Relatório de Área SEBRAE - 1 de 15

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ESTUDO SOBRE A CADEIA PRODUTIVA SEBRAE/RS GERÊNCIA DE COMPETITIVIDADE SETORIAL
Alimentos e Bebidas

DADOS DA CADEIA PRODUTIVA DE ALIMENTOS E BEBIDAS 1

Utilizando como fonte de consulta o sistema de informações do Sebrae RS (base nos dados da RAIS e CAGED 2020 e Receita Federal de 2022) sobre o número total de empresas na cadeia produtiva de alimentos e bebidas, classificando pelo porte (MEI, EPP, ME), segmento de atuação e região, é possível identificar as principais características na distribuição das empresas de A&B no Rio Grande do Sul. Somando a esta análise, critérios como a concentração

de empresas, emprego e renda, é possível identificar as melhores oportunidades para a atuação do SEBRAE RS, para potencializar o desenvolvimento do estado, a cooperação e o fortalecimento dos empreendimentos da cadeia produtiva de A&B. Abaixo segue ilustração, com o resumo da distribuição das empresas, empregos gerados, porte das empresas e os setores com maior densidade na cadeia produtiva de A&B.

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Aspectos relevantes:

A partir da análise dos dados, destacam-se os seguintes pontos:

• Alta densidade de empresas na cadeia produtiva de A&B (são mais de 180.000 empresas).

• Menos de 5,5% são médias ou grandes empresas.

• Predominância dos pequenos representa 94,5% das operações.

• Mais de 50% estão enquadrados como MEI.

• O varejo e o serviço concentram mais de 75% das empresas.

• Os segmentos com mais atividades de negócios são o comércio varejista de A&B, lancherias, cafeterias, restaurantes e bares.

• As regiões do estado onde há maior concentração de empresas de A&B são a metropolitana, sinos, serra e sul, representando mais de 60% das empresas na cadeia de A&B.

• As regiões Metropolitana, Serra, Sinos, Norte, e Sul são as que proporcionalmente apresentam maior concentração de agroindústrias e indústrias de alimentos e bebidas.

• Os segmentos da indústria com maior número de empresas são a fabricação de produtos de padaria, padaria industrial, massas e alimentos congelados.

• O segmento de fabricação de bebidas destaca-se pelo crescimento no número de empresas. Indústrias de vinho, cerveja e bebidas não alcoólicas são os principais.

• Na comparação entre 2012 e 2020, destaca-se o crescimento de cervejarias no estado (+382%).

• Em 2021 RS perdeu 1,3% de representatividade em número de empresas frente ao restante do Brasil.

• Em 2021, com o fechamento de inúmeros estabelecimentos de alimentação fora do

lar, o número de empresas existentes na cadeia voltou para patamares anteriores a 2012.

• O CNAE de restaurantes e similares no estado perdeu mais empregos na comparação 2012 x 2020 que o restante do Brasil.

• Quanto aos empregos gerados, a cadeia produtiva de alimentos e bebidas, impulsionada pelo setor de serviços de alimentação, apresenta-se como a cadeia produtiva que mais gera empregos no RS, com destaque para o segmento de serviços de alimentação.

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MERCADO

Comportamento de consumo:

O comportamento dos consumidores muda constantemente e a velocidade destas mudanças cresceu nos últimos anos, em muitos casos impulsionada por hábitos e necessidades reforçados com a pandemia da Covid 19. Nos resultados das pesquisas de mercado realizadas por empresas especializadas em comportamento do consumidor como Euromonitor e Mintel, destacam-se alguns movimentos no comportamento de consumo que impactam diretamente os negócios no mercado de alimentos e bebidas como:

transparência e flexibilidade, assumem importância central na decisão de compra e hábitos como a busca pela informação sobre a procedência do produto e os ingredientes utilizados na sua formulação, são decisivos.

• PLANO B: A insegurança no acesso aos produtos, gera a necessidade de estar preparado para substituir o consumo habitual. A busca por soluções criativas para o consumo, proporcionou que o consumidor conhecesse alternativas para acesso aos produtos habituais e que experimentasse novos produtos. Produtos de marcas locais/regionais e artesanais entraram de vez na escolha dos consumidores.

