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MAIO DE 2009
ANO 66 – Nº 555
1º DE MAIO DA FORÇA SINDICAL
1,5 MILHÃO DEFENDEM O TRABALHO DECENTE
Paulinho, Miguel, junto com trabalhadores, sindicalistas e convidados defenderam a luta pelo trabalho decente e lembraram que o Dia do Trabalhador é um dia de comemoração e de luta
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ais de 1,5 milhão de trabalhadores participaram das comemorações do 1º de Maio da Força Sindical, na praça Campo de Bagatelle, em São Paulo. O tradicional evento da Força Sindical em homenagem ao Dia do Trabalhador reforçou a luta em defesa do Emprego e do Trabalho Decente, temas das comemorações deste ano em todo o Brasil. Foi um dia de reflexão sobre a crise financeira mundial e a necessidade dos trabalhadores se conscientizarem e se unirem na defesa dos seus direitos. O evento teve ato político, com a participação do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e outras personalidades do mundo político; shows e sorteios de 20 carros zero quilometro. “A Força Sindical realiza estes eventos pelo Brasil, onde reafirma a necessidade da geração de empregos, melhoria dos
salários, das aposentadorias, da redução das taxas de juros para garantir mais desenvolvimento, e redução da jornada de trabalho, como instrumento para geração de empregos e oportunidades para os jovens. Temos lutado muito junto ao governo, empresários e no Congresso Nacional para garantir mais estas conquistas para os trabalhadores brasileiros e a melhoria das condições de vida da população”, disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal. O presidente do nosso Sindicato, Miguel Torres, reafirmou a importância do Congresso Nacional aprovar a Convenção 158, da OIT, que proíbe a demissão imotivada, e que o Sindicato vai continuar lutando pela garantia do emprego e dos salários dos trabalhadores. Leia mais nas Págs. 5 a 11
11º CONGRESSO DOS METALÚRGICOS
O Sindicato vai realizar nos dias 17, 18 e 19 de junho, o 11º Congresso dos Metalalúrgicos de São Paulo e Mogi. Serão três dias de discussão de temas que envolvem o fortalecimento e o avanço das nossas lutas. Para preparar um evento de tamanha importância, o Sindicato está realizando reuniões preparatórias, na sede do Sindicato, com os delegados sindicais, para que eles participem das discussões e apresentem ideias que vão ser debatidas durante o evento. Leia na Pág. 4
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MAIO DE 2009
EDITORIAL
DESAFIOS PELO EMPREGO O sucesso das comemorações do 1º de Maio da Força Sindical em todo o País aumentou nossa convicção de que a classe trabalhadora está atenta ao momento histórico de mobilização contra a crise econômica e em defesa do emprego. Nossa prioridade agora é realizar o 11º Congresso da categoria e é intensificar a pressão sobre o Congresso Nacional pela redução da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução de salário. Não é uma luta isolada. Todas as centrais sindicais estão envolvidas nesta ação, com o objetivo de buscar melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores e a geração de empregos. Com a jornada de 40 horas semanais, além da criação de mais empregos no País, vamos acelerar o crescimento econômico e
WERTHER SANTANA
superar mais rapidamente os efeitos da crise global que atinge trabalhadores e os setores produtivos. De forma organizada, com o apoio das centrais, das federações e dos sindicatos, a classe trabalhadora tem tudo para ser vitoriosa nesta mobilização. E a luta não para por aí! Temos também que pressionar o Congresso Nacional pela ratificação (aprovação) da Convenção 158 da OIT, medida importante para impedir que as empresas demitam sem motivo; lutar pelo Trabalho Decente e continuar mobilizados para o nosso 11º Congresso dos Metalúrgicos, para o Congresso da Força Sindical e, finalmente, para a nossa próxima campanha salarial, onde iremos reivindicar avanços sociais e aumento real nos salários. Miguel Torres PRESIDENTE DO SINDICATO
ARTIGO
1º DE MAIO DO EMPREGO
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este primeiro semestre intensificamos a luta em defesa do emprego. No 1º de Maio, unimos nossas vozes contra o desemprego, e vamos intensificar a nossa organização com a realização do 11º Congresso dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, nos dias 17, 18 e 19 de junho. O 1º de Maio da Força Sindical mostrou a luta que a central vem travando pelos direitos dos trabalhadores e pelo trabalho decente em todo o País, e a importância de fortalecermos esta luta. O 11º Congresso dos Metalúrgicos vai nesta direção. Em todos os atos realizados no Brasil defendemos mais empregos e juros menores. A abertura de novos postos de trabalho se tornou uma engrenagem fundamental para enfrentarmos as incertezas econômicas geradas pela crise internacional. Com mais emprego há mais consumo e,
o metalúrgico MAIO DE 2009 Ano 66 – Edição nº 555 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo e Mogi das Cruzes Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP
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conseqüentemente, mais produção. Isto gera crescimento econômico com melhora no mercado de trabalho. Mas a equação para criar empregos passa pela queda drástica na taxa de juros (Selic). A política do Banco Central ,de manter os juros em patamares proibitivos, trava o crescimento do País. O investimento no setor produtivo com geração de empregos é um dos pilares para o crescimento econômico. Por isso, neste 1º de Maio, a Força Sindical reuniu cerca de 15 milhões de trabalhadores que cobraram a redução dos juros e mais empregos. Vamos ampliar esta luta com o 11º Congresso dos Metalúrgico, em junho, e o 6º Congresso da Força Sindical, em julho. Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL E DEPUTADO FEDERAL – PDT/SP Diretores (Sede SP): Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara (Maloca), Eufrozino Pereira, Francisco Roberto Sargento, Geraldino dos Santos Silva, Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), Jorge Carlos de Morais (Arakém), José Francisco Campos, José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Cea-
DIREITOS TRABALHISTAS Nesta edição, “o metalúrgico” informa sobre o direito do trabalhador receber de volta o desconto do Imposto de Renda sobre as férias vendidas (abono). A Justiça entendeu que esta remuneração não deve ser tributada e mandou a Receita Federal devolver o que descontou indevidamente dos trabalhadores. Confira abaixo: RECEITA DEVOLVE IMPOSTO DE FÉRIAS VENDIDAS
Os trabalhadores que venderam dez dos 30 dias das férias entre 2004 e 2008 e sofreram desconto de Imposto de Renda sobre esta remuneração podem pedir à Receita Federal os valores descontados indevidamente. Segundo a Justiça, as férias não gozadas (pagas em dinheiro) têm caráter indenizatório e, neste caso, não há desconto de Imposto de Renda. Para receber o dinheiro de volta é preciso fazer uma declaração retificadora referente a cada ano em que o imposto foi descontado. O abono de férias pago ao trabalhador deve ser incluído no campo “rendimentos isentos” e não em “rendimentos tributáveis”. Para retificar, baixe o programa do IR no site www.receita.fazenda.gov.br referente ao ano em que quer reaver o dinheiro e clique na opção “declaração retificadora”. Para isso, tenha em mãos o holerite das férias que comprova o desconto. Quem não tiver pode pedir uma cópia do documento à empresa. O prazo para pedir a devolução é de cinco anos. No caso das declarações entregues em 2005 (ano-base 2004), o prazo termina este ano. O dinheiro será corrigido pela Selic (taxa básica de juros), mas 1% do mês de pagamento da devolução.
Debate
Vamos pressionar pelas 40 horas semanais! CLAUDIO OMENA
O 1º vice-presidente do Sindicato, Tadeu Morais, e presidente do Dieese, participou do programa de TV Câmera Aberta Sindical, no dia 29 de abril, e debateu o 1º de Maio das Centrais Sindicais. Na ocasião, Tadeu Morais defendeu o caráter popular do evento e as bandeiras de lutas da Força Tadeu Morais, 1º vice-presidente do Sindical pelo “trabalho Sindicato e presidente do Dieese na TV Câmera Aberta decente” e pela retomada do desenvolvimento econômico no País com “Além do amplo alcance social desta mais emprego, justiça e inclusão social. medida, com a redução da jornada para 40 Tadeu informou que tem acompanhado os horas semanais poderão ser gerados mais de debates da Comissão Especial sobre a Pro- 2,2 milhões de empregos no País. Portanto, posta de Emenda à Constituição que prevê a é preciso pressionar os parlamentares para redução da jornada de trabalho de 44h para que eles se conscientizem da necessidade 40h semanais, sem redução de salário, que de se reduzir a jornada de trabalho”, salienta tramita no Congresso Nacional. Tadeu Morais. rá), José Silva Santos (Zé Silva), Juarez Martelozo Ramos, Lourival Aparecido da Silva, Luiz Antonio de Medeiros, Luís Carlos de Oliveira (Luisinho), Luiz Valentim Damasceno Filho, Maria Euzilene Nogueira (Leninha), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Pedro Nepomuceno de S. Filho (Pedrinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva Sede de Mogi das Cruzes: Paulo Fernandes de Souza (Paulão), Sales José da Silva e Sílvio Bernardo
Diretor Responsável Miguel Eduardo Torres Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão BANGRAF Tiragem: 300 mil exemplares
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SEGURANÇA E SAÚDE
DIA EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRABALHO A data, 28 de abril, teve origem em 1969, quando 78 mineiros morreram após explosão na mina de Farmington, no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos.
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erca de mil trabalhadores de mais de 30 entidades sindicais de todo o Estado de São Paulo participaram do ato pelo “Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”, realizado no dia 28 de abril, no Palácio do Trabalhador. O evento foi organizado pela Secretaria de Saúde da Força Sindical São Paulo. Na abertura do evento, o secretário de Saúde da Força São Paulo, João Scaboli, leu um manifesto de solidariedade às vítimas e aos familiares de acidentados no trabalho e deu números alarmantes. “A cada 3 horas, acontece 1 morte no Brasil. A cada 15 minutos, cerca de 14 acidentes acontecem. Por mais que lutemos para diminuir estes números, os acidentes que mutilam ou matam trabalhadores continuam acontecendo. Por isso, nosso trabalho não pode parar”, disse ele. O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou que, além das campanhas por aumento de salário, os sindicatos precisam sempre se preocupar com a saúde e a segurança do trabalhador. E lembrou do acordo liderado na década de 1990, pelo nosso Sindicato, que obrigou todas as empresas a instalarem botões manuais de segurança nas prensas que mutilavam as mãos dos trabalhadores.
