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Marรงo.2014 R$ 12,90
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Novidades
Leica comemora 100 anos e quem paga é você Por Gilson Lorenti
Double Negative/ Divulgação
Todo mundo aqui conhece a Leica. A empresa é famosa por vender as câmeras mais caras do mundo. Alguns também afirmam que elas são as melhores. Mas, existem controvérsias. Na questão da qualidade das lentes não existe discussão. A técnica e o material empregado na construção das lentes as deixam no mais alto patamar da indústria fotográfica e cinematográfica. Porém, em tempos digitais, várias partes das novas Leicas são projetadas e construídas por outras empresas, que estão no ramo da eletrônica (como Panasonic) e também estão presentes em câmeras de menor valor. Então, o que você está comprando, e pagando caro, é pela oportunidade de fazer parte de um seleto grupo de fotógrafos que usam essas câmeras. Outra coisa pela qual a Leica é famosa são as edições especiais de seus equipamentos (igualmente caros). Elas são lançadas de tempos em tempos e fazem a alegria dos colecionadores. Agora que a empresa está comemorando 100 anos de existência, temos a oportunidade ideal para o lançamento de mais edições especiais. Uma delas é a S Type 006 que antes era conhecida como Leica S2. A câmera é um tanque de guerra com sensor de médio formato com 37,5 megapixels de resolução máxima. Ela apareceu pela primeira vez na Photokina 2008 e chegou ao consumidor em agosto de 2009. A edição especial vai vir dentro de um case de alumínio fabricado pela empresa alemã Rimowa e, junto com a câmera, teremos as lentes CS Summarit-S 30 mm f/2,8 ASPH e 70 mm f/2,5 ASPH. A brincadeira pode ser adquirida pelo consumidor por apenas US$ 34.500,00. O mais estranho é que, provavelmente, não vai ter para todo mundo que quiser comprar. Agora, se você não tem toda essa bala na agulha, então pode ficar com a compacta Leica D-Lux 6 Centenário, que vai chegar ao consumidor com o logotipo do aniversário impresso no corpo da câmera e um estojo de couro também personalizado para a data. O valor de venda desta edição fica em apenas US$ 950,00 (o valor de venda normal da câmera é de US$ 750,00).
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Sai a nova Nikon 1 V3 Contrariando impressões de concorrentes que achavam que as marcas líderes estava dando uma pausa nas mirrorless , é lançada a Nikon 1 V3.
Foto: Nikonrumors/Divulgação
A Nikon 1 V3 é equipada com sensor de 1 polegada com resolução de 18.4 megapixels; possui 171 pontos de autofoco (105 pontos de detecção de fase); sensibilidade ISO 160-12800; o tempo de exposição varia entre 1/4000 e 30 segundos com modo bulb de até 2 minutos e sincronia de flash a 1/250; o modo contínuo pode ser de até 20fps com autofoco contínuo; produz arquivos RAW de 12 bits; faz vídeos Full HD com taxa de 60fps em formato MOV com som estéreo, e faz vídeos em câmera lenta de até 1200fps; seu monitor LCD inclinável mede 3 polegadas; possui wi-fi embutido; e é alimentada por bateria com capacidade para cerca de 310 fotos por carga. A Nikon 1 V3 aceita cartões MicroSD em vez dos tradicionais SD e tem como opcional um grip
lateral para melhorar a pegada e dar um ar mais profissional à câmera. A Nikon também anunciou uma nova objetiva, a 1 NIKKOR VR 10-30mm f/3.5-5.6 PD-ZOOM (equivalente a 2781mm) que entra para a lista de novas objetivas leves e pequenas com zoom motorizado, que vem se tornando frequentes em praticamente todos os sistemas mirrorless. Esta objetiva com aparência de lente de câmera compacta tem seu custo avaliado em 300 dólares. O custo da Nikon 1 V3, que estará disponível em meados de abril, será de 800 libras/950 euros com a objetiva 10-30mm. O kit com objetiva 10-30mm, grip lateral e viewfinder eletrônico custará 1050 libras/1200 euros/1250 dólares e também estará disponível em meados de abril. 7
Vale a Pena Saber
O que é o filtro de densidade neutra e o quê ele faz? Dicasdefotografia.com.br
