Depois das Grades - Centro de assistência às ex-presidiárias como articulador urbano em Santana

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DEPOIS DAS GRADES Centro de assistência às ex-presidiárias como articulador urbano em Santana





DEPOIS DAS GRADES Centro de assistência às ex-presidiárias como articulador urbano em Santana Trabalho de Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Armando Alvares Penteado aluna: Maria Fernanda Gonçalves Xavier orientadora: Prof. Dra. Elisabete França São Paulo 2018



“Assim, nessa cidade entulhada e ofendida pode, de repente surgir uma lasca de luz, um sopro de vento..” Lina Bo Bardi sobre projeto do Sesc Pompéia Fonte: BARDI, Lina Bo. Instituto Lina Bo e P.M. Bardi. 1993. Org. Marcelo Carvalho Ferraz



Dedico este trabalho à minha amada família, meu pai, Autair, minha mãe, Maria Regina, minha irmã, Ana Carolina e ao meu mascote Frank, pelo apoio diário durante todo o percurso. Ao amigo e companheiro, Fernando Trevizan, que mesmo nos momentos mais difíceis desses anos me fez sorrir e entender que é possível conciliar estudo e diversão. Em especial, à professora e orientadora, Elisabete França por acreditar no tema escolhido e pelo apoio durante todo o desenvolvimento desse trabalho. Aos meus amigos que a faculdade me proporcionou, Bruna Ota, Renan Souza, Victória Eugênio, Fabio Martinez, Beatriz Oliveira e Michelli Urey que participaram e compartilharam momentos durante todo o curso. Aos amigos e professores do escritório SIAA, Eduardo Gurian, Cesar Shundi Iwamizu, Fernanda Britto, Laura Cardone e Nathalia Lima, pelas conversas, dicas e compreenssão durante e todos o processo desse trabalho. E a todos os professores dessa jornada, técnicos das oficinas e amigos que participaram durante esses cinco anos de curso e principalmente na consolidação deste trabalho! Muito Obrigada!

AGRADECIMENTOS



gra.de

1.sustantivo feminino Armação de peças cruzadas para resguardar um lugar. Fonte: Dicionário Aurélio 7ª edição – 2009

“Depois das grades: Centro de Assistência às expresidiárias como articulador urbano em Santana”, tem como objetivo estudar os diversos obstáculos presente no bairro, conciliando os diferentes aglomerados urbanos existentes no local através de um equipamento público, o Centro de Assistência.

Para isso, o trabalho se apoiou em dados e pesquisas dos órgãos responsáveis publicados entre os anos de 2010 a 2018. Este trabalho também utilizou a análise sociólogica do artigo "Depois das grades: um reflexo da cultura prisional em indivíduos libertos", de Mariana Leonesy da Silveira Barreto da Faculdade Ruy Barbosa de Salvador, como referência no desenvolvimento e título deste trabalho.

Esse trabalho emprega a palavra “grade” para identificar as barreiras sociais e urbanas no local de estudo, além de se apoiar na metáfora da própria palavra para refletir sobre a vida das mulheres após a reclusão. Escondido entre muros inativos e ociosos com extensas quadras e equipamentos sem nenhuma conexão com o seu entorno, o estudo possibilitou o entendimento das diversas fragilidades e potencialidades existentes no bairro de Santana. O trabalho propõe uma análise crítica de aspectos sociais, econômicos, urbanos e históricos no âmbito nacional, regional e local de modo a auxiliar o entendimento e a caracterização da área de estudo. Além disso, o trabalho discorre sobre as dificuldades das ex-presidiárias para sua reintegração na sociedade, a partir da proposta de projeto do Centro de Assistência as ex-presidiárias.

Palavras-chaves: centro de assistência, ex-presidiárias, reinserção social e Santana.

RESUMO



“After the Grid - Assistance Center for ex-prisioner as an urban articulator in Santana” which aims to study several present obstacles in Santana neighborhood, reconciling the different existing urban settlements through a public facility, the Assistance Center.

em indivíduos libertos", by Mariana Leonesy da Silveira Barreto from the College Ruy Barbosa in Salvador, as a reference in the development and title of this study.

This study uses the word “grid” to identify social and urban barriers in the studying area, besides supporting the metaphor of the own word to reflect about the life of the women after reclusion. Hidden among inactive and idle walls with extensive blocks and equipment without any connection with its surroundings, the study made possible the understanding of several fragilities and existent potentiality in Santana neighborhood. It proposes a critical analyses into the social, economic, urban and historical aspects a in national, regional and local scope on how to help the characterization and understanding of the area. Besides, it also speaks about the difficulties of the exprisoner for their reintegration into the society, in order to give subsidies for the project of Assistance Center for them. For that, the study was based on data and research of the responsible organs published between 2010 a 2018. This study also used the sociological analysis from the article "Depois das grades: um reflexo da cultura prisional

Key words: assistance center, ex-prisoner, social reinsertion in Santana

ABSTRACT



INTRODUÇÃO..................................................... 13

5.3 Plano Urbanístico para Maastricht..................114

JUSTIFICATIVA................................................... 15

6. PROPOSTAS..................................................117

OBJETIVO........................................................... 19

6.1 Plano Urbanístico............................................124

1. VIOLÊNCIA...................................................... 21

6.2 Centro de Assistência as Ex-presidiárias........138

1.1 Brasil .................................................................24

Museu da Memória do Carandiru..........................146

1.2 São Paulo..........................................................28

Complexo Profissional...........................................154

1.3 Bairro – Carandiru.............................................34

Complexo de Educação e Saúde..........................162

2. LUGAR............................................................. 39

Residências Temporárias......................................172

2.1 Leitura do território/Safári Urbano ....................42

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................... 185

2.2 Histórico ............................................................48

8. PROCESSO................................................... 189

2.3 Análise do território............................................72

9. REFERÊNCIAS.............................................. 197

2.4 Problematização da área...................................90

3. EX-PRESIDIÁRIAS.......................................... 95 3.1 Quem são essas mulheres? .............................96

4. RESSOCIALIZAÇÃO....................................... 99 4.1 FUNAP - Fundação Prof. Dr. Manoel Pimentel” de Amparo ao Trabalhador Preso ..................................102 4.2 Ponto Firme.....................................................103 4.3 PanoSocial......................................................104 4.4 HUMANISTAS 360..........................................106

5. REFERÊNCIAS PROJETUAIS...................... 109 5.1 Centro Comunitário de El Rodeo de Mora .....110 5.2 Moradias Infantis ............................................112

SUMÁRIO



O presente trabalho tem como foco o estudo das articulações sociais e urbanas no bairro de Santana, e a proposta de um centro de assistência às mulheres egressas da reclusão como um equipamento de conexão do bairro. Dessa forma, o estudo localiza-se na área que contempla a Penitenciária Sant’Ana e Penitenciária Feminina da Capital, ambas localizadas no bairro de Santana, na Zona Norte da cidade de São Paulo.

Desenho 1: Calçada Avenida Zaki Narchi Fonte: Autoria Própria

INTRODUÇÃO



No cenário atual, assuntos como a violência e a criminalidade tornaram-se frequentes na vida dos paulistanos. Segundo o Atlas da Violência de 2017, publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o índice de homicídios no país vem crescendo. No ano de 2007, a taxa de homicídios no país era cerca de 48 mil, já em 2017, esse valor chegou a, aproximadamente, 60 mil. O estado de São Paulo representa, aproximadamente, 10% desse valor em 2017 (dados: 2007 – 6.437 homicídios e 2015 – 5.427 homicídios). No mesmo período, segundo dados da Justiça Penal, entre os anos de 2007 a 2014, a população prisional brasileira aumentou cerca de 200 mil (dados: 2007 – 422.590 pessoas 2014 – 622.202 pessoas). De acordo com dados da Secretária de Administração de Penitenciárias (SAP), o estado de São Paulo em 2018 já representa, aproximadamente, 23% da população prisional brasileira declarada em 2014 (dados: 2018 – Estado de São Paulo: 140.875 presos, RMSP: 14.628 presos). Dentre esses 23%, a RMSP representa 11% da população prisional (dados: 2018 – RMSP: 14.628 (11%), Vale do Paraíba e Litoral: 10.941 (7,77%), Região Oeste: 47.489 (33,71%), Região Noroeste: 38.094 (27,04%) e Região Central: 29.723 (21,10%).

Estabelecendo uma relação preliminar entre os dois dados acima descritos, é possível compreender os motivos que levaram às atuais superlotações dos presídios brasileiros. Outro fator que deve ser levado em consideração é a taxa de reincidência da população prisional. De acordo com dados do Ipea de 2012, esta taxa chegou a 70%, ou seja, em cada 4 quatro ex-condenados, um retorna a ser condenado. Porém, ao distinguir o sexo dos reincidentes, revela-se uma diferença substancial. Segundo o artigo “Fatores Sociais Determinantes da Reincidência Criminal no Brasil – O caso de Minas Gerais” (SAPORI, SANTOS, MAAS; 2017) as taxas de reincidência nas cidades brasileiras é pouco divulgada, prevalecendo os debates públicos sem aprofundamento nas causas desse fator. Entretanto, nesse artigo, foi realizado um estudo sobre a reincidência criminal no estado de Minas Gerais, em que, por meio de amostragem, foi evidenciado que a taxa de reincidência masculina sobrepõe a feminina (dados: Taxa de Reincidência Masculina: 53% e taxa de não reincidência feminina: 77,3%). Com isso, entende-se que, para a diminuição dos índices acima descritos, são necessárias mudanças em toda a dinâmica urbana, porém, ao observar a situação atual, pode-se perceber possibilidades de mudanças em partes desse cenário.

JUSTIFICATIVA


Uma vez que o sistema prisional brasileiro se baseia na cultura do aprisionamento, entende-se que o equipamento penitenciário é necessário, porém reflete-se pouco sobre seus impactos no entorno da cidade e as condições nas quais as populações prisionais saem da sua reclusão.

prisional total do país. A partir desse dado, é conveniente dizer que, dentre a população feminina reclusa, 62% foram em decorrência do tráfico de drogas. População Prisional Feminina Mundial 250.000,00 200.000,00

“Primárias ou reincidentes, quando libertas, estarão na mesma condição: ex- presidiárias, sem dinheiro, nem emprego, com filhos para acabar de criar e com a folha de antecedentes marcada dos anos de cárcere, carregarão as cicatrizes do aprisionamento e as ligações com as parceiras de infortúnio. Voltar a delinquir é uma saída natural”

205.400,00

150.000,00 100.000,00 50.000,00 0,00

37.380,00

Estados Unidos

Brasil Estados Unidos

13.400,00

8.482,00

8.246,00

7.977,00

4.396,00

México

Colômbia

Indonésia

Ucrânia

Peru

Brasil

México

Colômbia

Indonésia

Ucrânia

Peru

Gráfico 01: Gráfico Resumo - Informações prisionais dos vinte países com maior população prisional feminina do mundo. Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – INFOPEN MULHERES. Junho, 2014. Ministério da Justiça e DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional) e

Trecho do texto “Drogas na vagina e fraudes da saúde” Drauzio Varela – 2011

World Female Imprisionament List, 2014. Organização: Autoria Própria

Disponível: drauziovarella.com.br (acesso: 02/2018)

“Ao sair do cárcere, após o cumprimento de uma pena mais ou menos longa, o sentenciado nada mais tem em comum com a sociedade que o segregou: seus valores não são idênticos, como diversas são suas aspirações, seus interesses e seus objetivos. A volta à prisão funciona como o retorno ao lar e, assim se perpetua o entra e sai da cadeia.”

População Prisional Feminina Brasileira 16.000

14.810

14.000

11.276

12.000 10.000

8.491

8.000

6.820

6.000

Trecho retirado do livro: MUAKAD, Irene Batista. Prisão albergue: reintegração social, substitutivos penais, progressividade do regime e penas alternativas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 143 p.70 ISBN 8522420181 (broch.)

4.139

4.000 1.827

2.000 833 0

1.117

1.578

854

2008

1.343

2010

1.685

2012 ES

Segundo dados da World Female Imprisionment List de 2014, o Brasil apresenta, aproximadamente, 37.380 presas, valor que corresponde a 6,4% da população

3.070

2.638

2.442

MG

RJ

1.180

2014

SP

Gráfico 02: Gráfico Resumo - População no sistema penitenciário segundo gênero. Unidades da Federação e Regiões. Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – INFOPEN MULHERES. Junho, 2014. Ministério da Justiça e DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional). Organização: Autoria Própria


Aproximando esse valor para a escala das cidades, São Paulo apresenta 40% do total de mulheres encarceradas do país com, aproximadamente, 14.810 mulheres segundo o INFOPEN publicado em junho de 2014. De acordo com relatos realizados pelo Dr. Drauzio Varela, na própria Penitenciária Feminina da Capital, grande parte dessas mulheres são condenadas ao tentarem traficar drogas aos maridos presos durante suas visitas, que, assim, passam a viver reclusas de sua família e liberdade. Setenta e três por cento das condenadas brasileiras apresentam entre um a seis filhos, enquanto na população encarcerada masculina este número se inverte, aproximadamente, 53% dos homens presos não tem filhos. O período passado por estas mulheres dentro das penitenciárias sem contato com a sociedade é marcado por agressões físicas e psicológicas. As experiências carcerárias repercutem na assimilação cultural do condenado, dessa forma, é necessária a desmaterialização desses fatos, ligados ao preso. O centro de assistência pretende abordar esse fato, ser um lugar que, além de acolher, ajude e ensine essa população, uma vez que “A dignidade essencialmente um atributo da pessoa humana pelo simples fato de ‘ser humana’, a pessoa merece respeito independente de sua origem, raça, sexo, idade, estado civil ou condição

social e econômica” (Significado de dignidade para o Professor Ives Gandra Martins Filho do IDP – Instituto Direito Público).



O trabalho tem como objetivo promover uma reflexão sobre as articulações sociais e urbanas no bairro de Santana, e a proposta de um Centro de Assistência a ex-presidiárias com o objetivo de entender os lugares que possam auxiliar a ressocialização dessa população novamente na sociedade. Portanto, o trabalho estrutura-se em cinco temas centrais, são eles: 1.Violência: consiste em um panorama dessa questão no Brasil, em São Paulo e no bairro de Santana (local de estudo desse trabalho); 2. Lugar (bairro de Santana): é o estudo analítico de todas as questões pertinentes ao local; 3. Ex-presidiárias: é a definição do perfil do público do Centro de Assistência; 4. Ressocialização: é o estudo e compreensão dessa prática; 5. Propostas (Plano Urbanístico e Centro de Assistência às Ex-presidiárias): é conclusão e síntese das questões levantadas no decorrer da pesquisa.

OBJETIVO



1. VIOLÊNCIA


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vi.o.len.to adj. Que age com ímpeto; impetuoso; Tumultuoso; Em que se faz uso de força bruta. Fonte: Dicionário Aurélio 7ª edição – 2009

Portanto, propõe-se, a seguir, um estudo seriado da violência, ou seja, partindo-se da escala nacional (Brasil), seguida pela escala regional (cidade de São Paulo) e, por fim, o local de estudo (Perímetro formado pelas avenidas Cruzeiro do Sul, General Ataliba Leonel e Zaki Narchi e seu entorno imediato).

Assim como o próprio significado da palavra, nos dias atuais, tornaram-se comuns notícias que explicitam a violência e o terror no Brasil e no mundo. Dessa maneira, percebe-se que estamos em um momento de tensão. Qualquer ação pode se desdobrar em um caso de desequilíbrio ou tumulto, como nas três manchetes a seguir: “Complexo penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, deixa 56 mortos” Publicação: 02/01/2017 – Portal G1 Fonte: http://g1.globo.com - Acesso: 02/2018

“Rebelião mais violenta da história do Rio Grande do Norte tem 26 mortos.” Publicação: 15/01/2017 – Portal G1 Fonte: http://g1.globo.com - Acesso: 02/2018

“Tiroteio em escola da Flórida deixa ao menos 17 mortos” Publicação:15/02/2018 – Brasil El País Fonte: https://brasil.elpais.com - Acesso:02/2018

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1.1 Brasil De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, em 2015, houve, aproximadamente, 59.000 homicídios no Brasil (nesse recorte, estão agrupadas as seguintes categorias: agressões e intervenções legais), esse valor corresponde a, aproximadamente, 30 homicídios a cada 100 mil habitantes (dado: População brasileira 2015 era de 206 milhões de habitantes/Fonte: IBGE). Ao se observar este índice no decorrer nos anos, percebe-se um aumento, principalmente, entre os anos 2011-2012, nos quais as taxas de homicídios subiram de, aproximadamente, 52.000 para 60.000, respectivamente.

Gráfico 03: Índice de Homicídios no Brasil Fonte: Atlas da violência. IBGE – Coordenação de População e Indicadores Sociais. 2017 Os índices do gráfico agrupam os homicídios que tiveram óbito causado por agressão e intervenção legal.

O Gráfico 03, a seguir, também revela a constância do Brasil na faixa dos 55.000 a 60.000 homicídios entre os anos de 2012 a 2015, ou seja, afastando-se da sua faixa “inicial”, entre 40.000 e 50.000 homicídios entre os anos de 2005 a 2008.

Proporção de Óbitos Causado por Homícidio no Brasil - 2015 60,00%

Esses números refletem-se na dinâmica demográfica e, consequentemente, no desenvolvimento econômico e social do país, uma vez que os índices de óbitos causados por homicídios demonstram que, aproximadamente, 50% do total de óbitos tratam-se de homens em idade entre 15 e 29 anos, ou seja, população economicamente ativa, a qual poderia contribuir ativamente para o desenvolvimento do país.

27

53,80%

50,00%

49,90% 40,80%

40,00%

31,50% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00%

21,60%

17,50% 14,9%

13,0%

10,6%

6,1%

10 a 14

15 a 19

20 a 24

25 a 29 Masculino

13,50% 8,0%

30 a 34

5,1%

35 a 39

7,50% 3,0% 40 a 44

8,90%

1,7% 45 a 49

1,7% 50 a 69

Feminino

Gráfico 04: Gráfico resumo – Proporção de óbitos causados por homicídios no Brasil – 2015 Fonte: Atlas da Violência 2017 e Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM). Para tabulação, apenas levaram-se em consideração os óbitos que tiveram o sexo da vítima identificado.


Porém, a evolução nas taxas de homicídios ocorreu de forma diferente entre as regiões brasileiras. No período analisado, 2005-2015, a região Sudeste passou por uma diminuição considerável, uma vez que esta região, até a década de 1990, concentrava os estados mais violentos. A região Sul se manteve estável e constatou-se crescimento acentuado, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Da mesma forma que os índices se diferenciam entre as regiões brasileiras, o mesmo acontece dentro de cada uma delas, como verifica-se na figura 1, a seguir.

Gráfico 05: Taxa de homicídios por regiões brasileiras Fonte: Atlas da Violência. Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) – 2017.

Constata-se que existem acentuadas diferenças entre os estados de uma mesma região. Este é o caso da região Sudeste, em que, por exemplo, os estados apresentaram variação do percentual da taxa de homicídios semelhantes, mas quando comparados sobre a quantidade de homicídios essas diferenças são reveladas, como identificado na Figura 1 e Gráfico 06. Neste caso, São Paulo é o estado dessa região que mais apresentou aumento nos índices analisados. Apesar da análise de quedas nos índices de violência transmitirem uma sensação de melhora no panorama brasileiro sobre esta temática, é importante ressaltar que o Brasil está entre os 20 países mais violentos do mundo, segundo Estudo Global sobre homicídios de 2013, realizado pelo UNODC, departamento da ONU sobre Drogas e Crimes das Nações Unidas (UNODC, sigla em Inglês).

Figura 1: Variação das taxas de homicídios por Unidade de Federação. Período: 20052015 Fonte: Atlas da Violência, 2017.

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violência no país.

Número de Homicídios 10000

8870

9000 8000

7408

6557

6551 6437

7000 6000 4223

4262

4125

4000

4781

4717

5111

1985

1877

1602

4532

5067

5427

3065

2742

3000 2000

5842

5365

5000

1672

1622

1450

1000 0

2005

2007

2009

2011

2013

2015

Número de Homicídios Espírito Santo

Minas Gerais

Rio de Janeiro

São Paulo

Gráfico 06: Gráfico resumo – Número de homicídios na região Sudeste. Período: 20052015. Fonte: Atlas da Violência. Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) – 2017. Organização: Autoria Própria.

Esta questão também se reflete em outros índices sobre o Brasil no âmbito mundial, por exemplo, na classificação em 11º país mais inseguro, segundo a ONG americana Social Progessive Imperative, que mantém um ranking sobre qualidade de vida em 132 países. Dentre os aspectos analisados nessa pesquisa da ONG americana, está a insegurança do mundo, em que o Brasil detém esta classificação.

Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) no relatório do Levantamento Nacional das Informações Penitenciárias (Infopen), o Brasil é o quarto país com mais população carcerária, com, aproximadamente, 620.000 mil presos. É importante ressaltar que os índices anteriormente descritos levam em conta apenas uma condicionante como base quantitativa da violência, o homicídio, considerado a principal causa de mortes no país, segundo o Atlas da Violência de 2017. Evolução População Prisional Brasil 2000 à 2004 700.000

631.402

622.202

600.000 496.251

500.000 400.000

Nessa classificação, foram examinados cinco critérios: número de homicídios, crimes violentos, percepção da criminalidade, terrorismo e mortes no trânsito, dessa forma, estabeleceu-se uma escala de 0 a 100 (0 = país mais inseguro 100 = país mais seguro), em que o Brasil recebeu 37,5 pontos.

300.000

232.755

200.000 100.000 0

2000

2005

2010

2014

Gráfico 07: Gráfico resumo - Evolução da população prisional no Brasil. Fonte: Relatório Estatístico Sintético Prisional Brasileiro. Infopen (Informações Penitenciárias). Dez., 2014. Organização: Autoria Própria.

Como país mais inseguro aparece o Iraque, com 21,5 pontos, e, no outro extremo do ranking, está a Islândia, com 93,4 pontos, considerada, nesta pesquisa, o país mais seguro. O aumento da população carcerária também é um aspecto que está intimamente ligado aos índices de 29

A partir desses dados, o Brasil excede a média mundial em relação ao número de presos por habitante, ou seja, atualmente, trata-se essa média da seguinte maneira: 306 pessoas presas para cada 100 mil habitantes, enquanto a média mundial é de 144 para cada 100 mil habitantes.


Posição

País

População Prisional

Ano de Referência

1

Estados Unidos

2.217.000

2013

2

China

1.657.812

2014

3

Rússia

644.237

2015

4

Brasil

622.202

2014

5

Índia

418.536

2014

6

Tailandia

314.858

2015

7

México

255.138

2015

8

Irã

225.624

2014

9

Turquia

176.268

2015

10

Indonésia

173.713

2015

Tabela 01: Países com maior população prisional no mundo Fonte: Infopen (Informações Penitenciárias). Dez, 2014. Dados dos países do ICPR (International Conference on Pattern Recognition).