Elza Costa Pereira, diretora financeira do Sindicato, disse que, anualmente, o Brasil gasta R$ 32 milhões com acidentes e doenças do trabalho. “Isso poderia ser evitado se não houvesse tanto descaso por parte dos nossos governantes. “Quando um trabalhador morre no trabalho, isso é um desgaste para a família, custo para a empresa e a sociedade, por isso, temos de estar atentos”, afirmou Elza, complementando que o cipeiro precisa saber bem qual é o seu papel e conscientizar os companheiros da importância de todos trabalharem pela melhoria dos ambientes de trabalho. João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, ressaltou a importância da formação de cipeiros (membros das comissões de prevenção de acidentes) e proclamou que “os sindicatos fizeram a diferença nessa questão”. Para Miguel Torres, presidente do nosso Sindicato, a luta contra os acidentes e as doenças do trabalho deve continuar sendo prioridade para o movimento sindical. “O nosso Sindicato possui um Departamento de Saúde e Segurança do Trabalhador em plena atividade para ajudar nesta tarefa, e com o MetalVida, unidade móvel com instalações de consultório médico, cabine audiométrica e ambiente próprio para receber trabalhadores e oferecer-lhes informações sobre segurança
e saúde do trabalhador, riscos nos ambientes de trabalho, acidentes e doenças e discussões sobre CIPA”, lembrou Miguel Torres. O coordenador do DSST e diretor do Sindicato, Luís Carlos de Oliveira, o Luisinho, e a equipe técnica do departamento participaram do evento. “É fundamental que a sociedade tenha consciência sobre esta questão e exija qualidade não só dos produtos, mas também em segurança e saúde do trabalhador nas empresas”, defendeu. PALESTRAS As palestras “Os Impactos da Crise Econômica Sobre a Saúde dos Trabalhadores”, ministrada pelo dr. Koshiro Otani, coordenador do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de São Paulo, e “Sofrimento e Prazer
DOENÇAS E ACIDENTES DE TRABALHO NO ESTADO
400 MIaLdotrs apboarlhanaodo
Trabalhadores rendem homenagem às vítimas de acidentes e doenças do trabalho
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vitim
DR. SEIJI UCHIDA falou sobre “sofrimento e prazer no trabalho”
Paulinho, presidente da Força Sindical
Duas mortes a cada
três horas - isso corresponde à queda de um boing a cada duas semanas
“Trabalho é sinônimo de alegria, não de sofrimento”. Elza Costa Pereira, diretora financeira do Sindicato
80 mil mutilados
320 mil acidentados
ou adoecidos por ag ravo relacionados ao trab alho
Diretor Luisinho, coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador
Custo social:
R$ 10 BILHÕES por ano
Juruna, secretário-geral da Força Sindical
“É preciso considerar o trabalho como uma forma de crescimento pessoal, de inserção no convívio social.” KOSHIRO OTANI
no Trabalho: a relação entre Saúde Mental e Trabalho”, dada pelo professor e psicólogo Seiji Uchida, da Fundação Getúlio Vargas, fecharam com chave de ouro o evento. Otani argumentou que, sem um trabalho decente, digno, com liberdade, o ser humano sofre desgaste emocional que leva a transtornos psicossomáticos, ao alcoolismo e à dependência de drogas. E lembrou que o Estado tem o dever de oferecer proteção social e serviços públicos de qualidade. “Isso é um direito do cidadão”, disse ele. O dr. Uchida falou das pesquisas que tem feito na FGV sobre os impactos psíquicos que as novas tecnologias, a automação, a robotização e a informatização causaram na vida das pessoas. Para ele, tudo isso mudou a concepção de tempo dos seres humanos. Uchida explicou ainda como esse novo mundo ajuda na acumulação de capital de uma minoria.
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ORGANIZAÇÃO
IUGO KOYAMA
Sindicato prepara o 11º CONGRESSO da categoria O
Sindicato vai realizar nos dias 17, 18 e 19 de junho, o 11º Congresso dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, que tem como tema “Emprego, Direitos, Cidadania!”. Par a isso, estamos realizando as reuniões preparatórias do evento com a participação dos delegados sindicais da categoria. Duas reuniões já foram realizadas, nos dias 8 e 15 de maio, no Palácio do Trabalhador. As reuniões, coordenadas pelo presidente, Miguel Torres, e o secretário-geral, Jorge Carlos de Moraes, Arakém, contaram com a participação de delegados sindicais das regiões leste, centro e sul da capital. As próximas serão nos dias 22 (com delegados das zonas oeste e norte) e 29 (Mogi das Cruzes). Estes companheiros estão recebendo informações sobre os temas que serão levados para o Congresso e opinando
sobre o que desejam incorporar às ações do Sindicato. A mobilização para a campanha salarial, por exemplo, e a busca pelo aumento real estão na pauta de discussão, diante da crise financeira que estamos enfrentando. O Congresso terá como temas “Enfrentando a crise”, “Ação Sindical”, “Sindicato, Cidadania e Ação Política”, “Campanhas Salariais”, “A comunicação do Sindicato com os trabalhadores”. “O 11º Congresso vai tirar as linhas de organização da categoria e as ações da diretoria neste novo mandato. Vamos ter uma campanha salarial difícil, por causa da crise financeira, e precisamos discutir como vamos desenvolver esta campanha para garantir o aumento real e demais benefícios da nossa convenção coletiva, entre outras reivindicações importantes”, disse Miguel Torres.
