Distribuição gratuita
Primeiramão // Inclusão & Acessibilidade // Ano 2 // Edição 19 São Paulo, 30 de novembro de 2015
//DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
INCLUSÃO & ACESSIBILIDADE
Virada Inclusiva acontece nesta semana em São Paulo com atividades para todos// Pág. 7
Um ‘click’
especial AÇÃO SOCIAL// Pág. 3 PROJETO GALERA DO CLICK ENSINA FOTOGRAFIA PARA JOVENS COM SÍNDROME DE DOWN
Foto: André Porto / Metro
Primeiramão // Inclusão e Acessibilidade // Segunda-feira, 30/11/2015
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s o f a r Fotóg muito
ÃO// INCLUS ALERA OG PROJET NSINA KE DO CLIC ES A T DEFICIEN OTOS F TIRAREM NAIS IO PROFISS Das noções básicas de espaço e luz até dicas sobre composição e enquadramento. Quando falamos de fotografia, a síndrome de Down se torna um mero detalhe para os alunos da Galera do Click, projeto criado pela fotógrafa Sandra Reis, de 46 anos, e o resultado são fotos de nível profissional. A ideia surgiu da necessidade da professora em conciliar o trabalho e o tempo com seu filho Felipe, 23 anos, que tem a síndrome. “Tive a ideia de colocar uma câmera na mão dele e levá-lo para fotografar comigo.” Animada com os resultados, Sandra decidiu fazer um calendário com fotos de Felipe e seus amigos que têm a mesma condição. “Quando terminamos, as mães pediram para que eu des-
Sandra acompanha os alunos de perto
Lucas Camaroto 16 anos
Felipe Reis 23 anos
Tainá Ortiz 16 anos
Carol Peixoto 31 anos
Caio Teixeira 22 anos
Giovana Sarcomandi 18 anos
Professora Sandra Reis
Auxiliar Luiz Luisi
Natalia Evangelista 18 anos
André Carolo 37 anos
Fotos: André Porto/ Metro
se aulas ao grupo, e assim surgiu a Galera do Click.” O projeto foi crescendo e atualmente conta com cem alunos, entre 16 e 45 anos, além de uma fila de espera com mais de 40 nomes. Para
conseguir atender a todos, o próximo objetivo da Galera do Click é se tornar uma ONG, para facilitar doações. Dentro do seu estúdio de fotografia – todo adaptado para receber as aulas
–, Sandra utiliza câmeras profissionais doadas para ensinar desde como funcionam os equipamentos até conhecimentos mais avançados, como o uso do flash e do movimento nas fotos. “Não interes-
sa se a câmera está no manual ou no automático, o importante é que eles registrem algo de que se orgulhem”, diz. Os alunos são levados a passeios fotográficos em parques e museus.
Há também a oportunidade de fazerem trabalhos remunerados, como aniversários e casamentos. “O valor, de R$ 50, é simbólico, e mais vale a experiência e que eles se sintam profissionais”, explicou Sandra. A dona de casa Mena Teireira, de 48 anos, viu muita evolução no seu filho Caio, 22 anos, nos seis meses em que ele passou a frequentar o projeto. “Ele sempre foi muito tímido, mas aqui ele conversa e se sente muito à vontade”, afirmou. Para alunos como Caio, Giovana Sarcomandi, 18 anos, André Carolo, 37 anos, e Natalia Evangelista, 18 anos, a Galera do Click formou amizades, descobriu talentos e fez com que a resposta sobre a vontade profissional fosse: “Eu quero ser fotógrafo!”
FOTOS DA GALERA!// V Veja as fotografias feitas por alunos do projeto Fotos: Galera do Click
Fotógrafos também viram modelos
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Segunda-feira, 30/11/2015 // Inclusão e Acessibilidade // Primeiramão
Primeiramão // Inclusão e Acessibilidade // Segunda-feira, 30/11/2015
Esgrima
Rassan treina uma vez por semana
‘Touché’? Aqui não!