Dessa forma, é importante ressaltar que esses índices demonstram uma naturalização da violência e um consequente descompromisso por parte das autoridades com essa complexa agenda de segurança pública.

DEPOIS DAS GRADES 30


1.2 São Paulo “O crime violento aumentou em São Paulo nos últimos quinze anos. O mesmo ocorreu com o medo do crime. A vida cotidiana e a cidade mudaram por causa do crime e do medo, e isso se reflete nas conversas diárias, em que o crime tornou-se um tema central. Na verdade, medo e violência, coisas difíceis de entender, fazem o discurso proliferar e circular. A fala do crime – ou seja, todos os tipos de conversas, comentários, narrativas, piadas, debates e brincadeiras que têm o crime e o medo como tema – é contagiante. (...) A repetição das histórias, no entanto, só serve para reforçar as sensações de perigo, insegurança e perturbação das pessoas.” Cidade de muros – Crime segregação e cidadania em São Paulo Tereza Pires do Rio Caldeira

O estado de São Paulo apresenta 168 unidades prisionais, separadas pelas seguintes regiões: Capital e Grande SP, Vale do Paraíba, Região Central, Região Noroeste e Região Oeste. Essas unidades são separadas por tipos de pena e regime: 15 Centros de Progressão Penitenciária (Local específico que abriga os detentos que cumprem o final da pena, e regime semiaberto), 42 Centros de Detenção Provisória (Locais em que ficam presos que aguardam julgamento), 22 Centros de Ressocialização (unidades localizadas em cidades médias do interior para abrigar presos primários e de baixa periculosidade), 1 unidade de Readaptação Penitenciária, 85 penitenciárias e 3 Hospitais.

São Paulo, 2003 - p. 27.

Conforme ressaltado no item anterior, a distribuição dos índices de violência não ocorre de forma homogênea entre as unidades da federação. Dessa forma, percebeuse que o estado de São Paulo apresenta elevados índices dentro da sua região, como consta no Gráfico 06. Desmembrando esse valor para as cidades paulistas, a cidade de São Paulo apresenta 30% do valor total de homicídios do estado, com, aproximadamente, 1.584 homicídios. Uma consequência desse elevado índice é a quantidade de unidades penitenciárias e suas superlotações.

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A grande maioria dessas unidades estão funcionando com números próximos ou acima de sua capacidade total. Portanto, percebe-se uma dificuldade da própria dinâmica pública de diminuir esses números. A partir dos dados da Tabela 2, percebe-se uma deficiência na capacidade das penitenciárias do estado de, aproximadamente, 58.000 vagas em relação ao total da população reclusa em todo o estado. Além disso, a mesma tabela revela que somente duas penitenciárias do total de 11 penitenciárias femininas do estado apresentam população superior à capacidade, enquanto das penitenciárias masculinas este fato ocorre em todas.


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Tabela 02: Populações e capacidades das penitenciárias do Estado de São Paulo Fonte: SAP (Secretária Administração Penitenciária). Dados: abril, 2018. Organização: Autoria Própria.

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Como forma de esquematizar os motivos que afetam as taxas de criminalidade nas cidades, o Ipea (Instituto de pesquisa aplicada) realizou um estudo, em 2017, que resume os três principais motivos, são eles: Mercado de Trabalho, Mercado Ilícito e a Desorganização Social.

Todas as situações acima descritas ocorrem, basicamente, quando as transformações urbanas e sociais acontecem rapidamente e de forma desvinculada, sem políticas públicas preventivas e de controle, e não apenas na segurança pública, mas também nas áreas de educação, assistência social, cultura e saúde.

Com o crescimento econômico das cidades, aumentamse as ofertas de trabalho, que, dessa forma, ficam restritas para um pequeno grupo da sociedade, fazendo com que outros indivíduos que não apresentam tais capacidades permaneçam desempregados, sem oportunidades e perspectivas futuras. Alguns estudos ainda empíricos do próprio Ipea demonstram que, a cada 1% de diminuição na taxa de desemprego, a taxa de homicídios diminua em 2,1%. É fato que, diante da taxa de criminalidade do estado de São Paulo, por exemplo, 2,1% de diminuição não significa muito, mas é importante tratar essa melhora como um fator progressivo, ou seja, a partir de pequenas mudanças pode-se chegar a uma diminuição mais expressiva. O Mercado Ilícito, por sua vez, é uma das mazelas do próprio crescimento econômico, uma vez que o difícil acesso ao mercado legal faz com que muitos sejam atraídos por mercados desse tipo. E, por último, está a Desorganização social, que, em resumo, é o processo que os dois primeiros fatores ocasionam, uma vez que se passa a aumentar as oportunidades de entrada para o crime gerando uma inconstância na dinâmica da cidade.

DEPOIS DAS GRADES 36


1.3 Bairro – Carandiru Assim como nas duas esferas anteriormente descritas, as taxas de criminalidade se diferem de acordo com os lugares. Isso também se reflete na maneira como a criminalidade se distribui nos bairros da cidade de São Paulo, por exemplo. Como forma de mapear essas questões, a Secretária do Estado da Segurança Pública de São Paulo quantificou, por meio dos distritos policiais e dos tipos de atos, quais os bairros mais violentos.

Como verifica-se no gráfico anterior elaborado com dados da Secretária do estado de Segurança Pública do São Paulo em dezembro de 2017, o bairro mais violento quanto a roubos está o Jardim Herculano, na Zona Sul, com 426 roubos registrados no distrito policial referente, enquanto o menos violento é o Alto da Mooca com apenas 27 roubos. O bairro do Carandiru, em que se encontra o recorte estudado neste trabalho, também apresenta índices elevados em diferentes categorias.

Figura 02: Criminalidade bairro a bairro - Roubos de veículos e outros.

Figura 03: Criminalidade bairro do Carandiru – Roubos de veículos, estupros e lesões

Fonte: Secretária do Estado de Segurança Pública de São Paulo.

corporais. Fonte: Secretária do Estado de Segurança Pública de São Paulo.

Dezembro, 2017

Dezembro, 2017

Disponível em: http://infograficos.estadao.com.br/cidades/criminalidade-bairro-a-bairro/

Disponível em: http://infograficos.estadao.com.br/cidades/criminalidade-bairro-a-bairro/

(acesso 02/2018)

(acesso 02/2018)

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Por meio da leitura dos gráficos anteriores, percebe-se que a criminalidade no bairro do Carandiru, ocorre de maneira diversificada. Em 2017, os índices de Roubo mantiveram-se praticamente “estáveis”, em torno das 100 a 200 ocorrências.

de 2011, em que apresentou 59 casos. Dentre os casos levados em consideração no levantamento, estão: casos de latrocínio, assaltos a imóveis residenciais, comerciais e serviços; transportes coletivos, motoristas, pedestres e roubos de carga.

Já em relação a Estupros, o bairro posicionou-se, em maio de 2017, em 5º posição como bairro mais violento sobre esse critério, porém, durante os meses subsequentes do ano, essa taxa variou nas faixas de 6 a 2 casos.

Além dos aspectos já mencionados, a área também sofre com a falta de iluminação pública e as grandes extensões muradas, fatores que também influenciam na segurança do local.

Outro ponto representado pelo Figura 03 são as Lesões Corporais, em que o bairro ficou na 18º posição, mostrando uma variação anual na faixa dos 80 a 20 casos. Essa pesquisa não distingue os índices entre sexos, porém sabe-se que, dentro da esfera de Estupro e Lesões Corporais, as mulheres são as principais vítimas, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foi registrado 45.460 casos de estupro em 2015, sendo 89% das vítimas do sexo feminino.

Foto 1: Falta de iluminação pública na Avenida Zaki Narchi Fonte: Autoria Própria

Outro fator que se relaciona com a violência no bairro são as vias. O recorte estudado delimita-se pelas seguintes vias: Avenida Cruzeiro do Sul, Avenida General Ataliba Leonel e Avenida Zaki Narchi. Segundo levantamento de violência nas vias paulistanas, realizado pela Polícia Militar da cidade de São Paulo, a Avenida Cruzeiro do Sul está em 26º lugar das 40 vias estudadas, apresentando 102 casos de crime no primeiro trimestre de 2010 e uma elevada diminuição no 1º trimestre

Foto 2: Grandes áreas muradas na Avenida Zaki Narchi Fonte: Autoria própria

DEPOIS DAS GRADES 38


Apesar de largas, com, aproximadamente, 3,00m de comprimento, as calçadas da Avenida Zaki Narchi são muradas, inóspitas e pouco iluminadas, estes fatores geram insegurança para os pedestres, uma vez que: “As ruas e suas calçadas, principais locais públicos de uma cidade, são seus órgãos mais vitais.” (JACOBS, Jane. Morte Vida das Grandes Cidades. São Paulo, 2000. 499 p. 29.) O recorte em estudo é composto pelos seguintes usos: Lazer (Parque da Juventude), Educação (Biblioteca de São Paulo e Escola Técnica de Artes), Habitações (Cingapura Zaki Narchi e outras moradias), Equipamentos Penitenciários (Duas Penitenciárias femininas e um hospital) e Equipamentos de assistência social (IPREM (Instituto de Previdência Municipal)), CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), CTA (Centro Temporário de Acolhimento) e Centro Especializado em Reabilitação da Pessoa com Deficiência Intelectual e Física, porém todos esses equipamentos não apresentam nenhum envolvimento com o seu entorno, gerando áreas frágeis, pouco usadas e inseguras.

Foto 3: Áreas muradas - Rua Dom José Maurício Fonte: Autoria própria

“Ser capaz de caminhar com segurança no espaço da cidade é um pré-requisito para criar cidades funcionais e convidativas para as pessoas. Real ou percebida a segurança é crucial para a vida na cidade.” (GEHL, Jan. Cidade para pessoas. São Paulo, 2015. 262 p. 97) é baseado nesse trecho de Jan Gehl que o presente trabalho baseia-se para a proposta de intervenção urbana no recorte estudado. Foto 4: Vista CTA (Centro Temporário de Acolhida) - Avenida Zaki Narchi Fonte: Autoria própria

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Foto 6: Buracos nas calçadas - Avenida Zaki Narchi Fonte: Autoria própria

Foto 7: Vista muros zonas de servidão iluminação pública - Avenida Zaki Narchi Fonte: Autoria própria

Foto 5: Muros Penitenciária Feminina da Capital - Avenida Zaki Narchi

Foto 8: Vista grades - Museu Penitenciário Paulista (Avenida Zaki Narchi)

Fonte: Autoria própria

Fonte: Autoria própria

DEPOIS DAS GRADES 40



2. LUGAR


Esquema 01: Localização área de estudo Fonte: Autoria própria

A área de estudo localiza-se na Zona Norte da cidade de São Paulo entre os bairros Vila Guilherme e Santana, porém, popularmente, a região é conhecida como Carandiru, devido à extinta Casa de Detenção.

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O recorte estudado corresponde ao entorno do perímetro formado pelas seguintes avenidas: à Leste, a Avenida Cruzeiro do Sul, ao Norte, Avenida Ataliba Leonel e, a Leste e Sul, a Avenida Zaki Narchi, a qual contorna totalmente o Parque da Juventude. Nesta página é representada uma perspectiva da área de estudo em suas condições atuais e à direita mostra uma vista em planta da área.


LEGENDA: 1. Complexo de edificações da Polícia Militar e do DEIC (Departamento Estadual de Ivestigações Criminais) 2. Praça Marshiach Now 3. Novotel Center Norte 4. Iprem (Instituto da previdência municipal do estado de São Paulo) 5. CAPS Tietê - Zaki Narchi (Centro de atenção Psicosocial) 6. Gapões em desuso 7. Posto de gasolina 8. Centro de Convenções Center Norte 9. Concessionária de automóveis desativada 10. Zona de Servidão - Iluminação Pública 11. Estacionamento de caminhões e galpões ociosos 12.Museu Penitenciário Paulista (MPP) 13. Penitenciária Femina da Capital 14. Penitenciária Feminina Sant’Ana 15. Complexo de edficações da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) e COREMETRO (Coordenadoria da Unidades Prisionais da RMSP) 16. Parque da Juventude, Biblioteca de São Paulo (BSP) e Escola Técnica de Artes (ETEC de Artes) 17.Hospital Penitenciário (Pavilhão remanescente da Casa de Detenção Carandiru) 18. Estacionamento Escola Técnica 19. Conjunto Habitacional Cingapura 20. Ecoponto Santana 21. Galpão em desuso 22. Galpão em desuso 23. Centro de Reabilitação Olavo Edydio Setubal 24. Estacionamento do DEIC 25. CTA (Centro Temporário de Acolhimento) 26. Estação de metrô - Carandiru 27. Terminal rodoviário - Santana 28. Estação de metrô - Santana 29 . Presídio da Polícia Civil 30, 31 e 32. Estacionamentos 33. CEI (Centro de Educação Infatil Nair Salgado)

DEPOIS DAS GRADES 44


2.1 Leitura do território/Safári Urbano

1. Metrô Carandiru – Avenida Cruzeiro do Sul

Como forma de identificar as potencialidades e as deficiências do local, foram realizadas visitas na área no decorrer do processo. Os relatos dessa visita serão apresentados a seguir a partir de desenhos e fotografias. Roteiro visita:

Avenida Cruzeiro do Sul

Desenho 02: Vista Cruzeiro do Sul – Acesso Parque da Juventude

Acesso metrô Carandiru

Fonte: Autoria própria

Avenida Zaki Narchi

Impressões:

Vista Conjunto Habitacional Cingapura Zaki Narchi

Avenida General Ataliba Leonel Vista dos muros delimitando as calçadas e a Penitenciária

O trecho oeste da área de estudo é delimitado pela Avenida Cruzeiro do Sul, a qual também é passagem da linha 1 azul do metrô em que as estações Carandiru, Santana e Tietê se encontram. A passagem do metrô superficial pela avenida consiste em uma estrutura de concreto pré-fabricado de, aproximadamente, 10 metros de altura implantado em toda a extensão da avenida.

Feminina do Estado Paque da Juventude Vista prédio da Escola Técnica dentro do Parque da Juventude

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Em 2010, os pilares dessa estrutura foram transformados com painéis grafitados que formam o Museu Aberto de Arte Urbana (MAAU) que transforma a paisagem do local.


2. Etec, Biblioteca de São Paulo e Parque da Juventude

3. Avenida Zaki Narchi

Desenhos 03: Vista Rua Urupiara – Limitação do Parque com a cidade por meio de muros

Desenho 04: Vista Calçada Avenida Zaki Narchi e esquema localização desenho

Fonte: Autoria própria

Fonte: Autoria própria

Impressões: O Parque da Juventude foi a segunda área visitada, a extensa área verde construída, onde se localizava a Casa de Detenção Carandiru é bastante frequentada, principalmente, pelos usuários e alunos da Etec de Artes e da Biblioteca de São Paulo. O Parque também apresenta bastante fluxos de pedestres, gerando novos caminhos por dentro dessa quadra.

Impressões: A avenida Zaki Narchi, localiza-se no trecho Sul da área de estudo e contorna o Parque da Juventude. Devido à implantação dos equipamentos de segurança, as avenidas Zaki Narchi e General Ataliba Leonel apresentam uma extensão de 1.300 metros de muros em suas calçadas, isto faz com que essas avenidas apresentem comportamentos distintos em cada uma das suas faces.

Devido a sua implantação, o parque apresenta algum dos seus limites murados em decorrência de motivo distintos. Alguns muros são decorrentes dos equipamentos penitenciários e outros delimitam o acesso das áreas habitacionais para o parque.

As calçadas delimitadas pelos muros são pouco usadas, já as calçadas opostas repletas de comércio e serviços no térreo das edificações que a delimitam apresentam maior fluxo de pessoas. DEPOIS DAS GRADES 46


4. Cingapura Zaki Narchi e Rua Antonio dos Santos Neto

Desenho 05: Vista Calçada Avenida Zaki Narchi – Cingapura

Foto 10: Vista Rua Antônio dos Santos Neto (Fundos do Cingapura) – trecho CEI Nair

Fonte: Autoria própria

Salgado Fonte: Google Street View

Foto 09: Vista Rua Antônio dos Santos Neto (Fundos do Cingapura) – trecho córrego do

Foto 11: Vista Rua Antônio dos Santos Neto (Fundos do Cingapura)

Carandiru

Fonte: Google Street View

Fonte: Google Street View

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Impressões: Por meio das visitas e entrevistas na área, percebeu-se que o trecho do Conjunto Habitacional Cingapura Zaki Narchi e da Rua Antônio dos Santos Neto está bastante deteriorado e abandonado.

Foto 12: Vista Rua Antônio dos Santos Neto (Fundos do Cingapura) – trecho córrego Carandiru Fonte: Google Street View

O sentimento nessa área é de um gueto, ou seja, de uma população que se esconde nos fundos do Parque da Juventude e do Conjunto Habitacional Cingapura. A grande quantidade de lixo e barracos reflete a extrema degradação da área. Além disso, foi identificada uma aglomeração de 69 barracos (aproximadamente, 200 pessoas) chamados pela população local como Favela Zaki Narchi.

Foto 13: Vista Rua Zaki Narchi – IPREM (Previdência Municipal de São Paulo) Fonte: Autoria Própria

Esta favela não consta nas estatísticas municipais e, em 2016, devido a um incêndio, a subprefeitura responsável pela área já havia retirado e realocado essa população, porém, atualmente, essa população retomou a mesma área. No início do mês de julho de 2018, essa aglomeração foi vítima de um incêndio devido a um curto-circuito o interior de um dos barracos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, não houve feridos, porém, a população se mantém no local aguardando auxílio dos órgãos públicos.

Foto 14: Incêndio Rua Antônio dos Santos Neto (Fundos do Cingapura) Fonte: g1.globo.com (acesso: 07/2018)

DEPOIS DAS GRADES 48


5. Museu Penitenciário Paulista

6. Avenida General Ataliba Leonel

Foto 15: Museu Penitenciário Paulista – Av. Zaki Narchi

Foto 16: Área murada – Esquina avenidas Zaki Narchi e General Ataliba Leonel

Fonte: Autoria Própria

Fonte: Autoria Própria

Impressões: Escondido entre alguns muros da Avenida Zaki Narchi, encontra-se o MPP – Museu Penitenciário Paulista, que tem como proposta a exposição e explicação do sistema penitenciário brasileiro, a partir de vídeos, fotos e artigos produzidos pelos presos do extinto Carandiru. Além disso, o museu enaltece a importância da capacitação como forma de reinserção social. O museu apresenta baixa frequência devido a sua localização e implantação que não cria nenhuma conexão com os espaços públicos da área como, por exemplo, com o Parque da Juventude.

Foto 17: Área murada Penitenciária Feminina da Capital – Avenida General Ataliba Leonel Fonte: Autoria Própria

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Impressões: Assim como a Avenida Zaki Narchi, a Avenida General Ataliba Leonel também apresenta extensa área murada limítrofe as suas calçadas decorrentes da implantação dos equipamentos penitenciários localizados nessa avenida, gerando áreas ociosas e inseguras. Outra fragilidade identificada na área é a falta de iluminação pública, que, somada aos muros inativos, transformam as calçadas dessa via em locais aparentemente inseguros. Lixo e descaso com mobiliários urbanos também foram identificados nesta via.

Foto 18: Vista noturna calçada Avenida General Ataliba Leonel Fonte: Autoria Própria

Aos domingos, as duas penitenciárias femininas recebem visitas, o que transforma o fluxo nas calçadas da avenida, em que muitos familiares e vendedores ambulantes ocupam trechos das calçadas a partir madrugada do dia anterior. A partir de conversas com frequentadores do local, foi relatada a sensação de constrangimento aos passar pelas calçadas ocupadas por familiares das presas, uma vez que se trata de uma situação frágil para essas pessoas. Devido à história do local, percebe-se, ainda, uma falta de identidade da população com a região. A imagem da extinta Casa de Detenção ainda está bastante presente no imaginário da população.

Foto 19: Dias de visita Penitenciária Feminina Sant’Ana - Avenida General Ataliba Leonel Fonte: Autoria Própria

DEPOIS DAS GRADES 50


2.2 Histórico

_1897

Para explicar a contextualização histórica da área, optouse em montar uma linha do tempo síntese assimilando os principais anos do desenvolvimento do local e seguido por uma breve explicação junto com uma evolução mapográfica ilustrando os principais detalhes desse desenvolvimento.

A ocupação da Zona Norte da capital paulista não acompanhou o ritmo da urbanização no restante da cidade, esse fator se deve à proximidade com o rio Tietê, área passível de periódicas enchentes, como também a sua topografia acidentada, devido a qual se necessitava de animais para locomoção.

Entendimento da Zona Norte na evolução da cidade de São Paulo.

Os primeiros mapas a identificar o bairro de Santana aparecem por volta de 1890, evidenciando a expansão concêntrica da cidade realizada a partir do núcleo histórico, o Colégio dos Jesuítas.

1897

1924

Instalação de equipamentos isolados. Criação Tramway da Cantareira.

1954

LINHA DO TEMPO

Estudos para implantação da Casa de Detenção Carandiru.

51

Surgimento das extensas quadras devido a retificação do Rio Tietê.

1980 Estações de metrô Carandiru e Santana (Linha 1 azul).

2017 Parque da Juventude (Escola Técnica de Artes e Biblioteca de São Paulo (BSP)

Área bastante acidentada e passível de enchentes.

1930 Desenvolvimento do traçado urbano e ocupação dos bairros Santana e Vila Guilherme. Delimitação da área para Campo de Marte.

1971 Implantação Casa de Detenção Carandiru. Delimitação área para futura Penitenciária Feminina da Capital.

2002

Conjunto Habitacional Cingapura

O traçado cartografado em 1897 correspondente, atualmente, à Rua Voluntários da Pátria e à Avenida Cruzeiro do Sul (antiga Rua Cantareira) ainda permanece o mesmo. As condições naturais da área influenciaram a instalação de equipamentos isolados, como cemitérios para vítimas de varíola, hospitais e penitenciárias. A construção desses equipamentos também justifica a lenta ocupação na área. Ainda no século XIX, é criada a Tramway da Cantareira, cujo objetivo principal foi facilitar o contato com o reservatório de águas da Serra da Cantareira. Seu ponto inicial de partida era o bairro do Pari, próximo ao aterro do Gasômetro, devido à necessidade de transporte de materiais.


Mapa 01: Esquema Planta geral da capital de São Paulo, 1897. Organização Dr. Pedro Augusto Gomes Cardim Fonte: arquiamigos.org.br (acesso:02/2018)

legenda dinâmica urbana

Núcleo histórico de São Paulo (Bairro da Sé)

hidrografia Rio Tietê (1897) Projeção futura retificaçã Rio Tietê equipamentos

vias Rua Voluntários da Pátria Estrada da Cantareira (atual Avenida Cruzeiro do Sul) Primeiro traçado urbano mapeado no bairro de Santana.

