TFG - HOSTEL CONTAINER: HOSPEDAGEM MODULAR

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FACULDADE ARMANDO ALVARES PENTEADO - FAAP CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CURSO

HOSTEL CONTAINER: HOSPEDAGEM MODULAR

MICHELLI UREY GOMES ORIENTADOR: PROF. DR. MÁRCIO NOVAES COELHO JR.

SÃO PAULO, 2018. 3


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“Quando sentimos que não temos ainda nosso lugar no mundo, temos o mundo todo ao nosso alcance. É só sair e procurar”. - Eric Ventura 5


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AGRADECIMENTOS Agradeço à meu pai, Augusto, que batalhou muito para me oferecer uma educação de qualidade, que teve paciência nos meus momentos de tensão. Também sou grata a minha mãe, Maria Paula, que me proporcionou a tranquilidade e o conforto que tanto precisava para vencer esta etapa. Sem o apoio e amor de vocês eu não conseguiria seguir em frente. Agradeço a todos os professores, especialmente ao orientador Professor Dr. Márcio Novaes Coelho Jr., por exigir de mim muito mais do que eu imaginava ser capaz de fazer. Manifesto aqui minha gratidão por compartilhar sua sabedoria, o seu tempo e sua experiência. Agradeço à faculdade e ao corpo docente, aos colegas de curso e amigos que conquistei durante esses cinco anos. Em especial: Bruna, Gabriela, Mafe, Renan, Tuti e Victória. Vocês foram fundamentais para minha formação, por isso merecem o meu eterno agradecimento. E por fim, só tenho a agradecer aos meus amigos. Obrigado pelos inúmeros conselhos, frases de motivação e puxões de orelha. Também por entenderem os momentos de ausência durante o ano de TC. Obrigada por acreditarem, por torcerem e vibrarem com a minha conquista. 7


RESUMO O presente trabalho tem como objetivo a elaboração projetual de um hostel (palavra de origem inglesa que significa albergue), no meio da região do Baixo Augusta, no qual se relaciona à filosofia alberguista com uma linguagem própria representada através dos containers. Os hostels são um meio de hospedagem alternativa que oferecem diversas tipologias de acomodações econômicas, variando o perfil do usuário, seja ele turista ou residente, onde incentivam a integração entre os hóspedes por meio de espaços compartilhados, onde trocam experiências e trocas de culturas. Através de um embasamento téorico de teses, livros e artigos, foi possível compreender mais sobre o assunto abordado, além da realização de questionários e estudos de casos, que auxiliaram na escolha do terreno e na identificação do perfil do usuário. Desta forma, foi possível desenvolver o projeto através de uma análise do contexto urbano e com estudos de referências projetuais, trazendo a identidade própria do container para a arquitetura. Palavras-chave: hostel, container, hospedagem alternativa e turismo. 8


ABSTRACT The following reading has as an objective the projectual elaboration of a hostel in the middle of a region called Baixo Augusta, which relates to the hostel philosophy with its own language being represented through containers. Hostels are an alternative accommodation during trips, which offer different typologies of economic accommodation, depending on the guest, whether he’s a tourist or a resident, where the socialization is encouraged among other guests by shared rooms, where they can exchange experiences and also culture exchange. After reading different thesis, books and articles, it was possible to comprehend more about the following subject, besides the creation of surveys and case studies that helped in choosing the field and identifying the guest profile. With that being said, it was possible to develop a project through an analysis of urban context and with estudies of project references, bringing the original identity of container in architecture. Key-words: hostel, container, accommodation and tourism.

alternative

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14 1. INTRODUÇÃO 22 2. CONTEXTUALIZAÇÃO TURISMO NACIONAL Turismo na cidade de São Paulo SURGIMENTO DO ALBERGUISMO NO MUNDO Surgimento do Alberguismo no Brasil O QUE SÃO HOSTELS TIPOLOGIAS DE HOSTELS O PÚBLICO VIAJANTE - MOCHILEIRO IMPORTÂNCIA DO MOCHILEIRO NO TURISMO MITOS E PRECONCEITOS ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO DOS HOSTELS

40 3. QUESTIONÁRIOS 48 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS VISITA DE CAMPO REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS

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S U M Á R I O 66 5. A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER DE CONTAINER DE TRANSPORTE PARA A ARQUITETURA MEDIDAS E PADRÕES ISOLANTES TÉRMICOS E ACÚSTICOS REFERÊNCIAS DE CONTAINERS

90 6. STEEL FRAME - APOIO AO CONTAINER 96 7. DIAGNÓSTICO DA ÁREA LOCALIZAÇÃO LEGISLAÇÃO PROGRAMA DE NECESSIDADES

120 8.PROJETO 172 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11


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1. INTRODUÇÃO 13


INTRODUÇÃO

OBJETO O presente trabalho busca estudar e compreender os tipos de hospedagem, com enfoque nos albergues, sendo este economicamente mais barato – são conhecidos também como hostels –, a partir da elaboração de um projeto deste tipo para área central da cidade de São Paulo, dado que observou-se, segundo Giaretta (2003), um processo de crescimento significativo o setor de hospedagem, dos quais, os hostels estão classificados de tal forma. A definição do local para a implementação do projeto foi a região do Baixo Augusta, uma vez que se trata de uma região de encontro e valorização de diversas culturas, próximo a eixos turísticos importantes da cidade e com transporte público acessível, características estas correlacionadas com o alberguismo, conforme Giaretta (2003). Diferentemente de um hotel, onde a hospedagem é privativa e com pouca interação entre os hóspedes, os hostels incentivam os usos das áreas comuns, estimulando a interação social dos seus frequentadores. O projeto tem como premissa o uso coletivo através das áreas compartilhadas e dormitórios que atendam as necessidades dos hóspedes. 14

Além disso, o projeto também busca atender á questões como a conscientização ambiental, a partir da reutilização de containers (recipiente de metal de grandes dimensões, destinado ao armazenamento e transporte de carga), o conforto térmico, conforto acústico, ventilação e iluminação natural de modo a possibilitar um local eficiente e confortável para o público.


Devido ao crescimento do turismo em São Paulo, percebeu-se que, de acordo com o Observatório de Turismo e Eventos de São Paulo (OTE/SP), o viajante busca uma diversificação, quanto ao entretenimento e o dinamismo, na oferta de serviços de hospedagens. Dessa forma, surge a necessidade de oferecer uma variedade infraestruturas de hospedagem que atendam a novas modalidades de turismo, são elas: associativo, social, estudantil, natureza, alternativo. O turismo associativo (parte integrante do turismo social), conforme Giaretta (2003), é fomentado por organizações em forma de associações e organizações não governamentais, lugar em que promovem algum tipo de lazer e turismo em prol da sociedade. Já o turismo social busca atender às classes menos favorecidas, com rendimentos modestos, que permitem a participação na atividade turística. Enquanto o turismo estudantil aborda todas as viagens e excursões praticadas por estudantes, tendo a finalidade de complementar e ampliar conhecimentos para sua vida professional e as viagens de formatura são consideradas como conclusão de uma etapa da vida acadêmica. E por último, o turismo da natureza é voltado para o contato com a natureza

e a evasão urbana, onde busca uma volta ao meio natural, contemplando-a e integrando-a esses recursos turísticos naturais para suas atividades de lazer. Nos últimos anos, o turismo alternativo, caracterizado por um público que foge da massa, organiza as viagens por conta própria ou em um grupo mínimo de pessoas, se preocupa com o meio ambiente e respeito à comunidade local, apresentou maior destaque entre os outros tipos de viagens. Percebeu-se que esse tipo de turismo é consumido principalmente pelo público com faixa etária entre 24 e 31 anos. Esse fato devese às campanhas publicitárias que divulgam e incentivam esse tipo de viagem principalmente para esse público. Juntamente com o aumento do turismo alternativo, a divulgação do movimento alberguista também se elevou, uma vez que esse tipo de hospedagem se caracteriza pelo preço baixo, o qual é compatível com o perfil econômico do principal público frequentador, os jovens. O alberguismo é uma modalidade do turismo alternativo, em que seu público normalmente busca por uma hospedagem simples com o mínimo de conforto, porém, com segurança 15

INTRODUÇÃO

JUSTIFICATIVA


INTRODUÇÃO

JUSTIFICATIVA e limpeza, atendendo as necessidades mínimas destes frequentadores. A partir destas características, o hostel é reconhecido como um tipo de hospedagem alternativa, proporcionando o seu baixo custo financeiro, qualidade e bemestar. Segundo a rede americana Cable News Network (CNN) e o National Geograpic, as atrações da cidade de São Paulo é a quarta melhor entre as capitais do mundo. Parte disso, deve-se a região popularmente conhecida como Baixo Augusta, que se refere a toda a extensão da Rua Augusta, desde a Avenida Paulista até o Elevado Presidente João Goulart, e seus arredores. “Reduto das mais diversas tribos, o local tem opções para todos os perfis” (CIDADE DE SÃO PAULO, 2018).

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Desenvolver um projeto de monografia para a região central de São Paulo com uma hospedagem alternativa, onde atualmente encontram-se apenas hotéis de diversas categorias, a partir da implantação de uma nova tipologia de hostel, a fim de expandir o movimento alberguista com qualidade e fazer com que este se transforme em uma das principais opções de hospedagem para os viajantes, incentivando o turismo local, dado que o custo financeiro do viajante será proporções mais baixas relacionado à estalagem. Compreender a influência dos albergues no setor do turismo nacional e local, por meio de um breve histórico e estudos de caso, entender seus aspectos econômicos, sociais e culturais e estudar todas as questões pertinentes desse tipo de hospedagem.

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INTRODUÇÃO

OBJETIVO


INTRODUÇÃO

CONTEÚDO A monografia será composta por três partes: contextualização (abordagem do tema), referências (estudos de caso/visitas) e projeto (desenhos, 3D, proposta). O conteúdo a ser abordado na contextualização do trabalho será composto pelo histórico do movimento alberguista no mundo e no Brasil, qual é a filosofia pregada por esses viajantes, e como caracterizar os hostels no âmbito do turismo. Ainda se tratando do mercado turístico, se discorrerá a respeito deste crescente mercado no Brasil e as preferências dos consumidores, demonstrando resultados a partir de questionários realizados em campo de pesquisa através de tabelas, gráficos e conclusões. Por seguinte, será tratado sobre as referências de estudo para a elaboração e concretização deste projeto, sendo realizado de duas maneiras os estudos de caso. Foi analisado casos nacionais (visitas de campo em alguns hostels reconhecidos na cidade de São Paulo) e internacionais (pesquisa), que no decorrer deste trabalho foi exposto impressões pessoais descritivas e analíticas. Quanto a parte do projeto será desenvolvido o diagnóstico da área (localização do terreno, 18

zoneamento, legislação, sistema viário, uso e ocupação do solo, gabaritos); o programa de necessidade; o estudo da área através de esquemas e croquis com a elaboração das primeiras ideias; a proposta final com desenho de plantas, cortes, elevações e 3D; detalhamento do mobiliário e estrutura.


Inicialmente o estudo desse tema, parte da curiosidade pessoal em estudar com maior aprofundamento o turismo em São Paulo, já que cada vez mais as pessoas se interessam em viajar. Para essa pesquisa, parte-se de referenciais teóricos sobre o turismo e sua importância histórica, econômica e cultural, desde um ponto de vista mundial ao local, por meio dos dados de órgãos como o World Travel Turism Council (WTTC), Ministério do Turismo, Observatório de Turismo e Eventos de São Paulo, para entender o quanto o turismo influência economicamente no Brasil, mais precisamente em São Paulo e o quanto este setor cresceu ao longo dos anos.

em estudo. Além disso, a Hostelling Internacional, uma instituição sem fins lucrativos que auxilia na aproximação dos hostels ao redor do mundo e estabelece questões para esse tipo de hospedagem, também auxiliou nas definições desse tipo de hospedagem. Para a definição do local de implantação, foi realizado análises do entorno da região de estudo, abordando questões como mobilidade, proximidade com pontos turísticos e demanda da região. A partir de toda essa abordagem, foi possível começar a desenvolver o projeto, tendo em base referências projetuais e estudo de campo, onde trouxe identidade própria do container para a arquitetura.

Para uma melhor compreensão do tema, foram realizadas leituras de fontes bibliográficas, que abordam as seguintes questões: tipos de turismo, a evolução histórica do alberguismo mundialmente e no Brasil, os albergues e os backpackers (tipo de viajante, o qual vem crescendo nos últimos tempos). Também foram realizados questionários e estudos de caso, que auxiliaram a identificação do perfil e necessidades dos usuários do projeto 19

INTRODUÇÃO

METODOLOGIA


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2. CONTEXTUALIZAÇÃO 21


CONTEXTUALIZAÇÃO

TURISMO NACIONAL O turismo é uma prática econômica e social, no qual consiste de pessoas e lugares, desde os que se deslocam pelo mundo, como pelos espaços que emitem e recebem esse fluxo de viajantes, oferecendo serviços turísticos. “A indústria de viagens e turismo está crescendo em importância na economia do Brasil. Ela é responsável por 8,5% do PIB brasileiro, total de R$ 530 bilhões – U$ 152 bilhões – gerando mais de sete milhões de empregos ou 7,8% do total dos empregados do país, prevendo para as próximas décadas mais de 9% de PIB, R$ 740 bilhões e mais de 8,9 milhões de empregos”. (WTTC – Presidente David Scowsill).

A atividade turística pode contribuir para melhorar as condições de vida da população local. Proporcionando ganhos e melhorias para a região através de uma implantação básica de infraestrutura não somente para os turistas, mas também para os residentes. O turismo de massa é o segmento mais praticado no Brasil, que segundo Rita de Cássia Ariza da Cruz – Professora Doutorada do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – é uma forma de organização do turismo que envolve o agenciamento da atividade bem como a interligação entre o agenciamento, transporte 22

e hospedagem, de modo a proporcionar o barateamento dos custos da viagem e permitir, consequentemente, que um grande número de pessoas viaje. Os motivos pelos quais, geralmente, o turista vem ao Brasil, são motivados pelos segmentos de ecoturismo, negócios e eventos, turismo religioso, turismo de sol e praia. Dependendo da localização, é possível observar padrões de comportamentos, variando desde os mais virtuais a pessoas que buscam mais liberdade e desprendimento das modernidades. O Brasil tem ganhado grande visibilidade internacional devido aos grandes eventos que ocorreram no país, como Rio + 20 (2012), Jornada Mundial da Juventude (2013), Copa do Mundo FIFA (2014), Rock in Rio (2013, 2015 e 2017) e Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 (agosto e setembro, respectivamente). Esses grandes eventos possibilitam o país se tornar um destino de maior atração para turistas. É importante ressaltar que não é apenas o turista estrangeiro que é atraído para o país, mas o visitante nacional também é impactado positivamente por esses tais acontecimentos.


Inúmeras multinacionais no segmento do turismo de massa e de luxo realizam investimentos altos, atraindo toda a atenção governamental. Desta forma, há um descaso dos governos em relação aos investimentos do turismo backpacker, tanto no Brasil como também em muitos países. Pensa-se que esse segmento não movimenta a economia como outros, por ser de um perfil mais econômico deste tipo de viagem em relação aos demais (NURCHIS, 2015, p. 10).

