Jornal de abrantes abril 2014 final

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ABRIL 2014 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5518 · ANO 114 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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jornal abrantes

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha

Sardoal e Mação vão ter água da Albufeira de Castelo de Bode

Pág. 4

SEMANA SANTA SARDOAL

FESTAS DE CONSTÂNCIA

40 ANOS DE ABRIL

O orgulho que Sardoal sente em cumprir a tradição pascal

Festas de Constância com cor, animação, desporto e tradição

Abrantes teve o seu 25 de Abril uma semana depois, mas com força

A celebração da Semana Santa assume-se como um importante património cultural e religioso de Sardoal. Mas muitas outras atividades atraem visitantes e sardoalenses que vivem longe. Págs. 11 a 14

Nª Senhora da Boa Viagem volta a cumprir a tradição em Constância, com a bênção dos barcos . Entre 19 e 21 de abril há propostas para todos os gostos e José Cid é cabeça de cartaz. Págs. 15 a 18

Quem estava em Abrantes em 1974 diz o mesmo: 25 de Abril, não houve, mas o 1º de Maio foi em força. As ruas encheram-se de gente. Os estudantes fizeram cartazes e distribuíram flores. Págs. 19 a 22

DESCOBERTAS DE NOVAS JAZIDAS

Há ouro em Vila de Rei!

REGIÃO Passagem de nível cortada em Tramagal O acesso aos campos de cultivo está interdito. Agricultores já manifestaram o seu protesto e desagrado pela situação e exigem a reabertura da passagem. Pág 26


2 ABERTURA FOTO DO MÊS

EDITORIAL

de

jornal abrantes

ABRIL 2014

FICHA TÉCNICA Diretora Hália Costa Santos (TE-865) halia.santos@lenacomunicacao.pt

Redação Joana Margarida Carvalho (CP.9319)

O Dia Mundial da Água foi assinalado em Abrantes, com a reabertura de dois fontanários que voltaram a servir a população e os visitantes do concelho. A cerimónia contou com reabertura de um fontanário em Matagosa, freguesia de Carvalhal, e um outro em Água das Casas, freguesia de Fontes. A Câmara Municipal de Abrantes tem prevista a reabertura de cerca de 30 fontanários espalhados pelo concelho e pelo menos um cada freguesia por forma “a dar as melhores condições a quem habita nas localidades e para receber bem quem visita o concelho”, referiu ao JA Manuel Valamatos, vereador e presidente dos SMA

joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

Mário Rui Fonseca (CP.4306) mario.fonseca@lenacomunicacao.pt

Colaboradores Alves Jana, André Lopes, Francisco Rocha e Paulo Delgado

Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

Secretariado Isabel Colaço

Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António Vieira

Impressão

INQUÉRITO

Qual o significado do 25 de Abril hoje em dia?

Grafedisport, S.A.

Contactos Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes @lenacomunicacao.pt

Daniela Gaspar

Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes

Maria Inês Bispo Vieira Seco

Rio de Moinhos

Abrantes

Souto

Acho que o 25 de Abril foi determinante para quem o vivenciou e com repercussões nos dias de hoje. É um marco da história de Portugal e uma referência na atualidade. Conquistou-se a liberdade de expressar a nossa opinião sobre qualquer assunto e isso é o mais importante.

Considero que a revolução dos cravos foi benéfica para Portugal. O nosso país mudou completamente e graças a isso hoje temos liberdade de expressão, mais cuidados de saúde e melhor educação. O 25 de Abril é uma data histórica para a democracia portuguesa. Desta forma, é comemorado como o Dia da Liberdade, sendo um dos feriados portugueses.

É uma data que muitos gostam de relembrar mas cujo significado temse vindo a perder. Talvez porque o povo tem receio de voltar a unir-se com medo de perder a pouca estabilidade que vai conseguindo. A meu ver o 25 de Abril está a tornar-se apenas uma memória para a maioria das pessoas. Contudo é esta memória da “luta” que foi feita pelos nossos avós para que as gerações futuras pudessem ter um futuro melhor.

GERÊNCIA Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis.

SUGESTÕES

Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves info@lenacomunicacao.pt

Sistemas Informação Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 505 500 094 Sócios com mais de 10% de capital Lena Comunicação SGPS, S.A.

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João Frade

Paulo Miranda Baptista Damasceno

IDADE? 46 RESIDÊNCIA? Abrantes PROFISSÃO? Engenheiro Eletrotécnico, sócio gerente da empresa J. Damasceno e Filhos Lda. UMA POVOAÇÃO? Abrantes UM CAFÉ? Aquapolis Cervejaria PRATO PREFERIDO? Cozido à Portuguesa UM RECANTO PARA DESCOBRIR? Cabeça Gorda (Albufeira do Castelo de Bode) UM DISCO? Moonspell (Sin) UM FILME? O Corvo UMA VIAGEM? Egipto para ver as pirâmides UMA FIGURA DA HISTÓRIA? De momento António de Oliveira Sa-

lazar, porque atualmente era o que necessitávamos, para pôr cobro aos gastos despesistas, excessivos e mordomias dos nossos governantes e acabar com os lóbis do poder instaurados no governo. UM MOMENTO MARCANTE? O nascimento do meu filho, pois é o que mais amo. UM PROVÉRBIO? “Tudo o que feito à medida é curto” - uma La Paliçada UM SONHO? Paz mundial UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO? Passar um belo dia de verão na Cabeça Gorda a apanhar sol e tomar umas banhocas no rio.

A sorte de ter uma vida Nas páginas desta edição, Jorge Lacão, um dos dois jovens estudantes que, na varanda da Câmara de Abrantes, falou ao povo abrantino na manifestação do 1º de Maio de 1974, diz que teve “a sorte geracional de ter podido participar” naqueles momentos. E esta expressão tem muito a ver com o sentimento que percorreu as gerações seguintes, aquelas que ouviam falar da crise estudantil e da revolução apenas como episódios da História. Também queriam ter tido essa “sorte”, mas nasceram tarde demais. Essas gerações seguintes – as crianças de Abril – viveram de uma outra forma porque alguém, antes, fez alguma coisa. Lembrando que os tempos são agora completamente diferentes, Jorge Lacão acrescenta que hoje o que é preciso é “muita lucidez, determinação e coragem” para resolver os novos problemas. Importa, sobretudo, identificar os verdadeiros problemas. Os imediatos são, infelizmente, fáceis de perceber. Mas a nossa preocupação deveria ir mais além, devíamos também pensar nos problemas de fundo que precisam de ser resolvidos agora para termos efeitos a médio e longo prazo. As crianças de Abril (na qual me incluo) tiveram, regra geral, uma vida que foi sempre em crescendo. Os avós melhoraram de vida, os pais conseguiram um pouco mais e elas chegaram a patamares com que muitas famílias nunca tinham sequer sonhado. Foi bom fazer parte de uma geração em que todos podiam ir à escola. Foi mesmo muito bom assistir à alegria dos avós, praticamente analfabetos, ver muitos de nós chegar ao ensino superior e ter sucesso profissional. As crianças de Abril fizeram quase tudo, incluindo o que não deviam. Porque podiam fazer opções, de vida, de trabalho, de amor… E de vícios e de exageros, também. Hoje, terão que encontrar outras formas de fazer opções. Já que não tiveram a “sorte” de participar na mudança de 74, têm agora, já maduros, a obrigação de ajudar as crianças e jovens que se seguem. Procure-se, pois, “a lucidez, a determinação e a coragem” que ajude a mudar o cenário que se segue. As crianças e jovens de agora têm que ter uma vida, não podem simplesmente sobreviver como fizeram quase todos os seus bisavós. A História não pode repetir-se. Importa, pois, pensar nos próximos 40 anos. Que cada um de nós pense no que pode fazer pelas gerações seguintes para além de responder às necessidades imediatas. Hália Costa Santos


ENTREVISTA 3

ABRIL 2014

JOSÉ MIGUEL TRIGO, TREINADOR DA SECÇÃO DE CANOAGEM DO CLUBE DESPORTIVO OS PATOS

“O principal objetivo é valorizar cada atleta individualmente” locações para provas, etc, que nem sempre são fáceis de contornar. São bastantes encargos que têm sido superados com muita imaginação, muito esforço e com uma gestão muito controlada. O apoio particular é uma área que temos de explorar mais pois não temos conseguido demonstrar o interesse que pode haver na associação a esta modalidade, com provas dadas e resultados conseguidos. Uma outra preocupação que reside é a escassez de espaço na estação de canoagem que começa a ser limitada para tantos atletas.

José Miguel Trigo é o treinador e um dos responsáveis pela secção de canoagem do Clube Desportivo os Patos, de Rossio ao Sul do Tejo. Está no clube desde o ano de 2008 e, desde então, tem assistido a um evoluir constante desta secção desportiva. Trabalha com canoístas de referência e tem sido um dos responsáveis pelo sucesso dos atletas e do próprio clube, levando a canoagem abrantina mais além.

Quando e como surgiu a secção de canoagem no clube? A canoagem abrantina tem uma história de cerca de 12 anos. Começou com o João Laia, canoísta desde jovem, que iniciou a secção no seio do clube. De início, a secção assumia uma vertente mais lúdica, de ocupação de tempos livres e apenas com a participação em torneios regionais. Depois, com o aumento de atletas e o surgimento de alguns resultados, começámos a crescer e a tornar a seção cada vez mais profissional. Como ingressou no clube? A minha ligação surgiu devido ao meu filho, António Trigo, que começou a praticar canoagem no ano de 2004. Inicialmente, e como esta modalidade necessita bastante do apoio dos pais, eu ia para ajudar. Depois, no ano de 2009, de uma forma formal, fiquei responsável pela secção. Nessa altura, tínhamos cerca de seis atletas, os treinos não eram tão regulares, as provas eram sobretudo regionais. Foi-se sentido, portanto, a necessidade de subir para um patamar superior. Começámos nas provas nacionais, com treinos constantes, com uma estrutura montada, com todos os equipamentos para realização dos treinos e provas e para a obtenção de bons resultados. Foi

Joana Margarida Carvalho

JOANA MARGARIDA CARVALHO

• José Miguel Trigo: “O apoio particular é uma área que temos de explorar mais” uma conquista gradual, para alcançarmos a estrutura de hoje. O que vai assinalar esta nova época desportiva? Quais vão ser os objetivos principais? O nosso objetivo primordial nunca foi trabalhar para os rankings nem para as qualificações porque o principal objetivo é valorizar cada atleta individualmente, maximizando as suas potencialidades. Temos atletas com mais dificuldades, outros com mais capacidades, mas todos são bem-vindos e reúnem a mesma atenção. Não é fácil definir objetivos, pois temos atletas a lutar para ir aos mundiais e europeus, outros para serem os melhores a nível nacional ou regional. Temos recebido várias inscrições para a nova época, tanto do sexo masculino como feminino, e é um facto que a taxa de desistência é muito residual. Isso deve-se a um trabalho de formação muito intenso, onde há depois um aprofundamento da técnica e de preparação física e competitiva. Ao longo dos anos, criámos um grupo muito inclusivo e com grandes amizades.

Os últimos Jogos Olímpicos foram determinantes para a projeção desta modalidade? Foram muito importantes. A canoagem foi responsável por metade dos pontos alcançados por Portugal, tendo sido a única modalidade medalhada. Para nós, não constituiu uma surpresa, foi o resultado de muitos anos de trabalho. A canoagem tem sido uma das modalidades que mais tem alcançado resultados de finalistas e de pódio e medalhas internacionais. Isto deve-se à aposta forte que a Federação Nacional tem dado nas competições e às seleções nacionais, com a contratação de um selecionador polaco, que tem promovido uma outra cultura de trabalho. A canoagem no país está muito bem. Hoje, um atleta que seja campeão nacional é um atleta de topo a nível internacional. A secção de canoagem tem sido responsável pela organização de uma prova do campeonato nacional. Como tem corrido? Temos tido a felicidade de sermos um dos escolhidos para organizar

a prova. É um momento de grande responsabilidade que envolve uma grande logística e muitos atletas, já chegámos a reunir cerca de 600. Para os canoístas do clube é sempre um bom momento, pois é um plano de água que eles conhecem, onde têm o apoio de família e amigos e onde estão a fazer “em casa” o que mais gostam. Esta prova nacional tem sido, também, uma forma de divulgar o nosso trabalho, as nossas condições e a canoagem abrantina a nível nacional, numa zona do país onde a modalidade não estava muito divulgada. Quais são os apoios atribuídos à secção de canoagem? Recebemos através da CM de Abrantes um apoio integrado no FinaAbrantes que, no último ano, representou 40% da receita. Depois, ainda temos um apoio direto que nos chega através do pagamento de cotas dos próprios atletas. São apoios muito importantes mas, há constrangimentos próprios inerentes à modalidade, como a compra de embarcações, equipamentos, des-

Francisca Laia e António Trigo, canoístas d’ Os Patos, integraram a Seleção Nacional e já conquistaram inúmeros resultados e vitórias. Qual é o segredo para tantas conquistas? O segredo é o empenho e a dedicação que eles depositam no que fazem. Ambos tiveram resultados excelentes e penso que ainda vão ser melhores no futuro. Tanto um como o outro têm capacidade para representar o país nos Jogos Olímpicos. Destaque alguns momentos marcantes que vivenciou com estes dois atletas… Já houve muitos momentos especiais. Com a Francisca, enquanto júnior, destaco a primeira medalha europeia na Croácia nos 200 metros. Ela era encarada como uma atleta “desconhecida” e ninguém lhe dava ainda o devido crédito e nem mesmo, penso eu, no seio da Federação acreditavam na conquista. Foi um resultado marcante para ela, para o clube, para todos, foi fruto de muito trabalho. Quando ninguém acreditava, ela conseguiu. Com o António realço o mundial de juniores no Canadá onde ele alcançou o sétimo lugar a nível mundial. Penso que também ninguém estava à espera e foi muito bom!

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4 DESTAQUE

ABRIL 2014

Sardoal e Mação vão ter água a partir da Albufeira de Castelo do Bode

“O objetivo é abastecer os dois concelhos a partir de um ponto comum, no caso, a Albufeira de Castelo do Bode, a partir da Estação de Captação de Cabeça Gorda, em Abrantes, sendo que Mação ainda vai ter mais dois pontos de abastecimento, a partir do Brejo e das Corgas”, explica Amável Santos. Este administrador delegado da Águas do Centro lembra que estes municípios, que têm um contrato de concessão com a empresa até 2031, são neste momento abastecidos de forma diferente: no caso do Sardoal, pela Barragem da Lapa, e, no caso de Mação, por diversas origens, nomeadamente por furos subterrâneos. O projeto global, em fase final de concurso público, “vai implicar um investimento na ordem dos 10 milhões de

Paulo Sousa

A empresa Águas do Centro vai investir 10 milhões de euros nos sistemas de abastecimento de água para Mação e Sardoal, concelhos que serão abastecidos a partir de 2015 pela Albufeira de Castelo do Bode.

• Barragem da Lapa, em Sardoal, vai ter outros fins que não o abastecimento de água para consumo euros, no abastecimento de água e tratamento de águas residuais, com a construção de cerca de 130 quilómetros de condutas, e construção ou remodelação de mais de 50 reservatórios, de maior ou menor dimensão”, fez notar aquele responsável. A este valor acresce a construção de duas Estações de Tratamento (ETAR), em Sardoal e Mação, “já adjudicadas

por 2,1 ME”, e ainda a construção de 12 pequenas ETAR, “ainda em processo de projeto”, num valor estimável “superior a 1 milhão de euros”, antecipou. Os trabalhos, com uma previsão de arranque para “maio ou junho” deste ano, vão prolongar-se por 12 meses, perspetivando aquele gestor um “prazo de vida de investimento para os próximos

50 anos”. A Barragem da Lapa do Sardoal, realçou ainda, “não tem capacidade suficiente de armazenamento de água para abastecer os dois concelhos”, pelo que a empresa optou por uma outra origem da captação de água para abastecimento a partir de um ponto comum. Para além do mais, na Barragem da Lapa, inaugurada

em 2002, foram detetadas anomalias na sua construção, com uma fissura junto à parede do descarregador e a inexistência de tela de isolamento no paredão junto à fonte de captação, “deficiências que condicionam o total aproveitamento da barragem e respetivo enchimento”, como recorda, ao JA, o presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges.