(Atuais: Avenida General Ataliba Leonel, Rua Dr. Olavo Egídio, Rua Duarte de Azevedo, Rua Gabriel Piza e Rua Darzan)

Cemitério DEPOIS DAS GRADES 52


_1924 O Tramway da Cantareira também tinha como objetivo a ligação com a cidade de Guarulhos, que se deu a partir da avenida General Ataliba Leonel indicada na figura 04 ao lado, como “Linhão de Guarulhos”. A estação Areal foi inaugurada nos anos de 1927 quando o trem já tinha suas atividades bastante consolidadas. A principal razão da criação desta estação foi a inauguração, em 1920, da antiga Penitenciária de São Paulo, atual Penitenciária Feminina Sant’Ana. Esta estação operou até 1964 quando o trem da Cantareira foi desativado. A partir do século XX, a região Norte da cidade que, anteriormente, era apenas conhecida apenas como Santana, passa a receber desdobramentos em núcleos individualizados, tais como: Tremembé, Cantareira, Guapira, Carandiru, Areal, Vila Guilherme, Vila Maria, Parada Inglesa, Jardim São Paulo, Vila Mazzei, Imirim, Chora Menino, Água Fria, Jardim Japão, Vila Gustavo e Vila Aurora.

Figura 04: Esquema da estação Areal, via correspondente, atualmente, à Avenida Cruzeiro do Sul para implantação do Tramway da Cantareira. Fonte: saopauloantiga.com.br (acesso: 05/2018)

Devido à ocupação recente dessa área da cidade, muitos desses núcleos consolidaram-se em bairros e ainda permanecem com o mesmo nome.

Figura 05: Estação Areal, via correspondente atualmente a Avenida Cruzeiro do Sul Fonte: saopauloantiga.com.br (acesso: 05/2018)

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Mapa 02: Esquema sobre Planta da cidade de São Paulo – Mostrando todos os Arrubaldes e Terrenos Arruados, 1924. Fonte: arquiamigos.org.br (acesso: 02/2018)

legenda dinâmica urbana

Núcleo histórico de São Paulo (Bairro da Sé)

hidrografia Rio Tietê (1924) equipamentos Quartel

vias Rua Voluntários da Pátria Estrada da Cantareira (atual Avenida Cruzeiro do Sul) Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Santana. (Atuais: Avenida General Ataliba Leonel, Rua Dr. Olavo Egídio, Rua Duarte de Azevedo, Rua Gabriel Piza e Rua

Primeiro traçado urbano mapeado no bairro de Vila Guilherme (Atuais: Rua Maria Cândida, Rua Chico Pontes e Rua Joaquina Ramalho)

Primeiros bairros da Zona Norte de São Paulo (Atuais: Nossa Senhora do Ó, Bairro do Limão, Vila Tietê, Vila Aurora, Água Fria, Vila da Cachoeira, Vila Medeiros, Jardim Brasil e Vila Maria).

Darzan)

Penitenciária São Paulo (Atual: Penitenciária Feminina Sant’ Ana)

DEPOIS DAS GRADES 54


_1930 Em meados de 1930, professor Antônio Carlos Cardoso, a pedido do Governo do Estado de São Paulo, realizou um estudo sobre a reforma da Cantareira. O plano consistia na transformação da Tramway Cantareira em uma linha metropolitana eletrificada, propondo uma linha tronco elevada parte sobre a Avenida Cruzeiro do Sul e parte sobre a várzea do Rio Tamanduateí, fazendo-se a comunicação com o centro através da rede elétrica da companhia Light. Apesar dos estudos para transformação da Tramway Cantareira, a área de várzea do Tietê permanecia desocupada, evidenciando apenas algumas ligações entre cada uma das regiões da cidade. Porém, a partir de 1950, a canalização deste trecho do Rio Tietê favoreceu ocupação maior da área com desenho de quadras e vias próximo do desenho atual. Entretanto, algumas áreas entre a atual Avenida Zaki Narchi e o Rio Tietê permaneceram com massas d’água, o que dificultou o loteamento, ocasionando uma divisão tardia em quadras extensas, como percebe-se atualmente.

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Mapa 03: Esquema sobre trecho do Mapa Topográfico do município de São Paulo, 1930 – Sara Brasil. Fonte: geosampa.com.br (acesso: 03/2018)

legenda hidrografia Rio Tietê (1930) equipamentos Quartel Penitenciária São Paulo (Atual: Penitenciária Feminina Sant’ Ana)

Área correspondente ao atual Campo de Marte

vias Rua Voluntários da Pátria Estrada da Cantareira (atual Avenida Cruzeiro do Sul) Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Santana. Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Vila Guilherme Avenida Zaki Narchi

DEPOIS DAS GRADES 56


_1954 Já em 1964, o prefeito Prestes Maia aprovou o plano proposto pelo Departamento de Urbanismo relativo à construção da linha Norte do Sistema de Transporte Rápido Metropolitano. Quatro anos depois, com a demolição da estação Areal da Avenida Cruzeiro do Sul, iniciaram-se as construções da linha 1 do transporte metropolitano (metrô) que detinha um papel fundamental para a rede: a ligação com o futuro terminal rodoviário do Tietê, e a transposição do rio e chegada na região conhecida como Ponte Pequena (atualmente estação Armênia do metrô). Nesse mesmo período, a Penitenciária de São Paulo (atualmente, Penitenciária Sant’Ana), Presídio do Hipódromo (extinto em 1994) e o Presídio Tiradentes não eram suficientes para a demanda de presos da cidade, dessa forma, o prefeito Jânio Quadros propôs a criação da Casa de Detenção Prof. Flamínio Favero, que ficou conhecida, popularmente, como Casa de Detenção do Complexo do Candiru. A partir da nomenclatura escolhida, percebe-se a diferença no tratamento para os presos neste novo equipamento. Enquanto a Penitenciária de São Paulo ou Casa de Regeneração privilegiava a regeneração, ou seja, recuperação moral ou espiritual, o Carandiru, privilegiava exclusivamente o aprisionamento.

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Mapa 04 Esquema sobre trecho do Mapa Topográfico do município de São Paulo, 1954 – Vasp Cruzeiro. Fonte: geosampa.com.br (acesso: 03/2018)

legenda vias

hidrografia Massas d´águas da Bacia do Rio Tietê Área de várzea do Rio Tietê ainda sem traçado desenvolvido

Penitenciária São Paulo (Atual: Penitenciária Feminina Sant’ Ana)

de

Estrada da Cantareira (atual Avenida Cruzeiro do Sul) Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Santana.

equipamentos

Estudos Casa Carandiru

Rua Voluntários da Pátria

Detenção

Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Vila Guilherme Avenida Zaki Narchi

DEPOIS DAS GRADES 58


_1971 A Casa de Detenção foi entregue à população em 1956, porém suas edificações apenas aparecem nos mapas a partir de 1970 com a localização dos seguintes pavilhões: dois, cinco, oito e nove. Considerada, na época, como o segundo maior presídio do mundo. Com o passar dos anos e o aumento de presos na cidade, a Casa de Detenção transformou-se em um depósito de pessoas em péssimas condições, dessa forma, a cada mandato, governadores construíam mais pavilhões como forma se suprir a necessidade do momento.

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Mapa 05: Esquema sobre trecho Mapa Topográfico, 1971. Fonte: datageo.ambiente.sp.gov.br (acesso: 04/2018)

legenda hidrografia Massas d´águas da Bacia do Rio Tietê Área de várzea do Rio Tietê ainda sem traçado desenvolvido

equipamentos Penitenciária São Paulo (Atual: Penitenciária Feminina Sant’ Ana)

Casa de Detenção Carandiru Secretária de Administração das penitenciárias Futura Penitenciária Feminina da Capital

vias Rua Voluntários da Pátria Estrada da Cantareira (atual Avenida Cruzeiro do Sul) Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Santana. Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Vila Guilherme Avenida Zaki Narchi

DEPOIS DAS GRADES 60


_1980 Já em 1980, com a Casa de Detenção completa e em amplo funcionamento e com terras ociosas próximas, outros equipamentos ligados à segurança pública passaram a se instalar na região, como, por exemplo: Hospital Penitenciário (ainda em funcionamento) e Penitenciária da Capital. Nessa mesma época, o metrô se instala por toda a extensão da Avenida Cruzeiro do Sul, influenciando a forte ocupação da área. Dessa forma, as quadras e vias são delimitadas e estas estão mantidas até os dias atuais. A região correspondente ao bairro da Vila Guilherme, neste momento, ainda não apresenta quadras e vias determinadas devido às massas d’água provenientes do Rio Tietê. Também nesse período, a Secretária de Administração das Penitenciárias (SAP) se instala na área localizada entre a Casa de Detenção Carandiru e a Penitenciária de São Paulo. Já em 1994, as quadras limites com a Avenida Zaki Narchi foram objeto do projeto-piloto do Programa de Verticalização de Favelas, em que, posteriormente, se estabeleceu o Conjunto Habitacional Cingapura Zaki Narchi.

61

Desde os anos 70, a área era ocupada por uma favela consolidada, Favela Zaki Narchi, que, segundo dados da SEHAB/HABI/DUCTOR de janeiro de 1994, havia 720 famílias, totalizando, aproximadamente, 2.874 pessoas morando nesta área. Compreendendo a situação privilegiada da área: proximidade com a estação de metrô (estação Carandiru) situada a, aproximadamente, 500 metros do terreno proposto para o conjunto, a estação Tietê e o terminal rodoviário estão entre 1.000 a 2.000 metros e a grande oferta de ônibus na região, foi proposto o conjunto habitacional que sugeria a construção de edifícios habitacionais e um equipamento de educação infantil, compreendendo a necessidade da área. Entretanto, a proximidade com a Casa de Detenção Carandiru e a insegurança na área, devido às rebeliões do presídio, superaram todas as potencialidades região, transformando o Cingapura em um local subutilizado pelos próprios moradores do conjunto. Atualmente, o conjunto apresenta 2.787 moradores, em que 50% são crianças e jovens, com renda de, aproximadamente, 2 salários mínimos por família. A partir de relatos da Associação Viva Bem Zaki Narchi, os principais problemas identificados pelas pessoas desta população são: violência, tráfico de drogas e prostituição infantil. Além dos problemas sociais, a área encontra-se em precárias condições, além de haver a presença de pequenas favelas em determinados trechos.


Mapa 06: Esquema sobre trecho Mapa Emplasa, 1980. Fonte: datageo.ambiente.sp.gov.br (acesso: 04/2018)

legenda hidrografia Córrego do Carandiru Área de várzea do Rio Tietê ainda sem traçado desenvolvido

equipamentos Penitenciária São Paulo (Atual: Penitenciária Feminina Sant’ Ana)

Casa de Detenção Carandiru Secretária de Administração das penitenciárias Futura Penitenciária Feminina da Capital Metrô Santana e Metrô Carandiru

vias Rua Voluntários da Pátria Avenida Cruzeiro do Sul (Amtga: Estrada da Cantareira) Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Santana. Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Vila Guilherme Avenida Zaki Narchi

DEPOIS DAS GRADES 62


_2002 Outro acontecimento que transformou a área foi o episódio popularmente conhecido como “Massacre do Carandiru”, em 1992, que consistiu em uma intensa rebelião em que, aproximadamente, 111 presos foram mortos. Nesta época, o complexo apresentava a lotação de 9.800 presos. Após esse episódio, as esferas públicas passaram a refletir sobre a real importância deste equipamento e o reflexo dele para a cidade. Dessa forma, a Casa de Detenção encerrou suas operações em 2002, os presos foram transferidos para outros locais e, posteriormente, o terreno teve seus pavilhões implodidos. A foto 20 apresenta os acontecimentos relatados entre o final do século XX e início do XXI e revela a total

Figura 06: Planta Casa de Detenção Carandiru Fonte: VARELLA, Drauzio. Estação Carandiru. São Paulo: Cia das Letras, 2000. 297 p. 8.

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Foto 20: Esquema sobre ortofoto Ikonos, 2002. Fonte: datageo.ambiente.sp.gov.br (acesso: 04/2018)

legenda hidrografia Córrego do Carandiru Traçado atual área de várzea Rio Tietê equipamentos Penitenciária São Paulo (Atual: Penitenciária Feminina Sant’ Ana)

Casa de Detenção Carandiru e Hospital Penitenciário

equipamentos Secretária de Administração das penitenciárias Futura Penitenciária Feminina da Capital

vias Rua Voluntários da Pátria Avenida Cruzeiro do Sul (Antiga: Estrada da Cantareira)

Metrô Santana e Metrô Carandiru

Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Santana.

Conjunto Habitacional Cingapura Zaki Narchi

Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Vila Guilherme

Campo de Marte

Avenida Zaki Narchi

DEPOIS DAS GRADES 64


_2017 Após a implosão dos pavilhões, o Governo do Estado decidiu construir um parque no local. Dessa forma, em 1999, foi proposto um concurso de projetos para transformação do Complexo do Carandiru em um espaço público para a comunidade com a criação de um grande parque, edifícios institucionais e equipamentos de lazer. A proposta vencedora foi do escritório Aflalo e Gasperini, que dividiu o projeto nas seguintes etapas: Parque Esportivo, Parque Central e Parque Institucional. A partir dessa divisão, a proposta incluía a remodelação de dois conjuntos existentes ligados pelo parque com áreas diferentes e equipamentos esportivos. Os edifícios originais que não foram demolidos foram transformados em uma Escola Técnica de cursos ligado a Artes e na Biblioteca de São Paulo. Dessa forma, foi implantado o parque e os equipamentos institucionais (biblioteca e escola técnica) com uma ligação direta com a cidade por meio metrô (estação Carandiru) em uma área de, aproximadamente, 240.000 m². Devido a sua implantação, o parque é completamente delimitado pelos muros da Penitenciária Feminina Sant’Ana e pelos muros da Penitenciária Feminina da Capital, porém, por meio de conversas com frequentadores, percebe-se que muitos desconhecem a presença das penitenciárias ao redor, apenas têm a lembrança da extinta Casa de Detenção.

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Entretanto, alguns relatos dos frequentadores do parque demostram insegurança, pois muitos já foram vítimas de furtos dentro do parque. Por meio de conversas com os seguranças do parque, foi explicitado que grande parte dos furtos é realizada por crianças e adolescentes moradores do Cingapura Zaki Narchi. O parque não apresenta nenhum acesso pela Rua Antônio dos Santos Neto (rua em que se encontra o Cingapura Zaki Narchi), portanto, percebe-se uma intensa precariedade nesta via e um caráter de “fundos de lote”. Porém, com conversas com o grupo de Assistência Social da Biblioteca de São Paulo e com a Associação Viva Bem Zaki Narchi, foi relatado que muitas das crianças moradoras do conjunto habitacional não frequentam o parque, desta forma, ambas as associações estão promovendo um programa ainda recente para interligação do parque com estas crianças de modo mostrar para esse grupo que este local também pode ser usufruído por ele. Atualmente, a área de estudo, assim como toda a região Norte da cidade, encontra-se completamente ocupada, como pode-se perceber na Foto 21, porém ainda apresenta determinadas fragilidades que serão desenvolvidas no tópico seguinte.


Foto 21: Esquema sobre vista aérea, 2017. Fonte: Google Earth

legenda hidrografia Córrego do Carandiru Traçado atual área de várzea Rio Tietê (grandes quadras) equipamentos

equipamentos Secretária de Administração das penitenciárias Futura Penitenciária Feminina da Capital

vias Rua Voluntários da Pátria Avenida Cruzeiro do Sul (Antiga: Estrada da Cantareira)

Metrô Santana e Metrô Carandiru

Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Santana.

Parque da Juventude

Conjunto Habitacional Cingapura Zaki Narchi

Desenvolvimento traçado urbano no bairro de Vila Guilherme

Hospital Penitenciário

Campo de Marte

Avenida Zaki Narchi

Penitenciária São Paulo (Atual: Penitenciária Feminina Sant’ Ana)

(ETEC - Escola Técnica de Artes e Biblioteca de São Paulo -BSP)

DEPOIS DAS GRADES 66


Foto 22: Vista Rua Antônio dos Santos Neto (Fundos do Cingapura) – trecho córrego do Carandiru Fonte: Google Street View

Foto 23: Implosão Casa de Detenção Carandiru, 2002.

Figura 07: Evolução Casa de Detenção para Parque da Juventude

Fonte: saopauloinfoco.com.br (acesso:05/2018)

Fonte: aflalogasperini.com.br (acesso:05/2018)

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Foto 24: Vista do Parque da Juventude para o conjunto Habitacional Cingapura Zaki Narchi pelo Córrego do Carandiru Fonte: Autoria Própria

Foto 26: Jogo de basquete nas quadras delimitadas pelos muros da Penitenciária Feminina da Capital – Parque da Juventude Fonte: Fotógrafa Elaine Wind

Foto 27: Vista da estação de metrô Carandiru – Acesso Parque da Juventude Fonte: Autoria Própria

Foto 25: Vista Memorial Casa de Detenção Carandiru dentro do Parque da Juventude

Foto 28: Vista da estação de metrô Carandiru – Acesso Parque da Juventude

Fonte: Fotógrafa Elaine Wind

Fonte: Autoria Própria

DEPOIS DAS GRADES 68


Penitenciária Feminina Sant’Ana (Penitenciária de São Paulo) No século XX, assaltos e crimes aconteciam na mesma intensidade dos dias de hoje, porém a recuperação dos criminosos paulistas era dentro do sistema “Casa de regeneração” que, nessa época, mostrou-se bastante eficiente a ponto de ser exemplo para outros países do mundo. Devido à eficiência desse sistema, o presidente Albuquerque Lins (1852-1926) idealizou, em 1911, a construção da Penitenciária de São Paulo na despovoada área do Carandiru, na região Norte da cidade. A construção da Penitenciária de São Paulo foi concluída em 1920, pelo arquiteto Samuel Stockler das Neves juntamente com colaboradores do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, conforme processo número: 19970.125.758-8 em estudo no Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). O complexo prisional organiza-se em três edificações horizontais ligadas por um corredor central. Na sua inauguração, a penitenciária detinha: Sala de Alfaitaria, em que os presos se ocupavam dessa atividade, Almoxarifado, Auditório, Capela, Celas, Cozinhas, Áreas educacionais, Hospital, Lavanderia, Padaria, Sapataria e Serralheria.

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“A nova Penitenciária deveria ter capacidade para confinar 1.200 condenados, ambiente que possibilitasse o isolamento noturno e trabalho durante o dia em oficinas. Estas oficinas contemplariam diferentes ramos de atividade: alfaiataria, sapataria, marcenaria, papelaria, litografia e local para horticultura. Era necessário também que fosse dotada de biblioteca, refeitório, locutório, alojamento para vigias e uma residência próxima ao local, destinada ao Diretor.” Relato da Historiadora Silvia Haskel responsável pela organização do processo número: 1997-0.125.758-8 em estudo no Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo).

A penitenciária recebeu visitas de diversas partes do mundo, devido à implementação de um modelo que privilegiava o trabalho como forma de crescimento e “regeneração”. Um dos lemas da penitenciária gravado nos frontões de entrada do complexo era: “Aqui, o trabalho, a disciplina e a bondade resgatam a falta cometida e reconduzem o homem à comunhão social.”. O Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) juntamente com o Conpresp estão em estudo para o tombamento do Complexo Penitenciário Carandiru, no qual a Penitenciária Sant’Ana se localiza. Neste estudo, é proposto o tombamento dos seguintes edifícios: 1.Portal de entrada e alameda interna; 2. Casa do Administrador; 3. Escritório de Formação de Agentes Penitenciários; 4. Penitenciário do Estado; 5. Pavilhões da Casa de Detenção (atual Etec Parque da Juventude); 6. Muralha; 7. Estrutura Remanescente da Penitenciária


do Estado e 8. Prisão Albergue. Além de estabelecer uma área envoltória também tombada, a qual deve apresentar altura máxima de 15 metros. Em 2005, a Penitenciária de São Paulo deixou de ser um presídio masculino e passou a abrigar mulheres, mudando seu nome para Penitenciária Sant’Ana que, atualmente, apresenta 2.162 presas. Segundo relatos de antigas funcionárias, a penitenciária ainda apresenta o seu lema original, porém as atividades executadas com as presas mudaram. A foto 31 evidencia a lenta ocupação da região Norte da cidade de São Paulo, já que, aos fundos da Penitenciária de São Paulo, localizam-se extensas áreas verdes desocupadas.

Foto 23: Entrada Penitenciária de São Paulo - 1920 Fonte: saopauloantiga.com.br/Penitenciária-de-sao-paulo/ (acesso: 05/2018)

Figura 08: Mapa tombamento Complexo Penitenciário Carandiru Fonte: Processo número: número: 1997-0.125.758-8 em estudo no Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São

Foto 30: Vista Galeria interna complexo prisional - 1920

Paulo) e DPH (Departamento do Patrimônio Histórico).

Fonte: saopauloantiga.com.br/Penitenciária-de-sao-paulo/ (acesso: 05/2018)

DEPOIS DAS GRADES 70


Foto 31: Vista aérea Penitenciária São Paulo - 1920

Foto 33: Vista aérea Penitenciária Feminina Sant’Ana, 2017 – Evidenciando a massiva

Fonte: saopauloantiga.com.br/Penitenciária-de-sao-paulo/ (acesso: 05/2018)

ocupação na região Norte da cidade. Fonte: uol.com.br/folha/saopaulo/images/10197435.jpeg | (acesso: 05/2018)

Foto 32: Vista entrada Penitenciária São Paulo com trilhos de bonde do Trem da Cantareira – 1920

Foto 34: Vista trabalho voluntário na Penitenciária Feminina Sant’Ana

Fonte: saopauloantiga.com.br/Penitenciária-de-sao-paulo/ (acesso: 05/2018)

Fonte: globo.com (acesso: 05/2018)

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Foto 35: Vista interna Penitenciária São Paulo - 1920

Foto 37: Vista interna Penitenciária São Paulo - 1920

Fonte: saopauloantiga.com.br/Penitenciária-de-sao-paulo/ (acesso: 05/2018)

Fonte: uol.com.br/folha/saopaulo/images/10197435.jpeg | (acesso: 05/2018)

Foto 36: Vista interna Penitenciária São Paulo - 1920Fonte: saopauloantiga.com.br/

Foto 38: Vista interna praça Penitenciária São Paulo - 1920

Penitenciária-de-sao-paulo/ (acesso: 05/2018)

Fonte: globo.com (acesso: 05/2018)

DEPOIS DAS GRADES 72


Museu Penitenciário Paulista Ao lado do acesso do Parque da Juventude na Avenida Zaki Narchi, encontra-se o Museu Penitenciário Paulista (MPP), cuja ênfase é explicar assuntos relacionais ao sistema prisional. Outra questão tratada em uma das exposições temporárias do museu é a capacitação dos presos durante a reclusão, cujo título sintetiza esta ideia: “Trabalho como meio de reintegração do preso à sociedade”. Essa exposição apresenta diversos trabalhos e muitas ações profissionalizantes desenvolvidos no sistema penitenciário paulista como uma das ferramentas ressocializadoras para presos e egressos. Nesta exposição, o “trabalho” é abordado como uma necessidade primordial para estabilidade, segurança individual e social, e uma ferramenta facilitadora para reinserção do preso na sociedade. Dentre os principais objetos confeccionados por detentos, estão: artigos de vestuário, móveis para escritório, pinturas e artesanatos. A exposição também apresenta escritas de filósofos juristas que refletem tanto a arquitetura prisional quanto o sistema.

