Quebrando paradigmas e reafirmando verdades sobre Deus.
Paulo Artur Gonçalves. Esta analise está dentro do conceito de Fé Raciocinada que o Espiritismo ensina.
Direitos autorais cedidos para as obras sócias do Centro Espírita Vida e Luz .
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PREAMBULO O texto a seguir, de autor desconhecido, nos deixa bem claro o motivo de ter sido escrito este livro, de caráter investigativo sobre Deus. As crenças dogmáticas impedem que o homem progrida no espiritualismo por reprimir parte da inteligência que Deus nos deu quando o assunto se refere a Ele próprio. Deus nos fez simples e ignorantes com uma vontade imensa de progredir e para tal nos fez como “principio inteligente do universo” Ë investigando que o homem caminha na ciência e adquire conhecimento e progresso. Também será investigando que o homem entenderá a “Inteligência Suprema do Universo, causa primária de todas as coisas” ou seja Deus. É conhecendo Deus que chegaremos a Ele um dos caminhos é o estudo e a investigação. As Diferenças entre Religião e Espiritualismo A religião não é apenas uma, são centenas. O espiritualismo é apenas uma forma de ser. A religião é para os que dormem. O espiritualismo é para os que estão despertos. A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados. O espiritualismo é para os que prestam atenção à sua voz interior. A religião tem um conjunto de regras dogmáticas. O espiritualismo te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo. A religião ameaça e amedronta. A espiritualidade lhe dá paz Interior. A religião fala de pecado e de culpa. O espiritualismo lhe diz: "aprende com o erro". A religião reprime tudo, te faz falso. O espiritualismo transcende tudo, te faz verdadeiro! A religião não é Deus. O espiritualismo é tudo e portanto é Deus. A religião inventa. O espiritualismo descobre. A religião não indaga nem questiona. O espiritualismo questiona tudo. A religião é humana, é uma organização com regras. O espiritualismo é divino, sem regras. A religião é causa de divisões. O espiritualismo é causa de união.
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A religião lhe busca para que acredite. O espiritualismo você tem que buscá-lo. A religião segue os preceitos de um livro sagrado. O espiritualismo busca o sagrado em todos os livros. A religião se alimenta do medo. O espiritualismo se alimenta na confiança e na fé. A religião faz viver no pensamento. O espiritualismo faz viver na consciência. A religião se ocupa com fazer. O espiritualismo se ocupa com ser. A religião alimenta o ego. O espiritualismo nos faz transcender. A religião nos faz renunciar ao mundo. O espiritualismo nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele. A religião é adoração. O espiritualismo é meditação. A religião sonha com a glória e com o paraíso. O espiritualismo nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora. A religião vive no passado e no futuro. O espiritualismo vive no presente. A religião enclausura nossa memória. O espiritualismo liberta nossa consciência. A religião crê na vida eterna. O espiritualismo nos faz consciente da vida eterna. A religião promete para depois da morte. O espiritualismo é encontrar durante a vida.
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INDICE INTRODUÇÃO ............................................................................................... 6 CAPÍTULO 1 - JUIZO FINAL, CEU E INFERNO. ........................................... 8 1.1 Introdução................................................................................................................... 8 1.2 Definição de Deus e Seus atributos ............................................................................ 8 1.2.1 Definição: .......................................................................................................... 8 1.2.2 Atributos: ........................................................................................................... 8 •É eterno. .............................................................................................................. 8 •É imutável........................................................................................................... 8 •É imaterial,.......................................................................................................... 8 •É único;............................................................................................................... 8 •É todo-poderoso.................................................................................................. 8 •É soberanamente justo e bom ............................................................................. 9 1.3 Julgamento de um casal e seus filhos ......................................................................... 9 1.4 Julgamento de débeis mentais .................................................................................. 10 1.5 Julgamento de natimortos........................................................................................ 10 1.6 Julgamento de nascidos em lares estruturados e desestruturados ............................ 10 1.7 Julgamento de ateus e agnosticos ............................................................................ 11 1.9 Conclusão: ............................................................................................................... 11 CAPITULO 2 – O BEM, O MAL. ................................................................... 13 2.1 Jesus......................................................................................................................... 13 2.2 Albert Einstein......................................................................................................... 14 CAPITULO 3 – ETIMOLOGIA DA PALAVRA DEUS .................................... 16 3.1 O antigo Egito........................................................................................................... 16 3.1.1 Resumo das crenças......................................................................................... 16 3.1.2 As múmias. ...................................................................................................... 18 3.1.3 As Confissões Negativas. ................................................................................ 19 3.2 Sócrates e Platão....................................................................................................... 20 3.2.1 A demônio e Anjo da Guarda. ............................................................................... 20 3.2.1 Demônios (espíritos) e deuses. .............................................................................. 21 3.3 Os dez mandamentos. ............................................................................................... 21 3.4 Deus e deus são conceitos diferentes....................................................................... 24 3.5 Jesus, Buda, deuses e Deus...................................................................................... 26 3.6 As Leis de Deus ou Leis Naturais. .......................................................................... 29 3.6.1 Lei da adoração:............................................................................................... 30 3.6.2 Lei do Trabalho: .............................................................................................. 30 3.6.3 Lei da Reprodução:.......................................................................................... 30 3.6.4 Lei da Conservação: ........................................................................................ 30 3.6.5 Lei da destruição:............................................................................................. 30 3.6.6 Lei de Sociedade:............................................................................................. 30 3.6.7 Lei do Progresso: ............................................................................................. 30 3.6.8 Lei de Igualdade: ............................................................................................. 31 3.6.9 Lei da Liberdade:............................................................................................. 31 3.6.10 Lei de Justiça, Amor e Caridade.................................................................... 31 3.6.11 Lei da Perfeição Moral: ................................................................................. 31 CAPITULO 4 – CONTINUANDO COM SÓCRATES E PLATÃO.................. 33 4.1 O homem é uma alma encarnada.............................................................................. 33 4.2 A principal visão está no plano espiritual................................................................. 33 4.3 O corpo limita o entendimento. ................................................................................ 33 4
4.4 A alma impura .......................................................................................................... 34 4.5 Desapego aos valores materiais................................................................................ 34 4.6 Diferentes graus de desmaterialização da alma........................................................ 35 4.7 Os bons não precisam temer a morte........................................................................ 35 4.8 A maior desgraça é morrer no crime. ....................................................................... 35 4.9 A morte é apenas uma mudança de morada. ............................................................ 36 4.10 A caridade............................................................................................................... 36 4.11 É pelos frutos que se conhece a árvore................................................................... 37 4.12 A riqueza é um grande perigo................................................................................. 37 4.13 A virtude é a maior das preces. .............................................................................. 37 4.14 O amor é lei universal............................................................................................. 37 4.15 Não vemos os nossos defeitos. ............................................................................... 37 4.16 Na doença, tratar também da alma. ........................................................................ 37 4.17 Predominância do mal. ........................................................................................... 38 4.18 Ajuizado serás. ....................................................................................................... 38 CAPITULO 5 – RESUMO DA DOUTRINA DE JESUS.. ............................... 39 5.1 Bem aventurados os aflitos....................................................................................... 39 5.2 Bem aventurados os pobres de espírito. ................................................................... 40 5.3 Bem-aventurados os que têm puro o coração........................................................... 41 5.4 Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos. ................................................... 41 5.5 Bem-aventurados os que são misericordiosos. ......................................................... 42 5.6 Amar o próximo como a si mesmo........................................................................... 43 5.7 Amai vossos inimigos............................................................................................... 43 5.8 Fazer o bem sem ostentação. .................................................................................... 44 5.9 Fora da Caridade não há salvação. ........................................................................... 45 5.10 Sede perfeitos. ........................................................................................................ 46 CAPITULO 6 – A REENCARNAÇÃO. .......................................................... 48 6.1 A lógica e a fé........................................................................................................... 48 6.2 Exercitando a lógica. ................................................................................................ 49 6.3 Conceituação de Espirito. ......................................................................................... 51 6.4 Conceituação da reencarnação................................................................................. 53 6.5 Citações da Reencarnação na Bíblia........................................................................ 55 6.5.1 Evangelho: João Batista é a reencarnação de Elias. ....................................... 55 6.5.2 Jesus: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo................... 56 6.5.3 Jesus: Ouça aquele que tem ouvido para ouvir............................................... 57 6.5.4 Isaias: Aqueles de vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo....... 58 6.5.5 JOB: Voltarei a esta vida ................................................................................. 58 6.5.6 Salomão – Livro da Sabedoria (8:19-20) .............................................................. 59 6.6 Mensagem de São Luiz a Kardec ............................................................................ 60 6.7 Lembranças de vidas passadas. ............................................................................... 60 CAPITULO 7: A HUMANIDADE ESTÁ NO UNIVERSO. .............................. 62 7.1 Diferentes estados da alma no plano espiritual ........................................................ 62 6.2 Pluralidade dos Mundos. .......................................................................................... 62 7.3 Diferentes categorias de mundos habitados.............................................................. 62 7.4 Destinação da Terra. - Causas das misérias humanas .............................................. 63 7.5 Progressão dos mundos ............................................................................................ 64 7.6 Tipos de mundos, segundo Santo Agostinho ........................................................... 64 CAPITULO 8 - APOCALIPSE....................................................................... 67 REFERENCIAS: ........................................................................................... 69
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INTRODUÇÃO Diz-se que os Antigos Egípcios, Gregos e outros povos eram politeístas. Considera-se politeísta a religião que adora mais de um deus. Isto referido a deus e não a Deus. O significado das duas palavras são bem diferentes e um dos objetivos deste trabalho é demonstrar e conceituar isto. Se consideramos as diferenças de significado das palavras deus e Deus e nos referindo a Deus os iniciados dos antigos Egito e Grécia eram Monoteístas. Também podemos afirmar que os católicos são uma mistura de politeístas e Monoteístas. O conceito de Deus dos iniciados Egípcios e Gregos e o do item 1.2 mostrado neste trabalho são de difícil compreensão para a maioria das pessoas de nosso atual estágio de evolução. Não é nosso objetivo demonstrar um perfeito entendimento de Deus. Estamos longe de ter esta capacidade. Hoje já temos um raciocínio mais apurado e muitas pessoas se tornam agnósticas ou ateias por simplesmente contestarem conceitos, doutrinas e dogmas que a maioria das religiões ensina. Também temos muitos crentes que simplesmente ignoram a teoria da evolução das espécies de Darwin e outros avanços da ciência simplesmente por serem incompatíveis com a narração da criação que está na Bíblia. A Bíblia é um dos livros ditos sagrados de um povo e da mesma forma existem outros livros de outros povos como os Vedas, por exemplo. Também há outros que se confundem com o avanço da genética e dizem que o homem esta alcançando de Deus. Nada disso. Estes são dois extremos que devem ser evitados. A ciência tão somente está desvendando as leis de Deus e isto só levará ao entendimento D’Ele. Isaac Newton tirava o chapéu quando falava de Deus. Albert Einstein dizia que Deus não joga dados. São exemplos de homens que mudaram o rumo da humanidade e acreditavam em Deus. A fé não pode ser burra (acreditar porque assim nos ensinaram) ela tem que ser raciocinada. A falta de conhecimento nos tornaram míopes para muitas verdades que hoje a ciência está descortinando. Também se está descortinando o que se passa do outro lado da vida nos mostrando que a vida continua e tudo é perfeitamente entendível. Chico Xavier nos mostrou isto em seus mais de 400 filhos (livros). É a ciência e religião que começam a se fundir, será uma coisa só. Para isto teremos que aceitar mudanças. Neste trabalho, mais de 80% dos conceitos são transcrições pura e simples de texto de livros referenciados. Do autor têm uns poucos comentários e o mérito de ordenar os assuntos de forma clara. Só isto. O autor nem de longe tem a capacidade e conhecimento para inovar em tudo o que está escrito. Isto só demonstra uma capacidade de análise necessária na fé raciocinada. Isto também significa que este trabalho não é definitivo. Ele pode e deve ser contestado e comentado, inclusive pelo autor. Também neste trabalho estamos adotando duas grafias para a palavra Deus. A primeira com “D” maiúsculo para designar Ser Supremo e a segunda,
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com “d” minúsculo para designar outro ser que não o Ser Supremo, nos casos em que não se aplica o conceito de Deus. Isso posto vamos começar a leitura fazendo uma oração. Ela é: Avnu shebashamaim itkadash shemehá. Tavô malcutechá iassé retsonchá baárets caasher na'assá bashamaim. Ten-lanu haiom lechem chuknu. Usláchlanú et-ashmatenu caasher solchim anachnu laasher ashmu lanu. Veal-tevienu lidei massá. Ki in-hatsilenu min-hará. Amen. Tradução Pai nosso dos céus, santo é o teu nome, venha o teu reino, tua vontade se faz na terra como também nos céus. Dá-nos hoje nossa parte de pão. Perdoa-nos as nossas culpas, quando nós perdoamos as culpas de nossos devedores. Não nos deixes entregues à provação; porque assim nos resgatas do mal. Amém (ou, que assim seja ou que possa ocorrer assim).
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CAPÍTULO 1 - JUIZO FINAL, CEU E INFERNO.
1.1 Introdução Na matemática existe a técnica do absurdo para se estudar uma hipótese e verificar se a mesma é falsa ou verdadeira. Relaciona-se todos os aspectos envolvidos como conseqüência da tal hipóteses e analisa-se o resultado frente a verdades já demonstradas e aceitas. Se o resultado for absurdo é a hipótese é falsa. Se o resultado for consistente a hipótese é verdadeira. Aqui estaremos analisando a hipótese do Juízo Final a ser feito por Deus. Como resultado uns irão para o inferno e outros para o céu. Deus pesará os atos de cada um com sua suprema justiça, considerando que cada um tem seu livre arbítrio e é responsável pelos seus atos. Para tal todos os aspectos conseqüentes desta hipótese serão comparados com verdades absolutas em relação a Deus que, segundo o Livro dos Espíritos de Allan Kardec são a definição de Deus e Seus atributos.
1.2 Definição de Deus e Seus atributos Allan Kardec. Livro dos Espíritos capitulo1.
1.2.1 Definição: Inteligência suprema do universo e causa primária de todas as coisas.
1.2.2 Atributos: • É eterno. Se Ele tivesse tido um começo teria saído do nada, ou teria • •
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sido criado por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade. É imutável; se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o universo não teriam nenhuma estabilidade. É imaterial, ou seja, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria; de outro modo não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria. (Obs. do autor: Segundo a ciência a matéria sólida passando por plasma até a energia pura são estados diferentes da mesma coisa ... matéria). É único; se houvesse vários deuses, não haveria unidade de desígnios, nem unidade de poder na ordenação do universo. É todo-poderoso, porque é único. Se não tivesse o soberano poder, haveria alguma coisa mais ou tão poderosa quanto Ele; não teria feito todas as coisas e as que não tivesse feito seriam obras de um outro Deus.
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É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das Leis Divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e essa sabedoria não permite duvidar de sua justiça nem de sua bondade.”
1.3 Julgamento de um casal e seus filhos Um casal tem dois filhos que amam muito, muito mesmo. O amor é verdadeiro e recíproco. Os quatro morrem e finalmente chega o apocalipse e o dia do juízo final. Depois que Deus os julgou, o casal e um filho foram para o céu. Foram salvos. O segundo filho foi condenado a queimar nas chamas eternas do inferno. No céu os salvos estão no gozo da felicidade eterna a que estão destinados. No inferno o condenado está queimando e sofrendo eternamente. O condenado se arrepende e grita desesperado: Pai, mãe, irmão, for favor me ajudem!!! Podem ocorrer por varias alternativas, que são: 1- Os salvos continuam felizes porque deixaram de amar o condenado. Foi tirado o amor dos corações dos salvos em relação aos condenados? Foi feita lavagem cerebral nos salvos para apagar justamente o amor? Absurdo: O amor é a maior lei de Deus. Palavras de Jesus: O maior dos mandamentos é “Amar a Deus sobre todas as coisas” e o segundo, não menor que este, é “Amar o próximo como a si mesmo”. Sem mais comentários. 2- Os salvos ouvem o pedido de socorro, ficam infelizes, mas compreendem. Absurdo: Como isto pode ocorrer se eles estão destinados à eterna felicidade? A felicidade no céu não é plena? Deus mentiu? Quem mente é justo e bom? 3- Os salvos ouvem e não se importam porque a lembrança que tinham do condenado foi "apagada". Para não apagar o amor foi apagada a lembrança. Os salvos “se esquecem” dos condenados. Absurdo: Ninguém se esquece de quem ama. Apagar a lembrança (lavagem cerebral) é um ato de violência, coisa típica de humanos imperfeitos. Não de Deus que é perfeito. 4- Não ouvem nada e por este motivo não sofrem. Absurdo: Pelo simples fato de não escutar significa que deixou de amar? Se não ouve é porque houve censura de comunicações. Outro ato de violência de nós humanos que somos imperfeitos e não de Deus que é perfeito. 5- Ao suplicar ele se arrependeu. Deus é misericordioso o perdoou. Ele vai para o céu. Absurdo: Quem não se arrepende após queimar uns tempos no fogo do inferno ou qualquer outro? Deus não é soberanamente justo? A misericórdia é dentro dos princípios de justiça.
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Se a misericórdia de Deus anulasse a as justiça teríamos como conseqüência outro absurdo Todos iriam para o céu independente do que fizessem. É evidente que depois levar uma queimadinha no inferno todos se arrependeriam e iriam para o céu. Não ficará ninguém no inferno, nem o diabo! Agora voltemos para a matemática. Qualquer parte de zero é zero. Qualquer parte de infinito é infinito. Eterno é um tempo infinito. Qualquer pedaço da eternidade é a própria eternidade. Um tempo definido, de 1 a 1.000 anos, em reação a eternidade é zero. Se é zero não existe. Acabou o inferno! 6- Qualquer outra resposta que seja levantada e seja incompatível com os atributos de Deus será absurdo.
1.4 Julgamento de débeis mentais Débeis mentais ou ignorantes totais não têm condição de pesar suas ações para exercer o livre arbítrio. Eles vão compulsoriamente para o céu? Absurdo: Estes não podem ser julgados como responsáveis pelos seus atos. Até a justiça humana, que é falha, reconhece isto. Se os débeis mentais e totalmente ignorantes vão compulsoriamente para o céu o justo não seria que todos nascessem nesta condição? Se todos nascessem nesta condição não haveria civilização e estaríamos todos ainda no estado selvagem. Então para que existir a humanidade? Onde está a sabedoria de Deus? Por outro lado se a humanidade ficasse indefinidamente no estado selvagem onde está a lei do progresso?
1.5 Julgamento de natimortos Os que nascem mortos ou morrem antes se ser responsáveis por seus atos vão compulsoriamente para o céu, são destruídos ou ficam no limbo? Absurdo: Estas ou quaisquer outras repostas baseadas na fé burra (é mistério e logo se deve acreditar) vai contra a sabedoria e justiça de Deus. Para ser justo todos não deveriam morrer antes de ser responsáveis por seus atos? Se todos morressem antes de ser responsáveis por seus atos não haveria ninguém em idade de se reproduzir e logo não haveria humanidade.
1.6 Julgamento de nascidos em lares estruturados e desestruturados É universalmente aceito que a educação tem um grande peso na formação do caráter, É fato concreto que a parte dos humanos que tem condição de racionar e exercer o livre arbítrio nasce em condições diferentes. Uns nascem em lares estruturados com boa base para a formação moral e, consequentemente têm maior probabilidade de serem pessoas merecedoras do céu. Outros nascem em lares totalmente desestruturados sem a menor condição de ter uma boa 10
formação moral e, consequentemente têm maior probabilidade de serem pessoas merecedoras do inferno. Ainda tem os de meio termo. No Juízo final haverá ou não atenuantes? Absurdo: Até nós humanos imperfeitos classificamos isto de injustiça social. Isto nega totalmente a sabedoria e justiça de Deus caso estes espíritos tenham sido criados quando nasceram.
1.7 Julgamento de ateus e agnosticos Os que não sabem que haverá Juízo Final, não acreditam em Deus, não acreditam em vida após a morte, etc. podem ter uma vida justa e exemplar ou justamente o contrário. Eles não serão julgados por Deus pelos mesmos critérios dos crentes que sabem de tudo isto porque as responsabilidades são diferentes Absurdo: Dois pesos e duas medidas é coisa da justiça dos homens que são imperfeitos. Deus é perfeito, imutável e soberanamente justo. Por outro lado se houver a estas concessões de atenuantes não seria mais justo que Deus mantivesse todos agnósticos e descrentes de tudo?
1.9 Conclusão: Com tantos absurdos as hipóteses do Juízo Final, céu e inferno analisadas são FALSAS. Ao ler o texto desde capitulo uma pessoa altamente enraizada na fé não raciocinada (tem que crer porque é mistério) disse:”segundo os ensinamentos de um frei isto está errado porque Deus não é racional. Ele é misericordioso”. Irracionais somos nós humanos! Deus que tem a inteligência suprema, sabedoria e justiça soberanas como pode ser não racional? Um arquiteto irracional só pode fazer uma obra irracional. Se universo é perfeito, estável, imutável, etc. seu Criador só pode ser infinitamente racional e perfeito. Em nenhum momento o Divino Mestre Jesus nos ensinou este tipo de pensamento. Em momento algum Jesus nos ensinou que Deus é subornável aceitando promessas, esmolas e outros tipos de ofertas a troco de curas, milagres, emprego, e outras coisas mais se a pessoa não fez por merecer. Estes dogmas foram feitos por homens que e usaram o nome de Deus e Jesus para se apoderarem do poder material, submeterem governos, fazerem fortunas etc. Em nome destes e outros dogmas cometeram atrocidades chegando a matar pessoas em nome de Deus. Também criaram outros, tais como o purgatório - uma espécie de Inferno temporário, como se isto fosse possível. Qualquer fração de tempo em relação a eternidade é zero e logo não pode ser. Chegaram até vender redução ou anulação desta penas na forma de indulgências em anos ou plena. 11
Tudo isto foi criado por homens nos tempos em que imperava o primitivismo e na idade das trevas ou idade média. No passado isto foi motivo de cisão do cristianismo (Lutero, Calvino, etc.) onde se eliminou os pontos mais absurdos porem se continuou com outros, entre os quais este do juízo final, céu e inferno. Hoje estamos na idade da luz ou do conhecimento. Evoluímos pelo conhecimento e estamos em melhor condição de entender os ensinamentos de Jesus. O próprio Jesus previu isto e prometeu a vinda de um Espírito de Verdade ou Consolador. Em momento algum ele prometeu que viria pessoalmente. Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. - Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (S. JOÃO, cap. XIV, v. 15 a 17 e 26.) Jesus também falou em condenação, mas não eterna. Agora já começamos a entender o verdadeiro significado de salvação como um objetivo final na escala da evolução sabemos que todos se salvarão. A condenação é a necessidade de ter que aprender pelos nossos erros e para isto Deus nos permite a condenação do sofrimento, não eterno, mas até que aprendamos. Nos também não condenados nossos iguais a penas educativas temporárias? Nós, não os colocamos em casa de correção? Isto tanto pode ocorrer no plano material como no espiritual. Se a salvação é um objetivo o caminho para atingi-la ser expresso até matematicamente por uma curva. Muitas serão as curvas. Porem toda a curva é definida por vários pontos. Estes pontos são as diversas vidas consecutivas e alternadas no plano material (mundo corpóreo) e espiritual. Um ponto não define nada, nem uma reta. 50 a 100 anos (uma vida) perante a eternidade é tão somente um ponto. Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (S. MATEUS, cap. XI, v. 12 a 15.)
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CAPITULO 2 – O BEM, O MAL.
2.1 Jesus. (S. MATEUS, cap. XVIII, v. 6 a 11) Se algum escandalizar a um destes pequenos que crêem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós que um asno faz girar e que o lançassem no fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos (1); pois é necessário que venham escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha. (1) Nas traduções mais recentes e mais fiéis da Bíblia, a palavra escândalo está expressa por tropeço (na tradução em Esperanto falilo), querendo significar que Jesus se referia a tudo o que leva o homem à queda: o mau exemplo, princípios falsos, abuso do poder, etc. No sentido evangélico, a acepção da palavra escândalo, tão amiúde empregada, é muito mais geral, pelo que, em certos casos, não se lhe apreende o significado. Já não é somente o que afeta a consciência de outrem, é tudo o que resulta dos vícios e das imperfeições humanas, toda reação má de um indivíduo para outro, com ou sem repercussão. O escândalo, neste caso, é o resultado efetivo do mal moral. É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus, porque, imperfeitos como são na Terra, os homens se mostram propensos a praticar o mal, e porque, árvores más, só maus frutos dão. Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma conseqüência da imperfeição dos homens e não que haja, para estes, a obrigação de praticá-lo. É necessário que o escândalo venha, porque, estando em expiação na Terra, os homens se punem a si mesmos pelo contacto de seus vícios, cujas primeiras vitimas são eles próprios e cujos inconvenientes acabam por compreender. Quando estiverem cansados de sofrer devido ao mal, procurarão remédio no bem. A reação desses vícios serve, pois, ao mesmo tempo, de castigo para uns e de provas para outros. E assim que do mal tira Deus o bem e que os próprios homens utilizam as coisas más ou as escórias. Suponhamos que a Humanidade se transforme e passe a ser constituída de homens de bem: nenhum pensará em fazer mal ao seu próximo e todos serão ditosos por serem bons. Tal a condição dos mundos elevados, donde já o mal foi banido; tal virá a ser a da Terra, quando houver progredido bastante. Mas, ao mesmo tempo que alguns mundos se adiantam, outros se formam, povoados de Espíritos primitivos e que, além disso, servem de habitação, de exílio e de estância expiatória a Espíritos imperfeitos, rebeldes, obstinados no mal, expulsos de mundos que se tornaram felizes. Mas, ai daquele por quem venha o escândalo. Quer dizer que o mal sendo sempre o mal, aquele que a seu mau grado servir de instrumento à justiça divina, aquele cujos maus instintos foram utilizados, nem por isso deixou de praticar o mal e de merecer punição. Assim é, por exemplo, que um filho ingrato é uma punição ou uma prova para o pai que sofre com isso, porque esse pai talvez tenha sido também um mau filho que fez que sofresse seu pai. De uma forma mais simples poderia ser dito: É necessário que o mal exista para que o bem se estabeleça. Porem ai daquele através de quem o mal vier.
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Com isto conclui-se que o mal é transitório e que deixa de existir quando o bem se estabelece.
2.2 Albert Einstein. Um professor que tentava provar a seus alunos que Deus único não podia existir pelo fato de existir a dualidade do bem e do mal. Se ele existisse ele era também o mal. Logo havia dois poderes. Um aluno então se levantou e fez duas perguntas a seu professor. Elas foram: O frio existe? Resposta: Claro que existe. Eu o sinto. O escuro existe? Resposta: Claro que existe. Eu o percebo. O aluno então disse: Ambas as resposta estão erradas. O frio não existe porque ele é tão somente a ausência do calor. O escuro não existe porque ele é tão somente a ausência da luz. Da mesma forma o mal não existe porque ele é tão somente a ausência do bem. Este aluno se chamava Albert Einstein. Einstein simplificou de forma admirável o mal como sendo tão somente a ausência do bem. Isto significa que ele não existe de forma absoluta e não pode ser definido como dualidade ao bem. Ele deixa de existir a medida que o bem se estabelece. Não é exatamente isto que tem acontecido? Examinemos a história. Nas guerras os vencedores saqueavam, matavam de forma absolutamente aterrorizante cortando as cabeças, empalando, crucificando, cegando, aleijando e uma séria de outras barbaridades. Nos dias de hoje estas más práticas estão praticamente extintas. Não foi o bem que substituiu o mal? Vejam também o assunto escravidão, tortura, condenação de desafetos por simplesmente pensarem de forma diferente e agirem de forma não entendida (queima as bruxas, caça aos infiéis) tudo isto em nome de deus! Também isto está quase que totalmente extinto. Não é de novo o bem substituindo o mal? Agora é a vez da agressão ao planeta. Não estamos evoluindo? Nós estamos eliminando o grande mal das ações coletivas porem resta ainda alguns mais sutis como a corrupção, por exemplo. Não acabamos de dar um passo gigantesco com a lei da Ficha Limpa como complemento a de responsabilidade fiscal? Com ela políticos corruptos, que já tem alguma condenação não podem se candidatar mais. Trata-se tão somente do primeiro passo porem é de degrau em degrau que se sobe a escada. Também temos avançado na eliminação do mal individual. O egoísmo é o pai de todos os males, dele decorre a avareza, o orgulho, etc. A doutrina de Jesus nos mostra o caminho para eliminá-lo trocando-o pelo amor ao próximo, perdão, etc. A maioria de nós já não aceita mais as barbaridades coletivas que apoiávamos e aplaudíamos. Agora estamos vendo que as sementes destas barbaridades que praticávamos estão dentro de nós mesmo e, começando a 14
ver o mal que elas nos causam. Com certeza, dentro de alguns séculos mais este mal interior dará lugar ao bem. Uma minoria não aceita e não quer ver. Ela ficará para trás e será banida (vide apocalipse). A teoria da reencarnação, cada vez mais aceita, mostra que estes bárbaros que praticaram estes atos fomos nós mesmos em encarnações passadas. Sendo nós simplesmente estamos evoluindo e um dia chegaremos ao estado de conhecimento total do Pai e suas leis, tal como Jesus. Ele não nos prometeu isto? Como conseqüência disto Satanás, Inferno Eterno simplesmente não existem de forma absoluta e definitiva. Satanás é um espírito, primitivo e impuro que ainda não encontrou o bem, porem o encontrará e será um espírito puro. Se assim não fosse Deus seria injusto ou não seria único. Inferno é um local de sofrimento onde espíritos impuros se depuram pelo sofrimento que uns causam aos outros e a si mesmos. É exatamente este sofrimento que nos depura quando entendemos que o mais prejudicado de nossas somos nós mesmos. É o “fogo” que depura.
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CAPITULO 3 – ETIMOLOGIA DA PALAVRA DEUS
3.1 O antigo Egito As informações deste e item foram buscadas no Livro dos Mortos do Antigo Egito do Dr. Ramses Seleem da Madras Editora , segunda edição de 2005, traduzido por Ligia Capobianco. As cópias do Livro dos Mortos que chegaram aos nossos tempos encontram-se dos Papiros de Hunefer, o de Ani, chefe dos escribas do Faraó Seti I e outros. Todos estão no Museu Britânico e foram eles que o autor se utilizou para escrever o livro citado. Este livro lançou nova luz sobre o Antigo Egito e corrigiu interpretações equivocadas de arqueólogos mais antigos que afirmaram equivocadamente, por exemplo, que os Egípcios era politeístas e que Neter (lei natural masculina – Yin) e Netrit (lei natural feminina – Yang) eram deuses. Assim, é natural que algumas informações encontradas a seguir diferem de muita informação anterior.
