Cartilha - Novos Rumos

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cartilha - novos rumos

MANUAL PARA MONTAGEM E OPERAÇÃO DE UM ESPAÇO DE MIDIAEDUCAÇÃO - MDE


Autores Jonathan Caroba Juliane Travassos Silvana Gontijo Virginia Ferrara Colaboração Hélio Oliveira Lais Louven Revisão Silvana Gontijo Fotografias Hélio Oliveira Juliane Travassos Projeto gráfico e Editoração Carlos Burgos Hélio Oliveira Juliane Travassos Luiz Araújo


Caros Educadores, Essa cartilha responde a uma provocação do Instituto Oi Futuro para a disseminação de uma experiência exitosa - os Espaços de Midiaeducação, os MDEs modelada e implementada pelo planetapontocom nas duas escolas do programa NAVE: a Escola Estadual Cícero Dias, em Recife e a Escola Estadual José Leite Lopes, no Rio de Janeiro. O planetapontocom tem como missão desenvolver soluções inovadoras para a educação pública brasileira. Acreditamos na integração de tecnologias digitais e de informação aos processos educativos e à cultura pedagógica das escolas. Ao longo dos últimos quinze anos pesquisamos, observamos e monitoramos o impacto cada vez maior dessas tecnologias em diferentes contextos: nas práticas docentes, no comportamento dos estudantes e na organização escolar. As conclusões de nossos estudos confirmadas por nossas experiências práticas mostram que, para otimizar a integração desses contextos é imprescindível uma gestão midiaeducativa da organização escolar bem planejada, bem executada e essencialmente comunicativa, em diversos níveis. Para tanto o Espaço de Midiaeducação (MDE) de sua escola deverá mobilizar professores, estudantes e gestores para que os saberes e fazeres necessários ao pensamento criativo e inovador materializem-se como instrumentos de transformação pedagógica, nos espaços de ensino e aprendizagem. Bem-vindos a essa aventura transformadora!

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APRESENTAÇÃO Quando na década de 1970 Jean Baudrillard desenvolveu suas teorias sobre a sociedade pós-moderna, organizada em torno da simulação, cuja ruptura radical com as sociedades modernas tem como demiurgos os modelos, os códigos, a comunicação, as informações e a mídia. Ele afirmava que "nesse delirante circo pós-moderno, as subjetividades estariam fragmentadas e perdidas. As classes sociais, os sexos, as diferenças políticas e as diversidades culturais e religiosas implodiriam uns sobre os outros, apagando as fronteiras e as diferenças num caleidoscópio pós-moderno." Na sua visão, a hiperrealidade do mundo pós-moderno seduziria muito mais do que a realidade. Os indivíduos abandonariam o deserto do real pelo êxtase da hiperrealidade e pelo novo reino do computador, das mídias digitais e das tecnologias em rede. Uma visão inquietante sobre a sociedade do simulacro. Se na visão moderna as tecnologias eram uma extensão dos seres humanos, que as usavam para dominar e controlar a natureza, os pós-modernos acreditam que as tecnologias preponderarão e que cada vez mais viveremos entre a tensão de ter os meios para acessar qualquer tipo de informação, e o medo de nos sentirmos dominados não pela tecnologia, mas pela tirania da compulsão por essas informações.

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Empanturrados de imagens, valores e conceitos navegamos com nossas frágeis convicções, por áreas de saber indecifráveis e em meio a tempestades cerebrais extenuantes. O rumo é dado pelo canto das sereias emitidos por nossos PCs, tablets, celulares enfim, essa miríade de experiências fascinantes às quais nos agarramos para evitar o naufrágio do não pertencimento a essas cyber tribos. Como descobrir uma rota mais segura e um processo menos angustiante? Quem vai nos ajudar na aventura do conhecimento? A escola precisa repensar suas práticas para formar cidadãos autônomos e com as competências para avaliar criticar e discriminar o joio do trigo, nesse planetapontocom. A midiaeducação vem se transformando numa ferramenta poderosa para ajudar docentes e gestores a recriar seus ambientes de aprendizagem. Pesquisar, desenvolver metodologias e construir o conhecimento que está disponível aqui só foi possível porque o Instituto Oi Futuro acreditou, apoiou e foi cúmplice dessa aventura experimental de conduzir a Escola Por Dentro dos Meios. A toda essa equipe encantadora, nosso obrigada por essa parceria inspiradora. Silvana Gontijo

Extraído do livro Por Dentro dos Meios e atualizado para essa cartilha.