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“Bentham vê na arquitetura a principal e mais apurada técnica de punição e recuperação, o próprio edifício pode ser considerado uma máquina que procura transformar a conduta dos detentos em cidadãos exemplares. O “panoptismo” tem seu princípio arquitetônico marcado pela vigilância no ponto central do edifício, em que se instala o inspetor, que, de dentro de uma torre, vê todos os prisioneiros sem ser visto. Bentham apropria-se da simetria rigorosa encontrada na forma de circular para tentar transformar infratores em cidadãos virtuosos. Estes princípios, assim como multiplicação das janelas com a maior disponibilidade de luz dentro das celas, tratam de garantir a inspeção por meio da visibilidade constante e impedem a comunicação entre detentos, ao mesmo tempo em que se preocupam em assegurar condições de higiene avaliadas como ideais.” Jeremy Bentham Trecho exposição permanente Museu Penitenciário Paulista Escrita sobre Antropologia Criminal – escola Positivista e Escola Sociológica

Desta forma, percebe-se que o museu tem como objetivo desmistificar tanto o equipamento prisional quanto o próprio sistema, revelando uma visão livre de preconceitos sobre o tema. Porém, sua implantação não apresenta nenhum envolvimento com seu entorno imediato, nem com o Parque da Juventude que se localiza ao lado, questões que, se alteradas, potencializarão a frequência neste espaço. Além disso, com essa implantação, o museu também é um influenciador das áreas muradas que delimitam o parque.


Foto 38: Chuva de palavras – instalação Museu Penitenciário Paulista

Foto 39: Réplica de moto Harley-Davison confeccionada por ex-detentos

Fonte: Autoria Própria

Fonte: Acervo MPP – Museu Penitenciário Paulista

Foto 40: Obra: Mulher Sentada Obra: Mulher sentada Figura 9: Encarte Museu Penitenciário Paulista

Fonte: Acervo MPP – Museu Penitenciário Paulista; Autor: Lib; Técnica: óleo sobre tela;

Fonte: MPP – Museu Penitenciário Paulista

Dimensões: 79 x 109 cm

DEPOIS DAS GRADES 74


2.3 Análise do território Após as visitas e o estudo da contextualização histórica do local, foi desenvolvido um série de mapas assimilando as informações obtidas nas visitas e as questões fornecidas pelos órgãos correspondentes. Os mapas a seguir analisam e identificam questões como: Usos e Equipamentos, Gabarito de altura e Espaço Aéreo, Infraestrutura urbana, Legislação, Meio Físico e Risco Geológico, Qualidade do Ar, Transporte Público e Vulnerabilidade Social.

Mapa: Usos e Equipamentos Análise: Em sua maioria, a área é composta por usos mistos, entre residências, serviços e comércios de abrangência local. Dentre os equipamentos, destacam-se os ligados à educação (Biblioteca de São Paulo e a Etec – Parque da Juventude), assistência social (CAPS (Centro de Atenção Psciosocial), CTA (Centro Temporário de Acolhimento), CER Olavo Egydio (Centro de Reabilitação) e Centro de Acolhida para pessoa em situação de rua) e a segurança (Penitenciária Feminina Sant’Ana, Penitenciária Feminina da Capital, SAP (Secretária de Administração das Penitenciárias), Hospital Penitenciário remanescente do complexo do Carandiru, DEIC e uma delegacia de polícia). Também é possível perceber que os equipamentos relacionados à segurança ocupam grandes extensões de área com edifícios isolados no lote, portanto, gerando espaços ociosos e não utilizados no interior desses equipamentos.

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USOS | EQUIPAMENTOS Fonte: Visita ao local, geosampa e Gestão Urbana SP

LEGENDA USOS PREDOMINANTES DO SOLO

Residencial | Indústria | Armazéns

EQUIPAMENTOS Institucional

Equipamentos públicos

Residencial | Comércio | Serviços

Serviços

Residencial vertical

Comércio | Serviços

Saúde

Residencial horizontal

Comércio | Serviços | Indústria e Armazéns

Segurança

Cultural Assistência social Educação DEPOIS DAS GRADES 76


Mapa: Gabarito e espaço aéreo Análise: Quanto à morfologia, a região apresenta baixo gabarito de altura, marcada, principalmente, por edificações com 1 a 5 pavimentos (3m a 15m). Próximo ao eixo da Avenida Cruzeiro do Sul, percebemse algumas edificações mais altas (altura superior a 30 metros, aproximadamente), evidenciando as mudanças que a área está passando. Devido à proximidade com o Aeroporto Campo de Marte, localizado no eixo Oeste do recorte, esta área está inserida completamente em uma Zona de proteção e Auxilio à Navegação Aérea, portanto, os gabaritos de altura na região são controlados pelo departamento responsável (DECEA – Departamento de Controle do espaço Aéreo).

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GABARITO E ESPAÇO AÉREO Fonte: Visita local, geosampa, Gestão Urbana SP e DECEA (acesso: fevereiro/2018)

LEGENDA GABARITO

ESPAÇO AÉREO

1 e 2 pavimentos

8 à 10 pavimentos

3 à 5 pavimentos

+ 10 pavimentos

6 e 7 pavimentos

Segundo o DECEA (Departamento de Controle de Espaço Aéreo),o recorte em estudo esta localizado interamente em Zona de proteção e Auxílio à Navegação Aérea e Proteção ao Aeródromo, devido sua proximidade com o Aeroporto de São Paulo - Campo de Marte. Portanto, qualquer projeto realizado na área, deverá seguir as normas do departamento específico. DEPOIS DAS GRADES 78


Mapa: Infraestrutura Análise: Com relação à infraestrutura, foi percebido que a área apresenta muitos pontos de iluminação nas vias públicas em estudo, porém, apesar da quantidade, a área ainda apresenta lugares com falta de iluminação ou interferência entre a densa vegetação e os pontos de iluminação, como identificado no capítulo de análise do território. Outro ponto identificado na área é a zona de servidão, ou seja, lugares de passagem das torres de alta tensão que entrecortam toda a área de estudo.

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INFRAESTRUTURA Fonte: Visita local, geosampa e Gestão Urbana SP (acesso: fevereiro/2018)

LEGENDA vias com iluminação pública pontos de iluminação pública torre de alta tensão

DEPOIS DAS GRADES 80


Mapa: Legislação Análise: Quanto à legislação, a área classifica-se, principalmente, em Zonas de Estruturação Metropolitana, que, de acordo com o Plano Diretor Estratégico, é composto por ZEM (Zona de Eixo de Estruturação e Transformação Metropolitana) e ZEMP (Zona de Eixo de Estruturação e Transformação Metropolitana), que são zonas com parâmetros urbanísticos com coeficiente de aproveitamento máximo igual a 4 e gabarito sem limite, o que explica e denota uma transformação na morfologia da área, principalmente em relação ao gabarito. A área também apresenta zonas relacionadas a seus equipamentos específicos, como, por exemplo, as Penitenciárias que estão localizadas em ZOE (Zona de Operação Especial) e ZEPAM (Zona Especial de Preservação Ambiental).

Além disso, outra questão identificada em relação à legislação na área de estudo é o instrumento urbanístico PEUC (Parcelamentos, Edificação e Utilização Compulsórios), que busca forçar os proprietários de imóveis urbanos a consagrar a função social da propriedade em imóveis. A função social está presente na Constituição Federal de 1988, e direciona o direito de propriedade no Brasil. De acordo com a Constituição, todo bem, seja móvel ou imóvel, rural ou urbano, deve ter um uso condizente com os interesses da sociedade, e não apenas aqueles dos proprietários. No caso dos imóveis urbanos, os interesses da sociedade se refletem na ordenação da cidade, definida pelo Plano Diretor. Assim, por meio de uma plataforma eletrônica da prefeitura de São Paulo, são apontados os imóveis que não cumprem essa função social.

Além da Zona de Uso e Ocupação, a área também está inserida no Projeto de Intervenção Urbana Arco Tietê (PIU), que, atualmente, encontra-se suspenso.

Dessa forma, foram identificadas três quadras na área de estudo já apontadas como locais que não cumprem a função social, como mostra o mapa a seguir.

Este Projeto de Intervenção Urbana propunha a abertura de novas vias e eixos entre a área central e os bairros de Santana e Vila Guilherme, gerando um novo eixo de conexão urbana, além de um redesenho e proposta de novos usos das extensas quadras localizadas na área de várzea do Rio Tietê.

Duas das quadras identificadas são delimitadas pela Rua Antonio do Santos Neto, a qual foi analisada no capítulo anterior devido aos mesmo motivos identificados neste apontamento.

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LEGISLAÇÃO Fonte: Geosampa e Gestão Urbana SP (acesso: fevereiro/2018)

LEGENDA ZEIS - 1

ZOE

ZEIS - 3

ZC

(zona especial de interesse social) (zona especial de interesse social)

ZM

(zona mista)

ZEPAM

(zona especial de proteção ambiental)

(zona operações especiais) (zona centralidade)

ZEM

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

ZEMP

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

DEPOIS DAS GRADES 82


área de estudo

Mapa 07: Mapa Andamento de Projetos de Intervenção Urbana e identificação da área de estudo Fonte: gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br (acesso julho/2018)

área de estudo

área de estudo

Mapa 08: Oportunidade do PIU e identificação da área de estudo

Mapa 12: Unidades de Projeto do PIU Arco do Tietê e identificação da área de estudo

Fonte: Sumário Executivo Arco do Tietê

Fonte: Sumário Executivo Arco do Tietê

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Mapa 10: Locais apontados como imóveis que não cumprem a função social. Fonte: gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br (acesso julho/2018)

área de estudo

Mapa 11: Áreas de transformação urbana nas AIU (Áreas de Intervenção Urbana) Fonte: Sumário Executivo Arco do Tietê

DEPOIS DAS GRADES 84


Mapa: Meio Físico e Risco Geológico Análise: Em relação ao meio físico, grande parte do recorte estudado encontra-se em uma Planície Aluvial, plana, formada pela deposição de sedimentos trazidos do Rio Tietê. Além disso, a área também apresenta pontos sujeitos a alagamentos, uma vez que se localiza na área de várzea do Rio Tietê. Outra questão são os terrenos contaminados, de acordo com o Relatório da CETESB de dezembro de 2017, a área de estudo apresenta quatro terrenos contaminados devido à implantação incorreta de Postos de Combustível e, por conta do aterramento incorreto de resíduos sólidos industriais, domésticos e entulhos, a área apresenta uma grande concentração de gases inflamáveis em algumas camadas subterrâneas do solo, portanto, para implantação de projetos, é necessária a colocação de áreas de respiro específicas como medida de segurança para que se evite a combustão desses gases.

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MEIO FÍSICO E RISCO GEOLÓGICO Fonte: Visita local, Relatório de áreas contaminadas e reabilitadas do Estado de São Paulo – CETESB (dez/2017) e Geosampa (acesso: fevereiro/2018)

LEGENDA Sedimento terciário

Terra Mole e compressível

Planície Aluvial

Massa D’agua - Córrego do Carandiru (Bacia Hidrografia do Rio Tietê)

Aterro

Área com histórico de queda de árvores

Área Sujeita a inundação

Área sujeita a alagamento

Área contaminada

DEPOIS DAS GRADES 86


Mapa: Emissões Atmosféricas, Qualidade do Ar e Sistema Viário Análise: Relacionando o sistema viário principal com os índices de emissões atmosféricas e qualidade do ar, foi identificado que a área apresenta grandes emissões de CO (monóxido de carbono), apesar da densa massa vegetal do Parque da Juventude. Os locais de principal emissão relacionam-se com os eixos viários principais da área (Avenida Cruzeiro do Sul, Avenida Zaki Narchi, Avenida General Ataliba Leonel e trecho da Avenida Otto Baumgart) e, também, devido à proximidade da área com a Marginal do Rio Tietê. Portanto, a qualidade do ar na região também se encontra prejudicada, indicando um índice de 61, considerado moderado, ou seja, apresenta condições aceitáveis, com a existência de alguns poluentes, principalmente, de automóveis e ônibus municipais.

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EMISSÕES ATMOSFÉRICAS | QUALIDADE DO AR | SISTEMA VIÁRIO Fonte: emissões.energiaambiental.org.br e aqicn.org (acesso: março/2018 )

LEGENDA EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

QUALIDADE DO AR

MONÓXIDO DE CARBORO - CO (kg/h.km2) (Valores médios de segunda à sexta - 17 as 19h)

61

O recorte de estudo, apresenta o índice de 61 para a qualidade do ar.

3,154 à 8,22

15,296 à 29,177

Este índice é considerado Moderado, ou seja:

8,221 à 15,296

29,178 à 64,176

poluentes, principalmente automóveis e ônibus

condições aceitáveis, com a existência de alguns

SISTEMA VIÁRIO

Avenida Cruzeiro do Sul (ligação com Marginal Tietê e Avenida do Estado (Zona Leste)

Avenida General Ataliba Leonel (ligação Norte / Sul - Avenidas Tiradentes e 23 de maio)

Avenida Zaki Narchi e Ottp Baumgart (ligação Norte / Sul e acesso a Marginal Tietê)

municipais.

DEPOIS DAS GRADES 88


Mapa: Transporte Público | Mobilidade Análise: A área de estudo detém de diversos meios de transporte que auxiliam a mobilidade interna da área, assim como, a conexão com os outros bairros da cidade. Grande parte das vias apresenta circulação de ônibus e as principais avenidas da área realizam importantes conexões, tais como: Avenida Cruzeiro do Sul (conexão da Zona Norte tanto com o Centro da cidade (Sé) quanto com a Avenida do Estado, e, consequentemente, a Zona Leste e região do ABC), Avenida General Ataliba Leonel (conecta os bairros de Santana e Vila Guilherme com vias que levam para o corredor Norte-Sul (Avenida Vinte Três de Maio), são elas: Avenida Tiradentes e Prestes Maia), Avenida Zaki Narchi (assim como a avenida General Ataliba Leonel também conecta o bairro com o corredor Norte-Sul) e trecho da Avenida Otto Baumgart (que conecta o bairro com a Marginal do Rio Tietê e, consequentemente, com a Rodovia Ayrton Senna e Castelo Branco levando às cidades do interior Paulista).

A área de estudo localiza-se a, aproximadamente, 7 km de distância do bairro da Sé (bairro com, aproximadamente, 104 – 1.624 empregos/habitantes), e esse trajeto pode ser realizado por diferentes modais na área.

Mapa 12: Densidade de empregos Fonte: Infraestrutura e projetos de regeneração urbana. Andrea Bazarian Vosguericthian. São Paulo, 2015.

Além disso, a área de estudo também apresenta ciclovias junto às principais vias e na área interna do Parque da Juventude, ambas são bastante utilizadas. A grande quantidade de modais de transporte público na área também auxilia na facilidade de acesso dessa área com outros bairros da cidade que detém a maior quantidade de oferta de empregos por habitante. 89

Esquema 2: Estimativa distância e tempo Área de Estudo como Bairro Sé Fonte: Google Maps. (acesso: 07/2018)


TRANSPORTE PÚBLICO | MOBILIDADE Fonte: Visita local, geosampa e Gestão Urbana SP (acesso: fevereiro/2018)

LEGENDA ÔNIBUS Vias com passagem de ônibus e pontos de parada.

METRÔ

BICICLETA Linha 1 Azul do Metrô

Estação Santana

Estação Carandiru

Ciclovias: Avenida Cruzeiro do Sul; Avenida Zaki Narchi; Avenida Otto Baumgart; Avenida Luis Dumont Villares.

DEPOIS DAS GRADES 90


Mapa: Vulnerabilidade Social Análise: A partir de dados do SEADE (Sistema Estadual de Análise de Dados de 2010), foi possível mapear e identificar quais os locais mais vulneráveis na área de estudo, ou seja, qual o rendimento médio mensal da população que habita o recorte. Dessa forma, foi identificado que grande parte população da área apresenta rendimento entre 3.000 a R$ 8.500, considerados índices baixos vulnerabilidade, porém cinco quadras localizadas eixo da Avenida Zaki Narchi apresentam índices vulnerabilidade altos (rendimento médio mensal de salário mínimos (aproximadamente, R$ 1.400)).

da R$ de no de 1,5

Correspondendo as informações desse mapa com outras já identificadas, observou-se que as quadras que não apresentam função social são as mesmas que apresentam alta vulnerabilidade social. Além disso, nesse mesmo local, também está inserido o Conjunto Habitacional Cingapura Zaki Narchi.

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VULNERABILIDADE SOCIAL Fonte: Geosampa, Gestão Urbana SP e SEADE (dados de 2010) (acesso: fevereiro/2018)

LEGENDA Alta

Baixa

Baixissíma

aproximadamete 1,5 salário mínimo)

aproximadamente 2 salários mínimos)

aproximadamente 8,8 salários mínimos)

Média

Muito Baixa

aproximadamente 1,7 salário mínimo)

aproximadamente 3 salários mínimos)

(Rendimento médio: R$ 1.401

(Rendimento médio: R$ 1.627

(Rendimento médio: R$ 2.133

(Rendimento médio: 8.459

(Rendimento médio: R$ 2.964

DEPOIS DAS GRADES 92


2.4 Problematização da área

2. Ciclovias Existentes

A partir das visitas e análises descritas nos itens anteriores, foram identificadas as seguintes potencialidades e fragilidades: Potencialidades: 1. Uso das áreas livres:

legenda Ciclovias: Parque da Juventude; Avenida Cruzeiro do Sul; Avenida Zaki Narchi; Avenida Otto Baumgart; Avenida Luis Dumont Villares.

legenda Parque Juventude

As ciclovias das avenidas limites do parque são bastante usadas, inclusive aos domingos quando as avenidas apresentam o programa Ciclofaixas de Lazer da prefeitura de São Paulo.

O Parque da Juventude apresenta bastante frequentadores e, após sua implantação, foi bem aceito tanto pelos moradores locais quanto moradores de outros bairros próximos. Apesar da frequência, o parque ainda sofre com descaso e má utilização, principalmente após eventos, onde constatou-se uma grande quantidade de lixo deixados em várias partes do local.

Foto 36: Ciclovia existente Avenida General Ataliba Leonel Fonte: Autoria Própria

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3. Transporte Público metrô Santana

4. Conexões vias que passam ônibus

metrô Carandiru

legenda Av.General Ataliba Leonel

(conexão com o corredor Norte - Sul)

Av.Cruzeiro do Sul

(conexão com a Avenida do Estado - zona Leste da cidade)

Av. Zaki Narchi - Av. Otto Baugart

(conexão corredor Norte - Sul e Marginal Tietê)

A área apresenta fácil acesso a diferentes modais de transporte público: Metrô (Santana e Carandiru) e Ônibus (faixas exclusivas e terminal rodoviário Santana).

As avenidas que delimitam a área de estudo são vias estratégicas para conexão com o restante da cidade.

Foto 41: Entrada Metrô Carandiru

Foto 42: Cruzamento Avenida Cruzeiro do Sul e Avenida Zaki Narchi

Fonte: Autoria Própria

Fonte: Autoria Própria

DEPOIS DAS GRADES 94


Fragilidades:

1. Muros e Ociosidade

2. Falta de Transposições

legenda

Extensas áreas muradas e sem uso, e quadras longas, ociosas e ocupadas por equipamentos públicos pouco utilizados.

O Parque da Juventude apresenta conexões apenas no sentido longitudinal (avenidas Zaki Narchi e Cruzeiro do Sul) no sentido transversal, o parque não apresenta conexão. Dessa forma existem na área diversos muros que delimitam determinadas regiões no recorte estudado.

Foto 43: Vista muros terrenos ociosos Avenida Zaki Narchi

Foto 44: Rua Urupiara – Muro delimitando área do Parque da Juventude/Etec de Artes

Fonte: Autoria Própria

Fonte: Google Street View

Quadras extensas com edifícios públicos monofuncionais isolados

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3. Baixa atratividade | sem uso zonas de sevidão (redes de alta tensão)

4. Vulnerabilidade Social Museu Penitenciário Paulista (área de baixa atratividade)

Devido a sua implantação circundada por muros, o Museu Penitenciário Paulista (MPP) apresenta baixa frequência e poucos atrativos, apesar de apresentar um acervo permanente extenso e interessante. Além disso, a área de estudo também apresenta diversos terrenos identificados como zonas de servidão para redes de alta tensão, ou seja, terrenos livres, murados e ociosos.

legenda Área apresenta rendimento médio mensal de 1,5 salários mínimos (aproximadamente, R$ 1.400,00)

Como já relatado no decorrer desse trabalho, as áreas localizadas entre o Cingapura Zaki Narchi e o limite do Parque da Juventude podem ser identificadas tanto pelos dados quanto pelas visitas, apresentam uma população carente convivendo com baixas condições de higiene e saneamento básico.

Foto 45: Terrenos destinado para Redes de alta Tensão Murados e ociosos.

Foto 46: Rua Santo Antônio (fundos Conjunto Habitacional Cingapura)

Fonte: Autoria Própria

Fonte: Google street view

DEPOIS DAS GRADES 96



3. EX-PRESIDIÁRIAS


Como já relatado no início desse trabalho, o Brasil apresenta, aproximadamente, 37.380 presas, segundo dados da Worl Female Imprisionment List de 2014. Desse número, 40% dessas presas estão no estado de São Paulo, segundo o INFOPEN Mulheres, publicado em junho de 2014. Conforme identificado no capítulo anterior, na área de estudo, localizam-se duas das onze penitenciárias femininas do estado de São Paulo. Segundo dados do primeiro semestre de 2018, a Penitenciária Feminina da Capital funciona com, aproximadamente, 100% da sua capacidade (população: 604 | capacidade: 606), já a Penitenciária Feminina Sant’Ana funciona com 80% da sua capacidade (população: 2.162 | capacidade: 2.696), totalizando uma população prisional feminina de: 2.765 presas nessas duas unidades. O total de presas nas onze penitenciárias femininas do estado de São Paulo é de 7.551, segundo dados da Secretária de Administração das Penitenciárias no primeiro semestre de 2018, portanto, as duas penitenciárias localizadas no recorte de estudo representam, aproximadamente, 40% do total de mulheres presas em todo o estado de São Paulo, dessa forma, entende-se a representatividade desses equipamentos na região e na dinâmica urbano-social da cidade.