NOVAS EXPERIÊNCIAS EM DIVERSOS

FORMATOS: Após o confinamento, consumidores buscam experiências positivas de diversas formas, muito além da internet. Diversão e conexão entre o mundo virtual e o real, ambientes ao ar livre e conexão entre as pessoas ganharam espaço. É escolha do consumidor, como e quando ele prefere determinados tipos de interação com as empresas. O físico e o digital complementam a experiência do consumidor. Como no caso dos restaurantes, o delivery segue representativo e em muitos casos, deve conviver com o salão oferecendo serviço para o cliente.

• CONSUMIDOR NO CONTROLE: Com a insegurança gerada na pandemia, tanto no fornecimento e acesso a produtos e serviços, como em informações confiáveis sobre o cenário, despertou nos consumidores a vontade de assumir com mais força o controle sobre a sua forma de consumir. Questões como a

• CONSUMO VERDE: A preocupação com a sustentabilidade ambiental vem tomando espaço como fator para decisão de compra. Empresas, preocupadas em se conectar com essa tendência, devem considerar o impacto das suas práticas, para que suas marcas estejam no radar dos consumidores antenados.

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• MUDANÇA DE VIDA: Outro impacto da pandemia foi a mudança na vida de muitas pessoas. Mudança, perda de emprego ou fechamento de empresas, mudança de carreira, de cidade, estado ou país impactaram diversas famílias. Perda de parentes e amigos levaram pessoas a refletirem e repensarem o seu propósito. A busca por saúde, bem-estar e novas oportunidades reflete na mudança do estilo de vida e na forma como as pessoas pensam o seu consumo.

retornando e passaram novamente a fazer parte da rotina. O modelo híbrido de trabalho, educação e lazer marcou mudanças profundas no mercado e na forma de consumo. Ao mesmo tempo que muitas atividades como restaurantes em centros profissionais e educacionais, ainda não retomaram o movimento pré pandemia, negócios nos bairros e no on-line se consolidaram. Espera-se que o consumidor acompanhe e se adapte as mudanças que o trabalho, ensino e a economia direcionarem para os próximos meses.

Tendências do setor:

A mudança de comportamento do consumidor, resumida em alguns tópicos no item anterior deste relatório, sinalizam o impacto nas tendências do mercado de alimentos e bebidas. Os pontos apresentados convergem nas principais tendências do setor, reforçadas pelas pesquisas de empresas especializadas na cadeia de A&B como a Galunion, em outros estudos da Euromonitor e Mintel, e em referências como a pesquisa “What’s Hot” da NRA, Trendwatching, GFK e Qualibest. Desta forma, para os próximos meses, destacam-se as seguintes tendências no setor de A&B:

• URBANO RURAL: A busca por mais espaço durante a pandemia, fez com que muitas pessoas mudassem de endereço para bairros distantes dos grandes centros ou para cidades vizinhas. A ocupação destes espaços foi acelerada e com ela, surgem também oportunidades de novos negócios, para atender este público que possui boa capacidade de consumo. O comércio on-line e o comércio local de bairro ou de cidades próximas de grandes centros, foram a “bola da vez”, recebendo reforço no fluxo de clientes.

A RETOMADA DAS ATIVIDADES

PRESENCIAIS: O ano de 2022 marcou de vez o retorno de atividades que estavam suspensas desde o início de 2020. Shows, eventos, feiras de negócios, seminários e aulas foram lentamente

• ALIMENTOS PARA A IMUNIDADE E LONGEVIDADE: A preocupação com a imunidade e a longevidade ganhou destaque nas pesquisas Qualibest e Galunion realizadas na pandemia e seguem fazendo parte das preferências nas escolhas dos consumidores. Pesquisar e comprar alimentos que reforcem imunidade e ajudem na longevidade entrou na rotina de pessoas que esperam que estes produtos também apresentem ótimo sabor e frescor.

• ORIGEM: Consumidores também se mostram mais abertos a experimentar produtos com origem reconhecida e certificada. Produtos regionais, locais e artesanais ganham espaço de marcas mundiais e reforçam as oportunidades para pequenos produtores. Vinhos,

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cervejas, carnes, azeites, chás, doces, cafés e demais alimentos e bebidas produzidas em pequena escala, podem adicionar valor a partir de certificações e selos (desde que possuam credibilidade reconhecida) para acessar novos mercados.