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QUAL TRANSFORMAÇÃO DEVEMOS BUSCAR? A transformação que aproxime as práticas docentes dos interesses dos educandos e ressignifique o aprendizado, com o foco em projetos integrados e em consonância com os principais objetivos de cada escola. Para o planetapontocom, o MDE trabalha sob a orientação humanista e interdimensional como valores estruturantes e norteadores das atividades docentes e discentes. Sua missão é orientar e mobilizar para o uso de estratégias de inovação e de ferramentas tecnológicas, de modo a desenvolver um trabalho pedagógico por meio de causas.

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ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO Quando falamos em educação escolar, quatro instâncias se projetam: a do conhecimento, a do ensino, a da aprendizagem e a das relações. As estratégias de inovação são geradas a partir dessas instâncias, trazem novas perspectivas curriculares que impulsionam mudanças nas maneiras de ser, de estar, de agir e de se relacionar.

conhecimento

Ampliar o acesso à informação para que os diferentes saberes se relacionem significativamente; colocar à disposição de todos os melhores instrumentos de indagação, de reflexão e de criação.

ensino

Contribuir para mudanças gerenciais que flexibilizam os tempos e espaços escolares; reorganizar a comunicação para que o trabalho pedagógico se dê de forma transdisciplinar e com vista às transformações pessoais e do mundo no qual se vive.

aprendizagem

Propor diversificados ambientes de aprendizagem que criam situações de engajamento em causas, de ensaio, de pesquisa, de confronto/troca/análise/avaliação de ideias, pontos de vista, experiências e conhecimentos. Aprender na escola passa a ser uma oportunidade verdadeira de construção de outro futuro.

relações

Criar novas dinâmicas, novas formas de dialogar e de produzir de forma colaborativa e viabilizadora projetos transdisciplinares, sistêmicos, que promovam o bem comum.

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FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS A introdução de ferramentas tecnológicas no espaço escolar vai além de colocar à disposição de professores e alunos máquinas e programas computacionais. Utilizá-las na escola significa formular uma nova midiatização dos processos de ensino e de aprendizagem para maximizar as potencialidades comunicativas e pedagógicas e alcançar a excelência educacional. O professor se transforma em comunicador, produtor de conhecimento didático e em tutor. O aluno se torna gestor de seu percurso de aprendizagem. Ambos criam redes de compartilhamento de informação, de conhecimento, aprendem a trabalhar com as diferenças, se engajam em causas e buscam soluções para problemas sociais reais.

EDUCAÇÃO COM E POR MEIO DE CAUSAS A ideia de uma pedagogia com e por meio de causas significa uma escola que se entende como coautora do processo de construção de uma realidade mais justa e sustentável, para além de seus muros. O valor dessa abordagem educacional está na ideia de que, ao se envolver em uma causa, ao tomar consciência dos problemas sociais, ao se responsabilizar em cuidar do meio ambiente e da qualidade de vida de todos, as crianças e os jovens tornam-se protagonistas de seu processo de aprendizagem e passam a entender-se como ser social - cidadãos do mundo no qual vivem. O conteúdo escolar deixa de ter um fim em si mesmo e torna-se o meio, a ferramenta de transformações pessoais e sociais.

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O CASO NAVE ENSINO MÉDIO O planetapontocom identificou duas grandes questões a serem trabalhadas nas escolas NAVE: a do meio-ambiente, com ênfase nas questões da água e a do humanismo, com destaque para a convivência harmônica entre os diferentes. Mobilizar diferentes atores, de diferentes regiões com diferentes experiências e culturas para resolver um problema ambiental e uma questão de fundo na humanidade, que vive uma miríade de conflitos originados na intolerância pelo diferente. Por meio dessas causas, o espaço da sala de aula se ampliou, os professores proveram experiências mais identificadas com o dia a dia e com as necessidades de seus alunos e todos submeteram a sociedade na qual vivem, à análise e à crítica. Assim, ensinar e aprender se tornaram potentes estratégias de participação e de transformação social. E as causas escolhidas um instrumento consistente e validado como conteúdo de integração para a trans e interdisciplinaridade.

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O QUE GANHAM OS ESTUDANTES? No seu dia a dia, os MDEs buscam trabalhar sua missão pedagógica identificando nos processos comunicativos, em suas linguagens e suportes, oportunidades estratégicas de aproximação entre as tecnologias digitais e de comunicação e o contexto escolar. E o principal desafio é tornar atrativos e eivados de sentidos os conteúdos e conhecimentos acadêmicos previstos no sistema educacional brasileiro. Para isso, a interdisciplinaridade é a chave e a Educação com e através de causas o alicerce sobre o qual erigimos nossos projetos. Não podemos esquecer que o nosso ponto fulcral é a transformação dos indivíduos: a mídia mais importante e fundamental. Na formação para a monitoria de mídia nosso principal objetivo é dotar cada estudante das competências necessárias para ser, conviver, conhecer e produzir em um mundo em rede, para o trabalho colaborativo, para a gestão qualificada da informação e para o compartilhamento do conhecimento. É imprescindível a mudança do paradigma competitivo - egresso da Revolução Industrial - para o colaborativo, a nova forma de conviver e produzir na sociedade contemporânea.

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A abordagem midiaeducativa reforça a percepção do estudante como ser de comunicação em contínuo desenvolvimento, e dos espaços de ensino e aprendizagem como ambientes privilegiados de interação comunicativa. É nesses espaços que se planejam: ações específicas para o desenvolvimento de competências comunicativas;

a integração dessas ações ao plano curricular;

o projeto do ambiente de aprendizagem; e, finalmente, os elementos importantes para o gerenciamento dessas ações com o objetivo de convertê-las em conquistas para a escola e para os estudantes.

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Portanto, o trabalho educativo é sobre os meios, com os meios, através dos meios entendendo o ser humano como o principal meio de comunicação.

sobre os meios

Refere-se ao estudo e análise dos conteúdos presentes nos diferentes meios e suas linguagens.

com os meios

Trata-se do uso dos meios e suas linguagens como ferramenta de apoio às atividades didáticas.

por meio dos meios

Diz respeito à produção de conteúdos para e com os meios, em sala de aula e, também, a educação a distância ou virtual, quando o meio se transforma em ambiente de ensino e de aprendizagem.

seres de comunicação

Somos seres de comunicação e linguagem como qualquer outro animal, mas desenvolvemos nosso pensamento abstrato e capacidade de simbolizar com subjetividade, ou seja, representar a realidade. Compartilhar um referencial comum implica em comunicar com significados.

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O QUE É MIDIAEDUCAÇÃO? Midiaeducação é uma pedagogia inovadora que promove o estudo da comunicação, das mídias e da produção de conteúdos para e com os meios de comunicação, como parte do projeto pedagógico – quer como componente curricular, quer como tema transversal. Essa abordagem tem em foco a implementação de ações em comunidades educacionais que permitam: - o desenvolvimento das competências e habilidades comunicativas dos indivíduos ao longo de seu processo de desenvolvimento, com ênfase ao trabalho integrado e interdisciplinar; - a realização de eventos e atividades que potencializem o processo educativo aperfeiçoando a atuação de equipes e sujeitos com os recursos para dialogar com o mundo em comunicação; - o desenvolvimento das concepções, sistemas e dispositivos de comunicação da comunidade educacional como rede e organização aprimorando a gestão da informação e do conhecimento; - a formação continuada dos agentes educacionais para o planejamento, implementação e gestão de ações que integrem comunicação e educação e que tornem mais comunicativo e instigante o processo educativo.