Quadro 1: Comparação de gastos entre turismo de massa e backpacker:

Fonte: SAWAKI, 2010 apud STORNIOLO, 2011. Adaptado por Marina Bianchi Nurchis (2015).

Por outro lado, países onde esse segmento é visto como forma positiva, comprova-se a sua capacidade de movimentar a economia, na qual o mochileiro tem um gasto maior, permanecendo mais dias viajando, do que o turista de massa, como mostra a seguir:

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CONTEXTUALIZAÇÃO

O turismo backpacker (mochileiros em português), se contrapõe a esse tipo de turismo, sendo mais praticado e estudado no meio acadêmico. Embora os mochileiros sejam encontrados em muitos lugares do mundo, no Brasil, eles continuam sendo um número menor do que em países como Austrália e Nova Zelândia.


CONTEXTUALIZAÇÃO

Turismo na Cidade de São Paulo Segundo o Observatório de Turismo e Eventos de São Paulo (OTE/SP) - núcleo de pesquisas da Prefeitura de São Paulo - foi divulgado um crescimento de público e também de atividades ligadas ao meio turístico em 2017. Houve 15,44 milhões de visitantes na cidade no último ano, onde 12,69 milhões foram nacionais e os 2,75 milhões de internacionais. O aumento de público foi de 3,76 % a mais do que o período anterior, fora a taxa de ocupação dos hotéis de 5,5 %. O aumento de passageiros nos aeroportos e rodoviárias teve uma alta de 0,3 % e 1,3 %, respectivamente. Aumentou, principalmente, a ocupação hoteleira durante os finais de semana, demonstrando interesse crescente pelos atrativos culturais e gastronômicos, segundo o Diretor de Turismo da SPTuris, Eduardo Colturato. Houve uma melhoria na infraestrutura, qualificação dos serviços e legalização do setor. Segundo o Ministério do Turismo, São Paulo encontra-se em 4º lugar quando o destino é voltado para o Lazer, já quando é para Negócios, Eventos e Convenções, encontra-se em 1º lugar, até mesmo por outros motivos. Em 2017, desde congressos, simpósios, feiras até conferências agitaram a cidade de São Paulo. 24

Além de contar com eventos fixos na capital, contou com a Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, realizado em novembro no Anhembi, reunindo cerca de 25 mil advogados e estudantes, no qual não era realizado há quase cinco décadas. Ao todo, foram 41 eventos captados, com um público mais de 105 mil participantes, movimentando em serviços com visitantes cerca de R$ 68,1 milhões.


De acordo com Maria José Giaretta, do livro Turismo da Juventude, antes da criação dos hostels, surgiram alguns movimentos ligados ao alberguismo, na qual hospedavam ou associavam pessoas que buscavam o coletivismo, como os estudantes medievais bolsistas, que viajavam de uma universidade europeia à outra e procuravam acomodações temporárias em mosteiros. Outro exemplo, são os artistas e artesãos que viajavam em busca de conhecimentos e novas técnicas, hospedando-se em alojamentos disponibilizados pelas associações dos quais eram membros. A partir do século XIX, os católicos e os protestantes abrigavam em seus mosteiros, igrejas e templos, para viajantes necessitados de um local para pernoitar. A partir do ano de 1844, George Williams fundou a YMCA – Young Men’s Christian Association, um local em que oferecia acomodações, atividades físicas e culturais, em busca de uma qualidade melhor de vida. Como organização familiar, também surgiu a ACM – Associação Cristã de Moços, em 1855, ambas na Grã-Bretanha. Outros movimentos alberguistas como clube de esquis, clube de caminhadas e associação de escoteiros também contribuíram para estes movimentos.

mesmo período, na Europa, possibilitou o surgimento das primeiras agências de viagens, dos primeiros hotéis, da invenção do pneu, da bicicleta, do automóvel com motor, ou seja, movimentos relacionados ao turismo, decorrentes da Revolução Industrial, que contribuíram com a idealização dos hostels. Segundo a FIAJ – Federação Internacional de Albergues da Juventude, o percursor do movimento alberguista foi Guido Rotter, iniciado por motivos educacionais, como o surgimento de albergues escolares em 1884, entretanto, atendiam somente 2% dos alunos alemães. Através destas influências, o professor Richard Schirrmann denominou os albergues da juventude mundiais como Youth Hostel – até 1990 –, que tinha como método didático ministrar aulas fora da sala. Desta forma, no ano de 1912 foi inaugurado o primeiro albergue da juventude, que funciona até os dias atuais, em Altena (Alemanha). Era um antigo monumento restaurado que possuía dormitórios, banheiros coletivos separados por sexo e cozinha.

O desenvolvimento das estradas de ferro neste 25

CONTEXTUALIZAÇÃO

SURGIMENTO DO ALBERGUISMO NO MUNDO


SURGIMENTO DO ALBERGUISMO NO MUNDO CONTEXTUALIZAÇÃO

Em 1926, Schirrmann escreveu um manual orientando como construir um hostel, do qual, deveria ser simples, funcionais e preservando a paisagem. O movimento se espalhou pela Europa, chegando aos países: Suíça, Polônia, Holanda, Inglaterra, Noruega, França, Bélgica e Escócia. Com essa expansão, em 1932 foi criada a Internacional Youth Hostel Federation (IYHF).

Figura 01: Richard Schirrmann, no meio, ao lado dos secretários da associação de albergues da juventude na Inglaterra.

Figura 02: O primeiro hostel em Altena – Alemanha 26

Juntamente com o Schirrmann, os membros da Associação Americana viajaram pela Europa, para reabrir e reconstruir novos albergues da juventude. O seu crescimento ocorreu entre os anos 50 e 60, pela massificação do turismo, após uma década já tinha se expandido chegando aos 10 mil hostels em diversos países. A evolução da tecnologia foi marcada nos anos 80, iniciando um estudo de sistema mundial de reservas e capacitar funcionários para os hostels. Desde os anos 90, houve uma preocupação maior com o marketing. Foi realizada uma Conferência no Japão, apresentando o plano de marketing para uma forma mais agressiva, tanto que a marca Youth Hostel foi alterada para Hostelling International. Dois anos seguintes, os hóspedes de qualquer país poderiam fazer reservas online, garantindo sua reserva no destino escolhido, pelo Internacional Booking Networking (IBN).


De acordo com Maria José Giaretta, do livro Turismo da Juventude, um casal de brasileiros chamados Yone e Joaquim Trotta, estudaram em Paris e conheceram alguns hostels da cidade, decidindo trazer essa ideia para o Brasil, em 1956. No ano seguinte, reuniram um grupo de brasileiros para uma excursão pela Europa, hospedando-os nos hostels que passavam. Quando voltaram, o casal Trotta divulgou em todo o país, através de campanhas em escolas e universidades esta nova modalidade de hospedagem – foi à primeira fase teórica chamada por eles. Resolveram implantar os albergues da juventude a partir de 1961, com o auxílio da Federação Europeia. A proposta só foi executada em 1965 na cidade de Rio de Janeiro, no bairro de Ramos. Chamava-se Residência de Ramos e composto por 36 leitos, onde recebiam estudantes e também de outros Estados do Brasil e mochileiros. Contudo, funcionou de 1965 até 1973. Pela primeira vez, teve a participação do Brasil no movimento internacional, o casal Trotta foi convidado pela Federação Internacional de Albergues da Juventude para participar da Conferência Internacional de Albergues da

Juventude, realizado na Finlândia, em 1970. Já em 1971, foi criada a Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ), no Rio de Janeiro, para a emissão de carteiras de sócios dos albergues da juventude. Entretanto, ficou estagnado durante sete anos, com a ditadura militar no Brasil. Desde 1978, o Presidente da Federação Brasileira dos Albergues da Juventude, exigiu a adequação dos albergues brasileiros nos padrões internacionais. Teve apoio fornecido pela Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), crescendo o alberguismo no Brasil. Através de campanhas feitas nas mídias dirigidas ao públicoalvo, aumentou a demanda dos albergues e despertou interesse de proprietários de imóveis para fazerem parte deste segmento. A consolidação do movimento alberguista aconteceu, de fato, em 1990, mas foram realizadas algumas melhorias de qualidade e serviços dos estabelecimentos, exigidas pela Federação Brasileira de Albergues da Juventude como: cursos de capacitação, participação do Brasil em encontros internacionais, implantação do sistema internacional de reservas, conexão do movimento com a internet, campanhas de marketing e a preocupação com a natureza. 27

CONTEXTUALIZAÇÃO

Surgimento do Alberguismo no Brasil


CONTEXTUALIZAÇÃO

O QUE SÃO HOSTELS? Os hostels são um meio de hospedagem alternativa que oferecem diversas tipologias de acomodações econômicas, dependendo do perfil do usuário, incentivando a integração entre os hóspedes de diversas partes do mundo por meio de espaços compartilhados, valorizando assim as experiências da viagem. Oferece conforto, segurança, limpeza e atendimento aos clientes. Dentro de varias definições existentes, a Embratur definiu como: “Meio de hospedagem peculiar de turismo social, integrado ao movimento alberguista nacional e internacional, que objetiva proporcionar acomodações comunitárias de curta duração e baixo custo com garantia de padrões mínimos de higiene, conforto e segurança”. (GIARETTA, p. 77, 2003).

Segundo o Ministério do Turismo, hostel é definido como:

“Estabelecimento comercial de hospedagem com instalações e serviços básicos, que visam atender segmentos sociais com recursos financeiros modestos, como estudantes e aposentados. Apresenta unidades habitacionais, simples, comportando quartos individuais ou dormitórios coletivos”. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2017).

Segundo o Joaquim Trotta, pioneiro alberguismo no Brasil, hostel é definido: 28

do

“Os Albergues da Juventude Internacionais existem para ajudar os jovens a viajar, conhecer e amar a natureza e apreciar os valores culturais das pequenas cidades e grandes metrópoles. Estes variam de região para região, mas as características gerais são as mesmas, ofertam dormitórios, toaletes separados por sexo, sala de estar e cozinha e são regidos por uma filosofia mundial”. (GIARETTA, p.78, 2003).

Possuem um sistema de compartilhamento de dormitórios, no qual é vendida a cama, permitindo que no mesmo quarto, outros hóspedes possam se hospedar com reservas independentes, viabilizando assim o preço final para o turista. Oferecem um padrão mínimo de conforto, num ambiente descontraído, com outros espaços de convivência e de utilização comum para incentivar a integração entre os hóspedes, criando a oportunidade de aumentar o círculo de amizades com outras pessoas que viajam pelo mundo. Segundo a International Youth Hostel Federation (IYHF) existem quatro pilares principais para hospedagens alternativas, como o hostel. O primeiro é o conforto, havendo uma quantidade mínima de chuveiro e sanitários (um para cada seis pessoas) e a dimensão da cama ser no mínimo 0,80 x 1,90 m. O segundo é a privacidade, onde os banheiros devem possuir uma separação


CONTEXTUALIZAÇÃO

entre masculinos e femininos. Como terceiro pilar, têm-se a segurança, embora os hóspedes tenham o dever de cuidar dos seus pertences, cabe ao hostel se prevenir, garantindo a segurança deles. Geralmente, disponibilizam armários com fechaduras para guardar os objetos de valor, em que muitas vezes o hóspede já providencia o seu cadeado pessoal. O quarto, e último pilar, é ser bem localizado, onde seja de fácil acesso, que seja fácil para o deslocamento de transporte coletivo e perto dos principais pontos da cidade. “A prática de filosofia alberguista se realiza nos aspectos físicos dos albergues da juventude, onde os participantes de diferentes partes do país e do mundo terão a oportunidade de conviver e praticar os princípios de filosofia: desenvolver o espírito comunitário; solidariedade; ausência de preconceitos e discriminação de raça, nacionalidade, cor, religião, classe social, política e respeito com o meio ambiente”. (GIARETTA, p. 103, 2003).

Contudo, a principal diferença entre hotéis e hostels é o compartilhamento das acomodações e de espaços destinados ao uso comum. Entretanto, a experiência por se hospedar nos hostels, oferece uma oportunidade de convivência, troca de culturas, senso coletivo e de democratização de atividade turística, contribuindo para a sua formação pessoal. 29


CONTEXTUALIZAÇÃO

TIPOLOGIA DE HOSTELS Atualmente, existe uma diversidade tipológica de hostels, que buscam atender as expectativas da demanda, do poder aquisitivo dos empreendedores e dos hóspedes. É possível encontrar desde edificações históricas restauradas ou transformadas adaptadas ao uso de hospedagem, como proprietários utilizando suas próprias moradias ao novo uso ou novas construções contemporâneas implantadas

• Recepção aberta 24h. Deve possuir ligação externa direta;

Como a Hostelling International (HI) e a Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ) não determinam um padrão de modelo arquitetônico ou construtivo para os hostels que se credenciam. Segundo a FBAJ, é preciso compreender a individualidade de cada região, as particularidades e a herança cultural, desde que se adequem ao padrão de qualidade exigido. Como por exemplo, segundo a HI (2016):

Por meio de uma análise dos pré-requisitos da Hostelling International e da disposição dos ambientes de exemplos internacionais e nacionais, é possível estabelecer um padrão tipológico para os hostels. Geralmente são construções verticais, com mais de três pavimentos ou construções horizontais, com até três pavimentos.

• O imóvel deve encontrar-se em município de interesse turístico, em local de fácil acesso, próximo a um ponto de parada de transporte coletivo; • Deve oferecer, no mínimo, 40 leitos, acomodação para guias acompanhantes e motoristas; • Quartos de família e de casal; 30

• Dormitórios coletivos com área mínima por leito de 2,80 m², 75 cm de distância entre camas e 90 cm de altura entre leitos; • Sanitários coletivos, divididos por sexo, com média e um sanitário a cada oito hóspedes.

Para as construções verticais, geralmente com uma implantação que ocupa todo o terreno, possui acomodações dispostas entre os andares, com parte das áreas comuns localizadas no térreo. Nesses casos, o último pavimento é destinado à área de lazer, onde normalmente é um terraço com uma piscina e conectado a outras áreas comuns, como cozinha e refeitório. Portanto, a maioria das áreas comunitárias se integra a área de lazer, gerando um espaço de convivência.


O posicionamento das áreas comuns e de convivência é o principal elemento definidor da disposição dos ambientes. De fato, funcionam como uma espécie de coração dos hostels, uma vez que a maioria das áreas estão conectadas a eles, sendo responsáveis por incentivar o contato e a socialização dos hóspedes, uma das principais premissas da filosofia alberguista. Observa-se, em regiões predominantes quentes, há uma grande valorização de áreas ao ar livre, com exposição ao sol, permitindo um contato mais próximo com o ambiente externo.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Já para as construções horizontais, a disposição acontece de maneira diferente. A área de convivência, geralmente, se localiza ao centro do edifício, como um pátio e as acomodações dispostas no entorno. A área de lazer, normalmente no térreo, possui uma ligação com a área comunitária central, bem como a cozinha, refeitório e outros ambientes de uso comum. Há alguns casos em que a área de lazer é posicionada ao fundo ou na lateral do terreno, dependendo da volumetria e de sua relação com o entorno urbano. Figura 03: The Hostel Vila Mariana - casa abandonada e restaurada para ser um hostel.

