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AGOSTO DE 2007

DICA MEIO AMBIENTE

EDITORIAL

É PRECISO DISTRIBUIR RENDA crescimento econômico tem que se transformar em aumento real de salário para os trabalhadores. A economia vem crescendo, as empresas estão mais confiantes para investir; por outro lado, a arrecadação de impostos vem batendo recordes, e o trabalhador não pode ficar de fora desse processo. O País precisa distribuir melhor os seus ganhos, associar crescimento econômico com desenvolvimento social e distribuir renda. Essa distribuição beneficia as empresas e melhora a vida dos trabalhadores. O trabalhador mais bem remunerado trabalha melhor e com mais entusiasmo. Vamos buscar esses benefícios com a nossa campanha salarial. Por isso, estamos antecipando o início da campanha

O

e a mobilização dos trabalhadores para termos mais força para negociar, e poder de pressão para conquistar aumento real, melhora do piso, PLR em todas as fábricas, oo o fim da terceirização, que precariza as condições de trabalho. Neste ano em que o governo lança o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), com investimentos da ordem de R$ 500 bilhões para infra-estrutura, fundamentais para o País poder crescer, não dá para excluir a mão-de-obra que é responsável pelo sucesso de todo empreendimento.

Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO E DA CNTM

ARTIGO

A LUTA PELA REDUÇÃO DOS IMPOSTOS

A

Força Sindical e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo sempre se posicionaram a favor da redução dos impostos. Entendemos que os impostos são importantes para o funcionamento do Estado. Até porque, todos os serviços oferecidos pelo Estado são pagos com o dinheiro arrecadado com os impostos. Agora, sabemos que a carga tributária está muito alta no País e, há tempos, lutamos para que o trabalhador pague menos tributos. O Congresso Nacional está debatendo a questão da CPMF, o chamado imposto do cheque. Estamos lutando para que a alíquota, de 0,38%, que é cobrada nas movimentações financeiras, seja reduzida

gradativamente, até chegar a um patamar mínimo de 0,08%. Esta redução irá resultar em economia para o trabalhador no final do mês. É importante destacar, também, que, no caso da CPMF, existe a vantagem de tornar a fiscalização financeira mais eficiente, reduzindo a sonegação. Isto é muito importante para o País. No Congresso Nacional, continuarei com a árdua luta de defender os interesses dos trabalhadores. E a redução dos impostos é uma delas.

o metalúrgico

Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Eleno José Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Francisco Campos, José Lú-

AGOSTO DE 2007 Ano 64 – Edição nº 539 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP

www.metalurgicos.org.br info@metalurgicos.org.br

Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL E DEPUTADO FEDERAL PELO PDT

Onde você joga o óleo da fritura? Na pia? Este é um dos maiores erros que cometemos. O melhor é colocar o óleo utilizado numa garrafa, fechá-la e colocá-la no lixo normal (orgânico). Todo lixo orgânico que colocamos nos sacos vai para um local onde são abertos e selecionados. Assim, o conteúdo das garrafas é despejado em local adequado, evitando que o óleo circule com os esgotos para uma estação de tratamento, e o gasto de milhares de reais no tratamento. Você sabia que 1 litro de óleo contamina cerca de 1 milhão de litros de água? DIREITO DE ANTENA

SINDICATOS LUTAM POR ESPAÇO NA MÍDIA IUGO KOYAMA

dicalistas debateram o assunto e analisaram o Projeto de Emenda Constitucional apresentado pelo desembargador Alberto Zvirblis, que prevê a inserção de Horário Sindical Gratuito na Constituição Brasileira. O projeto é baseado no “Direito de Antena nos Serviços Públicos de Rádio e Televisão” de Portugal. Segundo o 1º vice-presidente do Sindicato, Tadeu Morais O diretor Tadeu (à esq.) defende um amplo debate de Sousa, um site intersindical sobre a democratização da informação no País será criado para divulgar o moAssim como os partidos políticos têm es- vimento, e o projeto também foi apresentapaço na televisão e no rádio para expor seus do na reunião da Força Sindical SP, em Riprogramas partidários à população, o movi- beirão Preto, no dia 13 de agosto. “A demento sindical está se articulando para exi- mocratização dos meios de comunicação é gir este mesmo tipo de espaço. No dia 28 fundamental para o movimento sindical amde julho, na sede do Sindireceita (Sindicato pliar o diálogo com a população sobre nosNacional dos Analistas Tributários da Re- sas lutas sindicais, campanhas salariais e ceita Federal), em São Paulo, diversos sin- ações de cidadania”, afirma Tadeu. PARQUE INDUSTRIAL

Av. Henry Ford: segurança e emprego Para garantir a permanência das empresas na região da Mooca, zona oeste, a manutenção de 10 mil empregos, a segurança dos moradores da região e dos trabalhadores no entorno da Avenida Henry Ford, o vereador Cláudio Prado interveio junto à Prefeitura de São Paulo e Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba, acabando com o impasse sobre a abertura da referida avenida. Após reunião entre o vereador, o diretor Luisinho (do nosso Sindicato), Poder Executivo e empresários ficou acertado que a av. Henry Ford permanecerá fechada, ou seja, não será aberto acesso para a

Av. Anhaia Mello, embaixo do viaduto Grande São Paulo. Com a abertura da via para carros, além de aumentar o perigo de acidentes no cruzamento da via férrea que passa pelo local, a empresa responsável pelo transporte de materiais das metalúrgicas na região poderia encerrar suas atividades, provocando a saída das empresas do local e desemprego. “Para melhorar o trânsito, a CET irá buscar uma alternativa. Quero garantir a segurança dos moradores, o emprego de quem já trabalha e trazer novas empresas para a região, empregando, principalmente, quem mora no entorno”, conclui o vereador.

