revista O Meio por Inteiro

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1º trimestre de 2010 - ano 1, 1ª edição

O MEIO POR INTEIRO 1

Perfil de um líder sustentável confira na entrevista com Ricardo Voltolini

Crédito de Carbono Brasil está entre os maiores originadores do mundo

Honda Automóveis e DowCorning do Brasil uma parceria de sucesso com a Elus Ambiental


2 O MEIO POR INTEIRO


O MEIO POR INTEIRO 3 Editorial

I

Agenda

funciona esse mercado e apresenta as principais características e tendências dessa vertente. A substituição das sacolas plásticas por sacolas ecológicas, prática cada vez mais comum, também é abordada pela revista. Esta primeira edição traz Ricardo Voltolini, jornalista publisher da revista Ideia Socioambiental e diretor da consultoria Ideia Sustentável, especializada em estratégia e inteligência em sustentabilidade. A entrevista apresenta quais as características de um líder sustentável. Gestão sustentável, responsabilidade institucional e leis de incentivo fiscal são outros assuntos tratados nesta edição. Além disso, André Saraiva marca presença com o artigo “Após 19 anos em tramitação, o Brasil recebe a Nova Ferramenta de Gestão Empresarial ou um Obstáculo ao Desenvolvimento Econômico?”. Temos ainda sugestões de livros e a agenda de eventos, para deixar você por dentro do que há de mais atual. Caso queira sugerir algum assunto à revista, encaminhe-o para nós pelo e-mail redacao@olivacomunicacao.com.br

nformações atualizadas, matérias especiais, dicas e as melhores novidades do mercado sobre o meio ambiente podem ser conferidas nesta primeira edição da revista O Meio por Inteiro. A Meio por Inteiro pretende se tornar uma importante ferramenta de informação para empresas e gestores ambientais. “Nossa proposta é ter uma revista que se torne referência de equilíbrio, qualidade, seriedade e credibilidade”, diz o Relações Públicas da revista, Júlio César de Moraes. Uma ótima leitura e até a próxima edição! Apresentando compromisso ético por parte de nossa comunicação, a revista traz, nesta edição, as melhores dicas Júlio César de Moraes sobre como gerar riquezas e trabalho sem agredir o meio ambiente. A matéria Relações Públicas sobre Crédito de Carbono nos diz como Revista O Meio por Inteiro

Expediente A Revista O Meio por Inteiro é uma publicação trimestral, tende tornar-se uma importante ferramenta de informação para empresas e gestores ambientais. Rua Dos Piriquitos, 182 - CEP: 13186-032. Hortolândia - São Paulo - Brasil - F. +55 (19) 3809.3885 – www.omeioporinteiro.com.br - E-mail: contato@omeioporinteiro. com.br, redacao@omeioporinteiro.com.br | Conselho Editorial: Júlio César de Moraes, Wendel Alves e Edvania Eldevik. Produção: Oliva Comunicação, www.olivacomunicacao.com.br - Jornalista Responsável: Edvania Eldevik, Mtb: 46.219. Textos: Henrique Franco, Enéias de Oliveira e Edvania Eldevik. Revisão: Erika Santiago. Projeto Gráfico, Diagramação e Arte Final: Claudio AdeCS Castanheira, (claudicamargo@hotmail.com). Fotografia: Wagner Cangussú. Capa: Claudio AdeCS Castanheira. Relações Públicas: Júlio César de Moraes, diretoria@omeioporinteiro.com.br, Comercial: Wendel Alves, comercial@omeioporinteiro.com.br, Cassiene Alves, faleconosco@olivacomunicacao.com.br, fone: 19 3384 9336. Impressão: Gráfica Mundo, Tiragem: 5 mil exemplares. para anunciar: omeioporinteiro.com.br

Abril

FEIRA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA PARA O MEIO AMBIENTE Data: 27 a 30 de abril 2010 Local: Bento Gonçalves - RS Site: http://www.fiema.com.br/2010/por/home.php 2ª FEIRA INTERNACIONAL DE EQUIPAMENTOS E SOLUÇÕES PARA O MEIO AMBIENTE Data: 27 a 29 de abril de 2010 Local: Anhembi - SP Site: http://www.ambientalexpo.com.br

Maio Expo Xangai 2010 ocorrerá de 1º de maio a 31 de outubro de 2010 e terá como tema “Desenvolvimento Urbano com Qualidade de Vida”. Como o tema da exposição será as cidades e a melhoria da qualidade de vida, a organização do evento já elegeu 55 cidades do mundo que mostrarão suas melhores práticas urbanas. http://www.portalodm.com.br/expo-xangai-2010--e--138.html Sustentabilidade empresarial na Conferência Ethos 2010 A 12ª edição da Conferência Internacional, promovida pelo Instituto Ethos, promoverá encontro entre lideranças em sustentabilidade empresarial e, ainda, uma mostra de tecnologias verdes. As inscrições para o evento, que acontecerá de 11 a 14 de maio, em São Paulo, já estão abertas: http://planetasustentavel.abril. com.br/noticia/desenvolvimento/sustentabilidade-empresarialconferencia-internacional-ethos-517325.shtml VII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE QUALIDADE AMBIENTAL Data: 17 a 19 de maio de 2010 Local: Centro de Eventos da PUCRS, Porto Alegre-RS. Informações: http://www.abes-rs.org.br/qualidade/ III FÓRUM INTERNACIONAL DE COMUNICAÇÃO E SUSTENTABILIDADE Organização: Atitude Brasil Cultura Ltda. fone: (11) 3815-6400 e-mail: atitudebrasil@atitudebrasil.com, site: http://www.atitudebrasil.com - Local: Museu de Arte Moderna - MAM - Av. Infante Dom Henrique, 85 - Parque Brigadeiro Eduardo Gomes - Aterro do Flamengo - f. (21) 2240-4944, Fax: (21) 2240-4899, Datas: 20/05/2010, 21/05/2010, http://www.rio.rj.gov.br/riotur/pt/ agenda/?Canal=6 Instituto Planeta Verde realiza Congresso Ambiental em maio De 22 até 26 de maio site: http://www.observatorioeco.com.br/index.php/institutoplaneta-verde-realiza-congresso-ambiental-em-maio/ CONFERÊNCIA DA TERRA e Fórum Internacional do Meio Ambiente Data: 26 e 29 de maio de 2010 Local: Olinda-PE Site: http://www.conferenciadaterra.com/ VII CONGRESSO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE Data: 27 a 29 de maio de 2010, Local: Poços de Caldas – MG Site: http://www.meioambientepocos.com.br

Junho 16º Prêmio Fiesp de Mérito Ambiental A premiação dos projetos acontece no dia 07 de junho de 2010. http://www.meioambiente.ind.br/v2/News.aspx?idNews=82 AMBIENTAL EXPO 2010 Data: 22 a 24 de junho de 2010 Local: Anhembi – SP Site: http://www.ambientalexpo.com.br/


4 O MEIO POR INTEIRO Entrevista

Líderes sustentáveis Momento requer revisão ética na forma de pensar a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva, diz especialista

“Não vivemos sem o planeta, já o planeta vive sem nossa presença”.

A

revista O Meio por Inteiro entrevistou Ricardo Voltolini, jornalista publisher da revista Ideia Socioambiental e diretor da consultoria Ideia Sustentável, especializada em Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade. Ele falou sobre a importância de as empresas manterem em seus quadros, líderes sustentáveis. Pessoas que não apenas estão engajadas com o tema meio ambiente por conta do modismo, mas porque, além de acreditarem profundamente na sustentabilidade, são capazes de fazer diferença frente aos impactos que seus negócios podem causar ao meio ambiente. Para Voltolini isto é possível quando o ponto de partida é a mudança de para-

por Edvania Eldevik colaborou: Erika Santiago

Revista O Meio por Inteiro: Como a questão da sustentabilidade, a gestão dos recursos naturais impacta na gestão de uma empresa e nos negócios? Ricardo Voltolini: Segundo dados recentes do setor, o conceito tem influenciado e muito, já que impacta diretamente no universo corporativo com a necessidade de gestões social e ambientalmente mais engajadas, o que chamamos de lideranças sustentáveis. Hoje, bom negócio é gerar lucro com responsabilidade socioambiental. Para entender o motivo de as práticas de sustentabilidade integrarem o cotidiano de decisões dos gestores de grandes empresas e estarem inseridas nos palcos de discussões no mundo, é necessária uma retrospectiva histórica. Há 12 anos, a

digmas. O que se pensava a respeito da sustentabilidade há 12 anos, já não cabe mais na realidade atual porque antes gerenciava-se os impactos, agora é preciso criar estratégias para minimizá-los. “Esse líder deve verificar quais os impactos gerados pela empresa, criar estratégias e investir na tomada das ações para minimizar os danos causados ao meio ambiente”, reitera. Conforme Voltolini essa mudança de comportamento no mundo corporativo é consequência do alerta feito em 2006 pela ONU (Organizações das Nações Unidades) sobre o aquecimento global. “Houve, a partir daí, um despertar para uma mudança de paradigmas, e o termo

sustentabilidade começou a ser discutido já como Triple bottom line - são os resultados de uma empresa medidos em termos sociais, ambientais e econômicos - ter resultados financeiros com preservação ambiental e social. Agora as organizações deverão adotar um posicionamento ou uma identidade sustentável, integrando o conceito à sua estratégia de negócio de modo ético. Não se trata de moda e reengenharia. Estamos falando de um novo paradigma da sociedade, escolhas que contemplem os recursos naturais do planeta. Ou entendemos que as mudanças têm que começar agora ou o planeta será extinto”, alerta. Confira a seguir a entrevista completa.


O MEIO POR INTEIRO 5 Entrevista

temática responsabilidade social corporativa já circula no mundo dos negócios. Antes, o tópico era abordado sob como as empresas poderiam gerenciar os impactos causados no meio ambiente. Depois de 2006, quando a ONU fez um alerta contra o aquecimento global, houve um despertar para uma mudança de paradigmas, e o termo sustentabilidade começou a ser discutido já como Triple bottom line - são os resultados de uma empresa medidos em termos sociais, ambientais e econômicos - ter resultados financeiros com preservação ambiental e social. Hoje há uma característica de revisão ética no modo de operar e conduzir um negócio com sustentabilidade. Estamos bem no meio da transição para esse modelo. Quais são as características de um líder sustentável?

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Acreditar profundamente no tema. Um líder educa, envolve e já entendeu que há uma interdependência entre o sistema econômico e o socioambiental. As transformações devem ser promovidas pelo desenvolvimento das lideranças sociais.

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Estar à frente de uma empresa que já inseriu a sustentabilidade nas estratégias de negócios. Por exemplo, a Natura, que lançou a linha Ekos com toda uma preocupação com a sustentabilidade na sua cadeia de negócios.

3 Olham a sustentabilidade não pelo

foco do risco, mas sim, pela prosperidade, o que está relacionado aos resultados econômicos vinculados aos socioambientais, como os investimentos em pesquisas de produtos verdes.

