O metal 560

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outubro de 2009

ANO 66 – Nº 560

Campanha Salarial 2009

Categoria aprova

GREVE e negociação direta com empresas E

m assembleia realizada no dia 16, no Sindicato, cerca de dois mil trabalhadores metalúrgicos aprovaram entrar em greve, diante da falta de uma contraproposta de aumento salarial e pelo fato de os patrões quererem tirar cláusulas sociais da convenção coletiva. Os trabalhadores também aprovaram negociar o acordo diretamente com as empresas e cruzar os braços nas empresas que se recusarem a negociar. “Estamos num momento difícil da campanha, as negociações emperraram,

por isso, vamos buscar acordo empresa por empresa e passar por cima da intransigência patronal”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato. A assembleia reafirmou o pedido de 10% de aumento salarial, piso único, redução da jornada de trabalho, garantia de emprego aos acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais, estabilidade para os delegados sindicais e a renovação de todas as cláusulas sociais da convenção coletiva. Leia mais na Pág. 3

6ª Marcha da Classe Trabalhadora a Brasília

Dia 11 de novembro de 2009 Pela Jornada de 40h e outros Direitos! Pág. 4


2 - o metalúrgico

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editorial

Buscar o aumento com mobilização e greve

O

s trabalhadores decidiram em assembleia, no Palácio do Trabalhador, não abrir mão do aumento real e negociar o acordo direto com as empresas, e entrar em greve nas empresas que não aceitarem negociar. Já participamos de dezenas de rodadas de negociação e, até agora, nenhuma proposta decente foi apresentada pelos setores patronais. Aliás, em vez de renovar a convenção, os patrões estão propondo a retirada de importantes cláusulas de nossa Convenção Coletiva, que são de amplo alcance social para a categoria. Repudiamos esta absurda intransigência patronal! Já superamos da crise financeira e a produção está em alta. Portanto, nenhum

dario de freitas

argumento patronal está sendo realista e justo. Nosso categoria merece mais respeito, reconhecimento, por ter ajudado as empresas no enfrentamento da crise, e uma proposta salarial condizente com a retomada do crescimento produtivo. Não vamos abrir mão do aumento real, da jornada de 40 horas e dos direitos sociais já conquistados em campanhas anteriores. Estamos prontos para enfrentar estes desafios e lutar com toda a categoria mobilizada nas fábricas. Greve neles! Miguel Torres Presidente do Sindicato e Vice-presidente da Força Sindical

artigo

É hora de parar e conquistar

O

s metalúrgicos de São Paulo e Mogi vêm intensificando as ações da Campanha Salarial através de atos mobilizações e assembléias nas empresas pela reposição das perdas mais aumento real de salários. A Campanha é unificada, pois reúne 53 Sindicatos de Metalúrgicos no Estado filiados à Força Sindical. As incertezas econômicas passaram e já há expectativa de um bom crescimento para os próximos meses. A produção está a todo vapor, o lucro das empresas aumentou e os patrões têm condições de conceder um aumento digno aos trabalhadores. Se isto não acontecer, as paralisações vão começar até que nossas reivindicações sejam atendidas. Cada cláusula da pauta de reivindicações é importante: o reajuste com aumento real, o piso salarial único, a manutenção de todas as cláusulas da

o metalúrgico outubro de 2009 Ano 66 – Edição nº 560 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo e Mogi das Cruzes Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP

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Convenção Coletiva, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários. Quanto à redução da jornada, uma grande pressão está sendo feita sobre os deputados federais e senadores para que votem a favor da PEC 231/95, que trata do tema. Uma nova Marcha para Brasília, a 6ª, está sendo organizada pelas Centrais Sindicais para o dia 11 de novembro, para pressionar o Congresso Nacional pela redução da jornada. Reforço que as conquistas só virão com luta e mobilização. Por isso, é fundamental a participação de todos! Paulo Pereira da Silva, Paulinho Presidente da Força Sindical e deputado Federal – PDT Diretores (Sede SP): Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara (Maloca), Eufrozino Pereira, Francisco Roberto Sargento, Geraldino dos Santos Silva, Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), Jorge Carlos de Morais (Arakém), José Francisco Campos, José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Cea-

