GR
JULHO 2016 · Diretora JOANA MARGARIDA CARVALHO · MENSAL · Nº 5545 · ANO 116 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
AT U
de
jornal abrantes
IT
O
Abrantes · Constância · Mação · Sardoal · Vila Nova da Barquinha · Vila de Rei
PUBLICIDADE
MÓVEIS
MOVÍRIS
Abrantes cidade Centenária
A preparar o futuro para mais 100 anos Página 10
Móveis . Colchões . Sofás Decoração . Artesanato 241 377 494 ALFERRAREDE
Ao lado da SAPEC, em frente às bombas combustíveis BP
DESPORTO
100 anos de Sport Abrantes e Benfica Numa reportagem assinada por José Martinho Gaspar é-nos dado um olhar na história e os principais feitos deste clube centenário. Pág. 25 e 26
SOCIAL
Vítimas de Violência Doméstica “denunciam com mais facilidade” A Câmara Municipal de Abrantes aprovou a aquisição do imóvel, onde nasceu Maria de Lourdes Pintasilgo, para acolhimento de emergência de vítimas de violência doméstica. Pág. 12
FESTIVIDADE
Mação esteve em Mostra durante 5 dias A festa contou com 81 expositores, muita animação, gastronomia, desporto e incluiu um concerto de David Fonseca. Pág. 5
Foto: Fernando Baio
NESTA EDIÇÃO
2 ABERTURA
JULHO 2016
FOTO DO MÊS
EDITORIAL
de
jornal abrantes FICHA TÉCNICA Diretora Joana Margarida Carvalho (CP.9319) joana.carvalho@lenacomunicacao.pt
Redação Mário Rui Fonseca (CP.4306)
Joana Margarida Carvalho
Diretora
mario.fonseca@lenacomunicacao.pt
Risco Máximo
Colaboradores
Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt
Alves Jana
Alves Jana e Paulo Delgado
Abrantes Qualidade de informação para um jornalismo de qualidade
Cristina Azevedo cristina.f.azevedo@antenalivre.pt
INQUÉRITO Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho 244 819 950 info@lenacomunicacao.pt
Conhece as praias fluviais da região? Qual recomenda?
Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA
Design gráfico António Vieira
Impressão Unipress Centro Gráfico, Lda.
Contactos Tel: 241 360 170 / Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt
Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda. Capital Social: 50.000 euros Nº Contribuinte: 505 500 094 Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes
Anabela Diogo,
Margarida Nunes,
Joana Santos
Abrantes
Abrantes
Alvega
Conheço bem a Aldeia do Mato. Costumo procurar os recantos da Barragem, tomar um café e aproveitar a paisagem. É um sítio muito agradável até no inverno. Este ano faço conta de voltar.
Já estive na Aldeia do Mato e no Carvoeiro. Gostei imenso do Carvoeiro tem bons espaços e acessos, tem uma piscina ótima e uma zona de bar agradável. A Aldeia do Mato não tem tão bons acessos, mas a zona balnear é muito boa. Este ano quero voltar com os meus amigos.
Adoro as praias fluviais da região. Gosto da Aldeia do Mato, mas por vezes é um pouco confusa, devido ao facto de estar muito em voga. Em Vila de Rei gostei muito de conhecer a praia de Bostelim e Fernandaires e Carvoeiro em Mação. São praias mais calmas, apropriadas para estar em família com uma qualidade de água muito boa.
lente seleção musical, ambiente e simpatia. PRATO PREFERIDO? Bacalhau assado com migas UM RECANTO PARA DESCOBRIR? Berlengas. Um dos poucos lugares onde a mão do homem, a evolução e a tecnologia não se fazem sentir… UM DISCO? “Momento” de Pedro Abrunhosa porque, por muitas vezes que o oiça, consegue sempre desligar-me do Mundo. UM FILME? “O Pianista” por ser baseado numa autobiografia é uma história inspiradora que prova que a força interior do ser humano é sempre superior às contrariedades da vida. UMA VIAGEM? S. Miguel, Açores… fica sempre algo por ver e (re)descobrir UMA FIGURA DA HISTÓRIA? Madre Teresa de Calcutá. Para mim, um exemplo do verdadeiro altruísmo.
UM MOMENTO MARCANTE? Quando aos 15 anos os meus pais me disseram que iria viver para o Sardoal. Aquilo que para uma adolescente, que sempre tinha vivido na cidade, parecia um verdadeiro pesadelo foi na realidade o momento que viria a mudar a minha vida para melhor. Encontrei uma terra pela qual me apaixonei e na qual me sinto como se sempre aqui tivesse vivido. UM PROVÉRBIO? “O Homem só envelhece quando os lamentos substituem os seus sonhos” (Provérbio chinês) UM SONHO? Nunca deixar de acreditar que o Amor é a nossa melhor bússola UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO? Fazer qualquer um dos percursos pedestres do concelho de Sardoal e deixar-se encantar pela beleza natural única deste concelho.
SUGESTÕES
Detentores do capital social Lena Comunicação SGPS, S.A. 80% Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. 20%
Gerência Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis
Cláudia Costa Artigo nº16 da Lei de Imprensa Transparência da Propriedade A Lena Comunicação SGPS, S.A. é ainda detentora de 75 % da Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda., proprietária do Semanário Região de Leiria e de 69,94% da empresa Editorial Jornal da Bairrada. Lda., proprietária do Jornal da Bairrada. A Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. detém ainda uma participação de 12,56% da empresa Editorial Jornal da Bairrada. Lda.
Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617
jornaldeabrantes
IDADE? 36 NATURALIDADE /RESIDÊNCIA? Lisboa / Sardoal PROFISSÃO? Técnica de Comunicação Autárquica UMA POVOAÇÃO? Ilha do Baleal. Um local onde me consigo encontrar e reencontrar. UM CAFÉ? Quatro Talhas, no Sardoal. Embora sendo muito mais do que um café porque tem restaurante, é um sítio onde beber um café ou um copo com amigos é sempre agradável devido à exce-
Semanalmente chega a informação por parte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera de que alguns concelhos do Médio Tejo apresentam risco “máximo” ou “muito elevado” de incêndio. Segundo estes cálculos é incontornável perceber que estamos numa região particularmente favorável à ocorrência de incêndios e de que os anos anteriores deram provas disso mesmo da forma mais violenta e feroz possível. Estamos no verão, está acionada a Fase Charlie. Foi noticiado que o dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais vai ter este ano um orçamento superior a 70 milhões de euros, onde vão estar envolvidos mais de 9.700 operacionais, mais de 2.000 viaturas e 47 meios aéreos, um dispositivo idêntico ao de 2015. Promove-se a sensação de que tudo está operacionalizado para correr bem ou pelo menos melhor do que nos anos anteriores. Contudo, certo é que os incêndios chegam e quando chegam, tal como no ano passado foi possível assistir, é para destruir em massa a floresta e todos os recursos de que a mesma dispõe, já para não falar da ameaça que representa às habitações e às populações. Assim é necessário questionar o que realmente está a ser feito de ano para ano no trabalho de prevenção. Conhecesse-se projetos para a floresta, levados a cabo pelas autarquias, pelas associações e nas ZIF, no entanto parece não ser suficiente, para minimizar o risco“máximo”que assombra a região por esta altura do ano. Efetivamente, esta questão dos incêndios deverá exigir uma discussão alargada sobre o assunto, sendo que todos os anos imputam-se responsabilidades, trocam-se acusações, sabese que não existe um cuidado particular com a floresta, que muitas corporações de bombeiros estão mal equipadas e vivem com dificuldades, que o negócio dos meios de combate a incêndios está bem instalado e que as transformações climatéricas estão a elevar o risco da multiplicação de fogos. Enfim, são de facto muitas condicionantes que de uma vez por todas nos devem preocupar a todos! Joana Margarida Carvalho
ENTREVISTA 3
JULHO 2016
UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR
“Tratamos as pessoas do nascimento até à morte” Rita Soares é a diretora da Unidade de Saúde Familiar (USF) de Abrantes, que abriu as portas a 30 de Maio passado. Médica pela Universidade Nova de Lisboa, residia em Abrantes e trabalhava em Santarém quando foi desafiada a chefiar esta USF.
O que é esta USF para quem a constrói por dentro? É um sonho tornado realidade, a concretização de vários anos de trabalho para encontrar a equipa certa e para prestar o melhor serviço à população. Tudo começou há alguns anos quando a Dra. Maria do Céu e a Dra. Sofia Theriaga, diretora do ACES, me desafiaram a vir para Abrantes, para colmatar esta carência. Em Santarém estava já numa USF, de tipo B, ou seja, com benefícios no salário, que perdia vindo para cá. Mesmo assim, decidi aceitar o desafio. Foi difícil chegar cá? Foi. Primeiro, que me deixassem sair de Santarém, porque a carência é generalizada. O primeiro pedido de mobilidade foi recusado, só ao segundo consegui. O mesmo com a Dra. Joana, para vir de Lisboa. O Dr. Nuno já foi por concurso. Além disso, encontrar colegas mais seniores, que estivesses dispostos a entrar num processo desafiante, com outro tipo de horário, que exige trabalho na organização, pois a dinâmica da equipa tem de ser construída pelos próprios membros, em vez de cada um cumprir as regras da organização [local]. Mas a equipa está radiante, muito motivada, e isso reflete-se nos utentes que já conseguiram ter médico de família. Quais são, agora, os maiores desafios? Tivemos muitos desafios prévios, antes de abrirmos, com os pedidos de material, com a organização da funcionalidade, exigiu muito tra-
balho de todos. Mas as pessoas já estavam desejosas de começar a trabalhar e agora estamos numa fase… de lua de mel. (risos) Estamos a fazer o que nos move. Há problemas de contexto? Nomeadamente de doentes que não tinham médico de família há anos… Não sei se tem havido problemas, mas vejo que os doentes têm de ser “educados” neste sentido: há programas definidos pela Direção-Geral de Saúde, que define o que deve ser feito nos vários programas, de doença e de prevenção, mas os doentes, por causa da falta de médicos, estão habituados a tomarem a sua saúde nas mãos e fazerem o melhor que podem. Por isso, vêm pedir este ou aquele exame, que não é o que está definido para aquele caso, porque não é o mais indicado. Ainda não houve choques, mas já ouvi rumores de que não queremos passar exames. Não é verdade, é porque não se justificam. Há programas desenhados e nós, como profissionais, temos de os adequar ao caso individual de cada doente e explicar-lhe o que é o melhor para si. Com o trabalho de equipa médico-enfermeiro, o estatuto da enfermagem sai aqui reforçado? Não sei… A enfermagem, a trabalhar sozinha, também sente um grande destaque. Quem ganha mais é mesmo o doente, porque tem as duas componentes. Em vez de um profissional de saúde, tem dois, que se articulam. Já se fala, aqui, em medicina pelo telefone. E em videoconferência? É uma coisa interessantíssima, até para nós consultarmos especialistas. Com utentes… Não temos câmara. Mas temos o acesso por telefone, a que as pessoas podem recorrer. Eu utilizo muito o e-mail
com os meus utentes, para contactos que não exigem consulta. É um meio facilitador sobretudo para quem trabalha. A medicina tem uma componente científica e técnica. Mas também uma componente organizacional. Que desafios novos esta modalidade de organização coloca aos médicos? Nesta fase da USF ainda não há essa pressão. Mas quando se passa a uma USF tipo B, aí há uma contratualização por objectivos – que têm de ser atingidos para se terem certos incentivos financeiros. Por isso, há, por vezes, a tentação de olhar mais para o computador que para o doente, ou seja, para os indicadores que é preciso atingir que para o que os doentes querem. Por exemplo, em USF modelo A temos de atingir uma taxa de rastreio de cancro de colo do útero de 60%; em modelo B se calhar é de 90%, embora certos doentes não queiram fazer esse rastreio, e estão no seu direito. Nós temos o papel de informar a pessoa, não de a obrigar. Mas, como disse, esse ainda não é um problema nosso. A solução passa pela confiança entre o doente e o profissional, que leva a pessoa a perceber que é um bem para a sua saúde fazer uma mamografia, uma citologia, não podemos é obrigar.
Daqui a cinco anos, em 2021, a vitória do vosso trabalho foi conseguida se… Se tivermos passado a USF modelo B, sinal de que estamos a trabalhar dentro das orientações propostas, o que leva cinco ou seis anos, e se tivermos 75% dos utentes “muito satisfeitos” com o nosso trabalho. Este é, para nós, um objectivo a três anos. O panorama da saúde da população jovem parece ameaçado: álcool, droga, obesidade, sedentarismo, dependência do telemóvel/computador, jogos on line, dietas loucas, depressão, superprotecção, dependência de ansiolíticos, stress por excesso de actividades, surdez precoce pelos fones nos ouvidos… além das possíveis epidemias e dos ressurgimento de velhas doenças. Para onde vamos em termos de saúde? Que há a fazer? Muita prevenção. Muito trabalho com os pais desde que nascem. É na educação para competências parentais que está o futuro dos mais pequenos. Temos de apostar em convocar os adolescentes, que é uma faixa etária que foge muito dos cuidados primários. “Não preciso” “Não estou doente”… E às vezes chegam só pelos pais, já num estado complicado. Há aí um trabalho da saúde escolar, mas estamos cá para os receber, pois trata-
mos as pessoas do nascimento até à morte. E a terceira idade tem bastante peso. Acima do país e acima do Médio Tejo. Mas encontramos pessoas com muita idade e bastante saudáveis. E já têm algum acompanhamento. Que recomendações gostaria de fazer aos utentes desta USF? Que tenham alguma paciência com esta fase inicial, em que estamos a afinar o funcionamento. E que façam uma boa utilização das consultas: não venham a uma consulta só para pedir receituário, há um espaço próprio para isso. Alves Jana
Dados pessoais Nome: Rita Soares Naturalidade: Lisboa Residência: Abrantes Secundário: Abrantes Universidade: Nova, Lisboa Percurso: - Especialidade em Setúbal; - USF Santarém - USF Abrantes
jornaldeabrantes
4 SAÚDE
JULHO 2016
USF DE ABRANTES
Mais serviços para uma melhor saúde A Unidade de Saúde Familiar (USF) de Abrantes e Alferrarede abriu as portas a 30 de Maio com o nome de USF D. Francisco de Almeida. Assume como “missão” sua “Prestar cuidados de saúde personalizados, globais e acessíveis ao longo das várias etapas da vida” e “Assentar as [suas] práticas numa cultura de rigor e de qualidade técnico-científica”. Para isso, tem um horário das 8h00 às 20h00 e assenta numa filosofia de cooperação entre médico e enfermeiro, ou seja, o utente passa a ter médico de família e enfermeiro de família a trabalharem em equipa. E tem vários tipos de consulta. A “consulta programada”, sem carácter de urgência, acompanha o estado de saúde da pessoa, com carácter preventivo ou curativo, e segue as situações de risco, que necessitam de consultas periódicas: infanto-juvenis (0 a 18 anos), diabéticos, hipertensos, além do rastreio oncológico e do planeamento familiar. A “consulta aberta” é para problemas de saúde de início súbito ou agravamento de doença crónica. Não exige marcação prévia, dada a natureza dos casos, pelo que tem de ser pedida aquando da si-
• Na USF de Abrantes o utente passa a ter médico e enfermeiro de família tuação aguda. Não se destina a mostrar exames, nem renovar receituário, nem tratar de documentação. Também não é para situações em que se deve acorrer à urgência hospitalar: em caso de acidente e “para problemas que têm de ser resolvidos em poucas horas, para qualquer traumatismo direto, qualquer situação em que seja evidente ser necessário fazer um exame imediato, uma dor no peito que pode ser de um enfarte, ou perda de força num dos lados do corpo”, explica a dire-
tora, Rita Soares. A “consulta aberta”, continua, “destina-se a uma amigdalite ou uma dor de garganta, uma dor de ouvidos ou de dentes, uma infeção respiratória, uma ocorrência numa pessoa aparentemente saudável”. O “domicílio” é para quem não pode deslocar-se à USF. Para a simples “renovação do receituário” não é necessário ir a consulta, desde que conste como prescrito nas consultas periódicas exigidas. Pedida a renovação no “atendimento”, a resposta é
garantida em três dias. É também possível ao utente obter informações por telefone, bem como “conselho médico ou de enfermagem” durante o período de atendimento. A administração de vacinas, os pensos, os tratamentos e as injeções são efetuados “com dia e hora marcados previamente”. Nos primeiros tempos, tem havido algumas dificuldades para os utentes, sobretudo devidas ao facto de não estarem ainda afetados todos os
profissionais necessários. A falta de administrativos criou problemas de falta de capacidade de resposta por exemplo às pessoas que queriam inscrever-se. Além disso, “a máquina” é nova e está ainda a ser afinada e nem sequer todo o equipamento solicitado foi ainda fornecido. Finalmente, importa perceber que alguns dos médicos vieram de fora e não conhecem ainda o meio e os problemas médicos que este coloca, uma vez que a medicina exige o casamento entre os
conhecimentos técnico-científicos em abstrato, que os médicos e enfermeiros têm, com as situações concretas dos pacientes e dos seus contextos sociais que é preciso conhecer. Por isso a diretora, Rita Soares, pede “alguma paciência e compreensão”. Mas também os utentes devem reportar as dificuldades sentidas para que sejam tidas na devida conta. Finalmente, segundo o “guia de acolhimento”, não compete à USF o “preenchimento de formulários de instituições privadas, exames médico-desportivos para desportos federados e de alta competição”, nem a “transcrição de exames médicos de Medicina no Trabalho, Seguradoras, consultas hospitalares ou privadas”. Para informação complementar, temos o Decreto-Lei nº 298”007, de 22 de Agosto, que “estabelece o regime jurídico da organização e do funcionamento das unidades de saúde familiar (USF) e o regime de incentivos a atribuir a todos elementos que as constituem, bem como a remuneração a atribuir aos elementos que integrem as USF de modelo B”. Contato: 241 070 150 Alves Jana
Tramagal aprova Moção de desagrado devido à escassez de médicos A Assembleia de Freguesia de Tramagal aprovou, por unanimidade, uma Moção de “desagrado e até repúdio pela forma como o processo de atribuição de médicos ao Centro de Saúde local tem sido gerido ao longo dos últimos anos, com particular incidência nos últimos meses, em que foram reduzidas o número de horas atribuídas para a realização de consultas médicas”. Em comunicado assinado pela Presidente da Assembleia de Freguesia de Tramagal, Sandra Dias, pode ler-se que, “com uma população envelhecida e com poucos
jornaldeabrantes
recursos, os habitantes da Freguesia de Tramagal são obrigados, fruto da gestão efetuada pelo ACES do Médio Tejo, a recorrer a outros Centros de Saúde a vários quilómetros de distância, ou, mais grave, nos casos em que tal não é possível, a ficar sem o devido acompanhamento médico”. A Assembleia de Freguesia diz “não compreender a opção tomada pelo ACES de esvaziar o Centro de Saúde de Tramagal de profissionais de saúde, sendo que o mesmo reúne todas as condições físicas para acolher um bom serviço, obrigando os utentes a
deslocarem-se para Abrantes, Santa Margarida e Alferrarede, num claro desperdício de investimento público em tempos realizado”.
“Também não se compreendem as justificações de que não há médico porque os médicos atribuídos rescindem os contratos. Durante
muito tempo Alferrarede e Santa Margarida não tiveram qualquer problema de recursos humanos”, acrescenta. “Neste sentido, considera
esta Assembleia que o ACES do Médio Tejo não tem desenvolvido todos os procedimentos possíveis e necessários à prestação de um Serviço de Saúde básico à população da Freguesia de Tramagal, sendo notória a degradação acelerada desse mesmo serviço prestado”, finaliza a moção de desagrado. Este assunto já tinha sido levantado por Vitor Hugo Cardoso, presidente da Junta de Freguesia de Tramagal, na última Assembleia Municipal de Abrantes, e mereceu o apoio dos deputados eleitos das diferentes bancadas.
