Rossio

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Projecto: Máscara - 2ª Fase

O grupo escolheu como local para colocar o cubo, a praça de D. Pedro IV, mais conhecida como Rossio, na Baixa de Lisboa. Delimita a norte a área da Baixa Pombalina e é, desde há seis séculos, o coração de Lisboa. As mais diversas iniciativas e eventos tiveram lugar nesta praça, desde touradas, a festivais, paradas militares, comícios políticos e mesmo autosde-fé na época da Inquisição fazendo então o Rossio, um livro vivo. Renascida dos escombros deixados pelo terramoto de 1755 que assolou o País, o Rossio, com os seus cosmopolitas edifícios pombalinos, espaço soalheiro e acolhedor, animou-se com hotéis (já desaparecidos) que se enchiam de forasteiros, lojas, tabacarias e, como não poderia faltar, inúmeros cafés, instituição muito portuguesa onde se conversava, se conspirava, se falava dos assuntos políticos, se discutiam as artes. Achamos que era um local em que, como já se passaram inúmeros eventos, daria um bom local para o posicionamento do cubo e é também uma zona constantemente frequentada tanto como pessoas no seu dia-a-dia como também turistas, o que daria um maior impacto ao cubo. The group chose as a place to put the cube, the square of D. Pedro IV, better known as Rossio, in Lisboa. Delimits the area north of downtown and has been for six centuries, the heart of Lisbon. The various initiatives and events took place in this square, from bullfights, festivals, parades, political rallies and others, making Rossio, a living book. Reborn from the rubble left by the 1755 earthquake that devastated the country, Rossio, with its cosmopolitan pombalinos buildings, sunny and warm space, brightened with hotels (now missing ) that were filled with strangers , shops , tobacconists and, not could be missing, numerous cafes. We thought it was a place where, as many events have passed, would make a good location for the placement of the cube and is also a constantly attended area by, as much as people in their day - to-day as well as tourists, which would give a greater impact to the cube . Membros do grupo: Inês Alegria (20141279), Miguel Vital (20141190), Ruben Miguel (20141460), Samuel Dias (20141463), Sara Cólica (20141174) Laboratório de Arquitectura I, Professor José Afonso


Rossio In锚s Alegria (20141279) Miguel Vital (20141190) Ruben Miguel (20141460) Samuel Dias (20141463) Sara C贸lica (20141174) Laborat贸rio de Arquitectura I, Professor Jos茅 Afonso


Hist贸ria



Estรกtua de D. Pedro IV


Metro


Linha do metro


Estação ferroviária



Teatro de D. Maria II



O nosso trabalho







Desenhos



Rossio A Praça de D. Pedro IV, mais conhecida como Rossio (na grafia antiga Rocio), é uma praça da Baixa de Lisboa, tem constituído um dos centros nevrálgicos da cidade. No período romano aqui existiu um hipódromo. Esta zona baixa da cidade, antes do século XII, era navegável. Era chamada Valverde, devido a um afluente do rio Tejo. O imundo caneiro do Rossio foi coberto ainda na Lisboa de quatrocentos. Era uma praça irregularmente esguelhada mas foi sempre um espaço amplo onde se realizavam feiras e mercados. Ainda na Idade Média começou a ser rodeado do edifícios de vária natureza. No século XV, a este, estabeleceu-se o Hospital de Todos os Santos, construído nos reinados de D. João II e de D. Manuel I, que assentava sobre 25 arcos ogivais de pedraria, tendo a meio o templo, de esplêndida arquitectura manuelina, em cuja fachada se abria um pórtico em gótico floreado com os emblemas dos fundadores. Sob a arcaria ficava a ermida da Senhora do Amparo, na altura em que se acha hoje a rua com esse nome, para o lado da Betesga a roda dos enjeitados. Ao norte do Hospital, levanta-se o Convento de São Domingos de Lisboa, fundado em 1242 pelo rei D. Sancho II, acrescentado depois por D. Afonso III e novamente aumentado por D. Manuel I. O terramoto de 1531 arruinou-o muito, o que obrigou a nova reedificação em 1536. Era notável a sua riqueza em alfaias preciosas, havendo uma imagem de prata maciça, que saía em procissão num andor do mesmo metal, alumiada por lâmpadas também de prata. As pinturas dos altares, os paramentos, os tesouros, tudo desapareceu durante o terramoto de 1755, salvando-se unicamente a capela-mor, mandada fazer por D. João V e riscada pelo arquitecto João Frederico Ludovice. A velha Igreja de São Domingos ficava junto à ermida de Nossa Senhora da Escada, também conhecida por Nossa Senhora da Corredoura, por ficar próximo do sítio deste nome, actualmente a Rua das Portas de Santo Antão, e cuja construção datava dos princípios da monarquia. Em antigos tempos, quando os reis viviam no Palácio dos Estaus, servia de capela real. O terramoto causou-lhe grande destroço, sendo arrasada em 1834 para edificação do prédio que torneia do Rossio para o Largo de São Domingos. No topo norte da praça, onde se abre hoje o Largo D. João da Câmara, ficava o Palácio dos Estaus com as suas torres de três andares, edificada em 1449 pelo infante D. Pedro, o regente, para hospedar as pessoas da corte sem residência própria e os monarcas e embaixadores estrangeiros. Neste paço habitou D. João III desde 1540, recebendo ali nesse ano São Francisco Xavier, e aí se realizaram muitas festas de corte. Foi aí que morreu D. Duarte, filho de D. João III , e que D. Sebastião recebeu das mãos do cardeal D. Henrique o governo do reino. Em 1571 nele se instalou o Tribunal e a Sede da Inquisição, sendo então oficialmente designado por Casa de Despacho da Santa Inquisição. Pelo terramoto de 1755 ficou muito arruinado, sendo reedificado sob a direcção de Carlos Mardel e pelo arquitecto Manuel Caetano de Sousa (1738-1802). Para o lado de Santo Antão ficavam outros dois palácios e para o lado oposto o Palácio dos Faros, que veio a pertencer aos Duques do


Cadaval, e ocupava pouco mais ou menos o sítio onde se eleva hoje a Estação do Rossio. O centro da praça era de terra batida, ficando a oeste, quase em frente a S. Domingos, o famoso chafariz do Rossio, fonte monumental adornada por um Neptuno de pedra, construído no fim do século XVI e derrubado em1786. Após o terramoto de 1755, a praça foi reconstruída segundo o plano de Carlos Mardel pois poucos edifícios lhe resistiram, renascendo uma praça rectangular de 166 m comprimento x 52 m largura. No lugar do Palácio dos Estaus, em 1807, passou a instalar-se o Paço da Regência e, em 1826 a Câmara dos Pares, sendo também ali instalada a Academia Real de Fortificação, a Secretaria da Intendência da Polícia, a Escola do Exército e o Tesouro Público. Em 1836, funcionando nele o Tesouro, ardeu completamente. No seu lugar, foi construído o Teatro Nacional D. Maria II, inaugurado em 1846. Assistiu esta praça a touradas, festivais, feiras, revistas e paradas militares, festas cortesãs, revoluções populares e também a autos-de-fé durante a Inquisição ou execuções capitais. Foi no Rossio que se deram os tumultos populares depois da morte de D. Fernando e que foi abandonado o cadáver do bispo D. Martinho, precipitado das torres da Sé de Lisboa. Aí foi queimado vivo Garcia Valdez, autor de uma conspiração contra o Mestre de Avis, e aí foram decapitados em 26 de agosto de 1641, o Duque de Caminha, o Marquês de Vila Real e o Conde de Armamar, réus do mesmo crime em relação a D. João IV. Finalmente, nas lutas liberais e miguelistas, foi aqui o teatro do sufocado pronunciamento constitucional de infantaria 4, em 22 de agosto de 1831, em que morreram para cima de 300 homens. Entre 1846 e 1849 na praça é construído o Teatro D. Maria II, a praça é arborizada, as fontes monumentais colocadas, a estátua de D. Pedro IV inaugurada, o pavimento é calcetado com mosaico português, a preto e branco, com padrões ondulantes. Foi um dos primeiros desenhos desse tipo a decorar os pavimentos da cidade. Hoje assiste a ocasionais comícios políticos, e os seus sóbrios edifícios pombalinos, já muito alterados, estão ocupados por lojas de recordações, joalharias e cafés.

