Jornal de Abrantes - Edição de Maio, 2016

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MAIO 2016 · Diretora JOANA MARGARIDA CARVALHO · MENSAL · Nº 5543 · ANO 116 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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jornal abrantes

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Abrantes · Constância · Mação · Sardoal · Vila Nova da Barquinha arquinn h a · Vila de Rei

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TURISMO

OBRAS

Fustigado pelos fogos, Mação cria soluções premiadas no estrangeiro

Constância dinamiza turismo com Festival das Grandes Rotas

Um ano depois, ponte de Abrantes abre sem restrições

O concelho foi devastado por incêndios nos últimos 30 anos, tendo desenvolvido na última década práticas florestais hoje elogiadas em vários países. Pág 18

Atividades nas áreas de lazer, desporto, cultura e ciência marcaram a primeira edição do Festival das Grandes Rotas de Constância. Pág 10

As restrições a veículos ligeiros e pesados sobre o tabuleiro da ponte metálica de Abrantes foram levantadas no dia 28 de abril, ao final do dia. Pág 11

Edição do ES TAJornal

Família Santinho Mendes Há décadas a formar campeões!

Pág. 3

Gala Antena Livre e Jornal de Abrantes acontece dia 6 de maio Este ano, trata-se de uma gala especial sendo que a Antena Livre está a assinalar 35 anos de emissões livres, o Jornal de Abrantes celebra a bonita idade de 116 anos e a cidade de Abrantes assinala o seu centenário. Pág 19


2 ABERTURA

MAIO 2016

FOTO DO MÊS

EDITORIAL

de

jornal abrantes FICHA TÉCNICA Diretora Joana Margarida Carvalho (CP.9319) joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

Redação Mário Rui Fonseca (CP.4306)

Joana Margarida Carvalho

Diretora

Colaboradores Alves Jana e Paulo Delgado

Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

CM Mação

mario.fonseca@lenacomunicacao.pt

Prestígio e Glamour “Um enorme sucesso!” Assim foi a segunda prova do Campeonato Nacional de Trial 4X4, no dia 24 de abril, segundo a autarquia de Mação. Esta foi a prova que registou a maior lista de inscritos e participantes de sempre na história do Campeonato Nacional de Trial 4x4. Ao todo 37 máquinas proporcionaram um verdadeiro espetáculo deste desporto motorizado.

Cristina Azevedo cristina.f.azevedo@antenalivre.pt

Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho 244 819 950 info@lenacomunicacao.pt

INQUÉRITO

MDF, TSU e o Dia das Marias marcam 1 de maio no Tramagal

Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António Vieira

Impressão Unipress Centro Gráfico, Lda.

Contactos Tel: 241 360 170 / Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt

Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda. Capital Social: 50.000 euros Nº Contribuinte: 505 500 094 Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes

Detentores do capital social

Victor Hugo Cardoso

Luís Lopes

Maria Oliveira

presidente JF Tramagal

presidente do TSU

92 anos

1 de Maio: O dia 1 de maio é uma data simbólica muito importante para o Tramagal, enquanto Dia do Trabalhador, e recuperámos a tradição da Metalúrgica Duarte Ferreira em assinalar a data festiva dos trabalhadores. Estivemos duas décadas sem celebrar o 1 de maio e é uma honra para nós podermos ter em Tramagal a família Duarte Ferreira. Tudo aponta que o Museu da Metalúrgica Duarte Ferreira seja inaugurado ainda em 2016.

Aniversário TSU: Neste dia tão especial agradecer a todos aqueles que permitiram ao clube atingir esta data tão bonita que são os 94 anos em atividade do TSU. Para este clube fundado a 1 de maio de 1922 temos um projeto que gostaríamos de concretizar e que passa por arrelvar o campo de jogos.

Dia das Marias: Maria Oliveira, de 92 anos, residente em Crucifixo, destaca-se pela sua jovialidade e alegria no tradicional almoço convívio do grupo onomástico As Marias, evento que se realiza sempre no primeiro domingo do mês de maio e que este ano coincidiu com o Dia da Mãe: “Enquanto cá andar e tiver forças quero participar nestes encontros. Só é pena que haja poucas raparigas a aparecer. Dançar, agora, só apoiada na bengala, mas cantar ainda canto”.

Santarém. PRATO PREFERIDO? Massa. Tudo o que tenha massas é bem-vindo aos meus gostos gastronómicos. UM RECANTO PARA DESCOBRIR? Padrão, freguesia de Sistelo, concelho de Arcos de Valdevez. Uma terrinha no cimo dum monte com 30 habitantes. Simplesmente inesquecível. UM DISCO? Qualquer um do Prince. Foi uma morte que me deixou triste e angustiada. Sempre fui grande fã. UM FILME? “Cidade dos Anjos” pela excelente banda sonora que vai desde U2 a Jimmy Hendrix ou Eric Clapton e depois, pela bonita história de amor excelentemente interpretada pela Meg Ryan e o Nicolas Cage. UMA VIAGEM? O meu pai é Moçambicano e nunca estive em Moçambique. Gostava de ir lá com ele. UMA FIGURA DA HISTÓRIA? Uma

poetisa: Florbela Espanca. É única. UM MOMENTO MARCANTE? O nascimento da minha filha Valentina. UM PROVÉRBIO? “Mais vale tarde do que nunca”. Não se pode dizer nunca que já não vale a pena. Estamos sempre a tempo de fazer o que queremos. UM SONHO? Nunca deixar de sonhar. Como diz o poema de António Gedeão “o mundo pula e avança” quando sonhamos. UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO? Um bom pequeno-almoço, no Aquapolis em Abrantes, uma subida com Amigos pela Ribeira de Alcolobre, com uma paisagem única a partir do Cruxifixo até à Caniceira onde à chegada se faz um belo piquenique a meio da tarde, e terminar o dia com um belo jantar no Restaurante Molares em Chainça.

SUGESTÕES

Lena Comunicação SGPS, S.A. 80% Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. 20%

Gerência Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis

Artigo nº16 da Lei de Imprensa Transparência da Propriedade A Lena Comunicação SGPS, S.A. é ainda detentora de 75 % da Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda., proprietária do Semanário Região de Leiria e de 69,94% da empresa Editorial Jornal da Bairrada. Lda., proprietária do Jornal da Bairrada. A Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. detém ainda uma participação de 12,56% da empresa Editorial Jornal da Bairrada. Lda.

Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617

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Rita Alexandra Matias Pimentel IDADE? 31 NATURALIDADE / RESIDÊNCIA? Sé Nova – Coimbra / Fátima PROFISSÃO? Jornalista UMA POVOAÇÃO? A cidade de Abrantes, onde me formei, onde passei momentos marcantes da minha vida e onde conheci algumas pessoas sem as quais hoje não poderia viver. Abrantes tem magia. UM CAFÉ? Del Rey, em Tramagal. Um sítio histórico e único. Creio que é o bar mais antigo do distrito de

Dia 6 de maio, às 21h30, todos os caminhos vão dar ao Cine Teatro São Pedro, em Abrantes. Vai acontecer a XI Gala Antena Livre e Jornal de Abrantes. Uma noite de homenagem aos valores regionais e nacionais. Um momento de prestígio e glamour que destaca quem mais se evidenciou no último ano, sejam empresas, movimentos, entidades, associações ou personalidades. Nas várias edições que principiaram em 2003 já passaram pelo palco do cine teatro nomes como José Rodrigues dos Santos, Júlio Magalhães, Dina Aguiar, Quinta do Bill, Ana Lains, Sara Tavares, UHF, e no ano passado Mira Godinho, decana do voluntariado em Abrantes e José Bioucas, primeiro presidente eleito da Câmara Municipal. Dois momentos sublimes e únicos que certamente ficaram na memória dos muitos cidadãos que assistiram ao evento e que fizeram jus ao trabalho desenvolvido por estas duas personalidades. Este ano, a equipa da Antena Livre e do Jornal de Abrantes tem a árdua tarefa de não baixar as expetativas e presentear todos com uma noite digna, cheia de emoção e de forte envolvimento. Sabemos que esta gala, para além de marcar agenda cultural da região do Médio Tejo, é também acarinhada por quem nos acompanha e por quem faz a “rádio como você gosta” e o centenário Jornal de Abrantes. Este ano, trata-se de uma gala especial sendo que a Antena Livre está a assinalar 35 anos de emissões livres, o Jornal de Abrantes celebra a bonita idade de 116 anos e a cidade de Abrantes assinala o seu centenário. Datas que devem ser assinaladas com “pompa e circunstância” e que devem envolver quem ouve, lê e vive neste concelho. São momentos para repensar o presente e preparar o futuro, com alicerces mais fortes e dinâmicos que dignifiquem estes nomes, que no passado eram sentidos e enunciados com orgulho e carisma. Que a Antena Livre e o Jornal de Abrantes continuem a prestar o serviço público e a garantir a proximidade de quem os acompanha por mais cem anos de cidade de Abrantes.


ENTREVISTA 3

MAIO 2016

“Somos a única família, em Portugal, de três gerações de campões nacionais” É uma família de campeões. O patriarca António Santinho Mendes passou o testemunho aos filhos e hoje é o neto, com apenas 15 anos, que traz as vitórias para casa, sagrandose campeão o ano passado. José Mendes (JM) continua nas competições e ambiciona ser campeão este ano. Vítor Mendes (VM) já conseguiu essa proeza no autocross e hoje tem as atenções postas no filho - António Santinho Mendes (AM) que herdou assim o nome e o jeito do avô.

José e Vitor como iniciaram a vossa experiência no desporto automóvel? VM - As primeiras duas provas que fiz, em 1989/90, foi como navegador do meu pai. Depois ainda como navegador, fiz algumas provas no campeonato de ralis de iniciados e depois estreio-me ao volante em 1992, no todo o terreno. Em 1996, fui vice-campeão nacional na categoria de T3. Depois em 2000, num campeonato paralelo ao nacional, ganhei em termos absolutos o troféu “Aventura”, apoiado pela RTP. Entre 2003 e 2005 alcancei alguns resultados de relevo: um nono lugar à geral numa prova do campeonato do mundo. Em 2006, virei-me para o autocross, uma passagem curta e aqui já estava a começar a ter o herdeiro da família, o António, a conduzir. Ele nasceu em 2000, começou a correr em 2005 e compete pela primeira vez em 2007. Em

2008, sou campeão nacional de autocross e nessa altura paro e desde então tenho-me dedicado à educação dos meus filhos e apoiar o António. Somos a única família, em Portugal, de três gerações de campões nacionais. Este ano, acredito que o meu irmão vai ser campeão nacional. JM - Não comecei pelo todo o terreno, comecei pelo autocross. Em 1985, o autocross era um desporto muito popular quando surgiu em Abrantes. Existia uma pista e esta foi dinamizada durante anos pela seção do SCP de Abrantes da qual fazia parte o meu pai e várias personalidades ligadas ao desporto automóvel. Quando havia autocross em Abrantes, era uma autêntica romaria, dezenas de milhares de pessoas. Houve uma altura que foi contabilizado cerca de 12 mil pessoas assistir a uma prova. Nesta altura o meu pai já tinha sido campeão de velocidade em 1973/74, de ralis em 1980/81 e em 1986/87 sagra-se campeão de autocross. Quanto às provas, José, como tem corrido? JM - Recentemente estou dedicado ao todo o terreno. Eu tenho uma paixão especial pela prova de Portalegre embora ela seja madrasta para mim. O ano passado, no prólogo arranquei com o carro, fez dois metros e partiu. Uma vez a descarregar o carro do reboque antes de verificações técnicas, enc-

• José Mendes, António Santinho Mendes e Vitor Mendes ravou-se a caixa de velocidade já não possível fazer mais nada. Contudo, é uma prova por que tenho um carinho especial, pela proximidade com Abrantes. Numa prova que contava para o Campeonato do Mundo, com o Vitor, terminámos em terceiro lugar. Chamava-se Philips 1000, eram 1000 km seguidos, fizemos 18 horas, durante a noite e a 2 km do fim ficámos atolados numa ribeira, e perdemos a liderança da prova. Esta é uma modalidade dispendiosa? Que tipo de apoios é que têm? VM – Estamos sempre condicionados aos nossos recursos, aos recursos da casa [a Gercar] e depois contamos com a ajuda de amigos empresários e não só os que nos patrocinam, mas também os que nos prestam apoio logístico. Nós sozinhos não conseguimos os resultados, temos de ter alguém que nos ajuda com muita carolice. Também e devido ao facto de profissionalmente estarmos ligados aos automóveis, conseguimos ter conhecimentos técnicos para trabalhar e fazer os carros, o que nos permite reduzir custos. JM - Quando vou para um Baja levo comigo 3 pessoas: o navegador, alguém que me ajuda na assistência e um mecânico, e não há dinheiro para mais. O que é mais dispendioso é fabricar, é preparar o carro. E depois, há muitas pessoas

que não sabem, mas não existem prémios monetários, quando se ganham provas. Ganham-se taças e muita satisfação. O desporto automóvel é mal apoiado, qualquer desporto que não seja futebol é mal apoiado. António, aos 10 anos conquistaste a Taça de Portugal de kart na categoria de cadetes. Como foi esse momento? Antes desse momento, ainda não tinha ganho algo de muito relevante, a primeira conquista foi mesmo a Taça de Portugal. Foi a primeira prova que fiz em cadetes, acabou por ser muito giro e correu muito bem. Quais são os teus objetivos para este ano? Estou a disputar o campeonato de ralicross, no qual fui campeão nacional o ano passado. Este ano, já fiz uma prova na Lousada que ganhei. O objetivo para este ano será igualar o feito do ano passado. O que eu gosto mais é andar sempre no limite, a lutar e a dar o máximo. O que se torna mais difícil, mas ao mesmo tempo mais aliciante nas provas? JM – Eu gosto de participar nas provas. Em Portalegre, por exemplo, vêm cá os campeões de todo o mundo, e para mim o desafio é ver até onde consigo ir, e a nível nacional, tenho a dizer que os nossos pi-

lotos do todo o terreno estão entre os melhores do mundo. VM – Para mim, hoje, o mais difícil é por vezes ver o António a lidar com isto tudo. Quando entramos num carro temos de saber o que levamos na mão e o que estamos a pisar. No todo o terreno há três componentes a ter em conta: a sintonia com o navegador, a própria prova e ao automóvel que tem de ser gerido para chegar ao destino. As provas do rali e autocross andase sempre no limite, são provas de concentração e pura adrenalina. AM - Não é difícil, é algo que gosto muito de fazer. Quando passei dos karts para os automóveis, a minha adaptação foi um quanto complicada, tive alguns acidentes quando comecei a conduzir, mas penso que já estou integrado, sinto-me confortável, sem grandes receios. Santinho Mendes referiu a uma revista de especialidade a sua intenção de participar nas 24 Horas TT Vila de Fronteira com os três. Como vai ser? VM – Será o meu pai a desenvolver um carro para participarmos os 4 numa prova em pista. Será em 2017, o António já vai ter 16 anos, e ao que tudo indica poderá participar. Será mais uma marca da família, sendo uma equipa composta por três gerações. Joana Margarida Carvalho

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4 DESTAQUE

MAIO 2016

JORNAL DE ABRANTES ASSINALA 116 ANOS DE EXISTÊNCIA

O desafio da comunicação social para o próximo centenário ABRIL 2016 · Diretora JOANA MARGARIDA CARVALH O · MENSAL

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· Nº 5542 · ANO 116 · DISTRIBUIÇÃO GRATUIT

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Mação, Sardo al, Vila de Rei, Abran tes, Const ância e Vila Nova da Barqu inha

Prazos de reabertura ao trânsito não são cumpridos na Ponte de Abrantes A reabertura total ao trânsito no tabule iro da Ponte Rodoviária não aconteceu no final do mês de março, tal como tinha anunciado a Infraestruturas de Portugal. Pág. 15

Cineteatro São Pedro aplaude de pé Festa de Teatro Especial

O Jornal de Abrantes cumpre agora 116 anos de idade – bonita idade! É, por isso, o único órgão de comunicação que cobre o centenário que Abrantes este ano celebra. Não tem grande parecença o jornal que hoje se publica com aquele que veio à luz em Maio de 1900. Mas o espírito é o mesmo, um serviço público de informação ao serviço de Abrantes e da região em que nos encontramos. Honra, pois, a todos os que, ao longo dos anos foram dando corpo a esta tarefa e, assim, ajudaram a fazer a cidade e a região em que nos encontramos. Mas celebrar um centenário é também, ou mesmo sobretudo, lançar-se para o século seguinte. Venham mais cem! Mas não basta virem os anos. Temos de fazer – sim, fazer – mais cem, caso contrário não chegaremos lá. Neste caso, o desafio não é apenas para o JA, mas para todos os órgãos de comunicação que quiserem cortar a meta do próximo centenário. E não vai ser fácil.

eram a única fonte f que trazia informação segura, se é que era mais segura que os passageiros do comboio. Hoje, um jornal existe em concorrência com a rádio, a televisão e a internet. E essa concorrência é de informação, mas talvez sobretudo de atenção. O mais difícil é captar a atenção de um leitor e, depois, conservá-la. Além disso, um jornal não sobrevive sem publicidade. Por isso, um dos problemas é conseguir garantir publicidade suficiente que viabilize a continuidade do jornal. Quando o tempo é de crise, os agentes económicos tendem a retrair-se na publicidade. Dizem os estudos que é um erro, mas muito praticado. Que também é pago, com custos sociais elevados, pelos órgãos de comunicação que não conseguem resistir. Lembremos aqueles que tombaram em combate nesta “guerra” da informação ao longo destes cem anos. Vale a pena olharmos para aqueles que não queremos que tombem nos próximos cem anos.

A concorrência

A gestão

Há cem anos, nem estações de rádio havia. Os jornais

Não há bons resultados comerciais sem uma boa ges-

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tão. Por isso, uma d das chah ves da boa informação tem de ser – é sempre – uma boa gestão. No caso dos jornais, o que é comercializável é o espaço publicitário. Mas a empresa que detém um jornal pode diversificar as frentes de negócio e encontrar outras formas de fazer receita. Cada caso é um caso, mas todos os casos de sucesso são casos de inteligência criativa e rigor de gestão. Não haja, por isso, qualquer dúvida, até os grandes jornais precisam de criar novas formas de solucionar o problema da sobrevivência. Para haver informação é necessária iniciativa empresarial. E não vale a pena disfarçar: cada vez se aproxima mais o tempo em que toda a colaboração vai ter de ser paga, pois “trabalhar para aquecer” faz cada vez menos sentido num tempo em que todos os recursos pessoais e familiares são escassos.

A informação O coração de um jornal tem de ser – e continuar a ser – a informação de qualidade e relevante. Que nos valha a pena prestar-lhe atenção. Aqui abrem-se vários problemas. Desde logo, saber qual

Joana Margarida Carvalho

Pág 7

CULTURA

SOCIAL

DESPORTO

Núcleo Museológico Constância designa da MDF é para inaugurar Conselheiro este ano Municipal O Núcleo Museológico Industrial do Tramagal tem o processo de musealização em fase de adjudicação. A inaugur ação, segundo a autarquia, está prevista para o segundo semestre deste ano. Pág 4

Sérgio Correia, 47 anos, funcionário municipal, disse ao JA que é com “honra e orgulho” que assume o cargo atribuíd o pela Câmara Municipal. Pág 6

Susana Estriga sagra-se Campeã Europeia de Pentatlo Susana Estriga, atleta de Tramagal, no concelho de Abrantes, alcançou o título de Campeã da Europa de Pentatlo, no escalão veteranos, ao conseguir vencer três das cinco provas combinadas. Pág 12

é a informação relevante que compete a um jornal local ou regional fornecer. Parece fácil, mas o que parece fácil sempre esconde a dificuldade. E o que sabemos disso é que tem sido muito pouco discutido, refletido, estudado. Há que fazê-lo. Por outro lado, não é possível ter boa informação se continuarmos no caminho que estamos a fazer. Cada vez mais as fontes são poderosas e cada vez mais as redacções dos jornais se fragilizam. Vejamos… Quantos profissionais trabalham, por exemplo, nas Câmaras que fornecem um fluxo quase contínuo de informação à nossa comunicação social? E além das Câmaras há outras fontes bem dotadas. É a profissionalização das fontes. A isso corresponde uma crescente fragi-

lidade nos órgãos de comunicação: menos profissionais, mais mal pagos, com menos formação, a fazer mais e mais tarefas, em cada vez menos tempo. Não é difícil encontrar jornalistas que, por razões de sobrecarga ou de falta de meios, quase não podem ou não conseguem sair das redações. Milagres?

