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Primeiramão // Inclusão & Acessibilidade // Ano 2 // E diç ão 17 São Paulo, 3 de nov embro de 2014
//D IST RIBU IÇÃ O GRAT U IT A
INCLUSÃO & ACESSIBILIDADE
‘ Proj et o E st relinh a’ p resent eia crianç as com ensaio fot ográ fi co p rofi ssional// P á g . 2
Eles batem
U M BOLÃ O
André Porto/ Metro
ESP ORT E// P á g . 4 DEFICIENTES INTELECTUAIS VÃO PARA AS QUADRAS, DÃO UM DRIBLE NO PRECONCEITO E MOSTRAM QUE MANDAM BEM NO FUTEBOL DE SALÃO
Danilo Miranda, de 17 anos, treina na APAE e quer ser jogador profissional
Lembranças de
família
N o s e rv iç p a is e m ã u m D VD t ira d p ro f is
o g ra t u it o , e s re c e b e m c o m f o t o s a s p o r s io n a is
P ROJ ET O EST RELIN H A// / CRIANÇAS COM DEF ICIÊ NCIAS GANH AM F OTOS PARA LÁ DE ESPECIAIS EM AÇÃ O QUE REÚ NE 5 2 PROF ISSIONAIS NO BRASIL
Como fu nciona O Estrelinha funciona como uma grande rede. Os fotógrafos que têm interesse no trabalho voluntário enviam um portfólio pedindo credenciamento e, se aprovados por Viviane, podem realizar fotos gratuitas em seu estado usando o nome do projeto. “Hoje temos 52 profissionais cadastrados no país. Só em São Paulo são dez colaboradores aptos para a realização dos registros fotográficos. Os participantes credenciados deate vem atender as pessoas
L ívia Spitale Jacques 1 ano e 5 meses Viviane Bach ega
(Curitiba/PR )
Gabriel Grandis Utiyama 3 anos
Maria Marti4nasnos l/PR) ascave ques (C
Mar Helen
E L IANE Q U INAL IA A
L orenzo Gabriel L isboa Pelacini 1 ano
Alexandre Júmnseiorus pais co
Juliana Guerra (Curitiba/PR)
com deficiência de forma gratuita, realizar um ensaio ao menos uma vez por mês e disponibilizar um DVD com as imagens do trabalho para os pais”, explica a idealizadora do projeto. Os ensaios, que devem ser marcados diretamente com os profissionais que atendem a cada região do país - a lista encontra-se no site do projeto -, duram cerca de uma hora e normalmente são realizados em áreas públicas como parques. “Poucos fotógrafos possuem estúdio próprio, por isso, a preferência por locais externos”, complementa. Até o momento 104 crianças já foram fotografadas.
a/PR) apik (Curitib Mônica Kn
mentos médicos de seus filhos, achei que presenteá-los com fotos gratuitas seria uma boa ação”, conta Viviane.
Rafael A1 avnoilae 8 meses
Viviane Bachega (Curitiba/PR)
Uma ação independente e voluntária criada há pouco mais de seis meses tem mostrado para o Brasil, por meio de fotos, a beleza de crianças de zero a 12 anos que tenham algum tipo de deficiência. O serviço gratuito batizado de Projeto Estrelinha foi idealizado pela fotógrafa curitibana Viviane Bachega para melhorar a autoestima dos pequenos e também para proporcionar boas lembranças para os pais. “Procurando na internet percebi que não haviam fotos especializadas de crianças com este perfil, pois este é um serviço relativamente caro. Como sei que os pais têm muitas despesas para custear os trata trata-
/SP) (São Paulo Pri Ferreira
Segunda-feira, 3/11/2014 // I nc l us ão e A c es s ib il idade // Primeiramão
olis/SC) s (Florianóp Eliane Nune
2
L eonardo Guarino Gesto Nod
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1 ano e 7 meses
ori Luiz t r a S n a i l l i W i v a D 1 ano e 11 meses
Serviço // Projeto Estchreeglinaha Viviane Ba ojetoestrelinha.com.br contato@pr inha.com.br www.projetoestrel
Ubiara Ribeir o (São Paulo /SP)
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Primeiramão // Inclusão e Acessibilidade // Segunda-feira, 3/11/2014