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Preocupar-se com educar consumidores, fornecedores, colaboradores e os públicos com os quais se relaciona. Uma empresa faz a diferença quando pensa a sustentabilidade no Core Business. Enfim, esse líder deve verificar quais os impactos gerados pela empresa, criar estratégias e investir na tomada das ações para minimizar os danos causados ao meio ambiente. Gerir toda

cadeia de valor do produto: distribuição, comercialização, gerenciamento de resíduos, consumo de energia, processos, máquinas, etc. É intrínseco, ao processo, o tratamento dedicado aos funcionários, parceiros, fornecedores. Não faz sentido a empresa investir em produtos verdes e fazer uso da mão de obra infantil. A temática é muito nova e ainda não temos muitas empresas classificadas como nota 10 em sustentabilidade. Quais são os desafios e as tendências relacionados com essa nova cultura de sustentabilidade? O desafio dessas empresas é identificar fatores que vão nortear as futuras produções e contribuir para a consolidação desta cultura, para a construção de novos cenários, realizando um estudo da situação atual e uma projeção para os próximos anos. A tendência será voltada para produzir de modo diferente, fazendo uso de energias renováveis, promovendo a educação, adotando uma nova postura na forma de pensar a sustentabilidade em toda a cadeia de produção. A inovação deve ser pensada sob o prisma da sustentabilidade, por exemplo, uma empresa do setor automotivo que investirá na produção de motores que funcionem à base de células de hidrogênio. O Brasil foi pioneiro no etanol, o foco deve ser voltado para a busca de alternativas, já que o petróleo colabora para o efeito estufa no planeta. As organizações deverão adotar um posicionamento ou uma identidade sustentável, integrando o conceito à sua estratégia de negócio. Não se trata de moda e reengenharia. Estamos falando de um novo paradigma da sociedade, escolhas que contemplem os recursos naturais do planeta. “Não vivemos sem o planeta, já o planeta vive sem nossa presença”. Ou entendemos que as mudanças têm que começar agora ou o planeta será extinto. Fale um pouco sobre a pesquisa que revela que 21% dos brasileiros estão informados sobre o comportamento socioambiental das empresas. Essa pesquisa foi realizada pelo Monitor

de Responsabilidade Social Corporativa 2010, da Market Analysis, e revelou que a análise do comportamento socioambiental da empresa fabricante corresponde a um peso de 9% de importância na decisão de compra dos consumidores. Se fizermos uma análise mais detalhada dos dados, a Informação faz diferença no consumo consciente. As abordagens mais recentes mostram que dois, de cada 10 consumidores, estão informados sobre o comportamento socioambiental das empresas. É um número pequeno, mas é expressivo se compararmos com Europa e Estados Unidos. O consumidor usa seu poder de consumo para influenciar ou punir as empresas sob o aspecto socioambiental. Entre os 21% de brasileiros que a Market Analysis classifica como indivíduos mais atentos ao que as empresas estão fazendo em sustentabilidade, a distância entre o fator preço (mais importante) e o fator comportamento socioambiental é menor. A tendência é que o pensamento sustentável faça cada vez mais parte do dia a dia dos consumidores. Ainda segundo uma pesquisa da Globe Scan, a suíça lidera o ranking dos países democráticos mais preocupados com as questões ambientais (33%). Na sequência, destacam-se Noruega (9%) e Dinamarca (1%). O Brasil recebeu apenas 1% de menções, em sinal claro de que, para os entrevistados, apesar do seu enorme patrimônio natural, o país não conta com políticos tão interessados no tema. Como você define o quadro brasileiro nesse processo no momento atual? Segundo a mesma pesquisa da GlobeScan, seis em cada 10 especialistas acreditam que o conceito tem contribuído de modo crescente com as decisões de mercado em seus países. Entretanto, a transição para modelos de negócios sustentáveis ainda levará anos. As empresas brasileiras já deram o primeiro passo e estão pesquisando novas tecnologias mais sustentáveis. O ponto de partida envolve mudanças de parâmetros e processos, o que aumenta o grau de dificuldade. Investimentos pesados e receio excessivo são as principais


6 O MEIO POR INTEIRO Entrevista

Quem é Ricardo Voltolini

razões que travam ou fazem as empresas desperdiçarem as oportunidades de introduzirem o conceito mais rapidamente no negócio. É um grande desafio, já que Ricardo Voltolini é jornalista, especialista em maras mudanças de um modo geral provo- keting institucional e comunicação organizacional, Social da Câmara França-Brasil, do prêmio Eco da Câmara Americana, do Prêmio Von Martius de cam desconforto. e um dos primeiros consultores brasileiros especia- Sustentabilidade da Câmara Brasil-Alemanha, Sob esse aspecto de envolvimento das corporações no novo contexto ambiental, crie uma classificação elencando quatro tipos de empresas:

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Líderes – são empresas que têm evoluído no quesito sustentabilidade e avançam na direção correta.

2 Esforçadas – são aplicadas, porém

as mudanças estão sendo implantadas num ritmo lento no modelo de negócio. É o caso dos setores da mineração e siderurgia.

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Indiferentes – refere-se às de médio porte que estão resistentes às mudanças. Acham que a questão da sustentabilidade não passa de modismo. Estão esperando para ver o que acontece.

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Cínicas – Muito discurso e pouca prática. Somente fazem barulho. No dia a dia não estão desenvolvendo nenhum tipo de ação.

lizados em sustentabilidade. Além de publisher da revista Ideia Socioambiental, a primeira publicação brasileira especializada em sustentabilidade, é diretor da consultoria Ideia Sustentável: Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade, empresa que atua em consultoria, educação, conteúdos e comunicação de sustentabilidade. Atuando na área desde 1996 é considerado hoje uma referência brasileira em investimento social privado, responsabilidade social empresarial e sustentabilidade. Ex-articulista de sustentabilidade na Gazeta Mercantil (2005-2009), Voltolini – que, quando jornalista, trabalhou nas revistas Playboy e Placar, no Jornal da Tarde e na Folha de S. Paulo – manteve, durante quatro anos, uma página semanal sobre o tema, tendo produzido mais de 180 artigos. Entre os assuntos tratados, objeto de estudo permanente do especialista, vale destacar, por exemplo, a cultura da responsabilidade social empresarial, os impactos das mudanças climáticas nos negócios, o comércio justo, consumo consciente, fornecedores sustentáveis, marcas éticas, marketing ético, painel de stakeholders, comunicação da sustentabilidade, educação para a sustentabilidade, relatórios de sustentabilidade, mercado verde, tendências internacionais de inovação em sustentabilidade e liderança para a sustentabilidade. Sobre este último tema, prepara a produção de um livro em que entrevista 20 presidentes de grandes empresas brasileiras. Como conferencista já realizou mais de 350 seminários em 23 estados brasileiros. Na condição de consultor, capacitou mais de oito mil gestores sociais, 3.500 alunos de graduação e pós-graduação e, como media trainer, 1800 executivos de empresas. Recentemente foi júri do Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, do Prêmio LIF de Responsabilidade

do Prêmio Aberje de Sustentabilidade, do prêmio Responsabilidade Social no Varejo, da Fundação Getúlio Vargas, do Prêmio ABT e do Prêmio Melhores Práticas Ambientais Brasileiras. Formado em jornalismo pela Universidade Metodista (SP), MBA pela FIA da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, Voltolini especializou-se em Sociologia do Lazer na Escola de Sociologia e Política, em Produção Cultural para Crianças e Planejamento Estratégico do Turismo, ambos pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Hoje, leciona Marketing Social no MBA em Gestão e Empreendedorismo Social e no curso de especialização Terceiro Setor e Responsabilidade Social, ambos da FIA-USP; Sustentabilidade no Instituto Nacional de Pós-Graduação (Santa Catarina) e Comunicação Aplicada à Atividade Social no curso de pós-graduação em Investimento Social Privado da Escola Superior de Propaganda. Em 1999, realizou a pesquisa Empresa que Investe em Projetos Sociais na Comunidade, primeiro perfil do investimento social privado no País. Em 2000, escreveu capítulo sobre Comunicação e coordenou a produção editorial do Guia de Gestão de Entidades da Fundação Abrinq. Em 2004, escreveu o capítulo sobre Marketing e coordenou o livro Terceiro Setor: Planejamento & Gestão (Editora SENAC-SP/2004). E, em 2006, escreveu capítulo sobre Marketing Ambiental para o livro Modelos e Ferramentas de Gestão Ambiental (Editora SENAC-SP). É hoje o coordenador do Comitê de Sustentabilidade da ABERJE - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. Nessa organização, ministra o curso: “Sustentabilidade: o que é, por que adotar e como comunicar”.


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8 O MEIO POR INTEIRO Interview

Sustainable leaders The moment demands an ethical review of how to think the sustainability through all the productive chain, specialist says. We can’t live without the planet, but the planet can live without us.

T

he O Meio por Inteiro magazine has heard Ricardo Voltolini, publisher journalist of Ideia Socioambiental magazine and director of the Ideia Sustentável consultancy, specialized in Strategy and Intelligence in Sustainability, about the importance of companies to keep sustainable leaders in their staff. Not only people are engaged with the environmental theme due to the trend, but also because besides deeply believing in sustainability, they are able to make a difference facing the impacts their business can cause to the environment. For Voltolini, it is possible when the starting point is the change of paradigms.

by Edvania Eldevik Collaborated: Erika Santiago

O Meio Por Inteiro Magazine : How does the sustainability issue, the management of natural resources impacts in the management of a company and in business? Ricardo Voltolini: According to recent figures on the sector, the concept has influenced a lot and impacts directly the corporative universe with the need of environmentally more engaged social management, what we call sustainable leadership. Nowadays, good business is generating profit with social-environmental responsibility. To understand the reason why the sustainability practices integrate the day by day of big companies’ managers’ decisions, and why they are inserted in discussions worldwide, it is necessary

What people thought about sustainability twelve years ago doesn’t fit the current reality, because they used to manage impacts, and now it is necessary to create strategies for minimizing them. “This leader must verify what the impacts caused by the company are, create strategies and invest on taking actions for minimizing the damages caused to the environment”, he reaffirms. According to Voltolini, this behavior change in the corporative world is a consequence of the alert made in 2006 by the UN (United Nations) about global warming. “From this moment on, there was a wake-up call to the change of pa-

radigms, and sustainability began to be discussed already as the triple bottom line – the results of a company being measured in terms of the social, environmental and economical aspects, having financial results with environmental and social preserving. Now, organizations must adopt a sustainable positioning or identity, integrating this concept to its business strategy. It is not about fashion and reengineering. We are talking about a new paradigm to society, choices that contemplate the planet’s natural resources. We either understand that the changes have to start now, or the planet will be extinct”, he alerts. Check out the complete interview.


O MEIO POR INTEIRO 9 Interview

to go back in time. For twelve years, the topic of corporative social responsibility has been part of the business world. Before that, the topic had been presented as how companies could manage the impacts on the environment. After 2006, when the UN alerted us about global warming, there was a wake-up call to the change of paradigms, and the sustainability began to be discussed already as the triple bottom line – the results of a company being measured in terms of the social, environmental and economical aspects, having financial results with environmental and social preserving. Today, the characteristic is an ethical review of how to conduct and operate business with sustainability. We are right in the middle of the transaction to that model. What are the characteristics of a sustainable leader?

1 Deeply believing in the theme. A le-

ader educates, involves and understands that there is interdependence between the economical and the social-environmental systems. The transformations must be promoted by the development id social leaderships.

2 Being ahead of a company which

has already inserted sustainability in business strategies. For example, Natura, which has created the Ekos line with the concern with the sustainability in its business chain.

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Looking at sustainability not on the risk side, but on the prosperity side, which is related to economical results bound to the social-environmental results, as investments on green products research.

