O metal 564

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ABRIL DE 2010 - Nº 564

ESPECIAL REDUÇÃO DA JORNADA

LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA REÚNE 20 MIL TRABALHADORES NA FIESP PAULO SEGURA

O

Sindicato está intensificando a luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, com passeata, manifestações, greves e acampamento em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na Avenida Paulista, enquanto o Congresso Nacional não vota o projeto das 40h. No dia 13 passado, cerca de 20 mil trabalhadores e dirigentes sindicais de diversas categorias participaram de três passeatas que culminaram em uma grande manifestação pelas 40h semanais, em frente à Fiesp. As passeatas saíram de

três pontos da cidade: metrô Paraíso, Pacaembu e Assembleia Legislativa. Organizada pela Força Sindical, CGTB e CTB, a manifestação reuniu trabalhadores metalúrgicos, costureiras, químicos, têxteis, construção civil, gráficos e brinquedos, da capital e do Interior, contra a indiferença dos patrões, que não responderam à pauta entregue a eles no dia 12 de março, pedindo a abertura de negociações sobre a redução da jornada. “Diante dessa postura intransigente, estamos intensificando nossas ações nas ruas e nas fábricas, e vamos aumen-

Miguel Torres e Paulinho da Força lideraram a manifestação pela redução da jornada

tar esta pressão”, avisa Miguel Torres, presidente do nosso Sindicato. Após o ato, diretores e assessores do nosso Sindicato acamparam na porta da federação patronal durante quatro dias. Nas fábricas, prosseguem as assembleias de mobilização, as negociações,

IUGO KOYAMA

Passeatas com milhares de trabalhadores saíram de três pontos da cidade se encontraram em frente à Fiesp, na Avenida Paulista, numa movimentação pacífica e determinada pelas 40h

os acordos diretos e paralisações pelas 40h, além da pressão aos parlamentares no Congresso Nacional, para que aprovem o projeto da jornada menor. Em Brasília, a luta é liderada pelo deputado federal Paulinho da Força. Leia tudo nas Págs 3, 4, 5, 6 e 7


2 - o metalúrgico

Especial Redução da Jornada

EDITORIAL

A LUTA PELAS 40 HORAS NÃO PARA!

A

categoria metalúrgica tem sido de fundamental importância para a resistência da luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, contra os setores conservadores e as artimanhas políticas que querem impedir a votação do projeto da redução constitucional da jornada no plenário da Câmara dos Deputados. Só este ano, fechamos acordos de redução da jornada com mais de 30 empresas, que beneficiam milhares de trabalhadores, e continuamos fazendo assembleias diárias nas portas de fábrica e negociações para ampliar esta conquista para toda a base metalúrgica. Deste modo, estamos mostrando aos empresários e à sociedade brasileira que é possível reduzir a jornada e manter a produtividade em alta. Agora, vamos começar a parar as fábricas que estão intransigentes e se recusam a abrir negociação.

PAULO SÉRGIO DE SOUZA

Nossa categoria teve uma expressiva participação no ato do dia 13 de abril, na Fiesp, juntamente com outras categorias da Força Sindical e demais centrais sindicais, exigindo a redução da jornada. Vale lembrar que entregamos uma pauta à Fiesp no dia 12 de março, e ainda não recebemos resposta. Toda pressão é necessária neste momento de impasse na votação das 40h no Congresso Nacional e de omissão do setor patronal. Vamos ampliar os acordos nas empresas, vamos à greve e gritar bem alto no 1º de Maio da Força Sindical, na Praça Campo de Bagatelle, que os trabalhadores exigem jornada menor, mais emprego e qualidade de vida, distribuição de renda e justiça social.