Arakém quer mais participação dos delegados nas ações sindicais
Arakém ressaltou nas reuniões que o Sindicato jamais vai se furtar em defender os trabalhadores em qualquer situação, e que ,“neste 11º Congresso vamos ter a oportunidade de, juntos, discutir o que iremos fazer para fortalecer o Sindicato e qual vai ser o papel da diretoria daqui pra frente.” Toda a categoria deve se envolver nessa discussão. “Nossas decisões não se restringem somente aos metalúrgicos, elas são referência para os demais trabalhadores, por isso, é tão importante que todos participem”, reforça Miguel.
LUTA CONTRA A INTRANSIGÊNCIA
GREVE VITORIOSA NA PRADA O
s 1.200 companheiros da Metalúrgica Prada, em Santo Amaro, ficaram parados durante 14 dias contra as práticas de perseguições e ameaças da empresa, contra a volta da jornada de trabalho de 44h e pela equiparação salarial reivindicada há dois anos, e tiveram uma vitória importante na Justiça. No julgamento da greve, no dia 18 passado, o Tribunal Regional do Trabalho determinou a manutenção da jornada atual, de 41h15, mais um abono de R$ 2.000,00 aos trabalhadores, como compensação pela suspensão da jornada de 40h que eles faziam até 2002, e que depois, por um acordo, passou a ser de 41h15. Quando o acordo venceu, em abril, a Prada quis voltar à jornada de 44h. Como os trabalhadores não aceitaram, ela propôs manter a jornada de 41h15, mas implantar banco de horas, com isso, ela não precisaria pagar horasextras. Os trabalhadores rejeitaram e pararam, e a Prada recorreu ao tribunal. No julgamento, o TRT garantiu 60 dias de estabilidade
para todos e cinco meses de cesta básica e de convênio médico, mais 50% do salário, a título de indenização, para quem for demitido durante a vigência do acordo, que vai até 2011. O TRT também mandou a Prada pagar, em 24 horas, o vale que não saiu no dia 15, sob pena de multa de R$ 1.000 por dia, por trabalhador. Determinou que a comissão de negociação da PLR seja formada por três pessoas, escolhidas por voto secreto, e a compensação dos 14 dias parados. A greve começou no dia 5 de maio. Para Miguel Torres, presidente do Sindicato, este resultado é uma vitória dos trabalhadores, que lutaram contra a intransigência da empresa. “Estamos na era do diálogo e da busca do entendimento, não de decisões unilaterais e medidas repressivas”, salientou Miguel Torres. Os trabalhadores voltaram ao trabalho no dia seguinte. Para o diretor Carlão, “esta é uma vitória, mas vamos con-
MEMÓRIA
Metalúrgicos de Guarulhos homenageiam Eleno Bezerra
Diretor Carlão à frente da greve que durou 14 dias
tinuar atentos, porque a empresa não gostou da decisão do tribunal”, afirmou. A Prada foi comprada pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), uma empresa que não respeita seus funcionários e que adota práticas antissindicais em todas as unidades do grupo.
Construção civil conquista aumento IUGO KOYAMA
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om a presença de 10 mil trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgcos de Guarulhos e Região inaugurou, no dia 26 de abril, o Ginásio Poliesportivo Eleno José Bezerra, no Clube de Campo da entidade, no Parque Primavera. Foi uma homenagem da diretoria daquele sindicato, presidido por José Pereira, ao expresidente do nosso Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), falecido no dia 20 de setembro de 2008, em um acidente de carro. A inauguração contou com as presenças do deputado federal e presidente da Força Sindical, Willian, Elza, Miguel, Paulinho, Pereira e Patricia seguram a placa Paulo Pereira da Silva (Paulinho), do presidente em homenagem a Eleno pela sua luta sindical do nosso Sindicato, Miguel Torres, da diretora de finanças, Elza Pereira, de Patrícia e Willian, filhos de trabalho digno e lazer de qualidade”, disse Paulinho. Eleno, além de amigos e trabalhadores. O Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos quer O ginásio, com 3.830 m² de área construída, quadra que o ginásio poliesportivo Eleno José Bezerra seja e palco para espetáculos de grande porte, é o maior da ocupado por jogos metalúrgicos, partidas oficiais e região de Guarulhos. “A classe trabalhadora merece shows musicais.
Passeata reuniu milhares de trabalhadores de vários canteiros de obra
Depois de um dia de greve de advertência (27 de abril), os trabalhadores da construção civil de São Paulo conquistaram um aumento salarial de 6,74%, a partir de 1º de maio. O movimento, vitorioso, contou com o apoio do nosso Sindicato, da Força Sindical e sindicatos de várias categorias. A greve aconteceu porque os patrões estavam intransigentes, e ganhou a adesão de 80% dos operários de 9 mil canteiros de obra da cidade, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil , Antonio de Souza Ramalho. Só na zona sul, a manifestação, com passeata que cruzou a Ponte Estaiada, reuniu cerca de 20 mil trabalhadores e sindicalistas.