3.1.1 Resumo das crenças. Os antigos egípcios acreditavam que a vida na terra começou a cerca de 50.000 anos num lugar chamado Etelenty (terra que foi dividida e submergida pelas águas) e que os Gregos passaram a chamar de Atlântida. Nesta ilha o Poder Supremo criou a humanidade. Este Poder Supremo, que criou o céu, a terra, os mares, os homens, as mulheres, os animais, os pássaros e tudo o mais que existe e existirá (hoje chamamos de Deus) eles chamavam de Emen-Rá ( a luz oculta), Atum-Rá ( o começo e o fim de toda a luz) e Eaau (poder que foi polarizado e expandido criando o universo). No inicio eram quatro casais (oito primordiais) que deram origem as quatro raças. Eles são Kek e Keket (primeiros a migrar de Etelenty originando a raça negra), Heh e Hehet (raça oriental), Emen e Emenet (raça Egípcia) e Nun e Nunit (raça européia). Dentre dos descendentes dos oito primordiais estava Tehuty que significava “o dotado da divina inteligência”. Estes oito primordiais deram origem a população de Etelenty onde não existia o mal e homens e mulheres lá viviam segundo as leis da natureza. As famílias dos quatro casais primordiais migraram dando origem as quatro raças. O primeiro rei do Egito foi Osíris que depois de morto se tornou um deus. Ele foi e é o emblema do bem, da paz e da persuasão. Osísis foi o primeiro rei do Egito que, na linguagem de hoje, foi “canonizado” como santo. Temos ai a equivalência, para os antigos egípcios, entre as palavras deus e santo. Alem de Osíris os antigos Egípcios cultuavam vários deuses tais como Isis (irmã de Osíris), Maat, Anúbis e outros. Não é nosso objetivo não é o enumerar e explicar todos os deuses Egípcios porem mostrar que estes deuses eram intermediários entre o Poder Supremo e os homens. Algo como os santos de hoje na Igreja Católica. O conhecimento e culto ao Poder Supremo eram reservados aos iniciados, tais como sacerdotes, governantes, escribas e outros que tinham o
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conhecimento da escrita. Já o culto aos deuses era reservado ao povo, não iniciado e sem muita cultura. Era mais fácil entender e cultuar os deuses que o Poder Supremo que Tehuty (Hemes para os Gregos) dizia “Nenhum dos seus pensamentos podem concebe-Lo, nenhuma linguagem pode defini-Lo: O que é incorpóreo, sem forma, invisível e não pode ser apreendido pelos nosso sentidos; O que é eterno e não pode ser mensurado pelos critérios limitados do tempo. Ele é inefável (algo que não pode ser expresso com palavras)” Ainda nos dias de hoje a Maçonaria, que preserva parte dos conhecimentos dos antigos egípcios destinava aos iniciados, se refere ao Poder Supremo como sendo o “Grande Arquiteto do Universo”. Dentre os deuses Anúbis tinha a função de conduzir, através de uma jornada pelos mundos inferiores (Dwat), a alma do morto do corpo, mumificado ou não, até o salão do julgamento pós vida onde Maat (Verdade) era o juiz. Assim, cada deus tinha sua especialidade, algo parecido com os santos da igreja católica, porem o numero de deuses dos Egípcios era muito menor que o numero de santos existentes. Em algum ponto do passado, pessoas não iniciadas, passaram a confundir deuses com o Poder Supremo – Deus. Acreditava-se que Tehuty foi que escreveu o Livro para Sair à Luz, mais conhecido como Livro dos Mortos do Antigo Egito e, que ele fez isto há muito tempo atrás. O Livro dos mortos fala em 50.000 anos, a ciência já data o homo sapiens em cerca de 30.000 anos. Seja lá o que for é muito tempo. O Livro dos Mortos, com 189 capítulos, é parte dos livros escritos por Tehuty e tinha a finalidade de orientar os vivos e os mortos na sua passagem através dos mundos inferiores – Dwat (purgatório para os católicos, umbral para os espíritas, etc.) até o Salão de Julgamento. Ele era conduzido por Anúbis. O julgamento ou ressurreição ocorre após a morte do individuo e nenhuma mentira pode ser dita. Os Egípcios acreditavam que todos os sentimentos residiam no coração e por este motivo esta era o único órgão preservado no processo de mumificação. O julgamento consistia na pesagem do coração do morto. A pesagem era feita por Maat numa balança onde seu peso era comparado com uma pluma, mais conhecida como pena de Osíris, super leve por representar a isenção de culpas e pecados. Se o coração fosse tão leve quanto a pena de Osiris (livre de culpas e pecados) a alma poderia passar para o Earu (Campos dos Juncos ou Campos Elíseos) onde aguardaria uma nova reencarnação, ou dependendo do estado de pureza, não precisava reencarnar mais. Caso contrário ela ia para um lugar, na constelação de Orion, de onde voltava até 5 reencarnações. A cada reencarnação um julgamento até que a alma ou ia definitivamente para o Earu ou mundos inferiores – Dwat, agora não mais com transitório porem como definitivo. Acreditavam também que os mundos inferiores ficavam fisicamente localizados dentro da terra. Daí a idéia que os mesmos eram compostos de trevas e fogo, por saberem do magma que podia ser visto saindo dos vulcões, através das erupções. Talvez venha daí o conceito de arder no fogo do inferno.
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Um pouco confusas estas crenças, principalmente no que se refere a cinco (5) reencarnações. Na antiguidade, e até hoje o numero cabalístico sempre foi 7. Agora 5. Porque 5? Os papiros não eram escritos com palavras e sim com símbolos (hieróglifos). Estes símbolos tiveram seus significados traduzidos por palavras segundo o conhecimento de quem traduziu. Mostramos no inicio deste capítulo que nas primeiras traduções se deram aos antigos egípcios uma conotação de serem politeístas o que recentemente está sendo corrigido, como no Livro dos Mortos, por exemplo. Que o numero 5 consta do livro dos mortos é fato, agora que acreditavam em 5 reencarnações é interpretação. Que tal se interpretássemos de forma diferente? Em vez de 5 reencarnações, de maneira absoluta, poderiam ser 5 etapas, ou fases, de reencarnação. O espiritismo ensina que reencarnamos, como humanos, em 5 (cinco) etapas ou fases que são: Fase 1: Reencarnação em mundos primitivos (a terra na idade da pedra, por exemplo. A moral simplesmente não existe.); Fase 2: Em mundos de provas e expiação (a terra hoje, por exemplo. A moral se introduz e o mal predomina sobre o bem); Fase 3: Em mundos regeneração. O bem predomina sobre o mal; Fase 4: Em mundos felizes. O mal foi totalmente extinto; Fase 5: Em mundos divinos. Chegamos a espíritos puros que não precisam reencarnar mais para evoluir. Este assunto estará mais detalhado no capítulo sete deste livro.
3.1.2 As múmias. Não podemos falar de Egito Antigo sem falar das múmias. Qual era a sua finalidade? Preservar o corpo para reencarnações não era. Não havia tantas múmias assim. As múmias eram de governantes e iniciados com dinheiro para pagar pelo serviço. Um exemplo de não governante que pode pagar pelo serviço foi Ani, chefe dos escribas do faraó Seti I que por ter sido sua múmia sepultada numa tumba secundária permitiu que seu papiro do Livro dos Mortos chegasse intacto aos dia de hoje. Para chegar ao salão de julgamento o morto, conduzido por Anúbis, tinha que enfrentar uma série de dificuldades ao atravessar os mundos inferiores - Dwat. Desta forma o corpo mumificado era uma espécie de mala pois nele e junto dele estavam, alem do coração que seria pesado, uma cópia do Livros dos Mortos que a alma do morto podia ir lendo como um manual de instruções. Alem disso havia uma série de amuletos que o ajudaria nas dificuldades que enfrentaria. O principal amuleto era o Escaravelho que tinha sua utilidade no momento da pesagem do coração. Nesta hora o morto segurava firme o escaravelho dizia com muita fé as “Confissões Negativas” que se encontram na Prancha 5 do Papiro de Ani (não 18
roubei, não matei, não agi com violência, etc). Com isto seu coração tinha o peso da pluma de Osiris e passava no julgamento de Maat. Evidente que os sacerdotes vendiam uma cópia do Livro dos Mortos que era personalizada, bem como todos os amuletos que ficavam junto a múmia. Diga -se de passagem que isto custava muito caro. Está ai a origem da venda de indulgências e mais uma série de serviços num comercio que persiste até os dias de hoje e que Jesus muito sabiamente condenou quando expulsou os vendilhões do templo de Jerusalém. Se a mumificação, cópia personalizada do Livro dos Mortos, amuletos etc ajudavam a passar pelo julgamento da pesagem do coração eles era a entrada garantida para o Campo de Juncos ou Campos Elíseos. Eles acreditavam que muitos que iam para estes lugares não precisavam voltar a esta vida (reencarnando). Logo toda esta parafernália era a passagem para o céu na nossa linguagem de hoje. Se comprou a passagem para o céu não precisa mais do corpo para voltar.
3.1.3 As Confissões Negativas. São ao todo 42 afirmações que o morto tinha que fazer e elas estavam na cópia do Livro dos Mortos, deixado junto a sua múmia, e que ele agora conduzia. Tais afirmações se seguidas em vida tornavam seu seguidor uma pessoa muito virtuosa e daí o motivo que o Livro dos Mortos é na realidade “O Livro para sair à Luz”. Elas não são perfeitas pois agir com verdadeiro orgulho e ficar irado com causa justa eram permitidos. A seguir estão tais confissões. Elas são: Eu não cometi pecados; Eu não assaltei; Eu não roubei; Eu não agi com violência; Eu não matei seres humanos; Eu não roubei oferendas; Eu não causei destruição; Eu não pilhei a divina propriedade do templo; Eu não cometi falsidade; Eu não saqueei grãos; Eu não amaldiçoei; Eu não transgredi; Eu não abati o rebanho do divino templo; Eu não fiz o mal; Eu não saqueei a terra cultivada; Eu não agi com luxúria; Eu não amaldiçoei ninguém; Eu não fiquei irado sem causa justa; Eu não dormi com o marido de nenhuma mulher; Eu não poluí a mim mesmo; Eu não aterrorizei a nenhum homem; Eu não pilhei; Eu não agi com raiva; Eu não me fiz de surdo ao ouvir as palavras de justiça e da verdade; 19
Eu não aticei brigas; Eu não forniquei; Eu não destruí meu coração; Eu não amaldiçoei ninguém; Eu não exagerei; Eu não realizei julgamentos precipitados; Eu não cortei a pele e pelos de animais divinos; Eu não elevei minha voz em conversas; Eu não cometi pecados e não procedi mal; Eu não amaldiçoei a realeza; Eu não desperdicei água; Eu não amaldiçoei divindades; Eu não agi com falso orgulho; Eu não agi com desdém; Eu não aumentei minhas riquezas exceto por meio de meus próprios recursos; Eu não desprezei o princípio de minha cidade.
3.2 Sócrates e Platão. (Allan Kardec. Evangelho Segundo o Espiritismo. Introdução). Na antiguidade os sábios, filósofos etc, se instruíram no Egito e onde aprendiam e eram iniciados. De lá trouxeram muitos conceitos. Sócrates não escreveu nenhum livro. Isto foi feito pelos seus seguidores dentre os quais se destaca Platão. A seguir alguns trechos de Platão escritos aproximadamente 350 anos antes de Cristo:
3.2.1 A demônio e Anjo da Guarda. Após a nossa morte, o gênio (daimon, demônio), que nos fora designado durante a vida, leva-nos a um lugar onde se reúnem todos os que têm de ser conduzidas ao Hades, para serem julgados. As almas, depois de haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e longos períodos. Gênio ou daimon era a palavra usada para designar espíritos desencarnados. Hades era a palavra usada para designar algum lugar no plano espiritual. Espíritos que são designados para nos guardar durante a vida não seria o anjo da guarda ou espírito protetor? O julgamento referido de forma alguma pode ser definitivo visto que a alma do morto, agora espírito fora do corpo, tem outras oportunidades de ser reconduzido a varias novas vidas como alma encarnada. Este julgamento é retrospectiva das ações tomadas na vida que passou visando a identificar pontos a serem corrigidos nas vidas futuras. Reconduzidas a esta vida não é reencarnação?
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3.2.1 Demônios (espíritos) e deuses. Intermediários entre Deus e o homem. Os demônios ocupam o espaço que separa o céu da Terra; constituem o laço que une o Grande Todo a si mesmo. Não entrando nunca a divindade em comunicação direta com o homem, é por intermédio dos demônios que os deuses entram em comércio e se entretêm com ele, quer durante a vigília, quer durante o sono. A palavra daimon, da qual fizeram o termo demônio, não era, na antigüidade, tomada à má parte, como nos tempos modernos. Não designava exclusivamente seres malfazejos, mas todos os Espíritos, em geral, dentre os quais se destacavam os Espíritos superiores, chamados deuses, e os menos elevados, ou demônios propriamente ditos, que comunicavam diretamente com os homens. Também o Espiritismo diz que os Espíritos povoam o espaço; que Deus só se comunica com os homens por intermédio dos Espíritos puros (ou deuses segundo Sócrates), que são os incumbidos de lhe transmitir as vontades; que os Espíritos se comunicam com eles durante a vigília e durante o sono. Ponde, em lugar da palavra demônio, a palavra Espírito e tereis a doutrina espírita.
3.3 Os dez mandamentos. Moisés foi criando como um príncipe Egípcio e teve acesso a todo este conhecimento. Ele era um iniciado. É bem provável que as confissões negativas tiverem influencia na consolidação dos 10 mandamentos. Eles resumem magnificamente as principais destas confissões negativas. Trocando o tempo do verbo da primeira para segunda pessoa temos sete dos dez mandamentos de sua lei (Exemplo de Eu não matei por Não mateis). Esta consolidação é mais efetiva que as quarenta confissões que são de difícil memorização (Deuteronômio. Cap. 5 v 6 a 21) I. Eu sou o senhor, vosso deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. - Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano, porque eu, o senhor vosso deus, sou deus zeloso, que puno a iniqüidade dos pais nos filhos, na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e uso de misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. II. Não pronunciarás para um uso vão o nome do senhor, teu deus; porque o senhor não terá por inocente aquele que tiver pronunciado para um uso vão o seu nome. III. Guardarás o dia do sábado e o santificarás, como te ordenou o senhor, teu deus. Trabalharás seis dias e neles farás todas as suas obras; mas no sétimo dia, que é o repouso do senhor, teu deus, não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu boi, nem teu jumento, nem teus animais, nem o estrangeiro que vice dentro de teus muros, para que teu escravo e tua serva descansem como tu. Lembra-te que foste escravo no Egito, donde a mão forte e o braço poderoso do senhor, te tirou. É por isso que o senhor, teu deus, ordenou-te que observasses o dia do sábado.
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IV. Honra teu pai e tua mãe, como te mandou o senhor, para que prolonguem teus dias e prosperes sobre a terra que te deu o senhor teu deus. V. Não matarás. VI. Não cometerás adultério. VII. Não furtarás. VIII. Não levantarás falso testemunho falso contra teu próximo. IX. Não desejarás a mulher do teu próximo. X. Não cobiceis sua casa, nem seu campo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem o seu boi, nem seu jumento, nem nada do que lhe pertence. Ainda em Deuteronômio. Cap. 6 v 13 a 15, Moisés reforça: Temerás o senhor, teu deus, prestar-lhe-ás o teu culto e só jurarás pelo seu nome. Não seguireis a outros deuses entre as nações que vos cercam, porque o senhor, teu deus, que mora no meio de ti é um deus zeloso; sua cólera se inflamaria contra ti e te apagaria de sobre a terra. Em S. MARCOS, cap. X, v. 13 a 16 Jesus diz: ... Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenado no juízo; ... Por estas palavras o deus zeloso e que sente cólera contra quem não observa o que manda merece ser condenado. O deus que inspirou esta lei a Moisés, reconhece que haviam, alem dele, outros deuses estrangeiros. Ele também se declara que é zeloso e vingativo uma vez promete castigar as faltas dos nos bisnetos e trinetos (terceira e quarta geração). Não existe maior injustiça que isto. Isto equivale, por exemplo, colocar descendentes na cadeia porque um antepassado foi um assassino. Isto, nem para nós humanos de hoje é aceitável. Por outro lado Moisés se refere a ele como um deus e não como “o” deus. Alem disso, Moisés reforça que seu deus é zelozo e raivoso uma vez que sente cólera. Também Moisés afirma que existem outros deuses. Talvez para os que viveram há mais de 3.000 anos estes conceitos fossem necessários. Uma prova disto são as castas da Índia onde até os dias de hoje existem os “parias”. As pessoas desta casta são destinadas a viverem segregados e prestando serviços sujos as demais castas. Na Índia isto já foi banido da lei porem na prática continua... Alem disso o deus de Moises se declara fiel uma vez que promete recompensar quem viver de acordo com seus mandamentos até a milésima geração. Isto é praticamente para sempre e independentemente se as gerações futuras são aderentes ou não ao cumprimento de seus mandamentos. Estas promessas se impressionavam espíritos primitivos, que viviam no tempo de Moisés, já nos soam (espíritos já mais esclarecidos) como conceitos injustos. Nem nossas leis, ainda imperfeitas, punem ou gratificam descendentes pelos erros ou acertos de antepassados. Se nós não fazemos isto muito menos Deus, que é justo, o fará. Para finalizar o deus de Moises se declarou que seria o único deus dos judeus ao determinar que não adorassem deuses estrangeiros. Já o fato de proibir o uso de imagens visava a introduzir a espiritualização na relação deste povo com ele.
