O metal 537

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ANO 64 – JUNHO DE 2007 – Nº 537

FUGA DAS EMPRESAS

SINDICATO NA LUTA POR UMA POLÍTICA DE EMPREGO EM SP

LEANDRO NEVES

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osso Sindicato continua discutindo com as autoridades medidas para viabilizar a permanência das empresas em São Paulo, a manutenção e a geração de empregos. “A economia não tem ajudado as empresas a investirem mais na produção e abrirem novos postos de trabalho. Nos últimos dez anos, perto de 650 empresas saíram de São Paulo fechando 25 mil empregos. Entre elas, estão a Bosch, Metal Leve, Caloi. Atualmente, estamos perdendo a BSH Continental (fogões). Se nada fizermos, São Paulo vai se tornar uma cidade só de serviços, setor que paga salários mais baixos, empobrecendo a população”, afirma Eleno Bezerra, presidente do nosso Sindicato e da CNTM. Eleno já discutiu o problema com o prefeito Gilberto Kassab e com o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. No dia 28 de maio, Eleno participou, na Câmara Municipal, da abertura do “Seminário da Frente Parlamentar em Defesa da Zona Leste: A atuação do Legislativo Municipal e o Desenvolvimento da Região Leste”. O objetivo do evento é discutir iniciativas para três eixos específicos: viário, meio ambiente e geração de

empregos (formação e capacitação que serão oferecidos pela Escola Técnica Cidade Tiradentes e pelo Sebrae). “Queremos que o Executivo envie para a Câmara um projeto de lei para criar pólo industrial, comercial e de prestação de serviços na Zona Leste e, com isso, promover o desenvolvimento social, econômico e cultural da região”, disse o vereador Cláudio Prado (PDT), um dos coordenadores do evento. A zona leste tem espaço para se desenvolver. Nela vivem cerca de 4 milhões de pessoas e grande parte está desemprega e vive em situação de carência. POLÍTICAS PARA JOVENS Eleno participou do painel capacitar mão-de-obra, criar incentivos para micro e pequenas empresas e implementar pólos industrial e comercial para o desenvolvimento da região. “São Paulo sempre foi uma cidade de oportunidades, e criar uma política de geração de empregos para a Zona Leste deve ser prioridade de todos os governos”, afirmou. O Seminário discutiu formas de se viabilizar mais escolas técnicas e postos de trabalho para a região, a urgência da

Eleno, no debate na Câmara, entre Valdirene, da Escola Técnica de Saúde da Cidade Tiradentes, e José Sanches, representante do prefeito. O vereador Cláudio Prado (ao lado) coordenou os debates

implantação de políticas públicas capazes de fazer com que distritos da Zona Leste deixem de ser bairros-dormitório, e mostrou a necessidade de se propiciar incentivos a potenciais empreendedores. Todos concordaram com a idéia de que o governo federal precisa desenvolver

DIREITOS TRABALHISTAS

Mobilização contra Emenda 3 continua! DANIEL CARDOSO

s casos de corrupção no País devem ser devidamente apurados, e os culpados, punidos. Mas não podem ofuscar a questão da “reforma trabalhista”, que setores empresariais e políticos estão tentando fazer a conta-gotas. Com relação a isto, não vamos permitir que os direitos trabalhistas sejam roubados. Continuamos mobilizados com as centrais sindicais, nas ruas e no Congresso Nacional, para evitar que a Câmara dos Deputados derrube o veto do presidente Lula à Emenda 3. Fique atento! Na hora que o Congresso for decidir sobre o veto estaremos em Brasília para denunciar os parlamentares que defendem o fim dos direitos trabalhistas e divulgar o nomes dos que estão traindo o povo brasileiro. Não vamos descansar até que a Emenda 3 esteja definitivamente enterrada.

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Mobilização contra a Emenda 3 na Câmara dos Deputados, em Brasília

O QUE É A EMENDA 3? A emenda proíbe os fiscais da Receita Federal e da Previdência Social de desfazerem contratos entre empresas prestadoras de serviço – constituídas por uma única pessoa jurídica (PJ) – e a empresa que a contratou, quando entenderem que este tipo de trabalho é, na verdade, uma relação trabalhista. Por esta forma de contratação, o

uma política que, de fato, gere empregos, e que há necessidade de o poder público criar regras de apoio à criação de micro e pequenas empresas e dar condições para que elas sobrevivam.