ATENÇÃO AOS INGREDIENTES:

Consumidores estão atentos aos rótulos e a lista de ingredientes dos produtos. A preferência é cada vez mais por ingredientes naturais e conhecidos. Segundo as pesquisas, boa parte do público já eliminou ou pretende eliminar da sua dieta os produtos com ingredientes artificiais. A alimentação saudável foi destaque na pandemia, deixando como herança a busca constante pelo equilíbrio na alimentação.

uma importante missão que deve conectar empresas e consumidores. A redução do desperdício, conversa com questões relacionadas a sustentabilidade, contribui diretamente para a melhoria no resultado financeiro dos negócios e atende o desejo dos consumidores.

• PROTEINAS ALTERNATIVAS: O mercado vegano e vegetariano segue em crescimento. A busca por proteínas alternativas como as proteínas vegetais estão em alta e novos produtos e empresas entram forte neste mercado. O que antes eram testes com hamburgueres e almondegas com sabor duvidoso e ingredientes artificiais, agora ganham versões saudáveis e cheias de sabor. Com variedade de opções, novas categorias de produtos em versões a base de plantas para a carne bovina, aves e frutos do mar, embutidos e petiscos, chegam forte nas gondolas dos supermercados e nos restaurantes.

• REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO E SUSTENTABILIDADE:

Sustentabilidade ambiental é pauta prioritária em diversas cadeias produtivas, não só na produção de alimentos e bebidas. A produção com o menor impacto ambiental possível já é realidade para muitos empreendedores gaúchos. Existe espaço para crescer e principalmente dar visibilidade as boas práticas. Além da produção sustentável, reduzir as perdas que ocorrem desde a produção até o prato do consumidor é

• NOVAS EMBALAGENS: Mesmo que no Brasil, persistam problemas de logística e de embalagens, pesquisa da Euromonitor sobre o mercado consumidor mundial, destaca preocupação com o desperdício de alimentos, a sustentabilidade das embalagens e o abastecimento sustentável. Na pesquisa “What’s Hot” da NRA, pela primeira vez o tema embalagem foi destaque (as 3 principais tendências apresentadas na pesquisa de 2022 estão relacionadas a embalagem). Embalagens que conservem a temperatura, qualidade e a apresentação dos produtos, embalagens que ajudam a reduzir o desperdício e principalmente, embalagens recicláveis ou reutilizáveis devem estar na pauta das empresas que fornecem alimentos, principalmente para o consumo imediato.

• COMÉRCIO ELETRÔNICO DE A&B: A demanda e as oportunidades para o comércio eletrônico de A&B estão em crescimento. Desde o fornecimento de alimentos para o consumo imediato ou congelados. Insumos para consumidores

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se “aventurem na cozinha”, cestas para datas comemorativas, pequenos utensílios, cestas e vouchers para consumo posterior ampliam as possibilidades a serem exploradas para gerar receita através desse canal.

• VENDA DIRETA AO CONSUMIDOR (D2C): Com o aumento do e-commerce, a possibilidade de venda direta para o consumidor (“D2C”) ganha força principalmente para pequenos produtores rurais, agroindústrias e indústrias de A&B. Para aproveitar a oportunidade é fundamental estar bem-posicionado no digital, oferecendo produtos conectados as necessidades do consumidor. Buscar parceiros para obter boa presença digital e logística adequada, a um custo viável, são pontos críticos para empresas que almejam sucesso nesta atividade.

• EXPERIÊNCIA DE CONSUMO: A partir dos novos hábitos e dos medos dos consumidores a utilização de ambientes ao ar livre ganhou força. Aliar a este novo hábito, serviços e experiências adicionais, para atrair mais clientes e gerar valor para o negócio, são oportunidades a serem desbravadas. Para tanto, superar o gargalo de falta de mão de obra segue sendo o principal desafio para quem buscam a diferenciação através de serviços e experiências de consumo.