sem sair do lugar
AS CATEGORIAS São diferenciadas de acordo com a limitação do atleta
1a
REABILITAÇÃO// MODALIDADE ESPORTIVA NA CADEIRA DE RODAS AUXILIA NA RECUPERAÇÃO DE PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA E PODE ATÉ SE TORNAR UMA OPÇÃO DE CARREIRA A influência do esporte na reabilitação de pessoas com deficiência é algo mundialmente comprovado e reconhecido pela medicina. A prática de atividades melhora não apenas o condicionamento físico das pessoas, mas também ajuda no convívio social. E, apesar das muitas opções de modalidades adaptadas, uma em especial tem chamado a atenção: a esgrima para cadeirantes. O esporte, que ganhou notoriedade com a vitória do gaúcho Jovane Guissone, na Paralimpíada de Londres, em 2012, teve origem em 1953 e se tornou conhecido na primeira edição dos Jogos Paralímpicos, de 1960. De lá para cá, muita coisa aconteceu e foram precisos quase 50 anos para que o esporte enfim chegasse ao Brasil. Por aqui, a esgrima na cadeira de rodas tem três campeonatos: as Copas I e II de Esgrima em Cadeira de Rodas e o Campeonato Brasileiro de Esgrima em Cadeira de Rodas, que reúne cada vez
ONDE PRATICAR// Escola de Esgrima Abel Melián. Rua Pero Correia, 87, Vila Mariana. Tel.: (11) 2935-3994. Preço: R$ 180 (uma aula semanal).
Cadeira para a competição é reforçada e tem base e apoios
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EN GARDE! AS POSIÇÕES
Saiba quais são as diferenças entre a esgrima convencional e a adaptada AFUNDO Posição de ataque que permite uma aproximação rápida. O esgrimista dá um passo à frente e se estica para que o golpe tenha o maior alcance possível
Os movimentos que a esgrima permite são inumeráveis, mas podem ser classificados em três categorias:
POSIÇÃO DE GUARDA
3
Posição inicial de combate ou usada para que o esgrimista estude o adversário. As espadas ficam cruzadas aguardando um movimento ou erro
4 Além do fato do esgrimista paralímpico estar na cadeira, não há diferença
Para o cadeirante, o movimento das pernas é compensado pela máxima projeção do tronco para à frente
Tetraplégicos que não possuem equilíbrio sentado e necessitam de sustentação precisam ter a arma fixada com ataduras devido às limitações dos braços Paraplégicos ou tetraplégicos com sequelas mínimas no braço possuem equilíbrio sentado e movimentam bem o braço que empunha a arma
1b Diferente da categoria anterior, nesse caso os atletas podem estender o cotovelo, mas não há flexão dos dedos. A arma é fixada com bandagem
A esgrima me deu a possibilidade de ter uma condição de vida melhor.” Edgar Rassan, 44 anos, atleta
Paraplégicos que possuem equilíbrio sentado (sem suporte de pernas) que movimentam bem o braço e que possuem sequelas mínimas nas pernas
Destinada a paraplégicos com bom equilíbrio sentado que movem o tronco em todos os sentidos e possuem movimento do braço que empunha a arma normal
Limitações mínimas Deficiência dos membros inferiores comparável a amputações abaixo do joelho
DEFESA
O SUPORTE As cadeiras de rodas ficam presas à um suporte com dois lugares que regula a distância correta entre os atletas. Caso se solte, o combate é interrompido para a cadeira ser novamente fixada
TIPOS DE ESPADA FLORETE
COMPRIMENTO
105 cm 110 cm
ÁREA DE PONTUACÃO
Ponta
ZONA DE CONTATO
PESO
500 g
Para se defender de um golpe, o atleta dá um salto para trás e com o movimento da sua arma tenta desviar o ataque adversário
SABRE
Ponta
Ponta e lâmina
770 g
PRIMEIRA RODADA Máximo de 4 minutos. Vence quem fizer 5 pontos
500 g
mais competidores interessados no esporte profissional. Edgar Rassan, 45 anos, é um deles. Cadeirante há 22 anos, Rassan começou a praticar esgrima em 2011 depois de já ter experimentado outras modalidades, como o basquete. “Um fisioterapeuta da Unicamp me apresentou a esgrima e eu me apaixonei”, disse. Diagnosticado com uma grave lesão medular, após um acidente com sua prancha de surfe em Fernando de Noronha, Pernambuco, Rassan conta que gra-
