Jornal de Abrantes, edição julho 2013

Page 1

GR

JULHO 2013 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO · MENSAL · Nº 5509 · ANO 114 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

AT U

de

jornal abrantes

IT

O

Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha

Hortas Comunitárias de Abrantes dão vida à Quinta Arca d’Água

Págs. 5 e 13

ELEIÇÕES

Mapa das autárquicas quase todo definido Esta edição do Jornal de Abrantes mostra o panorama, quase final, das candidaturas aos seis concelhos da sua área de influências. Os rostos e as principais ideias dos candidatos que já são conhecidos, para analisar. Págs. 6 e 7

ENTREVISTA

Associação Envolve combate a inércia

Hália Costa Santos

No Rossio ao Sul do Tejo, uma associação que aposta na valorização dos que estão em risco de exclusão social cresce desde 2012. Vários interesses se conjugaram para apoiar a Envolve, uma ideia de Nuno Kunga. Pág. 3

CRIA

ESPECIAL

Bárbara Gonzalez Gomes

Feira M Mostra Mação

Serviço de excelência e homenagem a sócios O Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) apresentou solenemente a Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade com o nível de excelência. O momento também serviu para agradecer a quem tem ajudado a instituição. Pág. 18

ANIMAÇÃO

Borboletas exóticas voam em Constância São dez as espécies de borboletas que podem ser vistas em ambiente próprio, um ecossistema criado no âmbito do Parque Ambiental de Santa Margarida. Pág. 15

O Largo D. Henrique, de Mação, vai ficar durante três dias de 5 a 7 de julho com um colorido especial. A XX Feira Mostra vai ser palco de vários momentos musicais com Hands on Approach, Quinta do Bill e Joana Amendoeira, muita cultura, empreendedorismo e boa gastronomia! Págs 9 a 12

A criatividade e as artes espalham-se pela cidade Em Abrantes, no âmbito do Creative Camp do Canal 180, estudantes e profissionais de diversas áreas criativas têm uma oportunidade única de contactar com artistas nacionais e internacionais. A população também pode participar. Págs. 14


2 ABERTURA FOTO DO MÊS

EDITORIAL

de

jornal abrantes

JULHO 2013

FICHA TÉCNICA Diretora Hália Costa Santos (TE-865) halia.santos@lenacomunicacao.pt

Editora Joana Margarida Carvalho (CP.9319) joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

Tempo quente

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes @lenacomunicacao.pt

Redação Ricardo Alves (CP. 9685) ricardo.alves@lenacomunicacao.pt

Alves Jana André Lopes Paulo Delgado

Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785

Cerca 300 bombeiros municipais de todo o país reuniram-se no largo Raimundo Soares, junto aos Paços do Concelho, em manifestação devido à extinção do corpo de bombeiros municipais em Abrantes. Entre várias críticas (por causa da criação da Associação Humanitária) dirigidas à presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque, os bombeiros garantiam que “a segurança no concelho de Abrantes está posta em causa”. Uma ideia rebatida que foi em comunicado autárquico: “O socorro, a segurança contra riscos de incêndio, acidente, participação em atividades de proteção civil no concelho está garantida e melhorada.”

INQUÉRITO

Irá fazer férias este ano?

miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

Secretariado Isabel Colaço

Design gráfico António Vieira

Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA

Impressão Grafedisport, S.A.

Editora e proprietária Media On Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes

GERÊNCIA Francisco Santos Ângela Gil

Ana Carmo

Rui Lopes

Isabel Moreira

45 anos, Abrantes, Professora

40 anos, Constância, Empresário

63 anos, Abrantes, Empresária

Faço. Vou a Espanha a convite de uma amiga e vou uns dias para uma casa de praia que tenho em família. Dadas as circunstâncias atuais do nosso país, em que somos tão agredidos a nível de salários e direitos, se não tivesse surgido este convite e não tivesse casa na praia, com toda a certeza não poderia fazer férias pois o corte no meu ordenado não o permite.

Sim, irei fazer férias este ano. Vou passar uns dias a Monte Gordo. Felizmente, ainda terei essa possibilidade. Contudo, com a atual conjuntura, não sei como será daqui para a frente. Hoje ainda é possível, amanhã logo se verá. Para já, Monte Gordo, no futuro, talvez só me reste a ribeira atrás de minha casa.

Este ano, será difícil eu ir de férias. Em primeiro lugar, por motivos familiares não me será possível fazêlo. Por outro lado, as dificuldades que vivemos, neste momento, também são maiores, o dinheiro hoje é pouco e está tudo mais caro para fazer férias.

É um lugar comum dizer que o tempo bom chegou e, com ele, outras coisas boas também chegam. Mas é verdade! Abrantes vai continuar em registo de animação cultural, com a aposta no Creative Camp. Os Mercados Ribeirinhos vão dinamizar o Tejo em Abrantes, Vila Nova da Barquinha e Constância (onde também há borboletas para ver). Mação volta a entrar em festa e conta com uma nova praia fluvial. E outros concelhos têm mais ofertas para gostos diversificados. Aproveitemos o bom tempo. Com as autárquicas marcadas para o final de setembro, este é também o tempo para se pensar no próximo mapa político da região. Os candidatos já são quase todos conhecidos. Em muitos casos, os vices que se candidatam ao lugar dos presidentes (que não podem recandidatarse) foram marcando território ao longo dos últimos meses, numa estratégia de habituação ao lugar (para eles e para os munícipes), antecipando também a campanha. Resta saber se esta estratégia será suficiente para o sufrágio dos votos lhes atribuir, por direito próprio, as respetivas cadeiras do poder. Hália Costa Santos

SUGESTÕES

Carlos Alexandre Campos Pais Coelho UMA POVOAÇÃO? Pelas estratégias seguidas e pelo que podemos descobrir digo duas: Montemor-o-Novo e Óbidos.

Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves info@lenacomunicacao.pt

Sistemas Informação Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 505 500 094 Sócios com mais de 10% de capital Sojormedia

jornaldeabrantes

IDADE 40 anos RESIDÊNCIA Coimbra PROFISSÃO Professor (ainda posso afirmar com orgulho) e diretor do curso de Engenharia Mecânica da ESTA

UM CAFÉ? Em Abrantes, as esplanadas nas praças, e em Coimbra, o Galeria Bar Santa Clara.

por lá, recentemente, um local paradisíaco, entre muitos: Porto Antigo. UM DISCO? Tirado à sorte: “Os órfãos”de Tom Waits“Orphans: Brawlers, Bawlers & Bastards”

UMA FIGURA DA HISTÓRIA? Ghandi, por ser um líder com visão e humildade, características inexistentes em 99% dos nossos líderes, seja onde for.

PRATO PREFERIDO? Guisado de vagens (feijão verde) com arroz.

UM FILME? São tantos, mas um dos meus favoritos é Nostalgia de Andrei Tarkovsky, por tudo o que o antecedeu, por tudo o que mostra e esconde.

U M M O M E N TO M A R CANTE? A vida anda muito depressa e a memória trai-nos. Sem ser um pessoal, de repente lembro-me do cordão que fizemos por Timor.

UM RECANTO PARA DESCOBRIR? Não é um cantinho, mas aos poucos ando a descobrir o vale do Douro. Descobri

UMA VIAGEM? Depende do tempo disponível. Sem tempo: ir atrás dos passos de Marco Polo ou dos de Che Guevara.

UM PROVÉRBIO? Um caseiro: “O bem dos outros não nos deve afetar e o infortúnio deve levar-nos a agir”.

UM SONHO? Ainda bem que é só um: desejo líderes com visão que nunca deixassem de ter como objetivo a felicidade do seu povo. UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO? Saltar de paraquedas, cair dentro de um kayak, descer o Zêzere e ir até Almourol, jantar na Barquinha junto ao Parque de Escultura, passar no 21, ir ver um filme ao Espalhafitas e conversar sobre ele no Chave d’Ouro.


ENTREVISTA 3

JULHO 2013

NUNO KUNGA, FUNDADOR DA ENVOLVE, ASSOCIAÇÃO COM SEDE EM ROSSIO AO SUL DO TEJO

“Não podemos ficar inertes quando hoje as dificuldades aumentam” A Associação Envolve (AE), sediada em Rossio ao Sul do Tejo, nasceu oficialmente em fevereiro de 2012, mas o seu trabalho já começara antes. Nasceu da junção de interesses em desenvolver projetos de cariz social e cultural. Entretanto cresceu e tem cada vez mais preponderância no concelho, com um plano estratégico nas áreas da formação para crianças, jovens e adultos, de criação de eventos sociais e culturais, e inclusão social de pessoas em risco. Nuno Kunga, fundador da Envolve, fala na necessidade de um maior envolvimento da comunidade e explica como a AE tem remado contra a inércia.

Que objetivos definem para os projetos? A AE programa a sua ação focando-se na realidade atual, é gerada pelas necessidades locais. O Rossio deve ter entidades e organizações a trabalhar em diferentes áreas, nós criamos o possível, com base em atividades ligadas à arte e às tecnologias. Definimos começar a trabalhar com crianças e jovens no âmbito da comunicação, informação e media, e novos projetos com jovens com capacidades, mas de futuro. Podemos trabalhar para impulsionar as pessoas a participar em desafios com risco, mas calculado, como o acompanhamento a crianças de forma a colmatar a necessidade de apoio ao nível escolar, etc. Ao nível dos media, que projetos são esses?

Temos um programa com crianças para a constituição de um acervo digital, produção de eventos, em que as temáticas da educação, comunicação e media estão interligadas com o Musicam Abrantes. Será um atelier de artes e ofícios, numa perspetiva intergeracional. O diálogo e a comunicação são garantias de resultados? De forma concertada tentamos encontrar meios e ferramentas para desenvolvimento na angariação de colaboradores, em parcerias que beneficiam o concelho, na incubadora de projetos que têm valido a concretização de planos de vida para jovens em risco de exclusão, e enquadramento de potenciais ideias para vida ativa. Também é importante o planeamento de micro projetos que dinamizam a freguesia. A Envolve é aberta a todas as ideias da comunidade, quer fazer parte integrante da comunidade? Sim, a visão local, por vezes, é esquecida pelos próprios locais. É necessário agilizar conteúdos que podem ser relevantes para a comunicação e informação adequadas - reais e atuais - a transmitir, para que a população sinta interesse na sua área de habitação. Pensamos que se as pessoas forem comunicativas e ativas podem chegar à razão da solidariedade, pode ser uma alavancagem à entreajuda social. Que atividades têm preparadas para o verão? Estamos a trabalhar com

DR

RICARDO ALVES

A Envolve é uma incubadora de projetos onde se concretizam de planos de vida para jovens em risco de exclusão

dois grupos diferentes, ação e educação para os media, programas experimentais com crianças entre os sete e os 12 anos, em que o objetivo é a utilização das ferramentas que existem no universo de cada criança, estimulando a criatividade e criação de documentos culturais e sociais, e muito lazer com idas às piscinas e visitas de estudo. Três vezes por semana vamos ser amigos do corpo e da mente, com grupos de crianças e jovens, em espaços abertos. E em setembro o projeto “Musicam”? Sim, é um projeto em que participam músicos compositores americanos, angolanos e portugueses. O objetivo é ativar os jovens para práticas do som e imagem como linguagens emergentes, como elementos essenciais ao desenvolvimento das cidades

atuais criativas. Este evento foi experimentado em 2010 e surge agora focado na intervenção local e no trabalho com jovens de áreas distintas como a música, cinema e a comunicação. Como é que a Envolve vê o Creative Camp que chega a Abrantes no dia 6 de julho? Da melhor maneira possível. Para o desenvolvimento de mentalidades e posturas, o rumo que o Creative Camp traz Abrantes é o forte envolvimento entre profissionais de áreas distintas. Abrantes fica no ‘mapa mundo’ com eventos assim, pode ter contacto com o que de melhor é criado no mundo global. Estamos no centro privilegiado de acessibilidades, a localização é perfeita. E depois, o que torna apetecível, é a diversidade existente entre o Zêzere e o Tejo.

Fazem trabalho com outras associações da região e do concelho? Sim, a cooperação é o meio para atingir objetivos com risco, a dimensão dos projetos atinge a capacidade de quem os desenvolve. Sem os parceiros não poderemos ter abertura nem visão para agilizar o trabalho da AE. Por exemplo, o Musicam acontece por ter a Jazzores e os colaboradores a funcionar em conjunto, mas também o grupo de Comunicação Social da ESTA, o Humberto Felício e a Mw Productions. Saliento também, nas áreas do consultadoria, o trabalho efetuado pela FAJUDIS e o apoio da AJAF em matérias de administração. Qual é o papel da autarquia no vosso movimento associativo? As medidas que estão em vigor, de apoio ao associativismo em termos de projeto, são importantes. É como oxigénio, para uma continuidade, mas também é importante referir o apoio que tem sido estabelecido entre organizações. Os resultados depois aparecem. Hoje colaboramos com o gabinete de ação social do município, com integração de jovens e adultos. Recentemente esteve com outros “empreendedores” num programa da Antena 1. A comunidade deve ser mais ativa? Somos nós, população, que conseguimos atingir o possível entre a qualidade da vida da comunidade e a educação dos filhos. Na entrevista participei com o Humberto

Felício –Stereoclubbing - e é notória a vontade de articular projetos direcionados ao desenvolvimento local. O trabalho executado vem através do esforço e dedicação de quem acredita plenamente que o desafio nas comunidades é hoje uma prioridade, de ir ao encontro do combate à inércia e à alienação da realidade. Como se combate isso? Espalhando comunicação e informação, o que pode ser uma ferramenta para iniciar um processo de atomismo que sensibilize a população para o ativismo. Não podemos ficar inertes quando hoje as dificuldades aumentam, e a impaciência de querer resultados também. Devemos entender as formas adequadas e racionais do desenvolvimento estruturado. Como vê a Envolve daqui a dez anos? Aberta ao diálogo e discussão com novos parceiros. Visualizar hoje um plano de longo prazo é perspetivar o desenvolvimento da AE na sua estrutura, procurar independentizar a associação e atingir o plano na sua função, a cultural e social. A formação é de carácter formal e não formal, tem sido um trabalho que tem vindo a ganhar espaço na AE, assim como a comunicação e os media. O projeto do acervo digital está quase em andamento, o atelier de artes e ofícios resiste ao tempo e aumenta a capacidade de ação. Vamos ver onde nos leva o futuro reservado para nós.

jornaldeabrantes


4 REGIÃO

JULHO 2013

MERCADO DIÁRIO

Aprovado lançamento de novo concurso público

jornaldeabrantes

trutora Sociedade de Construções José Coutinho, S.A viu-se forçada a parar os trabalhos por motivos de dificuldades de ordem financeira, de resto tal como tem vindo a acontecer com outras empresas de construção civil”. A CMA informou ainda que, após o prazo de suspensão ter terminado, “nenhuma empresa manifestou interesse em aceitar os trabalhos adjudicados pelo preço contratual, por ter sido considerado baixo”, referindo ainda que “a empreitada havia sido adjudicada por um valor 20% inferior ao preço base”. O empreendimento sediado em frente à antiga rodoviária tem sido motivo de um grande descontentamento por parte dos munícipes, e sobretudo por parte dos comerciantes que operam naquela artéria da cidade. A obra deveria ter ficado concluída no passado mês de abril de 2012, contudo a au-

Antiga Rodoviária convertida em Centro de Saúde

Joana Margarida Carvalho

A autarquia de Abrantes vai lançar um novo concurso público que se destina à conclusão da obra do novo mercado diário, medida aprovada em Reunião de Câmara de 11 de junho. Situada em pleno centro histórico da cidade, a obra está parada desde setembro de 2012, altura em que as dificuldades financeiras que a empresa construtora responsável pelo empreendimento enfrentava se tornaram insustentáveis, não tendo sido encontrada solução. A Câmara Municipal de Abrantes (CMA) fez uma revisão do o projeto e fixou o valor do concurso em 1.067,323 euros. Em nota informativa, a autarquia explica que o critério de adjudicação será o do preço mais baixo e o prazo previsto para execução da empreitada é de 120 dias. No comunicado, a autarquia “ lamenta a situação e os transtornos que a paragem dos trabalhos acarretou”, recordando que “a empresa cons-

• A obra do mercado devia ter ficado concluida em abril de 2012 tarquia acabou por conceder mais dois alargamentos do prazo de conclusão da empreitada.

Uma entrada para o centro histórico Na Reunião de Câmara, os vereadores eleitos pelo PSD defenderam que a CMA deve “proceder às obras de recuperação do edifício do Mercado Municipal com vista à

reinstalação do Mercado Diário”. Santana Maia Leonardo sugeriu a reconversão do atual projeto de construção do Mercado Municipal, para permitir nesse local “a construção de uma escadaria ajardinada, eventualmente com uma esplanada panorâmica, para servir de porta nobre de entrada do centro histórico”. O executivo socialista rejeitou a proposta do PSD, e

a presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, anunciou que “já está previsto o acesso ao futuro Mercado Municipal a partir do Largo 1º de Maio em escadaria e também por meios mecânicos”, e sobre o edifício do anterior Mercado Municipal anunciou a pretensão de criar no futuro, no local, “uma entrada para o Centro Histórico”.

Ainda na reunião de 11 de junho, ficaram a conhecer-se algumas das valências que o edifício, situado do lado oposto à obra do novo Mercado Diário, pode vir a receber. Para além de uma escadaria para acesso ao estacionamento de São Domingos, ao lado do estabelecimento comercial (café) que atualmente ocupa parte do edifício, foi ainda aventada a possibilidade de os serviços da Segurança Social passarem para o novo edifício, juntamente com o Centro de Saúde. Nas antigas instalações da rodoviária pode também ser criado um estacionamento subterrâneo, para os funcionários do espaço. Hipóteses e soluções que o executivo abrantino tem em estudo. Ricardo Alves com Joana Margarida Carvalho


AGRICULTURA 5

JULHO 2013

“Hoje vamos levar alface”, diz, aos filhos, Catarina Serras, uma das abrantinas que concorreu a um talhão de horta para cultivar os seus próprios legumes. Apesar de adorar alfaces, Tomás, de sete anos, fica um pouco triste com a notícia: “E depois ficamos sem nada…” A mãe explica que voltarão a plantar mais alfaces e o pequeno Tomás fica com um brilho nos olhos. Depois, entusiasma-se com a ideia de colher o primeiro vegetal que viu crescer na nova horta da família. O diálogo aconteceu no momento em que a presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque, assinou, com mais de 50 munícipes, os contratos de cedência de talhões, na Quinta de Arca d’Água, para ali fazerem hortas para consumo próprio. A cerimónia aconteceu no fim de tarde do dia 10 de junho, momento

que os horticultores aproveitaram para mostrar à família e amigos o resultado de quase dois meses de trabalho. Entre os abrantinos que conseguiram um talhão para cultivar, há pessoas de todas as idades e com experiências de vida diferentes. As hortas comunitárias não foram suficientes para todos os pedidos, mas a Câmara já está a estudar uma forma de disponibilizar mais, tendo em conta a enorme lista de espera. Entretanto, todos aqueles que tiveram a sorte de conseguir um talhão deixam transparecer orgulho no trabalho feito. Enquanto percorria as hortas, a própria presidente da autarquia exclamava: “Isto é fantástico!” Para além do objetivo inicial – fazer com que os abrantinos possam produzir os seus próprios produtos hortícolas, ajudando a combater a crise

Hália Costa Santos

Hortas de Abrantes já estão a produzir em pleno

• Catarina Serras, marido e filhos, no dia em que colheram a primeira alface –, as hortas têm tido um papel de socialização e até terapêutico. Uma das horticultoras comentava com alguém: “Adoro estar aqui. Isto desanuvia-me a cabeça. Enquanto estou aqui, não penso em mais nada.” Catarina Serras sublinha a

solidariedade entre vizinhos de horta. A própria presidente sabe que o espírito de comunidade que se desenvolve neste espaço tem sido qualquer coisa de extraordinário: emprestam-se utensílios, cedem-se sementes, rega-se a horta do vizinho,

faz-se o que for preciso para todos estarem bem. Tomás e o irmão, Afonso, de nove anos, vão todos os dias à horta com a mãe. Desempregada, Catarina Serras está a fazer uma formação. Mesmo assim, todos os dias, “de manhã ou ao fim da

tarde”, vão à horta. Às vezes vão de bicicleta, outras vezes até vão a pé, de Alferrarede até à Chainça. Os miúdos divertem-se. Gostam sobretudo de “ajudar a mãe a regar e a tirar ervas”. Apesar de os pais e de os sogros terem as suas hortas, esta foi a primeira vez que Catarina Serras lançou mãos à terra. Uma das primeiras sementeiras não correu bem, mas a mãe explicou que foi mal regada. Aprendida a lição, tudo cresce nesta horta: alfaces, alhos franceses, pimentos, brócolos, morangos e até flores. Catarina Serras está feliz, por várias razões: “Pela economia, o que produzimos aqui escusamos de comprar, e por passar tempo com eles (os filhos), aqui, que é agradável!” Só tem pena de não lhe ter calhado um talhão maior. Hália Costa Santos

jornaldeabrantes


6 AUTÁRQUICAS

JULHO 2013

O mapa autárqu

Abrantes

Maria do Céu Albuquerque

Elza Vitório

Avelino Manana

PPD-PSD

CDU

PS

Os social-democratas apostam na criação de emprego e para isso escolheram a atual diretora do Centro de Emprego e Formação Profissional de Santarém, escolha “feita em função do seu currículo, quer a nível académico - licenciada em finanças, como a nível profissional”.

