Cabralismo (séc- XIX)

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CABRALISMO

CATARINA SANTOS, Nº5 - DANIELA DIAS, Nº6 - INÊS ABREU, Nº10 - 11ºF ESCOLA SECUNDÁRIA DE ALBUFEIRA ANO LETIVO 2017/2018


ANTECEDENTES: SETEMBRISMO •

O setembrismo surgiu do vintismo, recebendo esta designação devido à Revolução de Setembro. O movimento defendia a supremacia da soberania popular, combatendo a Carta Constitucional de 1826, outorgada pelo soberano, lutando por uma constituição aprovada por um congresso democraticamente eleito pelo povo.

• Face ao início do sistema político português de então, sem partidos organizados, o partido setembrista, isto é a corrente mais à esquerda do liberalismo, assumiu-se como oposição ao cartismo, isto é à fação mais conservadora que apoiava a Carta Constitucional de 1826.

Fig.1 - Revolução de Setembro


ANTECEDENTES: SETEMBRISMO • O setembrismo vigorou de 1836 até ao golpe de estado de 1842, dirigido por Costa Cabral, que restaurou a Carta Constitucional. O movimento setembrista pautou-se primeiramente por teorias radicais e por uma retórica de esquerda, características que foram sendo progressivamente atenuadas. Fig.2 - Manuel da Silva Passos


ANTÓNIO BERNARDO DA COSTA CABRAL • António Bernardo da Costa Cabral, nasceu a 9 de Maio de 1803 e morreu a 1 de Setembro de 1889, foi o 1.º conde e 1.º marquês de Tomar, mais conhecido por Costa Cabral. •

Foi um político português que, entre outros cargos e funções, foi deputado, par do Reino, conselheiro de Estado efetivo, ministro da Justiça e Negócios Eclesiásticos, ministro do Reino e presidente do Conselho de Ministros. Defensor da Revolução de Setembro de 1836, a sua conduta política evoluiu num sentido mais moderado e, depois de nomeado administrador de Lisboa, foi o principal obreiro da dissolução da Guarda Nacional.

Fig.3 – Costa Cabral


COSTA CABRAL: VIDA POLÍTICA • Durante o seu primeiro mandato na presidência do ministério, num período que ficaria conhecido pelo Cabralismo, empreendeu um ambicioso plano de reforma do Estado, lançando os fundamentos do moderno Estado português.

• Considerado um favorecido da rainha D. Maria II, apesar das suas origens modestas, foi feito conde de Tomar e depois elevado a marquês de Tomar. Foi uma das figuras mais controversas do período de consolidação do regime liberal, admirado pelo seu talento reformador, mas menosprezado e acusado de corrupção e nepotismo/amiguismo por muitos. • Foi obrigado a exilar-se em Madrid na sequência da Revolução da Maria da Fonte, mas voltaria poucos anos depois, demonstrando uma extraordinária capacidade de recuperação e persistência, a ocupar a chefia do governo. A figura preponderante deste estadista na política portuguesa durante a primeira fase da monarquia constitucional permite afirmar que em torno dela girou toda a política de consolidação institucional do liberalismo que caracterizou o reinado de D. Maria II. • Foi, a partir de 1841, Grão-Mestre da Maçonaria.


CABRALISMO • De 1842 a 1846, o regime político de Costa Cabral teve como intenção o lançamento das bases de uma política de modernização de forma a acompanhar as novidades europeias. • Muitas das medidas propostas pelo regime cabralista foram alvo de discussão no Parlamento e de discussão na Imprensa, que deram origem a violentos debates. A rejeição das propostas de reforma assumidas por Costa Cabral relativas ao aumento dos impostos e os seus métodos de atuação autoritários e repressivos traduziram-se em revoltas populares de norte a sul do país. As revoltas mais importantes tiveram o nome de Maria de Fonte e Patuleia. Estas revoltas por parte da oposição a Costa Cabral (1845-1847) conduziu a uma violenta guerra civil entre cabralistas, setembristas e miguelistas.

Fig.4 - Revolução Maria da Fonte


1ª FASE DO CABRALISMO • O Cabralismo surgiu com a adoção de um regime repressivo e violento por parte da Rainha D.Maria II, que chegou a ser comparado ao regime de D.Miguel. • Ao mesmo tempo que o Cabralismo queria respeitar a Carta Constitucional, este também queria aplicar as suas vontades, acabando por não respeitar a carta na maioria das vezes. • Devido à incapacidade ou falta de vontade de Costa Cabral de levar a violência aos seus últimos limites e de assim afastar a sua oposição, resultou na mais terrível e longa Guerra Civil que se registou entre liberais.

Fig.5 - D. Maria II


1ª FASE DO CABRALISMO • A 30 de Janeiro de 1843 deu-se um motim no Porto contra o Governo Cabralista devido ao aumento dos impostos, acentuando-se por isso a oposição a Costa Cabral por parte da Imprensa. • Durante esse ano, Costa Cabral é acusado de ter um poder discricionário (Administrar sem ser de acordo com a lei) e de desrespeitar as leis do parlamento. • A grave crise económica do país que o governo não conseguia resolver, os grandes impostos que agravavam a vida da população, e o desagrado por parte da maçonaria e Imprensa, levaram ao crescimento da oposição ao Regime Cabralista.