ças à esgrima conseguiu ter uma melhora no seu processo de reabilitação – e na própria condição de vida: “Por causa do esporte, hoje em dia consigo fazer quase tudo sozinho.” O esporte trouxe melhoras significativas em seu sistema circulatório, intestinal e urinário, que normalmente ficam comprometidos com a deficiência. O esporte também o ajudou a expandir o seu círculo social. “Você acaba perdendo alguns amigos por causa da deficiência e já não pode frequen-
tar os mesmos locais. Com o esporte, com todos na mesma condição [cadeirante], você tem isso de volta.” Para Marcelo Wojciuk, professor de educação física e supervisor do setor de reabilitação da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), assim como as demais modalidades adaptadas, a esgrima é fundamental no processo de superação do trauma. “A pessoa começa a perceber que tem um potencial a ser desenvolvido”, afirmou. COLABOROU: LUCIANA LIMA
Edgar Rassan tinha apenas 22 anos e estava no auge da sua forma física quando uma pedra tirou o sonho de se tornar surfista profissional. Após sofrer um acidente, enquanto surfava em Fernando de Noronha, Pernambuco, foi diagnosticado com uma lesão grave de categoria T4 abaixo do peito e ficou paraplégico. Mesmo assim, Rassan não desistiu. “Para mim, não era uma opção ficar longe do esporte.” Optou primeiramente pelo basquete, modalidade popular entre os cadeirantes, e algum tempo depois conheceu a esgrima na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Nesta última, fez amigos e voltou a sonhar em se tornar um campeão. Hoje, Rassan é o quarto colocado no ranking de esgrimistas brasileiros e recebeu medalha de ouro no Open, competição de esgrima realizada na Argentina em 2014. Além das atividades já mencionas, atualmente, também dedica seu tempo à musculação. No começo do ano, se inscreveu na Escola de Esgrima Abel Melián, onde é treinado por um mestre de armas – profissional de última categoria na esgrima. Tudo isso de olho em 2016. “Estou à procura de patrocínio, quero disputar a Paralimpíada pela Federação Brasileira”, disse.
FOTOS: ANDRÉ PORTO INFOGRAFIA: ANDERSON CATTAI
DURAÇÃO DOS COMBATES ESPADA
SUPERAÇÃO//
RODADAS SEGUINTES
4’
São 3 tempos de 3 minutos com 1 minuto de intervalo. Vence quem fizer 15 pontos ou tiver a maior pontuação ao fim do tempo. Em caso de empate há prorrogação com golden score
3’
1’
3’
3’ 1’
Cadeira é fixa na versão adaptada
Regras da esgrima adaptada são as mesmas da convencional
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Segunda-feira, 30/11/2015 // Inclusão e Acessibilidade // Primeiramão
Primeiramão // Inclusão e Acessibilidade // Segunda-feira, 30/11/2015
Esgrima
Rassan treina uma vez por semana
‘Touché’? Aqui não!
sem sair do lugar
AS CATEGORIAS São diferenciadas de acordo com a limitação do atleta
1a
REABILITAÇÃO// MODALIDADE ESPORTIVA NA CADEIRA DE RODAS AUXILIA NA RECUPERAÇÃO DE PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA E PODE ATÉ SE TORNAR UMA OPÇÃO DE CARREIRA A influência do esporte na reabilitação de pessoas com deficiência é algo mundialmente comprovado e reconhecido pela medicina. A prática de atividades melhora não apenas o condicionamento físico das pessoas, mas também ajuda no convívio social. E, apesar das muitas opções de modalidades adaptadas, uma em especial tem chamado a atenção: a esgrima para cadeirantes. O esporte, que ganhou notoriedade com a vitória do gaúcho Jovane Guissone, na Paralimpíada de Londres, em 2012, teve origem em 1953 e se tornou conhecido na primeira edição dos Jogos Paralímpicos, de 1960. De lá para cá, muita coisa aconteceu e foram precisos quase 50 anos para que o esporte enfim chegasse ao Brasil. Por aqui, a esgrima na cadeira de rodas tem três campeonatos: as Copas I e II de Esgrima em Cadeira de Rodas e o Campeonato Brasileiro de Esgrima em Cadeira de Rodas, que reúne cada vez
ONDE PRATICAR// Escola de Esgrima Abel Melián. Rua Pero Correia, 87, Vila Mariana. Tel.: (11) 2935-3994. Preço: R$ 180 (uma aula semanal).