Chegou a revista “o metalúrgico” O Sindicato acaba de lançar a revista o metalúrgico, edição nº 11, que fala sobre o 11º Congresso da categoria, realizado em junho passado. Com o título de “Congresso fortalece luta por 40 horas”, a revista mostra, em 54 páginas, a participação dos delegados sindicais no evento, como um congresso dessa importância fortalece o Sindicato e as lutas da categoria, os congressos anteriores – o primeiro foi em 1956-, os temas discutidos, as resoluções, as homenagens prestadas, a mostra fotográfica. A revista será distribuída gratuitamente aos delegados sindicais, trabalhadores, autoridades, palestrantes, dirigentes sindicais, parlamentares.

Jogos começam no dia 24 de outubro Cerca de 400 metalúrgicos, de 16 equipes, divididas em quatro grupos, vão disputar a 2ª Copa de Futebol de Campo do Sindicato. As chaves foram definidas no dia 15, em reunião realizada pelo Departamento de Esportes do Sindicato, com representantes das equipes. O campeonato, que visa promover a integração da categoria metalúrgica de São Paulo e Mogi das Cruzes, terá início no dia 24 de outubro e grande

“A revista difunde as lutas da categoria, sua força e participação e é um meio de debate que contribui para impulsionar as ações do Sindicato”, afirma Miguel Torres, presidente.

Os grupos foram definidos em sorteio realizado pelo Departamento de Esportes no dia 15 de outubro, no Sindicato

final prevista para dezembro. Os jogos serão realizados aos sábados (às 9h e 11h30) e domingos (13h e 14h30) nos campos do Ceret (rua Canuto de Abreu, s/n, Tatuapé). Vamos ter bons jogos em todas as rodadas, pois as equipes estão se preparando para jogar e brigar pelo título. O site www.metalurgicos.org.br irá divulgar a tabela com os jogos. Acompanhe os jogos, vá aos campos e prestigie os times!

Mais informações: Departamento de Esportes Fones: 2171-9424 e 3388-1000 rá), José Silva Santos (Zé Silva), Juarez Martelozo Ramos, Lourival Aparecido da Silva, Luiz Antonio de Medeiros, Luís Carlos de Oliveira (Luisinho), Luiz Valentim Damasceno Filho, Maria Euzilene Nogueira (Leninha), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Pedro Nepomuceno de S. Filho (Pedrinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva Sede de Mogi das Cruzes: Paulo Fernandes de Souza (Paulão), Sales José da Silva e Sílvio Bernardo

Diretor Responsável Miguel Eduardo Torres Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão bangraf Tiragem: 300 mil exemplares


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Campanha salarial

Trabalhadores aprovam Greve e acordo direto com empresas E

m uma assembleia que lotou o Sindicato, cerca de dois mil metalúrgicos decidiram, por unanimidade, entrar em greve pelo aumento salarial e demais reivindicações, e negociar acordos diretamente com as empresas, já a partir do dia 19 passado, para garantir um aumento salarial digno. A empresa que não negociar será paralisada. “Vamos fazer o maior número possível de acordos, garantir o aumento real e parar as empresas que não negociarem. Nosso compromisso é avançar nas nossas conquistas, além do aumento salarial”, afirmou Miguel Torres, presidente do Sindicato.

