revista O Meio por Inteiro

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A cada edição, a revista O Meio por Inteiro vem se firmando como a publicação mais respeitada pelos setores empresariais e sociais comprometidos com a questão do meio ambiente e da sustentabilidade na RMC e no País. A cada número, sentimos que o nosso objetivo principal está sendo cumprido de maneira gradual dentro dos princípios Éticos que a matéria Meio Ambiente e Sustentabilidade apresenta. Nosso objetivo, quando idealizamos a revista, era trazer a questão da teoria para uma prática da conscientização e de ações por parte de toda a sociedade, envolvendo empresários, especialistas, estudiosos, poderes públicos e educadores, considerando que educação ambiental começa no berço, parafraseando o velho dito popular, ou seja, estamos no limiar do desenvolvimento de uma “Cultura” de um comportamento responsável pelas ciências e tecnologias de produção de bens e consumo que não comprometa as gerações futuras a ponto de tornar o planeta em que vivemos um lugar inóspito. Esta edição já é um marco do processo de mudança da revista. Impressa em papel couchê, o visual é mais “clean” e agrega valor ao projeto gráfico e conceitual da revista. O conceito sustentabilidade é um dos itens principais em nossa cadeia de valores, e a gráfica Modelo foi a escolhida, uma vez que aderiu a certificação FSC (Forest Steward Counsil) e utiliza, em todos os processos, materiais recicláveis, e todos os resíduos de produção são coletados e processados, conforme as diretrizes ambientais, por empresas homologadas. Nossa proposta, evidentemente, é que a sociedade disponha de um canal no qual possa discutir e implementar toda uma mudança de hábito de mercado e de consumo que, por longos anos, logrou ser irresponsável com relação ao meio em que vivemos. É importante destacar o engajamento cada vez maior de empresários e agentes sociais preocupados em orientar seus parceiros na prática da produção e do consumo consciente. A sociedade cada vez mais tem se mobilizado para cobrar mudanças nas técnicas de produção das empresas, as universidades estão preparando os profissionais da nova geração, que deve estar preparada para construir uma economia menos impactante no que tange o meio ambiente. De maneira mais frequente, a questão do crédito de carbono está no centro das discussões quando o assunto é a redução da emissão de gases e o efeito estufa. As empresas estão cada vez mais preocupadas com o efeito que suas atividades causam no equilíbrio do planeta. Estamos saindo do “modismo” da mídia irresponsável para ações mais concretas. É grande o numero de empresas que estão criando departamentos de responsabilidade socioambiental. Existe luz no final do túnel, e nós brasileiros temos papel importante nesse quesito, uma vez que o Brasil é o protagonista no processo de educação ambiental, como é de conhecimento de todos. Já estão sendo discutidas ao redor do mundo novas legislações que contenham regras mais definidas de produção e consumo para buscar um equilíbrio entre o processo de produção das empresas e o meio ambiente. Este é o mister da revista O Meio por Inteiro, provocar discussões, promover a crítica construtiva, acatar sugestões, discutir a sustentabilidade dentro de um princípio Ético e contribuir para implementação da “cultura” da educação e da consciência ecológica. Entendemos que todos somos responsáveis pelo bem estar do Planeta, desde o papelzinho de bala que, às vezes, inadvertidamente, atiramos na rua, até toneladas de produtos destinados ao consumo. Boa Leitura,

Caminho é longo para empresesas se tornarem verdes

6

Cidades Verdes

8

Embalagens ecológicas

10

Ações Sustentáveis

14

Liderança socioeconomica-ambiental é novo papel das empresas

16

Crescimento Ameaçado?

21

Negócios sustentáveis no mundo digital

24

Entrevista

26

Artigos

36

Notas

42

Dicas de livros

46

A Revista O Meio por Inteiro é uma publicação, a princípio trimestral, que faz parte de mais um projeto concretizado pela Elus Ambiental, tornando-se uma importante ferramenta de informação e orientação para empresas, bem como para gestores ambientais - Rua dos Periquitos, 182 – CEP: 13186-032. Hortolândia - São Paulo - Brasil / Telefones +55 (19) 3809.3885 www.omeioporinteiro.com.br –Email: contato@omeioporinteiro.com.br, redacao@omeioporinteiro.com.br Conselho Editorial: Júlio César de Moraes, Irineu Bottoni, Kleber Santos, Edvânia Eldevik. Conteúdo Jornalístico: Content News Enterprise www.newsbrev.com.br – Jornalista Responsável: Edvania Eldevik, MTB: 46.219. Textos: Henrique Franco, Milena Parente. - Revisão: Julia de Almeida. Projeto Gráfico, Diagramação e Arte Final: Marka Criativa – Marketing e Novos Negócios www.markacriativa.com.br. Direção: Aline Santos. Designer Gráfico Responsável: Hélio Baracioli. Email: novosnegocios@markacriativa.com.br. Relações Públicas: Júlio César de Moraes. Email: diretoria@omeioporinteiro.com.br. Departamento Comercial: comercial@omeioporinteiro.com.br – Telefone: +55 19 3384 9336/ 3809.3885

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www.jaguariuna.sp.gov.br

UNIVERSIDADE DO MEIO AMBIENTE É REALIDADE EM JAGUARIÚNA Jaguariúna é a primeira cidade do Estado de São Paulo e uma das únicas do Brasil a ter uma universidade pública voltada para o estudo e a defesa do meio ambiente. Um grande passo para a consolidação deste projeto foi dado no início de março, quando uma assembléia aprovou o estatuto da Universidade do Meio Ambiente e Bem-Estar de Jaguariúna (UniAngatu). Agricultura sustentável, alimentação saudável, animais domésticos e silvestres, artes, direito e educação ambiental, ecologia, diversidade e consumo consciente são apenas alguns dos temas que estão sendo incluídos nas atividades da Universidade, que buscará identificar e acolher saberes locais e regionais a serem estudados e disseminados. Aberta a participação de todas as pessoas, a UniAngatu é um espaço de educação, formação e troca de informações e práticas sócio-ambientais, que tem como meta contribuir efetivamente com a ampliação da consciência sobre cidadania e sustentabilidade. Criada por iniciativa do governo municipal de Jaguariúna, a UniAngatu promove valores como a paz e a ética, além do cuidado com o planeta e o ser humano.

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UniAngatu – respeito ao meio ambiente e valorização do ser humano!

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SECRETARIA DE GESTÃO AMBIENTAL 18/04/2011 12:50:28


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Caminho é longo para empresas se tornarem ‘verdes’ Empresas encontram-se em diferentes níveis na busca pela sustentabilidade Por Henrique Franco

uma

Economia de Energia Elétrica),

projetos,

entre outras ações que indicam

A busca pela sustentabilidade

sustentabilidade

é um caminho sem volta e

empresa,

cada vez mais urgente. Mas

produtos ou serviços, possui

estratégias

as empresas nacionais ainda

mais chances de uma vida longa.

corretas.

precisam percorrem um longo

Por isso, qualquer atividade a

caminho até se encontrarem nos

ser desenvolvida merece grande

Flávia

níveis ideais. Atualmente, elas

atenção, mas precisa ser bem

empresas

se apresentam em diferentes

pensada

muito

patamares, sendo que algumas

e planejada sob a ótica das

conscientização ambiental, já

já estão em condições muito

questões

que

vivenciam isso no seu cotidiano

boas e outras, porém, ainda

significa

impactos,

e implantaram diversas ações de

carecem de grandes mudanças

compensações

e

responsabilidade socioambiental

em seu modo de gestão.

sociais e, consequentemente,

no dia a dia dos seus negócios,

atingir também os resultados

no entanto, existem outras em

financeiros desejados.

situação totalmente oposta e

Os meios para se atingir a

seja

de em

estrategicamente ecológicas, evitar

o

ambientais

ecologicamente

ressalta já

além

que se

do

algumas

encontram estágio

de

parecem esperar pelo inevitável

sustentabilidade são diversos. “Sempre descobriremos novas

Para o vice-presidente da Latina

– serem realmente obrigadas a

e melhores formas de trabalhos

Eletrodomésticos,

tomar posturas sustentáveis.

sob

ecológicos,

investir em uma gestão cada vez

o caminho é longo e exige

mais sustentável é importante e

Segundo Coli, essas que ainda

esforço contínuo, mas o que é

fundamental para que se possa

não se mostram conscientes

certo é que essa é uma nova

pensar num futuro melhor. Para

das suas obrigações ecológicas

maneira de pensar negócios ou

isso, é preciso produzir com

prevalecem. “Lamentavelmente,

qualquer atividade”, afirma a

baixa emissão de poluentes, ter

a maioria ainda tem o lucro

VP de relações institucionais da

produtos dentro de programas

a

AMPRO, Flávia Goldenberg.

de baixo consumo de energia,

modelo de negócio. Existem

como, por exemplo, o PROCEL

muitos

(Programa

pessoas desalinhadas com as

os

aspectos

A gestão que visa, hoje, a

Paulo

Brasileiro

Coli,

de

qualquer

custo

como

empreendimentos

e

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e, cada vez mais, passam a fazer suas escolhas com base nos critérios de sustentabilidade. “O que me parece certo é que esse é um movimento sem volta e que só benefícios virão desta nova consciência”, diz Flávia. “Importar-se com o meio ambiente deixou de ser apenas uma questão de comunicação e passou a ser importante para a sobrevivência das empresas, já que se tornou algo rentável e gratificante, pois os consumidores valorizam esse conceito e cobrarão essa atitude”, conclui Coli.