Figura 04: Autoria Própria - SP011 Hostel - .casas adaptadas para ser um hostel. 31


CONTEXTUALIZAÇÃO

O PÚBLICO VIAJANTE - MOCHILEIROS Não existe uma definição clara de backpackers, mas de modo geral são chamados de “pé na estrada”, quem viaja sem destino, fora de planejamentos convencionais. A cultura dos mochileiros se originou no ano de 1960, criada pelo escritor norte americano Jack Kerouac, autor do livro On the road (Pé na estrada). Normalmente são estudantes ou pessoas que viajam independentes ou com um grupo pequeno de companheiros, buscando interesses próprios para viverem novas experiências. Aproveitam para trocar informações com outros numa atmosfera relaxante e animada. Podendo buscar atividades culturais, vida noturna, gastando o mínimo e, quando realizam esse tipo de viagem e se hospedam nos hostels, estão carregando seus pertences necessários nas mochilas. “Os mochileiros não constam das estatísticas do Embratur e não constituem nenhum público-alvo para as empresas turísticas, porque estes não querem nada com os hotéis e nem compras exorbitantes. Desejam mergulhar na cultura do lugar visitado. Eles buscam aventura, experiências e cultura, os viajantes independentes desprezam a “superficialidade” dos pacotes turísticos de agências”. (GIARETTA, p.25, 2003).

Os mochileiros são considerados viajantes informais de espírito aventureiro, dotados de 32

conhecimento e cultura, geralmente não planejam o seu destino ou a quantidade de dias que irão permanecer, apenas carregam consigo uma mochila. Buscam novos desafios, se adaptam facilmente no lugar, querem conhecer a cultura, gastronomia, sem desrespeitar o meio ambiente. Não gostam de conhecer os atrativos turísticos mais enfatizados, preferem o desconhecido, algo que não seja o convencional. Geralmente, fotografam ou registram em seus diários pessoais, os fatos reais do local. Quando retornam aos seus países de origem, os viajantes obtêm suas recompensas pessoais no decorrer da viagem. São experiências que aumentam a competência pessoal, a segurança em si, aumenta o conhecimento, estimula a mente, melhora a comunicação com pessoas de outros países, podendo aperfeiçoar e/ou aprender um idioma.


O aparecimento dos hostels ou albergues da juventude foi graças ao estilo de viagem dos mochileiros, já que utilizam como uma alternativa para acomodações e as demais opções de hospedagens não se encaixam nos padrões de viagem dos mochileiros. Além disso, a grande demanda turística jovem impulsionou o crescimento de ofertas de hostels, melhorando as condições de mobilidade, segurança e acessibilidade econômica quando forem viajar. Pensando economicamente, o turismo de mochileiro exige acomodações mais simples e econômicas, por este lado é mais vantajoso, o que requer menores investimentos quando comparado a um turismo de massa. Desta forma, os mochileiros conseguem estender mais a sua estadia, podendo usufruir mais dos serviços do destino escolhido e gastar o dinheiro localmente do que nos pontos turísticos. Como viajam bastante, a probabilidade dos mochileiros retornarem no futuro é muito grande. Em comparação aos viajantes tradicionais, percebe-se que os mochileiros usufruem mais dos serviços locais do que qualquer outro viajante. Entretanto, o turismo de mochileiro não é muito valorizado, já que os governantes dos países em desenvolvimento têm os desprezado, portanto

concentram maior parte dos investimentos e de esforços para o turismo de luxo e massa. Por falta de conhecimento e da importância que esse turismo pode oferecer, tem gerado uma imagem negativa à contribuição econômica. “Uma vez que não há incentivo governamental, isso também pode refletir na questão educacional e no caso do turismo backpacker, constatouse que os estudos no Brasil sobre o tema pesquisaram o perfil do turista backpacker internacional viajando pelo Brasil, os aspectos do marketing relacionado a esse segmento e a utilização online de informações para os segmento de viajantes independentes”. (FILHO, p.10, 2010).

Figura 05: Pinterest - Mochileiros pelo mundo. 33

CONTEXTUALIZAÇÃO

IMPORTÂNCIA DO MOCHILEIRO NO MUNDO


CONTEXTUALIZAÇÃO

MITOS E PRECONCEITOS Historicamente, durante as décadas de 60 e 70, o segmento mochileiro foi associado ao turismo hippie. O movimento hippie é caracterizado por ter um estilo de vida nômade e um modo de vida junto com a natureza, negando os valores tradicionais de classe média e da economia capitalista. Certamente, ao longo dos anos, foi se confundindo com a filosofia alberguista de interação social e sobre as acomodações. A própria aparência dos hippies, geralmente de com cabelos longos e barbas, considerando-os anti-higiênicos e usuários de drogas ilícitas, foram fatores que contribuíram para a má reputação dos mochileiros (AOQUI, 2005). Mesmo com tantas transformações e avanços sociais, ainda associam a figura desses dois personagens, como um mesmo público. Há uma notável diferença entre o perfil dos hippies e os alberguistas. No geral, o mochileiro tem uma escolaridade, solteiro, é de classe média e com objetivo de gastar o mínimo em suas viagens, explorando o máximo do destino, sendo assim representando a modalidade de turismo e não o seu estilo de vida. O mochileiro, em sua maioria, como o turista convencional, tem uma vida rotineira de trabalho e/ou responsabilidades, diferentemente dos hippies, não sobrevive da subsistência, não vive o seu cotidiano como 34

nômade e nem em comunidades coletivistas de ideais libertários.

Figura 06: Pinterest - Movimento hippie anos 70.

Desde a chegada dos albergues no Brasil, esses estabelecimentos têm sido alvos de mitos e preconceitos. Muitos brasileiros ainda desconhecem essa hospedagem alternativa, gerando certa desconfiança e diversas impressões errôneas. Preconceitos desde os usuários que utilizam albergues assistenciais, instituições públicas ou privadas, onde dão auxílio e abrigo temporário a pessoas carentes, geralmente moradores de rua ou pessoas que perderam bens, famílias e moradia em tragédias. Entretanto, só pelo nome “albergue” gera uma imagem


É importante ressaltar que, alguns hostels independentes ou não credenciais a federações e organizações de albergues, se aproveitam das particularidades da hospedagem alberguista de simplicidade e economia para oferecer um serviço de baixa qualidade. Sem a exigência de padrões de qualidade feita pela Hostelling International, muitos albergues acabam oferecendo instalações precárias, fator que agrava a impressão negativa dos turistas sobre os hostels.

CONTEXTUALIZAÇÃO

distorcida do que realmente é. Segundo a FBAJ, cogitaram a ideia de modificar a nomenclatura do movimento no Brasil, devido ao preconceito que o vocábulo “albergue” costuma causar.

Figura 07: Globo.com - Albergue temporário para moradores de rua.

Os hostels cada vez mais querem diversificar o seu público, para que o turismo desse tipo seja acessível a todas as pessoas, desde casais, famílias, crianças e idosos, sem haver discriminação de raça, idade, sexo ou cor. Além disso, os hostels têm a missão de educar através do turismo, valorizando a cultura local, sua história e incentivando a convivência em sociedade, também se mostram como aliados a esse turismo (GIARETTA, 2003).

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CONTEXTUALIZAÇÃO

ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO DOS HOSTELS Com novas atrações no mercado imobiliário, os clientes estão cada vez mais exigentes na escolha de novos produtos, sendo necessário adequar às necessidades dos clientes. A busca por diferenciação e a mudança do perfil do público-alvo, os hostels passaram a inovar desde os quartos individuais, como também a possuírem bares e a organizarem festas temáticas abertas ao público.

Outra estratégia que está em prática no mundo e no Brasil são os hóspedes que trabalham voluntariamente como funcionários, em troca de hospedagem gratuita, chamados de worldpackers. Incentivando a troca de experiências entre viajantes e possibilitando poupar dinheiro para conhecer o local, trabalhando por no mínimo um mês.

Novos conceitos surgiram como “hostel boutique”, “hostel design” e “hostel da galeria de arte”. Originalmente vindo da proposta dos hotéis, estes hostels são estabelecimentos que tem uma característica própria, possuindo uma decoração inovadora em todas as acomodações. Desta forma, destacam-se mais pela construção e decoração, tirando a imagem marginalizada que tiveram anos atrás. Depois da independência dos hostels cadastrados nos sites intermediários, como os das associações, os mesmo também estão utilizando-se mais das redes sociais para atrair e vender diretamente aos clientes, por meio de buscadores, sites especializados como o Hostelworld, o Booking e o próprio site de hostels, estrategicamente, tornando-se um canal mais acessível e direto para os viajantes. 36

Figura 08: Programa dos Worldpackers para trabalhar.

Entretanto, não significa que os hostels estejam abandonando a proposta de quartos e banheiros compartilhados, mas gostariam de abranger um público maior aos diversos tipos de viajantes. Possibilitando a ideia de ter mais espaços exclusivos e com maior convívio e interação.


Figura 09: U Hostel casais.

Um dos quartos privativos para

Conforme os anos foram passando, os hostels têm mostrado suas inovações com novas tecnologias, destacando-se nos demais meios de hospedagens e aumentando a ocupação e a estabilidade no mercado. Já no Brasil, os hostels se destacaram por novelas, programas e revistas especializadas.

Figura 10: U Hostel - Um dos quartos privativos para amigos/ familiares. 37

CONTEXTUALIZAÇÃO

Precisam preservar as boas classificações dadas pelos seus usuários, renovando e valorizando as avaliações, para melhorar os pontos criticados. São avaliados por cidade, país, critérios de custobenefício, instalações, ambiente, localização, equipe, segurança e limpeza, segundo o Hostelworld. Além disso, são considerados hostels de pequeno porte de até 75 camas, médio de 76 a 150 camas, grande de 151 a 349 camas e o superior com mais de 350 camas.


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3. QUESTIONÁRIOS 39


QUESTIONÁRIOS

QUESTIONÁRIOS Com a realização dos questionários foi possível definir quais as principais procuras do público frequentador de hostels, como por exemplo, a localização mais procurada e as cidades brasileiras que mais desperta o interesse.

Gráfico 02 e 03: O que te motiva a realizar uma viagem? BRASILEIROS

ESTRANGEIROS

Foram realizados dois questionários, respondidos por 200 brasileiros e 200 estrangeiros, sendo estes últimos respondidos por diversos países do mundo: Gráfico 01: Países que responderam o questionário

Indicação de amigos ou familiares Pesquisas em internet, revistas e jornais Diversão, lazer, esportes e festivais Custo de viagens promocionais Visitar familiares/ amigos Negócios e/ou congressos

Outro dado identificado relaciona-se com a companhia dos viajantes, tanto os brasileiros como os estrangeiros preferem viajar com suas famílias, além disso os entrevistados têm preferência em viajar no verão, de acordo com os dados a seguir: Dessa forma, foi identificado que tanto os brasileiros como estrangeiros são motivados a realizar uma viagem, por meio da internet, revistas, jornais e guias e também por diversão, lazer, festivais e esportes, como mostra os gráficos a seguir:

40


BRASILEIROS

ESTRANGEIROS

um fator determinante na escolha do local de hospedagem, como mostra os gráficos abaixo: Gráfico 08 e 09: Ao escolher o tipo de hospedagem, é importante que sua localização esteja/seja: BRASILEIROS

ESTRANGEIROS

Sozinho (a) Na companhia de namorado(a) Em família Grupo de Turismo Parceiros de Trabalho Gráfico 06 e 07: Em que época do ano você prefere viajar? BRASILEIROS

Inverno

Verão

ESTRANGEIROS

Outono

Primavera

O resultado obtido pela pergunta que aborda a localização da hospedagem, foi muito importante para a escolha do terreno do projeto, pois identificou-se que a maioria dos entrevistados optam pela proximidade dos meios de transporte

Próxima de pontos turísticos Próxima de meios de transporte Num bairro tranquilo Num bairro movimentado Custo benefício atraente

Para a definição do programa de necessidades do hostel, realizou-se a seguinte pergunta: “Qual a finalidade principal ao escolher uma hospedagem?”, dessa forma foi identificado que os brasileiros preferem o conforto dos dormitórios, já os estrangeiros preferem a tranquilidade para relaxar, como identificado nos gráficos a seguir: Gráfico 10 e 11: Qual a finalidade principal ao escolher uma hospedagem?

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QUESTIONÁRIOS

Gráfico 04 e 05: Geralmente, durante as suas viagens, você vai?


QUESTIONÁRIOS

BRASILEIROS

ESTRANGEIROS

Para as 11 pessoas que responderam que não viriam para o Brasil, tem preferência em conhecer outros países primeiro e/ou a dificuldade do idioma atrapalharia, perdendo o interesse de visitar o Brasil, como mostra o gráfico a seguir: Gráfico 13: Quais são os motivos para não vir ao Brasil?

Ter espaços tranquilos para relaxar Ter boas camas para dormir Ficar no bar e/ou balada Socializar com os demais hóspedes

Para os estrangeiros foram feitas algumas perguntas específicas, como o interesse em visitar o Brasil, dos 200 que responderam: 137 tem interesse, 52 já vieram para o Brasil, sendo que três destes não voltariam para o país e 11 não viriam. A cidade brasileira que mais desperta o interesse é o Rio de Janeiro e em segundo lugar São Paulo, o que denota o crescimento do turismo na cidade. Gráfico 12: Qual a cidade brasileira que você quer mais conhecer?

Violência Assaltos País de custo alto Prefere conhecer outros países primeiros Dificuldade com o idioma

Para as 189 pessoas que tem interesse de visitar o Brasil ou que já vieram, foi perguntado se fossem para São Paulo, o que chamaria mais atenção na cidade, sendo um resultado decisivo para a escolha da localização do projeto, como mostra o gráfico a seguir: Gráfico 14: Se você viesse para São Paulo, quais são as atividades de maior interesse?