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Worrying about educating customers, suppliers, collaborators and the audience with which they relate. A company makes the difference when it thinks the sustainability in its Core Business. Finally, this leader must verify what the impacts caused by the company are, create strategies and invest on taking actions for minimizing the damages caused to the environment. Managing the whole value chain of the

product: distribution, merchandising, remainder management, power consumption, processes, machines etc. As part of the process, there is the dedication to the employees, partners, and suppliers. It does not make any sense for the company to invest in green products, but make use of child labor. The theme is still too young, and we do not have many companies rated with a grade 10 in sustainability. Which are the challenges and tendencies related to this new culture of sustainability? The challenge for these companies is to identify factors which will guide future productions and contribute to the consolidation of this culture, for building new scenarios by studying the current situation and a projection for the next years. The tendency will focus on a different way of production, making use of renewable sources of energy, promoting education, adopting a new attitude toward sustainability through the whole production chain. Innovation must be seen through sustainability, for example, an automotive company which will invest on the production of hydrogen cells-based engine. Brazil has been the pioneer in ethanol, the focus now must be the search for alternatives, since petrol collaborates to the greenhouse effect on the planet. Organizations must adopt a sustainable positioning or identity, integrating this concept to its business strategy. It is not about fashion and reengineering. We are talking about a new paradigm to society, choices that contemplate the planet’s natural resources. “We can’t live without the planet, but the planet can live without us”. We either understand that the changes have to start now, or the planet will be extinct. Talk a little about the research which reveals that 21% of the Brazilian people are informed about the companies’ social-environmental behavior. This research was conducted by the Monitor de Responsabilidade Social Corporativa 2010 (2010 Corporative Social

Responsibility), from Market Analysis, and revealed that the analysis of the companies’ social-environmental behavior corresponds to a weight of 9% of importance in the customers’ decision of buying a product. If we analyze these data deeply, the information makes the difference in the conscious buying. The most recent approaches show that two out of ten customers are informed about the companies’ social-environmental behavior. It is not much, but it is an expressive number, if compared to Europe or the USA. Customers use their buying power to influence or punish companies according to the social-environmental aspect. Among the 21% of the Brazilian people rated by Market Analysis as more attentive to what companies are doing regarding sustainability, the distance between the price factor (the most important) and the social-environmental behavior is smaller. The trend is that sustainable thoughts are more part of customers’ day by day. According to a Globe Scan’s research, Swiss tops the ranking of democratic countries that are most concerned with environmental issues (33%). In the sequence, there are Norway (9%) and Denmark (1%). Brazil received only 1% of mentions, in a clear sign that, for the interviewed ones, despite the huge natural patrimony, the country does not have many politicians worried about the issue. How do you define the Brazilian scenario in this process now? According to the same Globe Scan’s research, six out of ten specialists believe that the concept has contributed in an ascending way with the market decisions in their countries. However, it will still take some years to change to sustainable business models. Brazilian companies have taken a first step, and are researching new more sustainable technologies. The starting point involves changes in parameters and processes, which increases the difficulty. Heavy investment and excessive fear are the main aspects that block companies or make them waste opportunities of quickly introducing the concept in business. This is a great challenge, since changes in general cause discomfort.


10 O MEIO POR INTEIRO Interview

Who is Ricardo Voltolini?

Regarding this aspect of the corporations’ involvement in the new environmental context, I have creaRicardo Voltolini is a journalist in institutional tainability Award, Social Respinsibility in Retail ted a ranking mentioning the four marketing and organizational communication, Industry Award, from Fundação Getúlio Vargas, kinds of companies: and one of the first Brazilian consultants speciali- ABT Award, and Best Brazilian Environmental

1

‘Leader’ – they are the companies which have been showing evolution in sustainability and advance in the right direction.

2

‘Diligent’ – they are assiduous, however, changes are being implemented in the business model in a slow pace, which is the case in the mining and metallurgy sectors.

3 ‘Indifferent’ – refers to the mid-sized

ones which are resistant to changes. They think that the sustainability issue is just fashion and they are waiting for seeing what happens.

4

‘Cynic’ – Too much talk and too little practice. Some of them make noise, but on the day by day they are not developing any kind of action.

zed in sustainability. Besides being the publisher journalist of Ideia Socioambiental magazine, the first Brazilian publication specialized in Sustainability, he is the director of the Ideia Sustentável, company acting in sustainability consultancy, education, contents and communication. In the area since 1996, he is now a Brazilian reference in private social investment, corporate social responsibility and sustainability. Former sustainability article writer in Gazeta Mercantil (2005-2009), Voltolini – who, when a journalist, worked for the magazines Playboy, and Placar, and for Jornal da Tarde, and Folha de S. Paulo – during four years had a weekly page on the theme and has produced more than 180 articles. Among the issues discussed, object of his permanent studies, we can highlight, for example, the corporate social responsibility culture, the impact in business of the climate changes, the fair trade, conscious buying, sustainable suppliers, ethical brands, ethical marketing, stakeholders’ panel, sustainability communication, education for sustainability, sustainability reports, green market, international trends for sustainability innovation, and sustainability leadership. About this last topic, he is preparing a book in which he interviews 20 presidents of big Brazilian companies. As a lecturer, he has already presented over 350 seminars in 23 Brazilian states. As a consultant, he has qualified more than 8 thousand social managers, 3,500 under and post-graduation students and, as a media trainer, 1,800 business executives. Recently, he has been a jury at Ayrton Senna Journalism Award, LIF Social Responsibility Award from the France-Brazil’s Council, American Council’s Eco Award, Von Martius Sustainability Award from Brazil-Germany’s Council, Aberje Sus-

Practices Award. Graduated in Journalism by Universidade Metodista (SP), MBA by FIA of the Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, Voltolini is a specialist in Leisure’s Sociology at the Political Sociology School, in Cultural Production for Children, and Tourism Strategic Planning, both by Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Nowadays, he teaches Social Marketing in MBA in the Social Management and Enterprising course, and in the Third Sector and Social Responsibility, both at FIA-USP. Also, he teaches Sustainability in the Instituto Nacional de Pós-Graduação (Santa Catarina), and Communication applied to Social Activity, in the postgraduation course of Private Social Investment of Escola Superior de Propaganda. In 1999, he did the research Company which invests in Social Projects in the Community, first profile of the private social investment in the country. In 2000, he wrote a chapter about Communication and coordinated the publishing production of Guia de Gestão de Entidades da Fundação Abrinq. In 2004, he wrote the chapter about Marketing and coordinated the book Terceiro Setor: Planejamento & Gestão (SENAC PublisherSP/2004). Finally, in 2006, he wrote the chapter about Environmental Marketing for the book Modelos e Ferramentas de Gestão Ambiental (SENAC Publisher -SP). Today, he is the coordinator of the ABERJE’s Sustainabiity Board (ABERJE: Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – Brazilian Association of Corporate Communication). In this organization, he presents the course: “Sustainability, what it is, why to adopt it and how to communicate” (“Sustentabilidade: o que é, por que adotar e como comunicar”).


O MEIO POR INTEIRO 11


12 O MEIO POR INTEIRO Varejo

Sacolas ecológicas ganham as prateleiras dos supermercados Setor supermercadista está atento aos impactos de sua atividade e defende a necessidade de um cuidado crescente com o meio ambiente

“No ano passado nos entregaram mais de 32 mil toneladas de resíduos recicláveis e, desde o lançamento do nosso projeto para uso das embalagens retornáveis, já foram comercializados mais de um milhão de unidades.”

por Henrique Franco

A

maioria dos supermercados que participou do Programa de Qualidade e Consumo Responsável das Sacolas Plásticas já adotou as sacolas certificadas, mais resistentes e fabricadas dentro da norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) 14.937. O objetivo do Programa é promover a conscientização e a redução do desperdício no varejo e disseminar a prática dos três R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). Já foram alcançados resultados significativos sobre a redução do uso de sacolas plásticas. “Calcula-se que cada uma das retornáveis pode substituir até oito das que são produzidas com plástico, o que significa uma economia de cerca de 3,5 milhões de reais de embalagens plásticas e seu descarte no meio ambiente”, afirma João Sanzovo Neto, presidente da APAS (Associação Paulista de Supermercados) e vice-presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).

Paulo Pompilio, diretor de Responsabilidade Ambiental do Grupo Pão de Açúcar

Desde o início do Programa, em 2007, o número de sacolas plásticas utilizadas no Brasil vem caindo. No primeiro ano foram usadas 17,9 bilhões, em 2008 esse número passou para 16,2 bilhões e fechou 2009 com 15 bilhões. Uma redução de 16,2% até o momento. Atualmente, mais de três bilhões de sacolas são produzidas no mercado brasileiro com o selo de qualidade. Entre as redes que participam do Programa estão Pão de Açúcar, G. Barbosa, Zaffari, Unidasul, Rede Mix, entre outras. O diretor de Responsabilidade Ambiental do Grupo Pão de Açúcar, Paulo Pompilio, diz que a rede possui

uma política de gestão focada na preservação do meio ambiente e no desenvolvimento da comunidade. “Em relação ao uso de sacolas plásticas, a empresa foi a primeira varejista a oferecer alternativas viáveis de embalagens para acondicionamento e transporte de mercadorias, com o lançamento das sacolas retornáveis em 2005 e, desde então, vem avançando nesse propósito. Hoje os clientes das lojas contam com sacolas de papel, caixas de papelão e embalagens mais resistentes que permitem a reutilização e redução do uso de embalagens em cada compra”, afirma Pompilio.


O MEIO POR INTEIRO 13 Varejo

“A luta contra o uso desenfreado de sacolas plásticas vem ganhando cada vez mais força no país, em especial no estado de São Paulo. Vários municípios vêm propondo leis que visam coibir o uso de sacolas plásticas nos estabelecimentos de comércio varejista.”

João Sanzovo Neto, presidente da APAS

No Brasil, são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico-filme (matéria-prima das sacolas plásticas), resultando na produção de 18 bilhões de sacolas. Sanzovo afirma que o setor supermercadista está atento aos impactos de sua atividade e defende a necessidade de um cuidado crescente com o meio ambiente. “A luta contra o uso desenfreado de sacolas plásticas vem ganhando cada vez mais força no país, em especial no estado de

São Paulo. Vários municípios vêm propondo leis que visam coibir o uso de sacolas plásticas nos estabelecimentos de comércio varejista”, diz o presidente da APAS. O Programa de Qualidade e Consumo Responsável das Sacolas Plásticas já é realizado nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás e Brasília. Este ano ele deve atingir mais seis capitais brasileiras: Fortaleza, Florianópolis, Rio de Janeiro, Campo Grande, Recife e Belo Horizonte.

“Calcula-se que cada uma das retornáveis pode substituir até oito das que são produzidas com plástico, o que significa uma economia de cerca de 3,5 milhões de reais de embalagens plásticas e seu descarte no meio ambiente.”

Mudança de hábito do consumidor é o principal desafio O público que mais utiliza sacolas plásticas são as donas de casa. Pesquisa Ibope, realizada com mulheres das classes B, C e D, responsáveis pelas compras de seus domicílios, revela que 100% delas reutilizam as sacolas plásticas para acondicionar o lixo doméstico, 71% consideram as sacolinhas como a embalagem ideal para carregar suas compras e 75% dizem que é função do varejo o seu fornecimento. Apesar de notar um crescimento no interesse por embalagens feitas com materiais mais resistentes nos últimos dois anos, conscientizar a população da importância de mudar os seus costumes

ainda é uma tarefa complicada, como analisa Sanzovo. “O setor entende a urgência e a necessidade de conscientizar a população para o uso racional de sacolas de compras reaproveitáveis em lugar dos modelos descartáveis. Mais do que isso, os supermercados continuam à procura de uma solução para as questões ambientais causadas pelo plástico em geral”, explica Sanzovo. O diretor do Grupo Pão de Açúcar segue a mesma linha e diz que cada vez mais as empresas vêm se empenhando em avançar em ações de sustentabilidade. Para isso é importante estar sempre ali-

nhado com as tendências de consumo e de comportamento dos clientes. Porém, Pompilio destaca que já é possível perceber um grande engajamento por parte da comunidade. “No ano passado nos entregaram mais de 32 mil toneladas de resíduos recicláveis e, desde o lançamento do nosso projeto para uso das embalagens retornáveis, já foram comercializados mais de um milhão de unidades.” Sanzovo acredita que a solução é, acima de tudo, a questão cultural, que deve ser trabalhada, para que toda a sociedade entenda os prós e contras das tecnologias disponíveis no mercado e participe de forma ampla da discussão.