A coligação quer continuar a gerir os destinos de Mouriscas, única freguesia a que preside, e reforçar a sua ”voz nas outras freguesias do concelho e na Assembleia Municipal”. O grande objetivo é eleger um vereador, como já aconteceu em outras eleições”, nomeadamente em 2001.

Resultados 2009: 23,64% (5.297 votos)

Resultados 2009: 7,01% (1.571 votos)

A primeira mulher a assumir o cargo de presidente em Abrantes quer “continuar o projeto iniciado há quatro anos, um mandato que se adivinha de grande exigência e com novos desafios, face ao período de austeridade que o país atravessa”, “um projeto centrado nas pessoas”. Resultados 2009: 40,5% (9.076 votos)

Luís Miguel Reis – 49 anos

CDS-PP A perda de população e consequente perda de preponderância do concelho são uma das grandes preocupações. O candidato já afirmou que o concelho é “campeão do desemprego”, e criticou “a edilidade que tem discriminado a componente rural do concelho em detrimento pela população da cidade”.

ICA

BE

JoãoViana Rodrigues confirmou ao já que o movimento de independentes abrantinos não vai apresentar candidato à Câmara, prometendo explicações numa conferência de imprensa, ainda sem data marcada.

O BE ainda não apresentou candidato. A data limite para entrega de listas é o dia 5 de agosto. Resultado em 2009: 5,32% (1.191 votos)

Resultados 2009: 16,99% (3.806 votos)

Vila de R

Resultados 2009: 3,36% (752 votos)

Constância

Sard

Vila Nova da Barquinha Abrantes

Júlia Amorim

António Luís Mendes

José Silvares Luz

Adelino Gomes

CDU

PS

PPD-PSD

Coligação Por Constância

Com larga experiência autárquica, a atual vereadora quer “manter, ou se possível, aumentar a qualidade dos serviços existentes e potenciar o desenvolvimento económico, turístico, cultural, social, educativo e desportivo” do concelho. A CDU aposta na recuperação da Junta de Montalvo, “é imprescindível que a Câmara e Assembleia municipais e todas as Juntas de Freguesias do concelho remem para o mesmo lado”.

O ex-vereador e militar aposentado defende “reflexão e ação” para enfrentar os tempos que correm. O foco é nas questões sociais, num concelho com “excelentes condições para viver, mas com problemas sociais, desemprego, pessoas com dificuldades, muita coisa para melhorar”. “Constância é um pequeno concelho, habitado por gente de coração grande. Gente boa que merece ser tratada com galhardia e justiça”, acredita.

José Silvares Luz, professor, apresenta um projeto assente em três princípios fundamentais: “dar prioridade às necessidades básicas da população; perseguir maior rigor orçamental e apoiar investimentos sustentáveis a longo prazo e catalisadores de emprego”. A fraca ocupação do centro histórico da vila, de Constância Sul e de Portela é outra das preocupações. O candidato promete também lançar a marca “Constância” como produto turístico.

(CDS-PP/PT)

Resultados 2009: 48,09% (1231 votos)

Resultados 2009: 36,25% (928 votos)

Resultados 2009: 10,94% (280 votos)

Constância

O atual comandante dos Bombeiros Voluntários de Constância afirma que é preciso um “sopro de novas ideias de viragem, com muita preocupação na parte social, idosos, juventude, as crianças mais desfavorecidas, os desempregados”. Na cultura e recreio, dinamizar o voluntariado das associações. “Deve darse a cana e ensinar a pescar e não pescar por eles, incentivar a criação”. No desporto, aponta para a “construção do estádio municipal”. Resultados 2009: 1,6% (41 votos)* *Apenas CDS-PP

Mação

Vasco Estrela

Nuno Neto

Maria Arminda Santos

CDS/PP

PPD-PSD

PS

CDU

O atual vice-presidente da autarquia apela à “união de vontades, de saberes, de experiências, de vivências”, extensível a cada uma das freguesias, “que vibrem com os sucessos de uma qualquer outra, que partilhem entre si iniciativas, que se batam por objetivos transversais. O tempo não está para egoísmos”. Vasco Estrela realça o trabalho desenvolvido nas presidências de Elvino Pereira e Saldanha Rocha, e “honrando o passado” espera fazer melhor.

O vereador aposta na vitória nas eleições de setembro, terminando assim o “longo reinado do PSD”. Neto afirma reunir a “experiência, maturidade, competência técnica, dinamismo, motivação e o sentido da responsabilidade que são necessários para o desempenho do cargo”. O candidato defende ter a“ambição e a determinação de fazer mais e melhor que o que tem sido feito até agora” contribuindo para uma concelho “mais desenvolvido, mais moderno, mais solidário e com mais futuro”.

Texto A candidata promete lutar contra “o esquecimento do poder central, e a falta de reação e atitude dos órgãos autárquicos”, “a desertificação que se acentua, deixando aldeias e lugares entregues a idosos completamente isolados”, e critica a falta de “incentivos para evitar a migração, para fixar os jovens no nosso concelho, com a criação de postos de trabalho para poderem gerar uma família”. A candidata defende ainda maior apoio ao associativismo.

Candidato por apresentar. A data limite para entrega de listas é o dia 5 de agosto.

Resultados 2009: 52,09% (2.991 votos)

Resultados 2009: 42,58% (2.445 votos)

Resultados 2009: 42,58% (2.445 votos)

jornaldeabrantes

Resultados 2009: Não houve candidatura.

Adivinha-se que o dia 29 de setembro venha a ser um dia de mudanças em boa parte dos concelhos da área de cobertura o Jornal de Abrantes, sobretudo em relação a nomes. Nos seis concelhos em análise, verifica-se apenas uma recandidatura: Maria do Céu Albuquerque propõe-se a um segundo mandato. A apresentação oficial da recandidatura será no final da tarde de 7 de julho, no Parque de São Lourenço. Devido à lei de limitação de mandatos, há já certezas adquiridas em relação a quem não se recandidata: Irene Barata, em Vila de Rei; Miguel Pombeiro, em Vila Nova da Barquinha (VNB); Fernando Moleirinho, em Sardoal; Saldanha Rocha, em Mação. Também de Máximo Ferreira, em Constância, abandona a presidência, mas apenas ao cabo de apenas um

mandato. Na análise que o JA inicia rumo às autárquicas 2013, há ainda candidatos por anunciar até 5 de agosto, data limite definida para entrega de listas. Mas para já é interessante perspetivar os concursos em Constância, com a CDU de Júlia Amorim a enfrentar o socialista António Mendes, após a surpreendente desistência de Máximo Ferreira, bastante crítico para com a sua equipa. Em 2009 a diferença para os socialistas foi de 303 votos, contra 966 em 2005. Também em Sardoal, o surgir de uma candidatura independente, liderada por Rui Serras, será interessante aferir quem poderá, ou não, perder votos, num concelho no qual Miguel Borges (PSD), actual vice-presidente, e Fernando Vasco (PS) têm sido protagonistas de embates políticos re-


AUTÁRQUICAS 7

JULHO 2013

das eleições icas 2013

Sardoal

Rei

Miguel Borges

Fernando Vasco

Rui Miguel Serras

CDS/PP

PPD-PSD

PS

Independente

O atual vice-presidente da autarquia pretende dar continuidade ao trabalho realizado em áreas estruturantes do concelho, como a ação social, educação, cultura, desporto, urbanismo, ambiente e proteção civil, sem esquecer a defesa dos valores socioculturais e históricos da identidade local e a aposta no turismo de natureza e religioso. A candidatura aposta na afirmação do concelho no contexto regional.

O socialista aposta numa “nova política que assegure a melhoria da qualidade de vida e segurança de todos os sardoalenses, designadamente dos mais desprotegidos, dos idosos, das crianças e dos desempregados”, mas também criar “condições de desenvolvimento e sustentabilidade no concelho”. O atual vereador tem uma voz muito crítica em relação às opções financeiras da autarquia.

O Grupo de Independentes de Sardoal (GIS) pretende ser uma alternativa às forças políticas que têm dirigido o concelho desde o início do poder local autárquico. “Durante 36 anos, os eleitos têm demonstrado desinteresse pelos cidadãos e pelos seus reais problemas preocupando-se mais com os seus posicionamentos perante as estruturas nacionais dos partidos políticos que representam”.

Candidato por apresentar. A data limite para entrega de listas é o dia 5 de agosto.

Resultados 2009: 55,41% (1.551 votos)

Resultados 2009: 39,12% (1.095 votos)

Resultados 2009: Não concorreu

Ricardo Aires

Ana Pires

Carlos Barata

PPD-PSD

PS

CDS-PP

CDU

O atual vice-presidente de Irene Barata aposta na continuidade e na proximidade com a sociedade civil, com o foco na “área social e da educação, entendendo-os como estratégicos e essenciais”. Aires aposta em três vetores para valorizar o território e assentar o desenvolvimento do concelho: “fixar população, criar emprego e gerar riqueza”. As áreas da “cultura, desporto e Turismo, assumem-se cada vez mais como bases fundamentais no desenvolvimento de Vila de Rei”.

A candidata é atualmente membro da Assembleia Municipal de Vila de Rei e tem a árdua tarefa de destronar os social-democratas do poder. O concelho é conhecido como sendo um dos bastiões laranjas de Portugal.

O arqueólogo é gerente de uma empresa de serviços arqueológicos, e revela grande ligação ao concelho, “20 anos de trabalhos e de investigação desenvolvidos sempre em prol do concelho”, a nível arqueológico e académico. Aludindo à atual descrença dos habitantes num futuro melhor, o candidato crê que o presidente “deve procurar incansavelmente o investimento onde ele existe e não ficar à espera que ele caia do céu”.

O candidato, médico, defende a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a defesa dos setores produtivos e de produção local, com uma administração e serviços públicos ao serviço dos Vilarregenses e do povo. Defende igualmente a democratização e promoção do acesso ao desporto, à cultura e à defesa do património cultural e na linha do defendido pelo PCP, a afirmação de uma Vila de Rei livre e soberana, em paz e cooperação.

Resultados 2009: 10,13% (233 votos)

Resultados 2009: 4,3% (99 votos)

Resultados 2009: Não houve candidatura.

Mação

Vila de Rei

doal

Resultados 2009: 18,7 (430 votos)

Resultados 2009: 61,09% (1.405 votos)

Carlos de Almeida

Vila Nova da Barquinha centes. Em Mação também o atual vicepresidente, Vasco Estrela, substitui Saldanha Rocha (PSD) na corrida e a questão prende-se com a conjuntura nacional. Sabendo que, em 2009, os socialistas perderam a Câmara por menos de 10%, conseguirá o PSD de Mação resistir à desconfiança nacional sobre o Governo? Em Abrantes, parece haver uma margem de conforto a socialista Maria do Céu Albuquerque, mas o PSD, com a candidatura de Elza Vitório, parecer querer dar um sinal de força, quando o último mandato foi marcado por divisões. A saída de cena do ICA vem alimentar a expetativa da distribuição dos 3.806 votos conseguidos pelos independentes em 2009. Em VNB, Fernando Freire (atual vice-

presidente, PS) parece ter via aberta para a presidência. Atualmente, dos seis concelhos, dois são socialistas (Abrantes e VNB), e três são social-democratas (Vila de Rei, Mação e Sardoal). A CDU mantém Constância, um bastião da coligação, que nestas autárquicas vai estar no centro das atenções, não só geograficamente, mas também pela forma como o ainda presidente da autarquia recusa um segundo mandato. O JA acompanha-o até às eleições de setembro, com todas as movimentações das candidaturas ao poder local. Ricardo Alves

Fernando Freire

Luís Valente

Maria José Martinho

CDS-PP

PS

PPD-PSD

CDU

O advogado e atual vereador na autarquia aponta as questões sociais e as políticas de proximidade como traves mestras da candidatura. Responsável pelo pelouro da acção social, o socialista aponta os efeitos sociais da crise económica como grande preocupação. O PS aposta também no turismo e no comércio, como geradores de “mais-valias e riqueza”, com o objetivo de as canalizar para a vertente social.

O vice-provedor da Misericórdia de Santarém e advogado, defende uma Câmara “facilitadora das iniciativas dos munícipes, das instituições, das empresas e associações”. “Dinamizar a instalação de indústria, promover a recuperação urbana e apostar na vertente turística, valorizando as vertentes histórica e gastronómica do concelho, voltando-o, novamente, para o Rio”, é outros dos objetivos.

Resultados 2009: 59,05% (2.361 votos)

Resultados 2009: 23,19%* (927 votos)

A professora, promete lutar pelos interesses do concelho “com voz ativa e determinada”, “pelo poder local, numa altura em que este está sujeito a um ataque sem precedentes”. A candidata lembra que “a CDU foi a única força política no concelho que lutou e combateu de forma clara contra a extinção de freguesias”, e garante que vai defender a “qualidade de vida das aldeias”, criticando as desigualdades entre a vila e as aldeias do concelho.

Candidato por apresentar. A data limite para entrega de lsiats é o dia 5 de agosto.

*Coligação PPD/PSD.CDS-PP

Resultados 2009: Coligação com PPD/PSD

Resultado 2009: 14,73% (589 votos)

jornaldeabrantes


8 FESTAS

JULHO 2013

ABRANTES

VILA NOVA DA BARQUINHA

Festas da cidade receberam Uma festa para todos milhares de visitantes

Abrantes esteve em festa entre os dias 13 a 16 de junho. Foram várias as manifestações culturais, desportivas e oficiais que aconteceram e que foram abrilhantadas com muita música, artesanato, tasquinhas e que levaram milhares de visitantes aos festejos anuais. No dia da cidade, dia 14 de junho, realizaram-se as habituais cerimónias oficiais e a inauguração do memorial aos mortos da guerra do Ultramar, no Jardim da República, onde a presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, enalteceu os combatentes que morreram

em serviço da pátria. No desporto, o concurso nacional de saltos atraiu bastantes participantes, foram cerca de 700, entre abrantinos e outros cavaleiros que chegaram de vários pontos de país, e que estiveram em prova no hipódromo dos mourões. Por sua vez, a antiga rodoviária recebeu um espaço intercultural onde estiveram presentes, todos os países com quem Abrantes tem geminação: Timor Leste, Cabo Verde, Japão, França e Roménia. O espaço recebeu vários workshops de dança e de gastronomia típica dos vá-

rios paises. As praças do centro histórico encheram-se com as presenças musicais dos Quinta do Bill, os Deolinda, de Tito Paris, das várias bandas locais e do folclore da região. A chuva acabou por ser o único contratempo, impedindo que os Kaviar atuassem na última noite das festas. O certame anual ainda contou com a inauguração da nova Rota do Tejo e da V antevisão do MIAA, Museu Ibérico de Arqueologia de Abrantes, sobre a temática da “guerra”, que vai ficar aberta até ao próximo dia 31 de outubro. JMC

As festas 2013 em Vila Nova da Barquinha ficaram marcadas, mais uma vez, pela convivência do evento com o seu anfiteatro. Se na avenida dos plátanos as tasquinhas estiveram repletas, pela relva do parque ribeirinho, numa moldura escultórica contemporânea, as crianças encontravam o seu espaço de brincadeira, de festa. Entre os dias 8 e 13 de junho passaram pela vila os Dixie Boys e os Expensive Soul, a astronomia, o teatro, a dança, o desporto, a etnografia, entre outras atrações que cativaram a presença de cerca de 30 mil visitantes. A ‘Vila Nova da Ciência e da Arte’, designação escolhida pela autarquia para as festas de 2013, conseguiu concentrar num mesmo espaço – amplo, diga-se – desde as manifestações mais populares, como as marchas e danças etnográficas, passando pelos concertos musicais de renome, até à atuação do teatro de rua ‘A Passagem’, pelo grupo PIA, e que marcou um dos pontos mais altos da celebração concelhia. Foram várias as centenas de

espectadores “ambulantes” que acompanharam os atores nos seus andarilhos, num espectáculo comovente sobre a solidão e a descoberta do coletivo que percorreu grande parte do parque. A montagem do espectáculo, que durou três dias, decorou os centenários plátanos do espaço, criando uma atmosfera que terá sido um dos destaques da festa. A aposta da autarquia na

mudança de paradigma de festas foi, segundo a opinião de muitos visitantes, um tiro certeiro. Um outro ponto alto da festa foi o concerto da Orquestra Ligeira do Exército num espectáculo em sincronia perfeita com o fogo-de-artifício da consagrada LusoPirotecnia. A Barquinha mostrou em seis dias o que é todo o ano. Ricardo Alves

OPINIÃO

Depois das Festas, o que fazem os jovens? Durante o período de 13 a 16 de Junho, Abrantes esteve em Festa. As pessoas saíram à rua e deram a verdadeira cor à cidade Florida. Durante quatro dias, parece ter havido um pretexto para vir ao centro histórico da cidade, desde o jantar nas tascas ao futebol de praia, ou dos carrinhos de rolamentos aos diversos espectáculos musicais, muitos foram os motivos para sair de casa e ir passar um bom bocado de convívio, tranquilidade e descontracção. A organização das Festas, em termos da sua disposição por pontos relevantes da cidade, como foram por exemplo o Jardim da Repú-

jornaldeabrantes

blica e a praça Raimundo Soares, contribuiu para que todos passeássemos pela cidade e nos envolvêssemos com o que melhor temos: as pessoas. Existiu - a meu ver - uma grande vontade de reviver Abrantes. Uma vontade de recordar a imagem gravada por cada um de nós, de uma cidade jovem, citadina e movimentada. Apesar do papel dos mais velhos no decorrer das festas, foi aos jovens a quem coube o papel principal nas mesmas. Esse facto observa-se quer pelas actividades ocorridas com especial interesse para os mais novos, como pela existência de um espaço jovem no parque do Castelo

onde estiveram presentes diversas Associações Juvenis. Pelo exposto, não restam dúvidas que as Festas tiveram uma adesão notável em termos de juventude, cabe perguntar onde estão todos estes jovens durante o restante período do ano? Pergunto isto, porque todos sabemos que as noites desertas em Abrantes - infelizmente - não são raras. Todos sabemos também que - salvo algumas excepções - há um desinteresse generalizado dos jovens no desenvolver do município e na contribuição para a construção de uma cidade melhor e com mais opções de vida. A juventude Abrantina sai

destas Festas com uma postura fortalecida, uma postura que se deve manter a fim de se unirem esforços na participação dos jovens nas actividades cívicas e culturais do Município. Sem dúvida que cabe à Autarquia criar as ferramentas para que os jovens participem mais na vida do concelho e depois dos seus estudos se fixem em Abrantes, contudo e assim termino: é a nós jovens a quem cabe a tarefa de dinamizar a nossa terra e de a elevar. José Miguel Vitorino

(Presidente de Concelhia da JSD) O autor escreve de acordo com a antiga ortografia


ESPECIAL MAÇÃO 9

JULHO 2013

FEIRA MOSTRA – 5, 6 E 7 DE JULHO

“A Feira Mostra continua a ser um momento de reunião dos conterrâneos” Mação vai ser abrilhantado durante três dias com várias atrações festivas, em mais uma edição da Feira Mostra. Esta é a vigésima feira que decorre de 5 a 7 de julho, com um programa bem diversificado. Esperadas para os três dias estão algumas iniciativas e entre elas destaque para a inauguração do novo quartel dos bombeiros, uma sessão de autógrafos com escritores maçaenses, uma sessão dedicada ao empreendorismo, muita animação infantil, gastronomia e a música com a presença dos Hands on Approach (dia5), Quinta do Bill (dia 6) e Joana Amendoeira (dia7). Mação a Catedral do Presunto vai encher-se de festa, para receber os amantes da boa comida, da música, do desporto e da cultura. Saldanha Rocha, presidente da Câmara Municipal, referiu que este é sem dúvida um momento de união. “A Feira Mostra continua a ser um mo-

mento de reunião dos conterrâneos, tem vindo muita gente nova e de fora, mas esta é uma festividade marcada pela união dos maçaenses”.