Estátua de D. Pedro IV: No centro da praça, ergue-se a estátua de D. Pedro IV, vigésimo-oitavo rei de Portugal e primeiro imperador do Brasil independente, inaugurada em 1870, sendo a estátua de bronze de Elias Robert, o pedestal executado por Germano José de Salles, e o risco arquitectónico de Jean Davioud. O monumento tem 27,5 metros de altura e é composto de envasamento, pedestal, coluna e estátua, sendo o pedestal de mármore de Montes Claros, a coluna de pedra lioz de Pêro Pinheiro e a estátua de bronze. Na base do pedestal, as quatro figuras femininas são alegorias à Justiça, Prudência, Fortaleza e Moderação, qualidades atribuídas ao Rei-Soldado, entrelaçadas por festões e os escudos das 16 principais cidades do país. A parte inferior da coluna adorna-se com quatro figuras da Fama em baixo-relevo. A coluna coríntia, canelada e a estátua representa D. Pedro IV em uniforme de general, coberto


com o manto da realeza, a cabeça coroada de louros, ostentando na mão direita a Carta Constitucional que ele outorgara. No mesmo local fizera levantar D. João VI, em 1821, um monumento à Constituição de 1820, mandado arrasar dois anos depois pelo mesmo rei, após o regresso do absolutismo. A ideia para o monumento a D. Pedro IV data de 1852, ano em que D. Maria II lançou a pedra fundamental. Apenas se construiu então um pedestal desgracioso conhecido pela designação irónica de galheteiro que foi destruído em 1864, depois de ter servido, em 1858, para base da estátua do Himeneu, erguida provisoriamente para comemorar o casamento de D. Pedro V, e em 1862 para idêntico fim, por ocasião do matrimónio do rei D.Luís. Criou-se uma lenda urbana de que a referida estátua de D. Pedro IV na verdade teria sido, originalmente, concebida para o imperador Maximiliano do México. Como o imperador mexicano foi fuzilado em 1867, pouco antes do término da estátua, prontamente teria sido essa reaproveitada para o projecto de revitalização do Rossio, o que explicaria as – supostas – semelhanças da estátua do rei português com a figura do imperador mexicano. Vários estudiosos, como o historiador José Augusto França em A arte em Portugal no século XIX, já se demonstravam contra essa teoria, visto que a peça apresenta claros sinais de se tratar duma figura nacional portuguesa: os escudos nos botões, o colar da Torre e Espada e a Carta Constitucional. Recentes descobertas na base da estátua em meados de 2001, durante obras de restauro, reafirmam tratar-se da figura de D. Pedro IV: dois frascos de vinte centímetros cada, contendo documentos e uma fotografia revelada em albumina, que estão a ser analisados pelo Instituto Português de Conservação. Metro: Rossio é uma estação do Metro de Lisboa. Situa-se no concelho de Lisboa, entre as estações Martim Moniz e Baixa-Chiado da Linha Verde. Foi inaugurada a 27 de Janeiro de 1963, no âmbito da expansão desta linha à zona do Rossio. Esta estação está localizada na Praça da Figueira, servindo a zona do Rossio e possibilitando o acesso à Baixa Pombalina, ao Castelo de São Jorge, ao Palácio da Independência e ao Teatro Nacional D. Maria II. O projecto arquitectónico original (1963) é da autoria do arquitecto Falcão e Cunhae as intervenções plásticas da pintora Maria Keil. Em 16 de Abril de 1998 foi concluída a remodelação da estação com base num projecto arquitectónico da autoria do arquitecto Leopoldo de Almeida Rosa e as intervenções plásticas dos artistas plásticos Artur Rosa e Helena Almeida. A remodelação da estação integrou-se nas obras de prolongamento dos cais de embarque da estação e eliminação do troço Restauradores-Rossio.


Estação Ferroviária do Rossio: A Estação Ferroviária do Rossio, originalmente conhecida como Estação do Rocio ou Estação Central de Lisboa, é uma estação da Linha de Sintra, que serve o centro da cidade de Lisboa, em Portugal. Localização e acessos: Situa-se na cidade de Lisboa, possuindo acesso pela Rua 1º de Dezembro.1 Vias e plataformas: Esta interface contava, em Janeiro de 2011, com 5 vias de circulação, com comprimentos entre os 147 e 196 metros; as plataformas tinham 132 a 208 metros de extensão, e apresentavam todas 90 centímetros de altura. Edifício: Edificado em estilo manuelino, e do risco do arquitecto José Luís Monteiro, o edifício está classificado desde 1971 como imóvel de interesse público, estando igualmente integrado numa zona de protecção conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente. Originalmente, o complexo incluía o edifício da estação com a cobertura metálica, um prédio anexo que albergava o hotel, o Túnel do Rossio, e as rampas de acesso ao Largo do Carmo. A nave da gare, de grandes dimensões, é coberta por um alpendre de ferro e vidro e tem 130 metros de comprimento e 21 metros de altura, albergando, em 1989, 9 vias. Serviços: Transportes urbanos: Autocarros e Elétricos da Carris: 