MAĂ‡ĂƒO 5
JULHO 2016
MAĂ‡ĂƒO
Governo vai atribuir mais fundos comunitĂĄrios para projetos das autarquias Os municĂpios que iniciarem projetos financiados com verbas comunitĂĄrias durante este ano beneficiam de mais 10% de fundos ou de mais 7,5% se arrancarem no primeiro trimestre de 2017, anunciou em Mação o secretĂĄrio de Estado do Desenvolvimento e CoesĂŁo. Nelson de Souza esteve presente no dia 1 de julho na XXIII Feira Mostra de Mação, onde jantou depois de visitar atentamente todos os expositores presentes e onde assistiu Ă cerimĂłnia de Distinção dos EmpresĂĄrios do concelho com estatuto PME excelĂŞncia 2015 atribuĂdo pelo IAPMEI, tendo respondido desta forma a alguns temas que preocupam o presidente da Câmara de Mação,
Vasco Estrela, e que nĂŁo deixou de os enunciar no tradicional discurso que pontua o momento da abertura oficial do certame. O autarca disse que o alargamento do evento de trĂŞs para cinco dias era uma “aposta ganhaâ€?, salientou que a Feira Mostra tem um “carisma especialâ€?, que significa um “momento de afirmaçãoâ€? do concelho e de “confiança no futuroâ€?, tendo, no entanto, lembrado ao governante e a todos os presentes o drama do despovoamento das regiĂľes do interior, que apresentou um “dĂŠfice negativo de 1700 pessoasâ€? no ano 2015, nĂşmeros “dramĂĄticosâ€?, na regiĂŁo do MĂŠdio Tejo, onde se insere Mação, segundo Vasco Estrela, tendo lembrado que
•
Vasco Estrela, presidente da Câmara, Saldanha Rocha, presidente da Assembleia Municipal e Nelson de Souza, Secretårio de Estado
esta ĂŠ uma questĂŁo que “a todos deve preocupar no sentido de perceber como suster este fenĂłmenoâ€?. O autarca de Mação disse ainda “nĂŁo compreender os
sinais contraditĂłriosâ€? do Governo relativamente a verbas que poderĂŁo chegar aos municĂpios mais pequenos quando o critĂŠrio de atribuição de verbas ĂŠ de 80% para
os municĂpios com mais habitantes e de 20% para os mais pequenos e mais despovoados. “Os concelhos mais pequenos sĂŁo prejudicados relativamente a outros concelhosâ€?, afirmou Estrela, tendo referido que, com base nestes critĂŠrios, o concelho de Mação vai receber menos 300 mil euros do que previa, no âmbito do PARU [Plano de Ação e Reabilitação Urbana]. “Temos de contar connosco e nĂŁo podemos estar Ă espera que sejam os outros que venham resolver os nossos problemas. Somos nĂłsâ€?, disse, virando-se para a população, empresĂĄrios e associativistas, “quem tem de tentar dar a volta a esta situaçãoâ€?, tendo terminado a sua intervenção
elencando projetos em curso para captar, fixar e dinamizar a economia local e deixando um apelo: “peço que continuem a ajudar a contrariar a atual situação. NĂŁo estarĂŁo a ajudar a mim, mas ao concelho de Maçãoâ€?. Vasco Estrela anunciou ainda que Mação foi o municĂpio portuguĂŞs galardoado a 2 de junho pela UNESCO como membro das “Cidades da Aprendizagemâ€?, diploma atribuĂdo pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido em Mação ao nĂvel do ensino bĂĄsico atĂŠ ao mais alto patamar da aprendizagem, atravĂŠs dos cursos de mestrado ministrados pelo Museu de Arte PrĂŠ-HistĂłrica e do Sagrado do Vale do Tejo. MRF
PUBLICIDADE
SĂ“ DE 07 A 28 DE JULHO OS
bricomarche.pt
:
$$$
BRANCO LACADO
:
"$$
3 ' (4& '
.9. AU?:60. 9 .9. *U?:60. 9 A2?:<.0B:B9.1<?2@ 12 4 A:& " ! % #
$":$$
, ' '
, ,.9<? 6;.;06.:2;A<
(
$"$:$
7* &
6: :XC29& " E !E$ 0: 6: 2@=295<& " E#! 0: 6: 9.C.AX?6<& " E " 0:
.C.AX?6< 02?Q:60<
XC29 0<: =<?A.@ U@ 2: , <?& ?.;0< 9.0.1< *<?;26?. 2 .12?2T<@ ;S< 66;09BW1<@ A:& " ! %
:
$$ :
#$$ ' 0 & ' ' 9P@A60<' <?& 6;G2;A< 2@0B?< 2@. ?2A.;4B9.? 16: & # E %E # 0: )<3P 16: & E!#E" 0: 0.126?Y2@ 6;16C61B.6@ 16: & # E!#E" 0: A:& " ! !
0' )( !
B26:.1<?2@ ?295.@ 2@:.9A.1.@ <:.;1<@ 9.A2?.6@ 6;0<?=<?.1<@ 6: & !$E! E ! 0: A:& " #" $ OS INOX
' & & *
T< 4.9C.;6G.1< 6: & ! E E 0: ;09B6& 69A?< 12 0.?AB05< $ : 5 96;2? .GB9 0<: 2@=2@@B?. 2 2@0.1. E 124?.B@ .= P4B.& !! 9 A:& " ! % "
Preços vĂĄlidos de 07 a 28 de julho de 2016 nas lojas aderentes, salvo rutura de stock ou erro tipogrĂĄďŹ co. Adereços nĂŁo incluĂdos. Fotos nĂŁo contratuais.
RUA DAS ESCOLAS | ALFERRAREDE | ABRANTES | TEL. 241 360 460 jornaldeabrantes
6 MAÇÃO
JULHO 2016
SOBRE A DESERTIFICAÇÃO POPULACIONAL VASCO ESTRELA AFIRMA QUE:
“Devemos parar e ver como é que podemos todos em conjunto ultrapassar este fenómeno” O presidente da Câmara Municipal de Mação fala ao Jornal de Abrantes sobre os projetos que a autarquia está a desenvolver e deixa um olhar preocupado quanto à desertificação populacional do seu concelho.
Quais são os investimentos que a Câmara está a desenvolver? Estamos com uma série de empreitadas a decorrer, fruto de um concurso público que fizemos, como sejam a requalificação e pavimentação de vias municipais, essencialmente nas freguesias de Envendos, Carvoeiro, Aboboreira e Mação. Espero durante o mês de julho lançar dois concursos públicos importantes, com valor significativo, superior a 2 milhões de euros. Têm a ver com a criação do Centro de Negócios e o Ninho de Empresas na zona industrial, temos o projeto praticamente concluído. O que pretendemos fazer naqueles 4.000 metros de área coberta é possibilitar a criação de empresas dos mais variados âmbitos e áreas. Podem ali começar a desenvolver as suas atividades, em espaços autónomos, com alguns espaços comuns, como áreas administrativas, salas de reuniões e refeitórios. A parte administrativa poderá ser assegurada pela câmara, mas são pormenores que ainda estão em aberto. Portanto a nossa ideia é ter ali um espaço, que no máximo permitirá a criação ou poderá ser usufruído por 28 empresas e que vai permitir que as que estão em início de atividade possam optar por ali se instalar, ficando desoneradas de investimentos avultados, em termos de instalações ou aquisição de um terreno. Temos muita urgência em concluir este processo. Já existem interessados para esse novo Centro de Negócios? Temos cerca de 7 ou 8 interessados, que numa primeira fase poderão utilizar aquelas instalações.
jornaldeabrantes
Ainda sobre os investimentos, outro projeto, que temos em mãos, é a requalificação da entrada sul de Mação ou seja, para quem vem da A23. Os objetivos são resolver problemas que temos no inverno com as águas pluviais, sendo que surgem autênticas poças de água que ficam na entrada da vila. Fruto de várias obras que foram feitas ao longo dos anos por outras entidades, algumas coisas nunca ficaram devidamente arranjadas, temos de fazer a drenagem das águas pluviais que não é feita de forma conveniente, vamos proceder ao alargamento e requalificação da ponte que está na entrada, que é extremamente apertada para camiões, vamos alindar a entrada da vila e pretendemos reformular a iluminação pública que não é a mais adequada. Vamos tentar dar outra dignidade à entrada da vila, num investimento de 1 milhão de euros. Pretendemos também requalificar a avenida Sá Carneiro, que tem árvores de grande porte a danificar a calçada, onde as raízes estão hoje a trazer-nos problemas. Vamos fazer ali uma intervenção profunda para resolver esse problema. Falamos de investimentos autárquicos, ou de projetos que são apoiados através de fundos comunitários? Estamos somente a falar de investimento autárquico. A Câmara contraiu já um empréstimo para ter capacidade de pagar as obras e não para as mandar fazer e não as pagar e dentro da nossa capacidade de endividamento está resolvido. No que diz respeito à entrada sul de Mação, temos a expectativa de no âmbito do Plano de Ação para a Regeneração Urbana (PARU) podermos vir a ter alguns fundos para esta intervenção. Existem outras obras que podem ser integradas no âmbito dos Fundos Comunitários?
anos na nossa região e coloquem em causa todos os investimentos que andamos a fazer. As visitas que fazemos às freguesias não precisávamos de as fazer para ter esta noção, fico amargurado ao andar nas aldeias do nosso concelho e não passar por ninguém! Temos exemplos gritantes de abandono, não temos aldeias totalmente vazias, mas temos com 2 e 3 pessoas.
• Vasco Estrela admite uma recandidatura à Câmara de Mação Neste momento, não, ainda não temos nenhum ok para nada. A única possibilidade que temos e que vamos aproveitar durante o mês de agosto é para a construção de um campo desportivo, junto à escola básica e jardim de infância de Mação, num investimento na casa dos 50 mil euros, e que foi integrando nos Investimentos Territoriais Integrados (ITI) do Médio Tejo para a área da Educação. Temos projetos e ideias que ficaram e que estavam previstos integrar nos ITI, na área da eficiência energética e na criação de percursos pedestres. A eficiência energética é uma área crítica para Mação, face aos investimentos que são necessários para conseguir baixar a fatura energética, e por isso estamos a começar todos a trabalhar nessa área ao nível da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Na última Assembleia Municipal foi aprovado o programa Jovem Autarca. O que significa e o que vai trazer? Esse programa surgiu através de uma proposta do deputado Duarte Marques numa Assembleia Municipal há uns meses atrás. O que se pretende é estimular a participação dos jovens para que possam também eles ter uma palavra a dizer. No fundo, estimular e despertar-
lhes o gosto pela causa, pela gestão autárquica, para perceberem as dificuldades que é fazer escolhas e gerir orçamentos. Em princípio vamos ter um montante de 10 mil euros para que eles possam gerir dentro de determinados critérios e parâmetros. É uma ideia com muitas virtudes, como disse é importante estimular os jovens a participar nas decisões públicas. O regulamento já foi aprovado na Assembleia Municipal. Estou expectante fase à adesão, sendo que os jovens já estão um pouco despertos para esta matéria. Os alunos de Mestrado apresentaram o projeto “Paisagens culturais do concelho de Mação”. Quais foram os resultados? Neste mestrado, os alunos contactaram com as pessoas de diferentes localidades do concelho e tinham de apresentar propostas para estas mesmas comunidades, tal como aconteceu há dois anos. O que dali surgiu foi um conjunto de ideias para podermos dinamizar aquelas aldeias. Provavelmente uma das ideias que foi lançada para a Carregueira poderá em breve ser posta em prática. Estamos a falar de uma casa de artistas. Há uma série de anos recuperámos a antiga escola primária, que está devidamente equipada e que poderá servir de base
para este projeto. A desertificação populacional é uma realidade preocupante. O que se pode fazer mais a nível local? Acho que é uma questão tão profunda, tão dramática que hoje já ninguém tem respostas para esta questão. A solução sai das portas da câmara, do país, porque isto é realmente grave. Os últimos dados que foram tornados públicos pelo INE dizem que o único concelho que não perdeu população foi o do Entroncamento. A caminharmos a este ritmo, há de facto aqui toda uma sustentabilidade que está em risco. Há muito tempo, e em Mação principalmente, que vimos a chamar atenção para esta problemática. Assusta-me esta realidade, porque infelizmente em Mação surgiu um pouco mais cedo do que nos outros locais. Mas hoje, quando olhamos para o Médio Tejo e vimos que perde 1500 pessoas num ano, só a contar com aqueles que nasceram e morreram, sem contar com os estudantes que abandonaram, pois foram estudar para outras zonas, acho que devemos parar e repensar e ver como é que podemos todos em conjunto ultrapassar este fenómeno. Um fenómeno que vai fazer com que milhares e milhares de aldeias sejam autênticos desertos daqui a meia dúzia de
Depois da visita do Primeiro-ministro a Mação, que respostas obtiveram por parte da Administração Central para o projeto que têm no âmbito florestal? Não tivemos mais nenhuma resposta. Estão abertos os investimentos que estavam disponíveis no anterior quadro comunitário de apoio, é nessa base que iremos tentar trabalhar fazendo o aproveitamento daquilo que está disponível. Havia uma serie de candidaturas que tínhamos submetido que foram rejeitadas, devido ao facto do Sr. Ministro ter feito um ponto de situação face a todas as candidaturas que estavam pendentes para valorização e limpeza da floresta e de algumas manchas florestais, e agora vai abrir um novo prazo de candidaturas. De acordo com o que for surgindo nós vamos tentar enquadrar o que for possível, sendo certo que não é o que defendemos, mas se são estas as ferramentas que temos é com estas que temos de governar. Admite uma candidatura à Câmara Municipal nas próximas autárquicas? Tem havido a indicação que os presidentes de câmara que queiram recandidatarse poderão fazê-lo, mas as coisas ainda não foram suficientemente discutidas na Comissão Politica do PSD de Mação. Mas parece que faz sentido, no meu entendimento, que continue a ser o candidato, mas não depende de mim. Joana Margarida Carvalho
INVESTIMENTOS 7
JULHO 2016
Já foram publicados em Diário da República os dois avisos de concurso para a repavimentação e para a colocação de novas condutas de água na localidade de Panascos e na zona norte de Valhascos, no concelho de Sardoal. Num investimento total na ordem de 700 mil euros, Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal, disse que “há mais vida para além dos fundos comunitários”, sendo este um investimento inteiramente autárquico. “Estamos a falar de um investimento na ordem dos 700 mil euros, e o município avança sem acesso a fundos comunitários. Na verdade também tentámos perceber se havia alguma oportunidade para enquadrar estes investimentos [nos fundos comunitários], e chegámos à conclusão que não vai ser possível que abra avisos de candidaturas para este tipo de investimentos e assim temos de fazê-lo com dinheiros próprios”, salientou o autarca. Segundo o presidente, estes são investimentos prioritários, sendo que os arruamentos em causa já carecem de pavimentação e as condutas de água já são bastante antigas. “São umas condutas bas-
tante antigas e com obras de pavimentação é claro que vai obrigar a uma intervenção. Já que estamos a mexer no pavimento, temos de aproveitar e colocar umas condutas novas (…) o trabalho fica assim bem feito e por muitos e muitos anos”. “São dois projetos que já estão em fase de procedimento concursal, terá ainda de ter o visto do tribunal de contas, e estamos aguardar. Mas queremos avançar no final deste ano, princípio do seguinte (…) Dentro desta área da repavimentação contamos fazer outras intervenções ainda neste mandato”, avançou o responsável. Para levar a efeito as duas intervenções em Panascos e Valhascos, a Câmara Municipal já tinha aprovado, na reunião do dia 21 de abril e na sessão da Assembleia Municipal, a contratação de um empréstimo no valor de 706 mil euros. “ Se conseguimos o empréstimo, é porque temos capacidade de envidamento e é porque temos as nossas contas bem-feitas. Temos uma evolução positiva em termos de dívida, que temos vindo a reduzir substancialmente de ano para ano”, afirmou Miguel Borges.
Câmara de Abrantes adjudica obra do MIAA por 3 milhões de euros Foi aprovada a adjudicação da obra de recuperação do Convento de São Domingos, onde irá ser instalado o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA), à empresa Teixeira, Pinto e Soares, S.A. pelo valor de cerca de 3 ME e 124 mil euros. A proposta apresentada, no dia 21 de junho, por João Caseiro Gomes, vice-presidente da CM de Abrantes, mereceu a abstenção, da vereadora eleita pelo PSD, Elza Vitório, por considerar ainda não estar “tudo esclarecido quanto ao MIAA”. “Estamos satisfeitos com a recuperação de património, por outro lado o MIAA, (…) tem questões que ainda não estão esclarecidas”. Questões ligadas “à autenticidade da coleção, nomeadamente a coleção de arqueologia, e neste sentido o vosso voto é de abstenção”, referiu a vereadora. Já o vereador Avelino Manana salientou o parecer positivo da CDU quanto ao atual projeto MIAA e consequentemente quanto à reabilitação do Convento de São Domingos, contudo apelou à necessidade de monotorização da obra que será realizada.
CM Abrantes
Autarquia de Sardoal investe 700 mil euros nas localidades de Panascos e Valhascos
• Inauguração da VIII Antevisão do MIAA Dando como exemplo os problemas que ocorreram nas obras do Mercado Diário e em alguns Centros Escolares, o vereador apelou ao “executivo que monitorize e que exija o cumprimento do caderno de encargos da obra”. Recorde-se que a Câmara de Abrantes conseguiu financiamento comunitário para a recuperação do Convento de São Domingos. O vice-presidente adiantou que “é previsível que a obra arranque no mês de setembro ou de outubro”, com a duração de 910 dias. O MIAA vai ocupar todos os espaços disponíveis atuais
do Convento de S. Domingos para áreas de exposições, permanentes e temporárias, que serão predominantes, com os espaços que irão albergar parte da coleção de arqueologia e arte municipal, o espólio de pintura contemporânea da pintora Maria Lucília Moita e a coleção arqueológica Estrada, propriedade da Fundação Ernesto Lourenço Estrada, Filhos, assim como para instalar os serviços indispensáveis ao funcionamento do Museu e Centro de investigação associado, da receção ao serviço educativo, uma área de armazém e diversas áreas técnicas.
O futuro museu vai acolher cerca de cinco mil peças que integram as coleções da Fundação Estrada ao nível de ourivesaria ibérica, armaria e arte sacra dos séculos XVI a XVIII, para além de coleções de numismática, arquitetura romana, medieval e moderna, relógios de várias épocas e uma exposição de arqueologia e história local. Associado ao Museu Ibérico, o espaço vai ter um Centro de Investigação que sirva de polo dinamizador de projetos de investigação e de parcerias com universidades, museus nacionais e estrangeiros. Joana Margarida Carvalho PUBLICIDADE
CLINICA MÉDICA E REABILITAÇÃO CONSULTAS FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro GINASTICA DE MANUTENÇÃO E CORRECÇÃO POSTURAL
Ajudante de fiel de armazém Preferencialmente com experiência no ramo elétrico
Medidor orçamentista Preferencialmente com experiência no ramo elétrico
Acordos em TRATAMENTOS FISIOTERAPIA Caixa de Previdência (ARS Santarém), ADSE, ADMFA, ADME, ADMG, CTT, SAMS, P. TELECOM,EDP, Seguradoras, Medis Saúde, Espirito Santo Seguros, Seguros Acidentes Pessoais, MultiCare, Tranquilidade Seguros etc.
Tapada Chafariz, Lote 6 r/c Esq.- 2200-235 ABRANTES Telef. 241 371 715 - 932 904 773 Fax 241 371 715 - geral@abranfir.pt
- Dispor de carta de condução de ligeiros - Domínio de informática na óptica do utilizador Morador na zona de Abrantes geral@gjsilva.pt | telefone 241 379 070
Joana Margarida Carvalho
jornaldeabrantes
8 REGIÃO
JULHO 2016
CM de Vila de Rei
XXVII Feira de Enchidos, Queijo e Mel com programa atrativo e diversificado
Vila de Rei volta a receber a Feira de Enchidos, Queijo e Mel, que este ano decorre de 30 de julho a 7 de agosto, no Parque de Feiras. A vigésima sétima edição do certame, organizado pelo Município de Vila
de Rei, tem, à semelhança de anos anteriores, um programa repleto de animação, com concertos, a já tradicional Feira do Livro, exposições, tasquinhas, animação de rua, jogos tradicionais, programa desportivo e a re-
alização da 27ª Colheita de Sangue. A animação musical, um dos muitos atrativos da Feira, vai acontecer em palcos distintos. O palco principal ficará destinado às atuações de Mia Rose, OLE – Orquestra Ligeira
do Exército, Leo & Leandro, ÁTOA, Tiago Bettencourt e Mikkel Solnado. Para o placo 2, localizado igualmente no recinto da Feira, o destaque incide sobre as atuações de grupos Vilarregenses, nomeadamente o Grupo de Con-
certinas da Casa do Benfica e a Villa d’el Rei Tuna. Haverá ainda o palco 3, destinado às atuações de DJs, que decorrerão após os concertos do palco principal. O evento volta a contar com mais de 110 exposito-
res oriundos de vários pontos do país, que irão apresentar o melhor da gastronomia regional e artigos em artesanato, assim como representar os sectores industrial, comercial e de serviços do Concelho de Vila de Rei.
MAÇÃO
Praia fluvial de Carvoeiro é sinónimo de sucesso e Bandeira Azul As praias fluviais de Carvoeiro (Mação), Bostelim (Vila de Rei) e Aldeia do Mato (Abrantes) foram as únicas três praias fluviais na região do Médio Tejo galardoadas com a Bandeira Azul 2016, uma distinção que é um símbolo de qualidade ambiental atribuído anualmente às praias. A cerimónia do hastear da Bandeira Azul em Aldeia do Mato (Abrantes) decorreu no dia 5 de julho, às 14:30, e em Bostelim (Vila de Rei) será no dia 8 de julho, às 11:30. Galardoada pelo décimo ano consecutivo com a Bandeira Azul, a praia fluvial de Carvoeiro, em Mação, foi a primeira a hastear o símbolo máximo de excelência que se pode atribuir a uma praia fluvial [Bandeira Azul] e é um caso raro num país onde a falta de qualidade da água afasta daquele prémio a mai-
jornaldeabrantes
oria das zonas balneares interiores. “A água é excelente, a praia é muito bonita e muito bem arranjada, tem uma envolvência verde muito agradável e é uma praia que merece este galardão de excelência” destacou Margarida Nunes, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), na cerimónia do hastear da Bandeira Azul 2016, no passado mês de junho em Carvoeiro, Mação. Margarida Nunes lembrou ainda os “critérios muito apertados” para que uma zona balnear possa ostentar o galardão Bandeira Azul, desde a qualidade da água, às questões dos acessos, segurança, separação de lixos, wc, entre muitos outros, tendo sublinhado “não ser fácil chegar ao topo” e manter o nível de excelência. “A envolvente natural, as
acessibilidades e a inexistência de habitações a montante da nascente, contribui para a excelência da qualidade da
água” da praia de Carvoeiro, afirmou, por sua vez, o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela (PSD).