Abril de 2010

Carta a Temer cobra promessa O presidente do Sindicato, Miguel Torres, encaminhou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, uma carta cobrando dele o cumprimento do compromisso que assumiu quando esteve no nosso 11º Congresso, em junho de 2009. No evento, o deputado comprometeu-se a levar à votação a PEC 231, da redução

São Paulo, abril de 2010 Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo e Mogi das Cruzes (Base territorial de representação: São Paulo, Mogi das Cruzes, Poá, Guararema e Biritiba Mirim) Reconhecido pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social pelo Decreto nº 24.694 de 12/07/1934 e adaptado ao Decreto-lei nº 1.402 em 05/07/1939

FILIADA À CSI

MIGUEL TORRES Presidente do Sindicato e Vice-presidente da Força Sindical

o metalúrgico ABRIL DE 2010 - Nº 564

Especial Redução da Jornada “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo e Mogi das Cruzes Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP

www.metalurgicos.org.br contato@metalurgicos.org.br

PAULO PEREIRA DA SILVA, PAULINHO Presidente da Força Sindical e deputado Federal - PDT/SP Diretores (Sede SP): Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara (Maloca), Eufrozino Pereira, Francisco Roberto Sargento, Geraldino dos Santos Silva, Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), Jorge Carlos de Morais (Arakém), José Francisco Campos, José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará),

O movimento sindical brasileiro contin ua trabalhando pela votação e aprov da PEC 231/95, que prevê a reduç ação ão constitucional da jornada de trabalho no País, para gerar mais emprego, mais qualidade de vida para a classe trabalhadora e desenvolvimento econômico.

Lembro que Vossa Excelência, além de muito honrar-nos ao participar de forma destacada do 11º Congresso dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, em junho de 2009, disse, na ocasi ão, que assumiria o compromisso de levar à votação no plenário da Câmara o projet o que institui a jornada de 40 horas e “gara ntir a votação de matérias de interesse do povo brasileiro”. Conta mos, enfi m, com o apoio de Vossa Excelência para agilizar a tramitação da matéria, colocando em votação a PEC da redução da jornada, e concretizar esta impo rtante e histó rica conquista para a classe trabalhadora, para o povo brasileiro e para o Brasil.

PAULO SÉRGIO DE SOUZA

com sorteios e apresentações gratuitas com dezenas de artistas populares. No dia, faremos um resumo das últimas conquistas do movimento sindical como, por exemplo, a política permanente de valorização do salário mínimo até 2023, o aumento real para os aposentados, o aumento das parcelas do segurodesemprego durante a crise financeira. Todas estas conquistas fortaleceram o mercado interno, ajudaram a superar os efeitos da crise financeira global no Brasil e permitiram a retomada do desenvolvimento produtivo nacional. É, portanto, o momento de exigir a redução da jornada de trabalho e promover a distribuição de renda, justiça social e a ampliação dos direitos dos trabalhadores.

Excelentíssimo Senhor Deputado Michel Temer Presidente da Câmara dos Depu tados

Diante destes fatos, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes solicita de Vossa Excelência a inclusão do debate e da votação da PEC 231/95 na pauta da Câmara ainda neste primeiro semestre, antes da Copa do Mundo e antes do período eleito ral.

UM 1º DE MAIO PARA AMPLIAR DIREITOS stamos na luta pela redução da jornada de trabalho para gerar mais de dois milhões de empregos e garantir mais qualidade de vida para os trabalhadores, que terão mais tempo para a família, para o lazer e a qualificação profissional. A mobilização é unitária, pois reúne todas as centrais sindicais e uma constante vigília no Congresso Nacional, para sensibilizar os parlamentares sobre a importância da aprovação da PEC que prevê a redução constitucional da jornada. Vale destacar que muitas empresas já negociaram com os sindicatos e reduziram a jornada, e muitas outras estão em processo de negociação. Diante de sua importância histórica para o movimento sindical e a classe trabalhadora, a redução da jornada será uma das principais bandeiras do Dia Internacional do Trabalhador, no 1º de Maio da Força Sindical. O evento é feito para a família do trabalhador e contará

Redução da Jornada: Os trabalhadores confiam na sua pal avra

Nossa mobilização abrange tanto vigílias semanais no Congresso Nacio nal, junto aos parlamentares, quanto assem bleias diárias com os trabalhado res nas portas de fábrica que, aliás, têm cobrado-no s um posicionamento com relação à data de votação da matéria no plenário da Câmara dos Deputados.

