Em Sardoal vive-se a festa de 22 a 25 de setembro
GR
SETEMBRO 2016 · Diretora JOANA MARGARIDA CARVALHO · MENSAL · Nº 5547 · ANO 116 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Pág 15 a 18
AT U
de
jornal abrantes
IT
O
Abrantes · Constância · Mação · Sardoal · Vila Nova da Barquinha · Vila de Rei
Viveu-se o “Inferno” em Abrantes e Sardoal
Os dias 23 e 24 de agosto de 2016 voltaram a trazer o flagelo dos incêndios. Fomos ao local da tragédia, em São Simão, no concelho de Sardoal. Pág 4 PUBLICIDADE
REPORTAGEM
SOCIEDADE
Liceu vai comemorar Cinquentenário
Maria Lucília Moita – “Uma vida como dom”
No próximo ano, a Escola Dr. Manuel Fernandes de Abrantes celebra 50 anos. O JA principia as celebrações, fazendo um olhar na sua história. Pág 8
5 anos após a morte de Maria Lucília Moita relembramos a vida e obra da pintora e escritora. Pág 23
MÓVEIS
MOVÍRIS Móveis . Colchões . Sofás VÁRIAS PROMOÇÕES E BONS PREÇOS
241 377 494
.
ALFERRAREDE
Ao lado da SAPEC, em frente às bombas combustíveis BP
2 ABERTURA
SETEMBRO 2016
FOTO DO MÊS
EDITORIAL
de
jornal abrantes FICHA TÉCNICA
Diretora Joana Margarida Carvalho (CP.9319) Joana Margarida Carvalho
joana.carvalho@lenacomunicacao.pt
Diretora Colaboradores
Do Inferno ao Céu
Alves Jana, Carlos Serrano e Paulo Delgado
Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 Cristina Azevedo cristina.f.azevedo@antenalivre.pt
Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho 244 819 950 info@lenacomunicacao.pt
Alves Jana
miguel.angelo@lenacomunicacao.pt
Perguntar não ofende: quantas atividades já se realizaram neste anfiteatro do Aquapolis desde a inauguração? Curiosidade: nem sequer tem um ponto de ligação à eletricidade.
INQUÉRITO
11 anos depois os incêndios voltaram assolar o nosso território, o que pensa sobre a situação?
Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA
Impressão Unipress Centro Gráfico, Lda.
Design gráfico António Vieira Contactos Tel: 241 360 170 / Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt
Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda. Capital Social: 50.000 euros Nº Contribuinte: 505 500 094 Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes
Mário Pissarra
Miguel Moreira
Maria João
Abrantes
Alferrarede
Abrantes
O problema dos incêndios é cíclico. Portugal como país mediterrânico, com a estrutura de propriedade que tem, terá este flagelo sempre como ameaça constante. Todos os verões basta as condições climatéricas reunirem-se que há a ocorrência destes problemas.
Os proprietários, sozinhos, não têm capacidade para ordenar a floresta. Se não for o Estado a implementar algumas mediadas e avançar com algum rendimento à cabeça para os proprietários será muito difícil. Daqui por uns anos, tudo se irá repetir.
Sardoal é sempre um mártir, como também a zona norte do concelho de Abrantes. Quanto à encosta do castelo que ardeu, penso que será falta de organização e de investimento. Era bom olharem atentamente para esta questão. Se isto se repete constantemente é porque algo não está a ser feito.
PRATO PREFERIDO Lombo assado no espeto UM RECANTO PARA DESCOBRIR Há inúmeros recantos em Vila de Rei! E todos eles com diferentes significados. Sugiro o acordar em Fernandaires. UM DISCO Um que marcou a adolescencia. “Silence Becomes It” dos Silence 4 UM FILME BraveHeart. Um mais recente, 13 horas: Os soldados secretos de Benghazi UMA VIAGEM Uma por fazer. Vila de Rei – Valência de Renault 4L UMA FIGURA DA HISTÓRIA Chris Gardner, cuja vida está retratada em livro e em filme (Em busca
da Felicidade), pela sua capacidade de nunca deixar de lutar por si, e pelo seu filho. UM MOMENTO MARCANTE Têm de ser dois. O nascimento dos meus dois filhos. UM PROVÉRBIO Prefiro uma frase: “Todos os deuses, todos os céus, todos os infernos, estão dentro de ti.” – Joseph Campbell UM SONHO Ser útil, cada dia, até ao último. UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Um dia nos prazeres de Vila de Rei. Degustando e desfrutando dos enormes motivos que este Concelho tem, para cada um de nós, se apaixonar por este território
SUGESTÕES Detentores do capital social Lena Comunicação SGPS, S.A. 80% Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. 20%
Gerência Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis
Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617
jornaldeabrantes
Paulo César Laranjeira Luís IDADE 35 NATURALIDADE /RESIDÊNCIA Vila de Rei PROFISSÃO Vice-Presidente do Município Vila de Rei UMA POVOAÇÃO 94 povoações. Todas as do Concelho de Vila de Rei
Finalizamos a época mais estival. Chega o momento de arregaçar as mangas e voltar à rotina do diaadia. Este mês de setembro representa para muitos isso mesmo, um regressar ao trabalho, à escola, a outras frentes, numa despedida a um verão que teima em não ir embora, em temperatura e em pensamento… Nesta edição, damos conta do que marcou a região durante este mês. Ao fim de onze anos, viveu-se o “inferno” em Abrantes e Sardoal. Não será fácil apagar da memória de muitos o dia 23 de agosto de 2016. Para além dos cerca de 2 mil hectares de floresta, arderam parcialmente duas habitações e uma terceira foi mesmo consumida pelas chamas. Voltamos sempre ao mesmo, se em julho escrevia que era necessária uma discussão alargada em torno do assunto e medidas efetivas no terreno, hoje o rasto de destruição, de imagens desesperadas e fúnebres, dá que pensar que já é tarde outra vez… Ficamos sempre com o sentimento que há algo que se pode fazer, que ainda não foi feito, mas ao que parece tarda em surgir. E apesar de existirem vozes “persistentes”que afirmam e reafirmam que “o aconteceu não pode acontecer ou cair no esquecimento”, não soam soluções ou medidas efetivas para uma floresta pouco ordenada e pouco trabalhada. Será que não as queremos mesmo? Depois do “inferno” que se viveu, chega o tempo de voltar um pouco ao “céu” e fazer um olhar sobre aqueles espaços que começam a ganhar escala e notoriedade devido às novas ofertas que surgem para a região. Os Cable Parks, instalados no Médio Tejo, são bons exemplos. Também, os espaços balneares. O verão termina em festa. Sardoal renasce das cinzas e recebe os seus tradicionais festejos para “tentar” pelo menos fazer esquecer o que se vivenciou naquele início de noite do dia 23. Uma festa que finaliza um ciclo e que abre a porta a mais um ano árduo de trabalho
ENTREVISTA 3
SETEMBRO 2016
TI ABÍLIO - ÁGUA DAS CASAS
“Eu não era nenhum herói, só aguentava em ir sempre à frente” ALVES JANA
Abílio Dias Alves tem 85 anos. Nasceu em Água das Casas, Fontes (Abrantes) em 1931, aprendeu o ofício de pedreiro e rumou para Lisboa. Ali concorreu à Carris, onde foi motorista durante 32 anos. “Mas nunca fui namorado de Lisboa.” Reformou-se em 1988 e fixou-se na sua terra, pela qual sempre havia lutado. Há uma enorme lista de “melhoramentos” (ver lista anexa) que conseguiu com a sua liderança. Insiste, “não fui eu, fomos nós”, mas diz que esteve sempre “na linha da frente”. Hoje, deu lugar aos mais novos, já só “ajuda”. Tem pertencido à Assembleia de Freguesia e já foi dois mandatos Secretário da Junta das Fontes. Vivia em Lisboa. Porque se meteu a fazer estas coisas? Para ver a terra melhorar. Só isso. Todos estes trabalhos, e todos lutam pelo mesmo, é porque, se não se fizessem estas coisas, isto já tinha acabado. E assim, não. Dantes, viviam cá umas quinhentas ou seiscentas pessoas. Agora, vivem cá dez ou quinze pessoas, mas aos fins-de-semana isto enche-se de gente, mesmo malta nova. É perto [de Lisboa], uma hora e tal de viagem. Muitos ficam aqui de férias. Gostam disto, porque há um bom ambiente entre todos, é sossegado e tem
boas condições de acesso à água. Os mais novos andam em liberdade… Mas se não fosse o que temos feito, não vinha cá ninguém. Foi esta ideia. Porque nunca tive aqui nada a ganhar dinheiro, nunca tive cá um estabelecimento [comercial]. Não há aqui uma taberna, um café. Se não criássemos nada, não havia atracção nenhuma. E assim, as famílias reconstroem as casas… Já vêm netos e bisnetos de gente que nasceu aqui. Como é que se faz para que as pessoas trabalhem, participem? No princípio, era só preciso dizer “tal dia vamos fazer aquilo” e a malta aparecia. Hoje, diz-se “tal dia é a festa” e quem aparece trabalha. O que está aí feito, grande parte foi trabalho voluntário. O dinheiro era das festas e dos peditórios que se faziam. Nunca íamos para além do que [dinheiro] que tínhamos. Só uma vez é que pedimos um empréstimo – a nós próprios!, cinco contos a cada um – mas depois pagámos o que tínhamos pedido. Tem sido sempre assim. Ainda este ano gastámos três mil euros a arranjar um telhado e umas coisitas. Mas há muitas terras, até maiores, sem este nível de realizações. Há terras em que num ano é
uma equipa a fazer as festas, no outro é outra e os do ano anterior já não querem fazer parte. Aqui… Bem, eu estive sempre na linha da frente, mas atrás de mim estava a equipa toda. Eu não era nenhum herói, eu só aguentava em ir sempre à frente. Agora… é esta gente mais nova, que continua o trabalho. Eu é mais para estar aqui a “emparar”, porque não há quem esteja aqui de semana. Sentiu-se sempre apoiado? Até hoje. Só aí há um [habitante] que nunca quis entrar, mas ficou de lado porque quis, ninguém o pôs de lado. Eu já dirigia a Comissão de Melhoramentos. Quando se fez a Associação, puseram-me lá porque era sério, honesto e lutador. E nunca houve desvios de dinheiro, nunca houve dúvidas. Posso perder eu, mas a associação não perde. Isso é muito importante. Eu conseguia aglutinar a malta toda. É sempre assim. Nunca houve uma comissão de seis, sete ou oito pessoas. Há os corpos gerentes, mas a trabalhar são sempre muitos, que não têm lá o nome. E houve sempre ajuda da Câmara e da Junta de Freguesia. Pode não ser tudo o que a gente pede, mas têm ajudado. Um sistema local de defesa contra incêndios?!
Está a funcionar. Quando houve o incêndio [2005], não tivemos um único bombeiro em Água das Casas. Nós é que conseguimos evitar que as casas ardessem. Depois, propus que se montasse um sistema para defender as casas. Comprámos um motor, ligado a um tanque, e um conjunto de mangueiras, tudo apoiado com os nossos motores. Toda a aldeia está defendida do fogo. Não é para substituir os bombeiros, é para nos defendermos quando não temos bombeiros.
como foi possível fazer tanto. (Risos) Mas foi lentamente, nem demos por isso. Foi-se fazendo. Julgo que não fizemos nada que fosse dinheiro perdido. Pessoalmente, sintome realizado. Não me sinto maior que os outros. Nós conseguimos, em conjunto. E está tudo a funcionar, menos o posto médico. Como vê Água das Casas daqui a 50 anos? Não sei. Mas penso que não seja abandonada. Vai haver
reformados que voltam e os novos vão querer continuar a vir cá. Porque tem condições de vida, para quem queira viver sossegado. [Na despedida] Escreva o que entender. Mas não ponha elogios. Alguns acham que precisam de nome. O nome faz-se ao longo da vida. O nome é o que está à vista.
Melhoramentos liderados pelo Ti Abílio O que falta ainda conseguir? Melhorar as instalações de apoio junto à barragem e ver o que se pode fazer na levada do Rabaçal. Que já tem mais de seiscentos anos. A Água das Casas já existe desde 1360, pelo menos. Esta levada tem valor histórico, além disso quando chove dá cabo do caminho. Temos de ver o que se pode fazer. Além disso, é preciso ir mantendo o que está feito. Se não fossem as Festas, não aguentávamos isto. De inverno, dois ou três cafés que se vendem [na associação], não chega para pagar a água e a luz. E foi assim que se foram fazendo as coisas. De resto… Olhando para trás, como vê o trabalho feito? Às vezes, fico admirado
- Reparação da estrada do Cimo da Barroqueira a Água das Casas; - Asfaltamento da estrada Brescovo-Água das Casas; - Instalação da água em fontenários; - Construção do cemitério; - Instalação do correio e telefones públicos; - Criação do posto médico; - Construção das instalações da associação (dez anos); - Construção da igreja ou capela; - Asfaltamento da estrada Água das Casas-Vale de Açor; - Instalação da luz eléctrica; - Instalação da água ao domicílio; - Reparação da estrada Matagosa-Água das Casas; - Captação de água em Rabaçal; - Colaboração no arranjo do largo da associação; - Tapete de alcatrão na estrada Água das Casas-Cruzeiro; - Alargamento e regularização das ruas da aldeia; - Asfaltamento das ruas de Água das Casas, com colaboração da associação; - Melhoramento da iluminação pública; - Construção de um sistema de defesa contra incêndios; - Construção do parque de merendas do Rabaçal; - Construção de uma jangada para banhos, na albufeira; - Melhoria dos acessos à albufeira; - Parque de merendas junto à albufeira.
jornaldeabrantes
4 SOCIEDADE
SETEMBRO 2016
• Nazaré Silva: “As silvas eram maiores do que a casa” S. SIMÃO, SARDOAL
Depois da tragédia... a solidariedade Os dias 23 e 24 de agosto de 2016 voltaram a trazer o flagelo dos incêndios aos concelhos de Abrantes e Sardoal. Para além dos cerca de 2 mil hectares de floresta, arderam parcialmente duas habitações e uma terceira foi mesmo consumida pelas chamas. Fomos ao local da tragédia, em S. Simão, no concelho de Sardoal.