O futuro da Barragem da Lapa poderá assim passar por outros fins que não o abastecimento de água para consumo humano, tendo Borges feito notar que o investimento público naquela infraestrutura foi de 4,5 milhões de euros. “Há uma premissa que é intocável: água com quantidade e qualidade, e isso está assegurado a partir da Albufeira de Castelo do Bode. Agora, ainda há que encontrar um destino para uma barragem que custou muito dinheiro ao erário público”, frisou. Em declarações ao JA, o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, disse que o abastecimento de água ao concelho, em quantidade e qualidade, “era o que estava acordado há vários anos com a empresa”, tendo manifestado a sua “satisfação por finalmente se ter chegado a uma solução”. A empresa Águas do Centro é responsável pelo abastecimento a 17 municípios numa área de influência de 6.500 quilómetros quadrados. Mário Rui Fonseca

Câmara de Sardoal aguarda há 10 anos por correção de anomalias na Barragem da Lapa O presidente da Câmara de Sardoal afirma que a autarquia está à espera há mais de dez anos que as anomalias detetadas na construção da Barragem da Lapa sejam retificadas, uma situação que considerou “lamentável”. Com um investimento de 4,5 milhões de euros, 1 milhão dos quais dos fundos municipais, aquela infraestrutura, que serve para o abastecimento de água para consumo humano ao concelho de Sardoal, tem hoje uma imposição de cota máxima permitida de 164 metros, dos 170 metros possíveis, sendo que a Barragem da Lapa até hoje não foi entregue pelo consórcio construtor à Câmara Municipal. Com uma altura de 21 metros e um nível pleno de armazenamento previsto de 640 000 metros cúbicos, os defeitos de construção da bar-

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ragem da Lapa, infraestrutura inaugurada em dezembro de 2002, tem hoje uma imposição de cota máxima permitida de 164 metros, valor a partir do qual obriga a descargas controladas à razão de 10 centímetros por dia. Em declarações à Antena Livre, o presidente da autarquia disse que “até hoje não foi entregue”pelo consórcio construtor à Câmara Municipal do Sardoal, município que se “recusa a rececionar a obra sem as devidas correções às anomalias” detetadas na infraestrutura. “O consórcio construtor da Barragem da Lapa foi notificado em 2004 para proceder à correção das anomalias detetadas na infraestrutura hidráulica, mas até hoje, dez anos depois, não fez as obras”, criticou Miguel Borges, tendo observado que a infraestrutura “está em funcionamento, mas de

forma limitada”. Uma inspeção realizada em 2004 pelo Instituto Nacional da Água (INAG) obrigou ao início de descargas controladas na Barragem da Lapa, em virtude de se verificar, “por deficiente construção”, uma fissura junto à parede do descarregador e a inexistência de tela de isolamento no paredão junto à fonte de captação, “deficiências que condicionam”, afirmou Borges, o total aproveitamento da barragem e respetivo enchimento. Segundo Miguel Borges, os problemas de construção “não representam perigo” para a população, uma convicção “assente em pareceres técnicos” do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que procede a análises e registos de inspeções de rotina, nomeadamente a fim de se detetarem sinais ou evidências de

deteriorações e anomalias, no corpo da barragem, nos sistemas de drenagem e impermeabilização, bem como nos sistemas de observação. Segundo disse o autarca, o consórcio construtor apresentou “recentemente” um projeto de reabilitação da barragem que duraria “cerca de seis meses” e que “obrigaria ao seu esvaziamento total”, intervenção que a Câmara“não aprova”, tendo em conta que as obras iriam implicar que o município ficasse sem sistema de abastecimento água à população. “Ou fazem um outro projeto, que mantenha o sistema, ou vamos ter de encontrar um sistema alternativo de abastecimento de água ao concelho, enquanto as obras durarem, e abdicando da atual funcionalidade da barragem, dirigindo-a para outros fins”, notou. MRF


SAÚDE 5

ABRIL 2014

Médica chega a Abrantes para reforço de milhares de utentes Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM Abrantes, anunciou que uma nova médica de família vai começar a exercer na freguesia de Tramagal e na cidade de Abrantes, tendo ainda manifestado a intenção de integrar futuramente esta profissional na Unidade de Saúde Familiar (USF) e no regime de incentivo financeiro previsto. A autarca referiu que o ACES do Médio Tejo vai, através de um regime de prestação de horas, minorar o problema da falta de médicos em algumas freguesias que estão completamente desprotegidas, nomeadamente em Carvalhal, São Facundo, Bemposta, Vale das Mós, Tramagal e Abrantes. “Continuamos a pôr paliativos nesta situação, com a contratação de médicos em regime precário, nomeadamente em prestação de ho-

ras, e esta médica, que virá até ao final do ano, também não nos dá a salvaguarda de uma continuidade,” alertou a autarca. “Estamos a trabalhar na USF que servirá o concelho e outras populações e queremos crer que, em breve, teremos uma situação de maior conforto em termos de cuidados primários.” Além de atribuir incentivos financeiros aos médicos que aceitem trabalhar em Abrantes, entretanto autorizados pela ARS-LVT, o município já adjudicou as obras no valor de um milhão de euros para requalificar o edifício da antiga rodoviária de Abrantes, no centro da cidade, e ali colocar a funcionar a USF e o novo centro de saúde. “A obra física já está adjudicada, está agora no Tribunal de Contas, mas precisamos de profissionais de saúde que queiram integrar esta equipa no âm-

DE 27 DE MARÇO A 06 DE ABRIL

Presidente da CM Abrantes anunciou na última reunião do executivo a chegada da nova médica de família

bito da Unidade de Saúde Familiar”, reforçou Maria do Céu Albuquerque.

Utentes do Médio Tejo anunciam vigília A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) anunciou a reali-

ABRANTES

zação de uma vigília no dia 11 de abril, entre as 19h30 e as 22h30. Até lá os munícipes serão convidados a assinar um documento, expressando “de forma clara e objetiva o seu apoio” às propostas apresentadas. Em conferência de imprensa para “denunciar o que

está mal e propor soluções concretas que respeitem as necessidades das populações em cuidados de saúde”, o porta-voz da CUSMT disse que as sucessivas reorganizações do CHMT foram “causa de mais sofrimento e ansiedade a cada vez mais pessoas”.

Manuel José Soares disse que nos últimos dois anos “piorou o acesso aos cuidados de saúde, a concentração de serviços não correspondeu a mais qualidade, as distâncias que doentes e familiares têm de percorrer implicam mais sofrimento físico e mais despesas”, tendo manifestado “preocupação” com os cuidados de saúde prestados na região, e reclamado por “novas medidas e melhores respostas” aos utentes. “Em termos gerais, precisamos de urgência, medicina interna, pediatria e ambulatório nos três hospitais do CHMT, de mais médicos nos centros de saúde, manter a maternidade no Médio Tejo e as farmácias nos meio rurais, e promover a articulação entre os diversos níveis de prestação de cuidados de saúde, com proximidade e qualidade”, apontou.

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REGIÃO 7

ABRIL 2014

Autarcas acreditam que não vão perder mais serviços públicos Os presidentes das Câmaras de Sardoal e de Mação asseguraram à Antena Livre ter recebido a garantia do ministro Poiares Maduro de que não iriam fechar mais serviços públicos nos municípios do interior do país. “Sentimos que os governantes partilham das nossas preocupações e foi-nos garantido que os atuais serviços públicos prestados aos cidadãos, como as Finanças ou os balcões da Segurança Social, vão manter-se em todo o território e em cada município”, saudaram os autarcas. A garantia terá sido dada como resultado de uma reunião que decorreu em Lisboa e que juntou o Ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro. Em declarações à Antena Livre, o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, disse que a reunião “resultou num dia importante para os concelhos do interior”, tendo em conta as “garantias dadas pelos governantes de que não iriam fechar mais serviços no território nacional através de um modelo de Loja do Cidadão que será implementado à medida de cada município e de acordo com cada autarquia”. “O ministro Poiares Maduro assegurou que o serviço que hoje é prestado ao cidadão manter-se-á sempre em cada município, independentemente do local onde seja prestado o serviço público”, sublinhou Miguel Borges, tendo feito notar que “o modelo que está a ser estudado vai ainda permitir a eventual abertura de serviços que não existiam até aqui em alguns municípios”. MRF

Autarquias do Médio Tejo entregam ação popular contra o Governo As 13 autarquias da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) instauraram no dia 17 de março uma ação popular contra o Governo, na pessoa do primeiro-ministro, em protesto pela nova organização e funcionamento dos tribunais judiciais.

A ação popular, subscrita por unanimidade pelas 13 autarquias, foi entregue no Supremo Tribunal Administrativo de Lisboa pela presidente da CIMT, Maria do Céu Albuquerque, que também preside à Câmara Municipal de Abrantes, reclamando pela “condenação do Governo e do Estado relativamente ao projeto de decreto-lei”. “A CIMT pretende que o Governo seja condenado a corrigir o projeto de decreto-lei, aplicando os critérios objetivos que ele próprio de-

Deputado do PCP e PS consideram que esta é uma reforma dispendiosa e que afasta os cidadãos da Justiça.

finiu para a reorganização do mapa judiciário”, defendeu Céu Albuquerque. Maria do Céu Albuquerque disse ainda que os autarcas do Médio Tejo decidiram também apresentar queixa ao provedor de Justiça, considerando a“necessidade de salvaguardar o direito fundamen-

tal de acesso à Justiça, claramente colocado em causa com a presente reforma”. Os autarcas do Médio Tejo pretendem que seja reconhecido que o decreto-lei aprovado pelo Governo sobre a reorganização do mapa judiciário “contém normas que violam o direito dos cidadãos

residentes nos municípios”, e que a entrada em vigor do diploma “irá obrigá-los a submeterem-se a sacrifícios absolutamente desumanos, intoleráveis e desproporcionais ao alegado interesse público da reforma judiciária”. Por seu lado, a Assembleia Municipal de Abrantes pro-

moveu um colóquio para debater e esclarecer a comunidade acerca da reforma do novo mapa judiciário que contou com a presença de António Gameiro, deputado do PS, e António Filipe, do PCP. Ambos os deputados defenderam que esta é uma reforma que assenta em mais custos para os cidadãos e que afasta a administração da justiça da comunidade. António Gameiro lembrou que, para o PS, “os tribunais deveriam manter a sua rede, havendo uma afinação das competências, para que fossem os juízes a deslocaremse e não os cidadãos”. Por sua vez, António Filipe referiu, após a publicação em Diário da República do decretolei, os deputados do PCP vão suscitar a reapreciação do documento. MRF e JMC

Medidas que travem o despovoamento Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação e primeiro subscritor de uma moção apresentada no último Congresso do PSD contendo 14 propostas para travar os problemas estruturais do interior do país, pede “bom senso” aos governantes para, se não inverter, pelo menos suster um cenário de abandono e degradação utilizando os instrumentos do próximo quadro comunitário “para humanizar e gerar riqueza”. “Como é que podemos captar empresas quando é o próprio Governo a desistir do território?”, questionou quando confrontado com o resultado do levantamento dos serviços públicos encerrados nos últimos anos feito pela agência Lusa e que teve por base informações de organismos oficiais. De acordo com esses dados, no distrito foram fechados mais de 540 serviços

públicos (o segundo com mais encerramentos logo a seguir a Viseu), na sua maioria escolas mas também extensões de saúde, postos de correios, freguesias ou outros, como delegações da Segurança Social ou da Agricultura.

Desígnio nacional Perante um cenário de esvaziamento das aldeias, como já acontece no seu concelho, Vasco Estrela pede que a questão seja encarada “como um desígnio nacional” e apela a que as políticas de racionalização de serviços não sejam feitas apenas à luz da economia mas respeitando as pessoas e feitas em diálogo com os eleitos locais, percebendo as especificidades e as dinâmicas existentes. “Sensibilidade não custa dinheiro”, declarou.

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8 REGIÃO

ABRIL 2014

PAÍS A FECHAR

CM Mação

Encerraram 6.500 serviços públicos em Portugal desde 2000

• O Tribunal Judicial de Mação é um dos equipamentos da região que já tem encerramento anunciado Mais de 6.500 serviços públicos encerraram desde 2000, sobretudo no norte e interior de Portugal Continental, e mais de 150 devem encerrar proximamente, de acordo com um levantamento feito pela agência Lusa junto de entidades oficiais locais. Segundo este levantamento, feito principalmente junto das Câmaras Municipais, foi possível verificar o encerramento de 6.562 organismos e serviços públicos, entre os quais 4.492 escolas, 249 extensões de saúde e 411 estações de correios, além da diminuição de 1.168 juntas de freguesia e do fim

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dos 18 governos civis. Viseu, com 707, Santarém (535), Porto (514) e Aveiro (492) são os distritos onde mais serviços foram encerrados, seguidos de Viana do Castelo (460), Braga (452), Vila Real (439), Coimbra (435) e Bragança (420). As escolas foram os serviços que mais encerraram, um fenómeno que foi acentuado entre 2005 e 2011, e Viseu, com 555 escolas encerradas, foi o distrito onde mais estabelecimentos fecharam, seguido de Santarém (413), de Aveiro (361) e de Viana do Castelo (354). Por outro lado, abriram ou foram construídas nos últi-

mos anos 122 novas escolas e 439 centros escolares, principalmente no norte do país, embora a abertura destas infraestruturas não tenha, em muitos municípios, correspondência direta e proporcional ao número de escolas encerradas, devendo-se antes a um fenómeno de modernização do parque escolar. As câmaras e também administrações regionais de saúde referiram o fim de 249 extensões de saúde, nove blocos de parto e de 104 outros serviços, incluindo-se aqui o fim de atendimento de urgências e a diminuição de valências e de horários de

funcionamento. Quanto aos CTT, empresa entretanto privatizada, começou a perder estações sobretudo a partir de 2002, mas muitas autarquias relataram que ao encerramento têm correspondido acordos com juntas de freguesia e entidades privadas para manter junto das populações alguns dos serviços que eram prestados. Foram ainda referidos os encerramentos de 13 entidades de turismo neste período, 22 centros de segurança social, nomeadamente tesourarias e 20 postos de GNR. Encerraram ainda 41 ou-

tros serviços públicos considerados pelas entidades locais como tendo especial importância para aquela população específica. Entre estes foram referidos o fim da ligação aérea entre Bragança e Lisboa, de Zonas Agrárias (delegações do Ministério da Agricultura) e de cartórios notariais públicos. Entre os 155 serviços que estão previstos encerrarem nos próximos tempos destaca-se a extinção de 20 tribunais e a redução dos serviços em outros 27, que passam a Secções de Proximidade. No entanto, também aqui há escolas: as autarquias relataram terem 59 esco-

las para encerrar proximamente, prevendo, em contrapartida, a abertura de mais cinco novos centros escolares e 35 novas escolas. Nestas contas não foi incluído o previsível encerramento de repartições de Finanças, por não existir ainda uma proposta concreta do atual Governo neste sentido. No entanto, de acordo com uma projeção do Sindicato dos Trabalhadores do Impostos, 154 destas repartições, cerca de metade das atualmente existentes, podem encerrar, sobretudo no interior norte e sul. Lusa


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10 REGIÃO

ABRIL 2014

CIMT e governante preparam candidaturas a fundos europeus

A Câmara de Abrantes vai investir meio milhão de euros na limpeza da floresta e criação de faixas de proteção contra incêndios, anunciou a autarquia, que também referiu a aprovação da respetiva candidatura a fundos comunitários. O projeto tem como principais objetivos a prevenção estrutural dos espaços, pessoas, bens e património florestal, através do tratamento de áreas florestais com intervenções ao nível do controlo de vegetação, redução de densidade, desramações e podas, favorecendo assim uma descontinuidade vertical e horizontal dos combustíveis, minimizando o risco e a progressão de incêndios. Em declarações ao JA, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), disse que a dimensão do investimento

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) reuniu-se com o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional para preparação do próximo ciclo de investimentos comunitários. Castro Almeida pediu aos presidentes do Médio Tejo que identifiquem uma estratégia comum, alertando para a necessidade de se identificarem as áreas em que se considera ser fundamental atuar. Referiu ainda que tudo o que puder ser definido como projeto comum a mais do que um município poderá, e deverá, ser privilegiado em sede de financiamento comunitário. O governante realçou ainda a importância de ser trabalhada a área social, uma vez que vai passar a haver Fundo Social Europeu nos Programas Opera-

Hália Costa Santos

Meio milhão de euros para proteger floresta de Abrantes

• Projeto inclui intervenções como o controlo da vegetação justifica-se pela “quantidade” de área florestal a ser intervencionada, no âmbito da limpeza e criação de linhas de proteção. A intervenção, que está em concurso público para adjudicação, abrange as freguesias do norte do concelho, “as zonas que apresentam as maiores manchas verdes e com espaços florestais muito

densos”, nomeadamente na União das freguesias de Aldeia do Mato e Souto, Carvalhal, Fontes e União das freguesias de Abrantes (São Vicente, São João e Alferrarede). O projeto de proteção da floresta contra incêndios, que pretende minimizar a eclosão de fogos num concelho com densos espaços flo-

restais, reparte-se pelas faixas de gestão de combustível em 144,5 hectares da rede viária e em 431 hectares de faixas de gestão de combustível nos aglomerados populacionais, perfazendo um total de 575,5 hectares, representando um investimento de cerca de meio milhão de euros. MRF

cionais Regionais, que até à data só tinham Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Um outro tema abordado pelo secretário de Estado foi a referência às intervenções que poderão ser efetuadas ao nível da eficiência energética, afirmando que vão ser alocadas verbas para desenvolver projetos nesta matéria. A CIMT fez um ponto de situação sobre a visão e modelo estratégico de intervenção para o Médio Tejo, tendo igualmente expressado preocupação pelo facto de a região ter sido colocada entre a CCDR Centro e a de Lisboa e Vale do Tejo, sem que haja uma definição clara e concertada entre os diversos serviços desconcentrados da Administração Central.