Rio de Janeiro São Paulo 42

Florianópolis Salvador

Foz do Iguaçu


Pontos Turísticos Gastronomia Diversidade cultural Shopping

Vida noturna

Em relação a preferência de hospedagem, identificou-se que tanto os brasileiros como os estrangeiros escolhem em sua maioria os hotéis, flats e/ou resorts, como mostra os gráficos abaixo:

Gráfico 17 e 18: Quais os principais motivos que o levaria a escolher um hostel? BRASILEIROS

ESTRANGEIROS

Gráfico 15 e 16: Qual o tipo de hospedagem é de sua preferência? BRASILEIROS

ESTRANGEIROS Custo benefício Oportunidade de interação social e cultural Animação e entreterimento Localização

Hotel, flat, pousada ou resort Casa de amigos ou parentes Casa alugada como Airbnb Casa própria Camping Hostel (albergue em português)

Já para aqueles que não se hospedariam em hostels, compartilhar quartos ou banheiros é um fator decisivo, sendo assim, mostra que só se hospedariam se fossem privativos. Tanto que os últimos hostels construídos já possuem quartos e banheiros privados para aqueles que queiram essa opção, desta forma pagam mais barato e atendem as suas necessidades. 43

QUESTIONÁRIOS

Como mostra os gráficos anteriores, o hostel não é a primeira opção de hospedagem escolhida pelos viajantes entrevistados, mas para os que se hospedam ou que se hospedariam em hostel, o principal motivo é o custo-benefício, como mostra nos gráficos a seguir:


QUESTIONÁRIOS

Gráfico 19 e 20: Por quais motivos você não se hospedaria? BRASILEIROS

Quartos compartilhados Segurança

ESTRANGEIROS

Banheiros compartilhados Limpeza

Gráfico 21 e 22: Estaria disposto a se hospedar em um hostel com: BRASILEIROS

ESTRANGEIROS

Quartos privados Banheiros privados Segurança aprimorada Melhores condições de limpeza

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Com os resultados obtidos, comprovou-se a decisão da área de estudo, uma vez que se encontra próximo do Metrô Higienópolis – Mackenzie – Linha Amarela e a Rua Consolação, que detém de tem diversas linhas de ônibus e ciclovia que se conecta com a Avenida Paulista e o centro da cidade de São Paulo. Como identificado nos questionários, o hostel não é a primeira opção de hospedagem para os viajantes entrevistados, devido ao compartilhamento de banheiros e dormitórios. Porém, atualmente os hostels apresentam diversidade tipológica em seus dormitórios e banheiros, dessa forma é possível encontrar lugares com quartos e banheiros privativos, atendendo a demanda das pessoas que não utilizariam quartos compartilhados.


45 QUESTIONÁRIOS


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4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 47


SP011 HOSTEL Arquitetos: Informação não disponibilizada Localização: Rua Padre Agostinho Mendicute, 85 Sumaré Área: Informação não disponibilizada Ano: 2016 Visita do local: 16 de Março de 2018 (sexta – feira) Público: casais, estudantes, executivos e viajantes Valor da diária: mínimo 138 | máximo 338 reais

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS

VISITA DE CAMPO

SUMARÉ

Figura 11: Google Maps - Localização do SP011 Hostel.

O SP011 está localizado na Vila Madalena, a cinco minutos a pé do Metrô Vila Madalena – linha verde. A rua onde se encontra o hostel é algo mais tranquilo, silencioso e conta com um vigia noturno, garantindo a segurança dos moradores e dos hóspedes. 48

O nome do hostel surgiu através do código de DDD – Discagem Direita à Distância – da cidade de São Paulo que é 011. Utilizado por alguém à distância e queira conversar com um paulistano, sendo assim o telefone facilitou o mundo quando foi inventado, conectando as pessoas de diversos lugares do mundo, no qual é o principal tema recorrente no SP011 Hostel – símbolo marcado no portão de entrada por um orelhão, dando boas vindas a quem chega. Numa casa antiga com janelas grandes e pisos de décadas passadas e restauradas, os proprietários fizeram algumas modificações para dar mais conforto e entretenimento aos hóspedes, sendo considerado um refúgio para quem quer curtir o que a Vila Madalena oferece. Um lugar que dá para sentir-se em casa, ficar a vontade e também conversar e tomar um ou outro drinque com os demais. Uma decoração leve com algumas cores pontuais, para que as pessoas se sintam em casa, com o piso de madeira e móveis garimpados, trazendo sensações aconchegantes. Espaços amplos, ventilados e conectados com o ambiente externo, integraram a principal sala de convivência com o terraço através de um cubo de vidro, inspirado num hotel de Paris, segundo os proprietários.


Serviços: Café da manhã | Ventilador em todos os quartos | Armários individuais | Recepção 24h | WI-FI | Tomadas e luzes de leitura individuais | Enxoval completo com cobertor | Vigia noturno | Chuveiros de água quente | Depósito de bagagens | Passeios e informações turísticas | Equipe bilíngue.

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

A tendência dos hostels não serem apenas para hospedagem, desapropriaram a garagem para ser um bar, criando um ambiente versátil que possibilita a realização de eventos como aniversários e workshops, até mesmo exposições de arte e eventos culturais. Fizeram um projeto de conforto acústico para não incomodar os vizinhos.

Figura 12: Autoria Própria - Fachada do SP011 Hostel.

Programa: Térreo: Bar | Lavabo unissex Primeiro Pavimento: Recepção | Sala de TV | Cozinha compartilhada | Refeitório | Sala de convivência | Terraço – deck | Quarto feminino – 4 camas | Dois quartos mistos – 6 camas | Banheiro feminino e masculino | Quarto para os worldpackers | Depósito | Pequena lavanderia apenas de uso do hostel Segundo Pavimento: Dois quartos privados com banheiros individuais

Figura 13: Autoria Própria - Antiga garagem, onde foi apropriada para um bar. 49


REFERÊNCIAS PROJETUAIS Figura 14: Autoria Própria - Fachada do SP011 Hostel.

Figura 16: Hostelworld - Vista do terraço com a cozinha comunitária mostrando o entorno.

Figura 15: Autoria Própria - Vista da cozinha compartilhada, refeitório e área de convivência.

Figura 17: Mercadinho design - Detalhes de decoração numa das paredes da cozinha.

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Ô DE CASA HOSTEL Arquitetos: Informação não disponibilizada Localização: Rua Inácio Pereira da Rocha, 385 - Vila Madalena Área: Informação não disponibilizada Ano: 2011 Visita do local: 16 de Março de 2018 (sexta – feira) Público: casais, famílias, estudantes, executivos e viajantes Valor da diária: mínimo 110 | máximo 528 reais VILA MADALENA

Figura 18: Hostelworld - Sala de TV.

Quadro 2: Pontos positivos x pontos negativos

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Fonte: Autoria própria - Critério através de experiência e visitas em hostels.

Figura 19: Google Maps - Localização do Ô de Casa Hostel.

Por estar localizado em rua de uso principalmente residencial, o hostel apresenta uma fachada discreta que se difunde com o seu entorno. Em seu interior apresenta áreas bastante distribuídas, abertas e espaçosas.

O Ô de Casa Hostel localiza-se na Vila Madalena, um bairro repleto de serviços e atividades culturais, também conhecido pela gastronomia e vida noturna. Aproximadamente à 13 minutos andando da Estação Faria Lima – linha amarela. 51


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

A decoração mescla o aconchego brasileiro a excelência de serviços, possui áreas verdes, terraço e plantas tropicais que transformam o espaço em um oásis em meio de uma cidade caótica como São Paulo. O hostel possui ambientes comuns, espaços abertos e iluminados, acomodando até trinta hospedes em quartos privativos e coletivos. São dormitórios bem iluminados, coloridos e decorados com móveis modernos, incluindo armários individuais e um ventilador. É composto por uma biblioteca, salão de jogos, lounge com violões acústicos e uma loja de presente/ lembrancinhas. Aberto também para o público de fora, podendo usufruir do bar desde do café da manhã até a noite para tomar um drinque.

Programa: Térreo: Recepção | Sala de Administração | Bar | Corredores amplos com mesas e cadeiras | Sala de TV | Corredores amplos com redes | Quartos compartilhados – 8 camas | Quartos compartilhados – 6 camas | Quartos compartilhados – 4 camas | Quarto casal sem suíte | Quarto casal com suíte | Quartos privados com suíte. Cobertura: Projeção na parede | Rede para deitar – até quatro pessoas | Terraço com grama sintética e cadeiras de praia.

Serviços: Serviços de câmbio | Serviço de translado para o aeroporto | WI – FI | Toalhas | Ventilador em todos os quartos | Armários individuais | Recepção 24h | Enxoval completo | Tomada individual | Equipe bilíngue | Cortesia em eventos do hostel e parceiros | Chuveiros de água quente | Aluguel de bicicleta | Secadores | Passeios e informações turísticas. Figura 20: Instagram - Fachada do hostel, mostrando a entrada principal e como fica aberto para o público de fora. 52


REFERÊNCIAS PROJETUAIS Figura 21: Autoria Própria - Vista do bar e do corredor amplo para a recepção.

Figura 23: Hostelworld - Vista desde a sala de TV para o corredor principal.

Figura 22: Autoria Própria - Vista das redes para a sala de TV, recepção e sala de administração.

Figura 24: Hostelworld - Vista da sala de TV e entrada escondida para a sala de administração. 53


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Quadro 2: Pontos positivos x pontos negativos

Fonte: Autoria própria - Critério através de experiência e visitas em hostels. Figura 25: Autoria Própria - Vista da rede e do projetor para a parede, sendo as escadas de acesso à cobertura.

Figura 26: Autoria Própria - Vista do terraço mostrando a vizinhança. 54


Arquitetos: Informação não disponibilizada Localização: Avenida Rebouças 990 - Cerqueira César Área: Informação não disponibilizada Ano: Informação não disponibilizada Visita do local: 16 de Março de 2018 (sexta – feira) Público: casais, estudantes, profissionais da área de saúde e viajantes Valor da diária: mínimo 70 | máximo 400 reais CONSOLAÇÃO Av. Dr. Ar

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A Rua Oscar Freire, um dos pontos de comércio mais elegantes do Brasil, encontra-se próxima para aqueles que desejarem ir fazer compras.

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Por estar localizado numa via principal e de grande fluxo, tem recuo na sua fachada principal, para os veículos estacionarem. Era um edifício antigo que adaptaram para ser um hostel, possui uma infraestrutura maior, mas de certa forma desorganizada. Há espaços de convivências interessantes com entradas de iluminações naturais e um terraço com redes e espaços para relaxar, mas o hostel em si passa uma sensação de estar no escuro.

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Figura 27: Google Maps - Localização do Okupe Hostel.

O Okupe Hostel está localizado entre Av. Paulista e os bairros do Jardim América e Consolação. A Estação do Metrô Oscar Freire – linha amarela fica à dois minutos a pé e a Avenida Rebouças é repleta de ônibus que passam por todos os cantos da cidade de São Paulo.

Por receber uma variedade de hóspedes, possuem diversas tipologias de quartos desde privados/ compartilhados e quartos femininos. Além de espaços compartilhados, promovem festas e atividades internas com comidas, bandas tocando ao vivo, expositores e tatuadores. Serviços: Café da Manhã | WI – FI e computadores | Limpeza diária | Aluguel de bicicletas | Aluguel de toalhas | Serviços de Tranfer | Recepção 24h | Video game | Armários individuais | Ventiladores nos quartos | Depósito de malas | Tomadas e iluminarias individuais | Loja de presentes | Equipe bilíngue 55

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

OKUPE HOSTEL


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Programa: Térreo: Recepção | Depósito de malas | Sala administrativa | Cozinha comunitária | Bar | Sala de jogos + computadores + TV | Banheiros | Espaços de Convivência | Vestiários | Lavanderia 1º e 2º Pavimento: Banheiros compartilhados feminino e masculino | Quartos compartilhados – 8 camas; 6 camas; 4 camas | Quartos femininos | Quartos privativos com ou sem banheiros Cobertura: Terraço com grama sintética e redes para relaxar

Figura 28: Google Maps - Vista da fachada com estacionamento na frente e sua entrada não convidativa. 56

Figura 29: Autoria Própria - Espaço de convivência com uma abertura de iluminação natural.

Figura 30: Hostelworld - Vista do terraço de grama sintática com as redes.


Entre os hostels visitados o SP011 atende menor público, porém apresenta a diária mais cara dos hostels estudados. Entretanto, o ponto mais atraente é o terraço aberto para a cozinha comunitária, valorizando os dois ambientes. Como são poucos quartos, o espaço livre nos dormitórios é maior e o mais organizado, em comparação aos demais hostels visitados.

Figura 31: Okupe Hostel - Vista da sala de jogos, computadores e TV.

Quadro 4: Pontos positivos x pontos negativos

Fonte: Autoria própria - Critério através de experiência e visitas em hostels.

Ô de Casa Hostel é o que apresenta a entrada mais convidativa, atraindo o pedestre e aos próprios turistas frequentadores. Essa conexão entre o interno e externo é bastante clara. Este hostel apresenta uma construção horizontal, ou seja, apresenta apenas térreo mais um pavimento, com isso consegue ser mais aconchegante, apresentando áreas de descanso com redes e ventilação natural em diversos ambientes. Em comparação com os demais hostels visitados, o Okupe é o mais verticalizado apresentando três andares, porém este não atende as questões de iluminação como o “Ô de casa Hostel”. Como também, não possui uma entrada convidativa ao pedestre, já que o acesso acontece no eixo da calçada, sem recuo, apenas um estacionamento. 57

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

SÍNTESE DAS VISITAS


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS PFEFFERBETT HOSTEL BERLIN

Arquitetos: Informação não disponibilizada Localização: Christinenstraße 18-19, 10119 Berlin, Alemanha Área: Informação não disponibilizada Ano: 2008 (quando foi inaugurado como hostel)

tem a ver com tempero e sim com Joseph Pfeffer o fundador – mestre cervejeiro que fundou a cervejaria em 1842 e deu seu nome ao site Pfefferberg. O edifício era a antiga adega de fermentação, onde os barris de cerveja já foram armazenados. E o urso de Berlin encontrasse deitado no barril de cerveja – típico berlinense. Durante a reconstrução do Pfefferbett Hostel, a decoração escolhida foi baseada na arquitetura industrial do século XIX contrastando o mobiliário moderno. O lobby possui 6m de altura, com seu teto histórico e pinturas de parede contemporâneas. A presença do passado e presente é aparente.

Figura 32: Google Maps - Localização do Pfefferbett Hostel

Localizado num moderno bairro Prenzlauer Berg de Berlin, o Pfefferbett Hostel encontra-se num terreno histórico do monumento industrial Pfefferg. Há estúdios de artistas, galerias, teatro, clubes e restaurantes com jardim de cerveja que são protegidos por uma área do patrimônio. Pfeffer significa pimenta em alemão, mas não 58

Figura 33: Pfefferbett Hostel - Fachada do hostel com o térreo ativo.


Figura 34: Pfefferbett Hostel - Pé direito presente e diversos usos no térreo, presença de iluminação natural e artificial.

Figura 35: Pfefferbett Hostel - Vegetação ao redor, sensação aconchegante e relaxante, através das cadeiras de praia e essa areia no terraço. 59

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Composto por vários espaços de convivência, são ambientes em que os hóspedes trocam experiências culturais e se integram, conversam por horas e tomam um drinque. Possui a opção de ficar no terraço como também no refeitório, onde tem várias mesas e próximo da sala de jogos e do bar, no qual possui um pé direito duplo, iluminando mais o ambiente, sendo uma referência interessante para o projeto.


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

THE CUBE HOSTEL

Arquitetos: Informação não disponibilizada Localização: Brusselsestraat 110, 3000 Leuven, Bélgica Área: Informação não disponibilizada Ano: 2014 O The Cube Hostel foi inaugurado para uma nova geração de viajantes. Caracterizado como hostel vintage possui quartos confortáveis, com banheiro privado. Tem fácil acesso às atrações turísticas da cidade, incluindo a Old Market Square (maior bar da Europa), a principal zona comercial, e edifícios universitários históricos.

