Relatório estágio

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Faculdade de Farmácia

Laboratório Militar de Produtos Químicos

da Universidade de Coimbra

e Farmacêuticos – Sucursal de Coimbra

Relatório de Estágio no LMPQF – Sucursal de Coimbra

Margarida Isabel dos Santos Aveiro

Orientador: Dr. Paulo César Esteves dos Santos


Margarida Isabel dos Santos Aveiro

Agradecimentos Antes de mais gostava de agradecer a todas as pessoas que me acompanharam e me apoiaram durante a realização deste estágio no LMPQF – Sucursal de Coimbra. Em primeiro lugar, gostava de agradecer ao Dr. Paulo Santos por, desde o primeiro dia em que me apresentei como estagiária, me ter deixado logo à vontade e por me ter transmitido os seus conhecimentos, mesmo quando o seu precioso tempo não era muito. Aos meus colegas de trabalho no atendimento ao público (Dr. Victor Rodrigues, Sr. Januário Antunes, 1º cabo José Santos e Humberto Ferreira) agradeço toda a paciência e toda a simpatia com que me transmitiram os seus conhecimentos, permitindo que eu me tornasse uma melhor profissional. Às senhoras (D. Alice Garcez e D. Rosa Talina) só posso agradecer por me terem tratado tão bem e por, também elas, me terem transmitido os seus conhecimentos na parte administrativa, permitindo-me obter mais algum conhecimento sobre a parte da gestão. Agradeço também a todos os outros profissionais de saúde (e não só) que se encontram no HMR2 com quem contactei ao longo do estágio e que, de uma forma ou de outra, contribuíram para melhorar a minha experiência no referido local. Assim, deixo agora o LMPQF – Sucursal de Coimbra com um sentimento de saudade pelos bons tempos passados e pelas pessoas que, mais que colegas, se tornaram amigos e uma segunda família durante o período de estágio. O meu mais profundo OBRIGADO a todos, Margarida Aveiro

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Índice Agradecimentos ................................................................................................................................. 1 Abreviaturas (por ordem de aparecimento) ...................................................................................... 3 Introdução .......................................................................................................................................... 4 Laboratório Militar ............................................................................................................................. 4 Um pouco de história… .................................................................................................................. 4 Missão ............................................................................................................................................ 5 Actividades logísticas principais ..................................................................................................... 6 Organização e gestão da Farmácia do LMPQF – Sucursal de Coimbra .............................................. 6 Localização ..................................................................................................................................... 6 Horário de funcionamento ............................................................................................................. 6 Recursos humanos ......................................................................................................................... 7 Instalações (aspecto exterior e interior) ........................................................................................ 7 Software (sistema informático)...................................................................................................... 9 Gestão de stocks, encomendas e armazenamento ......................................................................... 10 Preparação e envio de encomendas ............................................................................................ 10 Recepção de encomendas............................................................................................................ 12 Prazos de validade........................................................................................................................ 13 Devoluções ................................................................................................................................... 13 Armazenamento........................................................................................................................... 14 Preparação de medicamentos ......................................................................................................... 14 Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ....................................................................................... 14 Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes ......................................................................... 16 Genéricos ..................................................................................................................................... 17 Comparticipações ......................................................................................................................... 17 Medicamentos sujeitos a Leis, Despachos e Portarias especiais ................................................. 18 DFA’s (Portaria 1034/2009, de 11 de Setembro) ......................................................................... 18 Facturação do receituário ............................................................................................................ 19 Medicamentos não sujeitos a receita médica ................................................................................. 20 Outros produtos médico-farmacêuticos .......................................................................................... 21 Produtos de higiene corporal e cosmética................................................................................... 21 Produtos de uso veterinário......................................................................................................... 22 Fitoterapia .................................................................................................................................... 22 Dispositivos médicos ........................................................................................................................ 22

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro Material de implantologia e próteses dentárias .......................................................................... 23 Gases medicinais .............................................................................................................................. 23 Outros serviços prestados ao utente na farmácia ........................................................................... 24 Medição de parâmetros séricos ................................................................................................... 24 VALORMED ................................................................................................................................... 25 Fornecimento ao HMR2 ................................................................................................................... 26 Laboratório de Análises Clínicas................................................................................................... 26 Farmácia Hospitalar ..................................................................................................................... 26 Interacção Farmacêutico/doente/medicamento............................................................................. 28 Conclusão ......................................................................................................................................... 28 Bibliografia ....................................................................................................................................... 29

Abreviaturas (por ordem de aparecimento) LMPQF – Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos LM – Laboratório Militar (designação mais comum do LMPQF) GMP – “Good Manufacturing Practice” (Boas Práticas de Fabrico) HMR2 – Hospital Militar Regional nº 2 MNSRM – Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica IMC – Índice de Massa Corporal PVP – Preço de Venda ao Público MSRM – Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ADM – Assistência na Doença aos Militares DFA – Deficiente das Forças Armadas SAD/GNR – Serviço de Assistência na Doença à GNR ADMG – Assistência na Doença aos Militares da GNR SAD/PSP – Serviço de Assistência na Doença à PSP ADSE – Assistência na Doença aos Servidores do Estado DCI – Denominação Comum Internacional AINE’s – Anti-inflamatórios Não Esteróides INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P. FH – Farmácia Hospitalar

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Introdução “O exercício da actividade farmacêutica tem como objectivo essencial a pessoa do doente.” – Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos, Artigo 72º. Tal como o Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos refere, o trabalho de qualquer farmacêutico (quer este esteja mais direccionado para a indústria, para a farmácia hospitalar ou para a farmácia comunitária) tem de ter como principal objectivo a pessoa do doente e o seu bem-estar físico, psicológico e social. Na farmácia comunitária, este objectivo é mais facilmente atingido pois o contacto com os utentes (quer estes estejam doentes quer recorram à farmácia por outras razões) faz parte do dia-a-dia dos farmacêuticos e de outros profissionais que se encontram nestes estabelecimentos. O estágio curricular no final do ciclo de estudos que é o actual Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas permite ao estudante deste curso, futuro farmacêutico, o seu primeiro contacto com a profissão farmacêutica e com os utentes, bem como a aplicação prática de todos os conhecimentos que adquiriu ao longo do seu tempo de estudante. Note-se que, apesar de acabar o seu ciclo de estudos, o farmacêutico não pode nunca descuidar a sua formação e deve procurar sempre actualizar o seu conhecimento para poder prestar um melhor serviço no aconselhamento aos seus utentes. Durante cerca de 6 meses, o meu estágio curricular decorreu no LMPQF – Sucursal de Coimbra, uma farmácia comunitária com algumas características distintas das da maioria das farmácias comunitárias espalhadas pelo nosso país. Neste relatório pretendo mostrar os conhecimentos que adquiri durante o meu estágio, caracterizando não só o funcionamento da farmácia mas também o papel do farmacêutico como agente da saúde pública e especialista do medicamento no aconselhamento aos utentes.

Laboratório Militar Um pouco de história… O Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF) descende da Farmácia Central do Exército, criada em 1918 para colmatar as faltas a nível de apoio logístico de reabastecimento de medicamentos e de material sanitário de que se aperceberam os Farmacêuticos Militares Portugueses durante a I Guerra Mundial. Assim, a Farmácia Central do Exército foi criada em 1918 “com a missão de executar as acções de logística farmacêutica destinadas ao esforço de guerra”. A Delegação de Coimbra, entre outras, é aberta em 1921 para prestar apoio ao HMR2.