Dia 5 de julho O evento arranca com a inauguração do novo Quartel dos Bombeiros às 17h30, com uma arruada que vai ser assegurada pela Sociedade Filarmónica União Maçaense pela vila. Às 19h00 realiza-se a abertura oficial do evento, com o início da XV edição da Feira do Livro, com a abertura do Parque de Insufláveis e às 21h00 uma sessão de autógrafos do livro, “ Viagem à Roda da Banda de Mação” que conta com a apresentação de Carlos Gueifão. Na música, sobe a palco às 22h00 o grupo de Cantares, “Grupo Cultural Os Maçaenses”, e às 23h00 atuam os Hands on Approach.

Dia 6 de julho O início do dia começa às 9h00 com uma prova de canoagem organizada pela Associação “Os Amigos da Estação de Ortiga”. Às 16h00 a abertura da feira é marcada com a mostra e feira do livro, e um jogo da malha. Às 16h30 acontece um concerto pelo conservatório de música FirMação, no anfiteatro do Sobreiro. Um pouco mais tarde, às 17h00, inicia-se um passeio de BTT com partida e chegada no recinto das festas. Às 18h00, realiza-se a 1ª meia-final do torneio de Futsal, bem como uma sessão sobre empreendorismo com a entrega de distinções aos empresários do concelho galardoados com o estatuto PME Líder e PME Excelência e aos alunos do projeto EMPRE. Às 19h00, realiza-se mais sessão de animação infantil e, às 19h30, a 2ª meia-final do torneio de futsal. No início da noite, João Matos de Filipe, o autor da

obra “Cultura e Artes de Pesca Tradicional no Rio Tejo em Ortiga”, vai apresentar este seu livro. Às 21h30 arrancam os momentos musicais, com atuação do Grupo de Cantares Musical Amendoense, a atuação do Rancho Folclórico de Chaveira e Chaveirinha e, às 23h30, chega vez dos Quinta do Bill subirem a palco. Pela noite dentro, à 00h15, é apurado o 3º e 4º lugar do torneio de futsal e à, 01h30, será a altura de o grupo Planeta Vaca atuar.

Dia 7 de julho O dia arranca às 8h00 com a II AUDACE Mação. Um pouco mais tarde, às 9h00, realiza-se o IV Passeio Pedestre, denominado “Um Passeio pela Vida” com a organização do Centro Recreativo de Carvoeiro, bem como um Passeio de Motorizadas Clássicas organizado pelo Centro Recreativo e Cultural de Queixoperra e o Grupo Desportivo de

Envendos. Às 10h00 é a vez dos amantes das cartas se juntarem para um torneio de sueca. Mais tarde, às 16h00, acontece a abertura da feira que vai contar com uma oficina sobre ornitologia, subordinada ao tema “Que aves nos (en) cantam?”. Às 18h00 as marchas populares promovidas pelo Grupo Cultural os Maçaenses vão dar um colorido especial às ruas da vila. Já no final da tarde, repetese mais um momento de animação infantil, e, às 21h00, João Beija- Flor promove uma sessão de autógrafos acerca do livro “Não somos pó, somos magia”. A música chega às 21h30 com a atuação do Grupo de Cantares da Serra e às 22h30 Joana Amendoeira sobe a palco, finalizando mais uma edição de Feira Mostra. Joana Margarida Carvalho

jornaldeabrantes


10 ESPECIAL MAÇÃO

JULHO 2013

“A gestão dos dinheiros públicos terá de estar mais focalizada numa política de proximidade”

Joana Margarida Carvalho

VASCO ESTRELA, VICE-PRESIDENTE DA AUTARQUIA DE MAÇÃO

Vasco Estrela: “A Feira Mostra é um momento de encontro das •pessoas de Mação”

Mação está às portas da sua festividade anual, a já tradicional Feira Mostra. Vasco Estrela, vice-presidente na autarquia, realça o empreendedorismo, a gastronomia e a inauguração de um novo quartel de bombeiros. Sobre Mação, o vereador refere que foram alguns os projetos que não tiveram a conclusão prevista para este mandato, mas que o trabalho está a ser realizado a todo o vapor na vertente social, no apoio aos mais idosos e carenciados, destacando a política de proximidade, como valor a ter em conta.

ção infantil, cultura e música nacional e da região. Como é que vivenciava as festas antes de ser autarca? A Feira Mostra é um momento de encontro das pessoas de Mação. É uma festividade que tem sido marcada pela vinda dos conterrâneos do concelho à terra e, assim, vivenciarem o certame e perceberem o que tem sido feito. A título pessoal, era assim que a sentia, um fim-desemana com amigos, para ir petiscar e assistir aos concertos. Para mim, era um fim-de-semana grande, de encontros e de bons momentos.

JOANA MARGARIDA CARVALHO

O que se espera para esta edição da Feira Mostra? Quais vão ser as principais atrações? São vários os motivos de interesse para mais uma edição da Feira Mostra. Este ano, vamos apostar na vertente do empreendedorismo em força, com um seminário que vai juntar as empresas do concelho distinguidas pelo IAPMEI, com o estatuto de “PME Excelência” e “PME Líder” e os vencedores do projeto EMPRE, que foi promovido por alguns alunos do agrupamento escolar. Neste âmbito, vai seguir-se uma assinatura de um protocolo entre a autarquia, o Agrupamento Verde Horizonte e a Universidade Nova, para a adesão à Rede de Escolas de Excelência. Esta vigésima edição vai contar com a presença de 65 stands, que vão mostrar os artesãos e serviços do concelho. No primeiro dia da festividade, às 17h00, teremos um momento alto, que será a inauguração do novo quartel dos bombeiros. Esta edição vai ser recheada de muito desporto, anima-

jornaldeabrantes

O que é que estão a fazer em termos de investimentos no concelho? Neste momento, estamos a terminar um ciclo que coincide com o final de mandato e do quadro comunitário. Estamos a terminar uma obra na escola básica e a requalificação do jardim-de-infância, uma empreitada que já deveria ter sido finalizada há já algum tempo, mas que, devido a problemas da empresa construtora, demorou mais tempo que o previsto. Estamos também a finalizar algumas requalificações no centro da vila, ao nível de pavimentos, um jardim público e um outro jardim. Para este mandato ficou algo que gostariam de ter levado por diante que não foi possível? Sim, uma obra relacionada com a requalificação da entrada da vila. Depressa percebemos que não iríamos ter financiamento para tal. Tínhamos também a pretensão de desenvolver a Casa das Associações para um edifício no centro da vila,

que não conseguimos levar por diante, e a construção de um pavilhão multiusos, que se destinasse a várias manifestações culturais. Este não é o tempo de grandes obras, esse tempo já foi ultrapassado. Felizmente, no passado, conseguimos dotar o concelho com de tudo o que era necessário às populações. Agora, a gestão dos dinheiros públicos terá de estar mais focalizada numa política de proximidade, proporcionando serviços de qualidade às pessoas, entidades e empresas, fazendo a manutenção dos mesmos. Como está a correr o trabalho de âmbito social, quais são as principais carências da população maçaense? Temos tido a sorte de contarmos com um conjunto de pessoas que estão à frente das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que têm entendido muito bem as dinâmicas e carências do concelho. Mação, com exceção à freguesia de Amêndoa, está coberto dessas instituições, que fazem um trabalho de grande proximidade com os mais idosos e carenciados. Os nossos idosos têm a certeza que aqui são bem tratados e a autarquia tem trabalhado em conjunto com estas IPSS, dando apoio material e logístico, através do serviço da ação social da Câmara Municipal. Mação é o concelho com maior índice de longevidade, onde as pessoas vivem mais anos, devido aos nossos serviços especializados. Como está o ponto de situação das freguesias ao nível do PDM e saneamento básico? Neste momento o PDM está em

fase de revisão, já está assim há muitos anos, é um facto, mas também devido a alguns problemas com a empresa responsável com o projeto. Vamos agora fazer uma revisão do projeto atual, para executarmos uma reformulação face à nova legislação. A taxa de saneamento é de 80% no que diz respeito a toda a população espalhada no território. Como está a correr o trabalho de prevenção incêndios? A autarquia ao longo do ano tem executado um trabalho de manutenção das infraestruturas de combate, ao nível de estradões, caminhos, pontes de água, etc. A Câmara irá em breve ter uma equipa no terreno que vai apoiar os bombeiros nesta fase mais complicada. Com o inverno que houve, com a vegetação que existe, é necessário ter grande cuidado com tudo o que diz respeito a operações que metam fogo, o território não pode receber nada do género. Como tem decorrido a iniciativa os “Quintas nas Praças do Pinhal”? Em Mação já se realizaram duas edições, trata-se de uma iniciativa com virtudes, é uma boa forma de escoar produtos agrícolas, onde vale a pena apostar uma vez que impulsiona a dinâmica do voltar à terra. É necessário criar mais mecanismos que possam garantir o escoamento dos produtos, estabelecendo uma relação cada vez maior com o campo. Como é que está a correr o trabalho de geminação com Buriti dos Montes? Não tem, de facto, acontecido

muito. Gostaríamos que esta relação já tivesse ido mais além. O assunto está a ser tratado e encaminhado mais ao nível do Instituto Terra e Memória de Mação. O que tem sido feito é um recrutamento de alunos brasileiros que têm estado em Mação a estudar. Temos de cultivar esta relação, não implicando grandes custos para a Câmara. Como está a ser dinamizada a Marca Mação? O que temos tentado fazer é criar um símbolo de grande qualidade daquilo que é produzido. O presunto da marca tem sido produzido, os industriais da carne têm feito o seu trabalho. Por sua vez, o escoamento tem sido uma das nossas preocupações e temos estado a trabalhar no assunto. Face ao mel e ao azeite, o trabalho também está encaminhado. A autarquia gostaria que estes produtores vissem esta marca como uma mais-valia para as vendas, bem como para a promoção dos seus produtos e do nome Mação. Estamos a ponderar incluir o vinho e o piripiri na marca, são pequenos nichos que começam a emergir também no concelho. O que tem sido feito no novo auditório Elvino Pereira? O espaço físico existe, agora é necessário alimentá-lo da melhor forma. Temos tido algumas manifestações culturais desde a sua inauguração, desde exposições, concertos musicais, palestras, etc, num trabalho integrado com a biblioteca e a ludoteca.


ESPECIAL MAÇÃO 11

JULHO 2013

Mação aposta na gastronomia como motor de desenvolvimento local

A Marca Mação tem sido uma forma de potenciar os •produtos maçaenses, nomeadamente os presuntos

As Mestras Cozinheiras de Mação •

Armando Fernandes (segundo a contar da esquerda), o responsável da Carta Gastronómica de Mação que foi lançada na Feira Mostra de 2012

Há quem diga que, para se estabelecer uma relação de sucesso, uma boa refeição é sempre uma ótima ajuda. Neste aspeto, o concelho Mação tem dado cartas. Em 2010 lançou a Marca Mação, um símbolo que reuniu alguns produtos como o presunto, o mel e o azeite, classificando-as de iguarias de grande qualidade ao consumidor. Posteriormente, lançou a Carta Gastronómica do concelho. Mação foi elevada à categoria de Catedral do Presunto e tem sido reconhecida pelos festivais gastronómicos que promove ao longo do ano. Vasco Estrela, vice-presidente da autarquia, referiu que os festivais são iniciativas da Câmara Municipal em parceria com os restaurantes aderentes, por forma a “contrariar a realidade penosa que hoje assola a restauração no país”, admitindo que “quem gosta procura e vem”. Uma das provas disso mesmo é “que o último Festival da Lampreia correu muito bem”. Mação tem uma gastronomia típica e rica. Por isso mesmo, no ano passado, pela altura da Feira Mostra, a Câmara Municipal editou a Carta Gastronómica, denominada

“À Mesa em Mação”. Trata-se de uma verdadeira compilação de receitas antigas, típicas e saborosas. Nesta carta é possível encontrar recitas sobre: “Sopas, Caldos e Papas”; “Pão, Migas e Açordas”; “Legumes, Verduras e Cogumelos”; “Arroz”; “Peixes”; “Carnes e Vísceras”; “Enchidos”; “Queijos”; “Bolos e Doces”, entre outras. Foi devido a esta Carta Gastronómica que autarquia decidiu dedicar o ano de 2013 à gastronomia. O Festival da Lampreia foi o primeiro que aconteceu, logo de seguida decorreu o Festival dos Enchidos, Presunto e Maranho. A partir do dia 3 de agosto até 8 de setembro vai decorrer o Festival dos Arrozes. Vasco Estrela admite que é um facto que “Mação não produz arroz, mas a Carta Gastronómica do concelho está recheada de receitas saborosas que incluem o arroz… vale a pena experimentar!” O ano termina com um festival dedicado ao Azeite Novo de Mação Migas e Almeirão, que vai juntar os amantes destas iguarias nos restaurantes aderentes, entre 15 de novembro a 31 de dezembro.

Restaurantes aderentes dos festivais: – AVENIDA (Pica-Fino) - Mação – CASA CARDOSO - Envendos – CASA VELHA – Mação – DONA FLOR – Penhascoso – O CANTINHO – Mação – O GODINHO – Mação – O PESCADOR – Mação – O PICARETO (antigo Kabra’s) – Ortiga – O REGIONAL – Cardigos – SOLAR DO MOINHO - Cardigos Joana Margarida Carvalho

Ao longo de séculos as mulheres de Mação construíram um receituário de comeres marcados pela argúcia pois a necessidade exercita o engenho. O território estava e está longe da fertilidade associada aos grandes rios, o Tejo sendo o maior da Península apesar de dadivoso não foi o celeiro das gentes de Mação, que tinham na agricultura e na criação de gados as suas maiores fontes de riqueza mal repartida, obrigando a maioria das mulheres e homens a trabalhar de ver a ver, com comeres repartidos conforme os recursos existentes e a sazonalidade. Lavrar a terra consistia num esgotante acto regado com o suor dos agricultores, ficando o seu corpo desfeito em cansaço a obrigar as mulheres a inventarem formas de preparar os parcos alimentos de maneira a serem vencidos os efeitos da fadiga. A contagem dos produtos utilizados na confecção das refeições de trabalho revela serem reduzidos, ainda mais no referente às gorduras de origem animal confinadas ao estimável porco e dois sucedâneos: o toucinho e os chouriços. Os humildes trocavam presuntos por mantas de toucinho, porque este rendia muito mais, além disso (às vezes)

ainda recebiam alguns réis ou escudos aquando da troca. De notar o papel primacial do pão, em segundo lugar as batatas. As batatas só começaram a ser consumidas no século XVIII, até essa época as castanhas (em anos mofinos consumiam-se bolotas cozidas, assadas e fritas) substituíam-nas o ano inteiro. Dada a escassez reinante incorporavam-se na dieta acelgas, alhos assados, agrião, almeirão, azedas, beldroegas, cardos, cogumelos, espargos e urtigas, entre outras espécies vegetais. Ante tão reduzida soma de recursos as mulheres de Mação até bem dentro do século passado elevaram-se à condição de Mestras na transformação dos produtos, pois desde os primórdios conceberam receitas prenhas de sagacidade, exemplo maior é a domesticação das plantas, das ditas retiravam o máximo rendimento conforme as estações e a englobar doentes, crianças e velhos. Tudo se aproveitava. Armando Fernandes

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

jornaldeabrantes


12 ESPECIAL MAÇÃO

JULHO 2013

UM RECANTO PARA DESCOBRIR

Barbearia de Bruno João percorre o concelho e arranjar o cabelo. O sucesso foi notório, e quando percebeu que reunia todas as condições para ser um profissional, decidiu ir estudar para Lisboa, acabando por frequentar o curso de Oficial de Barbeiro. Do estudo à barbearia ambulante não foi um salto. Bruno João explica que a burocracia do país e algum receio em apostar num negócio totalmente seu foram as condicionantes para iniciar o projeto em dezembro de 2011 e só em março de 2013 abrir ao público. Depois, apareceu a grande dúvida se deveria abrir um espaço ou tentar algo mais inovador: “A ideia em não me estabelecer num espaço surgiu a partir do momento em que vi num programa televisivo um barbeiro que em Chaves andava com uma carrinha a arranjar cabelos e que tinha um grande sucesso. Foi aí que decidi adaptar logo o exemplo em mim.”

Desde então, são sobretudo os idosos com dificuldade de mobilidade que se deslocam à barbearia ambulante de Bruno João. Segundo o barbeiro, as considerações face ao seu trabalho têm sido boas, mas é sobretudo a carrinha que mais atrai os curiosos e depois os futuros clientes: “As pessoas aparecem muito para ver, pois este negócio ambulante não é muito comum e ficam muito impressionadas quando eu digo, por exemplo, que tenho água quente e um autêntico salão dentro de um transporte.” Depois de três meses de trabalho, Bruno João considerou que a afluência de clientes é bastante relativa. “Há dias melhores e outros piores, mas valeu a pena apostar”, até porque, como disse, “os negócios não se fazem em apenas num dia”.

Joana Margarida Carvalho

Numa fase de crise, de greves e de elevado desemprego juvenil, Bruno João, natural de Vila de Rei, encontrou o seu rumo e criou um negócio que, segundo o próprio, está a correr bem. Trata-se de uma barbearia ambulante que percorre as freguesias e localidades de Ortiga, São José das Matas, Chaveira, Vales, Chão de Codes, Serra, Carvoeiro, Envendos, Cardigos, Penhascoso e Queixoperra, todas elas em Mação. O seu objetivo é fazer com que os senhores maçaenses fiquem mais “bonitos” e o arranjo da barba e do cabelo são as suas especialidades. Bruno João contou ao JA que estava na Força Aérea em fim de contrato e que, num certo dia, precisou de cortar o cabelo e que simplesmente não teve essa possibilidade na vila de Mação. Foi então que decidiu começar a experimentar em si e em alguns colegas a arte de cortar

• Os idosos são os principais clientes

Bombeiros Voluntários de Mação com uma nova casa

jornaldeabrantes

Dias de Verão podem ser passados em Mação

DR

Mação vai receber um novo quartel de bombeiros, sediado na saída norte da vila onde se encontram os estaleiros municipais. Trata-se de uma obra financiada a 85% pelo Programa Operacional Temático de Valorização do Território (POVT), em parceria com a autarquia, que se ocupou dos arranjos exteriores do novo equipamento, uma obra orçada em 892 mil euros. Segundo Saldanha Rocha, presidente da Câmara Municipal, a construção de um novo espaço destinado ao socorro era já uma aspiração antiga: “Há cerca de dez anos que tínhamos a vontade de conceder aos Voluntários uma casa com todas as condições dignas daquela cooperação.” Já Vasco Estrela, vicepresidente, explicou ao JA que o antigo quartel sediado no coração da vila já não tinha capacidade para corresponder às necessidades atuais, dando alguns exemplos: “No antigo quartel o parque de veículos tem apenas capacidade para cinco lugares, um espaço claramente reduzido. Para além desta condicionante, o quartel está a necessitar claramente de intervenções profundas e o facto de estar sediado no

Joana Margarida Carvalho

• Vergancinho é a nova praia fluvial

centro da vila não possibilita o seu crescimento para lado nenhum. Assim sendo, é com agrado que inauguramos este novo espaço para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mação.” Segundo algumas informações da autarquia, o novo quartel é um edifício dividido em dois pisos, com a capacidade para cerca de oito viaturas, com uma camarata feminina e masculina, uma sala de reuniões, balneários e instalações sanitárias e uma sala destinada aos serviços

administrativos, espaços que vão servir a permanência dos 18 bombeiros voluntários que operam no equipamento diariamente. Relativamente ao edifício do antigo quartel, que passou para a responsabilidade da autarquia, Vasco Estrela disse que terá de ser um espaço muito bem aproveitado devido à sua excelente localização. Contudo, ainda não quis adiantar qual o seu fim. JMC

As praias fluviais de Mação são espaços de eleição para passar um dia com amigos ou em família. Pelo oitavo ano consecutivo a praia fluvial de Carvoeiro recebeu a Bandeira Azul, bem como foi distinguida com o galardão ouro pela Quercus. Para Vasco Estrela, vicepresidente na autarquia, este é “um espaço que nos enche de grande orgulho. Temos feito melhorias contínuas, melhorando o que já existe e dotando a praia com equipamentos de qualidade ao nível da água, higiene e segurança”. A praia fluvial de Carvoeiro reúne um conjunto de infraestruturas, tais como: uma zona de piscinas naturais, um bar, uma zona de refeição, banheiros, entre outras valências que tornam aquele espaço perfeito para passar os dias quentes do ano.