Figura 36: Google Maps – Localização do The Cube Hostel. 60

Figura 37: The Cube Hostel – Vista da fachada do hostel.

Figura 38: Pfefferbett Hostel - Vista de uma das varandas dos quartos.


Figura 39: The Cube Hostel – Sala de TV/jogos ampla e isolada dos demais cômodos.

São diversas tipologias de dormitórios encontradas no hostel, sendo que alguns possuem varandas que permitem usufruir da paisagem da vizinhança, desta forma dá um olhar não só para dentro do edifício, mas também para seu exterior. Há sala de TV/jogos e um bar boutique, onde encontramse isolados dos demais ambientes, em que não atrapalha acusticamente os outros hóspedes.

Figura 40: The Cube Hostel – Bar e café no subsolo.

O interessante deste hostel é a maneira como resolveu alguns dos seus ambientes na questão acústica. Segundo as avaliaçoes do Booking, elogiaram muito o silêncio nos dormitórios e o barulho concentrado apenas no subsolo. 61

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Dentro disso, entrou como referência para o projeto, já que o subsolo será voltado para a boate do hostel. E por estar localizado numa quadra mais residencial, o subsolo tem que ser bem pensado para resolver a questão acústica.


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

SAFESTAY MADRID HOSTEL

Arquitetos: Informação não disponibilizada Localização: Calle de Sagasta, 22,28004 Madrid - Espanha Área: Informação não disponibilizada Ano: 2012

Mesmo sendo um palácio antigo, é acessível para todos, no qual possuem rampas e elevador na entrada. É um hostel com qualidade e serviços de um hotel, desde os serviços e design mais sofisticado. No térreo há diversos usos e espaços, onde os hóspedes podem interagir um com o outro, desde a sala de cinema e o restaurante/bar. São ambientes amplos com uma decoração descontraída. Em cada andar possuem um espaço de descontração com balanços, puffs e pelo menos um computador, no qual é liberado para os viajantes usarem.

Figura 41: Google Maps – Localização do Safestay Madrid

Localizado no centro de Madrid, apenas 18 minutos da estação de trem de Atocha, a algumas quadras da Gran Via e próximo ao Parque del Retiro, era um antigo palácio que foi reformado. São cinco andares, com muitas opções de quartos e colorido. 62

Figura 42: Safestay Madrid – Sala de cinema em níveis, onde os puffs são os assentos e com um telão de projeção.


REFERÊNCIAS PROJETUAIS Figura 43: Safestay Madrid - Corredor do pavto. de dormitórios, com esse espaço de descontração.

Figura 45: Safestay Madrid - Quarto compartilhado com armários e na cabeceira a iluminaria e tomada individual.

Este hostel apresenta diversos layouts de quartos compartilhados atendendo quatro, seis, oito e doze camas, mistos ou femininos, também apresenta quartos privativos. Essa diversidade de dormitórios foi o que motivou a escolha deste projeto como referência.

Figura 44: Safestay Madrid – Um dos quartos privativos com banheiro.

Cada quarto tem sua cor predominante, armários individuais, onde cada cama possui tomada e luminária individual, com espaço na cabeceira para guardar pertences de fácil acesso. Alguns dormitórios possuem varandas, além do espaço de descontração de cada andar, chama atenção para esse detalhe ao projeto. 63


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5. A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER 65


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER O container foi criado pelo americano Malcolm Mclean, que após observar o embarque de fardos de algodão no porto de New York percebeu a lentidão do processo, foi quando teve a ideia de armazenar os fardos em grandes caixas de aço com propósito de redução de custos, agilidade na hora do descarregamento, melhoria no transporte e o armazenamento de mercadorias, que antes eram feitas em toneis e também como forma de evitar danificações e desvio das mesmas, que acontecia devido à diversificação das embalagens utilizadas.

das normas, onde formaram comitês para estudar e padronizar a fabricação desses containers. O Brasil adotou os critérios da ISO para normalização técnica, onde baseou suas diretrizes para a criação da sua regulamentação.

“Na mesma época, as forças armadas também foram instrumentais na promoção da disseminação de contêineres. Já na Segunda Guerra Mundial, o Exército dos EUA já empregava containers retangulares como uma solução para grandes problemas logísticos em áreas de crise. O exército dos EUA também desenvolveu caixas de 20 pés que poderiam ser transportadas por água e por terra”. (BERGMANN, J; SLAWIK, H; TINNEY, S. p.06, 2010).

Figura 46: Driving.ca - Malcolm Mclean criador do container.

Os primeiros containers eram de diferentes tamanhos, suas dimensões eram de 35 x 8 x 8 ½ pés. Após algum tempo, foi necessário padronizar as medidas, dessa forma, American Standards Association (ASA) na América e a International Standards Organization (ISO) na Europa, organizações privadas responsáveis pela criação

Segundo o Artigo 4º do decreto nº 80.145 de 15 de agosto de 1977, o container é um recipiente construído de material resistente, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, dotado de dispositivos de segurança aduaneira e devendo atender às condições técnicas e de segurança

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Os containers são caixas retangulares de chapas metálicas bem resistentes, destinadas para o transporte de carga a longa distância em navios ou trens, assim obtendo uma economia maior com a redução do tempo nos processos.

movimentação mundial, chegando a 36 milhões de TEUs. De acordo com o relatório, os próximos anos preveem perspectivas muito baixas de crescimento: de 2016 a 2019 o aumento da frota mundial de containers não deve ultrapassar os 4 a 5%.

Possuem uma vida útil de 10 anos, por conta da regulamentação, após este período surge à necessidade de transferir essas peças para um destino correto, já que são produzidos a partir de materiais metálicos e não biodegradáveis (aço, alumínio ou fibra para a sua formação), onde se torna um problema, por formarem montanhas de lixo nas cidades portuárias. Contudo, o material que seria descartado passa a ser usado para outras finalidades, mas para serem reutilizados os containers devem passar por processo químico, ou seja, por um procedimento de descontaminação para assim ser habitado.

Figura 47: Riflinegroup - Containers no porto de Shangai.

Após o relatório da Dynaliners de 2015, o Porto de Santos encontra-se em 38º colocação em relação à movimentação total de containers de 3.780.000 TEUs (unidade de medida de 20 pés). Entretanto, Shangai é o porto com maior 67

A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

previstas pela legislação nacional e pelas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil.


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

DE CONTAINER DE TRANSPORTE PARA A ARQUITETURA De acordo com Slawik (2010), o container começou a ser usado fora do transporte marítimo primeiro para locais de armazenamento pessoal e depósitos, sem modificações. Entretanto, existem formas para o reuso dos containers, a utilização deles na construção civil além de solucionar o problema da reciclagem, deixando de virar lixos esquecidos nos portos, é uma proposta inovadora, econômica e de grande rendimento construtivo. Contudo, seu pé direito é alto o suficiente para ser usado como módulos em conjunto, podendo fazer excelentes espaços internos. Uma das principais vantagens da utilização do container na construção civil, além do reaproveitamento desse material que seria descartado, o container é um produto bastante resistente por ser uma estrutura extremamente forte e segura, assim, pode-se ser construída até nove andares tendo uma carga de 25 toneladas em cada andar, ou até 12 andares se for de primeiro uso. A execução de uma residência feita com um módulo pode durar apenas três meses, podendo economizar cerca de 30% no valor total da sua construção, em comparação com a convencional, e esses módulos são recicláveis, portanto são construções inovadoras de rapidez e eficiência. 68

É importante ressaltar que essas construções têm flexibilidade, podem ser desmontadas e montadas em outro lugar, além disso, podem acrescentar novos módulos em qualquer momento da obra ou até quando o cliente quiser adquirir. O reaproveitamento de containers é uma técnica construtiva econômica, onde o tempo de execução é pequeno e não desperdiça recursos naturais. Muitas vezes não necessitam de fundações, aterros e terraplanagens. Mas o container precisa passar por um processo de tratamento e recuperação que inclui limpeza, funilaria, serralheria, pintura, revestimentos e acabamentos. A preparação da estrutura pode ser feita tanto na fábrica quanto no próprio terreno, dependendo das características de cada projeto.


Devido à larga escala de utilização de containers para intercâmbio de mercadorias, foi realizada uma padronização para que o transporte não fosse prejudicado pela dificuldade de ova, locação e desova de mercadorias. A padronização dos containers começou a ser elaborada pela ISO e pela ASA, a maioria dos países acabou adotando as dimensões propostas pela ISO, o que facilitou o dimensionamento de navios e caminhões posteriormente. Em 1968 a ISO publicou sua primeira recomendação de medidas, a “ISO Recomendation R 668”, atualmente a “ISO 668:1995” é a norma que regulamenta a padronização de medidas. O sistema proposto pela ISO é modular, os containers se encaixam perfeitamente, racionalizando a utilização do espaço. Existem vários tipos de containers na indústria que variam em relação à forma, ao tamanho e à resistência. Porém os containers utilizados para a construção civil são dois: Dry Standard e o High Cube. Estes modelos são padronizados por medidas em pés ou polegadas, onde a largura é sua única medida invariável, contendo sempre 2,438m e sua altura varia entre 2,591m e 2,895m. O comprimento pode apresentar várias medidas, os mais comuns são os de 10 pés, 20 pés, 30 pés,

40 pés e 45 pés. Mas existem casos onde seu comprimento é menor. Para transporte marítimo, os mais utilizados são de 20 pés e 40 pés da ISO 668.

Figura 48: Soluções Industriais - Container de 20 pés.

20 pés = 6,058 m comprimento | 2,438 m largura | 2,591 m altura ou 2,895 m altura 40 pés = 12,035 m comprimento | 2,438 m largura | 2,591 m altura ou 2,895 m altura 45 pés = 13,716 m comprimento | 2,438 m largura | 2,895 m altura 53 pés = 16,154 m comprimento | 2,438 m largura | 2,895 m altura 69

A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

MEDIDA E PADRÕES


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

Além dos componentes estruturais, existem peças que fazem o fechamento do container, como as placas laterais trapezoidais, que servem como paredes, as portas e o piso. Estes elementos também servem como espécies de travamento para a estrutura, tornando-a mais rígida e estável.

“Ao combinar módulos de container, deve-se assegurar que as cargas são suportadas pelos cantos e, assim, os cantos são posicionados acima um do outro ordem para transmitir o carregamento para o chão de forma eficaz. No caso de desvios deste sistema, tais como escalonamento ou rotação dos módulos de containers em relação a outros módulos, são necessários reforços, onde os cantos encontram um feixe de armação“. (BERGMANN, J; SLAWIK, H; TINNEY, S. p.10, 2010).

longarina lateral superior

poste de canto

soleira inferior batente superior bolsa de empilhadeira dispositivo de canto longarina lateral inferior

Figura 49: Autoria Própria - Componentes estruturais de um container 70


estrutura de extremidade

painel de extremidade longarina lateral superior

ventilação

assoalho

estrutura da porta

painel lateral

soleira conjunto da porta

painel de identificação travessas

Figura 50: Edição Própria - Perspectiva explodida dos conjuntos estruturais. 71

A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

painel de topo


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

O empilhamento dos containers é feito por peças de travamento localizada nos quatro dispositivos de canto, tanto inferior como superior, totalizando oito dispositivos. Este travamento é realizado por conexões do tipo macho – fêmea e são utilizados

tanto no empilhamento para fins marítimos, quanto no empilhamento para fins do ramo construtivo. O caminhão apropriado para realizar o deslocamento dos containers é o caminho Munck, onde possui um guindaste para o içamento dos containers.

Através dos dispositivos de canto e os twist lock intermediário, consegue o travamento de um container em cima do outro.

Figura 51: Edição Própria - Dispositivo de canto + Twist lock intermediário

Através da garra trava consegue o travamento de um container ao lado do outro.

Figura 52: Edição Própria - Dispositivo de canto + Garra trava

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Figura 53: Edição Própria - Twist base + Suporte

Podem ser feitos algumas aberturas no container, mas para a fixação de esquadrias é necessário fazer cortes nesses painéis para implantar os perfis. A partir do momento em que o container foi cortado, a estrutura enfraquece e dependendo

do quanto foi modificado é necessário reforçála. Principalmente para enquadrar as aberturas e dependendo do tamanho da abertura, colunas de reforço para o telhado também serão necessárias, como por exemplo, a figura abaixo:

Figura 54: Residential Shipping Container Prime - Esquema de soluções para os containers deformados. 73

A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

E já o twist base e suporte serve para fixar o dispositivo de canto no chão e/ou na fundação.


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

Um dos materiais que são utilizados para o reforço do container, é o steel frame. Onde serve para construções menores, o sistema garante um ganho de área de até 5% também para construções maiores. É sustentado por perfis de aço galvanizado (tipo de aço revestido com uma camada fina de zinco, no qual impede a corrosão) e parafusos são empregados para unir a partes e fixá-las a fundação. A vantagem de usar esse material é por ser sustentável, considerado ser uma obra seca; possui um gasto menor de água no canteiro; como é composto por aço galvanizado, ele é 100% reciclável e dispensa totalmente o uso de materiais como concreto, cimento, tijolo, recobo e chabisco. Além de ter uma maior rapidez e menor custo, possui uma maior durabilidade e resistência.

Figura 55: Guia Casa Container - Recorte reforçado pelo steel frame 74

Outro fator importante é a cobertura, os containers são à prova de água, mas com o decorrer do tempo haverá danificações, já que a água não escoa como deveria devido à falta de inclinação, em comparação aos telhados mais comuns executados com telhas cerâmicas, que segundo a NBR 8039, devem ser executados com declividade entre 32% e 40%. Portanto, há a necessidade de adição de um telhado sobre os containers, o que aumenta seu peso próprio, então serão necessárias estruturas adicionais, como exemplificado na figura abaixo.

Figura 56: Container Atlas – 12 Container House: Adam Kalkin – inclinação do telhado vista da fachada


Figura 57: Container Atlas – 12 Container House: Adam Kalkin – inclinação do telhado por dentro.

De acordo com a Shipping Container Guide (2018), assim como qualquer tipo de edificação, as construções que são em container também necessitam de fundação. Entretanto, esses tipos de projeto costumam manter o terreno preservado, mantendo o seu relevo natural e consequentemente deixando a maior parte do terreno permeável. Mesmo a estrutura de o container ser firme, modulares e sólidos, há a necessidade de uma base mais firme acima do solo, assim evitando ao máximo a umidade e corrosão ao longo do tempo.

Dependendo do nível de exigência construtivo, será necessária a contratação de uma equipe de topografia para conferência das bases e garantir com que os dispositivos de fixação coincidam com as partes do container responsáveis pela transferência de cargas (FERNANDES, 2005). Também é necessário observar a viabilidade técnico-econômica da fundação em relação com os sistemas hidrossanitários e elétrico.

