição, que hoje é referência em abrigo para todo o País. É um trabalho de muita responsabilidade, mas os seus idealizadores não têm medo de desafios. Para Gian e Giovani, todo artista tem de trabalhar pelo social. “Já recebemos por este show há muito tempo, com todas as bênçãos que Deus nos deu e pelo sucesso que alcançamos. Mais pessoas deveriam ajudar este projeto tão maravilhoso”. Veja as imagens e outras informações no site (www.meuguri.com.br).

A emoção e a alegria deram o tom da festa de Formatura da 1ª turma do Curso de Corte e Costura do Núcleo de Atendimento Comunitário Meu Guri, realizada no último dia 28 de julho. As formandas, com idades entre 24 e 67 anos, receberam o Certificado de Conclusão de Curso sentindo-se com mais condições de buscar um emprego ou trabalhar por conta própria. Após receberem seus diplomas, as alunas fizeram um desfile com trajes confeccionados por elas próprias. O tecido para as roupas foi doado pelo Sindicato dos Têxteis de São Paulo. O Sindicato das Costureiras de São Paulo doou as máquinas de costura e indicou a professora do curso, Cleusa Farina. Para a aluna Sandra Santos, “a conclusão deste curso significa novas oportunidades, e contribui para a nossa valorização e o aumento da auto-estima”. Um dos objetivos do Núcleo é exatamente oferecer cursos profissionalizantes, gerar emprego, renda e oportunidades.


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AGOSTO DE 2006

POLÍTICA

Vote bem e garanta os seus direitos C

Os brasileiros estão trabalhando mais para pagar impostos. Eram 89 dias, no início dos anos 80; 106 dias em meados dos anos 90 e, agora, são 142 dias por ano. Na cobrança de tributos, o Brasil só se compara a países ricos, como a Holanda. Os holandeses pagam ao Estado o equivalente a 140 dias de trabalho por ano, mas têm o dobro da renda dos brasileiros e contam com serviços públicos e uma previdência social de qualidade.

MAIS ARRECADAÇÃO Nos últimos 12 meses, a arrecadação federal passou a ser equivalente a 38,9% do PIB (Produto Interno Bruto) – soma de todas as riquezas do País. Significa que, de cada R$ 100 produzidos no País, R$ 38,90 foram para financiar o Estado.

DESVIO BILIONÁRIO O Brasil perdeu, pelo menos, R$ 10,8 bilhões em recursos que comprovadamente deixaram os cofres públicos nos últimos anos diretamente para os bolsos de corruptos. O prejuízo foi descoberto em 50 operações da Polícia Federal e nas contas analisadas pela ControladoriaGeral da União. Este dinheiro perdido poderia estar sendo aplicado em investimentos sociais, no combate à violência, na produção e na geração de emprego e renda, ou seja, o Brasil poderia ter se desenvolvido mais nestes últimos anos. Há casos de sonegação fiscal, superfaturamento de vendas, desvio de recursos, licitações dirigidas, falsificação de documentos e até furto de equipamentos públicos. Foram presas 1.032 pessoas envolvidas nesses esquemas. Dois exemplos: na Operação Sanguessuga (superfaturamento na compra de ambulâncias com participação de parlamentares) foram desviados R$ 110 milhões. Na Operação Vampiro (desvios de compras de produtos para saúde e derivados de sangue), foram desviados R$ 100 milhões.

ACREDITE SE QUISER

VACAS MUGEM COM SOTAQUE Os “muuus” das vacas daqui não são iguais aos das vacas da Inglaterra. É o que comprova um estudo realizado pela Universidade de Londres. Liderado pelo professor de fonética (estudo dos sons) John Wells, o estudo comprova que as vacas apresentam sotaques regionais distintos ao mugir. Para comprovar sua tese, o professor visitou e ouviu várias vacas leiteiras de fazendas inglesas.