A PROFISSIONALIZAÇÃO DO DELIVERY:

O mercado de delivery não é novidade, mas ninguém imaginava que o canal de venda fosse protagonista, por tanto tempo, como foi durante a pandemia. Muitas empresas não estavam preparadas para o delivery, mas ainda hoje mantém um percentual significativo do seu faturamento por meio deste canal. Para quem se adaptou bem ao delivery, o desafio agora é profissionalizar e criar negócios mais conectados a este formato. Dominar os conceitos de Dark e cloud kitchen, operações compartilhadas, marketplace, parcerias, ferramentas próprias e tecnologia, são pontos fundamentais neste mercado.

TECNOLOGIA NO MERCADO DE

A&B: É fato que tivemos um grande salto no uso da tecnologia durante a pandemia. Agora é hora de pensar como a tecnologia pode nos ajudar a ir além. Tecnologia para aprimorar processos em busca da redução de custos e atrito com os clientes pode melhorar resultados. Máquinas, equipamentos e softwares são parte deste processo de investimento em tecnologia e inovação. Compreender os novos hábitos dos consumidores pode nos ajudar a priorizar os investimentos corretos.

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Oportunidades Foresight Sebrae:

A partir do estudo realizado com a metodologia foresight, encomendado pelo Sebrae RS com o título de “O Futuro do Empreendedorismo no Rio Grande do Sul”, observam-se importantes pontos de conexão do estudo, com o comportamento de consumo e as tendências em alimentos e bebidas, mapeadas e descritas neste relatório.

Observando as economias impulsionadoras, citadas como “alavancas do futuro” no estudo foresight, notam-se excelentes oportunidades para reforço da estratégia de atuação na cadeia de alimentos e bebidas em determinadas direções como:

• AGROTECH: Nesta linha, empreendimentos oferecem soluções tecnológicas para melhorar a produtividade, melhor utilização dos ativos do campo, redução de custos e desperdícios. Desta forma, apresentamse oportunidades para mapear e conectar estes empreendimentos com produtores rurais e agroindústrias dispostas a inovar e a investir em novas tecnologias.

• ECONOMIA CRIATIVA: Este ponto, destaca a importância do impulsionamento e a valorização das manifestações culturais e regionais.

Desta forma, observam-se oportunidades para mapear manifestações culturais e regionais relacionadas a produção de alimentos e bebidas e ao resgate de receitas tradicionais que, de alguma forma estejam alinhadas as tendências e ao comportamento de consumo.

• TURISMO DE EXPERIÊNCIA: Quanto ao turismo de experiência, prioriza as indicações regionais, belezas naturais e ativos culturais. Observa-se assim, oportunidade para conectar produtos regionais de A&B, bem como receitas e experiências gastronômicas tradicionais, que são verdadeiros ativos culturais e a tradição gastronômica de determinadas regiões do estado.

• INDICAÇÕES

Neste ponto, destacam-se os produtos agrícolas ou não, feitos com base no conhecimento local, seguindo métodos locais de produção. Existe oportunidade para potencializar o mapeamento de oportunidades para indicações de procedência e indicações geográficas. Para as certificações já existentes, a oportunidade que se apresenta é o desenvolvimento de estratégia para divulgação, sobre as indicações geográficas, conectando os produtos e as regiões aos consumidores.

GEOGRÁFICAS:

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VISÃO DOS STAKEHOLDERS

Stakeholders participantes:

Em maio de 2022, foi realizada pesquisa sobre a visão dos stakeholder, com uma amostra de 61 participantes. Entre os respondentes da pesquisa participaram representantes de associações e sindicatos empresariais, universidades, prestadores de serviços de consultoria, empreendedores de vinícolas, cervejarias, indústrias de alimentos, agroindústrias, importadoras, exportadoras, supermercadistas e operadores de serviços de alimentação. Desta forma, foi possível coletar informações de diferentes stakeholders que possuem atuação de destaque na cadeia produtiva de alimentos e bebidas do estado do Rio Grande do Sul.

Oportunidades:

A partir do questionário aplicado, as principais oportunidades que se apresentam para o mercado de alimentos e bebidas, são:

• Desenvolvimento de produtos sustentáveis

• Desenvolvimento de produtos saudáveis (produtos para reforçar a imunidade, longevidade e similares)

• Produtos artesanais e produtos regionais

• Produtos com origem reconhecida (certificação/denominação de origem)

• Produtos orgânicos certificados.