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Há na Bíblia, varias passagens em que Moisés proíbe a comunicação com mortos visto que elas eram feitas visando unicamente benefícios materiais, tais como ganhar dinheiro, emprego, namoro, guerras, demandas, etc. Este costume permanece até hoje entre nós e é proibida por várias religiões. É evidente que há a comunicações entre os dois planos (vivos e mortos) e os espíritos de mortos que atendem tais apelos de vivos são muito primitivos e imperfeitos e fazem isto para terem algum poder sobre os consulentes. Também os consulentes que pedem tais coisas estão longe de serem espiritualizados. As imagens favorecem este tipo de relação. Segundo a doutrina de Sócrates e Platão, que teve origem no Egito antigo, esses deuses são entidades intermediárias entre Deus e os homens. Há uma equivalência entre os santos da Igreja Católica, os Espíritos Superiores do Espiritismo e os deuses do Antigo Egito tais como Isis, Osiris, Anubis, etc. Os dez mandamentos mais são um código civil resumido e de fácil entendimento. Moisés os legou ao seu povo que não dominava a escrita e era mais primitivo que os egípcios que os mantinham como escravos. Sob o ponto de vista de abrangência está lei é inferior as confissões negativas dos egípcios que já coibia, ainda que parcialmente, o maior dos males que é o egoísmo, bem como outros males dele decorrentes tais como o orgulho, a luxúria, a avareza etc. A seguir estamos repetindo algumas das confissões negativas que ficaram de fora da consolidação da lei de Moisés. Eu não agi com luxúria; Eu não amaldiçoei ninguém; Eu não fiquei irado sem causa justa; Eu não agi com falso orgulho; Eu não agi com desdém; Eu não aumentei minhas riquezas exceto por meio de meus próprios recursos; Eu não destruí meu coração; Eu não amaldiçoei ninguém; Eu não realizei julgamentos precipitados. Esta lacuna da lei de Moisés, com relação a omissão dos princípios morais, foi resolvida por Jesus na sua doutrina de amor a e que está tão bem resumida no Serão da Montanha. Se consideramos, o estado primitivo de seu povo a consolidação de Moisés foi um avanço considerável para a sua época. Só muito tempo depois os Israelitas começaram a amadurecer para receber os ensinamentos de Jesus, que introduziu as leis morais, porem ainda deixou partes para o futuro, prometendo um Consolador. Cerca de 350 anos antes da vida de Jesus Sócrates e Platão já davam os primeiros passos no sentido do combate aos males decorrentes do egoísmo colocando o amor como lei universal e a caridade como a maior das virtudes (vide resumo da doutrina de Jesus).
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3.4 Deus e deus são conceitos diferentes. Também, na segunda parte do primeiro mandamento este mesmo deus diz que se aborrece... Estas palavras são absurdas se atribuídas a DEUS. Por outro lado, se foram ditas por um dos deuses é provável que ele as tenha dito ou que tenham sido um pouco distorcidas. Nem tampouco os deuses (segundo Sócrates), que são espíritos mais avançados prometem vingança. Entretanto vingança era uma das coisas que os povos primitivos entendiam e temiam. É mais provável que houve distorção ao escrever a Bíblia e/ou nas suas traduções posteriores. Sabe-se que parte da Bíblia passou inicialmente, de geração em geração, por tradição oral. Isto acaba por provocar muitas distorções. Alem disso, há muitas passagens que são incoerentes com o conceito de Deus, porem coerentes com o conceito de um deus ainda um pouco primitivo, tais como: • Incita seu povo a guerra dizendo que o apoiará. Como exemplo, em Deuteronômio cap. 20 v 10 a 16, se lê: Quando de aproximares para combater uma cidade, oferecer-lhe-ás primeiramente a paz. Se ela concordar e te abrir as portas, toda a população te pagara tributo e te servirá. Se ela te recusar a paz e começar a guerra contra ti, tu a cercarás, e quando o senhor, teu deus, ta houver entregado nas mãos, passará a fio de espada todos os varões que nela houver. Só tomarás para ti as mulheres, as crianças, os rebanhos e tudo o que se encontrar na cidade, e comerás os despojos dos teus inimigos (Jesus ensinou amar os inimigos) que o senhor, teu deus, te tiver dado. Farás assim a todas as cidades muito afastadas, que não são do numero destas nações. Quanto às cidades daqueles povos cuja possessão te há de dar o senhor, teu deus, não deixarás nelas alma viva. • Que disse: Não deixarás viver uma feiticeira (Êxodo cap. 22 v 18); • Que determinou que os judeus não tivessem misericórdia com os vencidos (Deuteronômio, cap 7 v 2); • Que faz aliança, exige uma arca de ouro (Êxodo cap. 24 v 10 a 23) e é fiel, castiga, premia e exige fidelidade proibindo alianças com outros deuses (Êxodo – varias passagens); • Que cobra impostos em dinheiro (Êxodo cap. 30 v 11 a 16) como condição para que o fiel não sofra flagelo (v. 12); • Que determinou que todo ouro, prata, objetos de bronze e ferro saqueados na tomada de Jericó passassem a integrar seu “tesouro sagrado” (Josué – Tomada de Jericó, Cap. 6 v 19); • Que determinou a Josué que na conquista da cidade de Hai exterminasse toda a população (Josué – Tomada de Hai, Cap. 8 v 18 a 27). Para atender deus Josué mandou matar a todos habitantes de Hai incluído, velhos, mulheres crianças etc. • Que solicita sacrifícios de animais em seu favor instruíndo quais eram os animais e aves consideradas puros para tal finalidade. Nesta instrução ele classifica morcego como sendo um tipo de ave (Levitício cap. 11 v 13 a 19) – (OBS: Morcego é mamífero voador. Deus não sabia disto ou somos nós que estamos errados?);
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Passagens como estas são muitas e basta ler Êxodo, Levitício, Deuterômio, etc. Elas mexem com a razão de qualquer pessoa que já tem um mínimo de compreensão. Por outro lado estes textos que não tem nada de amor, misericórdia, perdão, caridade, etc. (que o foi a base dos ensinamentos de Jesus).Eles serviram de base para tantas conquistas, morticínios, intolerâncias, que ainda persistem até hoje. É a doutrina de deus guerreiro. Na data de hoje a lei dos homens já superou em muito estas leis de deus pois já respeita os direitos universais do seu humano como um todo e não só da sua nação. Dizem que a Bíblia é em sentido figurado porem estes textos são claros. É totalmente impossível que tais conceitos tenham vindo de Deus, e até mesmo que tenham partido de deus tal como Sócrates e os antigos egípcios o definiam. É mais provável que os profetas, sacerdotes, etc é que tenham estabelecido tais regras e atribuídas a deus para terem mais credibilidade. Se isto funcionou na antiguidade hoje não deveria ter mais lugar para tais afirmações, muito embora muitas seitas e religiões continuem incentivando o estudo da Bíblia e aplicando alguns destes princípios, quando há seu interesse. Elas também se aproveitam destes textos e outros que coloca deus como um provedor e milagreiro para satisfazer as necessidades dos homens. Nisto se baseia as doutrinas de prosperidade de muitas religiões que dizem ser deus fiel ao homem que lhe rende culto e lhe faz oferendas em dinheiro e bens. Também varias seitas e religiões continuam pregando sacrifícios e doação de dinheiro à suas entidades e deus, como continuidade destes costumes, muito deles bárbaros. Quantas deles pedem sacrifício de animais ou simplesmente trabalhos com bebidas alcoólicas, alimentos, velas etc.? Não foi baseado nestes textos que na idade das trevas (idade média) se mataram muitas feiticeiras na fogueira? Não é com base nestes textos que até hoje reina a intolerância à infiéis pelo fato de não terem a mesma crença? É sabido que a maior parte do conteúdo destes livros antigos que compões a Bíblia, foi mandado escrever por Salomão, o sábio. Salomão para consolidar seu poder promoveu uma verdadeira carnificina mandando matar inclusive seus irmãos (I dos Reis, Cap. 2 v 23 a 45); Um sábio destes, nos dias de hoje, é considerado um bárbaro. Muitos dos ensinamentos que foram por ele atribuindo a deus coisas que nem hoje nem os homem o fazem. O homem de hoje já está em patamar moralmente superior a este deus dos antigos. Finalmente, para consolidar as diferenças de significado das palavras Deus e deus citamos muitos reis da antiguidade que se proclamavam um deus. Evidente que por deus eles queriam ser os intermediários entre Deus e seus súditos. Se já tinham o poder material queriam ter também o poder espiritual. Muitos papas também não fizeram isto porem sem usar a palavra deus e foram consagrados santos (deus) pós morte? Eles se diziam infalíveis quando falam das coisas dos céus. Instituíram para si e seus representantes (bispos e
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padres) o poder de perdoar pecados, comutar, através de indulgências, e até extinguir penas no purgatório? Jesus nunca se apegou a tais textos e inovou com uma doutrina de amor que coíbe tudo isto. Esta doutrina a resumimos mais a frente. Devemos nos ater a doutrina de Jesus e não a estes ensinamentos. Jesus descreveu Deus como um pai amoroso, justo, sábio, etc. Jesus nunca se referiu a deus! Ele se referia a Deus! Assim, podemos dizer que existe um Deus Único e que Ele não é o único deus de um povo. Existiram e ainda existem muitos deuses. O deus de Israel se colocou como sendo único para os judeus e nisso foi ele respeitado.
3.5 Jesus, Buda, deuses e Deus. Em dezembro de 1945, alguns felás (beduínos egípcios) deslocavam-se com seus camelos por perto de um rochedo chamado Jabal al-Tarif, que margeia o rio Nilo, no Alto Egito, não muito longe da moderna cidade de Nag Hammadi. Eles estavam procurando um tipo de fertilizante natural na área, chamado sabaque. No sopé do Jabal al-Tarif começaram a cavar em torno de uma pedra que caíra no talude, e, sem esperarem, encontraram um jarro de armazenagem com um recepiente selado na parte superior. Um dos felás, chamado Muhammad Ali Samman, quebrou o jarro com uma picareta na esperança de encontrar algo valioso, talvéz um pequeno tesouro. Deve ter ficado um tanto quanto decepcionado ao ver que, em vez de ouro ou algum tipo de objeto de igual valor, no jarro só havia fragmentos de papiros. Muhammad Ali Samman, sem querer ou se dar conta, havia descoberto treze livros de papiro (códices), a que hoje chamamos de a biblioteca copta de Nag Hammadi, dois anos antes de outra descoberta famosa, a dos Manuscritos do Mar Morto, conjunto de documentos encontrados na Palestina e que haviam pertencido a uma comunidade judáica que professavam uma forma ascética diferente de judaísmo, conhecido como essênios. Porém, apesar destes últimos manuscritos terem tido maior divulgação, serem mais famosos e terem sido alvos de debates, os primeiros possuem, todavia, caráter muito mais revolucionário, em especial por estarem ligados diretamente ao cristianismo. Além de outras obras valiosas, entre estes papiros estava algo muito interessante: o chamado Evangelho de Tomé, que é uma coletânea de sentenças de Jesus que teriam sido compiladas, segundo a primeira frase deste Evangelho, por Judas Tomé, O Gêmeo. Antes desta descoberta excepcional, os estudiosos dos evangelhos já tinham algumas referências dos pais da Igreja referentes a um documento denominado Evangelho de Tomé (ou de Tomás). Porém, o conteúdo deste documento punha em xeque alguns posicionamentos dogmáticos da Igreja. Cirilo de Jerusalém, em suas Catequeses 6.31 afirmava que o Tomé que escreveu este Evangelho não era um seguidor de Jesus, mas um maniqueu um maniqueísta, portanto, seguidor gnóstico e místico de Mani, mestre herético do século III. Só que, atualmente, é quase consenso de que o texto de Nag Hammadi foi bem escrito antes do movimento maniqueísta ter vindo à lume e, ainda mais, tudo indica que a cópia copta deste evangelho se baseia em um texto ainda
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mais antigo, provavelmente escrito em grego e/ou aramaico, a língua falada por Cristo. Além dos testemunhos dos chamados padres da Igreja, temos fragmentos de três papiros gregos - encontrados num monte de lixo em Oxirronco, atual Behnesa, no Egito -, publicados em 1897, e que contêm sentenças de Jesus quase idênticas aos encontrados no Evangelho de Tomé de Nag Hammadi, escrito em língua copta. Estes papiros eram representantes de edições gregas do Evangelho de Tomé. Ao contrário dos outros evangelhos conhecidos, quer sejam canônicos ou apócrifos, o Evangelho de Tomé não expõe em nada narrativas sobre a vida de Jesus de Nazaré, mas atém-se especificamente às sentenças que teriam sido proferidas por Jesus a seus discípulos. A seguir os versículos 3 e 30 do Evangelho apóstrofo de Tomé. No versículo 3, Jesus se refere a Deus como Pai. No 30 ele se cita os deuses e não os referencia a Deus. Podemos substituir a palavra “guias” do versículo 3 por “deuses” que se mantém o sentido do versículo e fica coerente com o que explicamos anteriormente sobre o significado da palavra “deus”. Versículo 3. Jesus disse: Se vossos guias vos disserem: ‘o reino está no céu', então as aves vos precederam; se vos disserem que está no mar, então os peixes vos precederam. Mas o reino está dentro de vós, e também fora de vós. Se vos conhecerdes, sereis conhecidos e sabereis que sois filhos do Pai Vivo. Mas, se não vos conhecerdes, vivereis em pobreza, e vós mesmos sereis essa pobreza. Versículo 30. Jesus disse: Onde há três deuses, eles são deuses. Onde há dois ou um, eu estou com ele. No Livro de Jesus a Chico Xavier de Marcel Benedeti da editora Mundo Maior na nota explicativa de numero 2 está: Iavé ou Jeová ou “o deus de Israel não o mesmo Deus que Jesus se refere como Deus Único. Jeová era um deus (espírito venerado) tribal (de Abrão, Isaac e Jacó) ou uma espécie de espírito protetor da tribo de Israel ou deus de Jacó, pois a palavra Israel é o mesmo que Jacó, que ainda significa “Aquele que briga com deus”. Convém notar que a bibliografia citada pelo autor (já falecido) é muito grande e abarca todos os evangelhos apócrifos. No livro “A Doutrina de Buda” editado pela Sociedade Para a Divulgação do Budismo quarta edição de 1998, segundo parágrafo di item 5,na pagina 44 está: “Buda é o pai de todo o mundo e todos os seres humanos são filhos de Buda, sendo Ele a mais venerável das deidades”. Evidente que este texto está se referindo ao primeiro Buda Gautama visto que ao atingir o estado de iluminação nos tornamos um Buda. São muitos Budas!
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O primeiro Buda foi o príncipe Siddhartha Gautama, nascido no dia 8 de abril, filho do rei Suddhodana e da rainha Maya da tribo Sadkya, Índia, na encosta sul do Himalaia. O príncipe, casou-se, teve um filho aos 29 anos, quando deixou a vida palaciana e, sem nenhum bem, dedicou-se a procura da verdade. Ele encontrou a iluminação aos 35 anos (no dia 8 de dezembro) se tornando um Buda (iluminado). Percorreu o pais por mais 45 anos ensinando seu Dharma (a verdadeira doutrina). Buda viveu até os 80 anos de idade. Estima-se que esta iluminação ocorreu em meados do século V (cinco) ou entre quatrocentos e quinhentos anos antes de Cristo. O Dharma é o ensinamento do Budismo que se espalhou pela Ásia Central, China, Japão, e outros paises. Outras seguidores do Dharma também atingiram a iluminação e também se tornaram Budas. Assim, Buda Gautama é o pai de todo o mundo no sentido de paternidade dos ensinamentos e não de criação. Também consideram todos os humanos como seus filhos no sentido de estar a iluminação aos alcance de todos humanos. Ao colocar Buda Gautama como a mais venerável das deidades o budismo o coloca como o maior dos deuses, no sentido de deus ser um intermediário entre Deus e os homens. Da mesma forma que Buda é a mais venerável das deidades para o budismo Jesus é o deus para os cristãos (o de O maior). O espiritismo, seguidor da doutrina de Jesus, o coloca como o intermediário entre a humanidade e Deus de maior hierarquia e elevação em nosso planeta.
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3.6 As Leis de Deus ou Leis Naturais. A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem; ela lhe indica o que deve ou não fazer, e ele é infeliz somente quando se afasta dela. A lei natural Eterna e imutável como o próprio Deus. Deus não pode se enganar; são os homens que são obrigados a mudar suas leis, porque são imperfeitos; mas as leis de Deus são perfeitas. A harmonia que rege o universo material e o universo moral é fundada sobre as leis que Deus estabeleceu para toda a eternidade. Todas as leis da natureza são leis divinas, uma vez que Deus é o criador de todas as coisas. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda as da alma e as pratica. Deus deu a todos os homens meios de conhecer Sua lei. Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem; os que a compreendem melhor são os homens de bem e os que procuram pesquisá-la; entretanto, todos a compreenderão um dia, porque é preciso que o progresso se realize. A lei de Deus está escrita na consciência. Assim ela é o único “livro sagrado”. Uma vez que o homem traz inscrita na consciência a lei de Deus, há necessidade que lhe seja revelada para que aflore. Assim, Deus deu a alguns homens a missão de revelar Sua lei. Eles são os Espíritos Superiores encarnados com o objetivo de fazer a humanidade avançar. O verdadeiro profeta é um homem de bem, inspirado por Deus. Pode-se reconhecê-lo por suas palavras e ações. Deus não se serviria da boca de um mentiroso para ensinar a verdade. O tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo foi Jesus. Jesus é para o homem o exemplo da perfeição moral a que pode pretender a humanidade na Terra. Deus nos oferece Jesus como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque era o próprio Espírito Divino e foi o ser mais puro que apareceu na Terra. A lei natural pode ser dividida em onze partes compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade e perfeição moral. Esta divisão pode ser feita embora ela nada tenha de absoluto, como não têm os outros sistemas de classificação que dependem do ponto de vista sob o qual se considere o que quer que seja. A última lei é a mais importante; é por ela que o homem pode avançar mais na vida espiritual, porque resume todas as outras. Foi por este motivo que Jesus a focou com maior força.