A sociedade Um órgão de comunicação social produzido por profissionais que garantem uma informação e análise de qualidade faz sobretudo falta à sociedade. A informação de qualidade é vital para uma vida social de qualidade. Sobre isto não parece haver dúvida. Contudo, esta relativa unanimidade não parece traduzir-se em efeitos reais.

Bem pelo contrário. E a prova disso é que são elevados os números da mortalidade dos órgãos de informação. Tão elevados que deviam ser preocupantes. E só não o são porque temos a atenção dispersa por tudo quanto nola solicita e porque não estamos bem convencidos de que aquilo em que acordamos, ou seja, a importância decisiva da comunicação social, faz mesmo falta à qualidade de vida que todos ambicionamos. Ambicionamos? Então… Há que fazê-los existir. Garanti-los. Lembro que o que aqui está em causa não é apenas o JA, mas os vários órgãos de comunicação social da região. Os que existem e os que venha a ser preciso que existam. Alves Jana


POLÍTICA 5

MAIO 2016

João Silva, presidente da Associação de Estudantes da Escola Dr. Manuel Fernandes, desafiou a autarquia de Abrantes a levar a cabo um projeto de mentorismo autárquico, há semelhança do que já acontece no concelho de Santa Maria da Feira. O desafio foi aceite por Maria do Céu Albuquerque, presidente do município. Na sessão da Assembleia Municipal Extraordinária de Abrantes, que aconteceu ontem, no auditório da Escola Dr. Manuel Fernandes, para assinalar o 25 de Abril de 1974, o jovem aluno referiu-se ao projeto “Jovem Autarca”, que permite a uma equipa de jovens gerir um orçamento e cumprir um programa eleitoral. “Queremos ser uma voz mais forte e neste sentido quero aproveitar a oportu-

nidade para lançar um desafio: o projeto “Jovem Autarca”, empreendido pelo concelho de Santa Maria da Feira desde o ano passado, é uma iniciativa que segue o processo eleitoral, campanha, debates e eleição e permite a uma equipa de jovens, entre os 12 e os 18 anos, (o autarca e os seus vereadores) que se assumam como uma voz da sua geração, gerindo um orçamento de 10 mil euros, para o cumprimento do programa eleitoral”, explicou João Silva. “Acreditamos que esta iniciativa ou outras de carater semelhante são capazes de potenciar a participação cívica e ativa dos jovens nas decisões e no futuro da nossa cidade, porque por vezes não são os jovens que se distanciam da política, é também a politica que se afasta deles”, fez notar

o jovem da Escola Dr. Manuel Fernandes. Por sua vez, Maria do Céu Albuquerque aceitou o desafio proposto e deixou a ressalva de que seria importante pensar num modelo apropriado para o concelho de Abrantes. Joana Margarida Carvalho

CM ABT/Fernando Baio

Aluno desafia Município a implementar projeto: “Jovem Autarca”

João Silva admite que “não são os jovens que se distanciam da política, é também •a política que se afasta deles” PUBLICIDADE

Assembleia de Abrantes aprova Contas da Câmara e Serviços Municipalizados A Assembleia Municipal de Abrantes aprovou por maioria, as contas do exercício de 2015 da Câmara Municipal e dos Serviços Municipalizados de Abrantes, na reunião realizada no dia 29 de abril, no Edifício Pirâmide. Na apresentação feita por Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal, foi destacada a “manutenção do rigor e equilíbrio das contas” do Município, fator considerado “determinante para a promoção da estratégia definida pelo executivo em torno de dois grandes eixos: disponibilizar medidas e respostas sociais estruturadas que atendam às necessidades dos grupos de cidadão mais vulneráveis e o estímulo e apoio ao investimento empresarial, junto dos agentes de desenvolvimento económico do concelho”. Quanto ao prazo de pagamento a fornecedores, a Câmara de Abrantes “paga a tempo e a horas e não tem dividas”. Em 2015, o prazo médio de pagamento a for-

necedores reduziu em 6 dias, estando presentemente a efetuar os pagamentos a 10 dias. As contas foram aprovadas por maioria, com os votos favoráveis do PS, com 7 abstenções (1 do BE, 3 da CDU e do PSD) e 4 votos contra da bancada do PSD. Relativamente, às contas do exercício de 2015 dos Serviços Municipalizados, apurou-se um resultado líquido positivo de 42.619€ (69.516€ em 2014), um documento que foi aprovado por maioria, com a abstenção do BE. A moção de recomendação ao Governo para que desenvolva esforços para o encerramento da Central Nuclear de Almaraz, apresentada pelo Bloco de Esquerda, foi aprovada por unanimidade. Na sessão foram ainda prestados dois minutos de silêncio em memória do advogado Eurico Heitor Consciência e do maestro Rui Picado, falecidos no mês de abril. MRF

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6 CELEBRAÇÃO

MAIO 2016

Bemposta inaugurou parque infantil e de lazer no 25 de abril A freguesia de Bemposta, Abrantes, esteve em festa no dia 25 de abril com a população a sair à rua para participar na cerimónia de inauguração da requalificação do antigo parque infantil, situado no coração da aldeia, e para participar na caminhada comemorativa do feriado nacional. “É um dia de muita alegria por ver felizes as pessoas da Bemposta, com a requalificação de um espaço que vai servir para várias gerações”, destacou Manuel João Alves, o presidente da Junta de Freguesia de Bemposta, relativamente a um espaço que é composto por parque infantil, equipamentos de ginástica de manutenção e um parque de merendas, com mesas e assadores. “É um espaço que só foi concluído graças ao empenho de muitas pessoas e entidades, e esta inauguração assinala um dia muito importante, como é o dia 25 de abril, e antecipa as Festas da Ascensão (de 5 a 8 de maio), ocasião em que muitos bempostenses regres-

• Autarca de Bemposta afirma que o parque infantil serve todas as gerações sam à sua terra e vão poder ter este espaço já a funcionar”, frisou o autarca. Presente na cerimónia, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes lembrou que a inauguração daquele equipamento havia ocorrido a 1 de junho de 1996, por

ocasião do Dia da Criança, e que hoje, quase 20 anos depois, estava muito debilitado e a necessitar de investimento e requalificação. “A Câmara de Abrantes decidiu associar-se a este trabalho em prol da comunidade e celebrou um protocolo fi-

nanceiro com a junta de freguesia que permitiu, não só requalificar este espaço que hoje inauguramos, mas também a ampliação do cemitério e a requalificação dos balneários no campo desportivo”, entre outros investimentos, destacou Maria do

Céu Albuquerque. “Este parque infantil e de lazer é um espaço polivalente que serve todas as gerações e que agora é entregue à comunidade. Usufruam do espaço e protejam este bem público que é pertença de todos”, pediu a autarca.

O projeto inicial implicava um investimento na ordem dos 20 mil euros o que a autarquia de Bemposta conseguiu reduzir “substancialmente” por ter sido realizado por administração direta, disse Manuel João Alves. A Câmara Municipal de Abrantes havia aprovado a 12 de abril um pacote de apoio financeiro para as freguesias na ordem dos 600 mil euros, cabendo à Bemposta uma verba de 12.380 euros para colaboração nas obras de requalificação do antigo parque infantil da sede de freguesia, instalação de equipamentos para ginástica de manutenção fitness, e criação de zona de lazer. A verba configura ainda apoio à requalificação do campo de futebol de Bemposta, nomeadamente na construção dos balneários (obra já efetuada) e requalificação da Travessa Padre Abreu Lopes. MRF

Freguesia de Santa Margarida homenageou antigos autarcas A Sociedade Recreativa Portelense, na Portela de Santa Margarida, foi o palco para um almoço comemorativo do 25 de abril, tendo a Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada homenageado os antigos presidentes daquela freguesia do concelho de Constância. António Pinheiro, presidente da Junta de Freguesia de Santa Margarida, lembrou que“comemoram-se este ano os 40 anos de eleições autárquicas livres e democráticas em Portugal e que foi em 12 de dezembro de 1976 que se realizaram as primeiras eleições autárquicas, e em que foi permitido ao povo eleger os seus representantes e gestores locais”. Os homenageados foram os ex-autarcas Manuel Moura da Costa, Gualdino Alves, Manuel Lopes Palácio, Raul de

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Matos Palácio, José Manuel Baião de Oliveira, e Maria Manuela de Oliveira Arsénio, autarcas que governaram a freguesia de Santa Margarida entre 1975 e 2009, ano em que foi eleito o atual presidente, António Pinheiro. “Este foi um ganho que se adquiriu com o 25 de abril de 1974, uma data que será sempre lembrada como o Dia da Liberdade. Este foi um passo muito importante para a vida do nosso concelho e da nossa freguesia, uma vez que permitiu que fossem homens da “terra” a governar os nossos destinos. Homens que conheciam bem as necessidades locais”, destacou o autarca. “Nesta importante data”, continuou, “entendemos ser a altura certa para homenagear e dar a conhecer estes homens e mulheres que

• Os homenageados foram os ex-autarcas entre 1975 e 2009 deram a cara, o seu tempo e alma ao serviço da população”, afirmou António Pinheiro, eleito em 2009, e que não foi contemplado com a lembrança. Em Constância, a junta de

freguesia local promoveu um passeio pedestre e um almoço comemorativo do 25 de abril, onde se juntaram mais de 100 pessoas, entre elas a presidente da Câmara Municipal, Júlia Amorim.

João Baião, presidente da Junta de Freguesia de Constância, disse que o intuito da iniciativa era “assinalar o 25 de abril, para que não fique esquecido enquanto data importante para a democra-

cia e para a liberdade. É importante que os mais jovens não percam estas referências da história recente do nosso país e da nossa democracia”, defendeu. Júlia Amorim, presidente da Câmara de Constância, destacou a data como importante para a “autonomia do poder local democrático”, tendo lembrado que as 3 freguesias do concelho (Montalvo, Santa Margarida e Constância) assumiram estas comemorações há alguns anos, com a realização de diversas atividades de base popular. “É um dia para celebrar mas também para recordar que é preciso consolidar e continuar a construir a nossa democracia e a combater as desigualdades sociais que ainda subsistem”, defendeu. MRF


CELEBRAÇÃO 7

MAIO 2016

Tramagal em festa assinala 1 de maio A freguesia de Tramagal, em Abrantes, festejou o dia 1 de maio, este ano no Dia da Mãe, com homenagem ao Comendador Eduardo Duarte Ferreira, fundador da MDF, às mães tramagalenses e à atleta Susana Estriga, campeã europeia do pentatlo, num dia em se assinalou ainda a festa do 94º aniversário do TSU e o convívio do grupo onomástico “As Marias”. Um dia em cheio na vila metalúrgica, recuperando a junta de freguesia local o Dia dos Trabalhadores e do Patrão Velho, em cerimónia que contou com a presença de 4 gerações da família Duarte Ferreira e com os netos do velho ferreiro, Rui e Carlos Duarte Ferreira, A arruada foi abrilhantada pela banda da Sociedade Filarmónica Riomoinhense. Vitor Hugo Cardoso, presidente da Junta de Freguesia do Tramagal, disse que o dia 1 de maio “é uma data simbó-

lica muito importante para o Tramagal, enquanto Dia do Trabalhador”, tendo lembrado a tradição da Metalúrgica Duarte Ferreira em assinalar, desde os primórdios do

século XX, a data festiva dos trabalhadores, tendo afirmado que a inauguração de um Museu dedicado a Eduardo Duarte Ferreira e à MDF irá decorrer ainda este ano.

O vereador da Cultura da Câmara de Abrantes, Luís Dias, disse, por sua vez, que no próximo dia 3 de julho será apresentado o projeto de musealização do futuro

equipamento cultural e um novo livro, que estará na forja, sobre o historial da MDF. José Martinho Gaspar, historiador, lembrou que alguns dos momentos mais marcan-

tes da MDF ocorreram a 1 de maio, que sempre foi o dia de festa da empresa. Contase que era um dia de convívio entre famílias de operários metalúrgicos, traduzido numa ida ao campo, com o objetivo de partilhar lanches e confraternizar. Com a criação da banda da SAT e a fundação do TSU, os espetáculos musicais e os jogos de futebol passaram a ser elementos fundamentais desta jornada de convívio. Ainda que pareçam não existir razões ideológicas nas origens da festa, com o Estado Novo tornou-se necessário solicitar consentimento superior para realizar qualquer comemoração a 1 de maio. No caso da MDF, a festa não foi autorizada em duas ocasiões. Apesar da proibição, a administração ignorou a decisão ministerial, sem que daí adviesse qualquer punição, tanto para patrões como para operários.

História do 1.º de Maio No dia primeiro de Maio de 1886, as ruas de várias cidades norte-americanas, incluindo a grande cidade industrial de Chicago, viram desfilar pelas suas ruas um número estimado em cerca de meio milhão de trabalhadores de 1 200 fábricas, em greve, que reivindicavam a redução da duração da jornada de trabalho diário, que só viria a ser fixada, pela primeira vez, com a duração de 8 horas, já na primeira metade do séc. XIX. A greve e as manifestações continuaram nos dias seguintes em Chicago, tendo-se realizado no dia 4 um comício numa praça pública, com a intervenção de vários oradores, a maioria deles ligados a movimentos anarquistas, com a presença de cerca de 2 500 pessoas, que decorreu pacificamente ao longo do dia, até que ao chegar a noite e o mau tempo, a multidão começou a abandonar o local e chegaram cerca de 180 polícias para dispersar os restantes. Foi então que rebentou uma bomba, no meio dos polícias e da multidão que matou 7 pessoas e feriu cerca de 70.

Esse acontecimento passou a ser denominado massacre de Chicago e, a partir de 1890, o dia 1.º de Maio passou a ser o Dia Internacional do Trabalhador. Em Portugal, logo nesse ano também se comemorou a data, embora num país pouco industrializado como era o Portugal dos finais da monarquia, essas acções se limitassem a alguns piqueniques de confraternização, com alguns discursos, e romagens aos cemitérios em homenagem aos operários que tinham caído na luta pelos seus direitos laborais. Com a ascensão do movimento republicano e a im-

plantação do regime saído do 5 de Outubro de 1910 o sindicalismo português assumiu uma feição lutadora e reivindicativa (que o colocou em confronto várias vezes com o próprio governo republicano) e em 1919 foi conquistada e consagrada na lei a jornada de oito horas para os trabalhadores do comércio e da indústria. No período da ditadura militar e do Estado Novo, de 1926 a 1974, o 1.º de Maio era uma data proibida para manifestações mas, com o declínio do salazarismo, após as eleições presidenciais de 1958, em que Humberto Delgado

conseguiu uma grande mobilização de massas contra a ditadura, e com o início da guerra colonial em 1961, no 1.º de Maio de 1962, apesar das proibições e da repressão, houve manifestações de vários sectores profissionais do operariado, dos assalariados rurais e dos empregados, incluindo os pescadores, os corticeiros, os telefonistas, os bancários, os trabalhadores da Carris e da CUF e dos assalariados agrícolas dos campos do Alentejo. No dia 1 de Maio, em Lisboa, manifestaram-se 100 000 pessoas, no Porto 20 000 e em Setúbal, 5 000.

Abrantes, onde o “25 de Abril” ocorreu no dia 1 de Maio de 1974 Mas foi no dia 1 de Maio de 1974, uma semana após o 25 de Abril, que o Dia Internacional do Trabalhador, pela primeira vez comemorado em liberdade, depois de quase meio século de ditadura, atingiu a sua maior mobilização de sempre, não só dos trabalhadores portugueses, mas também de todos os sectores democráticos da sociedade portuguesa, em muitas cidades deste país. Foi igualmente o caso de Abrantes, onde o “25 de Abril”

de 1974, ocorreu no dia 1 de Maio de 1974, com aquela que deve ter sido a maior manifestação que alguma vez aqui se efectuou. Mas há igualmente no concelho de Abrantes, mais exactamente na vila de Tramagal, um primeiro de Maio, que também já se comemora desde 1901, por iniciativa de um patrão, Eduardo Duarte Ferreira, que fazia questão de comemorar esse dia com os seus trabalhadores e com as suas família, numa festa que tinha as características que o 1.º de Maio tinha em Portugal nesses anos dos finais do séc. XIX e inícios do seguinte. E esse figurino manteve-se idêntico até aos nossos dias, contra ventos e marés: com os seus trabalhadores e com as suas famílias, mesmo quando Salazar proibiu num determinado ano a festa no Tramagal, o comendador fretou um comboio especial e foi fazer a festa no Terreiro do Paço, em Lisboa. E ainda este ano, a Junta de Freguesia de Tramagal mantém religiosamente essas comemorações no dia primeiro de Maio. Rolando F. Silva

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8 SAÚDE

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Abrantes e Sardoal com mais oferta de cuidados de saúde de proximidade Abrantes e Sardoal com mais oferta de cuidados de saúde de proximidade O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo apresentou em Abrantes o projeto de reorganização dos Cuidados de Saúde Primários para os concelhos de Abrantes e Sardoal, dois municípios que confinam territorialmente na região do Médio Tejo, que apresentam uma taxa de envelhecimento populacional muito elevada, e onde o número de utentes sem médicos de família se cifra na ordem dos 40% e 50%, respetivamente. O projeto de reorganização, de base domiciliária e comunitária, assenta nos cuidados de saúde e apoio psicológico e social de proximidade, é dirigida a pessoas de maior risco e vulnerabilidade, com dependência física ou funcional, e visa dar apoio aos mais idosos e aos que estão com mais dependências, através de visitas de apoio domiciliário, mas também às escolas e outros locais. “É um projeto mais vocacionado para o trabalho comunitário e que difere daquela visão tradicional que temos da ida ao centro de saúde, e do nosso enfermeiro ou médico de família”, disse aos jornalistas a diretora do ACES do Médio Tejo, Sofia Theriaga, sobre um projeto que as-

• Projeto de reorganização assenta nos cuidados de saúde e apoio psicológico e social de proximidade senta em “respostas integradas, articuladas, diferenciadas e de grande proximidade às necessidades em cuidados de saúde da população” onde está inserida. “Este projeto integra-se na rede de cuidados integrados e permite termos camas no domicílio, em serviço que pertence aos cuidados continuados, e que permitem que o utente fique o maior

tempo possível na sua habitação, com os cuidados que necessita e evitando o internamento imediato. É um trabalho comunitário e de proximidade, quase em exclusivo”, destacou a responsável. O projeto, ainda sem data precisa para entrar em funcionamento, passa pela criação e articulação de uma Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) em

Abrantes, a par de uma Unidade de Saúde Familiar (USF) e uma Unidade de Cuidados da Comunidade (UCC),e uma Unidade Cuidados Saúde Personalizados em Sardoal, em articulação com uma UCC denominada de “Abrantes e Sardoal”, uma vez que trabalhará com quatro freguesias de cada um dos municípios. Para o efeito, as autarquias de Sardoal e de Abrantes

disponibilizaram-se para adquirir uma carrinha cada para afetar ao projeto. O projeto de reorganização, que incluem os utentes a serem servidos pela Unidade de Saúde Familiar de Abrantes (USF), que deve inaugurar em maio, não vem resolver o problema da falta de médicos de família nos concelhos de Abrantes e Sardoal, que ainda ficam com cerca de 9

mil utentes “a descoberto” (7 mil em Abrantes e cerca de 2 mil em Sardoal) mas é entendido como um “passo importante” no caminho a percorrer para a resolução do problema porque é um modelo “mais atrativo para se poder captar novos profissionais de saúde para a região”, defendeu Theriaga.

