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NOVEMBRO DE 2007
ANO 64 – Nº 541
MOBILIZAÇÃO GARANTE REAJUSTE SALARIAL DE
Assembléia no Sindicato aprova aumento salarial e renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva
Com 2,6% de aumento real e novos benefícios A
assembléia-geral realizada no dia 26/10, no Sindicato, aprovou a proposta de acordo salarial que garante um reajuste de 7,45%, a renovação de todas as cláusulas sociais da Convenção Coletiva e novos benefícios. O reajuste engloba a reposição da inflação dos últimos doze meses e 2,6% de aumento real. Os pisos salariais terão reajuste de 8,47% a 13,28%, e passarão a até R$ 827,00 (veja quadros na pág. 5).
O acordo vale para as empresas dos grupos patronais 3 (autopeças), 19-3 (máquinas, eletroeletrônicos), 10 (comandado pela Fiesp), Fundição e Ciesp (Centro das Indústrias) de Mogi das Cruzes. “Este é um dos melhores acordos salariais do País, conquistado graças à mobilização dos trabalhadores, que foram à luta, deram retaguarda ao comando de negociações e fortaleceram nossos negociadores, que mantiveram postura firme e determinante frente aos patrões”, afirma Eleno Bezerra, presidente do nosso Sindicato e da CNTM. LEIA MAIS NAS PÁGINAS INTERNAS
As Centrais são legais A Câmara dos Deputados aprovou no dia 17/10, o projeto que legaliza as centrais sindicais. Com isso, as entidades, que já eram reconhecidas de fato, passam a ser reconhecidas legalmente, podendo representar os trabalhadores brasileiros em todas as instâncias do Judiciário e em todas as negociações de interesse dos trabalhadores. LEIA NA PÁG. 3 DANIEL CARDOZO
Apoio nacional: Sindicalistas e trabalhadores foram ao Congresso defender a legalização
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NOVEMBRO DE 2007
EDITORIAL
MOBILIZAÇÃO LEVOU À VITÓRIA
E
stamos encerrando a Campanha Salarial 2007 com conquistas muito importantes: o acordo salarial, que é um dos melhores do País, e maior unidade entre os 53 sindicatos do Estado envolvidos na campanha e a nossa Federação. O acordo garante um reajuste salarial de 7,45%, um aumento real significativo de 4% a 5,5% nos pisos salariais, novos benefícios e a renovação de todas as cláusulas sociais da nossa Convenção, entre elas, as que dão estabilidade aos acidentados no trabalho e aos portadores de doenças profissionais. Essas cláusulas, além de dar estabilidade superior à garantida por lei, que é de 12 meses após a alta médica, mantêm a dignidade do trabalhador. Todas estas conquistas são fruto da mobilização e da postura firme dos sindicatos nas negociações.
IUGO KOYAMA
Durante toda a campanha, fizemos um trabalho intenso na base. Foram mais de mil assembléias em todo o Estado. A mobilização deu retaguarda à comissão de negociação, que manteve sempre uma postura firme diante dos grupos patronais, recusou propostas que não condizem com o crescimento da economia e o aumento da produção que estamos vivenciando, e garantiu um excelente acordo. Certamente, este resultado vai ajudar outras categorias nas suas negociações, pois entendemos que esta luta pelos direitos trabalhistas, benefícios sociais e econômicos é de todos os trabalhadores.
Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO E DA CNTM
ARTIGO
FORÇA SINDICAL PRESSIONA PELA REGULAMENTAÇÃO DAS CENTRAIS
A
Força Sindical tem atuado fortemente junto aos parlamentares no Congresso Nacional para agilizar a aprovação da regulamentação das centrais sindicais. A sociedade brasileira, especialmente os trabalhadores, ganham com a legalização. Há muitos anos, os trabalhadores lutam para se organizar, porque sempre souberam que a mobilização das categorias passa necessariamente pela sua organização. E o número de conquistas dos trabalhadores está diretamente ligado à organização e à mobilização que cada categoria consegue fazer. As categorias unidas às centrais sindicais têm muito mais condições de negociar com os governos federal, estaduais e municipais, além dos outros poderes – Le-
o metalúrgico
DANIEL CARDOZO
gislativo e Judiciário. O projeto de lei de legalização das centrais, de autoria do governo, foi enviado ao Congresso no dia 5 de setembro, para ser votado em 45 dias. O projeto já foi aprovado nas comissões de Finanças e Tributação, de Trabalho, de Administração da Câmara dos Deputados, e no plenário da Casa. Agora, está tramitando no Senado, Este projeto de legalização corrige uma distorção constitucional, pois, regulamentar as centrais sindicais é modernizar o sindicalismo brasileiro.
Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL E DEPUTADO FEDERAL PELO PDT
Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio RaiNOVEMBRO DE 2007 mundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos SanAno 64 – Edição nº 541 tos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláu“o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos dio do Prado Nogueira, David Martins CarTrabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas valho, Edson Barbosa Passos, Eleno José e de Material Elétrico de São Paulo e Mogi das Cruzes. Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, FranCEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 cisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (GeCEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP léia), Jefferson Coriteac, João Aparecido www.metalurgicos.org.br Dias (João DD), João Carlos Gonçalves info@metalurgicos.org.br (Juruna), José Francisco Campos, José Lú-
DIREITOS
trabalhistas Nesta edição, “o metalúrgico” traz informações sobre dois direitos trabalhistas importantes, que viraram lei pela luta dos trabalhadores metalúrgicos ao longo dos anos: a redução da jornada de trabalho e a estabilidade aos acidentados. Ambos protegem os trabalhadores das arbitrariedades patronais. Leia atentamente para ficar mais bem informado e saber se defender melhor dos abusos dos patrões.
REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO Até outubro de 1988, a jornada de trabalho no Brasil era de 48 horas semanais. Era trabalho duro, 8 horas por dia, seis dias por semana, fora as horas-extras. Porém, desde 1985, nosso Sindicato já vinha conquistando uma redução gradativa da jornada, por meio de muita luta e negociação com as empresas. Assim, em 1988, quando a Constituição Federal fixou a jornada em 44h semanais para todos os trabalhadores brasileiros, os metalúrgicos já trabalhavam 44h. E nós não paramos por aí, continuamos essa luta e, atualmente, em muitas empresas a jornada já é de 40h semanais. – Capítulo II, dos Direitos Sociais, Art. 7º -“Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias, e 44h semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.”
ESTABILIDADE AOS ACIDENTADOS Por lei, os trabalhadores acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais têm garantia de emprego até 12 meses após o retorno ao trabalho. Pela Convenção Coletiva do Sindicato, esses trabalhadores têm estabilidade no emprego até a aposentadoria. Essa conquista é fruto de intensas negociações coletivas e da continuidade da luta do Sindicato pela manutenção deste direito.
Dicas Meio Ambiente A metalurgia e a reciclagem se confundem ao longo da História, pois as sucatas são, geralmente, as matérias-primas mais convenientes na fundição. Os metais são 100% recicláveis. Por exemplo, para a fabricação de 1 tonelada de alumínio são necessárias 5 toneladas de bauxita. A reciclagem de 1 tonelada de sucata de alumínio economiza 5 toneladas de bauxita, um recurso natural não-renovável. Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 kg de minério de ferro, 154 kg de carvão e 18 kg de cal. Já na reciclagem do alumínio, a economia de energia é de 95% em rela-
ção ao processo primário, economizando a extração de 5 toneladas de bauxita (matéria-prima para se fabricar o alumínio) por tonelada reciclada, sem contar toda a lama vermelha (resíduo da mineração) que é evitada. Os benefícios da reciclagem de metais são muitos: economia de minérios, economia de energia, economia de água, aumento da vida útil dos lixões, diminuição das áreas degradadas pela extração do minério, diminuição da poluição, geração de empregos e recursos econômicos para os intermediários. Ajude a preservar o meio ambiente e recicle, sempre!
Fonte: Ambiente Brasil - www.ambientebrasil.com.br
cio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva
Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém), Paulo Fernandes de Souza (Paulão) e Sales José da Silva
Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão BANGRAF Tiragem: 300 mil exemplares
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CONQUISTA HISTÓRICA
CENTRAIS SINDICAIS SÃO LEGAIS A
Câmara dos Deputados aprovou, no dia 17 de outubro, o projeto de lei que reconhece legalmente as centrais sindicais. Esta é uma conquista histórica do movimento sindical e resultado de uma longa negociação que começou no Fórum Nacional do Trabalho. Porém, duas emendas incorporadas ao projeto no final da votação, que tratam da continuidade ou não da contribuição sindical e da fiscalização do Tribunal de Contas da União sobre as centrais, criaram uma grande confusão. O texto aprovado reconhece as centrais sindicais, define os critérios para o exercício das suas atividades, e garante a elas receber uma parcela da contribuição ou imposto sindical, correspondente a um dia de trabalho. Porém, a emenda da contribuição acaba com o desconto obrigatório em folha, dos trabalhadores. Ela não extingue a contribuição, mas obriga o trabalhador a ir ao sindicato ou à Caixa Econômica para fazer o recolhimento, o que é um problema para o trabalhador. Por outro lado, a emenda mantém a contribuição obrigatória para as entidades patronais. Na prática, a emenda é um golpe para enfraquecer as entidades dos trabalhadores e, depois, tirar direitos, como férias, 13º, entre outros. O deputado federal Paulinho, também presidente da Força Sindical, explica que, “dessa forma, os trabalhadores poderão ficar sem os serviços prestados pelas entidades, como assistência jurídica, negociação salarial etc. Ou seja, todas as entidades sindicais podem ficar sem a contribuição que sustenta todas as lutas sindicais, a defesa dos direitos dos trabalhadores, sua organização e mobilização”.
Eleno Bezerra, presidente do Sindicato, acrescenta: “Não temos mais lei salarial, quem negocia os reajustes são os sindicatos. Na reforma da Previdência Social, o governo quer impor uma idade mínima para a aposentadoria, de 60 e 65 anos; aumentar o tempo de contribuição de 35 anos para 40 anos, reduzir o valor da pensão por morte e tirar outros direitos. Com entidades sindicais fortes, não vão conseguir impor essas mudanças. Com sindicatos fracos tudo isso vai ser aprovado no Congresso, onde a bancada patronal é grande”, afirma.
