5 minute read

SUBSTITUIÇÃO | PÁGINA

ASSISTÊNCIA SOCIAL Governo Federal reajusta os benefícios para famílias carentes; Bolsa Família ‘acaba’ hoje

AgênciA BrAsil

Advertisement

O presidente Jair Bolsonaro publicou, em edição extra do Diário Oficial da União na sexta feira (5), decreto que reajusta os limites para classificação das famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza e o valor dos benefícios básicos do Programa Bolsa Família.

Os novos valores serão levados em consideração para definição do pagamento do Auxílio Brasil, que vai substituir o Bolsa Família a partir do dia 17 incorporando um aumento de 17,84% no tíquete médio. O valor médio do benefício passará para R$ 217,18 mensais.

Pelo decreto, as famílias com renda per capita de até R$ 100 passarão a ser consideradas em situação de extrema pobreza; aquelas com renda de até R$ 200 passam a ser consideradas em condição de pobreza. No Bolsa Família, os valores eram, respectivamente, de R$ 89 e de R$ 178 por pessoa.

Os benefícios básicos do Bolsa Família para famílias em situação de extrema pobreza passam de R$ 41 para R$ 49 e as parcelas variáveis sobem de R$ 41 para R$ 49. O Benefício Variável Vinculado ao Adolescente vai de R$ 48 para R$ 57. No

Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Reajuste aplicado ao Bolsa Família será considerado na definição do Auxílio Auxílio Brasil, a estrutura básica foi simplificada para Benefício Primeira Infância, Benefício Composição Familiar e Benefício de Superação da Extrema Pobreza.

Auxílio Brasil substitui hoje o Bolsa Família

A partir desta segunda-feira (8), o Bolsa Família está revogado e substituído pelo Auxílio Brasil.

Segundo o governo, com a transição dos programas, todos os beneficiários do Bolsa Família receberão os valores reajustados automaticamente.

O reajuste dos benefícios básicos será incorporado em caráter definitivo e não tem relação com o valor mínimo de R$ 400 por família previsto para o Auxílio Brasil em 2022.

O pagamento deste valor, previsto para ser pago em dezembro retroativo a novembro, depende da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 23/2021, a PEC dos Precatórios, no Congresso.

O valor de R$ 400 do Auxílio Brasil tem caráter temporário com duração até 31 de dezembro de 2022. Os pagamentos do programa começam em 17 de novembro para cerca de 14,6 milhões de famílias. Todas as pessoas já cadastradas receberão o benefício automaticamente, seguindo o calendário habitual do Bolsa Família. Não há necessidade de recadastramento. (Agên-

cia Brasil)

CRISE

Aumento de preços na cesta básica impõe cortes no mercado

renAtA BArros

Em Campo Grande, o valor da cesta básica ficou R$ 133 mais caro em um ano, sendo a 2ª maior alta entre as capitais. Isso fez com que campo-grandenses reduzissem o consumo de certos alimentos, como legumes e verduras, chegando a cortar os que tiveram maior alta, como leite e derivados.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em outubro, a relação dos alimentos básicos custava R$ 653,40 na Capital, sendo que em outubro de 2020 o valor da cesta básica era de R$ 520,12.

Consumidores tiveram de fazer ajustes na hora de ir às compras. A cuidadora de idosos Adriana Aparecida de Souza, 43 anos, precisou abolir o hábito das compras do mês. “Subiu tudo. Primeiro você ia com R$ 200, R$ 300 e fazia a compra. Hoje não compra nem a metade. Compra o básico e vai indo”.

Adriana mora com o marido e disse que só compra itens básicos nas idas semanais ao mercado. “Arroz, feijão, óleo, [produtos de] higiene, carne. Supérfluos tem que esperar”.

Marcos Ermínio/Arquivo

Cesta básica no Cras

Paula Natália da Silva Leão, 31, disse que o aumento nos preços impactou sua renda. Desempregada, o Bolsa Família é a única fonte de renda da família formada por ela e as 3 filhas –de 3, 9 e 14 anos. “Foi um aumento tão grande que eu tive de pedir cesta básica para o Cras”.

Segundo ela, foi necessário reduzir o consumo de carnes, sendo o ovo a principal fonte de proteína. “A gente está consumindo bem mais ovo, mas também deu uma elevada. Arroz a gente deu uma diminuída também, a gente está maneirando”.

O consumo de legumes e vegetais foi o que mais sofreu mudanças na família, além do leite. “O preço foi lá em cima”, afirmou Paula.

Segundo entrevistados, compras foram reduzidas com o aumento de preços

A mãe busca outras alternativas para alimentar as filhas. “Não está sendo fácil. Leite, então, estou comprando bem de vez em quando e começamos a tomar bastante chá”, afirma.

‘Eu tento ficar regulando’

O casal Rosely e Rafael Miranda também era beneficiários do Bolsa Família. O valor do programa complementava a renda di auxiliar de serviços gerais. Pais de três filhos, um menino de 9 anos e 2 meninas de 4 e 7 anos, eles aguardam a chegada de mais uma criança.

“A gente procura os mercados que estão na promoção, mas é meio difícil. Todos estão caros”, lamentou Rosely. “A gente costumava comer [verduras e legumes] quase todo dia, agora a gente come duas, três vezes na semana, ou menos até”, explicou Rafael.

A mulher conta que leite e derivados foram excluídos das compras e os biscoitos para as crianças passaram a ser controlados. “Eu tento ficar regulando”, pontua a mãe.

APÓS REPERCUSSÃO

Gerente acusada de humilhar vendedor é demitida na Capital

gABriel MAyMone

A gerente do setor de eletro do Carrefour de Campo Grande, flagrada humilhando funcionário, foi demitida, informou a empresa em nota enviada ao Jornal Midiamax. A rede informou que todos os funcionários passarão por treinamento. O caso ganhou repercussão em 25 de outubro, quando vídeo em que a supervisora humilha o rapaz surgiu nas redes sociais.

O Carrefour informou que o treinamento será realizado para que “casos como este não voltem a se repetir”. Ainda conforme o comunicado, a rede de supermercados afirmou repudiar “todo e qualquer comportamento indevido por parte de todos os colaboradores”.

O Ministério Público do Trabalho recebeu denúncia sobre o caso e abriu procedimento para apurar o assédio moral. Sobre isso, o Carrefour informou que está à disposição do MPT “para prestar todos os esclarecimentos necessários”.

O vídeo mostra o trabalhador obrigado a se ajoelhar e esfregar o chão da loja, enquanto é fotografado pela supervisora. O caso foi denunciado pelo perfil “humilhadocg” no TikTok. A gerente teria tirado uma foto do rapaz e enviado para a diretora, quando teria dito que o rapaz “não limpa a casa dele”.

Repercussão

O caso ganhou repercussão após cliente relatar ter presenciado outra cena de abuso cometida, supostamente, pela mesma gerente. A publicação recebeu centenas de comentários, incluindo reclamações de ex-funcionários da supervisora.

O funcionário que sofreu o assédio moral é Pedro Henrique Monteiro da Silva, de 22 anos. Em entrevista ao Jornal Midiamax, ele contou sua história de vida, relatando que se mudou de Rio Branco, capital do Acre, para Campo Grande em busca de oportunidade de trabalho. Ao chegar, começou vendendo trufas em semáforos até ser notado por um superior do Carrefour e começar a trabalhar na empresa. Ele chegou a ser destaque no Brasil com o cartão Carrefour.

This article is from: