O metal 533

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ANO 64 – MARÇO DE 2007 – Nº 533

Jornal de Luta

EMENDA 3 JOGA NO LIXO DIREITOS DOS TRABALHADORES LUCIANO MARTINS LOURENÇO

Eleno e Miguel (à esquerda) e dirigentes de outras centrais sindicais acompanham Paulinho na audiência com o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia

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vigilância constante e as ações efetivas do nosso Sindicato e do presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,que conseguiu reunir todas das centrais sindicais, estão conseguindo impedir que o Congresso Nacional aprove medidas e projetos de lei que tiram ou diminuem direitos sagrados dos trabalhadores. Uma das medidas, a chamada Emenda 3, que criou a Super Receita, amplia a terceirização, acaba com o trabalho formal e incentiva a terceirização; outras, mexem com o FGTS, com o auxílio-doença, reduzem o rendimento da poupança e do Fundo de Garantia. Todas elas atendem, exclusivamente, a interesses dos empresários e dos bancos (veja ao lado). Eleno Bezerra, presidente do Sindicato e da CNTM; Paulinho, diretores do Sindicato, junto com sindicalistas de outras categorias, estão montando plantão em Brasília, reunindo-se com os presidentes da Câmara dos Deputados,

Arlindo Chinaglia, e do Senado, Renan Calheiros, e com líderes dos partidos negociando a retirada das medidas e dos projetos das sessões de votação. A Emenda 3 já foi aprovada pelo Congresso, mas, a pedido dos trabalhadores, foi vetada pelo presidente Lula. O Congresso quer derrubar esse veto. Para impedir que isso aconteça, o movimento sindical está fazendo uma ampla mobilização e definindo ações em favor da manutenção do veto e contra os parlamentares que querem derrubar o veto. “Vamos fazer greves e manifestações por todo o País, inclusive na frente nas casas dos parlamentares que estão contra os trabalhadores, para denunciá-los aos vizinhos e amigos deles e mostrar quem são essas figuras na prática”, afirma Eleno. Para o deputado federal Paulinho, “esta uma forma velada de se mudar a CLT e fazer a reforma trabalhista. Não vamos permitir”. Leia mais na PÁG. 3

A comemoração, na praça Campo de Bagatelle, terá shows e sorteios de 5 apartamentos e 10 carros aos trabalhadores presentes.

COMPAREÇA!

DIREITOS AMEAÇADOS FIM DO EMPREGO FORMAL: A Emenda 3 proíbe que os auditores fiscais fiscalizem, multem e obriguem as empresas a alterar contratos feitos com pessoas jurídicas - empresas constituídas por uma só pessoa -, quando entenderem que a relação de prestação de serviços entre as partes é, na verdade, uma relação trabalhista. Pela emenda, apenas a Justiça do Trabalho teria esse poder. Com isso, o trabalhador contratado como pessoa jurídica perde todos os direitos trabalhistas. AUXÍLIO-DOENÇA: Governo quer mudar a forma de cálculo do benefício para reduzir o seu valor, limitando-o ao último salário do trabalhador, sem levar em conta os anos que ele contribuiu com valor maior para ter um benefício melhor. O deputado federal Paulinho conseguiu barrar a votação do projeto no Senado e a questão será debatida no Fórum da Previdência. APOSENTADORIA: Governo pensa em impor uma idade mínima para a aposentadoria e acabar com a diferença do tempo de contribuição entre homens e mulheres. Hoje, esse tempo é de 30 anos para a mulher e 35 para o homem. A questão será debatida no Fórum da Previdência. FGTS: Medida provisória do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) estabelece o uso de R$ 5 bilhões do FGTS em projetos de infra-estrutura, sem dar garantias de rendimento do dinheiro. Isso coloca em risco o patrimônio do trabalhador. Depois da pressão do deputado Paulinho, que mobilizou o movimento sindical, o governo resolveu estudar garantias para o dinheiro, mas a questão não está encerrada. POUPANÇA E FGTS: Governo mudou a forma de cálculo da TR (Taxa Referencial), que remunera a caderneta de poupança e o fundo de garantia. Isso vai reduzir a rentabilidade da caderneta e do fundo quando a Selic (taxa de juros básicos da economia) cair abaixo de 12% ao ano. A medida atende a interesses dos banqueiros e prejudica o pequeno poupador e os trabalhadores.


2 - o metalúrgico

MARÇO DE 2007

EDITORIAL

VAMOS DESMASCARAR OS SIMPATIZANTES DA EMENDA 3

ENCONTRO DA MULHER METALÚRGICA

LUCIANO MARTINS LOURENÇO

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CNTM, a Força Sindical, demais centrais sindicais, nosso Sindicato e demais sindicatos do Brasil se reuniram no dia 22 de março, em Brasília, com os presidentes do Senado e da Câmara. Na ocasião, anunciamos um plano de luta contra os deputados e senadores que querem derrubar o veto do presidente Lula à Emenda 3, que tira direitos dos trabalhadores e prioriza os trabalhos terceirizados. Queremos que se regulamente o trabalho liberal, como o do engenheiro, do advogado, por exemplo. Não o que a emenda quer fazer, atingindo a todos, do empregado mais simples ao mais graduado. Uma das ações discutidas na reunião será a manifestação na frente das casas dos parlamentares que pretendem tirar direitos do povo e dos trabalhadores. Vamos mostrar aos vizinhos e amigos desses

parlamentes quem são essas figuras na prática. A Emenda 3 está para ser consumada. Ela subverte a ordem para permitir a mercantilização do trabalho, ou seja, objeto de ajuste comercial através do chamado contrato de terceirização. Ou da transformação do trabalhador em microempresa, sem direitos trabalhistas, levando-o à degradação. Se isso acontecer, vamos regredir ao período anterior à CLT, antes de 1943, quando a prestação de serviço era prevista no Código Civil e a serviço do império econômico.

Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO E DA CNTM

ARTIGO

FORÇA E CNTM DEFENDEM DIREITOS DOS TRABALHADORES

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LUCIANO MARTINS LOURENÇO

ós, trabalhadores, precisamos ficar alertas com as ações do governo e dos empresários que prejudicam os trabalhadores. Como deputado federal e presidente da Força Sindical estou atento a tudo o que pode lesar o trabalhador, e atuando em sintonia com o presidente da CNTM e do Sindicato, o Eleno, que vem realizando excelente trabalho. Apenas para citar um exemplo, foi a CNTM que entrou com Ação de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, para impedir que o governo use dinheiro do FGTS em projetos de infra-estrutura, sem dar garantias. Em 2006, os metalúrgicos de São Paulo denunciaram empresas que usavam mão-de-obra de presos e não cumpriam a convenção coletiva. Agora, a Fiesp e a Justiça estão criando programas de recoloca-

ção profissional para presos. Se houver abusos contra os direitos dos trabalhadores vamos denunciar. Outro desafio que encaramos foi a mobilização para o presidente da República vetar a Emenda 3 do projeto da Super Receita. A Força e as demais centrais sindicais estiveram com o ministro do Trabalho pressionando para o presidente vetar a emenda, que vai provocar um aumento de ações judiciais e o crescimento da informalidade, visto que os trabalhadores perderiam direitos ao passar de contratados como assalariado para prestadores de serviço autônomo.

o metalúrgico

Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Eleno José Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Francisco Campos, José Lú-

MARÇO DE 2007 Ano 64 – Edição nº 533 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP Home Page: www.metalurgicos.org.br E-mail: info@metalurgicos.org.br

Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL E DEPUTADO FEDERAL PELO PDT

Elza, Eleno, Miguel e diretores do Sindicato com as palestrantes e as mulheres trabalhadoras

O Sindicato realizou no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Encontro da Mulher Metalúrgica, com a participação de cerca de 500 trabalhadoras de fábrica. Aberto por Eleno Bezerra, presidente do Sindicato, e coordenado por Elza Costa Pereira, tesoureira-geral, o encontro tratou da questão da mulher no mercado de trabalho, da dupla jornada, da discriminação, da violência contra a mulher, da importância da mulher participar ativamente da vida sindical. Estas questões foram abordadas nas palestras dadas pelas convidadas Terezinha Zerbini, fundadora e membro do PDT; Vida Alves, atriz e comunicadora; e Miguelina Paiva Vecchio, presidente executiva da bancada do PDT. As trabalhadoras aplaudiram de pé e encaminharam ao Sindicato sugestões para que insira na sua agenda novos encontros e cursos voltados para as mu-

lheres da categoria, para fortalecer a sua luta nas fábricas e ajudar a promover o seu crescimento pessoal e profissional. “Vivemos numa sociedade desigual, com direitos diferentes. Então, é necessário que nós, metalúrgicos, façamos um trabalho voltado para a mulher, mas que homem e mulher trabalhem juntos. A mulher tem que mostrar sua força e sua garra para alcançar seus objetivos e conquistar o seu espaço”, disse Elza. As ações voltadas para a mulher integram as bandeiras de luta de 2007, aprovadas no Encontro de Delegados Sindicais, realizado em fevereiro.

Centros de Apoio geram empregos

Vereador Cláudio Prado (PDT)

Os Centros de Apoio ao Trabalho (CAT), criados na Liberdade, Lapa, Santana, Itaquera, Interlagos e Santo Amaro pela Lei Municipal 14.007, de autoria do vereador Cláudio Prado (PDT), já empregaram mais de 51 mil trabalhadores cio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva

Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém) , Paulo Fernandes de Souza (Paulão) e Sales José da Silva

entre junho/2005 e fevereiro/2007. Neste período, 370 mil pessoas foram cadastradas e 204 mil vagas captadas. “São resultados positivos, mas precisamos intensificar os mecanismos de empregabilidade como, por exemplo, a qualificação profissional, além de criar novos CATs para levar a intermediação de mão-de-obra mais próxima ao trabalhador”, afirma Cláudio Prado. A Lei prevê um total de 31 CATs. Segundo o vereador, será criado também o Cartão do Trabalhador, que possibilitará acessar as vagas em terminais instalados em órgãos públicos e, assim, ir até um posto de atendimento para se candidatar à vaga. Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão Bangraf Tiragem: 300 mil exemplares


o metalúrgico - 3

MARÇO DE 2007

FOTOS LUCIANO MARTINS LOURENÇO

MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Emenda 3 tira direitos do trabalhador obilização! Esta é a palavra chave para enfrentar a Emenda 3, do projeto de lei que criou a Super Receita, e que tira direitos trabalhistas. Foi preciso muita pressão do deputado federal Paulinho, presidente da Força Sindical, do presidente do nosso Sindicato e da CNTM, Eleno Bezerra, e demais centrais sindicais sobre o governo federal para garantir o veto do presidente Lula à emenda, que foi aprovada na Câmara dos Deputados. No entanto, ainda há muita resistência de parlamentares que são favoráveis à emenda que, se aprovada, acaba com todos os direitos dos trabalhadores, a começar pelo registro em carteira, pois ela facilita a terceirização de todos os setores de uma empresa. É o fim da CLT! “A Emenda 3 abre espaço para a precarização do mercado de trabalho. Além de os trabalhadores perderem direitos garantidos pela legislação trabalhista ao

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passarem de assalariados para pessoas jurídicas, o combate ao trabalho escravo, por exemplo, também poderia ser inviabilizado. Sugerimos um projeto de lei regulamentando a situação das pessoas jurídicas de forma mais sensata, transparente e sem aumento de impostos”, argumenta Paulinho. NOVAS AÇÕES Paulinho, Eleno e EM BRASÍLIA dirigentes de outras As centrais sindicais continuam mocentrais com o bilizadas em Brasília para evitar que o presidente do Senado, Renan Calheiros Congresso derrube o veto do presidente Lula à Emenda. No dia 27 de março, (Ao lado) Eleno (na houve mais um ato em Brasília; vamos frente) e Miguel (na negociar com os líderes do governo e segunda fila) dos partidos e protestar, se for preciso, em uma das comissões da Câmara diante das casas dos parlamentares que estão contra os trabalhadores. “Os parlamentares são muito rápidos direitos. O Congresso tem mais de 600 como prioridade. A hora pede mobilizapara aumentar os próprios salários, e vetos para apreciar, selecionou 20, den- ção e pressão nacional dos trabalhadomais rápidos ainda para cortar nossos tre eles, o da Emenda 3, que elegeram res de todo o País”, reforça Eleno.

NOTAS

MUDANÇA NA TR

Força em Brasília

Governo reduz rendimento do FGTS e da poupança CMN (Conselho Monetário Nacional) mudou o cálculo da TR (Taxa Referencial que corrige as cadernetas de poupança e os saldos das contas do FGTS) para diminuir o rendimento dessas contas quando a Selic (taxa básica de juros da economia) cair abaixo de 12% ao ano. Quando isso acontecer, a TR passará a ser menor do que era antes. “A decisão atende aos banqueiros, que reclamavam que a poupança estava rendendo muito e tirando dinheiro dos fundos”, denuncia Miguel Eduardo Torres, secretário-geral do Sindicato. Para Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal, e

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Eleno, presidente do nosso Sindicato, a mudança é absurda. “Quando os juros chegaram a 75% ao ano, a TR não mudou. Agora que os juros caíram, querem diminuir o rendimento do FGTS, que já é o dinheiro mais barato do mundo, e as pequenas economias da população”, chiou Paulinho. Os advogados da Força estão analisando o caso e o que pode ser feito contra mais este abuso. ENTENDA O FGTS é corrigido em 3% de juros ao ano, mais a TR, que é variável -cerca de 1,8% atualmente. Hoje, são 4,8% de rendimento anual, enquanto a ex-

A Força Sindical inaugurou no dia 20 de março um escritório regional em Brasília, bem no coração do poder político do Brasil. O objetivo, segundo Paulinho, presidente da central e deputado federal, é garantir a presença constante da central no Congresso, acompanhar de perto a tramitação dos projetos de interesse do trabalhador e agir mais rapidamente contra os que prejudicam os trabalhadores.

Miguel Torres, Secretáriogeral do sindicato

pectativa da inflação para 2007 é de 4,1%. Com a Selic em 12,75% ao ano, a média da taxa de rendimentos está em 12%. Com os juros caindo, a média vai cair mais. Pelos cálculos do matemático José Dutra Sobrinho, quando a média dos rendimentos estiver em 11% ao ano, o FGTS irá render 4,16%. Para 2008, a expectativa é que a inflação seja de 4,5%. Neste caso o ganho ficará atrás da inflação.

Tadeu Morais de Sousa, 1º vice-presidente do nosso Sindicato, assumiu o cargo de secretário nacional do Dieese, importante órgão de pesquisas econômicas e sociais dos sindicatos. Vale lembrar que os metalúrgicos de São Paulo foram um dos fundadores do Dieese.

SEGURANÇA E SAÚDE

Encontros de cipeiros e técnicos Sindicato promoveu, na semana passada, um Curso de Atuação Prática para Cipeiros; o 3º Fórum Técnico de Debates, com técnicos de segurança das empresas discutindo ergonomia na metalúrgica, prevenção às Ler/Dort; participou no dia 29/3, de uma reunião da CPN (Comissão Permanente de Negociação da Indústria Metalúrgica), em São Paulo, com as bancadas patronal e do governo, para discutir os avanços da Convenção Coletiva de Trabalho sobre Prensas e Similares, Injetoras e Galvânicas, e, no dia 31, vai realizar novo Encontro de Cipeiros. Os eventos, promovidos Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador, coordenado pelo diretor Luís Carlos de

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Diretor Tadeu é dirigente do Dieese

Iugo Koyama

Curso e palestra

Luisinho coordena os encontros da área de saúde e segurança do trabalhador

Oliveira, são fundamentais para conscientizar os trabalhadores e garantir cada vez mais ambientes de trabalho seguros. “Queremos fortalecer as ações dos cipeiros nas fábricas. Técnicos de segurança

das empresas estão vindo ao Sindicato discutir saúde e segurança do trabalhador. É uma integração importantíssima que vai contribuir para a melhoria dos ambientes de trabalho”, afirma Luisinho.

O Departamento de Convênios do Sindicato com as faculdades, coordenado pelos diretores Tadeu Morais de Sousa e Eufrozino Pereira, informa que nos dias 14 e 28 de abril, das 9h às 15h30, no Hotel Linson (rua Augusta, 440), será realizado um curso sobre “As Novas Leis Processuais” e “Reforma do Código Processual Civil” . O curso terá como palestrante Fabiano Lourenço de Castro, professor de Direito da UNIP e mestrando em Direitos Difusos e Coletivos pela Universidade Metropolitana de Santos. Inscrições pelos fones 6957-5849 e 9636-4011, com Luci. Os participantes receberão certificados.


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LUTA NAS FÁBRICAS

Bandeiras de Luta estão sendo implementadas O Sindicato já está garantindo a implantação das bandeiras de luta aprovadas no Encontro de Delegados Sindicais, realizado em fevereiro passado. Em várias empresas, os acordos negociados pelos diretores do Sindicato, com a aprovação dos trabalhadores, estão garantindo benefícios para os terceirizados, PLR, redução da jornada, Plano de Cargos e Salários, entre outros. A ação efetiva, aliada à mobilização dos trabalhadores, é a certeza de conquistas e do alcance das metas estabelecidas. Veja nesta página algumas dessas ações e os benefícios alcançados. IUGO KOYAMA

IUGO KOYAMA

PATRÃO GANANCIOSO

DIREITOS PARA TERCEIRIZADOS

Os companheiros da Italspeed, fabricante de rodas para carro, na zona sul, estão enfrentando, mais uma vez, a arbitrariedade do patrão, que quer implantar uma jornada de trabalho de 6x1, com uma folga aos domingos apenas a cada sete semanas, tirando o trabalhador do convívio familiar. Para impor sua vontade, o patrão pressiona os trabalhadores e ameaça com demissão. Segundo o diretor CARLÃO, a empresa também não recolhe o FGTS regularmente, sempre atrasa o pagamento dos salários, das férias e o valetransporte do pessoal, além de impor um banco de horas irregular. “A briga lá é antiga”, afirma MIGUEL TORRES, secretário-geral do Sindicato. Segundo ele, numa outra situação, a empresa chegou a demitir vários trabalhadores, como forma de intimidação, e o caso foi parar na Delegacia do Trabalho. “Mas vamos continuar combatendo esse tipo de postura, pois o trabalhador não é boneco”, afirma Miguel.

Os 50 companheiros terceirizados da Armco do Brasil (foto), de laminação de aço, na zona leste, estão sendo beneficiados com o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho pela empresa. Só a PLR ainda será negociada. Com isso, segundo o diretor VALDIR, eles passam a ser representados pelo Sindicato e podem ficar sócios da entidade. Antes, eles eram considerados prestadores de serviço. A empresa tem 800 funcionários. Jornada menor - Depois de uma greve de três horas, os trabalhadores da Armco conseguiram a redução da jornada de trabalho, de 42h para 40,8h, e passaram a trabalhar sábado sim sábado não, e não mais todos os sábados, como vinha acontecendo. Domoral e Conectec- Os 90 trabalhadores das duas empresas de conexão fizeram greve durante dois dias contra o atraso de pagamento dos salários, e pela diferença de R$ 100 da 2ª parcela da PLR que a empresa estava devendo. Foi tudo regularizado.

WERTHER SANTANA

PLR APROVADA Os 120 companheiros da Hill Power (foto), fabricante de estabilizadores na zona leste, aprovaram a PLR 2006/07, de R$ 627. O valor, fixado de acordo com o cumprimento das metas, será pago em duas parcelas, em agosto/07 e fevereiro/08. Na SPTF, fabricante de tubos flexíveis, a PLR total ficou em R$ 433, a ser distribuída conforme as metas apuradas. Segundo o diretor JEFFERSON, os 130 trabalhadores já receberam uma antecipação de R$ 200, e estão recebendo o complemento da PLR neste mês de março.

WERTHER SANTANA

FIM DA COMPENSAÇÃO IRREGULAR Na Sonails Pregos, de Poá, os cem companheiros da empresa vão receber, em forma de horas-extras, a compensação das horas que eram obrigados a fazer quando faltava matéria prima. Quando o material chegava eles tinham que repor as horas não trabalhadas. O diretor SALES mobilizou o pessoal e pressionou a empresa. Resultado: os trabalhadores vão receber o equivalente a 17 horas-extras no dia 5 de abril. Eles também conseguiram a abertura de negociações da PLR e da cesta básica.

GREVE PELO SALÁRIO Os 35 companheiros da Motobras, de Mogi, pararam por 8 dias contra o atraso do pagamento dos salários. A empresa sentiu o problema e acertou o pagamento na mesma semana. “Salário e dia de pagamento são sagrados”, mandou o diretor ARAKÉM. Devagar, chefia!- Na Valtra (foto), os trabalhadores protestaram contra as chefias, que vêm pressionando, tratando mal e até agredindo verbalmente o pessoal. A empresa se propôs a resolver a situação. O pessoal também quer que ela banque 50% dos medicamentos do trabalhador e 100% na compra de óculos de grau, e antecipe a grana do Plano de Cargos e Salários, que uma parcela dos trabalhadores vai receber só em setembro.

TEMPORÁRIOS EFETIVADOS A Dayhatsu, fabricante de secadores de cabelo na zona sul, efetivou 48 trabalhadores temporários, e vai efetivar mais 15 até o mês de maio. Segundo o diretor EDSON, que negociou a questão, a grande maioria dos efetivados é mulher. MWM MOTORES (foto) A PLR de 2007 está garantida na MWM, na zona sul. O acordo aprovado na fábrica estabelece que se os trabalhadores atingirem 80 pontos das metas estabelecidas terão direito a um benefício correspondente a 88% do salário. Se superarem os 80 pontos, eles receberão R$ 28,00 a mais por ponto alcançado, até o limite de 150 pontos, segundo o direror Edson, que negociou o acordo. EISNER SOARES

PLR NA YORK Os companheiros da York (foto), fabricante de ar condicionado na zona oeste, aprovaram a PLR de 2007, correspondente a R$ 472 mais 65% do salário, de acordo com as metas estabelecidas. A primeira parcela será paga no dia 20 de maio e, a segunda, em 20 de novembro deste ano, segundo o diretor DAVID, que negociou o acordo. Combustol e Metalpó- A PLR também está garantida nas duas empresas. O valor é de R$ 1.151, podendo chegar a R$ 1.265, conforme o cumprimento das metas, e será pago em duas parcelas. Uma, de R$ 345, em 31/07/07 e, o restante, em 18/02/08.

PLR NA KAPLAN E INAL Acordo negociado pelo diretor PAULÃO na Kaplan (foto), em Mogi, garante uma PLR de R$ 850, conforme o cumprimento das metas, aos 100 trabalhadores da empresa. O pagamento será feito em duas parcelas, a primeira, de R$ 210, em outubro/07, e o restante em junho/08. Na Inal, de aço laminado, também em Mogi, a PLR de 2006, aprovada recentemente, garante em torno de R$ 3.000 para cada trabalhador, a ser pago em parcela única, em abril. Segundo Paulão, o acordo vale para os 600 funcionários das unidades da empresa em Resende, Barra Mansa, Sorocaba. Só em Mogi são 300 funcionários.


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