Pontos Fracos:

Nesta mesma amostra de respondentes da pesquisa, quando perguntados sobre os principais pontos fracos das empresas da cadeia de A&B no Rio Grande do Sul, sinalizaram como os principais gargalos para os negócios, os seguintes pontos:

• Formação e manutenção de equipe qualificada

• Vendas e relacionamento com o mercado

• Integração com os demais elos da cadeia produtiva

• Desenvolvimento de novos produtos

• Segurança para realizar a expansão do negócio

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Fatores Críticos de Sucesso

A cadeia produtiva de A&B tem na sua composição, empreendimentos de características distintas e complementares. O início da cadeia está no campo, na produção rural, no cultivo e na colheita. Após, existem atividades relacionadas a estocagem e transporte para as indústrias de processamento. Nos demais casos, o produto segue do produtor para o ponto de venda, para a cozinha do restaurante ou para a casa do consumidor.

O desenvolvimento de ações encadeadas entre pequenos e grandes apresenta-se como oportunidade, pois em geral, a competição entre pequenas e grandes empresas tornase desfavorável aos pequenos. Para as micro e pequenas empresas do segmento, buscar diferenciação, especialização ou nichos de mercado são alternativas interessantes para ampliar a competitividade. Competir no mercado, com produtos de baixo volume/escala e baixo valor agregado é desaconselhado aos pequenos, porque em muitos casos existe desvantagem em relação ao acesso a crédito, quantidade de insumos, tecnologia e logística, quando comparados as grande empresas.

A partir dos dados da pesquisa realizada com os stakeholders destaca-se os principais fatores chave para o sucesso das micro e pequenas empresas na cadeia produtiva de A&B:

• Estruturação e organização profissional da empresa para o crescimento.

• Gestão do relacionamento com os clientes (processos estruturados de venda, atendimento, avaliação e recompra).

• Captação e retenção de mão de obra qualificada.

• Capacidade de oferecer produtos de qualidade, com segurança

• Desenvolvimento e lançamento frequente de produtos (alinhados as tendências de consumo).

GAP’s e Priorizações:

Com as informações dos fatores críticos para o sucesso é possível compreender as principais lacunas e os GAPs para a competitividade das empresas nesta cadeia produtiva. Desta forma, a partir da análise das oportunidades, pontos fracos e dos fatores críticos de sucesso é possível sugerir a priorização de temáticas que vão apoiar a melhoria da competitividade dos negócios.

Abaixo, segue a classificação das temáticas, por elo, destacando o grau de importância de cada item para a indústria, o varejo e os serviços:

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INDÚSTRIA Vendas Desenvolvimento de produtos Qualidade dos produtos Fornecedores Integração da Cadeia VAREJO Vendas Fornecedores Expansão Integração da Cadeia Preço
de Obra Expansão Qualidade dos produtos Fornecedores
SERVIÇOS Vendas Mão

COMPETITIVIDADE

Macroestratégia:

Com as informações do estudo, propõese uma macroestratégia para a atuação do Sebrae RS na cadeia produtiva de A&B. Os elos de agroindústrias e indústrias de alimentos derivados de carne e leite, agroindústrias e indústrias de sucos e doces de frutas regionais, agroindústrias e indústrias de produtos orgânicos certificados, agroindústrias

e indústrias de chocolate, confeitaria e panificação, agroindústrias e indústrias de vinho, cerveja e cachaça, os varejistas especializados em alimentos e bebidas especiais/regionais e os serviços de alimentação fora do lar, são os segmentos que apresentam as melhores condições para a atuação do Sebrae/RS.

“Transformar o Rio Grande do Sul no estado referência em alimentos e bebidas de alto valor agregado, ampliando negócios para as empresas da cadeia produtiva. “

Como segmentos portadores de futuro, identifica-se oportunidades de atuação nas foodtechs, agritechs e empresas que utilizam tecnologia e inovação para potencializar a produção de alimentos e bebidas. Desta forma, a proposta para a estratégia de atuação do Sebrae/RS é:

Focos estratégicos – GAP’s –Impactos:

A partir da análise dos GAP’s para a competitividade dos negócios na cadeia produtiva de A&B e os seus impactos, seguem as sugestões dos focos estratégicos para a atuação do Sebrae RS. A partir da construção conjunta de projetos, promoveremos a melhoria de competitividade na cadeia produtiva de A&B. Desta forma, destacam-se nove focos estratégicos, que apresentam as melhores condições e oportunidades, para que a atuação do Sebrae RS gere mais resultado na cadeia de A&B:

• Tecnologia na cadeia A&B (Agritech, Foodtech, ScaleUp)

• Polos e centros Gastronômicos ligados ao Turismo de experiência gastronômica

• Certificação de A&B (Orgânicos, PAS, I.G., I.P., D.O.)