Conquistas em risco A aprovação da greve é fruto da intransigência dos patrões nas mesas de negociações, e também da capacidade de mobilização da categoria. Estamos negociando desde setembro e, até agora, os patrões não apresentaram nenhuma proposta de aumento real, mas querem tirar conquistas importantes da categoria, como a garantia de emprego aos acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais, a estabilidade para os trabalhadores que estão perto da aposentadoria, o pagamento do abono por aposentadoria, o percentual maior de horas extras – eles querem deixar só o que determina a lei. Os patrões também não querem negociar a redução da jornada de trabalho nem a estabilidade para os delegados sindicais. Paulinho, presidente da Força Sindical, disse que dificilmente vamos fazer acordo sem greve. “O patronato está vindo com propostas baixas e não quer negociar a redução da jornada. Isso não vamos aceitar”, afirmou. Para Arakém, secretário-geral, este é o momento de definir o rumo da campanha. “Com unidade e determinação vamos conquistar o que queremos”, disse. A diretora financeira, Elza Costa Pereira, reforçou: “Só com mobilização vamos conseguir um bom resultado nesta campanha. Só podemos contribuir para aumentar a produtividade das empresas se tivermos com aumento salarial no bolso”.

Assembleia e diretoria aprovam greve e negociação direta com as empresas

Presidente Miguel Torres“A empresa que não negociar será paralisada.”

Paulinho defendeu a greve como instrumento para conquistar o aumento salarial e demais reivindicações

A categoria vai decidir os rumos da campanha, disse Arakém

Elza valorizou a unidade e a mobilização para conquistar o aumento salarial

o que Queremos

“O Sindicato ajudou as empresas durante a crise financeira. Chegou o momento dos trabalhadores buscarem o que têm direito.” Tadeu Moraes de Souza, 1º vice-presidente

O aumento salarial é um direito dos trabalhadores, para sustentar suas famílias, disse o vereador Claudio Prado

• Reajuste salarial de 10% • Garantia de emprego para os acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais • Estabilidade para quem está em vias de se aposentar • Jornada de 40h semanais para todos • Piso salarial único • Estabilidade do delegado sindical

Juruna, secretário-geral da Força Sindical “Não basta rejeitar uma proposta. É preciso estar mobilizado para a greve e seguir o comando da diretoria para garantir o que queremos.”


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Luta nacional

6ª Marcha a Brasília será dia 11 de novembro N

o dia 11 de novembro, o nosso Sindicato participará da 6ª Marcha da Classe Trabalhadora a Brasília, a ser realizada pela Força Sindical e demais centrais sindicais. Nossa delegação será formada por delegados sindicais, diretores e assessores, liderados pelo presidente do Sindicato, Miguel Torres, e pelo deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Neste ano, as centrais anteciparam a realização do evento, que, nas edições anteriores, foi realizado em dezembro, para pressionar pela votação do projeto que reduz a jornada de trabalho de 44h para 40 horas semanais. Além da redução da jornada, a 6 ª Marcha reivindica a ratifica-

Daniel Cardoso

ção das convenções 151 (negociação no serviço público) e 158 (contra a demissão imotivada) da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Não à precarização e Não ao trabalho escravo, Trabalho Decente e a participação popular nos investimentos e resultados do pré-sal. O movimento sindical brasileiro conseguiu importantes conquistas para o povo brasileiro com as Marchas a Brasília, como a política de valorização do salário mínimo, que irá vigorar até 2023, a correção da tabela do Imposto de Renda, o aumento real para os aposentados que ganham acima do mínimo. Em alguns anos, a marcha foi feita a pé e, em outros, os trabalhadores fizeram carreatas.

Paulinho é eleito pela 3 ª vez um dos Cabeças do Congresso Nacional

Legislativo. Nela, o DIAP identifica, anualmente, os 100 parlamentares com mais habilidades para elaborar, interpretar, debater ou dominar regras e normas do processo dedeputado federal Paulo Pereira da cisório, bem como para manipular recursos Silva, o Paulinho (PDT), presidente da de poder, de tal modo que suas preferências Força Sindical, foi apontado, pela terceira ou do grupo que lideram prevaleçam no vez consecutiva, um dos 100 “cabeças” do conflito político. O objetivo da publicação é fornecer ao Congresso Nacional, de acordo com pesquisa feita pelo Diap (Departamento Intersindical de movimento social organizado uma radiografia dos principais interlocutores da sociedade no Assessoria Parlamentar). As pesquisas de 2007 e de 2008 já incluí- Congresso Nacional, e dar um perfil das habiam Paulinho entre os 100 parlamentares mais lidades dos parlamentares que influenciam no processo decisório do Poder Legislativo. influentes da Casa. Em 2006, Paulinho foi o 6º deputado federal Esta é a 16ª edição da série os “Cabeças” do Congresso Nacional. A pesquisa mais votado de SP e o 12º do País. Paulinho aponta os deputados e senadores que está em seu 1º mandato como deputado federal conduzem o processo decisório no Poder (PDT). É metalúrgico e considerado uma das