Aumentar a satisfação e melhorar a eficiência Os objetivos do projeto passam por melhorar a acessibilidade, melhorar a qualidade e a continuidade, aumentar a satisfação e melhorar a eficiência e a equidade de cuidados dentro do ACES do Médio Tejo. A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), disse que o projeto “é muito importante”, tendo observado, porém, que o mesmo “não esgota aquilo que é a necessidade

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da prestação de cuidados de saúde à comunidade”. “O que aqui foi apresentado resolve o problema dos cuidados que serão prestados às populações dentro de suas casas”, notou Céu Albuquerque, tendo feito notar que “o grande problema que subsiste para as nossas populações diz respeito aos médicos de família”. Isto porque, salientou, “mesmo depois da criação da USF de Abrantes (em maio)

ainda cerca de 7 mil utentes não terão médico de família”, pelo que, defendeu a autarca, “terá de continuar a haver este esforço de todos para termos capacidade de atrair e fixar mais médicos, para que as equipas de profissionais possam continuar a crescer e o número de pessoas sem médico seja cada mais diminuto”. Maria do Céu defendeu ainda a necessidade de haver articulação entre as es-

pecialidades e aquilo que é feito pelos médicos de família: “um caso paradigmático diz respeito à obstetrícia e ao acompanhamento das grávidas para que possam escolher o Médio Tejo para terem os seus bebés e conseguir manter a qualidade do serviço prestado e manter a valência”. Miguel Borges (PSD), presidente da Câmara de Sardoal, por sua vez, disse aos jornalistas que o projeto “é

uma mais-valia para os utentes, para o Sardoal e para a região”. “O que aqui foi apresentado satisfaz porque é uma necessidade que nós temos para a nossa região, nomeadamente para o concelho de Sardoal, mas as nossas necessidades não se esgotam por aqui porque Sardoal continua a ter quase 50% da sua população sem médico de família”, observou Miguel Borges.

“Aqui, o que estamos a fazer, é colaborar também naquilo que é a prevenção e a educação, em termos de saúde, com a Unidade de Cuidados Continuados (UCC), e que, ao memso tempo, dá uma maior proximidade de serviço às nossas populações, onde as pessoas de maior idade muitas vezes o que precisam é de uma palavra amiga, alguém que lhes dê um conforto”. Mário Rui Fonseca


SAÚDE 9

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ALDEIA DO MATO E SOUTO

Com 900 pessoas recenseadas, espalhadas por 50 km2, a população da União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto tem mais de 60% da comunidade acima dos 65 anos de idade. Neste ano, já foram sepultadas onze pessoas na freguesia e nasceram zero, o ano passado foram sepultadas trinta e nasceram quatro, uma realidade que Álvaro Manuel Paulino, presidente da JF, admite ser “complicada”. Foi devido a esta circunstância, que a Junta de Freguesia (JF) iniciou e deu corpo, em 2014, a um Regulamento de Comparticipação em Medicamentos. “Embora tenha um orçamento muito limitado (cerca de 100 mil euros), o executivo da Junta entendeu que poderia ajudar algumas pessoas a suportar o custo dos seus medicamentos”, afirmou o presidente. Com um período de vigência, que pelo menos se vai manter até setembro de 2016, possivelmente renovado até ao final do mandato autárquico, o programa de apoio está abranger 7 idosos da União de Freguesias e é destinado aos residentes e aposentados quer por idade, quer por invalidez.

“Não são valores muito altos, mas são valores muito bem-vindos” O apoio é atribuído consoante os rendimentos da pessoa e não se trata de um pagamento integral dos

medicamentos: “nós não comparticipamos na totalidade os medicamentos, nós atribuímos consoante os rendimentos dos idosos. Por exemplo, as pessoas que auferem a partir de 346 euros mensais já não podem usufruir deste programa da JF. Não são valores muito altos, mas são valores muito bemvindos para as pessoas, que agradecem muito”, fez notar o autarca. Nos polos das juntas são prestadas todas as informações necessárias e o acesso ao regulamento é facilitado, prende-se somente com “o preenchimento de uma candidatura que será depois apreciada. Cada pessoa deverá candidatar-se de forma individualizada”, referiu Álvaro Paulino. O ano passado a JF apoiou 12 pessoas, num apoio monetário de cerca de 250 anuais por cada beneficiário, onde “o objetivo é de facto ajudar quem precisa”. Atualmente, a JF tem levado a cabo um conjunto de iniciativas, que passam pela realização de convívios por forma a unir mais as duas comunidades que se viram agregadas na última Reforma Administrativa do Território. “No início sendo esta uma união não foi fácil, nomeadamente gerir as sensibilidades de ambas as populações, mas conseguimos e na área social temos feito convívios, juntando as populações, que antigamente eram bastante distantes”, avançou Álvaro Paulino.

Joana Margarida Carvalho

União de Freguesia apoia idosos com aquisição de medicamentos

• Álvaro Paulino, presidente da União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto Em mãos a JF tem agora alguns projetos, que passam pela legalização de alguns terrenos que são pertença da junta e o cemitério do Souto será “ampliado o quanto antes”. A JF também apoia financeiramente as associações nos seus eventos anuais, e desde este ano que está atribuir um valor trimestral para as sete coletividades. Até ao final do seu man-

dato autárquico, Álvaro Paulino gostaria de “ver os idosos cada vez mais acarinhados, apoiados e integrados”. “Há alguma solidão nestes idosos, mas também há aqueles que não se deixam ajudar. Há poucas famílias em pobreza extrema, mas nós temos tentado tudo”, finalizou o autarca.

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10 CONSTÂNCIA

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O Festival das Grandes Rotas decorreu em Constância, de 29 de abril a 1 de maio, através de várias atividades nas áreas do turismo, do desporto, da cultura e da ciência, onde cerca de 150 pessoas participaram nas caminhadas promovidas. Um evento que teve como objetivo promover a Grande Rota do Zêzere e o Caminho do Tejo no território do concelho de Constância. A inauguração do evento, no auditório da Casa Memória de Camões, contou com a presença do presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado. O responsável referiu-se à importância da valorização dos territórios e que este festival era um bom exemplo disso mesmo: “as rotas são a capacidade de fazer com que as pessoas possam viajar, possam circular, possam usufruir das riquezas que vão encontrando”. Pedro Machado chamou atenção para a importância

CM Constância

Constância dinamiza turismo com Festival das Grandes Rotas

do setor privado: “a atividade turística é, do meu ponto de vista, essencialmente privada. A geração de valor, a operação, o comércio, a atividade assente no alojamento, na restauração, no entretenimento, nas empresas de animação turística, são essencialmente uma componente que deve ser explorada no bom sentido pelas empresas, pelo setor privado”. Por último, e ainda na ses-

são de inauguração, o presidente do Turismo Centro de Portugal falou da cultura, admitindo que “não há experiência turística que não seja cultural (…) mesmo que seja cicloturismo, pedestrianismo (…) a cultura é a base da nossa identidade e diferenciação”, observou. A Grande Rota do Zêzere (GRZ), da nascente do rio Zêzere, na Serra da Estrela, até à sua foz, em Constância, tem

um percurso de 370 quilómetros que pode ser feita a pé, de bicicleta e de canoa. Sobre esta realidade, Júlia Amorim, presidente da autarquia, avançou que seria importante realizar um evento supramunicipal “que possa desenrolar-se num percurso que venha desde a Serra da Estrela até Constância, que passe por todos os municípios, e que tenha a participação de todos os atores por

onde o Zêzere passa”. Sobre a realização desta primeira edição do Festival das Grandes Rotas, a autarca disse que “o objetivo foi trazer pessoas ao nosso território, para além de alavancar com esta iniciativa o nosso tecido económico e de lhes dizer que tem um potencial, não só na vila, mas no território e na região, que devem explorar e que devem aproveitar, numa altura em que

tanto se fala de poucos recursos”. O Festival das Grandes Rotas aconteceu em Constância, e no qual o município, em conjunto com alguns agentes económicos locais promoveram a Grande Rota do Zêzere e o Caminho do Tejo no território concelhio, através de várias atividades nas áreas do turismo, lazer, desporto, cultura e ciência. JMC

Ministro da Educação abriu período letivo em Constância O Ministro da Educação assinalou a abertura do 3º período letivo com uma visita ao Agrupamento de Escolas de Constância, e que teve como objetivo conhecer o trabalho que tem sido desenvolvido naquele Agrupamento de Escolas, no âmbito da promoção do sucesso escolar. Anabela Grácio, diretora do Agrupamento de Escolas, disse que a visita tem como objetivo permitir o contacto com práticas pedagógicas que visam o sucesso educativo de toda a classe estudantil. Anabela Grácio disse ainda que esta visita permitiu o encontro do Ministro da Educação e Secretário de Estado da tutela com a comunidade profissional educativa de Constância, que tem vindo a desenvolver um trabalho de reflexão (e ação) sobre

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as questões que envolvem a ação educativa, através de debates internos, participação em projetos, fóruns e encontros nacionais e internacionais, participação em debates na Comissão de Educação na Assembleia da República, no Conselho Nacional de Educação, entre outras instituições, sobre questões como o currículo, avaliação das aprendizagens, percursos de aprendizagem, entre outras. A diretora do Agrupamento de Escolas de Constância fez notar que a visita do Ministro da Educação tem como objetivo “dar a conhecer o trabalho que tem sido desenvolvido naquele Agrupamento no âmbito da promoção do sucesso escolar e permitir o contacto com práticas pedagógicas que visam o sucesso educativo de todos os nossos

O ministro da Educação defendeu a redução no número de alunos por turma “paulatinamente”

alunos”, tendo destacado dessas práticas sete exemplos de promoção do sucesso escolar e enquadramento da diversidade de alunos que constituem o seu público: O ministro da Educação de-

fendeu em Constância a redução no número de alunos por turma “paulatinamente”, tendo lembrado que a proposta consta do programa de Governo e que a mesma vai ser discutida no Parlamento.

“É sempre exequível [a redução de alunos por turma], é tudo uma questão de prioridades, e obviamente que o dimensionamento das turmas tem de ser pensado, tem de ser equacionado, e é isso

que estamos a fazer”, respondeu Tiago Brandão Rodrigues quando questionado pelos jornalistas sobre as propostas da Conselho Nacional da Educação (CNE) e do Partido Ecologista Os Verdes. “A escola de Constância, e o seu Agrupamento, tem um projeto pedagógico que nos cativou e resolvemos visitála”, disse Tiago Brandão Rodrigues, tendo destacado que “a promoção do sucesso escolar e a melhoria dos processos de aprendizagem em ambiente de sala de aula são os eixos da nossa atuação e estamos aqui para fortalecer essa mensagem”, concluiu, após conhecer durante cerca de duas horas as práticas pedagógicas que ali são desenvolvidas no âmbito da promoção do sucesso escolar. MRF


REGIÃO 11

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UM ANO DEPOIS

Ponte de Abrantes abre sem restrições As atuais restrições à circulação automóvel a veículos ligeiros e pesados sobre o tabuleiro da ponte metálica de Abrantes foram levantadas no dia 28 de abril, ao final do dia. Em comunicado, a IP refere que a obra de requalificação da ponte metálica de Abrantes, que teve início em setembro de 2014, representa um investimento de 2,9 milhões de euros na “melhoria das condições de segurança e conforto dos utilizadores” desta ligação sobre o rio Tejo. Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, referiu ao JA que se trata de “uma boa notícia. Temos consciência, todos, das implicações que esta intervenção teve, foi um male necessário, sendo que havia necessidade de fazer uma intervenção profunda na ponte, para promoção da segurança dos

nossos cidadãos”. “Pedimos à IP que connosco (…) possamos de fazer uma conferência de imprensa para esclarecer o que falta e dar a conhecer as mais-valias, limitações, tudo o que de-

corre desta intervenção”, fez notar a autarca abrantina. A IP admite que “a intervenção na ponte irá decorrer até final do mês de maio”. O contrato da empreitada para a reabilitação da ponte

metálica de Abrantes sobre o Tejo, obra orçada em 2,9 milhões de euros, a executar em 18 meses, foi assinado pela Câmara de Abrantes e pela Estradas de Portugal (EP) a 30 de janeiro de 2014, tendo

a intervenção arrancado em setembro do mesmo ano, com a previsão de conclusão dos trabalhos para final de 2015. Do programa de obra consta a realização de traba-

lhos de fundação e reforço dos pilares, reparação e proteção da estrutura metálica e das zonas de betão armado, repavimentação e impermeabilização do tabuleiro, beneficiação do sistema de drenagem, colocação de guardas de segurança e juntas de dilatação, reparação do sistema elétrico e substituição de todos os elementos danificados, bem como a limpeza geral da ponte. Quanto à iluminação, segundo foi anunciado no arranque dos trabalhos, “toda a instalação existente será substituída e serão disponibilizadas soluções que visem a sua eficiência energética”. A pintura da ponte será também garantida com a realização da obra, cuja reabertura total ao tráfego conheceu quatro adiamentos. JMC c/Lusa

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12 ABRANTES

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Câmara de Abrantes aprova contas e apresenta resultado líquido positivo de 1ME As contas do exercício de 2015 da Câmara Municipal e dos Serviços Municipalizados foram aprovadas, por maioria, com a abstenção da CDU e o voto contra do PSD. Segundo a informação do município e no que diz respeito às contas do exercício da Câmara, o montante total da receita ascendeu a 22 ME. Já o montante total da despesa foi de cerca de 21ME. A autarquia apurou, assim, um resultado líquido positivo de 1ME. Por sua vez, o aumento da poupança corrente que se cifrou perto dos 6 ME (+ 47% do que em 2014), “resultado que cumpre o que está legalmente estabelecido e evidencia a situação de conforto das finanças municipais”, pode ler-se na informação. Segundo Maria do Céu Albuquerque, presidente do município, tratou-se “de um trabalho de gestão muito bem feito, onde acompanhámos desde o princípio o processo para chegar ao final do ano com uma poupança que se cifra praticamente em 6 ME e com um resultado liquido positivo de 1 ME”. “Isto dá-nos a possibilidade de prepararmos a esta altura, logo que o quadro comunitário PORTUGAL 2020 disponibilize os instrumentos necessários, a continuidade de investimento (…) para podemos continuar a promover a

• Contas são aprovadas por maioria com a abstenção da CDU e o voto contra do PSD competitividade e qualidade de vida do nosso território”, fez notar a autarca. Dos vários investimentos realizados, em destaque no relatório de contas está a área da saúde, com a construção da Unidade de Saúde Familiar. O novo equipamento lidera o gráfico da execução dos projetos que mais peso tiveram no volume de despesa executada no âmbito do Plano Plurianual de Investimentos 2015. Seguemse depois as intervenções e investimentos em equipamentos escolares e intervenções em arruamentos. Para

além destas intervenções, a autarca abrantina referiu-se a outras apostas do município: “valorizámos o papel dos nossos parceiros, aumentámos o FinAbrantes, os protocolos com as juntas, com as associações que são nossas parceiras em matérias como o desporto, a educação, a ação social e a cultura, fizemos algum investimento sem recorrer ao quadro comunitário, terminámos alguns investimentos e os dados são claramente positivos e congratulamo-nos com esse facto”. No que diz respeito ao

prazo de pagamento a fornecedores, “a Câmara de Abrantes reduziu o prazo em 6 dias, estando presentemente a efetuar os pagamentos a 10 dias”.

CDU abstêm-se e PSD vota contra Na reunião do executivo camarário, Avelino Manana, vereador da CDU, mencionou a sua abstenção quanto à apresentação das contas do exercício de 2015 da Câmara Municipal e dos Serviços Municipalizados e remeteu uma declaração para a próxima

SMA recebem Certificação de Qualidade Os Serviços Municipalizados de Abrantes foram certificados pela Eic-Empresa Internacional de Certificação Sa, com o selo de qualidade. A informação foi avançada hoje por Manuel Jorge Valamatos, presidente do conselho de administração dos SMA. Em declarações ao JA, Manuel Jorge Valamatos admitiu que foi necessário aplicar um conjunto de melhorias

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internas nos serviços para que fosse possível alcançar a certificação que hoje é obrigatória por lei e que o próximo passo é conseguirem a certificação ao nível da higiene e segurança e ao nível ambiental. “Os SMA desenvolveram um plano de qualidade dos serviços prestados aos munícipes, que acabou por merecer, na última fase a certificação (…) Esta certificação obrigou-nos

a melhorar as nossas infraestruturas, os nossos equipamentos e os serviços prestados aos cidadãos”, explicou o responsável. O selo de qualidade, atribuído aos SMA, está associado aos serviços que esta entidade presta desde a captação, ao tratamento e à distribuição de água e ainda na gestão dos resíduos sólidos urbanos. “Tratou-se de um traba-

lho muito árduo e difícil por parte de todos colaboradores durante vários meses, que agora reflete num compromisso futuro, pois é necessário manter este nível e ter agora uma responsabilidade acrescida. Desta forma, conseguimos que os nossos cidadãos tenham mais confiança e proximidade com os SMA”, fez ainda notar o autarca. JMC

Assembleia Municipal, a realizar dia 29 de abril. Por sua vez, Elza Vitório, vereadora do PSD, votou contra face às contas da Câmara Municipal, mas deixou a ressalva de abstenção nas contas dos SMA. A vereadora referiu que o PSD tem apresentado sempre propostas de modificação no que diz respeito aos impostos aplicados pelo município: “essas propostas visavam sempre uma melhoria para os munícipes e se as propostas tivessem tido maior atenção por parte deste executivo, elas traduziriam numa menor carga

fiscal para a população”. A vereadora ainda se referiu às entidades Tagus Valley e A.Logos e à responsabilidade do município sobre as mesmas: “estamos preocupados e consideramos também adequado do ponto de vista politico que as entidades Tagus Valley e A.Logos representem (…) 1,5 ME na divida do município, é uma preocupação que se constata neste documento de prestação de contas”. A reunião do executivo camarário de Abrantes realizou-se no dia 12 de abril. Joana Margarida Carvalho

Câmara atribui 600 mil euros para obras em freguesias A Câmara Municipal de Abrantes aprovou a atribuição de uma verba na ordem dos 600 mil euros para apoios às Juntas de Freguesia, para execução de diversas intervenções. No âmbito dos contratos de delegação de competências para as 13 freguesias, o executivo municipal,

de maioria socialista, aprovou um total de 460 mil euros para a realização de intervenções ao nível da rede viária e dos parques infantis e uma verba de 122 mil euros em apoios financeiros para obras de ampliação e requalificação de cemitérios. c/Lusa


JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES

MAIO DE 2016 EDIÇÃO Nº 39 www.estajornal.com DIRETORA: HÁLIA COSTA SANTOS DIRETORA ADJUNTA: RAQUEL BOTELHO

Eutanásia: sim ou não? D

FOTOGRAFIA CLÁUDIA FERREIRA

Há quem defenda que o assunto da eutanásia e do testamento vital ainda precisa de ser muito debatido até que o país assuma uma posição. “É um tema não discutido, que vai contra a cultura instituída.” Por ser “uma mudança com implicações profundas”, cidadãos comuns e profissionais abrantinos dividem-se. As opiniões oscilam entre considerarem o ato como “suicídio” ou aceitarem que se trata de “um F p. 5 direito de cada um”.

O preconceito sobre a deficiência e a recusa em ser “coitadinho”

Canil luta contra a sobrelotação e contra a falta de voluntários

Dormidas na Pousada têm aumentado desde 2014

José teve um acidente, Isabel teve um AVC. Ambos ficaram incapacitados fisicamente e, por isso, passam boa parte do seu tempo em tratamentos de fisioterapia para tentar recuperar a mobilidade possível. Hugo Dias, fisioterapeuta, afirma que a melhor parte do seu trabalho é “a recuperação das pessoas”. Para quem viu a vida mudar de forma drástica, uma das maiores dificuldades é a reação das pessoas. F p. 3

A Associação Defesa dos Animais do Concelho de Abrantes (ADACA) enfrenta problemas de falta de espaço e de condições já há vários anos. A responsável pelo canil intermunicipal, Ana Fontinha, tenta contornar a situação através da castração e esterilização dos vários animais abandonados nos concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal. Mas falta, sobretudo, responsabilizar os donos que abandonam animais. F p. 8

A Pousada de Juventude de Abrantes, nos últimos três anos, tem andado numa montanha russa do “abre e fecha”. A Movijovem decidiu desativá-la na época baixa, mas a responsável garante que, ao contrário do que chegou a ser noticiado, a Pousada não fechou. Mesmo no Inverno, basta que haja um grupo grande para que tenha hóspedes.