AÇÃ O// / GAROTA PRECISA ARRECADAR CERCA DE R$ 180 MIL PARA REALIZAR CIRURGIA NOS EUA E GANHAR MOVIMENTO NAS PERNAS Ana Carolina Di Bernardo Ribeiro, 7 anos, se despede me desafiando para uma corrida. Carol teve paralisia cerebral causada por problemas no momento em que nasceu. Por conta disto, tem enrijecimento muscular e não consegue andar sem o apoio de alguém. Mesmo assim quer me desafiar para uma corrida no corredor do apartamento em que vive em São Caetano. Apoiada na mãe, Joana Ferreira Di Bernardo, 44 anos, ela dá passos apressados durante o desafio. A garota que não se intimida com suas limitações físicas luta para conseguir correr sem amarras nos próximos anos. Ela foi selecionada
para realizar cirurgia de rizotomia dorsal seletiva com o médico americano Tae S. Park. Ele é considerado um dos maiores especialistas do procedimento no mundo. No Brasil, a cirurgia é realizada apenas em casos muito graves de paralisia e por poucos especialistas. Carol seria a quinta criança brasileira operada pelo médico. O procedimento traria até 70% mais movimentos para a menina. O problema enfrentado pela família de Carol é o dinheiro necessário para isso. Entre cirurgia, passagens e hospedagem seriam necessários R$ 180 mil. A fisioterapeuta Regiane Kuhn também vai
participar da viagem. Isto porque não há profissionais no Brasil que tenham conhecimentos sobre a reabilitação após o procedimento. “A Carol terá de passar por dois anos de fisioterapia, que é muito importante para um bom resultado. Por isso a Regiane vai aprender lá como é este processo e aplicar nela no Brasil”, explica a mãe. Joana conta que ainda não tem o valor total necessário para a cirurgia, agendada para junho do próximo ano. Para arrecadar o dinheiro, família e amigos se uniram na campanha “Ajude Ana Carolina ganhar o mundo”. Doações são recebidas por meio de uma conta bancária e
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Carol teve paralisia cerebral que limitou seus movimentos
os amigos se desdobram em eventos para angariar fundos. A campanha ganhou o apoio do lutador Rodrigo Minotauro e do ginasta Diego Hypolito, que gravaram vídeos pedindo ajuda para a garota. Carol, que é fã de pega-pega, já faz planos para depois da cirurgia. “Vou poder brincar no intervalo com os amigos sem precisar do andador.” Quem quiser conhecer mais sobre a campanha pode acessar o site www.todosporcarol.com.br. Doações são feitas em nome de Ana Carolina Di Bernardo Ribeiro, Banco Santander, agência 4599, conta poupança 60000328-4, CPF 131.422.448-40. VANESSA SELICANI/ METRO
Tiago Silva/ Metro ABC
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Segunda-feira, 3/11/2014 // I nc l us ĂŁo e A c es s ib il idade // PrimeiramĂŁo
PrimeiramĂŁo // I nc l us ĂŁo e A c es s ib il idade // Segunda-feira, 3/11/2014
ON D E T REIN REI AR// AP AE d e Sã o P a u l o T re in os gratuitos p ara p e ssoas c om d e f ic iê n c ia in te l e c tual c om id ad e a p artir d e 1 6 an os. A s m e n in as j ogam n as se gun d as e q uartas- f e iras, d as 1 5 h às 1 6 h 3 0 . J å os m e n in os n as se x tas- f e iras, d as 1 4 h às 1 6 h . R ua L oe f gre n , 2 . 1 0 9 – V il a C l e m e n tin o, S P . T e l . : 5 0 8 0 - 7 0 0 0 . w w w . ap ae sp . org. br
D EF EF IC IICIEN CIENN T E ES IINN T EL E ELECT LECT LECT EC CT U AI AIS// I / ELES ELLES SS SE ED DED DEDICAM EDI ED D CA AM AO OF U UTEBOL TEBO TE O DE SALĂƒLLĂƒĂƒ O O, PARTICIPAM PAR P PA RTICIP TICIP T C P M DE EC CA CAMPEONATOS, MPE P O PE ON NA ATO A TO OS, SM MA MAS Q QU QUEREM ER REM EM M MES MESMO ESM É SE S SER ER PR P PROF RO ISSIONAIS IONA ONA ON AS AIS Uma bola no pĂŠ e uma ideia na cabeça: ser jogador de futsal profissional. Parece meio impossĂvel, mas esse ĂŠ o sonho de muitos meninos e meninas com deficiĂŞncia intelectual. Em treinos como os que acontecem na APAE de SĂŁo Paulo (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), por exemplo, jovens com idade a partir de 16 anos se empenham na prĂĄtica, ainda que recreativa do esporte, para tentar alcançar este objetivo. “Sou corinthiano e adoro futebol. Jogo desde pequeno. Aqui sou amador, mas meu sonho mesmo ĂŠ ser profissionalâ€?, diz o estudante de 17 anos, Danilo Miranda, que treina desde o inĂcio do ano na