14 O MEIO POR INTEIRO Retrospectiva

1° Encontro de Profissionais de Meio Ambiente das empresas de grande Porte da RMC A parceria entre a Elus Ambiental e a empresa Dow Corning do Brasil promoveu o 1° Encontro Empresarial de Meio Ambiente, realizado em novembro de 2008

O

evento, que recebeu cerca de 30 empresas multinacionais, foi realizado no auditório da própria Dow Corning, em Hortolândia.

O encontro contou com a participação do Diretor Industrial da América Latina da Dow Corning do Brasil, Marco Antônio Jordão e do secretário de de-

senvolvimento de Hortolândia, Dimas Correa Pádua e teve como tema ‘Políticas de Sustentabilidade Ambiental das Empresas’.

Em primeiro plano o prefeito de Hortolândia Angelo Perugini, a vice-prefeita e secretária de Educação Jacyra Aparecida Santos de Souza, na segunda fileira da esquerda para a direita, Marco Antônio Jordão, diretor industrial da américa latina Dow Corning do Brasil, Carlos Roberto Prataviera, Secretário de Governo em Hortolândia.

Projeto “Educação Ambiental É DEVER, É LEGAL”

O projeto foi lançado oficialmente no mês de abril de 2009. Realizado na empresa Dow Corning do Brasil, contou com a presença de autoridades e alunos de escolas municipais e estaduais da cidade. Ao longo do projeto serão distribuídos cinco mil kits de educação ambiental, sendo três mil em um primeiro momento e outros dois mil no mês de novembro. Este projeto é uma iniciativa da Elus Ambiental e conta com o apoio da empresa Dow Corning do Brasil. O objetivo do Presidente da Elus Ambiental Júlio César de Moraes é mostrar para as crianças a importância da conscientização ambiental.

2° Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente das empresas de grande Porte da RMC

A empresa Belgo Bekaert Arames, em Hortolândia, recebeu no mês de março de 2009 o 2° Encontro dos Profissionais das Empresas de Grande Porte da RMC. Políticas Ambientais, Industrialização Sustentável de Resíduos e Destinação de Lixos Tecnológicos foram alguns dos temas tratados no evento. Entre os profissionais que participaram do encontro estavam o secretário do Meio Ambiente de Hortolândia, Francisco Raimundo Silva, o Agente de Controle da CETESB, Sérgio Hornink e o Presidente do Instituto Brasil Ambiente, Sabetai Calderoni.

3º Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente das empresas de grande Porte da RMC

Desta vez a Honda Automóveis do Brasil sediou o evento. Realizado no mês de junho de 2009 contou com a participação de Arthur Signorini, gerente de planejamento ambiental da Honda Automóveis do Brasil José Ferraz, auditor e palestrante do BVC (Bureau Veritas Certification), o promotor público, Oriel da Rocha Queiroz, além de representantes da Prefeitura de Sumaré, entre eles o vice-prefeito, Vilson Alves. Sob responsabilidade de Júlio César de Moraes, Presidente da Elus Ambiental e Chihiro Morimoto, vice-presidente da Honda Automóveis do Brasil, que deram as boas-vindas aos participantes, trouxe as atividades ambientais da Honda, a certificação florestal e o papel do Ministério Público na defesa do meio ambiente.


O MEIO POR INTEIRO 15 Parceiros

3° Encontro de Dirigentes das Empresas de Grande Porte de Hortolândia e Região O 3° Encontro de Dirigentes das Empresas de Grande Porte de Hortolândia e Região reuniu as principais lideranças do setor de tecnologia da informação e comunicação da Região Metropolitana de Campinas. O objetivo era discutir temas relacionados à preservação do meio ambiente em evento seguido de jantar que aconteceu no mês de dezembro de 2009, no hotel Premium. Na ocasião, o investiment conselour do Citibank, Paulo Furlan apresentou um panorama geral da crise desencadeada há dez anos e sua relação com a situação econômica atual, assim como dos desafios

para o ano de 2010. O Presidente da Oscip Elus Gestão Sócio Ambiental, Júlio César de Moraes, diz que o encontro é resultado da parceria entre a Elus Ambiental e a Prefeitura de Hortolândia, por meio das Secretarias de Governo e Indústria e Comércio. Grandes empresas compareceram ao evento, além de representantes dos órgãos públicos e terceiro setor. Segundo Júlio César, todos tiveram a chance de ouvir e falar sobre os temas relacionados ao ambiente.

4° Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente das empresas de grande Porte da RMC Paulínia recebeu o 4° Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente da RMC. Os palestrantes Antonio Carlos de Mendes Thame, Oriel da Rocha Queiroz e Plínio Escher Júnior, trataram de temas como o aquecimento global, cota de carbono, o papel do Ministério Público na defesa do meio ambiente e o controle de poluição. O evento contou também com a participação do Prefeito de Paulínia, José Pavan Júnior e o Secretário de Meio Ambiente, Ricardo José Ferro.

1° Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente das Empresas de Grande Porte do ABC O auditório da empresa Papaiz, em Diadema, foi sede do 1° Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente das Empresas de Grande Porte da Região do ABC. O evento, realizado em setembro de 2009, contou com a participação da vice-presidente do grupo, Sandra Papaiz e o Secretário de Meio Ambiente da cidade, Rogério Menezes. O Encontro teve como palestrantes Mário Amato, do SENAI (Serviço Nacional de Apren-

dizagem Industrial), João Carlos Mucciato, da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e José Ferraz, auditor e palestrante do BVC (Bureau Veritas Certification), que abordaram, respectivamente, os temas: Produção Mais Limpa, Desenvolvimento Industrial do Grande ABC e as Questões Ambientais e Manejo Florestal e Cadeia de Custódia.


16 O MEIO POR INTEIRO

2° Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente das Empresas de Grande Porte do ABC O 2° Encontro de Profissionais de Meio Ambiente da Região do ABC São Bernardo do Campo, realizado na sede da empresa WEG, contou com a presença do prefeito da cidade, Luiz Marinho e teve como tema: As Responsabilidades Sociais e Ambientais das Empresas no Novo Cenário Mundial. O assunto foi amplamente discutido entre as principais lideranças das empresas privadas, órgãos públicos e o terceiro setor da região.

O Gerenciamento de Resíduos, Licenciamento Ambiental e Economia Sustentável foram alguns dos temas discutidos no encontro. Entre os palestrantes estiveram João Carlos Mucciacito, da Cetesb, que falou sobre o Licenciamento Ambiental e o auditor ambiental, Heber Braida, que ministrou a palestra sobre Gerenciamento de Resíduos da Indústria.

Agradecimentos O Presidente da Elus Ambiental, Júlio César de Moraes, agradece a todos os palestrantes e as empresas que sediaram os eventos. Ressalta a importância dos executivos terem acreditado em seu propósito, caso contrário, não seria possível que este modelo de tra-

balho estivesse nas empresas, que se mostraram realmente interessadas e dispostas a encontrar soluções ambientais. Ele agradece, em especial, o Diretor Industrial da América Latina da Dow Corning do Brasil, Marco Antônio Jordão, por ter sido o primei-

ro a apoiar a iniciativa da Elus Ambiental em realizar o 1º Encontro de Profissionais do Meio Ambiente, as empresas que receberam os encontros, Belgo Bekaert, Honda Automóveis do Brasil, Prefeitura de Paulínia, Grupo Papaiz, Weg Energia e Volkswagen do Brasil.

Notas

COP 15 não passou de uma declaração de intenções

Câmara dos Deputados discute Código Florestal brasileiro

Lâmpadas fluorescentes e LED economizam energia

Desfecho do COP15, realizado em Copenhague, teve como resultado um documento que relaciona um número mínimo de questões de forma vaga, como reconhecimento da necessidade de limitar o aumento da temperatura do planeta em 2°C. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou o acordo. Para ele, os Estados Unidos são os grandes responsáveis pelo que chamou de “fiasco”. Apesar disso, segundo Minc, a posição do Brasil não é ruim, pois foi reconhecido que o país fez tudo que podia, definiu metas fortes, além de apresentar queda do desmatamento da Amazônia.

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei do novo Código Florestal Brasileiro. A discussão é entre o setor agrícola e os ambientalistas. Os ruralistas querem amenizar as exigências atuais, enquanto o setor ambiental resiste à tentativa de mudança da legislação em vigor. A polêmica é sobre as chamadas reservas legais, área de cada propriedade particular onde não é permitido o desmatamento, mas que pode ser utilizada através de uso sustentável da terra.

Trocar as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes ou pelo LED (diodo emissor em inglês) pode reduzir em até 80% o consumo de energia por lâmpada. Segundo dados da Abilumi, se o país substituisse os tradicionais modelos pelas econômicas, a redução do consumo chegaria a 37% no horário de pico, que acontece das 20h às 22h. A incandescente, que representa 50% do consumo de lâmpadas no Brasil, usa apenas 10% da energia que consome para gerar luz. Já as fluorescentes compactas usam 25% da energia total consumida por uma incandescente com potêncial equivalente.


O MEIO POR INTEIRO 17


18 O MEIO POR INTEIRO Lei Rouanet

Leis de incentivo fiscal Além de benefícios para a sociedade, projetos geram ganhos para a imagem das organizações por Enéias Oliveira

P

ara fomentar o engajamento do setor privado e dos cidadãos em ações em prol da sociedade, o poder público desenvolveu leis de incentivo fiscal, que permitem que organizações e pessoas físicas apoiem projetos culturais, sociais e ambientais, obtendo, em contrapartida, abatimento na carga tributária. Para as empresas, as leis de incentivo fiscal apresentam grandes vantagens. Um exemplo é a Rouanet, com a qual as corporações podem utilizar até 4% do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) anual para patrocínio de projetos culturais. Ou seja, sem gastar nenhuma soma em dinheiro, a organização pode apoiar um programa cultural e, assim, confeccionar um produto que será utilizado como peça de marketing e promoção da imagem corporativa.

De acordo com o Ministério da Cultura, podem receber o apoio pessoas físicas, pessoas jurídicas públicas da administração indireta e privadas, com ou sem fins lucrativos (todas da área cultural). A especialista em Direito Tributário, Juliana C. Mansano Furlan, explica que organizações do terceiro setor têm, nas doações, fontes tradicionais de recursos, e isso decorre, também, de sua tradicional característica de finalidade não lucrativa. “Por conta dessa característica e da enorme importância social e histórica que essas organizações têm na vida brasileira, especialmente na prestação de serviços de auxílio aos necessitados, a lei sempre dedicou ao tema alguma importância, concedendo benefícios e incentivos fiscais aos doadores”, ressalta.

Iniciativa Um exemplo de instituição que conta com o recurso é a Elus Gestão Projetos Educacionais e Sócio Ambientais, que, dentro do Projeto ‘Educação Ambiental É DEVER, É LEGAL’, vem desenvolvendo ações que envolvem a distribuição de livros didáticos, atividades com vídeo, teatro, cinema, passeios, palestras e oficinas, além do programa de arborização urbana, que tem ganhado a adesão da população e integra as ferramentas utilizadas pela OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). A atividade de plantio já envolve 40 bairros de Sumaré, no interior de São Paulo. Nos últimos sete meses, foram plantadas 5.777 árvores das espécies espirradeira, flamboyant de jardim, murta, resedá, quaresmeira, ipê de jardim, acácia mimosa e aleluia.