PELO EMPREGO NOS BINGOS Mais de cinco mil trabalhadores de casas de bingo participaram da manifestação realizada pela Força Sindical no dia 4 de junho, em São Paulo, pela regulamentação dos bingos e a manutenção dos empregos do setor. Os bingos empregam cerca de 120 mil pessoas no País e são responsáveis por outros 200 mil empregos indiretos, segundo o deputado federal Paulinho, presidente da Força Sindical. PÁG. 3

DELEGADOS NÍVEL 4 trabalhador PJ tem que dar nota fiscal quando recebe o salário, não tem registro em carteira nem direitos, como férias, 13º salário, FGTS, multa dos 40% na demissão, aumento de salário etc. Este trabalhador tem que contribuir como autônomo pra Previdência, pagando mais, se quiser se aposentar, receber auxílio-doença ou deixar pensão, se morrer.

O Sindicato vai realizar o Curso de Formação de Delegados Sindicais nível 4. Cerca de 80 trabalhadores metalúrgicos irão a Brasília nos dias 13 a 16 deste mês conhecer o Congresso Nacional e entender como funciona a nossa política. PÁG. 3

LUTA NAS FÁBRICAS Confira as conquistas alcançadas pelos trabalhadores em mais fábricas da base, por meio da mobilização, com ou sem greve, e negociações dos diretores do Sindicato. PÁG. 4


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JUNHO DE 2007

DICA

EDITORIAL

CIDADE DE OPORTUNIDADES

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uando vim para São Paulo, não tinha 18 anos de idade. Era o ano de 1975. Vim para trabalhar. São Paulo era uma cidade de oportunidades. Hoje é uma cidade de injustiças. No Centro de Solidariedade ao Trabalhador atendemos 5 mil pessoas por dia, mas somente 500 delas arrumam emprego. Uma das dificuldades é a falta de qualificação profissional. A maioria não preenche os requisitos exigidos pelas empresas. Esta era uma cidade industrial. As pessoas vinham e formavam filas nas rodoviárias e nas estações de trem. Agora, falam que esta cidade se transformará em uma prestadora de serviços. A Volkswagen de Resende (RJ) tem 2 mil trabalhadores no condomínio industrial, mas empregados da multinacional são apenas 300, o restante presta serviço. O projeto de industrialização da Zona Leste tem que levar em conta a boa remuneração. Isso, para não deixar a cidade mais pobre do que já é, com gente nos faróis e embaixo de viadutos. A mais prejudicada nessa história toda

é a juventude. O jovem não arruma o primeiro emprego porque não tem experiência. A cidade precisa ser dotada de emprego e infra-estrutura. A Mitsubishi de Goiás faz caminhonete de 150 mil reais. Está na cidade de Catalão, mas os seus quase 80 mil habitantes não terão acesso ao carro. A multinacional vai jogar comercializar aqui, onde instalou escritório para gerenciar as vendas. Não critico o atual prefeito de São Paulo por esta situação, mas os governos dos últimos dez anos. Saíram da cidade neste período 650 empresas que tinham 25 mil trabalhadores, que perderam o emprego por mil motivos, ou a empresa quebrou, ou desistiu, ou faliu ou simplesmente foi embora daqui. Os governantes têm obrigação de criar empregos para os habitantes desta cidade. Se não fizerem, São Paulo, ao invés de cidade de oportunidades, se tornará uma cidade pesadelo. Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO E DA CNTM

Reflexão sobre o meio ambiente No dia 5 de junho, foi comemorado o Dia Internacional do Meio Ambiente. Mais uma oportunidade de reflexão sobre um futuro, nada promissor, para a vida no planeta e dos homens, diante do aquecimento global acelerado pelas ações humanas. Devemos, portanto, além de apoiar as grandes inicia-

tivas para impedir as catástrofes ambientais, colaborar com gestos simples no dia-a-dia, diminuindo o lixo produzido por nós mesmos, economizando energia elétrica e o consumo de água, participando do plantio de árvores e da educação ambiental dos jovens e crianças. Cada um precisa fazer a sua parte!