FOTOS DANIEL CARDOZO
A
OS BENEFÍCIOS DA CONTRIBUIÇÃO A contribuição, na prática, beneficia o trabalhador e tem um custo baixo para ele. Um trabalhador com salário de R$ 1.000, por exemplo, paga R$ 33,33 de contribuição, uma única vez no ano. O reajuste salarial de 7,45%, que conquistamos na Campanha Salarial, vai dar a este trabalhador um aumento mensal de R$ 74,50. Isso é mais que o dobro do valor do imposto sindical. Além disso, o reajuste conquistado representa, em 13 meses - incluindo o 13º e o adicional de 1/3 de férias-, um ganho de R$ 993,34. Isso é 29,8 vezes mais que o imposto sindical descontado desse trabalhador. “A contribuição, portanto, transforma-se em benefícios para o trabalhador, pois ela ajuda a manter a estrutura que garante os direitos trabalhistas e o seu aumento salarial. A defesa da manu-
O deputado Paulinho defende na tribuna da Câmara a aprovação do projeto que legaliza as centrais sindicais. O discurso é acompanhado com atenção por Eleno, diretores do Sindicato e trabalhadores, que ocuparam as galerias da Câmara
tenção da contribuição vale tanto para os tribuição compulsória recolhida em favor trabalhadores de hoje como para seus fi- do sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senac). lhos”, afirma Paulinho. Por tudo isso, a Força Sindical, demais centrais,o nosso Sindicato e confederaOUTRO PONTO CRÍTICO ção (CNTM) estão buscando derrubar a emenda no Senado, onde o projeto está A segunda emenda obriga as centrais sendo discutido e será votado. sindicais dos trabalhadores a prestar As centrais defendem o fim do imposcontas dos recursos recebidos ao Tribunal to sindical e a discussão de uma nova de Contas da União, mas isenta dessa forma de contribuição. Mas isto deve ser obrigação as federações e confederações feito de forma gradativa. Elas também patronais, que, além do imposto sindical querem formar um conselho tripartite, e do recebimento de expressivas somas que seria responsável pela fiscalização de recursos públicos que recebem, ain- dos recursos recebidos pelas centrais dos da são remuneradas com parcela da con- trabalhadores e dos patrões.
VITÓRIA NA JUSTIÇA
Sindicato cobra da prefeitura a entrega do vale-transporte aos desempregados Tribunal de Justiça de São Paulo mandou a prefeitura cumprir a lei que garante aos desempregados do município de São Paulo o direito de receber o vale-transporte. Agora, nosso Sindicato, junto com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e o dos Brinquedos estão negociando com a Secretaria Municipal de Transportes as condições para a implantação da medida. No dia 2 de outubro, as entidades apresentaram ao secretário de Transportes, Alexandre de Moraes, uma proposta prevendo que o cadastramento dos desempregados seja feito pelos sindicatos; a concessão de 22 vales-transporte mensais a cada desempregado, e tempo de
O
concessão do vale por dez meses. O secretário comprometeu-se a avaliar a proposta e dar uma resposta. “Esperamos poder acertar as regras de distribuição do vale e ajudar milhares de desempregados”, afirma Eleno Bezerra, nosso presidente, que , junto com Paulinho, presidente da Força Sindical, e outros sindicalistas, já se reuniu em audiência com o prefeito Gilberto Kassab para discutir a questão. ENTENDA O CASO
Paulinho, Eleno e vereador Cláudio em audiência com prefeito Gilberto Kassab
prefeita Luiza Erundina. A lei deixou de A lei 10.854, que instituiu o vale- ser cumprida em 1995, pelo ex-prefeito transporte, foi regulamentada pelo de- Paulo Maluf, e, depois, por Marta Suplicreto 28.813, de 1990, na gestão da ex- cy. Em maio de 2001, nosso Sindicato e
a Força Sindical cobraram da prefeitura o cumprimento da lei. Como não foram atendidos, entraram na Justiça e ganharam em 1ª e 2ª instâncias.
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VITÓRIA DA CATEGORIA: ACORDO GARANTE 7,45% DE AUMENTO SALARIAL A
ssembléia realizada no dia 26 de outubro, no Sindicato, aprovou o acordo salarial de 2007 que garante reajuste de 7,45%, com 2,6% de aumento real incluído, e melhorias nas cláusulas sociais. Na avaliação da diretoria do Sindicato, este é um dos melhores acordos salariais fechados este ano por uma categoria profissional, e sua conquista é resultado da mobilização dos trabalhadores, que desde o início da campanha, em agosto, participaram de todas as manifestações, paralisações e assembléias nas fábricas e no Sindicato. De acordo com pesquisa do Dieese, os percentuais de aumento real obtidos nas negociações salariais de outras categorias variam de zero a 2,5%. “Os metalúrgicos mostraram firmeza e disposição de luta, até para ir à greve, durante toda a campanha”, avaliou Eleno Bezerra, presidente do Sindicato. Nossa categoria também soube aproveitar o momento econômico. O crescimento do setor metalúrgico, da economia, da produtividade das empresas ajudaram a traçar as estratégias da campanha, a mobilização e a alcançar os resultados planejados. Este ano, os 53 sindicatos envolvidos na Campanha, e a nossa federação, buscaram unificar os pisos salariais e acabar com o teto de reajuste. Não eliminamos o teto como queríamos, mas eleva-
Assembléia no Sindicato aprova as propostas de acordo salarial dos grupos patronais, com reajuste salarial e aumento real, e suspende a greve que seria decretada no Grupo 10, se não houvesse acordo
mos o seu patamar em 9,81%, em mé- dores de doenças profissionais, e para dia, enquanto os pisos tiveram reajustes os que estão perto da aposentadoria. que variam de 8,47% a 13,28%. “Todos os anos, os patrões tentam acabar com as cláusulas da estabilidaRENOVAÇÃO DAS CLÁUSULAS de, porque, para eles, esses trabalhadoEste ano, também, negociamos e re- res significam custo. Se essas cláusulas novamos todas as cláusulas sociais, forem derrubadas, esses trabalhadores principalmente as que dão estabilidade nunca mais arrumarão emprego e não para os acidentados no trabalho e porta- vão conseguir se aposentar com um sa-
lário melhor”, lembra Eleno. Conquistamos, ainda, cláusulas sociais novas, como a proibição de as empresas contratarem temporários ou terceirizados na atividade fim, entre outras. Confira na página ao lado o acordo e as novas cláusulas conquistadas. Ainda estamos em negociação com o Sindimotor e Sindifupi.