Greenpeace divulga lista das empresas mais verdes do mundo “Sempre descobriremos novas e melhores formas de trabalhos sob os aspectos ecológicos, o caminho é longo e exige esforço contínuo, mas o que é certo é que essa é uma nova maneira de pensar negócios ou qualquer atividade” Flávia Goldenberg, VP de relações institucionais da AMPRO

necessidades de preservação do meio ambiente.” Ao repensar a filosofia do negócio e refletir em como caminhar para a sustentabilidade, a empresa descobrirá que existem diversas

A ONG Greenpeace divulgou recentemente uma lista das empresas consideradas as mais ‘verdes’ do mundo, segundo a 15ª edição do Guide to Greener Eletronics, relatório trimestral que indica as companhias de eletrônicos mais corretas ecologicamente. De acordo com a lista, a Nokia continua liderando o ranking de empresa mais ‘verde’ do mundo. Também foram avaliadas positivamente a Sony Ericsson, Philips e Motorola, segunda, terceira e quarta colocadas, respectivamente. Porém, do outro lado do ranking, ficaram a japonesa Nintendo, a chinesa Lenovo e a americana Microsoft. O relatório analisa as 18 maiores empresas do setor.

ações e estratégias possíveis para alavancar sua contribuição com o meio ambiente. Segundo a VP de relações institucionais da AMPRO, além disso, o clima interno da empresa renova-se, o que gera um maior orgulho por parte dos funcionários em fazer

parte

companhia,

de

determinada

o

que

reflete

diretamente no rendimento. Os

consumidores

também

passam por esse processo de

“Importar-se com o meio ambiente deixou de ser apenas uma questão de comunicação e passou a ser importante para a sobrevivência das empresas, já que se tornou algo rentável e gratificante, pois os consumidores valorizam esse conceito e cobrarão essa atitude” Paulo Coli, vice-presidente da Latina Eletrodomésticos

aprendizado e conscientização

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Educação ambiental, legislação eficiente e fiscalização com incentivos Esses três fatores bem executados são apontados como determinantes para a cidade de Curitiba, eleita a capital mais ‘verde’ da América Latina Por Henrique Franco

A cidade de Curitiba pode ser considerada um exemplo

criação do Programa Biocidade que, desde 2007,

para os demais municípios brasileiros. A capital do

amplia os conceitos de gestão ambiental, com o intuito

Paraná foi eleita a mais ‘verde’ da América Latina.

de reduzir a perda da biodiversidade local mediante

No entanto, tal patamar não foi atingido por acaso,

ações específicas, como a reintrodução de plantas

a secretária municipal de meio ambiente de Curitiba,

nativas, a erradicação de plantas exóticas invasoras e

Marilza Dias, diz que, para isso, foi feito um trabalho

educação ambiental.

de educação ambiental, legislação eficiente, além de uma fiscalização que oferece incentivos fiscais aos

Durante os últimos cinco anos, foram criados bosques

proprietários de áreas verdes que preservarem seu

e parques, o que contribuiu para que a cidade

patrimônio ambiental e planejamento urbano para

conseguisse preservar 431.333 metros quadrados de

criação de bosques e parques.

áreas verdes. “Esse status de cidade mais verde da América Latina é importante, eleva a autoestima do

Desde 2006, a cidade conta com a lei de Reservas

cidadão, que passa a ser cada vez mais participativo

Particulares do Patrimônio Natural Municipal, que cria

das ações propostas e dos serviços ambientais,

reservas particulares. Dessa forma, os proprietários

assumindo responsabilidades junto ao município na

não perdem o direito sobre a propriedade ao

tarefa de tornar a cidade cada vez mais sustentável”,

transformar a área em Reserva Municipal e ganham

exalta a secretária municipal do meio ambiente de

da Prefeitura o direito à isenção do valor do terreno

Curitiba.

do bosque no cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Outra medida é a permissão para

Para Roseli Ferreira Matos,

a analista de qualidade

transferir 100% do potencial construtivo para outras

do Hospital Vitória, de Curitiba,a capital paranaense

áreas da cidade que não tenham restrições ambientais

tornou-se uma referência para os outros municípios

ou negociar com o mercado da construção civil.

do Brasil e do mundo. “Ter o título de capital mais verde da América Latina é um marco e fator de grande

Outra medida tomada pela cidade de Curitiba foi a

orgulho para todos os seus habitantes.” Segundo ela,

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tal patamar só foi atingido graças à visão estratégica a respeito de questões como manutenção de parques, coleta seletiva de resíduos, preservação de áreas naturais, além de campanhas na mídia, que trazem o envolvimento da

população:

“são

ações

estratégicas que devem perdurar por muito tempo”, completa. Marilza diz que, para os próximos anos,

a

cidade

pretende

consolidar a política ambiental do município, fortalecendo uma cultura de sustentabilidade, na qual os cidadãos possam perceber a importância de uma gestão de corresponsabilidade entre o poder público e a população.

“Ter o título de capital mais verde da América Latina é um marco e fator de grande orgulho para todos os seus habitantes” – Roseli Ferreira Matos, analista de qualidade do Hospital Vitória

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Produto ecologicamente correto pode se tornar o principal instrumento de identidade do consumidor com a marca Por Henrique Franco Muitas

consumidor

como, por exemplo, colaborar

mudanças

com o fabricante do produto.

com entidades ao comprar os

em suas estratégias e ações, mas

Por meio dessa associação, é

produtos da marca.

não sabem como comunicar isso

possível que empresas agreguem

de forma eficiente para os seus

informações

consumidores. A solução pode ser

as suas ações ecologicamente

ecologicamente

muito mais simples e econômica

corretas, deixando claro para o

existem

do que a maioria imagina, pois não

cliente a responsabilidade social

Primeiramente, deve-se utilizar

é necessária nenhuma campanha

da marca.

materiais

que

reciclados

e

realizam

vezes

as

profundas

companhias

estabelecido

pelo

adicionais

sobre

milionária de marketing. Utilizar

Para

tornar

as

embalagens corretas,

diversas

alternativas. podem

cuja

ser

reciclagem

as próprias embalagens pode ser

Mas não basta se utilizar das

não apresente custo superior à

um ótimo meio de ‘comunicação

embalagens como mídia para

produção inicial da embalagem.

verde’, além disso, seu custo já

comunicar as ações e estratégias

Dessa forma, o processo mantém-

está incluído no produto.

ecológicas

se atrativo e naturalmente irá se

da

empresa.

É

primordial que sejam utilizados As

embalagens

podem

se

materiais

tornar o principal instrumento

se

de divulgação da imagem da

para

sustentáveis

Entre

trabalho

de

ser citadas as embalagens de

empresa, pois são o vínculo

conscientização com os clientes

aço, pois sua reciclagem está

número

e até mesmo promoções sociais,

praticamente garantida, devido

de

identidade

fazer

a

que

oportunidade

um

aproveite

e

tornar corriqueiro.

um

os

exemplos,

podem

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ao fato de o seu material retornar ao ciclo de produção como insumo de novos materiais. Outra

“Deve-se adotar princípios

possibilidade é o papel cartão, que já é reciclado, e

e ações que sejam verdadeiramente vinculados

esse processo pode ser realizado novamente.

à cultura da empresa e Para divulgar a mensagem desejada, não existem

enraizados à sua ideologia, o

grandes segredos, mas é fundamental que o produto

processo de divulgação é como

a ser atrelado possua um aspecto sustentável e

qualquer ação de marketing

politicamente correto. “Deve-se adotar princípios

para as atividades comerciais

e ações que sejam verdadeiramente vinculados à

do negócio”

cultura da empresa e enraizados à sua ideologia,

Clésio Woehl, diretor da Trivisan

o processo de divulgação é como qualquer ação de marketing para as atividades comerciais do negócio”, explica o diretor da Trivisan, empresa que fabrica latas de tinta sustentáveis feitas de aço, Clésio Woehl.

Como evitar o greenwashing Ao divulgar a marca, as empresas devem tomar cuidado para que suas ações não sejam confundidas com greenwashing, termo utilizado para se referir àquelas empresas que possuem desempenho ambiental fraco e tentam mascarar isso com falsas ações. “Temos que pensar em todas as características do produto. Não se pode indicar produtos que tenham uma reação à embalagem ou não tenham aspectos sustentáveis para esse tipo de ação. É preciso ser transparente com o consumidor final”, afirma o diretor da empresa i10as, Carlos Camargo. “Para isso, é sempre necessário que se crie uma cultura, pois muitos pensam na economia da embalagem e perdem muito no restante do processo. A sustentabilidade também é a redução de desperdício e perdas”, completa.