ARTIGO

E

da jornada de trabalho. Até agora, isso não aconteceu. Na ocasião, Temer foi bastante aplaudido quando manifestou-se favorável à esta reivindicação da classe trabalhadora. Na carta, Miguel Torres enfatiza que os trabalhadores confiam na palavra do presidente da Câmara (confira abaixo). Nós vamos continuar pressionando!

Deputado Michel Temer fala aos trabalhadores

Queremos que se cumpra a sua palavra! Respeitosamente, RUA GALVÃO BUENO, 782 LIBERDADE - SÃO PAULO CEP 01506-000 - PABX: 3388.1000 www.metalurgicos.org.br contato@metalurgicos.org.br

Miguel Torres Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e vice-presidente da Força Sindical

Benefícios da jornada menor ✔ Geração de 2,2 milhões de empregos no país, segundo o Dieese ✔ Mais distribuição de renda ✔ Redução dos acidentes de trabalho e doenças profissionais ✔ Mais tempo para o trabalhador se qualificar profissionalmente ✔ Mais tempo para o lazer, o descanso e a cultura ✔ Mais tempo para o convívio familiar ✔ Mais produção e melhoria da produtividade das empresas ✔ Mais tempo para cuidar da saúde e de outros compromissos José Silva Santos (Zé Silva), Juarez Martelozo Ramos, Lourival Aparecido da Silva, Luiz Antonio de Medeiros, Luís Carlos de Oliveira (Luisinho), Luiz Valentim Damasceno Filho, Maria Euzilene Nogueira (Leninha), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Pedro Nepomuceno de S. Filho (Pedrinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva Sede de Mogi das Cruzes: Paulo Fernandes de Souza (Paulão), Sales José da Silva e Sílvio Bernardo

Diretor Responsável Miguel Eduardo Torres Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão BANGRAF Tiragem: 300 mil exemplares


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CRONOLOGIA

A LUTA INTENSA PELA APROVAÇÃO DAS

Veja o resumo de algumas ações desenvolvidas pelo Sindicato e os trabalhadores, nas ruas e no Congresso Nacional, junto com o deputado Paulinho da Força, para garantir a redução da jornada de trabalho, sem redução de salário, tanto para a categoria metalúrgica como para os demais trabalhadores brasileiros. LUIZ ALVES

MAR/10

JUN/08 Força Sindical e demais centrais entregam no Congresso Nacional abaixo-assinado com 1,6 milhão de assinaturas pedindo a aprovação da PEC 231, das 40h

12/03- ENTREGA DA PAUTA DAS 40H À FIESP Miguel Torres e Paulinho da Força cobram um calendário de negociações e alertam que os trabalhadores irão à greve se os empresários não se manifestarem. “Não estamos brincando, e não queremos enrolação”, disse Miguel. IUGO KOYAMA

JAN/10 15/01 –Delegados Sindicais aprovam bandeiras de luta da categoria com destaque para a jornada de 40h PAULO SEGURA

FOTOS DANIEL CARDOSO

FEV/10

ABR/10

02/02– MOBILIZAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL Nos dias 2 e 3 de fevereiro, a diretoria do Sindicato, sob as lideranças de Miguel Torres e do deputado Paulinho da Força, participou da vigília pela redução da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução salarial, permanecendo durante dois dias na Câmara dos Deputados. Nossas lideranças reuniram-se com Michel Temer, presidente da Câmara, e com o deputado Cândido Vacarezza, líder do governo na Casa, e cobraram agilidade na votação da PEC 231, das 40h.

13/04 – Passeata e manifestação na Fiesp, em protesto ao silêncio da federação patronal ao pedido de redução da jornada de trabalho, e para informar a população sobre a luta dos trabalhadores

FOTOS DANIEL CARDOSO

FEV/10

IUGO KOYAMA

ABR/10 14/04 – Sardinhada pelas 40h durante o acampamento na Fiesp. Muitos populares pararam para acompanhar o protesto. O Sindicato distribuiu cinco mil manifestos relatando a postura intransigente da Fiesp em relação a esta questão que é de interesse de toda a sociedade.