Cadeira para a competição é reforçada e tem base e apoios
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EN GARDE! AS POSIÇÕES
Saiba quais são as diferenças entre a esgrima convencional e a adaptada AFUNDO Posição de ataque que permite uma aproximação rápida. O esgrimista dá um passo à frente e se estica para que o golpe tenha o maior alcance possível
Os movimentos que a esgrima permite são inumeráveis, mas podem ser classificados em três categorias:
POSIÇÃO DE GUARDA
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Posição inicial de combate ou usada para que o esgrimista estude o adversário. As espadas ficam cruzadas aguardando um movimento ou erro
4 Além do fato do esgrimista paralímpico estar na cadeira, não há diferença
Para o cadeirante, o movimento das pernas é compensado pela máxima projeção do tronco para à frente
Tetraplégicos que não possuem equilíbrio sentado e necessitam de sustentação precisam ter a arma fixada com ataduras devido às limitações dos braços Paraplégicos ou tetraplégicos com sequelas mínimas no braço possuem equilíbrio sentado e movimentam bem o braço que empunha a arma
1b Diferente da categoria anterior, nesse caso os atletas podem estender o cotovelo, mas não há flexão dos dedos. A arma é fixada com bandagem
A esgrima me deu a possibilidade de ter uma condição de vida melhor.” Edgar Rassan, 44 anos, atleta
Paraplégicos que possuem equilíbrio sentado (sem suporte de pernas) que movimentam bem o braço e que possuem sequelas mínimas nas pernas
Destinada a paraplégicos com bom equilíbrio sentado que movem o tronco em todos os sentidos e possuem movimento do braço que empunha a arma normal
Limitações mínimas Deficiência dos membros inferiores comparável a amputações abaixo do joelho
DEFESA
O SUPORTE As cadeiras de rodas ficam presas à um suporte com dois lugares que regula a distância correta entre os atletas. Caso se solte, o combate é interrompido para a cadeira ser novamente fixada
TIPOS DE ESPADA FLORETE
COMPRIMENTO
105 cm 110 cm
ÁREA DE PONTUACÃO
Ponta
ZONA DE CONTATO
PESO
500 g
Para se defender de um golpe, o atleta dá um salto para trás e com o movimento da sua arma tenta desviar o ataque adversário
SABRE
Ponta
Ponta e lâmina
770 g
PRIMEIRA RODADA Máximo de 4 minutos. Vence quem fizer 5 pontos
500 g
mais competidores interessados no esporte profissional. Edgar Rassan, 45 anos, é um deles. Cadeirante há 22 anos, Rassan começou a praticar esgrima em 2011 depois de já ter experimentado outras modalidades, como o basquete. “Um fisioterapeuta da Unicamp me apresentou a esgrima e eu me apaixonei”, disse. Diagnosticado com uma grave lesão medular, após um acidente com sua prancha de surfe em Fernando de Noronha, Pernambuco, Rassan conta que gra-
ças à esgrima conseguiu ter uma melhora no seu processo de reabilitação – e na própria condição de vida: “Por causa do esporte, hoje em dia consigo fazer quase tudo sozinho.” O esporte trouxe melhoras significativas em seu sistema circulatório, intestinal e urinário, que normalmente ficam comprometidos com a deficiência. O esporte também o ajudou a expandir o seu círculo social. “Você acaba perdendo alguns amigos por causa da deficiência e já não pode frequen-
tar os mesmos locais. Com o esporte, com todos na mesma condição [cadeirante], você tem isso de volta.” Para Marcelo Wojciuk, professor de educação física e supervisor do setor de reabilitação da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), assim como as demais modalidades adaptadas, a esgrima é fundamental no processo de superação do trauma. “A pessoa começa a perceber que tem um potencial a ser desenvolvido”, afirmou. COLABOROU: LUCIANA LIMA
Edgar Rassan tinha apenas 22 anos e estava no auge da sua forma física quando uma pedra tirou o sonho de se tornar surfista profissional. Após sofrer um acidente, enquanto surfava em Fernando de Noronha, Pernambuco, foi diagnosticado com uma lesão grave de categoria T4 abaixo do peito e ficou paraplégico. Mesmo assim, Rassan não desistiu. “Para mim, não era uma opção ficar longe do esporte.” Optou primeiramente pelo basquete, modalidade popular entre os cadeirantes, e algum tempo depois conheceu a esgrima na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Nesta última, fez amigos e voltou a sonhar em se tornar um campeão. Hoje, Rassan é o quarto colocado no ranking de esgrimistas brasileiros e recebeu medalha de ouro no Open, competição de esgrima realizada na Argentina em 2014. Além das atividades já mencionas, atualmente, também dedica seu tempo à musculação. No começo do ano, se inscreveu na Escola de Esgrima Abel Melián, onde é treinado por um mestre de armas – profissional de última categoria na esgrima. Tudo isso de olho em 2016. “Estou à procura de patrocínio, quero disputar a Paralimpíada pela Federação Brasileira”, disse.