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A maioria dos filtros perderam sua função de existir com as possibilidades de pós produção da fotografia digital. É mais fácil usar o Lightroom ou o Photoshop para colorir uma foto, por exemplo, do que usar um filtro na lente. Mas quando se trata de fotografia de paisagens, alguns filtros ainda são bem vindos. Um deles é o filtro de densidade neutra, também chamado de filtro ND. Ele serve para nada mais, nada menos, do que deixar entrar menos luz pelas lentes. Mas pera lá, você me pergunta: para quê um filtro que deixa passar menos luz? Não gastamos horrores em lentes que deixam passar mais luz? Por que, justo agora, botar um bagulho na frente da lente que vai deixar passar menos luz? Realmente é uma situação bem específica: o filtro ND existe para nos ajudar quando queremos fazer fotos de longa exposição. Quando estamos em uma situação em que não é possív-
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el conseguir um tempo de exposição longo o suficiente pro nosso gosto – mesmo com o ISO mais baixo e a abertura mais fechada – o filtro ND entra em ação. O filtro ND também vem uma variação graduada, chamado de filtro ND Grad. Com ele é possível deixar passar menos luz somente em uma parte da cena. Ele se parece com isso:
Você pode ver no exemplo abaixo como foi possível registrar mais detalhes no céu graças ao filtro:
Como limpar suas lentes Por Ricardo Martins
Muitos fotógrafos, se não a maioria,quando terminam seu Job, seguem para o estúdio, descarregam os arquivos e lá se vai o equipamento para o armário, poucos se dão o trabalho de limpar suas lentes, seja por preguiça ou por não saber higienizá-las.Vou tentar dar algumas dicas para aqueles que, até têm vontade, mas não têm a técnica. Existem varias maneiras de se proceder a limpeza das lentes, porém nem todos são corretos e principalmente seguros, já que estamos tratando de equipamento de um custo, relativamente alto, vamos lá! O QUE USAR Tenha em mente, que você esta manuseando algo que pode ser danificado, irrecuperavelmente, por um grão de areia, pó, ou qualquer corpo estranho, com uma consistência mais rígida, tendo isso em mente, não esfregue nada na lente como paninhos, flanelas, mesmo algodão, pois podem riscá-la. LIMPEZA PRÉVIA Tenha em mente, que você esta manuseando algo que pode ser danificado, irrecuperavelmente, por um grão de areia, pó, ou qualquer corpo estranho, com uma consistência mais rígida, tendo isso em mente, não esfregue nada na lente como paninhos, flanelas, mesmo algodão, pois podem riscá-la. LIMPEZA LIQUIDA Esqueça produtos líquido para limpeza de óculos, álcool isopropilico ou limpa vidros, eles podem causar mais danos do que benefícios, alguns desses produtos tem
em sua formulação, álcool comum e silicone, que podem danificá-la, quanto ao álcool isopropilico, ele tem um tempo para secagem maior e pode manchar a lente, álcool comum nem pensar. Se você não usa líquido feitos especificamente para limpeza de lentes, por que para você eles são caros, saiba de uma coisa: suas lentes, custam bem mais que eles.Vale a pena arriscar? O uso de líquido especiais na limpeza, só é necessário em sujeiras mais persistentes, rotineiramente, “fuc-fuc”, spray de ar comprimido e um paninho seco (atenção, não é qualquer paninho, que serve). Quando for escolher um pano para limpar sua lente, sempre use panos que sejam macios e não soltem fiapos, você pode encontrar esses “paninhos” em lojas especializadas.Você também pode utilizar folhas de papel para limpeza a seco. Nunca utilize papeis para a limpeza com líquido. Para evitar que o papel se desfaça nos cantinhos utilize cotonete, mas atenção: você está fazendo a limpeza de um material delicado, então passe o papel, pano, cotonete ou pincel delicadamente, você não está lixando ou pintando um portão. CUIDADOS ADICIONAIS Se a sujeira persistir mesmo com o uso das soluções próprias para a limpeza, não tente utilizar nada mais pesado ou forte, pois você pode acabar danificando permanentemente a sua lente. Leve a sua máquina à assistência especializada para que seja feita uma limpeza correta. Saiba quando parar e entregar o serviço para ser executado por profissionais, lembre-se sempre, as lentes são caras! Mantenha suas lentes sempre protegidas pelas tampas. 9
Capa
Foto Tomas Arthuzzi Divulgação