ABR/10 Nas semanas seguintes, diretores do nosso Sindicato se revezaram na vigília no Congresso Nacional

13 a 16/04 – Diretores, assessores e trabalhadores acampam na calçada da Fiesp, na Av. Paulista

AC

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Especial Redução da Jornada

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Especial Redução da Jornada

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LUTA PELAS 40 HORAS

MANIFESTAÇÃO E ACAMPAMENTO PELAS IUGO KOYAMA

JOVENS TÊM DE SABER A HISTÓRIA Paulinho disse que muitos trabalhadores jovens não sabem como foi a luta da redução da jornada de trabalho no Brasil, e precisam saber. “Só tivemos dois períodos em que a jornada foi reduzida: em 1943, quando foi fixada em 48h semanais, e em 1988, quando foi reduzida para 44h. Foi uma luta muito grande para que isso acontecesse, muita gente perdeu o emprego, apanhou nos protestos nas ruas. Não é fácil, mas vamos continuar lutando, mobilizando fábrica por fábrica, mantendo a pressão, sobretudo no Congresso Nacional. Vamos aproveitar o ano eleitoral e denunciar os parlamentares que são contra a redução da jornada e os trabalhadores. Não vamos perder esta luta porque somos a maioria do povo brasileiro.”

Miguel Torres, presidente, à frente da manifestação

P

asseatas, manifestação, sardinhada e acampamento marcaram a semana intensa de atividades do Sindicato, da Força Sindical e da categoria em defesa da redução da jornada de trabalho, sem redução salarial. Após a grande manifestação, que reuniu cerca de 20 mil dirigentes e trabalhadores de várias categorias na Fiesp (Federação das Indústrias do ESP), na Avenida Paulista, no dia 13 de abril, diretores e assessores do nosso Sindicato acamparam na calçada da entidade, para pressionar a maior federação patronal do País a negociar a redução da jornada de trabalho. O evento também serviu para chamar a atenção da população para esta importante luta dos trabalhadores. O acampamento foi encerrado no dia 16 de abril, com a lavagem da calçada do prédio da Fiesp com ervas perfumadas. A lavagem foi feita por sete ´filhas` da Comunidade da Luz, com maços de ervas – manjericão, arruda e alecrim -, ao som da música Rainha Negra, de Maria Bethânia, e acompanhada por cerca de 200 manifestantes metalúrgicos e de outras categorias. O presidente do Sindicato, Miguel Torres, falou da importância do conjunto das atividades desenvolvidas nas últimas semanas, para mobilizar a categoria e divulgar para a população esta grande luta nacional pela redução da jornada de trabalho no País. “Fizemos uma lavagem, simbólica, para purificar a cabeça e o coração dos empresários, para eles se convençam que é possível reduzir a jornada no Brasil, com desenvolvimento econômico e social e trabalho digno”, disse Miguel. Diretores e assessores do Sindicato encerraram o ato bradando em coro “40 horas, já! pro emprego aumentar”. A luta, porém, não para por aqui. “Vamos continuar pressionando os deputados federais no Congresso Nacional a aprovar a PEC 231, das 40h, a Fiesp e as empresas”, disse Miguel.

PAULO SÉRGIO DE SOUZA

HORAS

NOSSA BANDEIRA Tadeu Morais, vice-presidente do Sindicato, enfatizou que “é hora de dar um passo à frente, de avançar na luta e ampliar as conquistas. A redução da jornada para 40h é a nossa bandeira, é a bandeira da Força Sindical, e dos trabalhadores do Brasil.”

DEFESA DOS DIREITOS Elza Costa Pereira, diretora financeira, disse que “esta luta é para colocar o Brasil em melhores condições, tirar milhares de trabalhadores do desemprego. O Paulinho (deputado federal) uniu o conjunto dos trabalhadores e levou a defesa dos direitos trabalhistas para dentro do Congresso Nacional. Vamos todos manter a unidade, a mobilização e a persistência.”

