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JUNHO DE 2008
ANO 65 – Nº 545
LUTA PELAS 40H SEMANAIS MOBILIZA O BRASIL grande luta dos trabalhadores brasileiros pela redução da jornada de trabalho ganhou as ruas e já chegou ao Congresso Nacional. Milhares de trabalhadores de todo o País participaram, no dia 28 de Maio, do Dia Nacional de Luta pela Redução da Jornada de Trabalho sem Redução Salarial e aprovação das Convenções 158 e 151, da Organização Internacional do Trabalho. Foi um dia inteiro de manifestações, passeatas, paralisações em todos os Estados, organizadas pela Força Sindical e demais centrais sindicais, num movimento unificado que mobilizou trabalhadores de todas as categorias em defesa destas bandeiras de luta. Nosso Sindicato organizou e participou ativamente dos atos realizados em todas as regiões da cidade de São Paulo, tendo à frente os diretores e assessores da entidade. O objetivo da mobilização foi chamar a atenção da sociedade para a importância da implantação dessas reivindicações na vida dos trabalhadores, de suas famílias e de toda a sociedade. “A conquista dessas reivindicações vai contribuir para a geração de mais de dois milhões de postos de trabalho no País, frear a rotatividade de mão-de-obra feita apenas para reduzir salários e diminuir o custo das empresas, e a terceirização irregular, que precariza as condições de trabalho”, afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato. PÁGS. 5 a12
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DANIEL CARDOSO
1,6 milhão de assinaturas no Congresso A Força Sindical e as demais centrais sindicais entregaram, no dia 3 de junho, ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, os abaixo-assinados com 1,6 milhão de assinaturas pedindo a redução da jornada de trabalho para 40h se-
manais sem redução salarial. A entrega do documento foi transformada em sessão solene e o plenário da Câmara foi ocupado pelos sindicalistas, numa verdadeira demonstração de unidade nesta grande luta do movimento sindical brasileiro. Pág. 12
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EDITORIAL
UNIDADE PELAS 40 HORAS SEMANAIS IUGO KOYMA
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movimento sindical brasileiro está vivendo um momento histórico. Estamos mostrando para o Brasil e para os empresários que os trabalhadores estão unidos na luta pela redução da jornada de trabalho. Esta é uma luta de classe. No passado, quando a jornada de trabalho foi regulamentada, no governo de Getúlio Vargas, a elite brasileira foi contra, os trabalhadores foram perseguidos e agredidos, como estão sendo hoje, por aqueles que estão incomodados com a unidade sindical e querem impedir o avanço das conquistas trabalhistas. Mas eles não vão conseguir, pois o movimento sindical evoluiu. Nossa unidade resultou na política de aumento do salário mínimo, na correção da tabela do Imposto de Renda, na legalização das centrais sindicais, impediu que o FGTS fosse usado no PAC sem garantias,
como aconteceu no passado com o dinheiro da Previdência Social. Os trabalhadores foram capazes de superar suas divergências, ao contrário dos grupos econômicos conservadores, que querem ver os trabalhadores divididos e, por isso, atacam o movimento sindical, com objetivo de nos enfraquecer para tirar direitos, terceirizar, manter a jornada estafante e continuar reduzindo salários. A unidade nos fortalece. Com ela, vamos garantir não só a jornada de 40h, como o fim das demissões imotivadas e o direito de negociação dos servidores públicos.
RETROSPECTIVA 40 HORAS Acompanhe o passo-a-passo da mobilização histórica do movimento sindical pela Redução da Jornada de Trabalho sem Redução Salarial. IUGO KOYMA
3 DE ABRIL CNTM (Conf. Nac. Trab. Metalúrgicos da Força Sindical) e CNM (Conf. Nac. Metalúrgicos da CUT) se unem na luta pela redução da jornada de trabalho
14 DE ABRIL Centrais sindicais divulgam calendário de atividades conjuntas pelo Brasil
25 DE ABRIL CNTM e CNM promovem passeatas e ato unificado na Praça da Sé, em São Paulo
Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO E DA CNTM
IUGO KOYMA
ARTIGO
1º DE MAIO
REDUÇÃO DA JORNADA NA PAUTA DA CÂMARA
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presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, prometeu a nós, trabalhadores, colocar na pauta de votação os projetos de lei e de emenda constitucional que tratam da redução da jornada de trabalho. Realizamos na Câmara, a Comissão Geral para debater o tema e levamos ao Congresso abaixo-assinado com 1,583 milhão de assinaturas. Todas estas ações significaram uma vitória do movimento sindical. A Comissão Geral conseguiu agregar sindicalistas, parlamentares, empresários e estudiosos para debater a redução da jornada. Antes do dia 3 de junho, realizamos greves, pequenas paralisações, passeatas e fechamento de pontes, que foram o ponto alto do Dia Nacional de Luta pela redução da jornada de trabalho sem corte nos salários, e pela aprovação das Convenções 151 (cria a data-base dos servidores públicos) e 158 (impede a demissão sem motivo).