Vila de Rei com Contrato de Desenvolvimento Social Vila de Rei foi um dos concelhos selecionados pelo Governo de Portugal, através do Instituto da Segurança Social, para integrar o programa de Contratos Locais de Desenvolvimento Social Mais (CLDS+). Ao ser distinguido, o município escolheu a Santa Casa da Misericórdia da vila para abraçar o programa, enquanto Entidade Coordenadora Local da parceria. Irene Barata, provedora da Santa Casa, referiu que este programa significa “uma

mais valia para o concelho, na medida em que vai garantir, em princípio, quatro postos de trabalho: técnicos especializados que vão desenvolver projetos no terreno, de apoio aos mais carenciados ou aqueles necessitam de mais ajudas”. O programa CLDS+ abrange geograficamente todo o concelho de Vila de Rei e visa promover a inclusão social dos munícipes, através de ações que permitam apoiar as família, fomentar o emprego e ajudar

a comunidade. O CLDS+ concretiza-se através de três eixos de intervenção estratégicos: Emprego, a formação e a qualificação; Intervenção familiar e parental (prevenindo, de certa forma, a pobreza infantil); e a Capacitação da comunidade e das instituições. O CLDS+ está aberto à comunidade e funciona temporariamente no antigo Posto de Turismo, junto à Câmara Municipal, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.

Pouca procura dita fim de carreiras entre hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas A ligação por autocarro entre as três unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), - Abrantes, Tomar e Torres Novas -, terminou no final de março, anunciou a administração do CHMT, que alegou pouca procura no serviço. O serviço, iniciado em março de 2012, e designado “Rápida Hospitais Médio Tejo”, visava colmatar a necessidade de transporte dos funcionários do CHMT, com

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dois autocarros a fazerem a ligação entre as três unidades, mas também disponibilizar à população em geral um meio de transporte rápido e económico para aceder aos três hospitais, a funcionarem em regime de complementaridade. O administrador do CHMT, Joaquim Esperancinha, disse que o projeto “inicialmente até teve um certo impacto”, tendo observado que as expectativas de utilização do

serviço prestado pela Rodoviária do Tejo (RT), quer por utentes, quer por administrativos e técnicos de saúde, “foi decrescendo”, gradualmente. A diretora operacional da Rodoviária do Tejo para a região do CHMT, Teresa Fernandes, confirmou a suspensão do serviço “Rápida Hospitais Médio Tejo”, tendo observado que, “apesar das campanhas promocionais, os autocarros não têm gente”. MRF


ABRIL 2014

SEMANA SANTA SARDOAL 2 0 1 4

Sardoal – Património de Fé e Religiosidade No Concelho de Sardoal, a celebração da Páscoa e da Semana Santa assume-se como um importante património cultural e religioso, que se traduz na entrega da comunidade a um relevante número de eventos e atividades que não se esgotam no plano religioso. Para além disso, assiste-se nesta quadra ao regresso de muitos sardoalenses, que por motivos vários se encontram fora da nossa terra, para aqui, em família e com amigos, celebrarem a Páscoa e viverem as tradições, que muito nos orgulhamos em manter. Ano após ano, a força e capacidade mobilizadora da Paróquia de Santiago e São Mateus, da Santa Casa da Misericórdia, das Irmandades e dos moradores da Vila renova-se, dando continuidade a essas tradições. Ao Município compete divulgar, promover e apoiar estas manifestações de Fé. É o que temos feito, certos de que este é o caminho que melhor viabiliza um processo de afirmação social.

António Miguel Borges

(Presidente da Câmara Municipal de Sardoal)

Paulo Sousa

DIAS 12, 13, 17, 18, 19 E 20 DE ABRIL

ESPECIAL SARDOAL 11

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12 ESPECIAL SARDOAL

ABRIL 2014

Fotos: Paulo Sousa

Fé e tradição regressam ao Sardoal com as solenidades da Semana Santa

Cerca de dez mil pessoas são esperadas para as solenidades da Semana Santa e Páscoa em Sardoal, nas festividades seculares assumidas como importante património da personalidade concelhia e que decorrem entre os dias 12 e 20 de abril

Com organização da paróquia de Santiago e São Mateus, Santa Casa da Misericórdia, Irmandades e Câmara Municipal de Sardoal, das principais celebrações destaca-se a procissão do Senhor da Misericórdia, da Visitação ou Fogaréus, na quinta-feira, dia 17 de abril, a Procissão do Enterro, na sexta-feira, dia 18, e a Procissão da Ressurreição, no domingo, dia 20 de abril. Nesta ocasião, a vila ganha uma ambiência especial, sobretudo quando se realiza a procissão do Senhor da Misericórdia, na noite de quinta-feira, uma cerimónia efetuada à luz de velas, archotes e candeias e que confere à localidade um “cenário de grande misticismo”. A eletricidade da rede pública é desligada no percurso do cortejo, e nas janelas das casas, varandas, sacadas e nas escadarias do Convento de Santa Maria da Caridade, são colocadas e acesas centenas de lamparinas de azeite e cera ou lanternas de vidro.

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Nesta procissão, acompanhada pela banda filarmónica ao som de marchas fúnebres, podem ser apreciados os painéis representando Cenas da Paixão, datados do século XVIII, pertença da Misericórdia. Hoje em dia, e visando a sua preservação, são réplicas dos painéis originais que saem à rua por esta ocasião. Anacleto Batista, provedor da Misericórdia de Sardoal, disse ao JA que as cerimónias realizam-se na vila “desde tempos imemoriais” e acrescentou que a carga mística na noite de quintafeira “é muito grande” pelo “silêncio e respeito” dos milhares de visitantes que afluem por esta ocasião ao Sardoal. “A realização da procissão do Senhor da Misericórdia, vulgo dos Fogaréus, é da responsabilidade da Irmandade da Misericórdia pelo menos desde 1816, mas existem outros documentos que apontam para um passado mais longínquo desta tradição”, revelou. Segundo precisou Anacleto Batista, “são centenas as pessoas que participam na procissão e cerca de 3 milhares as que assistem nas ruas”, apenas iluminadas pelos archotes, visitando as capelas e as igrejas decoradas com tapetes de pétalas de flores e verduras.

De quinta-feira até domingo de Páscoa, grupos de moradores, entidades institucionais e associativas elaboram tapetes à base de pétalas de flores e verduras, no chão das nove capelas e igrejas existentes na vila, templos visitáveis no percurso de cerca de dois quilómetros englobado na procissão dos Fogaréus. Miguel Borges, presidente da autarquia, assinalou ao nosso jornal o “grande empenhamento da comunidade cristã, e não só”, nos enfeites de igrejas e capelas de Sardoal, com tapetes de flores, verduras naturais e outros acessórios, alfaias e artefactos simbólicos alusivos” à Semana Santa e Páscoa. “É o momento alto no concelho, pela fé e religiosidade, pela vertente turística e também pelo reencontro de todos os sardoalenses”, vincou. A Semana Santa do Sardoal engloba um programa cultural complementar, levado a efeito pelo município e associações, e que vai incluir uma exposição religiosa, um concerto pela Filarmónica União Sardoalense, um recital de piano, e a recriação da “Paixão de Cristo”, em teatro de rua a realizar sexta feira, dia 18 de abril, às 21h30. Mário Rui Fonseca


ESPECIAL SARDOAL 13

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Quinta-feira, 17 de abril, 21h30 - O cortejo da Procissão do Senhor da Misericórdia (ou Fogaréus) é feito com a iluminação da rede pública desligada nas principais artérias da Vila. O ambiente místico é acentuado pela luz das velas, archotes e candeias. Segundo os dicionários, a palavra “fogaréus” designa fogueira, fogacho, adorno escultural em forma de chama. Pensa-se que provém da expressão portuguesa Fogarel, mas não há certezas quanto a isso. A Procissão dos Fogaréus é organizada pela Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal e integra o Sermão do Mandato, na Igreja do Convento de Santa

Paulo Sousa

Procissão do Senhor da Misericórdia (Fogaréus)

Maria da Caridade. A Filarmónica União Sardoalense entoa marchas fúnebres ao longo do percurso. Registe-se que

nesta Procissão podem ainda ser apreciados os ricos painéis, provavelmente do século XVIII, pertença da Mise-

ricórdia, representando Cenas da Paixão. Por motivos de segurança e preservação, saem réplicas em tamanho natural.

características únicas no país, é levada a efeito na noite de quarta-feira, prolongando-se, em alguns casos, pela madru-

gada dentro, por grupos de moradores e entidades associativas. No percurso ascendente e

Capelas Enfeitadas De Quinta-Feira Santa até Domingo de Páscoa, estão abertas ao público as capelas da Vila, que se encontram en-

feitadas com tapetes de flores com motivos alusivos à Quadra Pascal. Esta original tradição, com

descendente da Procissão do Senhor da Misericórdia, e apenas em cerca de mil metros distantes entre si, a Vila de Sar-

doal acolhe nove templos religiosos, entre igrejas e pequenas capelas, especialmente decoradas para esta ocasião.

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1 - Capela do Espírito Santo 2 - Capela de Santa Catarina 3 - Capela de Sant’Ana 4 - Capela do Senhor dos Remédios Fotos: Paulo Sousa

5 - Capela da Sra do Carmo 6 - Capela de S. Sebastião 7 - Igreja da Misericórdia 7

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8 - Igreja do Convento

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14 ESPECIAL SARDOAL

Fotos: Paulo Sousa

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Tábuas do Mestre de Sardoal

Datadas do início do século XVI, as tábuas do Mestre de Sardoal fazem parte do vasto espólio artístico da Igreja Matriz de Sardoal. São sete tábuas de carvalho policromadas a óleo, de autoria do Mestre do Sardoal, atribuídas a dois artistas de Coimbra, Vicente Gil e Manuel Vicente, pai e filho. Naquela cidade, executaram trabalhos régios, por encomenda de D. Leonor. Pode causar estranheza, contudo é prática comum dar a autoria da localidade quando não se sabe o verdadeiro autor, pois nesta época as obras não eram assinadas. Apesar de se saber os verdadeiros autores, continuará a ser designada como obra do Mestre do Sardoal. Não se sabe, ainda, como chegaram até ao Sardoal, mas naquela altura o Sardoal era muito procurado pela

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Oratório de arte Namban é uma das pérolas da Misericórdia de Sardoal

realeza. Além disso, o Bispo de Coimbra na altura era D. Jorge de Almeida, irmão de D. Francisco de Almeida, que viria a ser o primeiro vice-rei da Índia. A partir de 1505, sabe-se que D. Francisco de Almeida empregou os seus generosos rendimentos na beneficiação da Igreja Matriz. Numa altura em que só a grande nobreza e o clero detinham poder económico para encomendas deste género, poderá ser esta a ligação da vinda de artistas desta envergadura à vila de Sardoal. A conceção original seria a de um retábulo, que ocuparia a capela-mor da igreja, local de maior destaque. Os retábulos eram compostos por tábuas policromadas, com cenas religiosas, uma forma de catequizar os fiéis. Fonte: CMS

Um valioso oratório em arte Namban, estilo artístico que resultou da aproximação cultural entre Portugal e o Japão, pertencente à Misericórdia de Sardoal, tem sido expressamente requisitado ao longo dos anos para as mais diversas exposições, um pouco por todo o mundo. O oratório de arte Namban, datado de 1542-43, tem um valor cultural inestimável e só sai de Sardoal mediante um seguro que

ascende às dezenas de milhares de euros. O oratório de arte Namban é uma peça de madeira lacada de negro, com decoração a pó de ouro, prata e cobre, sobre a marcação a laca vermelha, sendo incrustada de madrepérolas. Com ferragens de cobre trabalhado e douradas, a pintura é de óleo sobre cobre e representa Nossa Senhora da Esperança.

“Paixão de Cristo” em Teatro de Rua noturno pelo GETAS Pelo quarto ano consecutivo, uma grande produção, envolvendo várias dezenas de figurantes, vai ser levada a efeito pelo GETAS – Centro Cultural, na Sextafeira Santa, dia 18 de abril, às 21h30, através da peça de Teatro de Rua - “A Paixão de Cristo”, recriando ao vivo o percurso de Jesus Cristo a

caminho do Calvário. Às 21h30 terá início a representação, no Cimo do Convento, com a recriação histórica a envolver figurantes apeados e a cavalo, pela primeira vez a decorrer em ambiente noturno, e com a peça a culminar com as cenas da crucificação.


JOSÉ CID, CABEÇA DE CARTAZ NAS FESTAS DO CONCELHO

CM Constância

CM Constância

CM Constância

CM Constância

A tradição volta a cumprir-se: Constância em festa!

Entre os dias 19 e 21 de abril, Constância vai encher-se de cor para receber mais uma edição das festas do concelho e a tradicional festa de Nossa Senhora da Boa Viagem. O programa é diversificado e arranca na sexta-feira, dia 18, com uma noite dedicada à promoção de jovens músicos do concelho. Os três dias de festa seguintes serão preenchidos com um programa desportivo que irá contar com a realização do Grande Prémio da Páscoa, na manhã de sábado e, ainda nesse dia, com a realização de uma mega aula de Zumba, junto ao monumento de Camões e 2º Strongest Man, perto do anfiteatro dos rios.