Empresas Parceiras

Imagem ilustrativa do livro Recicladinho e sua Turma: projeto desenvolvido por meio de Lei de incentivo fiscal

O Projeto Educação Ambiental É DEVER, É LEGAL tem como parceiras empresas da Região Metropolitana de Campinas (RMC), como a Honda Automóveis do Brasil, unidade de Sumaré. Por meio de

recursos destinados pelo Poder Público foi possível produzir 40 mil exemplares do livro Recicladinho e sua turma e 12 filmes com temas ambientais. Conforme Júlio César de Moraes, presidente da Elus Ambiental,

através do programa Arborização Urbana foram plantadas 5 mil mudas de árvores e a Honda utilizou os exemplares dos livros para promover a conscientização da comunidade local e de seus colaboradores.


O MEIO POR INTEIRO 19 Lei Rouanet

“Todos precisam ter uma conduta defensável, priorizando um meio ambiente equilibrado. Somente assim seremos beneficiados futuramente”, Vilson Alves, vice-prefeito de Sumaré (SP).

O gerente de gestão ambiental da empresa, Arthur Signorini, explica a participação da empresa. “A principal motivação foi poder contribuir com a população vizinha à fábrica, no aspecto de educação ambiental”, ressalta. “Meio Ambiente sempre foi um assunto muito sério para a Honda em todo o mundo, desde a sua fundação. Quando nos foi proposto tal projeto, vimos que se tratava de algo sério e de qualidade e tivemos grande interesse em fazer parceria com a Elus Ambiental”, conta. Com o projeto, praticamente todas as escolas de Sumaré receberam o livro do Recicladinho, e isso possibilitou aos alunos a compreensão das relações existentes entre educação, sociedade e natureza. O vice-prefeito da cidade, Vilson Alves, destaca que o gestor público precisa se aprimorar em conhecimentos gerais e específicos para que estes venham potencializar o seu papel no processo de gestão do meio ambiente. “A demanda pela Educação Ambiental como forma de contribuir no processo de superação dos problemas ambientais da atualidade exige uma formação complementar e qualificada dos profissionais que lidam com este processo de gestão”, ressalta.

Wendel Alves, Coordenador Estadual do Meio Ambiente da Elus Ambiental

Educação Ambiental É dever, É Legal O Coordenador Estadual do Meio Ambiente da OSCIP Elus Ambiental, Wendel Alves, é o responsável pela expansão do Projeto “Educação Ambiental É DEVER,

Outra empresa que aposta em ações da Elus Ambiental é a Dow Corning, que patrocinou a confecção de 3 mil livros do Recicladinho, que serão trabalhados em 8 escolas do município de Hortolândia. Além disso, serão entregues 2 mil cópias do filme Recicladinho e plantadas 3 mil árvores. Segundo o diretor da Dow Corning do Brasil,

Irineu Bottoni, os princípios de sustentabilidade são apoiados por meio das estratégias de negócios, de processos e de produtos da Dow Corning. “Este projeto de educação ambiental é uma iniciativa ligada aos nossos princípios de sustentabilidade, principalmente na comunidade onde estamos inseridos”, destaca. Ainda de acordo com Irineu, o projeto trouxe reflexos para os colaboradores

É LEGAL” no estado de São Paulo. As crianças são o público-alvo desse projeto, que tem como objetivo promover conscientização ambiental nos estudantes, familiares e comunidades. O intuito é torná-los adultos conscientes da preservação ambiental e, principalmente, atuantes na construção de sociedades sustentáveis. Muitas prefeituras, empresas e instituições públicas e privadas foram visitadas pelo então Coordenador Estadual do Meio Ambiente, Wendel Alves, com a intenção de divulgar o Projeto “Educação Ambiental É DEVER, É LEGAL” e, com isso,

da organização. “A Dow Corning sempre divulgou a importância da preservação do Meio Ambiente entre os funcionários através de programas, como por exemplo, a separação e reciclagem do lixo, o recolhimento de pilhas e baterias, o tratamento de resíduos, etc., e este evento veio reforçar esta cultura na comunidade interna”. Arthur Signorini aponta outros ganhos. “Alguns funcionários foram envolvidos no desenvolvimento do projeto, mas a maioria foi envolvida como beneficiária, uma vez que seus filhos estudam nas escolas da vizinhança ou participam das atividades desenvolvidas dentro da própria empresa”, cita. A parceria entre os três setores, de acordo com Vilson Alves, é imprescindível para gerar melhorias para a sociedade, principalmente, para as questões ambientais. “O meio ambiente possui natureza difusa exatamente pelo fato de que sua preservação ou destruição atinge a toda uma coletividade. Todos precisam ter uma conduta defensável, priorizando um meio ambiente equilibrado. Somente assim, seremos beneficiados futuramente”, conclui.

conseguir que esses órgãos incorporem a educação ambiental em seus programas. No ano de 2009, Wendel Alves juntamente com o Presidente da Elus Ambiental, Júlio César de Moraes, nomearam Agentes Ambientais em toda a Região Metropolitana de Campinas, para que estes também viabilizassem o projeto de educação ambiental nas cidades. A meta é que, até o final deste ano, sejam nomeados novos Agentes Ambientais com o objetivo de estender a área de atuação dos trabalhos. Os voluntários que desejam se tornar um Agente Ambiental em sua cidade devem acessar o site: www.elusambiental.org. br ou www.bomdiatrabalhador.com.br e fazer sua inscrição.


20 O MEIO POR INTEIRO Gestão sustentável

Desconhecida no passado, importante no presente e indispensável no futuro “Ser sustentável é muito mais que colar um selo verde nos produtos e dizer que a empresa tem as emissões de carbono neutralizadas”, sintetiza Roberto Pereira Guimarães, Vice-Presidente do Comitê Científico do Programa Internacional sobre as Dimensões Humanas das Mudanças Ambientais Globais da UNESCO.

por Enéias Oliveira

D

esta forma, o executivo e também professor da Fundação Getúlio Vargas, ilustra o emprego simplista do conceito, feito por organizações que se escondem atrás de uma fachada verde, para “atender” aos anseios dos consumidores, cada vez mais exigentes e ecológicos. “Pesquisas apontam que, em 80% das empresas que se intitulam sustentáveis, os gestores jamais se preocuparam em analisar os impactos das ações em termos de responsabilidade socioambiental. O que significa que, para estes executivos, isso é investimento em marketing”, afirma Guimarães. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP),

Rodrigo da Rocha Loures destaca que diante dessa nova consciência, que é vital à nossa sobrevivência, um dos valores mais importantes é o da ética e ninguém pode fingir esta qualidade por muito tempo. “Uma empresa que comunique qualquer característica que não corresponda com sua essência e cultura sofrerá prejuízos por isso, cedo ou tarde. É uma lei de mercado que se impõe de um jeito ou de outro”, alerta. A Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado à continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. O desenvolvimento sustentável deve garantir a satisfação das necessidades das gerações atuais,

sem comprometer as gerações futuras. De acordo com a diretora executiva do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Beatriz Bulhões, os gestores precisam entender isso e trabalhar todas as dimensões de forma integrada e equilibrada. “Não dá pra considerar só a questão econômica, por exemplo, porque ela gera impactos nas dimensões social e ambiental, e isso compromete a existência a longo prazo”. Para o Rocha Loures não há alternativa senão seguir o caminho do desenvolvimento verdadeiramente sustentável. “De modo geral este é o único modelo de gestão possível. Sustentabilidade é o novo nome do desenvolvimento”, assegura.

Atores da sustentabilidade A FIEP defende que o empresariado deve assumir seu papel de protagonista político, por isso lançou, no último mês, a iniciativa ‘Cidades Inovadoras’, que oferece uma visão de futuro para os municípios brasileiros se tornarem cidades de classe mundial, como Lyon, Barcelona e Helsinque, entre outras. “Nenhuma cidade poderá ser plenamente inovadora se o empresariado – bem como todos os outros atores lo-

cais – não estiver comprometido com o tema inovação. Então é primordial que as empresas e seus líderes estejam em sintonia com isso”, ressalta Loures. Outros casos mostram que o setor privado está assumindo a vanguarda. Pereira Guimarães conta que a um mês da conferência sobre mudança climática das Nações Unidas em Copenhagen (Dinamarca), realizada em dezembro de 2009, o governo brasileiro não dispunha

de nenhuma inclinação de ter metas, no entanto, houve uma reunião na Federação da Indústria de São Paulo (FIESP), na qual cerca de 100 representativos empresários, simplesmente, exigiram que o governo fosse ao encontro com metas definidas. “Isso é uma revolução. O setor privado está levando a questão cada vez mais a sério. Isso mostra que quem pensa que é só marketing vai ficar no caminho”, destaca Guimarães.


O MEIO POR INTEIRO 21 Gestão sustentável

Ser verdadeiramente sustentável “É preciso que a sociedade que orbita em torno dela - o poder público, a academia, as instituições da sociedade civil organizada - abrace o tema”. Rodrigo Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).

O caminho para se chegar ao desenvolvimento sustentável é o da inovação - que não significa invenção. Inovar está em transformar para melhor um processo, um

produto. É uma busca constante por novas ideias. No entanto, Rocha Loures ressalta que uma empresa não poderá ser inovadora se o ambiente em que está inserida não

o for igualmente.“É preciso que a sociedade que orbita em torno dela - o poder público, a academia, as instituições da sociedade civil organizada - abrace o tema”.

A diretora do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Beatriz Bulhões, diz que é preciso incorporar o conceito ao planejamento da organização. “A empresa deve pensar em como vai comprar os recursos e utilizá-los de forma eficiente. Se gera resíduos, como descartar sem impactar o meio ambiente. Enfim é preciso uma gestão mais inteligente”. Além da questão econômica, existem os valores, que são trabalhados com conhecimento e educação, ou seja, é preciso levar a política aos funcionários. “É necessário trabalhar a equipe para que ela ajude na implantação da sustentabilidade”, afirma Beatriz.

Evolução A ameaça do aquecimento global elevou definitivamente a sustentabilidade ao centro do debate público em todo o mundo. No entanto, a discussão começou nos anos 80, com o surgimento do

movimento ambientalista. Nos anos 90, a preocupação passou a abranger aspectos sociais, como a promoção de relações justas de trabalho, sobretudo com o avanço das cadeias globais de produção. Recentemente, a discussão convergiu para o conceito de sustentabilidade, criado pelo inglês John Elkington, fundador da consultoria SustainAbility, uma das mais conceituadas do mundo nessa área. Apesar do elevado número de empresas que não se preocupam efetivamente com a sustentabilidade, Roberto Pereira Guimarães declara-se extremamente otimista e lembra que essa área registrou grande expansão. “Em 30 anos, a discussão tornou-se importante no mundo inteiro. Hoje, todo país tem um ministério do meio ambiente, todo município uma secretaria”, aponta. Para Guimarães, ao contrário do que acontece atualmente, quando iniciativas sustentáveis chamam a atenção e, por isso são destacadas pelo marketing, no futuro, a sustentabilidade será intrínseca ao mercado, que apenas rejeitará as empresas que insistirem em não se adequar.