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1º DE MAIO DA FORÇA SINDICAL REÚNE MAIS DE 1,5 MILHÃO DE TRABALHADORES DARIO DE FREITAS
Trabalhadores e diversas categorias permaneceram durante todo o dia na maior festa do trabalhador
om o lema “Toda força pelo trabalho decente”, a Força Sindical realizou no dia 1º de Maio, em todo o País, 34 eventos em comemoração ao Dia do Trabalhador. Em São Paulo, a festa reuniu mais de 1,5 milhão de trabalhadores na praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital, com ato político, sorteio de 20 carros (Celta) zero quilometro e shows de artistas consagrados. Foi um dia de alegria, mas também de reflexão sobre a importância de lutar pela melhoria das condições dos ambientes de trabalho, por remuneração digna, pela necessidade do Brasil crescer, ter capacidade para gerar mais empregos e oportunidades para os jovens. Em todo o País, as manifestações do 1º de Maio, organizadas pela Força Sindical, reuniram milhões de trabalhadores, que foram convocados a engrossar a luta pela jornada de 40 horas semanais e participar das ações sindicais contra a crise financeira e em defesa dos empregos. “A crise no Brasil é uma crise de custo do dinheiro, por isso, temos insistido para o governo baixar os juros, para o Congresso Nacional aprovar a emenda da redução da jornada de trabalho, para que o Brasil tenha capacidade de gerar novos empre-
gos”, disse o presidente da Força Sindical e deputado Federal, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. ATO POLÍTICO O evento contou com as presenças do ministro do Trabalho, Carlos Lupi; do prefeito Gilberto Kassab, e outras personalidades (confira na página 7). Em seu discurso, Lupi disse que “a crise financeira é fruto do egoísmo de um sistema financeiro que queria ganhar dinheiro sem medir as conseqüências, e que nenhum trabalhador pode pagar por uma crise que não criou”. Durante o ato, o ministro apresentou o documento de regulamentação da central Força Sindical. O evento foi prestigiado, também, por sindicalistas estrangeiros, como Guido Moretti, representante das Américas da UIL (Unione Italiana Del Lavoro); Brian Finnegan, da AFL-CIO (Federação Americana do Trabalho); Laís Abramo, representante da OIT no Brasil, e Herwig Jorinsen, presidente da Confederação dos Metalúrgicos da Bélgica.
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“É preciso ter queda na taxa de juros e no spread bancário para a gente poder voltar a crescer.” Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical e Deputado Federal – PDT/SP
alegrando a população e os trabalhadores. SHOW MUSICAL Cantaram para a multidão o padre Marcelo Dezenas de artistas se revezaram no Rossi, artistas como Daniel, Edson & Hupalco do 1º de Maio da Força Sindical dson, Bruno e Marrone, KLB, Alexandre
Pires, Exaltasamba, Xandy, Leonardo, Guilherme & Santiago, Matheus Minas e Leandro, Rick & Renner e vários outros queridos do público.
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1º DE MAIO DA FORÇA SINDICAL WERTHER SANTANA
O 1º de Maio da Força Sindical cobrou mais empregos, trabalho decente, juros menores e levou mais de 1,5 milhão de pessoas à praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital. Na comemoração do Dia do Trabalhador, nossos dirigentes deixaram claro o que significa trabalho decente e qual deve ser o foco da luta dos trabalhadores neste momento de crise, em que os direitos são os alvos mais freqüentes: a defesa do emprego, dos salários e da cidadania.
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PERSONALIDAD
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Carlos Lupi, ministro do Trabalho e Emprego
MIGUEL TORRES, PRESIDENTE DO SINDICATO “Vivemos uma crise mundial e nós, trabalhadores, precisamos estar conscientes e unidos para defender os empregos, a redução da jornada e os salários. Esta manifestação representa a unidade de todos os trabalhadores brasileiros na luta pelo trabalho decente, garantia de direitos e oportunidades no mercado de trabalho.”
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Ciro Gomes, deputado federal (PSB-CE)
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JOÃO CARLOS GONÇALVES, JURUNA, SECRETÁRIO-GERAL DA FORÇA SINDICAL Juruna conclamou os participantes a se unirem na luta pelo trabalho decente e leu uma mensagem da ministra Dilma Roussef aos trabalhadores, que diz: “O Dia do Trabalhador é uma data universal em que se celebram nossas conquistas ao longo da História, se reverenciam a memória dos lutadores que se foram e se prepara o ânimo para as jornadas que hão de vir, sempre por dias melhores para os trabalhadores do mundo inteiro...”
Aldo Rebelo, deputado federal (PC do B-SP)
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Luiz Antonio de Medeiros, secretário de Emprego do Ministério do Trabalho
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JORGE CARLOS DE MORAES, ARAKÉM SECRETÁRIO-GERAL DO SINDICATO “Esta é uma ocasião para pensarmos juntos o que podemos fazer para fortalecer as nossas ações e as nossas lutas em defesa dos trabalhadores, e pelo desenvolvimento que gera riquezas e oportunidades para todos.”
CLÁUDIO PRADO, VEREADOR “A defesa do trabalho decente é a defesa da igualdade, da justiça e da inserção social.”
DARIO DE FREITAS
Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, com Paulinho e Marcos Cintra, secretário do Trabalho WERTHER SANTANA
Eduardo Suplicy, senador
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ELZA COSTA PEREIRA, DIRETORA FINANCEIRA DO SINDICATO “A festa do 1º de Maio da Força Sindical já entrou no calendário de São Paulo. É um dia de comemoração, mas também de reflexão dos trabalhadores sobre a importância de lutar pela redução da jornada de trabalho, pois isso gera muitos benefícios na vida dos trabalhadores e de suas famílias. Reduzir a jornada significa mais saúde, lazer, mais tempo para a qualificação profissional, geração de empregos e mais oportunidades no mercado de trabalho.”