No programa cultural, está prevista a realização de um concurso de fotografia, a inauguração da exposição de escultura “Navegar nas Palavras”, no centro histórico, e a XXV Mostra Nacional de Artesanato com uma diversidade de produtos artesanais de vários pontos do país. Na gastronomia, as seis tasquinhas irão ter os pratos mais típicos da região e a VIII Mostra de Doces Sabores irá deliciar os visitantes, no parque de merendas. Durante os três dias, a animação de rua e propostas para o público infanto-juvenil não vão faltar, sendo promovidas pelo grupo Banda às Riscas. Já no campo musi-

cal, será presença constante a atuação dos Montes Hermínios, com um espetáculo de concertinas. O dia do município será dedicado à Nossa Senhora da Boa Viagem, com a chegada das embarcações às 13h00. Às 15h30 decorrerá uma missa solene na Igreja Matriz, logo de seguida da procissão. Por fim, será o momento da bênção dos barcos, nos rios Tejo e Zêzere, e das viaturas, na Praça Alexandre Herculano. Os grupos musicais não vão faltar. A noite de sábado inicia-se às 22h00 com o grupo Mind a Gap, às 24h00 sobe a palco os Ferro & Fogo e às 02h00 a Dj Carolina Torres ani-

mará os mais resistentes. No domingo, dia 20, a tarde é dedicada ao Festival de Folclore, com as presenças confirmadas de “Os Camponeses” de Malpique, do Rancho Folclórico da Freguesia da Lapa e do Rancho Folclórico da Alegria da Alqueidão de St. Amaro. A noite de domingo será animada com concerto de Tributo aos ABBA por ABBA MIA e às 23h30 é vez do Dj Fernando Alvim. A noite de segunda contará com presença do músico português José Cid e com um espetáculo de fogo-de-artifício. Esta edição 2014 reúne um investimento autárquico na ordem dos 110 mil euros. JMC

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16 ESPECIAL CONSTÂNCIA

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JÚLIA AMORIM, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CONSTÂNCIA

“Uma festa das pessoas”

Júlia Amorim, presidente da Câmara Municipal de Constância, considera que o envolvimento da comunidade e a vertente religiosa são os vetores fundamentais para a realização de mais uma edição das festas de Constância. São alguns os projetos que tem em carteira e que gostaria de ver concretizados para este mandato. O turismo é, para a presidente, uma vertente determinante a nível municipal e supra municipal.

O que se espera para mais uma edição das festas do concelho e da Nossa Senhora da Boa Viagem? Alguma novidade em particular para esta edição 2014? Se pudesse destacar um momento, até por motivos afetivos, diria que o dia da Nossa Senhora da Boa Viagem é o grande dia da festividade. A chegada das embarcações engalanadas na confluência dos rios, a procissão e o momento solene das bênçãos são, de facto, os momentos altos do evento. Depois, associado a este cariz religioso, as festas concelhias irão contar com bastante animação diversificada e uma panóplia de atividades, que vão passar pela prova de atletismo, o Grande Prémio da

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Páscoa, a mostra nacional de artesanato, as manifestações culturais e o convívio que se gera em torno das tasquinhas, que vão contar com as presenças habituais das associações concelhias. Este ano, a organização da festa em termos espaciais será um pouco diferente, iremos localizar os espaços festivos entre o posto de turismo, zona ribeirinha, praça Alexandre Herculano e rua Luís de Camões. Ou seja, antigamente tínhamos, por exemplo, a feira de artesanato no parque de campismo, este ano, ficará no parque de merendas. Esta é uma forma de prevenir algum estrago devido à subida do rio, que não expectável, e também, uma forma de não dispersar o evento. Esta é uma festa das pessoas, pois mais de um quarto da nossa população trabalha e está envolvido no certame e é com grande gosto que sentimos este envolvimento da comunidade. Estando ainda num início de mandato, onde tem centrado as suas atenções e prioridades? Começámos o mandato com um grande desafio, que foi a elaboração do orçamento e plano de atividades. Com poucas verbas e muitos

encargos fizemos um orçamento realista. Entendemos que devíamos de trabalhar num eixo centrado nas respostas às necessidades das comunidades locais. Assim, temos trabalhado por forma a manter os serviços existentes, como as piscinas municipais, o pavilhão desportivo, etc, que são essenciais à nossa população. Por outro lado, temos continuado apoiar as associações e ainda temos direcionado uma verba para as atividade desportivas, culturais e formativas, esta última, centrada nas escolas. Há pequenos investimentos que temos levado a cabo, problemas que afetam as famílias, determinadas ruas, ou seja com pouco dinheiro têm-se resolvido situações determinantes ao bem estar das populações. Em termos de investimentos, quais são as prioridades? Neste ponto, é importante realçar que não são determinantes apenas os investimentos camarários, mas sim os investimentos de natureza privada e da administração central. A título de exemplo, gostávamos muito que as margens ribeirinhas fossem requalificadas, os rombos do Tejo necessitam de uma in-

tervenção e este é um problema que abarca todos os municípios ribeirinhos e que administração central devia de ter em conta. Ao nível do Zêzere, era importante classificar a nossa zona ribeirinha como uma praia fluvial, uma intervenção por forma a atrair ainda mais turistas. Por outro lado, é necessário projetar o concelho, mantendo e fixando a população, criando mais emprego e habitação. A atração de novos investidores e, por sua vez, a implantação de mais empresas também é crucial. Quais são os projetos em carteira que gostaria de ver concretizados neste mandato? O Espaço Camões tem um projeto realizado, onde o mais importante é a recuperação das casas no Jardim Horto de Camões. Outra prioridade passa pela recuperação das habitações da autarquia. E, neste ponto, estamos à procura figuras legais que permitam aos investidores a requalificação dos edifícios em ruína, tornando os espaços para habitação ou para comércio. Consideramos crucial a recuperação de uma casa que funcione como um arquivo do espólio da Casa Memória de Camões. Em

Montalvo, na Quinta Dona Maria, é pretensão da autarquia a musealização do espaço e a construção de um restaurante, pois a freguesia não tem nenhum espaço de restauração. Ainda nesta freguesia, o objetivo passa pela construção do novo Centro Escolar. Em Santa Margarida desejaríamos disponibilizar para venda alguns lotes que temos para habitação. E, por último, com este novo quadro comunitário, pretendíamos ver o centro histórico requalificado e fazer uma forte aposta na eficiência energética. Que vantagens vê nesta realidade supra municipal que tem surgido com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT)? Sempre acreditei na regionalização, sempre entendi que deveria existir uma estrutura que respondesse pela região, contudo penso que as CIMT`s não são a melhor forma, mas são o que temos para trabalhar. Os autarcas foram eleitos para responder perante as suas populações e não perante uma região. Se a regionalização tivesse sido feita com órgãos que tivessem sido eleitos, aí sim, seria diferente, ou seja, existiria uma obrigação de responder

perante a região. Hoje, o que acontece é um esforço muito grande por parte de todos os autarcas. Na verdade, temos de ser engenhosos e perceber que é preciso investir no nosso concelho e, depois, conhecer muito bem a realidade regional, para que haja um desenvolvimento harmonioso de todos. Há três eixos que nos unem e que são comuns, que são: a religiosidade, a natureza e o património. E é por aqui que temos de encontrar a potencialidade de cada um, havendo uma estratégia de marketing conjunta e que possa fazer crescer a região num todo. O turismo é uma das grandes potencialidades do concelho? É uma área estruturante e que a nível supramunicipal se conjuga muito bem. Em Constância temos os dois rios, o parque ambiental, o nosso património diversificado ao nível das igrejas, o parque de astronomia e ainda o património imaterial ligado a Camões que representa uma verdadeira potencialidade. Projetar a marca Camões é um objetivo e há ainda muito a fazer neste sentido. Joana Margarida Carvalho


ESPECIAL CONSTÂNCIA 17

ABRIL 2014

26º GRANDE PRÉMIO DA PÁSCOA DE CONSTÂNCIA / EDP DISTRIBUIÇÃO,

Um momento que atrai milhares de atletas à vila de Constância autêntica festa de atletismo, com um percurso de 10 km. Ao longo dos anos, a Câmara Municipal, promotora do evento, teve a intenção de certificar a prova e integrá-la no calendário da Comissão Nacional de Estrada, CNEC. E o objetivo foi conseguido.“Todos os anos, a prova é ajuizada por juízes e cronometristas que vêm da Associação de Atletismo de Santarém e que garantem um caráter profissional ao momento,” contou ao JA,

Carlos Amorim, um dos técnicos envolvidos na organização. Para atrair um público diversificado a esta prova de atletismo, que acontece todos os anos no sábado de manhã em pleno arranque das festas (este ano calha no dia 19 de março), a organização, para além de promover a prova dos 10 km, ainda promove uma prova destinada aos escalões mais jovens e infantis, com uma distância mais curta. Para quem

Utentes da Santa Casa envolvem-se novamente nas festas do concelho À semelhança do que aconteceu o ano passado, as utentes da Santa Casa da Misericórdia de Constância estão a envolver-se ativamente na elaboração de várias decorações em croché destinadas a vários espaços das festas concelhias. A rua do Arco e da Misericórdia, a zona ribeirinha e ainda a denominada Casa das Cores vão receber as decorações destas idosas que têm dedicado os seus dias ao croché. São decorações que “pretendem suscitar algum impacto e surpresa junto dos visitantes”, referiu António Teixeira, provedor da Santa Casa da Misericórdia, desvendando apenas que há a intenção de “inovar e de diferenciar e as árvores serão vestidas como o ano passado mas, com novos elementos decorativos,” adiantou o res-

ponsável. O envolvimento da Santa Casa da Misericórdia na festividade iniciou-se no ano de 2013, com o apoio dos arquitetos Raul Reis e Sandra Alves, ambos responsáveis pela dinamização de um projeto de parceria com a Santa Casa, que prevê a ocupação dos utentes. “Este envolvimento nas decorações para as festas é uma forma de ocupar o tempo dos

utentes mas também, permitir que os mesmos revivam práticas do antigamente”. Durante os dias festivos, António Teixeira adiantou que serão algumas as iniciativas que irão decorrer para angariação de fundos destinados à manutenção do novo lar da Santa Casa da Misericórdia, sediado na freguesia de Santa Margarida, com abertura prevista até ao verão, destinado a 40 utentes.

não gosta de correr, é organizada, em partida distinta, uma caminhada de 6 km que tem “atraído imensos participantes e que este ano já vai para a sua 6ª edição”, adiantou o técnico. A edição deste ano, denominada 26º Grande Prémio da Páscoa de Constância / EDP Distribuição, vai juntar milhares de atletas que chegam de todo os pontos do país: “Vêm de todo o lado, em representação de clubes e a título particular, mas to-

dos são apreciadores deste tipo de atividade”. Este ano, para a grande prova dos 10 km, a autarquia aumentou o número de inscrições para 750 participantes e vai brindar os mesmos com lembranças. Os três primeiros classificados terão direito a troféus. A novidade para esta edição passa pela entrega de um prémio monetário no valor 250 euros, destinado ao atleta feminino e masculino que consiga bater o re-

cord de percurso. Trata-se de uma “estratégia para atrair mais atletas de referência no país a Constância,” explicou Carlos Amorim. “Esta é uma prova essencial nas festas concelhias, acaba por ser um incentivo e estímulo ao comércio local e às tasquinhas presentes na festividade…sem dúvida uma iniciativa para dar continuidade,” finalizou o técnico. Joana Margarida Carvalho

Comunidade escolar prepara um conjunto decorações Sob a temática “o cordão que se torna corda” alunos, professores, assistentes operacionais e famílias estão motivados na preparação de mais um ano dedicado ao embelezamento e decoração da Praça Alexandre Herculano e a rua Luís de Camões para os dias festivos da vila poema. Desde 1991, data de fundação da escola, que há um envolvimento da parte da comunidade escolar nas festas concelhias. Este ano, o tema é o rio, as artes marítimas e Constância e os alunos estão empenhados desde há várias semanas, na elaboração de redes e de flores de papel. “ Devido ao mau tempo que se faz sentir na altura das festas, decidimos este ano, introduzir alguns materiais mais resistentes à chuva e escolhemos a lã. Temos um conjunto de teares, também

Joana Margarida Carvalho

O Grande Prémio da Páscoa está de volta, na sua 26ª edição. Mais uma vez, esta é uma prova recebida com grande entusiasmo por parte dos amantes da corrida e da caminhada. Com início em 1988, a prova surgiu devido à necessidade da integração de um acontecimento desportivo nas festas do concelho. Inicialmente, este momento desportivo assumia um caráter de corta-mato. Hoje, é uma prova de estrada, uma

feitos manualmente, que nos estão a permitir fazer as cordas, que se tornarão redes, simbolizando as redes de pesca do antigamente,” explicou Olga Antunes, subdiretora do agrupamento. Dentro e fora das salas de aula, o entusiasmo é grande, basta percorrer os corredores da escola que é possível verificar que quase todos têm consigo um tear. Serão cerca

de 1000 novelos de lã gastos e “ a espectativa para o resultado final é a melhor,” confessou Anabela Grácio, diretora do agrupamento. “Criar e desenvolver raízes com a sua comunidade e as suas tradições, é o objetivo desta nossa participação. Esta é uma festa de todos e participada por todos”, referiu a diretora

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18 ESPECIAL CONSTÂNCIA

ABRIL 2014

Cerca de 50 embarcações são esperadas na confluência dos rios António Matias Coelho é historiador e um conhecedor profundo das tradições religiosas de Constância. A história da festa da Nossa Senhora da Boa Viagem é aqui contada na primeira pessoa:

“Com mais de 200 anos de história, as Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem desde sempre foram uma festa de devoção religiosa, de ligação ao mar e ao transporte fluvial. A história começa porque, durante séculos, Constância foi um importante entreposto comercial, no transporte de mercadorias até Lisboa. Desde a fundação da nacionalidade, até meados do século XX, tal como Abrantes e Tancos, Constância era um autêntico porto fluvial, na altura em que os rios eram verdadeiras estradas e corredores. Na época, todos os marítimos que garantiam este transporte de mercadorias até à capital, que asseguravam uma atividade profissional por vezes arriscada tinham, assim, a necessidade de pedir proteção e segurança à Nossa Senhora da Boa Viagem e faziam-no por altura da Páscoa. A Páscoa era a época do ano escolhida pois era considerada o momento alto da religião católica, um momento que simbolizava um início de um novo ciclo, a passagem da morte à vida uma vez que, para o Cristianismo, mais importante do que nascer era ressuscitar.

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Assim, na segunda-feira seguinte ao domingo de Páscoa, os marítimos aproveitavam para agradecer a proteção concedida e apelavam por mais proteção para próxima época de trabalho. O dia era dedicado à Nossa Senhora da Boa Viagem com a bênção dos barcos e a realização da procissão e onde os populares, portanto os que não eram marítimos, acabavam por se associar a todas estas celebrações. Durante muito tempo e até aos anos 50, eram os marítimos, chamados festeiros, que organizam o convívio que decorria logo a seguir à segunda-feira, dia das celebrações religiosas. Era organizado um almoço com todos os familiares dos marítimos e entre outras coisas, nesse momento, era assegurada a passagem de testemunho, ou seja, a determinação de quem ficaria responsável pela organização do evento no ano seguinte. O festeiro recebia a denominada bandeira azul, que era guardada durante um ano e depois entregue ao próximo organizador da festividade. No século XX, com a chegada do caminho-de-ferro, uma boa parte das mercadorias deixaram de ser transportadas por via marítima, mas não foi este o motivo que levou ao terminar da atividade, a morte dos barcos aconteceu com a divulgação e projeção do transporte rodoviário. A multiplicação de camiões que representavam uma forma mais em conta de fazer o transporte levou

à extinção da atividade e da própria classe marítima. Com a extinção da classe operária a festividade não morreu, mas deixou de ter a grandiosidade que assumia. Ao longo cerca de 20 anos, a paróquia assegurou o evento com a realização da procissão e a bênção dos barcos, que já não eram de transporte mas sim de pesca ou de recreio. No ano de 1986, a festa estava reduzida à sua expressão mais simples, apenas acontecia a procissão e uma bênção para pouquíssimos barcos. Para dar um novo rumo e não deixar perder este momento religioso e cultural de grande importância para o concelho, a Câmara Municipal arrancou em 1987 com festas do concelho, com inúmeras atividades festivas e pegou nesta tradição. Cinco anos mais tarde, em 1992, a autarquia deu uma nova roupagem à festa da Nossa Senhora da Boa Viagem. Foi a partir deste ano, que as câmaras municipais, alguns particulares, as associações e as coletividades ribeirinhas, sobretudo as que estão no Vale do Tejo, começaram a ser convidadas a associarem-se ao dia das celebrações religiosas. Todos os anos, transportados por camiões ou atrelados, os barcos chegam logo pela manhã a Tancos, de seguida são decorados e à 13h00 estão a chegar a Constância. Há depois um almoço de confraternização e a bênção decorre mais ao

Fotos: Arquivo Municipal de Constância

RETRATO: UMA FESTA DO MAR E DE GRANDE DEVOÇÃO

• Bênção das Viaturas na Praça Alexandre Herculano (anos 60)

• Bênção dos Barcos no Tejo (meados do século XX) final da tarde. Primeiro são benzidos os barcos e depois as viaturas já na praça Alexandre Herculano. A tradição cumpre-se deste modo, celebra-se a festa do rio, num grande encontro…e é curioso que foram os camiões que acabaram com os barcos e agora são os mesmos que os trazem para a festa. Uma festividade que continua viva devido a um conjunto de entidades e famílias que todos os anos, por esta altura, e nomeadamente na segunda-feira de Páscoa, se deslocam à vila, fazendo desta prática, uma tradição que é passada de geração em geração. Este ano, voltámos a conseguir a sensibilização de todos os agentes envolvidos para a concretização da festividade e vamos contar com cerca de 50 embarcações engalanadas”. Recolha por Joana Margarida Carvalho

Procissão de Nossa Senhora da Boa Viagem •(anos 60)


ESPECIAL 25 DE ABRIL Foi no dia vinte e cinco daquele mês. Nunca a coragem falou tão bem português. José Falcão Tavares (poeta abrantino)

in Tu das manhãs

A revolução de 74 em Abrantes Os testemunhos de alguns dos protagonistas e de testemunhas da revolução de 74 em Abrantes apontam no mesmo sentido: 25 de Abril, não houve, mas o 1º de Maio foi em força. Os trabalhadores da metalúrgica do Tramagal já tinham por tradição assinalar a data e, por isso, juntamente com os estudantes, acabaram por ser os dois principais pilares do movimento abrantino. As ruas encheram-se de gente e de cartazes que mimetizavam o que se via no resto do país. As forças policiais mantiveram-se tranquilas e as portas do quartel abriram-se à população. E é preciso não esquecer que a Base de Paraquedistas de Tancos foi um dos principais cenários dos movimentos daqueles dias. No 1º de Maio, as raparigas do Liceu distribuíram todo o tipo de flores pela população.