Situada a 25 minutos da sede do concelho, a praia fluvial de Carvoeiro “oferece condições fantásticas de na-
tureza e permite usufruir de sossego, em ambiente intimista e familiar”, afirmou Vasco Estrela, tendo lembrado que todos os anos a autarquia efetua ali um grande investimento para manter o nível de excelência e cumprir os 30 critérios exigidos. Com oferta de segurança, serviço de vigilância e qualidade das suas águas, a praia fluvial de Carvoeiro dispõe ainda da Bandeira de Qualidade de Ouro, atribuída pela Quercus, Bandeira Praia Acessível e de equipamentos como balneários, cadeira anfíbia para pessoas com mobilidade reduzida, bar, parque de merendas, churrasqueiras, toldos de palha, espreguiçadeiras e zona de banhos para adultos e para crianças, para além de posto de Primeiros Socorros e amplo parque de estacionamento. Mário Rui Fonseca
CULTURA 9
JULHO 2016
180 Creative Camp, a academia de verão sobre criatividade A cidade de Abrantes está a acolher o 180 Creative Camp até ao dia 10 de julho, numa academia de verão que junta cerca de uma centena de pessoas para discutir e pensar sobre os caminhos da criatividade. “Acho que a maneira mais simples de explicar o que é o 180 Creative Camp é dizer que é uma academia de verão da criatividade”, como afirmou o diretor de programação, Nuno Alves. Este é o quarto ano que Abrantes, uma cidade do interior, na margem do Rio Tejo, é a casa desta iniciativa transdisciplinar do Canal 180, acolhendo até dia 10 de julho um programa de intervenções artísticas, workshops com artistas convidados, cinema e música.
A academia destina-se a “jovens com mentes criativas e efervescentes”, como se lê no programa, e às 40 vagas disponíveis concorreram mais de 150 pessoas, não só de Portugal, mas também de países como Itália, Colômbia e Estados Unidos. Segundo Nuno Alves, o 180 Creative Camp pode ser entendido como um complemento ao percurso académico de quem está a concluir estudos e pode servir de bússola para quem procura uma orientação profissional no universo das indústrias criativa. Não sendo um festival, é um projeto que “está focado no processo criativo. Aqui o que conta é o pensar, como criar, produzir, comunicar e distribuir”, elencou Nuno Alves.
Ao longo de uma semana, os participantes estão em contacto com convidados portugueses e estrangeiros, num programa transdisciplinar que procura caminhos de comunicação entre a arquitetura e a arte urbana, entre o cinema e o design, por exemplo. Entre os convidados deste
dades do Creative Camp à vida quotidiana de Abrantes, envolvendo espaços do centro histórico, o comércio local e os habitantes, em particular os mais novos. “Faz parte da intenção do Creative Camp envolver e potenciar o desenvolvimento de Abrantes, porque é uma cidade do interior e
MRF PUBLICIDADE
Pérsio Basso
Festa Templária recriou época medieval em Almourol
ano contam-se o realizador Sean Dunne, o agente cultural Frank Kalero, a realizadora Leonor Teles, o ilustrador e músico José Cardoso e o coletivo espanhol de arte urbana Boa Mistura, que fará uma intervenção num edifício da cidade. Anualmente, a organização potencia a ligação das ativi-
onde se nota uma necessidade de renovação”, afirmou Nuno Alves. Esta semana dedicada às artes e à criatividade organizada pelo Canal 180 - um canal de televisão por cabo -, aconteceu pela primeira vez em 2012 em Vila Nova de Cerveira. Já passou por Guimarães, teve uma réplica em Itália e fixou-se em Abrantes, onde acontece pelo quarto ano consecutivo, com o apoio da autarquia. O Creative Camp Abrantes 2016 culmina com uma festa de encerramento, onde serão apresentados os trabalhos desenvolvidos ao longo de toda a semana. São oito dias em julho dedicados à Media Arts, recheada de muita criatividade e animação.
Com cerca de 10 mil visitantes, a Festa Templária Almourol foi o primeiro evento deste género no castelo de Almourol, nos dias 24, 25 e 26 de junho, “tendo como objetivo principal aumentar a visibilidade do monumento nacional, no seguimento do projeto de musealização recentemente implementado”, disse ao JA o presidente da Câmara Municipal. “O evento deverá ter continuação em 2017, com o aprofundar da parceria com as associações, cujos elementos participaram de forma ativa como figurantes, trajando a rigor, dedicando muito do seu tempo ao ensaio de dan-
ças medievais e a dar vida às personagens da época. De referir que a grande maioria dos recursos humanos envolvidos na iniciativa são do concelho e da região”, fez notar Fernando Freire. O Município de Vila Nova da Barquinha tem como objetivo para a edição do próximo ano concretizar “uma colaboração ainda mais próxima com as entidades públicas e privadas que se associaram à primeira edição, angariando também novos parceiros”. A Rota Templária, assim como os Caminhos de Santiago são duas apostas da autarquia a implementar ainda
em 2016, em estreita parceria com as Associações de Desenvolvimento Local – ADIRN e TAGUS – que estão a desenvolver projetos nestas temáticas. “A marca templária é uma mais-valia em termos turísticos para Vila Nova da Barquinha e para região, pelo que é necessário continuar a explorá-la. Só com a promoção e realização de eventos regulares de dimensão regional e nacional podemos contribuir para o incremento de oportunidades oferecidas à comunidade, à restauração e ao turismo, dando a conhecer aquilo que amamos”, finalizou o presidente.
jornaldeabrantes
10 CENTENÁRIO
JULHO 2016
jornaldeabrantes
• Presidente da República disse que “todos os homenageados [do dia 14 de junho] contribuem para o prestígio de Abrantes” lembrou ainda a autarca. Para Maria do Céu Albuquerque hoje impõe-se a “promoção da competitividade e da coesão local. A promoção territorial, a captação de investimentos, a redução de custos de contexto, o desenvolvimento social integrado”, onde o objetivo é “colocar o cidadão no centro
do sistema (…) na construção da sua cidade e na sua governação”. Por último, a autarca abrantina aludiu aos desafios, que no seu entender, o concelho tem pela frente: “o princípio da subsidiariedade. O desenvolvimento sustentável” e “o aprofundamento da democracia pelo reforço da cidadania”.
Em representação de todos os 100 homenageados, que levaram consigo uma peça simbólica intitulada a medalha de honra da cidade, Bruno Neto referiu ser importante “não nos esquecermos das nossas raízes”. Que nunca esqueçamos de onde vimos, que nunca esqueçamos o que somos, o
que trabalharam os nossos avós e pais e que os nossos filhos e filhas estão cá para lutar e expandir a ideia que não somos só cidades, instituições, pessoas, somos o sonho e somos o coração de querer ser mais”, referiu o jovem tramagalense. Após a cerimónia oficial, que encheu o cine teatro
São Pedro, foi inaugurada a escultura “A Celebração do Tempo”, na rotunda junto ao quartel, com a presença do seu escultor Charters de Almeida, de Eduardo Cabrita, de Maria do Céu Albuquerque, de Jorge Lacão e da comunidade abrantina que também está de parabéns! Joana Margarida Carvalho
Escultura na entrada da cidade representa investimento na ordem de 215 mil euros Com 15 metros de altura, de aço corten, a peça escultórica que foi instalada na rotunda do Quartel em Abrantes, representou um custo de construção de 149.630,00€, segundo um comunicado da Câmara Municipal. A escultura “A Celebração do Tempo”, da autoria de Charters de Almeida, pretende assinalar os 100 anos de Abrantes enquanto cidade e vai ser inaugurada no próximo dia 14 de junho, às 19h00. O contrato entre a autarquia e o escultor foi fechado em 65 mil euros, segundo avança a mesma fonte.
Joana Margarida Carvalho
Abrantes celebrou 100 anos de evocação a cidade. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, presidiu à cerimónia oficial do dia da cidade e disse que os abrantinos “são forças da natureza” e que isso explica o “passado” de Abrantes, mas também o seu “presente”. Na cerimónia de homenagem aos trabalhadores do município e de entrega das 100 medalhas de honra a entidades e personalidades abrantinas, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “Abrantes celebra 100 anos, mas olha para o futuro (…) e para o “presente das pessoas e das instituições”. Numa palavra de referência aos homenageados, o Presidente da República salientou que todos “contribuem para o prestígio de Abrantes” e “para o prestígio de Portugal. Mas também as instituições, porque uma cidade, como um município, não é um somatório inorgânico de pessoas. É um tecido, é uma rede feita de várias redes institucionais”. Depois de fazer uma alusão à história de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal, fez uma referência à evolução que o concelho foi tendo ao longo dos anos: “fizeramse obras estruturantes como a Cidade Desportiva, a requalificação do Centro Histórico, que veio dinamizar o espaço enquanto polo de atração turística e comercial, mas também a reabilitação das margens do rio Tejo ou o aproveitamento das potencialidades da Albufeira de Castelo do Bode. Foi dado um passo importante também ao nível da educação, implementando todos os níveis de ensino em todos os estabelecimentos escolares existentes, desde o pré-escolar até ao ensino superior, com a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes”. “Construíram-se novas obras, como os novos Centros Escolares, a Residência de Estudantes, o Mercado Diário, o Parque Tejo, ou mais recentemente os Laboratórios de Inovação Industrial e Empresarial, no Parque Tecnológico do Vale do Tejo”,
Joana Margarida Carvalho
Presidente da República diz que os abrantinos são “forças da natureza”
• Escultura dos 100 anos de Abrantes foi inaugurada na presença do seu autor Charters de Almeida
REGIÃO 11
JULHO 2016
IP garante mobilidade para “todos” na ponte sobre o rio Tejo Na Assembleia Municipal de Abrantes, do dia 19, foi aprovada, por unanimidade, uma Moção em defesa da mobilidade pedonal na Ponte Rodoviária de Abrantes, apresentada pelo BE. A Infraestruturas de Portugal (IP), em resposta ao JA, veio esclarecer que está assegurada a passagem de carros de bebés e de pessoas com mobilidade reduzida na ponte metálica sobre o rio Tejo, em Abrantes, mas não o seu cruzamento. A IP refere que houve o cumprimento do requisito legal e que está salvaguardada a passagem no passeio do lado nascente da ponte. Em comunicado a empresa esclarece que “os passeios na Ponte metálica de Abrantes têm 0,60m livres no lado poente e 0,80m livres no lado nascente. Às pessoas com mobilidade reduzida está ga-
rantida a travessia sobre o rio Tejo pela Ponte Metálica de Abrantes, utilizando o passeio do lado nascente”. “Este passeio possui espaço livre bastante de modo a permitir a passagem de cadei-
ras de rodas, cumprindo com o estipulado na legislação (Decreto-Lei n.º 123/97 de 22 de maio) que determina como largura mínima absoluta dos acessos para utilização por pessoas com mobili-
EDUCAÇÃO
Prosseguir estudos superiores em Abrantes
dade condicionada, precisamente os 0,80 m existentes. Estas larguras são as máximas possíveis, sendo que o espaço livre existente no passeio poente fica limitado aos 0,60m pela presença dos candeeiros de iluminação pública”, pode ler-se na informação. A IP adianta que “a implementação de passeios com larguras superiores implicaria alterações substanciais na estrutura da ponte metálica e de elevada complexidade técnica, requerendo uma intervenção mais profunda, temporalmente mais demorada e exigindo elevados encargos financeiros e para a mobilidade na região na execução da obra”. A IP prevê a conclusão dos trabalhos na ponte no dia 13 de julho. JMC
Os professores da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), vão esclarecer todas as dúvidas sobre o prosseguimento de estudos no ensino superior que os jovens e os pais possam ter. Entre os dias 4 e 20 de julho, de segunda a sexta-feira, entre as 18h00 e as 19h00, haverá sempre um docente para apresentar a oferta formativa e para dar indicações sobre diferentes processos de candidatura. A ESTA conta atualmente com quatro licenciaturas (Comunicação Social, Vídeo e Ci-
nema Documental, Engenharia Mecânica e Tecnologias da Informação e da Comunicação). A um conjunto de Pós-Graduações e Mestrados juntam-se ainda 11 cTeSP, formações superiores profissionalizantes com estágio integrado, em áreas como a Produção de Conteúdos Digitais, a Manutenção de Sistemas Mecatrónicos, a Qualidade Alimentar e a Animação e Modelação 3D. No caso destes cursos, as matrículas decorrem atém 20 de julho. Esclarecimentos adicionais através do email: esta@ipt.pt. PUBLICIDADE
jornaldeabrantes
12 SOCIAL
JULHO 2016
ABRANTES
Vítimas de Violência Doméstica “denunciam com mais facilidade” A Câmara Municipal de Abrantes aprovou no dia 21 de junho, por unanimidade, o montante de 23 mil euros para aquisição do imóvel, onde nasceu Maria de Lourdes Pintasilgo, para acolhimento de emergência de vítimas de violência doméstica. Atualmente, a Câmara Municipal dispõe de um serviço de atendimento dentro do edifício dos Paços do Concelho, e a necessidade de um novo espaço, surge na medida em que é necessário realizar um acompanhamento que confira proteção e conforto à vítima. “O que está na base [da compra do novo espaço] é o acompanhamento e o número de atendimentos. Temos mais casos na verdade, mas também não conseguimos perceber se é porque há mais informação disponível, se é porque há mais forma-
Atendimentos de vítimas violência doméstica 2016 Mês Janeiro Fevereiro Março
Novo 3 4 5
Acompanhamento 34 30 13
Total 37 34 18
Abril
8
22
30
Maio Junho Total
1 3 24
23 16 138
24 19 162
Fonte CM Abrantes
ção para os técnicos, se efetivamente as pessoas percebem melhor que se trata de um crime público, e por isso, já o denunciam com mais facilidade”, afirmou Celeste Simão, vereadora com o pelouro da Ação Social. Em casos de vítimas de violência doméstica, a vereadora explicou que o procedimento dito “normal” é o
seguinte: “ou a pessoa se dirige ao nosso balcão e faz a queixa, ou a queixa chega através da PSP, da GNR, ou através de um dos parceiros da Rede Especializada de Intervenção na Violência de Abrantes (REIVA). Depois a intervenção visa não só um acompanhamento da pessoa a nível financeiro, ou com outro tipo de acompanha-
mento, mas nestes casos são mobilizados todos os parceiros para realizar a intervenção adequada. A pessoa não tem de se dirigir aos vários locais, tudo é centralizado na câmara, com os técnicos responsáveis”. Semanalmente podem surgir “dois a três novos casos”, para além daqueles que estão a ser acompanhados no
seio da REIVA, mas também há outras semanas em que, felizmente, não se registam “novos casos”, disse a responsável. “Em situações de emergência, envolvemos as IPSS, pois podem disponibilizar refeições, dormidas e acolher a vítima”, de qualquer modo os casos “passam primeiramente pela câmara, pelo
nosso serviço, que já faz parte do catálogo nacional, ou seja já está creditado, para fazer este tipo de atendimento e acompanhamento”, salientou a vereadora. Em declarações ao JA, João Caseiro Gomes, vice-presidente, referiu que uma das preocupações da autarquia “é tentar encontrar financiamento para a reabilitação do edifício [onde nasceu Maria de Lourdes Pintasilgo], porque estamos a falar de uma iniciativa de âmbito social”. “Se não tivermos acesso a fundos comunitário para atuarmos neste âmbito, claro que terá de ser com receita da câmara que iremos iniciar a intervenção. Mas, neste momento, ainda não temos uma data previsível”, finalizou o responsável. Joana Margarida Carvalho
Joana de Faria Maia, 37 anos, notária, é a primeira mulher a assumir a presidência do Rotary Club de Abrantes. O momento foi oficializado no dia 28 de junho, num restaurante em Alferrarede, onde grande parte dos membros do Rotary se juntaram num jantar convívio. Para um mandato de um ano, que iniciou a 1 de julho, Joana Maia tem como objetivo estabelecer maior proximidade com os jovens rotários, integrados no Interact e no Rotaract, desenvolver várias iniciativas de âmbito cultural e dar continuidade aos projetos que o Rotary promove. “O Rotar y já tem um grande plano de encargos e um grande plano de atividades. Ajuda e suporta um grande número de bolsas de estudantes, faz a prevenção na saúde pública, quer na
jornaldeabrantes
Hália Costa Santos
Joana Maia, primeira mulher a assumir o Rotary Club de Abrantes
de Faria Maia está no Rotary Club de Abrantes • Momentos de oficialização das tomadas de posse •háJoana três anos
área da diabetes, quer com os rastreios e presta ajuda à Liga Contra o Cancro. A ideia é dar continuidade a estes projetos”, afirmou a nova presidente. “A minha ideia é trabalhar mais a área da cultura, porque acho que nos falta e es-
timular uma ligação com os jovens. Nós temos quase 40 no Interact e no Rotaract, e quero fazer mais coisas com eles, estabelecendo uma relação entre os mais velhos e os mais novos”, salientou. Para Joana Maia “o Rotary continua a ter um papel de-
terminante na ajuda que dá aos jovens estudantes, com os cursos de lideranças e com a atribuição das bolsas de estudo”, que no último ano foram quase 150. JMC
Constança Diogo tomou posse como presidente do Interact e Rafael Matos como presidente do Rotaract. Os jovens tem dois grandes objetivos: angariar fundos para instituições da comunidade e organizar atividades relacionadas com os assuntos que interessam aos jovens, nomeadamente o acesso ao ensino superior e a entrada no mercado de trabalho.
APOIO
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES
JULHO DE 2016 EDIÇÃO Nº 40 www.estajornal.com DIRETORA: HÁLIA COSTA SANTOS DIRETORA ADJUNTA: RAQUEL BOTELHO
Apoio domiciliário é o próximo objetivo do Grupo de Apoio da Liga Contra o Cancro F p. 7
Geochacing em Abrantes e no mundo, uma caça ao tesouro modernizada
Single ´Paraíso´ é já um sucesso na carreira de Humberto Felício
Feirantes dizem que não há fiscalização nem limpeza, Câmara contrapõe
Em todo o mundo existem mais de dois milhões de geocaches, estando cerca de 50 em Abrantes. São os ‘tesouros’ a descobrir num jogo dos tempos modernos, que implica seguir pistas. Com o apoio das novas tecnologias, descobrem-se as localidades e o que elas têm para oferecer e encontram-se surpresas. F p. 4
O músico experimentalista de Abrantes inicia uma nova etapa, com um projeto a solo e com a sua Filarmónica Elétrica Livre (FEL). Humberto Felício acaba de ver a sua nova música ‘Paraíso’ a integrar uma coletânea de novos talentos nacionais. O tema foi inspirado numa ida ao rio com a família e os amigos. F p. 3
Os comerciantes que vendem mercado semanal de Abrantes estão descontentes. Queixam-se da falta de fiscalização, que dizem penalizar quem cumpre. Criticam a falta de limpeza, porque dizem que afasta os clientes. A Câmara Municipal garante que há fiscalização e limpeza, F p. 6 lembrando que o espaço é provisório.
APOIO
JULHO 2016
02 Abrantes comemora Centenário com manifestações diversas
“Não me lembro de ver esta cidade tão cheia” FOTOGRAFIA CM ABRANTES
ADRIANA LOPES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
D
Abrantes, conhecida como a Cidade Florida, ganha este ano um novo nome: Cidade Centenária. Foi há 100 anos que Abrantes se elevou de vila a cidade. Durante este ano de 2016, Abrantes comemora de diferentes maneiras os seus 100 anos de vida enquanto cidade. Fernando Catroga, presidente da Comissão das Comemorações do Centenário, explica ao ESTAJornal que “o programa foi elaborado tendo em vista a conjuntura económica atual e o aproveitamento de algumas iniciativas culturais habitualmente calendarizadas na programação anual da Câmara Municipal”. Houve também a preocupação de “realçar os artífices da elevação da vila de Abrantes a cidade no seu contexto histórico, mas sem esquecer tanto o que se seguiu, como as perspetivas de futuro que, hoje, se colocam à comunidade abrantina e à região em que se integra”. Fernando Catroga salienta que ainda é cedo para fazer um balanço “pois o programa só agora chegou a um dos seus pontos altos”, com as festas da cidade. Num concerto de “David Antunes e The Midnight Band”, o artista felicitou a cidade, cantando: “Do Tejo que é o teu destino, um rio que aproveita à vida do abrantino. Mas se a grande tradição, por meu
L Escultura
de Charters de Almeida marca a elevação a cidade celebrando o Tempo amor te asseguro, outros 100 anos virão trazer glória ao teu futuro. No que sinto e no que vejo, sempre foste a mais bonita das joias do rio do Tejo”. No final da música, Maria do Céu Albuquerque, presidente da autarquia, que via o concerto da varanda do café “Chave D’Ouro”, sorriu e bateu uma enorme salva de palmas. Ao mesmo tempo, ouvia-se na outra ponta alguém dizer “que linda música”. O presidente da Comissão das Co-
memorações do Centenário explica ao ESTAJornal uma das iniciativas mais emblemáticas, o “Bebé do Centenário”, que abrange todas as crianças nascidas na Maternidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo em 2016: “Tendo por objetivo enaltecer o valor da vida e sensibilizar a comunidade para a importância social do défice demográfico que o país hoje sofre, a comissão decidiu oferecer a todos os bebés que vierem ao mundo durante o ano de 2016 uma
medalha em prata e uma pequena bolsa, feita de acordo com uma tradição regional, com retalhos.” Entre muitas outras iniciativas, este Centenário fica marcado pela inauguração de uma escultura de Charters de Almeida “sintomaticamente dedicada à celebração do Tempo”, conforme explica Fernando Catroga, acrescentando que se pretende “dialogar com o passado e com a valorização do seu legado patrimonial”.