“Temos que pensar em todas as características do produto. Não se pode indicar produtos que tenham uma reação à embalagem ou não tenham aspectos sustentáveis para esse tipo de ação. É preciso ser transparente com o consumidor final” Carlos Camargo, diretor da i10as

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Maria Luiza Gomes de Souza Passos, consultora em gerenciamento de projetos

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Ações sustentáveis trazem ganhos para sociedade, consumidor e mercado Ter uma política de gestão ecologicamente correta mostrase cada vez mais importante e traz mais benefícios para as empresas Por Henrique Franco

nas empresas de pequeno e médio porte. Isso se deve muito ao fato de os consumidores e clientes se mostrarem mais sensíveis e atentos às ações sustentáveis praticadas pelas companhias. “O Brasil tem empresas de vários segmentos que têm trabalhado a sustentabilidade como atributo da marca e revisto alguns dos seus processos em prol de uma gestão mais

sustentável,

até

mesmo

ambiental

por vezes, que isso se converta

porque o consumidor está cada

minimiza desperdícios, antecipa

em passivos ambientais”, pontua

vez mais atento, inclusive com uma

riscos, engaja os empregados para

a coordenadora da ESPM social,

visão crítica, confrontando aquilo

uma atitude mais responsável,

Bernadete Almeida.

que as empresas projetam no

Uma

boa

gestão

discurso com o que de fato fazem”,

protege a reputação e agrega valor

diz Bernadete.

à marca. Esses são alguns dos

Para o gerente geral do Hotel

benefícios que uma empresa pode

Arena,

ter ao implantar ações sustentáveis

devem praticar ações sustentáveis,

Segundo Viegas, as empresas

em seu cotidiano. Além disso, este

empresas ou a sociedade em geral,

brasileiras

é um atributo que é cada vez mais

como forma de contribuir para

a

valorizado pela opinião pública

evitar o esgotamento dos recursos

procurando

e até mesmo por analistas de

naturais. Entre os atos que podem

mais

investimentos, que recomendam

ser praticados por todos, ele cita

serviços de qualidade para clientes

a compra de ações de uma

a reciclagem, a reutilização e o

cada vez mais exigentes, num

companhia baseada também no

reaproveitamento como práticas

ambiente competitivo, tem levado

seu desempenho socioambiental.

importantes. Além disso, a iniciativa

muitos empreendimentos a adotar

traz, consequentemente, ganhos

modelos inovadores de gestão de

mais

para a imagem da marca, que se

pessoas, tecnologia e de respeito à

empresas investem numa gestão

mostra em consonância com as

natureza”, afirma.

ambiental para os seus processos,

tendências mundiais.

“Conforme

cada

vez

Douglas

Viegas,

todos estão

consciência

aprimorando ecológica

desenvolver

sustentáveis.

e

ações “Prestar

No entanto, ainda é mais comum

evidentemente, ganha a sociedade,

encontrar as boas ideias e práticas

o consumidor e o mercado como

As

um todo. É importante até para o

se encontram longe do ideal,

bem

poder público, na medida em que

no entanto, é possível perceber

pontuais, sem que haja uma

impactos ambientais são evitados

movimentos

conexão maior com a estratégia da

e

ambientalmente corretas, inclusive

minimizados,

possibilitando,

empresas

nacionais

rumo

a

ainda

gestões

intencionadas

de

modos

empresa e sua visão de futuro. 13

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“Prestar serviços de qualidade para clientes cada vez mais exigentes, num ambiente competitivo, tem levado muitos empreendimentos a adotar modelos inovadores de gestão de pessoas, tecnologia e de respeito à natureza” Douglas Viegas, gerente geral do Hotel Arena

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“Conforme cada vez mais empresas investem numa gestão ambiental para os seus processos, evidentemente, ganha a sociedade, o consumidor e o mercado como um todo” “Praticamente não temos gastos. É uma questão de organização e vontade de fazer algo pelo bem do planeta. Educamos nossos funcionários, que separam corretamente o lixo, e organizamos o restaurante para essas ações.” Ricardo Stern - Restaurante ViaSete

Bernadete Almeida, coordenadora da ESPM social

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Liderança socioeconomica-ambiental é novo papel das empresas Programas ecologicamente corretos impulsionam transformações e ajudam na construção e formação da sociedade Em uma época em que empresas que se mostram

desenvolvimento de mais de 175 iniciativas voltadas

engajadas em contribuir com o desenvolvimento

para a educação infantil, o ensino fundamental e a

sustentável são cada vez mais valorizadas, a

educação de jovens e adultos de escolas públicas

tendência será voltada para criação de programas

por todo o Brasil”, explica a diretora de unidade de

que promovam a educação com a conservação do

negócios da Natura, Denise Figueiredo.

meio ambiente. As corporações devem assumir papéis de liderança da dinâmica social,

Para

econômica e ambiental.

engenharia

a

professora civil

da

da

faculdade

Unicamp,

de

Emilia

Rutkowski, a importância de se criar esse Na

vanguarda

acontecimentos

tipo de projeto é total. Segundo ela, além

e comprometida com a sociedade,

de programas ecologicamente corretos

a Natura, que há 15 anos criou e

na área da educação, as empresas devem

mantém o programa ‘Crer para Ver’,

atuar de forma ecológica também no seu

é

cotidiano.

um

privadas

exemplo podem

dos

de

que

iniciativas

contribuir

com

a

educação brasileira e impulsioná-la.

A diretora de unidade de negócios

Por meio dele, cerca de três milhões

da Natura define a importância do

de alunos, professores, coordenadores,

programa ‘Crer para Ver’ como um

orientadores pedagógicos e diretores de escolas

chamado coletivo para abraçar a causa

públicas já foram beneficiados.

da educação, o que vai de encontro ao pensamento da professora da Unicamp. “As pessoas devem

Já foram investidos mais de R$ 29 milhões no

caminhar

juntas,

no

mesmo

sentido,

numa

programa “Crer para Ver”, o que possibilitou o

perspectiva solidaria e coletiva, e não como vemos

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atualmente, muito mais na base da individualidade. O tema sustentabilidade é uma questão que faz parte do processo de civilização”, critica Rutkowski

“As pessoas devem caminhar juntas, no mesmo sentido, numa perspectiva solidaria e coletiva, e

A professora ressalta que, embora o Brasil não apresente

não como vemos atualmente, muito mais na base

bons indicadores nas questões referentes à educação,

da individualidade. O tema sustentabilidade é uma

é possível perceber esforços para alterar esse quadro.

questão que faz parte do processo de civilização”

Ela cita as universidades públicas e privadas como exemplo, uma vez que existem vários projetos para aprimorar o ensino dentro das escolas. “Não resta dúvida de que é com a educação que podemos fazer a diferença. Projetos que atuam diretamente nos espaços escolares formais são uma boa forma de se contribuir com o ensino, mas acredito que as empresas também devam capacitar, aprimorar e qualificar melhor seus funcionários, dar mais condições para que os trabalhadores possam se envolver mais com a formação dos seus filhos”, afirma Rutkowski.

Emilia Rutkowski, professora da faculdade de engenharia civil da Unicamp

Como surgiu A diretora de unidade de negócios explica que o programa ‘Crer para Ver’, criado em 1995, surgiu devido à Natura acreditar que, para se ter uma sociedade mais justa, é preciso ter uma educação de qualidade. O tema central do projeto é a leitura: “é por meio dela é que nos conectamos com o universo que nos cerca, compreendemos melhor os fatos e desenvolvemos nosso lado crítico”, explica Denise Figueiredo. As ações desenvolvidas são financiadas pelos recursos arrecadados com a venda dos produtos do próprio programa, que é feita voluntariamente pelos consultores da empresa. O valor arrecadado é revertido em iniciativas que visam melhorar a qualidade da educação pública do país. Entre os feitos já atingidos pelo ‘Crer para Ver’, Denise cita o Projeto Trilhas, que atende 4.378 escolas municipais, envolve um grupo de 15 mil professores e beneficia 309 mil alunos de 310 municípios. Outro exemplo é a iniciativa desenvolvida em conjunto com a Comunidade Educativa CEDAC, onde, durante dois anos, foi desenvolvido um material específico para diretores e professores, que instrumentaliza o trabalho de leitura com crianças. A Natura fornece toda a infraestrutura pedagógica, o que inclui livros de literatura, jogos, entre outros materiais. Para 2011, a perspectiva é beneficiar cerca de 400 mil pessoas, entre diretores, professores e crianças.