A terra está escura Como fica escura a alma daqueles que por ali passam. Como está escura a alma dos que ali vivem. O inferno materializou-se na Terra no dia 23 de agosto e a cor das suas chamas não vai sair da memória daqueles que viram desaparecer em minutos o que levou uma vida a construir. Visto do alto e à distância de segurança que a cidade de Abrantes proporcionou, o cenário era dantesco. Resta-nos apenas imaginar como se viveu o pesadelo dos habitantes das povoações atingidas.
jornaldeabrantes
Fomos a S. Simão A pequena povoação no concelho de Sardoal fica num vale outrora verde. Agora é escuro. Foi lá que encontrámos Nazaré Silva, a proprietária da casa que na noite do grande incêndio que assolou o norte do concelho de Abrantes e parte do concelho de Sardoal, foi consumida pelas chamas. “É complicado”, diz, olhando em redor para o entulho que lhe entope o chão do espaço que horas antes chamava de lar. “Havia um monte de silvas que eram mais altas que a casa e foram as silvas que pegaram fogo, pois saltaram projeções para o telhado”, diz Nazaré, tentando encontrar uma explicação para a tragédia que se desenhava em frente dos seus olhos. As silvas que arderam estavam num terreno com dono. Segundo Nazaré, a proprietária tinha conhecimento da situação mas Nazaré nunca denunciou “para não causar mau ambiente”. E depois quem se lixou fui eu!”, re-
fere, resignada. Nazaré não estava em casa na noite fatídica. Tinha sido forçada a sair pois S. Simão teve que ser evacuado pelos bombeiros devido ao perigo que se vivia. Mas o marido e o genro voltaram pela 1 da manhã e aperceberam-se que a casa já ardia. Na altura “não havia bombeiros no local e como faltou a luz, faltou-nos a água. Não havia nada a fazer”, afirma quase que conformada.
As malas prontas No meio da casa, o cenário é de destruição. O que não foi levado pelo fogo, a água destruiu. Perguntámos a Nazaré se tinham ficado apenas com a roupa do corpo. No meio de um quase sorriso disfarçado confessa que não. Isto porque na família há um membro precavido. Todos os anos, no verão, uma das filhas de Nazaré Silva insiste com os pais para que tenham uma mala sempre pronta. A experiência de quem já viveu outros incêndios e de quem conhece bem o terreno onde
vive, levou-a a insistir com os pais. “E ela fez-nos as malas. A minha, a do pai e da irmã que vive connosco”, conta Nazaré. “Há poucos dias tinha-me perguntado se tinha as malas feitas. Chamei-lhe tonta e disse-lhe que não ia arder nada”... Nazaré suspira e olha para o céu, pois o telhado não existe. No meio da confusão, há quem retire uma consola de jogos que apanhou água. Vai secar para o sol. “Pode ser que...”, diz Nazaré, esperançada. E há um livro que também escapa inteiro, apenas encharcado. “É o livro que a minha filha mais nova andava a ler”. E o trabalho continua. Com a ajuda de familiares, amigos e Câmara Municipal de Sardoal, a limpeza vai-se fazendo.
A reconstrução “Há hipótese de reconstruir esta casa?”, perguntámos. Nazaré Silva não escondeu a tristeza e afirmou “eu não tenho hipótese. Sem ajudas, não consigo”. Mas a casa vai mesmo ser re-
construída pois as ajudas foram céleres a chegar. Primeiro, na ajuda da retirada do entulho que ficou dentro da habitação. Depois, com o acompanhamento social dos técnicos da Câmara Municipal de Sardoal. Agora, com a confirmação da disponibilização de verbas para a reconstrução efetiva, por parte da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco. A ideia de contactar a Cáritas partiu do pároco de Sardoal, o padre Carlos Almeida. A reunião aconteceu a 30 de agosto “e a Cáritas disponibilizou-se logo para assumir os custos da recuperação da habitação e mais algum equipamento que, eventualmente, seja necessário”, confirmou o presidente da Câmara Municipal de Sardoal, Miguel Borges. A Câmara Municipal irá assegurar “tudo o que são procedimentos técnicos, como o projeto, o acompanhamento da obra, a fiscalização e a construção”, disse o presidente. Miguel Borges adiantou que o levantamento feito pelo gabinete
técnico da Câmara aponta para um investimento de 40 mil euros mais IVA mas poderá vir a ser um pouco mais visto que “a Cáritas tem a prática de não só recuperar mas, já que se vai mexer, de melhorar algumas situações”. Ao tomar conhecimento desta decisão, foi a emoção que assomou ao rosto da família Silva e de todos os intervenientes no processo. Também a comunidade civil se incomodou com a tragédia. Muitas têm sido as pessoas que procuram saber como ajudar. Miguel Borges reconhece essa procura e diz que o podem fazer “através do Gabinete de Ação Social do Município ou mesmo na Associação de S. Simão”. Até que a casa de Nazaré e Ricardo Silva volte a erguer-se das cinzas, a família está instalada numa casa da Autarquia, disponibilizada para a acolher. Entretanto, “solidários” continua a ser «o nome do meio» do povo português. Patrícia Seixas
ABRANTES 5
SETEMBRO 2016
Propostas do Orçamento Participativo estão em votação As 21 propostas que reuniram os critérios previstos nas normas do primeiro Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Abrantes, estão em votação até ao dia 15 de setembro. Para a edição de 2016/2017 a Câmara de Abrantes disponibiliza 266 mil euros. A Câmara de Abrantes anunciou no dia 11 de maio uma verba de 266 mil euros para o primeiro Orçamento Participativo, no ano em que assinala 100 anos de cidade, montante que corresponde a 5% do orçamento do Plano Plurianual de Investimentos. “É uma forma de participação cívica e de chamar o cidadão a participar na decisão e na construção do nosso fu-
• Executivo camarário de Abrantes turo coletivo, de modo a promover a competitividade e a qualidade de vida no nosso concelho”, destacou na altura
a presidente do município de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque. Investimentos, beneficiação
de ruas, construção de parques infantis, requalificação de jardins, espaços públicos e iniciativas culturais eram os
exemplos de propostas elegíveis, no âmbito das áreas de competência da autarquia. “Estes 100 anos de cidade
foram muito importantes para que o concelho pudesse ser infraestruturado e avançar com o primeiro Orçamento Participativo no ano em que a cidade de Abrantes assinala o seu centenário é um sinal claro da importância do envolvimento da população e dos cidadãos na construção de um futuro coletivo, no seu envolvimento nas escolhas e nos processos de decisão”, defendeu a autarca. Até ao dia 15 de setembro está aberto o período de votação para a eleição das propostas apresentadas ao primeiro Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Abrantes. Das 29 propostas apresentadas, foram selecionadas 21 que reúnem os critérios previstos nas normas do proPUBLICIDADE
OS MELHORES DESCONTOS ESTÃO À VISTA DE TODOS.
ÓCULOS MONOFOCAIS
50%
-
NA ARMAÇÃO
Promoção válida de 1 a 28 setembro de 2016 na compra de uns óculos graduados completos com armações desde 29€ até 149€, assinaladas no interior da loja. O desconto incide sobre a armação. *O par de óculos graduados completos de oferta tem o valor de 49€ (composto por armação de 14€ + lentes monofocais 1.5 com tratamento antirrisco no valor de 35€). Não acumulável com protocolos convencionados, outras promoções em vigor nem com Preços Leves. Informe-se de todas as condições numa loja MultiOpticas e em www.multiopticas.pt.
ÓCULOS PROGRESSIVOS
100%
-
NA ARMAÇÃO
+ Oferta 2º Par*
Abrantes Praça Barão da Batalha, 3/5 jornaldeabrantes
6 ABRANTES
SETEMBRO 2016
Propostas a votação no Orçamento Participativo de Abrantes Infra-estruturas Viárias
Cultura
1 - Aplicação de asfalto da Rua do Arminho da Velha, em Tramagal. A estimativa orçamental para execução da empreitada da obra ascende a 35.000,00€. Proponente: Rui Manuel Rodrigues da Silva
9 - Centro de desporto, talentos e artistas criativos de Abrantes A estimativa orçamental para realização do investimento ascende a 110.000,00€. Proponente: Paulo Jorge Lopes Miguel
19 - Criação de parque de estacionamento em Tramagal A estimativa orçamental para concretização do investimento ascende a 30.000,00€. Proponente: António Rui Emídio Pratas Veiga
10 - Realização de evento Histórico/Cultural - Festival Mourisco O valor total das despesas estimadas será de: 60.000,00€ Proponente: Amadeu Bento Lopes
24 - Pavimentação da Rua do Casal até Coalhos – Pego A estimativa para realização da empreitada da obra ascende a 80.000,00€. Proponente: Nélia Maria Lucas Soares
13 - Rede Museológica das Aldeias Tradicionais A estimativa orçamental para concretização da fase de investigação do projeto ascende a 60.000,00€. Proponente: Sónia Maria de Matos Pedro
Espaço Público e Espaços Verdes grama, segundo a informação do Município. Para a presidente, a participação dos cidadãos “foi ao encontro das nossas expetativas”. Maria do Céu Albuquerque reconheceu que “é um facto que nem toda a gente está ainda muito sensibilizada para estas questões mas eu acho que o caminho se faz caminhando e este é o primeiro passo”. No entanto, a autarca frisou que “estamos muito satisfeitos com a adesão porque 29 propostas é um bom número. Agora vamos ver como é que vão ser feitas as votações e vamos concretizar para que, no próximo exercício, em 2017/2018, possamos corrigir algumas falhas que estes sistemas sempre têm e criar as melhores condições para que o cidadão se sinta parte integrante da gestão municipal porque isso é determinante”. “Isto vem ao encontro da nossa estratégia, nomeadamente através das cidades inteligentes, da Plataforma 360 que criámos, do portal Sou Cidadão, que coloca o cidadão no centro da decisão. O próprio cidadão é responsável por fazer parte do processo, não pode demitirse disso e não pode ficar só à espera que outros e que a Câmara tomem a iniciativa”, alertou Maria do Céu Albuquerque. A presidente reconheceu que “o cidadão é, neste momento, um ator fundamental no processo de decisão, no processo de valorização, de
jornaldeabrantes
participação pública que temos vindo a desenvolver”.
Como votar A votação poderá ser realizada no balcão digital abrantes360, mediante registo, acessível através do site do Município (www.cm-abrantes.pt), onde podem ser visualizadas todas as propostas e proceder-se à votação. Nos locais para votação digital assistida, estarão presentes colaboradores do Município ou das Juntas de Freguesia, devidamente credenciados para informar e ajudar na votação, nomeadamente na Biblioteca Municipal António Botto, na Biblioteca Itinerante (BIA), no Espaço Jovem, no Serviço de Atendimento Geral do Município de Abrantes ou nas Juntas de Freguesia, nos respetivos horários de funcionamento. Na fase da votação, cada cidadão inscrito terá direito a 2 votos, os quais devem ser usados em projetos diferentes. Segundo o regulamento do Orçamento Participativo, podem votar todos os cidadãos com idade igual ou superior a 18 anos, naturais ou residentes no concelho de Abrantes, pode ler-se na informação. O Orçamento Participativo é uma ferramenta que delega nos cidadãos a decisão relativamente ao que fazer com uma parte do Orçamento do Município, sendo que para a edição de 2016/2017 a Câmara de Abrantes disponibiliza 266 mil euros.