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A seguir passamos a resumir estas leis. Os que quizerem um detalhamento maior dever ler o Livro dos Espíritos. Parte 3. Capítulos de I a XII - Allan Kardec.
3.6.1 Lei da adoração: É a elevação do pensamento à Deus. Pela adoração, a alma se aproxima d’Ele. A verdadeira adoração é a do coração. Em todas as vossas ações, imaginai sempre que o Senhor está convosco.
3.6.2 Lei do Trabalho: O trabalho é uma lei natural, por isso mesmo é uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque aumenta suas necessidades e prazeres. Ao trabalhar o homem promove o progresso.
3.6.3 Lei da Reprodução: Isso é evidente; sem a reprodução, o mundo corporal acabaria.
3.6.4 Lei da Conservação: O instinto de conservação foi dado a todos os seres vivos, seja qual for o grau de inteligência. Para uns, é puramente mecânico; para outros, é racional. O instinto de conservação, que nos foi útil no reino animal, veio para o reino humano como sendo o egoísmo. Agora ele nos atrapalha e deve ser transformado em fraternidade, humildade, amor, etc. para que a raça humana tenha a felicidade neste mundo, como prometeu Jesus.
3.6.5 Lei da destruição: É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar. O que chamamos destruição é apenas transformação que tem por objetivo a renovação e o melhoramento dos seres vivos.
3.6.6 Lei de Sociedade: A vida social é uma obrigação natural. Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus deu-lhe a palavra e todas as demais faculdades necessárias ao relacionamento.
3.6.7 Lei do Progresso: O estado natural é o estado primitivo. A civilização é incompatível com o estado natural, enquanto a lei natural contribui para o progresso da humanidade. O estado natural é a infância da humanidade, é o ponto de partida de seu desenvolvimento intelectual e moral.
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O homem, tendendo à perfeição e tendo em si o germe de seu aperfeiçoamento, não está destinado a viver perpetuamente no estado natural, como não foi destinado a viver perpetuamente na infância. O estado natural é transitório, o homem liberta-se dele pelo progresso e pela civilização. A lei natural, ao contrário, rege a humanidade inteira e o homem se aperfeiçoa à medida que melhor compreende e pratica essa lei.
3.6.8 Lei de Igualdade: Todos os homens são iguais perante a Deus. Todos tendem ao mesmo objetivo e Deus fez suas leis para todos. Muitas vezes, dizeis: “O Sol nasce para todos” e dizeis aí uma verdade maior e mais geral do que pensais. Todos os homens são submissos às mesmas leis da natureza; todos nascem com a mesma fraqueza, sujeitos às mesmas dores, e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Portanto, Deus não deu a nenhum homem superioridade natural nem pelo nascimento, nem pela morte: todos são iguais diante de Deus.
3.6.9 Lei da Liberdade: Não há liberdade absoluta, porque todos necessitam uns dos outros, tanto os pequenos quanto os grandes.
3.6.10 Lei de Justiça, Amor e Caridade. O sentimento de justiça é tão natural que vos revoltais com o pensamento de uma injustiça. O progresso moral desenvolve, sem dúvida, esse sentimento, mas não o dá: Deus o colocou no coração do homem; por isso encontrareis, muitas vezes, nos homens simples e primitivos noções mais exatas de justiça do que naqueles que têm muito conhecimento.
3.6.11 Lei da Perfeição Moral: Todas as virtudes têm seu mérito, porque indicam progresso no caminho do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências; mas a sublimidade da virtude é o sacrifício do interesse pessoal pelo bem de seu próximo, sem segundas intenções. A mais merecedora das virtudes nasce da mais desinteressada caridade.” O Espírito prova sua elevação quando todos os atos de sua vida são a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual. Assim, o verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, amor e caridade em sua maior pureza. Se interroga sua consciência sobre os atos realizados, perguntará se não violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que pôde, se ninguém tem nada a se queixar dele, enfim, se fez aos outros o que gostaria que os outros fizessem por ele. O homem cheio do sentimento de caridade e amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar retorno, e sacrifica seu interesse à justiça. É bom, humano e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem exceção de raças nem de crenças. 31
Se Deus lhe deu poder e riqueza, vê essas coisas como um depósito do qual deve fazer uso para o bem. Não tira disso nenhuma vantagem, porque sabe que Deus, que os deu, pode tirá-los. Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, por serem seus iguais diante de Deus; usa de sua autoridade para elevar-lhes o moral , e não para esmagá-los com seu orgulho. É indulgente para com as fraquezas dos outros, por saber que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra dessas palavras do Cristo: “Que aquele que não tiver pecado atire a primeira pedra”. Não é vingativo. A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas para se lembrar apenas dos benefícios, porque sabe que será perdoado como ele próprio tiver perdoado. Respeita em seus semelhantes todos os direitos que as leis da natureza lhes concedem, assim como gosta que respeitem os seus.
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CAPITULO 4 – CONTINUANDO COM SÓCRATES E PLATÃO (Allan Kardec. Evangelho Segundo o Espiritismo. Introdução). Sócrates é considerado como sendo um dos precursores de Jesus. Suas idéias são bastante claras e bem mais evoluídas que os ensinamentos do antigo Egito e dos contidos no antigo testamento da Bíblia. No linguajar dos Judeus Sócrates seria um profeta. Além do que já apresentamos está a seguir um resumo dos principais ensinamentos dele, sem pretender esgotar o assunto:
4.1 O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele. Não se pode enunciar mais claramente a distinção e independência entre o princípio inteligente e o princípio material. E, além disso, a doutrina da preexistência da alma; da vaga intuição que ela guarda de um outro mundo, a que aspira; da sua sobrevivência ao corpo; da sua saída do mundo espiritual, para encarnar, e da sua volta a esse mesmo mundo, após a morte. É, finalmente, o gérmen da doutrina dos Anjos decaídos.
4.2 A principal visão está no plano espiritual. A alma se transvia e perturba, quando se serve do corpo para considerar qualquer objeto; tem vertigem, como se estivesse ébria, porque se prende a coisas que estão, por sua natureza, sujeitas a mudanças; ao passo que, quando contempla a sua própria essência, dirige-se para o que é puro, eterno, imortal, e, sendo ela desta natureza, permanece aí ligada, por tanto tempo quanto passa. Cessam então os seus transviamentos, pois que está unida ao que é imutável e a esse estado da alma é que se chama sabedoria. Assim, ilude-se a si mesmo o homem que considera as coisas de modo terra-a-terra, do ponto de vista material. Para as apreciar com justeza, tem de as ver do alto, isto é, do ponto de vista espiritual. Aquele, pois, que está de posse da verdadeira sabedoria, tem de isolar do corpo a alma, para ver com os olhos do Espírito. É o que ensina o Espiritismo..
4.3 O corpo limita o entendimento. Enquanto tivermos o nosso corpo e a alma se achar mergulhado nessa corrupção, nunca possuiremos o objeto dos nossos desejos: a verdade. Com efeito, o corpo nos suscita mil obstáculos pela necessidade em que nas achamos de cuidar dele. Ao demais, ele nos enche de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de maneira que, com ele, impossível se nos torna ser ajuizados, sequer por um instante.
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Mas, se não nos é possível conhecer puramente coisa alguma, enquanto a alma nos está ligada ao corpo, de duas uma: ou jamais conheceremos a verdade, ou só a conheceremos após a morte. Libertos da loucura do corpo, conversaremos então, lícito é esperá-lo, com homens igualmente libertos e conheceremos, por nós mesmos, a essência das coisas. Essa a razão por que os verdadeiros filósofos se exercitam em morrer e a morte não se lhes afigura, de modo nenhum, temível. Está ai o princípio das faculdades da alma obscurecidas por motivo dos órgãos corporais e o da expansão dessas faculdades depois da morte. Mas trata-se apenas de almas já depuradas; o mesmo não se dá com as almas impuras. (Kardec - O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. II; 2ª Parte, cap. I.)
4.4 A alma impura A alma impura, nesse estado, se encontra oprimida e se vê de novo arrastado para o mundo visível, pelo horror do que é invisível e imaterial. Erra, então, diz-se, em torno dos monumentos e dos túmulos, junto aos quais já se têm visto tenebrosos fantasmas, quais devem ser as imagens das almas que deixaram o corpo sem estarem ainda inteiramente puras, que ainda conservam alguma coisa do forma material, o que faz que a vista humana possa percebê-las. Não são as almas dos bons; silo, porém, as dos maus, que se vêem forçadas a vagar por esses lugares, onde arrastam consigo a pena do primeira vida que tiveram e onde continuam a vagar até que os apetites inerentes à forma material de que se revestiram as reconduzam a um corpo. Então, sem dúvida, retomam os mesmos costumes que durante a primeira vida constituíam objeto de suas predileções. Não somente o princípio da reencarnação se acha ai claramente expresso, mas também o estado das almas que se mantêm sob o jugo da matéria é descrito qual o mostra o Espiritismo nas evocações. Mais ainda: no tópico acima se diz que a reencarnação num corpo material é conseqüência da impureza da alma, enquanto as almas purificadas se encontram isentas de reencarnar. Outra coisa não diz o Espiritismo, acrescentando apenas que a alma que boas resoluções tomou na no plano espiritual e que possui conhecimentos adquiridos, traz, ao renascer, menos defeitos, mais virtudes e idéias intuitivas do que tinha na sua existência precedente. Assim, cada existência lhe marca um progresso intelectual e moral. (Kardec - O Céu e o Inferno, 2.ª Parte: Exemplos.)
4.5 Desapego aos valores materiais. A preocupação constante do filósofo (tal como o compreendiam Sócrates e Platão) é, a de tomar o maior cuidado com a alma, menos pelo que respeita a esta vida, que não dura mais que um instante, do que tendo em vista a eternidade.
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Desde que a alma é, imortal, não será prudente viver visando a eternidade? O Cristianismo, incluindo ai o Espiritismo, ensina a mesma coisa.
4.6 Diferentes graus de desmaterialização da alma. Se a alma é imaterial, tem de passar, após essa vida, a um mundo igualmente invisível e imaterial, do mesmo modo que o corpo, decompondo-se, volta à matéria. Muito importa, no entanto, distinguir bem a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se alimente, como Deus, de ciência e pensamentos, da alma mais ou menos maculada de impurezas materiais, que a impedem de elevar-se para o divino e a retêm nos lugares da sua estada na Terra. Sócrates e Platão, como se vê, compreendiam perfeitamente os diferentes graus de desmaterialização da alma. Insistem na diversidade de situação que resulta para elas da sua maior ou menor pureza. O que eles diziam, por intuição, o Espiritismo o prova com os inúmeros exemplos que nos põe sob as vistas. (Kardce - O Céu e o Inferno, 2ª Parte.)
4.7 Os bons não precisam temer a morte. Se a morte fosse a dissolução completa do homem, muito ganhariam com a morte os maus, pois se veriam livres, ao mesmo tempo, do corpo, da alma e dos vícios. Aquele que guarnecer a alma, não de ornatos estranhos, mas com os que lhe são próprios, só esse poderá aguardar tranqüilamente a hora da sua partida para o outro mundo. Equivale isso a dizer que o materialismo, com o proclamar para depois da morte o nada, anula toda responsabilidade moral ulterior, sendo, conseguintemente, um incentivo para o mal; que o mau tem tudo a ganhar do nada. Somente o homem que se despojou dos vícios e se enriqueceu de virtudes, pode esperar com tranqüilidade o despertar na outra vida. Por meio de exemplos, que todos os dias nos apresenta, o Espiritismo mostra quão penoso é, para o mau, o passar desta à outra vida, a entrada na vida futura. (Kardec - O Céu e o Inferno, 2ª Parte, cap. 1.)
4.8 A maior desgraça é morrer no crime. O corpo conserva bem impressos os vestígios dos cuidados de que foi objeto e dos acidentes que sofreu. Dá-se o mesmo com a alma. Quando despida do corpo, ela guarda, evidentes, os traços do seu caráter, de suas afeições e as marcas que lhe deixaram todos os atos de sua visa. Assim, a maior desgraça que pode acontecer ao homem é ir para o outro mundo com a alma carregado de crimes. Vês, Cálicles, que nem tu, nem Pólux, nem Górgias podereis provar que devamos levar outra vida que nos seja útil quando estejamos do outro lado. De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a de que mais vale receber do que cometer uma injustiça e que, acima de tudo, devemos cuidar, não de parecer, mas de ser homem de bem. (Colóquios de Sócrates com seus discípulos, na prisão.)
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Depara-se-nos aqui outro ponto capital, confirmado hoje pela experiência: o de que a alma não depurada conserva as idéias, as tendências, o caráter e as paixões que teve na Terra. Não é inteiramente cristã esta máxima: mais vale receber do que cometer uma injustiça? O mesmo pensamento exprimiu Jesus, usando desta figura: "Se alguém vos bater numa face, apresentai-lhe a outra."
4.9 A morte é apenas uma mudança de morada. De duas uma: ou a morte é uma destruição absoluta, ou é passagem da alma para outro lugar. Se tudo tem de extinguir-se, a morte será como uma dessas raras noites que passamos sem sonho e sem nenhuma consciência de nós mesmos. Todavia, se a morte é apenas uma mudança de morada, a passagem para o lugar onde os mortos se têm de reunir, que felicidade a de encontrarmos lá aqueles a quem conhecemos! O meu maior prazer seria examinar de perto os habitantes dessa outra morada e distinguir lá, como aqui, os que são dignos dos que se julgam tais e não o são. Mas, é tempo de nos separarmos, eu para morrer, vós para viverdes. (Sócrates aos seus juizes.) Segundo Sócrates, os que viveram na Terra se encontram após a morte e se reconhecem. Mostra o Espiritismo que continuam as relações que entre eles se estabeleceram, de tal maneira que a morte não é nem uma interrupção, nem a cessação da vida, mas uma transformação, sem solução de continuidade. Houvessem Sócrates e Platão conhecido os ensinos que o Cristo difundiu quinhentos anos mais tarde e os que agora o Espiritismo espalha, e não teriam falado de outro modo. Não há nisso, entretanto, o que surpreenda, se considerarmos que as grandes verdades são eternas e que os Espíritos adiantados hão de tê-las conhecido antes de virem a Terra, para onde as trouxeram; que Sócrates, Platão e os grandes filósofos daqueles tempos bem podem, depois, ter sido dos que secundaram o Cristo na sua missão divina, escolhidos para esse fim precisamente por se acharem, mais do que outros, em condições de lhe compreenderem as sublimes lições; que, finalmente, pode dar-se façam eles agora parte da plêiade dos Espíritos encarregados de ensinar aos homens as mesmas verdades.
4.10 A caridade. Nunca se deve retribuir com outra uma injustiça, nem fazer mal a ninguém, seja qual for o dano que nos hajam causado. Poucos, no entanto, serão os que admitam esse principio, e os que se desentenderem a tal respeito nada mais farão, sem dúvida. do que se votarem uns aos outros mútuo desprezo. Não está aí o princípio de caridade, que prescreve não se retribua o mal com o mal e se perdoe aos inimigos?
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4.11 É pelos frutos que se conhece a árvore. Toda ação deve ser qualificada pelo que produz: qualificá-la de má, quando dela provenha mal; de boa, quando dê origem ao bem. Esta máxima: "Pelos frutos é que se conhece a árvore", se encontra muitas vezes repetida textualmente no Evangelho.
4.12 A riqueza é um grande perigo. Todo homem que ama a riqueza não ama a si mesmo, nem ao que é seu; ama a uma coisa que lhe é ainda mais estranha do que o que lhe pertence.