ESTA JORNAL
Abrantes: melhor ou pior? Carlos Bernardo, que vive em Abrantes há 31 anos, afirma que “a cidade está melhor”, desde que se lembra. Entende que Abrantes tem acompanhado a evolução dos tempos “de uma maneira positiva”. Maria, residente abrantina há mais tempo do que Carlos, concorda: “A cidade evoluiu muito nestes anos, está muito bem assim.” No entanto, aponta a falta de pessoas no centro histórico como “o único problema”: “Há poucas pessoas e há pouco movimento em relação a uns anos atrás.” Fábio Cunha, de 24 anos, vive em Abrantes desde sempre. Na sua opinião, “a cidade perdeu vida nos últimos seis ou sete anos”. O jovem defende “que a cidade devia investir mais em segurança, em vez de monumentos e oliveiras”. Relativamente às comemorações do Centenário, Fábio afirma que “em termos de população, não me lembro de ver esta cidade tão cheia”. Elizabete Neves, residente em Abrantes há cerca de 15 anos, tem uma visão crítica da cidade: “Desde que vim viver para cá o que melhorou foi mesmo a criminalidade. Acho que piorou tudo. Nesta cidade há muito embelezamento das situações, dizem que há tudo e mais alguma, mas depois dificultam-nos a vida em tudo e mais alguma coisa.” No que toca às comemorações do Centenário, Elizabete reconhece que “não têm sido más”. No entanto, entende que a divulgação é feita “em cima da hora”. Maria do Céu Albuquerque, numa mensagem escrita na página oficial da autarquia, deixa um desejo: “Saibamos transportar a sabedoria conferida pela nossa marca centenária na projeção do futuro coletivo que todos ambicionamos.”J
Mais uma edição do Creative Camp em Abrantes
Um festival de artes que envolve toda a gente D
DINA ARSÉNIO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
Ao longo de uma semana, Abrantes transforma-se em arte e o colorido está presente por todo o lado. Entre 3 e 10 de julho, a cidade recebe a 5ª edição do 180 Creative Camp, uma iniciativa do Canal 180. Nuno Alves, diretor de programação do canal 180 e curador do 180 Creative Camp, explica que “o objetivo do evento é que todos os participantes aproveitem a semana para pensar, falar, criar, produzir, documentar, comunicar e celebrar”. Os abrantinos já se habituaram a que, por esta altura do ano, a sua cidade fique diferente. O curador revela que “a população tem vindo a descobrir o 180 Creative Camp e julgo que já espera com grande expetativa que chegue a nova edição”. E acrescenta: “Com o passar das edições vamos adaptando o programa do evento para envolver cada vez mais a população. Interagimos com as lojas do centro histórico, organizamos atividades lúdicas e de formação, temos animação noturna com palestras, sessões de cinema e pequenos concertos nas praças centrais da cidade de acesso livre e gratuito a toda a população.” Este responsável faz um balanço muito positivo das edições anteriores, evidenciando o impacto causado nalgumas comunidades com projetos específicos, como no bairro de Vale de Rãs ou as Férias Jovens. Luís Garção, responsável pela atividade “Stores Art Attack”, inserida no Creative Camp,
FOTOGRAFIA CAROLINA RAINHO
e ganhar o seu carinho. As lojas tornam-se parte do festival”. “É difícil escolher o artista que mais gostei porque à sua maneira foram todos tão cativantes, construíram todos projetos originais que davam vontade de querer saber mais sobre o trabalho do artista. Talvez a obra que mais me marcou no ano passado tenha sido a do workshop “Plastique Fantastique”, que criou uma forma de gelado em plástico. Tinha mais de 15 metros, era um gelado enorme, chegámos a dar concertos improvisados lá dentro”, revela Luís Garção. Carolina Rainho, na edição do ano passado, L “Plastique Fantastique”, uma instalação de plástico e fitaparticipou no workshop -cola, que foi “uma experiência única e desafiadora” “Plastique Fantastique”. refere que a atividade “teve o intuito de criaExplica que “o conceito do workshop era a tividade para dentro das lojas do comércio trade fazer uma instalação temporária através dicional de Abrantes, fazendo das mesmas um de plástico e fita-cola. Após um momento de ponto de interesse a visitar. Foi uma maneira “brainstorming” decidimos fazer com cone do Camp interagir com a comunidade local de gelado de morango”, acrescentado que foi
“uma experiência única e desafiadora”. “As minhas expetativas são muito altas, desde a primeira edição que o Creative Camp me tem inspirado e impressionado. A cada ano que passa fico cada vez mais ansiosa com os diferentes projetos a realizar”, afirma a participante. Luís Stoffel, licenciado pela ESTA em Vídeo e Cinema Documental, inscreveu-se em 2014 para participar no Creative Camp e depois passou a trabalhar na organização como voluntário. “Todos os workshops foram bastante produtivos e a relação de amizade que se criou com os participantes e equipa foi mesmo muito interessante.” “Ao início a população abrantina colocava perguntas deste género, sobre o Creative Camp: “O que é que estes malucos andam a fazer, a pintar paredes e a sujar a cidade?”. Agora já percebem que é importante para a cidade e que mexe com ela, quer a nível económico, quer por trazer gente jovem” – remata Luís Stoffel. Nuno Alves sublinha que “hoje Abrantes faz parte do leque de cidades mundiais consideradas “Cidades Criativas”. “Em 2015 este evento foi considerado pelo maior site do mundo sobre arquitetura, o ArchDaily, como um dos eventos «mais inspiradores do mundo em 2015”, na categoria de Comprometimento Urbano, o que nos deixa muito satisfeitos e que julgamos poder ser um motivo de orgulho para os abrantinos”. J
WWW.ESTAJORNAL.COM
03
Novo single ‘Paraíso’ integra o CD dos novos talentos da FNAC
Humberto Felício, o experimentalista
Humberto Felício, músico abrantino, acaba de lançar ‘Paraíso’, um single do seu novo trabalho. Reconhece que uma das suas mais-valias é viver em Abrantes, estar rodeado da natureza que o inspira e “gostar de conviver com as pessoas daqui”. Por isso se envolve em diversos projetos da cidade, sem deixar de sonhar e de trabalhar para um reconhecimento de escala maior.
RENATA CUNHA ESTADCOMUNICAÇÃO SOCIAL
D
O dia ia longo. A escuridão do céu e o brilho das estrelas queriam ocupar o lugar do sol. Foi no quiosque da República que me encontrei com Humberto Felício, mais conhecido como FEL, nome que dá ao seu novo projeto musical. A caminho do local de ensaio surgiram as primeiras explicações sobre a essência deste projeto “de um homem só, mas ainda por abandonar”. Todo este projeto mágico e com asas para voar surgiu quando a banda ‘The Kaviar’, da qual Humberto Felício fazia parte, chegou ao fim. “Infelizmente tivemos de acabar e eu ia acabando também. Foram dez anos a trabalhar para esta banda e vê-la chegar ao fim acabou com o meu mundo” - conta. Foi necessário algum tempo para se reencontrar e para voltar a acreditar em si, referindo que o apoio e a motivação dos amigos foram essenciais para que seguisse em frente e para que não desistisse. Meteu mãos à obra e montou um estúdio no sótão de sua casa, onde surgiu um dos seus primeiros trabalhos, ‘Experiências com Humanos’. O nome diz tudo. “Era isso que sentia que estava a fazer. Tinha necessidade de fazer experiências e de entender se as minhas canções tinham impacto nas pessoas.” Humberto Felício define-se como sendo um artista que acorda todos os dias com uma nova ideia para uma música ou para um novo projeto. Gosta de experimentar novas abordagens e sonoridades e foi assim que surgiu o seu primeiro single ‘Paraíso’. O reconhecimento acaba de surgir, tendo sido selecionado para fazer parte da coletânea Novos Talentos FNAC Música 2016, um CD duplo que inclui temas inéditos de projetos emergentes da cena musical portuguesa. “Lembro-me bem da tarde em que fiz o single” – recorda Humberto Felício. “No verão costumo ir ao rio com amigos e com a minha família e é do que fala esta canção. A letra foi feita exatamente no momento em que me inspirou e é disso que eu gosto, de escrita criativa.” Para Humberto, compor uma música é algo “instintivo e divertido”, que o acompanha nos melhores momentos e que também lhe dá alento nos seus “momentos de revolta e de melancolia”. É um experimentalista, que gosta de ir
FOTOGRAFIA RENATA CUNHA E VERA OLIVEIRA
L Ensaio da Filarmónica Elétrica Livre (FEL), sem formalismos próprios deste tipo de agrupamentos testando coisas diferentes. Não escreve as canções sem antes as cantar e tocar de várias formas, até alcançar o resultado que deseja. Humberto não é homem de um projeto só, tendo sido convidado pela Comissão organizadora da elevação de Abrantes a cidade a integrar um projeto alusivo ao Centenário. Assim nasceu a Academia de Músicos de Abrantes, que tem como objetivo “comemorar os 100 anos da cidade recordando o que de mais importante a nível musical aconteceu na nossa cidade”. Este projeto acaba por ser uma mais-valia também para as filarmónicas do concelho, pois, como explica Humberto Felício, é uma “master class, onde (os músicos) podem contactar com outros professores aos quais nunca iam ter acesso”. O músico voou do seu estúdio caseiro para um antigo armazém, na zona industrial de Montalvo, onde ensaia com a sua “big band”, a Filarmónica Elétrica Livre. “É óbvio que utilizei as iniciais de FEL para criar a Filarmónica. Queria passar a ideia de que existe mais vida para além
das filarmónicas” e que “não tem de haver aquela disciplina e formalidade”. E remata: “Daí a nossa ser livre”, Filarmónica Elétrica Livre. Ao chegarmos ao local do ensaio a música paira no ar e alegra quem lá se encontra. Apesar de ser um armazém velho e degradado, toda a música e movimento que lá existe dá cor e alegria a um lugar tão solitário. Aos poucos e poucos foram chegando os vários elementos que compõem a Filarmónica Elétrica Livre: Jorge Neves, José Tomás, Ana Bento, Pedro Sousa, Hugo Mendes, Anabela Carrazedo e Ana Margarida Costa. Apesar de serem todos diferentes, tinham uma coisa em comum: um grande talento, capaz de alegrar e encantar multidões. Para Humberto Felício, saber que as pessoas gostam do seu trabalho “significa tudo e é uma profunda alegria”. O músico reconhece que todos os comentários que recebe o ajudam a ter uma perceção de que as pessoas gostam do que vai fazendo. Segundo o artista FEL, a mais-valia para que ele se distinga dos outros
é viver em Abrantes, estar rodeado da natureza que o inspira e “gostar de conviver com as pessoas daqui”. Humberto Felício sentiu-se valorizado por ter o Carlão e o Regula a ouvir a sua música e a “dizerem que era muito boa”. Concertos que tocam as pessoas Todo este trabalho e preparação de FEL e da Filarmónica Elétrica Livre culminou num concerto no dia seguinte, na Feira do Tejo em Vila Nova da Barquinha. Cada letra era sentida e tocava aos corações das pessoas que estavam presentes, com os “longos cabelos no ar” sendo capaz de derreter até o coração mais frio e de nos fazer sentir mais feliz a cada batida. Em apenas uma semana a música ‘Paraíso’ já tinha atingido milhares de visualizações, não só em Portugal, mas também no Brasil, na Europa e no México, o que deixa “água na boca” a quem espera as próximas músicas. Humberto Felício garante que “cada canção tem o seu próprio universo onde vão aparecendo referências instrumentais, criando
assim uma paleta de cores que vai variando em cada música”. Este artista abrantino reconhece que para ser reconhecido e acarinhado nacionalmente é “necessário investir em promoção e, claro, ter um bom disco, pois é assim que funciona este mundo”, acrescentando que “uma carreira não se faz em dois ou três anos, porque é necessário deixar as coisas amadurecerem”. Humberto reforça que “as coisas demoram o seu tempo a acontecer, sendo necessário tempo para explorar várias coisas”. E conclui: “Se não tivesse tido tempo para me sentar, explorar e tocar com o Nathanael nada disto tinha acontecido.” Com muitas ambições e projetos, Humberto Felício espera que “daqui a um ano tenha o disco na estrada e muitas datas marcadas” para tocar com a sua Filarmónica”, sendo que “este single serve de semente para arranjar apoios para continuar a gravação do disco”. De repente, todas as músicas que tinha escrito e guardado no seu coração ganham vida, tocando no coração de quem as ouve, cantando em uníssono como se delas fossem parte.J
JULHO 2016
04 O jogo que permite conhecer as localidades através de pistas
Geocaching: um tesouro por descobrir D
FOTOGRAFIA VERA OLIVEIRA
MIGUEL LOPES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
Quem nunca gostou de jogar à Caça ao Tesouro? A alegria, o mistério e a aventura de procurar um tesouro enchiam os corações de quem ansiava por encontrar um baú cheio de ouro. Mas os tempos mudaram e aquilo que antes era conhecido por Caça ao Tesouro hoje é conhecido por Geocaching. Não deixa de ser uma caça ao tesouro, mas já contém regras diferentes. O Geocaching nasceu a 2 de maio de 2000 e pode ler-se no seu site oficial que é “uma caça ao tesouro dos tempos modernos jogado ao ar livre no mundo inteiro”. Consiste em seguir coordenadas que nos levam ao grande X que, neste caso, é o local (quase) exato onde se encontra a geocache, ou seja, o tesouro. Para isto resultar e para ter acesso às coordenadas, temos que criar conta no site do Geocaching, colocar as coordenadas que queremos num GPS ou na aplicação do Geocaching no smartphone e que comece a caça ao tesouro! Soraia Chambel, conhecida no mundo do Geocaching por SoraIvo, tem 23 anos e é a administradora do Geocaching em Abrantes. Admite ter descoberto este jogo através dos amigos que praticavam. “Fiz a minha primeira geocache sem saber bem o que era aquilo, até que comecei a entender, a gostar e já pratico há quatro anos.” O Geocaching pode levar-nos a locais incríveis e históricos que não conhecemos e que até ficam perto da nossa localidade. Funciona um pouco como turismo. O que mais cativa a administradora
L Em Abrantes
existem cerca de 50 geocaches para serem encontradas Soraia são os locais que o Geocaching permite conhecer. “Tenho a felicidade de conhecer quase Portugal de lés a lés graças a este jogo.” Existem três regras fundamentais para a prática do Geocaching. Visto que as geocaches podem conter brindes, se tirarmos algum temos que deixar algo em troca, para que a magia da caça ao tesouro e da partilha não fuja. Em cada geocache existe um logbook onde temos/devemos de escrever um pouco sobre a nossa aventura, tal como o nome de utilizador e a data em que a geocache foi encontrada. E, por último, registar a
APOIO
A ESTA agradece as empresas que colaboraram com a Prova de Produtos Regionais no âmbito do Encontro de Comunicação 2016
descoberta e a experiência no site oficial do jogo. Um dia de caça de geocaches Conhecidas as regras base do Geocaching nada como ir experimentar. “Existem mais de dois milhões de geocaches em todo o mundo”, segundo o site oficial. Já em Abrantes, Soraia Chambel admite existirem “40 a 50 geocaches”. O ambiente é de festa na cidade florida, visto que se festejam os 100 anos de Abrantes. Há pequenos estabelecimentos de comida, barraquinhas onde se vendem produtos de pequenos comerciantes e rulotes de farturas, algodão doce e
pipocas. As ruas da cidade centenária estão enfeitadas e cheias de alegria. Um dia ótimo para ir à caça de geocaches. Vasco Dias, mais conhecido por vdesign neste mundo das geocaches, tem 21 anos e é praticante de Geocaching há mais de um ano. Prepara-se para mais uma caça e partimos em busca de geocaches no município. Vasco afirma que o Geocaching é “uma espécie de caça ao tesouro do século XXI”. Depois de termos as coordenadas partimos então em direção ao Castelo de Abrantes, onde tivemos que subir a torre para encontrarmos a pista que nos levava à geocache final. Sim, porque existem vários tipos de geocache: a tradicional e simples, a multi-cache que tem as pistas que nos levam à geocache final e as geocache mistério que contêm vários puzzles ou mistérios para que possamos desvendar as coordenadas para a geocache final. Chegando ao topo da torre, é hora de procurar a pista: estava por baixo de uma plataforma de ferro no centro da torre. Vasco apontou as coordenadas e partiu em busca da geocache, que estava no jardim do castelo, no meio da “floresta”. A geocache estava entre algumas pedras e era uma pequena caixa de plástico com autocolantes do Geocaching. Assinou-se o logbook e partimos em busca de mais. Como estávamos na zona do castelo decidimos passar pelo Outeiro, pois Vasco sabia que lá também existia uma geocache. Procuraram-se as coordenadas e partimos em busca da geocache que estava numa parte do muro entre as várias pedras de xisto que a escondiam. Assinou-se o logbook e voltámos a colocar a geocache no mesmo sítio, como mandam as regras. Já estava na hora de jantar e na hora das festas começarem. Quem vive
ESTA JORNAL
em Abrantes sabe que não se pode perder nenhum dia das festas do concelho. Então, decidiu-se parar com a caça à geocache. Mas como esta caça é algo viciante, no caminho para casa parámos na Igreja de São João Batista. Vasco também sabia que lá existia a geocache final da multi-cache “Em Abrantes Eu Vi”. Esta multi-cache passa por vários pontos da cidade desde o parque de estacionamento por trás Bibilioteca António Botto, à própria Biblioteca, à Praça da República, à Praça Barão da Batalha, terminando na Igreja. Não podíamos ir para casa sem encontrar essa cache. Lá estava ela, nas “escadas que levam a lado nenhum”, como manda a dica da geocache. Assinou-se o logbook, colocou-se a geocache no seu esconderijo e abandonámos o local. Já se ouvia música: as festas estavam a começar. No Geocaching sentimo-nos como se fossemos caçadores de tesouros e ficamos sempre ansiosos com o que poderemos encontrar. Às vezes acontece que as geocaches desaparecem, o que deixa um sentimento de vazio a quem as procura. Como dizia o fundador dos Escuteiros, Robert Baden Powell, “há que deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrámos” e no Geocaching não se pode fugir à regra. Ao encontrarmos uma geocache, não podemos danificá-la e devemos colocá-la no sítio onde se encontrava, para não prejudicar os outros jogadores. Infelizmente, há pessoas que não percebem isso e que continuam por aí a roubar e a danificar geocaches, estragando assim a magia do Geocaching. Há geocaches em quase todo o nosso país, tal como as festas das terrinhas. Nada melhor do que ir a uma festa e enquanto se dança ao som da música tradicional (ou até mesmo pimba) partir em busca de geocaches. Assim, para além de ficarmos a conhecer a localidade da festa, ficamos a saber o que lá existe e quais os seus pontos principais. E aos poucos e poucos, geocache a geocache, conseguimos ficar a conhecer melhor o nosso pequeno grande Portugal e descobrir todos os tesouros que ele possui. Tal como nos outros países do mundo. É esse o objetivo do Geocaching. Mas melhor do que ler sobre o Geocaching, é mesmo praticá-lo. J
WWW.ESTAJORNAL.COM
05
Por iniciativa de dois jovens, surge em Abrantes um espaço para diferentes tipos de jogos
“Esta é a loja de todos os jogadores”
D
FOTOGRAFIA GONÇALO VENÂNCIO
L Entretenimento e campeonatos em tabuleiros ou no online
ALEXANDRA ARROJA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
Nasceu no passado dia 7, no centro histórico da cidade centenária, um espaço dedicado aos gamers. Pelas mãos de Gonçalo Venâncio e de Amaury Pereira, o novo espaço dá a conhecer vários jogos de cartas colecionáveis, miniaturas, jogos de tabuleiro e jogos online. “Decidimos abrir este espaço porque em Abrantes não há entretenimento, durantes os períodos livres, não há nada para fazer em concreto”, explica Gonçalo. O espaço, ainda em ajustes, conta já com duas salas divididas para os diferentes tipos de jogos. Uma primeira sala, logo à entrada, ampla e com várias mesas onde os jogadores se podem concentrar para jogar, casualmente ou em torneiros, jogos de cartas, de tabuleiro ou de miniaturas como, por exemplo, Magic ou Pokémon. Uma segunda sala, mais retacada ao fundo do espaço, conhecida como a Sala de Membros Premium, em que cada jogador pode levar o seu próprio computador para jogar jogos online, diariamente ou em torneios, como o League of Legends. APOIO
Todas as salas estão equipadas com várias mesas para que cada jogador tenha o seu próprio espaço e se sinta à vontade como se estivesse em sua casa. “Esta é uma loja abrantina de jogos que consiste em dois espaços diferenciados, o nosso jogo principal é o Magic e, também, o League of Legends”, conta Gonçalo. Amaury: “O nosso objetivo aqui é que as pessoas encontrem um sítio em que estejam à vontade para jogar o que quiserem, independentemente da idade ou do que seja.” No espaço é possível também adquirir material de jogos como cartas Magic ou material informático. Apesar de estar aberto há pouco tempo, os donos sentem-se confiantes. “O primeiro dia surpreendeu-nos muito. Estávamos à espera dos nossos amigos e de uma ou outra pessoa que viesse pela curiosidade mas, no entanto, apareceram umas 30 ou 40 pessoas. Para esta cidade é muito surpreendente. O primeiro dia deixou-nos espantados!” Os jovens proprietários da loja estão confiantes: “Isto é algo inovador, não é uma loja de um jogo em específico mas sim uma loja de jogadores dos mais variados tipos.