F p. 6


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02 Centro de Dia de Alferrarede melhora a vida dos seus utentes

FOTOGRAFIA CENTRO DE DIA DE ALFERRAREDE

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L“Procuramos desenvolver atividades que promovam a felicidade”

“Não há centro de dia como o nosso, é o melhor que há” “Não pensava que tínhamos uma coisa destas em Alferrarede, não pensava que dentro desta casa se praticava tanta humanidade”. Quem o diz é Virgínia de Jesus, uma das utentes mais novas da instituição. Esta instituição é a casa de muitas pessoas. É o Centro de Dia de Alferrarede.

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FOTOGRAFIA CENTRO DE DIA DE ALFERRAREDE

ADRIANA LOPES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

L Os passeios são atividades que fomentam as relações interpessoais FOTOGRAFIA CENTRO DE DIA DE ALFERRAREDE

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Cláudia Aparício, 32 anos, é a Técnica Superior de Animação Cultural e Comunitária, do Centro de Dia de Alferrarede, que, num dia de Primavera, abriu as portas da instituição para mostrar o que lá se passa. Os idosos do centro aguardavam pelas 11h30 para rezarem o terço, uma das atividades pontuais. “O que me deixa mais preenchida aqui é rezarmos o terço todos os dias, vem cá uma irmã rezar connosco”, revela Virgínia de Jesus. Cláudia, responsável pelas atividades proporcionadas aos utentes, refere: “Temos um projeto de atividades anual, que é feito consoante os gostos das pessoas. Quando entram na instituição é feito para cada um deles um plano individual onde tomamos em conta as suas necessidades. Neste projeto, temos sempre um objetivo geral, o do ano passado por exemplo era promover o envelhecimento ativo, ou seja, evitar que estivessem sempre sentados a ver televisão. Nós puxamos por eles e motivamo-los a gostarem das atividades e da instituição. Para além do objetivo geral, temos também objetivos específicos, como promover atividades que fomentam as relações interpessoais, estimulem a parte cognitiva e mental aos utentes, através

do recurso a atividades interinstitucionais, inter-geracionais e atividades personalizadas como jogos e passeios. Normalmente comemoramos datas festivas, os utentes escolhem as datas mais importantes para eles e onde e como as querem comemorar. Estimulamos também hábitos de vida saudáveis, promovendo o bom estado físico e a autonomia dos idosos.” Cláudia diz ainda que “o projeto deste ano é semelhante ao do ano passado. Queremos contribuir para o envelhecimento saudável, minorando o impacto dos fatores de risco intrínsecos à terceira idade, as perdas cognitivas, a inatividade física, o isolamento social e os transtornos psicológicos, como a depressão que é o objetivo principal. Tentamos sempre gerar uma relação de entreajuda entre eles, pois acabamos por passar mais tempo uns com os outros do que com a nossa própria família”. A responsável pelas atividades fala dos seus utentes com satisfação e um olhar de ternura que transborda nas palavras. Reforçando que “muitas pessoas chegavam aqui dependentes para se levantarem, para ir a casa de banho e para andar. Como nós lutamos para a autonomia deles, notamos muitas melhorias nos nossos utentes. Não só a nível físico, mas também a nível emocional. Há pessoas que chegam cá deprimidas e parece que renas-

L “Há pessoas que chegam cá deprimidas e parece que renascem”

ESTA JORNAL

cem. Uma senhora do Apoio Domiciliário, no início estava sempre mal disposta, nunca se ria, falava pouco e o pouco que falava era torto. Agora que teve uma necessidade de maior acompanhamento, veio para o centro de dia e, a cada dia que passa, sentimos uma evolução no seu estado de espírito. Já participa nas atividades, vai à música, canta e bate palmas. Esta semana até já dançou no bailarico. Cumprimenta-nos sempre com um sorriso, um beijo ou um abraço. É ótimo ver esta evolução.” Maria Helena, 86 anos, com um sorriso na cara, agarra-me a mão e diz: “Gosto de estar aqui, tratam-me muito bem. Já aqui estou desde que isto abriu. Sinto-me em casa porque esta é a minha verdadeira casa. Para mim, não há centro de dia como o nosso, é o melhor que há.” Andreia Ferreira, 38 anos, Diretora Técnica das Respostas Sociais de Serviço de Apoio Domiciliário e Centro de Dia, é responsável pelo sistema de gestão da qualidade da instituição. “O Centro Social de Alferrarede (CSA) possui várias respostas de cariz social, que visa dar apoio às famílias e à comunidade envolvente. Para o apoio à pessoa idosa, em 1999 o CSA implementou respostas sociais de Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário” expõe. Acrescentando que “a maior preocupação da instituição é a felicidade. Queremos que, no tempo que a pessoa idosa esteja connosco se sinta feliz. Procuramos desenvolver atividades que promovam a felicidade, não só na área da animação e da estimulação cognitiva, mas também nos serviços. O importante, são as pessoas que estão connosco. E como cada uma é diferente, é na mistura de personalidades e de gostos que procuramos intervir individualmente e de forma assertiva.” Andreia recorda um dos primeiros contactos com pessoas mais velhas: “Quando era mais pequena, foi-me possibilitada a oportunidade de visitar e estar no lar da minha vila. Passei lá bastante tempo, pude observar a forma carinhosa como uma pessoa idosa era tratada. A perceção da pessoa idosa para mim sempre foi diferente dos meus colegas. Adorava lá estar. Devemos ensinar e criar possibilidades aos mais novos para desenvolverem novos conceitos, ou deixarem os pré-conceitos. Nunca pensei em trabalhar nesta área, mas é algo que faço com muito amor e dedicação.” José Manuel Correia, 55 anos, avalia a sua presença no centro: “Estou cá há três meses, vim porque estou sozinho. Sinto-me muito bem cá. Numa escala de um a dez este centro merece um 11. Considero todas as pessoas como minhas mães, minhas filhas e minhas irmãs. São a minha família, a família que eu não esperava ter, é como se estivesse em casa. Gosto de ouvir as histórias deles, contam coisas e partilham experiências que me dão gosto de ouvir.” Era hora de almoçar. Com um sorriso, à despedida, José Manuel Correia deixa um pedido: “Sempre que me vir na rua, acene e diga: Olá senhor Zé, está tudo bem?”J


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O dia a dia de duas pessoas com incapacidades físicas que são tratadas na Clínica Abranfir

“Ainda existe muito preconceito” D

FOTOGRAFIA RENATA CUNHA

RENATA CUNHA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

Foi no dia 21 de outubro de 1995 que José André, um jovem de 21 anos, viu a sua vida dar uma volta de 180 graus. “Trabalhava na construção civil em Lisboa e decidi aproveitar o fim de semana para vir há minha terra”, afirmou. Entretanto, nessa semana, tinha sido aberta uma vala numa das estradas pela qual passava habitualmente: “Ia a passar de mota nesse local, quando caí na vala”. Foi essa queda que levou José André, “na flor da idade”, a ficar preso a uma cadeira de rodas. É na Cidade Florida, na pequena mas sempre movimentada Praceta do Chafariz, que se situa a Clínica Médica e de Reabilitação Abranfir, que presta diariamente inúmeros cuidados nos tratamentos que oferecem aos seus doentes. Ao entrar na Clínica, a primeira coisa que capta a atenção é o grande movimento de pessoas na receção. Rodeada por cubículos cheios de pacientes que lutam diariamente pela sua recuperação, o ambiente é de convívio. José André, simpático e prestável, vive no Bairro das Fontes, em Abrantes, e é um dos pacientes desta clínica. Durante os 18 meses em que esteve internado no Hospital de Santa Maria, José ainda “não tinha caído na realidade, pois o médico disse que tinha hipóteses de voltar a andar”. Foi ao ser transferido para o Hospital de Abrantes que se apercebeu de que nada voltaria a ser igual. “Fechei-me muito, foi frustrante e muito difícil”, confessa. Na sua cabeça, chegou mesmo a pensar colocar termo à vida. Todavia, “os enfermeiros para além de tratarem de mim foram também meus amigos e elevaram-me bastante o espírito”, acrescenta. A sua vida mudou num abrir e fechar de olhos, e o que mais lhe custou foi “ir a um baile e ver as pessoas dançar porque era louco por dança. Não poder dançar foi a única coisa que me fez chorar”, confessa. Foi na sua mãe que encontrou um “porto seguro” e é com o seu apoio que ultrapassa os desafios diários. José considera que “teria sido fundamental ter apoio psicológico, o que não aconteceu. Eu consegui ultrapassar a situação, mas há quem não consiga”. Teve de “reaprender” a fazer as coisas mais simples do dia a dia. Movimentar-se na sua casa tornou-se uma tarefa complicada, mas apesar da sua condição, sempre foi bastante independente: “Tirei a carta de condução e fui para Tomar tirar um curso de eletro-reparação, durante quatro anos.” Abriu a sua oficina, “porém nem sempre deu resultado” e teve depois três estabelecimentos comerciais. José André considera que nunca teve dificuldades a ní-

L Tratamentos de reabilitação na Clínica Abranfir

vel profissional: “Sempre trabalhei por conta própria. A nível de emprego não temos possibilidades. Ou arranjamos um emprego nosso, ou não temos hipótese.” Hoje, no século XXI, “as pessoas ainda são muito preconceituosas”, afirmou. “Se tentar falar com um pessoa no facebook, corre tudo bem até eu dizer que sou paraplégico. Aí as pessoas perdem logo o interesse”, rematou. Considera ainda que “existe uma certa ignorância em relação a este assunto”, e que “as pessoas não estão bem-educadas para esta matéria, pois assumem que alguém de cadeira de rodas é incapaz de fazer certas coisas”. Agora com 41 anos, e ainda com muita vida pela frente, não se deixa abater: “Deixei algumas coisas por fazer, mas tenho muitos sonhos e muita vontade de os realizar.” E frisa que “o corpo aparenta uma coisa, mas a cabeça é outra”. Hugo Dias é um dos muitos fisioterapeutas da clínica Abranfir. Decidiu vir para fisioterapia porque “quando era miúdo tinha tido problemas no joelho e fiquei sempre com interesse nesta área”. O fisioterapeuta de 38 anos afirma que “é criada uma ligação com os

doentes e isso é importante. Tentamos colocar a pessoa à vontade e acabamos por fazer disto uma brincadeira séria, para que a pessoa se empenhe e isso torna o tratamento mais eficaz”. Hugo considera que a pior parte do seu trabalho é “não conseguir recuperar a pessoa, pois existem certas patologias onde não há volta a dar e sentimo-nos impotentes nessas alturas”. No entanto, considera que a melhor parte do trabalho é “a recuperação das pessoas, quando estão dependentes e no fim deixam de o ser”. Isabel Oliveira, risonha e doce,

vive na Cidade Florida e sempre teve uma boa infância. “Brincava na rua, andava de bicicleta e praticava muito desporto.” Estudou até ao 7º ano no único colégio de freiras que existia em Abrantes e depois disso tirou um curso de Línguas e trabalhou em várias empresas, na área da tradução. Foi em 2006, quando se preparava para ir trabalhar, que teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que lhe imobilizou o lado esquerdo do seu corpo. Este problema deixou Isabel bastante incapacitada. “Antes conseguia fazer tudo sozinha e de repente fiquei muito dependente,

não conseguia fazer nada”, confidencia Isabel. Foi no seu marido e filho que encontrou forças para a recuperação. “O meu marido reformou-se para estar comigo e mais tarde acabou por ter um enfarte e foi aí que o nosso filho nos apoiou muito, pois precisávamos os dois de ajuda.” Algo tão simples como cozinhar era um grande desafio para Isabel: “Cozinhar ou descascar uma batata é impossível, pois só tenho uma mão a funcionar.” Apesar das dificuldades que encontra diariamente, Isabel tenta sempre arranjar uma maneira de dar a volta e tentar superar as dificuldades. Desde o seu acidente que Isabel faz fisioterapia. Já passaram 10 anos e desde então já nota algumas melhoras: “Já consigo mexer um pouco melhor o braço.” Para ela, vir à fisioterapia é algo bom, pois “estamos com gente nova e vamos ouvindo algumas piadas e tudo isso é bom para a nossa recuperação”. Agora com mais facilidade em movimentar-se, Isabel considera que existe ainda muito preconceito, porque “as pessoas olham um pouco de lado”. E lamenta: “Olham para mim como se eu fosse uma coitadinha e isso é algo que detesto”. Isabel Oliveira é mais um grande exemplo de que as pessoas incapacitadas conseguem superar as adversidades: “Eu não estou morta, estou viva”.J


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ESTA JORNAL

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FOTOGRAFIA DR

Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) é muito mais de que uma instituição de apoio à deficiência

“A nossa ajuda também é importante para o desenvolvimento deles” PEDRO FERREIRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

Existe há 40 anos e é uma das instituições do concelho que atua no campo social. Funciona na zona industrial de Alferrarede e acolhe jovens e adultos, proporcionando-lhes atividades de ocupação, de desenvolvimento e de formação profissionalizante. Trata-se do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, mais conhecido como CRIA. Cátia Laranjeira, empregada de loja em Abrantes, tem a “ideia que seja uma instituição que apoia pessoas com deficiências, com problemas ao nível da saúde, físico e mental, mas mais ao nível da saúde mental”. Pelo que conhece, “acaba por ser uma família, principalmente para as pessoas que estão institucionalizadas e que lidam diretamente com o CRIA”. Para além do apoio direto a quem frequenta o CRIA, esta instituição participa e organiza eventos. O Festival de Teatro Especial, que acontece todos os anos, é um deles. Maria José Clemente, assistente operacional na Escola Superior de Tecnologia e Abrantes, conta que assistiu à edição deste ano. E acrescenta que também comprou “alguns artigos que são feitos pelas pessoas que lá estão”. Para esta abrantina, esta é “uma forma de ajudar, devemos participar porque eles precisam de ajuda. A nossa ajuda também

é importante para o desenvolvimento deles”. Luísa Gonçalves, assistente operacional, colega de trabalho de Maria José Clemente, conta que conhece “uma pessoa que tem frequentado a instituição desde muito pequeno, que tem uma ligeira deficiência, e que todo o trabalho que hoje em dia faz aprendeu na instituição, desde o cozinhar, pintura, entre outras tarefas”. Atualmente “é autónomo”. Para entender melhor como é ser responsável por alguém que necessita de apoio especial, Maria Ferrão, pensionista, residente em Alferrarede Velha, fala sobre a grande ajuda que o CRIA é para a sua filha, sublinhando a confiança que tem em que lá trabalha. “Na vida da Patrícia o CRIA tem sido uma mais valia, pois quando chega o fim de semana e não saímos de casa, ela sente-se fechada e aí quer sempre que o dia de segunda-feira chegue rápido, para estar no mundo dela.” Ao chegar no edifício principal do CRIA, um grupo de jovens estão a jogar matraquilhos com uma satisfação imensa. À volta, conversas do quotidiano tomam conta do ambiente, revelando boa disposição, confiança e laços de amizade que se estendem ao longo dos tempos. Um grupo de pessoas que frequentam a instituição chegam e saúdam quem chega com uma felicidade colada nos olhos e nos seus sorrisos.

Esta disposição marca qualquer mente. Nelson de Carvalho, diretor do CRIA, esclarece o que realmente é esta instituição. “O CRIA é uma associação não lucrativa, que trabalha através de intervenção social. Começou por ter o seu alvo principal na população afetada por deficiência, ou física ou mental. Depois desenvolveu-se e alargou a sua atividade, tendo hoje um conjunto de respostas sociais mais alargadas, que nos permite receber clientes em várias áreas de trabalho, que são acolhidos em diversas instalações e diversas equipas. Temos equipas que trabalham no exterior, junto de famílias, junto de escolas, também com a população alvo.” A associação dispõe de vários tipos de atividades, umas mais técnicas do que outras, que tornam a integração e desenvolvimento das pessoas possível e de uma forma dinâmica. Dispõem também de um grupo de teatro e um grupo de rancho folclórico, ambos muito requisitados e que marcam a presença em vários pontos do concelho. Depois de se conversar com o diretor e com as funcionárias e de interagir com as pessoas que frequentam a instituição, é impossível ficar indiferente. Quem conhece o CRIA e o que tem vindo a fazer ao longo de 40 anos em prol da comunidade só lhe pode reconhecer valor. Quem ainda não conhece, está sempre a tempo!J

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FOTOGRAFIA PEDRO FERREIRA

L Clientes do CRIA em atividade enquanto montam peças, para travões, que serão usados em veículos

L O CAFAP já ajudou 321 pessoas, a Loja Social ajudou 681 pessoas e o CRAT ajudou 68 pessoas

Uma associação que cruza a vida das pessoas DINA ARSÉNIO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

Na sala de atendimento do Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP), com as quatro paredes brancas e uma diversidade de cores nos sofás e nos brinquedos, Vânia Grácio, presidente da Associação Vidas Cruzadas, fala de si e do que realmente representa a associação. Criou a associação com o objetivo de mudar vidas e por isso desafiou um conjunto de pessoas para a ajudarem. O desafio foi aceite e passados nove anos, a associação tem cada vez mais atividades e parcerias. O nome da associação “Vidas Cruzadas” não surgiu por acaso. Questionada acerca do assunto, Vânia Grácio solta uma gargalhada e a postura mais firme facilmente se torna mais descontraída. “Quando nós decidimos criar a Associação íamos cruzar as nossas vidas com a vida de outras pessoas e essas pessoas têm vidas batalhadas, são cruzadas diárias com que se deparam todos os dias”, diz. A Associação conta com várias respostas sociais como o CAFAP, o Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS), o Centro Local de Intervenção Social (RLIS), a Loja Social sediada no Tramagal, a mediação familiar, o Centro de Recursos de Ajudas Técnicas (CRAT) e o Banco de Livros. Estas respostas sociais são direcionadas para famílias e crianças em situações de risco de forma totalmente gratuita. A presidente da associação acredita que “Abrantes tem uma rede social muito forte, é uma rede que tem sido destacada ao longo dos anos por ser muito coesa e por ter muitas respostas sociais”, porém afirma que existem problemas, pois “nós temos muitas respostas, às vezes não temos é as respostas no tempo em que elas são necessárias”. A associação é relativamente jovem, pelo que as pessoas não conhecem muito o seu trabalho. “Há muitas pessoas que ainda não conhecem muito do nosso trabalho, incluindo o fato da natureza do nosso trabalho ser muito sigilosa, nós não fazemos bandeiras de determinadas ações que fazemos, acabamos por estar um bocadinho mais no anonimato por esse motivo”, afirma Vânia Grácio. Devido a este anonimato, a presidente não quer entrar em pormenores na história de uma família que a tenha marcado. “É complicado falar porque estamos a falar da vida das pessoas e estar a contar

uma história estaria a entrar na privacidade delas”, revela. “Nós damos espaço às pessoas desde que isso não coloque em causa o bem-estar da criança e às vezes as famílias não conseguem fazer esta leitura porque não lhes faz sentido, eles têm uma ideia diferente daquilo que querem para a sua vida, daquilo que é a legislação e daquilo que são os direitos da criança”, informa Vânia Grácio. O CAFAP já ajudou 321 pessoas, a Loja Social ajudou 681 pessoas e o CRAT ajudou 68 pessoas. Na Loja Social podem-se encontrar vários tipos de artigos como roupas, calçado, brinquedos, mobiliários e alguns eletrodomésticos. “Nós definimos como é que as pessoas podem aceder à loja social, os nossos artigos são todos marcados com um valor simbólico em que qualquer pessoa pode ir à loja e adquirir por esse valor. Existem outras pessoas que não tendo possibilidades de adquirir os artigos podem levá-los gratuitamente”, esclarece Vânia Grácio. Ajudas concretas às famílias São várias as atividades que a associação faz, como por exemplo o cinema ao ar livre em Tramagal. “Temos feito cinema ao ar livre numa máquina que é praticamente centenária. A população tem aderido bastante e tem sido muito positivo”, conta a presidente. Os workshops que a associação realiza são abertos a toda a comunidade e têm o objetivo de “dar algumas estratégias às pessoas de como é que em casa podem gerir os recursos que têm de uma forma mais eficiente, de poder organizar as rotinas diárias de uma forma que lhes permita ter algum tempo pessoal para si”, explica. Vânia Grácio explica como funcionam, na prática, com as pessoas que recorrem à “Vidas Cruzadas”: “Têm aqui uma porta aberta e podem dirigir-se à associação para que possamos ver em conjunto qual é a solução mais adequada para cada caso. Compreendo que a situação das pessoas por vezes não é fácil e que não é fácil pedir ajuda, principalmente as pessoas que toda a vida trabalharam e que agora se vêm numa situação mais fragilizada mas não estamos cá para julgar ninguém, estamos cá para apoiar as pessoas.” O objetivo é “continuar a ser parte integrante dessa rede social, queremos continuar a participar, queremos continuar a dar apoio às pessoas que nos procuram em todas as áreas que conseguirmos”, remata. J