5 - Requalificação paisagística do Largo Espirito Santo (Largo das Ferrarias - Freguesia de Mouriscas) A estimativa orçamental para realização do projeto ascende a 86.000,00€. Proponente: Ana Margarida Lopes Pedro 8 - Criação de circuito de manutenção e melhoramentos, à entrada do Pego A estimativa orçamental para realização do projeto ascende a 200.000,00€. Proponente: Jorge Manuel Ferreira Correia 16 - Construção de jardim na encosta/barreira do miradouro de Fontes A estimativa orçamental ascende a 50.000,00€. Proponente: João do Carmo Pedro 26 - Revitalização do Largo dos Combatentes da Grande Guerra – Tramagal A estimativa orçamental para realização do projeto ascende a 114.500,00€. Proponente: António José Damas de Carvalho 27 - Requalificação da Praça da República em Alvega A estimativa orçamental para execução do projeto ascende a 170.000,00€. Proponente: Cláudia Sofia Carqueja Dias
Educação e Juventude 6 - Construção de Espaço “Parque Infantil/Tempos Livres” no Centro Escolar de Bemposta A estimativa orçamental para realização do projeto ascende a 12.000,00€. Proponente: Filipe Miguel Pires de Oliveira
Desporto 7 - Instalação de Circuitos de Manutenção e de Fitness ao Ar Livre em diversas localidades da União de Freguesias de S. Facundo e Vale das Mós A estimativa orçamental para realização do projeto ascende a 30.000,00€. Proponente: Maria Clotilde Alves Tomás 22 - Criação de percurso pedestre, circular, de Pequena Rota com partida e chegada ao centro de Martinchel O montante estimado para concretização do projeto ascende a 90.000,00€. Proponente: Cremilde Carolina Mendes
14 - Requalificação de Casa Típica do Pego A estimativa orçamental ascende a 220.000,00€. Proponente: Ana Lília Gonçalves de Sousa 21 - Rede Associativa de Relações Locais A estimativa de custos a alocar ao projeto é de aproximadamente 24.600,00€. Proponente: Filipe José Salgueiro Rodrigues 17 - Museu Vivo em Rio de Moinhos A estimativa orçamental ascende a 75.000,00€. Proponente: João Paulo Leitão Rosado
Ação Social e Habitação 18 - Carrinha do Cidadão - Gabinete Itinerante de Apoio ao Cidadão A estimativa orçamental da proposta ascende a 80.000,00€. Proponente: Rui Manuel Vasco André
Educação e Juventude 23 - Ringue para Todos - Escola EB1 do Pego A estimativa orçamental para concretização do projeto ascende a 30.000,00€. Proponente: Ana Isabel Fontinha Poupino 11 - Requalificação de antiga escola na freguesia de Carvalhal A estimativa orçamental ascende a 55.000,00€. Proponente: Sérgio Manuel Santos Lourenço
Turismo, Comércio e Desenvolvimento Económico 28 - Conceção e implementação de um ou mais percursos pedestres na União de freguesias de Aldeia do Mato e Souto A estimativa orçamental para concretização do projeto ascende a 75.000,00€. Proponente: Luís Filipe Murra Inácio
EDUCAÇÃO 7
SETEMBRO 2016
CRÓNICA REGRESSO ÀS AULAS
Opções de ensino superior aqui bem perto ção que pesquisam, pedem conselhos a amigos, veem taxas de empregabilidade, tentam conjugar os gostos dos filhos e filhas com os mercados de trabalho que se adivinham para o futuro. Aqui, o problema é o de conciliar vocações com futuros profissionais, gostos com realidades. Nem sempre é fácil, porque aos 17, 18 ou 19 anos vemos a vida de forma muito diferente daquela que veem os nossos pais e mães. E raros são aqueles que permitem que os seus jovens sigam vocações. O ideal será sempre conseguir encontrar um curso que vá ao encontro daquilo que os jovens gostam. Não se trata de qualquer tipo de protecionismo dos jovens, mas simplesmente a tomada de consciência de que ninguém pode ser feliz no exercício de uma profissão com a qual não se identifica. O segredo estará em encontrar um curso que encaminhe os jovens nesse sentido, com uma noção clara do que poderá fazer no futuro. Com uma certeza: não há empregos para a vida e, quanto mais versáteis forem os nossos jovens, mais facilidade terão em se adaptar a todos os desafios que terão pela frente. Claro que a especialização ainda é determinante em determinantes áreas, mas,
cada vez mais, são os cursos que dão boas bases e que estimulam a concretização de desafios que se revelam como os melhores caminhos. Voltando à forma como se fazem opções, importa lembrar que, muitas vezes, há soluções bem perto de nós que nem nos passam pela cabeça. Por isso valerá a pena lembrar que, em Abrantes, existe ensino superior de qualidade, que tem vindo a colocar os
seus alunos me mercado de trabalho, mesmo em áreas difíceis como a Comunicação Social. Uma parte significativados alunos que fizeram estágio curricular foram convidados a fazer estágio profissional, mecanismo que é hoje quase a única forma de aceder ao mercado de trabalho. Abrantes deverá ser uma prioridade para quem, residindo no concelho ou nos concelhos vizinhos, quer fazer a sua
formação superior. Sendo ensino politécnico, privilegia o saber fazer e a ligação com o meio, visível em todas as suas áreas, com especial destaque para a Engenharia Mecânica. Para além disso, a licenciatura em Vídeo e Cinema Documental acabou de ser aprovada por mais seis anos e a antiga licenciatura em Tecnologias da Informação e da Comunicação, igualmente aprovado pelo mesmo período, foi re-
formulada, aproximando-se cada vez mais das necessidades do atual mercado de trabalho. Para além das tradicionais licenciaturas, a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), aposta fortemente nos Cursos Técnicos Superiores Especializados, nas Pós-Graduações e nos Mestrados. Portanto, uma opção a pesquisar! Hália Costa Santos
PUBLICIDADE
Cada vez que se aproxima um novo ano letivo, pensamos nos mais pequenos, nas escolas que gostávamos que frequentassem, na sorte ou azar nos professores que ‘calham’, nos custos com os manuais e material escolar, na gestão dos horários e nas opções que existem, ou não, para ocupá-los quando não têm aulas. É toda uma organização em que nos envolvemos de corpo e alma quando somos mães e pais. Mas será que esta preocupação se mantém conforme os filhos e as filhas crescem? O que a experiência de 15 anos como docente de ensino superior me diz é que, a partir do secundário, muitos dos pais acabam por não se envolver tanto no futuro académico dos filhos. Quase sempre, nos dias que correm, os professores e os psicólogos que atuam ao nível do ensino secundário fazem um excelente trabalho de encaminhamento dos jovens. Procuramse vocações, fazem-se testes, definem-se caminhos possíveis. Talvez por entenderem que já está longe do seu alcance, alguns pais e mães acabam por não se envolver na candidatura dos filhos ao ensino superior. Verdade seja dita, também há encarregados de educa-
VILA DE REI
Obras de ampliação da Escola Básica e Secundária já arrancaram As obras de remodelação e ampliação da Escola Básica e Secundária do Centro de Portugal tiveram hoje início, após a finalização do concurso público lançado pelo Município de Vila de Rei. Segundo avança a autarquia em nota de imprensa, a empreitada foi adjudicada à empresa ALVAPE Construções e Obras Públicas, Lda, pelo preço de 553.226,67€, com um prazo de execução de 240 dias. Entre os trabalhos a exe-
cutar encontram-se, “a construção de seis novas salas e de um pavilhão exterior coberto, a remoção de todas as estruturas em fibrocimento e colocação de novas em material ecologicamente mais limpo, instalação de um elevador para pessoas com mobilidade reduzida e a execução de arranjos exteriores com a inclusão de uma pista de manutenção com um total de 10 estações”, destaca ainda a informação.
jornaldeabrantes
8 REPORTAGEM
SETEMBRO 2016
Liceu de Abrantes vai comemorar Cinquentenário “Podemos dizer que desde 1963, ano em que pela primeira vez expusemos as nossas razões a Sua Ex.a o Ministro da Educação Nacional para a criação de uma Secção de ensino liceal em Abrantes, não mais abandonámos a ideia, por nos parecer justa em relação à cidade e a toda esta vasta região que a circunda, distanciada dos liceus existentes cerca de 100 quilómetros para qualquer dos lados”. Estas palavras, proferidas a 2 de outubro de 1967, integram o discurso do Presidente da Câmara Municipal, Dr. Agostinho Baptista, na inauguração da Secção do Liceu Nacional de Santarém, em Abrantes. Era o culminar de um trajeto marcado por diligências várias, levadas a cabo pelo município e por muitos abrantinos, que recolheram numerosas assinaturas e com elas ajudaram a reforçar o empenho institucional.
O despacho ministerial e as reações O despacho de Galvão Teles, Ministro da Educação Nacional, que criou a Secção Liceal abrantina foi assinado a 26 de julho de 1967 e no início de agosto a notícia desta resolução fazia a capa da imprensa local abrantina. O Jornal de Abrantes, que várias vezes defendera tal empreendimento nas suas colunas, contava que “Esta boa nova é motivo do maior regozijo para os habitantes do concelho, que assim passam a usufruir os benefícios do ensino liceal oficial, a acrescentar ao liceal particular a que Abrantes até à data tudo deve, mercê sobretudo do papel extraordinário que desde há muito vem desempenhando na instrução do ensino médio, aliada a uma superior educação, ambas a cargo das principais ordens religiosas da especialidade, espalhadas por todo o mundo: a ordem de St.ª Doroteia e a ordem de S. João Baptista de La Salle”. O semanário abrantino, quando se preparava a instalação do novo estabelecimento de ensino, trouxe desde cedo às suas páginas a preocupação de que pudesse faltar ousadia num momento de extrema importância para a cidade e para o concelho. O
jornaldeabrantes
periódico, por um lado, não se mostrava favorável à abertura de apenas alguns ciclos liceais, antes sustentando o arranque com “todos os graus deste ensino médio”, por outro lado, alertava para um episódio verificado em Tomar, “[...] onde um idêntico benefício teve de ser retirado em parte, cerca de um ano depois de concedido”. Quando foi recebida a boa nova na cidade, foi preparada por Fernando Velez uma manifestação para celebrar a abertura da secção liceal, em que intervieram o organizador, o Presidente da Câmara Municipal, o Presidente da União Nacional e o Arcipreste. O Jornal de Abrantes, entretanto, não deixou de sugerir alguns edifícios que se mostravam adequados para o funcionamento do novo estabelecimento. Deixava-se em aberto a hipótese da nova escola se instalar na Casa Milho, no Convento de S. Domingos ou no “Edifício Abreu”, localizado junto ao Castelo, vulgarmente denominado Edifício Carneiro. Foi exatamente neste último espaço, onde funcionara a Escola Industrial e Comercial de Abrantes entre 1955 e 1959, até à inauguração das suas instalações definitivas, que se estabeleceu a secção liceal.
O Liceu e o seu trajeto
• Edifício Carneiro, onde o Liceu esteve instalado entre 1967 e 1975
•
Antigas instalações do Colégio La Salle, ocupadas pelo Liceu Nacional de Abrantes a partir de 1975
Abrantes em Lisboa e a inauguração No final de setembro de 1967, deslocou-se a Lisboa uma comitiva de cerca de uma centena de abrantinos, os quais, acompanhando o Governador Civil e o Presidente da Câmara, apresentaram cumprimentos ao Ministro da Educação Nacional e agradeceram-lhe a criação da secção liceal em Abrantes. O Ministro Galvão Teles foi convidado para a inauguração, convite que se estendeu ao Dr. Sabino Costa, Diretor-Geral do Ensino Secundário, que terá sido determinante para que a abertura do ensino liceal público em Abrantes se tenha tornado uma realidade. A 2 de outubro, decorreu a inauguração da Secção Liceal de Abrantes, a qual integrou o programa de encerramento das comemorações do cinquentenário da elevação de Abrantes a cidade. Às 11
•
Atuais instalações da Escola Dr. Manuel Fernandes, após profunda intervenção da Parque Escolar
horas, o Bispo de Portalegre e Castelo Branco celebrou uma missa na igreja de S. Vicente; a partir das 12h30, no Edifício Carneiro, aconteceu a cerimónia civil, que contou com a presença do Diretor-Geral
do Ensino Secundário, onde fizeram uso da palavra o Presidente da Câmara, bem como o primeiro Reitor, Dr. João Gomes Pequito, que se manteve em tais funções entre 1967 e 1975.
O Liceu abriu apenas com duas turmas, uma de 1.º e uma de 3.º ano (atuais 5.º e 7.º) e, na totalidade (alunos, funcionários e professores) integrava 111 elementos.
Em 1971, quando o Decretolei n.º 447 criou o Liceu Nacional de Abrantes, a escola já tinha mais de 500 alunos e procurava encontrar soluções para o carácter exíguo das suas instalações. As salas de aula estenderam-se aos pavilhões contíguos ao edifício principal e, algum tempo depois, ocuparam também a “Casa da Mocidade”, onde funcionara a Mocidade Portuguesa, na Rua Nova. Em 1974/75, estavam inscritos no Liceu 1575 alunos. Na sequência de um acordo com a empresa proprietária do Colégio La Salle, algumas turmas passaram a integrar as instalações desta escola. No ano letivo seguinte, o Liceu instalou-se definitivamente nas instalações que haviam pertencido ao Colégio La Salle, que deixara de ter atividade em Abrantes. Em 1979, a 22 de novembro, o Liceu de Abrantes assumiu a designação Escola Secundária N.º 2 de Abrantes. Em 1992, na sequência de um processo muito participado, escolheu-se o patrono para o estabelecimento de ensino, que se passou a denominar Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes. Na sequência da constituição dos agrupamentos verticais de escolas em Abrantes, em 2007/2008 a Escola Dr. Manuel Fernandes tornou-se sede do Agrupamento que passou a integrar as escolas e jardins-de-infância do Agrupamento Abrantes Oeste e, posteriormente, também a Escola do 1.º Ciclo e Jardim de Infância da Chainça. Entretanto, em 2012, o Agrupamento Dr. Manuel Fernandes agregou-se ao Agrupamento Escolar de Tramagal, o qual passou a denominar-se Agrupamento de Escolas N.º 2 de Abrantes. Para comemorar os cinquenta anos de uma instituição que marcou de forma indelével a região, foi constituída uma comissão que coordenará as atividades comemorativas do cinquentenário, a qual é presidida por Mário Pissarra, docente aposentado de reconhecido mérito, que lecionou ao longo de muitos anos na escola a que muitos continuam a chamar “Liceu”. José Martinho Gaspar
RUA DAS ESCOLAS | ALFERRAREDE | ABRANTES | TEL. 241 360 460 jornaldeabrantes
jornaldeabrantes
10 DESPORTO
SETEMBRO 2016
VILA DE REI
Cable Park instalado na Praia Fluvial de Fernandaires, no concelho de Vila de Rei, encontra-se em pleno funcionamento, tendo tido uma grande adesão por parte dos muitos visitantes da praia ao longo das últimas semanas, segundo a avança a autarquia em nota de imprensa. Parte integrante da primeira estância mundial de wakeboard, instalada na Albufeira de Castelo de Bode, o Cable Park de Fernandaires permite aos seus utilizadores uma nova e diferente experiência desportiva, que tem sido alvo de bastantes elogios por parte dos seus praticantes, destaca a informação. O vice-presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Paulo César Luís, afirma que “o Cable Park de Fernandaires tem recebido bastantes curiosos, adeptos e praticantes de wakeboard. Esperamos que esta nova infraestrutura, em conjunto com as várias
CM Vila de Rei
Cable Park de Fernandaires em pleno funcionamento
provas nacionais e internacionais que podem ser realizadas nesta estância de Castelo de Bode, possam aumentar também a procura a nível de alojamento e restauração no nosso concelho”.
O Cable Park de Fernandaires encontra-se aberto ao público todos os dias, entre as 14h00 e as 19h00 horas. Uma sessão de 15 minutos tem um custo de 12€, de segunda a sexta-feira, e de 14€ durante
os fins-de-semana. Para utilizações fora deste horário, os interessados deverão realizar marcação através de http:// wakeboardportugal.com/ wb/pt-pt/fernandaires/, pode ler-se na nota.
O wakeboard é um desporto aquático praticado com uma prancha tipo snowboard, puxado por uma lancha. Foi inventado nos Estados Unidos e inicialmente praticava-se com uma prancha de surf com fi-
xações. Surgiu como uma alternativa para os surfistas nos dias de poucas ondas. Foi assim que surgiu a ideia do wakeboard, mais precisamente no ano de 1979, quando o norte-americano Tony Finn, inventou o “skurfing”, o embrião deste desporto. O projeto Wakeboard Portugal, lançado em 2015, está a colocar o país no mapa dos maiores circuitos de Wakeboard mundial. Numa extensão de cerca de 30 km, na albufeira de Castelo do Bode, foi instalada a primeira estância de wakeboard do mundo. Com cinco cable systems ligados por transferes na água em cinco localizações diferentes, é um autêntico resort para atletas e praticantes da modalidade. Os cable parks estão instalados nas praias fluviais de Aldeia do Mato (Abrantes), Fernandaires (Vila de Rei), no Lago Azul (Ferreira do Zêzere), Trízio (Sertã) e Praia dos Montes (Tomar).
Bombeiros de Abrantes advertem contra má utilização de Cable Park A plataforma de wakeboard existente na Albufeira da Barragem de Castelo de Bode, junto à praia fluvial de Aldeia do Mato, em Abrantes, foi alvo de algumas notícias devido ao facto de alguns banhistas a utilizarem como plataforma de mergulho e de terem já ocorrido três acidentes, dois deles com feridos a necessitarem de tratamento hospitalar. Trata-se de um equipamento concessionado à Associação Portuguesa de Wakeboard e Wakeskate, que visa potenciar turisticamente a região do Médio Tejo e que contou com um investimento de 600 mil euros. António Manuel Jesus, comandante dos Bombeiros Voluntários de Abrantes esclarece que “foram feridos leves, não apresentavam nenhum cenário de gravidade até à entrega às equipas hospitalares
jornaldeabrantes
pelos bombeiros”. Quanto à utilização da plataforma de wakeboard para mergulhos, o comandante explica que o equipamento “não se destina a esse fim”. “É uma plataforma que não pertence ao Município, e mesmo que pertencesse está ali para outros fins e não para as pessoas a utilizarem como prancha. Sendo que se as pessoas o fizerem, têm que assumir as suas responsabilidades. Se não cumprirem, os riscos que correm são da sua inteira responsabilidade”, adverte o comandante. Segundo a autarquia, toda a estrutura que compõe o Cable Park está devidamente legalizada para a prática de Wakeboard e Wakeskate, sendo que as obras no local já terminaram.
DESPORTO 11
SETEMBRO 2016
CRÓNICA JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016
DR
“Com medalha ou sem medalha o desporto português é o que é”
• Telma Monteiro trouxe para Portugal a medalha de bronze ABRANTES
Francisca Laia recebida em festa Francisca Laia, a canoísta abrantina que representou Portugal nos Jogos Olímpicos Rio2016, regressou a casa no dia 24 de agosto. À sua espera, tinha uma festa surpresa que a família e os amigos lhe proporcionaram em pleno centro histórico de Abrantes. A “Kika” não conseguiu esconder as lágrimas e deixouse levar pela emoção. Cumprimentou uma por uma as pessoas presentes na Praça Barão da Batalha, palco da receção surpresa preparada para a atleta. Distribuiu beijos, abraços e sorrisos. Muitos sorrisos.
“É óptimo chegar e ter uma receção assim. Foi uma surpresa e foi muito boa. É bom ter o apoio de tanta gente”, disse, ainda emocionada. O orgulho era visível nos rostos dos que a esperavam. Todos remaram com a Kika. E a Kika esteve lá, onde poucos chegam. Reconheceu o apoio e afirmou que “a ajudou muito”. “Estar do outro lado do mundo e continuar a sentir o apoio das pessoas que quem gostamos cá, é muito importante e torna-se uma força enorme. Às vezes pode parecer pouco porque apenas conseguimos agradecer mas
é mesmo muito importante”, reforçou a atleta. Quanto à sua prestação nos Jogos Olímpicos Rio2016, Francisca Laia considerou que foi “muito boa, pois considero que fiz tudo o que podia e não podia”. “Deixei tudo na água e acabei num 16º lugar, ao lado das grandes atletas de sempre da canoagem”, disse. Tóquio 2020 é o objetivo que se segue pois, como nos confidenciou Francisca Laia, “quero muito melhorar o resultado que tive e porque gostei tanto da experiência que quero repeti-la”.
De quatro em quatro anos, o país dedica uns dias a ver os Jogos Olímpicos, com o seu espirito sempre crítico, explicando e interpretando os resultados desportivos obtidos pelos portugueses. Os Jogos do Rio Janeiro trouxeram mais uma vez à baila, a falsa questão de que o desporto em Portugal está organizado e oferece todas as condições aos seus atletas. Com medalha ou sem medalha o desporto português é o que é, ou seja, não é a medalha da Telma Monteiro que a torna melhor, nem a falta de medalha do Fernando Pimenta que o torna pior. Os caminhos que o desporto português percorre vão-se tornando cada vez mais inclinados, enquanto não começar logo na escola que, independentemente dos governos que nos prometem mudanças, mas desvalorizam aquilo que é essencial, acabando por ter uma prática avulsa onde muitas vezes o responsável acaba por ser da exclusiva responsabilidade dos clubes. O desporto em Por-
tugal é a soma do entendimento que cada um faz do trabalho organizado dos clubes, dos organismos a que estão associados, do envolvimento de opções mais políticas do que técnicas que os sucessivos governos lançam sem cuidarem de conhecer o ponto de partida e de definirem um ponto de chegada. Assim surge a pergunta, qual a solução para um desporto em que o tão proclamado conceito de alto rendimento atinge os objectivos? São várias, mas não nos podemos esquecer que o principal é a escola. Ao abordar este tema há que relembrar que enquanto o poder politico passar para segundo plano o desporto na escola, não o considerando uma prioridade de um entendimento de regime para o futuro do país, estaremos sempre de quarto em quarto anos a fazer exercícios de explicação dos resultados dos nossos atletas nos jogos. Este é o meu espirito crítico, mas não me esqueço que tivemos re-
sultados meritórios nestes jogos, mas quem seguiu estes jogos viu com certeza um Fernando Pimenta a chorar depois de concluir a prova, referindo que após quatro anos de privações não atingiu o objectivo proposto, tal como, Rui Bragança a dizer que não voltava a ter que pagar do seu bolso para competir. Estas sim são frases que me preocupam e que me levam a concluir que em Portugal o futuro é sempre uma promessa adiada. Por fim tivemos a abrantina Francisca Laia numa final “B”, em que este resultado e outros representam a verdade de que temos atletas com talento acima da média que associados à mobilizadora competência de outras pessoas, nomeadamente, técnicos e dirigentes que, sozinhos lutando contra tudo e contra todos, conseguem fazer pequenos milagres, raramente reconhecidos e nunca devidamente recompensados. Carlos Serrano
PUBLICIDADE
jornaldeabrantes
12 INVESTIMENTOS
SETEMBRO 2016
Parque Intergeracional vai nascer em Vale de Rãs
PUBLICIDADE
Um Parque Intergeracional vai nascer no Bairro de Vale de Rãs, em Abrantes. “É um investimento que se insere na regeneração urbana e este é um projeto que diz respeito a uma intervenção em áreas de comunidades desfavorecidas”, esclareceu Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes. Trata-se de um Parque Intergeracional que vai permitir a demolição de um edifício cuja obra foi embargada pela Câmara há muitos anos, no bairro de Vale de Rãs.“Vamos demolilo e criar um parque verde que
jornaldeabrantes
DR
Na reunião do Executivo Municipal de dia 2 de agosto, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes deu conta de um projeto de requalificação de espaço público no Bairro de Vale de Rãs. Será um Parque Intergeracional, que“vai criar condições de inclusão num espaço que se quer para todos”.
• Projeto MIAA
Abrantes Empreitada do MIAA em fase arranque • Reunião do Executivo Municipal onde foi apresentado o projeto qualifica a linha de água existente”. A ideia é “instalar árvores para criar sombras, um parque de merendas e também equipamentos para que todos possam ali fazer algum exercício físico. Deixaremos também pontos de água e luz para outras intervenções que mais tarde venham a justificar-se, como casas de banho públicas ou um espaço comunitário
que, nesta fase, não vamos fazer”, adiantou a autarca. Este é um equipamento que “vai criar condições de inclusão num espaço que se quer para todos”, disse Maria do Céu Albuquerque. O Parque Intergeracional de Vale de Rãs terá um custo de 221 mil euros, mais IVA e será comparticipado em 85% no âmbito do Plano Estraté-
gico para o desenvolvimento urbano. O início da obra está dependente da celeridade do processo mas Maria do Céu Albuquerque mostrou-se “esperançosa que a obra possa ser iniciada ainda este ano”.
Financiamentos e outros investimentos A presidente da Câmara Municipal de Abrantes avançou ainda outros financiamentos conseguidos e acrescentou que “tivemos oportunidade de canalizar 6 milhões de euros para alguns investimentos que foram considerados elegíveis. Em concreto, para a reabilitação de algum património edificado no centro histórico, nomeadamente para instalar arte, cultura. Estou a falar do Edifício Carneiro, do Convento de S. Domingos e da Galeria Municipal no Quartel. Depois tivemos oportunidade ainda de obter financiamento para a fase de instalação do parque de estacionamento e feiras no Vale da Fontinha, que não inclui as intervenções viárias porque não é considerado elegível”. Mas há mais... Maria do Céu Albuquerque avançou que o Município tem “ainda alocada uma verba para fazer parte de um fundo nacional para a reabilitação de património que queremos candidatar. Nomeadamente a Pensão, ao lado do edifício da Câmara Municipal, o antigo edifício onde funcionou a PSP, na Rua Grande, e as casas devolutas na Rua José Estevão. É neste sentido que nos preparamos para intervir na área da regeneração urbana”.
O contrato de empreitada da primeira fase da obra do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA) foi assinado, no dia 25 de agosto, no salão nobre dos Paços do Concelho, com a empresa Teixeira, Pinto & Soares, S.A. O presente contrato tem por objeto a recuperação, remodelação e ampliação do Convento de S. Domingos para a instalação do Museu, no valor de 3.124.398,26€ (três milhões cento e vinte e quatro mil trezentos e noventa e oito euros e vinte e seis cêntimos), acrescido do Imposto sobre o Valor Acrescentado à taxa legal em vigor. Segundo a informação do Município, a consignação prevê o inicio da obra num prazo de 15 dias úteis, após a concessão do visto pelo Tribunal de Contas, entidade para onde o processo será enviado ainda hoje. Já a empreitada tem como prazo de execução 910 dias, altura em que se prevê também a vistoria da obra para efeitos de receção provisória. Recorde-se que a decisão de adjudicação da presente obra foi tomada por deliberação da Câmara Municipal de Abrantes de 21 de junho, com o subsequente ato de aprovação de minuta do contrato por despacho da Presidente da Câmara Municipal de Abrantes de 04 de agosto, ratificado por deliberação da Câmara Municipal de 23 de agosto, acrescenta a nota de imprensa. O MIAA vai ocupar todos os espaços disponíveis atuais do Convento de S. Do-
mingos para áreas de exposições, permanentes e temporárias, que serão predominantes, com os espaços que irão albergar parte da coleção de arqueologia e arte municipal, o espólio de pintura contemporânea da pintora Maria Lucília Moita e a coleção arqueológica Estrada, propriedade da Fundação Ernesto Lourenço Estrada, Filhos, assim como para instalar os serviços indispensáveis ao funcionamento do Museu e Centro de investigação associado, da receção ao serviço educativo, uma área de armazém e diversas áreas técnicas. A obra desenvolver-se-á em 2 pisos, sendo intervencionada uma área bruta de construção correspondente a 3 280 m2. No edifício que prolonga a ala norte do Convento, e que se desenvolve num piso, será intervencionada uma área bruta de construção correspondente a 256 m2. O futuro museu vai acolher cerca de cinco mil peças que integram as coleções da Fundação Estrada ao nível de ourivesaria ibérica, armaria e arte sacra dos séculos XVI a XVIII, para além de coleções de numismática, arquitetura romana, medieval e moderna, relógios de várias épocas e uma exposição de arqueologia e história local. Associado ao Museu Ibérico, o espaço vai ter um Centro de Investigação que sirva de polo dinamizador de projetos de investigação e de parcerias com universidades, museus nacionais e estrangeiros.
TRATAMENTO DE RSU
NO ÚLTIMO ANO OS
SM A
Gastos no tratamento do lixo doméstico e do lixo reciclável.
GASTARAM MAIS DE
LAVAGEM DE CONTENTORES
1/2 MILHÃO
Gastos em Limpeza e manutenção de contentores.
DE EUROS EM:
CONTENTORES VANDALIZADOS Gastos na reparação e substituição de contentores.
PARA POUPAR NA FATURA
É PRECISO MUDAR *Dados anuais relativos a 2015
DÊ O EXEMPLO!
jornaldeabrantes
14 SOCIEDADE
SETEMBRO 2016
Tenente-Coronel Zagalo homenageado pelo Rotary Club de Abrantes O Rotary Club de Abrantes (RCA) homenageou, no dia 26 de agosto, o Tenente-Coronel Paulo de Jesus Pereira Zagalo, comandante do Núcleo Preparatório do Regimento de Apoio Militar de Emergência, num jantar que reuniu familiares, amigos e diversas entidades que se associaram ao reconhecimento público da passagem do militar por Abrantes. O Tenente-Coronel Paulo Zagalo agradeceu ao Rotary Club de Abrantes “por se disponibilizar a homenagear quem nada fez, em termos individuais, para merecer este ato”. E explicou que “o desconforto tem a ver com o facto da minha ação em Abrantes, dentro do Quartel de S. Lourenço, inicialmente com a Escola Prática de Cavalaria e agora no Núcleo Preparatório do Regimento de Apoio Militar de Emergência (NPRAME), ter sido apenas o cumprimento da missão”. “O relacionamento com a comunidade é algo que nos é muito caro. E digo «nos» porque é a todos os militares. Os militares servem. Ponto. E ao servirmos, estamos dispo-
• Joana de Faria Maia, presidente do Rotary Club e o homenageado da noite níveis. Se nos pedem e nós temos para dar, ótimo. Se nos pedem e não temos para dar, vamos à procura e damos na mesma. Porque o Exército é uma instituição dos portugueses e para os portugueses. Não faz sentido estar
atrás dos muros do quartel”, acrescentou o Tenente-Coronel Paulo Zagalo. Comandante do Núcleo Preparatório do Regimento de Apoio Militar de Emergência desde a sua criação, em outubro de 2013, este mili-
tar com largo currículo profissional e académico temse destacado pelo seu envolvimento na comunidade abrantina, nomeadamente nas atividades do Rotary Club de Abrantes. Joana de Faria Maia, pre-
sidente do Rotary Club de Abrantes, descreveu o Tenente-Coronel Paulo Zagalo como sendo “um homem grande, um homem especial e do qual fomos descobrindo as qualidades ao longo das parcerias e cooperações
com NPRAME. Percebemos as suas capacidades de liderança, de amizade e de oferta da disponibilidade para o outro. Em suma, os princípios pelos quais nos norteamos”.
Santinho Mendes solidário com os Bombeiros de Abrantes O jovem Santinho Mendes, Campeão de Ralicross – Iniciação, está a realizar uma campanha de solidariedade, com o apoio de todos os seus patrocinadores. Segundo um comunicado à imprensa, a campanha visa ajudar a Associação dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, com a angariação de fundos. Os patrocinadores do jovem Santinho Mendes cederam os seus espaços no Peugeot 205. O carro foi “dividido” em áreas de 15x5 centímetros, que foram colocadas à disposição de quem as queira utilizar, com frases ou imagens. Cada espaço tem o custo de 15 euros, valor que reverte a favor da referida Associação, pode ler-se na informação.
jornaldeabrantes
António Santinho Mendes vai estar no Ralicross Montalegre 2, que se realiza dias 10 e 11 de setembro. Tal como explica o comunicado, os interessados deverão: - Efetuar um depósito, ou transferência, na conta dos Bombeiros Voluntários de Abrantes. IBAM – PT 50004553914026384171269. O valor será de 15 euros, por cada espaço de 15x5 centímetros. - Na descrição do depósito ou transferência, deverá constar: “Donativo Santinho Mendes RX” -Depois, enviar um email para “santinhomendesrx@ gmail.com”, com cópia do comprovativo, bem como indicar o que deverá constar no espaço.
Sardoal está em festa!
Fotos: Paulo Sousa
22 a 25 de setembro
A Cultura é um pilar fundamental no crescimento e no desenvolvimento socioeconómicos da comunidade, em geral, e do Concelho de Sardoal, em particular. Consciente deste fator, o Município de Sardoal defende que a programação cultural não se pode cingir apenas a alguns dias por ano, esgotando-se, por exemplo, nas Festas do Concelho. É neste sentido que trabalhamos de modo a apresentar uma programação de qualidade e diferenciadora durante todo o ano. O nosso público, oriundo de toda a região,
sabe que assim é e reconhece-nos por tal trabalho, marcando presença assídua nos eventos por nós promovidos. Este reconhecimento não é só do público, mas também de conceituadas entidades do meio artístico e cultural que têm integrado o Sardoal nas suas temporadas. Falo-vos, a título de exemplo, da Companhia Nacional de Bailado; do Sardoal Jazz, que traz ao Centro Cultural reconhecidos nomes do jazz a nível nacional e internacional; da Rede Eunice, promovida pelo Teatro Nacional D. Maria II, ou do Encontro
Internacional de Piano de Sardoal que, entre 1 e 6 de setembro, juntou no Centro Cultural Gil Vicente grandes mestres e jovens promessas do piano a nível internacional. O Sardoal estará em Festa! De 22 a 25 de setembro celebramos 485 anos de elevação a Vila. Na preparação do programa deste ano, tivemos em mente aliar a qualidade à diversidade com ofertas diferenciadoras, mas sem comprometer a programação regular que tanto nos orgulhamos em apresentar. As Festas do Concelho
de Sardoal vivem por elas próprias, com a mística que lhes é sobejamente conhecida. Durante quatro dias quem nos visitar terá à sua espera música, desporto, exposições, gastronomia, artesanato, assim como as nossas tradições e cultura. Os Sardoalenses sabem e gostam de receber, daí afirmarmos que “no Sardoal ninguém é de fora!”. Venha comprovar por si. Nós cá o esperaremos! António Miguel Borges Presidente da Câmara Municipal
jornaldeabrantes
16 ESPECIAL SARDOAL
SETEMBRO 2016
Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal de Sardoal
“Queremos que tenham orgulho no seu concelho, nas suas festas e no seu património e em serem sardoalenses” Sardoal vai estar em festa. O que carateriza a edição 2016? Na verdade a presença do Secretário de Estado da Cultura é um dos elementos diferenciadores, uma presença confirmada para 22 de setembro, dia em que comemoramos o concelho. Uma presença que muito nos honra, O Sardoal tem um micro clima cultural, com 500 anos. Queremos que a cultura e o património continuem a ser diferenciadores no nosso concelho. Depois os restantes dias de festa são bastante idênticos ao que fizemos nos anos anteriores. Têm a forte presença dos sardoalenses, o forte envolvimento do movimento associativo, assim como dos vários sardoalenses a nível individual. Um programa que satisfaz o público da região? Que assume projeção regional? Temos vários espetáculos ao fim do dia, divididos por dois palcos: o palco principal, no largo do Município, e o da praça Nova, onde vamos dar espaço aos artistas da região. O Festival Hípico também volta acontecer, no espaço habitual. Quanto à música, trazemos grupos de acordo com aquilo que é a nossa capacidade orçamental para as festas, mas também temos em conta a qualidade. No primeiro dia, temos um excelente guitarrista, dos grandes nomes, Custódio Castelo, que virá fazer um concerto, juntamente com um flautista, muito conhecido, Rão Kyao. No Dia do Concelho, teremos um primeiro apontamento de guitarra portuguesa feita por Custódio Castelo, e depois à noite será o concerto com os restantes músicos. Vamos ter também Piano Vox, que há muito tempo já anima a festa na Praça Nova. No segundo dia, será a vez
jornaldeabrantes
dos Hot Play, um tributo a Coldplay, um grupo de excelentes músicos da nossa região e que têm um trabalho fantástico. Vai ser sem dúvida um bom espetáculo. Nesse dia, será a vez de receber o Grupo Bela Serrana, de Vila de Rei, de música tradicional, na Praça Nova. No sábado, Os Diabo na Cruz, uma sonoridade agradável para várias gerações, porque conseguem tirar dali uma sonoridade do rock, mas com uma forte componente profissional e com os elementos mais populares. Nesse dia, os Resineiros de Alcaravela e um grupo de Abrantes, o Cant`Abrantes, vão marcar presença. No domingo, será a vez do grupo Barquinha Soudosa e vamos ter à noite um concerto de fado, com a Joana Cota. Um momento que não decorrerá num palco, mas será realizado na varanda da câmara, o que vai criar um ambiente mais intimista. Não tenho dúvidas que este é um programa com qualidade. Se nós quisemos concentraríamos o nosso orçamento anual, nas festes do concelho, mas depois o resto do ano seria um completo deserto. Em termos culturais, a nossa estratégia e política não passa por aqui, passa por termos muita programação cultural ao longo do ano, onde se integram as festas do concelho. Para a edição deste ano, temos um investimento previsto a rondar os 40 mil euros. Que palavras devem ser transmitidas nesta altura do ano? Gostaria que os sardoalenses entendessem que há aqui um enorme esforço por fazer bem e o melhor por este concelho com poucos recursos, sendo que temos despesas e encargos muito elevados. Queremos que os sardoalenses durante estes quatro
possam ter algumas sensações, acerca do que se passa na Semana Santa. Tudo concentrado na capela de Nossa Senhora do Carmo e na parte da sacristia, onde vamos construir este espaço interpretativo. Falamos num investimento a rondar os 300 mil euros. Cerca de 150 mil euros para a recuperação da capela e os restantes para os painéis e outros elementos informativos.
dias se sintam felizes, tenham orgulho no seu concelho, nas suas festas e no seu património e em serem sardoalenses.
Politica Municipal Que obras estão previstas a concretizar para breve? Registo o facto de irmos fazer obras no âmbito do saneamento e da pavimentação em algumas aldeias, Valhascos, Panascos e Casos Novos. Como as condutas já são muito antigas, e como temos algumas roturas, vamos aproveitar e vamos substituir as condutas, com materiais novos e modernos. Estivemos a aguardar pelos fundos comunitários para estas obras, mas como há mais mundo para além dos fundos comunitários, vamos avançar com a nossa capacidade financeira de endividamento. Já fizemos o empréstimo, aguardamos pelo visto do tribunal de contas, o concurso da obra já foi lançado, muito em breve va-
mos iniciar as obras. A requalificação do Parque Escolar está para breve? Temos tudo praticamente aprovado. Estamos a falar de uma escola, de um pavilhão novo, que vai colmatar uma lacuna que temos que é o facto de não haver um pavilhão municipal, onde possa haver prática desportiva, até porque o atual não tem as dimensões necessárias para alguns desportos. Num investimento de 4 ME, a sua construção terá várias fases, o que vai permitir a continuidade das aulas. Numa primeira fase, será demolido o ginásio, e esse é o maior impacto negativo, porque os outros pavilhões vão manter-se. No meio dos dois antigos pavilhões é que vai surgir a nova escola, e só depois da sua conclusão é que serão demolidos os dois pavilhões para dar lugar ao ginásio.
Sardoal vai ter um Centro de Interpretação, que projeto é este? Dentro do plano estratégico para a Regeneração Urbana, candidatamo-nos a um projeto, aprovado por financiamento comunitário, trata-se de um Centro de Interpretação da Semana Santa. A Capela de Nossa Senhora do Carmo precisa de ser recuperada e queremos que ali seja o cartão-de-visita para quem vem ao Sardoal. Um dos momentos altos do concelho é a Semana Santa, o que queremos é que quem nos visita em agosto, em setembro, etc, possa perceber e tomar contacto com o que acontece no decorrer da Semana Santa. Falamos de um espaço, com as novas tecnologias, através de ecrãs táteis, painéis informativos, de vários outros suportes que estamos a construir com uma empresa especializada, para que as pessoas
Os melhores do mundo ao piano passaram pelo Sardoal. Há uma aposta diferenciadora na cultura. Porquê? Uma das obrigações das câmaras é também o desenvolvimento cultural, a formação dos munícipes. No Sardoal ninguém vai ver a chamada música “pimba”, como iniciativa da Câmara, com dinheiros gastos pela autarquia. Há níveis de qualidade que para nós são fundamentais, porque não temos de dar às pessoas só aquilo que elas estão habituadas a ouvir e a ver, temos de contribuir também para o desenvolvimento cultural, artístico, formativo, da nossa população. Queremos que as pessoas tenham acesso a uma cultura diferente daquilo que tinham há 20 anos, queremos que no Sardoal se possam ver e ouvir o que de melhor se faz no país e no mundo. Já tivemos a Companhia Nacional de Bailado, que nos volta a visitar no próximo ano, registo as exposições de pintura com grandes nomes e a Rede Eunice de que vamos ter o primeiro espetáculo em novembro. Anuncia uma recandidatura às próximas autárquicas? Sem dúvida. O projeto foi apresentado, pelo menos até 2020. Tudo farei para continuar, se for essa a vontade dos sardoalenses. A minha é! Joana Margarida Carvalho
ESPECIAL SARDOAL 17
SETEMBRO 2016
Celebrar o passado é sobretudo reforçar a identidade e, assim, tomar balanço para o futuro. Entre os dias 22 e 25 de setembro, Sardoal vai evocar o passado e fazer a Festa com um conjunto de iniciativas protocolares, culturais, musicais e desportivas. Quem aceitar o convite, basta depois aproveitar a oportunidade!
Capelas de Sardoal recebem arte contemporânea Quatro capelas, quatro artistas, quatro formas de ver, é este o mote do projeto artístico, intitulado “Frágil Colmeia”, que vai estar disponível ao público no decorrer das festas do concelho de Sardoal, entre os dias 22 a 25 de setembro. Engrácia Cardoso, Délia de Carvalho, Sara Ivone e Fátima Teles são as artistas plásticas que vão expor nas capelas de Nossa Senhora do Carmo, Espírito Santo, Santa Catarina e Sant’Ana, através de instalações, dando-lhes uma perspetiva mais contemporânea. “São quatro reflexões contemporâneas, que têm re-
levância nos campos da escultura, da performance, do desenho, do som e da pintura. Falamos de trabalhos contemporâneos do ponto de vista da espiritualidade, da intervenção nos espaços, do que é hoje e do que foi deixado, de uma aproximação atual num espaço com memória com uma carga patrimonial e religiosa muito forte”, explicou ao JA, Engrácia Cardoso, a artista que assume a tutela do projeto artístico. No Centro Cultural Gil Vicente vai estar também patente “uma peça de cada artista. Existirá um desdobrá-
vel que funciona como guia para que as pessoas possam percorrer [os vários espaços] e ver os trabalhos expostos”, explicou a responsável. Para Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal, este projeto artístico “é um elemento diferenciador e faz parte também da nossa estratégia de aproveitar as festas do concelho para promover o nosso património”. O nome “Frágil Colmeia” resulta da necessidade de ter “um título que tivesse uma relação com atualidade, com este espaço que vivemos hoje, desta fragilidade que vivemos, períodos muito an-
siosos, de todas as questões que se passam no mundo. A colmeia tem a ver com o “nosso ninho”, “ o nosso abrigo”, que pode ser posto em causa por variadíssimas situações da atualidade (…) tem a ver com a nossa relação espiritual ou com o lado mais religioso… tudo depende da forma como as pessoas se vão apropriar do que vão ver”, referiu Engrácia Cardoso. As Capelas vão estar abertas ao público entre as 17h00 e as 23h00, durante os dias festivos. JMC
de Nª Srª do Carmo, uma das contempladas •pelaCapela exposição
Uma montra do melhor que se faz
•
O XIV Festival Hípico decorre no dia 25 de setembro, nos terrenos do Freião (junto ao Eucalipto Grosso), a partir das 10h00
Durante 4 dias, Sardoal vai mostrar os Saberes e Sabores do concelho. Tal como na edição anterior, as festas do concelho vão dar a conhecer o que de melhor se produz no Sardoal e na região. “Temos uma mostra da nossa região, de quem faz e trabalha muito bem a gastronomia, os enchidos, os vinhos, o artesanato, etc”, afirmou Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal. “Vamos ter todos aqueles que se gostam de associar à Mostra. Gostamos sempre de receber. É sempre agradável ter este contacto com outros produtos, sendo que os sardoalenses têm critério de prioridade nesta Mostra”, fez notar o autarca. Trabalhos em trapologia, tecelagem e customização, sabonetes artesanais e outros produtos à base de azeite, bijuteria em diversos materiais, bordados e ponto cruz ou litografias, são alguns dos exemplos daquilo que os visitantes poderão encontrar nos stands de Saberes que ocuparão a Avenida Luís de Camões. Por sua vez, a doçaria local, doces e compotas, vinhos, queijos, enchidos, as-
sim como cerveja artesanal serão alguns dos produtos da região que estarão presentes na Praça Nova, nos stands dos Sabores. “Nesta mostra, vamos ter presentes a primeira “fornada” do Curso Técnico Superior Profissional em Produção Artística para a Conservação e Restauro (TESP), onde aqueles ex-alunos já são artesãos, são empreendedores, e vão começar a expor e a comercializar”, adiantou Miguel Borges.
