O metal 571

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janeiro de 2011

ANO 68 – Nº 571 iugo koyama

Trabalhadores exigem correção da tabela do Leão

RECADO: Faixa do Sindicato, estendida pelo presidente Miguel Torres no ato na Avenida Paulista, manda um recado dos trabalhadores à presidente Dilma

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Paulinho da Força pediu audiência com a presidente Dilma para negociar as reivindicações da classe trabalhadora e dos aposentados

iugo koyama

resce a pressão dos movimento sindical e dos trabalhadores pela correção da tabela do Imposto de Renda, aumento do salário mínimo para R$ 580 e aumento real para as aposentadorias e pensões de valor acima do mínimo. Começamos o ano indo para as ruas em defesa dessas reivindicações. A primeira mobilização reuniu mais de dois mil sindicalistas e trabalhadores de várias categorias num grande ato no dia 18 de janeiro, na avenida Paulista, em frente ao Tribunal Regional Federal. A manifestação foi convocada pela Força Sindical e demais centrais – CUT, UGT, Nova Central, CGTB

Aumento salarial já está em vigor Acidentes matam e ferem A família metalúrgica está de luto pela morte de quatro companheiros e ferimentos em outros cinco, vítimas de acidentes de trabalho. Pág. 2

No próximo pagamento, os trabalhadores devem conferir os seus holerites para verificar se a empresa aplicou o aumento salarial conquistado na campanha salarial do ano passado, e já está pagando os novos pisos. Pela Convenção Coletiva de Trabalho assinada pelo Sindicato com os grupos patronais em novembro, o aumento entrou em vigor

e CTB -, e contou com a forte participação do nosso Sindicato. Após o ato, Paulinho da Força e representantes das demais centrais protocolaram uma Ação Civil Pública na Justiça Federal reivindicando a correção da tabela do Leão pela inflação medida pelo INPC de 2010, de 6,46%. “Não vamos permitir que os aumentos salariais conquistados no ano passado sejam engolidos pela Receita Federal. Queremos negociar a pauta dos trabalhadores com a presidente Dilma”, disse o presidente do nosso Sindicato, Miguel Torres. Leia na Pág. 3 iugo koyama

dia 1º de janeiro de 2011. Quem não receber deve denunciar a empresa ao Sindicato. Leia na Pág. 4


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Política

editorial

Nossos direitos estão ameaçados

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omeçamos o ano com uma ameaça aos salários dos trabalhadores e aos benefícios previdenciários. Se não nos mobilizarmos podemos perder direitos conquistados com muitos sacrifícios ao longo de tantos anos. Estou falando da falta de correção da tabela do Imposto de Renda; do aumento do salário mínimo, que não contemplou sequer a inflação dos últimos 12 meses, e das aposentadorias e pensões dos que ganham acima do mínimo, que ficaram sem aumento real. As políticas de correção anual do salário mínimo e da tabela do I.R. tinham validade até dezembro de 2010. Precisavam ser votadas pelo Congresso para continuarem vigorando, mas não foram. Vamos insistir junto ao governo federal a garantia de preservação dessas políticas, e que negocie com as centrais sindicais estas questões. Os ministros estão se

posicionando contra estas reivindicações. Por isso, estamos indo para as ruas defender estes direitos, e nos mobilizando para pressionar o governo e o Congresso a elevar o salário mínimo para R$ 580, corrigir a tabela do Imposto de Renda, fixar aumento real para os benefícios de valor acima do mínimo, porque é desta forma que vamos continuar garantindo distribuição de renda e melhorando as condições de vida dos trabalhadores e de suas famílias. Fiquem atentos para as manifestações que a Força Sindical, junto com as demais centrais, vai promover em defesa destes direitos sagrados e participem. A luta é de todos!