99

Pelos dados levantados, percebeu-se a necessidade de identificar quem são essas mulheres que representam grande parte da população residente, mesmo que temporariamente, na área de estudo e quais os motivos que as levaram para esses equipamentos.

3.1 Quem são essas mulheres? De acordo com dados do Levantamento Nacional de informações penitenciárias dedicado para Mulheres de 2014, as presas no Brasil são jovens, têm filhos, possuem baixa escolaridade e exerciam atividades de trabalho informal no período anterior ao aprisionamento. Em resumo, o perfil das mulheres presas pode ser caracterizado por: 1. Idade predominante: 18 a 24 anos; 2. Etnia: Negra; 3. Estado civil: Solteiras 4. Escolaridade: Ensino Fundamental Incompleto 5. Gênero do crime: Tráfico de drogas/Reincidência 6. Filhos: 2 a 3 Através dos dados, identificou-se que a maioria dessas mulheres foi presa devido ao tráfico de drogas, em que a maioria delas ocupava uma posição coadjuvante no crime, ou seja, auxiliavam seus parceiros realizando serviços de transporte e pequeno comércio, sendo poucas as que exercem atividades de gerência do tráfico.


NÍVEL DE ESCOLARIDADE DAS MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE - BRASIL 2% 1% 4%

11%

8%

14% 50%

10%

Analfabeto

Alfabetização sem sursos regulares

Ensino Fundamento Incompleto

Ensino Fundamental Completo

Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio Completo

Ensino Superior Incompleto

Ensino Superior Completo

FAIXA ETÁRIA DAS MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE - BRASIL 1% 10% 27% 21%

23%

18%

18 à 24 anos

25 à 29 anos

30 à 34 anos

46 à 60 anos

61 à 71 anos

< 70 anos

35 à 45 anos

A reincidência prisional é quando uma pessoa retorna ao sistema penitenciário após já ter cumprido pena em um estabelecimento penal. Por meio de relatos realizados pelo Dr. Drauzio Varella em seu livro “Prisioneiras”, foi identificado que, após o cumprimento da pena, muitas mulheres saem sem apoio familiar, casa e dinheiro, ou seja, sem perspectivas para um novo começo e, infelizmente, o retorno às celas acaba tornando-se comum. “A liberdade, assim encarada, não se apresenta como uma nova vida, boa e livre, mas como um futuro negro e desconhecido.” MUAKAD, Irene Batista. Prisão albergue: reintegração social, substitutivos penais,

DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO DE CRIME 2% 3%

7% 2% 9% 8% 1%

Apesar de alguns estudos já citados no decorrer desse trabalho identificarem que a taxa de reincidência feminina é menor que a masculina, esse fator ainda é responsável pela manutenção da população prisional. Portanto, é necessário entender os motivos que levam essas mulheres a retornarem para as unidades prisionais.

68%

Tráfico

Quadrilha ou bando

Roubo

Furto

Receptação

Homícidio

Latrocínio

Desarmamento

progressividade do regime e penas alternativas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 143 p.44 ISBN 8522420181 (broch.)

Portanto, são necessárias medidas que auxiliem essas mulheres após o cumprimento da pena. Segundo o estudo “Incarceration and Recidivism: Lesson From Abroad” (DEADY, Carolyn W.; 2014), países como Alemanha e os Países Baixos vêm intensificando os cuidados com reabilitação e ressocialização como questões auxiliadoras na manutenção do número de reincidentes prisionais.

Gráficos 08,09 e 10: Nível de escolaridade, Faixa Etária e Distribuição por gênero de crime.

Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – INFOPEN MULHERES – Junho 2014, Ministério da Justiça e DEPEN ( Departamento Penitenciário Nacional).

DEPOIS DAS GRADES 100



4. RESSOCIALIZAÇÃO


103


A ressocialização visa ao apoio e ao tratamento do egresso do sistema prisional. Este apoio pode acontecer pela capacitação, educação, inserção no mercado de trabalho ou pelo apoio psicológico e médico. O trabalho, entendido como um ofício, é um dos principais meios utilizados para a ressocialização, uma vez que auxilia na ocupação mental, funcionando como uma terapia. No Brasil, existem medidas que incentivam o trabalho do preso durante a sua pena e que auxiliam na diminuição do tempo da sentença, além de ajudar em questões da vida após a reclusão. “– Todo mundo tem cama, comida e roupa e, se não quiser trabalhar, não precisa. – Lá fora, o negócio é diferente – tem que trabalhar para se manter, se não quiser roubar. Aqui quem não trabalha vive também.” Relato de uma presa sobre os trabalhos durante o cumprimento da pena. Fonte: EMGRUBER, Julita. Cemitério dos vivos: análise sociológica de uma prisão de mulheres. Rio de Janeiro: Achiamé, p. 115, 1983.

Foto 46: Vistas através das grades das torres de segurança da Penitenciária Femina da Capital

Segundo a professora Irene Batista no livro “Prisão Albergue”, “A inatividade acaba levando o indivíduo a uma situação negativa, que encoraja a negligência. A ocupação profissional é necessária na vida do homem, visto que um desocupado é um possível candidato a ações ilícitas.”, portanto, foram reunidas e estudadas organizações que têm a ocupação profissional como um tema central no auxílio da ressocialização do egresso.

Fonte: Facebook (acesso:03/2018)

DEPOIS DAS GRADES 104


4.1 FUNAP - Fundação Prof. Dr.

Manoel

Pimentel” de Amparo ao Trabalhador Preso Instituída pelo Governo do estado de São Paulo em 1976, a FUNAP está vinculada à Secretária de Administração Penitenciária. A fundação apresenta diversos projetos voltados para a população prisional durante o cumprimento da pena, dentro os projetos desenvolvidos, destacam-se:

Além do estado de São Paulo, a Fundação também apresenta trabalhos semelhantes em outros estados do país, como em Brasília, por exemplo. Em todas as suas sedes, a fundação apresenta parceria com a Secretaria de Administração das Penitenciárias e possibilita a diminuição da pena de acordo com a quantidade de horas trabalhadas e o tipo de sentença do preso.

Casa Mãe: consiste em uma área dentro dos presídios femininos que integra um pátio de convivência totalmente adaptado para o acolhimento das mães e seus bebês, no convívio temporário materno. Oficina escola profissionalizante: essa escola consiste na capacitação dos presos. Este projeto apenas é desenvolvido com homens, para os segmentos da confecção, marcenaria ou serralheria.

Foto 47: Presos trabalhando na confecção. Fonte: funap.sp.gov.br

As escolas estão ligadas ao Programa de Educação para o Trabalho e Cidadania – “De Olho no Futuro”, cujo objetivo é proporcionar às pessoas privadas de liberdade a formação social com a finalidade de atender o princípio da formação integral – o saber ser e o saber fazer. Além disso, as escolas apresentam parcerias instituições de ensino oferecendo uma capacitação qualificada para os adeptos. Atualmente, esta escola já funciona nas Penitenciárias de Irapuru, Andradina, Riolândia e em Taubaté. 105

(acesso: 07/2018)

Foto 48: Presos trabalhando na marcenaria. Fonte: funap.sp.gov.br (acesso: 07/2018)


4.2 Ponto Firme Iniciado em 2014, quando o estilista Gustavo Silvestre passou participar do trabalho voluntário na Penitenciária Adriano Marrey em Guarulhos – SP, ensinando crochê para os detentos. O Ponto Firme oferece aulas de crochê e, a cada semestre, os participantes recebem certificados das etapas concluídas no curso. O projeto começou com apenas onze alunos, mas já formou cerca de 100 presos. Em março de 2018, os alunos exibiram as peças confeccionadas nas aulas em uma passarela montada no próprio presídio para os internos e familiares. O estilista também conseguiu com que algumas peças confeccionadas pelos detentos fossem usadas durante o desfile da sua própria marca no SPFW de 2018.

Foto 49: Ponto Firme

Foto 50: Desfile Projeto Ponto Firme – SPFW 2018

Fonte: Facebook Ponto Firme

Fonte: ffw.uol.com.br

(acesso:07/2018)

(acesso: 07/2018)

DEPOIS DAS GRADES 106


4.3 PanoSocial Empresa de confecção sustentável criada pelo austríaco Gerfried em 2015, que, ao morar no Brasil, ficou bastante impactado com as questões sociais do nosso país, e resolveu criar uma empresa que empregasse ex-detentos e auxiliasse na ressocialização dessa população. Por meio de pesquisas na área, Gerfried Goulhofer e Natacha Lopes Barros, sócios-criadores da PanoSocial, identificaram que apenas 9% dos ex-detentos conseguem um emprego, portanto, resolveram auxiliar a dinâmica social.

“Temos conseguido grande resultado também em anúncios no Facebook. Muitas pessoas se aproximam e os interessados passam pela nossa equipe técnica antes da contratação. Há um filtro para que cheguem pessoas comprometidas e para que a gente possa mostrar à sociedade que dá certo. Capacitação é o lema. Dentro das prisões, o que a Funap consegue atender com seus programas não chega a 10% da população carcerária.” Relato de Natacha Lopes Barros para o site Projeto Draft Fonte: projetodraft.com | acesso: 07/2018

“Só 9% dos ex-detentos conseguem emprego. É hora do empresariado olhar para isso. Contratar um egresso é promover também a paz social!” Relato de Natacha Lopes Barros para o site Projeto Draft Fonte: projetodraft.com | acesso: 07/2018

A empreendedora relatou em entrevista para o site Projeto Draft, que os egressos podem ser encontrados por diversos caminhos, como a Funap, que trabalha dentro dos presídios com oficinas, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), por meio da SERT (Secretária de Emprego e relação do Trabalho), e o Afroreagge com o Segunda Chance, um programa de empregabilidade para ex-detentos.

Foto 51: Paulo Tadeu da Silva – Alfaiate PanoSocial Fonte: projetodraft.com (acesso: 07/2018)

107


O Sr. Paulo Tadeu Silva, 64 anos, foi o primeiro funcionário contratado pela PanoSocial em 2016, passou 29 anos em reclusão, somando seus dois períodos de prisão. Ele encontrou na confecção “uma família”, como gosta de chamar a equipe. Com o emprego fixo, Paulo conseguiu se estruturar melhor, além de ter a oportunidade diária de aperfeiçoar seu talento em modelagem e costura. Hoje, 60% dos empregados da empresa são egressos do sistema prisional brasileiro.

Foto 52 : Equipe PanoSocial Fonte: projetodraft.com (acesso: 07/2018)

Alguns se preparam ainda na cadeia por meio das oficinas oferecidas de corte e costura e outros recebem capacitação profissional na própria PanoSocial. O dia a dia dos funcionários é dividido em trabalho e capacitação profissional, portanto, a PanoSocial tem parcerias com oficinas que ensinam o oficio da costura, psicólogos e assistentes sociais que também auxiliam nessa dinâmica. Além disso, os funcionários também passam por técnicas que auxiliem o desenvolvimento humano, como meditação e conversas. A empresa localiza-se na Galeria Metrópole, no Centro da cidade de São Paulo, e trabalha com a produção da própria grife e também confecciona produtos para marcas e instituições — como Greenpeace, Korin e C&A. Foto 53: Etiqueta das peças confeccionadas na PanoSocial Fonte: Instagram PanoSocial (acesso: 07/2018)

DEPOIS DAS GRADES 108


4.4 HUMANISTAS 360

“ Virei empresária!”

A organização Humanistas 360 (H360) iniciou em março de 2015 um projeto voltado para o combate a violência. Este projeto é uma cooperativa de presas que desenvolvem artesanato em uma jornada de segunda a sexta durante 8horas por dia. A organização fornece todo o material para aulas e oferece aulas de: arte, corte e costura, crochê, tricô e design. Diferente de outros programas que já acontecem em outros presídios, neste caso, a presa recebe uma renda de acordo com a comercialização dos produtos produzidos por elas e tem a possibilidade de segui no programa após a liberdade.

Comemora Jaquiselli Antônia Mendes Banin de 36 anos, presa em 2009 devido ao tráfico de drogas.

“ Ao se transformarem em empreendedoras, essas pessoas garantem uma atividade ao sair da prisão e tem chance de quebrar o ciclo da miséria que favorece a criminalidade.” Depoimento Patrícia Rieper Leandrini Villela Marino, voluntária e uma das criadoras do programa.

A instituição pretende expandir a abrangência do programa para outras penitenciárias no decorrer do desenvolvimento e amadurecimento do projeto.

A intenção do programa é estimular e ensinar essas mulheres o empreendedorismo, de modo que aprendam um ofício e o executem após a reclusão. “ As pessoas precisam entender que os detentos não ficarão enclausurados a vida inteira e que eles devem ser preparados para sair.” Depoimento Patrícia Rieper Leandrini Villela Marino, voluntária e uma das criadoras do programa.

Até o momento esse programa é realizado na Penitenciária Feminina 2 de Tremembé, onde participam 34 detentas no projeto ainda embrionário. Durante esse primeiro período de realização as presas receberam em média R$560,00 por mês. 109

Foto 54: Visitas Patricia Villela Marino na Penitenciária de Tremembé 2 Fonte: Revista Veja São Paulo - 05/10/2018


Foto 55: Produtos produzidos pela marca “Quem é Tereza?” como desdobramento do

Foto 57: Produtos produzidos pela marca “Quem é Tereza?” como desdobramento do

trabalho realizado pela ONG Humanistas 360

trabalho realizado pela ONG Humanistas 360

Fonte: Revista Veja São Paulo - 05/10/2018

Fonte: Revista Veja São Paulo - 05/10/2018

Foto 56: Produtos produzidos pela marca “Quem é Tereza?” como desdobramento do

Foto 58: Produtos produzidos pela marca “Quem é Tereza?” como desdobramento do

trabalho realizado pela ONG Humanistas 360

trabalho realizado pela ONG Humanistas 360

Fonte: Revista Veja São Paulo - 05/10/2018

Fonte: Revista Veja São Paulo - 05/10/2018

DEPOIS DAS GRADES 110



5. REFERÊNCIAS PROJETUAIS


5.1 Centro Comunitário de El Rodeo de Mora Ficha Técnica: Arquitetos: Fournier Rojas Arquitectos Localização: San José, Cidade Colón – Costa Rica Área: 750m2 Ano: 2016 Programa: Sala multiuso; Praça; Cozinha; Vestiários; Banheiros públicos.

nela, sentidos ligados tanto ao poético quanto ao sociológico, movidos por vagos impulsos inconscientes ou por um nítido projeto ideológico.”. Baseando-se nesse pensamento, entende-se que a significação poética da forma para o projeto deve ser uma diretriz, pois esta se reflete no comportamento e na sensação dos usuários no local.

Descrição do Projeto: Centro Comunitário para comunidade de El Rodeo na Costa Rica foi construído de modo a não requerer qualquer acabamento e baixa manutenção, por meio da cobertura ventilada de fibrocimento, o projeto evita a utilização do forro e também promove o conceito aberto e protegido, a partir da sua planta livre e em formato circular.

Fonte 59: Vista Comunitário de El Rodeo de Mora Fonte: foroarq.net/architecture.html (acesso: 03/2018)

Motivo da escolha: Forma Como descrito no livro “A Construção do sentido na arquitetura”: “Uma edificação não tem apenas um significado formal, estético e outro funcional: há,

Fonte 60 : Vista Interna Comunitário de El Rodeo de Mora Fonte: foroarq.net/architecture.html (acesso: 03/2018)

113


Desenho 06: Estudo Referência

Desenho 08: Estudo Referência

Fonte: Autoria Própria

Fonte: Autoria Própria

Desenho 07: Estudo Referência Fonte: Autoria Própria

DEPOIS DAS GRADES 114


5.2 Moradias Infantis Ficha técnica: Arquitetos: Aleph Zero e Marcelo Rosenbaum Localização: Tocantins (Fundação Bradesco) – Brasil Área: 23.300 m2 Ano do projeto: 2017 Prêmios: Projeto Vencedor do 4º prêmio de arquitetura Instituto Tomie Ohtake – Akzo Nobel e Projeto Vencedor do American Architecture Prize 2017 – categoria Habitação Social. Programa: Duas moradias (feminina e masculina) totalizando 45 unidades de 6 alunos cada; Sala de Tv; Espaço de Convívio; Pátios; Redário.

outra feminina. Para entendermos adequadamente esta escala e propor uma relação de pertencimento em que se altera o entendimento da escola de um local meramente educacional para um local em que também se reside, foi utilizada a metodologia desenvolvida pelo arquiteto Marcelo Rosenbaum: “A Gente Transforma”, em que se parte de uma colaboração aberta e intensa com a comunidade local, professores, administração, e, especialmente, os usuários do edifício, as crianças. O processo passa por fases de pesquisa, imersão e colaboração com todos os envolvidos por meio de workshops e dinâmicas, em que se busca um entendimento comum do problema e de suas possíveis soluções advindas do diálogo entre a técnica. Motivo da escolha:

Descrição do Projeto:

Materialidade

O projeto tem como objetivo a transformação por meio do resgate cultural, do incentivo a técnicas construtivas locais, da beleza indígena e de seus saberes, aliados à construção da noção de pertencimento, necessária ao desenvolvimento das crianças da escola de Canuanã.

O tema em estudo tem como premissa o respeito tanto aos seus usuários quanto ao local de inserção. Desta forma, pensou-se na utilização da madeira como modo de transferir, por meio da materialidade da edificação, o conceito do respeito e da reciprocidade, uma vez que este material é utilizado na sua forma “natural”, não existindo uma produção deste.

Desmistificar o status da escola como espaço somente de aprendizado e transformá-la em um território com valor de lar. Para isto, a nova morada se organiza, fundamentalmente, em duas vilas, uma masculina e 115

Além disso, pensou-se em integrar esse tipo de estrutura com a possibilidade de capacitação dos seus usuários


em uma nova área do conhecimento, sendo assim, a madeira tornou-se uma opção tangível, devido à facilidade de transmissão de conhecimento. Outro fator que possibilitou a escolha desse material é a proximidade com o córrego Carandiru e a possibilidade de inundação da área.

Desenho 10 : Estudo Referência Fonte: Autoria Própria

Foto 61: Moradia Infantil Fonte: alephzero.arq.br (acesso: 04/2018)

Desenho 09: Estudo Referência Fonte: Autoria Própria

Desenho 10: Estudo Referência Fonte: Autoria Própria

DEPOIS DAS GRADES 116


5.3 Plano Urbanístico para Maastricht Arquitetos: Jo Coenen Localização: Munícipio de Maastricht – Países Baixos Ano do projeto: 1987 – 2008 Programa: Residências: 1.600 unidades Escritórios: 70.000 m² Lojas: 20.000 m² Hotéis: 20.000 m² Funções culturais: 20.000 m² Estacionamento: 4.400 vagas subterrâneas Descrição do Projeto:

Motivo da escolha: Intervenção em grandes quadras ociosas e muradas A partir das análises da área de estudo, percebeu-se que uma das principais fragilidades do local são as extensas quadras muradas sem uso e desconectadas, dessa forma, optou-se por criar articulações e novos usos a essas novas quadras. Apesar da área de estudo não apresentar caráter industrial, optou-se pela escolha dessa referência devido à morfologia da cidade na qual foi implantado, o qual se assemelha com o recorte estudado.

O projeto tem como objetivo a definição de um projeto urbano para a cidade de Maastricht para reconstrução da antiga área da Indústria de Cerâmica da região. A cidade de Maastricht medieval, murada e compacta, começou a ganhar traços industriais a partir de 1827. Em 1850, foi fundada a Société Céramique (uma indústria cerâmica) em uma faixa de terra de 23 hectares nas margens do Rio Maas. Após quase 120 anos, esta área já fazia parte do perímetro urbano, mas se configurava com uma grande ilha murada sem urbanização. Com a progressiva desativação da fábrica, em 1987, o terreno foi oferecido à prefeitura, que viu uma grande oportunidade de controlar o desenvolvimento daquela parte da cidade por meio de um desenho urbano e arquitetônico de qualidade que abrigasse usos diversos.

Figura 10: Croqui Plano Urbano Maastricht Fonte: Revista Oculum edição 10/11

117


Figura 11: Croqui Plano Urbano Maastricht Fonte: Revista Oculum edição 10/11

Figura 12: Croqui Plano Urbano Maastricht Fonte: Revista Oculum edição 10/11

DEPOIS DAS GRADES 118



6. PROPOSTAS


6. Propostas Por meio do estudo das potencialidade e fragilidades da área, optou-se em agir em duas escalas ( macro e micro) como explicado ao lado. Nesta página é representada uma perspectiva síntese das estratégias estudadas para a área. legenda: Fragilidades identificadas Existente (sem intervenções) Estudo de conexões

121


1. Plano Urbanístico (“escala macro”):

2. Projeto de Edificações (“escala micro”):

Consiste em um projeto de intervenção geral com a propostas de conexões, redesenho das vias e das quadras extensas, readequações de equipamentos públicos e propostas de novos usos para a área.

A partir da proposta de novas edificações, são definidos usos específicos de acordo com a localização no recorte de estudo. Dentro das edificações propostas e do estudo da dinâmica dos usos existentes locais, é proposto um Centro e Assistência às Ex-presidiárias, que tem como objetivo abrigar um programa de serviços voltado ao auxílio dessas mulheres após a reclusão, assim como, conectar a população do Cingapura Zaki Narchi com o Parque da Juventude.

legenda: Indicações esquemáticas para projeto urbanístico Indicações esquemáticas para projeto de edificações áreas de intervenção DEPOIS DAS GRADES 122


Portanto, foram estabelecidas estratégias gerais para a proposta: 1. Demolições e Readequações

legenda edificações realocadas: Museu Penitenciário Paulista; Iprem; CAPS; CTA e Centro de Reabilitação Olavo Egídio Setubal

Por meio do estudo dos seguintes equipamentos: CAPS, Iprem, Museu Penitenciário Paulista, Centro Temporário de Acolhimento e o Centro de Reabilitação Olavo Egídio Setubal; percebeu-se que esses usos são necessário e apresentam demanda da área, porém sua implantação fragiliza seu uso. No caso do CAPS e do Iprem, seu entorno é inseguro e, de acordo com relatos visitantes do local, são cobrados “pedágios” para aqueles que passam em determinados pontos dessa área. Já o Museu Penitenciário Paulista, apesar do seu uso cultural e educacional, o equipamento está implantado entre muros que atrapalham sua visibilidade da rua, diminuindo a frequência no museu.

áreas à demolir construídas

As áreas a demolir foram escolhidas de modo a evitar a perda da identidade local, e de promover conexões melhores e diretas dentro do recorte estudado.

Dessa forma, esses equipamentos serão realocados na área de modo a obter maior frequência e dinamismo no local.

Além disso, alguns dos usos existentes são incompatíveis com o zoneamento da área, uma vez que este determina proteção e ações para usos sociais.

Quanto ao Museu Penitenciário Paulista, além da sua realocação, também é proposta a alteração do seu nome, como maneira de desmistificar e minimizar a temática tratada pelo museu. Assim, é proposto o nome para: Museu da Memória do Carandiru.