cio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva

Diretor Responsável Eleno José Bezerra

Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém), Paulo Fernandes de Souza (Paulão) e Sales José da Silva

Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão BANGRAF Tiragem: 300 mil exemplares


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JOVENS PARA O SINDICATO, SINDICATO PARA OS JOVENS

1º Encontro da Juventude Metalúrgica

O diretor Jefferson Coriteac coordenou o evento

FOTOS: IUGO KOYAMA

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conteceu no dia 11 de julho, no Sindicato, o 1º Encontro da Juventude Metalúrgica de São Paulo, com o slogan: Jovens para o Sindicato, Sindicato para os Jovens. O evento reuniu mais de 70 trabalhadores, que discutiram temas como luta sindical, drogas e alcoolismo, o jovem e a política, emprego e qualificação profissional, criminalidade. Jefferson Coriteac, secretário Nacional da Juventude da Força Sindical, e coordenador do encontro, disse que em 75 anos de Sindicato, esta foi a primeira vez que os jovens se reuniram para discutir assuntos de jovens. “Jovem tem que falar para jovem, e esta é uma oportunidade para discutir o que queremos do Sindicato e o que podemos dar para o Sindicato. E para discutir o que os jovens querem precisamos estar juntos”, afirmou. FUTURO A tesoureira do Sindicato, Elza Costa Pereira, destacou a necessidade de se preparar os jovens para ocupar postos de comando no Brasil, e pediu a eles para aproveitarem essa idade para aprender e realizar. “O Brasil precisa de gente na linha de comando e vocês podem fazer isso”, enfatizou. O vereador Cláudio Prado (PDT) falou da importância da juventude atuar nas questões do País. “Os jovens precisam debater as questões nacionais, participar do debate político. Quando não participa, não sabe para onde vai o País”. Para Cláudio, todo debate pertinente à juventude tem que ser feito por ela, para não sofrer no futuro quando forem idosos. O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, pe-

diu aos jovens que façam propostas para os sindicatos, que, por sua vez, devem desenvolver programas de qualificação profissional e cláusulas para os jovens nas convenções coletivas. “A sociedade moderna leva a pensar individualmente, e Os diretores Jefferson e Sargento com os trabalhadores o Sindicato quer e colaboradores do 1º Encontro da Juventude Metalúrgica ajudar a pensar coletivamente”, disse. O encontro contou com a participação de José Antonio Rodrigues, secretário estadual da Juventude de São Paulo; Gleides Sodré, da Secretaria Nacional da Criança e do Adolescente; José Carlos de Oliveira, presidente do Centro de Recuperação Humana, que falou sobre drogas e alcoolismo, e do advogado Maurício Carlos Borges Pereira, que expôs sobre maioridade penal e criminalidade. Juruna, da Força Sindical, O diretor do Sindicato Roberto Sarsalientou a gento ajudou na coordenação, nas ativiimportância da dades que mantiveram a galera atenta, e unidade nas ações no encaminhamento das propostas. DISCUSSÃO EM GRUPOS O encontro foi finalizado com as conclusões dos grupos de trabalho, que discutiram o tema: ‘jovens para o sindicato e sindicato para os jovens’. Entre as propostas apresentadas, destacamos: o Sindicato deve promover mais formação política e sindical para os jovens, e os jovens devem ser os porta-vozes do Sindicato dentro das fábricas.

CURSO DE FORMAÇÃO

O diretor Sargento animou os participantes do encontro

Elza, tesoureira do Sindicato, incentivou os jovens a aprenderem cada vez mais e serem líderes

Vereador Cláudio alertou para a importância da participação dos jovens no debate político

DEPOIMENTOS

Delegados visitam Câmara Municipal Miguel, SecretárioGeral, fala aos delegados na Câmara Municipal

Maria do Socorro Matos, operadora de máquina, Metalfrio “Gostei muito de visitar a Câmara Municipal e ouvir a palestra do vereador (Cláudio Prado). A gente aprende muito, entende o que os vereadores fazem e as dificuldades que têm. Com o Sindicato aprendemos sobre nossos direitos e deveres. Com os cursos a gente fica a par de tudo.”

Paulinho é ouvido por Miguel, Cláudio, diretores Sales e Sílvio e delegados

Fernando Menezes Alves, esmaltador, M.Petroski “Achei o curso muito bom para abrir mais a visão dos delegados para ajudar os trabalhadores. Conhecer a Câmara foi muito interessante, porque a gente fica sabendo como funcionam as coisas no município, e ganha mais informação para trabalhar com a comunidade.”