Traz um novo espaço jovem para o centro.” Apesar da adesão inicial, ainda muito está por decidir sobre a Game’s Nation. “A nossa expectativa inicial é poder dar aos clientes o espaço. Estamos em Abrantes e sabemos que não vamos sair daqui ricos, temos noção do que é esta cidade e, também, que as pessoas são um pouco reticentes aos novos projetos, ao início. Contudo, temos conseguido reunir vários tipos de jogadores que nem se conheciam. Acabaram por se encontrar aqui: na nossa loja”. E rematam: “Só queremos que isto funcione, basicamente! Podemos ter a maior boa vontade do mundo mas se ninguém aderir isto vai abaixo.” Este novo espaço interliga-se com o Espaço Jovem, também localizado no centro histórico da cidade. Eva Rodrigues, do Espaço Jovem, é uma das pessoas que acabou de tomar contacto com o novo espaço: “É uma iniciativa nova para mim, ainda não tinha conhecimento. No entanto, é muito interessante! É um espaço que pretendo conhecer e dar a divulgar.” Interessada no projeto admite que a loja possa vir a “ser um futuro parceiro do Espaço Jovem e até,
talvez, realizarmos algumas atividades em conjunto”. Eva Rodrigues sublinha que “todas estas iniciativas são ótimas porque trazem jovens, não só para o centro histórico, mas para Abrantes. Poderá ser um marco na cidade e nos centros históricos que estão tão apagados.” Pela cidade a Game’s Nation já ganha nome entre os jovens interessados no projeto. Luís Vaz, abrantino de 24 anos, pensa que “esta é uma iniciativa engraçada visto que nunca houve na cidade nada igual.” Como ex-jogador de Magic, agora, com este projeto, pensa que “talvez até volte a jogar, até gostava.” Tony Santos, 20 anos, aluno da ESTA e jogador de League of Legends, reconhece que se trata de “uma boa iniciativa visto que até já existe uma liga de League of Legends em Portugal que está a crescer bastante. É bom ter aberto cá em Abrantes visto que não havia nada parecido e até existem bastantes jogadores por cá.” Com esta nova dinâmica, o jovem diz que, se houvesse oportunidade, até se poderia inscrever em algum torneio para experimentar. Filipe Silva, 24 anos, de Alferra-
rede, encontrava-se no espaço a jogar Magic. Defende que “esta loja já devia ter aberto há muito tempo em Abrantes. Há imenso pessoal daqui que joga mas acabam por não se conhecer. Este espaço junta as pessoas e ajuda-nos a conviver, o que é sempre bom.” Quanto ao espaço físico, considera-o “espetacular, porque dá para estar pessoas a jogar e a realizar torneios ao mesmo tempo”. Sobre a possibilidade de participar num torneio, Filipe afirma: “Já há muito tempo que queria participar em torneios. Com uma loja como esta é sempre mais fácil, sempre existem mais pessoas a aderir. Com a possibilidade de existirem torneios profissionais, então era algo que eu adorava.” E muitas possibilidades estão em aberto: “Até, quem sabe, experimentar novos jogos, online ou algo do género.” Rodrigo Cardoso, 21 anos, estudante da ESTA, concorda que “esta era uma loja que fazia falta em Abrantes. Neste momento, não há nenhuma loja que tenha esta variedade de jogos para miúdos e graúdos. Acho que foi uma boa aposta”. E acrescenta: “Acho interessantes os torneios porque obrigam os jogadores a ‘saírem’ da sua zona de conforto.” Luís Prates, 24 anos, também estudante da ESTA, ainda não visitou o espaço mas já tem algum conhecimento sobre o projeto. “Acho que é uma boa ideia. É algo que nunca houve por cá e, se for bem aproveitado, pode ter muito sucesso.” Apesar de jogar League of Legends há quatro anos, não pensaria em competir num torneio. “Jogo mais casualmente e não por competição. Mas quero visitar o espaço, tenho curiosidade visto que é um conceito muito interessante e traz um novo nível de competição em questão de jogos no geral, não só League of Legends.” Daqui para a frente, a Game’s Nation pretender apostar em mais jogos variados, conforme os pedidos dos jogadores. Inicialmente realizam torneios fixos semanais, de Magic, à quarta e sexta-feira, que irão funcionar, maioritariamente, durante a tarde. Todos os prémios são produtos da loja, como por exemplo cartas novas de Magic para o vencedor. Aos fins de semana irão realizar, também, torneios de League of Legends. “Em princípio, ao sábado ou ao domingo. Depende de quantas equipas estejam inscritas”, explica um dos sócios. Gonçalo e Amaury acreditam que a loja não é só deles. “Esta é a loja de todos os jogadores de Abrantes. O nosso público-alvo, em concreto, são todas as pessoas entre os 15 e 45 anos, num raio de 100 quilómetros.” E finalizam: “Todo este espaço e o seu funcionamento vão depender da adesão do nosso público ao projeto.” J
JULHO 2016
06
ESTA JORNAL
Feirantes de Abrantes dizem que não têm condições, autarquia lembra que a localização é provisória FOTOGRAFIA PATRÍCIA BARAI
PATRÍCIA BARAI ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
D
Quando se fala em feiras retalhistas, a nossa imaginação é rapidamente puxada para um lugar cheio de movimentação, com pessoas por todos os lados, barulho e gritos constantes de feirantes a tentar atrair as pessoas para as suas bancas, convencendo-as dos preços mais favoráveis. Esta não é a realidade com que nos deparamos na feira retalhista de Abrantes. Lá, todas as segundas-feiras, o silêncio paira no ar. Maria Alice Sampaio, de 28 anos, já trabalha na feira desde pequena. Apesar do amor que sente pelo que é ser feirante, está desiludida: “Eu sou mesmo daqui, mas detesto fazer o mercado de Abrantes. Para mim é um dos piores mercados que posso fazer.” Diz que noutras localidades “só entra na feira quem tiver tudo em dia” enquanto “aqui entra tudo, não há controlo”. Contactada pelo ESTAJornal, a autarquia contrapõe e garante que “existe fiscalização, efetuada pelos fiscais municipais, dos pagamentos efetuados pelos feirantes, e referência dos feirantes não pagantes”. Carlos Sampaio, feirante de 62 anos, enquanto organiza o jogo de lençóis na sua banca, concorda com Maria Alice. “Se no sá-
L Carlos Sampaio,
vendedor de 62 anos: “Estamos aqui parados e não vendemos nada” bado formos ao Entroncamento, vemos lá centenas de pessoas de Abrantes, do Pego e do Rossio. A população de Abrantes não adere a esta feira por causa das condições que aqui temos. Por exemplo, aqui já não se apanha o lixo há duas ou três semanas. Ainda a semana passada era só caraças de cães por aí!” A esta crítica a autarquia assegura
que a limpeza do espaço e dos wc´s do recinto “é efetuada às terças-feiras, dia a seguir à realização do mercado”. O comerciante recorda os tempos que a feira de Abrantes “foi um grande mercado, era de manhã até à noite”. Agora as pessoas não aparecem. “Agora não se ganha para as despesas, antes ia-se ga-
nhando. Estamos aqui parados e não vendemos nada.” Paula Tomás, cliente regular da feira, explica que a falta de condições para quem quer comprar é um problema: “Isto está cheio de ferros que incomodam pessoas. Trabalho com idosos que muitas vezes querem vir à feira e não podem, principalmente os de cadeiras de
rodas. As barracas estão em cima umas das outras e muitas vezes há aqui acidentes. Já vi senhoras a tropeçarem nos ferros.” Maria da Glória Lopes, de 62 anos, acorda todas as segundas-feiras às quatro da manhã para que às cinco a sua banca esteja pronta. Partilha as queixas dos outros vendedores, mas, como tem esperança de que a feira se revitalize, lança um apelo: “Tem de se avisar a presidente, ou seja lá a quem for, para que arranjem um largo em condições para os feirantes, para aqueles que pagam. E pôr fiscais à entrada para proibir o acesso de quem não paga! Por que é que iniciaram as obras para o novo espaço da feira e pararam?” Em relação à localização da feira, a autarquia recorda que “o mercado semanal está a ser realizado num local provisório”, acrescentando que a intenção é que se desenvolva mais próximo do centro histórico. “Para isso, existem já obras a decorrer no Vale da Fontinha (que se situa na entrada do centro histórico, perto do antigo mercado diário), um local que está a ser preparado para ter todas as condições necessárias para que este evento ocorra com a dignidade que merece.” Paula Tomás frisa as vantagens das feiras: o convívio e os preços baixos. “Gosto da feira. Aqui posso comprar coisas baratas. A feira é uma coisa a que nós estamos habituados. É uma tradição. Não fazia sentido a feira deixar de existir.”J
Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes
“Os voluntários não substituem a família, mas têm sempre uma palavra de conversa e amigo para com o doente” RAQUEL TEIXEIRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
Nos corredores da entrada principal do Hospital de Abrantes, encontramos a banca da Liga dos Amigos e, ao lado, a direção. A instituição funciona desde 2002, sendo uma associação particular de solidariedade social que, para além de dar apoio moral aos doentes, promove o acolhimento e tratamento de doentes internados e em ambulatório. Neste momento, a Liga dos Amigos conta com 50 voluntários disponíveis para se deslocarem todos os dias ao Hospital de Abrantes e ajudar quem mais precisa, principalmente nas horas das refeições. “Existem doentes que estão impossibilitados de se alimentarem sozinhos e o pessoal auxiliar não é muito. Para além disso, aproveitam para conversar com os doentes que às vezes estão isolados. Muitos deles são de aldeias longínquas, os familiares só vêm ao fim de semana e não podem vir todos os dias. Os voluntários não substituem a família, mas têm sempre uma palavra de conversa e amigo para com o doente”, refere Luís Fernandes, presidente da associação. No entanto, ser voluntário não é fácil. É preciso ser formado, ser emocionalmente estável e ter idoneidade moral e humana reconhecida. Segundo o responsável, “os voluntários obedecem a um curso de formação e depois tem de ser acordado pela direção do voluntariado. Não pode ser voluntário quem quer, nem todos têm perfil”. Luís Fernandes afirma que “a Liga dos Ami-
gos tem o objetivo de dar uma continuidade de assistência a todos os doentes do hospital de Abrantes e proporcionar melhores condições de atendimento e comodidade, de modo a garantir a permanência das relações familiares e sociais. Colabora ativamente com os órgãos de gestão e nas orientações da política de saúde e participa na dinamização das atividades de apoio, iniciativas de carácter social, cultural e profissional baseadas no princípio da cooperação”. Porém, não são apenas dados apoios sociais e morais aos doentes internados. A instituição tem um papel fundamental no funcionamento do hospital, não só pelas atividades realizadas com os doentes, mas também na aquisição de material e requalificação interior e exterior do edifício, como na cobertura e pintura geral e na remodelação do refeitório principal. Quanto às atividades de ação social, José Bragança, secretário da Liga dos Amigos, revela que “já chegamos a pagar funerais a pessoas que não têm família. Resolvemos esses assuntos através dos serviços sociais do hospital”. Há casos que são marcantes como o de “uma senhora da Roménia internada com uma doença grave e em estado final, que tinha o sonho de voltar para a sua terra”. José Bragança recorda que “houve um movimento muito grande da população civil no sentido de arranjar uma verba para o transporte e a Liga também ajudou”. Os pedidos chegam constantemente à Liga
dos Amigos e tudo é feito para lhes dar resposta. “É para isso que cá estamos.” Todos os meses a Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes produz uma revista gratuita que se denomina “A Partilha”. Esta revista já tem cinco edições e contém várias histórias sobre o Hospital, voluntariado, as atividades realizadas pela associação, testemunhos de pessoas, receitas de culinária, editoriais e excertos sobre Deus. Tem como objetivo partilhar e divulgar mensagens de esperança, informar e, sobretudo, dar a conhecer aos seus leitores a Liga dos Amigos e os seus trabalhos. Luís Fernandes explica que “a Liga dos Amigos tem vencendo as dificuldades com uma certa dinâmica e perseverança, com uma atitude otimista”. A nível monetário, a associação conta com a ajuda do bazar, com a venda de revistas e jornais, que deu emprego a 10 voluntárias, com a concessão do bar do hospital de Abrantes e, ainda, mediante exposições aos conselhos de administração. Cada consumo que se faz no bar reverte para a associação, para que os apoios possam ser dados: “O bar é a nossa maior fonte de receita. Devemos isso e agradecemos aos funcionários que fazem consumo no bar.” A Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes pretende, no futuro, continuar a ajudar a resolver as necessidades dos seus doentes com tudo o que estiver ao seu alcance. J
WWW.ESTAJORNAL.COM
07
Grupo de Apoio de Abrantes da Liga Contra o Cancro
Próximo objetivo: apoio domiciliário FOTOGRAFIA CLÁUDIA FERREIRA
CLÁUDIA FERREIRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
D
Os doentes oncológicos abrantinos precisavam de apoio. Foi partindo desta ideia que, em 2011, com o movimento “Dia pela Vida”, foi criado o Grupo de Apoio de Abrantes (GAA) da Liga Contra o Cancro (LCC). Atualmente conta com diversos voluntários que, para além de prestarem apoio direto aos pacientes, têm como missão sensibilizar as pessoas e desmistificar esta doença. Matilde Sacavém, coordenadora do GAA, lembra que o grupo começou com consultas de psico-oncologia quinzenais, com o apoio de voluntárias, numa pequena sala, que nem casa de banho possuía. “Começámos a sentir a necessidade de crescer e, pouco a pouco, fomos dando alguns passos. Apercebemo-nos que tínhamos capacidade para responder, chegar mais longe e a mais pessoas.” As instalações eram mesmo a principal dificuldade. Nos finais de 2014 o enfermeiro Jorge Lains foi colaborar com o GAA, fazendo drenagens linfáticas. Mas “não era possível funcionar em plenitude pois não tínhamos espaço para realizar o procedimento”, admite Matilde Sacavém. Paula Vilaverde é responsável por outro movimento pertencente a este
L A porta nº
44-A, na Rua Luís de Camões, em Abrantes, está sempre aberta para acolher novas pessoas grupo, o “Vencer e Viver”, dirigido a pessoas com cancro da mama. Também neste caso as instalações eram o principal problema: “Não podia trabalhar em pleno naquele espaço, era preciso uma certa privacidade,
para a experimentação das próteses e sutiãs, e não era possível devido ao pequeno espaço.” Para solucionar o problema de falta de espaço, no dia 27 de fevereiro, deste ano, foram inauguradas novas
instalações no centro histórico de Abrantes, junto da nova Unidade de Saúde Familiar, instalações essas que foram cedidas pela autarquia. Este novo espaço conta com quatro salas, permitindo mais atividades. À segunda e quinta-feira de manhã decorre o projeto “Vencer e Viver”. Também à segunda à tarde existe o acolhimento e os tempos livres, onde se elaboram trabalhos manuais como o tricot. À terça, Jorge Lains realiza gratuitamente drenagem linfática às mulheres mastectomizadas e à quarta-feira os doentes contam com a terapeuta de reiki e com consultas de psico-oncologia que ocorrem quinzenalmente. De forma a abranger não só a população do Médio Tejo, mas também o mundo, foi criada recentemente uma página no Facebook. Matilde Sacavém conta que esta rede social tem sido sobretudo útil para os abrantinos que vivem fora do país, mas que têm aqui os pais, a serem acompanhados pelo grupo: “Comunicam connosco através da rede social para saberem como tem corrido a vida dos pais na nossa companhia.” Os que não navegam na internet ou não leem jornais também por lá passam também passam pelo GAA. Isabel Simão, responsável pelos apoios farmacêuticos e sociais, conta que “houve uma senhora que, não lendo jornais, passou por aqui. Veio passear ao centro da cidade, viu lá fora o placard e veio informar-se. Acabou por ficar aqui nos seus tempos livres.” A divulgação e a prevenção nunca são demais. Por isso, alguns voluntários dirigem-se a Juntas de Freguesias e a Centros de Saúde para distribuir cartazes, vão a escolas secundárias alertar os mais novos e a outros locais, como o quartel de Abrantes, apelar para que todos tenham uma vida mais saudável.