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2010 Š PRAC - Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada

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A Região Metropolitana de Campinas, grande polo econômico do estado de São Paulo, é uma região de grande interesse de muitas empresas, seja por sua localização estratégica, próxima à cidade de São Paulo, ou por sua disponibilidade para a instalação de pequenas, médias e grandes empresas. Grandes investimentos foram anunciados na região e, entre eles, podemos citar a ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos e a chegada do Trem de Alta Velocidade (TAV), que ligará Campinas (e toda a RMC, por consequência) às cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Esses investimentos atraem cada vez mais novas empresas que, entre tantos recursos necessários para o início de suas atividades, precisam de água para sua produção. E aí entra a questão da disponibilidade hídrica da RMC. Qual é a realidade atual?

O consultor operacional sênior da Sanasa, Paulo Roberto S. Tinel, exemplifica: se hoje uma empresa que utilize 500l de água por segundo quiser se instalar na região de Campinas, não tem água. Essa empresa não conseguirá outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). Para comparação: Hoje, a Petrobras, instalada na região, utiliza 147l por segundo. “A falta de água é tão grande que somos a única região da bacia que monitora a disponibilidade on-line de água nos rios, através de uma rede telemétrica na nossa bacia. Isso porque os nossos índices de disponibilidade hídrica por habitante são comparáveis ao Oriente Médio”, relata Tinel. A rede telemétrica tem os dados atualizados diariamente e pode ser conferido no site: http://www2.sabesp.com.br/mananciais/divulgacaopcj.aspx

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A RMC está situada nas Bacias

de Abastecimento de Água e

discutidas

Hidrográficas dos rios Piracicaba,

Saneamento (Sanasa) para a

preocupações

Capivari e Jundiaí (PCJ). Dentro

distribuição da vazão do Sistema

tal forma para a falta de água,

da área das Bacias PCJ, é formado

Cantareira, com duração de mais

que não imaginavam que esse

o Sistema Cantareira(1) por meio

dez anos. A definição da vazão

sistema transbordaria um dia,

da intersecção dos rios Jaguari e

atual teve início em 2004 e

fato que aconteceu em 2010.

Atibainha e contribuição de outros

definiu regras, tais como: do total

rios

Sistema

da vazão do Sistema Cantareira,

Com o banco de águas “zerado”,

Cantareira é responsável por mais

no mínimo 5m3/s é de direito do

restou

de 70% do abastecimento das

PCJ; durante as cheias, não seria

organização não governamental

Bacias PCJ e pelo abastecimento

necessário abrir as comportas,

que congrega várias cidades das

de 50% da Região Metropolitana

economizando

das

Bacias PCJ, negociar uma cota

de São Paulo (RMSP).

represas e formando assim o

adicional à ANA, com o intuito

chamado

águas”,

de permitir a continuação das

No ano de 2014, a Agência

para ser utilizado no período

atividades da região. “Frente a

Nacional

(ANA),

de estiagem; e, caso o Sistema

essa nova realidade, o Consórcio

agência reguladora dos rios, fará

Cantareira transbordasse, seria

está pleiteando para as Bacias

nova outorga à Companhia de

“zerado” esse banco de águas.

do PCJ uma maior vazão de

secundários.

da

O

Água

a

“banco

água de

(1)

ao

Quando

essas

regras

foram

as

voltavam-se

Consórcio

de

PCJ,

negociação das regras”, explica

Exceto a represa Paiva Castro, que não está localizada na área das Bacias PCJ e destina-se ao abastecimento da grande São Paulo.

meio_por_inteiro_4edicao.indd 21

2004,

água, sendo uma antecipação da

Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e Sociedade

em

21 18/04/2011 12:50:53


Paulo Roberto S. Tinel, consultor

criadas regras sazonais, ou seja,

operacional sênior da Sanasa.

regras para o período de estiagem e regras para os períodos úmidos,

Porém, a região abastecida pelo

com a grande dificuldade de fazer

Sistema do Cantareira precisa

a interação, para assegurar uma

de novas ideias e alternativas

vazão contínua ao longo do ano”,

para aumentar a disponibilidade

defende o consultor da Sanasa.

de água na região. Essas ideias

Outra proposta é que o banco

precisam

de águas vigente na outorga de

ser

estudadas

e

“A proposta é que sejam criadas regras

apresentadas para a ANA, para

sazonais, ou seja, regras para o período

haver a possibilidade de fazerem

de estiagem e regras para os períodos

parte da nova outorga em 2014.

úmidos, com a grande dificuldade de

De acordo com o consultor da

fazer a interação, para assegurar uma

Sanasa,

vazão contínua ao longo do ano”, Paulo Roberto S. Tinel, consultor operacional sênior da Sanasa.

“a

preocupação

da

outorga é assegurar crescimento e desenvolvimento sustentável para essa bacia, beneficiando todas as regiões envolvidas”. Alternativas são estudadas para reverter esse quadro Para ser possível propor uma nova realidade na vazão de água destinada para a macrorregião de Campinas para 2014, começou uma série de análises sobre as alternativas que podem ser implantadas e auxiliar tanto a região de Campinas quanto São Paulo e RMSP. O Consórcio PCJ irá coordenar uma série de discussões sobre o tema, com o intuito de pensar em

2004 a 2014 seja reformulado. Uma opção com alto investimento e em médio e longo prazo é enviar água de outras localidades para abastecer São Paulo e a RMSP. Uma das alternativas estudadas pela Sabesp é trazer água de Barra Bonita e despejar nas Bacias PCJ ou, então, no Sistema Cantareira. Outra solução é tirar água do rio do Ribeira de Iguape. O problema nesses dois casos é que, além de um gasto de bilhões de dólares, há uma demora de dez anos para conclusão da obra. Outras instituições também estão preocupadas com o crescimento e desenvolvimento da região. O Instituto Sustentar, organização não governamental, organizará neste ano o evento “Sustentar 2011”(veja box) e, durante o Fórum Brasil 2020, “A água e seus caminhos” colocará em pauta toda essa questão que envolve a

alternativas que melhor atendam

RMC. De acordo com o presidente

a região e a situação atual. Para

do instituto, Luiz Fernando Faria,

isso, um grupo será montado com

a ideia é participar juntamente

integrantes do Consórcio PCJ,

com

Sanasa, associados do consórcio,

Consórcio PCJ e buscar soluções

entre outros, com a finalidade

para a região. “Nós discutiremos

de começar a discutir os eventos

esse assunto no evento Sustentar

para a formação da outorga de

2011 e também pretendemos

2014. “A proposta é que sejam

realizar seminários até 2014,

o

grupo

formado

pelo

22 meio_por_inteiro_4edicao.indd 22

18/04/2011 12:50:53


para

que

cada

grupo

fique

responsável por trazer uma ideia, uma solução, para que possamos apresentar para a nova outorga”, explica o presidente. As universidades também farão parte dessa discussão, utilizando os

conhecimentos

do

tripé

“pesquisa, ensino e extensão” e compartilhando com os demais membros do grupo, buscando um equilíbrio, algo que seja bom para a sociedade como um todo. Para o prof. Dr. Mohamed Ezz El Din Mostafa Habib, PróReitor de Extensão e Assuntos Comunitários Estadual

da

de

Universidade

Campinas,

a

academia tem o papel de “alertar, não apenas a sociedade civil, como todos os setores e governo

EPAR – Solução para as indústrias e ajuda para a região A partir do mês de junho, a Sanasa irá disponibilizar para empresas da região água de reúso, medida que auxiliará no aumento da disponibilidade hídrica potável para a macrorregião de Campinas. A Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR), será a primeira em Campinas a fazer o tratamento terciário do esgoto e a primeira da América Latina a tratar os efluentes com o uso de membranas filtrantes – filamentos que se parecem com espaguetes, com poros muito pequenos, por onde o esgoto passa em alta pressão. Em operação total, a EPAR produzirá 700l por segundo de água com

sobre a situação crítica pela qual a

elevado grau de pureza (99,5%), compatível com a qualidade necessária

região está passando. Temos que

para uso industrial. Com esse volume, torna possível novos investimentos

tomar muito cuidado, rever as

para a região, aliviando a situação crítica nas Bacias do PCJ. Enquanto

políticas de consumismo, olhar o

esse volume não for vendido para as empresas, a água será despejada

país como um todo, e não apenas

no rio Capivari, reduzindo a poluição desse rio, que, atualmente, só serve

regionalmente”, explica.

para navegação.

“Alertar, não apenas a sociedade civil, como todos os setores e governo sobre a situação crítica que a região está passando. Temos que tomar muito cuidado, rever as políticas de consumismo, olhar o país como um todo, e não apenas regionalmente”, prof. Dr. Mohamed Ezz El Din Mostafa Habib, Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Estadual de Campinas.