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro Em 1947, surge o LMPQF como é actualmente conhecido, tendo herdado da Farmácia Central do Exército as tradições da Farmácia Militar Portuguesa, mas também todo o seu património físico, técnico, científico, cultural e organizacional. À data da sua criação, o LM aproveitou a época de progresso científico e tecnológico que então se vivia e tornou-se o primeiro na produção de muitos medicamentos (incluindo a penicilina e outros antibióticos na altura pouco comuns entre nós), impulsionando a indústria farmacêutica portuguesa (algo que se tornou mais visível quando uns anos mais tarde foi necessário fazer algumas modificações para se adaptar às necessidades provocadas pelas guerras na Índia e na África). Após o término das Guerras de África e devido às perdas aí ocorridas (stocks e património que teve de ser deixado para trás), o LM, estando munido de um departamento industrial bem equipado e moderno, procurou alcançar novos mercados para a colocação dos seus produtos e obter aproveitamento económico das suas capacidades científicas, técnicas e organizacionais. No entanto, o esforço que o levou a ter sido pioneiro no fabrico de medicamentos específicos para algumas patologias (soluções injectáveis de silicone e fluoresceína para oftalmologia) e na aplicação das GMP (que só viriam a ser aplicadas na indústria farmacêutica nacional anos mais tarde) provocou o aparecimento de alguns problemas que levaram a uma reavaliação das actividades prestadas. Assim, foi dada preferência à prestação de serviços técnicos especializados (Serviços de Análises, Desinfestações e Desratizações e optimização da sua função de reabastecimento) em vez da produção industrial. Hoje em dia o LM encontra-se perfeitamente redimensionado para desempenhar as suas funções: reestruturou os seus Serviços e actividades, tem farmacêuticos (tanto militares como civis) diferenciados com o grau de Especialista pela Ordem dos Farmacêuticos (apesar de tal não ser obrigatório), elaborou vários Manuais que visam melhorar o procedimento farmacêutico e trabalha com orçamentos mais realistas e coerentes, tendo em conta o seu actual estado. O LMPQF possui a sua Sede em Lisboa e tem Sucursais na Estrela, em Belém, no Porto, em Coimbra, em Évora e em Santa Margarida.

Missão Tendo em conta a sua história e o desenvolvimento da sociedade, a missão que o LMPQF actualmente desempenha inclui: o apoio logístico de aquisição, produção e distribuição de medicamentos e outro material de consumo sanitário ao Exército, mas também a outras Forças Armadas; constituir reservas estratégicas para eventuais situações de emergência; prestar serviços analíticos e de sanitarismo (análises clínicas, análise de águas, desinfecções, desratizações e desinfestações); continuar a fazer Relatório de Estágio no LMPQF – Sucursal de Coimbra

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro investigação e desenvolvimento farmacêutico e farmacêutico-militar; fazer formação de quadros militares; dar apoio social aos militares e à “Família Militar”, tanto a nível de medicamentos como de análises clínicas; apoiar na sua área de intervenção acções de Cooperação Técnico Militar.

Actividades logísticas principais Para poder desempenhar a sua missão correctamente, o LMPQF desenvolve várias actividades:  Produção de medicamentos e outros produtos farmacêuticos (eu contactei com alguns destes produtos, nomeadamente: comprimidos de Acetalgina 500mg e de Paracetamol 500mg; cloro-hexidina em colutório; xarope de bromexina e xarope de ipeca – um anti-veneno; pomada de vitamina A composta, pomada de heparina e pomada anti-micótica; álcool a 70º, água oxigenada 10vol, iodopovidona e éter);  Reabastecimento às Unidades e às Farmácias Hospitalares dos Hospitais Militares e distribuição de medicamentos e material médico-farmacêutico aos utentes que frequentam as Farmácias das Sucursais;  Análises clínicas;  Análises de águas;  Controlo microbiológico de ambientes hospitalares (principalmente de blocos operatórios);  Controlo da qualidade de material de penso;  Controlo de qualidade de matérias-primas, medicamentos e dispositivos médicos (nomeadamente de preservativos);  Desinfestações e desratizações, não só de instalações e equipamentos militares, mas também de domicílios e bibliotecas.

Organização e gestão da Farmácia do LMPQF – Sucursal de Coimbra Localização A farmácia da Sucursal de Coimbra do LMPQF localiza-se na Rua Vandelli, anexa às instalações do HMR2. Assim que se chega ao HMR2, a farmácia do LMPQF é de fácil localização pois encontra-se ao lado da igreja do hospital.

Horário de funcionamento O horário de funcionamento da farmácia do LMPQF é das 9h00 até às 17h30, com pausa para o almoço entre as 12h45 e as 14h00. Esta farmácia está aberta apenas

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro durante os dias úteis da semana e não faz nenhum tipo de serviço de permanência, reforço ou disponibilidade.

Recursos humanos Quanto aos recursos humanos presentes na Sucursal de Coimbra do LMPQF temos:  Militares: 

Capitão farmacêutico Paulo Santos (director técnico)

Sargento-ajudante Luís Catarino (técnico de farmácia)

1º Cabo José Santos

 Civis: 

Dr. Victor Rodrigues (farmacêutico)

Sr. Januário Antunes (técnico de farmácia)

Humberto Ferreira (auxiliar de farmácia)

D. Alice Garcez (administrativa – secretaria)

D. Rosa Talina (administrativa – tesouraria)

D. Paula Nogueira (auxiliar de limpeza)

Devo ainda referir que, durante o meu estágio, tive a possibilidade de contactar com outros estagiários que não da Faculdade de Farmácia, podendo desenvolver ainda mais os meus conhecimentos e as minhas capacidades de trabalho em equipa.

Instalações (aspecto exterior e interior) É no aspecto exterior que a farmácia do LMPQF – Sucursal de Coimbra se começa a diferenciar das farmácias comunitárias espalhadas pelas nossas localidades: ao contrário destas, a farmácia do LM não apresenta nenhuma montra exterior, apresentando apenas uma placa com a sua identificação. No que diz respeito ao aspecto interior, a farmácia do LMPQF apresenta bastante espaço, o que permite um melhor acesso das pessoas às várias áreas que a constituem. É constituída pela área de atendimento ao público, pelo gabinete do utente, pela área de recepção de encomendas, armazenamento de medicamentos e materiais médicofarmacêuticos, gabinete de secretaria, gabinete de tesouraria, área de informação, área de acesso restrito, armazém exterior e instalações sanitárias.

Área de atendimento ao público Assim que entra na farmácia do LM, o utente depara-se com um balcão corrido em forma de L que apresenta uma pequena montra no interior do armário que lhe dá suporte. Neste balcão encontram-se instalados dois computadores que permitem fazer o atendimento ao balcão e a preparação e envio das encomendas, um terminal de

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro multibanco, alguns pequenos expositores com produtos farmacêuticos (principalmente cosmética) e um pequeno espaço dedicado à informação ao utente (panfletos e informação sobre medicamentos e doenças mais comuns). Por trás do balcão, o utente pode ver dois armários com portas de vidro; nestes, faz-se a exposição de MNSRM, produtos de uso veterinário, desinfectantes e produtos de higiene íntima (primeiro armário) e ainda de colutórios e pastas dentífricas, cosméticos, produtos de higiene corporal e produtos de fitoterapia (segundo armário). Existem ainda alguns expositores por trás do balcão onde se encontram expostos, entre outros produtos farmacêuticos, produtos ortopédicos. Enquanto esperam pelo atendimento, os utentes podem usufruir de um banco corrido para descansarem e de uma balança electrónica que permite medir o peso, a altura, o índice de gordura corporal e o IMC (a medição da tensão arterial não se encontra disponível).

Gabinete do utente O gabinete do utente é um pequeno escritório onde se fazem as medições de parâmetros como o colesterol total, os triglicéridos e a glicemia aos utentes que as solicitam, dando um maior conforto e uma maior privacidade ao farmacêutico e ao utente para o esclarecimento de todas as dúvidas.