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A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

A partir da NBR 6122/2010, as fundações são classificadas como superficiais ou profundas. Nas superficiais, as cargas são transmitidas ao terreno e distribuídas ao longo da base da fundação, como por exemplo: radiers, sapatas, blocos ou vigas de fundação. É este tipo de fundação que são utilizados para os containers. Já para as fundações profundas, as cargas são transmitidas ao terreno por uma base ou também por uma superfície lateral, podendo até mesmo ser uma combinação de ambas, como por exemplo: estacas, caixões e os tubulões. Deve-se analisar e escolher a melhor solução baseando-se no menor custo e no menor prazo de execução.


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER Figura 58: Blog Container - Sapata corrida.

Fundações como sapatas isoladas ou sapatas corridas onde o container fica elevado em relação ao solo, será mais prático e mais barato caso necessite fazer manutenções ou mudanças nas instalações. Também tem vantagem em relação ao conforto térmico nos períodos mais quentes. Entretanto, requer atenção quanto ao nivelamento das bases podendo onerar o orçamento caso seja necessária à contratação de uma equipe especializada.

Figura 59: Nossa Engenharia - Fundação Tipo Radier.

Fundações do tipo radier são mais baratas quanto à execução por consumirem menos materiais e mão de obra em carpintaria, é prático durante a etapa de montagem, uma vez que todo o radier encontra-se nivelado. Contudo, as instalações hidráulicas e elétricas embutidas ao radier não poderão passar por manutenções ou mudanças sem que haja a necessidade da desmontagem total ou parcial dos containers e demolição da região do piso a ser consertado. Dependendo do propósito em relação à mobilidade

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A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

da habitação, estes dispositivos de fixação podem ser soldados ao apoio dos containers através de chapas ou através de barras roscadas, como mostra as figuras abaixo, todos eles chumbados no concreto das fundações.

Figura 61: BRSete – Bloco de fundação com chapa de fixação.

Figura 60: BRSete – Ancoragem da estrutura através de barras roscadas chumbadas à fundação.

Mesmo em terrenos planos, sem curvas cortando o terreno, a melhor solução seria a fundação do tipo radier. Entretanto, por conta da existência do subsolo, o melhor tipo de fundação será os blocos com estacas.

Uma vez que não é nada indicado que o container seja instalado diretamente na superfície, é comum que algumas estacas de concreto tenham de ser utilizadas para efetuar a fundação para blocos de concreto. Este procedimento deixa espaço entre o container e a superfície, fazendo com que ambas estruturas se protejam. 77


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

ISOLANTES TÉRMICOS E ACÚSTICOS O isolamento térmico e acústico em projetos de container é de extrema importância, onde é possível resolver o conforto ambiental de diversas formas, como também na posição dos ambientes para um melhor posicionamento solar das aberturas, procurando promover uma boa ventilação para os usuários. Segundo Mussnich (2015, p. 8), “[...] o aço é um bom condutor de calor, portanto é de extrema necessidade que os containers sejam ajustados de forma a receber tratamento térmico para o conforto do usuário.” Através dos dados do livro University Physics (1992), a condutividade térmica do aço é 50,2 W/m K, enquanto do bloco cerâmico é 0,6 W/m K e da madeira é aproximadamente 0,1 W/m K. Atualmente existem vários materiais disponíveis no mercado para que se tenha um bom isolamento para projetos em container. Dentre os matérias mais usados são: isopor, lã de rocha, lã de vidro e lã de pet. Sendo esta última feita por matéria prima de garrafas pet recicladas, onde são encontradas no meio ambiente, no qual não deformam com facilidade e possuem um bom custo benefício, sendo assim tornando-se eficientes como isolante térmico e acústico, revestindo internamente as paredes e os forros de um container. 78

1

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2

4

Figura 62: 1 - placa de isopor | 2 - lã de vidro | 3 - lã de rocha | 4- lã de pet

“Em construções com containers, o cuidado com a questão de conforto inicia-se desde o projeto, assim como ocorre em outras construções”, explica o arquiteto Danilo Corbas. Ele cita as estratégias a serem consideradas pelo posicionamento e dimensionamento de janelas e portas para tirar aproveitamento da ventilação cruzada. A aplicação do container na construção civil é sustentável pelo próprio reuso do material. No entanto, questões socioeconômicas devem tomar em conta. “Não adianta fazer um projeto que dependa de muito ar condicionado e achar que, só porque reusa containers, é sustentável”, alega Danilo Corbas.


Segundo o engenheiro Olavo Fonseca Filho, consultor em acústica, é fundamental a utilização de mantas isolantes em todo o perímetro da caixa, incluindo paredes, forro e piso. “Podem ser utilizados diferentes tipos de mantas. O importante que é se tenha uma boa densidade, no mínimo 30 kg/m³, para melhorar o comportamento acústico e também térmico”. Para a escolha dos revestimentos internos para as paredes e para o teto foi pensado: gesso acartonado (conhecido como drywall), placas cimentícias e naval compensado.

Figura 63: My Container Home – Representação de container com isolante e revestimento.

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A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

O sistema de isolamento acontece através de um conjunto chamado “sanduíche” para revestir as paredes internas, onde a combinação é entre o material isolante e a parede. O material é fixado com ajuda de perfis metálico e envolvidos por placas, geralmente por drywall, como por exemplo a figura abaixo:


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

GESSO ACARTONADO (DRYWALL) São placas produzidas a partir do gesso e do papel cartão, onde são resistentes à compressão e à maleabilidade, oferecendo praticidade, rapidez, versatilidade na elaboração e execução dos projetos. Permitem uma grande diversidade de usos e resultado estético, são fixadas por pregos e parafusos, podendo ser cortados, até mesmo em formas de curvas. Possuem uma elevada resistência ao fogo e bom desempenho térmico e acústico. MEDIDAS Espessura: 10 mm | 13 mm | 15 mm | 18 mm Largura: 60 cm e 120 cm Comprimento: 200 cm | 240 cm | 250 cm | 280 cm | 300 cm

Figura 64: Siote - Três tipos de gesso acartonado. 80

CHAPA STANDARD – ST – cor cinza – paredes, tetos e revestimentos de áreas secas, para ambientes internos. CHAPA RESISTENTE AO FOGO – RF – cor rosa – utilizada em saídas de emergência e áreas enclausuradas – escadas e corredores – ajudam na composição retardantes de chama. CHAPA RESISTENTE A UMIDADE – RU – cor verde – para áreas molhadas – banheiros, cozinha, áreas de serviço e lavanderias, não pode externo – apresentam silicone na composição – trazendo resistência a umidade – não podem entrar em contato com a água.


São placas constituídas por cimento e agregados minerais leve – perlita, leve e resistente, durável. São consideradas alternativas rápidas, limpas e econômicas, possuem uma flexibilidade no manuseio, durabilidade, estabilidade e resistências à umidade. Essas placas são mais utilizadas para otimizar o espaço físico, tempo, qualidade do acabamento. Não oxidam, nem apodrecem e são resistentes a impactos. Possuem em uma boa resistência à flexão. Por utilizar essas placas em conjunto com o steel frame, resulta numa parede mais fina, ganhando espaço no ambiente.

Vão de 8 mm ideal para interiores; Vão de 10 mm - 12 mm ideal para situações exteriores com tratamento de juntas; Vão de 14 mm – 20 mm ideal para fachadas de edificações, podendo ser aplicadas com ou sem tratamento de juntas expostas as intempéries; Acima de 22 mm ideal para pisos ou como base para pisos ou mesmo como piso acabado.

Figura 65: Artesana - Placas Cimentícias. 81

A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

PLACAS CIMENTÍCIAS


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

NAVAL COMPENSADO É um método de criação mais ecológica, no qual é formado por lâminas de madeira selecionadas, sobrepostas em sentido alternado, uma a uma, em número impar, com capas no mesmo sentido. Capa (lâminas externas) de madeira dura (hardwood) e miolo (lâminas internas) de Pinus reflorestado, coladas em si com resina fenólica WBP. Recomendado por receber imunização contra o ataque de fungos e cupins e por ser prensado sob alta temperatura com cola fenólica naval, tornando-se altamente resistente à umidade e ao contato direto com a água. Essa cola é mais resistente que as demais, por isso pode ser utilizado em ambientes úmidos, como banheiros, cozinhas e lavanderias.

Figura 66: Casa Marceneiro - Placas de Naval Compensado. 82

Suas medidas padrão variam de 2200 x 1600 mm | 2500 x 1600 mm | 2440x 1220 mm. Ou também podem possuir medidas especiais, onde são précortados e emendados até 8500 x 2500 mm. Com espessuras de 10, 12, 15, 18, 20 e 24 mm, utilizando a cola fenólica: classe 3-EX. As instalações elétricas e hidrossanitários são realizadas basicamente do mesmo modo de uma construção convencional e são feitas por dentro do revestimento. Ou também podem usar eletrocalhas metálicas aparentes para as instalações elétricas.


FREITAG FLAGSHIP STORE ZURICH Arquitetos: Annete Spillmann e Harold Echsle Local: Zurich, Suíça. Ano: 2006. Containers utilizados: 17

A região de Geroldstrasse é influenciada por sua localização entre os grandes eixos de tráfego, mesmo que seu entorno tenha pequenos edifícios, há também muitos terrenos baldios que são utilizados para armazenamento. A presença deste edifício leva o cliente através da linha de produtos até o último pavimento, quase 27 metros acima do chão, onde se tem uma vista do tráfego, do lago e das montanhas da cidade de Zurich. Este edifício ainda detém o título da estrutura mais alta feita em container do mundo, composto por uma torre com nove containers empilhados e montados de forma tradicional. Foram usados 17 containers de carga, a maioria veio de Hamburg e trazidos até o local por trem.

Figura 67: Container Atlas – Vista externa do Freitag Flagship Store

Figura 68: Architravel – Vista externa do Freitag Flagship Store 83

A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

REFERÊNCIAS DE CONTAINER


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

PLATOON KUNSTHALLE SEOUL Arquitetos: Platoon e Graft Architects Local: Seoul, Coreia. Ano: 2009. Containers utilizados: 28

Figura 69: Container Atlas – Cortes transversal e longitudinal do edifício

O interessante desde edifício é a localização onde foi implantado, onde serviu como observatório no seu último pavimento, já que nove containers foram empilhados, mostrando que os containers podem atingir maiores alturas, já que se encontra presente nos dias atuais. São duas características marcantes que trouxeram referência ao projeto.

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Figura 70: Container Atlas – Vista externa do Platoon

Construído com 28 containers, foram ícones de uma arquitetura flexível em uma cultura globalizada, os containers empilhados formam uma construção única que pode ser reconstruída em qualquer outro lugar a qualquer momento.


Foi instalado em Seoul como um espaço para subcultura na Ásia, podendo servir como exposições, noites de cinema, concertos e apresentações de multimídia, workshops, painéis de discussão e eventos especiais.

OLD LADY HOUSE

A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

Entretanto, houve um confronto da subcultura com as casas de design próximas, galerias comerciais e lojas de marcas de luxo, onde surgiu uma tensão e interação entre os dois mundos.

Arquitetos: Adam Kalkin Local: Califon, New Jersey, EUA. Ano: Informação não encontrada. Containers utilizados: 12

Figura 72: Container Atlas – Vista da Old Lady House

Figura 71: Container Atlas – Vista Interna do Platoon

Os containers foram distribuídos de forma a criar um grande vazio interno, permitindo uma maior flexibilidade para o uso desse espaço. Alguns containers foram cortados de diferentes formas que permite diversas entradas de iluminação para o espaço.

O interessante dessa residência ter sido construída com doze containers, por dentro aparenta estar em outro ambiente, já que o drywall cobriu todas as ondulações dos containers. O piso é de concreto, vigas e colunas metálicas, grandes painéis de vidro e portas de correr em aço inoxidável. Utilizou-se madeira para dar aconchego, como também manter uma sintonia com seu ambiente externo. 85


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER

CASA INCUBO Arquitetos: Maria José Trejos Local: Escazu, Costa Rica. Ano: 2013. Containers utilizados: Informação encontrada.

não

Figura 73: Container Atlas – Vista num dos quartos da Old Lady House.

É possível mesclar o container com outros materiais, podendo manter a fachada com a parede ondulada do container e por dentro aparentar ser um ambiente completamente diferente, trazendo assim um conforto térmico para o usuário. Figura 74: Archdaily – Vista externa da casa Incubo.

A residência se preocupa em causar o mínimo possível de impacto ambiental, tanto no projeto como os materiais. Considerou que deveria ser renováveis, reutilizáveis ou recicláveis. Desde a madeira da árvore de cedro que foi utilizada nas escadas e em alguns detalhes do mobiliário da casa. O deck também consiste em madeira de fontes renováveis, misturadas com plástico recicldo, pisos de concreto e bambu. 86


A UTILIZAÇÃO DO CONTAINER Figura 75: Archdaily – Vista de uma das coberturas.

ventilação cruzada

Além disso, a construção utiliza um sistema de coleta de água de chuva para irrigação e os banheiros. Também possui painéis solares, onde a água quente é aquecida com a energia solar, mantiveram as portas de container para as portas do projeto.

Figura 76: Archdaily – Diagrama da residência.

A ventilação cruzada é suficiente para que a casa não precise de condicionamento de ar, portanto a luz natural torna a luz elétrica desnecessária durante o dia, como mostra o diagrama ao lado:

O interessante deste projeto é como foi resolvido sua questão térmica e acústica. Através das grandes aberturas e com o auxílio dos materiais foi possivel trazer esse conforto.

coleta de água cobertura refratária

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88


6. STEEL FRAME - APOIO AO CONTAINER 89


STEEL FRAME - APOIO AO CONTAINER

STEEL FRAME - APOIO AO CONTAINER Por ser um sistema construtivo industrializado, é formado por estruturas de perfis de aço galvanizado de medidas padrões. Sabendo as medidas conforme a modulação desse material, dá para aproveitar melhor, evitando cortes e emendas, o que significa menos desperdício de dinheiro e tempo. Um benefício do seu uso é a limpeza do canteiro de obras, já que não há necessidade do uso de água, proporcionando uma construção seca, pelo qual também é chamado.

Nesse tipo de sistema construtivo é possível utilizar os mesmos acabamentos comuns, como o mármore, texturas, pastilhas de vidro e cerâmicas, mesmo que seja um sistema com seus próprios materiais de fechamento, piso e cobertura. Para a instalação de tubulações de água, energia e gás é utilizado os mesmos materiais comuns no mercado, tanto que são mais fáceis e rápidas de executar no sistema steel frame, por ser menos trabalhoso na hora de instalar.

Como referência das chapas de gesso acartonado que possuem 1,20m de comprimento, foi decidido que os painéis seriam formados com montantes no máximo, 60 cm de distância um do outro. Suas medidas seriam múltiplas de 20 cm, fazendo com que houvesse grande flexibilidade no projeto, ou seja, podendo haver de distância: 20 cm, 40 cm até 60 cm. Portanto, foram definidos os seguintes tamanhos de painéis: 1,00m – 1,20m – 1,40m – 1,60m – 1,80m – 2,00m. Para compor paredes com medidas superiores a 2,00m, terá que ser utilizado dois ou mais painéis.