Deputado federal Paulinho é diplomado no cargo O deputado federal Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força (PDT-SP), foi diplomado no dia 17 de dezembro, em cerimônia na Assembleia Legislativa de São Paulo. No dia 1º de fevereiro de 2011, Paulinho tomará posse na Câmara dos Deputados. Paulinho vai cumprir o seu segundo mandato parlamentar com o desafio de defender os direitos dos trabalhadores no Congresso Nacional. A luta vai ser grande. O movimento sindical começou o ano com a mobilização em defesa da correção da tabela do Imposto de Renda, do aumento do salário mínimo para R$ 580, aumento real para os aposentados e pensionistas que ganham acima do mínimo.

“Como podemos ver, os direitos dos trabalhadores estão sob ameaça constante. Não podemos baixar a guarda”, disse Paulinho, o deputado dos trabalhadores. Na pauta de luta constam o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40h semanais, a regularização do trabalho terceirizado, qualificação profissional, entre outros.

luto

Acidentes matam e ferem

Miguel Torres Presidente do Sindicato e Vice-presidente da Força Sindical

iugo koyama

artigo

Propostas para distribuir renda

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s centrais sindicais estão dispostas a conquistar o salário mínimo de R$ 580, a atualização da tabela do Imposto de Renda (IR) da pessoa física em 6,46%, que é o INPC acumulado no ano passado, e o reajuste dos aposentados que ganham acima do mínimo. Por isso, fizemos manifestações em 20 estados do País e vamos continuar lutando. Em São Paulo, o protesto foi na avenida Paulista. Em seguida, ingressamos com uma ação civil pública na Justiça Federal para obrigar o governo a reajustar a tabela do IR. Começamos a negociar com o ministrochefe da secretária-geral da Presidência,

Gilberto Carvalho. Queremos também negociar com o Congresso Nacional, ao qual podemos apresentar nossas duas emendas parlamentares: uma do aumento do salário mínimo e a outra relacionada com o reajuste dos aposentados que ganham acima do piso nacional. As propostas que defendemos são importantes para distribuir renda e erradicar a miséria no País. Tenham a certeza de que vamos lutar para obtê-las. Paulo Pereira da Silva, Paulinho Presidente da Força Sindical e deputado Federal - PDT/SP

nota de Falecimento

É com pesar que o Sindicato comunica o falecimento do ex-assessor de diretoria José Pedro Pinto, de 86 anos. O companheiro atuou no Sindicato de fevereiro de 1987 a janeirto de 1998 e também foi assessor do presidente Miguel Torres. À família, os nossos sinceros sentimentos.

o metalúrgico janeiro de 2011 Ano 68 – Edição nº 571 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo e Mogi das Cruzes Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP

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Diretores (Sede SP): Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara (Maloca), Eufrozino Pereira, Francisco Roberto Sargento, Geraldino dos Santos Silva, Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), Jorge Carlos de Morais (Arakém), José Francisco Campos, José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Cea-

Ato na Cromo em homenagem aos trabalhadores e solidariedade às famílias

Dois acidentes de trabalho ocorridos neste mês tiraram a vida de quatro companheiros da categoria e feriram outros cinco. O primeiro aconteceu no dia 15, na Cromo Speedy Niquelação e Cromeação, na zona sul, tirando a vida de 4 trabalhadores. No dia 20, o Sindicato promoveu um ato ecumênico em memória dos companheiros e de apoio às famílias. Outros 4 feridos estão se recuperando. A família de Gilmar Alves da Silva, um dos mortos no acidente, participou do ato, que foi celebrado pelo padre Juan e irmã Angela, da paróquia Bom Jesus de Piraporinha, no pátio da fábrica. “Vamos acompanhar as investigações, cobrar respostas da empresa, dar assistência às famílias e divulgar para a categoria, como alerta para evitar que acidentes como este se repitam”, disse José Silva diretor do Sindicato. O acidente - Os trabalhadores morreram intoxicados quando faziam a limpeza de um rá), José Silva Santos (Zé Silva), Juarez Martelozo Ramos, Lourival Aparecido da Silva, Luiz Antonio de Medeiros, Luís Carlos de Oliveira (Luisinho), Luiz Valentim Damasceno Filho, Maria Euzilene Nogueira (Leninha), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Pedro Nepomuceno de S. Filho (Pedrinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva Sede de Mogi das Cruzes: Paulo Fernandes de Souza (Paulão), Sales José da Silva e Sílvio Bernardo

