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Campo Grande, MS - Quarta-Feira, 11 de Maio de 2022
midiamax.com.br
COTIDIANO SAÚDE PÚBLICA
Graziela rezende A chegada do novo “genótipo cosmopolita sorotipo 2” da dengue ao Centro-Oeste brasileiro já preocupa autoridades sanitárias de Mato Grosso do Sul. O vírus foi detectado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), pela primeira vez no Brasil. Em Campo Grande, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde Pública, uma força-tarefa em 7 regiões da cidade busca eliminar focos da doença. “Esse genótipo é mais transmissível e mais patogênico. Atualmente, temos o mesmo número de casos de dengue do que todos os casos registrados no ano de 2021. E estamos somente no mês de maio ainda, portanto, trata-se de uma epidemia, que
está localizada em uma cidade do Centro-Oeste do país, porém, sabemos de possíveis casos em todo o Brasil”, afirmou ao Jornal Midiamax a infectologista Priscilla Alexandrino.
Karine Matos/PMCG
Mais transmissível e infecciosa, ‘dengue cosmopolita’ chega ao Centro-Oeste e causa preocupação em MS Primeira fase Dessa forma, a Sesau realiza ações de manejo e orientação nos bairros, com inspeção em imóveis e terrenos e eliminação de criadouros e focos. Seguindo um cronograma, a primeira etapa termina no sábado (14) nas 7 regiões da cidade. Em seguida, o serviço começa em outros bairros e vai até o mês de agosto. Para prevenir a transmissão da dengue, é fundamental evitar água parada em pneus, garrafas, vasos de planta e outros recipientes que possam se tor-
Vacina
Força-tarfa da prefeitura percorre bairros da Capital no combate ao Aedes
nar criadouros para a reprodução do mosquito Aedes aegypti. Qual dengue circula no país? Atualmente, a linhagem asiático-americana da dengue é a que circula no país, também conhecida como genótipo 3 do sorotipo 2. Conforme a Fiocruz, a nova
cepa dissemina de forma mais eficiente e nunca havia sido encontrada no Brasil –somente na Ásia, Pacífico, Oriente Médio e África. O genótipo foi encontrado em Aparecida de Goiânia (GO) e representa o segundo registro oficial do tipo nas Américas. Antes, a informação é de foco no Peru, em 2019.
De acordo com o Instituto Butantan, pessoas que já tiveram dengue podem ser reinfectadas por outro subtipo do vírus e se contaminar com uma variante mais grave, por isso a vacina é uma prevenção importante, pois é feita com os 4 tipos de vírus da dengue enfraquecidos. Apesar de importante, o imunizante pode ser encontrado somente na rede particular de saúde. Em Campo Grande, as vacinas contra a dengue podem ser encontradas somente em clínicas de vacinação particulares por valores entre R$ 170 e R$ 315. (GR)
SAÚDE PÚBLICA
Síndrome respiratória em crianças faz UPAs lotarem pela terceira semana Pais continuam reclamando da constante lotação em UPAs na busca por atendimento de casos de síndromes respiratórias. O número de crianças tem sido maior que o de plantonistas, como na noite de segunda-feira (9), com 9 pediatras, segundo escala da Secretaria Municipal de Saúde, nas unidades Coronel Antonino e Vila Almeida. Uma mãe, que preferiu não se identificar, disse que chegou às 19h40 na UPA Coronel Antonino e ficou horas aguardando atendimento para a filha de 11 meses. “Eu saí de lá quase 23h. Tenho um filho autista, tive de deixar com uma amiga, mas ele chorava muito por conta da
demora de ir buscá-lo. Ela estava muito gripada, com febre e os olhinhos inchados”. Vila Almeida Sandro Henrique Faria, de 37 anos, estava na Vila Almeida, com o filho de 9 anos, também com sintomas de gripe. Ele relata que quando chegou na unidade, já estava cheio. Esperou por mais de 2 horas e desistiu. “Do lado esquerdo ficavam pessoas com sintomas gripais e do lado direito as que não estavam. Fora que há uma pausa muito grande no atendimento no período da troca de turno às 19h. Ficam às vezes uma hora sem atender tanto na triagem quanto nas salas médicas”, disse. Em nota, a Sesau informou
Além da lotação no início da semana, o mês de abril, segundo dados da secretaria, registraram, até o dia 18, média diária foi de 1.117 em atendimentos, tantos nas UPAs como nos CRSs (Centros Regionais de Saúde). Neste mesmo período, em 2021, a média era de 322 atendimentos ao dia, ou seja, um aumento de 246,8%.
Fala Povo/WhatsApp
Karina Campos
Setor de espera da UPA Coronel Antonino: superlotação causou demora
que a data citada registrou um número atípico de crianças atendidas em todas as 10 unidades de Saúde da Capital durante o dia todo. As duas em questão, como possuem atendimento pediátrico 24 horas, apresen-
taram um número ainda maior de pacientes, porém, tanto na UPA Coronel Antonino quanto na Vila Almeida as equipes estavam completas e ainda receberam apoio de uma equipe móvel em cada unidade.
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IMPROVISO
Sem vagas no HU, idoso é ‘internado’ em banco de espera e esposa relata dificuldades Fernanda FeliCiano Sem leitos, o esposo de Inês Silva, 62 anos, foi internado em banco de fila de espera no Hospital Universitário para um cateterismo nesta terça-feira (10). Preocupada com as condições de saúde do marido, que tem 85 anos e doença renal crô-
nica, Inês relata que após alguns minutos a equipe disponibilizou uma maca para o homem, mas, devido à superlotação, ainda aguardava no corredor. O marido de Inês sofreu um infarto no final de janeiro e foi encaminhado para uma vaga na UTI no HU, onde ficou 2 dias em tratamento.
Por seu estado, o homem precisou receber alta para se reestabelecer em casa e então fazer o cateterismo. Após 3 meses, voltou nesta terça-feira (10). Com a unidade lotada e o atendimento “improvisado” em um banquinho da sala de espera, Inês explica que foi até a equipe médica solicitar a maca.
Superlotado há meses Em nota, o HU informou que está superlotado há meses. “Não temos onde colocar mais pacientes e continuamos recebendo os mesmos através da regulação”, pontua a instituição. O hospital esclarece que já foram encaminhados documentos aos órgãos competentes acerca
da sobrecarga, mas ainda continua recebendo pacientes além de sua capacidade de atendimento. Nos dados de atendimento de ontem (10), as alas pediátricas, verde, vermelha, obstétrica e maternidade estavam superlotadas, uma delas com até 42 pessoas acima da capacidade de atendimento.