Senado aprova medida sobre uso do FGTS O Senado aprovou no dia 29 de maio, a Medida Provisória vinculada ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que cria o Fundo de Investimento com recursos do Fundo de Garantia. Este fundo vai viabilizar investimentos nos setores de energia, rodoviário, ferroviário, hidroviário, portuário e de saneamento. A mudança do projeto inicial do governo sobre o FGTS foi uma vitória do movimento sindical, que lutou pela inclusão das garantias aos investimentos dos trabalhadores que aplicarem em obras de

infra-estrutura. Esta reivindicação foi incluída depois de um intenso esforço da Força Sindical, que chegou a entrar com ação no Supremo Tribunal Federal, por intermédio da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, presidida por Eleno Bezerra, para garantir que os R$ 5 bilhões que vão sair do FGTS tenham correção. Agora, é esperar pela rápida aprovação do presidente Lula para que os recursos oriundos da aplicação ajudem no desenvolvimento e crescimento do País.

NOSSA HOMENAGEM

Companheiros se despedem ARTIGO

PAULINHO CRITICA PROPOSTA DE REFORMA TRABALHISTA

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proposta apresentada recentemente ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social pelo presidente Lula, de se fazer uma reforma trabalhista é equivocada e inoportuna. É um absurdo fazer mudanças com o intuito de precarizar as formas de trabalho. A Força Sindical está aberta para o diálogo social em questões que envolvem o mundo do trabalho, mas repudia qualquer tentativa de retirada dos direitos dos trabalhadores. Um novo modelo de relações de trabalho deve partir da premissa de que todos as conquistas históricas dos trabalhadores devem ser mantidas. O argumento do governo de que mudanças na CLT (Consolidação das Leis Tra-

balhistas) criariam novos postos de trabalho é uma falácia. Ninguém contesta a idéia de que o País precisa gerar empregos, mas sabemos que a geração de empregos está intrinsecamente ligada à queda nas taxas de juros, na redução dos impostos e fomento na produção. Não podemos perder de vista o horizonte social. É necessário avançar nas relações de trabalho sem esquecer das conquistas sociais e as condições dignas de trabalho.

o metalúrgico

Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Eleno José Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Francisco Campos, José Lú-

JUNHO DE 2007 Ano 64 – Edição nº 537 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP Home Page: www.metalurgicos.org.br E-mail: info@metalurgicos.org.br

Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL E DEPUTADO FEDERAL PELO PDT

No mês de maio perdemos dois grandes companheiros metalúrgicos: Manoel Jorge dos Santos, 64 anos, e José Fernandes de Lima, 59 anos. Jorge despediu-se da categoria no dia 2 de maio, após uma vida de quase 30 anos de luta em defesa dos trabalhadores. Foi diretor do Sindicato por dois mandatos, de 01/09/81 a 31/07/84 e 01/08/84 a 31/07/87 e, ultimamente, era assessor da diretoria e trabalhava no Ambulatório Médico, atendendo os associados e todos os que precisavam de orientação e serviços médicos. Zé Fernandes era assessor de diretoria. Sempre foi militante metalúrgico desde o tempo em que estava na fábrica. Por conta de sua militância foi chamado a fazer parte do Sindicato. Era assessor de diretoria e participou de várias lutas, por aumentos salariais, saúde e segurança nas fábricas, fez várias caminhadas a Brasília, por direitos como a recuperação das perdas do FGTS, aumento do salário mínimo, correção da tabela do IR, além de estar sempre nas portas das fábricas. Morreu no dia 20 de maio, vítima de enfarto. A estes dois grandes companheiros, o nosso reconhecimento e agradecimento. Aos seus familiares e amigos, o conforto e a força espiritual para seguirem na sua caminhada. cio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva

Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém) , Paulo Fernandes de Souza (Paulão) e Sales José da Silva

Manoel Jorge dos Santos

José Fernandes de Lima

Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão BANGRAF Tiragem: 300 mil exemplares


o metalúrgico - 3

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POLÍTICA

REGULAMENTAÇÃO DOS BINGOS

Força defende o emprego nos bingos ais de cinco mil trabalhadores de casas de bingo participaram da manifestação realizada pela Força Sindical e outras centrais no dia 4 de junho, em São Paulo, pela regulamentação dos bingos e a preservação dos 120 mil empregos diretos do setor em todo o País. O ato começou em frente à Prefeitura, na Viaduto do Chá, e, terminou na Câmara Municipal. Uma comissão formada pelo deputado federal Paulinho, presidente da Força Sindical; Eleno, presidente do nosso Sindicato, o vereador Cláudio Prado e outros sindicalistas, não foi recebida pelo prefeito Gilberto Kassab. “O prefeito mandou dizer para marcarmos audiência. Muitas indústrias estão fechando as portas, São Paulo está virando uma cidade de serviços e o trabalhador é tratado desse jeito. Sabemos que a regulamentação dos bingos depen-

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NAVALHA – 1 A Operação Navalha desvendou um gigantesco esquema de desvio de dinheiro de obras públicas em 4 ministérios, ramificações em seis estados do Nordeste, envolvimento de 4 governadores e exgovernadores, dois prefeitos e um deputado, derrubou o ministro Silas Rondeau, de Minas e Energia, suspeito de receber R$ 100 mil de propina, chegou ao presidente do Senado, Renan Calheiros.