instituição na posição de pivĂ´ e possui habilidades de deixar muito marmanjo com inveja. “Sou bom nos dribles e sempre faço muitos gols nos treinos e amistosos. Em um dos jogos o nosso time perdeu, mas eu fiz dois golsâ€?, conta entusiasmado o rapaz. Segundo o educador fĂsico da APAE de SĂŁo Paulo, Ricardo da Rocha de QueirĂłz, se tornar um jogador profissional nĂŁo ĂŠ fĂĄcil, mas o sonho dos garotos acaba servindo de estĂmulo. “Eles ficam ansiosos para os prĂłximos treinos e adoram participar de competiçþes. A prĂĄtica, que ajuda muito na coordenação motora e no desenvolvimento fĂsico, tambĂŠm melhora a autoestima dos atletas
e faz com que eles sejam mais disciplinados, sociĂĄveis e trabalhem melhor em grupoâ€?, relata o profissional que jĂĄ pensa em formar uma equipe para, em breve, se aventurar no Campeonato Paulista voltado para deficientes intelectuais. AlĂŠm do PaulistĂŁo promovido pela ARDEM (Associação Regional e Desportos para Deficientes Intelectuais do Estado) hĂĄ ainda outras competiçþes anuais, como o Campeonato Brasileiro, da ABDEM, associação de desporto nacional, e a Copa Down, voltada para pessoas com a sĂndrome. “Os eventos acontecem uma vez por ano e envolvem equipes de diversos estados nas mo-
dalidades para deficientes intelectuais de grau mais leve a avançadoâ€?, conta Roberto Di Cunto, presidente da Associação Paradesportiva JR, que criou a Copa Down em SĂŁo Paulo em parceria com o Sport Club Corinthians Paulista. “Este foi o quinto ano do campeonato para quem tem sĂndrome de Down. A prĂĄtica tem ajudado bastante os jovens que se tornaram mais responsĂĄveis nĂŁo sĂł nos treinos, mas em suas vidas pessoais. Nas viagens que fazemos, eles tambĂŠm aprendem a serem mais independentesâ€?, diz Di Cunto, que jĂĄ contabiliza 30 jogadores em sua equipe.
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Na APAE, jovens se preparam para amistosos
Q U ER COM P ET IR? //
P e ça p ara o se u tre in ad or f ic ar d e ol h o n o c al e n d å rio d os c am p e on atos abaix o:
Equipe do Corinthians ganhou a V Copa Down Divulgação/ JR
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Segunda-feira, 3/11/2014 // PLUS+ // Primeiramão
EST ILO EST ILO D E VI V VIDD A/ A A// // ELAS EL LAS T TÊÊ M MA MAIS AIS D 5 0 A DE ANOS NO OS E ANIMAÇÃ A NIMAÇÃ O DE DE SOBRA. S OBRA A. ES ESTÃ STÃ O NO O H OSPITAL OS SPIT TAL QUAS QUASE UAS SEMPRE, SE S MPRE E, MAS M MA A É PARA P AR RA A ANIM NIIMAR QUEM QU UEM PRECISA P Adélia, Elza, Glafira, Lucy e Wilma
Com um sorriso no rosto, elas chegam, uma a uma ou em duplas, para a sessão de fotos que usarão para promover o projeto que apresentam nas escolas e em hospitais. Mesmo depois de anos longe da sala de aula, o grupo formado por cinco senhoras de bem com a vida tem muito a ensinar. Chamado “Só Riso – A Alegria Contagia”, o projeto faz jus ao nome:
elas se vestem de palhaças e levam informação com diversão ao público. “Falamos sobre plantação e sustentabilidade, ensinamos cantigas de rodas, falamos sobre afeto e respeito. E no fim, pintamos a criançada e vira uma grande festa”, conta Wilma Zadra Rodrigues dos Santos, de 54 anos, mais conhecida como Tica Polenta. Wilma já tinha fei-