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essenta e cinco trabalhadores da nossa base participaram do Curso de Formação de Delegados Sindicais, Nível II, nos dias 27 e 28 de julho. No primeiro dia, os delegados visitaram a Câmara Municipal de São Paulo e o gabinete do vereador Cláudio Prado (PDT), que também é diretor do Sindicato, e aprenderam sobre o funcionamento da Casa, o andamento de projetos e as funções de um vereador. Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal, também esteve na Câmara neste dia para conversar com os nossos delegados sindicais, e falou sobre sua atuação nos seus sete meses de mandato no Congresso Nacional. Já no Clube de Campo, em Mogi, os delegados falaram sobre a visita à Câmara e o que entenderam do parlamento municipal; assistiram o filme “A Grande Família”, e participaram de um debate sobre PLR. Sobre este último tema, o objetivo foi fazer os trabalhadores entenderem o que significa este benefício, que é preciso negociá-lo empresa por empresa

e se mobilizar para poder recebê-lo. No segundo dia do curso, a equipe técnica do Sindicato fez uma simulação de Negociação Coletiva, para os trabalhadores entenderem como os patrões agem numa negociação. “Esta questão é importante, porque vamos iniciar nossa campanha salarial, fazer a assembléia de discussão da pauta de reivindicações, e é fundamental que todos participem, pois as negociações não são fáceis, e só com mobilização vamos conquistar aumento

real de salário e outras reivindicações”, explicou Miguel Eduardo Torres, secretário-geral do Sindicato e coordenador dos cursos de Formação de Delegados Sindicais.


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Mobilização dos trabalhadores: instrumento de luta imprescindível para a conquista salarial

A HORA É AGORA: CRESCIMENTO É FAVORÁVEL À NOSSA LUTA E

stamos começando a Campanha Salarial Unificada este ano com um cenário econômico mais positivo em relação ao do ano de 2006. Por isso, nosso Sindicato, a Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo e outros 51 sindicatos de metalúrgicos do Interior estão discutindo a organização e a estratégia da campanha de 2007. A situação econômica é favorável para os trabalhadores, mas isso não dispensa a necessidade de uma mobilização intensa na busca de um aumento real maior que o conquistado em 2006. No ano passado, a inflação acumulada foi de 2,71%, a indústria cresceu, em média, 5%, e nosso aumento real foi de 2,23%. Desde a última data-base,

ração, para discutir e aprovar a pauta única de reivindicações. DIA 12 DE SETEMBRO: plenária em São Paulo com trabalhadores ligados aos 52 sindicatos, em local a ser definido. No mesmo dia da plenária vamos realizar uma passeata até a sede da Fiesp (Federação das Indústrias), na Avenida Paulista, para entrega da pauta. “Vamos reunir mais de dez mil trabalhadores neste evento. Será uma grande demonstração de mobilização e luta. Os trabalhadores estão contribuindo para o aumento da produção e com o crescimento econômico e não vão ficar de fora da CALENDÁRIO DE ATIVIDADES divisão dos ganhos. A participação dos DIA 20 DE AGOSTO: plenária com os trabalhadores no crescimento represen52 sindicatos filiados, na sede da Fede- ta distribuição de renda”, afirma Eleno. em novembro, a inflação acumalada já é de 3,27%; a indústria, somente no primeiro semestre do ano, cresceu 4,8%, e o crescimento da economia para este ano está estimado em 4,5%. São dados favoráveis para iniciarmos nossa campanha com força total. Por isto, é fundamental estarmos organizados para garantir a reposição da inflação e um aumento real significativo. “Temos que entrar na campanha com o pé no acelerador e acertar na estratégia”, afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato.

OUTRAS REIVINDICAÇÕES Nesta Campanha Salarial, vamos continuar batendo na questão da terceirização, para impedir a discriminação entre trabalhadores efetivos e terceirizados. Vamos cobrar das empresas a aplicação da nossa convenção coletiva aos terceirizados, e, do governo, a regularização dessa forma de contratação, para impedir que os terceirizados sejam tratados de maneira desigual e recebam salários menores. Vamos, pela negociação, exigir que todas as empresas sejam obrigadas a negociar a PLR, aumento maior para os pisos salariais, a redução da jornada em mais empresas, entre outros benefícios. TODOS NA LUTA!

LUTA PERMANENTE

WERTHER SANTANA

LUTAS QUE ACONTECEM NAS FÁBRICAS

A CONQUISTA DA PLR NA ALSTOM Os trabalhadores da Alstom Transportes (fabricante de trem), na zona oeste, conquistaram uma PLR de R$ 1.450 (valor mínimo) ou 80% do salário. A primeira parcela será paga em dezembro/07 e, a segunda, em junho/08, de acordo com o cumprimento das metas. O acordo foi aprovado em assembléia coordenada pelo diretor DAVID e o secretário-geral do Sindicato, MIGUEL TORRES, e beneficia cerca de 1.200 trabalhadores, incluindo os do setor administrativo da Alameda Campinas e da Casa Verde. Na assembléia, Miguel falou sobre a Campanha Salarial de 2007, que está sendo iniciada neste mês de agosto, com uma plenária dos 52 sindicatos de metalúrgicos do Estado, e da importância da mobilização para a conquista do aumento real e demais reivindicações da categoria.

EM ALERTA NA PERFILAN A mobilização dos 80 companheiros da Perfilan, fábrica de corte de chapas, na zona leste, impediu o fechamento da empresa. Eles souberam que a fábrica estava retirando matéria prima, avisaram o Sindicato, que parou a fábrica. A paralisação durou três dias e impediu o oficial de Justiça de cumprir uma liminar de penhora de bens da empresa para pagamento de dívidas. Segundo o diretor LUISINHO, que comandou o movimento, a greve fez com que o juiz que havia dado a liminar cancelasse a determinação e a penhora. Agora, a Perfilan e o banco credor estão negociando. Os trabalhadores voltaram ao trabalho, a pedido da Justiça, mas estão em alerta, aguardando o resultado das negociações.