NAVALHA – 2

Paulinho, Eleno, Elza, Miguel, Cláudio Prado, Juruna (no destaque acima) e diretores do Sindicato à frente da passeata em defesa dos 120 mil empregos dos bingos

de do governo federal, mas faltou sensibilidade ao prefeito”, disse Paulinho. Na Câmara, a comissão foi recebida pelo presidente da Casa, Antonio Carlos Rodrigues, que disse ser favorável aos bingos e propôs a formação de uma comissão, coordenada por Cláudio Prado,

para fazer um diagnóstico da situação. No Congresso Nacional, Paulinho está discutindo projetos pela regularização do setor. “Num País como o nosso, só se lembram de nós quando vamos para a rua pressionar. Vamos manter a luta pelos nossos empregos”, disse.

CURSOS DE FORMAÇÃO WERTHER SANTANA

Delegados Sindicais irão a Brasília

Apesar desse escândalo vergonhoso, todos os 48 presos pela Polícia Federal na operação já estão soltos, inclusive Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, que fraudava licitações. A quadrilha se apropriava de dinheiro público, por meio da construtora.

NAVALHA – 3 Renan pode ser processado por quebra de decoro parlamentar pelo Conselho de Ética do Senado. Ele é suspeito de envolvimento com o empreiteiro Veras, e de ter despesas pessoais - pensão de uma filha e aluguel residencialpagas por outra empreiteira, a Mendes Júnior, que também mantém à disposição do senador um flat em Brasília. Em depoimento na Corregedoria do Senado, o lobista da empreiteira, Cláudio Gontijo, disse que Renan pagava os 12 mil mensais da pensão com recursos próprios.

GRANA DA CORRUPÇÃO Miguel Torres, secretário-geral, fala aos delegados de curso nível 3

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Sindicato vai realizar nos dias 13 a 15 deste mês, o Curso de Formação de Delegados Sindicais de Nível 4, que vai levar 80 companheiros de fábrica a Brasília para conhecer o Congresso Nacional e saber como funciona a Casa que aprova as leis do País que mexem com a vida dos brasileiros. Os trabalhadores vão

viajar de ônibus, e serão recebidos em Brasília pelo deputado federal Paulinho, também presidente da Força Sindical. Nos dias 18 e 19 de maio, outros 60 companheiros fizeram o curso de Nível 3, que começou com uma palestra no Sindicato e visita à exposição dos 50 anos do Dieese (órgão econômico dos sindica-

tos), que acontece no Sindicato e, depois, seguiu para o Clube de Campo, em Mogi. “A cada nível vamos aprofundando o conteúdo dos cursos, com mais informação sobre política, sindicalismo, legislação. Todos os que exercem uma militância dentro da fábrica têm que estar preparados para negociar, falar de igual pra igual com o patrão, enfrentar situações diversas”, explica Miguel Eduardo Torres, secretário-geral do Sindicato e coordenador dos cursos.

4º FÓRUM TÉCNICO

FORÇA ESPORTE CLUBE

Segurança contra queda

CAMPEONATO 2ª DIVISÃO

WERTHER SANTANA

N

osso Sindicato, por meio do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador, e o Sindicato dos Técnicos em Segurança no Trabalho realizaram no dia 18 de maio, o 4º. Fórum Técnico de Debates, que discutiu a Prevenção de Riscos na Manutenção de Telhados na Metalurgia. O evento aconteceu no nosso Sindicato, com cerca de 250 profissionais, e contou com a presença do 3º vice-presidente do Sindicato, Eufrozino Pereira, do presidente do Sintesp, Armando Henrique, do médico de Trabalho do Sindicato, dr. Francisco Lacerda. O encontro marcou o início de um trabalho que discutirá metas de prevenção dos acidentes em trabalhos de manutenção em telhados, coberturas e fachadas. O risco de acidentes graves e fatais existe quando reparos geralmente impro-

Pereira, 3º Vice-presidente, na abertura do 4º fórum de segurança

visados e emergenciais são realizados sem procedimentos seguros e equipamentos de proteção adequados, com os trabalhadores se movimentando sobre os telhados de maneira arriscada. Na maioria dos casos, este trabalho é feito por empresas contratadas (terceirizadas), ou trabalhadores sem treinamento. Vamos avançar na prevenção e denunciar as irregularidades.