4.13 A virtude é a maior das preces. As mais belas preces e os mais belos sacrifícios prazem menos à Divindade do que uma alma virtuosa que faz esforços por se lhe assemelhar. Grave coisa fora que os deuses dispensassem mais atenção às nossas oferendas, do que a nossa alma; se tal se desse, poderiam os mais culpados conseguir que eles se lhes tornassem propícios. Mas, não: verdadeiramente justos e retos só o são os que, por suas palavras e atos, cumprem seus deveres para com os deuses e para com os homens.
4.14 O amor é lei universal. Chamo homem vicioso a esse amante vulgar, que mais ama o corpo do que a alma. O amor está por toda parte em a Natureza, que nos convida ao exercício da nossa inteligência; até no movimento dos astros o encontramos. É o amor que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa morada onde se lhe deparem flores e perfumes. É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono a dor. O amor, que há de unir os homens por um laço fraternal, é uma conseqüência dessa teoria de Platão sobre o amor universal, como lei da Natureza. Tendo dito Sócrates que "o amor não é nem um deus, nem um mortal, mas um grande demônio", isto é, um grande Espírito que preside ao amor universal, essa proposição lhe foi imputada como crime.
4.15 Não vemos os nossos defeitos. É disposição natural em todos nós a de nos apercebermos muito menos dos nossos defeitos, do que dos de outrem. Diz o Evangelho: "Vedes a palha que está no olho do vosso próximo e não vedes a trave que está no vosso."
4.16 Na doença, tratar também da alma. Se os médicos são malsucedidos, tratando da maior parte das moléstias, é que tratam do corpo, sem tratarem da alma. Ora, não se achando o todo em bom estado, impossível é que uma parte dele passe bem. 37
O Espiritismo fornece a chave das relações existentes entre a alma e o corpo e prova que um reage incessantemente sobre o outro. Abre, assim, nova senda para a Ciência. Com o lhe mostrar a verdadeira causa de certas afecções, faculta-lhe os meios de as combater. Quando a Ciência levar em conta a ação do elemento espiritual na medicina, menos freqüentes serão os seus maus êxitos. Isto já está acontecendo.
4.17 Predominância do mal. Todos os homens, a partir da infância, muito mais fazem de mal, do que de bem. Essa sentença de Sócrates fere a grave questão da predominância do mal na Terra, questão insolúvel sem o conhecimento da pluralidade dos mundos e da destinação do planeta terreno, habitado apenas por uma fração mínima da Humanidade. Somente o Espiritismo resolve essa questão, que se encontra explanada no Evangelho Segundo o Espiritismo, nos capítulos II, III e V.
4.18 Ajuizado serás. Ajuizado serás, não supondo que sabes o que ignoras. Isso vai com vistas aos que criticam aquilo de que desconhecem até mesmo os primeiros termos. Platão completa esse pensamento de Sócrates, dizendo: "Tentemos, primeiro, torná-los, se for possível, mais honestos nas palavras; se não o forem, não nos preocupemos com eles e não procuremos senão a verdade. Cuidemos de instruir-nos, mas não nos injuriemos." E assim que devem proceder os espíritas com relação aos seus contraditores de boa ou má-fé. Revivesse hoje Platão e acharia as coisas quase como no seu tempo e poderia usar da mesma linguagem. Também Sócrates toparia criaturas que zombariam da sua crença nos Espíritos e que o qualificariam de louco, assim como ao seu discípulo Platão. Foi por haver professado esses princípios que Sócrates se viu ridicularizado, depois acusado de impiedade e condenado a beber cicuta. Tão certo é que, levantando contra si os interesses e os preconceitos que elas ferem, as grandes verdades novas não se podem firmar sem luta.
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CAPITULO 5 – RESUMO DA DOUTRINA DE JESUS.. (Allan Kardec. Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulos V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XV e XVII).
5.1 Bem aventurados os aflitos. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. - Bemaventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. - Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 5, 6 e 10.) Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. - Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, v. 20 e 21.) Mas, ai de vós, ricos que tendes no mundo a vossa consolação. - Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. - Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS, cap. VI, v. 24 e 25.) Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. E, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos. Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a 39
resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura.
5.2 Bem aventurados os pobres de espírito. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.) A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os desprovidos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos. Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção. Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem. Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extrahumana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes revolta à idéia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os faria descer do pedestal onde se contemplam. Dai o só terem sorrisos de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que as tomam a sério. Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será entrar, como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. E lá que os olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em partes iguais. Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele.
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Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais.
5.3 Bem-aventurados os que têm puro o coração. Bem-aventurados os que têm puro o coração, porquanto verão a Deus. (S. Mateus, cap. V, v. 8.) Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que ele as tocasse, e, como seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: "Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. - Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará." - E, depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (S. MARCOS, cap. X, v. 13 a 16.) A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda idéia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade. Poderia parecer menos justa essa comparação, considerando-se que o Espírito da criança pode ser muito antigo e que traz, renascendo para a vida corporal, as imperfeições de que se não tenha despojado em suas precedentes existências. Só um Espírito que houvesse chegado à perfeição nos poderia oferecer o tipo da verdadeira pureza. E exata a comparação, porém, do ponto de vista da vida presente, porquanto a criancinha, não havendo podido ainda manifestar nenhuma tendência perversa, nos apresenta a imagem da inocência e da candura. Daí o não dizer Jesus, de modo absoluto, que o reino dos céus é para elas, mas para os que se lhes assemelhem.
5.4 Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos. Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 4.) Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v. 9.) Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. - Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (Id., v. 21 e 22.) Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, 41
a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes. Raca, entre os hebreus, era um termo desdenhoso que significava homem que não vale nada, e se pronunciava cuspindo e virando para o lado a cabeça. Vai mesmo mais longe, pois que ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco. Evidente se torna que aqui, como em todas as circunstâncias, a intenção agrava ou atenua a falta; mas, em que pode uma simples palavra revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação? E que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade que entretém o ódio e a animosidade; é' enfim, que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão. Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: "Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra", tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu? Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros. Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.
5.5 Bem-aventurados os que são misericordiosos. Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia. (S. MATEUS, cap. V, v. 7.) Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; - mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados. (S. MATEUS, cap. VI, v. 14 e 15.) Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. - Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: "Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?" Respondeu-lhe Jesus: "Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes." (S. MATEUS, cap. XVIII, v. 15, 21 e 22.)
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A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos golpes que lhe possam desferir. Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda mansidão e caridade. Ai daquele que diz: nunca perdoarei. Esse, se não for condenado pelos homens, sê-lo-á por Deus. Com que direito reclamaria ele o perdão de suas próprias faltas, se não perdoa as dos outros? Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites, quando diz que cada um perdoe ao seu irmão, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma, grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem pensamento oculto, que evita, com delicadeza, ferir o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda quando este último nenhuma justificativa possa ter; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a toda gente: vede como sou generoso! Nessas circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não, não há aí generosidade; há apenas uma forma de satisfazer ao orgulho. Em toda contenda, aquele que se mostra mais conciliador, que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza da alma granjeará sempre a simpatia das pessoas imparciais.
5.6 Amar o próximo como a si mesmo. Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniramse; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: - "Mestre, qual o mandamento maior da lei?" - Jesus respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." (S. MATEUS, cap. XXII, v. 34 a 40.) Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, cap. VII, v. 12.) Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. LUCAS, cap. VI, v. 31.)
5.7 Amai vossos inimigos. Aprendestes que foi dito: "Amareis o vosso próximo e odiareis os vossos inimigos." Eu, porém, vos digo: "Amai os vossos inimigos; fazei o bem 43
aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus e que faz se levante o Sol para os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos. Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa? Não procedem assim também os publicanos? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é o que com isso fazeis mais do que os outros? Não fazem outro tanto os pagãos?" (S. MATEUS, cap. V, v. 43 a 47.) "Digo-vos que, se a vossa justiça não for mais abundante que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no reino dos céus."(S. MATEUS, cap. V, v. 20.) "Se somente amardes os que vos amam, que mérito se vos reconhecerá, uma vez que as pessoas de má vida também amam os que os amam? - Se o bem somente o fizerdes aos que vo-lo fazem, que mérito se vos reconhecerá, dado que o mesmo faz a gente de má vida? - Se só emprestardes àqueles de quem possais esperar o mesmo favor, que mérito se vos reconhecerá, quando as pessoas de má vida se entreajudam dessa maneira, para auferir a mesma vantagem? Pelo que vos toca, amai os vossos inimigos, fazei bem a todos e auxiliai sem esperar coisa alguma. Então, muito grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom para os ingratos e até para os maus. - Sede, pois, cheios de misericórdia, como cheio de misericórdia é o vosso Deus." (S. LUCAS, cap. VI, v. 32 a 36.)
5.8 Fazer o bem sem ostentação. Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. -Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. - Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. - (S. MATEUS, cap. VI, v. 1 a 4.) Em fazer o bem sem ostentação há grande mérito; ainda mais meritório é ocultar a mão que dá; constitui marca incontestável de grande superioridade moral, porquanto, para encarar as coisas de mais alto do que o faz o vulgo, mister se torna abstrair da vida presente e identificar-se com a vida futura; numa palavra, colocar-se acima da Humanidade, para renunciar à satisfação que advém do testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus. Aquele que prefere ao de Deus o sufrágio dos homens prova que mais fé deposita nestes do que na Divindade e que mais valor dá à vida presente do que à futura. Se diz o contrário, procede como se não cresse no que diz. Quantos há que só dão na esperança de que o que recebe irá bradar por toda a parte o benefício recebido! Quantos os que, de público, dão grandes somas e que, entretanto, às ocultas, não dariam uma só moeda!
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Foi por isso que Jesus declarou: "Os que fazem o bem ostentosamente já receberam sua recompensa." Com efeito, aquele que procura a sua própria glorificação na Terra, pelo bem que pratica, já se pagou a si mesmo; Deus nada mais lhe deve; só lhe resta receber a punição do seu orgulho. Não saber a mão esquerda o que dá a mão direita é uma imagem que caracteriza admiravelmente a beneficência modesta. Mas, se há a modéstia real, também há a falsa modéstia, o simulacro da modéstia. Há pessoas que ocultam a mão que dá, tendo, porém, o cuidado de deixar aparecer um pedacinho, olhando em volta para verificar se alguém não o terá visto ocultá-la. Indigna paródia das máximas do Cristo! Se os benfeitores orgulhosos são depreciados entre os homens, que não será perante Deus? Também esses já receberam na Terra sua recompensa. Foram vistos; estão satisfeitos por terem sido vistos. E tudo o que terão.
5.9 Fora da Caridade não há salvação. Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? - Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que lês nela? - Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe Jesus: Respondeste muito bem; faze isso e viverás. Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo? - Jesus, tomando a palavra, lhe diz: Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixandoo semimorto. - Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. -Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. - Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. - Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. - No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar. Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? - O doutor respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. - Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (S. LUCAS, cap. X, v. 25 a 37.) Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós 45
mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura. A homens como os a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, tinha ele de apresentar imagens materiais chocantes e próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha mesmo de não se afastar muito das idéias correntes, quanto à forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da infelicidade que espera o mau. Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o libelo? Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que crê de outro? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.
5.10 Sede perfeitos. Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. - Porque, se somente amardes os que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? - Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? -Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. (S. MATEUS, cap. V, v. 44, 46 a 48.) Pois que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta proposição: "Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial", tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de atingir-se a perfeição absoluta. Se à criatura fosse dado ser tão perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual a este, o que é inadmissível. Mas, os homens a quem Jesus falava não compreenderiam essa nuança, pelo que ele se limitou a lhes apresentar um modelo e a dizer-lhes que se esforçassem pelo alcançar.
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Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeição relativa, a de que a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade. Em que consiste essa perfeição? Jesus o diz: "Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem." Mostra ele desse modo que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes. Com efeito, se se observam os resultados de todos os vícios e, mesmo, dos simples defeitos, reconhecer-se-á nenhum haver que não altere mais ou menos o sentimento da caridade, porque todos têm seu princípio no egoísmo e no orgulho, que lhes são a negação; e isso porque tudo o que sobre excita o sentimento da personalidade destrói, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. Não podendo o amor do próximo, levado até ao amor dos inimigos, aliarse a nenhum defeito contrário à caridade, aquele amor é sempre, portanto, indício de maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeição está na razão direta da sua extensão. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no que tem de mais sublime, lhes disse: "Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai celestial."
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CAPITULO 6 – A REENCARNAÇÃO. A maioria do conteúdo deste capitulo foi extraído de: Allan Kardec. Livro dos Espíritos Parte Segunda Allan Kardec. Evangelho Segundo o Espiritismo. Capitulo IV. REENCARNAÇÃO - Tudo o que você precisa saber - Richard Simonetti Site da Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada – SBTVP Pesquisas do autor.
6.1 A lógica e a fé. A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa de que você nada sabe. H. Jackson Brownk. Aristóteles, filósofo Grego que viveu de 384 a 322 AC foi o fundador da lógica como sendo a ferramenta que nos orienta o busca da verdade ou ao menos os aproximarmos dela. É muito comum ouvirmos dizer que uma coisa é lógica ou ilógica. A analise lógica nos permite a chegar na verdade ou então nos aproximarmos dela usando o atributo da inteligência que Deus nos deu. Em questões concretas a lógica nos permite chegar diretamente a verdade. Em questões abstratas a lógica nos permite nos aproximarmos cada vez mais da verdade. É o que podemos chamar de fé raciocinada. A medida que a ciência avança cada vez mais as questões abstratas vão se tronando concretas até que chegará um dia que nada mais de abstrato existirá. Sem a lógica somos reféns de dogmas absolutos sem jamais poder questionálos, mesmo que a ciência vá tirando o véu da ignorância sobre o assunto. Ë a fé burra. Hoje a ciência já demonstra que nosso sistema solar foi formado há 4,5 bilhões de anos a partir de gazes e detritos resultantes da explosão de uma super nova. Logo nosso planeta não foi criado. Foi transformado. Foi nosso pequeno big bang particular. Ë a confirmação da lei de Lavoisier de que nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Sobre este ponto Alan Kardec pergunta e a espiritualidade responde: Define-se, geralmente, a matéria como sendo o que tem extensão, o que pode causar impressão aos nossos sentidos, o que é impenetrável. Essas definições são exatas? Do vosso ponto de vista são exatas, visto que somente falais do que conheceis. Mas a matéria existe em estados que para vós são desconhecidos. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que não cause nenhuma impressão aos vossos sentidos; entretanto, é sempre matéria, embora para vós não o seja. Podemos definir quando a matéria foi criada? A ciência tem apresentado a teoria do Big Bang, como sendo a explicação mais provável para o surgimento do Universo: a explosão de 48
uma proto-matéria, altamente condensada, teria espalhado um material cósmico em forma de plasma, que através de uma adensarão vem formando ao longo de seus 15 a 20 bilhões de anos o que conhecemos hoje por Universo. Qual quer que seja o fenômeno ocorrido para o surgimento do Universo, sua origem está em Deus. A matéria existe desde o princípio, como Deus, ou foi criada por Ele em determinado momento? Somente Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que a vossa razão deve deduzir: é que Deus, modelo de amor e caridade, nunca esteve inativo. Por mais remoto que possa vos parecer o início de sua ação, acaso o podereis imaginar por um segundo sequer na ociosidade? Não é Deus a Inteligência Suprema do universo e a cauda primária de todas as coisas? Também a ciência já nos mostra as diversas etapas de evolução de nosso planeja a te o surgimento do homem a cerda de 60 a 100 mil anos atrás. A ciência nos mostra que toda a vida animal (o que nos inclui) evoluiu a partir de um inicio comum. Isto não é a confirmação da Teoria da Evolução da Espécies de Charles Darwin? A fé burra e dogmática não está ignorando estas verdades continuando a ensinar que Deus criou a terra num ato de Sua vontade como num passe de mágica, o homem a partir do barro e a mulher a partir da costela do homem? Admitir a verdade não é negar a existência de Deus, é da os primeiros passos no sentido de entender a Deus, como mostrou Kardec nas três perguntas deste item. Conhecer e aceitar a verdade é evoluir!