• Desenvolvimento de produtos de valor agregado (valorização dos produtos artesanais e regionais)

• Prospecção de novos mercados

• Expansão (franquia, centrais: vendas / compras / logística)

• Conexão Campo a Mesa (Aproximação dos elos da cadeia, foco nos varejos especializados em A&B)

• Presença digital (e-commerce e mercado digital)

• Internacionalização

Focos Estratégicos – Estratégias –Iniciativas:

A partir dos modelos de projetos disponíveis e das linhas temáticas priorizadas, seguem as sugestões de iniciativas e projetos a serem desenvolvidos:

• GANHOS RÁPIDOS (Polos, Centros de Gastronomia e Turismo Gastronômico):

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DE

O método dos ganhos rápidos possibilita projetos ágeis, com escopo específico, definido pelas empresas (grupo homogêneo de perfil avançado). Identifica-se oportunidades em grupos de empresas no setor de alimentação fora do lar, em regiões com densidade empresarial ou potencial para turismo gastronômico como a Metropolitana, Serra, Sinos, Norte e Centro.

• GANHOS RÁPIDOS (Desenvolvimento de produtos e mercado): Agroindústrias e indústrias de A&B, com produtos de alto valor agregado, possuem potencial para iniciativas de ganhos rápidos focadas no desenvolvimento de produtos e na prospecção de mercado. Destaca-se as agroindústrias e indústrias de A&B da região Metropolitana, Serra, Sinos, Norte e Sul.

• GANHOS RÁPIDOS (Tecnologia na Cadeia de A&B): A utilização da tecnologia para o desenvolvimento de novos negócios de alimentos e bebidas, aliados as tendências do consumo podem elevar o nível de competitividade da cadeia de A&B. Conectar Agritechs, Foodtechs e Scale Ups (negócios escaláveis) com empresas tradicionais apresenta-se como uma excelente oportunidade. Empresas de todo estado, com ênfase na região Metropolitana, Serra, Norte, Sul e Campanha, podem ser o foco.

• GANHOS RÁDIDOS (Internacionalização e Expansão): Iniciativa com o objetivo de explorar a oportunidade de internacionalização e a expansão das empresas de alimentos e bebidas gaúchos de alto valor agregado, localizados prioritariamente na região Metropolitana e Serra (sugere-se projetos estaduais).

• EXPERIÊNCIAS IMERSIVAS (Integração da cadeia produtiva de A&B – conexão campo a mesa e varejo especializado em A&B): Iniciativa para imersão de empresas em comportamento de consumo e tendências de mercado,

produção e consumo de A&B com foco no desenvolvimento de estratégias e implementação de práticas de referência integrando negócios e aprendizados. Sugerido para regionais com experiências bem sucedidas nos projetos de A&B.

REDES PARA ALTA PERFORMANCE

(Certificação de A&B Orgânicos, PAS, I.G., I.P., D.O., prospecção de mercado e presença digital com foco no e-commerce e mercado digital): Desenvolver projetos especializados em formatos já experimentados, utilizando indicadores com base histórica, lições aprendidas e resultados atingidos. Estes projetos devem ter objetivos específicos e resultados relevantes para consolidar o estado como referência em produtos de valor agregado. A abordagem deve assegurar a reputação da forma com a qual o Sebrae/RS mensura resultados, usando indicadores relevantes, demonstrando o resultado da intervenção. Potencial para projetos na região metropolitana, sinos, serra, vtrp, sul, campanha, centro, norte e noroeste.