22 O MEIO POR INTEIRO Lei Rouanet

Exemplo de iniciativa Qual a relação entre os data centers da Google e a sustentabilidade? Aparentemente nenhuma, no entanto, a gigante mundial da web registrou, no início de 2009, no Trademark Office, órgão responsável por patentes nos Estados Unidos, o projeto de criação de data centers em alto mar, para cortar custos e explorar energias limpas. Poucos sabem, mas estes centros consomem uma quantidade enorme de energia, já que são repletos de computadores que

processam e armazenam a informação. Além disto, há o sistema de ar condicionado que ajuda a resfriar as máquinas consumindo muita energia e emitindo gases nocivos na atmosfera. Na ideia patenteada, os centros de processamento de dados flutuantes serão abastecidos por energia obtida através das ondas do mar. Embora o investimento inicial seja considerado alto, com o tempo o projeto mostrase economicamente interessante,

pois poupa as empresas do aluguel de espaços físicos em continentes, do pagamento de impostos sobre propriedade de imóveis e gera economia de energia. A geração de eletricidade baseada no movimento das ondas já é explorada comercialmente na costa de Portugal, numa demonstração de que o recurso é viável. O Google não informa quando pretende colocar no oceano os primeiros navios data centers.

Notas

Esgoto doméstico como fertilizante pode ser solução ambiental

O que sempre foi considerado um problema ambiental agora pode se tornar um benefício econômico e social para o Brasil. É possível aproveitar o lodo do esgoto doméstico como fertilizante. Isso já é realidade em várias cidades brasileiras e do mundo e uma ótima solução para diminuir a poluição de rios e solo das metrópoles. Para que não haja risco de contaminação é necessário um tratamento específico e detalhado em vários processos de limpeza e desintoxicação dessa água. Pesquisas revelam que o lodo do esgoto, depois de tratado, pode ser aproveitado e possui os nutrientes que as plantações precisam.

Prêmio Empreendedor Social e Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2010 estão com inscrições abertas

O Prêmio Empreendedor Social, realizado pela Folha de S. Paulo e pela Fundação Schwab, em sua 6ª edição, e o Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro, em sua 2ª edição, estão com inscrições abertas. Os líderes sociais de todas as partes do país, que atuam há pelo menos três anos, de maneira inovadora, sustentável e com forte impacto positivo na sociedade podem se inscrever. As inscrições, que são gratuitas, começaram em 10 de março, vão até dia 15 de maio e devem ser feitas somente pelo site www.folha.com.br/ empreendedorsocial. Informações e dúvidas: empreendedorsocial@grupofolha.com.br

Amazônia vai receber mais ações para desenvolvimento sustentável

Com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) vão ampliar o número de ações na região. A parceria, que vai seguir as diretrizes do Programa Amazônia Sustentável (PAS), busca um novo modelo de produção na região que valorize a população e a floresta em pé.


O MEIO POR INTEIRO 23 Consciência limpa

Brasil é o quarto maior originador de Créditos de Carbono do mundo Mercado superou a marca de 125 bilhões de dólares em 2009, mas receita não é o único benefício por Henrique Franco

O

Brasil está entre os maiores origi- monóxido de carbono e outros gases nadores de Créditos de Carbono, poluentes são emitidos por agências de no Mecanismo de Desenvolvi- proteção ambiental reguladoras. O sistemento Limpo (MDL), do mundo. Segun- ma tem a vantagem de permitir que cada do dados da UNFCCC (Convenção Quadro empresa estabeleça seu próprio ritmo de das Nações Unidas sobre Mudanças do adequação às leis ambientais. Quem não Clima), o país está atrás apenas da Chi- cumpre as metas de redução progessiva, na, Índia e Coreia do Sul. Além disso, estabelecidas por lei, tem que comprar mais de 350 projetos certificados dos esestão em andamento. “A questão tende a tabalecimentos mais O Crédito de Carbono é sucedidos. Estes ganhar peso e urgência, bem um instrumento pelo certificados podem ser qual uma redução de na medida em que cresce comercializados através emissões de Gases de a necessidade de redu- das Bolsas de Valores e Efeito Estuda (GEE), feita ções fortes nas emissões de Mercadorias. por determinada empre“O mercado de Crédito globais.” sa, pode ser transferida de Carbono funciona para uso de outra, para cumprimento pelo sistema normal de demanda e oferde suas metas de redução de emissões. ta. Podemos, no Brasil, emitir Créditos Uma unidade equivale a uma redução de Carbono através do MDL, que é um certificada da emissão de uma tonelada dos mecanismos que operam pelo Prode CO² ou equivalente de Gases de Efei- tocolo de Kyoto, e vendê-los a empresas to Estufa, que em excesso na atmosfera localizadas nos países desenvolvidos”, terrestre, dificultam a dissipação de ca- explica Ricardo Gustav Neuding, diretor lor do planeta para o espaço, levando ao da ATA Empreendimentos e Participaaquecimento global. ções em Ativos Técnicos e Ambientais. Os certificados que autorizam a emis- Outra alternativa é fazê-lo no chamado são de toneladas de dióxido de enxofre, Mercado Voluntário de Carbono.

“O mercado de Crédito de Carbono funciona pelo sistema normal de demanda e oferta. Podemos, no Brasil, emitir Créditos de Carbono através do MDL, que é um dos mecanismos que operam pelo Protocolo de Kyoto.” Ricardo Gustav Neuding, diretor da ATA Empreendimentos e Participações em Ativos Técnicos e Ambientais.

O advogado e consultor jurídico da comodato, para poder equilibrar o seu Elus Gestão em Projetos Educacionais passivo ambiental.” e Sócio Ambientais, Roberto Scoriza, No entanto, Neuding ressalta que, para incentiva as empresas a desenvolverem que possa vendê-los, primeiro é preciso planos de atuação nester um projeto de crédi“A iniciativa ta área. “Com a adoção to de carbono, aprovado privada receberá, em de uma nova política em um dos diversos contrapartida pelos inambiental e de sustensistemas existentes. vestimentos efetuados” tabilidade, a iniciativa Após isso, é necessário privada receberá, em contrapartida gerá-los, através da redução de emissão pelos investimentos efetuados, o cré- de Gases de Efeito Estufa, que deve ser dito de carbono, durante o período de certificada periodicamente, como forma


24 O MEIO POR INTEIRO Consciência limpa

de atestar a performance do projeto. “Empresas que tenham na sua atividade a substituição de combustíveis fósseis por renováveis; processos industriais, como siderurgia, alumínio, cimento, papel e celulose; indústria química; atividades florestais, são algumas das que possuem bom potencial para gerar Créditos de Carbono”, afirma o diretor da ATA.

Receita não é o único benefício A relação entre o aumento de temperatura na Terra e a concentração dos Gases de Efeito Estufa na atmosfera já foi comprovada. As consequências que isso pode causar são estudadas e já podem ser sentidas em várias partes do globo. Cada vez mais consciente do problema, a sociedade tem se mobilizado para cobrar mudanças no modo de operação das empresas, que devem oferecer produtos e serviços com menor intensidade de carbono. Além de ajudar o meio ambiente, ao reduzir a emissão dos Gases de Efeito Estufa, elas podem obter vantagens em marketing, ao oferecer produtos e serviços com menos emissões de carbono, e assim ganhar a preferência de consumidores seletivos. Na área institucional, ao posicionar a empresa como uma entidade consciente e responsável com relação aos impactos que suas atividades causam no equilíbrio do planeta. E também no departamento financeiro, já que podem obter acesso a linhas de crédito e capital de investimento mais interessante, em instituições financeiras seletivas, e posicionar a empresa adequadamente em termos de rating de crédito e índices de ações.

Tendências Ao analisar como deve ser o cenário para os próximos anos com relação a Crédito de Carbono, Neuding enfatiza que a questão tende a ganhar peso e urgência, na medida em que cresce a necessidade de reduções fortes nas emissões globais. Segundo ele estima-se que para não ultrapassar um aumento de 2ºC na temperatura da Terra, considerado pelos cientistas como um limite que não pode ser ultrapassado, as emissões teriam que vir abaixo da metade do que seriam normalmente. “Isto será cobrado de todas as atividades econômicas, que têm que estar preparadas”, alerta.

Educomunicação ambiental

Novos profissionais devem saber gerar riquezas e trabalho sem agredir o meio ambiente Nova geração deve estar preparada para atuar e construir economia de forma que não cause impacto ambiental e garanta o bem-estar social

por Henrique Franco

P

ara ter profissionais preparados e conscientes da importância do meio ambiente é preciso investir na educação ambiental em todos os níveis. Trata-se de um fator de compromisso com o futuro e com a formação dos cidadãos. Para a professora da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas),

“O Brasil é protagonista neste processo, que tem seu primeiro marco referencial no Tratado Internacional de Educação Ambiental, acordado durante o Fórum Global, na RIO92.”

Emília Rutkowski, a viabilização de processos que almejam a sustentabilidade como meta civilizatória depende da educomunicação ambiental, em detrimento da educação e da comunicação ambiental como ferramenta fundamental. Ela explica que educomunicação ambiental se caracteriza pela intersecção dos saberes e conhecimentos da educação ambiental e da comunicação social. “A educomunicação, ao mesmo tempo em que redefine, a partir das novas técnicas e linguagens, o papel da mídia, retorna às formas mais tradicionais de comunicação ao envolver aprendizagem e informação como partes integradoras de um mesmo processo interativo. Pretende democratizar o processo educativo e empoderar o cidadão a assumir as capacidades como agente ambiental”, analisa Rutkowski. A sustentabilidade deve fazer parte de todos os projetos educacionais desde o ensino fundamental, mas não apenas como forma de brincadeira para as crianças. Precisa também ser inserida nos currículos de todos os cursos superiores, além de mostrar para todos os tipos de profissionais quais vertentes da sua atividade estão relacionadas com o meio ambiente, passar os critérios e quais conceitos eles devem ter.


O MEIO POR INTEIRO 25 Educomunicação ambiental

“O caminho virá com a profissionalização das atividades relacionadas ao meio ambiente. Grande parte das empresas já estão trabalhando com áreas de gestão ambiental ou de sustentabilidade”

O diretor de redação da Envolverde, Dal Marcondes, diz que é preciso cuidar para que toda uma geração de novos profissionais saiba como atuar e construir uma economia capaz de gerar riquezas e trabalho. “A construção de um negócio sustentável, seja em que área for, deve estabelecer como premissa o bom desempenho econômico, a responsabilida“Quando falamos em educação ambiental estamos tratando de estabelecer as bases da cidadania ambiental do futuro, enquanto a comunicação e o jornalismo trabalham para mostrar e transformar o presente.” de social e a preservação ambiental.” Ele ressalta ainda que é fundamental que os temas ambientais e de sustentabilidade estejam presentes na área da comunicação, para isso é preciso que o assunto seja abordado de forma mais intensa pela imprensa, em especial pelos veículos especializados neste segmento. “Quando falamos em educação ambiental estamos tratando de estabelecer as bases da cidadania ambiental do futuro, enquanto a comunicação e o jornalismo trabalham para mostrar e transformar o presente”, diz Marcondes.