6.2 Exercitando a lógica. Deus é Justo? Evidentemente que sim. Se Ele é perfeito é lógico que tenha todas as virtudes e uma delas é justamente a justiça. Se Deus não fosse justo seria imperfeito o que é um absurdo. Segundo o dicionário “Aurélio” justiça é dar a cada um aquilo que é seu. Assim temos a primeira premissa: Deus é justo. Pergunta: É justo impor a alguém a quem não tenha merecido? Assim temos a segunda premissa: Não é justo impor sofrimento a um inocente. Uma só vida impõe sofrimento a quem não fez por merecer. Exemplo: Crianças que nascem defeituosas, paraliticas, doentes crônicos, doentes mentais, cegos etc. É justo que algumas crianças nasçam assim e outras saudáveis se todas foram criadas no nascimento? Resposta: Não. Vamos supor que existe uma só vida e ela tem como objetivo a salvação. 49
É justo que uns nasçam em famílias desestruturas e com pouca condição de sucesso e outras nasçam em famílias bem estruturadas e com boas condições de sucesso pela formação que tiveram? É justo impor a estas que não tiveram formação nem educação adequada um julgamento final e os condenar a pena eterna? Respostas: Não e não. Supondo agora que Jesus ter morrido na cruz para salvar os que crerem nele é justo que ele tenha vindo mais de 4.000 anos depois da criação (segundo a Bíblia) do homem? E os que viveram antes e não tiveram condição de crer nele pelo simples fato de terem nascido antes disto? Se os que vieram antes foram salvos por “de faut” isto é justo para os que vieram depois? E os que vieram depois e nasceram em lugar em que o Cristianismo não é difundido e não podem crer naquilo que não tem noticia? Se os que não conhecem o Cristianismo também são salvos por “de faut” isto é justo para os que conhecem e foram condenados porque não crêem? Respostas: Não, não, não e não. Uns dizem que os problemas dos filhos se devem a culpa dos pais ou antepassados. É justo que um inocente pague por uma culpa que ele nada tem a ver? É justo que haja pecado original onde toda a humanidade paga pelo erro de Adão e Eva? Respostas: Não e não. Agora comparemos o homem com ele mesmo ao longo dos tempos. Um homem da idade da pedra só se preocupa em obter alimento e se reproduzir. Não tinha conhecimento moral e ético nenhum. Hoje o homem já tem conhecimento moral e ético. É justo que no julgamento final eles sejam julgados pelas mesmas regras? Resposta: Não. Se as regras do julgamento final forem diferentes é justo que o homem tenha progredido? Não seria mais justo que todos permanecerem na idade da pedra e fossem julgados pelas mesmas regras primitivas? Resposta: Absurdo! Vejam que neste tipos de questionamento vamos chegar sempre a injustiça e absurdos. Há os que atribuem isto ao azar e sorte. É justo que Deus tenha nos deixado expostos a leis do azar e sorte? Einstein já nos ensinou: Deus não joga dados! Mais absurdo. O resumo da doutrina da Jesus nos deixa claro que a salvação é para quem a tomar como regra de conduta. Isto é questão de ação e não de fé. Esta doutrina está alcance de todos e não só dos Cristãos. Neste trabalho mostramos isto com o resumo da doutrina de Sócrates e outros precursores de Jesus como Siddahartha Gautama que é considerado o primeiro Buda, por exemplo.
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A única lógica em tudo isto é a doutrina das transmigrações evolutivas ou simplesmente encarnações sucessivas a caminho da evolução. Isto é popularmente chamado de reencarnação. A reencarnação é conseqüência da lei do progresso (vide 3.6.7) onde o objetivo é a perfeição moral (vice 3.6.11). Tudo isto é feito respeitando o livre arbítrio e a lei da causa e efeito. A reencarnação é crença antiqüíssima e já existia desde o Antigo Egito como foi mostrado no resumo que apresentamos do Livro dos Mortos. Também a reencarnação está presente na Bíblia como será mostrado nos itens a seguir deste mesmo capitulo. O espiritismo só veio aperfeiçoá-la e isto é progresso. A reencarnação mostra que o homem que viveu na idade das pedras ainda pode estar vivo nos dias de hoje só que outro corpo. Entre lá e cá incontáveis encarnações se sucederam ao mesmo espírito que acumulou conhecimento e assim progrediu. Neste capitulo este assunto será conceituado nos itens 6.3 e 6.4 a seguir.
6.3 Conceituação de Espirito. Para tal estamos colocando algumas perguntas que Allan Kardec fez a “Santos Espíritos” e suas repostas, sendo: O que é o Espírito? Espírito é o princípio inteligente do universo. Espírito é sinônimo de inteligência? A inteligência é um atributo essencial do Espírito, mas ambos se confundem. Que definição se pode dar dos Espíritos? Pode-se dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Eles povoam o universo, fora do mundo material. O Espírito é independente da matéria ou é apenas uma propriedade dela, como as cores são propriedades da luz e a propagação do som uma propriedade do ar? Ambos são distintos, mas é preciso a união do Espírito e da matéria para que a inteligência se manifeste na matéria. Isto somos nós, corpo e Espírito. Convencionamos chamar de Alma o Espírito que está animando um corpo. Pode-se conceber o Espírito sem a matéria e a matéria sem o Espírito? Pode-se, sem dúvida, pelo pensamento. Haveria, assim, dois elementos gerais do universo: a matéria e o Espírito? Sim, e acima de tudo Deus, o Pai de todas as coisas. Deus, Espírito e Matéria são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal.
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Os Espíritos são seres distintos da Divindade ou seriam somente emanações ou porções da Divindade e chamados, por essa razão, filhos de Deus? Meu Deus! São obras de Deus. Exatamente como um homem que faz uma máquina, essa máquina é a obra do homem, mas não é ele próprio. Quando o homem faz uma coisa bela, útil, a chama sua filha, sua criação. Pois bem! Ocorre o mesmo com Deus: somos seus filhos, porque somos sua obra. Os Espíritos tiveram um princípio, ou são como Deus, de toda a eternidade? Se os Espíritos não tivessem tido um princípio, seriam iguais a Deus. São sua criação e submissos à Sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, isso é incontestável. Mas saber quando e como nos criou, não sabemos nada. Podeis dizer que não tivemos princípio, se entenderdes com isso que Deus, sendo eterno, tem criado sem descanso. Mas quando e como cada um de nós foi criado, repito, ninguém o sabe: esse é o mistério. Pode um cego de nascença definir a luz? Para ele a luz é um mistério. Ainda não evoluímos o suficiente para entender certas coisas, porem fiquem certos que entenderemos um dia. OBS do autor: Por ora ficamos com a idéia de que princípios inteligentes individualizados (espíritos) são criados incessantemente por Deus a partir do principio inteligente universal. A criação dos Espíritos é permanente, ou só ocorreu no início dos tempos? É permanente, Deus nunca parou de criar. Os Espíritos se formam espontaneamente, ou procedem uns dos outros? Deus os cria, como a todas as outras criaturas, por sua vontade. Mas, repito mais uma vez, sua origem é um mistério. Compreende-se que o princípio de onde emanam os Espíritos seja eterno, mas o que perguntamos é se sua individualidade tem um fim e se, num dado momento, mais ou menos longo, o elemento do qual são formados se dispersa e retorna à massa de onde saiu, como acontece com os corpos materiais. É difícil compreender que uma coisa que começou não possa acabar. Os Espíritos têm um fim? Há coisas que não compreendeis, porque a vossa inteligência é limitada. Mas isso não é razão para serem rejeitadas. A criança não compreende tudo o que seu pai compreende, nem o ignorante tudo o que compreende o sábio. Nós vos dizemos que a existência dos Espíritos não acaba; é tudo o que, por agora, podemos dizer. Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos? Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas. Também o chamamos de Plano Espiritual.
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Qual dos dois é o principal na ordem das coisas: o mundo espiritual ou o mundo corporal? O mundo espiritual, que preexiste e sobrevive a tudo. O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem alterar a essência do mundo espiritual? Sim, eles são independentes e, entretanto, sua correlação é incessante, porque reagem incessantemente um sobre o outro. Os Espíritos ocupam uma região determinada e circunscrita no espaço? Os Espíritos estão em todos os lugares, povoam infinitamente os espaços. Estão sempre ao vosso lado, vos observam e agem entre vós sem os perceberdes, porque os Espíritos são uma das forças da natureza e os instrumentos dos quais Deus se serve para a realização de Seus desígnios providenciais. Mas nem todos vão a todos os lugares, porque há regiões interditadas aos menos avançados. Deus criou e continua criando todos os Espíritos iguais? Sim, Deus cria sempre todos os Espíritos simples e ignorantes porem com um incessante desejo de melhorar e progredir sempre. É este desejo que nos impulsiona pelos caminhos da evolução através do conhecimento de Suas leis quer sejam físicas (da matéria) e morais (do Espírito). É através da adesão a estas leis que chagamos a salvação e, com ela, o entendimento pleno de Deus.
6.4 Conceituação da reencarnação. Muitos dos fatos analisados teriam seus absurdos removidos caso o inicio da criação de todos os humanos fossem absolutamente iguais, tivessem as mesmas oportunidades e destinados ao mesmo fim. Assim todos nós tivemos inícios absolutamente iguais Deus, criados simples e ignorantes e com uma forte vontade de melhorar sempre. Isto é coerente com justiça de Deus por dar a todos o mesmo princípio e a mesma oportunidade. Analisando todos os homens que estão por ai podemos ver que alguns estão mais perto de ser simples e ignorantes que outros. Isto significa que alguns já caminharam mais que outros na estrada da evolução. Não mais encontramos por aqui homens (espíritos encarnados) no estado inicial de simplicidade e ignorância total. Isto ocorreu quando a terra era um mundo primitivo e está época findou na idade da pedra. Se o ponto máximo da evolução for conhecer a Deus e chegar até Ele podemos chamar isto de salvação. Assim, salvação é a única alternativa e é um objetivo final e não um julgamento pontual. Logo não existe condenação final. Isto é bondade e justiça de Deus. Tampouco encontramos por aqui espíritos encarnados que já entendem Deus e Dele estão próximos. A terra ainda é um mundo longe da perfeição. Com estas duas hipóteses todos os absurdos são eliminados. Por outro lado muitas outras explicações devem ter que ser dadas porque olhando a humanidade vemos muitos em estágios diferentes de
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evolução com se fosse uma escada onde o primeiro degrau já não é mais o primitivo total e o ultimo está longe da perfeição. Nossa escada tem muitos degraus porem mais próximos do principio da curva de evolução do que de seu fim. Sabemos que os que estão no primeiro degrau da escada não chegarão ao ultimo degrau nesta vida, porque a distancia entre eles é muito longa e o tempo é curto para isto. Os avanços são por tentativa e erro e na maioria das vezes quem nos dá um empurrãozinho para avançar é a dor. E cada cutucada é um pulinho e um pulinho não sobe toda a escada, mas de pulinho em pulinho chegaremos lá. Por quantos e quantos anos temos que levar bordoadas para aprender lapidar um pouquinho do egoísmo e até chegar a ser totalmente humilde? A grande maioria morre (desencarna) sem atingir tal objetivo. Este fato pode ser facilmente entendido se comparado com anos escolares do primeiro grau até o pós doutorado. Um aluno da primeira série do primeiro grau não vai direto para o ultimo ano do pós doutorado. Porem se tirarmos uma foto da escola veremos alunos em todos os degraus do ensino. Também veremos alunos que repetiram e outros que se rebelaram. Podemos dizer que eles estão machucados. Se comparado com a vida os machucados seriam os com alguma limitação física ou mental. Porem como Deus deu a todos o desejo incessante de melhorar todos se eles levantarão e seguirão em frente.Todos chegarão ao fim da escada. Todos chegarão à salvação. Isto é justo. Da mesma forma que na escola os machucados recebem auxilio extra o mesmo ocorre na vida. Isto é solidariedade e caridade que se apóiam na lei do amor. Quem ama ajuda e as vezes é preciso ter um machucado por perto para aprender ajudar. Entre um ano escolar e outro temos as férias para os menos graduados e muito trabalho para os mais graduados do nível de especialização, pós graduação, mestrado, doutorado, pós doutorado, etc. A foto da escola, em período escolar, não mostrará os que estão de férias e em trabalho fora da escola. Só os que estão estudando. Também um que está trabalhando pode ir lá na escola dar uma ajudazinha aos que estão estudando. Esta ajudazinha pode até ser nos períodos de descanso quando os alunos estão fora da sala de aula dormindo ou em recreação. A hipótese que elimina todos os absurdos é a da reencarnação. Ela explica e tem respostas coerentes com os atributos de Deus para tudo. As vidas como encarnado seriam os anos letivos e as férias e o trabalho fora da escola seriam as vidas no plano espiritual ou incorpórea. As comunicações entre os dois planos seriam as comunicações mediúnicas. As matérias curriculares são, segundo Allan Kardec, as leis naturais de Deus. “A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem; ela lhe indica o que deve ou não fazer, e ele é infeliz somente quando se afasta dela.
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6.5 Citações da Reencarnação na Bíblia. 6.5.1 Evangelho: João Batista é a reencarnação de Elias. Jesus, tendo vindo às cercanias de Cezaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: "Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?" - Eles lhe responderam: "Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas." - Perguntou-lhes Jesus: "E vós, quem dizeis que eu sou?" - Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." - Replicou-lhe Jesus: "Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus." (S. Mateus, cap. XVI, v. 13 a 17; S. Marcos, cap. VIII, v. 27 a 30.) (Após a transfiguração.) Seus discípulos então o interrogam desta forma: "Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?" - Jesus lhes respondeu: "É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: - mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem." - Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (S. Mateus, cap. XVII, v. 10 a 13; - S. Marcos, cap. IX, v. 11 a 13.) A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As idéias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado.
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6.5.2 Jesus: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos, senador dos judeus - que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: "Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele." Jesus lhe respondeu: "Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo." Disse-lhe Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?" Retorquiu-lhe Jesus: "Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. - O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito." Respondeu-lhe Nicodemos: "Como pode isso fazer-se?" - Jesus lhe observou: "Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do céu?" (S. JOÃO, cap. III, v. 1 a 12.) A idéia de que João Batista era Elias e de que os profetas podiam reviver na Terra se nos depara em muitas passagens dos Evangelhos, notadamente nas acima reproduzidas (Evangelho de S. Marcos e S. Mateus sobre João Batista ser Elias). Se fosse errônea essa crença, Jesus não houvera deixado de a combater, como combateu tantas outras. Longe disso, ele a sanciona com toda a sua autoridade e a põe por princípio e como condição necessária, quando diz: "Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo." E insiste, acrescentando: Não te admires de que eu te haja dito ser preciso nasças de novo. Estas palavras: Se um homem não renasce do água e do Espírito foram interpretadas no sentido da regeneração pela água do batismo. O texto primitivo, porém, rezava simplesmente: não renasce da água e do Espírito, ao passo que nalgumas traduções as palavras - do Espírito - foram substituídas pelas seguintes: do Santo Espírito, o que já não corresponde ao mesmo pensamento. Esse ponto capital ressalta dos primeiros comentários a que os Evangelhos deram lugar, como se comprovará um dia, sem equívoco possível. A tradução de Osterwald está conforme o texto primitivo. Diz: "Não renasce da água e do Espírito"; a de Sacy diz: do Santo Espírito; a de Lamennais: do Espírito Santo.
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À nota de Allan Kardec, podemos hoje acrescentar que as modernas traduções já restituíram o texto primitivo, pois que só imprimem "Espírito" e não Espírito Santo. Examinamos a tradução brasileira, a inglesa, a em esperanto, a de Ferreira de Almeida, e todas elas está somente "Espírito". Para se apanhar o verdadeiro sentido dessas palavras, cumpre também se atente na significação do termo água que ali não fora empregado na acepção que lhe é própria. Muito imperfeitos eram os conhecimentos dos antigos sobre as ciências físicas. Eles acreditavam que a Terra saíra das águas e, por isso, consideravam a água como elemento gerador absoluto. Assim é que na Gênese se lê: "O Espírito de Deus era levado sobre as águas; flutuava sobre as águas; - Que o firmamento seja feito no meio das águas; - Que as águas que estão debaixo do céu se reúnam em um só lugar e que apareça o elemento árido; -Que as águas produzam animais vivos que nadem na água e pássaros que voem sobre a terra e sob o firmamento." Segundo essa crença, a água se tornara o símbolo da natureza material, como o Espírito era o da natureza inteligente. Estas palavras: "Se o homem não renasce da água e do Espírito, ou em água e em Espírito", significam pois: "Se o homem não renasce com seu corpo e sua alma." E nesse sentido que a principio as compreenderam. Tal interpretação se justifica, aliás, por estas outras palavras: O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Jesus estabelece aí uma distinção positiva entre o Espírito e o corpo. O que é nascido da carne é carne indica claramente que só o corpo procede do corpo e que o Espírito independe deste. O Espírito sopra onde quer; ouves-lhe a voz, mas não sabes nem donde ele vem, nem para onde vai: pode-se entender que se trata do Espírito de Deus, que dá vida a quem ele quer, ou da alma do homem. Nesta última acepção - "não sabes donde ele vem, nem para onde vai significa que ninguém sabe o que foi, nem o que será o Espírito. Se o Espírito, ou alma, fosse criado ao mesmo tempo que o corpo, saber-se-ia donde ele veio, pois que se lhe conheceria o começo. Como quer que seja, essa passagem consagra o princípio da preexistência da alma e, por conseguinte, o da pluralidade das existências.
