ANO 63 – NOVEMBRO DE 2006 – Nº 530
CAMPANHA SALARIAL 2006
ACORDO APROVADO GARANTE ABONO E AUMENTO DOS PISOS WERTHER SANTANA
proposta patronal de 5% de aumento salarial foi aprovada na assembléia da categoria realizada no dia 13 passado, no auditório do Sindicato. A assembléia reuniu cerca de mil trabalhadores. É um dos maiores aumentos salariais fechados por uma categoria profissional neste ano. Conquistamos a reposição da inflação dos últimos 12 meses, encerrados em outubro, de 2,71%, mais 2,23% de aumento real. O reajuste salarial só não é maior por causa do baixo crescimento da economia este ano. O governo não adotou as medidas necessárias que deveria, não baixou juros e impostos, não incentivou os investimentos, e o crescimento do PIB (soma das riquezas do País), não deve passar de 3% em 2006. Mesmo assim, o reajuste salarial é excelente, pois o aumento real conquistado é quase o dobro da inflação do período. O resultado positivo da Campanha Salarial, que foi unificada com os demais 51 sindicatos de metalúrgicos da Força Sindical no Estado, é fruto
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Eleno, Miguel, Elza e Paulinho, junto com a diretoria, na assembléia-geral de aprovação do acordo salarial de 2006
da mobilização da categoria, que fortaleceu os sindicatos nas negociações. “As negociações só avançaram depois que a categoria deflagrou a
Greve Canguru e ameaçou cruzar os braços por tempo indeterminado caso os patrões não melhorassem as propostas econômicas. A categoria WERTHER SANTANA
GREVE CANGURU PULOU PELAS FÁBRICAS A Greve Canguru, realizada cada dia em um município e em empresas diferentes, foi fundamental para a conquista do acordo salarial. Foram 10 dias de paralisações, do dia 26 de outubro até 9 de novembro, com a adesão de 63.300 trabalhadores de 125 empresas. Leia na Pág. 4
S T G
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FABIANA ALVES
mostrou a sua força e garantiu o aumento”, afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato. Leia mais nas Págs. 4, 5, 6, 7 e 8.
ELENO É CIDADÃO PAULISTANO
Braços cruzados na Armco pelo aumento salarial WERTHER SANTANA
Trabalhadores mobilizaram-se na Delga
Atenção ao discurso de fortalecimeno da campanha na Fame
CNTM DEFENDE APOSENTADOS
A CNTM, junto com suas nove ferações e 130 sindicatos filiados, está discutindo alternativas para negociar com as empresas, em todo o País, o pagamento da multa de 40% do FGTS aos aposentados que foram demitidos sem receber este direito. Leia na Pág. 3
Eleno, presidente do nosso Sindicato e da CNTM, foi agraciado com o título de Cidadão Paulistano. A proposta de condecoração pela Câmara Municipal de São Paulo partiu do vereador pedetista Cláudio Prado, também diretor do nosso Sindicato, como reconhecimento pelos serviços prestados, e que continua prestando à cidade, por meio da luta sindical e da defesa dos direitos dos desempregados e da população. Leia na Pág. 3
2 - o metalúrgico
NOVEMBRO DE 2006
EDITORIAL
ACORDO DA VITÓRIA
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ão fosse a mobilização da categoria, o acordo com 5% de aumento salarial não teria saído. Este é o terceiro ano consecutivo, desde que assumi a Presidência do Sindicato, que os metalúrgicos conquistam aumento real de salário, sendo que, neste ano, o percentual de aumento real é quase o dobro da inflação dos últimos 12 meses. Nosso aumento só não foi maior por causa do baixo crescimento econômico. No início do ano, o governo previu que a economia ia crescer 5%. Depois, baixou a previsão para 3,5%, mas o crescimento não deve passar de 3%. Já a previsão de crescimento da indústria metalúrgica era de 10%. Até setembro, o setor registrou aumento de 5,6% na sua produtividade. Nós conquistamos 5% de aumento, um excelente índice diante da não redução dos juros, da carga tributária elevada, da corrup-
ção, da falta de investimentos na produção, na geração de empregos, nas políticas públicas sociais. Ou seja, se a economia tivesse crescido mais, nosso aumento também teria sido maior. Por outro lado, se não tivéssemos ido à luta, se não tivéssemos parado as fábricas, a proposta patronal teria sido menor. Alguns grupos queriam pagar apenas a reposição da inflação. A Greve Canguru contribuiu para a conquista dos 5% e outros benefícios, e a Campanha Salarial comprovou que a unidade da categoria é o principal ponto de força nas negociações e vitória do movimento. Parabéns a todos!
Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO e da CNTM
ARTIGO
SÓ CATEGORIAS ORGANIZADAS OBTÊM AUMENTO REAL
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oi graças à organização e à capacidade de luta de todos trabalhadores ao fazer a Greve Canguru, que nós, metalúrgicos, conseguimos o reajuste de 5%. O aumento é bom, considerando as dificuldades que decorrem do atual estágio da economia do País. As previsões indicam crescimento de apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB), que é muito pouco. A Força Sindical sempre insistiu que o governo precisa mudar a política econômica para que a economia possa crescer. Mesmo neste clima adverso, conseguimos os 5% de reajuste. Importante é manter a mobilização para obter mais benefícios. Agora, a Força Sindical, junto com as demais centrais sindicais, vai promover mobilizações em todos os estados no dia 29 de novembro
e, no dia 6 de dezembro, a Marcha de São Paulo a Brasília pelo Reajuste do Salário Mínimo e pela correção da Tabela do Imposto de Renda. O salário mínimo é importante não porque 25 milhões de trabalhadores ativos e inativos em todo o País vivem apenas com um salário. Ele serve de parâmetro para negociar os pisos salariais de todas as categorias profissionais. O aumento do mínimo pressiona para o aumento dos pisos.
o metalúrgico
Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Eleno José Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Francisco Campos, José Lú-
NOVEMBRO DE 2006 Ano 63 – Edição nº 530 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP Home Page: www.metalurgicos.org.br E-mail: info@metalurgicos.org.br
Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL e DEPUTADO FEDERAL ELEITO
COMO FOI A CAMPANHA SALARIAL? FOTOS IUGO KOYAMA
“O reajuste ficou dentro das expectativas com uma inflação na casa dos 2%. Só o fato de termos obtido aumento real de salário já é uma vitória dos trabalhadores. Ainda mais se compararmos a tantas outras categorias que, ou não tiveram aumento real, ou conseguiram um percentual menor do que aquele que nós conquistamos.” Emerson Alves Toledo Eletricista de Manutenção – Cartec
“Gostaria que o aumento fosse maior do que os 5%, assim como gostariam todos os demais metalúrgicos. Mas entendo perfeitamente que, frente a uma inflação de 2,71%, foi o possível. O Sindicato, com certeza, está no caminho certo, e nós, trabalhadores metalúrgicos, temos de parabenizá-lo pela luta e pela conquista!” Veranilda Pereira Barros Operadora de Produção – MMLB-OS
“5% é um bom reajuste, porque representa a reposição da inflação e um aumento real de 2,23%, coisa que poucas categorias conseguiram. Pode até parecer pouco, mas não é. Foi o possível dadas as circunstâncias. Eu acompanhei a luta do Sindicato para tentar um reajuste maior. Foi, sem dúvida, uma vitória do Sindicato e dos trabalhadores.” Raimundo Camelo de Souza (Motoca) Operador de Máquinas – MWM
“Foi um reajuste dentro daquilo que esperávamos. E o aumento real que conquistamos representa mais dinheiro no bolso dos trabalhadores. Vi os reajustes de algumas outras categorias pelos jornais e informativos, e nenhuma das que vi conseguiu aumentos superiores ao nosso. Valeu a atuação do Sindicato!” Suzana Ferreira da Silva Operadora de Produção – Lorenzeti
cio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Sales José da Silva, Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém) e Paulo Fernandes de Souza (Paulão)
Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Edson Baptista - MTb 17.898 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão ArtPrinter Tiragem: 300 mil exemplares
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NOVA LUTA CNTM E FORÇA SINDICAL VÃO NEGOCIAR MULTA DO FGTS PARA OS APOSENTADOS A Força Sindical e o nosso Sindicato vão negociar com os sindicatos patronais o pagamento da multa de 40% do FGTS aos trabalhadores que se aposentaram por tempo de contribuição e foram demitidos sem receber a indenização. Eleno Bezerra, presidente do Sindicato e da CNTM, está organizando as nove federações e os 130 sindicatos filiados à Confederação para negociar com as empresas metalúrgicas em todo o País uma forma de pagar esse direito. A reivindicação dos metalúrgicos se baseia em recentes decisões judiciais. Uma, do Supremo Tribunal Federal, que determinou que a aposentadoria espontânea não encerra o contrato de trabalho. E outra, do Tribunal Superior do Trabalho, que reconheceu o pagamento da multa em um processo movido por um trabalhador gaúcho. “Não queremos entrar em uma briga jurídica, mas sim negociar com as empresas para que os aposentados recebam o que têm direito. Aceitamos até parcelamento para valores maiores”, diz Eleno. A Força Sindical também está mobilizando todos os sindicatos filiados para esta luta.