“Uma maneira de promover o meu trabalho” Ana Mendes, 31 anos, de Abrantes, ainda a frequentar
o TESP, vai estar representada na Mostra onde tem o intuito de divulgar alguns dos seus trabalhos já desenvolvidos na área do restauro. “Quando abriu o TESP em Sardoal, pensei que seria uma mais valia inscrever-me para ganhar competências. A proximidade e o gosto pela área foram dois fatores que também tive em conta”, contou ao JA. “Atualmente, tenho uma página no facebook intitulada “100Rococos”, é uma marca registada (…) Entretanto estou a tentar integrar o “Art of de Sardoal”, uma iniciativa recente criada pela autarquia, sendo esta uma espécie de incubadora para artesãos do
concelho”, explicou Ana Mendes. No que diz respeito à sua participação na Mostra, a abrantina confessou que o instituto passa pela “divulgação do serviço, desta competência adquirida. É uma maneira de promover o meu trabalho”. “Vou levar algumas peças de exemplos do que pode ser feito ao nível do restauro, para que os visitantes possam tomar contacto com aquilo que sei fazer”, finalizou. Durante todos os dias, a Mostra de Saberes e Sabores vai ter animação musical por grupos oriundos de concelhos vizinhos. JMC
jornaldeabrantes
jornaldeabrantes
SAUDE 19
SETEMBRO 2016
MÉDIO TEJO
O Grupo de Trabalho das estruturas dos utentes para o ACES Médio Tejo reuniu e informa em comunicado, que: “os cuidados de saúde de proximidade estão em causa com o contínuo encerramento de extensões de saúde; a concentração de serviços em algumas unidades, para além do aumento de encargos para os utentes, leva ao ressurgimento de filas de espera, à procura de alternativas no sector privado e social e ao recurso das sobrecarregadas urgências hospitalares”, entre outros problemas que enumeram. Em declarações ao JA, Manuel Soares porta-voz da CUSMT, referiu que todas as estruturas de utentes gostariam “que no conjunto do Médio Tejo se pudesse arranjar uma proposta e um plano estratégico, que em colaboração com outros níveis de saúde, se pudessem resolver muitos dos problemas de saúde primários”. O responsável afirmou que as propostas residem na “necessidade de funcionamento
das extensões de saúde, do reforço de ações de saúde e da articulação com os cuidados continuados e hospitalares”. Sobre alguns problemas que as Comissões de Utentes vão apresentar, Manuel Soares disse não perceber porque é que “ as unidades móveis de saúde não existem, sabemos que há alguns casos, mas consideramos que esta deveria de ser uma prática generalizada a todo o Médio Tejo, no sentido de existir uma medicina de prevenção, com o acompanhamento normal de pessoas que não têm a possibilidade de se deslocarem aos centros de saúde”. Sobre a falta de médicos de família e de outros profissionais de saúde, o dirigente disse que é urgente “ haver discriminação positiva para estas regiões, não esquecendo os médicos que estão por cá a trabalhar. O problema é que não é só a falta de médicos, porque há casos onde até há médico, mas não há administrativos, enfermeiros, e outros especialistas”.
DR
Comissão de Utentes exigem melhorias nos cuidados de saúde primários
A adaptação dos horários das extensões de saúde foi outra proposta referida: “não se pode continuar a conceber que os cuidados primários de saúde estejam somente disponíveis durante o horário de atividade das pessoas. Com a pressão do trabalho, mui-
tas vezes o caminho não é ir ao centro de saúde, mas sim ao hospital. Deveria de existir uma adaptação dos horários”. Para além das propostas elencadas, Manuel Soares referiu que “a CUSMT vai indicar os seus novos representantes no Conselho de Comunidade
do ACES Médio Tejo (um efetivo e dois suplentes) e apelar ao Presidente do Conselho Comunidade para que o órgão consultivo do ACES reúna tão breve quanto possível. Ao mesmo tempo sensibilizaremos todas as autarquias e demais entidades para uma par-
ticipação cativa e construtiva na reunião a ser convocada”. A Comissão de Utentes já solicitou agendamento de uma reunião com a Diretora Executiva do ACES Médio Tejo para dar e pedir informações e apresentar propostas. Joana Margarida Carvalho
SARDOAL
Autarca diz ser lamentável a falta de médicos e acusa que “nada tem sido feito” Durante o mês de agosto, Sardoal não teve um único médico de medicina geral, situação que Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal, disse ao JA ser “lamentável”, “algo que não faz sentido num país que se quer europeu e do século XXI”. De acordo com o autarca, “a instabilidade é tão grande, que a realidade da semana passada era uma, a de esta semana já é outra. Temos tido dois médicos, uma médica cubana em maior permanência, depois outros médicos que passam pelo sistema de outsourcing de contrata-
ção de empresas, que variam consoante o número de horas e a disponibilidade financeira”. A título de exemplo, Miguel Borges explicou que “as pessoas precisam dos seus medicamentos para os seus tratamentos, deixam no centro de saúde o pedido e só passado muito tempo é possível levantar o receituário, é algo que não faz sentido, é terceiro-mundista”. Recorde-se que em outubro de 2015 o Município de Sardoal assinou com o Governo um protocolo para a descentralização de competências
na área da saúde. Atenuar o número de utentes sem médico de família e aumentar
os cuidados de saúde de proximidade eram os objetivos do protocolo que acabou por não ser publicado. “Com o Governo anterior nós assinámos um protocolo, em que iríamos criar as chamadas Unidades de Saúde Familiares de Terceira Geração. Só que entretanto esse protocolo, com a mudança do Governo, não foi publicado e deixou de ter efeito. Era uma luz ao fundo túnel de uma delegação de competências para com a autarquia (…) mas claro que a delegação teria de ser acompanhada pelo respetivo
envelope financeiro. Havia uma luz que hoje não existe, há um retrocesso quanto aos tempos anteriores”, fez notar o autarca sardoalense. O presidente disse ainda que já apresentou algumas “propostas” e que “continua sem perceber como é que um país, que forma médicos, com cursos que custam ao Estado, possibilita que no dia seguinte à sua formação, estes médicos possam ir para o estrangeiro, sem que haja um mínimo de tempo que eles tenham de cumprir e que justifique o investimento estatal”.
“Não consigo perceber porque é que não é feito com os médicos um sistema de concurso como é feito com os professores, sendo que os professores são colocados no sítio onde fazem falta. Não percebo. Não consigo entender. Acho que há aqui interesses acima dos interesses da população”, vincou. Segundos os últimos dados do ACES Médio Tejo, trabalham atualmente 112 médicos de Medicina Geral e Familiar na região, mas serão necessários mais 17 para a cobertura total. JMC
jornaldeabrantes
20 SAÚDE
SETEMBRO 2016
Desafios na saúde para mais um século Quando olhamos para os próximos 100 anos e os desafios que nos colocam, não é fácil que centremos a nossa atenção na saúde. Porque diz-nos a tradição que “saúde, Deus a dá, Deus a tira”. Mas basta olharmos um pouco para trás, veremos que a saúde que temos depende muito daquilo que nós fizemos por ela. Então, temos de pensar no que queremos, logo no que vamos fazer neste domínio. Seja-me permitido trazer aqui (de novo) os desafios que se colocam, hoje, à saúde dos nossos jovens. A informação disponível diz-nos que estamos a construir uma ameaça de grandes proporções ao futuro deles: álcool (e cada vez mais cedo), droga, obesidade, sedentarismo, dependência do telemóvel e computador, vício dos jogos on line, excesso de sal e de açúcar, dietas loucas, depressão, dependência de ansiolíticos, e da ritalina, stress por excesso de actividades, surdez precoce pelos fones nos ouvidos… Por outro lado, a superprotecção e a falta de autoridade dos pais deixam as crianças a crescer sem estrutura interna. Sem esquecer as possíveis epidemias e o ressur-
gimento de velhas doenças. E a diminuição das defesas pelo excessivo uso de antibióticos. E… Caminhamos para uma catástrofe coletiva? Que há a fazer? É aos pais que cabe assegurar uma orientação positiva e de proximidade. Há, por isso, que desenvolver uma ação com os pais para que o seu trabalho seja eficaz. Mas essa ação é também da responsabilidade da saúde escolar. Esta existe? é eficaz? Por mais que olhemos em volta, o que os indicadores nos dizem é que a saúde infanto-juvenil parece estar um tanto fora de controlo em termos de futuro. Daí que se deva colocar o problema sob a forma “que há a fazer?” O andar da carruagem, ou seja, a forma como o sistema social está a comportar-se, não prenuncia bons resultados futuros. O que está a funcionar não é suficiente para assegurar os resultados que se impõem. Portanto, ou introduzimos uma nova energia no sistema e um novo centro de pilotagem ou o futuro anuncia-se difícil e mais caro neste campo. E não devemos querer que o sistema de saúde seja sobrecarregado com um agravamento
dos problemas, logo da despesa. Mas o problema da saúde não é menor se olharmos para o topo da pirâmide etária. Os adultos vivem cada vez mais anos e isso acarreta ameaças significativas no que respeita aos processos de envelhecimento. As doenças neuro-degenerativas vão aumentar de modo significativo: vão triplicar até 2050, dizem alguns. Em particular as demências. Os estudiosos deste problema dizem que
estamos a fazer muito para aumentar os anos de vida das pessoas, mas quase nada para enfrentarmos os problemas que esses mais anos nos vão trazer. E no caso da sociedade portuguesa o problema agrava-se por estarmos sujeitos a um processo de envelhecimento social acelerado. Vamos ter cada vez mais velhos a cargo de cada vez menos gente nova. Ora um velho demente não é apenas um problema de saúde desse velho. De-
pendente, por vezes muito dependente, ele é um problema para quem tem de cuidar dele: problema financeiro, problema psíquico, problema social; mais despesa, mais trabalho, menos liberdade de movimentos, mais stress, menos saúde do cuidador e assim por diante. Bastam estes dois setores da pirâmide etária para nos darmos conta de que há um “outro” trabalho a fazer. Ora a saúde é um setor que diz respeito a toda a gente e sobre
o qual se edifica toda a vida social. Por isso, se há aqui um problema médico, e um problema de segurança social, há sobretudo um problema bem mais global, que devemos dizer político, e que só a esse nível pode ser enfrentado. E se são necessárias novas respostas nacionais, é indispensável serem criadas novas respostas a nível local e sub-regional. Há por aí ninguém a pensar nisto? Alves Jana
CRÓNICA DE SAÚDE ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO
Setembro Agosto está a terminar e o mês de setembro à porta, com ele chega o outono, o início de um novo ano de trabalho e o fim do verão. Tratase de uma altura associada a alguma nostalgia e até, para alguns, algum stress pós-férias. Este ano não vou deixar que isto me deite abaixo, vou aproveitar o bom que setembro tem para nos oferecer. Na realidade, o mês de setembro, com as suas temperaturas amenas e moderados índices polínicos, é a altura ideal para umas caminhadas e outras atividades em comunhão com a natureza. Possivelmente a melhor altura para
jornaldeabrantes
percorrer aquele trilho do Zêzere, que há algum tempo anda pensado, e usufruir dos tons dourados, dos aromas do outono e dos últimos raios solares, enquanto queimo aquela tentadora bola de Berlim e outros excessos cometidos neste verão. É uma excelente altura para restabelecer a energia, a forma e preparar o meu sistema imunitário para os desafios do próximo inverno, comendo alimentos mais saudáveis, saboreando frutos e legumes da época e desfrutando dos peixes gordos, tais como a sardinha, que nesta altura do ano são fantásticos.