to um curso para ser palhaça hospitalar quando estava entrando em depressão - nem precisa falar que ela saiu desse quadro rapidamente. E durante um curso de teatro, em 2011, encontrou suas parceiras na empreitada de divertir os outros. Hoje, o grupo completa dois anos de vida, tempo suficiente para as amigas colecionarem histórias. “Já fomos a or-
fanatos, asilos. Você percebe que eles precisam de carinho, é sempre emocionante”, diz Adélia Serrano Andreassa, 78 anos, a Pururuca. Ao longo dos dois anos de convivência, elas também aprenderam as manias de cada uma. Lucy Tereziani Buzian, 65 anos, a Ping-lu, por exemplo, é a primeira a se arrumar. Elza Fernandes de Marchi, 61 anos,
a Patotinha, por sua vez, está sempre em busca do melhor ângulo nas fotos. Enquanto Glafira Menezes de Oliveira Conti, 63 anos, a Tucupi, faz mil caras e bocas e reclama que tem engordado por culpa do grupo. Com razão, já que os ensaios sempre terminam com um bom café da tarde. O trabalho delas é voluntário - só pedem ajuda para o transporte - e aca-
ba sendo divulgado de boca em boca. Mas quem quiser, pode entrar em contato pelo blog projetosoriso.wordpress.com. SERVIÇO // Só R is o – A Alegria Contagia. T el.: 9 7 1 7 29 432 ( T ica Polenta) ou 9 9 1 8 1 - 31 9 4 ( Ping- lu) . www.proj etos oris o. wordpres s .com.
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Primeiramão // Inclusão e Acessibilidade // Segunda-feira, 3/11/2014
CABELEGRIA// / PROJETO QUE RECEBE DOAÇÕES DE CABELOS ENTREGA PERUCAS PARA CRIANÇAS QUE LUTAM CONTRA O CÂNCER. VEJA COMO COLABORAR O fim do ano está chegando e nesta época algumas pessoas se preocupam em serem mais solidárias. Quem tiver a intenção de colaborar com alguma causa, mas ainda não souber a qual movimento aderir pode encontrar aqui uma boa sugestão: doar os cabelos. A ideia pode parecer um pouco estranha no início, mas é por uma boa causa. Quando bem aproveitadas, as madeixas podem se transformar em perucas que serão doadas para crianças com câncer. O tratamento para combater a enfermidade pode ser agressivo e causar a queda dos cabelos, o que também pode trazer problemas de autoestima. Incentivo A psicóloga Marta
Fuentes Rojas, especialista em saúde coletiva da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), explica que acessórios como lenços, bonés, e claro, perucas ajudam os menores a aceitarem melhor a sua condição na medida em que disfarçam a perda dos cabelos. “A criança fica mais feliz ao se ver novamente como antes. Com essa sensação de igualdade, ela ganha coragem para se expor aos colegas, brincar e se distrair”, diz a profissional que vai além. “Isso contribui positivamente no tratamento, pois a autoestima trabalhada com o apoio dos familiares e amigos traz mais disposição para enfrentar o tratamento ajudando até em uma reação à doença.”
Faça uma doação Pensado para ajudar os pequenos neste momento de vulnerabilidade emocional, o Projeto Cabelegria, de São Paulo, tem recebido cabelos pelos Correios para doá-los para crianças e jovens. A ação inclusiva, criada no final do ano passado, já beneficou mais de 70 crianças no Brasil e espera ajudar ainda mais. Quem quiser contribuir com a causa pode enviar os cabelos pelos Correios para a ONG, mas isso apenas se os mesmos tiverem no mínimo 10 centímetros de comprimento. Vale lembrar que a instituição recebe todos os tipos de cabelos, até mesmo aqueles que contenham química.
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Cabelos ajudam a recuperar a autoestima
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Fotos: Divulgação
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