TODOS GANHAM Para o secretário-geral, Arakém, todos ganham com a redução da jornada, porque haverá mais emprego, os trabalhadores vão ter mais tempo para se qualificar profissionalmente, e os patrões terão funcionários mais produtivos.

IUGO KOYAMA

CONSCIENTIZAÇÃO O vereador Claudio Prado pediu aos trabalhadores para ajudarem a conscientizar os companheiros nas fábricas para a importância de todos os trabalhadores terem jornada reduzida e o país ter crescimento.

Manifestação em frente a Fiesp

FOTOS IUGO KOYAMA

LUTA E UNIDADE Para Juruna, secretário-geral da Força Sindical, “sem luta não conquistamos nossos direitos. A unidade de ação é importante para a nossa organização, para nos fortalecermos para enfrentar aqueles que tentam impedir os avanços da classe trabalhadora”.

Imagens das manifestações PAULO SÉRGIO DE SOUZA

PAULO SÉRGIO DE SOUZA

PAULO SEGURA

IUGO KOYAMA

Passeata da praça Charles Müller (Pacaembu) rumo à Avenida Paulista

PAULO SEGURA

PAULO SÉRGIO DE SOUZA

Acima, mulheres da Comunidade da Luz jogam água com ervas perfumadas - arruda, alecrim e manjericão- na calçada da Fiesp. Ao lado, assessores varrem e esfregam a calçada

Passeata da Assembleia Legislativa rumo à Av. Paulista reuniu trabalhadores de várias categorias

PAULO SÉRGIO DE SOUZA

PAULO SEGURA


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Luta nas Fábricas / acordos

Acordos reduzem jornada O Sindicato está negociando a redução da jornada de trabalho diretamente com as empresas, e conquistando o benefício, com ou sem greve. Só de janeiro a abril deste ano, fechamos mais de 30 acordos, que beneficiam mais de 11 mil companheiros(as). Alguns acordos estabelecem

uma redução gradativa da jornada, o que dá fôlego para as empresas programarem a sua produção, enquanto outros já fixam a redução da jornada para 40h semanais. Muitas empresas, porém, ainda não se manifestaram. O mesmo acontece com a Fiesp (federação patronal), que

recebeu nossa pauta no dia 12 de março e, até agora, não deu resposta, e no Congresso Nacional. Lá, Paulinho da Força, deputado federal, tem pressionado o presidente da Câmara, Michel Temer, para que coloque o projeto da redução da jornada em votação, bem como os demais parlamentares.

iugo koyama

tiago santana

Dis-Bras

Os 90 companheiros da DisBras (zona sul) conquistaram a redução gradativa da jornada de trabalho, que era de 44h, a partir de janeiro deste ano. Segundo o diretor Mala, o acordo aprovado estabelece que a jornada será reduzida em meia hora a cada seis meses, até chegar a 40h, em agosto de 2013.

Schneider

O Sindicato fechou um importante acordo de redução da jornada com a Schneider Brasil, que beneficia os 880 trabalhadores das unidades da empresa em Santo Amaro (zona sul) e em Guararema. A jornada, de 44h semanais, será reduzida para 43h a partir de julho deste ano, e para 42h a partir de maio/11. Uma nova negociação será realizada em novembro de 2011 para acertar a redução para 40h semanais. Para o secretário-geral Arakém (foto), e os diretores Sílvio e Edson (foto), que coordenaram as negociações com a empresa, o acordo mostra que a redução da jornada é possível.

paulo segura

iugo koyama

Carbono Lorena

Os 160 trabalhadores da empresa da zona sul, que hoje trabalham 42h, vão ter a jornada reduzida para 40h a partir de janeiro de 2011. O acordo, negociado pelo diretor Edson e a comissão de funcionários, foi aprovado em assembleia.

sidinei lopes

Eloy Cogueto

Toldos Dias

No dia 17 de março, os trabalhadores da Eloy Cogueto (zona oeste) aprovaram o acordo de redução da jornada de trabalho, que hoje é de 44h semanais. Segundo o diretor Luiz Valentim, a jornada será reduzida em uma hora a partir de janeiro de 2011, até chegar a 40h em 2014. O cronograma foi negociado a partir das condições da empresa e também da reivindicação dos trabalhadores. Para o vice-presidente Tadeu Morais, “a redução é resultado da mobilização dos trabalhadores”.