Neste regresso ao trabalho, aproveito para reorganizar as minhas tarefas diárias em especial as refeições, voltar à lista de compras, evitando deste modo as compras desnecessárias e desperdícios alimentares. Aproveito sempre as ideias e sugestões apelativas e saudáveis do site http://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/. Nunca me esqueço de beber muitos líquidos, porque é importante manter o corpo hidratado. A nossa salubridade passa também pelo espaço onde passamos muito tempo, a nossa casa. Este é o momento de a preparar para o inverno,
fazer a limpeza dos sistemas de aquecimento, ventilação e das lareiras e se necessário chamar técnicos para realizarem a sua manutenção. Aproveito para arrumar e organizar as roupas das camas, previamente limpas e higienizadas e arejar os colchões de ambos os lados, no mínimo três horas de sol para cada lado. Certamente que concorda comigo, setembro é um excelente mês para iniciar um novo ciclo de vida cheio de saúde. Carla Simões
Técnica de Saúde Ambiental, USP Médio Tejo
AGENDA SETEMBRO 2016
MÚSICA 17.SET.16 // 21:30 LARGO DA IGREJA DE RIO DE MOINHOS 18.SET.16 // 18:00 AQUAPOLIS MARGEM SUL ROSSIO AO SUL DO TEJO
MÚSICA 16.SET.16 // 21:30 CINETEATRO SÃO PEDRO
Música do nosso tempo p
João Pedro Pais
Improviso
Espetáculo itinerante
TEATRO O DE MARIONETA TA AS 24.SET.16 // 10:30 30 CINETEATRO SÃO PEDRO RO EXPOSIÇÃO 6(7 ȣ 287 48 8$5 57( 7(/ / / ȣ *$/(5,$ 081,&,3$/ '( $57( '( $%5$17(6
Barba Azul
Festa da marioneta
DESPORTO
04.SET.16 // 09:00 CASA DO POVO DE S. MIGUEL DO RIO TORTO
Cabeços de S. Miguel Passeio de BTT DESPORTO
DESPORTO
ȣ 6(7 ȣ ALDEIA DO MATO
Cable Park da Aldeia do Mato Soft Opening MÚSICA
10.SET.16 // 10:00 PRAIA FLUVIAL DE ALDEIA DO MATO
11.SET.16 // 12:00 ADRO DA IGREJA ALDEIA DO MATO
12.º Challenge
CICO — ART’Andante
10 Km Open Water
100 Anos de artes s plásticas em m Abrantes
Carrilhão LVSITANUS
DESPORTO
6(7 )¾-2 ȣ 5266,2 AO SUL DO TEJO
7.ª Maratona no trilho do lobo Troféu BTT Ribatejo Norte
DESPORTO
24.25.SET.16 // 16:30 CAMPOS DAS EQUIPAS PARTICIPANTES
InCup
Taça concelhia pré-época INATEL JUVENTUDE
6(7 ESPAÇO JOVEM DE ABRANTES
Nós, os jovens! TEATRO DE RE EVISTA 09.SET.16 /// 21:30 CINETEATRO SÃO PE EDRO
Bullying, indisciplina ou delinquência
ANIMAÇÃO
29.SET.16 // 10:00 ESPAÇO JOVEM DE ABRANTES E JARDIM DA REPÚBLICA 02.OUT.16 // 09:00 ALDEIA DO MATO E AQUAPOLIS MARGEM SUL
Abrantes, de coração
Dia mundial do coração MÚSICA
29.SET.ȣ 287 16 // 21:30 CINETEATRO SÃO PEDRO
Musicam Abrantes 2016 Caminhos do jazz
As mentiras s que os homens s contam jornaldeabrantes
22 AMBIENTE VILA NOVA DA BARQUINHA
BE alerta para problemas no Aterro Intermunicipal da Valnor
CM VNB
Município reforça limpeza das ruas
SETEMBRO 2016
Está ao serviço do Município de Vila Nova da Barquinha, desde meados de agosto, uma nova máquina de limpeza urbana. “O veículo que percorre diariamente as ruas do concelho dispõe de um mecanismo que funciona com uma escova mecânica, auxiliada por um fluxo de água e por um sistema de vácuo
que recolhe os resíduos para um depósito, “destaca o Município em nota de imprensa. “A limpeza é uma grande preocupação para a Câmara Municipal, que desta forma reforça os meios de limpeza urbana para proporcionar maior qualidade de vida aos munícipes”, finaliza a informação.
ABRANTES
Aprovada requalificação da estrada municipal entre Carvalhal e Souto
• Coreto da aldeia de Souto Foi aprovado na reunião de Câmara realizada no dia 2 de agosto o projeto de execução relativo à empreitada de requalificação da estrada municipal que liga as freguesias de Carvalhal e Souto e de um ramal de ligação da estrada nacional 358 ao Carvalhal, tratando-se, neste caso, de um pequeno troço que ficou de fora de uma intervenção da antiga Estradas
jornaldeabrantes
de Portugal e que a Câmara assume como necessário requalificar para proteção dos automobilistas e moradores. Decorrerá de seguida o processo de concurso público, tendo sido fixado o preço base da empreitada em cerca de 314 mil euros, acrescido de IVA. O prazo de execução da obra será de 60 dias.
O Bloco de Esquerda manifestou em comunicado a sua preocupação quanto ao aterro intermunicipal da Valnor, em Abrantes. No documento, é possível ler que “a 12 de abril do corrente ano, o deputado Municipal Armindo Silveira (BE), no seguimento da informação de um cidadão, deslocou-se às imediações do Aterro Sanitário Intermunicipal de Abrantes, gerido pela Valnor, para verificar concretamente dados que procurava”. A 14 de abril do corrente ano, o deputado bloquista dirigiu-se novamente ao local, “acompanhado de um elemento da Quercus, do vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Abrantes e de dois responsáveis da Valnor e tiveram uma reunião seguida de uma visita ao interior do referido aterro. Confirmaram a existência de escorrência de
água lixiviada oriunda de uma célula de Resíduos Industriais Banais (RIB) para uma linha de água no exterior. Verificou-se que a célula RIB, por não estar impermeabilizada na sua superfície, foi acumulando água das chuvas e outras até transbordar. Os responsáveis da Valnor afirmaram que embora tenham vindo a reparar os taludes desta célula, ela não é de sua responsabilidade, nem tão pouco sabem de quem seja”. Segundo o comunicado, “a Valnor confirmou a existência de uma barragem, na linha de água, a cerca de 1,5km. Revelaram que fazem análises periódicas e que os valores estão dentro dos parâmetros legais. Esta barragem tem depositado uma quantidade indeterminada de lamas e milhares de litros de água negra que se suspeita ser, em grande parte, oriunda do aterro sanitário e
que vai desaguar ao rio Tejo. A GNR/SEPNA deslocou-se ao aterro e à barragem desenvolvendo as diligências que a situação exige”. “A Sra. Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, questionada na sessão de Assembleia Municipal de Abrantes de 19 de Abril, sobre a célula RIB, informou que uma empresa do grupo Lena Ambiente, em 2006, ficou incumbida da sua manutenção mas que não sabe quem a construiu, nem quando deixou de ser monitorizada. Quanto à barragem e à qualidade da água, a única informação que tem é a fornecida pela Valnor e não pode atestar mais nada dado o escasso tempo que teve para analisar o caso. O BE de Abrantes esperou que o executivo municipal de Abrantes analisasse o caso e respondesse às questões que ficaram em aberto. Como tal
não aconteceu, encaminhou o assunto para o Grupo Parlamentar do BE que, a 5 de Julho, interpelou o Governo, através do Ministério do Ambiente (MA)”, refere Armindo Silveira no documento. O BE de Abrantes sublinha que “não se conforma com o silêncio que impera sobre este assunto. Enquanto não forem apuradas responsabilidades, corrigidas ou eliminadas irregularidades, paira um clima de suspeição sobre diversas entidades a quem cabe dissipar quaisquer dúvidas”, Afirma Armindo Silveira. O BE alerta ainda “as entidades responsáveis, que continuam a ser libertados gases da célula RIB para a atmosfera. O Inverno aproxima-se e a escorrência pode repetir-se. E até hoje, nada se sabe sobre as características perigosas ou não do que está depositado na referida barragem”.
SOCIEDADE 23
SETEMBRO 2016
Passaram cinco anos desde que Maria Lucília Moita nos deixou: 22 Agosto de 2011. Nasceu em Alcanena, terra que sempre sentiu como sua e onde, ainda criança, descobriu a pintura. A sua família soube alimentar o espírito artístico que ali nascia e proporcionou-lhe aulas com o mestre João Reis, em Lisboa. Formou-se na escola naturalista e aí começou a ter êxito. O naturalismo, nos finais do século XIX e início do XX, incitava a imitar a natureza, a pintar cenas em contexto natural. Não admira, por isso, que as pessoas “naturalmente” gostassem e identificassem o que estava pintado. Passados anos, começa a desviar-se da obediência naturalista, e atravessa uma fase de procura intensa. Os seus admiradores não gostaram. Sofre as dores da transição e sente-se incapaz de pintar. É nesse tempo que emerge a expressão poética, dorida e fragmentária. Até que rompe com o passado e surge com uma “escrita” ou linguagem pictórica própria. A partir de então, é “a pintura de” Maria Lucília Moita. Vai continuar a procura e a evolução. Por exemplo, uma fase mais “orgânica”, em que os seus quadros parecem representar fragmentos de tecidos
ou órgãos, mais tarde uma fase mais aberta e solar, de marinas e espaços amplos. Um dia, estava a pintar no campo e passa uma mulher que se demora a observá-la e às tantas comenta: “É uma vida.” Esta “definição” simples do que ali acontecia cativou Maria Lucília Moita. Para ela, a pintura não era um hobby ou passatempo ou actividade de domingo. Era a sua profissão. Mais que isso, era a sua vida. A sua obra, a sua carreira artística era a expressão oficinal da sua vida. Teve a sorte de casar com Fernando Simão. Um homem bom, que acolheu a mulher e a artista na mesma pessoa. Ele foi o cavalete sobre o qual Maria Lucília Moita pôde apoiar a sua carreira. A sua pintura e os seus desenhos a carvão, sem esquecer a poesia da fase dorida de transição, denotam uma nítida ascese. Os seus Cristos, únicos, são expressão disso mesmo. Era muito exigente consigo e com tudo o que dizia respeito à sua obra. Quando expôs no Centro Cultural de Belém, quis ser ela a montar a exposição. E não era por soberba, mas por entrega na procura do que era o melhor a conseguir. A fase final, mais luminosa, denotava já uma
CM Abrantes
Maria Lucília Moita Uma vida como dom
dimensão mística, que se alimentava, em muito, da sua convivência com os ícones ortodoxos. Isso mesmo nos mostra o poema-oração, um inédito que hoje publicamos. Radicalmente artista, profundamente religiosa, empenhadamente humana. Apesar de ser de um estrato social favorecido, mantinha-se atenta ao que de mais humilde encontrava, desde muros e troncos até pessoas, que deixou imortalizadas nos retratos que delas fazia. Só da Quitéria, uma deficiente, pintou pelo menos dois. Teve a felicidade de ver a
sua obra reconhecida: pela Fundação C. Gulbenkian, que em 1977 a ajudou a montar, já então, uma retrospectiva do seu percurso, pelo Centro Cultual de Belém, onde expôs os seus desenhos a carvão, e pelas câmaras das suas duas terras, Alcanena e Abrantes. Mas até estes reconhecimentos não foram apenas resultado da atenção à sua obra, mas efeito do seu trabalho, sim, trabalho, e profissional, de afirmação e defesa da sua obra. É ainda nesta perspectiva que deve ser lida a doação de uma parte do seu espó-
lio à Câmara de Abrantes, de modo a que fique patente o seu percurso e a sua obra, em princípio no museu projectado para o Convento de S. Domingos. Mas uma tal doação não é apenas isso, uma afirmação de si e do seu percurso. É também a forma de dar continuidade ao que sempre fez: mostrar o seu atelier, o seu trabalho, o seu percurso como doação de si e como estímulo a quem queria abrir-se à arte e
em especial a quem se sentia motivado para a prática das artes plásticas. Afinal, toda a sua vida foi isso, o dom de si – como pintora, como esposa e mãe, como mulher de cultura empenhada na sua cidade. Entretanto, a melhor forma de entretanto a descobrir é no livro “Maria Lucília Moita”, de Fernando António Baptista Pereira, edição da C.M.A. Alves Jana
Uma vida em algumas datas
Inédito Poema / Oração de Maria Lucília Moita Peço-te Deus Pai que me dês a aceitação do que é menor. A Paz maior. Peço-te a claridade no juízo. A serenidade A mansidão Peço-te disponibilidade constante. Inquietação consciente. Peço-te sobretudo uma grande certeza na caridade. Faz em mim a esmola do silêncio e fica comigo no silêncio. Na execução do meu silêncio. PUBLICIDADE
1928 – Nasce em Alcanena 1945 – Inicia lições de pintura com João Reis 1948 – Expõe o primeiro quadro (Lisboa, SNBA) 1952 – Primeira exposição individual: Alcanena 1954 – Casa com Fernando Simão, passa a residir em Abrantes 1958 – Primeira exposição individual em Lisboa 1967 – Livro: “Tempo circulado” 1971 – Livro: “Apertado mundo de dentro” 1974 – Livro: “A segurar o tempo” 1977 – Primeira exposição em Abrantes (retrospectiva) 1989 – Medalha de Ouro de Mérito Municipal, C. M. Alcanena 1992 – Livro: “Aonde me leva a memória” 1996 – Medalha de Mérito Cultural, C. M. Abrantes 2001 – Última exposição individual, em vida, em Abrantes 2003 – Última exposição individual, Setúbal 2004 – Edição do livro “Maria Lucília Moita”, de Fernando A. Baptista Pereira (CMA) 2011 – Morre em Abrantes (22 Agosto) 2012 – Inauguração da escola Básica Maria Lucília Moita (Abrantes) Além das exposições individuais registadas, M.LM. realizou ainda outras 38 e participou em várias coletivas.
jornaldeabrantes
24 SOCIEDADE
SETEMBRO 2016
INCÊNDIOS FLORESTAIS
Abrantes com mais de 1500 hectares ardidos
• Abrantes viu o norte do concelho arder no dia 23 de agosto
• São Simão, Sardoal A um mês de terminar a Fase Charlie relativa aos incêndios florestais, o período mais crítico do ano, o concelho de Abrantes regista uma área ardida de 1505,446 hectares, grande parte fruto do incêndio que teve inicio dia 23 de agosto, na freguesia das Fontes, abrangendo ainda as freguesias do Carvalhal, Abrantes, Aldeia do Mato e Souto e também o concelho do Sardoal. Até ao dia 23 de agosto a área ardida no concelho de Abrantes era de 68,446 hectares e com este grande incêndio arderam 1437 hectares. O deflagrou às 13.52 horas do dia 23 de agosto na freguesia das Fontes. A primeira intervenção foi feita três minutos após ter sido dado o alerta, mas sem sucesso. As chamas propagaram-se rapidamente e houve a necessidade imediata de meios aéreos e terrestres. A extinção do incêndio deu-se 22 horas
jornaldeabrantes
depois, mas todo o trabalho de rescaldo e consolidação só foi concluído à 01.00 hora do dia 26. Nesta ocorrência estiveram envolvidos 959 operacionais, 327 veículos, 14 máquinas de rasto e 13 meios aéreos conseguiram em 57 horas passar por todas as fases de resolução, desde o alerta inicial até à conclusão das operações. As chamas, que chegaram a atingir 30 e 40 metros de altura, afetaram as freguesias de Aldeia do Mato e Souto, Carvalhal, Fontes, Abrantes e Alferrarede. Algumas famílias foram evacuadas como medida de prevenção na localidade de Sentieiras, tendo sido realojadas pelos serviços sociais do Município de Abrantes em articulação com a Segurança Social de Santarém. No Teatro de Operações estiveram presentes 108 entidades, das quais 89 eram corpos de Bombeiros.