Foi assim o 25 de Abril de 1974 em Abrantes O regime político denominado Estado Novo nasceu com o golpe militar de 28 de Maio de 1926 e terminou com o golpe militar e a revolução do 25 de Abril de 1974. Contudo, desde a campanha de Humberto Delgado para as presidenciais de 1958, que um “terramoto” político começou a enfraquecer e a anunciar o fim próximo do salazarismo que, contudo, durou ainda até aos finais dos anos 60, quando se deu o acidente que deixou o então primeiro ministro incapacitado para governar. Marcelo Caetano, que lhe sucedeu, anunciou uma abertura do regime que se veio a revelar falhada perante as suas múltiplas contradições e as várias movimentações que então se desenvolveram, levando o sistema a um impasse e a uma agonia lenta a que o M.F.A., o Movimento das Forças Armadas que, partindo de uma reivindicação corporativa dos oficiais milicianos, rapidamente se transformou numa organização altamente politizada e massificada e que haveria de dar origem ao movimento militar que realizou o 25 de Abril e que contou desde logo com uma grande base de apoio das movimentações populares que se organizaram a partir dele. Em Abrantes, onde nos inícios dos anos 70, em pleno marcelismo, se realizaram as jornadas culturais, que constituíram um claro movimento de protesto contra o regime político vigente, o 25 de Abril de 1974 foi rece-

• “Grande Manifestação no 1º de Maio em Abrantes” bido com muito entusiasmo pela juventude e pelos “velhos” democratas da oposição ao Estado Novo mas, curiosamente, demorou algum tempo até que se realizasse uma grande manifestação – que viria a acontecer no 1º de Maio – e os ecos na imprensa tardaram a aparecer. Por exemplo, nas edições do dia 27 de Abril dos jornais “Nova Aliança” e “Jornal de Abrantes” nem uma simples linha sobre o

acontecimento, certamente porque o tempo que demorava a fechar e a imprimir a sua edição fosse bastante mais longo do que é hoje na era dos computadores… A primeira reação da imprensa veio do semanário “Jornal de Abrantes”, na sua edição de 4 de Maio, com apreciável destaque na primeira página sob o título: “O Movimento Histórico do 25 de Abril – Uma Junta de Salvação

Nacional presidida pelo general Spínola governa o País”. Curiosamente o jornal também reproduzia o texto do Programa da Junta de Salvação Nacional, excertos da proclamação do general Spínola e o texto de uma mensagem enviada pela Câmara Municipal de Abrantes, então presidida por Esteves Pereira, que na sua sessão de 29 de Abril dirigiu uma saudação à Junta de Salvação Nacional manifestando-lhe o seu apoio. Mas o principal destaque dessa edição esteve na reportagem feita com o título:“Grande Manifestação do 1º de Maio em Abrantes”. Descrevia-se o percurso da manifestação que partiu do Largo 1º de Maio, percorreu as ruas da cidade e organizou uma sessão no Largo da Câmara, onde na varanda do edifício setecentista usaram da palavra Orlando Pereira, Correia Semedo, Eurico Consciência, José Alberto Marques e os estudantes Jorge Lacão e Geirinhas Rocha. Em seguida, os manifestantes dirigiram-se ao quartel da cidade, onde foram recebidos pelo respetivo comandante, coronel Tavares de Pina. À noite houve um jantar no restaurante Vera Cruz, onde se fizeram ouvir vários discursos. E foi assim que os abrantinos celebraram o dia 25 de Abril de 1974 no dia primeiro de Maio. Rolando F. Silva Foto Fernando Correia (foto depositada no Arquivo Municipal Eduardo Campos)

40 anos de Abril O 25 de Abril foi sobretudo a devolução a todos os portugueses da responsabilidade pelo seu futuro. O país é nosso, nós somos o país. Mas o país estava mal, e nós também. Faltavam as estradas, a electricidade nas aldeias, a água ao domicílio, e esgotos quase nem pensar. A economia era débil, as empresas antiquadas e sem força no mercado internacional. Os serviços eram fechados, envelhecidos, paternalistas. A comunicação social era censurada. E nós? Semi-analfabetos, mal qualificados, devotos ainda de Salazar, obedientes e invejosos, maldizentes e tradicionalistas, e sem a aprendizagem da organização. Ninguém estava preparado para coisa nenhuma. Nem sequer sabíamos como dirigir ou estar

numa reunião. Não tínhamos políticos tarimbados, nem professores, nem empresários, nem quadros de todas as espécies. As novas elites sabiam pouco e eram sobretudo convencidas, que “em terra de cegos” quem andou numa universidade bolorenta pensa que já sabe alguma coisa. Éramos todos assim? Não, é claro. E foram os melhores de nós que fizeram o que de melhor até agora se conseguiu. E foi muito. Os novos não acreditam e os mais velhos já mal se lembram, mas Portugal e os portugueses levámos uma volta decisiva. Nada se parece já com o que era. Ao nível das infraestrutruras, da qualificação das pessoas, da estrutura do sistema produ-

tivo, da capacidade técnica das empresas, do poder de resposta dos serviços públicos, da qualidade do ensino e da investigação, das artes e das letras, do desporto e da gastronomia, do turismo e da publicidade, e assim por diante. Portugal hoje está entre as 40 nações mais desenvolvidas, embora não pareça. - Mas estamos numa crise desgraçada, resmunga alguém. - E como estaríamos sem o caminho que entretanto andámos? Nestes 40 anos tivemos de fazer milagres sem estarmos preparados. Os jovens de hoje têm muito melhor preparação. Cabe-lhes pegarem no que temos e conseguir ainda melhor. É assim que se faz história. Foi isso

que nós tivemos de fazer. Podem culpar-nos, como nós culpámos os de trás. Mas lamentar-se não faz caminho, apenas dói e gruda ao chão. Há 40 anos, foi apenas o 25 de Abril. Depois, cada um acrescentou-lhe o sonho e o desejo de que foi capaz. E é a partir daí que, hoje, olha para trás e faz o balanço destes 40 anos, que ficarão na História. Hoje é o 25 de Abril dos próximos 40 anos. À espera de quem tem mãos e cabeça, à espera de quem sabe sonhar e fazer. Por isso, “vamos fazer o que ainda não foi feito”. Que é para isso que cá estamos. Alves Jana

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20 ESPECIAL 25 DE ABRIL

ABRILL 2014

A imprensa local em Abril Correio de Abrantes, Jornal de Abrantes e Nova Aliança. Além destes periódicos, outros boletins e folhas de menor tiragem eram publicados nesta cidade por altura do 25 de Abril de 1974. Apesar da imprensa estar praticamente toda «em paz com o regime», como afirmou José Alves Jana - colaborador em várias publicações abrantinas - o Correio de Abrantes foi, talvez, aquele que mais tentou arriscar, tendo mesmo sofrido um processo de rejuvenescimento em janeiro desse mesmo ano. Por outro lado, o Jornal de Abrantes, propriedade dos grandes senhores agrários da região, era «claramente alinhado com o regime». Por sua vez, o jornal Nova Aliança era, na opinião de Alves Jana, um jornal «mais tranquilo». Os critérios editorais, até à revolução de Abril, eram, essencialmente, marcados por temas escolares, religiosos, desportivos, militares e regionais, bem como o evidente lado comercial e propagandista. Após a data, surge um período de adaptação aos novos tempos, até que se passa também a dar primazia aos

de Spínola». Por sua vez, o Correio de Abrantes decide também fazer deste acontecimento o grande destaque da sua primeira página, exibindo, em letras garrafais, «O O General António de Spínola ola novo Presidente da República». ública». Num um clima de incerteza acerca ace do que se passava no país, a imprensa acabou por abordar o assunto de forma extremamente leve e pouco sensacionalista, ao típico estilo do jornalismo contemporâneo. Focando-se muito no regionalismo, havia mesmo quem quisesse angariar a colaboração dos «jornalistas profissionais», ou seja, aqueles que trabalhavam nos grandes jornais nacionais. temas culturais de esquerda e extrema-esquerda. Aquando do caráter semanal e mensal destas publicações, a notícia da revolução só pôde chegar

dias ou mesmo semanas depois do acontecimento. No caso do jornal Nova Aliança, com edição dois dias após a revolução, não havia ainda sinais de qualquer mudança no re-

gime. Só a 4 de maio de 1974 é que o Jornal de Abrantes exibe, na sua primeira página e em segundo plano, o título «O NOVO Presidente da República é o General António

Bárbara González Gomes e Flávio Nunes, alunos de Comunicação Social da ESTA

“Diziam que era uma guerra e as pessoas estavam cheiinhas de medo” Decorria a madrugada de 25 de Abril de 1974, quando José Goulart, na altura Capitão na Base Aérea nº3 em Tancos, foi acordado na sua casa em Tomar com a notícia de que uma revolução estava a acontecer. “Eu fiquei muito espantado com o que se estava a passar, não acreditava porque pensava que aquele Governo seria para mais anos ainda”, conta o agora Tenente-Coronel aposentado. Ao chegar ao quartel, José Goulart encontrou a base “em estado de prevenção”. Depois ficaram a aguardar ordens, dizia-se “que tinha havido mais tomadas de bases aéreas. Havia umas que tinham aderido, outras que não”. “Uma situação caricata é, talvez, um general muito famoso que não era da situação, não

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era do Governo de então, chamado Spínola, veio aqui a pernoitar na véspera do 25 de Abril. Nós não sabíamos o que é que se passava, e achámos esquisito o senhor general vir ali ficar à base aérea. Nem o comandante da base sabia. No outro dia, quando se dá o 25 de Abril, ficámos então a saber a razão pela qual esse general tinha vindo à base (risos) é porque já sabia que ia haver a revolução.” Perto da Base Aérea nº3 morava o falecido 1º Sargento Fernando Ortegas, com a sua esposa, Rosa Sousa. “Estávamos ainda acordados quando ouvimos na rádio que havia uma revolução em Lisboa, quem deu o sinal da revolução foi o Paulo de Carvalho com a canção «Depois do adeus». Às sete da ma-

nhã vieram buscar o meu marido e levaramno para o aeroporto onde prenderam o Marcelo Caetano e o Américo Tomás. Quando vieram bater à porta ele ainda estava a dormir, foi com a roupa na mão e no jipe é que se foi vestindo. Botas, tudo na mão para ir para o aeroporto de Lisboa”, recorda Rosa. O medo dominava a região, o que levou muitas pessoas a abandonar as suas casas. “A Praia (do Ribatejo) ficou quase deserta com medo porque os aviões andavam aí. Diziam que era uma guerra e as pessoas estavam cheiinhas de medo. E eu fiquei na minha casa, não saí. Depois o meu marido ligou-me de Lisboa a dizer «Vai para Espanha, para casa dos tios». E eu disse «Não vou, eu

não saio daqui!» E cá fiquei. Não tive assim muito medo, fiquei cá na Praia, na minha casa, descansadinha, a ver o que é que isto dava.” “Vai fazer agora 40 anos, havia muitas esperanças no 25 de Abril, mas, pelo que estamos a ver, os Governos não têm sabido aproveitar essa revolução e Portugal tem decaído e está praticamente a ficar na mesma. Não digo igual, mas regrediu, recaiu, dos ideais do 25 de Abril”, remata o Tenente-Coronel José Goulart.

Cátia Francisco e Gualter Santos, alunos de Comunicação Social da ESTA


ESPECIAL 25 DE ABRIL 21

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O professor de Religião e Moral que apoiou os estudantes

Quatro perguntas a Jorge Lacão, um dos protagonistas do movimento do 1º de Maio em Abrantes

“Foi uma participação impressionante”

Fernando Correia (foto depositada no Arquivo Municipal Eduardo Campos)

Como é que se explica aos jovens de hoje em dia o que aconteceu no 25 de Abril? Explica-se, sobretudo, não desistindo de promover os valores referenciais do 25 de Abril: o valor da liberdade e da tolerância, da paz, da solidariedade e do desenvolvimento. Entende que os ideais que o 25 de Abril pretendia naquela altura ainda estão presentes na nossa sociedade?

• “Nunca vi as ruas de Abrantes tão cheias”

Hália Costa Santos

Mário Pissara era, no dia 25 de Abril de 1974, um jovem professor de Religião e Moral, a dar aulas no Liceu de Abrantes. Conhecia todos os rapazes e raparigas que lá andavam, pela simples razão que era professor de todas as turmas. Talvez por isso, acabou por orientar os estudantes que queriam participar na manifestação do 1º de Maio: “As raparigas fizeram um peditório para comprar flores (que depois distribuíram à população) e os rapazes fizeram cartazes com ramos de oliveiras”. Antes do 25 de Abril, Mário Pissarra chegou “a ser incomodado, mas nada de especial”, por causa das aulas que dava. Recorda agora que no Liceu havia um professor que era informador da PIDE. E conta o episódio mais quente, naturalmente passado no próprio dia da revolução: “Ainda puxou da pistola e ameaçou os professores.” Mas ficou por aí. No dia 25 de Abril, Mário Pissarra sabia desde as 6h30 que alguma coisa estava a acontecer, porque alguém o avisou. Não se sabendo nada de concreto, fez a sua vida normal. “As aulas eram ligeiramente diferentes, porque os alunos perguntavam muito” sobre o que se estava a passar. “Mas não havia informação”. Mário Pissarra conta que, uma semana depois, no 1º de Maio, os estudantes, juntamente com o sindicato dos metalúrgicos do Tramagal, acabaram ser um dos pi-

À distância de 40 anos, como é que vê o 25 de Abril e o 1 de Maio em Abrantes?