o metalúrgico
Cerca de dois milhões de trabalhadores de todo o País - metalúrgicos, químicos, comerciários, construção da civil e pesada, frentistas, costureiras, têxteis, alimentação, transportes, bancários, entre outros, voltaram a ocupar as ruas sob o comando da Força Sindical, CTB, CUT, UGT, NSCT e CGTB pela reivindicação única: a jornada de 40h semanais. Desde 11 de fevereiro, os sindicalistas coletaram assinaturas para o abaixo-assinado que foi entregue no dia 3, ao presidente da Câmara. Foram recolhidas mais de 1,5 milhão de assinaturas de apoio à emenda da redução da semana de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, de autoria dos senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Paulo Paim (PT-RS).
Força Sindical leva a bandeira de luta para mais de 1,5 milhão de pessoas na praça Campo de Bagatelle IUGO KOYMA
16 DE MAIO Encontro de Delegados Sindicais e Ativistas metalúrgicos no Palácio do Trabalhador discute e aprova a campanha
28 DE MAIO Dia Nacional de Luta pela Redução da Jornada de Trabalho, Convenções 158 e 151 DANIEL CARDOZO
3 DE JUNHO Entrega dos abaixo-assinados ao Congresso Nacional, em Brasília, com 1,6 milhão de assinaturas
Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL
Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio RaiJUNHO DE 2008 mundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos SanAno 65 – Edição nº 545 tos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláu“o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos dio do Prado Nogueira, David Martins CarTrabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas valho, Edson Barbosa Passos, Eleno José e de Material Elétrico de São Paulo e Mogi das Cruzes. Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, FranCEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 cisco Carlos Tonon (Tarugo - In Memorian), Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê Francisco Roberto Sargento da Silva, GeralCEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP dino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiwww.metalurgicos.org.br ro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecontato@metalurgicos.org.br cido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves
(Juruna), José Francisco Campos, José Lúcio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva, Ricardo Rodrigues (Teco), Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém), Paulo Fernandes de Souza (Paulão) e Sales José da Silva
Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão BANGRAF Tiragem: 300 mil exemplares
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CARTA AOS TRABALHADORES
O PORQUÊ DOS ATAQUES A PAULINHO movimento sindical já enfrentou e encaminhou muitas lutas políticas, sociais e trabalhistas em favor dos trabalhadores brasileiros. Mas, ultimamente, está sofrendo uma implacável perseguição, que está atingindo, sobretudo, uma de nossas maiores lideranças, o companheiro Paulo Pereira da Silva (foto), presidente da Força Sindical e deputado federal, e que tem um único objetivo: enfraquecer a luta dos trabalhadores, impedir o avanço de suas conquistas e tirar direitos. Tem gente incomodada com as conquistas trabalhistas obtidas nos últimos anos, que são fruto da unidade do movimento sindical, sua mobilização e articulação feitas no âmbito do Congresso Nacional, e que têm barrado as investidas contra os direitos dos trabalhadores. Essa atuação sindical está preocupando grupos conservadores que, antes, agiam para tirar direitos; agora, agem atacando Paulinho, um dos deputados mais atuantes do Congresso Nacional. Todo o movimento sindical está unido e empenhado na luta pela aprovação, no Congresso Nacional, das Convenções
FOTOS: DANIEL CARDOZO
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158 e 151, da Organização Internacional do Trabalho, e pela redução da jornada de trabalho para 40h semanais, que vai possibilitar a criação de mais de dois milhões de postos de trabalho no País. A força desta unidade e desta luta ficou demonstrada no dia 28 de maio, Dia Nacional de Luta pela Redução da Jornada sem Redução Salarial, promovido pelas centrais sindicais, com a participação de milhares de trabalhadores em