23 meio_por_inteiro_4edicao.indd 23

18/04/2011 12:50:54


Unir o mundo digital com as questões

da

sustentabilidade

pode

um

negócio

ser

muito

rentável para as empresas. A iniciativa ainda é pouco explorada no

Brasil,

melhorias

mas

pode

trazer

significativas

aos

empreendimentos. Investir em negócios sustentáveis via web, mais do que lucro financeiro, melhora a imagem social da corporação

junto

aos

seus

públicos de relacionamento. Investir

em

um

negócio

sustentável via web traz um capital

social

mais

efetivo,

pois mostra o engajamento da marca com o meio ambiente. Ao melhorar a reputação da empresa, consequentemente, é gerado também um aumento no capital financeiro. Porém, como em todo projeto, existem riscos, e, para minimizá-los, é preciso muito planejamento. “O lucro e o retorno não são tão fáceis de serem mensurados, se os critérios para avaliação não estiverem bem definidos, pode-se ter frustração”, alerta o estrategista digital, Conrado Adolpho. “É preciso obter um profundo entendimento de como funciona o mundo digital e suas interações. Sem isso, o projeto corre o risco de não ser bem compreendido pelo mercado e pelos stekeholders”, completa.

meio_por_inteiro_4edicao.indd 24

18/04/2011 12:50:56


“Quem tem uma boa ideia precisa estudar, pesquisar e ler sobre esse assunto e o mercado para saber

Além disso, é necessário ter profissionais gabaritados para tal serviço, algo que, segundo Adolpho, é difícil de encontrar. “A mão de obra especializada é escassa, e os poucos profissionais que existem já estão empregados”, diz o estrategista digital

formatar um plano de negócio. O modelo quem deve criar é o

As vantagens de ter um negócio digital

empreendedor”

Familiaridade com o meio (67,5%), custo reduzido de investimento inicial

Viviane Vilela,

(47,9%) e menor necessidade de infraestrutura (41,6%), essas são as

analista técnica do Sebrae

iMasters, em 2009. Segundo essa mesma pesquisa, o empreendedor

Como alavancar este novo modelo de negócio

três vantagens principais apontadas em uma enquete realizada pelo digital brasileiro é homem (67%) e tem em média 26 anos. Outro conceito investigado por essa enquete foi o de plano de negócios, documento que tem como objetivo agregar e sistematizar informação

As

empresas

nacionais

engatinham de

na

projetos

ainda

prática e atualizada, para estruturação das principais ideias e opções que

questão

o empreendedor deve levar em conta. A pesquisa mostrou que a maior

unam

parte dos empreendedores brasileiros não possui um plano de negócios

mundo

(62,6%) e entre os que possuem, quase todos o mantêm desatualizado

que

sustentabilidade

e

o

digital – principalmente se for

(85,8%).

analisado o que as companhias têm feito em termos ecológicos,

O campo se mostra aberto e uma boa opção, principalmente se for aliado

fora da internet, e o que tem

às questões sustentáveis, cada vez mais necessárias em qualquer setor.

sido feito em marketing digital. Adolpho ressalta que existem apenas

algumas

iniciativas

privadas de grupos isolados, mas ainda muito longe de se tornar

No entanto, é preciso profissionalização. Para a analista técnica do Sebrae, Viviane Vilela, a solução para alavancar novos modelos de negócios como este é investir em educação. “Quem tem uma boa ideia precisa estudar, pesquisar e ler sobre esse assunto e o mercado para saber formatar um plano de negócio. O modelo quem deve criar é o empreendedor”, conclui.

algo generalizado. Para o estrategista digital, em primeiro lugar, é preciso conseguir

“É preciso obter um profundo

um patrocínio da diretoria da

entendimento de como funciona o

empresa, já que, enquanto a

mundo digital e suas interações. Sem

cultura não for mudada de cima para

baixo,

qualquer

projeto

sustentável na web será feito de maneira ineficiente e, portanto, com grandes chances de não ser bem sucedido. Outro ponto

isso, o projeto corre o risco de não ser bem compreendido pelo mercado e pelos stekeholders” Conrado Adolpho, estrategista digital

importante é ter o objetivo bem definido, saber o que se deseja alcançar de maneira clara.

25 meio_por_inteiro_4edicao.indd 25

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Em entrevista concedida à revista O Meio por Inteiro, o gerente

Revista O Meio por Inteiro:

técnico de grupo do mercado industrial e presidente do instituto

Como

3M de Inovação Social, Marcelo Luiz Tambascia, abordou a cultura,

e

as políticas de sustentabilidade da empresa e ações que já estão

Sustentabilidade

planejadas para o futuro.

organização?

A 3M é uma companhia multinacional de base fundamentalmente

Nossos valores corporativos

científica. Atenta aos assuntos de importância para a sociedade, a

formam a fundação de nossos

empresa possui um compromisso de responsabilidade corporativa

princípios em sustentabilidade:

a

pensa

3M a

entende

questão

da na

que a leva a investir cada vez mais no desenvolvimento sustentável por meio de uma postura proativa à proteção ambiental e

• Agir com honestidade e

responsabilidade social, além do forte desenvolvimento econômico.

integridade inflexíveis em tudo

Para isso, são desenvolvidos programas específicos para cada um

o que fazemos

dos objetivos.

• Satisfazer nossos clientes com tecnologias inovadoras

Entre essas iniciativas, está o Instituto 3M, tema da entrevista

e qualidade superior, valor e

realizada nesta edição da revista O Meio por Inteiro. Fundado em

serviço.

2006, seu foco é o incentivo ao desenvolvimento de projetos e

de descobertas inovadoras na área de tecnologia social, com o

atraente

objetivo de promover o desenvolvimento social das comunidades

por

brasileiras nas áreas de saúde, educação e tecnologias sociais.

sustentável e global. •

Oferecer meio

aos de

retorno investidores crescimento

Respeitar o ambiente

26 meio_por_inteiro_4edicao.indd 26

18/04/2011 12:50:58


físico e social no mundo todo.

3M desde 1975, quando foi

educação

e

lançado o 3P (Prevenção à

escolas

a

diversidade

Poluição se Paga), um dos

e particulares, incentivando

talentos,

iniciativas

programas internos de maior

professores

reconhecimento na 3M. Trata-

estudarem temas relacionados

funcionários.

se do reconhecimento anual

ao meio ambiente, a sua

Conquistar a admiração

a projetos que minimizam

importância

de todos os envolvidos com a

os impactos ambientais em

O

3M no mundo todo.

diferentes áreas da empresa.

desenvolvimento de atividades

No Brasil, há 10 anos, o

criativas,

por

programa, que foi criado nos

promovam a integração entre

Inteiro: Quais as maiores

EUA em 1975, vem crescendo

professores,

dificuldades

as

em número de projetos ano a

alunos e familiares.

ao

ano. Existem critérios básicos

O programa, realizado em

de

O

parceria com as secretarias

sustentáveis, já que, do

projeto deve trazer, ao longo

de educação dos municípios

ponto de vista cultural, há

de um ano, economia de pelo

e

uma visão sobre felicidade

menos U$ 1 mil e reduzir

particulares, é adaptado às

e sucesso que ainda é

mais de 500 kg de algum

realidades e necessidades de

predadora

no

tipo de emissão, seja gasosa,

cada região. Durante o ano

planeta e da qualidade das

líquida ou sólida, ou no uso de

de 2010, foi desenvolvido nas

relações. É preciso rever

energia.

cidades de Sumaré (SP) e

Desenvolver

reconhecer de e

a

liderança

Revista

O

empresas

de

nossos

Meio que

encontram

desenvolverem

da

ações

vida

participação

no

3P.

valores?

ambiental públicas e

e

estudo

nas

municipais alunos

a

preservação. envolve

dinâmicas

e

o que

coordenadores,

dirigentes

de

escolas

Itapetininga (SP), localidades Revista

O

Meio

por

onde estão instaladas unidades

precisam

Inteiro: Quais os projetos

incorporar a responsabilidade

na área ambiental e de

social corporativa em seus

responsabilidade

negócios e encaixar em suas

que já foram realizados

estratégias

ou estão em andamento?

A Massa do Bem é uma

Quais incluem a cidade de

tecnologia

Sumaré?

da primeira edição do Prêmio

As

de

empresas

seus

princípios

sustentabilidade

seguir

para

indefinidamente

social

como uma empresa viável. Apenas por continuar a ser

Massa do Bem

social

vencedora

de Estudantes Universitários Alguns deles:

(2007) do Instituto 3M de

uma empresa viável e bem sucedida podemos continuar

da 3M.