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A SERVIÇO DE QUAL MENSAGEM? A que nos representa. Aquela que nos ajuda a construir um ethos que considera e legitima nossas crenças, princípios e valores. E é aqui que os MDEs adquirem uma função estratégica: motivar, mobilizar e integrar os processos de comunicação que viabilizarão as ações transformadoras específicas de uma escola. Para que o Espaço de Midiaeducação tenha valor para uma escola é preciso que ele reflita a sua realidade.

QUAIS BENEFÍCIOS PARA AS ESCOLAS? Para que o MDE possa gerar benefícios à escola e à sua comunidade de referência, é necessário que se criem algumas condições especiais para a sua instalação e operação. Só assim será assegurado que essa seja uma iniciativa relevante para educadores e educandos.

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O QUE GANHAM OS EDUCADORES ESCOLARES? Crescimento profissional Melhoria da autoestima Reconhecimento pelos alunos e pais do trabalho pedagógico realizado Realização de atividade pioneiras e inovadoras Desenvolvimento do senso crítico em relação à realidade a sua volta Desenvolvimento de suas competências comunicativas Aprimoramento de competências para o trabalho em rede e/ou em grupos multidisciplinares

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O QUE GANHAM OS EDUCANDOS?

Melhoria das competências comunicativas básicas Melhoria do nível de atenção em sala de aula Crescimento significativo da autoestima Maior interesse Desenvolvimento de senso crítico Melhor entendimento da realidade da qual compartilha Mais leituras e produções de textos Evasão menor Atuação cidadã

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IMPLEMENTAÇÃO DO ESPAÇO DE MÍDIAEDUCAÇÃO Quais os passos? 18


PASSO 1 : DIAGNÓSTICO DE CONTEXTO Para que seja viável a implantação do seu MDE é preciso levar em consideração alguns aspectos de sua realidade. Para isso, deverá ser realizado um levantamento prévio das dinâmicas vividas no dia-a-dia de trabalho do grupo incluindo situações de ruído de comunicação para servir como referência e base. Esse levantamento será feito com os Diretores das áreas através de entrevistas semiestruturadas e da metodologia Design Thinking, na qual a criatividade é fundamental para resolver um desafio e torná-lo uma oportunidade.

DESIGN THINKING: METODOLOGIA QUE USA UMA SOLUÇÃO COSTUMIZÁVEL E QUE LEVA EM CONSIDERAÇÃO AS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS NA ABORDAGEM DO PROBLEMA.

A partir desse ponto sugerimos que você reflita sobre cada questão proposta. Elas lhe ajudarão a compor os conteúdos que integrarão seu projeto.

ATENÇÃO: NÃO PRECISA RESPONDER ÀS PERGUNTAS AGORA. VOCÊ TERÁ TEMPO PARA ESCREVER SUAS RESPOSTAS NO 6º PASSO DA CARTILHA.

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Vamos agora conhecer as suas condições, o contexto comunicativo da sua escola

1- Estudantes e professores sentem necessidade de um espaço no qual eles podem desenvolver projetos inovadores com recursos adequados? 2- Os educadores sentem necessidade de formações para aprimorar seus conhecimentos para inovar? 3- Existe algum veículo de comunicação da escola? Se sim, existe algum ambiente de reunião da equipe? 4- A escola tem alguma rede social digital (Facebook, Twitter, Instagram, newsletter, etc.) ou física (mural, circular, memorando, etc.) na qual a comunidade esteja atualizada das atividades que acontecem periodicamente? 5- Quais equipamentos/tecnologias existem na sua escola? Computadores, microfones, câmeras, celulares, projetores, notebooks, tablets? Quantos itens de cada tipo existem disponíveis? 6- Eles ficam em um espaço com fácil acesso para alunos e professores?