1ª FASE DO CABRALISMO • A 7 de Fevereiro de 1844, a Rainha D.Maria II falou ao país, dizendo que a revolução era contra a monarquia e que estas pessoas queriam derrubar a carta para fins pessoais e não nacionais. • Em 1844 dá-se também um levantamento militar que acaba por fracassar. • As Eleições de 1845 demostraram o deficiente registo eleitoral que deu a vitória a Costa Cabral, para além de este ter sido nomeado 1º Conde de Tomar no mesmo ano. Estes acontecimentos deixaram clara a posição da Rainha que chega a ser acusada de ter intimidade com Costa Cabral. • O desagrado da população perante este regime repressivo começa então a expressar-se em revoltas e tumultos.


MARIA DA FONTE • A Restauração da Carta Constitucional refletiu-se numa maior estabilidade apoiada pela Aristocracia Liberal (Ex. Barões), no entanto a publicação do decreto a 26 de Novembro de 1845, que teve como intenção melhorar a sanidade pública no interior do Reino e nos portos de mar, ordenando que os enterros fossem nos cemitérios invés de serem no interior das igrejas, teve na origem do conflito. • Chamada Maria da Fonte, em virtude da participante da Revolução mais conhecida, esta revolução de 1846 serviu para descredibilizar Costa Cabral.

Fig.6 – Revolta da Maria da Fonte


MARIA DA FONTE • Entre Março e Maio de 1846, um grupo de mulheres indignadas com o decreto de 26 de Novembro de 1845, enterrou uma defunta no interior de uma igreja, sem autorização da Justa de Saúde Local. • Esta revolta expandiu-se a várias aldeias do norte, que pretendiam apenas demonstrar o desagrado pelas leis da saúde, mas também pelos processos burocráticos relacionados com a centralização.


PATULEIA • A 21 de Maio de 1845, a Rainha faz uma apelo à reconciliação Nacional, buscando um consenso de interesses e criar assim um regime de Concórdia, no entanto o agravamento da Crise entre 1846 e 1847, provocou a substituição do governo, e consequentemente o afastamento de Costa Cabral. • Neste período, pretendeu-se chegar a um entendimento entre cartistas (Apoiantes da Carta Constitucional de 1826) e Setembristas (Apoiantes da Carta Constitucional de 1838). Contudo, D.Maria II tentou nomear um governo composto por apoiantes de Costa Cabral, o que desencadeou uma grave crise política.

Fig.7 – Revolta da Patuleia


PATULEIA • A oposição ao Regime Cabralista organizou-se e aproveitou o movimento de descontentamento popular, que se chamou de Patuleia. • Inicia-se então uma Guerra Civil entre 1846-1847, com duração de 8 meses.

Fig.8 - Caricatura da dispita entre D.Miguel e D. Pedro


2ªFASE DO CABRALISMO • Em Outubro de 1846, deu-se uma revolta no Porto, estendendo-se pelo resto do país, inclusive, Minho, Trás-os-Montes, Beiras, Alentejo e Algarve. • Saldanha e Sá da Bandeira representam a oposição a este regime autoritário, tendo Saldanha como líder do primeiro combate em Torres Vedras a 22 de Dezembro de 1846; e Sá da Bandeira, líder do movimento de Lagos a Lisboa, que acaba por não ter sucesso, a 1 de Maio de 1847. • Durante a Guerra Civil, a abdicação da Rainha D.Maria II para um governo radical, favorável aos rebeldes, que não agradou a Inglaterra, nem a Espanha, algo usado por Saldanha, que acabou por solicitar ajuda estrangeira.

Fig.9 - Sá da Bandeira


FIM DO CABRALISMO • A presença do exército espanhol e inglês no país, acabou por ditar o fim da Guerra civil e o fim do regime cabralista com a elaboração do tratado de Gramido de 1847, onde os revoltosos perderam. • Com as eleições de 28 de Novembro de 1847, ganham os cartistas representados por Saldanha, no entanto a 19 de Junho de 1849, a Rainha D.Maria II substitui Saldanha por Costa Cabral, uma vez que o governo de Saldanha cai. • A paz imposta por este tratado trouxe assim como consequência o regresso dos Cabrais, voltando assim o cabralismo, desta vez mais moderado.


REGENERAÇÃO • Em Abril de 1851, com a demissão do governo Cabralista, Saldanha revolta-se de novo no Porto. Este movimento chamou-se Regeneração de Portugal. • A Rainha D.Maria II encarrega Saldanha de novo Governo, onde Fontes Pereira de Melo é ministro. • A Regeneração foi caracterizada pelo esforço de desenvolvimento económico e de modernização de Portugal, a que se associaram pesadas medidas fiscais.

Fig.10 - Regeneração


REFERÊNCIAS • SERRÃO, Joaquim Veríssimo (1995) - História de Portugal, Volume VIII, 2ª Edição, s/l, Editorial Verbo. • MARQUES, A. H. de Oliveira (1981) - História de Portugal, Cap. X, Lisboa, Palas Editores. • COSTA, Alice et. al. (2014) - Horizonte da História 11ºAno, Volume 2, Lisboa, Texto. • SARAIVA, José Hermano (2003) - A Alma e a Gente, RTP, http://ensina.rtp.pt/artigo/maria-dafonte-a-revolta-das-mulheres-do-norte/. (consultado em 23/05/2018). • Imagens Google. • Vídeo Síntese Powtoon – https://www.powtoon.com/onlinepresentation/eaFMUZkhCnQ/cabralismo/?mode=movie#/


OBRIGADA!


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