Área de recepção de encomendas, armazenamento de medicamentos e materiais médico-farmacêuticos Esta área é uma área ampla que se encontra fora da vista do utente e que se divide em várias áreas mais pequenas, específicas para cada processo. A área de recepção é composta por uma mesa longa e por um computador onde se dá recepção das encomendas de forma responsável e correcta, respeitando as Boas Práticas de Farmácia. A área de armazenamento pode ser dividida em três partes: a área de armazenamento de MSRM (composta por um armário de gavetas deslizantes, onde se arrumam os MSRM de acordo com a ordem alfabética do nome comercial, estando os xaropes e soluções orais, as suspensões, os granulados e as soluções de uso externo em gavetas próprias); área de armazenamento de produtos termolábeis (armário frigorífico onde se arrumam os produtos do frio assim que a encomenda é recebida); e área de armazenamento de material médico farmacêutico (armários com portas de vidro onde se armazenam dispositivos médicos e outros produtos farmacêuticos).

Gabinete de secretaria e gabinete de tesouraria Nestes gabinetes, a D. Alice e a D. Rosa procedem às suas funções na sucursal. É também no gabinete de secretaria que se faz a conferência do receituário.

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Área de informação A área de informação reporta-se a um armário com portas de vidro onde se podem encontrar vários dos livros que são essenciais às funções do farmacêutico, nomeadamente o Prontuário Farmacêutico, o Simposium Terapêutico, o Índice Nacional Terapêutico, o Formulário Nacional Hospitalar, o Mapa Terapêutico, a Farmacopeia Portuguesa e outros. Neste armário encontra-se ainda armazenado algum do material de implantologia disponível na farmácia.

Área de acesso restrito A área de acesso restrito é composta pelo gabinete do director técnico, por um gabinete de apoio, pelos arquivos onde se guardam todos os documentos referentes ao dia-a-dia da farmácia e por uma instalação sanitária.

Armazém exterior O armazém exterior serve para armazenar injectáveis de grande volume e outros produtos químicos, arrastadeiras e outros dispositivos de grande volume que são utilizados pelo HMR2.

Software (sistema informático) O sistema informático utilizado na farmácia do LMPQF – Sucursal de Coimbra é o SoftFarma v9.58.6s. Este software é constituído por um menu principal que dá acesso a vários menus secundários que permitem uma gestão eficiente de todos os processos que se realizam na farmácia:  Menu Vendas: é aqui que podemos fazer o aviamento ao balcão, consultar atendimentos anteriores e fazer o fecho do dia, entre outros.  Menu Fornecedores: neste menu podemos ver os dados dos fornecedores existentes, bem como adicionar novos fornecedores; é também através deste menu que temos acesso ao menu das devoluções aos fornecedores e ao menu das encomendas (onde se processam todos os passos de uma encomenda: preparação, envio e recepção).  Menu Artigos: neste menu podemos aceder às fichas de dados dos artigos existentes, fazer alterações ou adicionar novos artigos; podemos ainda ver as validades, imprimir etiquetas e fazer o inventário.  Menu Facturação: neste menu podemos aceder aos dados do receituário já facturado e fazer o fecho do mês.

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro Existem outros menus, mas os anteriormente referidos foram os com que mais contactei. É também de referir que, para aceder aos menus, cada utilizador necessita de uma palavra-passe. Uma vez que os medicamentos e a farmácia representam uma área em constante evolução (alteração de comparticipações, actualização de informações relativas aos medicamentos…), a empresa detentora do software (SoftReis) faz actualizações periódicas e de modo remoto do software.

Gestão de stocks, encomendas e armazenamento Para que uma farmácia possa responder às necessidades dos seus utentes correctamente, tanto a nível de medicamentos como de outros produtos de saúde, é necessário proceder de modo a que os stocks destes produtos se encontrem disponíveis na farmácia em qualidade e em quantidade adequada a estas necessidades. Mais ainda, é necessário que estes produtos estejam correctamente armazenados para que o pessoal responsável pelo atendimento ao balcão os possa encontrar facilmente, agilizando assim este processo. Assim, torna-se extremamente importante fazer uma correcta gestão de stocks (preparação, envio e recepção de encomendas, verificação dos prazos de validade, devoluções) e um correcto armazenamento, respeitando sempre as Boas Práticas de Farmácia.

Preparação e envio de encomendas A preparação de encomendas deve ter em conta vários parâmetros de modo a existir a quantidade certa de um determinado produto consoante as necessidades da farmácia. Entre esses parâmetros encontra-se a localização da farmácia, o tipo de utentes que a costumam frequentar, a quantidade e o tipo de receituário mais comummente dispensado, o capital disponível, a época do ano (muito importante no caso dos produtos sazonais: protectores solares, MNSRM para reacções alérgicas sazonais…), os MNSRM que se encontram publicitados no momento, os novos produtos, as campanhas de promoção dos laboratórios e as bonificações oferecidas pelos armazenistas. No que diz respeito à gestão de stocks no LMPQF – Sucursal de Coimbra, actualmente esta é feita através de um processo de entrada por saída, ou seja, sempre que se vende um produto ao balcão (seja ele medicamento ou não) e o stock existente não corresponde ao desejado, este produto é imediatamente pedido para se poder fazer a sua reposição.

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro Os fornecedores habituais da Sucursal de Coimbra do LMPQF são a Alliance Healthcare para medicamentos e produtos de dermocosmética e a TalinaMed para material médico-farmacêutico e outros produtos de saúde. Os pedidos para a Alliance Healthcare são feitos duas vezes por dia, de forma geral (um ao fim da manhã e um ao fim da tarde, ocasionalmente são acrescentados pedidos telefonicamente), via modem (a preparação do pedido é feita no Menu Encomendas > Preparação de Encomendas > Encomendas s/ Sugestão, onde se digitam os códigos dos produtos pretendidos e a quantidade desejada e, aquando do envio do pedido faz-se uma revisão das quantidades), e os pedidos para a TalinaMed são feitos por telefone quando há necessidade de encomendar material médico-farmacêutico. As encomendas são normalmente feitas à Alliance Healthcare pois assim é possível repor os stocks com facilidade dada a prontidão de entrega, a facilidade de contacto para a realização dos pedidos (sempre que é necessário confirmar a existência de algum produto ou fazer pedidos extraordinários podem-se fazer encomendas por telefone), as bonificações por vezes oferecidas e a facilidade de pagamento. No entanto, quando é necessário encomendar uma maior quantidade de produtos, é preferível contactar directamente com os laboratórios responsáveis pela produção pois as vantagens económicas são maiores quanto maior for a quantidade encomendada. Dado a sua natureza especial e tendo em conta que o LMPQF – Sucursal de Coimbra é responsável não só pelo fornecimento de medicamentos e produtos de saúde aos seus utentes, mas também à Farmácia Hospitalar do HMR2 e ao Laboratório de Análises, por vezes torna-se necessário recorrer a outros fornecedores para poder satisfazer estas necessidades. Entre estes fornecedores encontra-se a Sede do Laboratório Militar (medicamentos de uso exclusivo hospitalar, medicamentos produzidos pelo próprio LM e ainda material médico-farmacêutico), a Hipermed (material de implantologia), e laboratórios como a B.Braun, a Inibsa ou a Abbott, entre muitos outros. Para a realização de encomendas para estes fornecedores, o processo é ligeiramente diferente do referido anteriormente: faz-se uma requisição tripla manual ou uma requisição no computador consoante os casos e, depois de devidamente assinada e carimbada pelo responsável pelo pedido da encomenda, é enviada por fax para o respectivo fornecedor. Apesar dos cuidados que se têm para não haver ruptura de stocks, por vezes nem sempre se conseguem satisfazer as necessidades dos utentes devido a motivos externos à Sucursal (os produtos podem estar esgotados no laboratório, serem enviados em quantidades inferiores às desejadas…), tendo isso acontecido algumas vezes durante o meu período de estágio.