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8- Existe algum espaço disponível em sua escola para ser transformado em um MDE? 9- Quais são as características dessa sala que você pode transformar, em um MDE? 10- Sua escola tem acesso à internet? 11- A sala tem tomadas para equipamentos? Mesas e cadeiras para o trabalho dos alunos? 12- Estúdios de áudio e vídeo seriam espaços importantes para transformar o modo de produzir dos educadores da escola? 13- Estudantes e professores, ao transitarem pela escola, veem ou passam por essa sala? 14- A escola tem empresas ou instituições educacionais/ sociais/ culturais que poderiam ser parceiras no desenvolvimento de projetos? 15- Quando você tem um problema de internet/ software/ informática a quem você recorre, na sua escola?

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PASSO 2: Como a escola se comunica?

linguagens e formatos)

(Meios,

1- Com quais públicos você conversa? a) Estudantes b) Ex-alunos c) Professores d) Pais/responsáveis e) Secretaria de Educação f) Outras escolas da região g) Mídias especializadas h) Campo acadêmico i) Outros públicos 2- O que você considera um problema de comunicação? Quais são os problemas que você identifica no seu contexto?

ATENÇÃO: AVALIE SUA COMUNICAÇÃO COM CADA UM DOS PÚBLICOS QUE VOCÊ LIDA E DESCUBRA QUAIS SÃO OS EVENTUAIS PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ TENHA OU TENHA TINHA TIDO COM CADA UM DELES. 3- Como você avalia que os seus públicos reajam a uma proposta de inovação? Você encontra resistência?

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4- Quais obstáculos você enfrenta para realização dos seus sonhos? a) Falta de recursos financeiros; b) não existência de espaço adequado (sem energia elétrica, internet, telefone etc); c) pouco engajamento dos educadores; d) pouco engajamento do educandos; e) resistência à mudança; f) professores que não saberiam utilizar o espaço por conta da formação; g) você identifica outros obstáculos? Quais?

Como começar? Vamos começar formulando as perguntas, cujas respostas se constituirão nos fundamentos do seu projeto. Veja a seguir. 1- Por que você quer fazer algo inovador na sua escola? (justificativa) 2- Para quê? (objetivo) 3- Quais suas forças e fraquezas? (contexto) 4- Como você quer fazer? (projeto)

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Com essas quatro questões resolvidas, vocês terá o projeto inicial do MDE da sua escola. O ideal seria pensar um MDE com quatro ambientes diferentes, mas sabemos que nem sempre isso é possível. Mesmo que a sala não tenha quatro espaços distintos - sala de edição de vídeo, estúdio de gravação de áudio, estúdio de gravação de vídeo e sala da administração, onde também ficarão a equipe e os equipamentos - ou não seja factível criar quatro cômodos na sua escola, é possível criar um único ambiente que tenha vários modos de utilização e revestimentos baratos e acessíveis que facilitem as gravações de áudio e vídeo.

DEFININDO OS ESPAÇOS E SEUS USOS Estúdio de Áudio Nele os educandos podem gravar trilhas sonoras inteiras, entrevistas para projetos da escola, a rádio escolar e seus programas, efeitos para incrementar seus trabalhos e, até mesmo, servir como estúdio para ensaio de bandas e grupos musicais da própria escola;

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Estúdio de Vídeo Esta sala significa, literalmente, um mundo de possibilidades! Neste estúdio, é possível gravar roteiros criados em sala de aula, criar ensaios fotográficos, montar cenários inteiros que façam parte de um set de gravação pensado e produzido pelos alunos e desenvolver atividades conjuntas com professores de áreas afins, no qual o estúdio possa ser usado para aulas mais dinâmicas, como artes cênicas;

Sala de convivência A ideia desta sala é transformar o Espaço de Midiaeducação da sua escola em um ambiente criativo, colaborativo e integrador, para os alunos. Eles poderão criar seus projetos, mas também terão a liberdade de pensar novas propostas para a escola e de se reunir para pensar projetos que aconteçam através do MDE;

Sala de administração Este é um ambiente muito importante para a gestão do MDE e para a gestão escolar. É nele que ficam guardados todos os equipamentos usados nos trabalhos que são desenvolvidos dentro do Espaço de Midiaeducação. A existência dessa sala evidencia a importância da preservação dos equipamentos e o modo como os alunos deverão aprender a manuseá-los, já que qualquer equipamento danificado impacta a escola como um todo.