Brasil é protagonista no processo de educação ambiental “O Brasil é protagonista neste processo, que tem seu primeiro marco referencial no Tratado Internacional de Educação Ambiental, acordado durante o Fórum Global, na RIO92. Com os Coletivos Educadores, mais abrangente Simpósio Brasileiro de Educomunicação, esta ferramenta se estabelece como fundamental para a viabilização da política nacional de meio ambiente”, afirma Rutkowski. Para o diretor de redação da Envolverde, o Brasil tem avançado bastante na questão da educação ambiental. O país conta com um Plano Nacional de Educação Ambiental, feito em parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Educação, que prevê a educação ambiental em todas as escolas públicas. Porém, este plano é limi-

tado a crianças e adolecentes, não inclui os cursos superiores. Além deste Plano, o Núcleo de Comunicação e Educação (NCE), da USP (Universidade de São Paulo), tem promovido, com o apoio de várias instituições públicas e privadas, o Simpósio Brasileiro de Educomunicação. Segundo a professora da Unicamp, os programas ambientais governamentais no âmbito, tanto da união, quanto dos estados, têm se pautado por ações de educomunicação. No mundo corporativo, as federações estaduais, como a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), têm, de forma lenta, adotado ações de educomunicação em seus programas de sustentabilidade, assim como as fundações brasileiras de origem corporativa.

Profissionalização deve ser o caminho seguido As mudanças climáticas estão polarizando as atenções em temas ambientais na mídia e nas empresas, no entanto há muito a ser trabalhado. Marcondes diz que existem boas ações realizadas de forma isolada, que apoiam veículos com recursos pontuais, como o Ministério da Cultura, que ofereceu recursos para a modernização destas mídias. Mas, para ele, enquanto o trabalho com o meio ambiente for interpretado como uma

área para voluntarismo, os avanços serão pequenos. “O caminho virá com a profissionalização das atividades relacionadas ao meio ambiente. Grande parte das empresas já estão trabalhando com áreas de gestão ambiental ou de sustentabilidade. É preciso que esta percepção de relevância do tema comece a saltar os muros e chegar à área de comunicação com mais profundidade”, conclui Marcondes.

Nota

145 milhões de eucaliptos serão plantados em 2010 A iniciativa é da Suzano Papel e Celulose, que plantará mais de 145 milhões de mudas de eucalipto ao longo do ano. Com este investimento, a empresa vai plantar cerca de 398 mil árvores por dia.

Esse ciclo de investimento vai permitir que o estabelecimento alcance na próxima década uma capacidade anual de produção de 7,2 milhões de toneladas de celulose.


26 O MEIO POR INTEIRO Artigo

A

indústria não pode responder plenamente às demandas sócio-ambientais que se avolumam, muito menos substituir o papel do Estado, mas pode, a partir de suas unidades de produção, lançar as bases do desenvolvimento sustentável, cumprindo a função de amortecedor social, contribuindo para minimizar as desigualdades e para construir uma sociedade mais equilibrada e justa. Nas sociedades humanas, os conflitos e as diferentes formas de harmonizá-los dependem de mecanismos legais e da correta aplicação das leis. Ao longo de sua história, a humanidade buscou na ideia do Direito a razão para o estabelecimento desses mecanismos. A gestão responsável do meio ambiente inclui a responsabilidade não só de responder às legislações e regras, mas construir novas regras e leis, que serão aplicadas se possível mundialmente. A construção de um planeta sustentável exige uma nova consciência de consumo, requer que a sociedade repense valores e mude comportamentos, devendo ajudar a desenvolver uma consciência ética, política, ambiental, social e econômica sobre todas as formas de vida com as quais compartilhamos neste planeta, respeitando seus ciclos vitais e impondo limites à exploração dos bens ambientais. Para ser sustentável, segundo Saraiva, uma empresa deve ser ambientalmente responsável, socialmente justa e economicamente viável (visão “triple botton line”), sendo estes, os vetores básicos de sustentabilidade que lhe trarão a perenidade desejada. Saindo na Pró-atividade as empresas têm atuado como interlocutoras entre diversos setores da sociedade, tais como, governo, universidades, ONGs, propondo alternativas concretas de tratamento e redução da geração de resíduos sólidos, através do desenvolvimento tecnológico e da organização da produção; está desenvolvendo e utilizando tecnologias de reciclagem ou destinando seus resíduos de forma ambientalmente adequada a recicladores licenciados. Uma política empresarial de gestão ambiental deve buscar a conscientização de forma intrínseca e extrínseca do processo, promovendo a mudança de paradigmas em relação ao consumo a

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PNRS - POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

por André Luis Saraiva Diretor Executivo do PRAC - Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada, especializado em consumo responsável e recuperação de valores ambientais

“Após 19 anos em tramitação, o Brasil recebe a Nova Ferramenta de Gestão Empresarial ou um Obstáculo ao Desenvolvimento Econômico?” qualquer custo. Intrinsecamente as empresas computam os benefícios econômicos diretos em diversas empresas que adotam sistemas de gestão ambiental, incluindo a reciclagem. As vantagens se relacionam com economia de energia e matéria-prima, melhorias na saúde e comportamento do trabalhador. Extrinsecamente, os benefícios associam-se à sua imagem, pois a coletividade está cada vez mais consciente e exigente com os aspectos sócio-ambientais, e ainda, de forma tímida optando por produtos com “selo verde”, que tenham implícitos em seu processo produtivo e na etapa pós-consumo, esforços para torná-los cada vez mais sustentável, levando em consideração seu ciclo de vida. A cultura da reciclagem torna-se necessária neste processo, pois o conceito abrange diversos aspectos técnicos, econômicos e sociais da relação do ser humano com o meio ambiente. Surge no cenário a logística reversa como um instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizada por um conjunto de ações, procedimentos e

meios, destinados a facilitar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos aos seus geradores, para que sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos, na forma de novos insumos, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, visando a não geração de rejeitos, assim descrito no capítulo das definições da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos). Desta forma, tornou-se possível a Reverse Supply Chain um modelo de negócio sustentável, onde a implementação da Logística Reversa de pós-consumo é entendida como a possibilidade de revalorização financeira do produto de pós consumo por meio do reaproveitamento de seus materiais e das economias advindas de sua utilização, bem como da revalorização dos produtos em condições de uso direto ou após a remanufatura. As economias dos canais de reciclagem provêm da substituição das matérias-primas virgens por matérias- primas secundárias ou recicladas, que apresentam preços menores e exigem menores insumos energéticos para sua fabricação. (Prof. Paulo Roberto Leite - Logística Reversa).


O MEIO POR INTEIRO 27 Artigo

Isto posto surge neste momento em que tudo já está acontecendo de forma próativa, a PNRS prevendo capítulos polêmicos para a indústria, principalmente no que tange a Responsabilidade PósConsumo, Logística Reversa e as Responsabilidades atribuídas aos setores produtivos. Como Diretor da Área de Responsabilidade Socioambiental da ABINEE e Membro do COEMA - Conselho Temático Permanente de Meio Ambiente da CNI e do COSEMA - Conselho Superior de Meio Ambiente - FIESP, faço destaque aos aperfeiçoamentos sugeridos pela CNI que recebe pleno apoio das casas ABINEE e FIESP e que seja acolhido pelo PLENÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, SENDO ELES:

Por outro lado ela também inova quando trata da Responsabilidade Compartilhada pela Gestão dos Resíduos; instrumento essencial para definir os direitos e as obrigações dos setores público e privado e da sociedade civil, na concessão de incentivos econômicos a cadeia de reciclagem; e na adoção de aproveitamento energético como uma das formas de destinação de resíduos. Para que ela não se torne um obstáculo empresarial, precisamos discutir a parcela de responsabilidade da sociedade civil e do governo de forma compulsória e não facultativa, para que haja efetiva destinação adequada dos resíduos sólidos, ou seja, o retorno das embalagens/ produtos para possibilitar o “reverse supply chain, pois o resultado desejado dependerá do esforço entre todos estes atores: sociedade civil, governo, universidades (inovação tecnológica) e não só de responsabilidade da indústria. Haverá a necessidade de regulamentar o artigo da PNRS onde enfatiza que o Poder Público e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações que envolvam os resíduos sólidos gerados. Nosso objetivo ao comentar a PNRS para os leitores da Revista - O Meio Por Inteiro - foi o da construção, com o intuito de torná-la exequível, para tanto necessitamos agora de grupos multidisciplinares

• Restringir a remuneração do titular do serviço público de limpeza urbana, na logística reversa, aos casos em que desenvolve atividades que são de responsabilidade dos demais atores. Caso contrário, é possível que o setor privado seja cobrado pelo município (ou sua concessionária) caso encontrado no lixo doméstico resíduos que são objeto de logística reversa;

tal e vidro a regra de implantação progressiva da logística reversa, permitindo que os setores se adaptem às novas regras;

e interdisciplinares para alcançarmos um objetivo comum de preservação, conservação e recuperação do meio ambiente. A responsabilidade é de todos, porém cada qual é responsável por um momento do processo. Para que uma empresa seja sustentável, ela necessita de um Estado Sustentável, que colabore efetivamente no processo de implementação desta PNRS, trazendo a responsabilidade para si, legitimandose, para depois imputar ao outro a parcela que não lhe pertence. Analisando o capítulo da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, nos deparamos com artigos que tratam da incumbência do Distrito Federal e dos Municípios na gestão dos resíduos sólidos. Ora, é sabido que há no Brasil 5.635 municípios e que apenas 13% possuem Aterros Sanitários, concluindo-se que o restante descarta seus resíduos em “lixões”. Isto significa que colocar uma política no papel é uma tarefa relativamente fácil, pois este aceita tudo, mas colocar em prática nos parece um tanto quanto impossível. Cabe ao Estado e seus governos acatar os preceitos constitucionais de saúde pública e meio ambiente e implementá-los, antes de responsabilizar as indústrias pelo descarte inadequado de seus resíduos. Outro inciso em artigo específico da PNRS trata da estrutura de comunicação neces-

sária, para ciência da população quanto à quantidade de resíduos sólidos gerados no âmbito local e aos problemas ambientais e sanitários derivados do manejo inadequado de resíduos sólidos e estabelecimento de canal de comunicação direto com a sociedade local; porém não aborda de forma taxativa que a sociedade civil será responsabilizada civil, administrativa e criminalmente pela disposição inadequada destes resíduos. A PNRS necessitará de mecanismos que a tornem factível, pois não adianta mencionar a compatibilidade entre diversos Ministérios e não citar a necessidade de ter um mediador que faça a comunicação entre eles. A Política Nacional de Resíduos Sólidos terá sucesso se for implementada em consonância com as Políticas Nacionais de Meio Ambiente, de Educação Ambiental, de Recursos Hídricos, de Saneamento Básico, de Saúde, Urbana, Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior e as que promovam a inclusão social de forma ordenada. Para finalizar devemos ter um cuidado especial com a PNRS quando o assunto for sobre COMUNICAÇÃO, ele deve abordar de forma eficaz quem são os atores responsáveis por cada etapa do processo, bem como destinar recursos para concretizar ações de conscientização e campanhas públicas e privadas sobre o tema.

• Explicitar a responsabilidade do poder público pela implementação e operacionalização da logística reversa dos produtos e embalagens cujo fabricante ou importador não seja identificado (marca ignorada), de forma a ampliar o • Estender aos produtos e combate ao ingresso e utilizaembalagens de plástico, me- ção de produtos ilegais.