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Eutanásia: entre “o suicídio” e o “direito de cada um”

“Trata-se de uma mudança com implicações profundas” D

FOTOGRAFIA CLÁUDIA FERREIRA

CLÁUDIA FERREIRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

A eutanásia “é um método de pôr fim à vida quando a pessoa assim o deseja ou quando as circunstâncias o propiciam”. É uma “questão dúbia”, no ponto de vista de ideologia de vida da terapeuta abrantina, Ana Luísa Barata, de 36 anos. Ana Barata frisa ainda que “se estamos vivos e a viver em certas circunstâncias, há algum propósito nisso”, pois “a vida deve ser preservada, mas até a um certo ponto”. A prática de eutanásia é suportada pela teoria que defende o direito do doente incurável de pôr fim à sua vida quando sujeito a intoleráveis sofrimentos físicos ou psíquicos. Para a relojoeira Maria Agostinho, a eutanásia “é um suicídio”. O assunto incomoda-a e provoca várias emoções. Admite mesmo que é contra esta prática. Nega que cada pessoa tenha o direito à escolha entre viver ou morrer com dignidade. Existem vários países com legislação definida sobre a prática e outros países que a refutam categoricamente por motivos diversos, principalmente de índole religiosa. Rosalina Rodrigues, de 64 anos, pensativa e com alguma hesitação, diz que “a prática vai um pouco contra a religião católica, se é Deus que dá e se é Deus que tira”. No entanto, reflete: “Ele dá a vida para viver não dá a vida para ser “vivida” em modo vegetal.” Apesar de a prática ser “contra as normas da Santa Madre Igreja”, Maria Luciana Salvado, de 77 anos, um pouco apoquentada, conta: “Há sofrimentos horríveis

L “A prática (da eutanásia) vai um pouco contra a religião católica, se é Deus que dá e se é Deus que tira”

“ ”

“Se estamos vivos e a viver em certas circunstâncias, há algum propósito nisso”

Rede Especializada na Intervenção à Violência Doméstica em Abrantes

A luta contra uma dor que permanece em silêncio PATRÍCIA BARAI ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

e ajudar a pessoa seria logo o primeiro objetivo, apesar de eu achar que a igreja não verá por enquanto assim.” Não concorda com o procedimento, mas compreende. A eutanásia é legal em países como a Bélgica e a Holanda, no entanto em Portugal ainda não foi legalizado o ato. Na Bélgica foi também legalizada a eutanásia infantil. Apesar de apreensiva, Fernanda Bica, de 56 anos, concorda com esta legalização. “Há crianças que não sabem o que é a morte, mas há crianças que é impossível viverem no estado em que se encontram.” Quem pretenda recorrer à eutanásia tem de deslocar-se a outros países onde é legal. Fernanda Bica mostra-se descontente com a si-

“Cada um de nós estava isolado a fazer uma coisa, e ninguém pode combater qualquer tipo de violência se não trabalhar em conjunto.” É com esta ideia que Sofia Loureiro, psicóloga, introduz a Rede Especializada na Intervenção à Violência Doméstica em Abrantes (REIVA). Um dos objetivos da REIVA é combater ideias formadas, como a velha máxima que ainda hoje reina na nossa sociedade de que, “entre marido e mulher, ninguém mete a colher”. Ideias como esta fazem com que a violência doméstica permaneça, sem que muitos tenham coragem de a denunciar. Com mais informação e com apoio às vítimas, Abrantes tem-se destacado no combate a este problema social. O serviço abrantino de atendimento à vítima começou a ser planeado em 2010. Entrou em funcionamento um ano depois, com cinco parceiros: Serviço de atendimento à Vítima da Câmara Municipal de Abrantes, Centro Hospitalar Médio Tejo, Associação

tuação: “Acho que devia ser legalizado em Portugal, não existe necessidade de gastar dinheiro para nos deslocarmos para outros países.” O pedido tem de ser formulado quando o doente ainda está na posse das suas capacidades mentais. Em Portugal, desde o dia 1 de julho de 2014, ficou disponível o Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV), o documento onde é possível expressar os tipos de cuidados ou tratamentos de saúde que a pessoa pretende ou não receber, quando não tiver forma de expressar-se. Na opinião de Ana Antunes, diretora técnica do Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia de

Vidas Cruzadas, os órgãos de polícia criminal (PSP e GNR), e o Instituto Politécnico de Tomar/Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA). Com um funcionamento em rede, a REIVA tem vindo a desenvolver diversas iniciativas para sensibilizar a população para as questões da violência doméstica: “Fazemos ações nas escolas, associações, lares, centros de dia, Cruz Vermelha, bombeiros.” Para que estas ações decorram da melhor forma possível, Sofia Loureiro explica que a REIVA deu formação a profissionais nas várias áreas, “pois têm que estar despertos para determinados sinais”. A Associação Vidas Cruzadas desempenha um papel de acompanhamento social às vítimas. Vânia Grácio, assistente social e presidente desta associação, explica que fazem “serviço de atendimento e acompanhamento social que, não sendo uma resposta especializada nesta área, pode atender as situações numa primeira linha

Abrantes, “se legalizarem a eutanásia, faz todo o sentido existir o testamento”. A diretora do lar crê que “o Governo no momento em que decidir falar a sério, como falaram do aborto, irá falar da eutanásia quando a questão for mais debatida”. Mostra-se infeliz quando diz que “esta questão não está a ser muito explorada nem abordada pelos órgãos de comunicação e era pertinente que fosse mais divulgado”. “É um tema não discutido” Em 11 pessoas inquiridas nas ruas de Abrantes apenas quatro tinham conhecimento do testamento que já era possível fazer desde 2012, através de um documento próprio que se tinha que redigir, validado juridicamente, com estrutura livre. Hoje existe um formulário disponível nos ‘sites’ das Administrações Regionais de Saúde, no Portal do Utente e no Portal da Saúde, que permite preencher o Testamento Vital. Apesar de o formulário se encontrar disponível na internet, segundo a Ordem dos Médicos, até ao final de 2015, apenas 2052 documentos foram validados. Para o professor de Filosofia José Alves Jana, “é um tema não discutido, que vai contra a cultura instituída. Trata-se de uma mudança com implicações profundas”. Os partidos políticos portugueses já tomaram a sua posição, houve uma petição que entrou no parlamento no passado dia 26 de abril. O Bloco de Esquerda defende a despenalização da eutanásia, o Partido Socialista irá estar disponível para debate, CDS pede reflexão e o PSD ainda não tomou posição relativamente ao tema. Um estudo realizado pela Eurosondagem para o Expresso e para a SIC, mostra que 67,4% da população defende a legalização da eutanásia em Portugal, com apenas 22,1% contra. José Alves Jana admite: “É um último passo de exercício ativo da vida, consciente e digno, mas que também pode ser um passo a que se foi pressionado a dar.” Na opinião do abrantino João Augusto, “a eutanásia depende de cada um”. J

e depois encaminhar para os técnicos da Rede que estiverem mais habilitados para acompanhar a situação”. Hália Santos, docente da ESTA, explica que este estabelecimento de ensino superior aceitou o convite para fazer parte desta Rede porque, “tendo uma comunidade estudantil que está a entrar na idade adulta, considerámos que era muito importante sensibilizá-los para as questões da violência, nomeadamente no namoro”. Para além da ESTA, também as outras escolas do concelho têm colaborado na organização de ações com os jovens, que visam debater, de forma aberta, estas questões. Sofia Loureiro acredita que o importante é unir forças e não desistir. “Se eu não acreditar que serve de alguma coisa, então mais vale deixar o meu trabalho. Não se muda mentalidades e culturas assim. Mas qualquer gota de água no oceano faz a diferença. Se eu ajudar a salvar uma pessoa já valeu a pena estar neste mundo.”


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Afinal ainda existe Pousada de Juventude em Abrantes

L “Desde 2014 até 2016 as dormidas têm aumentado” MIGUEL LOPES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

O edifício parece estar ao abandono para quem o observa. Os passeios em frente estão cobertos de folhas secas e os muros estão grafitados. Mas não é por isso que a Pousada de Juventude de Abrantes deixa de acolher pessoas. Num dia em que a chuva ameaçava cair, não havia movimento. Uma boa altura para tentar perceber por que razão este alojamento nem sempre tem recebido hóspedes. As Pousadas de Juventude são locais onde pessoas de diversas regiões, nacionalidades e idades se podem encontrar e conviver. Neste

momento, existem cerca de 42 Pousadas de Juventude por todo o país e Abrantes não é exceção. Existem também vários tipos de Pousadas: urbana, praia, natureza/aventura e histórica/cultural. As Pousadas de Juventude estão inseridas numa rede nacional, que é gerida por uma cooperativa, a Movijovem. O objetivo é “fomentar o turismo juvenil, ou seja, atrair jovens”, afirmou a responsável pela Pousada de Juventude de Abrantes, Mafalda Brás. “Mas aqui em Abrantes recebemos, na maioria, ‘jovens com mais experiência’, como gostamos de lhes chamar”, continuou. Afinal, apesar do nome dar a entender que só acolhe jovens, as Pousadas de Juventude recebem pessoas de várias idades. A responsável pela Pousada de Ju-

ventude de Abrantes explica que a Pousada “poderia atrair mais pessoas”, mas que, nesta altura do ano, é normal não existir tanta procura. Apesar disso, “este ano até está a correr bem”. Tal como tudo o que é hotel ou residencial, a Pousada de Juventude tem mais procura “na Primavera, no Verão e aos fins de semana, ou se existir alguma atividade no concelho”. A Pousada de Juventude de Abrantes, nos últimos três anos, tem andado numa montanha russa do “abre e fecha”. Isto porque “a Movijovem decidiu desativar algumas Pousadas devido à época baixa, ou seja, o Inverno, onde a taxa de ocupação não é muito alta”, explica a responsável. “Mas este ano isso não aconteceu, apesar da comunicação

social local ter publicado o contrário”, remata. Apesar destas contradições, a Pousada nunca esteve fechada em definitivo, pois sempre que aparecesse algum grupo em que valesse a pena abrir a Pousada, ela voltava a funcionar. “Como temos uma boa parceria com a Câmara de Abrantes, se existirem atividades desportivas, por exemplo, a parte do desporto comunica sempre as várias unidades de alojamento que existem na cidade e muitos grupos vêm para aqui”, explica Mafalda Brás. Depois do mito da montanha russa do “abre e fecha” ter sido desvendado pela responsável pela Pousada de Juventude de Abrantes, eis que falta um outro mito por desvendar: o aspeto de abandono do edifício. Está à vista de todos. Quem por lá passa consegue ver a olho nu que o passeio da entrada da Pousada mal se consegue ver devido às imensas folhas secas que lá estão. E também consegue ver que o muro da entrada também está um pouco danificado e com pinturas não apropriadas. Acerca do estado do passeio, Mafalda Brás indicou que “é uma responsabilidade da Junta de Freguesia”. “Falámos na situação do passeio e foi-nos informado pela Câmara que isso é uma competência da Junta de Freguesia”. O presidente da Junta de Freguesia, Bruno Tomás, afirmou que tem conhecimento da situação e que “já na próxima semana o passeio irá estar pronto”. Já no que toca ao aspeto da Pousada, a responsável pela mesma diz que “existem planos elaborados pela Movijovem, mas como somos uma rede de 42 Pousadas, o dinheiro muitas vezes não chega”. Apesar da falta de dinheiro, ainda se pensa em pelo menos pintar os muros só para tornar o edifício mais apresentável. Respondidas as questões que mais intrigavam a população abrantina e visto que a Pousada está sempre aberta, vamos a outra questão: quais

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são os preços para dormir na Pousada de Juventude de Abrantes? “Aqui em Abrantes nós temos três tipos de quartos: os quartos múltiplos, os quartos duplos sem WC e os quartos duplos com WC. O preço dos quartos múltiplos vai de 11€ a 13€ por pessoa; os quartos duplos sem WC vão de 26€ a 30€; e os quartos duplos com WC vão de 28€ a 34€.” Sabidos os preços de uma dormida nesta Pousada de Abrantes, falta só saber o que se pode lá fazer. “Nesta Pousada não temos atividades para as pessoas”, explica Mafalda Brás, acrescentando: “Temos apenas espaços comuns, como por exemplo, o salão de jogos, com matraquilhos e snooker que podem ser alugados.” Para que não pareça que a Pousada serve apenas para dormir, a responsável anuncia: “Estamos a tentar voltar a fazer novas parcerias com várias empresas, não só do concelho, mas também dos concelhos vizinhos, para apresentarmos aos clientes algumas atividades que possam fazer, tais como canoagem, passeios pedestres e workshops.” Já que estávamos no salão de jogos, podíamos ter feito uma partida de matraquilhos, só para descontrair, mas fica para outra altura. Basta reservar. A responsável, Mafalda Brás, despediu-se com um grande sorriso, dizendo que espera melhores tempos para a Pousada, à semelhança do que tem vindo a acontecer nos últimos tempos. “Desde 2014 até 2016 que as dormidas têm aumentado, o que nos satisfaz muito, a nós, equipa que trabalha aqui. Esperemos que continue assim.” Afinal, a Pousada de Juventude de Abrantes não está assim tão “morta” como as pessoas pensam. Talvez as pessoas é que não estejam dispostas a fazer a cidade mexer. Entretanto, a Pousada irá ficar no mesmo sítio à espera que mais pessoas por lá passem, pois afinal existe uma Pousada de Juventude em Abrantes.J

“Nós vimos para aqui pelo convívio, pelos amigos e pelas atividades” Um dia que começou com sol, rapidamente se tornou num dia ameaçado por chuva. O local do encontro é junto ao Estádio Municipal de Abrantes, na Cidade Desportiva. São 14h30 e, chegado ao local, recordo os tempos em que o Campeonato Nacional de Autocross se realizava e que era um autêntico chamariz para os Abrantinos. Hoje é diferente. Enquanto espero pelo meu contacto, observo, ao longo da encosta, uma ação dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, que limpam a mata com crianças. Chegado o meu contacto, partimos então para o local onde será a futura sede do Agrupamento de Escuteiros 172, de Abrantes. Entre os jovens presentes, distribuem-se na realização de várias atividades, como a plantação de árvores, a limpeza e montagem das tendas que usam nos seus acampamentos. Já entre os mais velhos, alguns supervisionam a atividade dos membros mais novos, enquanto outros preparam o local de forma a torná-lo capaz de receber acampamentos de outros Agrupamentos ou até mesmo os seus próprios. Daniel Bento, um dos membros mais

velhos deste Agrupamento, explica a forma como lidam com os jovens nestas tarefas. A resposta é simples, mas em concordância com aquilo que se observa: “Tudo o que fazem, fazem de forma autónoma.” Então e o acompanhamento? “Apenas se necessário. Existe uma fase inicial onde ensinamos os mais novos – designados como Lobitos – mas a partir daí, ensinam-se uns aos outros.” Enquanto decorria esta conversa, observavam-se crianças com sete e oito anos a serem guiadas por jovens

entre os 12 e os 16 anos de idade. E este é o espírito dos Escuteiros, como idealizado por Robert Baden-Powell, um militar inglês, que fundou o escutismo, no longínquo ano de 1907. O irmão mais velho de Daniel é hoje um dos dirigentes dos escuteiros. Dino Bento não se conseguiu desligar desta sua paixão, mesmo tendo estado na Academia Militar. “Muitas das coisas que aprendi cá [nos Escuteiros] foram-me muito úteis na Academia Militar e algumas coisas que aprendi na Academia Militar são agora impor-

L Prepara-se o local da nova sede de forma a torna-lo capaz de receber acampamentos

FOTOGRAFIA LUIS MARTINS

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LUIS MARTINS ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

tantes nos Escuteiros. A gestão de risco, por exemplo, é fundamental, até porque a forma como se gere o risco com jovens é um bocadinho diferente e aí, a experiência conta muito.” Por esta altura, a curiosidade em saber como é a adesão dos jovens ao escutismo deve ser desfeita. É quando Daniel me fala de Inês Lopes. A Inês tem 16 anos e é de Lisboa. Ela vem para Abrantes apenas por causa do escutismo e para “poder estar com os amigos”. A Inês fez todo o percurso até ao momento – Lobitos, Exploradores e Pioneiros – faltando-lhe apenas os Caminheiros. Sendo ela um caso diferente dos restantes jovens que são todos da zona de Abrantes, questiono-a sobre como foi recebida. “Fui bem recebida. Ao início era um bocado tímida, mas agora já não. Agora já estou mais à vontade”. E objetivos? “Até aos Caminheiros vou de certeza, depois disso, já não sei.” Convívio, Amizades e Paixão Mas como é que estes jovens, ainda em crianças, chegam aos Escuteiros? Há duas formas: uma por vontade própria, outra por vontade dos pais. “Nós vimos para aqui pelo convívio, pelos amigos e pelas atividades, que são boas para o nosso crescimento” conta Mariana Claro. Mariana Cabrita

entrou por causa do irmão, quando ela tinha seis anos. Atualmente com 16, ela tenta trazer amigos para os Escuteiros contando-lhes as atividades que faz, mas “muitos não vêm por causa das missas”. Na sua opinião, hoje há mais jovens do que há uns anos, mas reforça: “Todos estamos cá porque gostamos e são amigos que levamos para a vida.” O Chefe Manuel, o membro mais antigo, tem quase 40 anos de chefia dos Escuteiros. Formou o Agrupamento de Escuteiros de Alferrarede e apadrinhou o Agrupamento de Escuteiros da Chainça (já extintos). A sua paixão pelo escutismo é aquilo que não o faz parar. “Quando disse que me ia embora, disseram-me ‘Não te vais nada embora!’ Foi o Chefe João e o Chefe Mendes, que era o Comandante do Regimento de Infantaria de Abrantes. ‘Escolhe um Agrupamento aí mais pertinho de ti, mas não te vais nada embora!’ E aqui estou eu.” O relógio marca as 18 horas. O tempo foi passando de forma impercetível. No fundo, estão aqui jovens e adultos que caminham com o mesmo propósito de Baden-Powell. Porque tal como o dia de hoje, por muito que haja nuvens, o sol acaba sempre por voltar e é essa luz que guia os Escuteiros.J


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Na terra de José Saramago o teatro amador ganha destaque

“É algo que transcende a própria freguesia” A Casa da Comédia é uma companhia de teatro amador da freguesia da Azinhaga, concelho da Golegã. A companhia foi fundada há 25 anos na Azinhaga, por Maria José Mota, Natália Catarino, José Rufino, Anabela Costa e Luis Narciso. A eles juntou-se João Coutinho, que se tornou o encenador e escritor das peças da companhia. Os seus maiores sucessos foram as peças: “Sol das Lezírias” em 2008, “Bodas de Sonho” em 2009, “Cabaret” em 2010 e “Viver Saramago” em 2015. D

L A companhia tem vários elementos jovens, o mais novo tem seis anos MARTA GONÇALVES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

O grupo ensaia na Casa do Povo, espaço cedido para ensaios e espetáculos pela Santa Casa da Misericórdia da Azinhaga. O horário dos ensaios é gerido de acordo os horários de trabalho e de escola dos atores, no caso das crianças. Todos desempenham várias funções para além de representar, o guarda-roupa está a cargo de todos, a maquilhagem e cabelos está a cargo de Maria João Carvalhal, e Diogo Narciso é fotógrafo e técnico de som. A Casa do Povo, para além de um pequeno palco, possui também um bar para servir os espectadores e uma sala onde está o equipamento de som. Quando se entra passa-se por um pequeno corredor para a sala onde está o palco. Em dia de espetáculo, em redor do palco encontram-se mesas e

cadeiras, cada uma com um candeeiro, dando um ambiente de cabaret. Todos os atores nos ensaios trazem comida de casa para partilharem entre si. As crianças ensaiam primeiro por terem aulas no dia seguinte. Antes de iniciarem um ensaio, os membros têm uma reunião para darem o ponto de situação, decidir novas datas para as peças e falarem do seu dia-a-dia. O ambiente é familiar e descontraído, ouve-se risos com muita frequência. Quando alguém entra em palco a postura muda completamente, o encenador junta-se aos atores em palco dando indicações ao mesmo tempo que representam. Experiência teatral Vários membros da companhia partilharam comigo a sua experiência. Maria Emília de 64 anos, reformada, residente na Azinhaga é das atrizes que está há mais