O Força Esporte Clube continua firme no Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 2007. A competição, que teve início no dia 7 de abril, vai rolar até 11 de novembro, com a participação de 48 equipes que disputam quatro vagas de acesso à Série A3 em 2008. Nosso time venceu quatro partidas, empatou três e perdeu duas. Com estes resultados, a equipe está em segundo lugar na chave, com 15 pontos, segundo Valdir Pereira, presidente do Força. Próximas partidas: 9 de junho, às 11h, em Caieiras, contra o Ecus Suzano; 16 de junho, contra o Joseense; 23 de junho, contra o Mogi; 30 de junho, contra o Osasco; e 8 de julho, contra o Suzano. Vamos torcer!

A corrupção e o superfaturamento em compras e obras públicas causam prejuízos ao Brasil de até R$ 40 bilhões por ano, segundo estimativa feita pela Secretaria de Direito Econômico, do Ministério da Justiça, que estuda a formação de cartel em concorrências públicas. Isso significa que 13,3% dos R$ 300 bilhões que a administração pública gasta anualmente para comprar insumos e fazer obras acabam indo para o bolso de empresas que se organizam para combinar preços mais altos por seus serviços. E não entregam as obras.

TÁ EXPLICADO O valor desviado é superior ao orçamento anual do Ministério da Saúde e corresponde a quatro anos de Bolsa Família, que é de R$ 8,6 bi/ano. Tá explicado porque o pobre vai continuar sem renda, sem acesso a saúde, educação de qualidade, transporte, moradia e emprego, sofrendo com a violência, recebendo esmola para sobreviver etc. etc.

AUMENTO PRA ELES O Senado aprovou no dia 30 de maio, em poucos minutos, o aumento dos parlamentares, do presidente da República e dos ministros em 28,81%. O índice corresponde à inflação de dezembro de 2002 a março de 2007. Com isso, o salário dos parlamentares passa de R$ 12.700 para R$ 16.500. Por que eles não usam da mesma agilidade para investigar Calheiros e a máfia das obras públicas, ou aprovar uma política justa de aumentos para os servidores federais?


4 - o metalúrgico

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AÇÃO TRABALHISTA

Vitória na Justiça tesoureira do Sindicato, Elza Costa Pereira, entregou nos dias 30 de maio e 1º de junho cheques de indenização a dois metalúrgicos que ganharam processos contra as empresas. O soldador Antonio de Souza, 53 anos, foi demitido da Voith em 94, mesmo tendo 80% de perda auditiva, provocada pelo barulho da fábrica. Inconformado, entrou com processo pelo Sindicato. Em 2003, ele foi reintegrado, mas, só agora, recebeu a indenização. “Foi uma longa espera – 13 anos –, mas fico contente, porque agora vou poder

A

me aposentar. Esse tempo que fiquei afastado era o que faltava para incluir na contagem da minha aposentadoria.” Mário Silva Santos, 63 anos, abriu o processo contra a Metal Leve em 1990, cobrando adicional de periculosidade. Ele ainda estava trabalhando. “A empresa me pressionou e disse: ou você retira o processo ou vai embora. Eu disse, tudo bem, me demite.” O processo levou 17 anos. “Foi uma briga muito grande dos advogados do Sindicato, mas eu sempre mantive confiança da vitória”, afirmou.

Para Elza, a resistência do trabalhador nesses casos serve de exemplo. “Muita gente não acredita na vitória, e acaba fazendo acordo porque o processo é demorado, ou porque precisa muito do dinheiro. Mas é importante manter a confiança”, afirma.

WERTHER SANTANA

Elza com o companheiro Antonio de Souza, que esperou 13 anos pelo final do processo

Mário com o cheque da indenização entregue por Elza

LUTA PERMANENTE IUGO KOYAMA

DIRETORIAS NAS FÁBRICAS A mobilização nas fábricas continua garantindo a conquista da PLR, por meio de negociações ou greves. Veja exemplos de algumas ações nas fábricas.