FOTOS: ANDRÉ PORTO INFOGRAFIA: ANDERSON CATTAI
DURAÇÃO DOS COMBATES ESPADA
SUPERAÇÃO//
RODADAS SEGUINTES
4’
São 3 tempos de 3 minutos com 1 minuto de intervalo. Vence quem fizer 15 pontos ou tiver a maior pontuação ao fim do tempo. Em caso de empate há prorrogação com golden score
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Cadeira é fixa na versão adaptada
Regras da esgrima adaptada são as mesmas da convencional
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Caminhada deve reunir mil pessoas
Entre os dias 3, 5 e 6 de dezembro diversos eventos de cultura e esporte irão se espalhar pelo Estado de São Paulo em função da 6ª edição da Virada Inclusiva, evento em homenagem ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Coordenado pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEPED), o evento tem parceria da Abaçaí - Organização Social de Cultura e reúne atividades acessíveis e gratuitas em ruas, praças, parques, museus e teatros. A abertura vai acontecer no Conjunto Nacional, na avenida Paulista, com a exposição de 12 painéis que contam a história do paradesporto, tema desta edição. Outra atração, só que no parque Villa-Lobos, será o Action Park, atividade que
desafiará pessoas sem deficiência a percorrerem, com cadeira de rodas, um circuito que simula sete obstáculos do dia a dia de quem é cadeirante, como trajetos com paralelepípedo, tampa de bueiro, rampa com inclinação inadequada e passagem estreita. O objetivo é sensibilizar arquitetos, urbanistas e a população em geral, para que a acessibilidade seja lembrada na projeção de ruas, calçadas, edifícios públicos e privados. Para quem gosta de atividades mais calmas, a Caminhada pela Inclusão, que vai acontecer no sábado, e a Bicicletada, no domingo, são outras atrações. A programação completa do evento encontra-se no site www.viradainclusiva.sedpcd. sp.gov.br. E você, está pronto para levar a sua família?
Virada pela
COLABORAÇÃO: LUCIANA LIMA
inclusão
ACTION PARK// Quando: Quinta-feira, das 10h às 16h; sábado, das 9h às 17h. Onde: Parque Villa-Lobos. Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 2001, Alto dos Pinheiros. A atividade desafiará pessoas sem deficiência a percorrerem, com cadeira de rodas, um circuito que simula sete obstáculos comuns no dia a dia dos cadeirantes.
CAMINHADA//
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/ SEXTA EDIÇÃO DA VIRADA INCLUSIVA ACONTECE NOS DIAS 3, 5 E 6 DE DEZEMBRO COM ATIVIDADES PARA TODOS
ão aç lg
Fo to s:
Di vu
Primeiramão // Inclusão e Acessibilidade // Segunda-feira, 30/11/2015
BICICLETADA// BALLET//
Quando: Sábado, às 15h. Onde: Casa das Rosas. Av. Paulista, 37, Bela Vista. A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura convidou a Associação de Ballet e Artes Fernanda Bianchini, única companhia profissional de cegos no mundo, para uma apresentação exclusiva.
Quando: Sábado, às 10h Onde: Praça Oswaldo Cruz, Paraíso. A tradicional Caminhada pela Inclusão, com ponto de partida na Praça Oswaldo Cruz e destino ao vão livre do Masp chama a atenção sobre a situação dos deficientes na sociedade. A estimativa é que cerca de mil pessoas marchem na avenida Paulista pela causa.
Quando: Domingo, a partir das 9h. Onde: Praça dos Ciclistas. Av. Paulista - Consolação. Nessa atividade os ciclistas podem levar suas bicicletas ou utilizar algumas que estarão no local, como as hand bikes, para pessoas com deficiência nos membros inferiores, e as tandem, em que uma pessoa sem deficiência pedala no assento da frente e o ciclista com deficiência visual, no de trás.
SHOW//
Quando: Domingo, às 20h. Onde: Memorial da América Latina. Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Portão 10 - Barra Funda. O show de encerramento terá a abertura com a banda de blues e hard rock Dudé e A Máfia, além de uma apresentação de Chico César e banda, que contará com clássicos da carreira do músico.