O ar puro que se sente e os pinheiros que se avistam são as características das praias fluviais de Mação. Vasco Estrela anunciou a abertura de uma nova praia no concelho, chama-se Praia Fluvial de Cardigos “Vergancinho” e, para o vereador, “trata-se de uma nova alternativa para os banhistas que apreciam a nossa região”. Já a praia de Ortiga fica sediada na região sul do concelho, com a albufeira da Barragem de Ortiga como pano de fundo, é um espaço bastante requisitado pelos turistas e pelos próprios maçaenses. O local reúne a infraestruturas de bar e restaurante, uma piscina flutuante, balneares, estacionamento e ainda um parque de campismo. JMC


JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES

JULHO DE 2013 EDIÇÃO Nº 31 www.estajornal.com

Abrantes tem espaço para artistas que querem expor pela primeira vez No Parque de São Lourenço surgiu o Trincarte, um projeto que dá uma oportunidade a novos artistas. Massimo Esposito, o mentor da ideia, elogia a luminosidade do espaço que, para além de ter um restaurante e uma área de lazer, passa a ser, também, um lugar de cultura. F p. 3

A biblioteca com nome ‘fofinho’ Para substituir a velha carrinha citroén, que nos anos 50 circulava pelas freguesias de Abrantes, surgiu a BIA, um veículo que transporta livros, mas também tecnologia. Quem gosta de ler, mas não pode deslocar-se à cidade, tem agora uma nova oportunidade para aceder ao conhecimento e ao prazer da leitura. F p. 3

Descodificar linguagens

Memórias do que passou

Tempestade de experiências

Em Abrantes, o absentismo escolar de alunos de etnia cigana tem diminuído. Este é apenas um dos resultados do trabalho de Tânia Sousa, a mediadora cultural da autarquia, que faz a ponte com a comunidade maioritária no sentido F p. 2 da integração plena.

A piscina municipal de Abrantes que outrora funcionou no Hotel Turismo deixou marcas de saudade, sobretudo nos que lá aprenderam a nadar e nos que lá começaram os primeiros namoros. Quem navegou no Tejo também tem F p. 5 histórias para contar.

Os DJ’s Stormers são dois jovens de Abrantes que entraram no mundo da música e dos concertos um pouco por acaso. Atualmente são já um caso de sucesso, chegando a atuar para centenas de pessoas. Gostam, sobretudo, de criar diversão F p. 8 no público.

PUB

Abrantes


02

Sociedade

JULHO 2013

Tânia Sousa, dois anos a gerir relações entre comunidades

D

“O trabalho da mediação é uma mais valia para todos”

FOTOGRAFIA DÉBORA DIAS DÉBORA DIAS ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

TÂNIA SOUSA, Mediadora Municipal da Câmara Municipal de Abrantes, tem como principal função gerir as relações entre a comunidade cigana e a comunidade maioritária. Com as crianças e jovens de etnia cigana tem vindo a trabalhar no sentido de valorizar a escola, às famílias tem vindo a prestar todo o tipo de apoios. Os conflitos e o absentismo escolar têm diminuído, mas ainda “há muito a fazer”. Tânia Sousa espera “continuar na mediação, para que aconteça realmente a mudança entre a comunidade cigana, que (os seus elementos) se consigam integrar completamente”.

PUB

Quando a convidaram para ser mediadora, o que é que sentiu? Senti receio porque pensei que podia não vir a dar certo porque ser Mediadora Municipal é um pouco complicado. Estar no meio de duas comunidades e tentar equilibrar ambas as partes é difícil. No começo pensei que iriam surgir algumas complicações em termos do trabalho da mediação. Qual foi a sua reação quando lhe fizeram essa proposta? Fiquei a pensar. Até então não tinha trabalhado fora da comunidade. O facto de passar a ter um ordenado mensal certo, todos os meses, levou-me a pensar que talvez fosse uma boa oportunidade para aproveitar. De alguma forma seria positivo para mim e para a minha família. Por que é que decidiu aceitar o convite? Aceitei o convite porque achei que era um desafio. É sempre bom nós termos algo que nos motive, algo

L “Trabalhar no seio da comunidade maioritária é sempre um grande desafio” que seja desafiante para a nossa vida, enquanto pessoas. O trabalho da mediação, por exemplo, foi um grande desafio. É bom quando nós trabalhamos com objetivos. Quando decidiu aceitar o convite, qual foi a reação da sua família e da sua comunidade? A reação da minha família, a princípio, se calhar foi como a minha: trabalhar fora, praticamente sem experiência nenhuma de trabalho nesta área, deixou-nos algumas dúvidas, mas conversámos várias vezes em casa e achámos que era uma boa oportunidade e que devíamos de aproveitar. O meu marido apoiou e os meus filhos também. Entretanto, tive que enfrentar a

comunidade porque, sendo mulher cigana, não é fácil entrar num desafio destes. Praticamente, é desafiar o que é ser uma mulher cigana, as regras, a nossa tradição. De alguma forma, foi um grande desafio, porque estar a sair do meio da comunidade e vir trabalhar no seio da comunidade maioritária é sempre um grande desafio. Quais são as suas funções? A minha função é a mediação, que passa por várias áreas. A mediação é encontrar satisfação para ambas as partes, ou seja, para a comunidade cigana e para a comunidade maioritária. É encontrar o meio-termo para as duas partes, para que ambos saiam satisfeitas. Não é

fácil porque nós temos que ser imparciais e temos que trabalhar com o objetivo de encontrar soluções satisfatórias para ambas as partes. Fui obtendo formação no âmbito do projeto de mediadores municipais e do programa ROMED, que foi uma formação do Conselho da Europa. E, entretanto, fui certificada com o certificado de mediadores. Através da formação, não tem sido muito difícil implementar a mediação no terreno. Em que situações em concreto é que já ajudou? Imensas! Faço a mediação, ou seja, faço a prevenção, a mediação e a gestão de conflitos, esse é um dos pontos de intervenção do traba-

ESTA JORNAL

lho do mediador. Um mediador, no fundo, surge como um descodificador de linguagem, ou seja, o mediador leva a mensagem dos técnicos de saúde ou da segurança social à comunidade por outras palavras que não é o Português. A dificuldade em descodificar a linguagem, o desconhecimento por parte da comunidade, é que muitas vezes gera o conflito. Ouve-se falar que existem conflitos nas escolas. De que modo é que tenta diminuir isso? Existem alguns conflitos, há sempre muita discriminação em relação aos alunos da comunidade, e isso gera alguns conflitos. O simples facto de chamarem ‘cigano’ a um dos miúdos gera conflito. Neste momento articulo com os professores, diretores de turma, coordenadores disciplinares, diretores de escola dos agrupamentos e faço acompanhamentos a alguns alunos nas escolas, no sentido da motivação, da assiduidade, da valorização dos estudos como ferramenta para o futuro. É nessas áreas que eu trabalho com os miúdos, assim como no sentido do bom comportamento. As meninas de etnia cigana, normalmente, só andam na escola até ao 4º ano. Tem conseguido que algumas continuem para além desse ano de escolaridade? As meninas da comunidade cigana são retiradas muito novas das escolas, com o objetivo do casamento. As meninas, geralmente, fazem até ao 4º ano. Muito poucas são aquelas que já passam para fazer o 5º e o 6º ano, são retiradas da escola normalmente com 10, 12 anos. O objetivo é que elas sejam retiradas do meio onde há muitos rapazes não ciganos, porque o objetivo mesmo é que elas casem com elementos da comunidade. Como mulher da comunidade, estando a trabalhar e sendo mediadora, como vê isso para essas meninas? Tento sempre articular no sentido de que elas permaneçam nas escolas. Não temos muito absentismo de meninas cá no concelho de Abrantes, mas tenho a perceção de que em muitos concelhos as meninas não vão à escola a partir de uma certa idade. Neste momento, cá em Abrantes havia, algumas miúdas que estavam em absentismo, mesmo em abandono escolar. Depois, através do processo da mediação, regressaram à escola. Cá no concelho não temos esse problema dado ao facto do trabalho da mediação. Qual é o balanço que faz destes dois anos? O balanço que faço é um balanço muito positivo, em termos de conflitos, de apoios às famílias, de absentismo dos alunos da comunidade. No comportamento os alunos têm melhorado imenso, também. Acho que tem sido muito positivo, se o trabalho da mediação continuar é uma mais valia para todos. Nota alguma diferença ao longo destes anos? Já há menos conflitos? Destes dois anos de mediação, sim, nota-se a diferença. Há menos conflitos, as pessoas já não partem para a agressão sem mais nem menos, já tentam obter a informação antes de agirem e isso é óptimo. Quais são os objetivos para o futuro? Continuar na mediação, para que aconteça realmente a mudança entre a comunidade cigana, que (os seus elementos) se consigam integrar completamente. Há muito trabalho a fazer. J


Cultura03

WWW.ESTAJORNAL.COM

Biblioteca Itinerante de Abrantes (BIA) circula pelas freguesias do concelho

“Somos bibliotecários, temos paixão pelo livro”

Massimo Esposito, pintor italiano

“Temos de ajudar os que estão no início” DANIELA BARRETO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

D

FOTOGRAFIA ANA RITA BIBI

L Nos anos 50, a citroen da Fundação Gulbenkian

foi a primeira a levar livros às freguesias de Abrantes

ANA RITA BIBI ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

A velha carrinha citroén que nos anos 50 levava livros a quem não se deslocava à cidade tem uma substituta. A BIA é mais moderna, tem recursos tecnológicos, mas transporta as mesmas relações de afetos ligados à cultura e ao conhecimento. Cada vez mais se diz que as bibliotecas itinerantes são o futuro. Este velho mundo dos livros já tem um novo estabelecimento móvel, uma carrinha, que possibilita um novo funcionamento, com os livros, computadores e internet, CD’s e DVD’s. A Biblioteca Itinerante de Abrantes tem o nome de BIA. “BIA, que nome tão fofinho”, diz Nuno Marçal, da Bibliomóvel de Proença-a-nova. É verdade, tem este nome fofo que pode chamar a atenção das pessoas. Foi na década de 50 que a velha carrinha da Fundação Calouste Gulbenkian circulou pelo concelho de Abrantes. Era uma carrinha da cor bordô e da marca citroên que deixou muitas histórias para mais tarde recordar. “Antigamente as bibliotecas não tinham televisões não tinham acesso a internet, coisa que esta biblioteca já disponibiliza aos seus leitores”, diz o Técnico

Superior de Biblioteca e Documentação da Biblioteca Municipal de Abrantes, Luís Santos. As primeiras Jornadas Biblioteconómicas, em Abrantes, decorreram “num ambiente de comunhão”. Bibliotecários, como Rui Cunha, da Batalha, contaram histórias do passado perante aqueles que vieram com as suas bibliotecas itinerantes, de outros pontos do país. São “pessoas que percorreram milhares de quilómetros, fizeram milhares de amigos e que têm essas histórias tão bonitas, num Portugal tão diferente.” São relações de proximidade e de cumplicidade, novos conhecimentos, novas experiências para a comunidade. “O facto de uma pessoa que é exterior à realidade social chegar a um sítio, de 15 em 15 dias, ao longo de sete anos, cria essas relações quase familiares”, explica Nuno Marçal. Este bibliotecário já criou elos de ligação tão fortes que até já é convidado para casamentos. Rui Cunha explica que “a realidade mudou, os desafios são completamente diferentes”. As bibliotecas itinerantes dirigem-se às pessoas: “Aconselhamos leitura, promovemos conhecimento, mas temos de fazer mais qualquer coisa. Não tenho dúvida que as bibliotecas que passarem a atuar neste domínio e nesta ligação serão as bibliotecas

L “Abrimos

as portas, o utilizador entra e escolhe o que quer”

que mais resistirão aos atropelos desta coisa que se chama crise.” As pessoas entram num veículo-biblioteca e deixam-se voar pelo cheiro dos livros, todos divididos pelas estantes e pelos vários temas, desde as ciências até aos romances. É um mundo à parte, que permite viajar pela leitura sem rumo e sem compromisso, é viver como se fosse uma aventura, é entrar na imaginação, sonhar com a vida, folheando as páginas, com a ajuda dos profissionais. “Somos bibliotecários, temos paixão pelo livro, gostamos de ter livre acesso a informação e ao conhecimento, isso é tudo muito importante, é a génesis do que nós somos”, garante Nuno Marçal. “Abrimos as portas, o utilizador entra e escolhe o que quer e está a vontade”, explica João Lopes, que leva a BIA às diferentes freguesias de Abrantes. “O serviço do conhecimento e o acesso a informação é essencial, pois cada vez mais vivemos numa sociedade de saberes, e as pessoas precisam de utilizar esses mesmos instrumentos. Esta biblioteca serve de meio para atingir esse fim”, acrescenta Luís Santos. Já Rui Cunha diz que “são as pessoas que fazem a diferença. É o veículo que se desloca e vai ao encontro dos horários e da vida dos leitores. É a valorização de mobilidade que nos permite ir ter com as pessoas”. “Acredito que muitas pessoas que estão nas respetivas freguesias nunca tenham vindo à Biblioteca Municipal ou aos polos da mesma. E esta biblioteca itinerante pode ser uma mais-valia nesse sentido, pois, também, é mais uma forma de divulgar os nossos trabalhos”, adianta Luís Santos. E remata: “O nosso objetivo é que todo o concelho seja abrangido pelas bibliotecas. Temos a esperança que a adesão seja de elevado nível.”J

MASSIMO ESPOSITO nasceu em Itália, mas há 17 anos veio para Portugal onde se dedica à pintura, arte que sempre fez parte da sua vida. Leciona desenho e pintura, em Abrantes, e organiza workshops, exposições e diversas outras atividades para manter a cultura ativa. Massimo está neste momento a desenvolver um projeto – o Trincarte, no Parque de São Lourenço – para expor trabalhos de quem ainda não tem currículo.

O que é que sente quando está a pintar? Liberdade. Quando se pinta começa-se com uma tela em branco e pode criar-se qualquer coisa, de uma tela em branco nasce uma paisagem, o retrato de uma pessoa, posso criar uma mulher, um homem, um animal. Mais livre que isto não há. Há sempre muitas técnicas e ideias que se podem desenvolver. O que é que o inspira mais para pintar? As paisagens chamam-me muito a atenção. Visto que tenho um substrato surrealista consigo sempre ver alguma coisa nessas paisagens, aparece sempre uma cara, uma mulher, um animal e com isso começo a divagar. Divagar ajuda a ser criativo, acho importante um pintor não estar sempre a representar a realidade. Antigamente não havia fotografia e era óptimo quando aqueles pintores conseguiam representar bem a realidade. Agora temos fotografias, vídeos e o artista tem de saber trazer algo de novo às pessoas. Há algo que pretenda transmitir com os seus quadros? Os meus quadros são filhos da minha criação, da minha liberdade. Quando estou a pintar sou eu que estou a sentir aquele impulso, aquela sensação. Cada pessoa vê as coisas de maneira diferente, com as suas mentes veem outras coisas. Aquilo que espero é que possa despertar alguma coisa nas pessoas. De todos os locais onde já expôs, onde é que sentiu mais aceitação por parte das pessoas? Na Índia fiz a exposição por acaso e foi interessante, porque não pensei que os indianos gostassem tanto de pintura. Na inauguração entraram 200 pessoas, todas muito interessadas e vendi bem. Fiquei espantadíssimo. Quais são as principais diferenças que nota entre Itália e Portugal? A maior diferença é que os italianos estão mais interessados na cultura, gostam mais de vestir bem, de ter um belo quadro em casa, de ouvir um bom concerto, gastam dinheiro nestas coisas. Os portugueses já não são tanto assim. As pessoas procuram-no para expor no âmbito do projeto Trincarte? Sim. Este projeto no Parque de São Lourenço começou há cerca de quatro meses e é mesmo para ajudar pessoas que nunca tiveram oportunidade de expor e que têm feito um trabalho agradável. Sem currículo, é difícil exporem numa galeria. Assim têm esta oportunidade. Temos de ajudar aqueles que estão no início, que têm ideias diferentes e que querem ter feedback das pessoas para perceber se vale a pena continuarem ou não. Depois do Parque São Lourenço as exposições vão para onde? A ideia é passar por todos os restaurantes do grupo Trincanela, mas ainda não organizámos bem porque há falta de espaço. Temos de estudar o assunto. Estão a expor apenas nos cafés/restaurantes Trincanela porque é o único local que os tem apoiado? Sim e pelo próprio espaço, que tem uma luminosidade incrível. Os proprietários são pessoas muito agradáveis que apoiam estas ideias. Têm um parque maravilhoso onde se pode fazer pintura ao vivo, entre outras atividades. Este projeto tem já um fim à vista, pelo facto de haver falta de apoios? Não. A falta de apoios da parte da Câmara Municipal ou de outra entidade também me dá força para continuar a ter ideias e a organizar os meus projetos. Se começamos a trabalhar a pensar no subsídio, nos apoios dos outros, estamos feitos. Isto não terá fim, poderão é surgir outros projetos a partir deste. J


04

Juventude

JULHO 2013

Influências ou obsessão, tudo tem uma razão!

ESTA JORNAL

Também Ana Gomes, de 26 anos, sente que a sua vida já foi bastante influenciada pelo seu artista favorito, Raúl Midon. Esta fã conta que atravessou várias vezes o Atlântico e a fronteira com Espanha para assistir aos seus concertos. “A verdade é que também gosto de viajar, senão não o faria, mas já gastei muito dinheiro, e já faltei bastante ao meu emprego, o que vale é que sou patroa (risos)”. Acerca de seis anos que Ana se aventura nestas longas viagens, contudo confessa que não utiliza as redes sociais para saber as últimas novidades de Raúl Midon. No mundo do cinema, uma das mais recentes influências, Emma Watson, recebeu, em Abril, o prémio Trailblazer Award na cerimónia dos MTV Movie Awards. A actriz, que ficou famosa pela Saga Harry Potter, convenceu os seus fãs para seguirem sempre os seus sonhos. Este prémio foi atribuído a esta jovem actriz por ser uma influência para o público jovem. Na política, segundo a revista Forbes, Angela Merkel é considerada a mulher mais influente do mundo, seguida por Hillary Clinton e Dilma Rousseff, respectivamente, no ano de 2012. Nas últimas eleições para a Casa Branca, verificou-se novamente a tentativa de figuras públicas como Jay-Z, Katy Perry e Beyoncé influenciarem os votos do povo para o candidato e já eleito presidente Barack Obama. O candidato republicano foi acompanhado várias vezes pela banda 3 Doors Down, Kid Rock, Taylor Hicks entre outros. Também na publicidade as figuras públicas são contratadas para influenciar o público-alvo, seja este jovem, adulto ou idoso. Segundo um estudo da Marktest, Cristiano Ronaldo, José Mourinho e Gato Fedorento são alguns dos nomes mais influentes na publicidade. Qualquer que seja o meio, qualquer que seja a área, a idade ou género, todos somos de alguma forma, influenciados. J

ALEXANDRA SILVA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

No seguimento da geração “à rasca”, que geração se irá seguir? Gerações influenciadas por tantas outras influências que já existem? Que figuras públicas mais nos cativam, que mais nos influenciam? A sociedade de hoje é constantemente influenciada por tudo o que vê, fruto do excessivo acesso à informação e às redes sociais. À conversa com uma jovem que todos os dias verifica o estado do seu facebook, e que acompanha a vida dos seus amigos virtuais, ela explica o porquê e em como o seu ídolo a influencia também nesta rotina. Em primeiro lugar, identifica-se como uma ‘Belieber’, nome chamado às fãs do conhecido cantor Justin Bieber. Esta jovem consulta três grupos de fãs por dia (apenas os portugueses), segue o cantor na rede social Twitter, e ainda procura algumas informações do mesmo através do Facebook, sendo estas das primeiras tarefas que faz quando regressa da escola. E não há muito tempo esteve presente no concerto que o cantor deu no Pavilhão Atlântico: “foi o melhor dia da minha vida (risos). Ele estava mesmo ali, quase desmaiei”, afirma, entusiasmada. Esta fã não consegue dizer o que era capaz de fazer por Justin Bieber, mas revela que seria muito, ainda que não tenha muitos meios para o fazer. Ao invés, questionada pelo que é que o ídolo poderia fazer por ela, não exige muito, apenas ele continuar a cantar.

“Dizem que a sétima arte é o cinema, eu digo que a oitava é a fotografia” JOÃO SANTOS ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

COM O CURSO de Línguas e Humanidades, que equivale ao 12º ano de escolaridade, Luciana Alves é uma dos muitos jovens que se encontram no desemprego. Amante de fotografia, Luciana decidiu criar o seu próprio projeto. O “Life a Moment” foi desenvolvido apenas no facebook, a rede social do momento.