Apesar dos esforços que o grupo tem feito para ganhar notoriedade, Paula Vilaverde salienta que “ainda existem muitos profissionais de saúde em Abrantes que não sabem da nossa existência, ou que sabem e não encaminham as pessoas para o GAA”. Matilde Sacavém, Paula Vilaverde e Isabel Simão afirmam que “é importantíssimo chegar mais além no que toca ao assunto do cancro”. Estas responsáveis evidenciam campanhas que são feitas e também o papel das figuras públicas, como é o caso de Sofia Ribeiro, que dá a cara pelo cancro da mama, e a música Joni dos D.A.M.A, que fala sobre os cuidados a ter na exposição ao sol. Isabel Simão explica que “cada vez existem mais tratamentos, o que fez com que a taxa de doentes oncológicos diminuísse, também devido à maior prevenção e ao facto de as pessoas estarem mais atentas aos primeiros sinais de cancro”. No entanto, no caso concreto de Abrantes, ainda existem muitas pessoas com a doença que não conseguem dirigir-se ao GAA por incapacidade. Por isso, o grupo pensa em investir em apoio domiciliário. Para além da divulgação, a angariação de fundos é outro aspeto importante. Matilde Sacavém adianta que “o grande porte financeiro da LCC é o peditório anual nacional” e que o GAA conta “com o grande apoio da Cruz Vermelha de Abrantes”, para além de outras ajudas fundamentais, como o da Farmácia Silva. A porta nº 44-A, na Rua Luís de Camões, em Abrantes, está sempre aberta para acolher novas pessoas, sejam voluntários, doentes, familiares ou simples curiosos. “Nós não lucramos com nada, a única coisa que perdemos são oportunidades de ajudar, daí a porta estar sempre aberta”, conclui Isabel Simão.J
Cristiana Francisco, hoje com 18 anos, descobriu que tinha Leucemia há três anos
“Sorrir acalma a dor”
APOIO
SARA CARRÃO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
Cristiana Francisco, aluna da Escola Secundária Santa Marial do Olival, em Tomar, d descobriu em finais de janeiro que estava doente. Diagnóstico: leucemia. Foram umas simples nód doas negras, mas em sítios improváveis, e uma forte dor no baço que a levaram ao médico. FFoi no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, que Cristiana recebeu a notícia. A mãe estava irreconhecível. Q Quando a informaram sobre a doença que tinha, perguntou: “Leucemia é
cancro?”. Foi com a resposta a esta pergunta que se deu conta da realidade. A primeira reação foi “entrar em pânico”, começou a chorar e ligou ao pai “aos gritos”. A primeira preocupação foi a de imaginar o cabelo a cair. Cristiana foi transferida de imediato para o Instituto Português de Oncologia (IPO) onde iniciou os tratamentos. Andava sempre com um carrinho atrás que a ligava a uma máquina. “No corredor vê-se imensos miúdos a fazerem rally com os carrinhos.” Quando chegou a altura de rapar o cabelo, já não se sentia tão preocupada com esse aspeto. “Achei piada porque parecia uma de criança de três anos” – conta às gargalhadas. Apesar de, no seu caso específico, ter uma elevada percentagem de cura, os primeiros
tratamentos foram tão violentos que ficou em risco de vida. “Adormecia e acordava a levar quimioterapia.” Nesta altura, as pessoas que a rodeavam sentiram-se impotentes para a ajudar. Ana Alexandra, colega de turma, que recorda: “Foi um dos piores momentos, ela não fazia ideia. Tive que lhe esconder a situação e tentar mostrar que ia ficar tudo bem.” Leandro Francisco, primo de Cristiana, recusou-se a acreditar no que estava a acontecer, e lembra que recolher informação foi uma forma de não se sentir “inútil” e de se “abstrair da situação que se estava a passar”. A jovem passou um mau bocado nos cuidados intensivos: “Durante duas semanas não tive forças para me movimentar. Perdi o andar, usava fralda, algália e arrastadei-
ra. Fiquei tão debilitada que, quando a minha irmã me veio visitar, a minha mãe é que me levantou a mão para lhe dizer adeus”. Mas o pior de todos os momentos foi quando se afastou das pessoas porque não conseguia falar com ninguém. “O meu pai vinha de propósito todos os dias para ver-me e eu só lhe dizia «não fales para mim».” Este período também foi marcado por alguns sorrisos. Ana Alexandra recorda o momento em que ela e um grupo de amigos ofereceram gorros a Cristiana. Já Leandro Francisco relembra “aquele sorriso rasgado e um brilho nos olhos” quando a jovem viu o bolo de aniversário que o primo lhe levou. Cristiana explica que a médica do IPO nunca lhe escondeu nada. Dos tempos ali passa-
dos, relembra o dia em que fez uma birra porque queria comer um hambúrguer. Os enfermeiros fizeram-lhe ma vontade, mas depois só deu “três dentadas”. Apesar de ter sido um percurso muito complicado, Cristiana recuperou e conseguiu voltar para casa. Mesmo estando em fase de recuperação teve de continuar a fazer tratamentos. “Para mim sempre foi fácil ir para o IPO porque os meus pais disponibilizaram-se para me levar, mas sei que há muita gente que não tem essa sorte.” Cristiana tem agora 18 anos e conseguiu acabar os tratamentos. Sente-se bastante agradecida por estar “viva” e por se sentir “bem”. E deixa uma mensagem: “Sorrir acalma a dor e eu sei do que estou a falar”.J
08
Última
JULHO 2016
D
“Zumba não é só uma dança, é um modo de vida”
FOTOGRAFIA PEDRO FERREIRA
PEDRO FERREIRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
Em Abrantes existe um ginásio, com o nome de Lady’s First, que junta o exercício e boa disposição no mesmo plano. Este ginásio tem uma janela. Espreitando, veem-se as aulas onde predomina uma animação crescente. Lá dentro vive a Zumba. Considerada dança para uns e exercício fitness para outros, é um dos grandes movimentos existentes nos dias de hoje e que atrai milhares de pessoas. Duas senhoras passam pela vitrine, admiram o que está a acontecer e uma comenta: “Olha só para aquilo! Alguma vez eu ia aguentar uma aula destas!? Nem pensar!” Resposta da companheira de caminhada: “Oh mulher, tu estás mais que pronta para aguentar isto!” A Zumba começou como sendo uma dança latina, criada na Colômbia, nos anos 90. Mais tarde, teve a sua evolução, passando a ser uma ótima junção entre dança e exercício. Esta modalidade junta ritmos como salsa, samba, reggaetón e hip-hop, tornando-a ideal para queimar calorias e, ao mesmo tempo, entreter as pessoas. Renata Cunha, estudante da ESTA, pratica Zumba e garante que é uma forma divertida de fazer desporto. “É quase como fazer desporto de forma ‘camuflada’. É tão alegre e divertido que nem nos lembramos
L Os sorrisos são uma constante, antes e depois das aulas que estamos, de facto, a fazer exercício.” Mais do que dança ou exercício, é “uma forma de nos abstrairmos dos nossos problemas, porque enquanto estamos lá não pensamos neles”. Num dia em que o calor aperta, numa esplanada perto do ginásio,
Jiu-Jitsu, a arte marcial com suavidade e técnica LUIS CARLOS MARTINS ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
encontra-se um casal de jovens, ambos com sacos de treino e prontos para partir. Ricardo Tiba, estudante do ensino secundário, explica por que não pratica Zumba: “Não tenho jeito para a dança, seja qual ela qual for. Como faço ginásio diariamente, o cansaço
É fim de tarde em Abrantes e como todas as terças-feiras, é mais um dia de treino de Jiu-Jitsu. “Podiam ter vindo era num dia em que estivéssemos todos, porque infelizmente, hoje somos poucos”. Temos um campeão nacional presente e estamos na nova casa do Abrantes Fight Club. Enquanto os restantes alunos, em conjunto com o Mestre, fazem o aquecimento, Bruno Alves, do Abrantes Fight Club, conta como trouxe esta aventura do Jiu-Jitsu de Torres Novas para Abrantes. Trata-se do atual campeão de Jiu-Jitsu brasileiro em Portugal, na categoria de 76Kg, título alcançado em Lisboa no dia 16 de abril. “Já tivemos cerca de 30 atletas (em Abrantes), mas uns
e disponibilidade física não é a mesma.” Com um sorriso doce, Joana Henrique, também estudante do secundário, encara o seu namorado e abana a cabeça. Praticante deste exercício, a jovem refere que a modalidade “é muito positiva”.
vão, outros ficam e atualmente temos cerca de 15 atletas de forma regular”, adianta Bruno Alves. Ana Timóteo, de 25 anos, é uma das atletas do Abrantes Fight Club. Considera que não há diferenças significativas entre rapazes e raparigas no Jiu-Jitsu, apesar da questão da força. “É positivo para nós, porque tanto podemos treinar a parte técnica, como a parte de força. Para os rapazes, permite-lhes treinar mais a técnica, que está sempre incluída. Ao treinarem entre si, treinam tanto a técnica como a força”. A atleta considera que o Jiu-Jitsu ainda é um circuito um pouco fechado para raparigas, muito por causa de falta de divulgação
Apesar de ainda não ser considerada uma modalidade olímpica, Portugal mostra-se com talento. E a curto prazo podem existir lutadoras medalhadas? Ana Timóteo responde com as medalhas de “ouro, prata e bronze no torneio em Abu Dhabi”, recentemente conquistadas por Portugal. Em Portugal há alguns anos, Fábio Santos, brasileiro, é o Mestre do Abrantes Fight Club. Começou por ensinar Judo. Aproveitou para dar início ao Jiu-Jitsu, desenvolvendo-a em Portugal. “Há muita discussão entre Portugal e Inglaterra para saber quem é a grande potência da Europa.” Apesar de ser uma arte marcial de grande expressão no Brasil, as suas raízes são japonesas, onde ju significa
ESTA JORNAL
Ricardo arrisca dizer que a Zumba não é mais do que uma dança, “nada mais”, “uma forma de manter a mente ocupada”. A namorada observa-o com um olhar de reprovação, gerando um certo sentimento de ameaça. “É o que eu acho!” – respondeu o rapaz de forma instantânea, quase como se a vida dele dependesse disso. “Na minha opinião, a Zumba é muito mais que uma dança, é uma paixão. Quem pratica é porque quer e não porque é obrigado. Transmite-nos emoções positivas, e ajuda-nos a esquecer de certas coisas, tendo essas coisas impacto em nós negativo” – esclarece Joana, com um brilho nos olhos. De volta ao ginásio Lady’s First, mesmo sendo estritamente para mulheres, as alunas que aguardam a aula de Zumba não estranham a presença de um homem. Enquanto esperam pela instrutora, põem a conversa em dia, falando sobre o seu quotidiano. Olga Nunes, instrutora de Zumba há cerca de três anos e meio, mostra a sua paixão pela modalidade: “Zumba não é só uma dança, é um modo de vida.” O aquecimento começa com música latina, cheio de movimentos, palmas e sorrisos de uma boa disposição como se todos os problemas tivessem desaparecido. Durante os exercícios, Olga dá indicações enquanto grita e canta a letra das músicas, fazendo com que as alunas façam o mesmo para esquecerem tudo de mal e para se divertirem ao mesmo tempo. Os gritos dados durante a aula parecem gritos de guerra, enfrentando o cansaço de peito erguido e com uma enorme satisfação. Mesmo no meio de tanto cansaço, os sorrisos não desaparecem.J
“suavidade” e “jutsu” significa “arte” ou “técnica”. Mas Portugal é o único país no mundo em que o sistema fiscal reconhece os treinadores desta modalidade. O Jiu-Jitsu é a arte marcial mais antiga e completa de defesa pessoal e desafiante a nível físico e mental. Trata-se de uma arte marcial de corpo a corpo que tem como objetivo neutralizar o adversário levando-o a desistir por submissão à técnica do seu rival. Apesar de ser eficaz, o Jiu-Jitsu é visto como um desporto saudável, não propício a lesões ou traumatismos. Trata-se de um desporto onde a componente técnica e mental é mais importante que a componente física, que não deixa de ser importante. J
FICHA TÉCNICA | DIRETORA: Hália Costa Santos DIRETORA ADJUNTA: Raquel Botelho REDATORES: Adriana Lopes, Alexandra Arroja, Cláudia Ferreira, Dina Arsénio, Luís Carlos Martins, Miguel Lopes, Patrícia Barai, Pedro Ferreira, Raquel Teixeira, Renata Cunha, Sara Carrão, Vera Oliveira PROJETO GRÁFICO: José Gregório Luís PAGINAÇÃO: João Pereira TIRAGEM: 15000 exemplares APOIO
DESPORTO 21
JULHO 2016
Susana Estriga - atleta e treinadora tramagalense de eleição
de treino era perto do seu local de residência. Também jogou rugby e tudo começou nas aulas do Curso de Desporto e Educação Física mas terminou na primeira Selecção Nacional Feminina em 1995. Com a conclusão do curso superior, regressou à sua terra natal onde começou a leccionar na Escola que a viu nascer para o atletismo. Voltou a representar o clube da sua terra e iniciou a sua carreira de treinadora no mesmo. Enquanto atleta foi vice-campeã nacional em heptatlo, resultado
que despertou o interesse do Futebol Clube Porto (FCP) e levou logo na primeira época como portista a Campeã Nacional de Pentatlo, em pista coberta. A sua primeira e única internacionalização como sénior foi em 2002, quando obteve os mínimos exigidos para representar Portugal na Taça da Europa em Provas Combinadas que se realizou na Lituânia (kaunas), os 4855 pontos obtidos tornaram-na a nona melhor atleta portuguesa de sempre no Heptatlo. Foi atleta do FCP durante 8 épo-
cas onde conquistou vários pódios em provas combinadas, 100 metros barreiras, 400 metros barreiras e colectivamente em provas nacionais. Na época 2008 / 2009 foi para a Juventude Operária Monte Abraão, clube que representou por 7 épocas e onde conquistou igualmente vários pódios individuais e colectivamente como sénior. Como veterana bateu vários recordes nacionais na categoria women35 (W35) e women40 (W40) e conquistou vários títulos europeus e mundiais. Na presente época desportiva representa SCA, onde bateu o recorde regional absoluto de 400 metros em pista coberta da Associação Atletismo de Santarém e todos os recordes nacionais em pista coberta na categoria W40. Como treinadora e professora soube transmitir tudo aquilo que aprendeu, tirando do seu vocabulário a palavra desistir. A sua persistência, trabalho árduo que por vezes exige sofrimento, o acreditar mesmo em situações difíceis, a disciplina, a humildade, a paixão e o amor, conduzem inevitavelmente ao sucesso. Exemplo disso são os atletas que treinou e treina com resultados relevantes, Telma Elias campeã nacional em juvenis nos 100 metros barreiras, actualmente médica no Hospital de Abrantes e hoje com Mariana António aquela que soma mais títulos. Uma atleta, uma treinadora de eleição. Classe, raça e fibra são os atributos que fazem dela uma campeã. Carlos Serrano
Tiago Aperta, do Sport Lisboa e Benfica, sagrou-se no dia 25 de junho, Campeão de Portugal, ao alcançar a marca 61,98, na final masculina, no lançamento do Dardo (800 g). O atleta abrantino participou no Campeonato de Portugal e Campeonato Na-
cional de Sub-23, que decorreuna Maia.
Joana Marchão assina com o Sporting Clube de Portugal
DR
Susana Estriga, natural de Tramagal, iniciou a sua prática desportiva formal aos 10 anos, em representação da Escola Octávio Duarte Ferreira, no Desporto Escolar. É no corta-mato escolar que vence a sua primeira prova em que participa, quer na fase escolar quer no distrital, pois foi a partir desta que se deu o mote para uma carreira cheia de registos notáveis. A vitória no corta-mato levou -a a ingressar no Tramagal Sport União (TSU) por influência de duas colegas tendo como Jorge Pombinho o seu primeiro treinador. A passagem pelo TSU foi de curta duração porque no ano seguinte o Sporting Clube de Abrantes (SCA) convidou-a a ingressar no clube, um namoro que se prolongou até à sua entrada na faculdade (Universidade do Porto). Há histórias que ficam registadas na memória desta menina que aos 11 anos num corta-mato, onde as condições climatéricas eram adversas, a água e a lama era tanta, que perdeu uma sapatilha de bicos na fase final da prova, mas não parou cortou a meta e foi buscar a sapatilha. O seu percurso desportivo não se resume apenas ao atletismo, jogou futebol no Desporto Escolar e futebol de salão em torneios e durante 4 anos jogou andebol federada no Clube Desportivo “Os Patos”. A sua entrada na faculdade levou-a a ter que optar por uma única modalidade, face aos convites do Colégio de Gaia para jogar andebol e Boavista Futebol Clube atletismo. A sua escolha recaiu no atletismo porque o local
Tiago Aperta sagra-se Campeão de Portugal
•
Joana Marchão e Filipa Mandeiro são as novas contratações do Sporting Clube de Portugal
Joana Marchão assinou com o Sporting Clube de Portugal para a nova equipa de futebol feminino do clube.
Com um contrato válido por duas épocas a jovem abrantina irá continuar a usar o número 5.
Francisca Laia conquista Campeonato Universitário A abrantina Francisca Laia sagrou-se Campeã Mundial na categoria K1 200 metros e K2 500 metros, no Campeonato Mundial Universitário de Canoagem. Montemor-o-Velho recebeu no dia 10 de junho, o terceiro e último dia de competição do Campeonato Mundial. A jornada foi preenchida com a realização de 17 finais de velocidade que trouxeram duas medalhas
de ouro para Portugal, uma conseguida pelo kayak da dupla Francisca Laia e Maria Cabrita em 500 metros e a segunda nos 200 metros a solo da portuguesa olímpica. “Foi a prova das nossas vidas”, disse Francisca Laia. O próximo Campeo nato Mundial Universitário de Canoagem realizase em 2018, em Szeged, na Hungria. PUBLICIDADE
jornaldeabrantes
jornaldeabrantes
REGIÃO 23
JULHO 2016
Protejo vogou em Abrantes “contra a indiferença” Perto de 80 cidadãos portugueses e espanhóis participaram no “vogar contra a indiferença” no sábado, dia 2 de julho, entre Mouriscas e Abrantes, numa ação de mobilização dos cidadãos em defesa do Tejo e do património natural e cultural associado ao rio. A iniciativa foi da proTEJO – Movimento pelo Tejo, numa atividade que tinha como objetivo “consciencializar” as populações ribeirinhas para a conservação do rio, procurando realçar a “necessidade de uma regulamentação” da gestão de barragens e açudes que garanta um regime fluvial adequado à prática de atividades náuticas e à migração e reprodução das espécies piscícolas. Paulo Constantino, portavoz daquele movimento, defendeu a necessidade de “regras” que integrem “verdadeiros caudais ecológicos” e uma continuidade fluvial proporcionada por passagens para peixes eficazes e para embarcações de pequeno porte, relativamente a uma iniciativa que visava a “defesa e a valorização dos rios como património cultural e de identidade”, sendo a sua defesa “vital” para
as cidades e povoações situadas nas suas margens, que “tendem a perder a sua personalidade quando os rios se degradam ou são desvirtuados os seus leitos”, destacou. “Esta é uma manifestação de interesses pela boa saúde do rio e da sua fauna e flora”, afirmou Constantino, tendo acrescentado que a iniciativa é também “um alerta sob a forma de protesto contra a sobre exploração a que o Tejo
se encontra submetido em resultado do aumento dos transvases”. João Gouveia, empresário e proprietário do espaço de turismo ambiental e de natureza Colinas do Tejo, explicou os motivos que o levaram a associar-se ao “Vogar Contra a Indiferença”, tendo referido que “os recursos naturais são um património coletivo, não são propriedade privada de ninguém”.
“Esta iniciativa não é feita contra ninguém, a não ser contra a indiferença, perante aqueles que, ao constatarem a degradação dos nosso recursos naturais, em particular o Tejo, se esquecem que ele é fonte de riqueza”, destacou. O dirigente do proTEJO, Paulo Constantino, lembrou ainda que, em terras portuguesas, “o Tejo continua com os mesmos problemas que em Espanha, quanto aos cau-
dais insuficientes, a poluição e as barreiras à conetividade fluvial, provando-se que a defesa dos rios ibéricos ultrapassa as fronteiras administrativas e une os cidadãos”. A ação “Vogar Contra a Indiferença”, que assinalou no sábado a sua quinta edição, partiu do Cais das Colinas, em Mouriscas, freguesia ribeirinha do concelho de Abrantes, tendo contado com acampamento e descida em ca-
noa até ao Aquapolis, em Abrantes, “realçando a beleza do património natural e cultural associado a este troço do rio Tejo e que culminou num almoço convívio em Mouriscas”, ponto de partida da ação ambientalista. Nesta atividade, em que participaram mais de duas dezenas de espanhóis e que decorreu num percurso de cerca de 9 quilómetros, os participantes fizeram a travessia “por portagem” no travessão construído junto à Central Termoelétrica do Pego. “É um troço do percurso que teve de ser feito a pé, com as canoas a ombro, um problema para o qual pretendemos chamar a atenção para a necessidade da sua resolução”, disse Paulo Constantino, numa ação que contou ainda com a leitura da Carta Contra a Indiferença, na qual se evidencia a “necessidade de promover a navegabilidade do rio Tejo e defender um Tejo vivo com caudais suficientes e sem poluição, no âmbito de uma gestão sustentável da água na bacia hidrográfica do Tejo ibérico”. MRF
PUBLICIDADE
POLÍTICA
Na sua crónica semanal da Antena Livre, habitualmente às quartas-feiras, Armando Fernandes, adiantou que o cabeça de lista pelo PSD à Câmara Municipal é António Castelbranco , de 52 anos, natural de Abrantes. Armando Fernandes, cronista em vários órgãos de comunicação social e com ligações ao PSD, referiu na opinião da Antena Livre que “as autárquicas começam a sair do segredo e começam a vir para o palco e vamos verificar e assistir também a alguns atos hilariantes. Obviamente que em termos sociais ainda não se sabe, porque as
DR
PSD avança com António Castelbranco para autárquicas 2017
regras protocolares o impedem, mas a nível não oficial já se sabe que o arquiteto António Castelbranco será o candidato às autárquicas pelo PSD”, afirmou. A Antena Livre já tinha questionado Rui Santos, presidente da Comissão Polí-
tica Concelhia do PSD, sobre o nome que iria encabeçar a lista à Câmara Municipal, nas próximas autárquicas 2017. Questão que Rui Santos não respondeu, remetendo a divulgação oficial do nome para o próximo mês de setembro.