Mário Pissarra regressou a uma sala de aula, desta •vezOnaprofessor ESTA, para explicar o que se passou no Liceu há 40 anos

lares mais importantes da grande manifestação que aconteceu em Abrantes. Como os cravos rapidamente acabaram, as raparigas distribuíram todo o tipo de flores à população. “Nunca vi as ruas de Abrantes tão cheias”, recorda o professor que, depois dos momentos quentes, passou a ter aulas diferentes, em que os alunos mostravam cada vez mais as suas tentativas de politização. Se os adultos aderiam aos partidos políticos “em função das amizades”, “os alunos simpatizavam com os partidos conforme as namoradas que tinham ou que queriam ter”. O que se seguiu foi sobretudo uma divisão entre “os imperialistas e os revolucionários”. Mário Pissara conta que “havia sectarismo e incapacidade crítica por parte da maior parte dos jovens”. E no Liceu isso

notava-se sobretudo na escolha da música que, nos intervalos das aulas, passava na rádio interna: “Tudo o que era em inglês era imperialista e tudo o que era Zeca Afonso ou Adriano Correia de Oliveira era revolucionário”. Mário Pissara diz que sempre foi “um defensor do exercício da crítica com responsabilidade, sabendo que nalgumas coisas não há verdades universais”. Por isso, um dia testou os seus alunos. Deu-lhes, para analisarem, um texto de Salazar assinado por Marx e um texto de Marx assinado por Salazar. E aconteceu o que acontece quando as pessoas não pensam: os defensores de Salazar apoiaram as ideias de Marx e os adeptos do marxismo assumiram as posições salazaristas. Hália Costa Santos

Foram dias verdadeiramente inesquecíveis para quem teve a sorte geracional de ter podido participar nesses momentos. Como noutros pontos do País, em Abrantes viveu-se um autêntico virar de página da história. Como diz o poema, nessa altura a liberdade estava a passar por aqui, tanto nas ruas e nas praças pejadas de gente como no interior de cada pessoa que se abria aos ventos novos da democracia. Como é que descreve a participação dos jovens abrantinos nesses dias? E a sua participação em particular? Foi uma participação impressionante, pois os jovens das nossas escolas vieram para a rua e foram eles, de um modo muito espontâneo, os grandes mobilizadores da iniciativa da manifestação do 1.º de Maio, levando das escolas para as freguesias do concelho os cartazes improvisados convocando a manifestação. Pela minha parte, encontrava-me no primeiro ano do curso de Direito da Universidade de Coimbra e, ao regressar a Abrantes, tive talvez o mérito de servir de ponte entre a geração dos mais velhos, particularmente os republicanos da época, e o impulso dos mais novos, o que permitiu a grande dinâmica popular que foi criada.

Os tempos de hoje são muito diferentes dos daquela época. Guerra colonial à parte, índices maiores de progresso a todos os níveis, e muito particularmente na educação, as gerações atuais – dos mais novos aos mais velhos – estão todavia confrontadas com graves problemas que ameaçam por de novo em causa os fundamentos da coesão social. Mas tais problemas não terão solução por via revolucionária, como no passado. Os de hoje só podem ser resolvidos em democracia e não apenas à escala nacional. Tudo é mais complexo e, talvez, mais difícil. E porque a solução desses problemas não será imediata, o que precisamos, como povo, é de muita lucidez, determinação e coragem para os poder ultrapassar. Sem voltarmos às tentações autoritárias e totalitárias, ou, o que vai dar no mesmo, populistas e demagógicas, que no passado só trouxeram atraso, desigualdade e pobreza a Portugal. Carlota Rodrigues, aluna de Comunicação Social da ESTA

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22 ESPECIAL 25 DE ABRIL

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MEMÓRIAS DE UM JOVEM ABRANTINO SOBRE O 25 DE ABRIL

“As memórias que eu tenho do Estado Novo são as dos silêncios opressivos” “Foi surpreendente!” Assim começa Francisco Lopes, atual diretor da Biblioteca Municipal António Botto, a recordar o dia 25 de Abril de há 40 anos. Naquela manhã já se tinha apercebido de que algo estava a acontecer: “Na altura ouvíamos com tanta frequência rádio como hoje em dia se vê televisão e foi pela rádio que eu soube que aquele dia seria diferente. A programação estava completamente alterada, não se falava e só estavam a passar música.” O jovem Francisco saiu de casa em direção à paragem da camioneta. “Aí era hábito formar-se o grupo dos rapazes e o grupo das raparigas e comentámos só entre nós.

Quando chegámos ao liceu não havia aulas, os professores estavam nas salas mas não estavam a dar a lição, mantinham-se calados. Perguntávamos «Doutor, o que é que se passa?», mas ninguém nos sabia dizer. Só para aí na segunda ou terceira aula do dia é que o professor de História nos disse que estava a acontecer uma revolução em Lisboa. A maioria de nós perguntou logo «O que é isso da revolução?» porque não tínhamos qualquer formação de carácter político. Sobretudo na província, essa taxa de alfabetização era nula.” “No liceu lembro-me que duas ou três semanas depois todos nós fazíamos comícios e convocavam-se

as RGA (Reunião Geral de Alunos) para tudo! Não vos passa pela cabeça... Tudo! Tudo!», relembra Francisco Lopes, rindo-se. “Havia logo uma guerra em que tudo só se decidia entre alunos e nós discutíamos tudo o que dizia respeito à escola mesmo que não fosse da nossa competência. Os alunos queriam fazer sentir a sua posição.” Ainda dos tempos de liceu, recorda as equipas organizadas no decorrer das greves: “Muitas delas duravam semanas e até chegámos a dormir lá (no antigo liceu). Lembro-me de situações caricatas, olhando agora para trás...», continua Francisco. “Lembro-me bem de estar à porta do liceu a fazer pi-

quete de segurança e tinha a sensação de que nunca tinha visto tantos Mercedes pretos à porta – como quem diz que os mais ricos é que vinham reclamar e que os pobres eram os desgraçados que tinham de trabalhar. Os indivíduos iam até lá e queriam falar com o senhor Reitor para saber quando é que se acabava com aquele regabofe. Deparavam-se connosco, alunos piquetes de greve, que apontávamos «tu e tu levem este senhor» e lá iam dois miúdos de 16 anos, com facas de mato à cintura, com o senhor até ao Reitor.” Do dia 25 de Abril de 1974 foi tudo o que ficou para Francisco Lopes. Mas do período anterior ficaram

outras marcas. “As memórias que eu tenho do Estado Novo são as dos silêncios opressivos. Tenho uma série de memórias de silêncios, muitas delas relativas aos adolescentes do sexo masculino, sobre o tabu da guerra.” Depois da revolução vieram os tempos “de descobertas extraordinárias em que toda a gente aprendia, estudava e discutia política”. Francisco Lopes conclui: “Era um momento de sonho e esse é o lado romântico da revolução.”

Abril acabam por aparecer: “Foi uma revolução em 1974 que garantiu a liberdade aos portugueses”. Conversa puxa conversa e mais uma ideia surge: “Sei que foi a revolução dos cravos em que o povo pedia a liberdade. Acho que não foi feito da melhor forma porque eles [o povo] queriam tudo de uma vez e acho que perderam muito com isso. É por isso que agora estamos como estamos.” Cláudio, de 16 anos, refere-se ao

25 de Abril como o dia da liberdade, “um dia em que as pessoas se podem expressar mais do que nos outros porque foi o dia em que começaram a ter muitos dos seus atuais direitos”. Mas este jovem acrescenta que “talvez seja um dia de opressão para muitos portugueses pois talvez não tenhamos mudado para o melhor partido ou então talvez os partidos políticos que existem não sejam os melhores”. Já a Ana Marta, com ar sorridente,

opta por contar uma memória de família: “A minha mãe andava na escola primária e diz que, nesse dia, os miúavam todos com dos andavam has a abanar, mas bandeirinhas biam muito bem o nem percebiam ra.” que é que era.

Patrícia de Freitas e Tatiana Santana, alunas de Comunicação Social da ESTA

Netos da revolução dos cravos São 9h30 e estamos a passar pelo portão da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes. À porta da sala 1.24 espera-nos a Professora de História, Irene Almeida. Temos os gravadores de voz prontos e uma sala cheia de alunos do 10º ano com olhos curiosos a fitarem-nos. Quando a professora explica quem somos e o que pretendemos ouvimos alunos entusiasmados que nos perguntam: “O meu nome vai aparecer no jornal?”

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Ora, o pretendido é reunir várias opiniões do que foi e continua a ser o 25 de Abril para os portugueses e, neste caso, o que significa esta data para estes jovens que ainda não eram nascidos. Passados 10 minutos de uma atribulada conversa, conseguimos entrevistar sete alunos que se mostravam impacientes e nervosos. “Isto parece um teste!”, comentava Catarina no início da entrevista. As tentativas de explicar o 25 de

Carolina a Carreira e Cristiana Pereira, alunas de Comunicação Social da ESTA


SOCIEDADE 23

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A Câmara de Abrantes e a Associação Vidas Cruzadas estabeleceram um protocolo de cooperação, criando condições para que o município colabore na operacionalização da Loja Social Itinerante. Este serviço de aproximação às pessoas é gerido e dinamizado pela Vidas Cruzadas, sendo agora alargado geograficamente o acesso dos bens de vária espécie a mais famílias, num contexto socioeconómico cada vez mais desfavorável. A Loja Social é uma medida institucional que pretende contribuir para suprir as necessidades/carências imediatas de agregados familiares carenciados, através de um banco de bens, novos ou usados, doados por particulares ou empre-

sas. Ao abrigo deste protocolo, a Câmara compromete-se a assegurar o transporte, sempre que tal se justificar, do mobiliário e eletrodomésticos até aos beneficiários da Loja Social que não disponham de transporte. “No fundo, o que está em causa é dar corpo a uma estratégia de proximidade, levando a cada uma das freguesias os bens necessários. É uma iniciativa de intervenção social que nos apraz apoiar, porque, assim, estamos a conseguir chegar mais perto dos cidadãos, nomeadamente dos mais carenciados,” referiu ao JA Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes.

Ser solidário através do IRS Numa ação conjunta, os Centros Sociais de Pego, Vale das Mós, Tramagal, São Miguel do Rio Torto, Rossio ao Sul do Tejo e o Centro Interparoquial de Abrantes juntaram-se para alertar a comunidade da existência de um mecanismo legal que permite um apoio financeiro a todas as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). A iniciativa dirige-se aos técnicos oficiais de contas e aos contribuintes que, ao fazerem o seu IRS podem, assim, apoiar qualquer instituição, uma vez que o Estado assegura que 0,5% do imposto liquidado anualmente por cada contribuinte reverta a favor de uma IPSS, sem qualquer custo adicional para o contribuinte. O procedimento é simples, basta procurar o Quadro 9, o Anexo H, do modelo 3 do seu IRS e selecionar a IPSS, colocando no espaço dedicado ao NICP o número da institui-

Joana Margarida Carvalho

Loja Social Itinerante alarga o seu serviço no concelho

Na declaração de impostos qualquer contribuinte •pode ajudar sem custos adicionais

ção que pretende ajudar. António Mor, responsável do Centro Social do Pego, referiu que, no ano passado, e através deste mecanismo, “uma entidade do concelho recebeu cerca de 7 mil euros, uma vez que um conjunto de cidadãos entenderam que este preceito legal podia ser um contributo para com a instituição”. “Estamos aqui para despertar a comunidade para esta iniciativa solidária e para que próprias IPSS que desconhecem este projeto fiquem a saber que podem ser ajudadas,” adiantou o responsável.

Por sua vez, Nelson Carvalho, parceiro local do projeto, afirmou que “as IPSS têm cada vez mais um papel estruturante na sociedade portuguesa e, com a crise, são um fator chave na garantia da coesão territorial e social, dos mínimos que muitas pessoas precisam” Na página da Autoridade Tributária e Aduaneira está disponível a listagem das IPSS, com os respetivos números de contribuintes. Basta escolher uma e indicar o respetivo número na sua declaração de IRS. JMC

Lista das instituições que comunicaram ao Jornal de Abrantes o seu número de contribuinte para que os contribuintes possam fazer a sua contribuição solidária através do IRS. De referir, que o Centro Social de Rossio ao Sul do Tejo ainda não está inscrito para usufruir deste apoio. Centro Social do Pego – 502 591 161 Centro Social e Paroquial Nª Senhora da Oliveira, de Tramagal – 500 868 441 Centro Social de São Miguel do Rio Torto – 501 836 055 Centro Social e Interparoquial de Abrantes – 501 920 390 Centro Social Vale das Mós – 501 308 520 Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) – 501 064 869 Santa Casa da Misericórdia de Abrantes – 500 239 878

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24 SOCIEDADE

Abrantes lidera número de idosos a viverem sozinhos ou isolados no distrito de Santarém Na Operação Censos Sénior 2014, a GNR sinalizou 2078 idosos a viverem sozinhos ou isolados no distrito de Santarém, mais 189 do que na operação “Censos Sénior” do ano anterior, informou o relações públicas do comando. Segundo o major Duarte da Graça, os concelhos com mais idosos sinalizados situam-se, “genericamente, a norte do distrito”, nomeadamente nos concelhos de Abrantes, com 290 casos sinalizados, e Mação, com 282. Na lista apurada pela Operação Censos Sénior 2014, e por ordem do número global de idosos sinalizados, seguem-se os municípios de Ourém (210), Santarém (152), Tomar (139), Torres Novas (123), Alcanena (110) e Golegã (101). Duarte da Graça adiantou que foram sinalizados 15 idosos em situação “particularmente vulnerável” devido a problemas de saúde, carência económica ou negligenciados, uns sozinhos, outros isolados. “Estes casos foram imediatamente reportados às entidades competentes das respetivas áreas, e os idosos encontram-se atualmente a serem acompanhados por técnicos de saúde e da área de apoio social, mediante a responsabilidade de insti-

tuições de apoio social, nomeadamente IPSS”, notou. O oficial de operações e relações públicas explicou que a situação “mais preocupante” com que a GNR se confrontou é relativa a alguns casos de idosos que estão em isolamento as 24 horas do dia. “São as situação mais complexas, são idosos que não veem ninguém e não conversam com ninguém.” Relativamente ao programa “Residência Segura”, aderiram 455 idosos, permitindo assim à Guarda fazer a sua georreferenciação, o que “constitui uma mais valia para localização” em caso de ocorrência e/ou emergência. O levantamento “vai permitir um policiamento de maior proximidade, direcionado para situações de maior vulnerabilidade, em caso de situações de cheias, de vagas de calor ou de frio, ou mesmo em situações de prestação de socorro aquando da ocorrência de incêndios”, exemplificou. Durante a operação Censos Sénior 2014, foi possível promover ações de sensibilização para que a população idosa adote comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de crimes.

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Canoístas do Clube Os Patos homenageados em gala

O Clube Desportivo os Patos celebrou a última época da modalidade de canoagem com a realização de uma gala comemorativa. Na cerimónia foram homenageados todos os atletas que se distinguiram nos diversos escalões nos campeonatos nacionais e internacionais. A gala serviu também para alertar para as consequências que as obras na ponte sobre o Tejo vão ter

na prática da modalidade. José Miguel Trigo, responsável pela seção desportiva de canoagem, explica a necessidade de “sensibilizar o poder autárquico para a questão do espelho de água que se vai perder com as obras na ponte sobre o rio Tejo. Estas obras vão ser um verdadeiro transtorno para a realização dos treinos diários”. Na cerimónia, que contou

com a presença de Vítor Félix, presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, o clube recebeu dois incentivos financeiros por parte da Câmara Municipal, no valor de 750 euros. O clube decidiu entregar este valor aos próprios canoístas. Na cerimónia, Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM, exaltou o trabalho desenvolvido pela secção despor-

BNI junta 2.783 mil euros para Associação Vidas Cruzadas

Requalificação de EN118 em Alvega

O BNI Estratégia de Abrantes promoveu mais um jantar de âmbito solidário, desta vez a favor da Associação Vidas Cruzadas, associação que apoia famílias desfavorecidas do concelho de Abrantes. Manuel Bartolomeu, presidente do Grupo Estratégia, explica que esta ação começou com a sensibilização dos empresários do grupo “para que estes, através das suas empresas, pudessem dar um apoio a esta

A Câmara Municipal de Abrantes vai investir meio milhão de euros na requalificação da Estrada Nacional (EN) 118, na localidade de Alvega, numa extensão de cerca de 1 quilómetro. A obra começou no início de março e tem um prazo de execução de 180 dias. A empreitada é da responsabilidade dos Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA) e consta da instalação de novas infraestruturas de água, esgotos domésticos e

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causa da Vidas Cruzadas”. Para além da realização do jantar, foram vendidas agendas. As receitas, no valor de 2.783 mil euros, reverteram a favor da Vidas Cruzadas. Ao longo dos últimos anos, o BNI tem-se mostrado à comunidade, envolvendose em alguns projetos sociais. Em 2011 apoiou o projeto Acreditar, Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, com a oferta de 10 mil euros. Em 2012, foi a vez do CRIA,

Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, uma das instituições de solidariedade social mais antigas do concelho, que foi apoiada com cerca de 5.700 euros. O BNI Estratégia é um grupo de empresários que trabalha para estabelecer mais negócios para si, mas isso não tem impedido que o grupo se envolva em verdadeiras causas sociais. O jantar solidário aconteceu no passado dia 7 de março, em São Lourenço.

pluviais, telecomunicações e eletricidade, passeios e novo pavimento, visando resolver também um problema de cotas de soleira, anunciou a autarquia. Em declarações à Antena Livre, o presidente dos SMA, Manuel Jorge Valamatos, que também é vereador na Câmara Municipal de Abrantes, disse que a obra, que é “algo complexa”, vai originar “bastantes constrangimentos”. “As obras vão servir para vários objetivos,

tiva de canoagem e avançou com um novo investimento por parte da autarquia, que se prende com a compra de dois edifícios contíguo à estação de canoagem. Trata-se de ma aquisição no valor de 50 mil euros que se destina ao aumento das valências daquela estação, sediada na zona ribeirinha de Rossio ao Sul do Tejo. JMC

todos eles muito importantes e necessários para a população”, frisou. A obra vai interditar totalmente a circulação de veículos pesados no sentido Alvega – Gavião, e vice-versa, durante o seu período de realização. Um mapa de desvios de trânsito disponibiliza informação sobre as alternativas rodoviárias.