NEGOCIAÇÕES E GREVE NA PRADA O Tribunal Regional do Trabalho intimou a Metalúrgica Prada, na zona sul, a apresentar uma proposta aos seus 1.500 trabalhadores, que entraram em greve no dia 5 de agosto pela PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), equiparação salarial, plano de carreira e pelo cumprimento do acordo feito com o nosso Sindicato, que determina a concessão de um aumento de R$ 50 a ex-funcionários recontratados, após seis meses de casa, mais R$ 50 quando completarem 12 meses de emprego. De acordo com CARLÃO, diretor do Sindicato, “se a Prada não apresentar proposta, o TRT irá julgar a greve dos funcionários e deliberar sobre as reivindicações dos trabalhadores”. Até o fechamento desta edição, as negociações entre a empresa e o Sindicato estavam em andamento.


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LUTA PERMANENTE

LUTAS QUE ACONTECEM NAS FÁBRICAS

IUGO KOYAMA

VITÓRIA NA TRANSVOLTEC Os 120 trabalhadores da Transvoltec, zona leste, depois de uma greve de 5 dias, conquistaram uma PLR de R$ 500. Eles haviam rejeitado R$ 400. O diretor ARAKÉM negociou com o aval dos trabalhadores, porque o patrão não aceitou a participação de nenhuma comissão. A PLR será paga em duas vezes (15 de agosto e 15/02/08). A empresa comprometeu-se a não punir nem demitir trabalhadores e vai fornecer a cesta básica a todos. Cada dia parado será descontado no mês que houver 31 dias, sem prejuízo do descanso semanal remunerado. WERTHER SANTANA

GREVE POR DIREITOS A Sprimag Brasil, em Santo Amaro, precisou ser intimada pelo Tribunal Regional do Trabalho a pagar a segunda parcela da PLR 2007, no valor de R$ 380. O patrão alegava que o pessoal não havia atingido as metas fixadas no acordo. Na audiência, o diretor EDSON contestou a empresa, que acabou propondo pagar a PLR da seguinte forma: R$ 190 no dia 6/8, R$ 100 no dia 6/9, R$ 90 no dia 6/10, e rediscutir as metas da PLR para o segundo semestre. A empresa também deu garantia de emprego por 90 dias aos 180 funcionários, vai pagar os dois dias parados e negociar a situação dos temporários.

CONQUISTAS NA CBE Os 600 trabalhadores da CBE Bandeirantes, fábrica de embalagens na zona sul, depois de uma paralisação no dia 30 de julho, conquistaram PLR de R$ 400 (a ser paga em duas vezes) e R$ 75 referentes ao restante da PLR de 2006, que será pago no dia 20 de agosto. O diretor MENDONÇA, que comandou as negociações, destaca também a reestruturação de cargos e salários, a conquista de turnos de trabalho em sábados alternados e a hora extra no cartão de ponto. As horas paradas não serão descontadas pela empresa.

IUGO KOYAMA

WERTHER SANTANA

CONQUISTAS NA FIEL MÓVEIS Depois de um dia e meio de greve, os trabalhadores da Fiel, na zona leste, conquistaram o retorno da cesta básica, a regularização do convênio médico e do seguro de vida (descontado dos salários) e o pagamento de férias vencidas de 5 companheiros. Segundo o diretor ZÉ LUIZ, a empresa pagará as horas paradas.

PLR NA MECALOR Os 120 trabalhadores da Mecalor (refrigeração), zona leste, fecharam o acordo da PLR/2007, garantindo um benefício de R$ 1.300. Segundo o diretor GARCIA, a primeira parcela, no valor de R$ 350, foi paga no dia 20 de julho; o restante, condicionado ao cumprimento de metas, será pago em janeiro de 2008.

ACORRENTADO NA AEGIS O pessoal da Aegis Semicondutores, na zona oeste, parou durante cinco dias contra a demissão por justa causa de dois companheiros. Um deles, Fábio, acorrentou-se ao portão da empresa. O movimento terminou no dia 30 de julho, com conquistas. A empresa reverteu a justa causa, vai pagar as verbas rescisórias e os dias parados, e deu estabilidade de 30 dias para os demais. Também se comprometeu a apresentar um plano de adequação dos valores do plano de saúde e negociar a PLR. Para o diretor DAVID, a vitória é resultado da mobilização e do apoio da diretoria do Sindicato contra as injustiças. A trabalhadora tinha dez anos de casa e foi demitida porque tirou xerox do currículo de um amigo na fábrica. Fábio sofreu perseguição.

BREQUE CONTRA IRREGULARIDADES Os 25 trabalhadores da Hidramar, na zona sul, precisaram fazer greve por dois dias, para forçar a empresa a pagar os abonos salariais das convenções coletivas de 2004, 2005 e 2006; férias vencidas, depósitos do FGTS e previdenciários. Eles também protestavam contra a demissão, por justa causa, de uma funcionária, após a alta médica, e de outra companheira que trabalhou dois anos sem registro e foi demitida no segundo dia da paralisação. A greve foi parar no TRT, que deu prazo até o dia 6 passado para a empresa apresentar um calendário de pagamento dos direitos devidos. O diretor MILTON BRUM informa que a fábrica também vai registrar a funcionária demitida e acertar as verbas na rescisão do contrato. Já a companheira demitida por justa causa vai entrar com processo na Justiça para cobrar seus direitos.

VÁRIOS BENEFÍCIOS NA PADIM Aumento salarial, PLR e refeição são os benefícios conquistados pelos 40 trabalhadores da Padim Peças, de Mogi das Cruzes, depois de várias negociações com a empresa e um dia de paralisação. Foi a primeira greve em 30 anos da fábrica, segundo o diretor PAULÃO. Desde 1º de junho, estes companheiros passaram a ganhar um aumento salarial de 10%. A refeição, com custo de 30% do valor para os trabalhadores, substituiu as marmitas, e a PLR, de R$ 393,74, será paga em duas parcelas, em 31/8/07 e 31/3/08.