6.5.3 Jesus: Ouça aquele que tem ouvido para ouvir Ora, desde o tempo de João Batista até o presente, o reino dos céus é tomado pela violência e são os violentos que o arrebatam; - pois que assim o profetizaram todos os profetas até João, e também a lei. - Se quiserdes compreender o que vos digo, ele mesmo é o EIias que há de vir. - Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (S. MATEUS, cap. XI, v. 12 a 15.) Se o princípio da reencarnação, conforme se acha expresso em S. João, podia, a rigor, ser interpretado em sentido puramente místico, o mesmo já não acontece com esta passagem de S. Mateus, que não permite equívoco: ELE MESMO é o Elias que há de vir. Não há aí figura, nem alegoria: é uma afirmação positiva. -"Desde o tempo de João Batista até o presente o reino dos céus é tomado pela violência." Que significam essas palavras, uma vez que João Batista ainda 57
vivia naquele momento? Jesus as explica, dizendo: "Se quiserdes compreender o que digo, ele mesmo é o Elias que há de vir." Ora, sendo João o próprio Elias, Jesus alude à época em que João vivia com o nome de Elias. "Até ao presente o reino dos céus é tomado pela violência": outra alusão à violência da lei moisaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para que os demais ganhassem a Terra Prometida, Paraíso dos hebreus, ao passo que, segundo a nova lei, o céu se ganha pela caridade e pela brandura. E acrescentou: Ouça aquele que tiver ouvidos de ouvir. Essas palavras, que Jesus tanto repetiu, claramente dizem que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades.
6.5.4 Isaias: Aqueles de vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão. Despertai do vosso sono e entoai louvores a Deus, vós que habitais no pó; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de luz e porque arruinareis a Terra e o reino dos gigantes. (ISAÍAS, cap. XXVI, v. 19.) E também muito explícita esta passagem de lsaías: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo." Se o profeta houvera querido falar da vida espiritual, se houvera pretendido dizer que aqueles que tinham sido executados não estavam mortos em Espírito, teria dito: ainda vivem, e não: viverão de novo. No sentido espiritual, essas palavras seriam um contra-senso, pois que implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam a negação das penas eternas, pois que estabelecem, em princípio, que todos os que estão mortos reviverão.
6.5.5 JOB: Voltarei a esta vida Mas, quando o homem há morrido uma vez, quando seu corpo, separado de seu espírito, foi consumido, que é feito dele? -Tendo morrido uma vez, poderia o homem reviver de novo? Nesta guerra em que me acho todos os dias da minha vida, espero que chegue a minha mutação. (JOB, cap. XIV, v. 10,14. Tradução de Le Maistre de Sacy.) Quando o homem morre, perde toda a sua força. expira. Depois, onde está ele? -Se o homem morre, viverá de novo? Esperarei todos os dias de meu combate, até que venha alguma mutação? (JOB, cap. XIV, v. 10,14. Tradução protestante de Osterwald.) Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo. (JOB, cap. XIV, v. 10,14. Versão da Igreja Ortodoxa grega.) Nessas três versões fica bem claro como a mão do tradutor pode alterar a interpretação de quem lê. Os tradutores católicos e protestantes não
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entenderam bem o significado do que traduziam e transformaram o texto em pergunta. O Grego já não teve duvida e fez uma afirmação. Evidente que a crença de quem traduziu teve influencia no resultado. A Bíblia por muitos e muitos anos passou de geração em geração de forma oral só vindo ser escrita bem mais tarde. Varias pessoas com vários tipos de fé e conhecimento estiveram envolvidas nestes processos. (nota do autor). Nessas três versões, o princípio da pluralidade das existências se acha claramente expresso. Ninguém poderá supor que Job haja querido falar da regeneração pela água do batismo, que ele de certo não conhecia. "Tendo o homem morrido uma vez, poderia reviver de novo?" A idéia de morrer uma vez, e de reviver implica a de morrer e reviver muitas vezes. A versão da Igreja grega ainda é mais explícita, se é que isso é possível: "Acabando os dias da minha existência terrena, esperarei, porquanto a ela voltarei", ou, voltarei à existência terrestre. Isso é tão claro, como se alguém dissesse: "Saio de minha casa, mas a ela tornarei.". "Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que se dê a minha mutação." Job, evidentemente, pretendeu referir-se à luta que sustentava contra as misérias da vida. Espera a sua mutação, isto é, resigna-se. Na versão grega, esperarei parece aplicar-se, preferentemente, a uma nova existência: "Quando a minha existência estiver acabada, esperarei, porquanto a ela voltarei." Job como que se coloca, após a morte, no intervalo que separa uma existência de outra e diz que lá aguardará o momento de voltar. Não há, pois, duvidar de que, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era ponto de uma das crenças fundamentais dos judeus, ponto que Jesus e os profetas confirmaram de modo formal; donde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo. Um dia, porém, suas palavras, quando forem meditadas sem idéias preconcebidas, reconhecer-se-ão autorizadas quanto a esse ponto, bem como em relação a muitos outros. A essa autoridade, do ponto de vista religioso, se adita, do ponto de vista filosófico, a das provas que resultam da observação dos fatos. Quando se trata de remontar dos efeitos às causas, a reencarnação surge como de necessidade absoluta, como condição inerente à Humanidade; numa palavra: como lei da Natureza. Pelos seus resultados, ela se evidencia, de modo, por assim dizer, material, da mesma forma que o motor oculto se revela pelo movimento. Só ela pode dizer ao homem donde ele vem, para onde vai, por que está na Terra, e justificar todas as anomalias e todas as aparentes injustiças que a vida apresenta. Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências, são ininteligíveis, em sua maioria, as máximas do Evangelho, razão por que hão dado lugar a tão contraditórias interpretações. Está nesse princípio a chave que lhes restituirá o sentido verdadeiro.
6.5.6 Salomão – Livro da Sabedoria (8:19-20)
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Salomão afirma: “Eu era um menino de um natural feliz e havia obtido uma alma boa. Sendo bom vim em um corpo sem mancha”. É muito difícil entender sua palavras sem admitir que ele estava dizendo que veio de uma existência anterior para uma reencarnação num corpo sadio.
6.6 Mensagem de São Luiz a Kardec - Paris, 1859 A bem dizer, a encarnação carece de limites precisamente traçados, se tivermos em vista apenas o envoltório que constitui o corpo do Espírito, dado que a materialidade desse envoltório diminui à proporção que o Espírito se purifica. Em certos mundos mais adiantados do que a Terra, já ele é menos compacto, menos pesado e menos grosseiro e, por conseguinte, menos sujeito a vicissitudes. Em grau mais elevado, é diáfano e quase fluídico. Vai desmaterializando-se de grau em grau e acaba por se confundir com o perispírito. Conforme o mundo em que é levado a viver, o Espírito reveste o invólucro apropriado à natureza desse mundo. O próprio perispírito passa por transformações sucessivas. Torna-se cada vez mais etéreo, até à depuração completa, que é a condição dos puros Espíritos. Se mundos especiais são destinados a Espíritos de grande adiantamento, estes últimos não lhes ficam presos, como nos mundos inferiores. O estado de desprendimento em que se encontram lhes permite ir a toda parte onde os chamem as missões que lhes estejam confiadas. Se considerar do ponto de vista material a encarnação, tal como se verifica na Terra, poder-se-á dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende, portanto, de o Espírito libertar-se dela mais ou menos rapidamente, trabalhando pela sua purificação. Deve também considerar-se que no estado de desencarnado, isto é, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito guarda relação com a natureza do mundo a que o liga o grau do seu adiantamento. Assim, no plano espiritual, é ele mais ou menos ditoso, livre e esclarecido, conforme está mais ou menos desmaterializado.
6.7 Lembranças de vidas passadas. Nosso cérebro só tem a capacidade de registrar o que se passa pelos cinco sentidos que são: tato, paladar, olfato, audição e visão. Essa é uma das razões pela qual não lembramos da maioria absoluta de nossas experiências no mundo espiritual, durante as horas de sono. Da mesmo forma não lembramos de nossa experiência em vidas anteriores. O fato de não lembrar não que dizer que elas estão perdidas. Também não lembramos de nossos aprendizados na infância (como aprendemos a ler e escrever) porem utilizamos este aprendizado intensamente. Um adulto também não se lembra de seus primeiros passos porem conserva a capacidade de andar. Nada se perde e nossas experiências anteriores ficam resguardados nos arquivos do inconsciente. 60
Aos poucos, nosso cérebro vai evoluindo e permitindo algumas poucas lembranças de vidas passadas. Há inúmeros livros sobre casos de pessoas que vieram com algumas destas lembranças. Hoje existe também A Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada - SBTVP que é uma sociedade formada por um grupo de médicos e psicólogos interessados no estudo e na pesquisa científica da TVP - Terapia de Vidas Passadas, bem como no desenvolvimento, pelos seus profissionais credenciados, de atividade clínica nessa abordagem terapêutica; atividade essa alicerçada nos conhecimentos adquiridos no Curso de Formação de Terapeutas, ministrados pelos didatas da SBTVP. É uma instituição civil, sem fins lucrativos, cujos objetivos são: * Divulgar, promover e fundamentar a TVP, sobretudo entre profissionais da saúde, concorrendo para uma melhor e maior compreensão de seus pressupostos teóricos, filosóficos, fundamentação científica e técnica e eficácia terapêutica. * Patrocinar, coordenar ou incentivar eventos científicos (Seminários, Simpósios, Congressos, Encontros, etc.) voltados à divulgação de trabalhos relacionados com a TVP. * Realizar estudos e pesquisas dentro do campo temático da TVP. * Promover cursos de formação em TVP destinados a profissionais das áreas de Medicina e Psicologia, estabelecendo critérios técnicos e científicos para essa formação, fiscalizando a atuação desses profissionais, segundo estatutos. * Criar intercâmbio de âmbito nacional e internacional com profissionais e instituições que empregam a TVP, congregando esses profissionais e outros interessados numa sociedade organizada. Fora da TVP a ciência também tem se preocupado com o assunto. A título de exemplo, em 1911, o pesquisador francês publicou o livro “As Vidas Sucessivas”. Nele são relatadas experiências com pacientes que, sob hipnose, regrediram sucessivamente a cinco existências passadas. Na década de 50 o pesquisador americano Morey Bernstein publicou um livro de grande impacto com o título “O Caso Bridey Murphy”. Nele, sob hipnose profunda, Ruth Simmons, reporta-se a uma sua existência passada no século XVIII, quando esteve encarnada como Bridey Murphy na Irlanda. No livro há uma riqueza de detalhes e informações que foram checadas a posterior. Nosso cérebro, a medida que for evoluindo, passará a registrar estas experiências com mais detalhes. Agora o porque ele não faz isto hoje só Deus o sabe, porem uma coisa é certa: Se Deus o fez assim isto é para o nosso bem face ao estágio primário de evolução em que nos encontramos.
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CAPITULO 7: A HUMANIDADE ESTÁ NO UNIVERSO. Não se turbe o vosso coração. - Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. - Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais. ( S. JOÃO, cap. XIV, v. 1 a 3.)
7.1 Diferentes estados da alma no plano espiritual Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito no plano espiritual. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados circulam nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o peso dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.
6.2 Pluralidade dos Mundos. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
7.3 Diferentes categorias de mundos habitados Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há-os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões, sendo quase nula a vida moral. A medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual. Nos mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro, segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam. Embora se não possa fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude do estado em que se acham e da 62
destinação que trazem, tomando por base os matizes mais salientes, dividi-los, de modo geral, como segue: mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias. Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. São outras tantas estações, em cada uma das quais se lhes deparam elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já conquistaram. É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um mundo desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do que aquele a que se vêem impedidos de voltar quando se obstinaram no mal.
7.4 Destinação da Terra. - Causas das misérias humanas Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista cm que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa idéia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam. Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima idéia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêemse reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas
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de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite. Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais.
7.5 Progressão dos mundos O progresso é lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é apenas um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento.
7.6 Tipos de mundos, segundo Santo Agostinho (Paris, 1862.)
• Mundos de expiações e de provas Que vos direi dos mundos de expiações que já não saibais, pois basta observeis o em que habitais? A superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso. Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semi-civilizadas, constituídas desses mesmos os Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos. Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em conseqüência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degradados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram.
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Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. E que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas,cujo senso moral se acha mais embotado. Sendo os mundos “regeneradores” um “paraíso” em relação aos de “prova e expiação” eles tem a intuição de terem sido “expulsos do paraíso” e para lá desejam voltar. Dentre eles se enquadra a raça Adâmica. A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos tem aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. E assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito.
• Mundos regeneradores Entre as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas, também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de felicidade. Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada. Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis. Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma 65
após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam. Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam. Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que uni mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra. Progressão dos mundos Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa idéia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens que a habitam!
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CAPITULO 8 - APOCALIPSE Segundo aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus. – Esta transição já está em curso e também é conhecida como “Apocalipse”. Não se trata do fim do mundo. Trata-se de uma transição.
Segundo Bezerra de Menezes já estamos na transição Mensagem psicofônica do espírito Bezerra de Menezes pelo médium Divaldo Pereira Franco no encerramento do 3º Congresso Espírita Brasileiro em Brasilia/DF no dia 18/04/2010 Estamos agora em um novo período, estes dias assinalam uma data muito especial, a data da mudança do mundo de provas e expiações para mundo de regeneração. A grande noite que se abatia sobre a terra lentamente cede lugar ao amanhecer de bênçãos, retroceder não mais é possível. Firmastes, filhas e filhos da alma, um compromisso com Jesus antes de mergulhares na indumentária carnal de servi-lo com abnegação e devotamento, prometestes que lhe serias fiel, mesmo que vos fosse exigido o sacrifício. Alargando-se os horizontes deste amanhecer que viaja para a plenitude do dia, exultemos juntos, os espíritos desencarnados e vós outros que transitais pelo mundo de sombras, mas além do júbilo que a todos nos domina, tenhamos em mente as graves responsabilidades que nos exortam a existência do corpo ou fora dele. Deveremos reviver os dias inolvidáveis da época do martírio nosso, seremos convidados não somente ao aplauso, ao entusiasmo, ao júbilo, mas também ao testemunho, o testemunho silencioso nas paisagens internas da alma, o testemunho por amor àqueles que não nos amam, o testemunho de abnegação no sentido de ajudar aqueles ainda se comprazem em gerar dificuldades tentando inutilmente obstaculizar a marcha do progresso. Iniciada a grande transição, chegaremos ao clímax e na razão direta em que o planeta experimenta as suas mudanças físicas, geológicas, as mudanças morais serão inadiáveis. Que sejamos nós aqueles Espíritos Espíritas que demonstremos a grandeza do amor de Jesus em nossas vidas; que outros reclamem, que outros se queixem, que outros deblaterem, que nós outros guardemos, nos refolhos da alma, o compromisso de amar e amar sempre, trazendo Jesus de volta com toda a
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pujança daqueles dias que vão longe e que estão muito perto. Jesus, filhas e filhos queridos, espera por nós, que seja o nosso escudo o Amor, as nossas ferramentas o Amor, e a nossa vida um Hino de Amor, são os votos que formulamos os Espíritos Espíritas aqui presentes e que me sugeriram representá-los diante de vós. Com muito carinho o servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra Muita Paz, filhas e filhos do coração.” Os grifos foram feitos pelo autor e eles em resumo dizem: A transição (apocalipse) já começou e não há como para-la. Não estamos falando do fim do mundo e sim de uma mudança que, para nós os encarnados, será traumática. O sofrimento lembra os dias de martírio onde os martirizados entregavam seu corpo porem não a alma. Isto significa que haverá desencarnações em massa e eles se dará por causas geológicas (terremotos, maremotos, tsunamis etc) e físicas (secas, enxentes, furacões, etc). A mudança será para melhor.
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REFERENCIAS: Evangelho Segundo o Espiritismo. – Allan Kardec http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/es/ Livro dos Espíritos. – Allan Kardec http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/le/ Bíblia O Livro dos Mortos do Antigo Egito.- Dr. Ramses Seleem http://www.madras.com.br/Default.aspx?cd_produto=475 Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada – SBTVP http://www.sbtvp.com.br/novo/home.html REENCARNAÇÃO - Tudo o que você precisa saber -Richard Simonetti CEAC Editora Bauru – SP http://www.ceac.org.br/editora/editora_1.htm
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