Outro fator que influenciou na escolha das demolições da área foi o estudo para o tombamento da região, realizado pelo Conpresp, que determina as construções da esquina das Avenidas Zaki Narchi e General Ataliba Leonel como edificações tombadas, porém, a partir de visitas ao local, foi percebido que esta edificação apresenta baixo estado de conservação e está descaracterizada, portanto, optouse na sua demolição como forma de ampliar e conectar os usos no local. 123

Além dos equipamentos realocados, é proposto a demolição de 171 edificações, em sua maioria, compostas de residências e serviços sob propriedade de pessoas físicas, com gabarito entre 1 a 3 pavimentos, compostas por áreas em desuso, subutilizadas ou com baixo grau de conservação, como detalhado nos gráficos a seguir:


Este instrumento foi desenvolvido para a aplicação em diferentes escalas, e os projetos são baseados em etapas que passam pelas esferas públicas competentes e por discussões públicas de modo a se obter o entendimento mais amplo para todos os influenciados no projeto em estudo.

Classificação lotes demolidos - Uso Misto (Comércio e Serviços ou Resdência) Vazio

Instituição

Indústria

Serviços

Residencial

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Gráfico 11: Classificação lotes demolidos – Uso Fonte: Autoria Própria

Classificação lotes demolidos - Propriedade Munícipio de SP

Estado de SP

Pessoa Jurídica

Pessoa Física

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Gráfico 12: Classificação lotes demolidos – Propriedade Fonte: Autoria Própria

Apesar do recorte de estudo estar inserido na área do PIU Arco Tietê, é proposta a utilização deste mesmo instrumento urbano para o recorte em estudo, de modo a propor estudos técnicos mais aprofundados em uma área menor. PIU são projetos de intervenção urbana, em que são realizados estudos e propostas para áreas subutilizadas inseridas na Macroárea de Estruturação Metropolitana, com objetivo de promover o desenvolvimento da região.

DEPOIS DAS GRADES 124


2. Fruição Pública

3. Usos propostos

legenda

legenda

Diminuição e conexão das quadras extensas

Equipamentos realocados ou proposto Habitações propostas Comércio e Serviço

A partir do mapeamento histórico da região, percebeu-se que as quadras da área em estudo são extensas devido à retificação do Rio Tietê que liberou grandes áreas as quais foram parceladas arbitrariamente criando grandes quadras pouco permeáveis e desconectadas como o restante da área.

125

Por meio da análise da área, foi identificado que as quadras extensas apresentam usos únicos isolados nos lotes, dessa forma, é proposta diversidade de usos nas quadras de maneira a alterar a dinâmica do local.


4. Centro de Assistência a ex-presidiárias

legenda Centro de Assistência a ex-presidiárias Penitenciária Sant’Ana e Penitenciária Fem. da Capital: 3.300 mulheres (aprox. 40% do total de mulheres presas no estado de SP) Fonte: SAP - abril/2018

Cingapura Zaki Narchi Articulação Proposta

Foi identificado da área diversos usos ligados à segurança, tais como: Penitenciária Sant’Ana, Penitenciária Feminina da Capital, Hospital Penitenciário e o Deic, dessa forma, optou-se em estudar a dinâmica desses locais e propor um equipamento que auxilie esse público. Dessa forma, é proposto um centro de assistência às ex-presidiárias, um equipamento de funcionamento integrado às penitenciárias, cujo objetivo é auxiliar esse público após sua reclusão. Além disso, também foi identificado o desuso e a falta de articulação entre a população do Cingapura Zaki Narchi e o Parque da Juventude, portanto, o centro também tem o objetivo auxiliar as articulações desse público com o local. DEPOIS DAS GRADES 126


6.1 Plano Urbanístico

Reutilização de terrenos ociosos

O plano urbanístico para a área de estudo consiste em uma série de medidas propostas pontualmente com o objetivo de auxiliar a transformação da dinâmica do local. Abaixo é apresentada uma perspectiva síntese das propostas urbanísticas para o recorte em estudo e ao lado uma planta com as definições das principais propostas. legenda:

Reutilização de terrenos ociosos

Propostas Existente (sem intervenções) Edificações

Percursos

propostas

propostos

Reutilização de terrenos ociosos

Equipamentos propostos

127


LEGENDA: 1. Complexo de edificações da Polícia Militar e do DEIC (Departamento Estadual de Ivestigações Criminais) 2. Praça Marshiach Now 3. Novotel Center Norte 4. Iprem (Instituto da previdência municipal do estado de São Paulo) 5. CAPS Tietê - Zaki Narchi (Centro de atenção Psicosocial) 6. Centro de Reabilitação Olavo Edydio Setubal 7. CTA (Centro Temporário de Acolhimento) 8. Centro de Convenções Center Norte 9. Readequação CEI - Centro de Educação Infatil Nair Salgado 10. Zona de Servidão com hortas públicasIluminação Pública 11. Centro de Assistência as Ex-presidiárias e Museu da Memória do Carandiru 12. Hospital Penitenciário (Pavilhão remanescente da Casa de Detenção Carandiru) 13. Penitenciária Femina da Capital 14. Penitenciária Feminina Sant’Ana 15. Complexo de edficações da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) e COREMETRO (Coordenadoria da Unidades Prisionais da RMSP) e readequação praça pública 16. Parque da Juventude, Biblioteca de São Paulo (BSP) e Escola Técnica de Artes (ETEC de Artes) 17. Estação de metrô - Carandiru 18. Estação de metrô - Santana 19. Terminal rodoviário - Santana 20. Conjunto Habitacional Cingapura 21. Vias propostas e percursos propostos 22. Novos acessos Parque da Juventude Edificações propostas

DEPOIS DAS GRADES 128


Definições do plano urbanístico O plano urbanístico será detalhado a partir de ensaios de identificação de problemas e propostas de melhorias em quatro vias na área de estudo, também serão especificados os usos das edificações propostas. Ensaios 1. Rua Antonio dos Santos Neto

Foto 62: Rua Antonio dos Santos Neto – condições existentes Fonte: Google Street View

Área ociosa / Pouco atrativa

Poluição / Descaso

Foto 63: Rua Antonio dos Santos Neto – identificação dos problemas Fonte: Google Street View

129

Falta de conexão Parque da Juventude

Poluição Córrego Carandiru


Desenho 11: Perspectiva Proposta Intervenções Rua Antonio dos Santos Neto Fonte: Autoria Própria

Proposta Centro de Assistência à Ex-presidiárias + Museu Penitenciário Paulista Geração de fluxo e transposições

Conexão com Parque da Juventude

Proposta de hortas comunitárias nas zonas de servidão

Desenho 12: Perspectiva Proposta Intervenções Rua Antonio dos Santos Neto – identificação das propostas Fonte: Autoria Própria

DEPOIS DAS GRADES 130


2. Avenida Zaki Narchi (trecho Museu Penitenciário Paulista e acesso Parque da Juventude)

Foto 64: Avenida Zaki Narchi/Implantação Museu Penitenciário Paulista – condições existentes Fonte: Google Street View

Museu Penitenciário Paulista Acesso murado e pouco atrativo

Áreas muradas e ociosas

Fonte 65: Avenida Zaki Narchi/Implantação Museu Penitenciário Paulista – identificação dos problemas Fonte: Google Street View

131

Quadras extensas e sem conexões para pedestres


Desenho 13: Perspectiva Proposta Avenida Zaki Narchi/Acesso Parque da Juventude Fonte: Autoria Própria

Retirada do Museu Penitenciário Paulista e ampliação do acesso ao Parque das Juventude

Conexão Peatonal proposta

Conexão Peatonal proposta

Desenho 14: Perspectiva Proposta Avenida Zaki Narchi/Acesso Parque da Juventude Fonte: Autoria Própria

DEPOIS DAS GRADES 132


3. Esquina Avenida Zaki Narchi e Avenida General Ataliba Leonel

Foto 66: Esquina Avenida Zaki Narchi e Avenida General Ataliba Leonel – condições existentes Fonte: Google Street View

Terreno vazio e sem uso

Esquina murada e sem uso

Fonte 67: Avenida Zaki Narchi/Implantação Museu Penitenciário Paulista – identificação dos problemas Fonte: Google Street View

133

Equipamento com apenas uma função e baixa atratividade


Desenho 15: Perspectiva Proposta Esquina Avenidas Zaki Narchi e General Ataliba Leonel Fonte: Autoria Própria

Conexão entre quadras

Proposta de praça de apoio ao ciclista

Conexões propostas

peatonais

Desenho 16: Perspectiva Proposta Esquina Avenidas Zaki Narchi e General Ataliba Leonel – identificação das propostas Fonte: Autoria Própria

DEPOIS DAS GRADES 134


4. Acesso Secretária de Administração das Penitenciárias – Avenida General Ataliba Leonel

Foto 68: Acesso Secretaria de Administração das Penitenciárias – Avenida General Ataliba Leonel – condições existentes Fonte: Google Street View

Área verde em equipamento publico com acesso restrito

Quadras extensas sem conexão

Foto 69: Acesso Secretaria de Administração das Penitenciárias – Avenida General Ataliba Leonel – identificação dos problemas Fonte: Google Street View

135


Desenho 17: Proposta de praça no Acesso Secretaria de Administração das Penitenciárias – Avenida General Ataliba Leonel Fonte: Autoria Própria

Conexão peatonal proposta

Proposta de praça para apoio dos familiares em dias de visita nas Penitenciárias

Desenho 18: Proposta de praça no Acesso Secretaria de Administração das Penitenciárias – Avenida General Ataliba Leonel – identificação das propostas Fonte: Autoria Própria

DEPOIS DAS GRADES 136


Edificações propostas

CAPS

(Centro de Atenção Psicosocial)

Organizaram-se as edificações propostas em usos e tipologias volumétricas de modo a se obter uma estimativa quantitativa das propostas, como é detalhado nos esquemas a seguir: 1. Tipologias volumétricas para Públicos e Instituições realocadas:

Área: 1.328 m² Uso: Institucional Gabarito: 5 pavtos.

Equipamentos

CTA

Centro de Assistência a Ex-Presidiárias e Museu da Memória do Carandiru Área: 31.000 m² Uso: Institucional Gabarito: 1 a 2 pavtos.

(Centro Temporário de Acolhimento)

Área: 1.200m² Uso: Institucional Gabarito: 5 pavtos.

IPREM

(Instituto de Previdência Municipal do Estado de SP)

Área: 1.400m² Uso: Institucional Gabarito: 5 pavtos. Esquema 03: Localização das Instituições propostas e realocadas e legislação correspondente Fonte: Autoria própria

LEGENDA

Centro de Reabilitação Olavo Egídio Setubal Área: 2.000 m² Uso: Institucional Gabarito: 4 pavtos. 137

Localização equipamentos e instituições ZEIS - 1

ZOE

(zona especial de interesse social)

(zona operações especiais)

ZEIS - 3

(zona especial de interesse social)

ZC (zona centralidade)

ZM

ZEM

(zona mista)

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

(zona especial de proteção ambiental)

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

ZEPAM

ZEMP


2. Tipologias volumétricas para Habitações:

Tipologia Habitacional - A

Tipologia Habitacional - C

Área edificações: 1.200 m²

Área edificações: 1.000 m²

Uso: Habitação

Uso: Habitação

Gabarito: 5 pavimentos

Gabarito: 5 pavimentos

Área unidade habitacional: 50 m²

Área unidade habitacional: 50 m²

Quantidade de edifícios nessa tipologia: 1

Quantidade de edifícios nessa tipologia: 4

Total de habitações propostas: aproximadamente 100 unidades

Total de habitações propostas: aproximadamente 350 unidades

Tipologia Habitacional - B Área edificações: 1.600 m² Uso: Habitação Gabarito: 4 pavimentos Área unidade habitacional: 50 m²

Esquema 04: localização Habitações propostas e legislação correspondente Fonte: Autoria própria

LEGENDA Habitações propostas ZEIS - 1

ZOE

(zona especial de interesse social)

(zona operações especiais)

ZEIS - 3

(zona especial de interesse social)

ZC (zona centralidade)

ZM

ZEM

Quantidade de edifícios nessa tipologia: 2

(zona mista)

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

Total de habitações propostas: aproximadamente 250 unidades

(zona especial de proteção ambiental)

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

ZEPAM

ZEMP

DEPOIS DAS GRADES 138


3. Tipologias volumétricas para comércio e serviços:

Tipologia Comércio e Serviços - A Área edificações: 300 - 1.300 m² Uso: Comércio e Serviços Gabarito: 5 pavimentos Área unidade comercial estimada: 30 m² Quantidade de edifícios nessa tipologia: 14 Total de áreas comerciais ou serviços propostas: aproximadamente 1.500 unidades

Esquema 05: Localização das áreas para Comércio de Serviço propostas e realocadas e

Tipologia Comércio e Serviços - B

legislação correspondente

Área edificações: 500 - 2.000 m²

LEGENDA

Uso: Comércio e Serviços Gabarito: 1 - 5 pavimentos Área unidade comercial estimada: 30 m²

Fonte: Autoria própria

Comércio e serviços propostos ZEIS - 1

ZOE

(zona especial de interesse social)

(zona operações especiais)

ZEIS - 3

(zona especial de interesse social)

ZC (zona centralidade)

Quantidade de edifícios nessa tipologia: 4

ZM

ZEM

Total de áreas comerciais ou serviços propostas: aproximadamente 900 unidades

(zona mista)

ZEPAM

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

(zona especial de proteção ambiental)

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

139

ZEMP


4. Tipologias volumétricas para Edifícios Mistos (Habitação + Comércio e Serviços

Tipologia Misto - C Área edificações: 900 - 1.500 m²

Tipologia Misto - A Área edificações: 1.300 2.000 m² Gabarito: 4 a 5 pavimentos Área unidade comercial estimada: 30 m² Área unidade habitacional estimada: 50m² Quantidade de edifícios nessa tipologia: 8

Gabarito: 4 a 5 pavimentos Área unidade comercial estimada: 30 m² Área unidade habitacional estimada: 50m² Quantidade de edifícios nessa tipologia: 8 Total de áreas comerciais ou serviços propostas: aproximadamente 1.600 unidades Total de habitações propostas: aproximadamente 4.000 unidades

Total de áreas comerciais ou serviços propostas: aproximadamente 4.000 unidades Total de habitações propostas: aproximadamente 9.600 unidades

Esquema 06: Localização Edificios mistos propostos e legislação correspondente Fonte: Autoria própria

LEGENDA

Tipologia Misto - B Área edificações: 3.800 m² Gabarito: 5 pavimentos Área unidade comercial estimada: 30 m²

Comércio e Serviços propostos Habitações propostas

Habitacional

ZM (zona mista)

ZEPAM

(zona especial de proteção ambiental)

ZOE

(zona operações especiais)

Comércio e Serviços

ZC

Quantidade de edifícios nessa tipologia: 1

ZEIS - 1

ZEM

Total de áreas comerciais ou serviços propostas: aproximadamente 100 unidades

(zona especial de interesse social)

ZEIS - 3

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

(zona especial de interesse social)

(zona eixo de est. e transf. metropolitana)

Área unidade habitacional estimada: 50m²

Total de habitações propostas: aproximadamente 300 unidades

(zona centralidade)

ZEMP

DEPOIS DAS GRADES 140


6.2 Centro de Assistência as Ex-presidiárias

cob

ert

cob

ert

ura

ra

rtu

be

co

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co

be

rtu

ra

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junto

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ura

Zak

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be

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rtu

ra

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ad

ae

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hi

arc

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.Z Av

141

Hab

ad

a

Desenho 19: Vista perspectiva explodida - Centro de Assistência as Ex-Presidiárias Fonte: Autoria própria

Cara

ndir

u


O Centro de Assistência a Ex-presidiárias é um equipamento voltado ao auxílio de mulheres egressas das penitenciárias do estado de São Paulo.

Dessa forma dividiu-se o programa em quatro principais temas: Profissionalização, Educação e Saúde, Habitar e o Museu da Memória do Carandiru.

O programa e a temática desse equipamento foram definidos a partir do estudo das duas Penitenciárias Femininas (Penitenciária Feminina da Capital e Penitenciária Feminina Sant’Ana) existentes na área de estudo e as relações destes equipamentos com o seu entorno.

Para a implantação desses temas, propõem-se a locação em complexos individuais interligados por uma praça pública central possibilitando novos percursos e uma mudança na dinâmica do recorte em estudo.

Além do centro de assistência, também se optou em unir ao programa o Museu da Memória do Carandiru (atualmente Museu Penitenciário Paulista), como forma de melhorar a localização deste equipamento na área e consequentemente aumentar a frequência nesse museu.

Dessa forma, o projeto do Centro de Assistência às ExPresidiárias, será explicado a partir da sua implantação geral, identificando os acessos, percursos propostos e a locação dos complexos, em seguida serão explicados e detalhados cada um dos complexos individualmente.

Portanto, foi escolhido a área delimitada pelas vias: Avenida Zaki Narchi, Rua Antonio dos Santos Neto e Rua Urupiara como local para implantação desses equipamentos. Além disso, esta área também foi escolhida, pois atualmente as edificações, muros e terrenos ociosos que ali se encontram impossibilitam uma conexão do Parque da Juventude no seu eixo transversal, ou seja, da Avenida General Ataliba Leonel para o eixo sul da Avenida Zaki Narchi. A escolha desse terro também propõem a articulação da população do conjunto habitacional Cingapura Zaki Narchi com o Parque da Juventude. Esquema 07: Localização Centro de Assistência a Ex-Presidiárias Fonte: Autoria própria

DEPOIS DAS GRADES 142


1. Demolições

2. Movimentação do solo

Esquema 08: Demolições - Centro de Assistência a Ex-presidiárias

Esquema 09: Topografia - Centro de Assistência a Ex-presidiárias

Fonte: Autoria própria

Fonte: Autoria própria

As edificações demolidas na área de implantação do Centro de Assistência as Ex-presidiárias, são em sua maioria galpões e terrenos ociosos, estacionamentos e alguns equipamentos públicos, os quais foram realocados em outros pontos da área de estudo, questões já identificadas no detalhamento do Plano Urbanístico.

Em 1970, a área de implantação do Centro de Assistência as Ex-presidiárias correspondia a um depósito de lixo e entulhos, atualmente nessa mesma área funciona um Ecoponto (local destinado ao descarte de materiais de grande porte ou recicláveis). Segundo a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), vários terrenos da área de estudo são contaminados, devido a presença desse lixão no decorrer da história do local, portanto para a implantação de qualquer projeto na área são necessárias medidas que verifiquem e retirem os gases tóxicos nas camas do solo.

Além das questões já apresentadas no decorrer do trabalho, optou-se pela readequação desses equipamentos, pois se percebeu que essas edificações não se integravam com o seu entorno, obstruindo a conexão da área no sentido transversal com o Parque da Juventude (no sentido do trecho sul da Avenida Zaki Narchi para avenida Avenida General Ataliba Leonel).

143

Além disso, através de pesquisas entendeu-se que o solo desse terreno é bastante compactável, dessa forma considerou-se o manejo de um trecho de terra próximo ao Córrego do Carandiru. O projeto também contemplará com uma série de tubulações para saída desses gases das camadas profundas do solo.


3. Distribuição Programática

4. Ciculação

legenda: Museu da Memória do Carandiru Complexo Profissional Complexo de Educação Residências

N

e Saúde Temporárias

Esquema 10: Distribuição programática - Centro de Assistência a Ex-presidiárias

Esquema 11: Circulação - Centro de Assistência a Ex-presidiárias

Fonte: Autoria própria

Fonte: Autoria própria

A partir do entendimento do perfil do público, o programa foi divido e quatro volumes interligados por uma praça central. O posicionamento dos volumes no terreno levou em consideração a insolação, os ventos predominantes no local e os percusos propostos.

Os percursos foram pensados em permitir tanto o acesso aos usos do internos do centro, como também possibilitar o cruzamento e a interligação entre os lugares da área de estudo.

Dessa forma, o Museu da Memória do Carandiru, foi posicionado ao sul, o Complexo Profissional à leste, pois possibilita a interligação com o Cingapura e o Complexo de Educação e Saúde e as Residências Temporárias foram colocadas ao norte.

DEPOIS DAS GRADES 144


Desenho 19: Vista Avenida Zaki Narchi - Centro de AssistĂŞncia as

145 Ex-presidiĂĄrias


ACESSO PROPOSTO PARQUE DA JUVENTUDE CURVA DE NÍVEL EXISTENTE

RUA ANTÔNIO DOS SANTOS NETO

4

4

4

ACESSO

JARDIM

4

724

725

725

JARDIM

3 PROJ. COBERTURA

PROJ. COBERTURA

4

PROJ. COBERTURA

4

4

PROJ. COBERTURA

4

JARDIM PROJ. COBERTURA

JARDIM

PROJ. COBERTURA

PROJ. COBERTURA

PROJ. COBERTURA

PROJ. COBERTURA

PROJ. COBERTURA

ACESSO

DECK/ PONTE

CURVA DE NÍVEL EXISTENTE

RUA JOÃO NAVARRO BOTELHO

PRAÇA ESPELHO D' ÁGUA

723

JARDIM JARDIM

ESPELHO D' ÁGUA

CÓRREGO CARANDIRU

RUA URUPIARA

JARDIM

723

RUA DR. SOARES DE GOUVEIA

ACESSO

ESPELHO D' ÁGUA

2

ESPELHO D' ÁGUA

DECK/ PONTE

PRAÇA

JARDIM

PROJ. PERGOLADO

719 JARDIM JARDIM

JARDIM

JARDIM

CURVA DE NÍVEL EXISTENTE

1 BICICLETÁRIO

ACESSO

ESTACIONAMENTO

724

ACESSO

IMPLANTAÇÃO - CENTRO DE ASSISTÊNCIA ÀS EX-PRESIDIÁRIAS 10 m

25 m

EL E NÍV VA D CUR NTE TE EXIS

CALÇADA ELEVADA

ACESSO

0

EL E NÍV VA D CUR NTE TE EXIS

PROJ. COBERTURA

AVENIDA ZAKI NARCHI CICLOVIA

LEGENDA 1. MUSEU - MEMÓRIA DO CARANDIRU 2. COMPLEXO PROFISSIONAL

3. COMPLEXO EDUCAÇÃO E SAÚDE 4. RESIDÊNCIAS TEMPORÁRIAS

OCUPAÇÃO ILUSTRATIVA EDIFICAÇÕES EXISTENTES MANTIDAS

DEPOIS DAS GRADES 146


Desenho 20: Vista Praça Central - Centro de Assistência as Ex-

147 presidiárias


Materialidade A partir da definição e o estudo das referências projetuais, optou-se na madeira e na alvenaria estrutural em tijolos como materialidade predominando para o Centro de Assistência. Para os Complexos Profissional, Educação e Saúde e Residências Temporárias as estruturas da cobertura serão treliças de madeira formulando telhados com uma ou duas descidas de água pluvial. Já o Museu da Memória do Carandiru, será um pavilhão em pórticos de madeira unidos com inclinações variadas, gerando telhados com caimento de águas de pluviais intercalados. Algumas conexões metálicas foram propostas para as passarelas e escadas, as quais serão detalhadas a seguir.