“ ”

“As pessoas de mais idade sempre têm com o que se distrair”

anos na companhia. “Há 23 anos que faço parte da companhia, desde o espetáculo “O Duelo” de Bernardo Santareno. Depois disso a companhia esteve parada 16 anos e quando retomou a atividade há sete anos, voltei para a companhia.” Garante que vai

FOTOGRAFIA MARTA GONÇALVES

continuar, pois gosta “de teatro e de representar, sinto-me bem”. Para Maria Emília, a companhia tem como segredo “a amizade, o respeito uns pelos outros e a entreajuda. Apesar de não sermos profissionais todos tentamos fazer o nosso melhor”. Cláudia Valadares de 28 anos é Intérprete de Língua Gestual e residente na Azinhaga. É das atrizes mais recentes da Casa da Comédia. “Entrei para a companhia só no ano passado quando fui convidada para “Viver Saramago”. Acharam que a minha presença seria importante e decidi abraçar este projeto, apesar de ser difícil porque leva muitas horas do nosso dia.” Cláudia crê que o grupo é importante pois “trabalha bastante em prol da comunidade e para levar o nome da Azinhaga para fora da freguesia”. Hugo Costa, 19 anos, estudante, morador na Azinhaga, acompanha o trabalho do grupo desde muito

novo. Começou com papéis sem falas, até que assumiu um papel mais relevante na peça “Viver Saramago”, contando que “com 15 dias para treinarmos os papéis foi uma correria. Fiz a personagem de Saramago na idade jovem”. A família de Hugo fez parte da companhia. “Os meus pais faziam teatro na companhia, gostava do que eles faziam, ouvia-os em casa a treinar”. O teatro é como algo que “serve de descontração quando tenho muito que estudar”. João Coutinho de 58 anos é o coordenador cultural da Câmara Municipal da Chamusca, residente na Chamusca. É o encenador e escritor das peças do grupo. Foi um dos membros que foi responsável pelo nascimento do grupo. João Coutinho conta que foi convidado para vir à Azinhaga pela primeira vez há cerca de 25 anos. “O antigo Presidente de Junta de Freguesia convidou-me para vir aqui formar um grupo de teatro”. O mais importante para o encenador foi o grupo “ter surgido por iniciativa própria das pessoas da Azinhaga”. Considera que “o espetáculo de teatro é um trabalho artesanal. É necessário construir um espetáculo enquanto um todo. Também depende dos elencos. Em primeiro lugar está as pessoas. Não é preciso muito dinheiro para fazer um espetáculo de teatro, precisamos só de pessoas”. Sessões esgotadas A Junta de Freguesia da Azinhaga é a entidade pública que apoia o grupo. O Presidente da Junta de Freguesia da Azinhaga, Vitor Guia, conta como tudo aconteceu: “Em 2005 quando ganhámos as eleições, uma das nossas promessas foi a reativação da companhia Casa da Comédia, que já estava inativa há 15 anos. Em 2006 foi reativada com o espetáculo “Sol das Lezírias”. Em 2015 voltámos a convidar a companhia para celebrar o nascimento de Saramago em novembro, que aceitou. Todos os espetáculos são feitos na freguesia, o que cria uma dinâmica muito importante”. A Junta presta vários serviços à companhia: “Venda de bilhetes, as marcações das mesas e apoio monetário. Neste momento, felizmente como a companhia tem realizado espetáculos com regularidade, não tem precisado do apoio da junta.” O sucesso reflete-se, tal como confirma o autarca: “Têm vindo pessoas de Alverca, pessoas de Santa Iria, de Torres Novas, de Tomar, para assistir. É algo que transcende a própria freguesia.” As pessoas da freguesia reconhecem a importância do grupo, como Ana Pedro de 35 anos, empregada de balcão explica: “Já assisti a todos os espetáculos. Acho que estes espetáculos são bons para a terra. É uma mais-valia a nível cultural, e as pessoas gostam e vão ver os espetáculos, a casa está sempre cheia. As pessoas de mais idade sempre têm alguma coisa com que se distrair.” Manuel José, tratorista de 47 anos, residente na Azinhaga já tem uma perspetiva diferente: “Não assisti a nenhum espetáculo porque nunca há bilhetes, está tudo esgotado. As pessoas que vão ver deviam dar vaga a outros Depois as pessoas querem comprar, está sempre esgotado”. J


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Última

ESTA JORNAL

luta pela esterilização é a minha prioridade total neste momento” Não é fácil conseguir encontrar a Associação Defesa dos Animais do Concelho de Abrantes (ADACA). A sinalização pobre e a má manutenção das estradas que levam a este pequeno canil tornam díficl a sua identificação. FOTOGRAFIA ALEXANDRA ARROJA

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MAIO 2016

ALEXANDRA ARROJA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

Já lá vão nove anos desde que Ana Fontinha, responsável pelo canil intermunicipal e presidente da Associação Defesa dos Animais do Concelho de Abrantes (ADACA), luta contra os maus tratos e contra o abate de animais no concelho abrantino. No espaço de um ano, por média em Portugal, são abatidos cerca de 12 mil animais de companhia nestes centros de recolha. Contudo, a ADACA contraria esses números assustadores. “Não se abatem cães enquanto a ADACA estiver de facto a dirigir o canil intermunicipal”, defende a responsável. “Enquanto eu aqui estiver, e vai fazer dez anos em junho, isso não acontece, salvo em casos de problemas de saúde.” Um dos maiores problemas que Ana enfrenta é a falta de espaço. O canil foi construído para abrigar cerca de 80 cães e, de momento, estão cerca de 130 à responsabilidade da ADACA. “Por cada animal que é recolhido, a Câmara dá-nos um determinado valor, durante oito dias, que são os dias que a lei dá até o animal ser abatido. Chegando a esses oito dias, os animais são transferidos para a ADACA, portanto passam a ser nossa propriedade até à adoção.” Por cada cão que dá entrada no canil a Câmara paga 5€, enquanto que, por cada gato, o valor baixa para 3€. Para fazer face à falta de espaço, Ana distribui mantas pelas várias divisões do canil para que os cães tenham o seu espaço para dormir, dentro do possível. Ana dorme nas instalações da ADACA, divide o seu espaço com os cães, e por ali pernoita para ter maior controlo sobre os animais durante a noite. A falta de verba e de espaço aflige a presidente todos os dias. “Isto não foi feito de forma a que fosse necessário ter mantinhas e cobertores, não houve a preocupação de arranjar espaço para fazer face às nossas necessidades. Estamos a tentar ver com a Câmara para arranjar um anexo, sobretudo para fazer uma enfermaria.” A responsável acrescenta que “o espaço é, sem dúvida, uma das grandes preocupações da ADACA aqui dentro”. Mas não só a falta de espaço para os animais é preocupação para Ana. Também a falta de voluntários para ajudar a preocupa. “Temos um apoio que eu consegui, há dois anos. A Câmara dá-nos uma verba para um funcionário que temos. Uma espécie de subsídio que serve para lhe pagar o ordenado. Porque ele é funcionário da ADACA, não da Câmara.”

L ADACA

abriga cerca de 130 animais, apesar da falta de condições Apesar das dificuldades, ainda existem pessoas dispostas a ajudar, como é o caso da Daniela Elias, 19 anos, voluntária na ADACA desde dezembro de 2015. “É o meu primeiro trabalho de voluntariado. Tem coisas boas e coisas más, como é óbvio. É bom poder estar a fazer uma coisa que gosto que é lidar com os animais e perceber que eles também gostam de mim. É uma sensação ótima, mas também é muito complicado porque exigem todos muita atenção. São todos muito diferentes uns dos outros” - explica. A voluntária admite que as condições “não são as melhores porque isto está feito para abrigar menos animais do que os que tem de momento.” Acrescenta que “não há espaço, não há condições para termos tantos animais. É uma coisa traumatizante”. Daniela desloca-se à Associação duas vezes por semana, no mínimo. No entanto, refere que “há falta de supervisionamento devido aos poucos voluntários. Se fossemos mais, ficava mais fácil para todos, principalmente para a Ana, que está aqui 24 horas”. Porém, deixa o apelo: “Quem gosta realmente de animais não deve ficar parado, não deve simplesmente ter pena. Existem animais na nossa cidade que precisam de ajuda e está aqui o

canil. Para quem gosta é uma experiência muito boa porque estamos em contacto com eles todos os dias.” Desde janeiro de 2016 que Ana se sente confiante em dizer que já foram adotados do canil “uns 20 animais”. Ainda assim, depara-se, por vezes, com pessoas que adotaram animais e que depois os abandonaram e largaram na rua. A responsável pelo canil também já voltou a levar para o canil animais que tinha sido adotados. Isto porque, no decorrer das visitas, verificou que “não estavam a ser tratados conforme o acordo feito com a ADACA”. Quanto a animais que são entregues sem terem sido abandonados, Ana é perentória: “Eu, enquanto presidente desta associação, não aceito animais com dono. Só em casos muito pontuais, como a morte de um dono e quando não há mais ninguém para ficar com o animal.” A responsável pela Adaca garante que prefere, depois, “ir apanhá-los à rua depois”. E completa: “Se começarmos a abrir cedências iria ser uma carga de trabalhos muito grande. As pessoas começavam a fazer bicha à porta para deixar os cães”. Quanto aos maus tratos e abandono dos animais, Ana acredita que “o próprio Governo tem de criar meios de

responsabilizar as pessoas. Fiscalizem. A lei dos maus tratos aos animais é uma lei muito dúbia”. “Há cães chipados que os donos simplesmente dizem que não querem. Fica complicado. Se chegam aqui com eles, quem me garante a mim que as pessoas vão para o estrangeiro ou não têm condições? ”- questiona Ana. “Quanto a mim, qualquer pessoa que seja dono e que entregasse o animal no canil devia pagar para o deixar cá. Penso que haveria muitas hipóteses de se começar a lutar. É óbvio que não vamos obter resultados a curto prazo, mas a longo ou médio prazo, começava-se a sentir as mentalidades a mudar.” Devido ao elevado número de animais no canil e, também, a todos os que estão perdidos nas ruas dos concelhos abrangidos pelo canil intermunicipal, Ana defende que “a luta pela esterilização é a prioridade total neste momento. Esterilização e castração”. Há “situações em que deixam as cadelas parir, deixam os meninos todos vingar. Porque sabem de antemão que depois deixam uma caixa ali à porta com eles”. Ana Fontinha critica quem resolve os problemas desta forma, pensando que deixar os cachorros à porta do canil é a solução. “E eu fico com eles, não é? Que remédio, não

vou matar cães! O problema é que as pessoas não têm consequências nenhumas, rigorosamente.” Facebook ajuda a promover adoção no concelho Pedro de Castro faz parte de uma família abrantina que adotou, há dois meses, um animal da ADACA. Trata-se de Vasco, um labrador creme com cerca de um ano. “Foi completamente ao acaso. Na altura não tínhamos ideias de adotar um cão.” “Foi através de uma publicação do facebook da ADACA. Tinha sido encontrado um cão, muito mal tratado, na calçada de S. José.” O labrador, Vasco, ajustou-se muito bem à sua nova família: “Ele comigo ajustou-se mais rápido, em cerca de dois ou três dias. Até dormia no meu quarto. Ao resto da família demorou um bocadinho mais tempo, nada de especial”, conta Pedro. “Adorámos a experiência!” Ana Fontinha apresenta os objetivos da Associação para este ano: “Manter o que temos conseguido até aqui. Tentar manter a cabeça erguida. Continuar a poder fazer castrações e esterilizações, quantas mais melhor. Manter os números que temos para já e, de facto, recrutar mão de obra. Pessoas que queiram ajudar, responsáveis e que, sobretudo, amem a causa.” J

FICHA TÉCNICA | DIRETORA: Hália Costa Santos DIRETORA ADJUNTA: Raquel Botelho REDATORES: Adriana Lopes, Alexandra Arroja, Cláudia Ferreira, Dina Arsénio, Luis Martins, Marta Gonçalves, Miguel Lopes, Patrícia barai, Pedro Ferreira, Raquel Teixeira, Renata Cunha, Sara Carrão, Vera Ribeiro PROJETO GRÁFICO: José Gregório Luís PAGINAÇÃO: João Pereira TIRAGEM: 15000 exemplares


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14 REGIÃO

MAIO 2016

ABRANTES

VILA NOVA DA BARQUINHA

MultioOpticas renova loja no centro histórico

Rita Guerra é cabeça de cartaz nas festas concelhias

Quase há dez anos em Abrantes, a MultiOpticas esteve alguns dias encerrada ao público, para renovar a sua imagem e apresentar novas valências na loja que está sediada no centro histórico de Abrantes. Catarina Pereira, gerente de loja, explicou que a renovação surgiu pela “necessidade de melhorarmos a imagem, sendo que é importante em termos de marketing, como também pela estratégia da empresa a nível nacional, uma vez que todas as lojas estão a implementar um novo layout e

nós temos de acompanhar essa tendência”. “A loja estava a precisar de

um ar novo”, fez notar a gerente. “Os serviços continuam.

Em termos do conceito de óptica é que está um pouco diferente, ou seja, com esta nova imagem, o cliente que entra na loja pode facilmente olhar e ver a armação que pretende, os valores implícitos, e a partir daí fazer uma prospecção do que precisa (…) O produto está mais intuitivo”, explicou Catarina. A gerente finalizou dizendo que “ainda vale a pena apostar em Abrantes (…) sentimos que agora há uma vitalidade do próprio comércio, o interesse pelo centro está novamente a aparecer”.

VILA DE REI

VILA DE REI

Mia Rose, Tiago Bettencourt e Mikkel Solnado e muito mais na FEQM

Município aprova regulamento de apoio à recuperação de casas

Mia Rose, OLE – Orquestra Ligeira do Exército, Graciano Ricardo, Leo e Leandro, ÁTOA, Tiago Bettencourt e Mikkel Solnado vão ser as principais atrações musicais de mais uma edição da Feira de Enchidos, Queijo e Mel (FEQM), acontecer em Vila de Rei, de 30 de julho a 7 de agosto. Organizado pelo município de Vila de Rei, o maior certame do concelho “volta assim para divulgar os produtos endógenos e artesanais

O município de Vila de Rei aprovou por unanimidade um novo projeto de regulamento para apoio à recuperação de edificações degradadas. A medida surge na sequência da existência de um número significativo de casas e edifícios degradados, nas zonas urbanas antigas e em zonas de rurais do concelho. Paulo Cesar, vice-presidente da CM de Vila de Rei,

do Concelho e promover as atividades empresariais vilarregense”, destaca a informação da autarquia. Tal como nos anos anteriores, o programa da XXVII edição do evento vai igualmente contar com mais uma edição da Feira do Livro, exposições, animação de rua, rastreios de saúde, programa desportivo, tasquinhas e com a realização da 28ª Colheita de Sangue de Vila de Rei.

explicou ao JA que o apoio se destina a todas as pessoas “ que tenham uma casa e pretendam recuperá-la”. Para o efeito, “será cedido a essa pessoa, em função dos seus rendimentos, do número de pessoas que vivem na habitação, bens materiais para a construção, seja areia, cimento, tinta, telhas, um conjunto de materiais em que o município apoiará”.

Entre 9 a 13 de junho, Vila Nova da Barquinha não vai parar. O Parque de Escultura Contemporânea Almourol, no centro histórico da vila, vai acolher mais uma edição das festas concelhias. No panorama musical o artista abrantino FEL vai abrir os festejos no dia 9 de

junho. Os D`Alva prometem animar a noite do dia 10. A magia da Orquestra Ligeira do Exército (OLE) está agendada para o dia 12, ficando Rita Guerra, a cabeça de cartaz, reservada para o último dia dos festejos, a 13 de junho.

SARDOAL

Banco Local de Voluntariado avança O Banco Local de Voluntariado, criado pelo Município de Sardoal, em parceria com o projeto CLDS 3G “Sardoal SIM – Solidário, Inclusivo e Moderno”, foi apresentado publicamente no dia 7 de abril. O Banco Local de Voluntariado pretende ser um espaço de encontro entre a população e as organizações disponíveis para inte-

grar voluntários e coordenar o exercício da sua atividade nos vários domínios. De entre os objetivos deste projeto destacam-se o incentivo e fomento da prática do voluntariado junto da comunidade, divulgação de oportunidades de voluntariado e formação de voluntários e agentes institucionais.

MÉDIO TEJO

As praias fluviais de Aldeia do Mato, em Abrantes, do Carvoeiro, em Mação e Bostelim, em Vila de Rei, no Médio Tejo, foram galardoadas com a Bandeira Azul 2016, uma distinção que é um símbolo de qualidade ambiental atribuído anualmente às praias. A Praia Fluvial de Carvoeiro

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foi galardoada pelo 10º ano consecutivo, a Praia Fluvial de Aldeia do Mato recebeu pela 6ª vez e a do Bostelim conquistou a Bandeira Azul pela primeira vez. A Bandeira Azul é um símbolo de qualidade ambiental atribuído anualmente às praias e portos de recreio e marinas que se candidatam

e que cumpram um conjunto de critérios, sendo que estes Critérios do Programa Bandeira Azul estão divididos em 4 grupos: Informação e Educação Ambiental; Qualidade da Água; Gestão Ambiental e Equipamentos e Segurança e Serviços.

TAGUS

Praias fluviais de Mação, Abrantes e Vila de Rei conquistam Bandeira Azul

A TAGUS, Associação para o Desenvolvimento do Ribatejo Interior, que engloba os municípios de Abrantes, Constância e Sardoal, e a Pinhal Maior, que abarca, entre outros, os municípios de Mação, Sertã e Vila de Rei, inauguraram, como membros da parceria Produtos e Territórios – a Loja do Intendente, um espaço de promoção dos seus produtos locais e territórios rurais no Largo do Intendente, em Lisboa.