REINTEGRAÇÃO NA THYSSENKRUPP O operador de máquina Benedito foi reintegrado ao quadro de funcionários da ThyssenKrupp Molas, na zona sul, após dez anos de uma batalha judicial. Benedito foi demitido em 1997, mas havia sofrido acidente de trabalho. Entrou com ação por meio do Sindicato e ganhou em todas as instâncias, desde a primeira, quando a perícia constatou que ele tem seqüelas provocados pelas condições de trabalho. A empresa recorreu de todas as decisões, até chegar ao Tribunal Superior do Trabalho. Como o agravo de instrumento que chegou ao TST não tem efeito suspensivo, a Justiça emitiu o mandado de reintegração. O diretor MALA acompanhou todo o processo judicial e avisa: “As empresas pensam que podem demitir sem critérios, mas têm de respeitar a Convenção Coletiva do Sindicato, que garante estabilidade no emprego aos acidentados no trabalho e portadores de doenças ocupacionais. Este caso serve de alerta para que os trabalhadores procurem o Sindicato quando tiverem esse tipo de problema e façam valer seus direitos.”

GREVE PELA PLR NA FESTO Os trabalhadores da Festo Automação, fabricante de equipamentos pneumáticos, na zona sul, estão mobilizados pela PLR. No ano passado, os trabalhadores ficaram sem acordo e, este ano, reivindicam R$ 3.000 de benefício, e cruzaram os braços por dois dias - 6 e 7. Eles querem, também, reestruturação de um plano de carreira e de salários e estão insatisfeitos com o autoritarismo das chefias. A Festo tem 60 funcionários na produção e 330 administrativos. A empresa havia condicionado a apresentação de uma proposta à volta ao trabalho, mas os trabalhadores estavam dispostos a voltar apenas depois de receberem e avaliarem uma oferta, segundo o diretor MALA. Até o fechamento desta edição, as negociações com a empresa ainda não haviam terminado.

PLR EM PARCELA ÚNICA Os trabalhadores da Lorenzetti, fábrica de chuveiros, na zona leste, aprovaram o acordo da PLR de 2007, de R$ 850. O pagamento do valor integral está condicionado ao cumprimento das metas estabelecidas, segundo o diretor JOÃO DD. O benefício será pago em parcela única, em janeiro/08. A empresa tem 2.500 funcionários.


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CNTM

Confederação completa 19 anos de lutas e conquistas para os metalúrgicos brasileiros

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o dia 4 de agosto, a CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), filiada à Força Sindical, completou 19 anos de luta reunindo, atualmente, 150 sindicatos e federações de metalúrgicos no País, que, juntas, representam 1,2 milhão de trabalhadores. Merece destaque a atuação do presidente do nosso Sindicato, Eleno Bezerra, também como presidente da CNTM - eleito em 2005 -, que vem liderando diversas ações pela unidade da categoria metalúrgica em todo o País e pelo fortalecimento das entidades sindicais filiadas à Confederação.

Eleno vem promovendo importantes seminários, encontros e cursos de formação de dirigentes e de trabalhadores, ou seja, colocando em prática tudo o que foi aprovado no congresso da CNTM em 2006. “A CNTM ocupa agora um lugar de mais destaque na organização do setor metalúrgico, abrigando importantes discussões para toda a indústria brasileira e, particularmente, para os trabalhadores, visando uma maior geração de emprego, melhores salários, melhores condições de trabalho e fortalecendo a noção de cidadania”, afirma Eleno Bezerra.

Eleno, no Congresso da CNTM em 2006: um expressivo evento para intensificar grandes e novas lutas para os metalúrgicos no contexto atual da vida econômica e política do País

Seminários Nacionais: em busca do contrato coletivo nacional OSMIR MEDEIROS FILHO

A

lém da formação de dirigentes e de trabalhadores, a prioridade para a CNTM é preparar todo o complexo metalúrgico do País para o Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, em conjunto com setores empresariais. O contrato nacional é importante para o fortalecimento das lutas dos trabalhadores metalúrgicos, começando pela unificação das datas-base nos Estados. Isso irá fortalecer as ações sindicais, respeitando a autonomia sindical, e resultar na manutenção dos direitos adquiridos e em novas conquistas. O primeiro seminário, realizado em Manaus/AM, nos dias 26 e 27 de junho, debateu o setor eletroeletrônico. Em Ipatinga/MG, nos dias 25 e 26 de julho, o seminário discutiu o setor siderúrgico. O setor automotivo foi tratado em São José dos Pinhais/PR, em 2 e 3 de agosto. E, fechando a série, o seminário de São Paulo, nos dias 22 e 23 de agosto, debaterá os setores de autopeças, máquinas e equipamentos.