Que projeto é este do “Life a Moment” e em que consiste? O “Life a Moment” é um projeto que eu iniciei em outubro de 2012, e consiste em divulgar as fotografias que eu tiro como fotógrafa amadora, porque é isso que neste momento sou, pois ainda não tenho qualquer qualificação. Mas pretendo, mais tarde, vir a tirar pelo menos um Curso de Especialização Tecnológica (CET) em fotografia. E se houver possibilidade gostaria de fazer uma licenciatura e depois, quem sabe, um mestrado. Como é que surgiu a ideia de criar este projeto? Nós quando começamos a trabalhar, deixamos muitas vezes de parte aquilo de que gostamos. Eu na altura trabalhava num restaurante, e hou-

ve um dia em que estava a fazer o turno da noite e tinha pouquíssimos clientes na sala. Comecei a pensar e cheguei à conclusão que estava a deixar as coisas que eu mais gostava de fazer para trás. Estava a deixar de tirar fotos que é uma coisa que gosto bastante. Foi nessa noite que nasceu o “Life a Moment”. Se dizem que a sétima arte é o cinema, eu digo que a oitava é a fotografia. Qual é o feedback que recebe por parte do público? Eu estou bastante feliz, tenho imensa gente a dizer que gosta. É bom ver que os outros, aqueles para quem nós trabalhamos, gostam do nosso trabalho, e isso é muito bom. E tenho tido cada vez mais pessoas que querem fazer sessões fotográficas. Estava à espera de tanto sucesso? No início não, evidentemente. Lembro-me que quando comecei o projeto, cheguei aos 50 gostos, numa página de facebook, passado um mês. E como só tinha conseguido 50 gostos, pensava que ninguém gostava, até que comecei a divulgar mais e agora estamos nos 617, se não estou em erro. Já surgiram outros projetos, por consequência deste? Isso era suposto ser surpresa. Mas posso divulgar que estou numa parceria com um amigo

L Luciana Alves: “É bom ver que os outros gostam do nosso trabalho”

meu, em criar um programa regional, do género do “Alta Definição” transmitido por um canal de televisão, mas não posso adiantar mais nada. A Luciana criou este projeto e faz sessões fotográficas, das quais vai ganhando algum dinheiro. Acha que, este seu projeto, pode ser um exemplo para outros jovens que estão no desemprego? Hoje em dia é difícil viver da fotografia! Há imensas pessoas que o dizem, até mesmo

os fotógrafos com loja e com formação, até para esses é mesmo difícil. Eles queixam-se que agora não há tanto trabalho, já não há tantos casamentos, batizados, e isso era uma das grandes fontes para a fotografia. Mas sim, pode ser um encarar o futuro de uma forma diferente. Viver da fotografia, não digo! Mas como um part time sim. O seu trabalho baseia-se só nas sessões de fotografias que lhe encomendam ou tem outro tipo de trabalhos? Já fotografei um crisma, eventos religiosos, festas de aniversário. Posso dizer que o “Life a Moment” fotografa de tudo um pouco, pois sou uma pessoa que, quando vou passear, levo sempre comigo a máquina fotográfica. Então paisagens é uma das muitas coisas que gosto de fotografar. Já recebeu convites para alguma exposição? Sim, vou fazer agora uma exposição em agosto, de 7 a 11 de agosto, na Feira do Pinhal de Oleiros. Qual é o futuro do “Life a Moment”? Seria excelente se tivesse uma loja. Uma loja em que pudesse expor o meu trabalho, em que pudesse empregar outros jovens. Vamos pensando aos poucos e desejando que o dia de amanhã seja melhor que o de hoje, e que mais pessoas gostem do nosso trabalho. J


Memórias 05

WWW.ESTAJORNAL.COM

Antiga Piscina Municipal de Abrantes

“Foi lá que os meus filhos aprenderam a nadar” DANIELA BARRETO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

CATARINA FERNANDES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

D

FOTOGRAFIA DANIELA BARRETO

L Transformar o espaço

da piscina em mais quartos pode “ser bom para a cidade, para virem mais turistas”

Em meados dos anos 40 do século passado terá saído do porto de Abrantes, em Rossio Sul do Tejo, a última fragata carregada de cortiça em direção à área de Lisboa. Desses tempos sobrevivem ainda dois homens – o Sr. Jacinto e o Sr. Armando – que, ainda crianças, navegaram no Tejo em embarcações que serviam de transporte de bens, rio abaixo, rio acima. Jacinto Abreu e Armando Alves nasceram no ano de 1922. Para ajudar no sustento das suas casas, começaram a vida de ‘marítimos’ (profissionais de mercadorias do Tejo) bem cedo. “Aos oito anos o meu pai tirou-me da escola (Deus lá tenha alma dele em descanso, que foi um bom pai e um bom marido) para ir para o barco”, conta o Sr. Armando. Explica que “os ‘barcos de água acima’ eram barcos grandes que levavam entre 30 a 35, ou até 40, toneladas de cortiça”, mas às vezes o transporte também se fazia em jangadas. Transportavam mercadorias entre Rossio e Lisboa: para lá levavam sobretudo cortiça, mas também madeira, e para cá traziam sobretudo sal e adubos. O Sr. Jacinto também começou o trabalho no Tejo aos oito anos. Mas nem todos os jovens que viviam junto ao rio seguiam esta profissão. “Nós tínhamos seguido isso porque os nossos pais tinham o seu barco que fazia transportes, naquele tempo as estradas eram muito poucas.” No Tejo havia diferentes tipos de barcos: os varinos, os catraios e as canoas. Era uma altura em não havia horários, o trabalho dependia das condições atmosféricas. “Naquela altura não havia horas, era quando a maré dava, era quando havia água no Tejo para transportar, para navegar. Normalmente havia mais água do que havia hoje e não havia aquelas barragens, o Tejo era navegável”, explica o Sr. Armando. “O rio só tinha a direção para a foz de Cascais. Tínhamos que usar as velas, não eram remos, porque não havia e eram pesados, só mesmo com o vento. O noroeste era o melhor.” remata o Sr. Jacinto. Se o barco estava carregado e o Tejo tinha água, a viagem fazia-se com facilidade. Quando corria bem, uma viagem durava dois dias, mas o testemunho destes dois ‘marítimos’ diz que chegaram a fazer-se viagens de 15 dias. Tinham um fogareiro a carvão no barco e o que se comia era quase sempre “peixe que comprávamos antes das viagens, raramente comíamos carne”, recorda o Sr. Jacinto. Este tipo de vida exigia muito esforço por parte de todos. “Exigia muitos olhinhos porque o rio nem sempre era navegável pelo mesmo sítio e nós, quando navegávamos no Tejo, tínhamos que nos desviar dos bancos de areia para os barcos não encalharem lá.” Naturalmente, era com os mais velhos que aprendiam a desviar-se. Depois desta vida de vários anos a percorrer o rio, o Sr. Jacinto, ainda jovem, emigrou para o Brasil e seguiu a profissão comerciante. O Sr. Armando tirou a carta de condução, continuando a transportar bens, mas ao volante de camiões.J D

Uma piscina vazia e à sua volta os vestígios da degradação daquilo que foi abandonado há mais de 10 anos. Paredes cobertas de grafitis, garrafas partidas, entre outros lixos espalhados pelo chão marcam aquela que era a entrada para um recinto que marcou as férias de muitos abrantinos: as piscinas do Hotel Turismo de Abrantes. Estas antigas piscinas municipais não eram de grandes dimensões, mas eram o suficiente para os habitantes de Abrantes e para quem visitava a cidade. João Fialho, 69 anos, natural de Abrantes, recorda com carinho a piscina junto ao Hotel de Turismo. “Foi lá que os meus filhos aprenderam a nadar”, conta, sorridente. “Ia lá quase todos os fins de semana.” João Fialho chegou a Abrantes um mês depois de a piscina ter aberto ao público, em 1968, e depressa esta se tornou um dos seus locais de eleição. “Foi bom terem feito esta piscina, porque antes o único sítio que havia para nadar era o rio Tejo e chegaram a morrer lá pessoas”. Conta que “entretanto aquilo fechou e abriram as piscinas municipais lá em baixo. Agora é para lá que vou, de vez em quando”. António Amado também recorda com ânimo os seus tempos de juventude. “Eu tinha uns 17 anos quando a piscina abriu, costumava ir com os meus amigos, todos rapazes, e metíamo-nos com as garotas que lá andavam”, recorda. “Gostávamos muito, eram dias diferentes.” Apesar das boas recordações que as antigas piscinas municipais lhe trazem, o respetivo encerramento não lhe causou qualquer confusão: “Já não tinha o costume de ir lá e parece que abriram depois umas melhores.” Ana Gaspar, assistente de direção do Hotel de Turismo de Abrantes, começou a trabalhar no hotel apenas dois anos antes do fecho das piscinas, que aconteceu em 2001. “Os nossos clientes tinham acesso livre à piscina.” A responsável acrescenta que “prejudica um pouco o negócio não termos aqui piscina, os clientes muitas vezes perguntam, ainda por cima sendo um hotel aqui no centro”. Não se fala em recuperar a velha piscina, uma vez que a autarquia considera que a reativação não é economicamente viável, até porque o terreno que outrora pertencia à piscina tem agora outro destino. Irá ser alienado ao hotel, para a construção de um novo edifício que permita ampliar o espaço do hotel e criar mais 69 quartos. Esta ideia foi aprovada em outubro de 2012 e a autarquia cedeu o terreno à empresa proprietária do hotel, a um preço simbólico de 5.856,2€, quando o seu valor predial ronda os 720 mil euros.

Histórias do tempo em que o Tejo era via de transporte

FO HÁ CO SA

Por enquanto, ainda não há vestígios da construção de um novo edifício e o terreno continua marcado pelo abandono. Muitos dos que lá passaram não esquecem os bons momentos que aquele local lhes proporcionou, mas, hoje, o sítio onde se situam as antigas piscinas municipais está muito mais deserto. Lucinda Matos, habitante de Abrantes, chegou a frequentar a

piscina algumas vezes. “Era perto da minha casa. Gostava que continuasse aberta para os meus netos poderem lá ir, agora puseram as piscinas mais longe e num sítio mais escondido.” Quanto ao novo destino daquele terreno, Lucinda afirma que “é capaz de ser bom para a cidade, para virem mais turistas e isto ficar mais animado, mas preferia que continuasse a haver piscinas aqui”.J

L Aos oito anos, Armando Alves e Jacinto Abreu, começaram a vida de ‘marítimos’


06

Região

JULHO 2013

ESTA JORNAL

José Manuel Perfeito, vereador com os pelouros dos bombeiros e da proteção civil, em Tomar

“A preocupação é de facto os cuidados começarem em cada um de nós” FILIPA GONZAGA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

D FOTOGRAFIA FILIPA GONZAGA

JOSÉ MANUEL FARINHA PERFEITO, engenheiro civil de formação, é vereador do PSD, em Tomar, e responsável pelos pelouros dos bombeiros e proteção civil desde dezembro de 2011 na sequência da renúncia ao cargo do presidente da Câmara, Côrvelo de Sousa.

PUB

Com que expectativas aceitou o desafio de ser o vereador com os pelouros da proteção civil e dos bombeiros em Tomar? Quando começou a ser preparada a campanha para as autárquicas de 2009 fui convidado para integrar a lista do PSD e assim o fiz, com entusiasmo pelo trabalho e pela forma como poderia participar também na vida comunitária. Acontece que depois das eleições o executivo era composto por três elementos do PSD, dois membros do Partido Socialista e dois membros do grupo Independentes por Tomar e eu, que era o quarto elemento da lista, não entrei nessa altura. No decorrer deste evento a Câmara organizou-se com uma coligação entre o PSD e o PS. A coligação chegou ao fim em 2011 e o presidente que estava na altura, o Dr. Côrvelo, renunciou ao cargo e eu, que era o quarto da lista, avancei. Com que dificuldades se deparou? As dificuldades são sempre as que naturalmente resultam de se trabalhar para as pessoas. Sabemos que não é possível fazer tudo aquilo que eventualmente se queria fazer. Percebemos que o país também atravessa essas dificuldades e nós sentimo-las diariamente e, portanto, sem trabalho também não há possibilidade de as ultrapassarmos. Portanto as maiores dificuldades são aquelas que todos nós sentimos na nossa vida mas que não impedem que continuemos com entusiasmo e dedicados à causa que pretendemos defender, que é o bem das populações. Entre julho e setembro de 2012 arderam cerca de 3000 hectares de mato e floresta e em julho num só dia arderam cerca de 1200 hectares.

L Incêndios: “Não pode estar um bombeiro em cada casa” Como é que explica as enormes consequências destas ocorrências? Os fogos são, como se diz, um inimigo difícil de combater. Um incêndio é um inimigo perigosíssimo e, de facto, não se percebe quais são as suas intenções. Reage muito em função daquilo que vem do exterior, como as condições atmosféricas e as topografias dos terrenos, e por vezes há um controlo que se pensa que se tem e que passa de imediato ao descontrolo. O que aconteceu nestes dois incêndios, principalmente no de julho, foi um dia excepcionalmente quente, com temperaturas elevadíssimas, uma humidade relativa muitíssimo baixa e ventos dominantes que provocaram projeções para onde não se esperava que o fogo avançasse. Já no de setembro a dificuldade foi de facto a topografia e por ser de noite e só se poder atuar com meios terrestres.

Muitos moradores queixaram-se na altura que, em algumas zonas, não se via um único bombeiro, e que a maior parte das bocas-de-incêndio não tinham água ou estavam estragadas. Como é que explica estas situações numa época do ano tão suscetível a incêndios? Não há possibilidade nunca de ter os meios efetivos ideais para se reagir a todas as situações e quando se diz que não se vê bombeiros é muito natural que isso possa acontecer pontualmente, porque os bombeiros trabalham debaixo de uma estrutura de comando que a cada momento dá indicações aos responsáveis locais para atuar em determinado local. A principal preocupação das pessoas é a defesa dos bens e da vida e por vezes isso não é possível na hora, ainda que a principal preocupação seja de facto sempre a defesa dos bens e da vida. Agora não pode estar um bombeiro em cada casa, um carro em cada

local. Os meios não são infindáveis. As bocas-de-incêndio foram situações meramente pontuais e onde foi necessário ter água as populações foram de facto inexigíveis e forneceram água para abastecer os carros dos nossos bombeiros. Alguns autarcas também criticaram a falta de coordenação de meios nas operações. Qual é a sua resposta a essas críticas? É justo e perfeitamente legítimo que os autarcas tenham esta preocupação de alertar para coisas que entendam que não estejam tão bem como pretendiam. Mas quem está no comando tem de ser respeitado, tem a informação toda para poder decidir e tem de atuar em função dos meios que dispõe, que por vezes não são aqueles que se queriam, são aqueles que são possíveis. Que lições é que devem ser retiradas dos grandes incêndios do ano passado? A preocupação é de facto os cui-

dados começarem em cada um de nós. Na limpeza, na prevenção, na conservação, porque estas questões começam muito em cada um de nós, na nossa sensibilização e na nossa educação para defender o meio ambiente. É de facto uma campanha em que a comunidade em geral se deve envolver. Para finalizar, está à frente destes pelouros desde dezembro de 2011. Qual é a análise/balanço que faz desse ano e meio que já passou? Dentro de um programa de continuidade que vinha sendo efetuado, não tivemos grandes preocupações em pôr em execução ou uma nova estrutura ou um novo projeto que viesse a ser apontado para estes serviços. Portanto estamos de facto empenhados em trabalhar, em desempenhar, em fazer com que as coisas corram no sentido de que os serviços respondam às solicitações que são prestadas ou que são pedidas. J


Economia

WWW.ESTAJORNAL.COM

07

Lopes Infante, engenheiro da Corticeira Amorim, em Vendas Novas

“Se só vendêssemos para Portugal já estávamos fechados”

ALEXANDRA SILVA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

A palavra crise está gasta e, no clima que se vive no país, a indústria é mais uma área que tem sofrido com toda esta conjuntura. Em entrevista, Lopes Infante, engenheiro que gere a fábrica de cortiça do Grupo Amorim em Vendas Novas, analisa a indústria, as dificuldades e o sucesso que o Grupo continua a ter. Como vê o estado atual da indústria em Portugal? Eu acho que a indústria está a atravessar um problema, como tudo neste país, que tem a ver com as estruturas que estão montadas. Nós somos uma empresa essencialmente exportadora, e as nossas dificuldades, para além do que sofremos com a crise que se vive na Europa, que é o nosso principal cliente, são internamente, com

os nossos resultados a baixar brutalmente, porque, por exemplo, em 2011, a energia elétrica, para nós, aumentou cerca de 50%. Assim como todos os custos relacionados com o transporte, havendo menos transações com o estrangeiro, porque o preço dos combustíveis fez disparar os custos de transporte. Com que meios sobrevive uma fábrica de cortiça em Portugal? Na exportação. No mercado nacional, neste momento, sobrevivem apenas as que fabricam rolhas, porque a indústria do vinho consome rolhas e basicamente são rolhas nacionais. Aquelas indústrias que estavam ligadas à construção civil, e que tinham algum peso no mercado nacional, quase todas elas apostam na exportação. Embora essas, neste momento, também estejam a sofrer com a crise do mercado europeu. Por exemplo, dentro do nosso grupo temos empresas que exportam pavimentos, que tinham

uma forte procura no mercado europeu, especialmente no alemão. Agora eles conseguiram arranjar alternativas e viraram-se, ainda dentro da Europa, para a Rússia, mas especialmente para os Estados Unidos e Médio Oriente. Isto também acontece no nosso caso, em que temos estado a crescer no Médio Oriente e temos baixado na Europa. Qual o país para que mais exportam? Neste momento é a França. Felizmente os mercados fora da Europa estão a crescer porque a queda brutal da Itália representou muito, tal como a queda do mercado espanhol. Quais os novos países a apostar na cortiça portuguesa? Estados Unidos, Polónia, Rússia e Japão. Para além de novos mercados, têm apostado na inovação? Sim, principalmente ao nível da arquitetura e design. Nós temos feito algumas campanhas com algum sucesso em que, metendo arquitectos pelo meio, consegui-

mos dar outras aplicações ao mesmo produto. Há também novos projetos do arquiteto Siza Vieira, que é um nome sonante, e há uma série de outros arquitetos que utilizam a cortiça. Ganhámos também agora um primeiro prémio, com uma designer em Milão, que para além do aspeto visual, que é bonito, pode ser muito proveitoso para aplicações acústicas em casas, e ainda fez uns candeeiros e uns bancos em cortiça. Tudo isto ideias que promovem a cortiça, mas não dão resultados imediatos, são resultados a médio e longo prazo. Se o Grupo Amorim só vendesse cortiça em Portugal, sobreviveria a esta conjuntura? Se só vendêssemos para Portugal já estávamos fechados, não havia hipótese. O grupo vendeu no ano passado 510 milhões de euros, para todo o mundo. São cerca de 100 países para onde exportamos. E no caso da Amorim Isolamentos, portanto as fábricas em Vendas Novas e Sil-

ves, vendeu cerca de 8,5 milhões de euros, e vendemos para 32 países, e o mercado nacional representa cerca de 5%, e no Grupo Amorim, no geral representa cerca de 10%. Ou seja, é muito pouco e estaríamos fechados. O que ainda se tem a melhorar na indústria em Portugal? Muita coisa. A indústria tem que melhorar a nível de equipamentos, a nível de produtividade e na organização do operário português, porque o operário português, por vezes, é desorganizado e um pouco indisciplinado, e a disciplina é fundamental em qualquer profissão. Tanto que quando vão lá para fora sentem-se mais coagidos, só pelo facto de estarem noutro país e são excelentes operários. Se houver disciplina, cumprimos objetivos. J

Desemprego é caminho para novas oportunidades MARTA RAINHO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

ATUALMENTE, Portugal tem uma das taxas de desemprego mais elevadas da Europa, rondando os 17,6%. No entanto, existem sempre lutadores que conseguem dar a volta à situação.

É entre o cheiro a bolos acabados de sair do forno e a agitação de quem tem entregas para fazer que Carla Damas, 31 anos, supera um dos temas mais falados da actualidade: o desemprego. “Quando era mais nova queria ser

educadora de infância, mas depois acabei por não me dedicar aos estudos.” É com mágoa e também tristeza que Carla fala abertamente da situação em que se encontra. “Se tivesse ido para a faculdade tirar o curso que ambicionava ser em criança, agora estaria numa situação totalmente diferente”, admite. Apesar de não ter seguido o seu sonho, Carla tirou um curso de estética e manicure e começou a trabalhar num salão de cabeleireira como esteticista, manicure e pedicure. “Trabalhei no salão cerca de 9 anos, mas passado esse tempo fomos perdendo clientes e fui despedida”, diz. Ainda a trabalhar, tinha como ocu-

pação fazer bolos para vender. “É sempre uma mais valia trabalharmos e termos um part-time onde se pode ganhar uns extras”. Após ter sido despedida começou a procurar emprego e a fazer pesquisas activas na Internet, até que surgiu a oportunidade de trabalhar num lar de idosos como auxiliar. “Assim que me fizeram a proposta aceitei logo e, no dia seguinte, fui lá tratar das burocracias”, diz. Carla trabalhou no lar duas semanas mas acabou por se despedir porque não havia ninguém disposto a ajudá-la e a contribuir para que ela se sentisse bem no local de trabalho. “Nem o patrão nem as restantes auxiliares são cooperativos. A par-

tir do momento em que começas a trabalhar lá, tens que te orientar sozinha.” Para contornar a situação em que se encontra Carla optou por começar a fazer bolos para vender. “Desde miúda que gosto muito de cozinhar por isso não é sacrifício nenhum fazer bolos. Além do mais estou a construir casa e tenho que ter dinheiro para conseguir acabar a construção”. Neste novo negócio faz bolos de aniversário, sobremesas e está a vender os seus bolos a uma pastelaria local. Conta que ao início fazia só bolos mas, com o passar do tempo, foi apostando em salgados e folhados mistos. “Infeliz-

mente não é suficiente o que ganho a vender bolos, mas vai dando para manter a construção da casa activa”. Carla Damas é apenas um exemplo dos jovens desempregados deste país. Muitos optam por emigrar e trabalhar no que realmente querem, outros emigram apenas em busca de sustento e de um nível de vida superior. Carla diz que nunca pensou em emigrar: “nunca me passou pela cabeça sair do meu país em buscar de um futuro melhor. Se foi em Portugal que nasci, é em Portugal que vou continuar. Temos que fazer alguma coisa para dar a volta à situação, não é a fugir que os problemas se resolvem”.