MUSEU DA MEMÓRIA DO CARANDIRU

ACESSO

ACESSO

ACESSO

COMPLEXO PROFISSIONAL

ACESSO

CÓRREGO DO CARANDIRU

museu memória do carandiru

ELEVAÇÃO - VISTA AVENIDA ZAKI NARCHI 0

10 m

25 m

DEPOIS DAS GRADES 148


Museu da Memória do Carandiru

149

Desenho 21: Vista Museu da Memória do Carandiru - Centro de Assistência as Ex-presidiárias


O Museu

O Museu da Memória do Carandiru é a readequação do Museu Penitenciário Paulista.

1. volume

O museu foi posicionado junto a Avenida Zaki Narchi, com o objetivo de aumentar frequência do público nesse equipamento e também para funcionar como acesso principal para o Centro de Assistência. Sua implantação, tem a intenção de ampliar a calçada da avenida e convidar o pedestre a adentrar no museu e presenciar as exposições a partir de um percurso direto e fluido.

2. acessos

A definição do programa do museu foi realizada a partir do programa do atual Museu Penitenciário Paulista. A seguir o Museu da Memória do Carandiru será detalhado a partir de desenhos técnicos e imagens ilustrativas da ocupação desse edifício.

3. inclinações cobertura

4. transparência (ripas de madeiras) Esquema 12: Desenvolvimento Volumétrico Museu da Memória do Carandiru

Esquema 13: Localização Museu da Memória do Carandiru

Fonte: Autoria própria

Fonte: Autoria própria

DEPOIS DAS GRADES 150


A

B

10.00

C

10.00

D

10.00

E

10.00

F

10.00

G

H

10.00

I

10.00

10.00

J

10.00

L

M

10.00

N

10.00

10.00

O

10.00

1

10.00

ACESSO OUTROS COMPLEXOS

8 2

4

4

2 1

5

5

5

2

7

3

2

0,00

10.00

6

9

8

2

10

3 PROJ. COBERTURA E ESTRUTURA ACESSO MUSEU

MUSEU DA MEMÓRIA DO CARANDIRU - PLANTA TÉRREO

0

5,0m

10 m

LEGENDA

ELEVAÇÃO 1

20 m

1. ÁREA EXPOSITIVA EXTERNA (instalações) área: 180 m² 2. RECEPÇÃO E CONTROLE área: 70 m² | quant: 4

A

B

10.00

C

10.00

D

10.00

E

10.00

F

10.00

G

H

10.00

I

10.00

10.00

3. ÁREA EXPOSITIVA área: 200 m² 4. SANITÁRIOS área: 22 m² | quant: 2 5. DEPÓSITOS / DML área: 4 m² | quant: 3

J

10.00

L

10.00

6. PNE área: 3 m² | quant: 1 7.CAFETERIA área: 42 | quant: 1 8. CIRCULAÇÕES VERTICAIS

M 10.00

9. AUDITÓRIO área: 85m² | quant: 1

N

10.00

O

10.00

10.00

1 8

9 2

2

2

1

10.00

7

3

4

4

4

5

7

8

6

3 PROJ. COBERTURA E ESTRUTURA

MUSEU DA MEMÓRIA DO CARANDIRU - PLANTA 1º PAVIMENTO

0

5,0m

10 m

20 m

ELEVAÇÃO 1

LEGENDA 1. ÁREA TÉCNICA 2. SANITÁRIOS área: 22 m² | quant: 2

Desenho 22: Vista Perspectivada Térreo - Museu da Memória do Carandiru Fonte: Autoria própria

151

3.PNE área: 3 | quant: 1 4. DEPÓSITOS / DML área: 4 m² | quant: 3 5. ADMINISTRAÇÃO (sala de reunião)

área: 40m² | quant: 1 6. ADMINISTRAÇÃO (escritórios) área: 85 m² | quant: 1 7. ACERVO área: 98 m² | quant: 1

8.CIRCULAÇÕES VERTICAIS 7. ACERVO área: 98 m² | quant: 1 8.CIRCULAÇÕES VERTICAIS


1. ÁREA EXPOSITIVA EXTERNA (instalações) área: 180 m² 2. RECEPÇÃO E CONTROLE área: 70 m² | quant: 4

A

B

10.00

C

10.00

D

10.00

E

10.00

F

10.00

G

H

10.00

I

10.00

10.00

área: 200 m² 4. SANITÁRIOS área: 22 m² | quant: 2 5. DEPÓSITOS / DML área: 4 m² | quant: 3

J

10.00

L

10.00

M 10.00

área: 85m² | quant: 1

7.CAFETERIA área: 42 | quant: 1 8. CIRCULAÇÕES VERTICAIS

N

10.00

O

10.00

10.00

1 8

9 2

2

2

1

10.00

7

3

4

4

4

5

7

8

6

3 PROJ. COBERTURA E ESTRUTURA

MUSEU DA MEMÓRIA DO CARANDIRU - PLANTA 1º PAVIMENTO

0

5,0m

10 m

20 m

ELEVAÇÃO 1

LEGENDA 1. ÁREA TÉCNICA 2. SANITÁRIOS área: 22 m² | quant: 2

3.PNE área: 3 | quant: 1 4. DEPÓSITOS / DML área: 4 m² | quant: 3 5. ADMINISTRAÇÃO (sala de reunião)

área: 40m² | quant: 1 6. ADMINISTRAÇÃO (escritórios) área: 85 m² | quant: 1 7. ACERVO área: 98 m² | quant: 1

8.CIRCULAÇÕES VERTICAIS 7. ACERVO área: 98 m² | quant: 1 8.CIRCULAÇÕES VERTICAIS

Desenho 23: Vista Perspectivada 1º Pavimento - Museu da Memória do Carandiru Fonte: Autoria própria

DEPOIS DAS GRADES 152


A

B

10.00

C

10.00

D

10.00

E

10.00

F

G

10.00

10.00

H

10.00

I

10.00

J

10.00

L

10.00

M

N

10.00

10.00

O

10.00

10.00

1

1

2

1

10.00

1 1

3 PROJ. COBERTURA E ESTRUTURA

MUSEU DA MEMÓRIA DO CARANDIRU - PLANTA ÁREA TÉCNICA

0

5,0m

10 m

LEGENDA

ELEVAÇÃO 1

20 m

1. ÁREA TÉCNICA

A

B

10.00

C

10.00

D

10.00

E

10.00

F

10.00

G

10.00

H

10.00

I

10.00

J

10.00

L

10.00

M

N

10.00

10.00

O

10.00

CALHA METÁLICA

CALHA METÁLICA

1

3 CALHA METÁLICA

CALHA METÁLICA

MUSEU DA MEMÓRIA DO CARANDIRU - PLANTA COBERTURA

0

5,0m

10 m

20 m

Desenho 24: Vista Perspectivada Área Técnica - Museu da Memória do Carandiru Fonte: Autoria própria

153

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5% RUFO METÁLICO

RUFO METÁLICO

10.00

2

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5% RUFO METÁLICO

10.00

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

ELEVAÇÃO 1


1. ÁREA TÉCNICA

A

B

10.00

C

10.00

D

10.00

E

10.00

F

G

10.00

10.00

H

10.00

I

10.00

J

10.00

L

10.00

M

N

10.00

10.00

O

10.00

CALHA METÁLICA

CALHA METÁLICA

1

3 CALHA METÁLICA

CALHA METÁLICA

MUSEU DA MEMÓRIA DO CARANDIRU - PLANTA COBERTURA

0

5,0m

10 m

20 m

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5% RUFO METÁLICO

RUFO METÁLICO

10.00

2

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5% RUFO METÁLICO

10.00

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

ELEVAÇÃO 1

Desenho 25: Vista Perspectivada Cobertura - Museu da Memória do Carandiru Fonte: Autoria própria

DEPOIS DAS GRADES 154


Esquema Estrutural Devido a proposta de diferentes inclinações para a cobertura do museu, é proposta uma montagem baseada na padronização de um módulo estrutural, formado por pórticos de madeira, que através de conexões metálicas possibilitam as uniões conforme o projeto.

1. volume módulo

2. pórticos em madeira

3. travamentos em madeira

4. fechamentos em ripas de madeira

5. estrutura em madeira da cobertura e fechamento em telha metálica termoacústica

Montagem Conjunto 1

conexão metálica entre os pilares

calha

rufo

2

calha

3

10.00

10.00

CAIXILHO ADMINISTRAÇÃO 0,00

CAFETERIA

CIRCULAÇÃO 0,00

0,00

ACERVO 0,00

ÁREA EXPOSITIVA 0,00

MUSEU DA MEMÓRIA DO CARANDIRU - CORTE AA 1. conexão dos módulos em posições invertidas

A

B 10.00

2. caixilhos

C 10.00

3. fechamento

D 10.00

E 10.00

F 10.00

H

G 10.00

10.00

I 10.00

J 10.00

L 10.00

M 10.00

N 10.00

O 10.00

COBERTURA

+12,00

museu da memória do carandiru ACESSO MUSEU

TÉRREO

0,00

0,00

MUSEU DA MEMÓRIA DO CARANDIRU - ELEVAÇÃO 1 0

5,0m

155

10 m

20 m

ACESSO MUSEU 0,00

ACESSO MUSEU 0,00


Desenho 26: Vista interna Museu da Memória do

156 DEPOIS DAS GRADES Carandiru - Centro de Assistência as Ex-presidiárias


Complexo Profissional

Desenho 27: Vista Complexo Profissional a partir do Conjunto Habitacional Cingapura Zaki Narchi - Centro de Assistência as Expresidiárias

Esquema 14: Localização Complexo Profissional no Centro de Assistência Fonte: Autoria própria

157


A partir do estudo das organizações e grupos relacionados a ressocialização de ex-presidiários se percebeu que o trabalho é um dos principais meios que auxiliam nessa questão. Dessa forma, o complexo profissional tem como objetivo estimular a profissionalização dessas mulheres e também oferecer oportunidades de trabalho que a possibilitem entrar no mercado além dos empregos oferecidos pelo Centro de Assistência.

5

Para isso, serão criados: um restaurante com atendimento público e espaço para aulas; salão de beleza com atendimento público e área para aulas; salas de aula preparadas para confecção de roupas com espaço para exposições e eventos relacionados ao tema; salas para o desenvolvimento e exposição de obras de arte e espaços comerciais para a comercialização do itens produzidos no complexo auxiliando financeiramente essas mulheres.

4

3

2 legenda 1. Distribuição do programa em conjuntos de alvenaria de tijolos. 2. Pórticos em madeira com treliças planas

1

3.Treliças planas para travamento dos pórticos 4. Estrutura do telhado 5. Cobertura em telha metálica termo acústica.

Com isso, o complexo profissional será implantado na área leste do terreno de forma a proporcionar uma conexão direta com a Avenida Zaki Narchi para convidar o público a frequentar o Centro e também usufruir dos serviços oferecidos. Além disso a implantação desse complexo também favorece a conexão com a população do Conjunto Habitacional Cingapura, através de pontes sobre o córrego do Carandiru. A seguir este edifício será detalhado com desenhos técnicos e imagens ilustrativas.

Esquema 15: Perspectiva Explodida Complexo Profissional Fonte: Autoria própria

DEPOIS DAS GRADES 158


B

25.00

C

25.00

D

25.00

CÓRREGO DO CARANDIRU

PONTE / DECK

0,00 CURVA DE NÍVEL EXISTENTE CURVA DE NÍVEL EXISTENTE

E

25.00

PONTE / DECK

A

0,00

CURVA DE NÍVEL EXISTENTE

CURVA DE NÍVEL EXISTENTE

CURVA DE NÍVEL EXISTENTE

1

RAMPA i = 8,33%

0,00

RAMPA i = 8,33%

0,00

ACESSO COMPLEXO PROFISSIONAL

+0,20

+0,20

1

+0,20

7

4

3

9

9

20.00

ACESSO COMPLEXO PROFISSIONAL

2

7

5

7

3

2

6

4

7 3

2

1

10

9 PROJ. COBERTURA E ESTRUTURA

3

ESPELHO D'ÁGUA

20.00

9

8

8

ACESSO COMPLEXO PROFISSIONAL

11

6 7

3 10

A

RAMPA i = 8,33%

ESPELHO D'ÁGUA

COMPLEXO PROFISSIONAL - PLANTA TÉRREO 0

5,0m

10 m

20 m

ELEVAÇÃO 1

LEGENDA 1. RESTAURANTES (atendimento ao público) área: 80 m² | quant: 2 2. SALAS DE GASTRONOMIA área: 100 m² | quant: 2 salas 3. SALÃO DE BELEZA (atendimento ao público e aula) área: 75 m² | quant: 4 salas 4. SALAS ARTICULADAS PARA - CORTE E COSTURA área: 70 m² | quant: 2 5. SALA DE AULA - ESTAMPARIA área: 140 m² | quant: 1 6. SALA DE ARTES área:140 m² | quant: 2

159

7. ÁREA COMERCIAL área:10 m² | quant: 8 8. SANITÁRIOS área:42 m² | quant: 2 9. ÁREAS DE ESPERA OU CONSUMO RESTAURANTE 10.ÁREAS EXPOSITIVAS 11. ÁREA PARA DESFILE


A

B

25.00

C

25.00

D

25.00

E

25.00

1 1

20.00

1

1

1

1

1

1

1

2 1

20.00

1

1

1

1

1

1 1

1

A PROJ. COBERTURA E ESTRUTURA

3

COMPLEXO PROFISSIONAL - PLANTA ÁREA TÉCNICA 0

5,0m

10 m

20 m

ELEVAÇÃO 1

LEGENDA 1. ÁREA TÉCNICA

DEPOIS DAS GRADES 160


A

25.00

B

25.00

C

25.00

D

25.00

E

20.00

1

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

20.00

2

A

3 CALHA METÁLICA

COMPLEXO PROFISSIONAL - PLANTA DE COBERTURA 0

161

5,0m

10 m

20 m

ELEVAÇÃO 1


A

B

25.00

25.00

C

25.00

D

25.00

E

COBERTURA

+9,10

ESTRUTURA COB.

+5,20 ÁREA TÉCNICA

+3,40

TÉRREO

+0,20

0,00

COMPLEXO PROFISSIONAL - CORTE AA 0

5,0m

10 m

20 m

PONTE / DECK (acesso Cigapura Zaki Narchi) COBERTURA

CÓRREGO

A

+9,10

CARANDIRU 25.00

PONTE / DECK (acesso Cigapura Zaki Narchi) ESTRUTURA COB.

D

25.00

E

+5,20 +9,10

CÓRREGO CARANDIRU

ESTRUTURA COB.

ESTRUTURA COB.

+5,20

25.00

COBERTURA

ÁREA TÉCNICA

+3,40

ÁREA TÉCNICA

C

+5,20

DESCIDA AP

+9,10

25.00

ÁREA TÉCNICA TÉRREO

+3,40

+0,20

+3,40

0,00

TÉRREO

TÉRREO

+0,20

+0,20

0,00

DESCIDA AP

COBERTURA

B

0,00

COMPLEXO PROFISSIONAL - ELEVAÇÃO 1 0

5,0m

10 m

20 m

COMPLEXO PROFISSIONAL - CORTE BB COMPLEXO PROFISSIONAL

- CORTE BB

DEPOIS DAS GRADES 162


A

B

25.00

25.00

COBERTURA

+9,10

ESTRUTURA COB.

+5,20 ÁREA TÉCNICA

+3,40

TÉRREO

+0,20

0,00

COMPLEXO PROFISSIONAL - ELEVAÇÃO 1 0

5,0m

10 m

20 m

COBERTURA

+9,10

ESTRUTURA COB.

COBERTURA

+5,20

+9,10

ÁREA TÉCNICA

+3,40

ESTRUTURA COB.

+5,20 ÁREA TÉCNICA

+3,40

TÉRREO

+0,20

TÉRREO

+0,20

COMPLEXO PROFISSIONAL -COMPLEXO ELEVAÇÃO 02

163

0,00

0,00

PROFISSIONAL - ELEVAÇÃO 02

C

25.00

D

25.00

E


Desenho 28: Vista Complexo Profissional a partir da Avenida Zaki Narchi - Centro de Assistência as Expresidiárias

DEPOIS DAS GRADES 164


Complexo de Educação e Saúde

Desenho 29: Vista Complexo Educação e Saúde vista da Rua Antonio dos Santos Neto Centro de Assistência as Ex-presidiárias

Esquema 16: Localização Complexo de Educação e Saúde Fonte: Autoria própria

165


Partindo dos índices que revelaram que a maioria das mulheres saem das penitenciárias com ensino fundamental incompleto e que as condições de saúde delas são baixas, devido ao tempo que passaram nas penitenciárias em condições de higiene bastante precárias, é proposto um complexo com programa voltado a educação e saúde.

5

Este complexo é proposto com dois andares de modo a abrigar uma maior quantidade de salas de aula. Além disso, essas salas de aula também poderão ser utilizadas para os filhos dessas mulheres, uma vez que pelos índices foi identificado que muitas delas apresentam de dois a três filhos.

4

O Complexo também abriga consultórios médicos para exercer atendimentos de clínico geral, odontológico e ginecológico, para o público específico do Centro de Assistência e também para público externo que necessite desses cuidados.

3

2 legenda

1

1. Distribuição do programa em alvenaria de tijolos.

O edifício está implantado na faixa norte do terreno, junto a Rua Antônio dos Santos Neto para interagir e promover um acesso do Parque da Juventude com o próprio Centro de Assistência.

2. Pórticos em madeira com treliças planas 3.Treliças planas para travamento dos pórticos 4. Estrutura do telhado 5. Cobertura em telha metálica termo acústica.

A seguir este edifício será detalhado, a partir de desenhos técnicos e imagens ilustrativas.

Esquema 17: Perspectiva Explodida Complexo de Educação e Saúde Fonte: Autoria própria

DEPOIS DAS GRADES 166


A

B

C

20.00

11

4

13

16.00

1

11

1

11

8

8

8

8

8

8

8

8

8

8

3

11

11

11 8

8

11

2

13

PROJ. PASSARELA

5

16.00

6

6

5 13

S

2

7 PROJ. ESTRUTURA E COBERTURA

2 11

8

8

8

8

8

12

8

11

8

9

8

10

8 A

13 12 4 S

RAMPA i = 8,33%

PROJ. PASSARELA

+0,20

ACESSO COMPLEXO EDUCAÇÃO E SAÚDE

0

5,0m

7,5m

10 m

+0,20

LEGENDA

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - PLANTA TÉRREO

167

4

3

3

3

ACESSO COMPLEXO EDUCAÇÃO E SAÚDE

+0,20

1

A

D

20.00

RAMPA i = 8,33%

20.00

ELEVAÇÃO 1

1. SALA DE AULA ARTICULADAS capacidade: 39 ALUNOS | área: 85 m² | quant: 2 salas 2. SALAS DE INFORMÁTICA ARTICULADAS capacidade: 20 ALUNOS | área: 85 m² | quant: 2 salas 3. SALAS DE AULA ARTICULADAS capacidade: 24 ALUNOS | área: 85 m² | quant: 2 salas 4. RECEPÇÃO | ESPERA área: 21 m² | quant: 2 5. SANITÁRIO PNE área: 3 m² | quant: 2 6. SANITÁRIOS área:17 m² | quant: 2

7.SALA DOS PROFESSORES área: 41 m² | quant: 1 sala 8. CONSULTÓRIO MÉDICO (odotologia, clínica médica e ginecologia) área: 6,70 m² | quant: 21 consultórios 9.DEPÓSITO CONSULTÓRIOS área: 5 m² | quant: 1 10. DEPÓSITO DE RESÍUOS CONSULTÓRIO área: 10 m² | quant: 1 consultórios 11. ÁREAS DE CONVIVÊNCIA OU ÁREA DE ESTUDO 12. CIRCULAÇÃO VERTICAL 13. ESPAÇO EXPOSITIVO


A

B

20.00

C

20.00

D

20.00

16.00

1

1

1

1

VAZIO

1

VAZIO

6

6

6

6

6

6

6

6

VAZIO

2 VAZIO

VAZIO

7

VAZIO

VAZIO

3

3

16.00

10

4

12

VAZIO

5 PROJ. ESTRUTURA E COBERTURA

13

VAZIO

14 15

D

3

11

16 17 18 19 20 21 22 23 24

A

9 8 7 6 5 4 3 2 1

2

A

VAZIO

2

5 VAZIO VAZIO

VAZIO

LEGENDA

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - PLANTA 1º PAVIMENTO 0

5,0m

7,5m

10 m

ELEVAÇÃO 1

1. SALA DE AULA ARTICULADAS capacidade: 39 ALUNOS | área: 85 m² | quant: 4 salas 2. SALAS DE INFORMÁTICA ARTICULADAS capacidade: 20 ALUNOS | área: 85 m² | quant: 2 salas 3. SANITÁRIOS área:23 m² | quant: 2 4.SALA DOS PROFESSORES área:41 m² | quant:1 sala 5.CIRCULAÇÃO VERTICAL 6. COBERTURA TÉCNICA CONSULTÓRIOS 7. CIRCULAÇÃO

DEPOIS DAS GRADES 168


A

20.00

B

20.00

C

D

20.00

16.00

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

2

16.00

1

3

1 A

PROJ. ESTRUTURA E COBERTURA

A

LEGENDA

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - PLANTA ÁREA TÉCNICA 0

169

5,0m

7,5m

10 m

ELEVAÇÃO 1

1. COBERTURA TÉCNICA CONSULTÓRIOS E SALAS DE AULA


A

20.00

B

20.00

C

20.00

D

16.00

1

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

16.00

2

A

A

3

CALHA METÁLICA - COLETA DE ÁGUA PLUVIA L

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - PLANTA DE COBERTURA 0

5,0m

7,5m

10 m

ELEVAÇÃO 1

DEPOIS DAS GRADES 170


A

20.00

B

20.00

C

20.00

D

COBERTURA +13,90

ESTRUTURA COB.

+10,20

ÁREA TÉCNICA

+8,20

PAINEL DE MADEIRA

SALA DE AULA

1º PAVIMENTO

+4,20

+4,20

PAINEIS EXPOSITIVOS

TÉRREO

+0,20

PAINEL DE MADEIRA

PAINEL EXPOSITIVOS

SALA DE AULA

+0,20

0,00

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - CORTE AA 0

5,0m

7,5m

10 m

A

20.00

B

20.00

C

20.00

COBERTURA +13,90

ESTRUTURA COB.