O

mais importantes lideranças do movimento sindical. Foi presidente do nosso Sindicato, é membro da executiva nacional do PDT e presidente do PDT-SP. Foi líder na Câmara do bloco formado pelo PSB, PDT, PCdoB, PMN, PHS e PRB. Parlamentar atuante, é membro da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e foi membro da comissão especial criada para analisar o projeto que estabeleceu uma política de reajuste para o salário mínimo de 2008 a 2023.

líder das 40 horas Paulinho é um dos principais líderes da campanha nacional das Centrais Sindicais pela redução da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução salarial. O projeto tramita na Câmara, mas sofre forte oposição dos empresários. Por causa disso, o projeto foi encaminhado para uma comissão em vez de ir direto para votação no plenário. Essa manobra aumenta a importância da Marcha a Brasília que as centrais vão realizar no dia 11 de novembro.

Acesse os sites e os blogs que defendem os interesses da classe trabalhadora twitter.com/dep_paulinho www.metalurgicos.org.br www.fsindical.org.br www.euquero40horas.org.br

internacional

Mobilização pelo Trabalho Decente

Após crise, empregos crescem Iugo koyama

O

s metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes estão engajados na Jornada Internacional pelo Trabalho Decente, da OIT (Organização Internacional do Trabalho). É uma luta que busca, no mundo inteiro, a criação de emprego de qualidade para homens e mulheres, a extensão da proteção social, a promoção e o fortalecimento do diálogo social, e o respeito à Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho da OIT, adotada em 1998. No dia 6 de outubro, o ato de mobilização da campanha salarial, realizado pelo Sindicato na zona leste, foi também um ato pelo trabalho decente. No dia 7, nosso Sindicato foi representado em Berlim (Alemanha), na Jornada Mundial do Trabalho Decente, pelos companheiros Jefferson Coriteac, diretor do Sindicato e presidente do Comitê Mundial da Juventude da CSI (Confederação Internacional de Sindicatos), e Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Comerciários. O evento foi prestigiado pela chanceler alemã, Angela Merkel, pelo secretário-geral da CSI, Guy Rider, e o presidente da CSI, Sharon Burrow. Jefferson e Motta participaram de uma manifestação pública em frente ao Portal de Brandenburg que, na época do Muro de Berlim, era um elo de ligação das Alemanhas Oriental e Ocidental. “Nós fizemos uma referência às 40 horas, demonstrando que esta mudança é um item crucial para o trabalho decente no Brasil”, informa Jefferson.

Ato na região leste de São Paulo

Manifestação em Berlim

O Brasil criou 252.617 empregos com carteira assinada em setembro. Foi uma alta de 0,77% em relação a agosto e é o melhor resultado desde setembro de 2008. No acumulado do ano, foram criados 932.651 empregos, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, A indústria foi o setor que mais contratou em setembro: 123.318 vagas. Só em São Paulo foram criados 14 mil empregos formais – melhor resultado desde abril deste ano. Em outubro do ano passado, início da crise financeira, a oferta de empregos foi reduzida a 61.401 vagas. O cenário piorou a partir de novembro de 2008, com quedas sucessivas de contratações. A recuperação começou em fevereiro deste ano, quando o saldo de empregos voltou a ser positivo. “É hora de recuperação de empregos e também dos salários”, afirma Tadeu Moraes, 1º vice-presidente do Sindicato e presidente do Dieese (departamento econômico dos sindicatos).


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