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ragem e a memória dos co a ia nc re ve re o ai M de O 1º que em maio de 1886 se o, ag ic Ch de es or ad lh ba tra as de trabalho e a an m su de s õe iç nd co as ra insurgiram cont etidos e foram mortos. bm su am er al qu a ria rá ho enorme carga
lho produtivo e ba tra o é e nt ce de ho al ab Tr o, exercido em adequadamente remunerad ualdade, segurança condições de liberdade, ig discriminação. e sem quaisquer formas de
Protógenes Queiroz, delegado da Polícia Federal
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1º DE MAIO DA FORÇA SINDICAL Mais de 30 artistas passaram pelo palco do 1º de Maio para levar sua música e render homenagem aos trabalhadores.
FORÇA SINDICAL entrega chaves dos carros aos GANHADORES
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Daniel: Parabéns, trabalhadores do Brasil!
J. AMARO
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Gian e Giovani: Estamos com os trabalhadores!
Padre Marcelo Rossi abençoou os trabalhadores
Bruno & Marrone: O trabalhador merece alegria! J. AMARO
Os trabalhadores que ganharam os carros na festa de 1º de Maio da Força Sindical receberam as chaves e a documentação dos veículos no dia 8 passado, na sede da central, no bairro da Liberdade. “Para nós, este é um ato importante, pois demonstra transparência e o cumprimento de uma promessa”, declarou Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Central. Para Paulinho, entregar os prêmios faz parte da festa e é bom para as pessoas comprovarem que quem ganha, leva. Um dos prêmios que Paulinho entregou foi para o conferente Antonio Sergio Gomes Miranda. Ele disse que esta foi a 5ª festa de 1º de Maio que ele participou. “Fui na estação da Luz pegar cupons. Quando fui sorteado gritei como um louco passando no meio daquele povo todo. Quando cheguei em casa minha mulher nem acreditou”, disse Miranda. Já a operadora de telemarketing Dione Martins Ruivo conta que esta foi a 1ª vez que participou da comemoração do Dia do Trabalhador. "Não pensei que a festa fosse tão organizada. No momento que ganhei, senti uma emoção forte", destacou. Já Valdenir de Sousa Leão foi à festa pela primeira vez. "Meu marido está desempregado e resolvi ir até lá com ele e meu filho. Quando fui sorteada não acreditava", ressaltou. Nossos diretores João Carlos Gonçalves, Juruna (secretáriogeral da Central), Geraldino dos Santos, Tadeu Moraes de Sousa (1º vice presidente do Sindicato), e Jorge Carlos de Morais, o Arakém (secretário-geral) participaram da cerimônia de entrega das chaves dos carros aos ganhadores.
OS 20 GANHADORES
KLB: A juventude precisa de oportunidades!
Turma do Pânico: Sabrina Sato e Polvilho brincam com Paulinho no palco do 1º de Maio
Fátima de Souza Busnelo Jacqueline Oliveira Pedi Andréa de S.Silva Oliveira Gedean Brandão Mendes Ana Carolina Vieira da Silva Euzenilo Santiago da Silva Antonio Fábio O. Cavalcante Dione Martins Ruivo Luiz Assis Almeida Vivaldo Rodrigues de Souza Valdenia Souza Leal Nelson Jordão Barbosa João Lino da Costa Filho Cilene Galvão dos Santos Wilson Alves Oliveira Priscila Rodrigues C. da Silva Gláucia Aparecida Siqueira Luiz Magri Antonio Sérgio Gomes Miranda Theresa G. Vidal Lima
Nº DO CUPOM 4078373 988669 5448826 1461881 424731 2378595 2324292 6549181 5009737 1081626 4494138 5881185 3703960 5644805 2222825 4000046 2812591 2608772 4584282 2362260
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Diretores e assessores trabalharam pelo evento Para que a grande festa do Trabalhador pudesse acontecer foi preciso muito planejamento e organização. Os diretores e assessores do Sindicato trabalharam dia a dia não só pelo sucesso do evento, mas para que este grande ato pudesse ecoar por todo o Brasil e o mundo as reivindicações e lutas dos trabalhadores brasileiros – trabalho decente, emprego, desenvolvimento. O Sindicato e a Força Sindical agradecem a todas as equipes de trabalho – diretores e assessores, funcionários, Polícia Militar, médicos e enfermeiros, Corpo de Bombeiros, seguranças, departamento de marketing - que garantiram o sucesso desta grande comemoração. WERTHER SANTANA
Diretor Ceará WERTHER SANTANA
Diretor Adnaldo
Diretor David WERTHER SANTANA
Diretor Jefferson
Diretor Edson
Diretor Lourival
WERTHER SANTANA
Diretor Mala
Diretor Luiz Valentim
Diretor Maloca
10 - o metalúrgico
maio de 2009
1º de Maio da força sindical
Diretores e assessores trabalharam pelo evento Diretor Teco
Diretor Sílvio
Diretor Valdir
Diretor Zé Luiz
Diretor Ortiz esteve na Sardenha, Itália, a convite da UILP (União Italiana de Lavoro e Pensionat)
Diretor Xepa
Diretor Campos com o presidente Miguel
Diretor Sales dario de freitas
Diretor Milton Brum
Diretor José Silva
Diretor João DD
Diretor Carlão werther santana
werther santana
Diretores Pedrinho e Leninha
Diretor Mendonça
Diretor Paulão
o metalúrgico - 11
MAIO DE 2009
1º DE MAIO DA FORÇA SINDICAL IUGO KOYAMA
Diretores do Sindicato fizeram o 1º de Maio em outras localidades
Diretor Geraldino esteve em Santa Catarina
ASSIS/MANAUS
Diretor Luisinho no 1º de Maio em Manaus (AM)
Diretor Sargento comandou o 1º de Maio em Embu Guaçu MARCOS BUZETO
FERNANDO FOTOGRAFIAS
Diretor Martelozo no 1º de Maio em Santa Catarina
Pereira, 2º vice-presidente, no 1º de Maio em Catalão (GO)
1º vice-presidente, Tadeu, no 1º de Maio em Barretos
Ação das centrais
Taxa
GOVERNO BAIXA IMPOSTO DA LINHA BRANCA
JUROS EM QUEDA
Depois de reduzir do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de carros e motos e de materiais de construção, o governo reduziu as alíquotas de IPI para produtos da linha branca. A medida foi anunciada após encontro do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, dirigentes das demais centrais sindicais, empresários do setor produtivo e varejista. O imposto das geladeiras caiu de 15%
para 5%; o de fogões, de 5% para zero; o de máquinas de lavar, de 20% para 10%, e o de tanquinhos, de 10% para zero. A medida foi tomada para ajudar a combater os efeitos da crise financeira e estimular o consumo e a produção. O presidente do Sindicato, Miguel Torres, está insistindo com o governo para estender a redução do imposto para os freezers. O ministro afirmou que os empresários da indústria e do comércio se comprometeram em manter os empregos.