Alguns deputados federais que estão buscando a reeleição querem reduzir os direitos trabalhistas garantidos na CLT. As eleições de 1º de outubro estão chegando, e o Sindicato defende uma participação ativa dos trabalhadores no processo eleitoral para evitar que isto aconteça, escolhendo de forma consciente candidatos que têm um histórico de lutas em defesa dos trabalhadores e de seus direitos. prioridade da campanha eleitoral de tudo isto. Veja se o deputado que está bus2006 é defender os interesses do tra- cando a reeleição não é mensaleiro, sanbalhador e do setor produtivo. E demons- guessuga ou defensor de outros interesses. trar que da primazia destes interesses de- Se for, vamos tirá-lo de lá e colocar gente pende, hoje, o desenvolvimento do País. nova, gente que tem compromisso com os Por isto, o Sindicato defende o voto trabalhadores e que tem feito muito por consciente, em pessoas eles, gente que pode Para moralizar a que tenham um histórienfrentar nos parlapolítica temos que co de lutas a favor dos mentos estes atamoralizar o nosso voto. direitos dos trabalhadoques aos direitos trares, de quem produz e balhistas e às congera empregos, e das pessoas que mais ne- quistas sociais”, enfatiza Eleno. Eleno Bezerra, presidente do cessitam de qualificação profissional e de Os projetos que tiram direitos só não Sindicato e da CNTM oportunidades no mercado de trabalho. foram votados ainda porque os mensaleiNo dia 1º de outubro, a Nação julgará ros, sanguessugas e demagogos estão em virá, e só o voto vai evitar a reeleição daquem são os amigos dos trabalhadores, e campanha eleitoral, e o Congresso não está queles que agem contra o povo trabalhaterá o poder de, por meio do voto, impedir votando nada. “Mas a reforma Trabalhista dor”, finaliza Eleno. que sanguessugas, mensaleiros e parlamentares que defendam interesses contrários aos da classe trabalhadora continuem ocupando cargos públicos. APOSENTADORIA – Querem aumentar a idade da aposentadoria para “Para moralizar a política temos que 65 anos, mantendo o tempo de 35 anos de contribuição. Com tanto moralizar o nosso voto. De que maneira? desemprego e discriminação aos maiores de 40 anos de idade, ninPrimeiro, não votando em candidatos enguém mais conseguirá se aposentar por tempo de contribuição. volvidos em casos de corrupção. O segundo passo é investigar a biografia dos candidatos e descobrir se já fizeram ou não 13º SALÁRIO – Querem parcelar o 13º Salário em 12 vezes. Diluído no algo de positivo para os trabalhadores”, salário, o dinheiro some e o trabalhador perde a sua reserva finananalisa Eleno Bezerra, presidente do nosceira de final de ano. so Sindicato e da CNTM. Eleno é contra o voto nulo. Em sua opiLICENÇA-MATERNIDADE – Querem diminuir o prazo de 120 dias da nião, isto favorece os mensaleiros e sanlicença-maternidade. A mulher teria que voltar mais cedo para o traguessugas que abocanharam dinheiro púbalho e seu período de estabilidade no emprego seria reduzido. blico em esquemas de corrupção e estão tentando, agora, comprar os votos dos eleiMULTA DO FGTS – Existem projetos de lei na Câmara dos Deputados tores para se reelegerem. “Tem deputado que reduzem a indenização de 40% do FGTS, que é paga ao trabalhaque renunciou para não ser cassado e está dor demitido sem justa causa. dizendo que quer ser reeleito para defender os interesses do trabalhador. Mentira! Precisamos renovar o Congresso Nacional DEPÓSITOS DO FGTS – Projeto de lei que tramita na Câmara dos Dee a Assembléia Legislativa”, afirma. putados reduz de 8% para 0,5% os depósitos mensais do FGTS para

A

MAIS IMPOSTOS

Alguns direitos que estão em risco

DIREITOS AMEAÇADOS Eleno alerta para o perigo de a população optar por candidatos que não têm vínculo algum com os trabalhadores. Existem projetos no Congresso prevendo mudanças na CLT que, se aprovadas, vão reduzir ou tirar direitos, como 13º, FGTS, entre outras conquistas (veja ao lado). ”O seu voto consciente vai derrubar

os trabalhadores das micro e pequenas empresas. A alegação é que, com a redução do percentual, as empresas contratariam mais. Pura enganação! DIREITOS FUNDAMENTAIS – Querem mudar a CLT deixando “livre” as relações contratuais de trabalho (terceirizando a produção) . Ou seja, tirando dos trabalhadores direitos fundamentais, como os citados acima, entre outras conquistas.

FUTEBOL

Força avança no Campeonato Paulista - 2ª Divisão

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Time do Força avança na tabela da 2ª Divisão do Campeonato Paulista

Força Esporte Clube, depois de classificar-se na primeira fase do Campeonato Paulista de Futebol Profissional da 2ª Divisão, com 25 pontos (8 vitórias, 3 derrotas e 1 empate), começou bem a segunda fase. Venceu o Itapirense (1 X 0), empatou com o União F. C. Mogi (1 X 1) e ganhou do Mogi F. Ltda (3 X 2). “Com estes resultados, o Força mantém a segunda colocação do grupo, perdendo apenas no critério de

gols para o União”, afirma Valdir Pereira, presidente do time e diretor do Sindicato. A próxima partida será no dia 2 de setembro, contra o Mogi F. Ltda. No dia 9 de setembro, enfrenta o União, e, no dia 17, o Itapirense. Nosso artilheiro, com oito gols, é o atacante Pelezinho. Classificam-se para a próxima fase oito equipes (duas de cada chave). Ao final do Campeonato, os quatro melhores colocados passam para a Série A3. Vamos torcer!


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