CONVÊNIO COM A METALCRED Na Artefatos de Arame Artok, zona leste, além da PLR, de R$ 460, a ser paga de uma única vez até 31/8/07, os 245 trabalhadores ganharam um convênio com a Metalcred, a Cooperativa de Crédito dos Metalúrgicos. Segundo o DIRETOR VALDIR, a empresa vai pagar as contribuições dos funcionários por um ano. Com isso, eles terão uma espécie de poupança e passarão a usufruir de benefícios como empréstimos e compras de produtos em condições facilitadas. Na Armco do Brasil (foto), 980 companheiros já garantiram a PLR de 2007. Se os trabalhadores atingirem o nível 1 das metas fixadas no acordo aprovado, a PLR será de R$ 2.100, com o pagamento da primeira parcela, de 40% do valor, até 6/8/07. Se atingirem o nível 2 das metas, a PLR sobe para R$ 2.500, com o pagamento da segunda parcela até 7/2/08. IUGO KOYAMA

GREVE VITORIOSA EM MOGI Os 120 trabalhadores da Metal Gráfica (embalagens), de Mogi das Cruzes, encerraram no dia 4/6 uma greve de cinco dias pela PLR. A paralisação resultou na conquista de um benefício de R$ 400, a ser pago em duas parcelas, em outubro/ 07 e junho/08, além de 60 dias de estabilidade, pagamento dos dias parados e retorno das negociações em 30 dias para discutir reivindicações pendentes: cesta básica, uniforme gratuito, convênio médico, Cipa, equiparação salarial, refeitório. “O movimento foi vitorioso porque, primeiro, teve a mobilização e a determninação dos trabalhadores e, segundo, contou com o apoio de toda a diretoria do Sindicato, principalmente do nosso secretário-geral, Miguel Torres”, afirma o DIRETOR PAULÃO, que comandou a greve.

VÁRIOS BENEFÍCIOS Acordo negociado pelo DIRETOR ZÉ LUIZ na Beghin Peças, zona leste, garantiu aos 250 companheiros da fábrica vários benefícios: PLR de R$ 564, a ser paga em duas parcelas, em agosto/07 e janeiro/08, conforme o cumprimento das metas; equiparação salarial, cesta básica entregue em casa e uniforme. A empresa também está negociando um convênio com a Metalcred, para que os seus funcionários possam se associar à cooperativa dos metalúrgicos e usufruir de benefícios como empréstimos e compra de produtos em condições facilitadas.

PLR NA SUZAN PEÇAS

PLR CRESCENTE

Os 250 trabalhadores da fábrica de peças, na zona leste, aprovaram a PLR de 2007 no valor de R$ 470, que pode chegar a R$ 490, se as metas forem atingidas integralmente. A primeira parcela será paga até 30/10/07 e, a segunda, até 30/03/08, segundo o DIRETOR GELÉIA, que negociou o benefício.

Na Toyoda do Brasil, a PLR de 2007 dos 45 funcionários ficou em R$ 600, conforme o cumprimento das metas. Mas este valor poderá chegar a R$ 1.000, caso os trabalhadores ultrapassem outras metas estabelecidas no acordo, segundo o DIRETOR JOÃO DD. O pagamento será em duas parcelas, em julho/07 e janeiro/08.

TERCEIRIZADOS TAMBÉM GANHAM Negociação feita pelo DIRETOR MALA, e aprovada na fábrica, garantiu aos trabalhadores terceirizados da ThyssenKrupp Molas e da Metalfrio (foto), zona sul, o pagamento da PLR correspondente aos pisos da empresas, no valor de R$ 753 e de R$ 706, respectivamente. Os benefícios serão pagos em duas parcelas, em julho/07 e janeiro/08 (Thyssen) e junho/07 e janeiro/08 (Metalfrio).

MOBILIZAÇÃO EM POÁ O DIRETOR SALES está organizando os metalúrgicos de Poá, por meio de assembléias nas fábricas e encontros no Clube de Campo do Sindicato, em Mogi. O primeiro encontro aconteceu no dia 26 de maio e reuniu companheiros da Trifel, Caribé da Rocha, Consolid, Sonails e Tarumax, que discutiram problemas enfrentados nas empresas, delegados sindicais nas fábricas etc. “O encontro foi positivo, muitos não conheciam o clube, e já estamos preparando outro, com torneio de futebol entre os times das fábricas”, conta Sales.


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