Transformação da Máscara
Para a transformação da máscara, previamente apresentada, num edifício com medidas máximas de 15x15m procurei manter a sua essência. Através de uma organização pensada de triângulos, fiz uma adaptação da forma e volumetria da máscara tendo em conta o espaço, a utilização do edifício e a sua envolvente – Terreiro do Paço e rio Tejo. O edifício é composto por três pisos: o piso térreo contém fundamentalmente duas zonas, que se distinguem através visualmente pela diferença luz/sombra; através das várias inclinações das paredes (triângulos), da utilização de material translúcido em algumas das mesmas e das separações existentes foi criado um espaço de mistério, destacado pelas sombras e focos de luz triangulares, onde existe, no entanto uma pequena zona recolhida de pouca luz. As escadas em “L” que o ligam ao 1º piso encontram-se em frente à entrada de modo a facilitar a circulação entre pisos, mas em parte recolhidas por uma das paredes, em vidro. O 1º piso é um espaço, amplo e todo ele iluminado, inclui um pequeno pátio central ajardinado aberto para o terraço (situado no segundo piso); aqui as paredes deixam de ter a forma triangular de maneira a criar um espaço sóbrio, de paredes rectangulares amplas em vidro e em madeira. Através de uma escada projetada a nascer da parede do 1º piso temos acesso ao 2º piso - Terraço. Procurou-se a continuidade da escada que nasce no piso 0 e dá acesso ao 1º piso, formando um corredor de fácil circulação sem condicionar muito o espaço útil dos pisos. Ao mesmo tempo, houve também uma preocupação em trazer uma leveza às escadas -característica do piso 1- existindo um afastamento entre os degraus (altura do degrau: 7,5cm; afastamento entre degraus: 10cm).
O Terraço trata-se de um piso amplo, apenas cortado ao centro pelo pátio, que relaciona os dois pisos entre si e com o exterior. No terraço assenta uma cobertura, resultante da ampliação e pequenas alterações do trabalho inicial da máscara. A cobertura assenta numa estrutura de 12 pilares, e divide-se fundamentalmente em quatro planos inclinados, de forma a “levantar-se” cada vez mais para Sul, privilegiando a vista para o rio Tejo. Esta cobertura mantém a ideia explorada na máscara, sendo constituída por triângulos, que pontualmente abrem (abrindo e fechando electricamente, para a utilização do terraço ser independe do clima); existe deste modo sombreamento pontual, circulação de ar e um ambiente interessante que resulta da cobertura e da estrutura visível. Procurou-se que os diversos planos da cobertura e o movimento de alguns triângulos dessem continuidade e reforçassem a dinâmica e irregularidade das fachadas. Todo o edifício seria construído em madeira clara e vidro, assim como a cobertura. A estrutura do edifício foi concebida também em pilares, vigas e travamentos de madeira, escondida dentro do possível, nos dois primeiros pisos nas paredes, embora se tenha deixado propositadamente alguns pilares à vista mesmo em zona envidraçada. Já no terraço, procurou projetar-se uma estrutura robusta mas visualmente e esteticamente interessante, ficando toda ela visível. Do conjunto do edifício pretendeu-se que resultasse uma volumetria ousada, mas repousante e cativante. Projetaram-se três pisos diferenciados, criando diferentes ambientes, espaços e potencialidades de utilização em cada um deles, mas que no conjunto, se complementam e relacionam de forma harmoniosa.
Maria Inês Aires Coelho - 20141157 - Laboratório de Arquitectura I - Professor José Afonso Mestrado Integrado em Arquitectura Lisboa – 1º Semestre - 2014
Maria Inês Aires Coelho 20141157 MIARQ 1DD Laboratório de Arquitectura I Professor José Afonso Lisboa – 1ºSemestre