todo o País. Este movimento foi tão importante que, no dia 3 de junho, a Câmara dos Deputados fez uma sessão especial para receber os dirigentes das centrais, que foram entregar o abaixo-assinado, com 1,6 milhão de assinaturas, pedindo a redução da jornada para 40h. É um fato inédito na história da Câmara. Os grandes grupos econômicos conservadores temem que os trabalhadores sejam vitori-
osos em mais esta luta, porque: • A jornada de 40h vai não só gerar empregos, como impedir os patrões de tratarem os trabalhadores de forma desigual e pagar salários diferentes e menores em diferentes regiões do País; • A Convenção 158 vai impedir as empresas de demitirem sem justificativa e de continuarem terceirizando suas atividades e promovendo a rotatividade; • A Convenção 151 vai garantir aos servidores públicos terem uma data-base e o direito de negociação. Isso tudo os poderosos querem frear e, para isso, atacam Paulinho que, por sua vez, mantém-se firme nos seus propósitos de defender os trabalhadores no Congresso Nacional, já abriu os seus sigilos bancário e fiscal e teve a iniciativa de pedir ao presidente da Câmara que enviasse ao Conselho de Ética o processo com acusações feitas contra ele, para que possa ter amplo direito de defesa. Pense nisso tudo!
Eleno Bezerra Presidente do Sindicato
Exemplos vitoriosos da luta sindical EMENDA 3 O movimento sindical se mobilizou e barrou a aprovação do projeto da Emenda 3, que tirava direitos dos trabalhadores e acabava com o registro em carteira. Os trabalhadores seriam contratados como pessoas jurídicas (autônomos).
SALÁRIO MÍNIMO Conseguimos com que o governo aprovasse uma política de reajustes para o salário mínimo até 2023, com base na inflação mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos anteriores.
COMÉRCIO AOS DOMINGOS Conquistamos a aprovação do projeto que garante a folga aos domingos para os comerciários de todo o País. Esses companheiros tinham apenas um domingo de folga por mês.
REGULAMENTAÇÃO DAS CENTRAIS Conquistamos o reconhecimento das centrais sindicais, uma conquista histórica que vai unir, mobilizar e fortalecer mais os trabalhadores brasileiros na defesa de seus direitos.
FUNDO DE GARANTIA Garantimos a correção do dinheiro do FGTS que será aplicado no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Não fosse a pressão do movimento sindical, o dinheiro dos trabalhadores seria aplicado como investimento de risco, sem garantia de correção ou retorno às contas do fundo.
TABELA DO LEÃO Garantimos no Congresso Nacional uma política de correção anual, de 4,5%, da tabela do Imposto de Renda, até 2010.
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REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO
Bandeira histórica
A
luta pela redução da jornada de trabalho é bandeira histórica da classe trabalhadora em todo o mundo. Em meados do século XIX, os trabalhadores chegavam a cumprir 18 horas diárias, e somente sua mobilização garantiu que estas jornadas se reduzissem. Um dos marcos desta luta é também a origem da comemoração do Dia do Trabalhador em 1º de maio: manifestações, nos Estados Unidos, em 1886, que pleiteavam a redução da jornada de 16 para 8 horas terminaram com seis trabalhadores mortos, oito presos e cinco deles condenados posteriormente à forca. Quatro anos depois, o Congresso Norte-Americano reduziu a jornada para 8h diárias. No Brasil, a primeira grande greve pela redução da jornada ocorreu em 1907, e atingiu trabalhadores de São Paulo, Campinas, Santos, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro, conseguindo que jornadas de 12 a 15 horas diárias fossem reduzidas para 10 e até 8 horas. Manifestações continuaram a ocorrer até que, em 1934, a Constituição determinasse a jornada legal em 8h diárias e 48h semanais, mas com a possibilidade de serem feitas duas horas-extras diárias. Em 1980, os metalúrgicos intensificaram essa luta e conquistaram a jornada de 45h semanais em várias fábricas. Em 1985, a Convenção Coletiva de Trabalho fixou a jornada de 45h para toda a categoria. Em 1988, na Constituição, a jornada legal no País foi reduzida para 44h semanais. As horas-extras continuam permitidas, limitando a geração de postos de trabalho. Nos últimos anos, as horas-extras passaram a integrar o Banco de Horas, que se generalizou, e representa outro fator de baixa geração de empregos. Para o Dieese, a adoção das 40h e o fim da hora extra e do Banco de Horas poderiam gerar 2,8 milhões