MOBILIZAÇÃO NACIONAL
Centrais vão às ruas pelo salário mínimo e correção do IR A
s centrais sindicais estão novamente unidas na luta pelo aumento do salário mínimo e pela correção da tabela do Imposto de Renda. O percentual defendido para o mínimo é de 20%, o que elevaria o nanico de R$ 350 para R$ 420 em 2007. As centrais querem negociar com o governo e o Congresso Nacional e promover atos públicos por todo o País. No dia 29 de novembro, a Força Sindical, o nosso Sindicato e o Sindicato Nacional dos Aposentados farão manifestação em São Paulo. No dia 6 de dezembro será realizada a Marcha de São Paulo a Brasília pelo Reajuste do Salário Mínimo. “Aumentar o salário mínimo é uma forma de distribuir renda e promover justiça social no País”, diz Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal eleito pelo PDT.
Carreata pelo aumento do mínimo e da correção da tabela do Leão organizada pela Força Sindical em 2005
No Brasil, 25 milhões de trabalhadores vivem com apenas um salário mínimo. Entre aqueles que sobrevivem com apenas um salário estão 16 milhões de aposentados e pensionistas do INSS. TABELA DO LEÃO As centrais querem também a correção da tabela do Imposto de Renda
em 7,77%. Este índice corresponde à defasagem da tabela no governo Lula. As centrais solicitaram ao Dieese (órgão econômico dos sindicatos) um estudo e alternativas para aumentar a base de isentos (que não pagam o imposto) e a aplicação de alíquotas de contribuição diferenciadas.
GOVERNO JÁ ESTUDA PROPOSTAS A proposta de Orçamento da União prevê aumento do mínimo de R$ 350 para R$ 375 em 2007, um crescimento real de 4,14% ante os 13% concedidos neste ano. O governo também quer
desvincular os aumentos do mínimo do piso dos benefícios. Com isto, o mínimo teria um aumento maior em relação ao piso da Previdência. Isto reduziria ainda mais os benefícios.
O relator do Orçamento, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), também começou a realizar estudos para corrigir a tabela do Leão. O governo trabalha com dois índices: 10% e 7,6%.
Eleno, cidadão paulistano E ACIDENTES DE TRABALHO As condições precárias de saúde e segurança no trabalho geram, por ano, 270 milhões de acidentes no mundo; 360 mil são fatais. Mesmo com todo o avanço tecnológico, 2/3 dos três bilhões de trabalhadores do planeta convivem em ambientes de trabalho fora dos padrões mínimos exigidos e os requisitos básicos de saúde, segurança e proteção social estabelecidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No dia 14 de outubro, a Comissão Internacional de Saúde Ocupacional indicou ao governo brasileiro e lideranças sindicais e empresariais ações preventivas para diminuir esta triste realidade.
leno Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, recebeu, no dia 8 de novembro, o título de Cidadão Paulistano. A proposta de condecoração pela Câmara Municipal partiu do vereador pedetista Cláudio Prado, também diretor deste Sindicato, como reconhecimento à atuação de Eleno em prol dos trabalhadores e da população da cidade. “O Eleno chegou aqui em uma época de crescimento da cidade. Hoje, São Paulo não tem o mesmo crescimento, os conflitos são mais freqüentes, empresários e trabalhadores buscam um entendimento e o Eleno vivencia estas questões, buscando soluções para termos uma cidade melhor. Ele merece este
Eleno recebe o título de Cidadão Paulistano das mãos de Cláudio Prado
título”, disse Cláudio Prado. O evento foi prestigiado por trabalhadores, sindicalistas, políticos e empresários. Eleno recebeu mensagens do governador Cláudio Lembo, do prefeito Gilberto Kassab, do presidente da Câmara, Roberto Trípoli, de vereadores, deputa-
dos e empresários. Todos os oradores apontaram a grande qualidade de Eleno para o diálogo. Isto ficou demonstrado na composição da mesa. Sentados lado a lado havia empresários, políticos e sindicalistas. “Vim para São Paulo como tantos nordestinos, em 1975, para trabalhar. Naquela época, as oportunidades eram muitas. Hoje, a situação é outra. Nossa responsabilidade é transformar esta cidade em um grande centro de indústrias de alta tecnologia. Por isto, sugiro aos vereadores que formem uma comissão permanente para discutir a São Paulo do futuro. Temos obrigação de buscar o melhor para São Paulo, para que ela volte a ser a cidade das oportunidades, do emprego e da distribuição de renda”, afirmou Eleno.