Negociações As negociações da Campanha Salarial começaram no dia 25/9, com prazo até 19/10 para um acordo. Neste período, recusamos propostas patronais na mesa de negociação que não contemplavam aumento real e ainda retiravam benefícios sociais, como, por exemplo, a comissão eleitoral da CIPA. Os grupos patronais queriam, ainda, liberdade para contratar temporários para serviços de manutenção mecânica ou elétrica, não aceitavam incluir na Convenção Coletiva a negociação automática da PLR, a questão do assédio moral, entre outros. Pressionamos e fizemos valer nossas reivindicações!
FUNDIÇÃO Logo na primeira negociação, nossa comissão, integrada por Chiquinho, da federação, ouviu a choradeira dos patrões de que o crescimento está pequeno por causa das exportações, mas mostramos notícias de jornais indicando que o setor está trabalhando no limite da capacidade
GRUPO 10 (Fiesp) Os patrões (à direita na foto) tentaram, mais uma vez, derrubar as cláusulas da estabilidade dos acidentados e dos portadores de doenças profissionais, das horas-extras, que fixam remuneração superior à da lei, e a que impede a contratação de temporários para manutenção mecânica e elétrica
GRUPO 19-3 (máquinas, eletroeletrônicos) O grupo queria dar apenas 1% de aumento real e, nas discussões dos itens sociais, chegaram a propor a retirada, da convenção, das cláusulas que impedem a contratação de terceirizados e temporários na produção, e que dão legitimidade à eleição e ao trabalho dos cipeiros
GRUPO 3 (autopeças) A comissão de negociação dos trabalhadores integrada por Eleno, Miguel, Elza, Chiquinho (da federação) em uma das negociações com os representantes do setor de autopeças, na sede da Federação dos Metalúrgicos
CIESP - MOGI O acordo foi fechado no dia 1º de novembro e garante o mesmo reajuste salarial dos demais grupos. O Ciesp queria dar apenas a reposição da inflação, sem aumento real. Recusamos, pressionamos e garantimos reajuste igual ao dos demais setores patronais
IUGO KOYAMA
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CAMPANHA SALARIAL 2007
O ACORDO APROVADO PELA ASSEMBLÉIA Confira o reajuste salarial GRUPO PATRONAL 19-3 (MÁQUINAS, ELETROELETRÔNICOS)
3 (AUTOPEÇAS)
10 (FIESP)
REAJUSTE SALARIAL A partir de janeiro /08
7,45%
TETO DO REAJUSTE *
19% EM DUAS PARCELAS
R$ 3.780,00 Salários superiores a isto somar R$ 281,61
Até 100 trabs.:.............. R$ 630,00 + de 100 a 350 trabs.: .. R$ 687,00 + de 350 trabs.: ............ R$ 800,00
R$ 3.780,00 Salários superiores a isto somar R$ 281,61
Até 150 trabs.:.............. R$ 607,20 + de 150 trabs.: ............ R$ 827,20
R$ 3.680,00 Salários superiores a isto somar R$ 274,16
Até 100 trabs.:.............. R$ 630,00 + de 100 até 350 trabs.:R$ 680,00 + de 350 trabs.: ............ R$ 780,00
R$ 3.780,00 Salários superiores a isto somar R$ 281,61
Até 100 trabs.:.............. R$ 630,00 + de 100 a 350 trabs.: .. R$ 687,00 + de 350 trabs.: ............ R$ 800,00
SEM TETO
Até 350 trabs.:.............. R$ 673,00 + de 350 trabs.: ............ R$ 807,00
9% a ser pago até 07/12/07 10% a ser pago até 21/12/07
19% EM DUAS PARCELAS
7,45%
10% a ser pago até 7/12/07 9% a ser pago até 21/12/07
19% EM DUAS PARCELAS
7,45%
9% a ser pago até 20/12/07 10% a ser pago até 5/01/08
19% EM DUAS PARCELAS
CIESP DE MOGI DAS CRUZES
7,45%
9% a ser pago até 07/12/07 10% a ser pago até 21/12/07
19% EM DUAS PARCELAS
FUNDIÇÃO
7,45%
PISOS **
ABONO
9,5% a ser pago até 07/12/07 9,5% a ser pago até 31/12/07
A partir de janeiro/08
* Reajuste médio de 9,81% ** Reajuste médio de 10,44% - As negociações com Sindimotor e Sindifupi ainda estão em andamento
NOVAS CLÁUSULAS SOCIAIS * PLR - As empresas promoverão negociação para definição da PLR com a participação dos Sindicatos. A PLR é determinada por lei, mas muitas empresas não negociam ou só negociam com base na pressão. * AUXÍLIO-CRECHE As empresas com pelo menos 30 funcionárias com mais de 16 anos de idade, e que não possuam creche própria poderão celebrar convênio ou reembolsar a empregada pelas despesas feitas com a guarda, vigilância e assistência de filho legítimo ou legalmente adotado, em creche credenciada, à sua escolha, de valor correspondente a 15% do piso salarial, por mês, por filho com idade de zero a 24 meses. * AMAMENTAÇÃO Por lei, a trabalhadora tem direito a duas paradas, de meia hora cada, durante a jornada de trabalho, para amamentar o filho, até ele completar seis meses de idade. Agora, a mulher poderá manter seu direito à pausa OU pedir licença remunerada de oito dias úteis, após o término da licença-maternidade, para amamentação. ** GARANTIA À EMPREGADA QUE SOFRER ABORTO A empregada que sofrer aborto não criminoso terá garantia de emprego ou salário pelo período de 60 dias após o gozo do repouso remunerado determinado por lei, que é de 15 dias. ** VIOLÊNCIA DOMÉSTICA A trabalhadora em situação de violência doméstica e familiar terá 30 dias de licença remunerada, ficando permitido à empresa compensação posterior com horas adicionais, sem prejuízo das férias. ** PREVENÇÃO DO CÂNCER As empresas proporcionarão às suas empregadas, desde que elas peçam formalmente, a realização de exame preventivo de câncer, gratuitamente, na rede do convênio médico, quando da realização do exame periódico anual. ** MÃO-DE-OBRA TEMPORÁRIA Na execução dos serviços da atividade fabril ou principal, bem como nos serviços rotineiros de manutenção mecânica e/ou elétrica, as empresas só poderão utilizar mão-de-obra por elas contratadas sob regime de CLT. Isso significa que não pode haver mão-de-obra temporária ou terceirizada nestas atividades. * Cláusula válida para os Grupos 3 e 19-3 ** Cláusula válida para o Grupo 3
A importância dos benefícios sociais A cada dois anos, o Sindicato negocia a renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva. E cada vez que essas negociações acontecem, precisamos ter muito cuidado para não cair nas armadilhas dos patrões, que sempre querem cortar benefícios. Este Miguel Torres, ano, não foi diferenSecretário-geral te. Enfrentamos nodo Sindicato vamente a resistência dos patrões em renovar essas cláusulas e negociar novos benefícios. Mas nossa persistência foi maior, define Miguel Torres, secretário-geral do Sindicato e um dos coordenadores dessas negociações. “Com mobilização e organização conquistamos um aumento salarial significativo, novos benefícios e renovamos todas as cláusulas sociais, inclusive as da estabilidade dos acidentados e portadores de doenças profissionais. Isso demonstra nossa capacidade de organização, e reafirma a luta do Sindicato de jamais abrir mão de direitos e buscar sempre ampliar os benefícios”, afirma.