Além dos impostos de produtos básicos, os juros também estão em queda. A pressão do movimento sindical, frente a crise financeira, levou o Copom (Comitê de Política Monetária) a promover mais um corte na Selic (taxa básica de juros) em abril. Com o corte de um ponto percentual, a taxa caiu de 11,25% para 10,25%. Foi uma decisão acertada, mas tímida, diante da crise financeira, segundo o presidente Miguel Torres. “O Brasil continua com uma das taxas de juros mais altas do mundo”, afirmou. Para Paulinho, presidente da Força
Sindical, “um pouco mais de ousadia traria enormes benefícios para o setor produtivo, que gera emprego e renda e anseia há tempos pelo crescimento expressivo da economia”.
ENTREVISTA: CLÁUDIO MAGRÃO
EMENDA 3: UM CRIME CONTRA O TRABALHADOR! O presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, Cláudio Magrão, alerta, nesta entrevista, sobre o fantasma da Emenda 3 que voltou a rondar o mundo do trabalho e ameaçar os direitos dos trabalhadores. Confira! o metalúrgico – O que acontece com a Emenda 3? Cláudio Magrão – O Congresso Nacional decidiu colocar em votação o veto do presidente Lula a esta emenda que tenta burlar direitos básicos dos trabalhadores conquistados ao longo da história. o metalúrgico – Como isso acontece? Magrão – A Emenda 3 é parte integrante do projeto de lei que criou a Super-Receita e transfere do fiscal do Trabalho para a Justiça do Trabalho o direito de desconstituir pessoa
jurídica (empresa) criada para fraudar os direitos trabalhistas. Pela legislação em vigor, o empregado que cumpre horário de trabalho, recebe ordens e exerce as mesmas atividades na empresa não pode ser considerado um prestador de serviço ou autônomo. A Emenda 3 permite que trabalhadores nestas condições sejam contratados como PJs.
em pessoas jurídicas, sem registro em carteira, para se livrarem dos encargos trabalhistas. Deste modo, trabalhadores acabam se tornando prestadores de serviços e, com isso, perdem direitos básicos, como férias remuneradas, 13º salário, Fundo de Garantia, não há mais multa em caso de demissão, perde-se o direito ao auxílio-doença, licençamaternidade, entre outros.
o metalúrgico – A derrubada do veto atende a interesses de quem? o metalúrgico – Como fica a fiscalização? Magrão – Uma estratégia comum entre os Magrão – Se o veto for derrubado, o fiscal empresários é transformar seus funcionários do trabalho perde o seu poder de atuação
para identificar e punir as empresas que impõem essa prática selvagem aos trabalhadores. O caso vai para a Justiça do Trabalho e, com isso, na prática, que poderes um trabalhador sozinho teria para enfrentar as grandes empresas? o metalúrgico – O movimento sindical está atento? Magrão – Sim, todo o movimento sindical está atento à Emenda 3, e não permitirá tamanho abuso aos direitos dos trabalhadores brasileiros.
12 - o metalúrgico
MAIO DE 2009
HOMENAGEM
IUGO KOYAMA
NATANIEL GOMES: um companheiro de lutas exemplar! P
ara marcar a passagem dos 80 anos do assessor sindical Nataniel Gomes, completados no dia 4 de abril, nosso Sindicato presta aqui uma homenagem a este companheiro de muitas lutas, histórias e conquistas. Nataniel nasceu em Recife/PE, foi registrado em Maceió/AL e, aos 22 anos, veio para São Paulo. ”No nordeste, trabalhava no campo, cortando lenha e cana-de-açúcar, plantando mandioca, milho e feijão. Em São Paulo, comecei a trabalhar em uma cerâmica, e logo entrei no setor metalúrgico”, conta Nataniel. Ele trabalhou inicialmente na Usina Santa Olímpia, na Mangels e, entre outras, na Aço Paulista, entre 1957 e 1983, metalúrgica que ficava na região do Ipiranga, em São Paulo. Tornou-se sócio do Sindicato em 26 de novembro de 1954. Após o golpe militar de 1964, com a intervenção no Sindicato, foi pressionado e deixou de ser sócio, em 1965. “Eu vivia reivindicando e acharam que era melhor eu me afastar e evitar que os militares me prendessem. Foi muito ruim o que fizeram comigo, mas eu deveria ter resistido sem dar baixa na carteira de sócio”, afirma. Ele voltou, porém, a ser sócio em 1967. Nataniel sempre aliou suas atividades sindicais com a militância política. Membro do PCB até 1985, participou da luta pela redemocratização do Brasil, pela anistia política e pelas Diretas, Já!