Inovação Social, desenvolvida Projetos Ambientais e Sociais

a ser um contribuinte positivo

por alunos da universidade Metrocamp de Campinas (SP).

desenvolvimento

3M Preserve o Meio por Inteiro

sustentável. O assunto já faz

Lançado em 1989, o programa

O projeto “Massa do Bem”

parte das políticas e práticas

dedica-se

propõe substituir vasilhas de

para

o

ao

estímulo

da

27 meio_por_inteiro_4edicao.indd 27

18/04/2011 12:50:58


isopor, plásticos ou outros

Projeto da Fundação Iochpe

Escola de Funilaria 3M

que, a partir de parcerias

materiais que acondicionam sopa, servidas para moradores

Realizado em parceria com a

com empresas de grande e

de rua, por uma cumbuca feita

instituição Cidade dos Meninos

médio porte, oferece cursos

de massa de pão. A pedido

de Campinas (SP), o projeto

de educação profissional para

do Instituto 3M, a receita foi

propõe a inclusão social de

jovens de famílias de baixa

estudada pelo ITAL (Instituto

adolescentes em situação de

renda com idades entre 16 e

de Tecnologia de Alimentos)

risco por meio do oferecimento

18 anos. Os cursos do Formare

e

que

de cursos semestrais e anuais

proporcionam a oportunidade

a tornou mais nutritiva e

de funilaria e pintura. Desde a

de formação inicial para o

saudável.

fundação da escola, em 1995,

mercado de trabalho e têm a

a 3M contribui com produtos

duração de aproximadamente

O Instituto 3M disponibilizou

para

um

a receita para seus parceiros

e com recursos financeiros,

ministradas

sociais e investiu na instalação

contando com parcerias para

funcionários voluntários, sob

de

de

a capacitação dos professores

a coordenação do Formare,

panificação nestas instituições.

das oficinas de funilaria e para

nas instalações das empresas

Atualmente, a APAE Campinas

a estruturação dos cursos.

participantes.

de 300 cumbucas da Massa do

Além de promover a inclusão

A

Bem e direciona para a Casa

social,

com

da Cidadania, que as utiliza

para que a instituição cumpra

desenvolvimento

na alimentação de moradores

os objetivos de acolher e

de

de rua, fazendo com que o

abrigar

para 20 alunos de Sumaré,

projeto complete um ciclo de

oferecendo-lhes oportunidades

contribuindo

cidadania.

para a formação pessoal e

desenvolvimento

profissional

tornando-os

profissional destes jovens de

A Massa do Bem também está

capazes para ingressarem no

baixa renda. Em Sumaré, o

presente em Itapetininga, onde

mercado de trabalho. Dezenas

projeto terá início a partir do

é elaborada pela Associação

de alunos formados por esse

segundo semestre deste ano.

Nossa Senhora Rainha da Paz

curso são contratados pelo

e servida pela entidade Toca

mercado de trabalho, com o

Vantagens de permanecer na

de Assis para moradores de

apoio da 3M, que atua neste

escola - Junior Achievement

rua da mesma cidade. Em

mercado.

recebeu

melhorias

pequenas

oficinas

reparação

automotiva

ano.

As

aulas

pelos

são

próprios

prepara semanalmente cerca o

projeto

estes

contribui

adolescentes,

e

o

feita

pela

Formare

Reparação

3M

visa do

o

curso

Automotiva para

o

pessoal

e

As “Vantagens de Permanecer

2011, passa a ser produzida -

educação

na Escola” é uma iniciativa

em

da AMCHAM Campinas (SP)

pela instituição “Obreiros do

Formare

Bem”, de Ribeirão Preto (SP),

profissionalizante

que destinará as cumbucas

Reparação Automotiva

para parceiros locais.

parceria

desenvolvida

pela

Junior

Achievement. O programa é

28 meio_por_inteiro_4edicao.indd 28

18/04/2011 12:50:59


destinado a alunos dos 8º e 9º

Revista O Meio por Inteiro:

formação de empreendedores

anos do Ensino Fundamental

O que é o Instituto 3M de

sociais, entre os funcionários

e 1º a 3º anos do Ensino

Inovação Social?

da

Médio. No projeto “Vantagens

3M

do

Brasil

e

nas

comunidades.

de Permanecer na Escola”,

Fundado em 2006, o Instituto

funcionários voluntários da 3M

3M de Inovação Social tem

Revista

participam de atividades em

como visão a promoção da

Inteiro: De que forma a

instituições públicas de ensino

Inovação Social por meio de

sustentabilidade

para interação com alunos e

programas

incentivo aos estudos.

a qualidade de vida desta e

que

melhorem

das futuras gerações. Atua O os de

objetivo

é

(workshops),

por

agrega

valor para o negócio? Essa é uma tendência que deve se acentuar? Eu

meio

de novas tecnologias sociais,

como um todo já reconhece

lúdicas

capacitação e disseminação de

como fornecedores principais

conhecimentos;

aquelas empresas que tem

por

atividades

Meio

no apoio ao desenvolvimento

conscientizar

estudantes,

O

sobre

a

formulação

diria

que

a

sociedade

programas sólidos de RSC

importância da educação e

de estratégias para políticas

o combate à evasão escolar,

públicas, especialmente nas

integrando

de

comunidades onde a 3M do

empregabilidade aos conceitos

Brasil mantém suas fábricas;

de educação e qualificação

concursos e premiações de

fator principal que influencia o

profissional.

estudantes e jornalistas; até a

público consumidor.

o

conceito

e

Sustentabilidade.

Uma

pesquisa recente do Conference Board,

mostrou

que,

para

49% dos entrevistados, é o

29 meio_por_inteiro_4edicao.indd 29

18/04/2011 12:51:00


In this interview to O Meio por Inteiro Magazine, the technical

O Meio por Inteiro Magazine:

manager of the industrial market group and President of the 3M

What does 3M think about

Institute of Social Innovation, Marcelo Luiz Tambascia, talked

the

about the company’s sustainability culture and policies, and the

inside the company?

Sustainability

issue

actions planned to the future. Our corporate values build the 3M is fundamentally a scientific-based multinational company.

foundation of our sustainability

Aware of the important issues for society, the company has a

principles:

corporate responsibility commitment which leads it to more investments in the sustainable development through a proactive

behavior for environmental protection and social responsibility,

honesty and integrity in all we

besides the strong economical development. Therefore, specific

do

programs are developed aiming each one of the objectives.

Acting

with

Satisfying

customers

with

inflexible

our innovative

Among these initiatives, there is the 3M Institute, the topic of

and world-class technologies,

the interview in this edition of O Meio por Inteiro. Founded in

value, and service.

2006, its focus is to stimulate the development of projects and

innovative findings in the social technology field, with the objective

return for investors through

of promoting the social development of Brazilian communities in

global and sustainable growth.

the health, education and social technology areas.

Offering an attractive

Respecting the physical

30 meio_por_inteiro_4edicao.indd 30

18/04/2011 12:51:01


and

social

environments

(Prevenção

worldwide. •

acknowledging

se 3M Preserve o Meio por Inteiro

staff’s

is Contagious), one of the

– 3M Preserve the Whole

initiatives,

most acknowledged internal

Environment

programs in 3M, was released.

and leadership. •

Poluição

Paga – Pollution Prevention

our

diversity,

à

Projects

and

Developing

talent

1975, when the 3P program

Conquering

the

It

is

about

the

annual

Released in 1989, the program

everybody

recognition of the projects that

is

involved with 3M all over the

mitigated the environmental

environmental

world.

impacts in different areas of

public municipal and private

the company. In Brazil, for 10

schools, encouraging teachers

O Meio por Inteiro Magazine:

years, the program, which was

and students to study topics

Which

difficulties

created in the USA in 1975,

related to the environment,

when

has had an increasing number

such as its importance and

sustainable

of projects year after year.

protection. The study involves

a

There are basic criteria for

the development of creative

cultural point of view, there

participating on the 3P project.

and dynamic activities which

is a concept of happiness and

The project must generate,

promote

success that is still predacious

over one year, savings of at

among teachers, coordinators,

to life in the planet and to

least US$ 1,000, and reduction

students and family members.

the relationships’ quality. Is

of more than 500 kg of some

The program, a partnership

it necessary to rethink some

sort of emission, whether it is

with

values?

gas, liquid or solid, or in the

departments

use of energy.

school

admiration

of

main

companies

face

developing policies,

since,

Companies

from

must

add

about

stimulating education

the

the

the at

integration

cities’

education

and

leaders,

is

private adapted

to each region’s reality and

corporate social responsibility

O

Inteiro

needs. During 2010, it was

to their business, and fit their

Magazine: Which projects

developed in Sumaré (SP) and

sustainability principles it into

in the environmental and

Itapetininga (SP), cities where

their strategies in order to

social responsibility areas

the 3M units are settled.

move continuously as feasible

have

companies. Only by being

or are in progress? Which

a

of them include the city of

feasible

and

successful

company we can continue to

Meio

por

been

implemented

Sumaré?

Massa

be a positive contributor to sustainable development. The

do

Bem

(Paste

for

Good) is a social technology Some of them:

awarded on the first edition

issue has been part of 3M’s policies and practices since

Massa do Bem – Paste for Good

of the Prêmio de Estudantes Environmental

and

Social

Universitários

(University 31

meio_por_inteiro_4edicao.indd 31

18/04/2011 12:51:01


Students Award) (2007) of 3M

Paz Association, and served

course are hired, with the

Institute of Social Innovation.

by Toca de Assis entity for the

support of 3M, which works in

It was developed by students

homeless people in the city. In

this market segment.

of Metrocamp University in

2011, it starts to be made by

Campinas (SP).

“Obreiros do Bem” institution,

Formare - professionalization

in Ribeirão Preto (SP), which

education

The “Massa do Bem” project

will send the cans to local

Repair

suggests the replacement of

partners.

cans made of polystyrene, plastic or other material, used

in

Automotive

It is a project of Iochpe 3M’s Tinsmith School

Foundation, which, from the

for serving food to homeless

partnership with large and

people, by a can made of

Made in a partnership with

mid-market companies, offers

bread. Under request of 3M

Cidade dos Meninos Institution

a

Institute, the recipe has been

in Campinas (SP), the project

course for low-income young

studied by ITAL (Instituto de

aims the social inclusion of

people between 16 and 18

Tecnologia de Alimentos –

teenagers in a risky situation

years old. Formare’s courses

Food

by

offer the opportunity of an

and

Technology improved

Institute)

to

become

offering

semestral

and

professional

education

annual tinsmith and painting

initial

courses. Since the school’s

work market and have an

foundation in 1995, 3M has

approximate duration of one

3M Institute has made the

contributed with automotive

year. Classes are given by the

recipe available to its social

repair

and

company’s own employees as

partners and has invested in

financial resources, creating

volunteers, under Formare’s

the implementation of small

partnerships for improving the

coordination, in the participant

bakery workshops in these

qualification of the tinsmith

company’s facilities.

institutions. Nowadays, APAE

workshop teachers and for

Campinas prepares about 300

structuring the courses.

bread cans a week, and sends

Besides

promoting

them to Casa da Cidadania,

inclusion,

the

healthier and more nutritive.

products

The

qualification

partnership

to

the

between

social

3M and Formare aims the

also

development of the Automotive

institution that uses them for

helps the institute to reach its

Repair course for 20 students

feeding homeless people. By

objectives of sheltering those

in Sumaré, contributing to

doing so, the project completes

teenagers, giving them the

the personal and professional

a full citizenship cycle.

opportunity of a personal and

development of these low-

professional development and

income

Massa do Bem is also in

making them able of entering

Sumaré, the project will start

Itapetininga, where it is made

the work market. Dozens of

in the second semester of

by Nossa Senhora Rainha da

students who completed this

2011.

project

young

people.

In

32 meio_por_inteiro_4edicao.indd 32

18/04/2011 12:51:01


Vantagens

de

permanecer

na

(Advantages

importance

of

studying,

journalists;

and

even

the

of

and to fight against school

qualification of 3M employees

Staying at School) - Junior

evasion, while integrating the

as social entrepreneurs in the

Achievement

employability concept to the

communities.

escola

education “Vantagens

de

Permanecer

and

professional

qualification concepts.

O

na Escola” is an initiative of

AMCHAM

Campinas

(SP)

developed

by

Junior

Achievement.

The

program

is

for

students

intended

OMeioporInteiroMagazine: What is 3M Institute of Social Innovation? Founded in 2006, 3M Institute

Elementary School or 1st - 3rd

of Social Innovation’s basis is

year of High School.

promoting Social Innovation

Magazine:

How

sustainability value

to

Inteiro does

aggregate

business?

Is

I

would

say

that

society as a whole already

through

Escola” project, 3M employees

improving life quality for this

volunteer to participate on

and the next generations. It

activities in public educational

supports

institutions for interacting with

of new social technologies;

their main providers. A recent

students

qualification and dissemination

Conference

of knowledge; definition of

showed that, for 49% of the

strategies for public policies,

interviewed people, that is

By using playful activities, the

especially in the communities

the main influence factor for

objective is to raise awareness

where 3M’s units are; contests

consumers.

among students about the

and awards for students and

encouraging

them to study.

the

for

accentuated?

“Vantagens de Permanecer na

and

programs

por

this a trend that must be

in the 8th and 9th year of In the

Meio

development

recognizes

the

companies

which have solid RSC and Sustainability

programs Board

as

research

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Artigos “A indústria não pode responder plenamente às demandas socioambientais que se avolumam, muito menos substituir o papel do Estado, mas pode, a partir de suas unidades de produção, lançar as bases do desenvolvimento sustentável, cumprindo a função de amortecedor social, contribuindo para minimizar as desigualdades e para construir uma sociedade mais equilibrada e justa”. Nas sociedades humanas, os conflitos e as diferentes formas de harmonizá-los dependem de mecanismos legais e da correta aplicação das leis e de um severo sistema de fiscalização. Ao longo de sua história, a humanidade buscou na ideia do Direito a razão para o estabelecimento desses mecanismos, mas onde está o Direito? A gestão responsável do meio ambiente inclui a responsabilidade compartilhada de todos os envolvidos e não só de a indústria responder às legislações e regras, mas fazer com que todos sigam as novas regras e leis, que devem ser aplicadas, se possível, mundialmente. A construção de um planeta sustentável exige uma nova consciência de consumo, requer que a sociedade repense valores e mude comportamentos, devendo ajudar a desenvolver uma consciência ética, política, ambiental, social e econômica sobre todas as formas de vida

com as quais compartilhamos este planeta, respeitando seus ciclos vitais e impondo limites à exploração dos bens ambientais. Para ser sustentável, segundo Saraiva, uma empresa deve ser ambientalmente responsável, socialmente justa e economicamente viável (visão “triple botton line”), sendo estes os vetores básicos de sustentabilidade que lhe trarão a perenidade desejada. Diante do cenário exposto, no Brasil, nos deparamos de forma clara com outro Ator que rouba espaço gradativo da indústria brasileira, principalmente do setor elétrico e eletrônico, os “Produtos Chineses”. Saindo na Pró-atividade as empresas do setor têm atuado como interlocutoras entre diversos setores da sociedade, tais como: governo, universidades e ONGs propondo alternativas concretas de tratamento e redução no consumo destes produtos, pois após consumidos, de quem será a responsabilidade de tratar os mesmos? Da industria local, do Poder Público ou de quem os escolheu? Temos um grande imbróglio a resolver, pois investimos na organização da produção,

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licenciamos nossas atividades dentro dos padrões mais elevados, desenvolvemos e utilizamos tecnologias avançadas em nossos produtos, pagamos nossos impostos, e o consumidor dos mesmos produtos ou serviços, seja ele público ou privado, no ato de materializar o Desejo de consumo, leva em consideração como critério primordial o fator Preço, é o que consta como resultado na pesquisa encomendada pelo Ministério do Meio Ambiente e pela rede de supermercados Walmart: “Brasileiro diz que não paga mais por produto Verde”. Fonte: O Jornal O Estado de São Paulo (25.11.2010). A cultura da reciclagem tornase necessária neste processo, pois o conceito abrange diversos aspectos técnicos, econômicos e sociais da relação do ser humano com o meio ambiente. Surge no cenário a logística reversa como um instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizada por um conjunto de ações, procedimentos

e meios, destinados a facilitar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos aos seus geradores, para que sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos, na forma de novos insumos, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, visando a não geração de resíduos. Isso posto, surge neste momento em que tudo já está acontecendo de forma proativa, o Decreto da PNRS que prevê capítulos polêmicos para a indústria, principalmente no que tange a Responsabilidade Compartilhada no Pós-Consumo, Logística Reversa com a integração das Cooperativas e Catadores, Instrumentos de Gestão Pública a serem implementados e como tratar os possíveis instrumentos econômicos. Para que isso não se torne um obstáculo empresarial, precisamos discutir a parcela de responsabilidade da sociedade civil e do governo de forma compulsória e não facultativa, para que haja uma proteção aos produtos e serviços brasileiros

Economia Verde: da crise uma oportunidade. Com a crise econômica de 2008, cujo gatilho foi o estouro da bolha do mercado imobiliário nos Estados Unidos e, então, a quebra de instituições financeiras e a crise de confiança que se sucedeu nos mercados, somados à crise mundial no preço de commodities agrícolas e de combustíveis, as principais economias do planeta entraram em recessão e milhões de empregos em dezenas de países foram perdidos. Segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, o produto interno bruto norte-americano real sofreu queda de 5,4% no 4º trimestre/08, 6,4% no 1º trimestre/09 e nova queda de 1% no 2º trimestre/09, com a taxa de desemprego atingindo 9,7% em ago/09. Na União Europeia, a taxa de desemprego atingiu patamar semelhante em julho/09, com 9,5%, sendo que na Espanha foram registrados alarmantes 18,5%. Os níveis de investimento, a disponibilidade de crédito e a produção industrial também caíram no mundo inteiro e, por mais que as principais economias emergentes tenham sido menos afetadas, houve retração de diversos indicadores econômicos chave – no Brasil, por exemplo, apenas entre os meses de novembro/08 e março/09, foram perdidos 692 mil empregos formais, sendo 654 mil apenas em dezembro, muito embora o desempenho posterior deste e de outros indicadores apontem a retomada do crescimento e do emprego a partir de então. Com este cenário, se apresentou a oportunidade de alavancar a economia com bases em novos valores priorizando requisitos socioambientais. Já que recursos passaram a ser mobilizados para recuperar as grandes economias, que então sejam priorizados investimentos que estejam alinhados com a proposta da Economia Verde. Da crise, uma oportunidade. É com esta visão que deve ser encarado o enfrentamento da ainda presente crise econômica de 2008, a da questão das mudanças climáticas e