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CATEGORIA MOBILIZADA CONQUISTA AUMENTO! Nosso acordo salarial não caiu do céu. Foi uma conquista trabalhada dia-a-dia, com unidade entre os 53 sindicatos metalúrgicos da Força Sindical no Estado, mobilização e organização. Para alcançá-lo, realizamos mais de 320 assembléias nas fábricas e no Sindicato (veja fotos). No Estado, foram mais de mil assembléias. Em todas elas, os trabalhadores aprovaram proposta de greve, se não houvesse acordo. Os patrões tentaram jogar o reajuste salarial pra baixo e cortar benefícios. Não aceitamos, fomos à luta, fizemos uma paralisação mais longa no dia 22/10 nas empresas do Grupo 10. Aí, as negociações começaram a avançar até chegarmos ao acordo. Outras categorias não alcançam conquistas como estas. Por que? Porque não têm a mesma organização, força, ousadia e disposição de luta dos metalúrgicos. Parabéns, companheiros(as)!
Unidade na luta dos trabalhadores da zona sul na zona sul
Assembléia no Sindicato“Enquanto lutamos pelo aumento salarial, no Congresso sempre tem uma briga para tirar direitos do trabalhador. Lutamos contra a terceirização, pela redução da jornada de trabalho, e precisamos ficar atentos ao Fórum Nacional da Previdência Social, porque querem aumentar o tempo de contribuição, impor uma idade mínima para aposentadoria e igualar o tempo de contribuição entre homens e mulheres.” PAULINHO, PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL E DEPUTADO FEDERAL
ENTREGA DA PAUTA AO CIESP DE MOGI DAS CRUZES ElcoaEm assembléia na zona oeste, diretor PEREIRA fala sobre a importância da participação
“Os metalúrgicos são parâmetro de luta para outras categorias. Se fizermos um bom acordo salarial, outras categorias também farão. Se fizermos um acordo ruim, outras farão acordos piores. Por isso, nossa mobilização e nossas conquistas são tão importantes.” ELENO BEZERRA, presidente do Sindicato, em assembléia na Samot
Eleno comanda assembléia com quatro mil trabalhadores de oito empresas, na zona sul, no dia 4 de outubro
DÉBORA FLOR
Aliança MetalúrgicaUma das empresas onde o diretor ADNALDO realizou assembléia da Campanha Salarial
Assembléia no Sindicato“Estamos num momento de fortalecer o nosso poder aquisitivo e dar melhores condições de vida às nossas famílias. Por isso, este é o momento de estarmos unidos. A participação de cada um na Campanha Salarial é muito importante e nos fortalece quando vamos para a mesa de negociação com os patrões.” ELZA COSTA PEREIRA, tesoureira-geral do Sindicato
IUGO KOYAMA
Valeo“Estamos reivindicando das empresas uma produtividade que nós construímos. Se a empresa está lucrando é por causa do nosso trabalho, e é justo que ela reparta isso com os funcionários. A luta pelo aumento real é uma luta pelo crescimento do País. Com salário melhor o trabalhador compra mais, as empresas produzem mais e geram mais empregos.” CLAUDIO PRADO, vereador
(Acima) MIGUEL, secretário-geral, e o diretor CARLÃO puxam a passeata de entrega da pauta ao Ciesp, em Mogi das Cruzes
Acima, os diretores Arakém e Paulão, que mobilizaram os trabalhadores de Mogi para a passeata
O presidente do Ciesp recebe a pauta entregue por Eleno, presidente; Miguel, os diretores Pereira, Luisinho e Valdir
Ilha do SapoO apoio do diretor CAMPOS à mobilização dos trabalhadores da Arno e da Lorenzetti, na zona leste
Na zona SulDiretor EDSON reúne trabalhadores da MWM, Taif, Brasimet, Brassinter, Sandwick, Carbono Lorena, Schneider. Além da unidade, os uniformes diferentes deram um colorido especial à manifestação
Rolamentos FagTrabalhadores atentos às informações do presidente ELENO e do diretor MARTELOZZO sobre nossas reivindicações e andamento das negociações
5 DE OUTUBRO, NO PALÁCIO DO TRABALHADOR- Assembléia-geral de mobilização reúne cerca de 800 trabalhadores das zonas Oeste, Leste e Centro. Ao final, trabalhadores junto com Eleno, Paulinho, Elza, Miguel, diretoria e assessoria aprovam greve por tempo indeterminado a partir do dia 22/10, se não houver proposta satisfatória dos patrões
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AUMENTO E GARANTIA DE DIREITOS! WERTHER SANTANA
AratelAssembléia com diretores LUISINHO e PEREIRA: mobilização pelo aumento salarial e benefícios IUGO KOYAMA
Mycom ChimicalDiretor MALA pergunta e trabalhadores aprovam proposta de paralisação em defesa do aumento IUGO KOYAMA
Componel (CCE)Diretor MALOCA comanda assembléia de mobilização com o apoio do vereador CLÁUDIO PRADO
ElcoaDiretor CEARÁ fala sobre a campanha salarial e alerta: ‘nossa briga é pra valer’ ARQUIVO SINDICATO