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28 O MEIO POR INTEIRO Marketing verde

Busca pela sustentabilidade deve ir além da propaganda Consumidores estão cada vez mais atentos e empresas devem mostrar com ações práticas o interesse em se tornar sustentáveis por Henrique Franco

A

s empresas têm passado a entender a sustentabilidade como uma questão estratégica para os seus negócios. Mais conscientes de que é necessário se preocupar com o impacto ambiental e social, elas têm revisto de forma positiva seus processos, embora ainda existam as que associem esta ideia ao aumento nos custos de operação e nos preços de venda. Porém é preciso saber que, neste assunto, não basta ter ações voltadas apenas para o marketing, se as iniciativas não forem demonstradas na prática, como explica o sócio diretor da Vallua Consultoria e Gestão, Lucas Copelli. “Muitas

Fábrica Itautec em Jundiaí/SP

Visão externa do centro de reciclagem Itautec

empresas busquem, de alguma forma, minimizar o impacto que o seu próprio empresas, por exemplo, utilizam ‘selos negócio gera ao meio ambiente do que verdes’ simplesmente para promover uma ação voltada para a preservação, um atrativo comercial, o que acaba con- seja de animais, florestas, rios, ou oufundindo o consumidor. É o chamado tros, ressaltando que estas campanhas marketing verde que, cedo ou tarde, fica não devem, no entanto, ser desmerecidas. Dessa forma, os estabelecimentos banalizado”, aponta. Copelli afirma que os projetos mais inte- terão, no aspecto social, os princípios de transparência, ética e ressantes para as empresas investirem são “Os clientes estão cada direitos humanos, que são fundamentais. aqueles que estão relacionados ao seu core vez mais conscientes e com- A sustentabilidade não business. A relação en- prometidos com o tema, é uma tendência ou tre ação sustentável e o exigindo práticas sólidas de um modismo, trata-se de uma mudança culnegócio central da em- seus fornecedores.” tural global, uma nova presa traz um impacto consciência que se estabelece de forma positivo em toda a cadeia e sociedade. Ele cita que é mais interessante que as definitiva. Copelli diz ser evidente que

marcas que defendem iniciativas diferenciadas, como comércio justo, causa ambiental e responsabilidade social, além de contribuir para a sobrevivência do sistema, são bem vistas pelo consumidor. “Cada vez mais os consumidores irão pressionar as empresas para uma postura sustentável.”

A analista ambiental da Itautec, Luciane


O MEIO POR INTEIRO 29 Marketing verde

Furukawa, comprova a tese de Copelli. “Os clientes estão cada vez mais conscientes e comprometidos com o tema, exigindo práticas sólidas de seus fornecedores. A Itautec entende que o compromisso com a sustentabilidade é essencial para manter o crescimento da empresa”, afirma Luciane. Desde 2003, a Itautec implantou um centro de destinação de lixo eletrônico

para reciclagem, e a partir de 2007 criou um comitê de Sustentabilidade Social, Ambiental e Cultural, onde participantes da alta administração da empresa discutem as estratégias de atuação da área. Outra iniciativa foi a criação de uma gerência corporativa de sustentabilidade, responsável por promover e implementar as iniciativas referentes ao plano estratégico.

A Itautec recebe produtos, tanto de clientes corporativos, que estão renovando os seus parques, quanto de consumidores, que entram em contato com a empresa, interessados em ter seus computadores obsoletos reciclados. Além de computadores, as partes de caixas eletrônicos e qualquer outro equipamento produzido também são desmontados e encaminhados para a reciclagem.

Tendências Para Copelli, muitas empresas já estão considerando os resultados ambientais e sociais tão importantes quanto os resultados econômicos, servindo até mesmo como critério para o desenvolvimento de novos produtos ou para a remuneração variável de funcionários, o que deve ser cada vez mais comum. Ele destaca também o fato de o fabricante se responsabilizar pela sustentabilidade do início ao fim da produção, além do movimento pelas construções sustentáveis, o que tem impulsionado toda a cadeia da construção civil a adotar as melhores práticas nessa área.

Centro de distribuição - Avon

A Avon é outra empresa que possui uma política de meio ambiente. Ela busca constantemente a eficiência do uso dos recursos por meio de práticas de reciclagem e redução de gastos, para garantir mais qualidade nas operações e nos produtos em seu ciclo de vida. “Temos implementado em todas as nossas fábricas o Sistema de Gerenciamento do Meio Ambiente. As fábricas são auditadas por consultorias independentes a cada três anos, que avaliam o comprometimento da empresa com o meio ambiente e a aderência desse Sistema”, informa a Avon Brasil. A sustentabilidade não deve ser projeto de um ou outro departamento dentro da empresa, mas sim ser inserida como

uma cultura presente em toda a organização. “As empresas deixarão de atuar nos padrões tradicionais de produção e serviço, focadas apenas em seus interesses e passarão a considerar que suas atividades fazem parte de um contexto mais amplo”, analisa Lucas Copelli, sócio diretor da Vallua Consultoria e Gestão. Para ligar sua marca à sustentabilidade, antes, é preciso tomar conhecimento das melhores práticas, das verdadeiras relações de causa e efeito e dos impactos econômicos, sociais e ambientais das ações para, em seguida, transmitir esse conhecimento aos seus colaboradores e, finalmente, para todo o público que se relaciona com o estabelecimento.

Nota

Soluções para a água aquecem o mercado Tecnologias para o uso e conservação da água prometem aquecer os negócios e o mercado. Grandes empresas nacionais e inclusive algumas internacionais têm entrado neste segmento, apostando em

áreas como saneamento, perfuração de minas d’água, tratamento de efluentes, entre outros. Entre os principais equipamentos utilizados nesta linha estão os aparelhos que

coletam dados sobre o nível dos rios e chuvas; sondas portáteis e automáticas que fazem a análise completa e contínua, além de sensores que auxiliam em medições de vazão e nível da água.


30 O MEIO POR INTEIRO Sugestões de livros

Ecologizar I, II e III

Autor: Maurício Andrés Ribeiro Formato: 16 X 23 cm Ano: 2009, Editora: Universa

Gestão Ambiental

Empresas, Desenvolvimento e Ambiente

Autor: Reinaldo Dias Páginas: 196, Ano: 2006 Editora: Atlas

Autor: Gilberto Montibeller, Páginas: 172 Editora Manole

“Ecologizar: Princípios para a Ação/ Mé- O livro aborda os principais temas relaciotodos para a Ação/ Instrumentos para a nados com as empresas e o meio ambienAção”, de Maurício Andrés Ribeiro te, como: desenvolvimento sustentável, legislação ambiental municipal, sistemas Na trilogia, o autor propõe que o leitor su- de gestão ambiental, comércio interpere a abstração teórica e a reflexão indi- nacional, mudança climática global e o vidual para vislumbrar o potencial de uma Protocolo de Kyoto, produção mais limpa, ação ecológica coletiva, baseada em ideias, ecoeficiência, marketing verde, responsavalores, atitudes, emoção e intuição. bilidade ambiental e cidadania. Segundo ele, as ações ambientais, sejam A obra apresenta um estudo de caso públicas ou privadas, coletivas ou indivi- elucidativo da relação entre cidadania duais, utilizam procedimentos e méto- ambiental emergente e as empresas, dos que podem ser derivados de estrutu- ao discutir os efeitos da ampliação do ras formais como um departamento de debate ecológico na tomada de posição sustentabilidade de uma empresa ou de das pessoas e as organizações não goiniciativas individuais. A trilogia preten- vernamentais. O livro utiliza exemplos de recuperar a noção de unidade dentro recentes de problemas ambientais, condas diversidades ecológicas, sociais, cul- textualizando-os em cada capítulo com turais e políticas, de maneira a reduzir os conceitos apresentados. impactos nas mais diversas escalas ao apresentar planos de ação concretos. Para isso, o autor dividiu a obra em três etapas. No primeiro livro da série, aborda os Princípios Para a Ação, com textos compostos desde a década de 1970, estudos, pesquisas e demais documentos para apresentar os conceitos e valores que devem orientar a transição para uma sociedade ecoeficiente. O segundo volume da coleção, Métodos Para a Ação, como sugere o título, apresenta estratégias e modelos de governança para a formação desta nova sociedade. E, por fim, em Instrumentos Para a Ação, O livro traz os principais elementos da último livro da série, o autor apresenta história da educação ambiental de foras principais ferramentas tanto de orde- ma cronológica, com a evolução deste namento territorial, quanto de medidas conceito nas relações ao longo do tempo. regulatórias, econômicas, socioculturais Também aponta as implicações que fenôe educacionais para a formalização dos menos sociais como a globalização proprocessos que levarão as lideranças a pro- vocaram na propagação e transformação do tema em todo o mundo, e na maneira mover uma sociedade sustentável.

O livro vai enfatizar aspectos sociais e ambientais e insere-se na relação entre ações estratégicas empresariais e cenário macroeconômico. Aborda o macroambiente como referência para as decisões no âmbito das empresas e as ações destas, que possibilitam o desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Esta relação micro-macro é explorada pelo autor de uma forma incomum na bibliografia brasileira especializada. Dessa forma, esta obra torna-se imprescindível não só a especialistas da área de Engenharia e Gestão da Sustentabilidade, mas também a estudantes e profissionais de outras áreas, como administradores, arquitetos, advogados, entre outros, além de todo público interessado nesta questão ampla, atual e importante.

Educação Ambiental

Autor: Genebaldo Freire Dias Páginas: 551, 9 edição - 2010 Editora: Gaia Ciências biológicas - Ecologia

como a sociedade passou a enxergá-lo. A obra reúne ainda uma agenda com os grandes eventos mundiais que promoveram a educação ambiental ao longo dos anos, catalogados e analisados a partir da década de 1970, e as transformações que a agenda da sustentabilidade sofreu devido esses fatos.


O MEIO POR INTEIRO 31 Parque linear

Parque Linear valoriza o verde em Jaguariúna Sustentabilidade ambiental, criação de áreas verdes planejadas e ocupação ordenada do espaço físico

E

ssas são algumas das diretrizes que levaram Jaguariúna a idealizar e implantar o seu Parque Linear, cujo primeiro trecho, de 500 metros, foi inaugurado em setembro do ano passado, como parte das festividades do aniversário de 55 anos da cidade. O projeto está com a segunda e terceira fases praticamente concluídas, segundo o secretário de Planejamento Urbano e Habitação, engenheiro José Francisco Veiga, que também responde interinamente pela Secretaria de Gestão Ambiental. Inspirado em parques similares existentes em cidades como Buenos Aires, Santiago, São Paulo e Campinas, o Parque Linear de Jaguariúna terá ao todo 6,6 km de extensão. Uma das finalidades de seu traçado é incentivar os passeios e o convívio entre a população.

Nele, o usuário encontrará equipamentos esportivos e de lazer como ciclovia e pista de caminhada, passando pelos principais prédios públicos do município e várias construções históricas.

Áreas verdes “A implantação do Parque Linear possibilitará a articulação dos espaços físicos e funções da cidade, qualificação da paisagem, do ambiente e promoção da cidadania”, explica Veiga. Segundo o secretário, com o Parque haverá um ganho significativo na arborização, com marcos de referência e sinalização da paisagem urbana. “Teremos a criação de túneis verdes e corredor ecológico com impacto positivo na biodiversidade e no microclima, gerando maior umidade relativa

Inspirado em parques similares existentes em cidades como Buenos Aires, Santiago, São Paulo e Campinas, o Parque Linear de Jaguariúna terá ao todo 6,6 km de extensão.

do ar e redução das poluições do ar, sonora e visual”, detalha. A implantação em andamento manterá em alguns trechos as árvores já existentes e, em outros, será feito o deslocamento de algumas espécies para garantir a implantação da ciclovia e da pista de caminhada. “As demais árvores vêm de áreas onde havia solicitação de corte por parte dos proprietários, garantindo o reaproveitamento delas”, destaca Veiga. A iluminação do Parque mereceu o desenvolvimento de um projeto específico, para garantir a segurança e a mobilidade dos munícipes em todo o trajeto. Para o prefeito Gustavo Reis, a criação e implantação do Parque Linear atende ao desenvolvimento sustentável de Jaguariúna, busca a valorizar o cidadão, o meio ambiente e ainda incentiva o turismo.


32 O MEIO POR INTEIRO


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