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PASSO 4: Como estruturar a gestão do MDE? Um dos primeiros passos para estruturar o modo de operação é elaborar de forma colaborativa com professores, alunos e gestores os documentos contendo as diretrizes do espaço. Eles podem ser compartilhados com a comunidade e devem explicar o objetivo, as funções, os horários, as rotinas de operação e o projeto do Espaço de Midiaeducação.

QUAL O PERFIL MAIS ADEQUADO AO GESTOR(A) DO ESPAÇO DE MIDIAEDUCAÇÃO? Inovador e empreendedor

Capacidades indispensáveis ao planejamento de todas as ações a serem desenvolvidas no espaço, à potencialização das atividades já existentes na escola; à proposição de novas ações que estimulem o protagonismo, que gera mudanças significativas na comunidade educativa.

Conhecedor da escola

O/A gestora) de um espaço de midiaeducação deve conhecer sua escola para entender os processos de comunicação existentes (ou que precisam ser criados) e definir ações e formas de colaboração no desenvolvimento de projetos de trabalho.

Pesquisador

O(A) midiaeducador(a) deve estar sempre conectado às tendências em midiaeducação, às teorias de aprendizagem e abordagens metodológicas, à gestão da sala de aula e demais assuntos afins.

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Comunicativo

Essa é uma das qualidades primordiais do(a) gestor(a) do MDE. Todos os processos de comunicação empreendidos pelo Espaço de Midiaeducação devem servir de exemplo para a escola e devem também ser usados como oportunidades educativas, para mostrar a educadores e educandos como desenvolver uma comunicação eficaz e como a escolar pode se beneficiar com esses procedimentos.

Capaz de mobilizar e inspirar pessoas

O(A) midiaeducador(a) precisa ser uma pessoa capaz de convocar, mobilizar e engajar diferentes públicos da escola, estimulando-os para serem parceiros de projetos e atividades dentro e fora da sala de aula.

Conhecedor de tecnologia

Os gestores de MDEs precisam ter autonomia no uso dos equipamentos, dos ambientes digitais e da melhor adequação dos conteúdos aos meios e linguagens que se queira utilizar. Via de regra deverão ser capacitados para criar e roteirizar conteúdos, editar texto, som e imagem, produzir vídeo, animações e arquivos sonoros, entre outros fenômenos de comunicação.

Competente para montar equipe de monitores

Para um bom funcionamento do MDE e para cada estudante a monitoria de mídia tem um papel fundamental. Criar, mobilizar e formar estudantes para a montagem dessa equipe de monitores é decisivo para o sucesso do MDE, para disseminar o conceito de midiaeducação entre os estudantes e criar outros espaços de participação para toda a escola.

DICA:

SOS MATA ATLANTICA

USE O MODELO AO FINAL DESTA PLANILHA PARA AUXILIAR NA CRIAÇÃO DE UMA EQUIPE DE MONITORES DE MÍDIA E NO DESENVOLVIMENTO DE UM PLANEJAMENTO DE FORMAÇÃO NA EQUIPE COM CONTEÚDOS QUE PODEM VARIAR DE ACORDO COM AS ÁREAS DE INTERESSE DA ESCOLA E DA GESTÃO DO MDE.