“No próximo mês de setembro serão anunciados o cabeça de lista à Câmara e à Assembleia Municipal e já alguns nomes às assembleias de freguesia”, onde o PSD vai apresentar “listas em todas as freguesias” e não irá “em coligação, serão somente do partido”, referiu o responsável. “Estamos a trabalhar internamente, iremos escolher os melhores, as figuras que politicamente e socialmente podem ter relevância para o concelho”, acrescentou Rui Santos. Armando Fernandes referiu a todo o auditório da Antena Livre o nome de António Castelbranco como candidato.
jornaldeabrantes
24 ABRANTES
JULHO 2016
Assembleia Municipal aprova venda do terreno das antigas piscinas de Abrantes
A alienação do terreno das antigas piscinas, por 5.856 mil euros, à empresa Staroteis, foi, no dia 17 de junho, aprovada por maioria na sessão da Assembleia Municipal de Abrantes. A sessão ordinária da Assembleia Municipal contou com a presença do responsável da Staroteis, José Santos, que respondeu às diversas questões colocadas pelos deputados das diferentes bancadas. José Santos explicou o percurso que o levou à apresentação da proposta por parte da Staroteis, nomeadamente os problemas que levaram à não construção do novo hotel no Barro Vermelho. Muitos atrasos burocráticos e o abandono de alguns parceiros foram referidos pelo novo proprietário do Hotel de Turismo de Abrantes. José Santos enumerou o conjunto de intervenções que já realizou no hotel e afirmou que “grande parte do trabalho já foi concretizado”, embora se trate de “um equipamento complexo”. “Já temos um quarto modelo e queremos pôr o hoPUBLICIDADE
jornaldeabrantes
tel com 4 estrelas a funcionar”, mas tudo depende “da velocidade das obras e de uma candidatura ao Portugal 2020”. Quanto ao terreno das antigas piscinas, José Santos referiu que poderá ser um espaço “de utilidades e de apoio” ou como uma nova “piscina (…) um espaço que irá dignificar o hotel, não tendo aquele aspeto de abandono”. “Uma unidade hoteleira digna, onde a cidade irá ganhar com certeza”, reforçou o promotor que ainda se referiu a uma possível ampliação futura da unidade: “Se verificarmos que Abrantes exige mais quartos, assim o faremos, tudo depende da dinâmica do concelho”. Margarida Togtema, da bancada do PSD, começou a sua intervenção manifestando a sua “preocupação” quanto à alienação do terreno à Staroteis e colocou um conjunto de questões ao promotor relacionadas com a antiga unidade hoteleira que estava prevista para Barro Vermelho: “porque se recusou a devolver o terreno do Barro Vermelho
à Câmara? ”, questionou. José Santos respondeu que não recusou a entrega dos terrenos do Bairro Vermelho por “vontade própria”. “Na altura ninguém se quis associar para construir o hotel no Barro Vermelho (…) apenas fiz referência ao dinheiro que já tinha investido ali (…) nunca me recusei a entregar o terreno”, salientou. Armindo Silveira, do BE, também questionou o promotor acerca da sua vontade em continuar com as negociações, caso a autarquia não vendesse o terreno das antigas piscinas. José Santos explicou que aquele espaço é necessário à concretização do projeto. Já o deputado João Paulo Rosado (PSD) colocou uma questão sobre os fundos comunitários e José Santos respondeu que “o andamento da obra será tão mais rápido” quanto a aprovação ou não da candidatura, mas “está salvaguardado”. No período da votação, Elisabete Pereira (PS) partilhou as memórias das piscinas antigas e referiu a aprovação por parte da bancada soci-
alista. Armindo Silveira indicou que os terrenos das antigas piscinas se situam num espaço privilegiado, sendo a sua venda por valor simbólico “ruinosa”. Margarida Togtema referiu que “vender ao desbarato o património municipal é a prova de que o executivo não respeita” esse património. “Estamos perante uma situação inaceitável”, reforçou. Fazendo referência ao valor da avaliação dos terrenos, em cerca de 720 mil euros, o deputado Luís Lourenço, da CDU, disse que “isto é uma oferta e não uma venda”. Por fim, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal, reforçou a importância do negócio e referiu que “todas as questões estão salvaguardas” em benefício do Município. A proposta foi assim aprovada por maioria, com 4 votos contra do PSD, 4 votos contra da CDU, 1 voto contra do BE, 3 abstenções do PSD e 1 abstenção do PS. Joana Margarida Carvalho
Câmara de Abrantes adquire Colégio de Fátima por 1,6 ME
Foi aprovada por maioria a minuta de compra e venda do Colégio Nossa Senhora de Fátima, no valor de 1,6ME, no passado dia 7 de junho. Um contrato que será celebrado entre a Câmara Municipal de Abrantes e a Província Portuguesa do Instituto das Irmãs de Santa Doroteia. A intenção da autarquia, futura proprietária do espaço, é construir naquele edifício o novo Centro Escolar de Abrantes. Elza Vitório, vereadora eleita pelo PSD, questionou a presidente sobre os custos da obra e dos acessos ao edifício, sobre as escolas que o novo centro escolar vai albergar, sobre o que vai acontecer aos edifícios que vão ficar vazios e ainda fez referência à diminuição do número de alunos. Com um custo total de obra de cerca de 2ME, financiado em 85%, cerca de 1,7 ME, pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDEER), o edifício será adaptado e requalificado para receber os 175 alunos provenientes da escola nº1 e nº2 de Abrantes. Numa primeira fase, “não está previsto que o acesso [ao centro escolar] seja todo feito, mas só uma parte. Em concreto, a subida da rua de Santana e a entrada por trás. No futuro, temos a intenção de fazer a ligação à rua 5 de Outubro”, explicou Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes. Referindo-se às escolas que ficarão vazias, sediadas nos Quinchosos e na rua
Catarina Eufémia, a presidente adiantou que estes edifícios “serão entregues às associações, até porque com as obras no Edifico Carneiro para instalar as obras de Charters de Almeida, vão fazer com que haja a necessidade de instalar o Orfeão, a Palha de Abrantes, a Delegação Local da Reinserção Social e o clube de cinema…é portanto nossa intenção dotar aquelas escolas de todas as condições para acolherem estas associações”. Quanto à diminuição do número de alunos, Maria do Céu Albuquerque adiantou que a autarquia tem em conta “os rácios e as projeções demográficas, até porque não sei se sabem mas para podermos ter o financiamento é obrigatório que a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares se pronuncie sobre isso e vai avaliar todos os dados”. Celeste Simão, vereadora com o pelouro da Educação na CM de Abrantes, acrescentou ainda que é intenção da autarquia instalar na nova escola o ensino préescolar, devido ao facto “da rede escolar estar praticamente lotada”. O Colégio Nossa Senhora de Fátima de Abrantes vai terminar a sua função de ensino privado este ano letivo. O Colégio foi fundado no dia 13 de outubro de 1940 e é orientado pela Congregação das Irmãs de Santa Doroteia. Durante décadas foi uma escola de referência pela qualidade do seu ensino. JMC
REPORTAGEM 25
JULHO 2016
Sport Abrantes e Benfica completou 100 anos A fundação e os primeiros anos Poucos dias antes de Abrantes ser elevada a cidade, um grupo de abrantinos decidiu criar o Sport Lisboa e Abrantes. Foram pioneiros do associativismo desportivo abrantino Francisco A. Neves, Manuel Luís Ribeiro, João Alves Matias Júnior, Raul Lemos e Manuel Campos Patronilho. O Jornal de Abrantes de 18 de junho de 1916 noticiava a formação do clube na local intitulada “Vida Sportiva”: “Autorizado pela direção do Sport Lisboa e Benfica, acaba de criar-se nesta cidade um grupo de foot-ball denominado Sport Lisboa e Abrantes e delegação do Sport Lisboa e Benfica”. Nascia a filial n.º 2 do clube lisboeta. O primeiro jogo de futebol do novo clube aconteceu a 23 de julho, na inauguração do Campo de Vale de Rou-
vários clubes especialmente vocacionados para a prática do futebol, que se vieram juntar ao pioneiro Sport Lisboa e Abrantes. A fundação da Associação de Futebol de Abrantes, em janeiro de 1924, que antecedeu a criação da Associação de Futebol de Santarém (19 de novembro desse ano), criou condições para que se desenhassem os primeiros campeonatos concelhios. O campeonato da Associação de Futebol de Abrantes (Taça Avelar Machado) surgiu em 1923/24, com um número de clubes participantes bastante reduzido, e teve como vencedor da 2.ª edição (1925) a equipa do Sport Lisboa e Abrantes.
Uma segunda vida
• Equipa final dos anos 40 no Barro Vermelho bam, frente ao União dos Caixeiros de Tomar, tendo o resultado ficado pelo 0-0. A primeira saída da formação do
Sport Abrantes e Benfica foi a deslocação a Torres Novas, a 1 de outubro de 1916, para jogar com o Sport Clube Tor-
rejano. Este jogo assume contornos que o tornam histórico, por ter proporcionado a primeira vitória à equipa abran-
tina, ainda que pela margem mínima (1-0). Ao longo dos anos 20, surgiram no concelho de Abrantes
Em 1946, realizou-se uma Assembleia Geral do Sport Lisboa e Abrantes que teve como objetivo primeiro a reorganização do clube, após
>>> PUBLICIDADE
jornaldeabrantes
26 REPORTAGEM
JULHO 2016
>>>
• Em 1948, o 32º aniversário um período de inatividade de aproximadamente 12 anos. Esta reorganização de meados dos anos 40 trouxe consigo uma nova alma, onde as funções diretivas passaram a ser assumidas por pessoas que o sentiam e que evidenciavam vontade de o colocar noutro patamar. Esta segunda vida do Sport Lisboa e Abrantes trouxe consigo a prática de um conjunto alargado de modalidades: bilhar, ciclismo, andebol,“volleyball”, ténis de mesa, atletismo, basquetebol, arco, futebol, xadrez e ginástica.
A cooperação e a tentativa de fusão Os clubes abrantinos, em particular os da cidade (Sport
Lisboa e Sporting) evidenciavam, em 1948, um entusiasmo que saltava à vista através da comunicação social local. Juntos, delegados de ambas as agremiações envidavam esforços para que se arranjasse e vedasse o Campo do Barro Vermelho. As competições que envolviam os clubes da cidade surgiam narradas na imprensa local como decorrendo com grande respeito e cordialidade. O mês de junho de 1948 ficou marcado pelas
festividades cofes memorativas do me 32.º 32 aniversário do Sport Lisboa e Abrantes, em que Ab participavam pa com frequênc cia c comitivas enviadas pelo e Sport Abrantes S e Benfica, que aqui a traziam algumas das suas g equipas de futebol ou atlefu tas de desportos individuais, que se exibiam para os abrantinos. Nesta altura notava-se uma aproximação entre vermelhos e verdes de Abrantes, a ponto de em 1951 ter havido uma comissão a propor a fusão dos clubes, que chegou a ser aceite pelos associados do Sporting, mas que a assembleia geral do Sport Lisboa acabou por rejeitar. Ao longo dos anos 50, o Sport Abrantes e Benfica, como entretanto passou a
• Primeira Equipa de Hóquei em patins nos claustros do Convento de São Domingos designar-se, viveu um período de enorme dinâmica, sob a presidência do Coronel António de Oliveira Mateus. Para além das várias modalidades, os associados passaram a ter a sede do clube como um espaço privilegiado de sociabilidade, com os bailes e outras festividades que aí decorriam.
Da reorganização de 70 à aposta no futebol de formação em 80 Com a ida do Coronel Oli-
PUBLICIDADE
C onstrução Civil e Obras Públicas, Lda. Construção
CONSTRUÇÕES RECONSTRUÇÕES - REMODELAÇÕES ORÇAMENTOS GRÁTIS Aceitamos permutas
Rua de Angola, nº 35 - 2205-674 Tramagal - Abrantes Tel. 241 890 330 - Fax: 241 890 333 - Tm: 91 499 27 19 geral@abrancop.pt - www.abrancop.pt
jornaldeabrantes
veira Mateus para a presidência da Câmara Municipal de Abrantes e o seu falecimento quase imediato, em 1961, o Sport Abrantes e Benfica caiu num período de marasmo, que só terminaria no final dos anos 60. Em 1967, Virgílio Rapazote assumiu um papel preponderante enquanto Presidente da Direção e, com David Grácio, Fernando Rodrigues, Orlando Nogueira, António Pedro, entre outros, voltaram a organizar equipas de futebol e fizeram regressar os equipamentos vermelhos e brancos ao Barro Vermelho. Em 1972, Américo Bica assumiu a presidência da direção e começaram a surgir resultados do empenho destes dirigentes, com a conquista do título de Campeões Distritais de Juvenis, na época 1972/73. Em 1974, Carlos Malcata tornou-se presidente e volvidos três anos, em 1977, Virgílio Rapazote reassumiu a liderança, enquanto presidente da direção, cargo em que se manteve até 1999, sendo determinante para a dinâmica atingida neste período. Depois de alguma dispersão por várias modalidades, em meados da década de 80 estabeleceu-se um protocolo com o Sporting Clube de Abrantes, que deixava para o Benfica o exclusivo do futebol na cidade. A época 1985/86 corresponde à grande transição de dinâmica operacio-
nal, na qual desempenhou também importante papel João Paulo Milheiriço. O Sport Abrantes e Benfica, para além da equipa de Seniores, apresentou uma equipa de Iniciados que, logo na época de estreia, conquistou o título de campeã distrital. Daqui em diante, sucederam-se os títulos de Infantis, Iniciados e Juvenis e a presença destes escalões da equipa encarnada nos campeonatos nacionais. Era o resultado de um trabalho continuado, realizado com qualidade, em que os atletas passaram a ser integrados no clube desde muito cedo, para fazer a sua formação. Ao longo dos anos, o clube tem sido reconhecido pelo papel fundamental desenvolvido em prol do desporto, em particular no que diz respeito ao futebol de formação. A 10 de junho de 2001, recebeu a Medalha de Mérito Desportivo, atribuída pelo Ministro da Juventude e Desporto. No centenário da cidade de Abrantes, companheira de um século de vida, o Benfica de Abrantes, como é conhecido localmente, foi um dos galardoados com a medalha do centenário. Para saber mais sobre este clube centenário, veja-se o livro Sport Lisboa e Abrantes / Sport Abrantes e Benfica: 100 anos, que foi publicado no âmbito do centenário do clube. Por José Martinho Gaspar
AGENDA NDA HO JULHO 6 2016
EVENTO
ȣ -8/ / CENTRO HISTÓRICO
180 Creative Cam p 2016 p Not thatt kind of camp
DESPORT ORT RTO RT R T
10. 10 0..JU 0 JJUL U .16 // 09:00 ALFERRAREDE VELHA
5º. Passeio Cicloturismo EXPOSIÇÃO
15ʘ30.JUL.16 BIBLIOTECA MUNICIPAL ANTÓNIO BOTTO
Abrantes, aqui e ali Piint P ntur ura e artes de d eco ora rati tiva vas EXPOS SIÇÃO Ç
ATÉ 2 26.AGO.16 48$5 57(/ ȣ *$/(5,$ 081,&,3$/ '( $5 57( '( $%5$17(6
Co oleção ç Fig gueiredo g Rib beiro
Arte e Contemporânea DESPO ORTO
16 E 1 17 DE JUL.16 // 10:00 $48$ $32/,6 0$5*(0 1257(
Ca ampeonato p Na acional de e Futebol de e Praia 1.ª Fa ase Zona Centro EXPOS SIÇÃO
08.JUL.ʘ26.AGO.16 %,%/,27(&$ 081,&,3$/ $17½1,2 %2772
MÚSICA
14.JUL.16 // 22:00 P. BARÃO DA BATALHA
Encontro de Coros
MÚSICA
21.JUL.16 // 22:00 P. BARÃO DA BATALHA
As bandas do Vieira Manuel João Vieira com as Bandas Filarmónicas de Abrantes
Vergílio g Ferreira: os caminhos da escrita
DESPORTO
16.JUL.16 // 15:30 AQUAPOLIS MARGEM NORTE
Taça ç de Portugal g de Triatlo DESPORTO
17.JUL.16 // 08:00 CIDADE DESPORTIVA DE ABRANTES
Conquista q dos Castelos Audace — BTT DESPORTO
30.JUL.16 // 10:00 ALBUFEIRA DE CASTELO DO BODE
Taça ç de Porrtugal PORterra Triatlo Cross
Exposição p ç comemorativa do Centenário do Nascimento de Vergílio Ferreira (1916—2016)
jornaldeabrantes
28 REGIÃO
JULHO 2016
VESTÍGIOS DO PASSADO
Estórias de um dinossauro vivo por ele próprio, Manuel Lopes de Sousa
A Casa Munique Poderemos dizer que mais uma vez, a rua Nossa Senhora da Conceição ficou mais pobre, desta vez foi o encerramento da “Munique” mais um estabelecimento que encerrou, a par de muitos outros que foram encerrando não só nesta rua, como um pouco por toda a cidade. Bastante conhecida “A Munique” era uma casa de referência, dedicada à comercialização de equipamentos desportivos e não só, que esteve aberta ao público nos últimos trinta e oito anos. O proprietário o Sr. Manuel Godinho, parecia ter o dom de saber a preferência das camadas jovens amantes do desporto, ali parecia haver sempre tudo aquilo que o cliente procurava. Mas quem é afinal este Senhor? No nosso meio mais conhecido pelo “Manel da Munique” natural da Aldeia de Joanes, concelho de Fundão, foi nesta ci-
Continuação da edição anterior
dade beirã que iniciou a sua vida profissional, como empregado comercial. O serviço militar como soldado paraquedista, talvez tenha sido a causa que o tenha trazido até à nossa região, após uma comissão em Moçambique. Estava-se no ano de 1970 e, o hoje tão usual “pronto a vestir” começara à pouco a aparecer nas nossas lojas. Na nossa cidade onde constituiu família este nosso amigo foi ainda empregado na Casa Bruno e, durante alguns anos foi “caixeiro viajante”representado várias casas entre elas a fábrica Santa Clara de Coimbra.
Porém no ano de1978 decidiu-se pela abertura da referida “Munique”, que nos últimos tempos, de um modo geral ao fim da tarde era quase um ponto de encontro e de convívio, para os muitos amigos que o “Manel” foi fazendo, ao longo da sua permanência nesta cidade de Abrantes. Enfim, esta Casa com grande pena nossa encerrou agora as suas portas, no entanto e, incluindo-me no grande número de amigos do “Manel” esperamos poder contar com ele entre nós durante muitos e bons anos. Manuel Batista Traquina
PUBLICIDADE
MATRÍCULAS ABERTAS *GRATUITAS PARA CRIANÇAS ATÉ AOS 10 ANOS *DESCONTOS *ATÉ 31 DE JULHO
INTENSIVOS DE VERÃO | ANUAIS | INDIVIDUAIS
REALIZAÇÃO DE EXAMES NAS NOSSAS INSTALAÇÕES
jornaldeabrantes
A passagem do Banco Mendes Godinho, de Tomar, para a posse do Banco Espírito Santo, a meu ver não foi pacífica, porque foram dadas as chaves do cofre, e não foi dado o código para a abertura do mesmo, com a desculpa de que se tinha extraviado. Fui contactado pelo gerente do [balcão] do Banco em Abrantes à altura, o Sr. Cunha, que me levou a Tomar para que eu o abrisse. No local, foi-me dada a chave para que procedesse ao trabalho. Estava presente um antigo empregado do Banco Mendes Godinho que, julgando que seria preciso forçar o cofre, e não se conformando com a atitude tomada pelos seus antigos colegas, telefonou para os escritórios da firma M. G., para um antigo companheiro, para ver se conseguia mais uma vez que lhe dissessem o código. Ao começar a conversa, verificou que eu já o tinha aberto, terminando-a logo desta maneira: - Eh, pá, obrigado pela atenção. Não te preocupes, já não é preciso, o cofre já está aberto. Cofres. Uma avaria rara, mas que acontece. Sucede o cliente telefonar-me e dizer “Tenho o cofre
avariado, a chave não abre, agradecia a sua presença”. Quando chego, de imediato verifico a avaria, limitando-me a limpar o furo da chave e entregar-lha para que abra o cofre. Sucede que, por ter andado nos bolsos do cliente, no furo da chave foram-se acumulando pequenos detritos, incluindo cotão do tecido dos bolsos, reduzindo o comprimento deste, passando a bater no tampo do macho da entrada da fechadura, não deixando o palhetão da chave entrar no campo onde pertence actuar. Esta avaria normalmente provoca um certo mal estar no cliente, por ser tão simples de resolver, e não ter sido capaz de o fazer. Por morte de um pároco de uma vila próxima, houve uma reunião dos seus familiares por causa dos seus bens. Chegados ao cofre, não havia a chave do segredo. Solicitado, quando cheguei junto dos familiares, procurei se estavam todos presentes, tendo-me sido dito que faltava uma senhora, mas que demorava pouco tempo, que podia começar o trabalho. A pessoa que assim falou disse que era empregado de um banco, que
já tinha tentado e que não conseguia, por isso era trabalho que ia demorar. Pois foram precisos quatro minutos e estava aberto, perante a estupefacção do gerente bancário, que lá se desculpou com a familiar. Fiquei com a impressão de que se entendiam bem, não houve problema. Uma família de uma aldeia próxima. Morre o chefe, mulher e filhos no velório, assuntos inadiáveis ligados a documentos que estavam no cofre impunham a minha presença, esta feita através de um familiar sub-chefe da polícia, sala onde estava o cofre, sala ao lado do corpo a ser velado e eu a abrir o cofre, que também foi rápido. Este é o caso mais macabro que tive. Quartel militar próximo, cofre com documentação de responsabilidade, segredo muito difícil. Podia ser rápida a abertura], mas tinha que se estragar. Para tal não acontecer, esta demorou 8 horas. Foi o [cofre] mais difícil que eu tive para abrir, pois além de não haver o segredo, tinha 3 chaves a conjugar com o referido. Não admira, pois, o esforço. Manuel Lopes de Sousa
(a continuar)
DIVULGAÇÃO 29
JULHO 2016
CRÓNICA DE SAÚDE ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO
O lado Negro…. do Sol!
A exposição solar intermitente, aguda e intempestiva, muitas vezes acompanhada de queimaduras solares ou “escaldões”, está associada ao aparecimento do melanoma - o cancro da pele mais perigoso e um dos mais agressivos do Homem. A exposição moderada à luz solar é benéfica e estimulante para o nosso organismo. É importante à saúde, no processo de fixação de vitamina D, essencial para o crescimento e desenvolvimento da estrutura óssea. A exposição brusca e intempestiva, é prejudicial à pele podendo originar insolações, envelhecimento prematuro e mesmo cancro. O cancro de pele, nomeadamente o melanoma, tem vindo a aumentar nos últimos anos. A exposição excessiva ao sol é considerada, em 90% dos casos, a causa mais frequente deste cancro. Pode afetar pessoas de qualquer idade, nomeadamente pessoas mais jovens. Pode surgir sobre pele aparentemente sã, em qualquer parte do corpo, ou sobre sinais pré-existentes. No homem a localização mais frequente do melanoma é nas costas. Na mulher além das costas, também é frequente nas pernas. Quando diagnosticado e tratado numa fase inicial, o cancro da pele tem elevadas taxas de cura. O autoexame da pele é essencial na prevenção e diagnóstico precoce do cancro da pele. Conheça o seu corpo utilize espelhos, tire fotos, … examine! Observe todo o corpo, de frente, de lado e atrás, incluindo a planta dos
pés. Dê especial atenção ao couro cabeludo, ao rosto, especialmente o nariz, lábios, boca e orelhas. Utilize a regra ABCDE, para ajudar a distinguir sinais banais do melanoma: • Assimetria: formato irregular • Bordas irregulares: limites externos irregulares • Coloração variada (diferentes tonalidades de cor) • Diâmetro: maior que 6 milímetros (o diâmetro de um lápis) • Evolução: alteração de forma, cor e tamanho Cuide da sua pele. Lembre-se que os bebés com menos de 6 meses não devem ser sujeitos a exposição solar. As crianças com menos de 3 anos devem evitar a exposição direta. As pessoas de pele branca e olhos claros têm um risco acrescido. Lembrese ainda que, o sol não existe só na praia, não existe nenhum protetor solar completamente eficaz. A medida de proteção mais importante é evitar a exposição solar nas horas de maior intensidade UV. Utilize a “regra da sombra”, é simples de usar e indica-nos que, é segura a exposição ao sol quando a nossa sombra é maior do que nós. Em Portugal, é geralmente entre as 11h e as 16h, no Verão. O diagnóstico precoce é fundamental. Consulte o seu médico de família que fará o encaminhamento para serviços especializados, se necessário, ou consulte diretamente um dermatologista. Paula Gil
Rádio Aurora...a outra voz... Domingos às 13h00 | 89.7 fm | www.antenalivre.pt “Há fórmulas tradicionais de fazer rádio e depois há a Rádio Aurora a Outra Voz.”...É exatamente assim que, aos domingos às 13h começa o programa de aproximadamente 30 minutos. Este espaço, emitido na Antena Livre é inteiramente produzido no Hospital Júlio de Matos em Lisboa. Um programa de rádio que dá voz a um grupo de pessoas com “cadastro psiquiátrico” que lutam contra o preconceito e têm intenção de mudar mentalidades. O responsável pela gravação do programa é o psicólogo clínico Nuno Faleiro da Silva. A ideia de criar o programa foi sua e de uma colega, a psicóloga Isabel Moura-Carvalho, há já alguns anos. Trabalhavam então no Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa, e estavam em Barcelona quando viram um documentário sobre um programa radiofónico semelhante. Resolveram então avançar com a ideia, e este programa
sobre os mais diversos e interessantes temas é emitido em diversas rádios regionais de todo o país: continente e ilhas. Uma iniciativa à qual a Antena Livre se associou há cerca de dois anos atrás. Desde a política, às artes ou à política, várias foram já as figuras públicas que passaram pelos estúdios de rádio do
Hospital Júlio de Matos, para responder às perguntas que lhes são colocadas. A Antena Livre vai muito em breve deslocar-se a Lisboa ao Hospital Júlio de Matos, onde vai usar os estúdios para a gravação de um “Disto & Daquilo” em que Luis Marques Barbosa entrevistará não só o responsável do programa,
o psicólogo Nuno Faleiro da Silva, bem como convidará os habituais entrevistadores a serem…entrevistados. A data de Emissão do programa será anunciada oportunamente, prevendo-se no entanto que seja na rentrée de setembro.
PUBLICIDADE
VENDE-SE
Exclusigratis
Andar de 111m2
Comércio de Peças Novas e Usadas
Com Sótão / arrecadação de 33m2
Rua da estação, nº 1 r/c, Alferrarede - Abrantes exclusigratispecas@gmail.com
Alferrarede (Tapadão) - Abrantes Rua Bartolomeu dias, 36 – 1 ºEsq. 1 quarto com casa de banho (suite)
PUBLICIDADE
+ 2 quartos + 1 casa de banho Cozinha, Sala de estar/jantar de grandes dimensões, com lareira Com pré-instalação de ar condicionado / vidros duplos
Comércio de artigos de cabeleireiro e estética
Arrecadação com instalação elétrica e janela para o exterior
Av. das Forças Armadas - Edifício. Sopadel, loja 10 ABRANTES . 241 371 386
abrantes@haircenter.pt
Contacto: 96 486 62 03 (o próprio)
Enfermeira, USP do Médio Tejo
jornaldeabrantes
30 CULTURA
JULHO 2016
Exposições na Biblioteca Municipal de Abrantes A Biblioteca Municipal António Botto, em Abrantes, inaugura este mês duas novas exposições. No âmbito das comemorações do centenário do escritor Vergílio Ferreira, o Município abrantino, com o apoio da Câmara Municipal de Gouveia, or-
ganiza a exposição “Vergílio Ferreira: Os caminhos da escrita”, de 8 de julho a 26 de agosto. Esta mostra inspirase no tempo de alguns dos mais relevantes romances do autor e encontra-se dividida em núcleos ou partes de um romance imaginário.
AGENDA DO MÊS Abrantes
A partir de 15 de julho, e até ao dia 30 do mesmo mês, estará patente na Biblioteca Municipal a exposição “Abrantes, aqui e ali”, com tra-
Até 31 de agosto – Exposição “Um século de atividades culturais em Abrantes” – Arquivo Municipal Eduardo Campos, de segunda a sexta, das 9h às 12h30m e das 14h às 17h30m Até 26 de agosto – Exposição de arte contemporânea Coleção Figueiredo Ribeiro – Quartel Galeria Municipal de Arte, de terça a sábado, das 10h às 12h30m e das 14h às 19h Até janeiro de 2017 – Exposição Antevisão VIII do MIAA “Da troca direta à moeda: uma história” - Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes – terça a domingo, das 09h30m às 12h30m e das 14h às18h 3 a 10 de julho – 180 Creative Camp sobre Creative Collaborations in Media Arts – centro histórico 8 de julho a 26 de agosto – Exposição comemorativa do centenário do nascimento de Vergílio Ferreira – Biblioteca Municipal António Botto 14 de julho – Espetáculo com o Coro Húngaro “Székely Mihály Korus”, de Jaszbeerény – Praça Barão da Batalha, 22h 14 de julho – Criativos à conversa com o escultor abrantino Santos Lopes – Biblioteca Municipal António Botto, às 21h 15 a 30 de julho – Exposição de pintura e artes decorativas “Abrantes, aqui e ali”, pelos alunos da UTIA – Biblioteca Municipal António Botto
balhos realizados pelos alunos da Universidade da Terceira Idade de Abrantes, nas aulas de Desenho e Pintura, Artes Decorativas e Tricotart.
Vila Nova da Barquinha recebe espetáculos do ZêzereArts O ZêzereArts 2016 – Festival Internacional de Música no Património vai acontecer nos meses de julho e agosto com mais de 15 espetáculos em vários monumentos da região. O evento, que vai na sua sexta edição e que tem apostado na ligação da música ao património, conta com dois espetáculos em Vila Nova da Barquinha. A 22 de julho, pelas 14h30,
Constância
Mateus, enquanto a 29 de julho, o Castelo de Almourol acolhe, às 21h30, um espetáculo de dança com música da Orquestra ZêzereArts, que interpretará as “Quatro Estações”, de Vivaldi, e “As Quatro Estações Porteñas”, de Astor Piazzola, com solistas da ‘masterclasse’ de cordas. As iniciativas têm entrada livre. haverá um recital com a Orquestra ZêzereArts e a pia-
3 de julho – Domingo na Praça – Revitalização do antigo mercado com venda de hortaliças, frutas e legumes – Praça Alexandre Herculano, a partir das 9h
Mação Até 3 de julho – 23ª Feira Mostra – Atividades desportivas e económicas, gastronomia, música, animação Até 31 de julho – Exposição de serigrafias e gravuras de arte contemporânea – Centro Cultural Elvino Pereira
Sardoal Até 28 de agosto – Exposição “Momentos”, fotografia de António Cotrim – Galeria do Centro Cultural Gil Vicente Até 28 de agosto – Exposição “Rasgos de Criatividade”, trabalhos realizados pelos alunos do Curso Técnico Superior Profissional em Produção Artística para a Conservação e Restauro – Cá da Terra 9 de julho – Cinema “Angry Birds: O Filme” – Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h30 16 de julho – Cinema “O Dia da Independência: Nova Ameaça” – Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h30
nista Taíssa Poliakova Cunha, no Centro Escolar Aires
Festival Materiais Diversos de 15 a 24 de setembro em Minde, Alcanena e Torres Novas
O Festival Materiais Diversos vai acontecer de 15 a 24 de setembro, em Minde, Alcanena e Torres Novas, no distrito de Santarém, com uma dezena de espetáculos, residências artísticas, escola de verão, aulas e encontros, com grande envolvimento da comunidade. O programa do Festival Internacional de Artes Performativas Materiais Diversos, apresentado hoje, no jardim da Casa-Museu da Aguarela Roque Gameiro, em Minde, abre no dia 15 de setembro, no cineteatro S. Pedro, em Alcanena, com “Bandorganismo – Dança para músicos”, resultante do trabalho desenvolvido pela coreógrafa Clara Andermatt e pelo compositor
jornaldeabrantes
João Lucas, com a centenária Sociedade Musical Mindense. Relacionado com a“natureza do trabalho” e o que “pode ser comum entre amador e profissional”, o tema do espetáculo servirá de mote para o debate que vai decorrer, ao longo de todo o dia 16, no Centro de Ciência Viva do Alviela, que se junta este ano às entidades parceiras e onde se encontram já artistas em residência. No mesmo dia, ao final da tarde, Flora Détraz estreia “Tutuguri”, uma “dança sonora” que “explora a dessincronização entre micro movimentos e sons”, fazendo “surgir personagens que podem criar todo um Universo”.
Filipa Francisco estreará o seu novo projeto “Espiões”, no dia 17, no Teatro Virgínia, também em Torres Novas, “sobre a comunidade da dança”, e o “património ímpar na memória muscular e afetiva dos coreógrafos e intérpretes”, envolvidos no projeto. No dia 22, Sarah Vanhee e Anabela Almeida irão aparecer, sem aviso prévio, em reuniões e assembleias, que decorram na região, para falarem “livremente sobre a condição do comum”, evitando a “linguagem impessoal” que marca o discurso da atualidade, experiências que partilharão em sessão pública, ao final da tarde, no Café-concerto do Teatro Virgínia.
Vila de Rei
No mesmo dia à noite, no Teatro Virgínia, Catarina Miranda apresenta o espetáculo de dança “Boca Muralha”, última peça de uma trilogia que aborda o exercício da violência e do poder, e que entra no território jurídico da lei e do castigo. O programa inclui uma peça de teatro, “Habras de ir a la guerra que empieza hoy”, de Pablo Fidalgo Lareo, dia 23 na Fábrica de Cultura de Minde, culminando com a estreia nacional do espetáculo de dança “La Esclava”, um trabalho sobre a identidade feminina das coreógrafas Ayelen Parolin e Lisi Estaràs. O festival volta este ano a promover uma “escola de verão” para a “comunidade artística emergente”, que será orientado por Marcelo Evelin, e que contará com a participação do grupo de investigação “Sintoma”, estando ainda agendadas aulas diárias, uma mesa redonda sobre artes ‘performativas’ e um encontro sobre “comunidades em devir”. Lusa
17 de julho – Passeio Pedestre pela Grande Rota do Zêzere (Alcamim - Trutas) – Concentração junto à Câmara Municipal, às 9h 30 de julho a 7 de agosto – XXVII Feira de Enchidos, Queijo e Mel – Parque de Feiras
Vila Nova da Barquinha Até 28 de agosto – Exposição “Sobre a natureza das coisas”, trabalhos dos alunos finalistas do curso de Artes Plásticas, Pintura e Intermédia da Escola Superior de Tecnologia de Tomar – Galeria do Parque e Galeria Santo António 2 e 3 de julho – 3.ª Festa do Peixe do Rio – Gastronomia e animação musical -Tancos 23 de julho – Recital com a Orquestra ZêzereArts e a pianista Taíssa Poliakova Cunha – Centro Escolar Aires Mateus, 14h30 29 de julho – Concerto com a Orquestra ZêzereArts, com solistas da ‘masterclasse’ de cordas – Castelo de Almourol, às 21h30
ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) L ADSE ADMG L ADM MEDIS L MINISTÉRIO DA JUSTIÇA L PSP L PT-ACS L SAMS MULTICARE L CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS L ALLIANZ L MEDICASSUR MEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK L CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE L BOSCH L SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS L PEGOP HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00) PONTOS DE RECOLHA Sardoal L Mouriscas L Vila do Rei L Vale das Mós Gavião Chamusca L Longomel L Carregueira Montalvo L Stª Margarida L Pego L Belver L
SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075
PUBLICIDADE 31
JULHO 2016
CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690
CONSULTAS POR MARCAÇÃO
CARTORIO NOTARIAL Joana de Faria Maia, Notária EXTRACTO Joana de Faria Maia, Notária deste concelho, com Cartório sito na Avenida 25 de Abril, 248, na cidade de Abrantes, CERTIFICA, narrativamente para efeitos de publicação, que, por escritura, lavrada no dia vinte e dois de Junho de dois mil e dezasseis, a folhas quinze, do Livro de escrituras diversas número Quarenta e Oito - G, José Manuel Ribeiro e mulher Maria Helena Gil Pereira Ribeiro, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele, de Angola, ela, da freguesia de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, concelho de Abrantes, onde são residentes na Rua da Igreja, 9, Casais de Revelhos, NIFs 140 124 136 e 140 124 292, declararam que, com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores, de um prédio rústico, composto por olival, figueiras, leito de curso de água, solo subjacente de cultura arvense com olival, e, cultura arvense de regadio, denominado “Horta da Ponte”, sito em Alferrarede, na dita freguesia de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, inscrito na matriz sob o artigo 80, secção D (teve origem no mesmo artigo e secção da extinta freguesia de Alferrarede, concelho de Abrantes), com o valor patrimonial IMT de 449,23€, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número 880, e aí registado pela apresentação nº 6, de 12/08/1992, em comum e sem determinação de parte ou direito, a favor de Adélia Maria Milheiriço Batista e marido Joaquim Maria dos Santos Batista, casados sob o regime da comunhão geral de bens; Clementina Marques Florinda, viúva; Idalina Maria Milheiriço Batista Mendonça e marido Mário José Ferromau Mendonça, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes em Chainça, Abrantes; e, de Maria Luísa Marçalo Milheiriço, viúva, todos residentes em Abrantes; O certo porém é que os justificantes não possuem título formal que legitime o seu domínio sobre o prédio, o qual veio à sua posse, já na constância do matrimónio, adquirindo a qualidade de bem comum, por compra e venda verbal aqueles titulares inscritos, em data que não podem precisar mas cerca do ano de mil novecentos e noventa e um; Não obstante isso, vem por eles a ser possuído há mais de vinte anos, dele retirando todas as suas utilidades, limpando-o, desbastando-o, apanhando a lenha, cultivando-o, e, pagando todos os impostos com ânimo de quem exerce direito próprio, fazendo-o de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse essa que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública; e que, dadas as enunciadas características de tal posse, adquiriram o citado prédio por .usucapião, titulo este que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. Está conforme o original. Abrantes, vinte e dois de Junho de dois mil e dezasseis. A Notária, Joana de Faria Maia,
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL SANDRA BÚLHÃO EXTRACTO
16
António Lopes Aparício 19/11/1931 - 29/06/2016
AGRADECIMENTO
Seus filhos agradecem a todos aqueles que manifestaram pesar pelo seu falecimento. Também um agradecimento especial a todo o pessoal hospitalar do CHMT pelos cuidados prestados.
16
Atílio Diogo Entrevinhas, 04/01/1932 Abrantes, 06/05/2016
AGRADECIMENTO Na impossibilidade de o fazer pessoal e individualmente, sua esposa, irmã, filho, nora e netos agradecem do fundo do coração a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à última morada, e os apoiaram na hora dolorosa de suas vidas.
Eu, SANDRA MORAIS TELES BOLHÃO, Notária com Cartório em Setúbal, na Avenida Bento Gonçalves, número 20-C, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por Escritura de Justificação lavrada neste Cartório no dia vinte de Junho de dois mil e dezasseis, a folhas quarenta e uma e seguintes do Livro Trinta - A, CREMILDE DA CONCEIÇÃO, solteira, maior, natural da freguesia de Abrantes (São Vicente) concelho de Abrantes, residente na Travessa Forno do Vidro, Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes DECLAROU, que com exclusão de outrem, é dona e legítima possuidora de um PRÉDIO URBANO, composto por casa térrea de habitação com sótão, com a área total de trezentos e sessenta e nove metros quadrados e área coberta de noventa e nove metros quadrados, a confrontar a norte com Augusto Soares, a sul com Sebastião Caldelas, a nascente com Travessa do Forno de Vidro e a poente com Rua do Abelha, síto em Rossio ao Sul do Tejo, Travessa do Forno de Vidro, freguesia de Rossio ao Sul do Tejo, concelho de Abrantes, inscrito na matriz predial urbana da União das freguesias de São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo, sob o artigo 123 (anteriormente artigo 131, da freguesia de Rossio ao Sul do Tejo (extinta). Que, o indicado prédio urbano foi adquirido em mil novecentos e cinquenta e seis por Cremilde da Conceição, e pelo seu irmão, Fernando dos Santos, após compra verbal a Eduardo Batista Pombeiro. Que, a vinte e três de Abril de mil novecentos e sessenta e dois faleceu Fernando dos Santos, sem descendentes, tendo-lhe sucedido como única herdeira, sua mãe, Joaquina da Conceição. Que, no decurso desse mesmo ano, Joaquina da Conceição doou verbalmente metade do mencionado prédio urbano do qual era dona e legitima possuidora, por sucessão na posse, a sua filha Cremilde da Conceição para que esta ficasse como única titular do prédio ora justificado. Que atendendo a que a duração da sua posse, há mais de vinte anos, se tem mantido continuamente e de forma ininterrupta, CREMILDE DA CONCEIÇÃO já adquiriu o referido prédio, por USUCAPIÃO, invocando, por isso, esta forma originária de aquisição, para todos os efeitos legais. ESTÁ CON FORME. Setúbal, aos vinte de Junho de dois mil e dezasseis. A Notária
ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra
NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres
ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta
OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel
CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho
ORTOPEDIA Dr. Matos Melo
CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio; Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira REUMATOLOGIA Dr. Jorge Garcia
OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro
NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes
SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João
NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme
TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins
CONSERVATÓRIA DOS REGISTOS CIVIL, PREDIAL, COMERCIAL E CARTÓRIO NOTARIAL DE MAÇÃO A cargo de: Conservador/ Notário FRANCISCO JOSÉ PAULA DOS SANTOS PIÇARRA Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada neste Cartório, em vinte e três de junho de dois mil e dezasseis, exarada a folhas noventa e cinco e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número cento e três - E, que: JOSÉ MÁRIO DE MATOS SILVA e mulher MARIA DE LURDES CARDIGA DA SILVA, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho de Mação, ela da freguesia e concelho de Vila de Rei, residentes na Rua da República, nº 2, Mação, freguesia de Mação Penhascoso e Aboboreira, concelho de Mação. declararam que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do seguinte imóvel: PRÉDIO RÚSTICO, sito no lugar de Vale Longo, freguesia e concelho de Sardoal, composto por pinhal e cultura arvense, com a área de treze mil cento e quarenta metros quadrados, a confrontar do norte e .nascente com José Salgueiro, do sul com Francelina de Jesus, do poente com herdeiros de Joaquim Codea, matricialmente inscrito em nome do justificante marido sob o artigo 10 da secção G, freguesia de Sardoal, omisso na Conservatória do Registo do Registo Predial de Sardoal. Que não têm qualquer título formal de onde resulte pertencer-lhes o direito de propriedade sob o prédio, mas iniciaram a posse por volta de mil novecentos e oitenta e cinco, ano em que o adquiriram por partilha meramente verbal, feita por óbito dos pais da justificante mulher, Manuel António e mulher Maria Antónia, que foram casados sob o regime da comunhão geral e residentes no lugar de Venda Nova, freguesia e concelho de Sardoal. Que não têm conhecimento do anterior artigo não cadastral, devido ao negócio ter sido realizado há muitos anos e não terem prova documental que lhes permita indicar o artigo no qual o ora justificado teve origem, sendo certo que o Serviço de Finanças de Sardoal não estabelece a correspondência entre o atual e o anterior artigo não cadastral. Que desde essa data sempre têm usado e fruído o prédio, nomeadamente, cultivando-o, limpando-o, colhendo os respetivos frutos , pagando as respetivas contribuições e impostos e fazendo essa exploração com a consciência de serem seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição desde a referida data portanto à mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica e contínua, pelo que adquiriram o seu direito de propriedade sob o mencionado prédio por USUCAPIÃO, o que invocam para efeito s de primeira inscrição no Registo Predial. Está conforme ao original, na parte transcrita. Mação, 23 de junho de 2016 A Ajudante, Ana Bela Eusébio de matos Bento
FUNERAL A CARGO DE AGÊNCIA FUNERÁRIA PAULINO – 241 362 737
jornaldeabrantes
jornaldeabrantes