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O R R O C O S
Segunda-feira, 30/11/2015 // Inclusão e Acessibilidade // Primeiramão
ACESSIBILIDADE// / LOCALIZADA A 130 QUILÔMETROS DE SÃO PAULO, CIDADE OFERECE UMA SÉRIE DE ATIVIDADES E ESPORTES RADICAIS PARA DEFICIENTES DIVIRTA-SE// Está atrás de aventura? Socorro é o lugar! São cerca de 14 atividades radicais adaptadas para os mais diversos tipos de deficiência. A tradicional tirolesa, por exemplo, ganha cadeirinha especial desenvolvida com exclusividade para paraplégicos e tetraplégicos. E até mesmo o rapel torna-se acessível à deficientes físicos, com a ajuda de condutores e cordas. Todos os profissionais que trabalham na cidade estão preparados para receber e se comunicar com deficientes auditivos, visuais e intelectuais. Também há suporte para quem quiser andar a cavalo, praticar arvorismo, escalada, bóia-cross e até mesmo participar de trilhas educativas.
No arvorismo, cabos de aço garantem a segurança
Localizada na serra da Mantiqueira, a 130 quilômetros da capital paulista, Socorro é conhecida como a cidade da aventura. E por lá, a emoção não é privilégio de poucos: dos 500 mil visitantes que invadem o ponto turístico todo o ano, boa parte são deficientes. Só em 2014, a prefeitura local, em parceria com a ONG
Aventura Especial, investiu quase R$ 2 milhões em obras de infraestrutura, na adaptação de equipamentos e em cursos voltados para o atendimento de turistas com necessidades especiais. Ao todo, a cidade conta com mais de 20 atividades de aventura, que vão do rafting à tirolesa, e que proporcionam aos deficientes
experiências inesquecíveis e também o sentimento de inclusão. “Meu trabalho é proporcionar momentos felizes aos deficientes. É gratificante saber que, por aqui, eles experimentam sensações que pouquissímos lugares oferecem”, diz José Fernandes, proprietário do hotel fazenda Parque dos Sonhos, em Socorro.
Fotos: Divulgação
SEGURANÇA//
Charrete é adaptada para cadeirantes
Cadeira especial proporciona uma experiência única para quem tem dificuldade motora
Apesar dos prêmios e certificados que os estabelecimentos da cidade possuem é normal ficar preocupado com a segurança. Neste caso, Fernandes aconselha a ficar sempre atento aos atestados de turismo de aventura. “Qualquer atividade precisa seguir normas técnicas e regras de adaptação para cada tipo de deficiência. Portanto, cobre tais atestados”, reforça o empresário. Antes de optar pela viagem, certifique-se que o local escolhido está preparado para receber o seu filho.
Na água, cadeira flutuante ajuda tetraplégicos
Nos passeios, contato com a natureza e animais é garantido
VALE A PENA// NATUREZA// Paula Pinhoni e seu marido Fábio Deodato, ambos deficientes visuais, estão em sua terceira viagem à Socorro. Em entrevista, eles garantem que igual a cidade, em termos de acessibilidade, não há. “Em Socorro há piso tátil nas calçadas e nenhum obstáculo. Não sentimos a menor dificuldade de caminhar por lá”, diz Paula. Ela também conta que no hotel fazenda onde ficou hospedada com o marido praticou rapel, um sonho antigo do casal. “Como não consigo ver precisei experimentar para saber qual era a sensação. Foi maravilhoso!”
Para quem busca uma viagem tranquila, Socorro também oferece essa opção. Até mesmo as piscinas dos hotéis costumam ser adaptadas e trazem rampa e corrimão. Para os hóspedes paraplégicos e tetraplégicos, cadeiras de rodas flutuantes possibilitam curtir a água com segurança e conforto. Outras opções também prometem relaxamento, como as caminhadas com guias e os passeios de charrete.
ONDE FICAR// Os hotéis-fazenda Parque dos Sonhos e Campo dos Sonhos são alguns dos muitos estabelecimentos completamente adaptados da cidade, com certificação dada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Além da hospedagem, é possível aproveitar uma série de atividades radicais oferecidas no próprio estabelecimento. Nos locais, as diárias para um casal durante o fim de semana, com quatro refeições e passeios inclusos custam a partir de R$ 520.
VOCÊ SABIA?//
Bóia-cross é feito com auxílio de monitor especializado
A cidade de Socorro recebeu, no ano passado, o prêmio Rainha Sofia de Acessibilidade, outorgado pelo Conselho Real para Deficiência, do governo espanhol. Na ocasião, André Eduardo Bozola, prefeito da cidade, esteve na Espanha para receber a premiação das mãos da própria rainha Sofia.