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Recepção de encomendas Quando uma encomenda chega à farmácia há que proceder à sua correcta recepção para que os produtos dêem entrada no stock, verificar se a encomenda recebida corresponde ao pedido enviado e se os produtos foram devidamente facturados. Assim, ao dar recepção de uma encomenda, há que verificar se todos os parâmetros que aparecem na factura (código, nome e designação do produto, quantidade pedida versus quantidade enviada, preço de custo, PVP e IVA) correspondem ao que foi realmente solicitado. Devemos também verificar o prazo de validade dos produtos enviados e as condições em que eles chegaram à farmácia. Para se proceder à recepção da encomenda utilizamos o SoftFarma, seguindo os seguintes passos: Menu Fornecedores > Menu Encomenda a Fornecedores > Menu Recepção de Encomendas. Assim que entramos no menu de recepção de encomendas, seleccionamos o fornecedor da encomenda, importamos o pedido de encomenda (no caso de ter sido feita por modem) e começamos a fazer a leitura dos códigos de barras para dar entrada dos produtos, confirmando sempre se os dados do produto que vêm na factura correspondem aos que se encontram no sistema. No caso de se dar entrada de um produto que ainda não está criado no sistema, procede-se à adição da ficha desse artigo, ficha essa onde consta o nome, o código, a família de comparticipação, a portaria a que é sujeito (no caso de ser sujeito a alguma), o IVA, o PVP, o preço médio de compra (PMC) e outras informações relativas ao produto e que permitem a sua identificação na farmácia. Os medicamentos estupefacientes e psicotrópicos vêm acompanhados, no acto da entrega, de um documento próprio que requer a assinatura do Director Técnico ou do seu substituto e o carimbo da farmácia no documento original, devolvendo-se este ao fornecedor. No que diz respeito aos MNSRM, a sua recepção é feita da mesma forma que a dos outros medicamentos, mas é necessário primeiro calcular qual o PVP e proceder à emissão das etiquetas para estes produtos. O PVP para estes medicamentos é calculado com base no preço de custo, na taxa de IVA a que são sujeitos e na margem da farmácia de acordo com a seguinte fórmula: PVP = preço de custo + IVA (21% ou 6%) + margem de lucro (20%) ÷ 0,9.

Após a confirmação dos produtos recebidos podemos confirmar o total da factura, introduzir o seu número e imprimir o comprovativo de recepção (em duplicado). Um dos comprovativos da recepção fica arquivado na Sucursal juntamente com o duplicado da factura do fornecedor, enquanto o outro comprovativo da recepção vai com o original da factura para a Sede em Lisboa. Relatório de Estágio no LMPQF – Sucursal de Coimbra

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro As etiquetas dos produtos para que se calcularam os PVP são então colocadas nos respectivos produtos, tentando não omitir nenhuma informação relevante do produto como a validade ou o lote. Nas etiquetas impressas deve constar o nome, o PVP, a taxa de IVA e o código interno do produto. Relativamente aos produtos de uso exclusivo hospitalar, a recepção processa-se do mesmo modo, mas o cálculo do PVP já requer outra fórmula: PVP = preço de custo + IVA (21% ou 6%) + margem de lucro (20% no caso do produto ter IVA a 21%, 15% no caso do produto ter IVA a 6% e 10% no caso dos reagentes e kits para análises clínicas).

Quando se detecta algum problema durante a recepção da encomenda (produto mal facturado, produto debitado mas que não veio na encomenda, produto não pedido…) toma-se nota e entra-se em contacto com o fornecedor para se tentar resolver da forma mais célere e correcta.

Prazos de validade No LMPQF – Sucursal de Coimbra, os prazos de validade são verificados mensalmente, retirando-se do seu local de armazenamento todos os medicamentos e produtos médico-farmacêuticos cujo prazo de validade é inferior a três meses. Os medicamentos que se encontram nesta situação só deverão ser cedidos informando o utente do prazo de validade do medicamento e verificando que seja feito o seu uso dentro do mesmo (por exemplo, tratamentos de curta duração em situações de doença aguda). Após a verificação dos prazos de validade, faz-se a devolução ao fornecedor dos produtos cujo prazo esteja a terminar (caso seja possível).

Devoluções Por vezes é necessário proceder à devolução de alguns produtos. Os motivos que podem levar à devolução de um produto podem incluir: prazo de validade curto, embalagem danificada, produto alterado, produto não pedido, produto sem rotação ou produto retirado do mercado por motivos de segurança. Para se proceder a uma devolução, mais uma vez recorremos ao SoftFarma: Menu Fornecedores > Menu Devoluções a Fornecedores > Devolução a Fornecedores. Uma vez no menu de devolução aos fornecedores e identificado o fornecedor (normalmente a Alliance Healthcare), identificamos o produto a ser devolvido (nome e código), a quantidade e o motivo da devolução; é então emitida uma nota de devolução (em duplicado) com estes dados, a identificação da farmácia e o número da nota de devolução. Tira-se uma cópia da nota de devolução emitida para ficar guardada na Relatório de Estágio no LMPQF – Sucursal de Coimbra

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro farmácia e manda-se o original e o duplicado para o fornecedor, juntamente com os produtos devolvidos. Se a devolução for aceite, o fornecedor envia uma nota de crédito para os produtos devolvidos; caso a devolução não seja aceite, os produtos retornam à farmácia. As condições de devolução para os produtos cujo prazo de validade esteja a acabar requerem que estes sejam devolvidos um mês antes da data do prazo de validade.

Armazenamento Após ter sido dada recepção da encomenda é necessário armazenar os medicamentos e outros produtos de saúde que possam ter chegado, mas antes de se proceder ao seu armazenamento verifica-se se algum dos medicamentos ou dos produtos de saúde que vieram são necessários para completar alguma receita ou para alguma requisição pendente, pondo-se de parte para se poderem regularizar estas situações. Após a verificação do material que estava pendente e respectiva regularização, já se podem arrumar os medicamentos e os outros produtos de saúde restantes. A arrumação deve ser feita nos locais correctos e de modo a que os produtos com o prazo de validade mais curto saiam primeiro. No caso dos medicamentos termolábeis (alguns colírios, vacinas, reagentes para o Laboratório de Análises…) deve ser dada prioridade, sendo os primeiros a ser recepcionados e armazenados adequadamente no armário frigorífico para se evitarem possíveis alterações dos produtos. Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes são armazenados no cofre da farmácia, evitando-se que estejam ao alcance de outras pessoas que não as responsáveis por eles. No que diz respeito ao controlo das condições de conservação dos medicamentos, no armário frigorífico encontra-se um dispositivo que mede a temperatura deste em determinados períodos de tempo reguláveis, e existe também uma pessoa responsável por verificar e anotar qual a temperatura e a humidade relativa que se encontra na farmácia.

Preparação de medicamentos A farmácia do LMPQF – Sucursal de Coimbra não faz a preparação de medicamentos manipulados, recorrendo a outras farmácias com as quais tem acordo para tal.

Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Segundo o Estatuto do Medicamento (Decreto-Lei nº 176/2006, de 30 de Agosto), medicamento é “toda a substância ou associação de substâncias apresentada como

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma acção farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”. Uma grande parte dos medicamentos existentes é sujeito a receita médica, ou seja, para que um utente os possa levantar é necessário ter uma prescrição médica válida. No LMPQF – Sucursal de Coimbra, as receitas que podem ser dispensadas estão restringidas às receitas passadas a beneficiários dos seguintes subsistemas de saúde:  ADM (Assistência na Doença aos Militares – engloba os utentes do Exército, da Força Aérea e da Armada),  ADM especial (Assistência na Doença aos Militares DFA’s - Deficientes das Forças Armadas),  SAD/GNR (antiga ADMG – Assistência na Doença aos Militares da GNR),  SAD/PSP (Serviço de Assistência na Doença à PSP),  ADSE (Assistência na Doença aos Servidores do Estado).