Conteúdo dos Seminários

MANAUS/AM: Seminário da CNTM debate o setor eletroeletrônico

FELIPE ROSA

PARANÁ: Seminário da CNTM em São José dos Pinhais debate o setor automotivo. Na foto, ao microfone, o diretor do nosso Sindicato, Geraldino dos Santos Silva, que também é Secretário de Assuntos Sindicais da CNTM NIVALDO RESENDE

IPATINGA/MG: Seminário da CNTM debate o setor siderúrgico. Na foto, o momento de composição da mesa. Os dirigentes participaram de debates, grupos de trabalho e visitaram fa Usiminas

Os seminários nacionais da CNTM estão discutindo amplamente as condições dos setores, suas perspectivas futuras e, particularmente, a inserção no contexto mundial. Os eventos estruturam-se a partir de duas apresentações específicas sobre cada setor. Uma, promovida pela CNTM, com uma abordagem geral sobre o setor focalizado, sobre os salários dos trabalhadores nas diversas regiões, a duração das jornadas de trabalho e a produtividade. A outra apresentação, a cargo do setor empresarial, aborda aspectos da indústria, o nível de investimento, o aumento da capacidade produtiva e a importância de cada setor para o Brasil e no contexto mundial. Os seminários debatem também o Contrato Coletivo de Trabalho, com exposição realizada pelo Cidão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, e a questão ‘saúde, segurança e meio ambiente’, com palestra do especialista Zuher Handar, da OIT. Os participantes também formam grupos de trabalho e, ao final do evento, visitam empresas do setor em pauta para saber mais sobre as etapas da sua produção.


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MENOS BUROCRACIA

Um site para pesquisar acordos coletivos VICTOR SOARES

ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, lançou no dia 6 de agosto, em Brasília, o Sistema Mediador. O programa, inédito no País, vai concentrar todas as convenções e acordos coletivos num só sistema eletrônico, que estará no site www.mte.gov.br do Ministério. O sistema possibilitará que os acordos e convenções firmados pelas negociações dos sindicatos possam ser acessados tanto por empregadores quanto por trabalhadores. Todo o conteúdo, que antes era documentado em papel, agora poderá ser consultado pela internet. Para o secre-

O

tário de Relações do Trabalho do MTE, Luiz Antonio de Medeiros, o Sistema Mediador vai unificar os procedimentos em todo País e acabar com a burocracia. “Este é um sistema de transparência no sindicalismo brasileiro. Com ele poderão ser realizadas pesquisas, pois as universidades e todos os cidadãos terão acesso. É um grande momento no sindicalismo e um passo muito importante”, diz Medeiros. A expectativa é de que, ao facilitar a consulta dos acordos das categorias, em detalhes, isto possa fortalecer as futuras campanhas salariais.

Medeiros e Ministro Lupi lançam portal do trabalhador na Internet

MENOS IMPOSTO

DEFESA DOS DIREITOS AGÊNCIA BRASIL

Força fará campanha pela redução da CPMF

Centrais garantem veto à Emenda 3 presidente do nosso Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e vice-presidente da Força Sindical, Eleno Bezerra, avalia como bastante positiva a reunião do Presidente Lula e seus ministros com representantes das centrais sindicais, realizada no dia 25 de julho. O presidente Lula confirmou o acordo de legalização das centrais, negociado com as entidades; comprometeu-se a manter o veto à Emenda 3, que tira direitos dos trabalhadores, e negociar um projeto alternativo à terceirização. Além dis-

O

Eleno e Juruna participaram da reunião com o presidente

so, abriu espaço para a discussão sobre negociações coletivas, direito de greve dos servidores e demissões injustificadas no setor privado. Para Eleno, que participou do encontro com o presidente, juntamente com o

secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, o melhor caminho para o entendimento é sempre a negociação, em todos os níveis, e jamais a radicalização ou a exclusão do outro do processo de negociação.

LÍDER INTERNACIONAL VISITA SINDICATO O Secretáriogeral da Central Sindical Internacional, Guy Rider, visitou no dia 20 de julho a sede da Força Sindical e do nosso Sindicato, para conhecer os tra-

balhos desenvolvidos por nossas entidades e falar um pouco sobre as ações da própria CSI, que representa 307 entidades, de 153 países, num total de 168 milhões de trabalhadores. Guy Rider foi recebido por Juruna (secretário-geral da Força Sindical e 2º vice-

presidente do Sindicato), Jefferson Coriteac (secretário nacional de Juventude da Força Sindical e diretor do Sindicato) e Eufrozino Pereira (3º vice-presidente do Sindicato), entre outros. A Central Sindical Internacional está localizada em Bruxelas, capital da Bélgica.

A direção da Força Sindical irá fazer campanha pela redução da alíquota da CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira). A central irá defender a redução anual do imposto até chegar a 0,8%. Hoje, o imposto é de 0,38%. O Congresso Nacional deve votar a matéria nos próximos dias. A Força entende que o cancelamento desse imposto pode causar desequilíbrio nas contas públicas. No caso da CPMF, existe a vantagem de tornar a fiscalização financeira mais eficiente, reduzindo a sonegação. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, participou do ato Contra a CPMF na Fiesp, no dia 6 de agosto, e defendeu a proposta de lutar pela redução da alíquota. “Vamos falar com as lideranças no Congresso e explicar a importância de se reduzir a carga tributária”, adiantou o sindicalista e deputado federal.