Sebastião Salgado fala sobre seu projeto ‘Genesis’ Brasileiro ícone da fotografia lança em São Paulo mostra com 245 imagens. Ele conta experiências do 1º trabalho em que clicou animais. “Eu me vi, eu mesmo, há 50 mil anos atrás, na minha espécie, indo tomar água e vendo minha imagem pela primeira vez ao identificar que aquela imagem era a minha.” É assim que o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, ícone da fotografia contemporânea, descreve um dos momentos vividos dentro dos 8 anos de produção de “Genesis”, seu trabalho mais recente que chega a São Paulo nesta semana. A referência é ao momento em que Salgado observa um jovem gorila identificando seu próprio reflexo na lente da câmera, como ele explica em vídeo (G1). Famoso por registros documentais impressionantes, como o da Serra 10 10
Pelada na década de 1980 e o ensaio “Êxodos” mostrando povos migrantes pelo mundo, o brasileiro teve em “Genesis” as primeiras experiências fotografando animais para um grande projeto. Apesar de o nome do projeto ser igual ao do primeiro livro da Bíblia, Salgado deixa clara sua admiração por Charles Darwin e sua teoria da evolução ao lembrar de sua entrada no grupo de primatas na África. “99% do que nós temos, o gorila tem. O gorila, na verdade, somos nós em evolução. Quando você vem fotografar aqui, você é recebido por uma família. Você tem o avô, tem o pai,
tem os filhos. É uma relação vertical, de avô, pai e filho. É incrível”, relata. O fotógrafo recordou do primeiro animal que teve diante de suas lentes no projeto, uma tartaruga-gigante-de-galápagos. Diante da foto imponente da tartaruga, que chega a medir 1,5 metro e pesar 250 quilos, ele conta que o primeiro contato não foi receptivo. “Comecei a andar na direção dela, e ela não gostou. Quando passei a caminhar lentamente para trás, respeitando o território, ela passou a me aceitar”, afirma. Outra experiência animal impressionante, segundo Salgado, foi o contato com uma baleia-franca-austral no litoral de Golfo Nuevo, na península Valdés, Argentina. “Ela vinha, no início, com o bebezinho dela, mas não se aproximava do barco. Depois, devagarinho, foi se aproximando, até o ponto em que ela vinha ao barco e eu tocava nela como se fosse um cachorrinho. (...) Ela é de uma sensibilidade extrema. Eu passava a mão na face dela e via a pele dela inteirinha tremer, até o fim da cauda. (...) Ela às vezes pegava a gente entre a cabeça e a cauda, e eu não podia fotografar. A gente ficava dentro dela! Ficou amiga nossa”, recorda. (Foto: Sebastião Salgado/Divulgação)
Na coletiva de imprensa seguida de visita guiada pelos salões da exibição no Sesc Belenzinho, Zona Leste de São Paulo, Salgado reiterou diversas vezes o que parece ser a conclusão principal de suas viagens por pontos isolados e extremos do planeta: precisamos repensar a forma em que vivemos em sociedade, em todo o mundo. “Nós criamos uma máquina infernal”, afirma, referindo-se também aos governos que seguem com políticas não sustentáveis; governos “eleitos por nós”, lembra Salgado. Para o fotógrafo, portanto, a mudança para um convívio mais correto no e com o planeta deve partir, igualmente, de nós. Questionado pelo G1 sobre as críticas que “Genesis” recebeu no Brasil e no exterior por contar com o patrocínio da mineradora Vale, ele voltou a defender essa visão, dizendo que uma mudança na direção de um mundo mais sustentável não vai partir das grandes mineradoras, petrolíferas ou outras grandes empresas. “A mudança não vai partir deles, vai ser de todos nós.” Entre os povos fotografados em “Genesis” estão indígenas da região do Xingu. A Vale tem participação no consórcio Norte Energia, que irá construir e administrar a futura hidrelétrica. Considerada uma das principais obras de infraestrutura em andamento no país, ambientalistas e o
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Ministério Público são contra a construção por considerar que a usina vai prejudicar a comunidade indígena e a natureza da região. 8 anos de produção "Genesis" é composta por 245 imagens capturadas em oito anos de viagens aos recantos mais selvagens do planeta. A jornada para a composição do projeto,
que passou pelo Museu de História Natural de Londres no 1º semestre e também pelo Jardim Botânico do Rio até o mês passado, começou em 2004 e durou até 2012. Salgado realizou 30 viagens utilizando aviões de pequeno porte, helicópteros, barcos e canoas para atingir os pontos mais remotos do planeta.