Assim, para uma receita ser válida e poder ser dispensada, tem de respeitar vários parâmetros que têm de ser verificados antes de se dispensarem os medicamentos:  Identificação do utente – nome e número de beneficiário, sendo sempre necessário confirmar o número e a validade do cartão de beneficiário através da apresentação do cartão pelo utente;  Identificação do subsistema responsável, do regime especial de comparticipação e de algum despacho ou portaria referida pelo médico (se aplicável);  Identificação do médico prescritor, com vinheta e especialidade;  Identificação do local de prescrição por vinheta ou carimbo (caso se aplique);  Identificação do medicamento a dispensar com nome (pode ser na forma de DCI), forma farmacêutica, dosagem e tamanho da embalagem (caso não seja referido, devese ceder a embalagem de menor tamanho e de mais baixa dosagem);  Quantidade de embalagens a dispensar (a receita não pode ter mais de 4 embalagens de medicamentos diferentes e pode ter, no máximo, 2 embalagens de cada medicamento, à excepção dos medicamentos em dose unitária que podem ser 4 embalagens; caso estas condições não se verifiquem, o farmacêutico deve ajudar o utente a escolher quais os medicamentos que vai levar);  Assinatura do médico;  Data de prescrição (tem validade de 20 dias consecutivos no caso das receitas simples e de 6 meses no caso das receitas triplas ou renováveis).

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro Deve-se ter também em conta o aspecto da receita e verificar se existem correcções ou rasuras que não estejam rubricadas pelo médico pois isso pode significar que a receita foi adulterada.

Uma vez analisada a receita e confirmada a sua veracidade, o farmacêutico pode fazer a dispensa dos medicamentos indicados:  Vai buscar os medicamentos ao local onde estão armazenados;  No SoftFarma, entra no Menu Aviamento ao Balcão (Menu Vendas > Menu Aviamento ao Balcão) e lê os códigos de barras dos medicamentos que vão ser dispensados (leitura óptica) ou digita os códigos quando tal não é possível;  Verifica as quantidades dispensadas e atribui a entidade de comparticipação;  Finaliza a venda com a identificação do nome do utente e do número de beneficiário, sendo emitida uma factura/recibo (que deve ser carimbada, rubricada e entregue ao utente) e os códigos de barras dos medicamentos dispensados são impressos no verso das receitas;  Pede-se ao utente para assinar a receita no verso e o farmacêutico, também no verso, finaliza o processo assinando, carimbando e datando a receita com a data da dispensa. Aquando estes procedimentos de dispensa dos medicamentos prescritos, é fundamental o farmacêutico assegurar-se que o utente não tenha dúvidas sobre os medicamentos que vai tomar, nomeadamente posologia, duração do tratamento, efeitos secundários que possam decorrer da sua utilização, precauções a ter na administração e na conservação. Esta informação, seja ela obtida de forma activa ou passiva por parte do utente, é fundamental para garantir o uso racional e seguro dos medicamentos. No final, o farmacêutico deve certificar-se que a informação recebida foi assimilada pelo utente e deve reforçá-la se necessário (por exemplo, escrevendo a posologia nas caixas).

Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes fazem parte de um grupo de medicamentos que, por terem acção no sistema nervoso central, podem ser responsáveis por causar dependência (física e psicológica) e fenómenos de tolerância nos doentes que os têm de utilizar. Estes medicamentos estão sujeitos a legislação específica não só no acto da dispensa (apenas o farmacêutico pode ceder este tipo de medicamentos), mas também no acto da aquisição. Para além de só os farmacêuticos poderem fazer a cedência destes medicamentos, a própria receita dos medicamentos psicotrópicos e estupefacientes tem um formato

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro especial. A receita especial para estupefacientes e psicotrópicos (ópio e opiáceos, coca e derivados, cannabis e derivados; alucinogénios, anfetaminas, barbitúricos de acção curta e outros hipnóticos) é de cor amarela e apresenta 3 vias: uma vai para a entidade de comparticipação, outra vai para o INFARMED e a última fica guardada na farmácia onde foi dispensada. Quando o farmacêutico finaliza o atendimento, surge um quadro onde ele tem de identificar o utente (nome, sexo, idade, morada, número de B.I. ou cédula pessoal), o médico prescritor (nome, morada, número de inscrição na Ordem dos Médicos) e a pessoa que levanta o medicamento (nome, número de B.I. ou carta de condução, morada, idade). Durante o meu período de estágio tive a oportunidade de assistir à dispensa de uma receita com estas características.

Genéricos No que diz respeito à dispensa de medicamentos genéricos de um determinado medicamento original, o farmacêutico só o pode fazer se o médico o autorizar (não tiver trancado a hipótese “Não autorizo o fornecimento ou a dispensa de um medicamento genérico” referente ao medicamento em causa no espaço próprio da receita). Caso o médico autorize a substituição do medicamento original pelo medicamento genérico, o farmacêutico deve pedir ao utente que, para além de assinar a receita a dizer que recebeu as informações necessárias sobre os medicamentos que leva, assine também a receita a dizer que concorda que lhe tenham dispensado o medicamento genérico. Em certos casos, nomeadamente aquando da primeira utilização de um medicamento genérico, o farmacêutico deve assegurar que, para além das informações relacionadas com o uso correcto do medicamento, o utente entenda qual o medicamento original substituído para evitar possíveis duplicações da medicação.

Comparticipações No que diz respeito às comparticipações, os medicamentos podem pertencer a quatro escalões de comparticipação: escalão A (95% de comparticipação para medicamentos usados no tratamento do glaucoma, da diabetes, da doença de Parkinson…); escalão B (69% de comparticipação para medicamentos usados no tratamento de infecções de origem bacteriana, fúngica ou vírica, em medicamentos usados no tratamento de problemas cardiovasculares, em AINE’s…), escalão C (37% de comparticipação para medicamentos usados no tratamento de alergias e de afecções genito-urinárias, entre outros) e escalão D (15% de comparticipação em medicamentos novos ou medicamentos com comparticipação ajustada).

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro A comparticipação pode ser feita de duas formas, dependendo da existência ou não de medicamentos genéricos para o medicamento original:  Se não tem genérico, a comparticipação é feita sobre o PVP do medicamento original;  Se existe genérico, a comparticipação é feita sobre o preço de referência (equivale ao PVP do genérico mais caro), sendo a diferença entre o PVP do medicamento original e o preço de referência paga pelo utente. Durante o meu estágio surgiu uma nova legislação sobre as comparticipações dos genéricos, na qual os 5 genéricos mais baratos do grupo homogéneo são comparticipados a 100% e os restantes genéricos são comparticipados como anteriormente (Decreto-Lei nº 48-A/2010, de 13 de Maio).

Medicamentos sujeitos a Leis, Despachos e Portarias especiais Para além dos medicamentos que são alvo das comparticipações normais, existem ainda outros medicamentos que são alvo de um acréscimo na comparticipação normal ou então que só são comparticipados mediante certas condições. Destes medicamentos fazem parte todos os medicamentos utilizados no tratamento de patologias especiais e que são sujeitos a Portarias, Despachos ou Leis, cuja menção deve constar na receita para se poder fazer a alteração da comparticipação. Durante o meu estágio contactei com alguns destes casos:  Despacho nº 4250/2007, de 29 de Janeiro (Doença de Alzheimer) – permite a comparticipação de 37% dos medicamentos utilizados no tratamento da doença de Alzheimer, mas só quando a receita é prescrita por neurologistas ou psiquiatras;  Portaria nº 1474/2004, de 21 de Dezembro (Algumas patologias do foro neurológico e psiquiátrico) – permite a comparticipação de 100% em medicamentos neurolépticos ou a comparticipação de 69% em medicamentos antidepressivos;  Lei nº 6/2010, de 07 de Maio (Psoríase) – permite a comparticipação de 95% de medicamentos utilizados no tratamento da psoríase.