GOVERNO QUER AUMENTAR IDADE MÍNIMA PARA A APOSENTADORIA governo já começou a estudar mudanças na Previdência Social, que incluem propostas para aumentar a idade mínima para a aposentadoria. A idade pode passar de 55 anos para 60 anos para o homem, e de 48 anos para 55 anos para a mulher. O tempo de contribuição deve permanecer em 35 anos (homem) e 30 anos (mulher). Se já não
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há emprego para os jovens, e se os trabalhadores com mais de 40 anos não encontram trabalho, porque são considerados velhos, quem é que vai conseguir se aposentar no futuro? O ministro da Previdência, Nelson Machado, disse que essa discussão vai se aprofundar em 2007. Especialistas no assunto acham que o trabalhador se apo-
senta muito cedo. E como a expectativa de vida do brasileiro está aumentando, ele fica muitos anos recebendo aposentadoria. Por isto, a idade para aposentar tem de mudar. A Força Sindical e o nosso Sindicato são contra, e vão lutar contra qualquer medida neste sentido. Para a Força e o Sindicato, o governo deveria discutir me-
didas para incrementar a produção e gerar empregos. “Isto aumentaria o número de pessoas contribuindo para a Previdência, melhoraria a arrecadação e afastaria o risco de implosão da Previdência”, afirma Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal eleito, que vai combater a mudança no Congresso Nacional.
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CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA
ASSEMBLÉIA APROVA AUMENTO SALARIAL DE 5% E ABONO assembléia salarial realizada no dia 13 deste mês, no Palácio do Trabalhador, aprovou o acordo negociado com os grupos patronais, que garante 5% de aumento salarial, abono de 12% a 13%, correção média de 7% nos pisos e renovação das cláusulas sociais da nossa Convenção Coletiva de Trabalho. Este é um dos maiores aumentos salariais conquistados pela categoria nos últimos anos, e um dos melhores do ano em relação a outras categorias profissionais. Garantimos a reposição da inflação dos últimos 12 meses, encerrados em outubro, de 2,71%, mais 2,23% de aumento real. O reajuste poderia ter sido maior, se o crescimento da economia tivesse sido melhor. O governo disse, no início do ano, que o PIB (soma das riquezas do País) ia crescer 4% neste ano. Em agosto, o governo baixou a previsão para 3,5% e, agora, segundo especialistas, o crescimento não deve passar de 3%. Já a produtividade da indústria metalúrgica registrou, até setembro, um crescimento de 5,6%. Nosso aumento praticamente empata com isso. Por outro lado, o reajuste deste ano é excelente pois o aumento real representa quase o dobro da inflação do período. Esta conquista se deve à mobi-
WERTHER SANTANA
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Eleno comanda assembléia de aprovação do acordo salarial, no Palácio do Trabalhador, com cerca de mil delegados sindicais
lização da categoria, que fortaleceu os sindicatos nas discussões com os patrões. “As negociações só avançaram depois que a categoria deflagrou a Greve Canguru, e ameaçou parar as fábricas por tempo indeterminado caso
os patrões não melhorassem as propostas econômicas. Eles cederam e nosso aumento está garantido”, afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato e um dos coordenadores da Campanha Salarial Unificada.
WERTHER SANTANA
“Saímos vitoriosos desta campanha. Os patrões não dão nada para ninguém. Por isto, os trabalhadores sabem como é difícil uma negociação e apoiaram esta luta. Queremos cada dia mais os trabalhadores acompanhando não só o Sindicato, mas tudo o que acontece neste País. Fizemos uma campanha unificada e, por isto, obtivemos esta vitória.” Elza Costa Pereira, Tesoureira-geral do Sindicato
A FORÇA DA GREVE CANGURU A Greve Canguru foi aprovada na plenária dos 52 sindicatos de metalúrgicos da Força Sindical no Estado, realizada no dia 25 de outubro. A greve começou no dia 26, por São Paulo, pulou para Osasco, depois Guarulhos, Santo André e São Caetano, foi para o Interior e voltou para a Capital. Na nossa base, o movimento se estendeu por 125 empresas e envolveu 63.300 trabalhadores.
Greve Canguru nas fábricas JEFERSON PANCIER
Eleno, junto com a tesoureira Elza e o diretor Mala, na Greve Canguru dos trabalhadores da Metalfrio, Engemet e ThyssenKrupp, na Zona Sul
NEGOCIAÇÕES EM ANDAMENTO Os acordos salariais assinados contemplam 98% da categoria. O Sindicato continua negociando com outros setores, como o Sindirepa, Sindimotor, Sindifupi, Ciesp de Mogi das Cruzes. Mas os trabalhadores das empresas que pertencem a estes grupos podem ficar tranqüilos. O Sindicato não vai fazer nenhum acordo com menos de 5% de aumento salarial.