08

Última

JULHO 2013

ESTA JORNAL

“Quando estamos a passar música é uma tempestade de experiências” ANA RITA BIBI ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

PEDRO DE CASTRO E JOÃO LENTO são dois jovens de Abrantes, com 19 e 18 anos, e que alinharam numa nova vida, ser DJ. Começaram em setembro do ano passado e já fizeram mais de 10 espetáculos, alguns com centenas de pessoas a vê-los. “Se és tu que és responsável pela diversão das outras pessoas, deixa-te nervoso, mas se vires que elas estão recetivas é muito bom.”

P: Acho que é por sermos jovens e pelo público-alvo que, muitas vezes, é na nossa faixa etária. Acho que conseguimos perceber o que as pessoas querem ouvir e proporcionar um tipo de som que não há muitos Dj’s a fazer em Portugal. Como foi a escolha do nome? P: Temos um amigo que estava a fazer as suas práticas recreativas. Abordámos aquele rapaz e do nada surge o nome “Stormers”. O nome foi escolhido porque soa bem e quando estamos a passar música é uma tempestade de experiências. E ‘Stormers’ foi aquele escolhido espontaneamente e para mim é o melhor.

“ ”

Gostamos de passar o Electro e o House”

D

Por que é que se tornaram Dj’s? PEDRO: Comecei já há dois anos, para desenrascar o Hugo, que é o dono do Restaura e do Scada (bares), ele precisava. Depois descobri que o João Lento se tinha tornado... JOÃO: Foi num baile de finalistas de uma escola. P: E o bicho nasce… Vocês encaram isto como uma atividade de tempo-livre ou financeira? P: Não temos estofo para ganhar dinheiro, mas também não é uma atividade tempo-livre. Falo pelos dois, gostamos, mas acho que é para investir nisto. Sentimo-nos bem a fazer isso. Por que não passam vinil? P: Podemos passar com CD Jotas ou com vinil, só que, tendo a opção de passar com um controlador ou uma mesa de mistura, podemos inventar mais, podemos dar uma melhor esperança ao público. Qual o efeito que provocam nas pessoas? J: Depende do público. P: Depende do ambiente do bar ou da discoteca ou de alguma festa, como por exemplo no Carnaval Experimental, onde era um am-

biente festivo, onde era no armazém onde está montes de gente em pé. O pessoal está ali para ouvir a música e era tudo aos saltos. O que sentem quando passam som? J: Bué de cenas! P: Euforia, adrenalina e nervoso acima de tudo. Sentes que as pessoas estão-se a divertir porque tu é que estás a proporcionar aquela diversão e, pessoalmente, quando vou sair à noite, adoro divertir-me. Se és tu que és responsável pela diversão das outras pessoas, deixa-te nervoso, mas se vires que elas estão recetivas é muito bom. O que vos distingue dos outros Dj’s?

FOTOGRAFIA ANA RITA BIBI

L Pedro de Castro e João Lento, Dj’s Stormers: “Já produzimos duas introduções e um remix original”

A cidade de Abrantes, que bebe muita da sua glória através de uma população milenar, alimentando-se da cultura e arte que se solta entre os poros de cada edifício centenário, não está habituada a ser palco de grandes agitações, não desde os tempos em que, a seus pés, o Tejo era uma porta para o exterior. Não será, pois, de estranhar que, numa noite de sexta-feira, o Sr. Manuel se refugiasse na segurança de uma cadeira esquecida numa esplanada já fechada, tentando entender o motivo da grande debandada de pessoas até à porta do “Sr. Chiado”, o novo espaço cultural situado na praça que se prostra perante o principal edifício camarário. Habituado a ver alguma azáfama por parte dos estudantes da ESTA, desta vez o Sr. Manuel via algumas figuras conhecidas do meio social abrantino, em alegre regozijo, enquanto alunos do ensino secundário, muito artistas, deixavam escorrer os tons e os cheiros de uma bela música de Tiago Bettencourt, na voz e ao piano. Era essa a receção que esperava Pacheco Pereira, mais um dos muitos filhos adotivos do Ribatejo, que aceitou o

Crónica

Uma noite invulgar FERNANDO ANDRÉ SILVA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

ilustre convite saído do esforço conjunto entre a Associação Palha de Abrantes e a Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, para protagonizar mais uma Conferência de Liceu, conduzida por estudantes do secundário. À conversa com Lurdes Martins, presidente da Associação Palha de Abrantes, ficámos a saber que a utilização do espaço “Sr. Chiado” será contínua. Para além de exposições de alunos de escolas do concelho, também haverá dois meses dedicados ao Brasil, com várias atividades que serão divulgadas a tempo certo. Essa conversa foi, no entanto, interrompida pela chegada do tão esperado convidado, Pacheco

Pereira, que se encantou com a magnífica receção por parte dos abrantinos, em tão numeroso grupo. A sala foi pequena para o aglomerado de interessados, que tentavam conseguir lugar sentado onde pudessem ouvir as histórias e opiniões que o professor universitário, político e historiador tinha para partilhar. Os adeptos da mesma cor política do orador abanavam vigorosamente a cabeça em forma de reprovação quando o assunto tocava os partidos rivais, mas escondiam-se quando a crítica era aos seus próprios pares. Nessa altura, eram os outros acérrimos defensores de uma outra filiação política, que não a do orador,

Vocês também fazem as vossas músicas? J: Já comecei a trabalhar em músicas originais para produzir. Comecei a ver vários vídeos do youtube, como tocar piano, para produzir sons. P: Já produzimos duas introduções e um remix original. Já apresentei a proposta ao Lento e queremos a começar a produzir a sério. Gostávamos muito de trabalhar com um produtor que é o Mossy, um dos melhores DJ’s de House progressivo da Europa. Gostavam de passar mais que um estilo de música ou apenas o que estão a passar? P: Gostamos de passar o Electro, o House, e depois no final da noite, para os resistentes, gostamos de pôr o Dubstep e Drum&Bass, que rebenta qualquer um. Como foi a primeira vez? P: A primeira vez foi espetacular. Num bar em Abrantes, que é o Restaura 1640, organizámos uma festa como ‘STORMERS’, que foi no dia 15 de setembro. Chamava-se ‘Bye Bye Summer’. Fizemos um trabalho de publicidade e tivemos muita adesão do público. Vendia-se pulseiras para entrar, eram dois euros a pulseira, conseguimos vender 388 numa noite e foi uma das melhores experiências. Com que DJ é que cada um gostava de passar uma dia? Porquê? J: Hardwell, porque gosto das músicas dele e o tipo de som que ele passa. P: Skrillex, porque o Dubstep já existe há mais tempo, mas só agora é que se divulgou. O Skrillex é um homem capaz de ter a criatividade de trabalhar desde os The Doors ao Damien Marley e acho que tem uma oportunidade espetacular. J

a abanar entusiasticamente a cabeça. De facto, Pacheco Pereira tem esse dom, o de unir vários quadrantes políticos numa só oratória, muito graças à sua cultura de estudo, com que enfrenta livros e teorias sobre as ideologias políticas e sociais do nosso mundo. Lá fora, o Sr. Manuel continuava preocupado com a sua dúvida inicial. Porquê Liceu, se Abrantes não tem Liceu? Não terá sido essa a única dúvida de quem acorreu à praça, no dia 24 de maio, pois é um pouco complicado de se perceber onde acaba o historiador e professor Pacheco Pereira e onde começa o político, deixando isso alguns dos presentes confusos. Mesmo assim, terão saído com a certeza, para alguns reforçada, de que é sempre bom aderir aos pequenos manifestos antitédio que se vão organizando nesta cidade, por vezes esquecida do centralismo Lisboeta/ Litoral, de forma a fazer crescer os pequenos aglomerados culturais que se vão encontrando cada vez em maior número. Se em Abrantes se vive e respira cultura, por que não começar a alimentar-se também disso?

FICHA TÉCNICA | DIRETORA: Hália Costa Santos DIRETORA ADJUNTA: Raquel Botelho REVISÃO: Sandra Barata REDATORES: Alexandra Silva, Ana Rita Bibi, Catarina Fernandes, Daniela Barreto, Débora Dias, Fernando André Silva, Filipa Gonzaga, João Santos, Marta Rainho | PROJETO GRÁFICO: José Gregório Luís PAGINAÇÃO: João Pereira Tiragem: 15000 exemplares


REGIÃO 13

JULHO 2013

Rui Serrano deixa Abrantes para continuar pelo PS em Tomar Rui Serrano está de saída do concelho de Abrantes para integrar a lista à Câmara Municipal de Tomar, onde será o número dois da lista de Anabela Freitas, à Câmara Municipal, e de José Pereira, candidato a Presidente da Assembleia Municipal pelo Partido Socialista (PS). Segundo o comunicado enviado pelas concelhias do PS de Abrantes e de Tomar, a saída do atual vicepresidente da autarquia abrantina é justificada pela “criação de uma maior cooperação política entre os municípios integrantes do Médio Tejo”. Rui Serrano, de

40 anos, “por opção pessoal, irá continuar o exercício de funções públicas no concelho de Tomar, mantendo a colaboração com o Partido Socialista e integrando a equipa candidata ao município de Tomar”. Rui Serrano foi presidente do Núcleo do Médio Tejo da Ordem dos Arquitetos e é o atual vice-presidente da Câmara de Abrantes. Residente em Tomar, onde, entre outros projetos, foi responsável pelo da reconstrução da Casa Museu Lopes Graça e pelo projeto do centro de interpretação do Fórum Romano.

Menos IMI na Barquinha A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, na sua reunião ordinária do dia 12 de junho, deliberou propor a diminuição do valor da Taxa de IMI, de 0,35% para 0,32%. A fundamentação para esta decisão assenta num conjunto de pressupostos; por um lado, o cumprimento das regras de endividamento líquido por parte da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e do controlo rigoroso das despesas correntes; por outro, o reconhecimento da situação de total asfixia fiscal a que os contribuintes têm sido sujeitos por parte da Administração Central. A autarquia considera que

seria justo repartir pelos munícipes os benefícios que advêm do alargamento da base tributária, em termos de imóveis, bem como da poupança corrente resultante da sua gestão. Na mesma reunião, a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha deliberou, por unanimidade, proceder ao pagamento dos subsídios de férias em conjunto com a remuneração mensal do mês de junho. A decisão surge em conformidade com um parecer jurídico da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT).

Projetos para Arca de Água

Qualidade de Ouro em Vila de Rei

Fernandaires e Pego das Cancelas, no concelho de Vila de Rei, são duas das 20 praias interiores que este ano foram identificadas, pela Quercus, numa lista de 3335 praias com Qualidade de Ouro. Esta distinção é relativa às zonas balneares do país com melhores resultados em termos

de qualidade da água, comprovados ao longo de cinco anos. Paulo César, vereador do pelouro do Turismo da autarquia de Vila de Rei, adianta que a distinção “vem atestar a enorme qualidade das zonas balneares do nosso concelho”.

A Quinta de Arca de Água, que outrora foi Convento e que foi comprada pelo anterior executivo municipal para ser parque urbano, afinal vai ser um espaço diferente, mas igualmente ao serviço dos munícipes. Os terrenos, que em tempos foram alagados, têm características boas para a agricultura (e por isso foi neles que surgiram as hortas municipais) e mantêm espécies autóctones de árvores e flores. Porque “não faz sentido ter mais um parque urbano”, a Quinta de Arca de Água, na Chainça, vai ser transfor-

mada numa quinta pedagógica com animais domésticos, charca destinada à pesca de carpas e percursos para caminhadas. Maria do Céu Albuquerque, presidente da autarquia, explica que também é intenção da Câmara recuperar o Convento que lá existe. Trata-se de um “projeto que não é muito ambicioso, que se faz com pequenos investimentos”. Mas a autarca garante: “Sabemos que podemos ter um retorno imenso, porque a Câmara sente que vai conseguir contribuir para a realização de um conjunto de pessoas.”

Autarquia de Mação preocupada com as estradas nacionais

O vice-presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, esteve reunido com o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Silva Monteiro, para analisar algumas questões pendentes relativas a estradas nacionais do concelho. Vasco Estrela explicou à Antena Livre que as estradas nacionais continuam sob a responsabilidade da autarquia e que, segundo a legislação em vigor, é o Estado que deve assumir a responsabilidade das mesmas. Em cima da mesa estão as situações da EN 3-12, EN 244 e EN 241-1, da jurisdição das Estradas de Portugal, que, apesar de estarem classificadas como estradas nacionais no PRN 2000, não são, como deveriam ser, assumidas pelo Estado Por-

tuguês. Segundo o vice-presidente, o estado físico das estradas “é razoável”, apenas a EN 3- 12 que liga a autoestrada à sede de concelho “necessita dentro de pouco tempo de manutenção, pois já apresenta alguns problemas”. Face à reunião com o secretário de Estado, Vasco Estrela referiu que o “assunto ficou bem encaminhado” e que pode ser desta que a questão se resolva. Nesta reunião estiveram também presentes os Presidentes de Câmara de Ferreira do Zêzere e da Sertã, que apresentaram igualmente questões referentes aos respetivos Concelhos, nomeadamente a reabilitação da EN 238, que liga os dois municípios, e a ligação da A13 à sede de concelho (Ferreira do Zêzere).

Obras no Parque de Campismo Vão ser retomadas as obras da empreitada de construção do Centro de Acolhimento do Tejo, na margem sul do Aquapolis, em Rossio ao Sul do Tejo, prevendo-se que possam estar concluídas no prazo de quatro meses. A obra resultará na ampliação e reordenamento de todos os equipamentos

existentes no antigo Parque de Campismo. O objetivo é apoiar todas as actividades estruturadas em torno do rio Tejo, como o desporto, os tempos livres, a cultura, o conhecimento e o contacto com a natureza. O equipamento terá capacidade para cerca de 300 pessoas.

jornaldeabrantes


14 REGIÃO

JULHO 2013

Criatividade, juventude e arte são palavras que acompanharão Abrantes, na semana de 6 a 14 de julho, com o 180 Creative Camp. O evento é organizado pelo Canal 180, um canal inovador de cultura e criatividade, disponível na televisão por cabo, internet e mobile, e conta com a parceria da Câmara Municipal. O projeto, que em 2012 teve a sua primeira edição em Vila Nova de Cerveira, pretende juntar, pela segunda vez, um conjunto de 60 jovens criativos. Ao longo da semana, estarão presentes estudantes e vários profissionais conceituados, a nível nacional e internacional, com o objetivo da criação e desenvolvimento de trabalhos em diferentes vertentes artísticas. Cinema, vídeo, música, arquitetura, instalação e arte de rua serão os principais focos de interesse do evento. Durante o Camp, realizarse-ão pequenos cursos e pa-

lestras informais, com o objectivo de criar uma participação concreta com todos os intervenientes, bem como a aprendizagem e partilha de experiências nos vários temas abordados. Serão, também, criadas obras de arte surpreendentes e inovadoras, algumas delas permanentes, como cenários ou até mesmo a transformação de alguns locais. Várias atividades realizamse em diferentes espaços. Desde o castelo à antiga piscina municipal, passando pela Aldeia do Mato e margens do Rio Tejo, adquirindo assim, uma maior envolvência com toda a cidade. Sobre estas atividades, realizadas em locais exteriores definidos, Nuno Alves, diretor de programação do Canal 180, referiu ao JA, que vai haver “várias atividades de livre acesso à população, como concertos, showcases musicais, cinema ao ar livre e festas, algumas delas nas praças

creativecamp.canal180.pt

Abrantes, mais jovem e criativa

• O grafitter italiano Mr. THOMS é um dos participantes no Creative Camp centrais de Abrantes”. Presentes no evento estão confirmados alguns nomes como Becky & Joe, o cinematógrafo espanhol Enrique Pacheco, o projeto Akacorleone do ilustrador e designer Pedro Campiche, o realizador inglês Daniel Brereton, Dub Video Connection, Varas Verdes e Powa. A eles juntamse, Florentijn Hofman, o ar-

tista holandês que deu vida ao patinho de borracha gigante e outras esculturas de grande impacto em toda a sua dimensão. Entre outros artistas, está também, Madalena Martins, com objetos criativos através de produtos reciclados. Na arte urbana, marcam presença João Samina, com a técnica Stencil, e o grafit-

ter italiano Mr. THOMS. Na música, Luís Salgado, produtor, compositor e fundador do projeto Stereoboy e João Viera, membro dos X-Wife e conhecido como DJ Kitten, que apresentará o seu projeto “White Haus”. A participação neste Camp, destinado a todos a estudantes e profissionais de diversas áreas criativas, implica uma

inscrição, no valor de 150 euros. A mesma inclui alojamento, alimentação, a utilização de equipamentos e o livre acesso a todas as atividades decorrentes ao longo de toda a semana. A autarquia vai disponibilizar todo o espaço público necessário ao evento. Em entrevista ao JA de junho, a presidente, Maria do Céu Albuquerque, frisava a importância desta iniciativa: “Nós sentimos que temos a falta de um evento marcante. Não queríamos fazer mais um festival, queríamos ter algo que fosse diferenciador, e o Creative Camp corresponde excatamente ao que nós achávamos que devia de ser este momento marcante”. Será uma semana de verão onde se espera, dinamismo, irreverência, criatividade e um envolvimento ativo com a comunidade. Bárbara Gomes

TERESA APARÍCIO

Um anjo da guarda da nossa memória popular Há cerca de vinte anos que Teresa Aparício continua a trabalhar na recolha e divulgação da nossa memória colectiva. Tudo começou, diz, no jornal Nova Aliança, em 1992, quando passou a assinar a coluna “Pontes com História”, que esperam agora edição em livro. Fazia então parte da equipa que passou a dirigir aquele jornal e ali, explica, “comecei a habituar-me a escrever”. Nasceu em Abrantes. Fez aqui o curso comercial, na E.I.C.A., e depois o Magistério Primário em Leiria. Iniciouse aos dezanove anos como

jornaldeabrantes

professora primária no Carril, Carvalhal e Chainça e já a trabalhar tirou História em Lisboa. Veio para a Escola D. Miguel de Almeida e mais tarde ingressa na Escola Nuno Gonçalves, em Lisboa. Na Universidade Nova tira a parte curricular do mestrado em Sociologia, e centra-se na cultura popular. Por razões familiares volta a Abrantes, à Escola D. Miguel de Almeida, de onde viria a aposentar-se. A partir do Nova Aliança, tem mantido um trabalho continuado de recolha, preservação e divulgação da nossa cultura popular.

• Teresa Aparício Tanto na recolha e edição de poetas populares como no registo de tradições orais ou na documentação sobre

profissões em vias de extinção, Teresa Aparício tem já uma obra vasta e preciosa. É um dos membros funda-

dores do centro de Estudos de História Local de Abrantes e, sem dúvida, uma das colunas de sustentação da sua revista, Zahara. Aqui tem publicado grande número dos seus trabalho. No Jornal de Abrantes assina a secção “Lugares com História” que também estão em vias de edição e que, mais uma vez, pretendem dar a conhecer, porque é uma das formas de preservar e também porque é (também) para isso, para serem conhecidos, que é importante serem preservados os registos do tempo que nos trouxe até aqui.