Os 85 trabalhadores da Toldos Dias (zona leste) aprovaram o acordo que estabelece a redução gradativa da jornada semanal de trabalho, da seguinte forma: de 44h para 43,5h semanais, a partir de 1º de maio/2010; para 43h em novembro/10; 42,5h em maio/2011, e 42h em novembro/11. Em maio de 2012, empresa e sindicato voltarão a negociar a redução para 40h, segundo o diretor Jefferson, que negociou o benefício, junto com uma comissão de funcionários. paulo segura

Novex

Os 140 companheiros da Novex (zona oeste) estão trabalhando menos a partir deste mês. A jornada, que é de 42h semanais, passou para 41,5h no dia 16. A partir daí, será reduzida, gradativamente, em meia hora, em janeiro/2011, julho/2011 e janeiro/2012, quando chegará a 40 horas semanais. O acordo de redução foi negociado pelo diretor David Martins e aprovado em assembleia.

Beat Press

Os 50 trabalhadores da autopeças Beat Prees (zona leste) estão trabalhando 41,5h por semana desde janeiro deste ano. Até dezembro/09, a jornada na empresa era de 44h, segundo o diretor Luisinho, que negociou o acordo com a direção da fábrica, acompanhado da comissão de funcionários.

Demex

Desde o dia 1º de abril, os 20 trabalhadores da Demex Equipamentos Industriais (zona leste) estão trabalhando 40h semanais, sem redução de salário. Segundo o diretor Zé Luiz, a jornada na fábrica era de 42h. “Se uma empresa pequena pode reduzir a jornada, por que empresas de grande porte, que têm mais capital para investir, não podem fazer o mesmo?” ressalta o diretor.

Luta nas Fábricas / greves iugo koyama

IFER

Os 280 trabalhadores da IFER (usinagem), em Santo Amaro (zona sul), paralisaram as atividades nos dias 6, 7 e 8 de abril, pela redução da jornada e outros benefícios. A jornada na empresa é de 44 horas, e, segundo o diretor Lourival, a empresa assumiu o compromisso de negociar uma alternativa à redução até o dia 30 de julho próximo.

jonny ueda

TRIFEL

Os cerca de 400 trabalhadores da Trifel, em Poá, cruzaram os braços reivindicando vários benefícios, e avisaram que se a empresa não negociar a redução da jornada de trabalho, eles vamos paralisar as atividades, segundo o diretor Sales.


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Luta nas Fábricas / MobiLiZaÇÃo

TrABALHAdores nA LuTA jONNy uedA

O Sindicato vem fazendo assembleias diárias nas fábricas para informar e mobilizar a categoria sobre a importância da redução da jornada de trabalho e seus benefícios. Os trabalhadores querem a redução e estão na luta. confira algumas assembleias dessa mobilização: PAuLO SegurA

elGin

Se a elGin não negociar, os trabalhadores vão parar, afirma o diretor Sílvio

tecnOtUBO

diretor Pedrinho discute a questão da redução da jornada na fábrica com os trabalhadores

jONNy uedA

GerdAU (Mogi das cruzes)

trabalhadores da fábrica de aço, unidos com os diretores Paulão, Pereira e toda a diretoria na luta pelas 40h

PAuLO SegurA

SidiNei LOPeS

BeGhiM

na BeGhiM, diretor José luiz e trabalhadores pedem abertura de negociação

jONNy uedA

GenerAl MOtOrS

O Sindicato entregou à GM em Mogi, no dia 30 de março, uma pauta reivindicando a redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução de salários. A entrega foi precedida de uma assembleia coordenada pelo secretário-geral, Arakém, e o diretor Sílvio (foto). A GM de Mogi fabrica peças de reposição, emprega cerca de 700 funcionários e trabalha 42 horas. na unidade da montadora em São caetano, a jornada já é de 40h semanais. Por que essa diferença?, pergunta Arakém.