DFA’s (Portaria 1034/2009, de 11 de Setembro) Apesar de não ser uma Portaria directamente relacionada com nenhuma doença nem com nenhum medicamento específico, a Portaria 1034/2009 foi a Portaria com que mais contactei durante o meu estágio. Esta Portaria permite que os Deficientes das Forças Armadas tenham acesso a um regime especial de comparticipação que permite a comparticipação de 100% em todos os produtos que sejam considerados medicamentos pelo INFARMED, sejam eles comparticipados ou não regularmente; permite ainda que os

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro doentes que beneficiem desta portaria levantem gratuitamente os dispositivos médicos de que necessitam quando prescritos com a respectiva portaria e fornecidos em exclusividade pelos Serviços Farmacêuticos dos Hospitais Militares, função essa assumida pela Sucursal de Coimbra do LMPQF em parceria com a Farmácia Hospitalar do HMR2. Ainda no que diz respeito aos dispositivos médicos, eles têm de vir numa receita à parte dos medicamentos e precisam de respeitar algumas das condições dos medicamentos (referência à portaria, número de DFA e de beneficiário, rubrica e vinheta do médico…). Os dispositivos levantados são depois debitados à Farmácia Hospitalar. Em todos os casos, para que esta Portaria seja aceite, apenas a referência a ela na receita não basta, o médico tem também de rubricar e de colocar o número de DFA (caso o utente o tenha). Para além disso, o cartão de beneficiário do utente tem de referir que o utente tem direito a essa portaria.

Facturação do receituário Para os medicamentos serem comparticipados e os utentes poderem só pagar uma parte, as receitas dispensadas têm de ser posteriormente enviadas aos subsistemas responsáveis pelo reembolso da comparticipação às farmácias. Todas as receitas que apresentem medicamentos comparticipados e que estes sejam cedidos ao utente são processadas informaticamente e no verso da receita é impresso um talão que inclui:  Identificação da Farmácia e do(a) Director(a) Técnico(a)  Número de beneficiário do utente  Data da dispensa e código do operador responsável pela venda  Código da entidade de comparticipação (e, no caso de se aplicar, regimes especiais de comparticipação)  Lote e número da receita  Nome, código, quantidade, PVP, preço de referência e regime de comparticipação de cada medicamento  Custo total da receita, custo de cada medicamento e da totalidade da receita para o utente. Cada lote de receitas é emitido consoante a entidade a que pertence e possui 30 receitas (só o último lote do mês é que pode ter menos de 30 receitas). Assim que um lote fica completo, emite-se o Verbete de Identificação de Lote que contém as características do lote e ao qual se anexam as respectivas receitas. No fim do mês é emitida uma Relação Resumo de Lotes que identifica todos os lotes de uma determinada entidade (contem os valores totais do somatório de todas as receitas) e que acompanha

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro os lotes dessa entidade, e um Mapa Detalhado do Receituário (contem o número de receitas, o número de lotes, o valor total dos PVP, o total de encargos dos utentes e das entidades comparticipadoras). Depois de emitida, toda esta documentação segue para a Sede do LMPQF, em Lisboa, que se responsabiliza por fazer chegar todo o receituário aos subsistemas. Para que as receitas sejam aceites pelos subsistemas de saúde e para a Sucursal poder receber o numerário referente às comparticipações, é necessário as receitas estarem em conformidade para não serem devolvidas. Na Farmácia do LMPQF as receitas são verificadas diariamente para, caso seja detectado algum erro, ele possa ser imediatamente corrigido. A verificação das receitas tem de ter vários parâmetros em conta, sendo os mais importantes:  Legitimidade da receita: identificação do beneficiário (nome, número de beneficiário, subsistema a que pertence), identificação do local de prescrição, identificação do médico (vinheta e assinatura), identificação do medicamento (nome, dosagem, forma farmacêutica, quantidade e tamanho das embalagens), data de prescrição.  Medicamentos: medicamentos cedidos iguais aos medicamentos prescritos (nome, dosagem, forma farmacêutica, quantidade e tamanho das embalagens).  Comparticipação: correspondência entre a entidade de comparticipação e o subsistema de saúde do utente.  Assinatura do utente, concordando que lhe foi disponibilizada toda a informação necessária à correcta utilização dos medicamentos levantados; se forem dispensados medicamentos genéricos para substituição de um medicamento original, o utente também tem de assinar que concorda.  Presença de carimbo da farmácia, rubrica do responsável pela venda e data da venda. No caso de alguma receita ser devolvida, a Farmácia deve proceder à regularização da situação que provocou a devolução da receita e depois voltar a enviá-las para os organismos (juntamente com as receitas do mês seguinte) para que a comparticipação seja paga.

Medicamentos não sujeitos a receita médica Os medicamentos não sujeitos a receita médica são medicamentos utilizados essencialmente em automedicação ou por indicação farmacêutica para alívio, tratamento ou prevenção de sintomas ou de patologias de fácil diagnóstico que podem ser resolvidas

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro em poucos dias e sem recorrer a um médico. Estes medicamentos são compostos por moléculas já conhecidas e sobejamente utilizadas no tratamento de tais situações. Mesmo não necessitando de receita médica, há que ter em conta que continuam a ser medicamentos e, por isso, capazes de interferir com as funções do organismo e de causar efeitos secundários e interacções que podem por em risco a vida das pessoas que os utilizam indiscriminadamente. Assim, o papel do farmacêutico torna-se extremamente importante ao alertar o utente para o uso racional e seguro de todos os medicamentos, principalmente daqueles cuja utilização não passa por critério médico. Quando faz aconselhamento de um MNSRM, o farmacêutico deve alertar o utente para consultar o médico caso não verifique melhorias significativas ou cura, ou no caso de os sintomas agravarem. Quando se trata de aconselhamento a doentes de risco (doentes crónicos, grávidas, mães a amamentar, crianças), o farmacêutico deve aconselhar os seus utentes a procurarem o médico pois nestes doentes o risco de surgirem complicações é muito mais elevado. Durante o meu período de estágio não tive oportunidade de fazer muitos aconselhamentos sobre MNSRM pois, estando ao lado de um hospital, os utentes que costumam frequentar a farmácia têm um acesso privilegiado aos médicos e podem dirigirse a estes sempre que necessitem.

Outros produtos médico-farmacêuticos Produtos de higiene corporal e cosmética Este tipo de produtos é definido como “qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contacto com as diversas partes do corpo humano, designadamente epiderme, sistema piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de exclusiva ou principalmente os limpar, perfumar, modificar o seu aspecto e/ou proteger ou os manter em bom estado e/ou corrigir os odores corporais”. Na farmácia do LMPQF – Sucursal de Coimbra, estes produtos encontram-se nas prateleiras da zona de atendimento, organizados por marcas. Como estes produtos estão constantemente a mudar e a evoluir, é importante o farmacêutico ir actualizando os seus conhecimentos destes produtos para poder indicar e aconselhar de forma personalizada o produto mais aconselhado a cada situação, até porque estes produtos não estão livres de provocar reacções cutâneas anormais ou interacções medicamentosas. É importante referir que, apesar de não ser necessária receita médica, cada vez mais os médicos prescrevem produtos cosméticos para ajudar

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro no tratamento de afecções dermatológicas, o que indica que estes produtos têm também uma componente preventiva e/ou curativa para além da função cosmética.

Produtos de uso veterinário No LMPQF – Sucursal de Coimbra os produtos de uso veterinário não são muito abundantes, havendo primazia dos produtos de desparazitação interna e externa para cães e gatos.

Fitoterapia Tal como os produtos de uso veterinário, os produtos de fitoterapia também não são muito abundantes na Sucursal de Coimbra do LMPQF, existindo apenas alguns exemplares que são mais requisitados pelos utentes.