12 Praça da Figueira - Castelo [Circulação]

15 Praça da Figueira - Algés

28 Martim Moniz - Prazeres

91 Aerobus

207 Cais do Sodré - Fetais

708 Martim Moniz - Parque das Nações

709 Restauradores - Campo de Ourique

711 Sul e Sueste - Alto da Damaia

714 Praça da Figueira - Outurela

732 Marquês de Pombal - Caselas

734 Martim Moniz - Estação Santa Apolónia

737 Praça da Figueira - Castelo

736 Odivelas - Cais do Sodré


759 Restauradores - Oriente

760 Gomes Freire - Ajuda Metropolitano de Lisboa:

Santa Apolónia - Amadora Este via Marquês de Pombal, Sete Rios e Pontinha

Cais do Sodré - Telheiras

Serviços ferroviários: Esta interface foi frequentemente servida pelo Sud Expresso, ao longo do Século XX. Recebia, igualmente, mercadorias, dispondo, em 1940, de um serviço de despacho próprio para este tipo de transporte. Tunel do Rossio: O acesso dos comboios à estação faz-se, a partir da estação de Campolide, por um túnel em via dupla com 2613 m de comprimento e com um perfil abobadado de 8 m de largura por 6 m de altura até ao fecho da abóbada. História: Um alvará de 7 de Julho de 1886 autorizou a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses a construir uma ligação ferroviária entre a Linha do Leste, em Xabregas, à Linha do Oeste, em Benfica; outro alvará, datado de 9 de Abril do ano seguinte, autorizou a Companhia Real a construir e explorar um ramal urbano, em via dupla, que ligasse a Linha do Oeste a uma interface no centro de Lisboa, que serviria para passageiros e mercadorias. Um terceiro alvará, publicado no dia 23 de Julho, autorizou a Companhia a construir dois ramais na futura Linha de Cintura, de forma a ligar à Estação Central de Lisboa (posteriormente Estação do Rossio). A nave da Estação foi planeada, entre 1886 e 1887 , pelo arquitecto José Luís Monteiro , tendo a construção sido executada pelas firmas DuParcly & Bartissol, Papot & Blanchard, e E. Beraud. Nesse ano, começou a demolição de vários prédios, para construir a estação; planeou-se que o edifício teria cerca de 43,5 por 23 metros, e o corpo lateral, 45 por 19 metros. Em Abril de 1889, o Túnel do Rossio e a Estação Central já estavam concluídos, e a primeira composição atravessou o túnel em Maio; no entanto, só em Maio de 1891 é que foi realizada a inauguração oficial, e, em Junho, deu-se a abertura à exploração. Em Novembro de 1893, já tinha sido aberto o concurso para o fornecimento e instalação de iluminação eléctrica na estação e no túnel, com equipamentos próprios para a geração de electricidade. Em Fevereiro de 1895, os elevadores foram suspensos para manutenção, tendo os serviços de venda de bilhetes e despacho de bagagens, que normalmente se realizavam no vestíbulo inferior, sido passados para o vestíbulo superior, ao nível da gare.