INVESTIMENTO 15

MAIO 2016

A Câmara de Abrantes anunciou um investimento de 1 milhão de euros num modelo informático que vai permitir à autarquia efetuar uma melhor gestão e monitorização dos serviços públicos, projeto denominado de “Abrantes Cidade Inteligente”. Definido pela presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), como “um novo paradigma da governação”, o projeto vai estender-se, gradualmente, da cidade a todo o concelho de Abrantes, “integrando todos os sistemas de monitorização dos serviços públicos e disponibilização de dados em tempo real, através da aquisição de equipamentos e aplicações informáticas que permitem ao cidadão participar na governança do município”. O projeto, que já está em

fase de execução em Abrantes, segue a tendência das “Smart Cities” (cidades sustentáveis), “centradas nos cidadãos, e reside na implementação de uma solução tecnológica que visa a criação de uma economia de partilha e de escala, procurando a sustentabilidade”, através de um modelo que resulta de uma parceria com a IBM, a COMPTA, Instituto Politécnico de Tomar, entre outros parceiros. A finalidade, destacou, é que “a médio e a longo prazo se alcancem ganhos de eficiência e poupanças, nomeadamente nas áreas da gestão de energia, resíduos, frota, consumos de água em espaços verdes e transportes e mobilidade”, a par do “desenvolvimento de uma rede local de produtores, comércio justo, vídeo vigilância e

CM ABT

Abrantes “Cidade Inteligente” visa melhor gestão e monitorização dos serviços públicos

• Autarca de Abrantes explica que o Projeto segue a tendência das “Smart Cities” monitorização centralizada e proteção civil”. Por outro lado, o projeto tem o propósito de “aproximar os cidadãos dos serviços, com o reforço dos serviços online, dos Espaços do

Cidadão, e a aposta na instalação em Abrantes da Loja do Cidadão”, para além da “disponibilização de ferramentas que possibilitem ao cidadão participar ativamente na tomada de decisões”, como

seja “através do orçamento participativo e outros, através dos quais o cidadão comum pode ter acesso a contactos, eventos, notícias e comunicar ocorrências. Em declarações ao JA, a

ministra da Presidência e da Modernização Administrativa disse que o projeto é “muito interessante nas duas vertentes que preocupam a administração central”, tendo destacado que a plataforma apresentada “permite gerir melhor a coisa pública, no caso, o concelho, e permite obter ganhos de eficiência através de uma melhor monitorização na prestação de serviços públicos, como sejam de água, piscinas municipais ou iluminação pública”. Maria Manuel Leitão Marques destacou ainda “a vertente da participação, em dois lados: a vertente da participação dos cidadãos com o município, e a vertente da participação do cidadão na escolha da forma como o município aplica os impostos dos cidadãos”. MRF/c/LUSA

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16 AMBIENTE

MAIO 2016

Comissão Parlamentar visita Tejo e diz “Jogo do rato e do gato” não vai travar defesa do rio O presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente (CPA), Pedro Soares, disse ao JÁ conhecer “o jogo do rato e do gato”, em termos de poluição do rio Tejo, tendo confirmado a receção de denúncias dando conta de novos episódios de poluição do Tejo assim que os deputados da CPA deixaram a região, depois de uma visita de quatro dias, entre os dias 3 e 6 de abril. “Entre domingo e quartafeira, enquanto estivemos no terreno, o Tejo apresentava menos poluição e maiores caudais do que o habitual, segundo nos relataram, mas assim que saímos do terreno terminou o período de contenção poluidora e começámos a receber relatos de novos episódios de poluição no Tejo, na zona de Abrantes e a montante”, confirmou o deputado. “Temos de continuar todos atentos e criar condições para que a CPA possa dar seguimento aos alertas e aos casos de poluição”, observou, tendo elogiado o papel desempenhado pelos ambientalistas e o seu exemplo de cidadania. “Foi com muito gosto que registei que os ambientalistas estiveram connosco, desde Vila Velha de Rodão a Vila Franca de Xira, num movimento de cidadania que desempenha um papel essencial tendo em conta que eles estão no local e representam os nossos olhos no terreno”, destacou, tendo ainda elogiado o papel dos autarcas e dos pescadores contactados. Pedro Soares disse ainda que a visita “foi muito útil, porque permitiu envolver os deputados numa realidade com a qual o Parlamento, habitualmente, não contacta, e estar com autarcas, ambientalistas e pescadores, pessoas que vivem diariamente com esta realidade ribeirinha e conhecem os problemas melhor do que ninguém”, frisou. A visita decorreu de um périplo que levou os deputados da CPA a percorrer, durante 4 dias, vários troços do percurso do Rio Tejo (Internacio-

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• Os deputados da Comissão estiveram em Abrantes, onde foram recebidos pela presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque nal/Superior e Médio/Lezíria), abrangendo municípios dos distritos de Castelo Branco, Portalegre e Santarém, iniciativa que principiou no domingo, dia 3 de abril, em Malpica do Tejo, aldeia tradicional do Tejo, e com uma reunião com o presidente da Câmara de Castelo Branco. Depois de Nisa e Vila Velha de Rodão, a comitiva composta por deputados de todos os grupos parlamentares entrou na região do Médio Tejo em Ortiga, uma das freguesias ribeirinhas do concelho de Mação, Santarém, antes de ir ao Alamal, no concelho de Gavião, já no distrito de Portalegre. Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, disse que acompanhou os deputados da CPA à zona da praia fluvial de Ortiga, onde a autarquia tem feito investimentos avultados, e à zona da Barragem de Ortiga/Belver, onde “também ali se evidencia a ancestral tradição da pesca e onde hoje é impossível pescar”. O autarca disse que foi com “muito bons olhos” que viu esta primeira visita concertada de deputados de todas as bancadas parlamentares, num trabalho da Comissão “demonstrativa da preocupa-

ção de todos os partidos com os problemas do Tejo”. “Esta situação não pode deixar ninguém indiferente e esta vinda ao local, saindo dos gabinetes de Lisboa, penso que permitiu aos diferentes deputados dos grupos parlamentares constatarem os prejuízos que esta situação de baixos caudais e poluição causa aos pescadores, ao ambiente, e ao desenvolvimento económico da região e do país”, vincou. Os deputados da Comissão Parlamentar do Ambiente (CPA) estiveram depois em Abrantes, onde foram recebidos pela presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, no Centro Interpretativo do Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo, tendo visitado de seguida o açude insuflável e o travessão construído no Tejo para captação de água para o arrefecimento das turbinas da Central Termoelétrica do Pego – PEGOP, sempre com a presença de representantes de movimentos ambientalistas. Na intervenção de boas vindas, a Presidente da Câmara Municipal de Abrantes identificou os baixos caudais, as transvases para o sul de Espanha, as descargas poluen-

tes, entre outros, como fatores que afetam a qualidade da água e colocam em causa o investimento público feito nos últimos anos nas margens ribeirinhas do Tejo para devolver o rio às populações ribeirinhas. “É uma preocupação que não é nova e que não é de agora”, sublinhou Maria do Céu Albuquerque que elencou os alertas da Câmara e da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Em Constância, além das inevitáveis questões ligadas à poluição, ao assoreamento, e às oscilações dos caudais, os deputados tomaram conhecimento – in loco - da necessidade de intervir na margem do Zêzere e também das dimensões dos rombos que dramaticamente «engolem» riquíssimos campos agrícolas, bem como dos efeitos destas problemáticas em diferentes setores económicos do concelho. Junto ao Castelo de Almourol, em Vila Nova da Barquinha, ainda no mesmo dia, Fernando Freire, Presidente da Câmara Municipal, recebeu a comitiva, alertando para os problemas da poluição e baixos caudais, tendo apontado para os prejuízos ao nível ambiental, mas tam-

bém do comércio, restauração e atividades ligadas ao setor do turismo. Em declarações ao JA, Fernando Freire destacou “a falta de caudais regulares e a poluição”, tendo manifestado a sua satisfação por ver, “pela primeira vez, deputados de todos os partidos num visita deste género”. “Assim, depois de terem constatado no local os problemas reais das populações ribeirinhas, a CPA sai daqui mais atualizada e fundamentada para-a tomar as decisões políticas de direito e em conformidade com o objetivo comum de termos um rio mais sustentável, ambiental e economicamente”, notou. O presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente, Pedro Soares, disse que a importância da visita foi conferida pelo próprio rio Tejo “que é aquilo que nos importa, a par da recuperação da qualidade da massa de água, e conseguir perceber melhor o conjunto de problemas, ameaças e também de potencialidades que o rio Tejo tem”. “Dentro das nossas competências, poderemos intervir em termos legislativos, como do próprio debate a nível nacional”, observou, tendo des-

tacado que “o grande resultado desta visita vai ser colocar o Tejo no topo da agenda política nacional”. Pedro Soares destacou ainda como “temas que sobressaíram e que se vão manter na agenda política” relativamente ao Tejo, a “ameaça” da central nuclear espanhola de Almaraz” que classificou de “inaceitável”, e “também os caudais, problemas muito presentes e que precisamos de enfrentar”, defendeu. “Tudo isto implica um trabalho que queremos sereno mas muito firme, como por exemplo, e é incontornável, o diálogo ao nível da entidade que faz a gestão dos aproveitamentos hidroelétricos. Não podemos ter caudais com variações bruscas de um dia para o outro, quando não em poucas horas e vamos chamar os responsáveis da EDP ao Parlamento”, afirmou. A iniciativa foi da Assembleia da República e visou o levantamento de situações críticas e de potencialidades, bem como a sensibilização de cidadãos e entidades diversas para a importância ambiental, cultural e económica do Tejo. Mário Rui Fonseca


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Fustigado pelos fogos, Mação cria soluções premiadas no estrangeiro Com cerca de 40.000 hectares, 80.000 pequenas propriedades e 95% de área florestal, Mação viu o seu território ser devastado por incêndios nos últimos 30 anos, tendo desenvolvido na última década práticas florestais hoje elogiadas em vários países. A área ardida da extensa mancha florestal do município de Mação ultrapassa, somada, desde 1991, “já mais de 120% da área do concelho, um verdadeiro cenário de catástrofe”, considera o vice-presidente da Câmara Municipal, António Louro (PSD). O concelho começou a ser fustigado pelos grandes incêndios no final da década de 1970 e, desde aí, o processo foi-se agravando até culminar nos grandes incêndios de 2003, em que mais de 22.000 hectares foram consumidos em três fogos. António Louro, que é também o responsável pela proteção civil municipal e o

mentor de projetos de prevenção, vigilância e combate a incêndios, além do conceito de “Zona de Intervenção Florestal (ZIF) de Gestão Total” e da “Sociedade de Gestão Territorial”, fez distribuir dezenas de motobombas por todas as

aldeias do concelho e criou o sistema McFire, ferramenta informática que permite levar a informação existente sobre a zona de combate para o Posto de Comando e monitorizar o desenvolvimento do fogo em tempo real.

A visão integrada de Mação, que “já foi dada a conhecer a sete secretários de Estado portugueses”, tem merecido a atenção de entidades internacionais e, inclusive, recebeu prémios como o “Batefuegos

de Oro”, em Espanha, além de outras distinções e convites de entidades ligadas ao desenvolvimento rural espanholas, da Universidade de Santiago de Compostela, da Hungria e da Sérvia.

“Apesar dos enormes avanços e melhorias no sistema de combate aos incêndios em Portugal, não estamos a conseguir reduzir significativamente o seu impacto. Temos de mudar de paradigma e ordenar e gerir os espaços florestais de forma diferente”, advoga. “Criando Sociedades de Gestão Territorial, talvez consigamos criar uma figura de gestão sólida em termos jurídicos e transparente, que una vontades à escala de cada comunidade humana rural e, assim, consigamos, com a escala adequada, ordenar adequadamente e construir uma paisagem mais resiliente aos incêndios florestais”, defende. A concluir, António Louro sublinha que o que Mação tem tentado construir “é muito difícil e contraria muitos interesses, mas os problemas difíceis não costumam ter soluções fáceis”. MRF C/LUSA

Os brasileiros vieram e Vila de Rei começou combate à desertificação O combate ao êxodo populacional é, desde há décadas, uma preocupação dos responsáveis políticos de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, que teve em Irene Barata, eleita presidente da Câmara em 1990, um dos principais porta-estandartes. A eleita do PSD fez deste combate a sua bandeira durante 24 anos, tendo deixado na memória dos portugueses o episódio do acolhimento de famílias brasileiras, com o intuito de travar a desertificação do concelho. “Quando fui eleita tinha 44 anos e em Vila de Rei não havia nada. Os grandes incêndios da década de 80 destruíram tudo, os jovens não tinham trabalho, não havia estradas alcatroadas nem água canalizada na maioria das 94 povoações do concelho. Os jovens e os adultos

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queriam era sair daqui, em busca de trabalho e de melhores condições de vida”, lembra à Lusa Irene Barata, 72 anos. Hoje, a exercer o cargo de Provedora da Misericórdia de Vila de Rei, o maior empregador local, com 210 funcionários, num município onde residem cerca de 5 mil pessoas, não esconde que “travar o processo de desertificação, que levava os jovens para longe e deixava o município despovoado”, foi o principal combate da sua vida autárquica ao longo de seis mandatos. De acordo com os Censos, só dois concelhos do distrito de Castelo Branco conseguiram aumentar a população entre 2001 e 2011: Vila de Rei e a própria capital de distrito. Apesar de continua a ser o concelho com menos residentes

do distrito, Vila de Rei viu aumentar em cerca de uma centena o número de habitantes numa década. “Sabemos que este tipo de combate só tem resultados positivos ao fim de muito tempo, mas fiz tudo o que

era humanamente possível e não estou arrependida de nada”, sublinha, recordando a aposta feita no acolhimento de brasileiros de Maringá e, mais tarde, na economia social. “O processo de gemina-

ção com Maringá e a vinda de habitantes para cá foi boa”, considera Irene Barata, ao evocar um processo que fez correr muita tinta dos dois lados do Atlântico. De acordo com a atual Pro-

vedora da Misericórdia, “foi bom, porque deu a conhecer Vila de Rei”. “E lembro que não trouxemos clandestinos para cá. Os primeiros brasileiros a estabelecerem-se aqui vieram com contrato de trabalho e hoje temos ainda um casal que se integrou muito bem e vive em São João do Peso, já teve vários filhos, e um outro casal está estabelecido no vizinho concelho da Sertã”, acrescenta. Segundo Irene Barata, “só por esses valeu a pena”, embora defenda que “isto é um bocado como os lavradores: semeia-se e tenta-se”, ao mesmo tempo que assegura que “a aposta na economia social foi a semente que germinou” e travou o processo de desertificação. MRF C/LUSA


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Queijos de cabra do Tramagal conquistam prémio nacional O queijo de cabra curado com pimentão e piripiri produzido em Tramagal, Abrantes, pela empresa Brejo da Gaia – Queijaria Artesanal Gourmet, ganhou a medalha de prata na 6ª edição do Concurso Nacional de Queijos Tradicionais Portugueses, evento organizado pelo CNEMA, em conjunto com a QUALIFICA/oriGIn Portugal. A empresária e queijeira Susana Carrolo, não escondeu a “alegria e orgulho imenso” pelo reconhecimento obtido, tendo salientado estar “muito feliz” por um prémio que faz justiça a um “trabalho de tantos anos e de dedicação extrema”, numa atividade que

considerou ser “tão apaixonante quanto exigente”. “É um grande orgulho para mim poder elevar o nome do Tramagal ao nível do que melhor se faz em Portugal, não só ao nível do que já acontecia com os vinhos, como agora também ao nível da produção de queijos puros de cabra. Sinto um certo bairrismo, sou acarinhada, adoro o que faço, e é uma alegria imensa poder representar o Tramagal ao mais alto nível”, destacou. Este concurso de queijos tradicionais portugueses pretende ser uma forma de motivar os produtores para continuarem a respei-

tar os modos de produção e o uso dos ingredientes tradicionais que permitem manter a qualidade, a genuinidade e a diferença dos produtos tradicionais portugueses e divulgar os genuínos queijos e requeijões. Susana é a proprietária da Brejo da Gaia – Queijaria Artesanal Gourmet, integrada na mesma quinta, às portas do Tejo, com produtos próprios e de fabrico tradicional e manual, tais como queijo de cabra curado em vinho tinto, queijo de cabra curado com orégãos, bombons de queijo de cabra, bolachas de queijo de cabra, entre outros.

O que difere nos seus queijos dos restantes produtores é que os mesmos são “produzidos a 100% com leite de cabra puro, em que não há qualquer adição de leite em pó, e onde o fabrico é totalmente artesanal, com cada queijo a ser produzido de forma manual e individual”, frisou. “Estou um pouco assustada com o ritmo de crescimento das encomendas, que subiram entre 70% a 80%, essencialmente desde o início de abril. Mas esta é uma queijaria artesanal e os queijos são todos feitos por mim, à mão. E artesanal vai continuar a ser

porque prefiro vender menos do que perder a qualidade dos meus queijos”, assegurou a empresária, que vende os queijos produzidos em Tramagal essencialmente para o mercado de Lisboa, nas lojas gourmet no Cais do Sodré e no Bairro Alto, e que exporta também para a Escócia e Espanha.

Os prémios do Concurso Nacional de Queijos Tradicionais Portugueses vão ser entregues em junho, em Santarém, no âmbito da Feira Nacional da Agricultura, sendo o objetivo principal deste concurso “premiar, promover, valorizar e divulgar os Queijos Tradicionais Portugueses”. Mário Rui Fonseca

Gala antena Livre & Jornal de Abrantes a 6 de Maio: Surpresa é palavra de ordem! A Gala Antena livre & Jornal de Abrantes volta ao Cineteatro São Pedro em Abrantes já na noite desta sexta-feira. O espetáculo acontecerá a partir das 21h30 e promete voltar a surpreender todos os presentes. A sala está esgotada e aguarda-se mais uma noite cheia de glamour e emoção. Considerado o maior evento cultural da região depois das Festas da Cidade, a Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes volta a Galardoar pessoas, empresas e institui-

ções da região, mas também do país! Os galardoados, só são conhecidos na noite da entrega de galardões, sendo esta uma imagem de marca desta gala, como contou fonte da organização ao JA: “de facto nunca anunciámos antes quem são os galardoados, e essa é uma postura que alimentamos, pois faz crescer o factor surpresa sobre os nomes dos eleitos da noite. Obviamente nunca será um segredo guardado a 7 chaves, pois os próprios galardoados poderão dizer à família e ami-

gos, mas publicamente não os anunciamos”. Na parte musical desta gala o JA ficou ainda a saber que “até nesta área decidimos este ano guardar segredo. Ninguém sabe o que vai ali acontecer, mas podemos adiantar que serão momentos musicais únicos, criados exclusivamente para esta gala e que muito provavelmente não se voltarão a repetir…ou quem sabe talvez voltem. Lembramos o Projecto Amar que foi feito apenas e só para aquela noite e acabou por fazer três

anos de estrada por todo o país, por isso desta vez poderá até acontecer o mesmo. Gostávamos muito que os projetos que ali apresentamos em primeira mão ganhassem vida própria”. Assim, resta esperar pela noite de 6 de maio para saber quem são este ano os nomes que receberão galardões nas áreas de Educação; Desporto; Ambiente; Responsabilidade Social; Música Regional; Personalidade Carreira; Cultura; Empresa; Música Nacional e Comunicação/ Jornalismo Nacional.

Galardão Personalidade/Carreira atribuído a José Bioucas, ex-presidente da CM de Abrantes, em 2015

Tavares recebeu o Galardão Música Nacional •emSara 2015

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DESPORTO

DESPORTO

Rui André

Madalena Silva a bandeira do Clube Náutico de Abrantes

A Taça Amizade Agência de Santarém da Inatel, já leva a sua 3ª edição, com CCD de Amoreira a conquistá-la pela segunda vez consecutiva. Na tarde de 25 abril, debaixo de intenso calor em Rebocho, concelho de Coruche, a equipa do concelho de Abrantes venceu o Seiça na lotaria das grandes penalidades, após empate a uma bola no tempo regulamentar.