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PASSO 5: Criar rotinas de operação ORGANIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS Criar listagem (acervo digital) com todos os itens existentes. Esse procedimento ajuda no controle dos empréstimos e a lista pode ser compartilhada para que outras pessoas saibam o que pode ser disponibilizado para uso da comunidade escolar. Criar código para cada um dos equipamentos. Todo o material precisa estar identificado. Os códigos podem ter números ou mesclar letras e números. Isso serve para distinguir itens pessoais do equipamento da escola. Escrever documento a ser compartilhado com todos os educadores e educandos sobre os usos do material do MDE (direitos e deveres). Divulgar horários de funcionamento para o uso dos espaços. Desenvolver quadro de agendamento (ou planilha excel) onde todas as reservas e as informações referentes aos próximos empréstimos de equipamentos e espaços do Midiaeducação estejam descritas - importante para o controle de usos. Criar documento para empréstimos dos equipamentos (retirada e devolução). Criar documento para utilização dos estúdios de áudio e vídeo (horário de entrada e saída); Criar estratégia e documento de liberação de material para que os educandos e os educadores realizem atividades fora da escola.

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Criar documento que identifique, informe e descreva os possíveis danos aos equipamentos e espaços - importante para identificar quais materiais precisam de reposição e quando estão sendo mau utilizados.

DICA: OS MODELO DOS DOCUMENTOS MENCIONADOS ESTÃO NOS ANEXOS 1,2,3 AO FINAL.

REGISTRO DE AÇÕES Criar rotina, junto aos professores, para que a gestão do MDE esteja sempre informada sobre as atividades da escola. Essa comunicação ajuda e torna eficiente o registro, em foto e vídeo, das mesmas. Criar espaço (físico ou online) para divulgar as ações registradas. A divulgação e disseminação das práticas desenvolvidas pela escola na comunidade confere valor e visibilidade para o trabalho dos educandos e educadores e incentiva o surgimento de outras práticas dentro do espaço escolar. A divulgação online pode acontecer via redes sociais (Facebook, Youtube, Vimeo, Instagram) ou através de sites, como as plataformas Wix, Blogger e Wordpress.

SOS MATA Criar acervo das práticas desenvolvidas na escola. Esse acervo pode ser físico (em HDs externos) ou online (pelo Dropbox, Google ATLANTICA Drive, OneDrive, 4Shared e outros sites de armazenamento online). A memória da escola será assim preservada. Essa organização pode ser feita por pastas, identificando ano, mês e a atividade registrada, tanto no dispositivo ser físico quanto no digital.

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Criar documento de descrição das atividades que estão acontecendo na escola (relato, catálogo, diagnóstico). Com isso você estabelece um material para colher feedbacks e consolidar uma avaliação da atividade.

DICA: OS MODELO DOS DOCUMENTOS MENCIONADOS ESTÃO NOS ANEXOS 1,2,3.

PROJETOS INTERDISCIPLINARES O Espaço de Midiaeducação também atua como um potencializador de projetos integrados com educadores das bases comum e técnica.

Como é feito isso? O MDE deve organizar uma agenda de encontros bimestrais para o planejamento integrado e coordená-los segundo a metodologia do trabalho colaborativo desenvolvida pelo planetapontocom. Na sequência, deverá colaborar na elaboração, organização e culminância dos projetos pedagógicos. Seu desempenho será auxiliar às rotinas de trabalho dentro e fora da sala de aula. No campo da comunicação, a equipe do MDE deve sugerir materiais de pesquisa e de referência, registrar (em vídeo e/ou foto) o processo de construção do trabalho, divulgar os trabalhos em redes sociais, além de acrescentar no acervo o material produzido. O MDE também desenvolve projetos independentes, que devem mobilizar e engajar os diferentes públicos para o seu sucesso, uma vez que essas atividades buscam explorar os talentos de alunos, professores e gestores e mobilizar a comunidade escolar para a atuação em prol de causas.

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PASSO 6: Colocando a mão na massa Crie, inove, faça do seu um MDE diferente e conte para nós. Você pode fazer isto de várias maneiras; 1 - Publicando em redes sociais; 2- Criando um veículo próprio de comunicação. 3- ou, publicando seu projeto na seção "Fala Mestre" da revistapontocom.