MÁRIO B. SILVA
“A conquista do acordo deve-se à mobilização dos trabalhadores e à unidade com os demais sindicatos metalúrgicos do Estado. Nosso aumento salarial é o maior em relação a várias outras categorias. Os metalúrgicos continuam sendo o carro-chefe das lutas e conquistas dos demais trabalhadores de São Paulo e do País.” Miguel Eduardo Torres, Secretário-geral do Sindicato
NEGOCIAÇÕES EM ABRIL Algumas reivindicações da pauta ficaram para ser negociadas a partir de abril de 2007. Trata-se da regularização da mãode-obra de presos, tarifa bancária zero, fim do assédio moral nas fábricas e terceirização – queremos que as terceirizadas cumpram a Convenção Coletiva de Trabalho. Sobre esta questão, Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal eleito, disse que vai encaminhar um projeto de lei ao Congresso Nacional garantindo aos terceirizados todos os benefícios concedidos aos trabalhadores da categoria preponderante das empresas. A medida vai beneficiar os trabalhadores de todas as categorias do País.
Paulinho: força na paralisação dos companheiros da Fame, na Zona Leste
EM OUTROS MUNICÍPIOS: Eleno na mobilização em Guarulhos (foto 1) e Mogi Guaçu (foto 2), apoiando a paralisação dos sindicatos envolvidos na Campanha Salarial
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CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA
GREVE CANGURU NAS FÁBRICAS
Tadeu, 1º Vice-presidente, dando apoio à paralisação na Delga, na Zona Oeste
Pereira, 3º Vice-presidente, deu uma força aos companheiros da Indebras e da Invensys durante a Greve Canguru
Tadeu, 1º vicepresidente, dando apoio à paralisação na Delga, na zona oeste
Diretor Geraldino fala da importância da unidade para os trabalhadores da Metalfrio, na Zona Sul
Diretor Arakém na Elgin, uma das empresas paralisadas em Mogi das Cruzes
Diretor David comandou a paralisação dos companheiros da Indebras e da Invensys, na Zona Oeste
Diretor Carlão comandou a Greve Canguru dos trabalhadores da empresa Itautec, na Zona Norte
Diretor Ceará na Delga, Zona Oeste: trabalhadores aprovam Greve Canguru como forma de pressão
Diretor Adnaldo comandou a paralisação da Campanha Salarial na Aliança Metalúrgica, Zona Norte
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CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA
GREVE CANGURU NAS FÁBRICAS
Diretor Luisinho, na Continental: apoio dos trabalhadores à Greve Canguru e confiança em seu Sindicato
Na Dormer Tools, diretor Edson, presidente Eleno e vereador Cláudio Prado dão o seu recado aos trabalhadores durante assembléia
Na MMLB, em assembléia comandada pelo diretor Garcia, os trabalhadores foram unânimes: aumento real ou greve!
Diretor Jefferson e assessores na Olimpic, uma das empresas da Zona Leste paralisada com a Greve Canguru
Diretor Geléia comanda assembléia na Niagara: paralisação até que os patrões cedessem e concedessem o reajuste
Diretor Maloca e assessores na Able: o sucesso da Campanha Salarial deveu-se à mobilização dos trabalhadores
Diretor Martelozo, junto com assessores, à frente da paralisação na Rolamentos Fag e MWM, na Zona Sul
Diretor Mendonça fala da importância da Greve Canguru para os companheiros da Indab, na Zona Leste
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CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA
GREVE CANGURU NAS FÁBRICAS
Diretor Milton Brum, em assembléia na Toledo: Greve Canguru teve participação maciça dos trabalhadores
Na Voith, em assembléia comandada pelo diretor Teco , os trabalhadores decidiram: “aumento real, já!”
Diretor Paulão na Tecnocurva: trabalhadores prontos a cruzar os braços pelo aumento real de salários
Na Armco do Brasil, o diretor Valdir recebeu apoio total dos trabalhadores durante a Greve Canguru
Diretor Mineiro, em apoio aos trabalhadores da Voith: pela reposição das perdas salariais e por aumento real de salário
Diretor Zé Luiz, na Fame: reposição da inflação e aumento real ou greve por tempo indeterminado
Diretores Campos e João DD na Lorenzetti: greve por tempo indeterminado, até a concessão do aumento real
Diretor Mala na Multibrás durante a Greve Canguru: mobilização e unidade rumo à vitória nas negociações