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26 REGIÃO

ABRIL 2014

TRAMAGAL

Corte de passagem de nível impede agricultores de acederem a campos de cultivo O corte a corrente e cadeado de uma passagem de nível ferroviária em Tramagal, Abrantes, junto às empresas Geofer e Mitsubishi, está a impedir o normal acesso aos campos de cultivo de cerca de 80 agricultores, que cultivam cerca de 650 hectares de terras junto ao rio Tejo e que já manifestaram o seu protesto e desagrado por esta situação.

Em declarações à Antena Livre, Luís Damas, da Associação de Agricultores dos concelhos de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal, disse que os agricultores, “entre 70 a 80”, não têm alternativa rodoviária em Tramagal para aceder aos campos de cultivo, vendo-se obrigados a deslocar-se pela EN 118 em direção a Constância, e a partir dali aceder aos campos de regadio através da ribeira de

Alcolobre, ou ribeira da Coutada, a cerca de 10 quilómetros de distância. “Não existe uma alternativa e aquele via não apresenta o mínimo de condições para o acesso a máquinas de grande porte, como sejam as

máquinas de semear milho, debulhadoras ou camiões cisterna”, que ali precisam de aceder para recolha de leite, entre outros. Os agricultores exigem a reabertura tão rápida quanto possível daquela passagem

de nível, disse Luís Damas, tendo em conta que se aproxima a altura das sementeiras e não existe uma alternativa para o acesso aos campos de cultivo. Aquele responsável disse ainda que a Câmara Munici-

pal de Abrantes, Junta de Freguesia do Tramagal e Associação de Agricultores estão a “trabalhar em conjunto para tentar resolver rapidamente o problema”. Fonte da Refer explicou que a passagem de nível é automática, acionada manualmente, e é privada, estando sob gestão da empresa Geofer (do grupo Cimpor), que é responsável pelos encargos com a manutenção da mesma. “Foi-nos reportado um problema técnico e até que seja efetuada a reparação do sistema a empresa decidiu proceder ao seu encerramento, até por questões de segurança no local”, disse a mesma fonte. Até ao fecho desta edição do JA não foi possível apurar uma data para a reabertura do serviço. Mário Rui Fonseca

Constância requalifica Capela de Sant´Ana

Ações de promoção da saúde no centro histórico

A Câmara Municipal de Constância anunciou a conclusão dos trabalhos de requalificação da Capela de Sant’ Ana, um investimento global de 79 mil euros justificado pela “importância da preservação e salvaguarda do património” concelhio. A funcionar há alguns anos como capela funerária, o templo apresentava muitas problemáticas. Entre outras obras, a cobertura foi substituída, as instalações sanitárias foram melhoradas e foi colocado ar condicionado, melhoramentos que visam proporcionar condições de maior conforto durante os velórios.

O centro histórico de Abrantes vai receber um conjunto de iniciativas de 4 a 23 de abril, levado a cabo pela Associação Centro Comercial Ar Livre, em parceria com a Câmara Municipal de Abrantes. Promovendo hábitos de saúde e bem estar que ajudam a levar um estilo de vida mais saudável, a ação tem por base a realização de diferentes serviços gratuitos, incluindo rastreios e consultas de nutrição, acessíveis a toda a população. Nos dias 5 e 12 de abril, os estabelecimentos comerciais do Centro Histórico que aderiram à iniciativa vão proporcionar vários serviços gratuitos, como rastreios visuais e auditivos, medições de colesterol e de tensão arterial, consultas livres de nutrição

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e podologia, entre outros. Será ainda possível usufruir de uma massagem terapêutica, de uma sessão de terapia de reiki, bem como participar em ações que visam a correção postural e em work-

shops sobre saúde e alimentação saudável. Em simultâneo irão também decorrer aulas de atividade física, dinamizadas pelos ginásios do concelho, todas elas abertas à comu-

nidade, aliadas a demonstrações desportivas para os interessados nas diferentes modalidades. E porque a ação visa abranger mesmo todos os habitantes de Abrantes, também os companheiros caninos terão direito a rastreios de higiene oral e auditiva, bastando, para isso, visitar as clínicas veterinárias aderentes. O conjunto de iniciativas que irá tomar conta do centro histórico de Abrantes surge no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Atividade Física e da Saúde (a 6 e 7 de abril, respetivamente), tendo como principal objetivo a dinamização do centro histórico, a promoção e divulgação dos estabelecimentos comerciais. André Lopes

O Festival do Bacalhau e do Azeite O Festival Gastronómico de Vila de Rei dedicado ao bacalhau e ao azeite vai celebrar este ano a sua sétima edição, entre os dias 5 e 13 de abril, numa lógica de dinamização da restauração local e de promoção turística. Com a participação de seis restaurantes do concelho de Vila de Rei, a iniciativa vai decorrer na época da Páscoa e anuncia a preparação dos pratos “mais inovadores aos mais tradicionais”, confecionados à base de bacalhau e de azeite.

Anabela Grácio integra CNE Anabela Grácio, Diretora do Agrupamento de Escolas de Constância, foi uma das sete personalidades de reconhecido mérito pedagógico e científico, a nível nacional, cooptada para o Conselho Nacional de Educação (CNE), tendo tomado posse no dia 6 de março. Anabela Grácio integra duas Comissões: Políticas Públicas e Desenvolvimento no Sistema Educativo; e Conhecimento Escolar, Organização Curricular e Avaliação das Aprendizagens.

Centro Cultural do Sardoal em 2013 O Centro Cultural Gil Vicente, no Sardoal, registou uma frequência de quase 12 mil utilizadores nos diversos eventos promovidos pelo município durante o ano passado. Dos 282 eventos que se realizaram ao longo de 2013 nesse espaço, 37 foram sessões de cinema; 19 eventos de música, dança e teatro; e 213 iniciativas relacionadas com colóquios, sessões literárias e reuniões. Durante o ano de 2013, o Centro Cultural Gil Vicente acolheu ainda cinco exposições de artes plásticas, duas individuais e três coletivas.


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Concurso para seis bombeiros profissionais

Nuno Alfaiate assume presidência dos Quatro Cantos Cisne Nuno Alfaiate é novo presidente da Associação Quatro Cantos do Cisne, sediada no concelho de Constância. Nas eleições de 15 de março, Nuno Alfaiate foi eleito com 32 votos a favor, num universo de 35 votos. O momento eleitoral surgiu em antecipação, uma vez que o mandato liderado por Daniel Martins, atual presidente e ainda vereador na autarquia de Constância, só

A Câmara de Sardoal vai abrir concurso para contratar até seis bombeiros municipais, uma medida justificada ao JA pelo presidente da autarquia, Miguel Borges, “pelo número de elementos que se têm vindo a reformar”. Miguel Borges, que também é o responsável máximo pela proteção civil no concelho, disse que o nú-

mero de aposentações registado nos últimos tempos “reduziu substancialmente o quadro de pessoal”, tendo feito notar que a autarquia “tem de continuar a garantir uma resposta adequada e eficaz na prestação do socorro às populações, a bens, património e à mancha florestal” municipal. “Vamos abrir concurso de admissão até seis bombei-

ros profissionais”, o que sucederá depois da proposta para alteração ao quadro de pessoal da autarquia ser aprovada em sede de Assembleia Municipal. A corporação mista dos bombeiros municipais de Sardoal conta atualmente com 70 elementos, sendo que 17 já são profissionais e os restantes encontram-se em regime de voluntariado.

terminaria no final deste ano 2014. Vasco Silvério, ex-presidente da Assembleia da Associação, explicou que esta antecipação surgiu na sequência do cargo assumido por Daniel Martins na Câmara Municipal. “Ao ter sido eleito vereador na autarquia o presidente da Associação considerou que seria de bom-tom uma antecipação eleitoral, pois teria de tomar decisões enquanto

• Nuno Alfaiate vereador que poderiam estar estritamente ligadas à associação”, referiu.

Sessão com jovens sobre os Novos Percursos de Integração Social No âmbito do projeto “Percursos para a Mudança”, apoiado pelo Programa Juventude em Ação, promovido pela FAJUDIS – Federação das Associações Juvenis do Distrito de Santarém, decorreu no passado dia 21 de março, na Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, uma sessão de Focus Group, sobre o tema

“Que Novos Percursos de Integração Social”. As atividades realizadas contaram com a participação de 24 jovens, entre os 15 e os 20 anos, e permitiram auscultá-los sobre várias temáticas relacionadas com a integração social. Este tipo de auscultação, assente em metodologias de educação não formal, visa proporcionar aos

participantes a discussão, reflexão e o debate. Através destas iniciativas a Fajudis pretende promover a cidadania, o desenvolvimento social e a intervenção comunitária, na tentativa de envolver os jovens num processo ativo e dinâmico de forma a tentar encontrar soluções para a realidade que os afeta.

Zona Industrial da Sertã 2013 – Hyundai i30 StaƟon Wagon 1.6 CRDi 110Cv

2010 – Renault Grand Scénic 1.5 dCi 110Cv Dynamique (7 Lugares)

2013 – Seat Ibiza SC FR 1.6 TDi 105Cv (Bi-Xénon + LED's)

2012 – Seat Mii 1.0 MPi 75 Cv Sport 22.000 Kms

2010 – Renault Mégane Break 1.5 dCi 110Cv Dynamique S

ABERTOS SÁBADOS DOMINGOS E FERIADOS DAS 9H ÀS 20H

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2013 - Toyota Auris 1.4 D-4D Pack Sport (Viatura de Serviço) 480 Kms

2013 – Audi A3 Sportback Sport 1.6 Tdi 105 CV

2009 - Renault Mégane Coupé 1.5 dCi 110Cv Dynamique S

2008 – Opel Astra 1.7 CDTi 125Cv EdiƟon

2011- Renault Kangoo 1.5 dCi Super Pack Clim (AC)

2013 – Volkswagen Polo 1.6 TDi BlueMoƟon Technology

2014 – Renault Kangoo Business Energy 1.5 dCi 90Cv (3 Lugares) (Deduz IVA )(Novo Modelo)

2013- Nissan Qashqai 360 1.6 dCi 130Cv (Serviço)

2008 - 207 XA 1.4 HDi Van (Deduz IVA) 72.000 Kms

2011 - Ford Focus 1.6 TDCi 115Cv Trend 42.000 Kms Azul e Cinza

2010 - Golf VI Variant 1.6 TDi 105Cv ConfortLine

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DIVULGAÇÃO 29

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LUGARES COM HISTÓRIA

O Palacete de Vale de Roubão Quando entramos em Abrantes, pelo lado poente, encontramos do lado direito, este bonito palacete, construído no estilo dos solares do centro e norte da Europa, com as suas torres pontiagudas, revestidas de ardósia em forma de escama e com bastante inclinação para que a água da chuva escorra com facilidade. Foi mandado construir em 1892, por Francisco Eduardo Solano de Abreu, ilustre abrantino nascido em 1858 e falecido em 1941. Foi conhecida durante muito tempo por Villa Maria Amélia, nome que lhe veio das duas primeiras proprietárias: Maria Amélia Fialho Ferreira e Silva, esposa de Solano de Abreu e, como o casal não deixou descendência, depois da sua morte, a posse do imóvel passou para a afilhada, Maria Amélia Baeta, que também sem filhos, o deixou em testamento à paróquia de S. Vicente, sua atual proprietária. Mas nem tudo ficou pronto em 1892. Em 19 de Julho de 1895, foi inaugurada “uma soberba e esplêndida casa de jantar”, ornamentada com belos quadros a óleo, tendo na ocasião sido servida uma lauta ceia “com sessenta talheres” e com um menu com-

posto por requintada cozinha francesa. A Orquestra Filarmónica Primeiro de Janeiro abrilhantou o evento, tocando durante a refeição e no baile que se seguiu até de madrugada. Os 65 operários que trabalharam na obra não foram esquecidos e, no domingo seguinte, Solano de Abreu ofereceu-lhes também um magnífico jantar. Em 1896, a 19 de Maio, foi inaugurada a capela particular da quinta que teve como orago o Senhor da Ascensão. Houve novamente festa rija, com jantar e baile, enquanto as classes populares faziam piqueniques nas matas anexas e o anfitrião a todos recebia com afibilidade. De resto, quinta-feira da Ascensão foi um dia que, durante muitos anos, os abrantinos associaram a este espaço. Havia festas elegantes que os donos da casa ofereciam aos seus convidados, mas também o povo acorria ali para apanhar a espiga, comer opíparos jantares à sombra das frondosas árvores do parque, cantar e dançar ao som da música que sempre por ali havia nesse dia, na altura um feriado muito respeitado. É esse ambiente, ao mesmo tempo festivo e familiar, que o Jornal de Abrantes de 20 de Maio de

eram local onde todos gostavam de se divertir e conviver. Nos finais da década de cinquenta do século XX, mesmo depois da morte de Solano de Abreu, a quinta de Vale de Roubão era ainda muito procurada pelo povo abrantino, para comer os seus lanches e apanhar a espiga em quintafeira de Ascensão. Mas nem só de festas e piqueniques se fez a vida desta quinta. Tinha anexos, hoje em ruínas, construídos para habitação dos criados e, como agricultor moderno que queria ser, Solano dotou-a com equipamentos inovadores, entre os quais um lagar modelo onde o azeite era extraído da azeitona por um processo diferente, que chegou a ser premiado. Construiu também um estábulo para bovinos, amplo e asseado de tal modo que as pessoas, em ar de brincadeira, diziam que ali “até apetecia ser vaca”. A manteiga feita a partir do leite destes animais, ficou famosa entre os abrantinos pela sua excelente qualidade. Teresa Aparício

1917 descreve: ”Uma alegria para o Dr. Solano de Abreu que, no dia da Ascensão, recebe sempre com distinção todas as manifestações po-

pulares que passam pela sua agradável vivenda. E os jardins românticos, com as suas cascatas, enleios, lagos com ilhas de pedra en-

cimadas por estatuetas, canteiros floridos que nas noites festivas eram decorados com iluminação à veneziana, muito em voga na época,

ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Consulta do Viajante e Centro de Vacinação Internacional no Entroncamento Sempre que pretenda viajar para fora do país deve dirigirse a uma consulta de saúde do viajante. Se viaja com a família, designadamente com crianças, idosos pessoas com medicação crónica, tenha em atenção os cuidados especiais de que necessitam.

