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Casal tentou alterar provas de crime que terminou na morte de menina de 2 anos, conclui juiz em decisão

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ThaTiana Melo

Decisão do juiz Carlos Alberto Garcete decretou a prisão preventiva do casal acusado da morte de uma menina de 2 anos em Campo Grande. A garota foi vítima de maus-tratos e suspeita de estupro na noite de quinta-feira (26).

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O magistrado citou a tentativa de alteração de provas na demora em socorrer a criança, que já chegou morta à UPA Coronel Antonino.

A prisão preventiva foi decretada no sábado (28). Em sua decisão, o magistrado afirmou que “a prisão preventiva se justifica, ainda, para preservar a prova processual, garantindo sua regular aquisição, conservação e veracidade, imune a qualquer ingerência nefasta do agente”.

Além disso, destacou que “conforme noticiado nos autos, a criança somente foi levada para o pronto-socorro após o período de 4 horas de seu óbito, o que evidencia que os custodiados tentaram alterar os objetos de prova”.

O juiz ainda citou que, se o casal fosse solto, haveria a possibilidade de tentativa de alteração de indícios “para dificultar

Casa onde criança vivia: juiz viu tentativa de alteração de provas do crime ou desfigurar demais provas”.

O casal foi levado para unidades penitenciárias, sendo a mulher para o interior do Estado

–em local não informado por questões de segurança– e o padrasto para a Gameleira de Segurança Máxima.

Despedida da menina

A barbárie eleva a incredulidade da própria família da pequena menina de 2 anos, brutalmente assassinada e abusada sexualmente pelo padrasto. Na manhã de sábado (28), a família se despediu da criança.

O avô, de 45 anos, espantou-se com a brutalidade. “Passei a mão na cabecinha dela e o crânio está quebrado, as costelas dela quebradas. É um luto duplo, porque não tenho mais filha, minha filha morreu para mim. O que ela fez não tem perdão. Estamos sem acreditar até agora”.

Mãe disse que criança passou mal Médicas afirmam que menina chegou morta à UPA

A mulher disse que tinha medo de denunciar o companheiro. Ela alegou que percebia sinais de abuso na criança quando ela voltava da casa do pai, mas não relatou denúncias.

Para a polícia, a mulher disse que a filha começou a passar mal na noite de quarta-feira (25), com dores no estômago e vômito. Ela deu remédio para a criança, que teria melhorado.

Já na quinta, a menina acordou pedindo comida, mas acabou vomitando e relatou novas

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA dores no estômago. Então, à tarde a menina dormiu, acordando pior já por volta das 15h30.

Ainda segundo a mãe, a barriga da criança inchou e ficou dura, quando decidiu levar a filha ao médico. A mulher alega que a menina começou a ter dificuldades para respirar.

Apesar do trajeto entre a casa e o posto de saúde durar 10 minutos, a médica que atendeu a criança confirmou que a menina já estava morta há pelo menos 4 horas. (TM)

Segundo o relato das médicas, quando a criança chegou à unidade de Saúde, já estava morta há pelo menos 4 horas, com sinais de rigidez, hematomas por todo o corpo e sangramento pela boca. A mãe estaria estranhamente tranquila e só ficou nervosa quando foi informada que a polícia seria acionada para o local.

Em exames na unidade de Saúde, elas constataram sinais de estupro na criança. Com a chegada dos policiais, a mãe da

MAUS-TRATOS menina negou que tivesse levado a filha até a UPA já morta, mas disse que ela e o marido aplicavam “corretivo” na criança.

A mulher contou que a filha ficava com o padrasto enquanto ela trabalhava durante o dia e que o marido batia na criança com socos e tapas para corrigir a menina. O padrasto da menina foi encontrado em casa pelos policiais e negou que tenha agredido a enteada naquele dia, dizendo que bateu na criança há três dias.

30 atendimentos médicos

A criança já tinha em seu histórico médico o registro de 30 atendimentos feitos e, em um deles, havia fraturado a tíbia.

O pai da criança relatou que já tinha registrado dois boletins de ocorrência contra a mãe da menina por maus-tratos. Os registros dos boletins de ocorrência foram no dia 31 de dezembro de 2021 e 22 de novembro de 2022 na DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente). (TM)

Uma mulher de 44 anos procurou a Deam na manhã desta segunda-feira (30), em Campo Grande, após ser espancada pelo marido, de 51, que ainda quebrou o nariz da filha de 16 anos.

A mulher contou que, durante a madrugada, o filho de 6 anos passou a chorar e o marido, embriagado, começou uma discussão com ela, agredindo-a. O casal tem 4 filhos –duas adolescentes de 16 e 17 anos, o menino de 6 anos e um bebê de 4 meses.

Uma das filhas foi intervir na briga e levou um soco no nariz. A menina teve o nariz quebrado e foi levada para a Santa Casa, onde deverá passar por cirurgia. A mulher ainda contou ao Jornal Midiamax que a outra filha levou um soco na boca e depois das agressões resolveu sair de casa. O casal estaria junto desde que a mulher tinha 15 anos.

Ameaças por telefone

Mesmo na delegacia, a mulher continuou recebendo ameaças do marido, que mandava áudio humilhando a vítima, dizendo que era sustentada por ele e que tudo pertencia a ele e nada a ela. A vítima só conseguiu sair com poucas roupas de casa.

Segundo a mulher, o marido dorme com um facão embaixo do travesseiro e que já tinha registrado boletim de ocorrência anterior contra ele.

Danielle errobiDarTe

Avó de duas crianças, de 3 e 6 anos, denunciou o padrasto delas por maus-tratos após o mais novo ter sido internado na Santa Casa com o braço quebrado. O mais velho, que está aos seus cuidados, afirmou em depoimento especial na delegacia que o padrasto agrediu o irmão. Conforme registro do Conselho Tutelar obtido pelo Jornal Midiamax, a avó procurou atendimento na terça-feira (24) junto ao neto mais velho, de 6 anos. O conselheiro responsável foi com a familiar até a DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

A criança passou por escuta especializada e afirmou que o padrasto “deu um murro no olho do seu irmão de 3 anos”. O irmão mais novo segue na Santa Casa, pois teria caído em casa e fraturado o punho. Segundo a avó, ela já havia registrado boletim de ocorrência contra o pai das crianças em julho de 2022 e, então, a mãe parou de frequentar a casa dela por 6 meses. Na época, a filha já estava se relacionando com o padrasto, atual companheiro.

‘Alergia no olho’

Após o Ano Novo, a mãe das crianças teria procurado a avó pedindo dinheiro para levar o filho de 3 anos ao médico porque ele estaria “com uma alergia no olho por ter comido palmito”. Entretanto, quando ela chegou na casa, encontrou a criança com uma lesão no rosto e fez uma foto.

Segundo a avó, sua filha e netos residiam com ela, mas após o início do relacionamento com o padrasto das crianças a filha saiu da residência. Devido ao neto mais novo, de 3, estar na UTI da Santa Casa, o de 6 está sob sua responsabilidade.

Ela pediu medidas protetivas de urgência para os netos e disse que o genro “agride as crianças e a genitora vê, não faz nada e não procura a delegacia”.

O menino mais velho ainda afirmou que o padrasto “deu um soco no olho do irmão e que também bateu em sua mão”. Entretanto, relatou que as agressões seriam apenas contra o irmão.

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