Teresa Aparício é uma mulher discreta, mas que tem desenvolvido um trabalho cuja importância pode resumir-se nestas palavras simples: parte das fontes que ela registou, porque são fontes populares, já não existem, pois as pessoas que ela entrevistou e cujo depoimento registou já morreram. E como muito há ainda a precisar de ser salvo e de ser divulgado, continuamos a contar com o empenho da professora Teresa Aparício, como é conhecida. Alves Jana


REGIÃO 15

JULHO 2013

Dez espécies de borboletas tropicais podem ser vistas, desde o dia 5 de junho, num novo espaço: o Borboletário de Constância, em pleno coração do Parque Ambiental de Santa Margarida (PASM). Pretende-se que, após o desenvolvimento do seu ciclo natural, seja possível viverem naquele lugar mais algumas centenas de borboletas. O projeto surgiu por parte da Câmara Municipal de Constância que, ao longo dos 11 anos desde a abertura do PASM, tem vindo a apostar, ali, em diversos equipamentos. Pretende-se cumprir os seus principais objetivos, quer no âmbito turístico e de lazer, quer no âmbito pedagógico. Quem visita o espaço, com cerca de 200 metros quadrados, encontra, à entrada, uma sala introdutória, com

Bárbara Gonzalez Gomes

Borboletas tropicais em Constância

• Um novo espaço que recria um ecossistema informação sobre a vida das borboletas. Também ali se encontram telescópios, que permitem uma observação mais pormenorizada da sua biologia. Os visitantes contam com uma explicação contextualizada por parte do responsável, Tiago Lopes, que acompanha as visitas de forma ativa, esclarecendo as dúvidas e curiosidades de

ABRANTES

499€€9090 49

tema, onde até limoeiros e laranjeiras coabitam. Sobre as espécies de borboletas tropicais que ali se encontram, o responsável explicou que, ao contrário das que normalmente observamos, reproduzem-se durante todo o ano, são maiores, apresentam voos mais lentos e permitem uma maior aproximação e interação com o ser humano. O PASM conta anualmente com cerca 30 mil visitas. Desde a sua abertura, no passado mês, o Borboletário conta já com um número significativo de visitantes, tanto turistas como grupos de escolas. O espaço, que envolve pedagogia e lazer, pode ser visitado diariamente, entre 10h00 e as 17h30. Bárbara Gonzalez Gomes

Poder fazer tudo Mais barato

PORTA DE FOLE EM PVC Dim. 203x86cm; Esp. 1,2cm Cor: Nogueira ou Carvalho Também Disponível: Cor: Branco - 47,90 ; Unid. Ref. 60913748/ 46/ 47

quem visita o local. No espaço principal faz-se sentir o ambiente e clima tropicais, com uma temperatura a cerca de 26 graus e 70% de humidade. Sobre isto, Tiago Lopes salienta que “o espaço é muito mais que a simples borboleta”. Toda a sua complexidade está, em grande parte, nas plantas e na recriação de todo aquele ecossis-

277€€9595 27

PORTA INTERIOR Dim. 200x70cm; Cor: Mogno (Puxadores e Ferragens não Incluídos) Também Disponível: Dim.: 200x75cm - 29,95 Dim. 200X80cm – 29,95 Unid.; Ref. 60913176/ 74/ 75

“Mercados Ribeirinhos do Tejo” começam a 5 de julho

899€€9090 89

A TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, em parceria com os municípios de Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha, está a preparar três certames para dinamizar os antigos portos fluviais do Tejo, para os meses de julho e agosto. Mercados de produtos locais, workshops temáticos, degustação de iguarias, animação, cinema ao ar livre, dj e vj são algumas das atividades que compõem os festivais. Com o objetivo de valorizar a identidade cultural das comunidades que vivem em torno do Tejo, o rio e as suas potencialidades económicas e turísticas, dinamizando as zonas ribeirinhas, a organização realizará três eventos temáticos, no âmbito da estratégia de eficiência coletiva PROVERE – Mercados do Tejo, que di-

namiza a marca Viver o Tejo. Os antigos portos fluviais de Constância, Vila Nova da Barquinha e Abrantes serão os palcos de eleição nestes eventos que contarão com a envolvência dos vários atores locais, como as associações culturais, produtores, bandas filarmónicas, grupos etnográficos, entre outros. O primeiro dos três Mercados Ribeirinhos terá lugar na vila constanciense, entre 5 e 7 de julho. Ambiente, Ciência e Cultura são o mote deste certame da Vila Poema. Já o último fim de semana do mês, nos dias 26, 27 e 28 de julho, a margem de Vila Nova da Barquinha receberá o seu mercado em torno da temática das artes. A 30, 31 de agosto e 1 de setembro será a vez de Abrantes que encerrará as festividades deste ano sob o tema gastronomia.

DE 27 JUNHO A 14 JULHO

PORTA T INTERIOR MULTIUSOS Dim. 200x80cm; Cor: Branco Inclui: Puxador e Fechadura C/ Grelha Ventilação Abertura Esquerda ou Direita Unid.; Ref. 60913078/ 79

1999€€9090 199

ESCADA ESCAMOTEÁVEL GALVANIZADA Dim. 90x70cm Alt. Máx. 280cm Corrimão não Incluído Ref. 60913179

RUA DAS ESCOLAS | ALFERRAREDE | ABRANTES | TEL. 241 360 460 jornaldeabrantes


jornaldeabrantes


REGIÃO 17

JULHO 2013

Restaurantes premiados por iguarias e vinhos

VILA DE REI: CAMINHOS DE PAX

Um projecto para mudar o mundo Tudo começou por um encontro forçado, contrariado, com a aldeia de xisto da Água Formosa. Chegada ali, Paula Elias ficou duas horas à conversa com duas dos seis habitantes. “Tenho que me ir embora”, disse. “Mas não pode ir sem ver a casa que vai comprar”, retorquiu-lhe uma das mulheres. Era “uma casa que nunca compraria”, explica. Mas passado algum tempo estava a assinar a escritura. Entretanto, tinha-se encontrado com um livro, “Murmúrios de um tempo anunciado”, de Pedro Elias, aquele que viria a ser seu marido. “Deu-se um click. Eu andava à procura, tinha perspectivas fragmentadas. Então, senti-me tocada e juntaram-se as peças todas.” Percebeu qual era a sua missão: contribuir para mudar o mundo. Dito de uma forma ainda mais concreta: contribuir para um mundo sem dinheiro. Paula e Pedro lançaram então o projecto com base na Caminhos de Pax. Para “um Planeta, plenamente integrado em nós... amado e cui-

• Paula Elias dado... ” E que se apresenta em www.caminhosdepax.pt e no Facebook. O projecto passa pela reconstrução da referida casa, “que terá de ser feita de um modo novo”, de acordo com a filosofia do projecto. Que será um centro de acolhimento para quem procura esse mundo novo, e por isso terá um “núcleo de silêncio” onde as pessoas se poderão encontrar consigo mesmas. Pois “é a partir da mudança das pessoas, a partir de dentro, que se pode fazer uma mudança da civilização”. Entretanto, a Caminhos de Pax, que tem o estatuto de

empresa para ter personalidade jurídica, é também uma editora, que “começou pela publicação dos livros do Pedro” e se prepara para chegar a outros autores na mesma linha. Tem o projecto do “livro peregrino”, que chega já a países que vão do Brasil e Argentina ao México e Ucrânia. Assim se está a construir a “Rede Pax”, uma “rede de empreendedores de mudança”. O núcleo de tudo isto é o Projecto Anuea, de “descoberta do Ser mais profundo da pessoa, cuja essência é Amor”, como base de um novo modo de vida, de sociedade, de civilização. A co-

meçar pela aldeia da Água Formosa e pelo seu repovoamento como base de descoberta, investigação e experimentação desse mundo novo em construção. E depois Vila de Rei, que tem vocação de centro. Em rede com quantos no país e no mundo estão já a “fazer coisas” nesse sentido. Pois, diz a Paula Elias, que “há muita gente interessada em viver de modo diferente”. Será um projecto com potencial de repovoamento do interior por gente que deseja viver um novo estilo de vida? “Temos de esperar pelas cenas dos próximos capítulos.” Alves Jana

O R e s t a u r a n t e Va l e Manso foi distinguido com um dos diplomas de Ouro no Concurso de Iguarias e Vinhos do Tejo. Neste certame, que envolveu 34 participantes, desde a Península de Setúbal até ao limite norte do Ribatejo, Vale Manso recebeu ainda um dos dois diplomas “Revelação”. O restaurante Almourol, em Vila Nova da Barquinha, recebeu um dos diplomas de Prata, e ao Hotel Turismo foi atribuído um diploma de Participação. Em comunicado, o Restaurante Vale Manso sublinha o “envolvimento no espírito do concurso através de um casamento perfeito entre os pratos servidos e

os vinhos que os acompanham”, selecionados entre os muitos pertencentes à região demarcada do Vale do Tejo. Os pratos e vinhos distinguidos podem agora ser apreciados pelo público em geral. A proposta inclui, como entrada, Salada de Coelho Bravo servido com o vinho branco Vale das Donas. O prato principal é constituído por Costeletas de Borrego com Migas de Farinheira e Cogumelos Grelhados, acompanhadas com Templários, touriga nacional tinto. Para sobremesa, a proposta é Fatias de Tomar caseiras com calda de café e sorbet de limão, juntamente com um Quinta da Alorna colheita tardia.

ABRANTES

Proteção Florestal já começou Já está a ser executada pela GESTIVERDE, como Entidade Gestora da ZIF da Aldeia do Mato, uma ação de prevenção de incêndios florestais que engloba algumas parcelas de floresta de Aldeia do Mato, Rio de Moinhos e Martinchel. André Nunes, engenheiro na GESTIVERDE, explicou que esta a iniciativa surge por forma a evitar os grandes incêndios, como os que assolaram aquela zona em 2005, as intervenções são diversificadas e estão a decorrer em vários locais. O concelho de Abrantes foi dividido por várias estruturas de Defesa da Floresta Con-

tra Incêndios e o trabalho da GESTIVERDE incide em quatro: a rede primária, que corresponde à estrada nacional que liga Martinchel ao concelho de Sardoal; em todas as estradas municipais; em três estradões florestais, em volta dos aglomerados populacionais; e em algumas propriedades da área da ZIF. Os trabalhos de intervenção incidem em diversas ações, desde o controle de matos, correção de densidades, desramações e algumas podas. O trabalho de prevenção está a decorrer de forma faseada e com recurso a vários meios, sobretudo motomanuais. André Nunes referiu ao JA

que já está em operação uma equipa de cinco profissionais, que irá ser aumentada consoante o acréscimo de trabalho, uma vez que as atividades incidem numa área extensa, de cerca de 972 hectares. Já tiveram início algumas ações de sensibilização sobre o assunto, em colaboração com as juntas de freguesia envolvidas no processo. Outras ações estão previstas para acontecer durante as próximas semanas. Os residentes serão informados atempadamente pelos responsáveis da sua junta de freguesia. JMC

jornaldeabrantes


18 EDUCAÇÃO

JULHO 2013

Workshop de introdução à robótica

A equipa pedagógica estará disponível para divulgar o trabalho realizado na creche e jardim-de-infância. Entre várias atividades, destaca-se, por exemplo, o tra-

balho de ajardinamento desenvolvido com as próprias crianças. As inscrições para frequência deste estabelecimento de ensino já estão a decorrer.

Inscrições abertas para bolsas e curso de liderança de leds e botões, leitura de sensores, controlo de motores e, por último, princípios de navegação autónoma. O workshop é composto por uma sequência de exercícios, começando por exemplos e regras básicas de programação. Antes do final do workshop, é reservado tempo para estimular a criatividade dos participantes e desafiá-los a criar e a combinar os exemplos abordados ao longo do dia. São formadores deste curso André Almeida e Guilherme Martins. André Almeida soma uma extensa experiência em arquitetura de interatividade e criação tecnológica. Após sete anos de aprendizagem e crescimento no laboratório YLabs da YDreams, especializou-se em realidade aumentada, visão por computador e computação gráfica. Guilherme Martins é artista visual tendo-se

Empresa no setor da Distribuição de Produtos Alimentares com forte implementação no mercado nacional, representando marcas líderes de mercado, pretende recrutar profissionais na Área Comercial para fazer parte ao seu processo de expansão. Pretende-se Profissionais alinhados com a Visão e Valores da empresa, para prospeção, angariação e gestão da carteira de clientes. O que oferecemos: • Formação inicial e contínua • Remuneração compatível com o trabalho realizado e objetivos alcançados • Integração em empresa estável, equipa jovem, dinâmica e motivada • Equipamento necessário à realização da tarefa • Possibilidade de desenvolvimento profissional dentro da organização Requisitos: • M/F • Faixa Etária: 22 a 35 anos • Habilitações: 12º ano ou Licenciatura (Gestão, Marketing, Economia - preferencial) • Experiência 1 a 2 anos (preferencial) • Carta de Condução • Boa apresentação e excelente capacidade de comunicar/ criar empatia • Disponibilidade imediata • Flexibilização horária • Excelente capacidade de organização, planeamento, dinamismo, iniciativa e forte orientação para resultados Envio das Candidaturas/ C.V. para o endereço: raquelrosario@ramosepereira.pt

jornaldeabrantes

No dia 13 de julho, entre as 10h00 e as 11h30, a Creche e Jardim de Infância “Arco Íris” vão vamos estar abertos a toda a comunidade que queira visitar as instalações.

especializado na criação de vídeo para projeção em espetáculos. Foi também designer em diversas agências de renome internacional das quais se salientam Ogilvy Interactive e YDreams. Na sua procura incessante por novas formas de expressão artística, encontrou na robótica o que mais tarde viria a intitular de Robótica Criativa. O workshop decorre entre as 10h00 e as 19h00 e tem um custo de 45€+IVA (os menores de 18 anos têm desconto de 25 %. Caso o participante pretenda adquirir um kit Farrusco (135€), beneficia de um desconto de 50% no valor de inscrição. Serão entregues certificados de presença. As inscrições devem ser feitas até ao dia 4 de julho, no secretariado do curso de Licenciatura em Engenharia Mecânica, no Edifício Milho, 1º andar.

As inscrições para o IV Curso de Liderança, organizado pelo Rotary Club de Abrantes, em parceria com a Escola Prática de Cavalaria, estão abertas até ao dia 26 de julho. O curso decorre entre 5 e 10 de setembro e inclui um conjunto diversificado de atividades. Podem candidatar-se jovens de ambos os sexos, entre os 16 e os 22 anos, decorrendo depois um processo de seleção, que inclui um entrevista médica. O curso terá um custo de 90 euros para jovens não bolseiros do Rotary Club de Abrantes. Mais informações devem ser obtidas através do seguinte endereço de email: hlopes@mail.telepac.pt . Até ao início de setembro estão também abertas as candidaturas para bolsas de estudo promovidas pelo Rotary Club de Abrantes (para

DR

No dia 12 de julho, no Edifício Milho, da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), realiza-se um Workshop de Introdução à Robótica destinada ao público em geral, não pressupondo conhecimentos ou experiência prévia. Esta formação destina-se a iniciar jovens e adultos no mundo da computação física, eletrónica, e programação. Durante este workshop os participantes terão de “dar vida” a um robô chamado Farrusco, atribuindo-lhe comportamentos distintos, tais como navegar no espaço evitando obstáculos, seguir paredes, perseguir fontes luminosas e até definir estados de humor. Tudo será feito através de leds coloridos e altifalantes. Para garantir um bom aproveitamento por parte de todos os participantes serão disponibilizados vários robôs já montados. Este workshop é igualmente uma forma descontraída de iniciação à programação e à eletrónica, uma vez que serão abordados tópicos introdutórios. Entre eles encontram-se a entrada e saída de voltagem, controlo

Dia aberto no “Arco Íris”

• Atividade do Curso de Liderança de 2012 alunos de Abrantes, Constância, Sardoal, Mação e Gavião) e para as bolsas de estudo da Câmara Municipal de Abrantes. São critérios de seleção o mérito dos estudantes e os rendimentos

‘per capita’ dos agregados familiares. As candidaturas podem ser entregues, através de formulário próprio, na Farmácia Tavares, em Alferrarede, ou na empresa GJSilva.

CRIA tem um serviço de excelência O Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) foi distinguido com a Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade com o nível de excelência, denominado “EXCELLENCE in Social Services”. Foi neste sentido que, no passado dia 21 de junho, a equipa diretiva da instituição promoveu uma cerimónia solene de apresentação da certificação, bem como um momento que se destinou a homenagear todos os sócios Honorários e sócios Beneméritos com um diploma de agradecimento pelo apoio que têm prestado ao CRIA. Vânia Grácio, diretora executiva do CRIA, explicou ao JA a atribuição europeia, referindo como decorreu o processo da Certificação “EQUASS EXCELLENCE”: “Nós tivemos a sorte de sermos

• “Os utentes são o centro de tudo” contemplados com o programa Arquimedes apoiado através do POPH, programa de financiamento europeu, e esse programa deu-nos financiamento para obtermos a certificação de excelência.” A diretora executiva realçou que a equipa técnica da instituição já tinha consciência que promovia um trabalho de qualidade, mas até chegar à excelência foi necessário fazer algumas reformulações: “Tivemos um apoio

de uma consultoria especializada para todo o processo e com esse apoio começámos com um sistema de gestão de grande qualidade de acordo com alguns requisitos. Mudámos a cultura organizacional da instituição, começámos a dar importância a certas coisas e atingir certos objetivos – dando especial a atenção a palavras como ‘excelência’, ‘ambição’, ‘inovação’, etc”. Para Vânia Grácio, a certifi-

cação de qualidade trouxe “uma cultura organizacional mais partilhada ao nível dos colaboradores, utentes e parceiros. Há uma dinâmica diferente, crescemos e desenvolvemo-nos com esta certificação”. Vânia Grácio explicou ainda que os utentes com necessidades especais estiveram no centro de todo o trabalho e foi graças a eles que o CRIA foi premiado.“Os utentes são o centro de tudo, todo o nosso trabalho incide para a satisfação deles, face às expetativas e necessidades dos mesmos. Explicamos-lhes todo este processo, através de uma equipa técnica excelente, através de desenhos, linguagem simples. Hoje, eles têm a consciência que são a razão de ser do CRIA.” JMC


HISTÓRIA 19

JULHO 2013

LUGARES COM HISTÓRIA

A Igreja de Santa Maria do Castelo É um dos templos mais antigos de Abrantes, rivalizando com a igreja de S. Vicente, no que concerne à primazia da sua entrada no tempo histórico, não se chegando, até à data, a qualquer conclusão. Há quem defenda que data da altura da Reconquista pois os reis costumavam construir uma igreja junto ou no interior das fortalezas, marcando assim aquele território matricial com os símbolos cristãos, mas, no que diz respeito a Abrantes, tanto os documentos escritos como a arqueologia continuam, até agora, mudos a esse respeito. Uns alegam que foi construída sobre uma antiga mesquita, outros aventam que já teria existido no local um templo romano, mas, além de uma estátua representando uma figura feminina acéfala (a cabeça nunca foi encontrada), em tamanho menor que o natural, encontrada por baixo da capelamor, nenhum outro vestígio foi encontrado. Por escavações feitas ainda não há muito anos, sabe-se que, na primeira metade do século XIII, já existia ali uma igreja, embora a referência mais remota conhecida em documentação escrita, seja a que aparece referenciada no Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia nos reinos de Portugal e Algarves pelos anos de 1320/21” de Fortunato de

do prestígio dos Almeidas, depois foi entrando em decadência. A paróquia foi extinta em 1834 e anexada à igreja de S. Vicente. No século XIX, quando esteve sob o domínio de uma unidade militar então sitiada no Castelo, chegou a servir de depósito de munições. Em 1871, a Câmara de então solicitou ao governo que, após pequenas reparações, fosse entregue a um eclesiástico, para que ele voltasse a celebrar ali missa e zelasse pela sua conservação. Em 1910, foi classificada como monumento nacional e em 1921 foi transformada em museu regional, em grande parte devido ao interesse e influência de Diogo Oleiro. Almeida. É um pequeno templo com uma única nave e capela-mor, ambas de forma rectangular e com cobertura de madeira. A porta principal e uma lateral são em estilo gótico. A sua configuração actual resulta de uma reconstrução feita em meados do século XV, por D. Diogo de Almeida, na altura alcaide-mor do castelo e que também a transformou no panteão dos Almeidas. Está sepultado num túmulo parietal, no lado direito, quando nos encontramos virados para a capela-mor, em estilo gótico flamejante, notando-se nele influências

marcantes da capela do Fundador, no Mosteiro da Batalha. Em frente deste, do lado esquerdo, está o túmulo de seu filho, D. Lopo de Almeida, o primeiro conde de Abrantes. Revela semelhanças acentuadas com o do pai e no seu longo epitáfio aparece referido o ano da sua morte -1486. O segundo do lado direito é o túmulo de D. João de Almeida, 2º conde de Abrantes. É do início do século XVI, pelo que na decoração já apresenta toques do estilo manuelino e faz lembrar o portal da igreja de S. João Batista de Tomar. Do lado esquerdo, encon-

tram-se outros dois túmulos parietais, da segunda metade do século XVI. A cantaria já é clássica, de linhas sóbrias, próprias do Renascimento e reproduzem os modelos maneiristas do panteão real da capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos. Além do panteão dos Almeidas, podemos encontrar nesta igreja muitos outros motivos de interesse, sendo um deles a própria imagem de Santa Maria do Castelo. Atribuem-na ao último quartel do século XV e, muito possivelmente, foi trazida para ali por algum membro família dos Almeidas, para guardiã

dos seus túmulos. Também é digna de nota uma bela colecção de azulejos hispano-árabes, encomendados em 1503 a uma oficina de Sevilha, pelo bispo D. Jorge de Almeida, para decoração do que já era o panteão da sua família. É constituída por dezasseis variedades distintas, com motivos geométricos, como é próprio do estilo árabe e forram quase por completo a capela-mor, excepto o sítio onde estaria o antigo retábulo. O período áureo desta igreja decorreu, como se viu, nos séculos XV e XVI, altura em que foi um dos símbolos

Bibliografia CANDEIAS SILVA, Joaquim, Abrantes – a vila e o seu termo no tempo dos Filipes, edições Colibri, 2000 CARDOSO, Ana Paredes, O azulejo hispano - mourisco em Abrantes, revista Zahara nº 7, Junho de 2006 MORATO, Manuel António e MOTA, João da Fonseca, Memória histórica da notável vila de Abrantes, com notas de Eduardo Campos, edição da C. M. de Abrantes, 2002 Teresa Aparício

V Antevisão do MIAA sob a temática da guerra Está patente até ao dia 31 de outubro, na Igreja de Santa Maria do Castelo, mais uma Antevisão do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrante (MIAA), desta vez a V, uma exposição sob a temática da “guerra”. Em mostra estão várias peças antigas, desde capacetes, armaduras, canhões de mão e outras peças do acervo do MIAA, de várias regiões e represen-

tando 2500 anos de História. “Nós escolhemos o armamento defensivo e ofensivo para esta antevisão. Ali podemos ver grande parte do acervo da coleção ESTRADA e da Câmara Municipal. Podemos visualizar um projétil o mais antigo da região, canhões de sinalização, fragmentos de balas, muitos capacetes, armaduras, couraças entre outras peças imponen-

tes e bastante interessantes a conhecer”, explica Isilda Jana, coordenadora do projeto. Devido ao facto da temática da exposição ser a “guerra”, as obras do escultor Charters de Almeida e de Maria Lucília Moita não constam nesta antevisão. As visitas guiadas à exposição vão realizar-se, em princípio, a partir do próximo mês de setembro. Isilda Jana adi-

anta que as visitas não são para já devido às obras que estão a decorrer na Igreja de Santa Maria do Castelo.