Acima, a ficha de sócio do Sindicato de Nataniel e, ao lado, o companheiro em porta de fábrica
CONQUISTA O velho companheiro critica hoje a falta de consciência e de militância política e de memória histórica. “Muitos não sabem, por exemplo, que o 13º salário foi conquistado com muita luta, sacrifício e, inclusive, morte entre os trabalhadores”. Ele lembra que a classe trabalhadora brasileira já lutava pelo 13º, também conhecido como abono de Natal, desde a década de 1950, e que em 1962 aconteceu uma greve geral por esta conquista. ”Por participar deste movimento, fiquei preso dois dias no Presídio do Hipódromo, em São Paulo. O presidente da República João Goulart, o Jango, mandou soltar os presos, mas o então governador de São Paulo Ademar de Barros, não libertava ninguém. No fim
das contas, o 13º salário tornou-se lei”, diz Nataniel. O companheiro destaca uma outra greve histórica, em 1953, quando têxteis, metalúrgicos, marítimos, gráficos e ferroviários conquistaram, depois de 33 dias de paralisação, um aumento salarial de 33%. “Infelizmente, uma tecelã foi morta pela repressão policial”, informa o sindicalista. Nataniel foi casado durante 43 anos com a companheira Jandira Malta Gomes, tem 8 filhos, netos e bisnetos. NO SINDICATO Nataniel fala com orgulho do seu primeiro contato com Luiz Antonio de Medeiros no PCB, em 1979, e do relacionamento fraternal que sempre manteve com o ex-presidente
Clube de Campo do Sindicato O restaurante já está funcionando
INCLUSÃO DIGITAL
Lan House para delegados sindicais Na luta pela inclusão digital de nossa categoria, o nosso Sindicato organizou uma Lan House para os delegados sindicais, diretores e assessores do Sindicato utilizarem computador e programas de texto e acessarem a Internet, informações sobre os mais variados assuntos e notícias, entre outros recursos da informática. O espaço, localizado no Palácio do Trabalhador, conta com dez computadores e os delegados interessados devem entrar em contato com os diretores e assessores que, com o respaldo do CPD (Centro de Processamento de Dados) do Sindicato, irão passar mais informações sobre como utilizar adequadamente este novo serviço. Aproveite!
O
Clube de Campo dos Metalúrgicos tem mais uma novidade: o Restaurante dos Metalúrgicos, com vista para o pesqueiro, já está funcionando. No almoço, serve refeição por quilo, com cardápio bem variado, e, à noite, pizza, lanches e porções. Funciona aos sábados, domingos e feriados, das 11h30 às 15h, e das 18h30 às 22h. Com o restaurante funcionando, os associados que forem ao clube com suas famílias e se hospedarem nos chalés poderão pedir refeição pelo interfone. “É mais uma comodidade para quem quer apenas relaxar e descansar, e não quer cozinhar”, afirma Elza Costa Pereira, diretora financeira do Sindicato e responsável, junto com o presidente Miguel Torres, pela reforma e inovações do clube. O Clube de Campo tem ainda duas lanchonetes, uma no pesqueiro, que abre todos os dias, e outra perto da piscina grande, que funciona aos sábados, domingos e feriados. Com a abertura do restaurante, a diretoria cumpre mais uma promessa feita aos associados. “Prometemos transformar aquele espaço de lazer num verdadeiro clube
do nosso Sindicato e da Força Sindical e, hoje, secretário nacional do Ministério do Trabalho. “O partidão viria indicar depois alguns companheiros para entrarem no Sindicato, com o objetivo de fortalecer politicamente as lutas sindicais. Entre eles, nós indicamos o Medeiros”, afirma. Após trabalhar intensamente pela vitória da Chapa do Medeiros, em 1987, Nataniel é convidado a ser assessor. “Não tinha reivindicado nada. Medeiros me chamou em reconhecimento ao meu idealismo e à minha vontade de lutar por melhorias na vida dos trabalhadores e do povo brasileiro”. Nataniel foi, então, assessor de Eleno Bezerra, desde quando o nosso ex-presidente era diretor de base. “Quando o Eleno tornouse secretário-geral, passei a ser assessor do Jefferson Coriteac, função que exerço até hoje com muita alegria e vontade de lutar”, finaliza este grande companheiro. “Nataniel é um exemplo de luta para todos nós”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato.
de campo, com mais conforto, comodidade e diversão para os nossos associados”, afirma Miguel Torres. E o cumprimento das promessas não para por aí. “O restaurante vai servir feijoada aos sábados, a partir do inverno, e quem quiser fazer sua festa no clube de campo, terá apenas que fazer a reserva com pelo menos cinco dias de antecedência”, informa Miguel. É só relaxar e aproveitar!
ONDE FUNCIONA 1º e 2º ANDARES
Palácio do Trabalhador Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade. De segunda a sexta-feira, das 7h00 às 18h45.