Arno‘Não podemos afrouxar com os patrões’, afirma o diretor JEFFERSON, aos trabalhadores reunidos na Ilha do Sapo
IndebrasDiretor DAVID conclamou e assembléia aprovou: a ordem é participar JB NETO
WERTHER SANTANA
No Sag MolasDiretor TECO fala da intransigência dos patrões e lembra que a luta pelo aumento ‘sagrado’ é de todos
Irmãos Roberto (Poá)Diretor SALES lembra que a mobilização é importante tanto nas grandes como nas pequenas empresas WERTHER SANTANA
Sercom (Mogi das Cruzes)Unidade e disposição de luta na assembléia convocada pelo diretor PAULÃO
GerdauDiretor MILTON BRUM conversa mais de perto com trabalhadores momentos antes da assembléia
LOPPES JR
RCN‘Temos que valorizar nossa campanha para conquistar um salário maior e ampliar direitos’, afirma o diretor ZÉ LUIZ
TimkenEm assembléia, o diretor MENDONÇA lembra que os patrões sempre tentam nivelar o aumento por baixo
IUGO KOYAMA
WEGDiretor MINEIRO reúne os funcionários administrativos para falar da campanha salarial
Manômetros RecordDiretor VALDIR lembra que ‘não há conquista sem luta’ e pede a participação dos trabalhadores
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AUMENTO E GARANTIA DE DIREITOS! IUGO KOYAMA
RadialDiretor GELÉIA pede e trabalhadores manifestam todo apoio para as negociações
Diretor XEPA ajudou na organização das várias manifestações dos trabalhadores
PradaTrabalhadores atentos às informações da campanha salarial dadas pelo Diretor CARLÃO
Outras imagens da campanha BuildingTrabalhadores mostram disposição de luta em assembléia comandada pelo diretor GARCIA
LorenzettiDiretor JOÃO DD defende mobilização em assembléia unificada na Ilha do Sapo
Em várias fábricas os trabalhadores deram um tempo na produção para participar das assembléias, informar-se e discutir sobre a Campanha Salarial
Na passeataDiretor SILVIO (de calça preta) na manifestação e passeata de entrega da pauta de reivindicação à Fiesp
LUTA DOS INCANSÁVEIS
APOSENTADOS BUSCAM FORMAÇÃO O
ROBERTO CEZAR
Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical – Estadual/SP- realizou entre os dias 23 e 26 de outubro, no Clube de Campo do nosso Sindicato, em Mogi, a sua 2ª Oficina de Estrutura e OrganizaO diretor Ortiz (ao microfone) trabalha para ção. O evento reuniu cerca de 100 organizar o Sindicato dos Aposentados no Estado dirigentes de 42 municípios do Estado e teve como objetivo a formação de também, da importância de os aposentadirigentes, com a discussão de temas como dos integrarem os conselhos municipais de a importância da organização da catego- idosos, pois a participação na vida comuria - aposentados e pensionistas-, consci- nitária contribui para a melhoria de vida entização política e financeira para o cres- da população nos bairros e localidades com cimento e o sustento das entidades. mais necessidades de apoio social”, afir“Sem formação não conseguiremos ma Carlos Andreu Ortiz, 1º vice-presidenavançar na nossa luta nem fazer valer nos- te estadual do Sindicato Nacional dos Aposos direitos. Nesses quatro dias falamos, sentados e diretor do nosso Sindicato.
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CONTRATO COLETIVO NACIONAL DE TRABALHO
CNTM COORDENOU DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA TERCEIRIZAÇÃO NIVALDO REZENDE
P
ara impulsionar o Contrato Coletivo Nacional de Trabalho e acabar com as enormes diferenças salariais e econômicas entre os trabalhadores em todo o País, a CNTM, filiada à Força Sindical, e a CNM-CUT, coordenaram, conjuntamente, um Dia Nacional de Luta no dia 18 de setembro. Neste dia, Eleno BezerEleno Bezerra e Luiz Carlos Miranda, secretário de Relações Públicas da CNTM, fazem corpo a corpo com os ra participou de ato condumetalúrgicos na portaria da Usiminas, em Ipatinga/MG zido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga/MG, na Usiminas. Em São Paulo, houve paralisações em 30 empresas, com participação de cerca de 8.500 metalúrgicos. No Estado de São Paulo, a mobilização parou empresas em Jundiaí, Ribeirão Preto, Piracicaba, Tatuí, Santo André, São Caetano, Mogi Guaçu e Bragança Paulista. No Brasil todo, 170 mil trabalhadores aderiram ao Dia de Luta. “São inaceitáveis as diferenças entre jornada de trabalho, salários e condições de trabalho entre os metalúrgicos brasileiros. Vamos continuar intensificanDiretor Tadeu na mobilização dos do a luta pelo Contrato Coletivo Naciotrabalhadores da nal de Trabalho para diminuir a exploraDuratex/Deca, ção no trabalho, a terceirização, e conzona oeste quistar mais dignidade e qualidade de vida para quem muito contribui para o crescimento do País”, afirma Eleno.