Horários: A visitar de 3ª a 6ª, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. Sábados, Domingos e feriados das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.

jornaldeabrantes


jornaldeabrantes


DIVULGAÇÃO 21

JULHO 2013

ARQUEOLOGIA NA REGIÃO

ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Intervenção Arqueológica no Castelo de Abrantes

Qualidade da água das piscinas

Os trabalhos arqueológicos que agora decorrem no Castelo de Abrantes tiveram o seu início no mês de Junho e prolongar-se-ão até finais do mês de Julho. Estes trabalhos estão enquadrados na Direcção Geral do Património Cultural pelo Plano Nacional de Trabalhos Arqueológicos, cujo acrónimo é CASTAB. Neles participam ativamente um elemento da secção de Arqueologia do Município, elementos do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte e, em parceria, elementos do Centro de Pré-História do Instituto Politécnico de Tomar e do Instituto da Terra e Memória. Este projeto arqueológico no morro do Castelo pretende esclarecer um conjunto de cinco problemáticas relacionadas com a história de Abrantes: Problemática 1: existe uma forte possibilidade da existência de um povoado de grandes dimensões da Idade do Bronze Final no morro do Castelo, em função da existência de alguns elementos, como cerâmica de tra-

tamento brunido, de pingos de fundição e de argila de pisos e paredes de cabana, achados nos anos 80. Problemática 2: ainda é desconhecida a transição entre o Bronze Final e a Primeira Idade do Ferro nesta região, nomeadamente a dinâmica dos contactos diretos e/ou indiretos com os Fenícios que navegaram pelo Tejo até Santarém. A ocupação humana do morro do Castelo de Abrantes pode dar uma contribuição fundamental nesse sentido. Pretende-se, também, averiguar se o morro do Castelo continuou a ser ocupado depois da conquista e em que moldes se processou a romanização ou se, pelo contrário, toda esta área foi abandonada tendo-se transferido a população para zonas mais baixas, tendo ficado apenas no morro um templo. Problemática 3: desconhece-se a transição entre a Idade do Ferro e a época romana. Alguns achados deste último período foram feitos: moedas dos séculos I e III d.C., uma estátua de uma divindade do século II d. C.

e duas árulas na zona da igreja de Santa Maria. Pretende-se, assim, averiguar se o morro do Castelo continuou a ser ocupado depois da conquista e em que moldes se processou a romanização ou se, pelo contrário, toda esta área foi abandonada tendo-se transferido a população para zonas mais baixas, tendo ficado apenas no morro um templo. Problemática 4: alguns historiadores têm argumentado que, aquando da incorporação de Abrantes no reino de Portugal, esta região era desabitada, dado não ser referida nas crónicas do século XII uma conquista específica deste local e por o foral de 1179 se basear no de Évora, o qual era concedido a povoações sem qualquer organização comunitária prévia. No entanto, o achamento de alguns fragmentos cerâmicos dos séculos IX-XI, com bandas pintadas, indica uma presença islâmica neste local. Problemática 5: desconhece-se se o atual perímetro do castelo (o qual é datável pelo menos dos séculos

XV/XVI) era o mesmo do século XII, quando surgem as primeiras referências documentais à existência de um castelo em Abrantes. Além disso, quer a implantação da igreja paroquial de Santa Maria em 1215 no interior do castelo, quer algumas referências documentais a casas neste espaço, sugerem que teria havido nesta zona um núcleo habitacional. Finalmente, embora haja referência documental no século XV a obras de construção de um palácio na zona norte do castelo, nada se sabe sobre quando elas tiveram de facto lugar e a sua real extensão. Estes trabalhos arqueológicos prolongar-se-ão por quatro anos e pretendem ser a continuação da investigação da rica história deste monumento no município de Abrantes.

Gustavo Portocarrero Davide Delfino Filomena Gaspar Álvaro Batista Ana Cruz Ana Graça

TODOS somos responsáveis Verão lembra diversão, sol e água. As piscinas ao ar livre são local de eleição para crianças, jovens, adultos e seniores. Os microrganismos patogénicos, possíveis responsáveis por doenças, não vão para a água sozinhos, alguém os transporta. “Esse alguém” somos todos nós! A entidade exploradora das piscinas é responsável por assegurar a qualidade da água, realizando muitos procedimentos que envolvem muitos custos. Os serviços de saúde pública (com profissionais nas sedes dos Centros de Saúde dos vários Concelhos) fazem a vigilância das ações desenvolvidas por essas entidades onde se incluem análises de água com periodicidade mensal. O que podemos fazer para não contaminar a água: Utilizar chinelos limpos no recinto; Vestir calções curtos, (não usar boxers e calções de banho compridos); Passar pelo lava-pés e chuveiro antes de entrar na piscina, para não transportar para a água: terra, erva, relva, etc; Passar pelo chuveiro depois da utilização da piscina; Limpar-se bem e lavar as mãos quando vai à casa de banho;

Não entrar na água se estiver mal disposto, constipado ou com feridas; Não entrar na água enquanto está a fazer a digestão; Retirar os cosméticos e cremes/loções aplicados, antes de entrar na piscina porque formará uma película superficial difícil de remover; Estar sempre atento às crianças; Não fazer xixi na água; Não utilizar objetos de adorno (fios, brincos, pulseiras, relógios, anéis, etc.); Acatar e respeitar todas as recomendações e indicações prestadas pelos funcionários e técnicos da piscina; Os balneários e cais na piscina deverão ser corretamente usados de forma a manter o perfeito estado de arrumação, higiene e asseio. Informar os Funcionários e Técnicos sempre que se verifiquem situações anormais. Se cumprir as recomendações = Menos produtos químicos = Mais Saúde Não se incluem neste artigo as recomendações relativas à exposição solar que também têm de ser tidas em conta e cujas informações estão disponíveis no site www.dgs.pt

Sandrina Pereira

Técnica de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública do ACES Médio Tejo

jornaldeabrantes


22 CULTURA

JULHO 2013

COORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

AGENDA DO MÊS

8ª Gala da Cultura & Desporto

Os tramagalenses que mais se evidenciaram A 8ª Gala da Cultura & Desporto da Freguesia de Tramagal, organizada pela Junta de Freguesia da Vila, que acontece de quatro em quatro anos, realizou-se no passado dia 22 de junho. A Sociedade Artística Tramagalense recebeu um total de 22 galardoados numa noite que se revelou cheia de emoção e surpresas. Assim, na área do Associativismo foram galardoados a Sociedade Artística Tramagalense; Atilio Picão e Ana Margarida. Na área Carreira, o Galardão foi entregue a Jacinto Diogo. Na Ação Social, foram galardoadas a Associação Vidas Cruzadas e a ARTRAM/UTIT. Nas Artes e Letras Patrícia Fonseca e a SUC, sendo que nas Artes Plásti-

cas o galardão foi entregue a Jorge Pereira. A Área Desportiva foi a mais galardoada da noite, subindo ao palco, para receber galardões, Susana Estriga, Octávio Vicente, Ana Alarico, CNB1, Silvestre Alarico, Equipa de Juniores do TSU e Escolinhas TSU. Na Educação foi entregue o Galardão a Ana Alarico e na área dos Eventos os galardoados foram o Projeto Viver a Música e o Encontro Nacional de Dadores de Sangue. O Centro Agrícola de Tramagal recebeu o Galardão na categoria Inovação e Empreendedorismo e a empresa Quidgest, de João Paulo Carvalho, recebeu o Galardão Prestigio. Jorge Rosa levou para casa o galardão Especial. Perto do final, Vitor Hugo

Cardoso, da organização, subiu ao palco para dizer que “é um orgulho para a freguesia de Tramagal poder realizar este evento e contar com tramagalenses que tanto se evidenciam nas mais diversas áreas”. A 8ª Gala da Cultura e Desporto de Tramagal, foi apresentada de forma descontraída e muito animada, por Patrícia Matos, da TVI, Paulo Delgado e Miguel Pequeno, da Antena Livre, e contou com as participações musicais dos CRU e de Carina Oliveira e Ana Filipa Rosado, acompanhadas ao piano por Fernando Barralé, Tozé Santos na Percussão e André Rodrigues na bateria.

A Galeria do Parque, no Edifício dos os Paços do Concelho, acolhe a exposição “Trabalhos na margem do rio”, que conta onta com trabalhos de cerca de 15 alunos unos finalistas da Licenciatura em Artes Pláslásticas, Pintura e Intermédia, do Instituto uto Politécnico de Tomar. Esta mostra, patente até ao dia 1 de setembro, preetende dar a conhecer o trabalho reaalizado pelos alunos em contexto es-colar, mas também um conjunto de propostas artísticas criadas fora do ambiente académico. Em “Trabalhos na margem do rio” coabitam obras em meios de expressão tradicionais como o desenho e a escultura, bem como demonstrações singulares de fotografia, livros de artista, vídeos e instalações, que compõem a paisagem artística contemporânea. A Galeria do Parque está aberta à quarta, quinta e sexta-feira, das 11h às 13h e das 14h às 18, e ao sábado e domingo, das 14h às 19h.

Até 4 de julho – Exposição “Ribatejo – O Outro Lado da Cor”, fotografia pelos fotógrafos do Ribatejo – Biblioteca Municipal António Botto Até 26 de julho – Exposição “Da mãe”, de Miguel Simão – Galeria Municipal de Arte Até 31 de julho – Exposição “Um olhar atravessando o Atlântico”, de Mariano Piçarra – Espaço Sr. Chiado Até 31 de outubro – Exposição “2500 anos de Armas e Conflito”, V Antevisão do MIAA – Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes Até dezembro de 2013 – Exposição “30 anos de Arquivo em Abrantes” - Arquivo Municipal Eduardo Campos 6 a 14 de julho – 180 Creative Camp – vários locais da cidade

Constância 5, 6 e 7 de julho – Mercados ribeirinhos, “Ambiente, Ciência e Cultura” – venda de produtos locais, workshops temáticos, animação, cinema ao ar livre

Mação 5, 6 e 7 de Junho – XX Feira Mostra – Concertos, Feira do Livro, Atividades desportivas 7 de julho – Marchas Populares – Recinto da Feira Mostra, 18h 21 de julho - Feira de Artesanato – Largo dos Bombeiros

Sardoal

Filarmónica de Sardoal festeja aniversário

Finalistas de Artes Plásticas expõem na Barquinha

Abrantes

A Filarmónica União Sardoalense (FUS) comemora 151 anos de existência e pretende assinalar a data com uma programação variada, que não é feita apenas de música. A partir de 13 de junho e até 31 de agosto, o Centro Cultural Gil Vicente acolhe a exposição documental “Passado, Presente e futuro”. No mesmo dia em que a exposição é inaugurada haverá um desfile de Marchas, pelas 16h. No dia 3 de agosto, data do aniversário da FUS, depois de uma homenagem aos músicos falecidos, terá lugar um almoço convívio e, pelas 16h, a FUS dará um concerto no auditório do Centro Cultural. Este concerto terá entrada gratuita, estando sujeito ao levantamento de bilhetes. A encerrar as comemorações, a 31 de agosto, serão realizados concertos de música de camara também no Centro Cultural, seguindo-se uma cerimónia e Porto de Honra.

Até 6 de julho – Exposição “O vento vai escrever”, pintura de Laurinda Oliveira e Susana Rosa – Centro Cultural Gil Vicente, terça a sexta-feira das 16h às 18h e sábados das 15h às 18h 13 de julho a 31 de agosto – Exposição “FUS – Passado, Presente e Futuro” Comemoração dos 150 anos da Filarmónica União Sardoalense – Centro Cultural Gil Vicente – terça a sexta-feira das 16h às 18h, sábados das 15h às 18h 13 de julho – Cinema “Os Croods” – Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h30

Vila de Rei Até 18 de julho – Exposição “A Família”, desenhos elaborados pelas crianças do Jardim de Infância – Museu Municipal 14 de julho - II Feira de usados e artigos em 2ª mão – Jardim Nossa Senhora da Guia, 10h às 19h 27 de julho a 4 de agosto – XXIV Feira de Enchidos, Queijo e Mel – Animação, Feira, Gastronomia, atividades desportivas Vila Nova da Barquinha Até 27 de julho – Exposição “Photografia Alves – 100 anos” – Escola Ciência Viva Até 1 de Setembro – Exposição “Trabalhos na margem do rio”, pelos alunos da licenciatura em Artes Plásticas, Pintura e Intermédia do IPT – Galeria do Parque, Quinta a Sexta-feira das 11h às 13 e das 14h às 18h, sábados e domingos das 14h às 19h Até 20 de setembro – “Ofícios de Vila Nova da Barquinha”, exposição de pintura de Domingos Simões e de fotografia de Pérsio Basso – Centro Cultural Até 31 de dezembro – Exposição “Dimensões do Passado – Homenagem a José da Silva Gomes” – Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30 6 de julho – Palestra “S. Caetano, Golegã: Um projeto de divulgação da evolução da vida e do homem”, com Silvério Figueiredo, Fernando Coimbra e Arlinda Fortes – Centro Cultural, 17h 26, 27 e 28 de julho - Mercados ribeirinhos, “Ambiente, Ciência e Cultura” – venda de produtos locais, workshops temáticos, animação, cinema ao ar livre

Maria Lucília Moita recordada pelo filho em exposição de fotografia e pintura Até ao dia 26 de julho, a Galeria Municipal de Arte tem patente uma exposição que mistura fotografia e pintura. “Da mãe”, da autoria de Miguel Simão, é uma homenagem à sua mãe, a pintora contemporânea, Maria Lucília Moita (1928-2011). No catálogo da exposição, o autor fala da sua progenitora como sendo “uma

jornaldeabrantes

mulher sábia, com a sua silhueta negra a destacar-se no branco das Carreiras, onde tantas vezes ia pintar”. Da casa da pintora, refere: “A salinha, esse espaço seu, aberto a sul e a poente. Era onde voltava sempre ao cair do dia, para se deixar envolver por uma luz de fim de tarde”. Do mar, a pintora tinha “fome e sede”, era um local de

quietude e imensidão. O autor nasceu em Lisboa, em 1959, e atualmente vive em Abrantes. Desde os tempos do liceu que Miguel Simão mostrou interesse pela fotografia. Em abril de 1982, a revista “Nova Imagem” dedicou-lhe seis páginas com fotografias e um artigo do crítico João Lopes, intitulado “Elogio do Fragmento”. Desde

1992 até aos dias hoje expõe com regularidade em várias galerias do país. A Galeria está aberta de terça a sábado, da 10 às 12h30 e das 14 às 18h30. “É um tempo para aprendermos a escutar, a reencontrá-la de um outro modo”, assim escreveu o autor da exposição.


PUBLICIDADE 23

JULHO 2013

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

CARTÓRIO NOTARIAL DA AMADORA Notária: Ana Isabel Tomé CERTIFICA, para efeitos de publicação, nos termos do Código do Notariado, que no dia dezanove de Junho de dois mil e treze, de folhas 92 a folhas 95v, do livro de notas para escrituras diversas número 73-A deste Cartório de Ana Isabel Fazeres dos Santos Tomé, na Amadora, foi lavrada uma escritura de Justificação Notarial, em que, MARIA JACINTA SILVÉRIO INÁCIO MARQUES e JOÃO MARIA MARQUES, casados residentes na Rua Heliodoro Salgado, n.º 5, 4.º esquerdo, freguesia de Venteira, concelho de Amadora; CLARISSE MARIA ROSALINA, viúva, residente na Rua Heliodoro Salgado, n.º 9-2.º direito, freguesia de Venteira, concelho de Amadora; JACINTA ROSALINA INÁCIO, casada, residente na Praceta Major Cabrita, n.º 7, 1.º esquerdo, freguesia da Venteira, concelho de Amadora; ADELINA ROSALINA INÁCIO JACOB, casada, residente na Rua Elias Garcia, n.º 261-2.º direito, freguesia da Venteira, concelho de Amadora; VIRGINIA MARIA ROSALINA INÁCIO DE ALMEIDA, casada, residente na Rua Virgílio Correia, n.º 13, 8.º direito, freguesia de São Domingos de Benfica, concelho de Lisboa; e ILÍDIO SILVÉRIO INÁCIO, divorciado, residente na Avenida Infante D. Henrique, n.º 14, 2.º esquerdo, freguesia de Agualva-Cacém, concelho de Sintra, enquanto únicos e universais herdeiros de José Inácio, com ultima residência habitual na Rua Heliodoro Salgado n.º 9, 2.º direito, freguesia de Venteira, concelho de Amadora, no estado de casado sob o regime da comunhão geral com Clarisse Maria Rosalina, vieram justificar por não possuir título, a aquisição por usucapião de sete oitavos dos seguintes imóveis, ambos sitos na freguesia de Martinchel, concelho de Abrantes, omissos na Conservatória do Registo Predial de Abrantes: - Prédio rústico, sito em Bico da Figueira, composto por cultura arvense e oliveiras, com área total de quatrocentos e quarenta metros quadrados, que confronta a norte e a poente com Manuel Maria Inácio, a sul com caminho e a nascente com Adelino Dias Luís, achando-se o prédio inscrito na matriz predial rústica sob o artigo duzentos e sete secção E, da freguesia de Martinchel, com o valor patrimonial tributário de quatro euros e vinte e um cêntimo e o valor patrimonial atribuído de três euros e sessenta e oito cêntimos; - Prédio rústico, sito em Samoucos, composto por pinhal, com área total de três mil cento e sessenta metros quadrados, que confronta a norte com Augusto Serigado Vicente e Alice Maria Domingues Antunes Barbosa, a sul com José Serigado e José Vitorio Freitas, a nascente com José Vitório de Freitas e a poente com Maria Gameiro Medroa Graça, achando-se o prédio inscrito na matriz predial rústica sob o artigo trinta e seis secção C, da freguesia de Martinchel, com o valor patrimonial tributário de dezanove euros e cinquenta e cinco cêntimos e atribuído de dezassete euros e onze cêntimos. Está conforme o original na parte transcrita. Amadora, aos dezanove de Junho de dois mil e treze. A Notária Ana Isabel Fazeres dos Santos Tomé (Jornal de Abrantes, edição 5509 de Julho de 2013)

ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) L ADSE ADMG L ADM MEDIS L MINISTÉRIO DA JUSTIÇA L PSP L PT-ACS L SAMS MULTICARE L CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS L ALLIANZ L MEDICASSUR MEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK L CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE L BOSCH L SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS L PEGOP HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00) PONTOS DE RECOLHA Sardoal L Mouriscas L Vila do Rei L Vale das Mós Gavião Chamusca L Longomel L Carregueira Montalvo L Stª Margarida L Pego L Belver L

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio; Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira REUMATOLOGIA Dr. Jorge Garcia NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

a rádio como você gosta

www.antenalivre.pt jornaldeabrantes


jornaldeabrantes


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.