e para que haja também uma efetiva destinação adequada dos resíduos sólidos, ou seja, o retorno das embalagens/produtos para possibilitar o “reverse supply chain”, pois o resultado desejado dependerá do esforço entre todos estes atores: sociedade civil, governo e universidades (inovação tecnológica), e não só da indústria. Haverá principalmente a necessidade de regulamentar o artigo da PNRS que enfatiza que o Poder Público e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações que envolvam os resíduos sólidos gerados. Nosso objetivo é analisar criticamente o Decreto da PNRS de forma construtiva, com o intuito de torná-lo exequível. Para tanto, necessitamos de grupos multidisciplinares e interdisciplinares para alcançarmos um objetivo comum de preservação, conservação e recuperação do meio ambiente. A responsabilidade é de todos, porém cada qual é responsável por um momento do processo. dos problemas ambientais associados com a geração de empregos de qualidade. A Economia Verde apresenta-se como uma proposta de desenvolvimento que busca instituir novos vetores de crescimento econômico, novas fontes de empregabilidade e soluções consistentes para a melhoria da qualidade ambiental com base no reconhecimento de que o atual modelo de produção e consumo de bens e serviços é insustentável. O potencial de geração de empregos verdes no setor privado com estímulo pelo governo e com o desenvolvimento da sociedade é a fórmula para o sucesso. Assim, pode-se definir a economia verde como universalizar a oferta de bens e serviços com vistas a melhorar os indicadores de qualidade de vida de toda a sociedade com os seguintes parâmetros: • Uso eficiente das matériasprimas, minimizando os recursos

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finitos e maximizando os renováveis nos processos e produtos, com prolongamento estratégico das fontes finitas. • Eficiência energética, melhorando os rendimentos nos processos e o desempenho na operação dos produtos. • Redução dos subprodutos dos processos produtivos, a saber: emissões (sejam elas de efeito estufa e/ou poluentes), efluentes líquidos e resíduos sólidos. E tudo isto com consequente expectativa de incremento do valor adicionado em cada setor da economia, qualificação dos empregos nestes setores, melhoria na massa salarial e distribuição de renda. Esta equação traduz a compatibilidade entre a expectativa de ganhos reais nas atividades econômicas e qualidade ambiental. O que de fato este novo paradigma busca firmar é que tais condições de contorno não são impeditivo para o desenvolvimento econômico, e sim compõem a qualificação dos negócios em bases sustentáveis, para que os futuros brasileiros tenham qualidade de vida, com um meio ambiente preservado, e acionistas satisfeitos com seus investimentos. Mas o que motivou a qualificação deste conceito de economia? Após a publicação do relatório do IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change) em 2007, a mídia, a opinião pública e os tomadores de decisão passaram a dar mais peso para o tema como a proposição de políticas públicas, financiamento de pesquisas, posicionamento estratégico em alguns mercados, novos negócios entre outros. Assim, com o estabelecimento da meta de 20% de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2020, com base nas emissões de 2005, pela Política Estadual de Mudanças Climáticas, em São Paulo, a migração do modelo de desenvolvimento para uma economia de baixo carbono se tornou fundamental como estratégia para o futuro. Na sequência, o governo federal estabeleceu também parâmetros para redução de GEE, ambos os processos se destacando na COP 15 (Conferência das Partes) em Copenhagen no fim de 2009. Mas o fenômeno das mudanças climáticas não é o único a motivar tais ações do poder público, havendo outras questões como o uso não planejado de fontes finitas de recursos naturais e o respeito à capacidade de suporte dos ecossistemas. Podese exemplificar com o caso da indústria de cimento, um dos insumos básicos para este bem é o calcário que, no caso de São Paulo, está presente em áreas sensíveis adjacentes às unidades de proteção integral como os parques estaduais Intervales e Carlos Botelho. Dos transportes sustentáveis às iniciativas de apoio a novos setores industriais verdes e cadeias de reciclagem, do pagamento por serviços ambientais à questão da renovabilidade da matriz energética, passando pela busca por alternativas sustentáveis para o setor de turismo, pela construção civil sustentável e pela estruturação de um sistema tributário que influencie positivamente nas preferências expressas pelo setor privado, as propostas trazidas pela Economia Verde criam interessantes interfaces de cooperação interinstitucional. De caráter notadamente multissetorial e multidisciplinar, a agenda da Economia Verde inclui temas inovadores cujo processamento

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não pode prescindir de ampla cooperação entre atores de diferentes naturezas. Para que este novo modelo de desenvolvimento seja uma realidade, é imprescindível a atuação conjunta do governo, setor privado e da sociedade. O primeiro, como regulador, por meio de edição de marcos legais, incentivos fiscais e creditícios, e estabelecimento de critérios nas contratações públicas dos parâmetros aqui já mencionados. Além disso, o comprometimento do setor privado, por meio dos líderes de mercado, na definição de padrões de qualidade convergindo para certificações voluntárias, fomentando o mesmo comportamento na cadeia produtiva tanto upstream, nos fornecedores, nos contratos de serviços e nas aquisições de insumos e produtos, como downstream, nos clientes, por meio da educação do consumidor esclarecendo as vantagens dos bens e serviços deste modelo de produção, como economia de energia e água, durabilidade, qualidade no uso e destinação correta no fim do período de vida. E, por último, a sociedade civil na promoção do consumo sustentável e na transparência das políticas empresariais reconhecendo e evidenciando as melhores práticas de mercado. Além destas ações sincronizadas, os avanços tecnológicos e o capital humano intelectual são essenciais para o bom desempenho da Economia Verde, assim os investimentos tanto públicos como privados em linhas de pesquisa que colaborem com desenvolvimento e inovação que tenha como requisitos tal equação criarão condição no médio e longo prazo para atingir a qualidade ambiental e valor adicionado à economia. Agora, da ideia à prática. Cada profissional, empresário, propositor de políticas públicas, grande ou pequeno consumidor deverá assumir um papel neste palco econômico, e tais mudanças começam individualmente. É evidente o convite a todos para que analisem qual o nível de mudanças que cada um pode promover no seu ambiente corporativo para que tais princípios sejam estabelecidos desde a fase de projeto até a implantação e, por fim, na operação.

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O livro ‘Ação Civil Pública e Meio Ambiente’ é um

Ação Civil Pública e Meio Ambiente

tratado da ação civil pública em matéria ambiental. A

Autores: Marcelo Buzaglo Dantas Editora: Saraiva Páginas: 438 Ano e número da edição: 2009 / 1ª edição

teoria geral do processo coletivo, aborda o exame das

obra inicia-se pela análise dos institutos que integram a diversas espécies de tutela jurisdicional que pode ser prestada na demanda e, por fim, culmina com o estudo de peculiaridades que cercam a fase de cumprimento da sentença ou da decisão antecipatória da tutela.

Para quem pretende ir viajar, ‘Como viajar sem prejudicar o meio ambiente’ vem

Como viajar sem prejudicar o meio ambiente Autores: Sian Berry Editora: Publifolha Editora Páginas: 128 Ano e número da edição: 2009 / 1ª edição

bem a calhar. O livro traz 50 alternativas para que as pessoas possam curtir o seu destino sem causar dano ao meio ambiente. Altamente recomendável para quem vai sair de férias ou até mesmo fazer uma viagem de fim de semana, a obra permite que o leitor escolha alternativas mais econômicas de passeio, que além de gastar menos tempo e dinheiro, emitirão menos monóxido de carbono na atmosfera. O livro traz ainda sugestões de como comprar um carro ou utilizar um transporte público menos poluente.

A obra fala sobre a existência de uma relação causal

Meio Ambiente e Comércio Internacional Autores: Fabio Albergaria de Queiroz Editora: Juruá Editora Páginas: 196 Ano e número da edição: 2010 / 1ª edição

entre o aumento dos fluxos comerciais decorrentes do processo de abertura econômica e maiores níveis de degradação ambiental. O livro pretende, ainda, identificar possíveis externalidades que são causadas pela expansão da produção de soja sobre o cerrado.

O livro conta o projeto de que participaram Larissa, Norio, Diego e Luana em defesa do meio ambiente. A

Onde fica o Meio Ambiente

obra mostra as opiniões e propostas de ação de cada um. Por meio desses relatos, eles irão mostrar que, para

Autores: Shirley Souza Editora: Paulus Editora Páginas: 126 Ano e número da edição: 2010 / 1ª edição

realmente transformar o lugar onde se vive, é preciso aprender que a ação individual é importante, mas nem tudo pode ser feito por uma pessoa só, em muitos casos a união é fundamental para fazer os sonhos se tornarem realidade.

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