Os mais comuns são os perfis U simples e U enrijecido, onde são utilizados como guias, ou seja, elementos na horizontal do painel, situados na parte superior e inferior, enquanto os perfis enrijecidos são utilizados como montantes, ou seja, elementos na vertical que recebem as cargas das lajes e da cobertura. O princípio de formação dos painéis é mostrado na figura ao lado.

Foi definida a altura máxima dos painéis igual a 2,65m, de modo a poder receber vigas sem que o pé-direito seja excessivo. A estrutura é toda parafusada com parafusos auto-brocantes galvanizados, com cabeça chata tipo Philips.

guia

90

montante

Figura 77: Autoria própria – Encaixe de um perfil em guia com um montante


STEEL FRAME - APOIO AO CONTAINER Figura 78: Diferentes tamanhos de perfis para guias e montantes.

Figura 79: Autoria própria – Painel simples sem abertura, mostrando um detalhe do bloqueador. 91


STEEL FRAME - APOIO AO CONTAINER

montante de composição

guia superior

ombreira

abertura guia de abertura

montante

guia inferior Figura 80: Autoria própria – Painel com abertura, mostrando os componentes.

Em caso de possuir verga, pode ser montado como mostra na figura abaixo: guia superior do painel

verga 2 perfis Ue

guia superior do painel

perfil U

verga 2 perfis Ue

montante guia de verga perfil U

ombreira

guia superior do painel

cantoneira de conexão montante

guia de verga perfil U

ombreira

Figura 81: Site da Téchne – Diagramas para encaixes nas vergas. 92

chapa de conexão verga 2 perfis Ue montante guia de verga perfil U

ombreira


Conexão SS

Figura 83: Autoria Própria – Encaixes de todos os cantos dos perfis em U. Conexão SD

Conexão DD Figura 82: Autoria Própria – Conexões dos perfis em U. 93

STEEL FRAME - APOIO AO CONTAINER

Há várias possibilidades de conexão entre si, os painéis podem ser dos tipos: interno (SS): com perfis simples nas extremidades, intermediário (SD): com perfil simples numa extremidade e duplo na outra, e externo (DD): com perfis duplos nas duas extremidades, como mostra o esquema abaixo:


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7. DIAGNÓSTICO DA ÁREA 95


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

LOCALIZAÇÃO Para a escolha do terreno de projeto, buscouse uma região que tivesse um considerável potencial turístico, e consequentemente, oferta de hospedagem, onde a demanda influenciará na viabilidade do negócio. O projeto se localizará numa esquina entre as Ruas Gravataí e Caio Prado no distrito da Consolação – São Paulo, embora seja uma região caracterizada por comércios, restaurantes, bares e equipamentos culturais, a Praça Roosevelt, Parque Augusta e as faculdades Mackenzie e PUC, dão uma importância maior a sua estratégia de localização.

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Figura 84: Autoria Própria - Mapa da Cidade de São Paulo destacando os distritos da região central 96

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DIAGNÓSTICO DA ÁREA

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LEGENDA 1 - Universidade Plesbitariana Mackenzie 2 - PUC + Parque Augusta 3 - Praça Rooselvelt 4 - Quadra Escolhida BELA VISTA

Vias importantes Figura 85: Google Earth com edição própria – Equipamentos estratégicos para implantação do projeto 97


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

Quanto à diversidade de usos, o bairro se localiza numa posição estratégica, entre três pontos de elevado interesse turísticos: toda a Avenida Paulista, o centro velho da cidade de São Paulo e a própria Rua Augusta. Dessa forma, o Baixo Augusta, apresenta uma grande oferta de serviços e atrações. Observa-se que nas proximidades do terreno, há pontos turísticos no centro velho como: Teatro Municipal, Terraço Itália, Galeria do Rock, Edifício Martinelli e entre outros.

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1 - Museu do Futebol - Estádio do Pacaembu 2 - Parque Trianon + MASP 3 - Copan

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LEGENDA

DIAGNÓSTICO DA ÁREA

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4 - Edifício Terraço Itália

5

10

5 - Biblioteca Mário Andrade 6 - Galeria do Rock 7 - Teatro Municipal

11

8 - Praça das Artes 9 - Edifício Altino Arantes

rda ibe aL

11 - Catedral da Sé Quadra do Projeto

Av. d

R. Treze de Maio

de

10 - Pateo do Collegio

Figura 86: Google Earth com edição própria – Localização da quadra do terreno de projeto, marcando ruas e pontos turísticos. 99


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

A partir de análises feita dos sites de turismo Trivago e do Hostelworld foi elaborado um mapa identificando a concentração de hotéis e hostels na área central de São Paulo. Com esse mapa, pode-se perceber a escassez de hostels, e a predominância maior de hotéis, principalmente na região da Avenida Paulista. Apesar da proximidade com hotéis com o terreno de estudo, identificou-se que o preço da diária mais baixa é de 150 reais, dessa forma, um hostel torna-se uma opção mais barata para aqueles que queiram se hospedar no Baixo Augusta.

100


DIAGNÓSTICO DA ÁREA LEGENDA Hotel Hostel Quadra do Projeto

Figura 87: Google Earth com edição própria – Localização dos hotéis e hostels nesse recorte. 101


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

O interessante da localização deste terreno é que irá facilitar aos usuários a chegarem de diferentes formas, já que se encontra próximo da Estação Higienópolis – Mackenzie, linha amarela, há pontos de ônibus na Rua da Consolação e na própria Rua Caio Prado, fora a ciclovia presente na Rua da Consolação.

102


DIAGNÓSTICO DA ÁREA LEGENDA Metrô Linha 3 - Vermelho Metrô Linha 4 - Amarela Linha de Ônibus Ciclovia Ponto de Ônibus Figura 88: Google Earth com edição própria – Mapa de meios de transporte 103


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

Como mostra o mapa ao lado, o recorte mostra como a região tem predominância de equipamentos culturais, educacionais e não deixa a desejar equipamentos de saúde, em caso de alguma emergência com algum hóspede.

104


DIAGNÓSTICO DA ÁREA LEGENDA Saúde Educacional Cultural

Figura 89: Google Earth com edição própria – Marcação dos equipamentos culturais, educacionais e de saúde. 105


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

Localizado em uma quadra de aproximadamente 15 mil m², relativamente pequena em relação às demais do entorno, o terreno escolhido tem uma área de aproximadamente 1.500 m² em plena esquina da Rua Caio Prado e a Gravataí. Com a proposta de implantar um térreo ativo, permitirá criar um espaço atraente para os frequentadores da região e os hóspedes.

Figura 90: Autoria Própria - Vista da Rua Caio Prado para o terreno escolhido. 106


DIAGNÓSTICO DA ÁREA Figura 91: Autoria Própria - Vista da Rua Gravataí, onde as árvores presentes serão mantidas.

Figura 92: Autoria Própria - Vista da Rua Caio Prado para o Parque Augusta, em direção à Rua Augusta. 107


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

Entretanto, no século XIX o bairro da Consolação era caracterizado pelos barões morando nas suas mansões, mas quando a região entrou em declínio, essas casas foram abandonadas e hoje em dia é um bairro altamente comercial, com vida noturna agitada. Essa casa na figura abaixo era considerada como chácara colonial, onde era isolada no centro do terreno, mantendo um afastamento a partir da rua, como também em todas as laterais do lote. Este imóvel em conjunto com mais outros bens originalmente residenciais na mesma Rua Caio Prado, exemplificam o modo de viver da classe média no começo do século XX.

Figura 93: Autoria Própria - Vista do imóvel tombado que será integrado no projeto. 108

A tipologia construtiva para essas residências passaram a ter portão alto, nova implantação nos lotes com jardim e entrada lateral. A técnica construtiva é de alvenaria de tijolo, telha de barro, possui adornos sobre as vergas das janelas e acabamento em ferro. Houve uma preservação parcial desde as fachadas, volumetria e alguns ambientes internos, portanto o seu valor cultural foi reconhecido pelo tombamento de Resolução 17/2016.

Figura 94: Autoria Própria - Detalhe da fachada do porão.


Como não foi possível entrar no imóvel, foi utilizada a planta de outro imóvel da mesma rua como referência para o desenho da casa Nº 79, uma vez que ambas são da mesma época de construção. A fim de integrá-la ao projeto, uma vez que tem um valor cultural do patrimônio.

Figura 95: Autoria Própria - Entrada pela lateral da casa e vista da parte dos fundos. 109

DIAGNÓSTICO DA ÁREA

Foram feitas algumas consultas no 5º Cartório Oficial de Registro de Imóveis da Capital e no CONPRESP - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Entretanto, a casa de número 79 aparenta ser a mais antiga do local, já que sua projeção está mapeada a partir da cartografia de 1913. No entanto, não existe no Arquivo Histórico Municipal Washington Luís - órgão responsãvel pela preservação dos documentos considerados de valor histórico produzidos/ adquiridos pela administração pública da cidade de São Paulo.


DIAGNÓSTICO DA ÁREA Figura 96: Retirada no próprio CONSPRESP no processo de nº 2004-0.102.248-6, o imóvel da Rua Caio Prado 225, usada como base para o projeto. 110

Figura 97: Autoria Própria - Planta do Existente.


DIAGNÓSTICO DA ÁREA Figura 98: Autoria Própria - Planta de Demolição.

Figura 99: Autoria Própria - Planta do Layout. 111


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

LEGISLAÇÃO Segundo o site Gestão Urbana de São Paulo, o zoneamento da área como pertence a uma ZC – Zona de Centralidade, em que porções do território são destinadas à promoção de atividades típicas de áreas centrais ou de subcentros regionais ou de bairros, em que sejam usos não residenciais, com densidades construtiva e demográfica médias, promovendo uma qualificação paisagística e dos espaços públicos. Uma parte da ZC esta dividida, em porções do território, localizadas na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana com atividades de abrangência regional, onde buscam a manutenção de usos não residenciais existentes, o fomento às atividades produtivas, a diversificação de usos ou o adensamento populacional moderado, a depender das diferentes localidades que constituem esses territórios.

112


DIAGNÓSTICO DA ÁREA LEGENDA ZC - Zona de Centralidade ZEU - Zona de Estruturação Urbana ZEM - Zona de Estruturação de Transformação Metropolitana ZEIS 3 - Zona Especial de Interesse Social 3 AC - Clubes Esportivo Social ZEPAM - Zona Especial de Proteção Ambiental Praças e Canteiros ZOE - Zona de Ocupação Especial ZM - Zona Mista Figura 100: Google Earth com edição própria – Mapa de Legislação no recorte. 113


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

TABELA xx : Parâmetros de Ocupação de ZC.

NOTAS NA = Não se aplica (j) Os recuos laterais e de fundo para altura da edificação superior a 10m (dez metros) serão dispensados conforme disposições estabelecidas nos incisos II e III do artigo 66 desta lei. Art. 66. Os recuos laterais e de fundo ficam dispensados: II – quando o lote vizinho apresentar edificação encostada na divisa do lote, conforme análise caso a caso pelo órgão técnico competente, exceto em DEZ-2, ZPI-1 e ZPI-2; III – em terrenos que tenham declividade com área igual ou menor a 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) ou frente menor ou igual que 10m (dez metros). 114


Pertence também na Macroárea de Estruturação Metropolitana, no Setor Central, caracterizado por ser uma região central que contem o centro histórico, possuindo muita oferta de emprego, comércios e serviços. “A Macroárea de Estruturação Metropolitana tem como diretriz promover transformações no espaço urbano, nas condições de uso e ocupação do solo e na base econômica de modo a desconcentrar oportunidades de emprego em direção aos bairros da periferia e de municípios metropolitanos”. (GESTÃO URBANA SP, 2018).

Através da figura ao lado é possível notar que a região está cada vez mais se verticalizando, principalmente no eixo da Rua da Consolação, o Elevado João Goulart – conhecido como Minhocão, a Rua Frei Caneca e a Avenida 9 de Julho. Apesar de o terreno ter um entorno imediato ter um gabarito mais baixo, a rua mostra esse início de verticalização, percebido pelos empreendimentos que já tinham iniciado suas obras no local antes da primeira visita ao terreno.

Figura 101: Street View - Empreendimento instalado no local.

Figura 102: Google Earth - Entorno da localização do projeto. 115

DIAGNÓSTICO DA ÁREA

TABELA XX: Parâmetros de Parcelamento do Solo (dimensões por lote) por zona.


DIAGNÓSTICO DA ÁREA

PROGRAMA DE NECESSIDADES O terreno tem uma importante conexão com a Rua da Consolação e a Rua Augusta, mesmo não estando numa dessas ruas, a Rua Caio Prado é uma rua que conecta essas duas vias importantes, onde o fluxo de pessoas e veículos é bastante presente. Como se encontra numa esquina, um térreo ativo possibilita gerar um espaço de permanência e de passagem por meio do hostel. Como um bar, restaurante e uma praça, irá criar um ponto de encontro entre diversas culturas, desde os hóspedes, alunos e moradores locais. O programa foi definido conforme as pesquisas e os questionários feitos, na qual constaram que as áreas comuns mais requisitadas são salas de jogos, leitura, refeitório, lavanderia e o terraço, principalmente na região de São Paulo onde os paulistanos sempre fazem churrascos. Já os dormitórios serão distribuídos da melhor forma para os hóspedes conforme as suas necessidades, havendo uma possível dinâmica de diferentes pés direito, com cores predominantes nos containers. Com aproximadamente 1.283 m² de terreno, foi posssível acomodar 240 hóspedes, no qual é considerado uma hospedagem de grande porte, segundo a classificação dos hostels pelo Hostelworld. 116

O escalonamento do edíficio ocorre em respeito ao entorno imediato, principalmente pelo imóvel tombado ao lado do terreno. Através dos containers empilhados, foi possível chegar numa altura de nove containers - limite máximo de empilhamentos. O edifício consiste no térreo ser de pé direito duplo, no qual pessoas que transitam pelo local, assim como os hóspedes, podem usufruir dele. Entretanto a partir do primeiro pavimento encontram-se as áreas compartilhadas como: sala de tv, sala de computadores/ leitura, sala de jogos e a cozinha. A área de funcionários, e a sala administrativa do hostel, encontra-se voltada para a Rua Caio Prado, próxima da esquina: uma forma de controlar e ver quem entra e sai do hostel. Apenas o segundo pavimento será voltado para os dormitórios privativos, onde há diversas tipologias de dormitórios. Já os demais pavimentos consistem nos dormitórios compartilhados e a presença de alguns terraços. Para um melhor aproveitamento de dimensão do container, foi pensado para o banheiro compartilhado ser um anexo do edifício.