de novos empregos. Reação patronal A proposta de redução da jornada enfrenta, sempre, a oposição dos empresários, que alegam a incapacidade de as empresas arcarem com o aumento de custos, bem como apontam que, com jornada menor, haveria diminuição da competitividade da indústria nacional. No Brasil, os ganhos de produtividade sempre beneficiaram os empresários. Os juros permitem enormes ganhos para o setor financeiro, o setor produtivo tem boa margem de lucro, resultado do crescimento da taxa de produtividade em 4,84% ao ano, nos últimos dez anos. Ao longo deste período, as empresas vêm conquistando reduções expressivas em seus custos, sem repassá-los à sociedade sob a forma de preços mais baixos e salários mais altos. No que se refere ao argumento de perda de competitividade, deve-se lembrar que o custo da mão-de-obra no Brasil é 6,7 vezes menor que o americano; 4,6 vezes inferior ao italiana; 5,3 vezes menor que o francês e 2,7 vezes menor que o coreana. Em 2000 e 2001, somente os custos da mão-de-obra no Sri Lanka e no México eram menores que no Brasil. Se no final do século XIX e ao longo do século XX a questão da redução da jornada de trabalho estava associada, principalmente, a melhores condições de vida dos trabalhadores, que teriam mais tempo para se dedicar à família, para estudar ou para o lazer, atualmente, esta reivindicação relaciona-se mais diretamente com o combate ao desemprego. Portanto, é importante que a redução da jornada integre-se a um conjunto de medidas que contemple a elevação do poder de compra dos salários e a melhor distribuição da renda e da riqueza do País.
Fonte: Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos) www.dieese.org.br e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo
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LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA
ILHA DO SAPO ZONA LESTE
ELENO, presidente, no ato que reuniu cerca de 1.500 metalúrgicos de várias empresas da região LOPES JR.
PAULINHO da Força participou de vários atos organizados pela cidade e defendeu as 40h e as Convenções 158 e 151
Diretor JEFFERSON fala da importânciada mobilização para a conquista da jornada de 40h semanais LOPES JR.
Diretor LUISINHO, um dos responsáveis pela manifestação, valoriza a participação dos trabalhadores
LOPES JR.
Diretor SARGENTO reforça que a luta pelas 40 horas é pra valer e que não haverá trégua até o atendimento da reivindicação
LOPES JR.
Diretor VALDIR à frente da passeata de trabalhadores que saiu da Mooca rumo à Ilha do Sapo
Diretor SILVIO: apoio à luta pelas 40h e pelo fim das dispensas imotivadas e da rotatividade de mão-de-obra
O recado do Diretor CAMPOS aos trabalhadores: manter a unidade e a mobilização para conquistar este direito legítimo
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MANIFESTAÇÃO UNIFICADA
A MOBILIZAÇÃO PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO Manifestação dos trabalhadores e sindicalistas parou a ponte Estaiada, na zona sul
Paulinho, Presidente da Força Sindical e deputado federal: “Já avançamos nas nossas conquistas no Congresso, barramos várias investidas contra os direitos dos trabalhadores e vamos conquistar mais esta bandeira e reduzir a jornada de trabalho!”
Eleno Bezerra, Presidente do Sindicato e da CNTM: “Mostramos para o Brasil e para os empresários que os trabalhadores estão unidos em torno desta bandeira porque sabem que as 40h é fundamental para o desenvolvimento do País.”
Miguel Torres, Secretário-geral: “Tamanha mobilização é uma demonstração de que esta é uma luta de todas as categorias e que a jornada de 40h precisa ser estendida a todos os trabalhadores do País.”
Elza, Tesoureira do Sindicato: “A redução da jornada vai trazer mais qualidade de vida aos trabalhadores. A unidade das centrais fortalece o nosso movimento, isto incomoda muita gente, mas não vamos recuar.”
A IMPORTÂNCIA DA CONVENÇÃO 158
Juruna, Secretário da Força Sindical: “É no Congresso que são feitas as leis e precisamos ter deputados lá, como o Paulinho, para defender nossos direitos. Já a mídia e os empresários trabalham para os trabalhadores não terem voto na Casa.”
A Convenção 158, aprovada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1982, protege o trabalhador da demissão imotivada. Ela já vigora em 34 países. Com a sua ratificação, pelo Congresso Nacional, as empresas não poderão mais demitir de maneira arbitrária. As demissões precisarão ser justificadas. O patrão só poderá demitir diante da adoção de tecnologia, caso o trabalhador não demonstre condições de exercer a função para a qual foi contratado ou cometa falta grave. MARIO B. SILVA
Os sindicatos, por sua vez, precisarão estar presentes neste processo, sempre com o objetivo de se chegar a um bom termo para ambas as partes. A aprovação da 158 também resultará no combate à terceirização irregular e à rotatividade de mão-de-obra, feita para reduzir salários e os custos das empresas. Só em 2007, a rotatividade atingiu 12,7 milhões de trabalhadores, que foram substituídos por outros com salários menores.
A IMPORTÂNCIA DA CONVENÇÃO 151 Assinada em 1978 por dezenas de países, inclusive o Brasil, a Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) define normas para a negociação coletiva no âmbito do serviço público federal, estadual e municipal. Com a sua ratificação pelo Congresso Nacional, o funcionalismo público conquistará o direito a uma data-base para negociações salariais e de condições de trabalho, terá mais liberdade e autonomia para se organizar melhor enquanto MARIO B. SILVA
classe, tempo e facilidades para que os dirigentes sindicais possam exercer a atividade para a qual foram eleitos, dentro e fora das horas de trabalho, garantias aos direitos civis e políticos dos sindicalistas e a possibilidade de regulamentação da greve no serviço público. Com a ratificação da 151, estará aberto o caminho para o funcionalismo público buscar, também, o contrato coletivo nacional de trabalho.
Cláudio Prado, vereador: “É responsabilidade de cada um lutar pela redução da jornada nas fábricas e num grande movimento unificado.”
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LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA
AS MANIFESTAÇÕES NAS RUAS DA CIDADE IUGO KOYAMA
VILA LIVIERO ZONA SUL Manifestação reuniu trabalhadores metalúrgicos de sete empresas próximas à Via Anchieta
Trabalhadores mobilizados aprovam redução da jornada com os diretores MALA, GERALDINO, ELENO (presidente), CLÁUDIO PRADO (vereador) e MARTELOZO (ao lado, na ponte Estaiada)
FOTOS: FELIPE RAU
RAPOSO TAVARES ZONA OESTE
Diretores MINEIRO e TECO comandaram uma grande assembléia e a passeata de trabalhadores metalúrgicos da região que percorreu um trecho da rodovia Raposo Tavares (acima)
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LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA
REGIÃO CENTRAL MARIO B. SILVA
BOM RETIRODIRETORES ADNALDO e CEARÁ à frente da passeata que reuniu trabalhadores metalúrgicos, costureiras, brinquedos no centro da cidade
MARIO B. SILVA
Diretor ZÉ LUIZ dita palavras de ordem que vão sendo repetidas pelos manifestantes
MARIO B. SILVA
MARIO B. SILVA
Diretor XEPA anima os trabalhadores na mobilização que seguiu pelo centro da cidade
Diretor MALOCA na organização da manifestação dos trabalhadores
PRAÇA RAMOSPAULINHO se reveza nos discursos pela redução da jornada com os presidentes das demais centrais sindicais, nas escadarias do Teatro Municipal
PARQUE D. PEDRO IIManifestantes em passeata no terminal de ônibus convoca a população para a luta pela jornada menor
RUA 24 DE MAIOPasseata segue pelas ruas do centro da cidade, local de grande concentração de lojas
Paulinho fala aos trabalhadores comerciários e à população no calçadão da rua 24 de Maio
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LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA
ILHA DO SAPO ZONA LESTE
ELENO, presidente, no ato que reuniu cerca de 1.500 metalúrgicos de várias empresas da região LOPES JR.
PAULINHO da Força participou de vários atos organizados pela cidade e defendeu as 40h e as Convenções 158 e 151
Diretor JEFFERSON fala da importânciada mobilização para a conquista da jornada de 40h semanais LOPES JR.