As consultas de saúde do viajante servem para: 1. Aconselhar as medidas preventivas a adotar antes, durante e depois da viagem. Estas medidas incluem a vacinação, medicação preventiva

da malária, informação sobre higiene individual, cuidados a ter com a água e os alimentos que se ingerem, e outros aspectos para que deve estar alerta quando viaja. Também são fornecidas informações sobre a assistência médica e segurança no país de destino e aconselhamento sobre a farmácia que o viajante deve levar consigo; 2. Aconselhar nomeadamente grávidas, crianças, idosos, indivíduos com doenças crónicas sob medicação, entre outros; 3. Prestar assistência mé-

dica/orientar após o regresso; 4. Administrar vacinas, incluindo a da febre amarela, e passar o respetivo certificado internacional.

As vacinas obrigatórias são: O Regulamento Sanitário Internacional em vigor estipula que a única vacina que poderá ser exigida aos viajantes na travessia das fronteiras é a vacina contra a febre amarela. Nesse sentido, todos os Centros de Vacinação Internacional devem admi-

nistrar a vacina contra a febre amarela a todos os utentes que a eles se dirijam, desde que portadores de prescrição médica. No entanto, alguns países que exigem o comprovativo de vacinação contra outras doenças. É o da Arábia Saudita que exige a vacina contra a doença meningocócica, aos peregrinos que se dirigem a Meca. A Arábia Saudita exige ainda, como outros países, a vacina contra a poliomielite, a quem é proveniente de países onde o vírus é endémico.

Outras vacinas aconselhadas são: Dependem para onde pretende viajar. É precisamente para o aconselhar e informar que existem as consultas de saúde do viajante. As vacinas mais indicadas, em função do destino e da atividade que vai exercer são as que protegem contra as seguintes doenças: cólera, difteria, encefalite japonesa, encefalite da carraça, hepatite A, hepatite B, gripe, raiva, tétano e febre tifóide.

Bibliografia: - Campos, Eduardo, Solano de Abreu, Vida e Obra, edição da Escola Sec. Dr. Solano de Abreu, Abrantes 2002 - Jornais locais da época

Consultas de Saúde do Viajante e Centros de Vacinação Internacional Contactos e horário: Há consultas e centros de vacinação internacional espalhados por todo o país. No Entroncamento vai funcionar a consulta do Viajante de adultos quinzenalmente à 3ªfeira das 9-13H e o Centro de vacinação Internacional nº 9 da ARSLV IP à 3ªfeira das 9-13H e à 5ªfeira das 15-18H. Rua Miguel Bombarda , 2330-017 Entroncamento Tel: 49 720 940, Fax: 249 719 650

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30 CULTURA

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COORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

Terceira edição dos “Encontros Documentais” em Vila de Rei

AGENDA DO MÊS Abrantes

A terceira edição dos“Encontros Documentais” decorre na Biblioteca José Cardoso Pires, em Vila de Rei, no dia 10 de abril. Tendo como temática principal “Museus – Conservar e Divulgar”, este evento, com início marcado para as 14 horas, começa com uma pales-

tra sobre “A importância dos Centros de Documentação nos Museus”, por Luís Mota Figueira, da Superior de Gestão de Tomar (IPT), seguido por Leonor Loureiro e Cátia Silva, a partir das 15h30, que abordarão as temárticas: “O espólio da Sinagoga de Tomar” e

“Intervenções de conservação e restauro em objetos de papel”. Os “Encontros Documentais”prosseguem com“Os serviços educativos do Museu Agrícola de Riachos” por Mafalda Luz e Filipa Marto, do Museu Agrícola dos Riachos. Após esta sessão haverá um

debate aberto ao público. A iniciativa, organizada pela Biblioteca José Cardoso Pires, Arquivo Municipal e Museu Municipal de Vila de Rei, pretende proporcionar um debate de temas relacionados com a conservação e divulgação do património local.

Documentário “Guerra ou paz”, de Rui Simões, exibido em Abrantes O realizador Rui Simões estreia em abril o documentário “Guerra ou paz”, que andará em itinerância pelo país, e será exibido em Abrantes no dia 11 de abril, pelas 21h30. O documentário aborda os milhares de refratários e desertores da guerra colonial, pessoas que decidiram sair de Portugal por discordarem da guerra em África, nas ex-colónias portuguesas. “Guerra

ou paz” regista testemunhos de portugueses e angolanos que procuraram asilo fora dos seus países de origem, por se oporem ao Estado Novo, à ideologia de Salazar e à política colonialista. O documentário estreia na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, e passa também por Santarém a 7 de maio.

Constância Até 6 de Abril – Exposição “Enigmas”, pintura de Laurinda Oliveira – Posto de Turismo 19, 20 e 21 de abril – Festas do Concelho e Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem

Vozes da Rádio e CRIA juntos numa noite solidária “Vozes da Rádio com o CRIA” é o nome do espetáculo de solidariedade que sobe a palco no próximo dia 2 de maio, às 21h30, no cineteatro São Pedro, em Abrantes. Com o objetivo de apoiar e assinalar os 37 anos de existência do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, CRIA, a AA Produções, promotora do evento, vai juntar algumas vozes da rádio do concelho de Abrantes e um conjunto de artistas musicais numa noite solidária, onde as vivências radiofónicas se misturarão com a história da instituição. Humberto Lopes, presidente da direção do CRIA, referiu ao JA“ que foi com agrado que a instituição aceitou este espetáculo de angariação de fundos. Sempre que

Sardoal

recebemos verbas angariadas destinamos sempre as mesmas, em novos investimentos, equipamentos ou obras”. Donativos que poderão ser empregues num conjunto de carências do CRIA: “temos em falta uma televisão para o lar, precisamos de equipamentos para a sala de estimulação sensorial, jogos didáticos e em temos de obras pretendemos acabar o pavilhão de hipoterapia e um outro pavilhão,” explicou o presidente. Os artistas que subirão a palco serão Piano Voz, Ruy e Nuno Damas, Kwantta, Ana Filipa Rosado, Hugo Sampaio, Dulce Guimarães e Reptiliah.

Os radialistas ta encarregados do da apresentação taç do espetáculo tác vão ser Fernanda Fer Mendes, des Jorge Beirão, Anabela Ana Maia, Miguel Mig Pequeno, Lídia Aparício, Paulo Delgado, Patrícia Seixas, Vasco Damas, Carla Esteves, Jerónimo Jorge, Amélia Bento, Ricardo Beirão, Anabela Almeida, Paulo Carneiro, João Guilherme, Joana Margarida Carvalho e Mário Rui Fonseca. Os bilhetes encontram-se à venda no CRIA ou no dia do espetáculo no Cineteatro São Pedro.

Canções de abril por Carlos Alberto Moniz As celebrações do 25 de abril em Abrantes contam com atividades variadas que passam por exposições, concertos, desporto e sessões de cinema. No dia 25 de abril, o destaque vai para Carlos Alberto Moniz que apresenta o novo trabalho discográfico no Cineteatro São Pedro. “Canção dos 40 Anos de Abril” é um disco comemorativo de

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Abril e que contém a música “Resistir de Novo”, o hino oficial da Associação 25 de Abril. A música foi escrita por José Jorge Letria e aborda a atual situação de crise, a incerteza do futuro e a emigração. Para este trabalho discográfico, Carlos Alberto Moniz teve as colaborações de Rui Pato, que foi guitarrista de José Afonso, Quarteto Lopes Graça, Banda

Até 21 de abril – Exposição “All together” pela AMARTE – Biblioteca Municipal António Botto Até 24 de abril – Exposição “Voando”, cerâmica contemporânea de António Vasconcelos Lapa – quARTel, Galeria Municipal de Arte, terça a sábado, das 10h às 13h e das 14 às 19h 4 de abril – Teatro “Dentro das Palavras” com Rui Catalão – Cineteatro São Pedro, 21h30- 4€ 11 de abril – Dança contemporânea “Rendez Vous” com Victor Hugo Pontes e Hélder Seabra – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 4€ 12 de abril – OpenSPEECH , trio de música improvisada com Carlos “Bechegas”, Carlos “Zingaro” e Ulrich Mitzlaff – Sr. Chiado, 21h30 23 de abril – “Ler os nossos com…” Teresa Aparício – Biblioteca António Botto, 18h 24 de abril a 25 de junho – Exposição “Abrantes, 40 anos depois do 25 de Abril – Os rapazes dos tanques” – Biblioteca Municipal António Botto 25 de abril – Concerto com Carlos Alberto Moniz, apresentação do disco “Resistir de Novo” – Cineteatro São Pedro, 21h30 - entrada gratuita 26 de abril – XV fESTA – Festival de Tunas – Cineteatro São Pedro, 21h30 30 de abril a 3 de maio – Jornadas da Juventude subordinadas ao tema “25 de abril, 40 anos: cidadania sem barreiras” Cinema – Org. Espalhafitas, Cineteatro São Pedro, 21h30: 9 de abril – “Deus, Pátria, Autoridade” 16 de abril – “Kinatay” 23 de abril – “A Morte de Um Burocrata” Cinema - Sr. Chiado, 21h30: 10 de abril – “Bom Povo Português” 11 de abril –“Guerra ou Paz”

A partir de 5 de abril – Exposição “Rota das 7 Irmãs” – Centro Cultural Gil Vicente 12 de abril – Concerto da Filarmónica União Sardoalense – Igreja Matriz, 21h 18 de abril – Teatro de Rua “A Paixão de Cristo” pelo GETAS – Pelourinho à Santa Casa da Misericórdia, 21h30 19 de abril – Concerto da Filarmónica União Sardoalense – Centro Cultural Gil Vicente, 17h 20 de abril – Recital de piano – Centro Cultural Gil Vicente Cinema – Centro Cultural, 16h e 21h30: 5 de abril – “Hobbit – A desolação de Smaug”

Mação 6 de abril – 8º Passeio Pedestre “Avós e Netos” – Cardigos 7 de abril – Mostra de Cerâmica – Centro Cultural Elvino Pereira 9 e 10 de abril – Seminário de Arte Rupestre – Centro Cultural Elvino Pereira

Vila de Rei Até 30 de Abril – “Centro Livro”, venda de livros – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires

Vila Nova da Barquinha Até 25 de maio - Exposição “Bustos e Cabeças”, por Rui Sanches – Galeria do Parque Até 25 de maio – Exposição “Território Comum”, imagens do Inquérito à Arquitectura regional portuguesa (1955-57) – Escola Ciência Viva 12 de abril – Teatro “Irmã Lúcia, uma oração” com Maria José Paschoal - Clube União de Recreios de Moita do Norte, 21h – 5€ 26 de abril – Noite de Fados – Sede do Grupo Folclórico “Os Pescadores de Tancos”, 21h30 – 10€

CLINICA MÉDICA E REABILITAÇÃO

Filarmónica Progresso Matos Galamba de Alcácer do Sal, José Mário Branco e tantos outros nomes da música portuguesa. A acompanhar o disco vem um livro com do-

cumentos exclusivos e fotografias inéditas sobre a revolução de Abril. O concerto em Abrantes tem início marcado para as 21h30 e tem entrada gratuita.

CONSULTAS FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro GINASTICA DE MANUTENÇÃO E CORRECÇÃO POSTURAL Acordos em TRATAMENTOS FISIOTERAPIA Caixa de Previdência (ARS Santarém), ADSE, ADMFA, ADME, ADMG, CTT, SAMS, P. TELECOM,EDP, Seguradoras, Medis Saúde, Espirito Santo Seguros, Seguros Acidentes Pessoais, MultiCare, Tranquilidade Seguros etc.

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CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS POR MARCAÇÃO ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio; Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira REUMATOLOGIA Dr. Jorge Garcia NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) L ADSE ADMG L ADM MEDIS L MINISTÉRIO DA JUSTIÇA L PSP L PT-ACS L SAMS MULTICARE L CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS L ALLIANZ L MEDICASSUR MEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK L CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE L BOSCH L SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS L PEGOP HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00) PONTOS DE RECOLHA Sardoal L Mouriscas L Vila do Rei L Vale das Mós Gavião Chamusca L Longomel L Carregueira Montalvo L Stª Margarida L Pego L Belver L

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

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António Serra 28.04.1923 - 24.02.2014 Mação

AGRADECIMENTO Esposa, Filhos, Netos e Nora, endereçam a todos os Familiares e Amigos que estiveram presentes com o seu ente Querido na sua Cerimónia Final, os mais Elevados Agradecimentos. O serviço ficou a cargo da Funerária Tavares & Manso Lda. de Cardigos 16

Maria José Ambrósia Gil Pratas Carreiras AGRADECIMENTO Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, e por desconhecimento de moradas, seus familiares agradecem a quantos apoiaram na doença, e acompanharam à ultima morada a sua ente querida, ou doutro modo manifestaram a sua solidariedade nesta hora difícil de suas vidas.

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Hugo Miguel Luís David 15.01.1976 - 22.02.2014 Entrevinhas - Sardoal

AGRADECIMENTO Na incapacidade de agradecer pessoalmente a todos os que se juntaram a nós neste momento de dor, no derradeiro adeus ao nosso filho, irmão, cunhado e tio, vimos por este meio, agradecer o apoio pela presença, pelas palavras e sentimentos de consolo que manifestaram no acompanhamento a sua última morada. A todos o nosso sentimento de gratidão

CONVOCATÓRIA PARA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Nos termos do artigo 43º, dos estatutos da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Abrantes, convoco todos os sócios para se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, que terá lugar no Quartel Bombeiros de Abrantes, sita na Av. D. João I nº 1160, 2200-233 Abrantes, pelas 21h do dia 16 de abril de 2014, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Análise e deliberação do Relatório de Contas de 2013 2. Informações da Direção; 3. Outros assuntos de interesse para a Associação. De acordo com o estabelecido no nº 1 do artigo 44º dos Estatutos desta Associação, se à hora marcada, não se verificar a presença de pelo menos metade mais um dos associados, a Assembleia funcionará meia hora mais tarde da hora marcada, em segunda convocação, com qualquer número de presenças. Obs: A documentação para deliberação, Relatório de Contas de 2014, será enviada por correio eletrónico até ao dia 7 de abril 2014 Abrantes, 27 de março de 2014 O presidente da mesa da Assembleia- Geral Humberto Pires Lopes

Edital Cessão de Exploração da Albergaria D. Dinis Hotel *** Hasta Pública Ricardo Jorge Martins Aires, Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, torna público que ao abrigo da deliberação tomada em Reunião da Câmara Municipal de 18 de Fevereiro de 2014, e da Assembleia Municipal de 25 de Fevereiro de 2014, se deliberou adjudicar através de hasta pública a Cessão de Exploração da Albergaria D. Dinis Hotel. Os possíveis interessados deverão apresentar as suas propostas em invólucro fechado e lacrado com indicação no exterior da identificação da hasta pública, a denominação “Proposta” bem como a identificação do concorrente, devendo as mesmas dar entrada na secretaria da Câmara Municipal de Vila de Rei até às 16.00 horas do dia 21 de Abril de 2014. A abertura de propostas será feita em sessão pública, na Sala das Sessões do Edifício dos Paços do Concelho, na Praça Matos Silva Neves, 6110-174 Vila de Rei, pelas 14.30 horas do dia 22 de Abril de 2014, sendo posteriormente analisadas por um Júri. Na referida sessão pública apenas poderão intervir/licitar os concorrentes/ou seus representantes devidamente mandatados, que tenham apresentado proposta escrita. O preço base de licitação para a cessão de exploração é de € 250,00 (duzentos e cinquenta euros), referente ao valor da prestação mensal, durante 4 anos, correspondendo ao total mínimo de € 12.000,00 (doze mil euros), acrescido de IVA. O critério de adjudicação para a cessão de exploração será o mínimo de 16 Valores obtidos no âmbito das condições expostas na Cláusula 4.ª, em referência ao Capitulo IV constante do Programa de Procedimentos e o do preço mais elevado. A participação na hasta pública implicará a aceitação por parte dos licitantes do facto de serem conhecedores do conteúdo do Programa de Procedimento e do Caderno de Encargos bem como dos documentos anexos e a declaração de vontade de os pretender cumprir integralmente. Para constar se publica o presente edital e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares públicos de costume. Paços do Município de Vila de Rei, 18 de Março de 2014 O Presidente da Câmara Ricardo Jorge Martins Aires

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