CRÓNICA DE SAÚDE ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO Face ao facto de não existir um clube desportivo que tivesse como principal filosofia desportiva o incremento das actividades ditas amadoras, foi criado a 10 junho de 1987, o Clube Náutico de Abrantes (CNAB). A existência de uma piscina municipal descoberta subaproveitada, um curso de água (Rio Tejo), uma albufeira (Castelo de Bode) e da grande insistência por parte dos jovens abrantinos para o início de desenvolvimento de actividades aquáticas potenciou ainda esta fundação. Todas estas condições, levaram um grupo de cidadãos da cidade de Abrantes a reunirem nas instalações da piscina municipal e no fim fundarem o clube. O não existir uma Associação de Natação no nosso distrito e de uma piscina coberta na cidade, obrigou a que fossem a diversos torneios e convívios com clubes de outras localidades. Com o aparecimento de bons resultados nessas actividades, muitos jovens procuraram piscinas cobertas, que permitiam treinar durante todo o ano, como as de Constância e Entroncamento. Em 24 agosto de 1998, nascia aquela que é a bandeira do Clube, de seu nome Maria Madalena Sousa da Silva, que iniciou a prática de natação na Piscina Municipal de Constância em 1999. Uma menina que de início apenas queria aprender a nadar, mas que, depois

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vendo as outras nadadoras mais velhas na piscina maior, dizia para si mesma, “um dia também irei lá estar” e assim foi. Conseguiu concretizar o que ia na sua mente. Madalena é, apesar da sua juventude, uma coleccionadora de inúmeros títulos individuais e colectivos na modalidade que ama, a natação. No seu horizonte, paira uma ambição desmedida e sã de chegar o mais longe possível na modalidade. Já representou a Selecção Nacional no Desporto Escolar nos Mundiais da Polónia – International School Sport Federation (I.S.F.) e no Campeonato Europeu (FISEC) em Malta mas, o seu principal sonho, que quer ver transformado em realidade, será marcar presença nuns Jogos Olímpicos. Para concretizar o seu sonho não pode ficar à espera que o sucesso se transforme num estalar de dedos porque na vida nada é fácil. Foi a 29 de novembro de 2008 que realizou a sua primeira prova na Piscina Municipal de Mação pelo CNAB. A partir daí tem um currículo digno de registo tendo já participado em mais de cento e cinquenta provas oficiais, nacionais, torneios, meetings, selecções e desporto escolar, tendo mais de cem títulos da Associação de Natação de Santarém (ANDS), somando noventa e dois títulos de campeã regional individual e dezasseis co-

lectivos em campeonatos regionais de pista curta e longa. A sua primeira participação em Campeonatos Nacionais foi em julho de 2011 (Nacional de Infantis), a partir daí foi somar títulos e recordes. Os recordes da ANDS são 21 individuais e 8 colectivos em pista curta, na longa 14 individuais e 10 colectivos. Com tantos recordes, faltava ser campeã nacional, isso veio acontecer, com 7 títulos de vice-campeã, na época de 2014/2015 tornava-se campeã nacional de absolutos e vencedora do “Open de Portugal” em 50m bruços pista longa, na época seguinte foi campeã nacional de seniores na mesma especialidade mas em pista curta. No dia 23 de outubro de 2015, foi-lhe reconhecido o seu talento, ao ser distinguida em Santarém, na “Gala de Talento – Jovem com Gás 2015”, numa iniciativa da TAGUSGÁS, que visa premiar o talento e a excelência dos jovens do distrito de Santarém. Todos estes títulos são provenientes de muito trabalho, conciliação de estudos, pois treinos e competições em simultâneo exige vontade, querer e essencialmente muita ambição. Quando se corre atrás de um sonho é preciso saber privar de muitas coisas que a juventude gosta, mas nada é impossível. Carlos Serrano

Nós e a Legionella A legionela é uma bactéria patogénica (capaz de provocar doença), sendo a sua espécie Legionella pneumophila, a principal responsável pelas pneumonias a que se dá o nome de Doença dos Legionários. A legionela é um microorganismo naturalmente presente na água que em condições favoráveis se pode multiplicar rapidamente. Estes microorganismos de água doce, podem estar presentes em reservatórios naturais (lagos, rios) ou reservatórios artificiais (redes prediais), em equipamentos de lazer (piscinas, jacúzis, termas) e ainda em humidificadores e torres de arrefecimento. A legionela é um factor de risco para a saúde quando inalada, isto é, quando se respira uma atmosfera onde existem aerossóis contaminados. Os aeróssois são produzidos por chuveiros, fontes, jacúzis, torres de arrefecimento entre outros. A USP do ACES do Médio Tejo, tem desde 2013, um projeto que visa a prevenção da Doença dos Legionários em Estabelecimentos Hoteleiros. Têm sido realizadas visitas sanitárias àqueles estabelecimentos, para verificar as condições das redes de

águas sanitárias, do sistema de aquecimento de água, e sistemas de aquecimento e/ ou arrefecimento da temperatura do ar. A redução dos custos inerentes à manutenção dos sistemas de aquecimento de água, favorável à economia do estabelecimento, pode favorecer o desenvolvimento da bactéria nos depósitos e nas canalizações. A bactéria elimina-se com desinfeção química e desinfeção térmica da água nos reservatórios e na rede predial. A desinfeção química efetuase através de adição, controlada, de desinfectante à rede sanitária de água quente, e a desinfeção térmica através de temperatura igual ou superior a 65ºC nos reservatórios, para que no extremo de rede de água sanitária quente, se obtenha uma temperatura igual ou superior a 50ºC. Os chuveiros devem ser periodi-

camente retirados, escovados e submergidos numa solução de água e hipoclorito de sódio (lixívia). Estes são procedimentos fáceis e de maior premência no bom funcionamento de um estabelecimento hoteleiro. O projeto da USP incide na prevenção da doença dos legionários nos estabelecimentos hoteleiros, no entanto, os procedimentos de prevenção e controlo da Doença dos Legionários devem ser aplicados a qualquer estrutura como por exemplo Lares de Idosos, Creches, Hospitais, Indústrias, onde exista qualquer dos equipamentos acima referidos, sendo que a simples rede predial de água quente deve ser cuidada, por se poder transformar num foco de infeção! Mais informação em www. dgs.pt http://ecdc.europa.eu Carla Sofia Carvalho

USP do ACES do Médio Tejo


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OBITUÁRIO

Chegou a Abrantes em 1964 como notário. Jovem, bonito, ousado, não é fácil perceber, hoje, o alvoroço que então provocou, naquele tempo fechado, cinzento, opaco. Em 1970 estabelece-se como advogado. Vemo-lo a intervir na cidade: na ARA – Associação de Desenvolvimento de Abrantes, no Sporting de Abrantes, no Cine Clube, nas Jornadas Culturais, mas também no jornal Correio de Abrantes, que chegou a dirigir e onde garantiu algum ar fresco na cidade. Após o 25 de Abril, foi um dos fundadores do PS Abrantes. Mas pouco depois concorria pelos GDUP à presidência da Câmara. Mais tarde viria a integrar a Assembleia Municipal pelo PSD.

O que lhe ficou, na alma e no corpo, foi a intervenção cívica através dos jornais. No Jornal de Abrantes, no Primeira Linha e n’ O Ribatejo publicava com regularidade as suas crónicas “de escárnio e maldizer”, num tom crítico, queirosiano, por vezes ácido, corrosivo, tão apreciadas por uns como detestadas por outros. Delas fez uma recolha em livro: Crónicas de Maldizer (2005). Mas o centro da sua vida era a advocacia e o Direito. Advogado reconhecido, com fortes créditos sobretudo na área dos seguros e dos acidentes de viação, tinha escritório em Abrantes e Lisboa, e teve-o também em Santarém. Desde há anos em sociedade com os filhos. Como advogado, foi representante da respectiva Or-

dem na região, tendo tido nela um papel normativo no sentido de um exercício profissional norteado por valores, que dizia serem sagrados. Foi professor de Direito Comercial e Economia Política na Escola Industrial e Comercial de Abrantes e de Introdução ao Direito na Universidade Internacional em Abrantes. Tem várias obras editadas nesses campos: uma Introdução ao Direito e várias sobre a área de que era tido como especialista. Desde que enviuvou, há já bastos anos, vivia bastante solitário, deitava-se muito cedo e levantava-se também muito cedo, por isso via-se pouco na vida social. Era ainda um bom conhecedor de vinhos. Ao JA disse (out. 2014) que não pensava reformar-se:

Crédito: CM ABT

Eurico Heitor Consciência

“Se eu me mantiver fisicamente mais 15 anos, são 15 anos mais que eu advogarei. Não haja dúvida. Alguém já disse que não há profissão mais nobre que a de advo-

gado. É uma sorte, a de poder ajudar as pessoas.” Um ataque cardíaco impediu-o de lá chegar, mas trabalhou até ao último dia. Nasceu em 1936, em Meda,

onde foi advogado, notário e chegou a ser presidente da Câmara, antes de se fixar em Abrantes. Faria, portanto, 80 anos em Outubro próximo. Alves Jana

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EXPOSIÇÃO DO CENTENÁRIO

100 anos de autores abrantinos Está prevista para este mês de Maio a inauguração na Biblioteca António Botto de uma exposição que pretende ser um olhar retrospetivo sobre os autores que nestes cem anos têm vindo a publicar no concelho de Abrantes. Uma exposição destas é um grande problema. Desde logo, o que é um “autor abrantino”? Segundo sei, a opção foi por considerar qualquer autor que tenha nascido ou vivido em Abrantes. Respeito, mas parece-me pouco produtivo. António Botto e Maria de Lourdes Pintasilgo têm naturalidade abrantina e não faz mal que Abrantes se aproprie desse facto. Mas não viveram em Abrantes, não se alimentaram de Abrantes e não fertilizaram diretamente a vida abrantina. Pelo contrário, José-Alberto Marques, como outros, tendo nascido fora, faz parte integrante desta terra e ela, de vários modos, é também parte da sua obra. Mas adiante, que não é isso que aqui mais interessa. O que pretendo registar é que eu apenas me recordo de três obras “abrantinas” antes do 25 de Abril: “Abrantes Ci-

dade Florida” (1952), sem autor identificado, “Abrantes Cidade: Análise Crítica” (1966), de Santa-Rita Fernandes, e “Lançando ao vento no concelho de Abrantes” (1963), de Joaquim Maria Valente. O primeiro é sobretudo uma iniciativa comercial vinda do exterior, o segundo é um estudo académico e o terceiro é um livro de memórias “relativo ao período 1885-1905”. Posso estar a deixar de fora alguma

obra ou autor, mas esse é o segundo problema duma exposição destas, agravado ainda pela opção pelo conceito alargado de “autor abrantino”: não é fácil ser exaustivo. Contudo, se olharmos para o período após o 25 de Abril, damo-nos conta de que houve uma autêntica explosão de obras e autores. Da poesia popular à história, da ficção ao ensaio filosófico, passando por outros géne-

ros, sem esquecer a poesia, há já uma boa prateleira de livros que é necessário ter em conta. Este é também um tempo de profunda revolução tecnológica. Passou-se da máquina de escrever e da impressão com tipos móveis para o computador e o offset digital. Faz toda a diferença. Além disso, decisiva foi também a entrada em cena de editoras locais, entre outras a Câmara Municipal, apesar de uma das obras acima referida ter sido edição municipal, e a associação Palha de Abrantes. As ditas inovações tecnológicas tornaram também mais fácil a edição de autor e as iniciativas esporádicas de outras entidades. Tudo isto somado, dá-nos uma paisagem autoral e editorial muito diferente do que foi a primeira metade deste século em apreço. Para terminar, ficam duas notas. Quantas obras e autores ficaram por publicar? É muito importante esta exposição, pois vem desbravar um caminho até hoje por tratar. Vejamos o que ela nos ajuda a descobrir. Alves Jana

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22 CULTURA

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Mercado Medieval recria Idade Médiaa em Vila de Rei A sétima edição do Mercado Medieval de Vila de Rei vai realizar-se a 15 de maio no Largo da Misericórdia e na Rua Rainha Sta. Isabel. Com dezenas de expositores e mais de uma centena de figurantes, o evento volta a retratar figuras e momentos da Idade Média, contando com teatro, música, anima-

AGENDA DO MÊS Abrantes

ção, jogos tradicionais, artesanato e gastronomia. O Mercado Medieval, inserido na aposta feita pelo Município em atividades culturais, é organizado pela Câmara Municipal de Vila de Rei, com o apoio do Agrupamento de Escolas, CLDS 3G e Junta de Freguesia de Vila de Rei. A entrada é livre.

Feira da Primavera repleta de atividades O Parque Ambiental de Santa Margarida vai servir de cenário à 10ª edição da Feira da Primavera, um evento que acontece no fim de semana de 14 e 15 de maio. No sábado, 14, haverá uma mostra e venda de produtos de origem biológica, artesanal e doméstica, das

14h30m às 18h30m. A tarde é preenchida com um Colóquio, com Jean-Claude Rodet, sobre as ligações entre agricultura, alimentação e saúde, às 15h00m, a apresentação do livro “Manual Prático de Horticultura Biológica”, às 16h00m, e uma Oficina com provas Virtudes das ervas aro-

máticas (na cozinha) e medicinais (na saúde): vinhos medicinais, manteigas aromatizadas, molhos para vegetais crus e chás, às 17h00m. A 15 de maio, das 14h30m às 18h30m, terá continuidade a mostra e venda de produtos de origem biológica, artesanal e doméstica. A

participação nas atividades é gratuita, mas para participar no colóquio e na oficina é necessário inscrição, que pode ser realizada através do endereço eletrónico parqueambiental@cm-constancia.pt ou do telefone 249 736 929.

Blind Zero celebram 20 anos em concerto acústico Os Blind Zero continuam a digressão que celebra 20 anos de carreira com um espectáculo acústico a 27 de maio, no Cineteatro S. Pedro, em Abrantes, às 21h30m. Um dos mais conhecidos grupos de rock, os Blind Zero continuam com a mesma força com que se formaram em 1994. Apesar de serem conhecidos pelo espírito rock e pela energia que mostram em

palco, o grupo portuense resolveu desligar-se da corrente para interpretar, em acústico, vários dos sucessos que marcaram as duas décadas. “Recognize”, “Trace”, “Tree”, “Shine On”, “Slow Time Love” e “Trigger” são alguns dos temas que não faltarão no alinhamento preparado por Miguel Guedes (voz e guitarra), Bruno Macedo (baixo e voz), Nuxo Espinheira (baixo e voz), Vasco

Até 27 de maio – Exposição coletiva de arte contemporânea, Coleção L. Ferreira – Quartel, Galeria Municipal de Arte, de terça a sábado, das 10h às 12h30m e das 14h30m às 19h Até 29 de maio – Exposição “A História do Museu D. Lopo de Almeida” – Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes, de terça a domingo, das 9h30m às 12h30m e das 14h às 18h 6 de maio a 30 de junho – Exposição “100 Anos de Autores Abrantinos” Biblioteca Municipal António Botto 9 de maio a 31 de agosto – Exposição “Um século de atividades culturais em Abrantes” – Arquivo Municipal Eduardo Campos, de segunda a sexta, das 9h às 12h30m e das 14h às 17h30m 11 de maio - Ação de sensibilização “Integrar pessoas com deficiência” por Idalina Serafim Lopes - Escola Octávio Duarte Ferreira (Tramagal), 10h 12 de maio - Encontro Infantojuvenil com o escritor Carlos Canhoto. Apresentação do livro “Barbatanar nas cores do arcoíris” -Biblioteca Municipal António Botto, 10h30m 13 de maio – Santd Up Comedy “Voz da Razão” com Luís FrancoBastos – Cineteatro São Pedro, 21h30m – 5€ 14 de maio – Música com o Carrilhão Itinerante CICO – Alvega, 16h 17 de maio - Ler os nosso com Ana Rita Barreto. Apresentação do livro “A vida é uma adversidade” - Biblioteca Municipal António Botto, 18h 17 de maio – Baile com Remediu Santu – Cineteatro São Pedro, 15h 20 de maio – Conferência “Abrantes 100 anos” – Biblioteca Municipal António Botto 21 de maio – Teatro Infantil “Conchas” pelo grupo Marionetas de Mandrágora – Cineteatro São Pedro, 10h30m e 11h30m – 1€ 26 de maio – Entre nós e as palavras com o escritor João Morgado. Apresentação do livro “Índias” – Biblioteca Municipal António Botto, 21h30m 27 de maio – Música Blind Zero apresentam tour acústica 20 anos – Cineteatro São Pedro, 21h30m – 10€

Constância

Espinheira (guitarra), Pedro Guedes (bateria). Ao longo dos anos de atividade, a banda tem conquistado várias distinções. Atingiu o galardão de ouro em Portugal, recebeu o primeiro prémio da MTV para Best Portuguese Act e gravou um DVD ao vivo em Mi-

lão e venceu o concurso europeu SCYPE com o original “My House”. A preparar o novo disco de originais, a banda vai estrear em Abrantes o single do sucessor de “Kill Drama”. Os bilhetes custam 10€.

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9 de maio – Escola de Afetos, tertúlia “À conversa com…” subordinada aos afetos e à sua importância no desenvolvimento humano – Casa Memória Camões 9 a 13 de maio – Exposição de trabalhos realizados pelos alunos das Escolas da área geográfica do ACES Médio Tejo – Casa Memória 13 de maio – Concurso Concelhio de Leitura, integra a final do 1º, 2º e 3º ciclos – Cineteatro Municipal, 20h30m 14 e 15 de maio – Feira da Primavera – venda de produtos biológicos, colóquio, apresentação de livro, provas de degustação – Parque Ambiental de Santa Margarida, a partir das 14h30m 29 de maio – Dia das Coletividades com atividades desportivas e culturais – Parque Ambiental de Santa Margarida

Mação 7 de maio – Conferência “Paisagem, Transição e Ritmo na Latoaria de Mação” com Isabel Dâmaso, Tiago Jordão e Leonardo Rossetti - Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo, às 18h 15 de maio - Passeio Pedestre ao Vale do Ocreza com visita guiada às gravuras - Partida junto ao Museu, às 8h30m

Sardoal

“Voz da Razão” com Luís FrancoBastos em Abrantes

ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) L ADSE ADMG L ADM MEDIS L MINISTÉRIO DA JUSTIÇA L PSP L PT-ACS L SAMS MULTICARE L CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS L ALLIANZ L MEDICASSUR MEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK L CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE L BOSCH L SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS L PEGOP HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00) PONTOS DE RECOLHA Sardoal L Mouriscas L Vila do Rei L Vale das Mós Gavião Chamusca L Longomel L Carregueira Montalvo L Stª Margarida L Pego L Belver L

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

jornaldeabrantes

Depois do sucesso da sua anterior digressão “Roubo de Identidade”, Luís FrancoBastos regressa aos palcos com um novo espetáculo a solo. “Voz da Razão” é apresentado pelo comediante no Cineteatro São Pedro, em Abrantes, no dia 13 de maio, às 21h30m. No espetáculo, além de emprestar corpo e voz a dezenas de personalidades, Luís Franco-Bastos vai fazer uma abordagem mais complexa e crítica ao mundo da polí-

tica, do futebol, da música e uma análise às relações entre homens e mulheres. A “esquizofrenia vocal” e as personagens que sempre o caracterizaram continuam presentes mas, de todas as vozes que vivem na sua cabeça, passou a dar ouvidos principalmente a uma: a Voz da Razão. Os bilhetes têm o preço de 5€ e podem ser comprados no Welcome Center e no Cineteatro no dia do espetáculo.

Até 15 de maio – Exposição de arte sacra“Rostos de Misericórdia”Galeria do Centro Cultural Gil Vicente, de terça a sexta, das 16h às 18h, sábados e domingos, das 15h às 18h Até 28 de agosto – Exposição “Rasgos de Criatividade”, trabalhos realizados pelos alunos do Curso Técnico Superior Profissional em Produção Artística para a Conservação e Restauro – Cá da Terra 6, 7 e 8 de maio – Sardoal Jazz com Mário Laginha, Pedro Madaleno Sexteto e Xaral´s Dixie – Centro Cultural Gil Vicente

Vila de Rei 8 de maio – Teatro “O Senhor Empreendedor” pela Academia de Empreendedorismo BETWEIEN – Auditório Municipal, 15h30m 15 de maio - VII Mercado Medieval - Largo da Misericórdia e Rua Rainha Sta. Isabel, a partir das 9h 28 de maio – 10º Passeio das Bonitas - Chapas Amarelas, Concentração no Parque de Feiras a partir das 8h Vila Nova da Barquinha Até 22 de maio – Exposição “Foto-radiografias, 1896”, de Augusto Bobone – Galeria do Parque de Vila Nova da Barquinha Até 22 de maio – Exposição iconográfica do Milagre de Tancos e do centenário da I Grande Guerra – Galeria Sto. António


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NOTÁRIO José Carlos Travassos Relva CERTIFICO que, por escritura de 21 de Abril de 2016, exarada a fls. 126 e seguintes do livro de notas para escrituras diversas número 319 - P, do Notário José Carlos Travassos Relva, com instalações na Rua Mouzinho de Albuquerque, nº 8, na Guarda, MÁRIO PAIS TEIXEIRA, casado sob o regime da comunhão de adquiridos com Ana Maria Santos Silva Teixeira, natural e residente na freguesia de Pala, concelho de Pinhel, com exclusão de outrem declarou-se dono e legítimo possuidor do seguinte bem móvel: Reboque/semi reboque, de marca “GALUCHO, de matrícula L - 43998, registado a favor de “Transabrantes Transportes Rodoviários de Mercadorias, Lda” em 15/11/1989, ao qual atribui o valor de cinquenta euros. Que possui este bem em nome próprio, convicto de que lhe pertence, há mais de dez anos, por o ter adquirido pelo ano de dois mil, por compra verbal a “Transabrantes Transportes Rodoviários de Mercadorias, Lda”, com última sede conhecida na Rua da Estrada Velha, número setenta e sete, em Pego e desde então e ininterruptamente o utiliza, posse que sempre exerceu com conhecimento e à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, sendo, por isso uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé, pelo que o adquiriu por usucapião, não tendo todavia, dado o modo de aquisição, documento que lhe permita fazer prova do seu direito de propriedade. Guarda, 21 de Abril de 2016. O Notário José Carlos Travassos Relva

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