Miguel Torres, secretário-geral, e o diretor Mala, na Máquinas Piratininga, zona sul
IUGO KOYAMA
JB NETO
Elza, tesoureira do Sindicato (no centro), e o diretor Ceará, na Delga, zona oeste
Diretores Teco e Juruna, secretáriogeral da Força Sindical, na paralisação da Ilumatic, na zona oeste WERTHER SANTANA
Diretores Valdir e Geraldino com os trabalhadores da Armco, na zona leste
AÇÕES DA CNTM
Exportar não é somente o que importa, diz Eleno em Congresso da Fitim N
egociações internacionais têm sido feitas visando unicamente a exportação, e não levam em conta as relações com o trabalhador. Isto, em todos os governos. Estas considerações foram feitas pelo presidente do nosso Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Eleno Bezerra, em Brasília, no dia 27 de setembro, para um grupo de empresários e de altos funcionários do governo federal, em encontro promovido pela Federação Internacional dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas (Fitim), que tem sede em Genebra, na Suíça. Relações de emprego vêm sempre em segundo plano nas rodadas de negociações internacionais, mas esta não é uma medida positiva. “Precisamos ter uma política que leve em conta o traçado do setor industrial em conjunto com a vida do trabalhador. Aumentar a riqueza não
significa abandonar os pobres, mas incluí-los no setor da indústria. No setor automobilístico, por exemplo, não basta pensar apenas e unicamente na exportação. Temos, isto sim, de incluir nesta pauta uma política de geração de empregos, e não ver somente as relações com o mercado. Só mais empregos diminuem as diferenças sociais”, disse Eleno. Além de empresários e de funcionários do governo federal ligados à área de exportação, estavam presentes ao evento dirigentes da Fitim vindos da Alemanha, Dinamarca, Índia, Itália, Japão, Argentina, África do Sul e Estados Unidos.
FOTOS DANIEL CARDOZO
Eleno Bezerra, presidente da CNTM, no Congresso da Federação Internacional dos Metalúrgicos
No Congresso da Fitim, em Brasília, Eleno Bezerra estava acompanhado dos companheiros Edison e Lacerda, da CNTM
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CAMPANHA SALARIAL
RESUMO DAS AÇÕES DA CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA 2007 Desde a entrega da pauta de reivindicações aos patrões, no dia 12 de setembro, o Sindicato mobilizou os trabalhadores nas fábricas, promovendo paralisações diárias na entrada dos turnos e informando sobre a Campanha Salarial. Realizamos mais de 340 assembléias em portas de fábrica, com cerca de 100 mil trabalhadores. Como parte da estratégia de mobilização, o Sindicato também realizou duas grandes assembléias setoriais, no Palácio do Trabalhador, no dia 29 de setembro, com os trabalhadores das regiões norte e leste, e no dia 5 de outubro, com os companheiros das zonas oeste, sul e central. Confira a seguir!
INÍCIO 20 DE AGOSTO Plenária dos 53 sindicatos de metalúrgicos da Força Sindical no Estado, na sede da federação, aprova a pauta de reivindicações.
12 DE SETEMBRO
28 DE AGOSTO
Assembléia com os 53 sindicatos metalúrgicos do Estado, trabalhadores da capital e do interior, aprova pauta de reivindicações e faz passeata até a Fiesp, na Av. Paulista, para entrega da pauta.
Começam as assembléias de mobilização nas fábricas.
25 DE SETEMBRO
18 DE SETEMBRO
Início das negociações: Foram quase 30 dias de reuniões com seis grupos patronais, e cerca de 72 horas de discussões.
Dia Nacional de Luta pelo Contrato Coletivo Nacional de Trabalho coordenado pela CNTM contra a terceirização ilegal e pelo piso salarial único. Na nossa base, paramos 28 empresas, com 8.300 trabalhadores.
ASSEMBLÉIAS DE MOBILIZAÇÃO De 28 de agosto até 22 de outubro, a diretoria e a assessoria do Sindicato realizaram paralisações diárias nas fábricas em todas as regiões da capital e em Mogi das Cruzes.
22 DE OUTUBRO Cerca de 190 mil metalúrgicos fizeram greves em todo o Estado em mil empresas do Grupo 19-3
2 DE OUTUBRO Passeata de entrega da pauta de reivindicações ao Ciesp de Mogi
Assembléias no Sindicato. Em 21 de SETEMBRO (à esquerda), com trabalhadores das ZONAS LESTE E NORTE, e 5 de OUTUBRO (à dir.), com trabalhadores das ZONAS SUL, OESTE E CENTRO
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COPA DO MUNDO DE 2014 SERÁ NO BRASIL
CAMPEONATO PAULISTA
Força chega à Série A3
A Copa Mundial de Futebol 2014 será no Brasil. O anúncio foi feito na terça-feira, 30/10, às 12h30 (de Brasília), na sede da Fifa, em Zurique, na Suíça. Dezoito cidades já se candidataram a receber as partidas da Copa (Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Campo Grande, Cuiabá, Goiânia, Natal, Recife/Olinda, Salvador, Maceió, Fortaleza, Florianópolis, Curitiba, Belém, Manaus e Rio Branco). O jogo final da Copa deve ser realizado no Maracanã (RJ).