Lavanderia Comunitária

Sala Administrativa

Banheiros

Sala de Funcionários

Cozinha/ refeitório

Recepção

Depósito de Malas

Copa Despensa de Alimentos Depósito de Lixo Ropeiro Quartos Compartilhados Quartos Femininos Quartos Privados

DIAGNÓSTICO DA ÁREA

Vestiários

Sala de Jogos/TV Sala de Leitura Áreas Verdes Terraços Observatório Boate Bar

117


118


8. PROJETO 119


PROJETO

ANÁLISES DO TERRENO ESCOLHIDO

RUA

RUA

CAIO

CAIO

DO

PRA

DO

PRA

RUA

CAMINHOS E PERMANÊNCIAS

fluxos

120

permanências

TAÍ AVA

GR

RUA

RECUOS OBRIGATÓRIOS

lateral

frontal

TAÍ AVA

GR


PROJETO RUA

RUA

CAIO

CAIO

DO

PRA

DO

PRA

RUA

TAÍ AVA

GR

RUA

ALINHAMENTOS E VISÕES

alinhamentos

empena

muro

TAÍ AVA

GR

GABARITO DE ALTURA

visões

61 - 90m

31 - 60m

11 - 30m

6 - 10m

0 - 5m

121


PARQUE AUGUSTA

122 PLANTA DE SITUAÇÃO RUA CAIO PRADO

RUA MARQUÊS DE PARANAGUÁ


RUA JOÃ

RÃES RO O GUIMA

SA

RUA DA CONSOLAÇÃO

PRAÇA ROOSEVELT

PR

A

FR AN

KL IN

RO OS

EV

EL T

RUA GRAVATAÍ

123 0

10

20

30

40

50


D

6,75

C

5,50

LOUNGE

A

BOATE DJ

BAR

761.00

4,00

6,00

RUA CAIO PRADO

4,00

A

S

ÁREA TÉCNICA

BANHEIRO MASC.

D

C

BANHEIRO FEM.

124 PLANTA SUBSOLO - 761.00

0

2.5

5.0

7.5

10


125


D

C

2

3

4

5

1

6 764.17

7 764.17

A

A 764.26 764.26

18

RUA CAIO PRADO

S

764.00

764.00

8

16

17

764.00 764.26

19 9

10

15 10 14

11 S

B

B

764.26

764.26

764.00

12

i = 8,33 %

C

126 PLANTA TÉRREO - 764.00

13

D

S


D

C

LEGENDA 1 - Área de Espera 2 - Cozinha 3 - Depósito 4 - Banheiros 5 - Vestiário 6 - Bar 7 - Terraço 8 - Bar 9 - Banheiro Recepção 10 - Banheiro Bar

764.00

764.00

Depósito de Bagagem - 11 Recepção Hostel - 12 Chapelaria - 13 Recepção Boate - 14 Carga e Descarga - 15 Almoxarifado - 16 Depósito de Lixo - 17 Lavanderia - 18 Praça Coberta - 19 Salão de Jogos do Bar - 20

D

A

20

764.26

767.15 764.00

764.00

PLANTA MEZANINO - 767.15 764.00

S

i = 8,33 %

container 20 pés

container 40 pés

container 45 pés

container 53 pés

0

D

container cortado C

S

B

2.5

5.0

7.5

10

127


D

C 764.17

770.04

770.04

770.04

A

A

5

5

RUA CAIO PRADO

1

6

764.00

764.00

2

770.04

7

3

3

S

8

4 B

11

8

8

10 S

S

770.04

B

9

C

128 PLANTA 1ยบ PAVIMENTO - 770.04

D

764.00

0

2.5

5.0

7.5

10


LEGENDA 1 2 3 4 5 6

-

Sala de Funcionários Copa Banheiros Sala Administrativa Passarela Refeitório

Cozinha - 7 Banheiros - 8 Sala de Jogos - 9 Sala de TV - 10 Sala de Leitura e Computadores - 11

container 20 pés

container 40 pés

container 45 pés

container 53 pés

container cortado 129


D

C 764.17

770.04

770.04

770.04

A

A 772.93

772.93

772.93

RUA CAIO PRADO

772.93

1

764.00

764.00

10

2

772.93

9

772.93

B

B

S

3

6

PLANTA 2ยบ PAVIMENTO - 772.93

7 8

C

130

5

D

4

0

2.5

5.0

7.5

10


LEGENDA 1 2 3 4 5

-

Dorm. 2 hóspedes Dorm. 2 hóspedes Dorm. 3 hóspedes Dorm. PNE Dorm. 4 hóspedes

Dorm. 3 hóspedes - 6 Dorm. 3 hóspedes - 7 Dorm. 4 hóspedes - 8 Dorm. 4 hóspedes - 9 Terraço - 10

TOTAL - 24 Hóspedes

container 20 pés

container 40 pés

container 45 pés

container 53 pés

container cortado 131


D

C 764.17

770.04

770.04

770.04

A

A 772.93

772.93

772.93

RUA CAIO PRADO

772.93

764.00

764.00

1

772.93

2 10

10 9

775.82

B

B

S

3

5

6

7

8

775.82

C

132 PLANTA 3ยบ PAVIMENTO - 775.82

D

4

0

2.5

5.0

7.5

10


LEGENDA 1 2 3 4 5

-

Dorm. 14 hóspedes Dorm. 4 hóspedes Terraço Dorm. 6 hóspedes Dorm. 6 hóspedes

Dorm. 6 hóspedes - 6 Dorm. 10 hóspedes - 7 Dorm. 10 hóspedes - 8 Dorm. 4 hóspedes - 9 Banheiros Compartilhados - 10

TOTAL - 60 Hóspedes

container 20 pés

container 40 pés

container 45 pés

container 53 pés

container cortado 133


D

C 764.17

770.04

770.04

770.04

A

A 772.93

772.93

772.93

RUA CAIO PRADO

772.93

764.00

764.00

1

772.93

2 8

8 778.71

B

7

S

775.82

6 5

C

4

PLANTA 4ยบ PAVIMENTO - 778.71

D

3

134

B

775.93

0

2.5

5.0

7.5

10


LEGENDA 1 2 3 4

-

Dorm. 14 hóspedes Dorm. 4 hóspedes Dorm. 6 hóspedes Dorm. 6 hóspedes

Dorm. 10 hóspedes Dorm. 10 hóspedes Dorm. 4 hóspedes Banheiros Compartilhados -

5 6 7 8

TOTAL - 54 Hóspedes

container 20 pés

container 40 pés

container 45 pés

container 53 pés

container cortado 135


D

C 764.17

770.04

770.04

770.04

A

A 772.93

772.93

772.93

RUA CAIO PRADO

772.93

764.00

778.71

764.00

772.93

1 8

8 781.60

B

7

S

B

778.71

6 5

C

136

3

4

PLANTA 5ยบ PAVIMENTO - 781.60

D

2

0

2.5

5.0

7.5

10


LEGENDA 1 2 3 4

-

Dorm. 12 hóspedes Dorm. 10 hóspedes Dorm. 6 hóspedes Dorm. 6 hóspedes

Dorm. 10 hóspedes Dorm. 10 hóspedes Dorm. 4 hóspedes Banheiros Compartilhados -

5 6 7 8

TOTAL - 58 Hóspedes

container 20 pés

container 40 pés

container 45 pés

container 53 pés

container cortado 137


D

C 764.17

770.04

770.04

770.04

A

A 772.93

772.93

772.93

RUA CAIO PRADO

772.93

764.00

778.71

764.00

772.93

4

4

784.49

784.49

B

S

784.49

B

778.71

3

C

138

2

PLANTA 6ยบ PAVIMENTO - 784.49

D

1

0

2.5

5.0

7.5

10


LEGENDA 1 - Dorm. 4 hóspedes 2 - Dorm. 6 hóspedes

Dorm. 12 hóspedes - 3 Banheiros Compartilhados - 4

TOTAL - 22 Hóspedes

container 20 pés

container 40 pés

container 45 pés

container 53 pés

container cortado 139


D

C 764.00

770.04

770.04

770.04

A

A 772.93

772.93

772.93

RUA CAIO PRADO

772.93

764.00

778.71

764.00

772.93

4

4 787.38

784.49

B

S

784.49

B

778.71

3

C

140

2

PLANTA 7ยบ PAVIMENTO - 787.38

D

1

0

2.5

5.0

7.5

10


LEGENDA 1 - Dorm. 4 hóspedes 2 - Dorm. 6 hóspedes

Dorm. 12 hóspedes - 3 Banheiros Compartilhados - 4

TOTAL - 22 Hóspedes

container 20 pés

container 40 pés

container 45 pés

container 53 pés

container cortado 141


D

C 764.00

770.04

770.04

770.04

A

A 772.93

772.93

772.93

RUA CAIO PRADO

772.93

778.71

764.00

764.00

790.27 772.93

784.49

OBSERVATÓRIO

784.49

790.27

C

142 PLANTA DE COBERTURA - 790.27

B

778.71

D

B

0

2.5

5.0

7.5

10


143


144 CORTE AA


PARQUE AUGUSTA

145 0

2.5

5.0

7.5

10


PARQUE AUGUSTA

146 CORTE BB


147 0

2.5

5.0

7.5

10


148 CORTE CC


149 0

2.5

5.0

7.5

10


150 CORTE DD


151 0

2.5

5.0

7.5

10


152 ELEVAÇÃO DA RUA CAIO PRADO


153 0

2.5

5.0

7.5

10


154 ELEVAÇÃO DA RUA GRAVATAÍ


155 0

2.5

5.0

7.5

10


PROJETO

AMPLIAÇÃO - BANHEIRO MISTO - ESC 1:50

DETALHE CONSTRUTIVO - ESC. 1:5

0

156

0.5

1

1.5

2

2.5


157 PROJETO


PROJETO

AMPLIAÇÃO - COZINHA COMPARTILHADA - ESC 1:100

S

0

158

2.5

5.0

7.5

10


PROJETO DETALHE CONSTRUTIVO - ESC. 1:5

DETALHE CONSTRUTIVO - ESC. 1:5 159


PROJETO

AMPLIAÇÃO - DORMITÓRIOS DO 5º PAVIMENTO - ESC 1:100

S

160


PROJETO DETALHE CONSTRUTIVO ESC. 1:5

0

2.5

5.0

7.5

10

161


PROJETO

AMPLIAÇÃO - UM DOS DORMITÓRIOS - ESC. 1:50

0

162

1

2

3

4

5


PROJETO luminรกria individual

toalha individual

cofre

cortina individual

maleiro

163


164


165


166


167


168


São Paulo é uma das cidades mais bem desenvolvidas no setor hoteleiro. A presença das maiores redes de hotéis nacionais e internacionais fomentam o alto custo da hospedagem e dos serviços e com isso a demanda pelo setor de hospedagem alternativo e de qualidade, como hostels, vem crescendo cada vez mais. É perceptível uma mudança no comportamento dos turistas, onde estes estão buscando se envolver mais na cultura local com experiências autenticas do dia a dia de um residente. Procurando suprir essa demanda viu-se a necessidade de um projeto mais alternativo e inclusivo que busque novas propostas. O lugar escolhido proporciona um espaço convidativo que promove a permeabilidade e a conexão entre duas ruas com dois eixos importantes: Parque Augusta e a Praça Roosevelt. A boa localização aliada a um belo e grande espaço de convívio e um programa diversificado busca incentivar o uso do local não só pelos hóspedes, mas também pelas pessoas que transitam pelo local.

apoio do steel frame, possibilitando a criação de grandes espaços – que promovem o convívio e a interação - e aberturas que viabilizam a iluminação e ventilação natural. A existência da casa tombada ao lado do terreno trouxe uma preocupação de conectá-la ao projeto, visando que a grande verticalização do entorno já presente possibilita a destruição ou sua degradação. A partir disso foi criado um programa para o local que permitisse a conexão com a nova construção, surgindo assim um anexo do hostel. O projeto é voltado para todos os públicos possíveis, oferecendo assim diversos padrões de dormitórios, desde privados e compartilhados. A individualidade gerou um espaço mínimo para poder construir um desenho de mobiliário que se adeque ao espaço. Além de proporcionar a hospedagem, oferece áreas de convivências, bar e balada em uma arquitetura diferenciada que busca o reuso de estruturas descartas aliada ao conforto e design.

O hostel possui 2800 m² distribuídos em 9 andares com um programa que permite o uso contínuo do espaço. Foi desenvolvido em containers com 169

PROJETO

CONSIDERAÇÕES FINAIS


170


9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 171


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRAFIA

Paulo: Cosac Naify, 2008.

ANDRADE, N; BRITO, P; JORGE, W. Hotel: Planejamento e Projeto. 3 ed. São Paulo: Editora SENAC, 2001.

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

BERGMANN, J; SLAWIK, H; TINNEY, S. Container Atlas: A practical guide to container architecture. 1 ed. Alemanha: Editora Die Gestalten Verlag. 2010. DIAS, C. et al. Hospitalidade: Reflexões e Perspectivas. 1 ed. São Paulo: Editora Manole Ltda, 2002. GEHL, J. Cidade Para Pessoas. 3 ed. São Paulo: Perspectiva, 2015. GIARETTA, M. Turismo da Juventude. 1. Ed . Barueri: Editora Manole Ltda, 2003. HERTZBERGER, H. Lições de Arquitetura. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. JACOBS, J. Morte e Vida de Grandes Cidades. 3 ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. KOOLHAS, R. New York delirante: um manifesto retroativo para Manhattan. São 172

ALBERGARIA, C. Albergaria Urbana – Albergue na W3. 2016. 96f. Trabalho Final de Graduação – Universidade de Brasília, Brasília, 2016. BROEDEL, L. A Utilização de Containers como Alternativa de Habitação Social no Município de Vitória. 2018. 54f. Trabalho de Conclusão de Curso- Universidade Vila Velha, Vila Velha, 2018. CALORY, S. Estudo do Uso de Contêineres em Edificações no Brasil. 2015. 55f. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2015. JUNIOR, A. Análise estrutural de contêineres marítimos utilizados em edificações. 2017. 156f. Dissertação de Mestrado Profissional – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2017. MARTIN, C. Poshtel: Um Novo Conceito de Hospedagem. 2017. 126f. Trabalho Final de Graduação – Centro Universitário SENAC – Santo Amaro, São Paulo, 2017.


SALES, D. Marítimo Hostel. 2017. 158f. Trabalho Final de Graduação – Universidade Federal do Ceará, Ceará, 2017. PARREIRA, Natalia. 2017. HPBA I HOSTEL PRAÇA BAIXO AUGUSTA. 85 f. Trabalho Final de Graduação – FAAP, São Paulo, 2017. PISSARDO, F. 2013. A Rua apropriada: estudo sobre transformações e usos urbanos na Rua Augusta (São Paulo, 1891 – 2012). 121f. Dissertação de Mestrado – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

615 – 624, 2012. MUSSNICH, L. Retrofit em Containers Marítimos para Reuso na Arquitetura e sua Viabilidade. Curitiba, v. 10, p. 01 – 22, 2015. PINHEIRO, Z; SATYRO, A. Os albergues independentes como um novo meio de hospedagem e prestação de serviços. Estudo de caso: Red Hostel. Londrina, v. 7, p. 31-38, 2006. KÖHLER, A; SILVA, T. O mercado de albergues/hostels do Município de São Paulo – Brasil: caracterização e avaliação de estabelecimentos e empreendedores. Penedo, vol. 5, n.1, p. 54-78, 2015.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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