Iceberg
Antártica
Foto: Sebastião Salgado/Divulgação
Neste iceberg entre a ilha Paulet e as ilhas Shetland do Sul, no mar Weddell, vê-se uma forma semelhante à torre de um castelo. 2005.
Elefante do mar Geórgia do Sul 1212
Foto: Sebastião Salgado/Divulgação
Filhotes de elefante-marinho-do-sul na baía de Saint Andrews. 2009.
Ilhas Galápagos
Foto: Sebastião Salgado/Divulgação
Equador
Tartaruga-gigante-das-galápagos na orla da cratera do vulcão Alcedo, na Ilha Isabela. Podem pesar até 250 quilos e viver mais de 150 anos. 2004.
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Planaltos
Foto: Sebastião Salgado/Divulgação
Papua - Nova Guiné Artista do festival singsing de Mount Hagen, no Planalto Ocidental. 2008
Os Himba Zâmbia
Foto: Sebastião Salgado/Divulgação
Perseguidos por caçadores furtivos na Zâmbia, os elefantes têm medo dos homens e
14 dos veículos. 2010. 14
Os Nenets Rússia
Foto: Sebastião Salgado/Divulgação
Em meio a baixas temperaturas, os nenets fazem reparações nos trenós e nas peles de renas para se manterem ocupados. 2011.
Vale Inferior do Omo As mulheres mursi e surma são as últimas a usar discos para estender os lábios. 2007.
Foto: Sebastião Salgado/Divulgação
Etiópia
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Indígenas do Alto Xingu Brasil
Foto: Sebastião Salgado/Divulgação
Arara-azul-grande ou arara-jacinto. Podem se vistas voando aos pares sobre a florestal do Pantanal, no Mato Grosso do Sul. 2011.
Os Himba Namíbia
Um grupo himba em Omuramba, perto das montanhas Zebra, em Kaokoland. 2005. 16 16
Mostras
Retratos de
Frida Kahlo
em Curitiba
Atualmente nos Estados Unidos, a mostra Frida Kahlo – As suas fotografias ruma para o Brasil, mais especificamente em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer (MON). Então se você é fã de uma das mulheres mais importantes da história, reserve o dia na agenda: 17 de julho a 2 de novembro, onde seguirá depois para Málaga, na Espanha. A exposição apresenta uma série de retratos da artista, realizados por seu pai, Guilhermo Kahlo, que era fotógrafo profissional, por seu avô e também amigos. “O acervo reflete de maneira clara os interesses da pintora”, diz o curador da exposição, Pablo Ortiz Monasterio, citando “a família, o seu fascínio por Diego (Rivera, pintor e marido de Frida) e os seus outros amores, o corpo acidentado, os amigos e alguns inimigos, a luta política, os índios e o passado pré-hispânico, tudo isso revestido da grande paixão que teve pelo México”, relata. Frida Kahlo – As suas fotografias Onde: Museu Oscar Niemeyer (MON) –Curitiba –PR 17
Mostra sobre paparazzi cr
O que os paparazzi (plu pode ser classificado com uma exposição dedicada? Os paparazzi, os chamados ladrões de imagens de personalidades, vêm chamando muita atenção na França. Primeiro foi o flagrante do presidente François Hollande em escapadas românticas, o que provocou a “queda” da então primeira-dama, Valérie Trierweiler. Agora, uma exposição do Centro Pompidou-Metz, no nordeste do país, dedicada a esse tipo de fotógrafos tem gerado muita polêmica, levantando discussões sobre a ética da profissão e também sobre o aspecto estético. A pergunta em jogo é: “esse tipo de fotografia é arte?”. Clément Chéroux, um dos curadores da exposição, explica que os paparazzi ficam à espreita durante longos períodos, mas o instante da foto é muito rápido. Além disso, eles trabalham com materiais nada discretos, como teleobjetivas e flashes. “O que buscamos compreender foi como é que essas limitações criaram uma estética involuntária”. Ele ressalta que os paparazzi não são artistas. “O que nos interessou mostrar foi como é que essa estética involuntária acabou interessando alguns artistas, principalmente a partir dos anos 60, com a arte pop”. Chéroux cita Andy Wahrol e Helmut Newton, que se inspiraram em imagens fora de foco e sem enquadramento de paparazzi. A exposição traz flagrantes famosos de personalidades como Jackie Kennedy Onassis, Mick Jagger, Kate Moss, Elisabeth Taylor, Marlene Dietrich e muitos outros. Tem também os retratos de paparazzi que fotografam paparazzi. A mostra inclui ainda apetrechos utilizados pelos “ladrões de imagens”, além de seminários, encontros com paparazzi e projeção de filmes.