CRISE AÉREA

REPRODUÇÃO REVISTA ÉPOCA

O

Acidente no dia 17 de julho em Congonhas resultou na morte de 199 pessoas

s trabalhadores metalúrgicos prestam total solidariedade e apoio a todas as famílias que perderam entes queridos no acidente com o Airbus da TAM, no dia 17 de julho. Tudo o que o Brasil e os brasileiros não precisavam era de um acidente trágico como este. É o maior acidente aéreo na história da aviação brasileira, e ocorreu apenas dez meses após a queda do avião da Gol, no Mato Grosso. Este acidente revela a falta de visão e de responsabilidade do governo e dos órgãos públicos para as questões mais prioritárias do País, como a segurança, a saúde, a educação, o transporte etc. Em protesto a esta situação e à falta

de segurança e o caos nos aeroportos, os dirigentes da CNTM e dos seus 150 sindicatos filiados decidiram não viajar mais via Congonhas. A pressão popular está funcionando: o governo, depois de dez meses de caos aéreo, finalmente trocou o comando do Ministério da Defesa, ao qual o setor aéreo é subordinado. Nós, metalúrgicos, esperamos que as mudanças não parem por aí. A Infraero, estatal que administra os aeroportos, e a Anac, agência que regula o setor, também merecem um pente fino, para acabarmos com a incompetência que reina nestes órgãos e que é, com certeza, a raiz de todos os problemas do setor.


8 - o metalúrgico

AGOSTO DE 2007

NÚCLEO MEU GURI

CURSO DE COSTURA DÁ VIDA NOVA A MULHERES

Elza Costa Pereira, presidente do Meu Guri

O

s cursos de Corte e Costura desenvolvidos pelo Núcleo de Atendimento Comunitário Meu Guri, na zona norte, estão aumentando a auto-estima de muitas mulheres da comunidade e promovendo realizações pessoais. “Eu tinha interesse em aprender a operar máquina industrial, e aprendi. Agora, estou fazendo um curso mais avançado, de costureira piloteira, no Senac. Pra fazer este curso é preciso ter noção de costura, e o Núcleo Guri me deu essa base. A costureira piloteira pode ser chefe de costura. Já fiz meu projeto de vida. Até o final do ano quero estar no mercado de trabalho como profissional e também com uma fonte de renda”. As palavras são da diarista Neusa das Dores Oliva, 51 anos, uma das formandas da terceira turma do curso, concluído em julho. “Com a minha idade, esta é uma

área na qual posso entrar, trabalhando em casa ou em um ateliê.” LAZER - O curso também ajudou a dona-de-casa Silvana Madalena Frontaroli, 52 anos. “O curso foi mais do que eu esperava. Eu não sabia nada de máquina, aprendi a cortar e a costurar, agora faço barra, ajuste de roupas, prego zíper e está pingando dinheiro.” Com os trabalhos que fez, Silvana já comprou uma máquina de segunda mão e outra de overloque. “O que ganho está ajudando no meu lazer, coisa que não tinha. Agora, estou juntando dinheiro para fazer uma viagem”, afirma. O lado solidário de Silvana também está em alta. “Não pretendo tirar o lugar de uma jovem que precisa mais de um emprego, apenas trabalhar em casa e fazer o meu próprio horário.” TERCEIRA TURMA - O Núcleo Meu Guri formou a terceira turma de corte e costura, com 14 mulheres, no dia 27 de julho. Os cursos são realizados em parceria com o Sindicato das Costureiras de São Paulo e têm como objetivo a formação de emprego e renda. “Já formamos 41 profissionais desde o primeiro curso, concluído em 28 de julho de 2006, e estamos vendo os resultados positivos desta ação e como isso está

WERTHER SANTANA

As novas formandas do curso concluído em julho passado

ajudando estas mulheres a caminhar para a realização dos seus sonhos” afirma Elza Costa Pereira, presidente do Meu Guri e tesoureira do nosso Sindicato. OUTROS PROJETOS- O Meu Guri possui vários outros projetos sociais. Abriga crianças e adolescentes em situação de risco social, desenvolve os projetos ‘arte-educação’, ‘família em foco’, ‘projeto laços’, hidroponia, biblioteca etc. O Núcleo atende famílias vítimas da violência doméstica, possui bazar beneficente, um posto do Centro de Solidariedade ao Trabalhador, voltado para o primeiro emprego. “Trabalhamos pela inclusão social, empregamos pessoas, temos 54 funcionários e muita disposição para promover cidadania”, conclui Elza.

Neusa já tem um novo projeto de vida

Silvana busca o seu próprio espaço no mercado

FUTEBOL 2ª DIVISÃO

FORÇA AVANÇA NO CAMPEONATO PAULISTA

O Valdir Pereira, presidente do Força Esporte Clube

Força Esporte Clube segue firme no Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 2007. A competição, que começou no dia 7 de abril, vai rolar até 11 de novembro, com a participação de 48 equipes que disputam quatro vagas de acesso à Série A3 em 2008. Nosso time já está na segunda fase (onde disputam 24 equipes). Na primei-

PRÓXIMOS JOGOS DO FORÇA NA FASE 2 PENAPOLENSE x FORÇA (19 de agosto, 10h, em Penápolis – Estádio Tenente Carrico) FORÇA x CAMPINAS (25 de agosto, 11h, em Caieiras – Estádio Carlos Ferracini) TUPÃ x FORÇA (31 de agosto, 20h30, em Tupã – Estádio Alonso de Carvalho Braga) RADIUM x FORÇA (9 de setembro, 10h, em Mococa – Estádio São Sebastião) FORÇA x JABAQUARA (16 de setembro, 10h, em Caieiras - Estádio Carlos Ferracini)

ra partida desta fa-se, realizada no dia 14 de julho, o Força Esporte Clube empatou com o Penapolense por 3 a 3. No dia 21, venceu por O Força Esporte Clube rumo à classificação 1 a 0 o Campinas, no Cerecamp. No dia 28 de julho, o For- forma que um dos jogadores da equipe, ça venceu o Tupã ( 2 a 0) no estádio o Chitão, fará testes durante um mês na oficial do nosso time (Estádio Munici- Rússia, e que Célio Silva passou a ser pal Carlos Ferracini de Caieiras). Nas Gerente de Futebol, passando para Riúltimas rodadas venceu o Radium de cardo Pinto (ex-goleiro do Corinthians, Mococa (1 a 0) e perdeu por 2 a 0 para o em 1998) o cargo de técnico do Força. Confira os resultados e os próximos Jabaquara, em Santos. O presidente do Força Esporte Clube, jogos no site do Sindicato. ClassificamValdir Pereira, diretor do Sindicato, in- se para as semifinais apenas 8 times.

