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Em região castigada por alagamentos, moradores colecionam histórias sobre perdas e ‘perrengues’

Clayton neves Karina Campos

Basta o tempo fechar para que comece a preocupação de moradores da região da Nova Campo Grande. Com drenagem insuficiente, toda vez que chove a área é castigada, tanto que tem gente colecionando histórias de perdas e “perrengues” provocados pela enxurrada.

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Willian Vinicius Vieira é um exemplo. Na manhã desta terça-feira (7), a área da varanda da casa onde ele mora ficou tomada pela água barrenta. Em vídeo encaminhado pelo morador da Rua 25, é possível ver a situação que, segundo ele, se repete todas as vezes que chove.

“Graças a Deus não chegou a entrar dentro de casa, mas a água entra na varanda toda vez que chove. Infelizmente toda chuva alaga e estamos sofren-

Moradores ilhados no Jardim Carioca

Clayton neves

Mais uma vez o Bairro Jardim Carioca ficou alagado. Com a chuva intensa que caiu sobre Campo Grande nesta terça-feira (7), a região foi tomada por água barrenta, deixando diversos moradores ilhados e em alerta.

Em fotos encaminhadas por um leitor é possível notar que até o canteiro da Avenida 7, uma das principais do bairro, foi tomado pela enxurrada. Por conta da situação, pedestre e veículos baixos não conseguiam passar.

Dono de um supermercado na avenida, o empresário Getúlio Siqueira dos Santos, 53 anos, colocou uma caminhonete na calçada para controlar a força da água. “Coloquei para não entrar água no supermercado”. do muito com os alagamentos”, comentou.

De acordo com ele, que mora na região desde 1996, a área sempre foi afetada pelas chuvas, realidade que os moradores pensaram que mudaria com a chegada do asfalto, no entanto, segundo ele, o problema persiste.

“Com o asfalto imaginávamos que o problema tinha sido resolvido, mas não. Agora as águas vêm com maior intensidade porque não há uma rede de escoamento suficiente. Nosso receio é de que o asfalto não dure muito tempo com toda essa água escorrendo por cima dele”, completa.

Na Avenida 9, a gerente de uma loja de roupas, Leila Careaga, aprendeu com a última chuva. “Para não perder ma- terial tivemos que improvisar um armário para estoque porque, da última vez, molhou todos os produtos novos, além de ter arrastado barro para dentro da loja”.

Por toda a via, o que se vê é um rio de água vermelha que esconde até o canteiro da avenida. Por causa disso, até o trânsito ficou complicado, com veículos invadindo pista contrária.

“Sempre quando chove é um problema, a gente não consegue sair de casa e nem o ônibus passa porque fica tudo tomado pela água. Os passageiros ficam todos na mão”, comenta Selma Rossi, que mora há cerca de 30 anos na região.

Boca de lobo

A 5 metros da casa da pensionista há uma boca de lobo, insuficiente para escoar a água que se acumula. “As bocas de lobo não suportam e a água ainda fica aqui empoçada durante dias. Os carros passam e jogam tudo na minha casa. É humilhante, uma vergonha”, completou. Vendedor, Hiago Costa, usuário do transporte coletivo, ele afirma que os ônibus não conseguem passar em meio à enxurrada e obrigam passageiros a andar mais. “Para chegar no serviço tenho que descer e andar duas quadras a mais. É um transtorno para todo mundo”, finaliza.

Carro aquaplana e bate; ruas somem sob enxurradas

thalya Godoy

Campo Grande amanheceu sob fortes chuvas nesta terça-feira (7), o que levou ruas a ficarem tomadas por água e causar acidentes, como com o carro que aquaplanou na Avenida Ernesto Geisel e bateu em um poste. A vítima ficou presa no carro e ensanguentada.

O volume de chuva acendeu alerta sobre riscos na área de ponte interditada no cruzamento da Avenida Fernando Corrêa da Costa e Rua José Antônio. Já nos bairros, ruas foram encobertas pela água.

Leitora do Jornal Midiamax mostrou que, por volta das 7h30

Água invade casas na Popular; moradores perdem móveis

thalya Godoy

Karina Campos

Moradores da parte baixa da Avenida Rádio Maia, na Vila Popular, amargam prejuízos com perda de móveis após a forte chuva que entra nas residências e sobe até a altura da perna.

De acordo com quem reside na região, a situação se agrava porque a vazão de um córrego precisa ser liberada pela comporta de um frigorífico, o que nem sempre ocorre. Mesmo muretas ou rampas em frente às residências não é suficiente para segurar o alto volume de chuva. Segundo uma moradora do bairro há 3 anos, que não quis se identificar, esta é a segunda vez neste ano que a casa dela alaga e perde todos os móveis. A mulher levantou às 6h nesta terça-feira (7), já com o pensamento que tudo estaria alagado.

“Só tenho um colchão e minha cabeça está até doendo de tanto estresse que já passei hoje”, afirmou. Ela diz que aguarda desde janeiro resposta da Defesa Civil ou prefeitura para saber quem irá se responsabilizar.

Outra mulher que mora no bairro há 30 anos afirma que o problema de alagamento se agravou nos últimos anos. Em sua casa, a água suja chega até a altura do calcanhar na varanda e a sala ficou encoberta pela água.

Pedido a motoristas

A situação na Popular é tão crítica que, em dias de temporal, os moradores se arriscam saindo de casa, com a água subindo, para pedir que os motoristas de carros e caminhões passem devagar para evitar que a água avance mais nos quintais e casas.

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desta terça, parte de uma rua no Jardim Santa Emília foi completamente tomada pela chuva.

“No Santa Emília tudo alagado”, descreveu Mary Barbosa.

De acordo com o meteoro- logista Natalio Abrão, o maior acumulado até às 17h desta terça-feira ocorreu na Vila Carvalho, com 63,6 mm, seguido por Aeroporto (39,4mm) e Jardim Panamá (30,2 mm).

Chuva alagou condomínios Inmet renova alerta de chuva intensa

A forte chuva que atingiu bairros na manhã desta terça-feira (7) causou prejuízo em condomínios no Jardim Carioca. Enxurradas invadiram e alagaram estacionamentos, deixando blocos ilhados.

Weslley Siqueira, 25 anos, é síndico e lamentou a situação nos condomínios Margarida, Jasmim e Beladona.

“Fizeram um desnível na avenida, que alagava sempre, e agora desce uma rua lateral e atinge os condomínios”. Sebastiana Correa Paz, moradora do Residencial Nelson Trad, não conseguiu sair da garagem.

(Karina Campos)

A chuva que atinge Mato Grosso do Sul não dá trégua e deve continuar nesta quarta-feira (8), segundo alerta do Inmet. A previsão indica chuvas intensas.

Com exceção de Itaquiraí, Iguatemi, Eldorado, Mundo Novo, Tacuru, Sete Quedas e Paranhos, todo o Estado segue em alerta, com possibilidade do volume entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos de 60 a 100 km/h. A condição aumenta o risco de corte de energia, queda de galhos, alagamentos e de descargas elétricas. O alerta segue em vigência até as 10h desta quarta. (KC)

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