A
última rodada antes das finais definiu os quatro classificados à Série A3 do Campeonato Paulista de Futebol de 2008. Dos 48 clubes participantes da Segunda Divisão, Oeste Paulista, Itapirense, Penapolense e Força Esporte Clube foram os quatro classificados. Para quem ainda não sabe, a equipe de futebol profissional da Força Sindical entrou em campo em 2001. Em 2003, foi Campeão Paulista da 3ª Divisão/B3 e, no ano passado, obteve a 6ª colocação da Segunda Divisão. “O desafio agora é preparar bem a equipe para 2008 e, com a mesma determinação e garra demonstradas pelos jogadores e pela comissão técnica neste ano, continuar subindo”, afirma o presidente da equipe, Valdir Pereira, diretor do nosso Sindicato. A reforma do estádio Carlos Ferracini, em Caieiras, também será prioridade. “Atualmente, temos uma média de 7,5 mil lugares no estádio. Queremos aumentar para 10 mil até o final do ano. A prefeitura vai doar uma área para construirmos um centro de treinamento. Atualmente, treinamos em Joanópolis, mas
COLÔNIA EM PRAIA GRANDE HOSPEDA CAMPEÕES DOS JOGOS ABERTOS São Caetano do Sul conquistou o títuPaulinho e Valdir Pereira com o time do Força na rodada decisiva do Campeonato
nosso contrato se encerra em janeiro. O nosso plano é manter as categorias de base em Joanópolis e transferir o elenco profissional para Caieiras”, afirma o presidente Valdir. Nosso time: Fernando, Etiê, Rafael, Rodrigo Mauá, Robson, João Paulo, Jean, Marques, Itauê, Xitão, Mineiro, André, Baiano, Galvão, Hermes, Diego, Pablo, Régis, Thiago Romano, Gabriel,
Elieze, Fábio, Danilo, Elton, Romerito, Elias e Biro. Presidente de honra: Paulinho da Força; Presidente: Valdir Pereira; Coordenador técnico: Célio Silva; Supervisor: Fábio Palácio; Técnico: Ricardo Pinto; Preparador físico: Max Itapetininga; Preparador de goleiro: Arilson Silva; Massagista: Pedrinho; Mordomo: Jacó (Van Van); Assessores: Toninho, Ronaldo e Bradock.
lo dos Jogos Abertos do Interior, encerrados no dia 28 de outubro. Foi o décimo título da cidade do ABC paulista na disputa. A delegação vencedora ficou alojada na Colônia de Férias do nosso Sindicato, na Praia Grande. São Bernardo do Campo foi vice-campeã e o terceiro lugar ficou com São José dos Campos, seguida por Santos e Santo André. Praia Grande, cidade-sede, fez a sua melhor campanha em Jogos Abertos e terminou a competição em 18º lugar. PAULO DE TARSO
ENTREVISTA
Comerciários: irmãos na luta pelos direitos dos trabalhadores Esta edição de “o metalúrgico” abre espaço para um parceiro de lutas dos metalúrgicos: Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo, tesoureiro da Força Sindical, líder de uma categoria formada por 1,2 milhão de trabalhadores. Motta assumiu a federação em abril deste ano, realizou o 16º Congresso Sindical Comerciário e fala aqui do Plano de Lutas aprovado pela categoria. Qual a importância desse congresso? Motta- O congresso teve como tema “Comerciários: Quem Somos e o Que Queremos”, e seu objetivo foi aprovar medidas para nortear nossas ações sindicais e trabalhistas no Estado, reafirmar nossa unidade, aumentar nossa força na base e ampliar os direitos dos trabalhadores do setor. Quais as prioridades aprovadas? Motta- O combate a muitas irregularidades, sobretudo às terceirizações abusivas, que hoje permeiam todas as categorias, inclusive a metalúrgica. Contra isso, vamos intensificar a luta pela regulamentação da profissão, apoiar a Medida Provisória 388, que regulamenta o trabalho dos comerciá-
rios aos domingos, e tem um apoio impor- ra. Já é uma vitória, mas vamos continuar tante do Paulinho no Congresso, lutar pela pressionando para garantir a sua aprovação redução da jornada de trabalho, inclusão da também no Senado. PLR em nossas convenções coletivas etc. Que outras questões norteiam a luta dos Qual a importância da MP 388? comerciários? Motta- A medida sacramenta a folga se- Motta- O Plano de Previdência da categomanal aos domingos. A cada dois finais ria, o fim do desvio de funções, as ações conde semana trabalhados, o comerciário tra a automação, sobretudo nas funções de terá direito ao domingo seguinte de fol- caixa, que sobrecarregam o trabalhador e ga. Esta é uma luta histórica, que resta- ameaçam o seu emprego, o fim dos pagabelece o direito sagrado ao descanso se- mentos “por fora” de horas-extras e complemanal remunerado aos domingos, ao con- mentos salariais, incentivar as denúncias de vívio familiar e ao lazer. assédio moral e sexual para que seus responsáveis sejam devidamente punidos. A MP 388 já foi aprovada na Câmara? Motta- Sim. O projeto que regulamenta o tra- Qual o próximo passo? balho aos domingos foi aprovado na Câma- Motta- Avançar na questão da regulamen-
tação da profissão do comerciário. O Brasil tem cerca de 10 milhões de comerciários. Com a regulamentação, a categoria se organiza e garante mais os seus direitos. E a legalização das centrais sindicais? Motta- É de suma importância para o movimento sindical. As centrais têm seus espaços político e sindical garantidos de fato e de direito. Agora, terão uma fonte de custeio definida. Com os sindicatos, federações e confederações organizados, e as centrais legalizadas, temos todos os elementos para fortalecer o movimento sindical, sua unidade e amadurecer o espírito de coletividade.
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