Em 1902, previa-se a instalação de novos relógios, de grandes dimensões, da casa Garnier, na gare e nos vestíbulos superior e inferior. No mesmo ano, a Companhia Real contratou com a firma francesa Hallé & Cie, para substituir os permutadores hidráulicos nesta estação, por uns eléctricos; nesta altura, esperava-se que também os elevadores, montacargas, sinais e os aparelhos de mudança de via também fossem adaptados à energia eléctrica. Em Setembro de 1903, já tinham entrado ao serviço os novos permutadores. Em 1919, esta foi uma das estações em que foi utilizado o vagão fantasma, um sistema de segurança utilizado para impedir actos de sabotagem por parte dos grevistas. Em Julho de 1926, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses já tinha iniciado um concurso para a electrificação da Linha de Sintra, incluindo o troço até a Estação do Rossio. Em 1932, parte desta estação o primeiro Comboio Mistério, um comboio especial promovido pelo Serviço de Turismo. Em 1934, a Companhia realizou obras parciais de reparação nesta estação. Em 1943, foi a partir do Rossio que se fez a viagem inaugural do Lusitânia Expresso. Em 1954, começaram as obras para a preparação da electrificação, no Túnel do Rossio. Nesse ano, esta interface perdeu a sua posição como principal estação de concentração dos serviços ferroviários, tendo os comboios de longo curso sido transferidos para Santa Apolónia. Em 15 de Abril de 1970, entraram ao serviço novas máquinas automáticas, para a venda de bilhetes, e, em meados dos Anos 70, esta interface foi alvo da primeira experiência em Portugal de rentabilização de espaços ferroviários, através da instalação do Centro Comercial do Rossio. Em 1 de Julho de 1975, os passageiros organizaram um protesto nesta estação, contra os aumentos das tarifas. Em 1993, estavam previstas, no âmbito de um projecto de modernização do material circulante e infra-estruturas ferroviárias da operadora Caminhos de Ferro Portugueses, obras de remodelação, que incluíam a supressão de 5 vias no interior, e a construção de uma ligação ao Metropolitano de Lisboa. Teatro de D. Maria II: O Teatro Nacional abriu as suas portas a 13 de Abril de 1846, durante as comemorações do 27.º aniversário da rainha Maria II (1819-1853), passando por isso a exibir o seu nome na designação oficial. Na inauguração, foi apresentado o drama histórico em cinco actos O Magriço e os Doze de Inglaterra, original de Jacinto Aguiar de Loureiro. Mas a história do Teatro Nacional D. Maria II começa dez anos antes da sua inauguração. Na sequência da revolução de 9 de Setembro de 1836, Passos Manuel assume a direcção do Governo e uma das medidas que tomou nesse mesmo ano foi encarregar, por portaria régia, o escritor e político Almeida Garrett de pensar o Teatro português em termos globais e incumbi-lo de apresentar "sem perda de tempo, um plano para a fundação e organização de um teatro nacional, o qual, sendo uma escola de bom gosto, contribua para a civilização e aperfeiçoamento moral da nação portuguesa”.


Por esse mesmo decreto, Almeida Garrett ficou encarregue de criar a Inspeção-Geral dos Teatros e Espetáculos Nacionais e o Conservatório Geral de Arte Dramática, instituir prémios de dramaturgia, regular direitos autorais e edificar um Teatro Nacional "em que decentemente se pudessem representar os dramas nacionais". O ambiente romântico que se vive nesta altura em toda a Europa determina a urgência em encontrar um modelo e um repertório dramatúrgicos nacionais, ou seja, o aparecimento de um teatro (e de um repertório) nacional era uma questão não só cultural como, sobretudo, política e assumida como um assunto estreitamente ligado à própria independência da nação, que saíra de tempos conturbados após as invasões francesas e as lutas liberais. Entre 1836, data da criação legal do teatro, e 1846, data da sua inauguração, o já existente e decrépito Teatro da Rua dos Condes funcionou como provisório Teatro Nacional. Após muita polémica, o local escolhido para instalar o definitivo Teatro Nacional foram os escombros do palácio dos Estaús, antiga sede da Inquisição e que, também em 1836, tinha sido destruído por um incêndio. A escolha de um arquitecto italiano, Fortunato Lodi, para projectar e executar o Teatro Nacional não foi isenta de críticas e só em 1842 Almeida Garrett consegue dar início às obras. Durante um largo período de tempo, o Teatro Nacional foi gerido por sociedades de artistas que, por concurso, se habilitavam à sua gestão. Após a implantação da República, passou a chamar-se Teatro Nacional de Almeida Garrett. A gestão mais duradoura foi a de Amélia Rey Colaço / Robles Monteiro, que permaneceu no teatro de 1929 a 1964, mas a mais célebre terá sido a da companhia Rosas e Brasão, entre 1881 e 1898, durante a qual foi ousada uma mudança de reportório (primeiras criações de peças de Shakespeare em Portugal). Em 1964, o Teatro Nacional foi palco de um brutal incêndio que apenas poupou as paredes exteriores e a entrada do edifício. O edifício que hoje conhecemos, e que respeita o original estilo neoclássico, foi totalmente reconstruído e só em 1978 reabriu as suas portas. Em Março de 2004, o Teatro Nacional D. Maria II foi transformado em sociedade anónima de capitais públicos, passando a ser gerido por administração própria e sujeito à superintendência e tutela dos Ministérios das Finanças e da Cultura. Em 2007, o TNDM II foi integrado no sector empresarial do Estado.


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