• GOVERNANÇA: Iniciativas para o desenvolvimento da governança promovem a união de entidades para desenvolvimento de ações que melhoram o ambiente de negócios. Auxiliar a estruturação da governança, possibilita investimento compartilhado de recursos, evita sombreamento de atividades e auxilia o planejamento para o desenvolvimento do setor. Oportunidade para projeto de articulação estadual e projetos em regiões onde existem APL’s em desenvolvimento.

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RESULTADOS

A execução de iniciativas e projetos devem estar alinhados a estratégia de atuação proposta. Estas iniciativas, devem prioritariamente perseguir resultados consistentes que contribuam no desenvolvimento da competitividade dos negócios na cadeia produtiva de A&B.

Para transformar o estado em referência no fornecimento de produtos de alto valor agregado, gerando negócios aos envolvidos,

sugerimos iniciativas e projetos conectados as principais tendências e oportunidades mapeadas no mercado. Sobre os resultados diretos destas iniciativas e projetos, sugerimos a utilização de um conjunto de indicadores para auxiliar a mensurar o impacto do investimento e esforço realizados. Abaixo segue a tabela de possíveis indicadores de resultados a serem utilizados nos projetos de distintos elos da cadeia produtiva de A&B:

Setor Indicador Fórmula

Industria

Lucratividade (%)

(faturamento - somatório dos custos fixos e variáveis/fa uramento)’100

Industria Produtividade (R$) faturamento-custos / pessoas ocupadas

Industria Empresas com produtos novos ou aperfeiçoados somátório de empresas com produtos novos ou aperfeiçoados

Agroindústria

Lucratividade (%)

(faturamento - somatório dos custos fixos e variáveis/faturamento)’100

Agroindústria Empresas com produtos novos ou aperfeiçoados somátório de empresas com produtos novos ou aperfeiçoados

Agroindústria Produtividade faturamento-custos / pessoas ocupadas

Comércio Ticket médio (R$) faturamento/quantidade de vendas Comércio CMV (%) (somatório dos custos dos produtos vendidos/ faturamento)’100

Comércio Faturamento por Área (R$) faturamento / área útil de loja em m’

Serviços Ticket médio (R$) faturamento/quantidade de vendas Serviços CMV (%) (somatório dos custos dos produtos vendidos/ faturamento)’100

Serviços Faturamento delivery (R$) somatório dos faturamentos em vendas por delivery

Qualquer setor Faturamento (R$) somatório de faturamentos Qualquer setor Custos (R$) somatório de custos (fixos e variáveis)

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Considerações finais:

Para a melhoria da competitividade das empresas da cadeia produtiva de alimentos e bebidas é crucial o olhar para pontos que impulsionam o desenvolvimento e o ambiente de negócios como a legislação, tributação e a integração ente os elos da cadeia produtiva. Parcerias para iniciativas em conjunto com entidades empresariais e poder público, são fundamentais para o desenvolvimento sistêmico. No nível estruturante, iniciativas para reduzir o impacto negativo de questões relacionadas a logística, integração com fornecedores e compradores de insumos, bem como a promoção comercial das pequenas indústrias gaúchas, acesso à tecnologia e a mão de obra qualificada são fundamentais para o desenvolvimento sustentável. No nível empresarial, fomentar inciativas relacionadas a redução de desperdício, sustentabilidade, desenvolvimento de produtos, qualidade de produtos, expansão estruturada

e a profissionalização dos processos de venda, são prioridades a serem reforçadas com as empresas. Para 2023, a continuidade de importantes inciativas voltadas a pequena indústria de A&B, vinícolas, agroindústrias, aos polos de gastronomia e projetos de articulação sistêmicos, seguem fortalecendo o desenvolvimento das Mpe’s da cadeia produtiva. Com o olhar para o futuro, a partir do estudo foresight realizado pelo Sebrae RS, observamse excelentes possibilidades de investimento em iniciativas direcionadas as agritechs e foodtechs, como estratégia para conectar tecnologia e inovação nos diversos elos da cadeia produtiva. As certificações em alimentos e bebidas como os orgânicos e indicações geográficas, são destaques junto das oportunidades na economia criativa e no turismo de experiência. Desta forma, temos clareza do direcionamento para a atuação do Sebrae RS na melhoria da competitividade na cadeia produtiva de alimentos e bebidas do Rio Grande do Sul.

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