Diretor LUISINHO, um dos responsáveis pela manifestação, valoriza a participação dos trabalhadores
LOPES JR.
Diretor SARGENTO reforça que a luta pelas 40 horas é pra valer e que não haverá trégua até o atendimento da reivindicação
LOPES JR.
Diretor VALDIR à frente da passeata de trabalhadores que saiu da Mooca rumo à Ilha do Sapo
Diretor SILVIO: apoio à luta pelas 40h e pelo fim das dispensas imotivadas e da rotatividade de mão-de-obra
O recado do Diretor CAMPOS aos trabalhadores: manter a unidade e a mobilização para conquistar este direito legítimo
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LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA FOTOS SIDINEI LOPES
PIRITUBA, ANHANGUERA ZONA OESTE
Diretores DAVID e PEREIRA comandam manifestação e passeata dos trabalhadores metalúrgicos na Rodovia Anhanguera
FOTOS J. B. NETO
ITAQUERA ZONA LESTE
Diretores PAULÃO, GARCIA, GELÉIA E ARAKÉM na grande passeata que mobilizou os trabalhadores em Itaquera
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CONGRESSO NACIONAL
CÂMARA RECEBE 1,6 MILHÃO DE ASSINATURAS N
o dia 3 de junho, o plenário da Câmara dos Deputados parou para receber os presidentes das centrais sindicais e sindicalistas que foram a Brasília para entregar os abaixo-assinados com 1,6 milhão de assinaturas pedindo a aprovação do projeto de lei e emenda constitucional 393/2001, que reduz a jornada de trabalho legal para 40h semanais. O documento foi entregue pelos presidentes das centrais, entre eles, Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical e deputado federal, ao presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia. Neste dia, a Câmara realizou uma Comissão Geral para discutir o assunto. O presidente da Câmara abriu a palavra para os sindicalistas e, depois, para os deputados, que é quem vão decidir sobre a redução da jornada. Paulinho da Força comemorou o fato de sindicalistas e representantes dos trabalhadores ocuparem o plenário da Câmara para discutir a reivindicação. “É um dia histórico. Não me lembro, na história do Brasil, de um momento em que os trabalhadores pudessem sentar-se neste espaço e discutir, em Comissão Geral, suas questões”, disse. O diretor do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), Antônio Augusto Queiroz, disse que a redução da jornada pode gerar a abertura de três milhões de postos de trabalho. Vários deputados defenderam, na tribuna, a redução da jornada. “Temos que
Presidentes das centrais sindicais e dirigentes de todas as categorias profissionais ocupam o plenário da Câmara para entregar 1,6 milhão de assinaturas coletadas
ver esta reivindicação como um projeto de desenvolvimento de Nação”, disse a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG). “Há 20 anos, a Constituição fixou a jornada em 44h semanais. De lá pra cá, muita coisa mudou, novas tecnologias foram agregadas à produção, a produtividade do trabalho cresceu vertiginosamente, assim como os ganhos de produção, e
os trabalhadores ficaram de fora”, disse pilhas de abaixo-assinados que foram leo deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA). vadas ao Congresso Nacional. As assinaturas foram colhidas pela NOSSA DIRETORIA Força Sindical e demais centrais em toAntes da entrega do abaixo-assinado, dos os Estados, nas fábricas, ruas e loos sindicalistas fizeram uma manifesta- cais de grande concentração de pessoas. ção em frente ao Congresso. Os diretores A luta não pára aí. Vamos manter a do nosso Sindicato participaram ativa- mobilização até a conquista destas mente dessa mobilização e cuidaram das bandeiras.
Deputado Paulinho argumenta, na tribuna, em defesa da redução da jornada
Miguel e Paulinho na passeata diante do Congresso Presidente Arlindo Chinaglia recebeu os sindicalistas e se comprometeu a colocar a redução da jornada na pauta da Casa
Diretores TADEU, JURUNA E LUISINHO ajudam a transportar os abaixo-assinados
Paulinho (de pé) e Eleno (agachado) com os documentos
Diretor CÍCERO MENDONÇA atento à sessão no plenário
Diretores SALES...
... CARLÃO...
... MILTON BRUM (acima) e EDSON (ao lado), fortes presenças metalúrgicas na manifestação