GerdAU (Pq. Anhanguera)

Os 1.200 companheiros das unidades da Gerdau em Mogi e no Parque Anhanguera (zona oeste da capital) trabalham 44h por semana, e estão lutando para garantir a redução da jornada, sem redução de salários. Segundo os diretores Pereira e tadeu Morais, a Gerdau tem tido expressivos ganhos de produtividade e pode reduzir a jornada. Se não negociar, os trabalhadores vão parar.

PAuLO SÉrgiO de SOuZA

delGA

ANÍSiO de ASSuNÇÃO

ArMcO

companheiros da delGA já trabalham 40h, mas estão mobilização com a categoria, conforme aprovação da assembleia comandada pelos diretores ceará e tadeu Morais.

na ArMcO, pressão para reduzir a jornada de 41h para 40h, segundo o diretor Valdir

Imagens das manifestações iugO kOyAMA

iugO kOyAMA

iugO kOyAMA

iugO kOyAMA

iugO kOyAMA


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Especial Redução da Jornada

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entrevista

uma luta histórica para ampliar direitos “A redução da jornada poderá criar mais de dois milhões de postos de trabalho em uma primeira etapa”, afirma João carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical e diretor do Sindicato, em entrevista ao jornal “o metalúrgico’. confira: o metalúrgico – Por que o movimento sindical considera histórica a luta pela redução da jornada? Juruna – Esta luta acontece desde o início do capitalismo; era quase uma questão de sobrevivência dos operários nas fábricas, que trabalhavam jornadas exaustivas e absurdas, de até 18 horas diárias. Com o passar do tempo e o fortalecimento das organizações dos trabalhadores, a pauta por melhores condições de trabalho passou a conter um item extremamente importante, que se traduzia (e ainda se traduz) na forma de redução da jornada. o metalúrgico – e no Brasil? Juruna – Aqui, a redução da jornada de trabalho sempre fez parte da luta sindical, e já produziu efeitos positivos. A intensa luta levou, na década de 30, à primeira lei nacional, que limitava a jornada em 48 horas semanais. No início do século, com as jornadas insuportáveis, as primeiras manifestações contrárias à carga excessiva não tardaram a acontecer. Temos registros, do fim do século 19, de lutas por uma jornada menor travadas pelos comerciários na cidade do Rio de Janeiro. No início da década de 1980, também como resultado da movimentação sindical, várias categorias conquistaram jornadas que variavam entre 40

e 44 horas por semana, fortalecendo as lutas dos trabalhadores e sensibilizando a sociedade para que fosse garantido um teto de 44 horas semanais na Constituição Federal de 1988. o metalúrgico – nestes 22 anos que se seguiram, a bandeira da redução da jornada sempre estevna ordem do dia das entidades sindicais. e, novamente, estamos diante de um embate para reduzir a carga horária semanal. como está o processo? Juruna – O processo de discussão não está somente no Congresso Nacional, que debate a PEC 231/95, que reduz a jornada semanal de 44h para 40h, sem diminuir os salários, além de aumentar o valor das horas extras de 50% para 75%. Estamos mobilizando todos no Congresso e nos locais de trabalho visando esclarecer e conquistar apoio para a redução da jornada. As mobilizações ocorrem nas empresas, nas ruas e nas entidades de classe. Há toda uma pressão para colocarmos em votação no plenário ainda neste semestre. o metalúrgico – A unidade das centrais sindicais está sendo fundamental? Juruna – Com certeza! As centrais estão mobilizadas, atuando conjuntamente e construindo uma agenda pela aprovação da