tanque com resíduos químicos. José Vicente de Carvalho inalou gás e desmaiou dentro do tanque. Os colegas Geraldino Oliveira Souza, Claudevan Santana Cruz e Gilmar Alves da Silva morreram ao tentar socorrer o colega. O segundo acidente aconteceu no dia 20, na Metalúrgica São Carlos, ferindo gravemente José de Souza Bispo, operador de torno CNC, que teve parte do braço direito amputado. Segundo o diretor Mala, a velocidade do torno aumentou repentinamente e soltou uma peça que furou a placa de proteção da máquina e atingiu o trabalhador. Miguel Torres, presidente do Sindicato, reafirmou que saúde e segurança não se negocia. “Não dá para trabalhar sem segurança. Quando acontece um acidente todos perdem; a família, os trabalhadores, a empresa e toda a sociedade”, disse. O Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador do Sindicato, coordenado pelo diretor Luisinho, vai intensificar a campanha de prevenção e segurança nas fábricas.

Diretor Responsável Miguel Eduardo Torres Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão bangraf Tiragem: 300 mil exemplares


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Defesa dos direitos

Trabalhadores vão às ruas pela correção da tabela do I.R.

Paulinho da Força pediu à Justiça para determinar a correção da tabela

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o acordo não foi renovado, as alíquotas de desconto ficaram congeladas. “Sem correção, milhares de trabalhadores passarão a pagar Imposto de Renda por causa dos reajustes salariais. Não vamos permitir isso”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato. A correção da tabela pelo INPC elevaria o limite de isenção do imposto de R$ 1.499,16 para R$ 1.595,99. No caso do mínimo, que subiu para R$ 540 em 1º de janeiro, o aumento ficou abaixo da inflação - 5,88% contra 6,46%. O governo anunciou que vai aplicar a inflação e que o mínimo passará para R$ 545 em fevereiro. As centrais insistem no aumento para R$ 580 e pediram audiência à presidente Dilma para negociar as reivindicações. As entidades adiantaram que não vão aceitar a proposta do governo de correção da tabela do IR em troca da manutenção do salário mínimo em R$ 545. As centrais também querem o fim do fator previdenciO secretário-geral Arakém cuidou da ário e a redução da jornada de organização e mobilização da categoria trabalho para 40h semanais.

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Manifestação teve encenação com leão e domador. Miguel Torres e Juruna, secretário-geral da Força Sindical, acompanham

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erca de dois mil sindicalistas e trabalhadores de várias categorias participaram da manifestação pela correção da tabela do Imposto de Renda e aumento do salário mínimo para R$ 580, promovida pelas centrais sindicais no dia 18, na Avenida Paulista. “Não corrigir a tabela é promover um confisco nos salários e frear o processo de distribuição de renda no País”, disse o deputado federal Paulinho da Força. Os trabalhadores se concentraram no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo) e seguiram até o Tribunal Regional Federal, onde a Força Sindical e demais centrais protocolaram uma Ação Civil Pública pedindo o reajuste da tabela do IR com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado em 2010, que foi de 6,46%. “Pedimos que a Justiça faça essa correção e que a presidente Dilma ouça os movimentos sociais e os trabalhadores, e não os burocratas de Brasília, caso contrário, ela terá problemas com os trabalhadores”, disse Paulinho. Defasagem A tabela do Leão está defasada em mais de 64%. Um acordo firmado entre as centrais e o governo Lula garantiu a correção da tabela em 4,5% ao ano, de 2007 a 2010. Como

Miguel Torres à frente da manifestação pela correção da tabela do Imposto de Renda iugo koyama

Paulinho, Miguel Torres e dirigentes das centrais apresentam a Ação Civil Pública protocolada na Justiça Federal