+10,20

ÁREA TÉCNICA

+8,20

PAINEIS EXPOSITIVOS

PAINEL DE MADEIRA

PAINEIS EXPOSITIVOS

PAINEL DE MADEIRA

1º PAVIMENTO

+4,20

TÉRREO

+0,20

0,00

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - ELEVAÇÃO 1 0

171

5,0m

7,5m

10 m

PAINEL EXPOSITIVOS

D


A

B

20.00

20.00

C

20.00

D

COBERTURA +13,90

DET.01

ESTRUTURA COB.

+10,20

ÁREA TÉCNICA

+8,20

PAINEIL DE MADEIRA

PAINEL DE MADEIRA PAINEIL DE MADEIRA

PAINEIL DE MADEIRA

PAINEL DE MADEIRA PAINEIL DE MADEIRA

1º PAVIMENTO

+4,20

PAINEIL DE MADEIRA

PAINEIL DE MADEIRA

+4,20

PAINEL EXPOSITIVOS

DESCIDA AP

PAINEIS EXPOSITIVOS

SALA DE AULA

TÉRREO

+0,20

DET.01

SALA DE AULA

+0,20

0,00

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - CORTE AA 0 5,0m 7,5m 10 m CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - CORTE BB PAINEIL DE MADEIRA DESCIDA AP

PAINEIL DE MADEIRA

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - CORTE BB

A

B

20.00

20.00

C

20.00

D

COBERTURA +13,90 PAINEIS EXPOSITIVOS

PAINEIL DE MADEIRA

PAINEIS EXPOSITIVOS

PAINEIL DE MADEIRA

PAINEIS EXPOSITIVOS

PAINEL DE MADEIRA PAINEIL DE MADEIRA

ESTRUTURA COB.

+10,20

ÁREA TÉCNICA

+8,20

PAINEIS EXPOSITIVOS

1º PAVIMENTO

+4,20

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - ELEVAÇÃO 2 PAINEIS EXPOSITIVOS

PAINEIS EXPOSITIVOS

PAINEL DE MADEIRA PAINEIL DE MADEIRA

PAINEL EXPOSITIVOS

TÉRREO

+0,20

0,00

CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - ELEVAÇÃO 1 0 5,0m 7,5m 10 m CENTRO EDUCAÇÃO E SAÚDE - ELEVAÇÃO 2

DEPOIS DAS GRADES 172


TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL

CALHA METÁLICA BARROTE DE MADEIRA (MLC- MADEIRA LAMINADA COLADA) - EM VISTA

TUBULAÇÃO METÁLICA PARA DESCIDA DE ÁGUA PLUVIAL

ARGILA EXPANDIDA

GRELHA METÁLICA

CAIXA DE CONCRETO IMPERMEABILIZADO MOLDADO TUBULAÇÃO PARA DRENAR E CONECTAR O RECOLHIMENTO DE ÁGUA PLUVIAL COM O SISTEMA DE REUSO

COMPLEXO EDUCAÇÃO E SAÚDE DETALHE 01 - DESCIDA E COLETA DE ÁGUA PLUVIAL

173


Desenho 30: Vista Complexo Educação e Saúde a partir da praça Central - Centro de Assistência as Ex-presidiárias

DEPOIS DAS GRADES 174


Residências Temporárias

7

6 5 4

3

1

2 legenda 1. Fechamento das portas e janelas em ripas de madeira 2. Escadas de acesso para residências 2º pavimento e lavanderia.

Desenho 31: Perspectiva explodida Residências Temporárias

175

3. Estrutura de madeira (pórticos e treliças). 4. Entrada residências 1º pavimento. 5. Residências 2º pavimento. 6. Pavimento Superior: lavanderia compartilhada e área de convivência. 7. Cobertura metálica com uma descida de água pluvial central .


Após compreender as condições das mulheres egressas das penitenciárias, se constatou que muitas dessas mulheres não apresentam um lugar para morar após o período de exclusão, portanto o Centro de Assistência considerou em seu projeto 64 residências temporárias de 50 m² cada.

As lavanderias serão compartilhadas em cada volume.

O programa das residências temporárias considera que as mulheres que habitarão esses locais, devem ficar aproximadamente o período de seis meses a um ano.

A seguir, as residências serão detalhadas a partir de desenhos técnicos e imagens ilustrativas.

Para as divisões internas das residências, optou-se pela utilização de divisórias tipo wood frame, pois propiciam facilidade para alterações na distribuição dos usos das residências.

Essa estimativa foi realizada a partir de conversas com as organizações envolvidas nessa temática, como um período hábil para que essas mulheres consigam progredir sozinhas. As residências serão implantadas também no eixo norte do terreno próximo as habitações mantidas na área. Cada um dos volumes é composto por dois pavimentos destinados as residências e um pavimento para a lavanderia e área de convivência. Este volume é envolvido por uma cobertura em estrutura de madeira formulando um telhado com uma descida de água pluvial central (formato conhecido como telhado borboleta), nesse mesmo eixo central também se compreende um shaft, no qual serão distribuídas as instalações hidráulicas da todas as residências. Quanto ao programa, cada residência contará com dois dormitórios, um banheiro, uma cozinha e uma sala de estar.

Esquema 18: Localização Residências Temporárias Fonte: Autoria própria

DEPOIS DAS GRADES 176


A

B

7.50

C

7.50

PROJEÇÃO ESTRUTURA E COBERTURA 0,00

0,00

ACESSO

ACESSO

B

1

PAINEL DE MADEIRA

PAINEL DE MADEIRA

DORMITÓRIO PD. 3,00m +0,20

DORMITÓRIO PD. 3,00m +0,20

SALA DE ESTAR PD. 3,00m +0,20

9.40

SALA DE ESTAR PD. 3,00m

8

COZINHA PD. 3,00m

2 PROJ. ESCADA

ACESSO RESIDÊNCIAS PAVIMENTO SUPERIOR

COZINHA PD. 3,00m

BANHEIRO PD. 2,70m

BANHEIRO PD. 2,70m

BANHEIRO PD. 2,70m

BANHEIRO PD. 2,70m

6 7 8

ACESSO RESIDÊNCIAS PAVIMENTO SUPERIOR ACESSO RESIDÊNCIAS PAVIMENTO SUPERIOR

1

2

COZINHA PD. 3,00m +0,20

DORMITÓRIO PD. 3,00m +0,20

2

COZINHA PD. 3,00m +0,20

DORMITÓRIO PD. 3,00m +0,20

3 4 5 6 7 8

9.40

A

6 5 4 3 2 1

1 3 4 5

7

SALA DE ESTAR PD. 3,00m +0,20

SALA DE ESTAR PD. 3,00m +0,20

DORMITÓRIO PD. 3,00m +0,20

PAINEL DE MADEIRA

ACESSO 0,00

DORMITÓRIO PD. 3,00m +0,20

PAINEL DE MADEIRA

ACESSO 0,00

B

3

RESIDÊNCIAS TEMPORÁRIAS - PLANTA TÉRREO 0

177

5,0m

7,5m

ELEVAÇÃO 2

PROJ. ESCADA

ACESSO RESIDÊNCIAS PAVIMENTO SUPERIOR

+0,20

+0,20

3 2 1

DORMITÓRIO PD. 3,00m +0,20

PROJ. ESCADA

6 5 4

8 DORMITÓRIO PD. 3,00m +0,20

PROJ. ESCADA

7

ELEVAÇÃO 1 LEGENDA

ALVENARIA EM TIJOLO MACIÇO

PAINEL WOOD FRAME

A


A

B

7.50

C

7.50

PROJEÇÃO ESTRUTURA E COBERTURA

B

1

9

22 23

+3,40

DORMITÓRIO PD. 3,00m +3,40

DORMITÓRIO PD. 3,00m +3,40

SALA DE ESTAR PD. 3,00m +3,40

SALA DE ESTAR PD. 3,00m +3,40

6 5 4

DORMITÓRIO PD. 3,00m +3,40

PROJ. ESCADA

3 2 1

ACESSO RESIDÊNCIAS PAVIMENTO SUPERIOR

PROJ. ESCADA

ACESSO RESIDÊNCIAS PAVIMENTO SUPERIOR

+3,40

+3,40 COZINHA PD. 3,00m

COZINHA PD. 3,00m

BANHEIRO PD. 2,70m

BANHEIRO PD. 2,70m

BANHEIRO PD. 2,70m

BANHEIRO PD. 2,70m

DORMITÓRIO PD. 3,00m +3,40

ACESSO

13 14 15

22 23

6 5 4 3 2 1

ACESSO RESIDÊNCIAS PAVIMENTO SUPERIOR ACESSO RESIDÊNCIAS PAVIMENTO SUPERIOR

2

COZINHA PD. 3,00m

DORMITÓRIO PD. 3,00m +3,40

+3,40

SALA DE ESTAR PD. 3,00m +3,40

SALA DE ESTAR PD. 3,00m +3,40

10 11 12

COZINHA PD. 3,00m

+3,40

9

19 18 17 16

21

3 4 5 6 7 8

A 23 22

9

21 20

10 11 12

DORMITÓRIO PD. 3,00m +3,40

+3,40

13 14 15

+3,40

PAINEL DE MADEIRA

19 18 17 16

ACESSO

DORMITÓRIO PD. 3,00m +3,40

6 7 8

21 20

20

9

1

2 3 4 5

9.40

DORMITÓRIO PD. 3,00m +3,40

1

23 22

10

7

7

A

16 17 18 19

8

8

2

15 14 13 12 11

ELEVAÇÃO 2

10

21

+3,40

PROJ. ESCADA

20

ACESSO

15 14 13 12 11

PROJ. ESCADA

9.40

16 17 18 19

ACESSO

PAINEL DE MADEIRA

PAINEL DE MADEIRA

PAINEL DE MADEIRA

B

3

ELEVAÇÃO 1

RESIDÊNCIAS TEMPORÁRIAS - PLANTA 1º PAVIMENTO

0

5,0m

7,5m

LEGENDA

ALVENARIA EM TIJOLO MACIÇO

PAINEL WOOD FRAME

DEPOIS DAS GRADES 178


A

B

7.50

C

7.50

PROJEÇÃO ESTRUTURA E COBERTURA

16 17 18 19

15 14 13 12 11

20

10

21

9

22 23

8 7 6 5 4

24 25 26 27 28 29

16 17 18 19

10

20

9

21

8

3 2 1

ACESSO

22 23

7 6 5 4

LAVANDERIA COMPARTILHADA PD. 3,20m +6,60

LAVANDERIA COMPARTILHADA PD. 3,20m +6,60

3 2 1

30

ÁREA DE CONVIVÊNCIA PD. 3,20m +6,60

ÁREA DE CONVIVÊNCIA PD. 3,20m +6,60

15 14 13 12 11

24 25 26 27 28 29 30

ELEVAÇÃO 2

ACESSO

9.40

B

1

2

29 28 27

9.40

1

1

2

2

3 4 5

26 25 24

6 7 8

23 22 21 20 19 18 17 16

ACESSO

30

A

ÁREA TÉCNICA

ACESSO

ÁREA TÉCNICA

LAVANDERIA COMPARTILHADA PD. 3,20m +6,60

LAVANDERIA COMPARTILHADA PD. 3,20m +6,60

ÁREA DE CONVIVÊNCIA PD. 3,20m +6,60

3 4 5

ÁREA DE CONVIVÊNCIA PD. 3,20m +6,60

6 7 8

9

9

10

10

11 12

11 12

13 14 15

13 14 15

B

3

ELEVAÇÃO 1

RESIDÊNCIAS TEMPORÁRIAS - PLANTA 2º PAVIMENTO

0

179

5,0m

7,5m

LEGENDA

ALVENARIA EM TIJOLO MACIÇO

PAINEL WOOD FRAME

30 29 28 27 26 25 24

23 22 21 20 19 18 17 16

A


A

B

7.50

7.50

C

VISTA - ESCADA DE ACESSOS

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

VISTA - ESCADA DE ACESSOS

9.40

1

ELEVAÇÃO 2

CALHA METÁLICA - COLETA DE ÁGUA PLUVIAL

2

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

COBERTURA EM TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL i = 5%

A

VISTA - ESCADA DE ACESSOS

VISTA - ESCADA DE ACESSOS

9.40

A

B

3

ELEVAÇÃO 1

RESIDÊNCIAS TEMPORÁRIAS - PLANTA COBERTURA

0

5,0m

7,5m

DEPOIS DAS GRADES 180


A

7.50

B

C

7.50

COBERTURA

DET.01

1.33

ESTRUTURA COB.

1.33

+11,85

+0,20

2.10 3.00

0,00

RESIDÊNCIAS TEMPORÁRIAS - CORTE AA 0

181

3.00

1.00

TÉRREO

1.00

3.00

2.00

+3,40

2.00

1.00

1º PAVIMENTO

1.00

3.00

2.00

+6,60

2.00

1.10

2º PAVIMENTO

1.10

2.10

+9,80

5,0m

7,5m


2.10 1.10 2.00 1.00

3.00 3.00

3.00

1.00

3.00

2.00

1.10

2.10

DET.02

RESIDÊNCIAS TEMPORÁRIAS - CORTE BB

DEPOIS DAS GRADES 182


A

7.50

B

C

7.50

COBERTURA +11,85

ESTRUTURA COB. +9,80

2º PAVIMENTO +6,60

1º PAVIMENTO

PAINEL DE MADEIRA

PAINEL DE MADEIRA

PAINEL DE MADEIRA

PAINEL DE MADEIRA

+3,40

TÉRREO +0,20

0,00

RESIDÊNCIAS TEMPORÁRIAS - ELEVAÇÃO 01 0

183

5,0m

7,5m


RESIDÊNCIAS TEMPORÁRIAS - ELEVAÇÃO 02

DEPOIS DAS GRADES 184


TELHA METÁLICA TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL TRAPEZOIDAL EM CORTE EM CORTE

TELHA METÁLICA TELHA METÁLICA TERMOACÚSTICA TERMOACÚSTICA TRAPEZOIDAL TRAPEZOIDAL EM CORTE EM CORTE

RUFO METÁLICO RUFO METÁLICO BARROTEBARROTE DE MADEIRA DE MADEIRA (MLC- MADEIRA (MLC- MADEIRA LAMINADALAMINADA COLADA) COLADA) - EM CORTE - EM CORTE

BARROTEBARROTE DE MADEIRA DE MADEIRA (MLC- MADEIRA (MLC- MADEIRA LAMINADALAMINADA COLADA) COLADA) - EM VISTA - EM VISTA BARROTEBARROTE DE MADEIRA DE MADEIRA (MLC- MADEIRA (MLC- MADEIRA LAMINADALAMINADA COLADA) COLADA) - EM CORTE - EM CORTE

BARROTEBARROTE DE MADEIRA DE MADEIRA (MLC- MADEIRA (MLC- MADEIRA LAMINADALAMINADA COLADA) COLADA) - EM VISTA - EM VISTA

TRELIÇA DE TRELIÇA MADEIRA DE MADEIRA (MLC- MADEIRA (MLC- MADEIRA LAMINADALAMINADA COLADA) COLADA)

TRELIÇA DE TRELIÇA MADEIRA DE MADEIRA (MLC- MADEIRA (MLC- MADEIRA LAMINADALAMINADA COLADA) COLADA) PEÇA METÁLICA PEÇA METÁLICA PARA PARA CONEXÃOCONEXÃO ENTRE TRELIÇA ENTRE ETRELIÇA E O PILAR O PILAR PILAR EMPILAR TIJOLO EMMACIÇO TIJOLO MACIÇO

PILAR QUADRADO PILAR QUADRADO (30X30CM)(30X30CM) EM MLC- MADEIRA EM MLC- MADEIRA LAMINADALAMINADA COLADA COLADA

ALVENARIA ALVENARIA EM TIJOLO EM TIJOLO MACIÇO MACIÇO

PEÇA METÁLICA PARA PEÇA METÁLICA PARA CONEXÃOCONEXÃO ENTRE O ENTRE BLOCO O BLOCO DE CONCRETO O PILAR DE DE CONCRETO E O PILAREDE MADEIRA MADEIRA

GUARDA CORPO GUARDA CORPO EM MADEIRA EM MADEIRA RIPADA RIPADA

ARGAMASSA ARGAMASSA BLOCO DEBLOCO CONCRETO DE CONCRETO PATAMARPATAMAR ESCADA EM ESCADA EM MADEIRA MADEIRA PERFIL METÁLICO PERFIL METÁLICO DUPLO "C"DUPLO "C" PARA CONEXÃO PARA CONEXÃO ENTRE A ENTRE A ESCADA EESCADA ALVENARIA E ALVENARIA (PREVER (PREVER FIXAÇÕES) FIXAÇÕES)

185

RESIDÊNCIA RESIDÊNCIA TEMPORÁRIAS TEMPORÁRIAS - DET.01- DET.01 CONEXÃO CONEXÃO ESCADAESCADA COM ALVENARIA COM ALVENARIA

RESIDÊNCIA RESIDÊNCIA TEMPORÁRIAS TEMPORÁRIAS - DET.02- DET.02 DISTANCIAMENTO DISTANCIAMENTO PILAR DO PILAR SOLO DO SOLO

0

0

0

0,50m

0,50m

1,0m

1,0m

0

0,50m

0,50m

1,0m

1,0m


Desenho 32: Vista Residências Temporárias a partir da Rua Urupiara - Centro de Assistência as Expresidiárias

DEPOIS DAS GRADES 186



7. CONSIDERAÇÕES FINAIS


189


O desenvolvimento do trabalho, possibilitou um estudo amplo e detalhado de um local para a proposta de um equipamento urbano na cidade de São Paulo, como foi realizado para o bairro de Santana. Além disso, também permitiu o entendimento dos diversos temas que influenciam no estudo aprofundado de um local. O trabalho também motivou a aproximação com questões sociais da cidade, no caso com organizações voltadas a ressocialização das ex-presidiárias. Com o intuito de revelar as necessidades desse grupo de pessoas marginalizadas pela sociedade. O projeto do centro de assistência proporcionou o entendimento de um equipamento urbano dentro de um plano urbanístico e possibilitou a definição de um problema e de um programa coerente com as necessidades do público. Esse projeto também permitiu o estudo da estrutura de madeira e da alvenaria de tijolos. Portanto, acredita-se que o tema abordado e o ensaio do Centro de Assistência às Ex-presidiárias, possam expandir os estudo sobre o bairro de Santana e descriminalizar o entendimento das necessidades dos ex-presidiários. Além das análises teóricas e técnicas, esse trabalho também teve como objetivo o a experiementação de representação gráficas diversas. Foto 70: Vista aérea recorte de estudo. Fonte: Google Earth (acessado em: outubro de 2018) DEPOIS DAS GRADES 190



8. PROCESSO


Entende-se que o trabalho de conclusão de curso é estabelecido a partir de um processo gradativo, assim, este capítulo pretende retratar as etapas desse processo a partir de fotos do processo de desenvolvimenro do trabalho, apresentadas em ordem cronológica: Estudos - Plano Urbanístico

Desenho 33: Desenho realizado durante visitas ao local, pontuando principais

Desenho 34: Desenho realizado durante visitas ao local, pontuando principais

equipamentos e fluxos existentes.

equipamentos e fluxos existentes.

Fonte: Autoria Própria (03/2018)

Fonte: Autoria Própria (03/2018)

Desenho 35: Desenho estudo das demolições e proposta para plano urbanístico.

Desenho 36: Estudo das propostas para plano urbanístico.

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

193


Estudos - Ensaios vias do Plano Urbanístico

Desenho 37: Desenho de sobreposição das propostas sobre imagem aérea da área de

Desenho 40: Desenho de sobreposição das propostas sobre imagem aérea da área de

estudo - Cruzamento Avenida Zaki Narchi e Avenida General Ataliba Leonel

estudo - Cruzamento Avenida Zaki Narchi e Avenida General Ataliba Leonel

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Desenho 38: Desenho de sobreposição das propostas sobre imagem aérea da área de

Desenho 41: Desenho de sobreposição das propostas sobre imagem aérea da área de

estudo - Avenida Zaki Narchi Acesso Parque da Juventude

estudo - Avenida Zaki Narchi Acesso Parque da Juventude

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Desenho 39: Desenho de sobreposição das propostas sobre imagem aérea da área de estudo - Avenida Zaki Narchi, altura do Conjunto Habitacional Cingapura Fonte: Autoria Própria (05/2018)

DEPOIS DAS GRADES 194


Estudos - Centro de Assistência as Ex-presidiárias

Desenho 43 Estudo setorização programa em complexos Centro de Assistência as EXDesenho 42: Estudo setorização programa Centro de Assistência as EX-Presidiárias.

Presidiárias.

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Desenho 44: Estudo estrutura e acessos Centro de Assistência as EX-Presidiárias.

Desenho 45: Plano de massas - Centro de Assistência as EX-Presidiárias.

Fonte: Autoria Própria (06/2018)

Fonte: Autoria Própria (06/2018)

195


Desenho 46: Setorização programa - Centro de Assistência as EX-Presidiárias.

Desenho 47: Corte estudo - Centro de Assistência as EX-Presidiárias.

Fonte: Autoria Própria (06/2018)

Fonte: Autoria Própria (06/2018)

Desenho 48: Estudo estrutura Museu da Memória do Carandiru

Desenho 49: Estudo estrutura Museu da Memória do Carandiru

Fonte: Autoria Própria (09/2018)

Fonte: Autoria Própria (09/2018)

DEPOIS DAS GRADES 196


Estudo - Maquetes Plano Urbanístico e Centro de Assistência as Ex-presidiárias

Foto 71: Desenvolvimento maquete topografia área de estudo - Esacala:1:2000

Foto 72: Desenvolvimento maquete edificações área de estudo - Escala:1:2000

Fonte: Autoria Própria (04/2018)

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Foto 73: Maquete estudo implantação Centro de Assistência as Ex-Presidiárias Escala: 1:750

Foto 74 : Maquete: Estudo estrutura Museu da Memória do Carandiru - Esccala:1:50

Fonte: Autoria Própria (08/2018)

Fonte: Autoria Própria (09/2018)

197


Foto 75: Estudos de ocupação para o centro de assistência a ex-presidiárias

Foto 76: Estudos ocupação para o centro de assistência a ex-presidiárias

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Foto 77: Maquete estrutura Museu da Memória do Carandiru - Escala: 1:50

Foto 78: Maquete estrutura Museu da Memória do Carandiru - Escala: 1:50

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

Fonte: Autoria Própria (05/2018)

DEPOIS DAS GRADES 198



9. REFERÊNCIAS


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205


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Publicações: ITA CONSTRUTORA, Caderno de detalhes construtivos para madeira laminada colada de eucalipto. São Paulo, p. 1 - 38, 2016. CARPINTERIA, Caderno detalhes diversos. São Paulo, p. 1 - 24, 2018. DIAS, A. Tabela de pré-dimensionamento de estrutura de madeira Caderno detalhes diversos. São Paulo, p. 1 - 24, 2018.

DEPOIS DAS GRADES 206





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