Dispositivos médicos Devido à sua relação com a Farmácia Hospitalar do HMR2 e com o próprio hospital, o LMPQF possui uma elevada quantidade e variedade de dispositivos médicos para poder fornecer não só os seus utentes mas também este serviço. Os dispositivos médicos estão separados dos medicamentos, estando arrumados em armários com portas de vidro ou no armazém exterior (dispositivos de maior tamanho) segundo as classes a que pertencem. Assim, na farmácia do LMPQF – Sucursal de Coimbra podemos encontrar dispositivos médicos das seguintes classes:  Classe I (dispositivos de baixo risco): artigos de ortopedia (meias de compressão, joelhos, pés e cintas elásticas…), canadianas, seringas sem agulhas, algodão, sacos de recolha de urina, fraldas e pensos para incontinência…  Classe IIa (dispositivos de baixo/médio risco): compressas de gaze (esterilizadas e não esterilizadas), agulhas para seringas, cateteres urinários, aparelhos auditivos, luvas cirúrgicas…  Classe IIb (dispositivos de alto/médio risco): canetas de insulina, material de penso para feridas extensas e crónicas e para queimaduras graves, preservativos, diafragmas, soluções para lentes de contacto (estas encontram-se arrumadas juntamente com os MNSRM, ao contrário dos outros dispositivos médicos)…  Classe III (dispositivos de alto risco): preservativos com espermicidas, material de penso medicamentoso, dispositivos intra-uterinos que não libertem progestagénios… O facto de esta farmácia apresentar uma quantidade e uma variedade de dispositivos médicos mais elevada permitiu que eu desenvolvesse e aplicasse os conhecimentos que adquiri ao longo do meu percurso académico nessa vertente.

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Material de implantologia e próteses dentárias Na Sucursal de Coimbra do LMPQF existe disponível material de implantologia que é utilizado pelos médicos cirurgiões-dentistas do serviço de estomatologia do HMR2 para colocar implantes nos utentes que necessitem. Para poderem adquirir o material de implantologia, os utentes têm que se dirigir à farmácia com uma requisição passada pelo médico onde consta o nome do utente, o número de beneficiário, a entidade responsável, qual o material e a quantidade requerida para o trabalho, a data, a assinatura e a vinheta do médico. Do material de implantologia necessário para a realização dos trabalhos, a Sucursal tem um stock mínimo do material mais utilizado (previamente acordado com os médicos e com a Direcção do Hospital) que é reposto à medida que é consumido. Este material inclui implantes, análogos de implantes, transferes de impressão, pilares calcináveis e parafusos de cicatrização. O material que não costuma ter muita rotatividade ou de carácter muito específico (sobre medida) não está disponível na farmácia e só costuma ser pedido mediante requisição, sendo pedido ao fornecedor por telefone. Este material inclui cavaletes em aço inox, barras calcináveis, barras metálicas e coroas. Para além do material de implantologia, a Sucursal de Coimbra acordou também com a Direcção do HMR2 em dispor de um serviço relacionado com a requisição de orçamentos e possível averbamento para próteses dentárias. Assim, os utentes dispõe de maior comodidade em deslocar-se à farmácia para saber qual o orçamento para uma determinada prótese dentária e concordar ou não com ele quando vão buscar os seus medicamentos do que dirigir-se à Secção Logística do Hospital para o fazer.

Gases medicinais Apesar de ser uma função da Farmácia Hospitalar, como o fornecedor desta é o LMPQF obrigatoriamente, este é responsável por pedir os gases medicinais que são necessários para o bloco operatório e restantes serviços do HMR2. Os gases medicinais podem ser considerados medicamentos (oxigénio medicinal, ar medicinal, protóxido de azoto medicinal…) ou dispositivos médicos (dióxido de carbono, azoto, SF6). Os gases medicinais considerados medicamentos estão definidos no Estatuto do Medicamento como “gases ou mistura de gases, liquefeitos ou não, destinados a entrar em contacto directo com o organismo humano e que desenvolvam uma actividade apropriada a um medicamento, designadamente pela sua utilização em terapias de inalação, anestesia, diagnóstico in vivo ou para conservar ou transportar

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro órgãos, tecidos ou células destinados a transplantes, sempre que estejam em contacto com estes”. Neste âmbito, tive a oportunidade de assistir a uma acção de formação sobre gases medicinais organizada em parceria pela Sucursal de Coimbra do LMPQF, o HMR2 e a Linde Sogás, SA e também de elaborar um trabalho sobre este tema (“Gases Medicinais: Funções do Farmacêutico Hospitalar e do Farmacêutico Comunitário no Controlo e Distribuição”) que foi entregue à Direcção do LMPQF.

Outros serviços prestados ao utente na farmácia Para além da dispensa de medicamentos, dispositivos médicos e de outros produtos de saúde, a farmácia da Sucursal de Coimbra do LMPQF também disponibiliza outros serviços aos seus utentes, nomeadamente a realização da medição de parâmetros séricos (glucose, triglicéridos e colesterol total) e a recolha de medicamentos para incineração (VALORMED).

Medição de parâmetros séricos Os parâmetros séricos que podem ser avaliados na farmácia da Sucursal são a glucose, os triglicéridos e o colesterol total. A medição regular destes parâmetros permite apoiar a identificação de doentes que ainda não foram diagnosticados ou medicados e monitorizar os doentes diagnosticados e medicados (permite identificar adesão à terapêutica, se os medicamentos estão a ter efeito…). A determinação da glucose sérica é importante na monitorização de doentes que tenham diabetes mellitus, permitindo saber, por exemplo, se a doença está controlada, se a terapêutica é eficaz ou se o doente faz uma correcta adesão à terapêutica. Os valores normais para a glucose sérica em jejum estão entre 90 e 110mg/dL, sendo que não é por o valor de uma medição estar superior ao limite máximo que a pessoa é logo diagnosticada com a doença. No que diz respeito a doentes diabéticos, o farmacêutico deve proceder de forma a:  Informar e responsabilizar o doente para a adopção de estilos de vida saudáveis e abandono de possíveis factores de risco;  Incentivar o doente a fazer um bom controlo da glicemia, pressão arterial, colesterol e triglicéridos;  Esclarecer o doente quanto à higiene e cuidados a ter com os pés;  Promover a adesão à terapêutica;  Informar sobre as complicações da diabetes e quais as medidas a tomar para que sejam evitadas ou retardadas.

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A determinação dos triglicéridos e do colesterol total é importante pois estes são um dos principais factores de risco para o aparecimento de várias doenças, nomeadamente das doenças cardiovasculares. O teste destes parâmetros tem de ser sempre feito quando o utente está em jejum pois o valor destes parâmetros é facilmente influenciado pelo teor de gordura dos alimentos consumidos (principalmente no que diz respeito aos triglicéridos). Os valores normais para os triglicéridos e para o colesterol total devem estar inferiores a 150mg/dL e a 190mg/dL, respectivamente. Tal como com os doentes diabéticos, o farmacêutico deve falar com os doentes que têm estes parâmetros elevados e aconselhá-los a:  Fazer exercício físico regularmente;  Fazer uma alimentação cuidada (reduzir as gorduras, evitar carnes vermelhas, comer mais peixe…);  Deixar de fumar (caso se aplique);  Esclarecer que a medicação precisa de tempo para fazer efeito e que não vai haver uma redução instantânea dos níveis destes parâmetros, promovendo a adesão à terapêutica.

Para a realização destes testes, a Sucursal dispõe de aparelhos automáticos específicos e das respectivas tiras. Note-se que estas medições são feitas com sangue e por isso é necessário tomar todas as precauções necessárias para evitar qualquer tipo de contaminação, sendo que o material utilizado deve ser depositado num contentor próprio para posterior incineração.