ACESSE O SITE DO SINDICATO

O

setor de Comunicação Social do Sindicato visa socializar as ações e lutas sindicais e contribuir para fortalecer a integração entre os trabalhadores, por intermédio do Jornal “o metalúrgico”, do site, dos boletins, cartazes, folhetos, adesivos e faixas. No site, o internauta conhece mais

sobre a história do nosso Sindicato, sobre a atual diretoria, links interessantes, as últimas notícias das portas de fábrica, da Força Sindical e da CNTM, as edições do Jornal “o metalúrgico”, imagens e vídeos e, sempre, uma palavra do presidente Eleno Bezerra. “O site foi criado com o objetivo de

organizar, conservar e dar acesso público a uma série de ações, propostas e textos relativos ao Sindicato, promovendo o debate e a reflexão sobre os desafios que o Brasil e os trabalhadores enfrentam na busca do desenvolvimento econômico, da cidadania e justiça social”, avalia Eleno.

Acesse: www.metalurgicos.org.br


ANO 64 – AGOSTO DE 2007 – Nº 539

JOVENS METALÚRGICOS Mais de 70 participantes debateram temas atuais no 1º Encontro da Juventude Metalúrgica organizado pelo nosso Sindicato. PÁGINA 3

IUGO KOYAMA

TRABALHADORES NA CÂMARA

Os delegados sindicais do Curso de Formação Nível 2 conheceram a Câmara Municipal de São Paulo e aprenderam mais sobre o seu funcionamento. PÁGINA 3

O CONTRATO COLETIVO NACIONAL A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, que completou 19 anos, está promovendo seminários sobre o setor metalúrgico. PÁGINA 6

NOSSA OPINIÃO SOBRE A CRISE AÉREA

Dirigentes sindicais decidem não voar mais por Congonhas, em repudio à falta de segurança e de competência dos órgãos responsáveis pela aviação. PÁGINA 7

ACOMPANHE NOSSO TIME

O Força Esporte Clube está indo muito bem na segunda fase do Campeonato Paulista de Futebol da 2ª Divisão rumo à classsificação. PÁGINA 8

Como nas mobilizações anteriores, a unidade nos levará à conquista de nossas reivindicações na Campanha Salarial 2007

TODOS NA LUTA PELO AUMENTO REAL V

amos começar a mobilização para a Campanha Salarial 2007. Nossa Campanha será feita conjuntamente com a Federação e os 52 sindicatos de metalúrgicos do Estado. Juntos, somamos cerca de 700 mil trabalhadores lutando por aumento real de salário, melhoria do piso, redução da jornada de trabalho, fim da terceirização, PLR, qualificação profissional, contrato coletivo nacional. A data-base é 1º de novembro. Mas a Campanha vai começar mais cedo para que possamos construir uma mobilização sólida e ganhar força nas negociações. Neste mês de agosto, será realizada a plenária dos 52 sindicatos para discutir e aprovar a pauta de reivindicações, que, depois, será submetida às assembléias de cada sindicato.

86%

Vamos, também, promover uma grande assembléia de todos os sindicatos, um ato de entrega da pauta na Fiesp (federação patronal) e determinar a data de início das negociações. O momento econômico é favorável para os trabalhadores e temos que aproveitar. O governo vem anunciando crescimento do emprego e da economia, enquanto as empresas anunciam a retomada de investimentos. Isso significa mais produção, mais vendas e aumento de produtividade, e a mobilização é fundamental para a conquista de aumento salarial maior que o do ano passado, pois a inflação está em baixa. “Existe espaço para renovar e ampliar os direitos dos trabalhadores. Por isso, precisamos estar mobilizados para

buscar a valorização dos salários, além de qualificação profissional e o contrato coletivo nacional”, afirma ELENO BEZERRA, presidente do Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. O bom desempenho da economia é ideal para a conquista de novos direitos, e o Contrato Coletivo Nacional é uma dessas reivindicações. Nossa confederação vem articulando a unificação das datas-base nos Estados, como já acontece em São Paulo. A partir daí, faremos campanhas salariais em âmbito nacional, com pauta única com as reivindicações básicas dos metalúrgicos de todo o País, e específicas de cada Estado. LEIA MAIS NA PÁG. 4

DOS ACORDOS TÊM AUMENTO REAL Dados do Ministério do Trabalho mostram que no primeiro semestre deste ano, 86% dos acordos de campanhas salariais recuperaram a inflação e ainda tiveram aumento real. O levantamento foi feito pelo Dieese, que analisou mais de 17 mil acordos e convenções firmados entre janeiro e junho deste ano. Em 10% dos acordos, houve somente recuperação das perdas, e em apenas 4% o rea-

juste foi inferior à inflação. Os dados mostram também que aumentou o número de acordos feitos sem a interferência da Justiça do Trabalho, já que no primeiro semestre de 2006 foram registrados pouco mais de 7 mil acordos. A explicação para isso é que, com inflação baixa, o patrão fica menos intransigente na mesa de negociação.


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