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Manifestantes levaram carro alegórico com leão para a porta do Tribunal Regional Federal

Trabalhadores metalúrgicos na manifestação, que começou no vão livre do Masp e terminou no Tribunal Regional Federal


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convenção coletiva

paulo segura

Aumento salarial já está em vigor O

aumento salarial conquistado na Campanha Salarial do ano passado entrou em vigor no dia 1º de janeiro. No próximo pagamento, os trabalhadores devem conferir os seus holerites para verificar se a empresa aplicou o reajuste, os novos pisos e pagou o abono salarial. O Sindicato fez boletins específicos dos acordos assinados com cada grupo patronal para entregar nas fábricas. Dessa forma, os trabalhadores da categoria vão receber o jornal do Sindicato com informações sobre as lutas da entidade neste início de ano, em defesa dos direitos trabalhistas e outras ações, e o boletim com as informações do aumento salarial. A Campanha Salarial foi encerrada após quatro meses de muita mobilização e intensas negociações e resultou na conquista de um dos maiores aumentos salariais dos últimos anos, garantindo a reposição da inflação mais aumento real. “Foi uma grande luta, mas temos que

manter a mobilização para que o aumento conquistado não seja engolido pelo Imposto de Renda. O governo não corrigiu a tabela do imposto e isso é uma grande ameaça para os salários”, alerta Miguel Torres, presidente do Sindicato (veja matéria na página 3).

Presidente Miguel Torres comandou os atos de mobilização da Campanha Salarial 2010

Milhares de trabalhadores se envolveram na campanha pelo aumento salarial

Colônia de férias

Obras prosseguem mesmo com as chuvas AS - Arquivo do sindicato

financeira do Sindicato. Para o presidente do Sindicato, Miguel Torres, que também acompanha o cronograma da obra, a demora provocada pelos contratempos vai ser compensada. “Nosso objetivo é acelerar as obras, e reinaugurar o Centro de Lazer o mais rápido possível. Os associados e associadas vão ter muito tempo para aproveitar bons momentos com suas famílias num espaço agradável, com conforto e tranquilidade, e vão ver que valeu a pena a espera e todo o esforço empreendido”, afirma Miguel Torres.

Presidente Miguel Torres acompanha as obras na colônia

Paulo segura

Elza, diretora financeira, e Paulinho, em vistoria às obras

Paulo segura

M

esmo com as chuvas, o Sindicato vem mantendo o trabalho de reforma do novo Centro de Lazer da Família Metalúrgica, na Praia Grande. As obras na parte externa estão tendo que esperar, por causa das chuvas, mas, na parte interna, a movimentação não para. Os operários trabalham para finalizar os apartamentos e já revestiram 90% da parte externa do prédio. O restaurante e a lanchonete já ganharam cobertura, assim como a quadra poliesportiva e o auditório, construído na parte de trás da colônia. Dessa forma, é possível trabalhar nos espaços cobertos. Nos apartamentos antigos, enquanto os marceneiros montam os móveis, operários trabalham para finalizar o parapeito dos corredores de acesso aos quartos. “Já compramos todos os móveis – armários, camas, mesas, os aparelhos de ar-condicionado, luminárias etc. -, e quando a chuva der uma trégua vamos correr para concluir a fachada do prédio, as sacadas dos apartamentos, o terraço da lanchonete, fazer os jardins e colocar os pisos na parte externa”, afirma Elza Costa Pereira, diretora

paulo sérgio de souza

Paulo segura

Apartamentos já têm piso e pintura e estão na fase de montagem dos móveis

Elza e Paulinho com o arquiteto Wilson e o administrador da obra, Deoclides Paulo segura

Muito azul e novos parapeitos na fachada do prédio dos apartamentos que ficam voltados para o lado de trás da colônia, e área do estacionamento

Restaurante (no piso inferior) e lanchonete (no piso superior) já ganharam cobertura

Paulo segura


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