DICA: VOCÊ CONHECE A REVISTAPONTOCOM? É UMA REVISA ONLINE E GRATUITA QUE TRAZ DIVERSAS NOTÍCIAS, DICAS DO MUNDO DA MIDIAEDUCAÇÃO E PUBLICA TEXTOS DE VÁRIOS EDUCADORES. LEIA, COMPARTILHE E INSPIRE-SE!

SOS MATA ATLANTICA 31


ANEXO 1

Planilha de listagem e controle de equipamentos do MDE https://goo.gl/MSJ1Vk

ANEXO 2 Descrição e modelo de planejamento da equipe de monitoria de mídia https://goo.gl/KrXV7M

ANEXO 3 Solicitação de Atividade do Educador para o MDE https://goo.gl/MDR4Qp

ANEXO 4 Modelo para Quadro de Agendamento https://goo.gl/YdKYy9

ANEXO 5 Planilhas para controle de saída e entrada de equipamentos https://goo.gl/kczNTR

ANEXO 6 Modelo de planilha para reserva de estúdio https://goo.gl/QHCgqP

ANEXO 7 Modelo de relato de atividades acontecendo na escola

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https://goo.gl/5kutMY


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MultiRio. A escola entre mídias. 1° edição. Rio de Janeiro. Prefeitura do Rio. 2011. ALELUIA, Hildeberto. O futuro da Internet: o mundo da dúvida. 1° edição, Rio de Janeiro. Topbooks, 2014. BALTAR, Marcos. Rádio escolar: um experiência de letramento midiático. 1º edição. São Paulo, SP. Cortez, 2012. BELLONI, Maria Luiza. O que é Midiaeducação – 2ª ed. - Campinas, SP. Autores associados, 2005. BEVORT, Evelyne e BELLONI, Maria Luiza. Midiaeducação: conceitos, história e perspectivas. Educ. Soc., Campinas, vol. 30, n. 109, p. 1081-1102, set./dez. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v30n109/v30n109a08.pdf>. Acesso em: out. 2015. CAFIERO, Ana Elisa, DIAS, Marcelo Cafiro. Por uma Matriz de Letramento Digital, 2009. Disponível em: <http://www.ufpe.br/nehte/hipertexto2009/anais/p-w/por-uma-matriz.pdf>. Acesso em: out. 2015. GONTIJO, Silvana. Por dentro dos meios. 1° edição. Rio de Janeiro: planetapontocom, 2008. Coleção A escola por dentro dos meios. Globo Vídeo. Minissérie Cidade dos Homens. Ep. A Coroa do Imperador. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-CcY4t4yUWY>. Acesso em: fev. 2013. LOZZA, Carmen. Escritos sobre jornal e educação: olhares de longe e de perto. 1º edição. São Paulo, SP. Global, 2009. MONTEIRO, Eduardo. Midiaeducação e Educomunicação: semelhanças, diferenças e especificidades. In: A Escola Entre Mídias. Rio de Janeiro: Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro – Multirio, 2011. p.50-51.

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MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2ª ed. São Paulo: Cortez/UNESCO, 2000. MUKARA, Meredith. Groups As Living Systems: Essential Tools for Cultivating Groups that Work for Human Beings and Get the Job Done. Colorado: Matrixworks, 2014. PAIVA, Aline; PONTES, Antoanne; MELLO, Christiane; BRITTO, Mércia; FERNANDES, Roberta. Reflexões a partir da experiência da disciplina Oficina Integrada II. In: revista NAVE. Inspirações para novas práticas. 1º edição. Programa NAVE, Rio de Janeiro, RJ. Instituto OI Futuro, 2015. p. 128 - 138. PILETTI, Nelson e PRAXEDES, Walter. Sociologia da Educação: Do positivismo aos estudos culturais. 1º edição. São Paulo, SP. Ática, 2010. capítulos 9 e 10. XAVIER, Adilson. Storytelling: Histórias que deixam marcas. 2º edição. Rio de Janeiro, RJ. Best Business, 2015.

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