PEC. Como símbolo da vontade popular, as centrais entregaram ao Congresso, em 2008, 1,5 milhão de assinaturas reivindicando a redução da jornada. Recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, apresentou uma proposta de reduzir a jornada para 42 horas semanais em 2011, com a perspectiva de uma nova negociação em 2013. É muito louvável esse gesto de buscar um bom entendimento entre capital e trabalho. o metalúrgico – Quais os benefícios da redução? Juruna – A implementação da medida tem o potencial de criar, em uma primeira etapa, cerca de 2 milhões de postos de trabalho (dados do Dieese). Mas, além desta questão devemos também refletir sobre as vantagens sociais, já que o trabalhador passará a ter mais tempo para a família, para o lazer e para a sua própria qualificação profissional. A medida também vai contribuir para a redução dos problemas de saúde e acidentes de trabalho, resultantes das jornadas exaustivas. Não podemos nos calar diante da falácia empresarial de que a medida irá encarecer a produção nacional. Dados do Dieese mostram que a produtividade das empresas, de 2000 até agora, cresceu 27%, enquanto o custo com redução da jornada deverá aumentar apenas 1,99%. Como

a produtividade nas empresas tem crescido constantemente, em menos de seis meses o aumento do custo seria compensado. o metalúrgico – Os números revelam, então, aumento dos ganhos de produtividade? Juruna – Sim! E esses ganhos, oriundos das inovações tecnológicas e arranjos organizacionais, não podem ficar só com o capital. Eles também são frutos da dedicação da classe trabalhadora, e, portanto, devem ser estendidos a todos. A redução da jornada fortalece o mercado interno e faz parte do movimento pró-cíclico pelo desenvolvimento econômico, com distribuição de renda, porque é um importante mecanismo para se repartir parte dos ganhos de produtividade acumulados pelo capital. Da mesma forma que os operários ingleses convenceram a sociedade britânica da importância de se reduzir a jornada, e hoje trabalham 37 horas semanais, nós, brasileiros, também vamos conseguir o nosso objetivo de uma sociedade mais justa, com emprego, dignidade e renda para todos.

dia do trabaLHador

Força sindical prepara 1º de mAIo na Praça campo de Bagatelle r

eduzir a jornada e ampliar direitos é o tema do evento do 1º de Maio da Força Sindical, dia do Trabalhador, que será realizado na Praça Campo de Bagatelle, na região norte de São Paulo. este ano, o ato será em conjunto com a CgTB. Para Miguel Torres, presidente do Sindicato, o objetivo é reunir os trabalhadores e suas famílias para um momento de reflexão, de solidariedade e de luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução salarial. “Será um grande momento para demonstrarmos nossa indignação contra os setores conservadores e exigir emprego,

distribuição de renda e justiça social.” Para Paulinho, presidente da Força Sindical, o objetivo deste 1º de Maio é levar a discussão das 40 horas para a população, falar dos benefícios da jornada reduzida, debater a ampliação dos direitos trabalhistas, a criação de empregos, o aumento do salário mínimo e das aposentadorias e o trabalho decente, que é a atividade produtiva adequadamente remunerada e exercida em condições de igualdade e segurança. “Vamos mostrar a nossa força e divulgar nossas reivindicações por um Brasil melhor para a classe trabalhadora e para o povo brasileiro”, conclama.

Os trabalhadores e trabalhadoras que participarem da comemoração vão concorrer a 19 carros e um apartamento, além de curtir com as apresentações musicais gratuitas com: Banda Calypso, Bruno& Marrone, Cezar Menotti &Fabiano, Chitãozinho & Xororó, daniel, Christian & Cristiano, edson, eduardo Costa, exaltasamba, gian & giovani, guilherme & Santiago, Luan Santana, Leonardo, Maria

Cecília & rodolfo, Padre Marcelo rossi, Victor & Léo, Sérgio reis, Zezé di Camargo & Luciano, kLB, joão Bosco & Vinicius, Pixote, Nilton e Nelton, eduardo Costa e exaltasamba. O evento será realizado das 7h às 18h e poderá ser visto de qualquer ponto da Praça Campo de Bagatelle por telões. Quem ainda não na rua galvão Bueno, 782, na Liberdade, nos pegou o seu cupom para concorrer aos carros demais sindicatos filiados à Força Sindical, nas e ao apê, pode obtê-lo na sede do Sindicato, estações de metrô e trens.

Foto meramente ilustrativa

Sorteio de 19 CARROS e 1 APARTAMENTO

A Força Sindical também realizará o 1º de Maio em 16 estados e diversos municípios do interior de São Paulo.


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