1818
ria polêmica sobre estética
ural de “paparazzo”) mo arte e merece ir para ? Revista fox
Soft paparazzi A fotógrafa brasileira Soraya Ursine acompanha há muito tempo personalidades que circulam pelo festival de cinema de Cannes, no sul da França. Ela defende o estatuto de “artista” para o paparazzi. “Foi ele quem privilegiou a foto espontânea – por ser um ladrão de imagens, a foto deixou de ter um padrão estético rígido e passou a ser mais valorizada como arte”. Soraya cita um outro tipo de fotógrafo de personalidades bastante em voga: o “soft” paparazzo. Trata-se de um profissional contratado especialmente para clicar uma pessoa como se ela estivesse sendo flagrada, um artifício bastante usado para a promoção de artistas.
Foto: Anita Ekberg à la sortie de l’avion, 1959/ Divulgação
A mostra Paparazzi! Fotógrafos, estrelas e artistas fica em cartaz no Centro Pompidou-Metz até o dia 9 de junho de 2014. Ingressos podem ser comprados no site do centro de exposições.
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Mostra traz obra de Cartier-Bresson, o “olho do século 20” Patricia Moribe
O francês Henri Cartier-Bresson é considerado um dos grandes fotógrafos do século 20, autor de uma obra extraordinária e engajada. O Centro Georges Pompidou, o Beaubourg, de Paris, dedica uma grande exibição para o autor de imagens históricas, de flagrantes únicos, de perfis sublimes – anônimos ou de personalidades. Sempre em preto e branco, sempre com sua fiel câmera alemã Leica.
A mostra Henri Cartier-Bresson fica em cartaz até 9 de junho. Cartier-Bresson/Divulgaçõ
Os clichês são clichês, mas traduzem Cartier-Bresson: “gênio da composição”, “um dos pais do fotojornalismo” ou “olho do século”. O objetivo da mostra, segundo o curador Clément Chéroux, é revelar as múltiplas e menos conhecidas facetas do artista, através de mais de 500 fotos, desenhos, pinturas, filmes e documentos. O curador também ressalta que a carreira de Cartier-Bresson passou por momentos distintos e variados, que não podem ser resumidos à ideia do “momento decisivo”, termo usado durante muito tempo para interpretar a obra do fotógrafo. Muitas imagens meticulosamente compostas apresentam um momento de surpresa, de inusitado. É um ciclista passando a toda velocidade por uma escadaria enquadrada com cuidado. Ou um homem pulando uma poça d’água. Mundo afora 20
A exposição traz três fases importantes do percurso de Cartier-Bresson. A primeira, entre as décadas de 20 e 30, reflete o período em que o jovem fotógrafo se aproxima dos surrealistas, experimentando enquadramentos e composições. É o início também das perambulações do artista pelo mundo, treinando o “olho” com rostos e flagrantes. A faceta politicamente engajada de Cartier-Bresson, entre 1936 e 1946, é eternizada pelas imagens da Guerra Civil Espanhola e outros movimentos coletivos na França e mundo afora. Nessa fase também ele se interessa pelo cinema, trabalhando junto com Jean Renoir. O terceiro momento da exposição, de 1947 a 1970, gira em torno da criação da mítica agência Magnum Photos, uma cooperativa que reunia outros grandes fotógrafos, como Robert Capa.
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