VALORMED A VALORMED é a sociedade gestora do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens e de Medicamentos fora de uso, com a qual se pretende sensibilizar a população para a deposição adequada das embalagens de medicamentos que já não utilizam ou cujo prazo de validade expirou. A VALORMED constitui, assim, a solução para a criação de um sistema seguro e eficaz capaz de recolher e tratar os resíduos das embalagens e medicamentos fora de uso ou fora de prazo de validade. Relativamente ao procedimento, são entregues “sacos verdes” aos utentes que os solicitam para colocar as embalagens de medicamentos que já não precisam ou cujo prazo de validade já expirou; depois de os utentes os devolverem, estes sacos são colocados no contentor VALORMED que está ao lado da porta de entrada da Sucursal. Quando os contentores ficam cheios, são selados e recolhidos pelo fornecedor para

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro poderem ser destruídos em segurança. A acompanhar os contentores tem de ir uma ficha na qual está identificado a farmácia e o seu número de inscrição, o peso do contentor, a assinatura do responsável pela selagem, o número do fornecedor, a data da recolha e a assinatura da pessoa responsável pela recolha. Um dos exemplares desta ficha é também arquivado na farmácia.

Fornecimento ao HMR2 Como já foi referido anteriormente, o LMPQF tem uma importante função no apoio logístico ao HMR2. Ele fornece o Laboratório de Análises Clínicas e a Farmácia Hospitalar.

Laboratório de Análises Clínicas O LMPQF fornece o Laboratório de Análises relativamente a reagentes e kits para análises clínicas, diluentes e outro material que seja necessário para manter o normal funcionamento deste. Estes materiais não se costumam encontrar disponíveis na Sucursal e por isso é necessário proceder à sua encomenda aos laboratórios responsáveis pela sua produção, mediante uma requisição feita pelo Laboratório de Análises. Assim que a encomenda é recebida, procede-se à recepção dos artigos e depois entregam-se ao Laboratório de Análises.

Farmácia Hospitalar A Farmácia Hospitalar do HMR2 é responsável por dar resposta aos pedidos feitos pelos vários serviços do hospital (é responsável pelo armazenamento, controlo, dispensa e distribuição de medicamentos e de outros produtos médico-farmacêuticos) e pela distribuição da medicação aos doentes em regime de ambulatório. Apesar de as suas instalações não serem as mais adequadas devido à falta de espaço, a Farmácia Hospitalar consegue desempenhar as suas funções correctamente graças ao apoio prestado pelo LMPQF, o seu único fornecedor. Assim, o circuito dos medicamentos e materiais médico-farmacêuticos entre os Serviços do Hospital, a Farmácia Hospitalar e o LMPQF é feito de acordo com o seguinte esquema:

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Serviços Hospitalares

Farmácia Hospitalar

LMPQF Sede

LMPQF - Suc. Coimbra

Outros fornecedores  Os Serviços Hospitalares fazem uma requisição à Farmácia Hospitalar;  Se a Farmácia Hospitalar tiver o material pedido em stock fornece logo aos serviços, caso contrário tem de pedir o fornecimento ao LMPQF;  Para pedir o fornecimento ao LMPQF, procede-se ao preenchimento e numeração de uma requisição temporária (medicamentos e material de penso ou material médicofarmacêutico) que é entregue no LMPQF – Sucursal de Coimbra;  A Sucursal faz a encomenda aos fornecedores: se forem medicamentos de uso exclusivo hospitalar tem de pedir ao LMPQF – Sede, mas se não forem pode pedir directamente a outros fornecedores;  Assim que a encomenda chega à Sucursal, dá-se entrada dos produtos e calculam-se os preços de venda;  Preenche-se a requisição provisória com o resto dos dados do produto (código, preço, quantidade fornecida) e envia-se para a Farmácia Hospitalar ou, por vezes, directamente para os Serviços Hospitalares (caso da UCA – Unidade de Cirurgia de Ambulatório, por exemplo);  Assim que a Farmácia Hospitalar dispõe dos produtos necessários ao fornecimento dos Serviços, faz o fornecimento destes. Quando as requisições temporárias estão completas, tira-se uma cópia que fica na Sucursal e envia-se o original para a Farmácia Hospitalar para se poder fazer uma requisição definitiva. Este último documento serve de suporte para a facturação ao HMR2 dos produtos cedidos à Farmácia Hospitalar e vai previamente a Despacho ao Director do Hospital para conhecimento e análise.

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Interacção Farmacêutico/doente/medicamento O farmacêutico, como profissional de saúde especializado no medicamento, deve proceder à dispensa e ao aconselhamento deste de forma a promover a sua utilização correcta, racional e segura. Esta responsabilidade é ainda mais importante se pensarmos que os farmacêuticos e os técnicos de farmácia que trabalham nas farmácias comunitárias são, muitas vezes, os profissionais de saúde mais acessíveis e por isso os primeiros a ser contactados quando há algum problema de saúde (eles têm de decidir se possuem ou não os conhecimentos necessários para ajudar as pessoas face ao problema exposto ou se as devem reencaminhar para um médico) ou então são o último profissional que está com o utente antes de este iniciar a sua terapêutica (tendo de esclarecer todas as dúvidas do utente e reforçar a importância de seguir a terapêutica tal qual lhe foi indicada pelo médico). Este contacto deve ser feito de forma cuidada e adequada a cada utente, para que a interacção farmacêutico-utente se torne uma mais-valia clara tanto para o utente como para o farmacêutico. Na abordagem ao utente o farmacêutico deve mostrar disponibilidade e interesse em ajudar, esclarecendo todas as dúvidas que possam existir por parte do utente (posologia, efeitos adversos, contra-indicações e interacções com outros medicamentos) e fornecendo outra informação que considere relevante para o bem-estar do doente e para a adesão à terapêutica (modo de conservação de alguns medicamentos, alterações no estilo de vida necessárias para um melhor efeito da medicação…). O farmacêutico, sempre que possível, deve confirmar se a informação foi assimilada, podendo dispensar alguma informação escrita que tenha na farmácia sobre essa situação (panfletos e folhetos) e, caso seja necessário, deve reforçar alguns pontoschave (posologia) através de anotações escritas nas embalagens dos medicamentos.

Conclusão Tal como referi na introdução deste Relatório de Estágio, o estágio curricular permitenos, a nós estudantes, o primeiro contacto com a actividade farmacêutica e com os utentes, bem como a aplicação prática de todos os conhecimentos anteriormente adquiridos. No entanto, não só nos permite consolidar conhecimentos como também nos permite adquirir novos conhecimentos e novas capacidades para o desempenho da nossa actividade profissional. A oportunidade de estagiar na farmácia comunitária do LMPQF – Sucursal de Coimbra provou ser uma experiência extremamente interessante e, sem dúvida nenhuma, bastante enriquecedora devido às características especiais desta farmácia e de todas as pessoas com que contactei durante o meu estágio, permitindo-me adquirir e aprofundar muitos conhecimentos. No entanto, também me fez recordar que ainda há muito para Relatório de Estágio no LMPQF – Sucursal de Coimbra

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Margarida Isabel dos Santos Aveiro aprender e muito para evoluir se quiser ser uma boa profissional de saúde cuja missão é ajudar os utentes a sentirem-se melhor, fazendo-o de uma forma responsável, dinâmica e competente. Mais uma vez, agradeço a todas as pessoas que fazem parte do LMPQF – Sucursal de Coimbra por todo o apoio e todos os conhecimentos transmitidos. Sem a vossa colaboração este estágio nunca teria sido tão gratificante.

Bibliografia  Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto  Decreto-Lei n.º 189/2008, de 24 de Setembro  Decreto-Lei n.º 145/2009, de 17 de Junho  Decreto-Lei nº 48-A/2010, de 13 de Maio  Caramona, M. et al. Prontuário terapêutico 8, INFARMED (2010)  Mora, José. Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos - Farmácia Central do Exercito desde 1918. Lisboa (2000)  www.infarmed.pt  http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/comparticipacoes/compar ticipacaomedicamentos.htm

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