Panorama nacional A nível nacional, o mês de Agosto foi o que registou até agora o número mais elevado de incêndios, desde o início do ano, tendo sido registados até ao dia 15, pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, 3712 incêndios, e o norte do país continua a ser a zona mais fustigada. A base de dados nacional de incêndios florestais regista, no período compreendido entre 1 de janeiro e 15 de gosto de 2016, um total de 8.624 ocorrências (1.520 incêndios florestais e 7.104 fogachos) que resultaram em 103.137 hectares de área ardida, entre povoamentos 38.013ha) e matos (65.124ha). Comparando os valores do ano de 2016 com o histórico dos últimos 10 anos destacase que se registaram menos 22% de ocorrências relativamente à média verificada no decénio 2006-2015 e que ardeu três vezes mais área do
que a respetiva média nesse período (Quadro 1). O ano de 2016 apresenta, desde 2006 (até ao dia 15 de agosto), o quarto valor mais baixo em número de ocorrências e o valor mais elevado de área ardida. Até 15 de agosto de 2016 há registo de 234 reacendimentos, menos 597 do que a média do período 2006-2015.
foi Aveiro com 41.569 hectares, cerca de 40% da área total ardida até à data, seguido de Viana do Castelo, com 23.197 hectares (23% do total). Mais de 60% da área ardida no distrito de Aveiro corresponde a uma única ocorrência que teve início na freguesia de Janarde, concelho de Arouca, e que consumiu 25.116ha de espaços florestais.
Análise distrital
Análise mensal
Da análise por distrito destaca-se com maior número de ocorrências, e por ordem decrescente, o distrito do Porto (2.783), Braga (903) e Aveiro (865). Em qualquer um dos casos as ocorrências são maioritariamente fogachos, ou seja, ocorrências de reduzida dimensão que não ultrapassam 1 hectare de área ardida. No caso especifico do distrito do Porto a percentagem de fogachos é de 85%. O distrito mais afetado, no que concerne à área ardida,
Face às condições meteorológicas adversas, favoráveis à propagação de incêndios florestais, que se fizeram sentir durante esse mês a Autoridade Nacional de Proteção Civil decretou 22 dias em Estado de Alerta Especial (EAE) de nível amarelo ou laranja do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), mais concretamente em julho: 14-18 e 23-29; e em agosto: 06-15. Os números de ocorrências registadas no mês de ju-
lho e na primeira quinzena de agosto de 2016 superaram os respetivos valores médios do decénio 2006 – 2015, com mais 204 ocorrências no mês de julho e mais 1.296 nas duas semanas de agosto do que as referidas médias (Quadro 3). A área ardida entre 1 e 15 de agosto contabiliza 95.357 hectares de espaços florestais, quase 93% da área total ardida em Portugal Continental até essa data.
Os grandes incêndios Consideram-se grandes incêndios sempre que a área total afetada seja igual ou superior a 100 hectares. Até 15 de agosto de 2016 registaramse 86 incêndios enquadrados nesta categoria que queimaram 92.966 hectares de espaços florestais, cerca de 90% do total da área ardida até 15 de agosto. Gisela Oliveira
CONSTÂNCIA 25
SETEMBRO 2016
DIAS PREENCHIDOS SOBRETUDO COM ORAÇÃO, MAS TAMBÉM COM A PRODUÇÃO DOS “QUEIJINHOS DO CÉU”
“Vivemos num clima de silêncio” É no concelho de Constância, mais propriamente na freguesia de Montalvo, que podemos encontrar o Mosteiro de Nossa Senhora da Boa Esperança, onde habitam desde 1980 as Irmãs Clarissas do Desagravo, oriundas do Louriçal. Atualmente são apenas sete as irmãs que lá residem e que seguem as regras de Santa Clara de Assis. Ao chegarmos ao Mosteiro, somos recebidos pela Irmã Maria, a Madre ou Abadessa. “É como a mãe numa casa, sou a responsável pela comunidade.” Começa por nos contar como foi quando percebeu que queria seguir uma vida religiosa, dedicada a Deus. “Era muito nova, uma adolescente, quando percebi que tinha uma forte inclinação para fazer bem às pessoas e para me dedicar aos outros. Então decidi, depois de muita procura, que a minha inclinação e vocação era mesmo dedicar-me aos outros com todo o meu coração e dedicar toda a minha vida a Deus pela oração.” No que diz respeito à sua decisão de pertencer à ordem de Santa Clara de Assis, a Abadessa confessa que a sua família “reagiu muito mal”. E acrescenta: “Tive que fazer uma greve de fome para conseguir vir para o convento e, depois, os meus pais deixaram-me vir. Tiveram que escolher entre ver-me morrer ou poder viver para Deus.” Ainda no seu escritório, local onde recebe as visitas, a Irmã Maria descreve o dia a dia no Mosteiro, que se divide entre a oração, o trabalho e o convívio ao final do dia. “A nossa vida é uma vida projetada para Deus, projetada para a oração. Nós vivemos num clima de silêncio, por isso precisamos do convívio diário” – explica a Madre. Entre o silêncio que se faz sentir, ecoa apenas a voz pausada da Abadessa, que não vê o estilo de vida no Mosteiro como uma vida de privações. “Quando fomos chamadas e fizemos uma opção ao responder ao chamamento que Deus nos fez, fiz-
• Sete Irmãs Clarissas do Desagravo vivem no Mosteiro Senhora da Boa Esperança emo-lo de bom gosto e com grande alegria para podermos implorar pelas pessoas, não só pelas que nos recomendam, mas também pelas pessoas de todo o mundo, para que haja paz, para que tenham saúde, para que a ciência avance no sentido de que as pessoas possam ter uma vida melhor. Tudo aquilo a que podem chamar renúncia para nós não é renúncia é apenas um espaço de recolhimento para chegarmos à contemplação de Deus.” A Madre, abrindo as portas do Mosteiro, aceitou falar sobre diferentes temas, incluindo o tema da morte. Diz que se trata de “um mistério” e que “se nós vivermos esse mistério na fé, apenas temos que saber que, para além
desta vida, deste corpo mortal, nos espera um descanso na paz”. Explica que não acreditam na encarnação, apenas acreditam que “vamos viver em Deus, porque para Deus tudo é presente”. Mesmo assim, reconhece que, “como mulher, como humana, é difícil aceitar a morte”. E volta à ideia do mistério: “A morte toca-nos no coração, como toca a outras pessoas, mas aceitamo-la nesse espírito de fé.”
Doces como forma de sustento Os típicos “Queijinhos do Céu”, doce conventual confecionado pelas Irmãs Clarissas, são uma das formas do sustento daquelas que, certo dia, seguiram as pisadas de Santa Clara de Assis, que ab-
dicou de uma vida de luxo pela pobreza. Sobre a origem desta especialidade, a Irmã Maria conta que “são um doce conventual muito antigo, foi trazido para Constância por umas religiosas que vinham do Algarve aqui fazer peditórios e usar as águas férreas que havia aqui no concelho. Elas eram acolhidas pela família Falcão e como testemunho da gratidão de serem bem-recebidas delegaram-lhes a receita dos Queijinhos do Céu.” Sobre a confeção dos “Queijinhos do Céu” a Madre explica que são feitos de massa pão por fora, com base de amêndoa de açúcar, e por dentro levam ovos e açúcar. “Depois são envolvidos em papelinhos. É tudo um trabalho manual, por isso é que
uns saem grandes e outros pequenos. Sendo um trabalho manual e não industrial, tem mesmo aquelas características de serem feitos à mão.” As pessoas da terra gostam, mas é sobretudo para quem visita a região que produzem os doces. “Confe-
cionamos sobretudo por encomenda, pouco fica para as pessoas que passam cá, mas conseguimos satisfazer as necessidades do turismo de Constância.” Vera Ribeiro
(Escola Superior de Tecnologia de Abrantes) PUBLICIDADE
Comércio de artigos de cabeleireiro e estética Av. das Forças Armadas - Edifício. Sopadel, loja 10 ABRANTES . 241 371 386
abrantes@haircenter.pt jornaldeabrantes
26 MAÇÃO
SETEMBRO 2016
Pereiro voltou a enfeitar-se e a ser Capital O concelho de Mação voltou a receber mais uma edição do Pereiro – Capital das Ruas Enfeitadas, que este ano contou novamente com milhares de flores e um forte envolvimento da comunidade local. De ano para ano, a adesão à festa tem sido constante, avançou António Maia, vice-presidente da Associação Desportiva e Cultural do Pereiro: “as pessoas que vivem fora trazem toda a família por esta altura do ano. A aldeia que costuma ter 150 pessoas, durante os dias de festa tem milhares”. Na edição deste ano, a aldeia tornou a primar pela novidade. No Largo do Arraial, o maior largo da aldeia, podia apreciar-se um guarda-sol gigante multicor. Para a elaboração do trabalho foram necessários vários meses de trabalho e muitos materiais aplicados: 12.800 agrafos, 4.800 metros de cordel, 520 metros de “cortados“ e 4.250 flores artificiais verdes, vermelhas, azuis e amarelas. Outra novidade passou pela concretização de uma rosa gigante, suspensa no ar, junto à sede da Associação. Com dois metros de largura e 1,50 m de altura, para a sua realização foram necessários vários meses a fazer mais de 5.000 flores artificiais. Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal, voltou a marcar presença na inauguração do evento e disse que “esta é uma festa que enriquece o Pereiro, que enriquece o concelho de Mação mas que também é muito importante para nós que representamos uma região com 100 municí-
jornaldeabrantes
pios e que procura todos os dias, cada vez mais, ter esta ligação”. O presidente do Turismo do Centro adiantou ainda que “estamos habituados a ouvir falar do turismo associado ao litoral. Nós acreditamos que do litoral ao interior, existe riqueza suficiente para podermos desenvolver projetos, atrair pessoas e contribuir para que o território não seja apenas o do litoral mas também que os territórios do interior tenham a sua capacidade, tenham a sua oportunidade de poderem ver o desenvolvimento”. Pedro Machado disse que importa agora “levar este testemunho que a comunidade do Pereiro dá, não só à região do Médio Tejo mas para as outras regiões e dizer que não é apenas o valor económico que está associado a esta festa, é a motivação. E diria mais, são os valores que estão intrínsecos a esta comunidade, que sabem que contribuindo todos, conseguem fazer um trabalho que é digno de ser visto e é digno de uma comunidade”. Para Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, “este evento já atingiu uma determinada projeção que importa agora consolidar, solidificar e percebermos todos, em conjunto, como é que poderá ser mais potenciada”. Devido à desertificação com que o interior se debate e a alguma desmotivação por parte da comunidade pereirense, Vasco Estrela assumiu que “a Câmara Municipal de Mação está disponível para convosco trabalhar no sentido de que, tudo aquilo que foi feito ao longo des-
tes anos, não seja perdido. Sabemos que, infelizmente, também no Pereiro existem cada vez menos pessoas. É por isso importante unir esforços. Sinto, da parte daqueles que aqui perdem muitas horas do seu tempo, não diria um desânimo mas, pelo menos, gostariam que houvesse mais vontade, mais gente «a puxar». Queria aqui deixar bem vincado que, da parte da Câmara Municipal de Mação, até que vocês queiram, até que vocês tenham vontade e até que eu tenha uma palavra a dizer, estaremos ao vosso lado para que todo o trabalho que foi feito ao longo destes anos não se
perca”. O autarca terminou afirmando que “era uma pena que isto se possa vir a perder. Era uma pena para o Pereiro, para o concelho de Mação e, diria mais, era uma pena para o país”. Ao longo dos dias da festa, a animação esteve garantida por diversos djs e “a festa durou até ao nascer do sol, como aconteceu nos anos anteriores”, avançou António Maia. Este ano, o certame voltou a contar com milhares de flores e uma forte adesão de visitantes, “cerca de 25 mil pessoas”, segundo a organização.
António Maia avançou que a edição deste ano “correu ainda melhor, tivemos a visita de muitas pessoas. Uma autêntica multidão afluiu ao Pereiro no sábado e no domingo. É difícil quantificar, mas de certeza que passaram pelo Pereiro cerca de 25 mil pessoas”. “Todas as pessoas que falavam com a organização confessavam que não esperavam ver as ruas do Pereiro com coisas tão bonitas e grandiosas, numa terra tão pequena. As pessoas ficaram encantadas”, afirmou o responsável. O ponto alto dos festejos, no domingo, dia 28, foram as cerimónias religiosas com
missa solene e a procissão com a padroeira da aldeia, Nossa Senhora da Saúde, transportada num andor por dezasseis pessoas, a percorrer as ruas enfeitadas. “O que pedimos às pessoas do Pereiro é que continuem motivadas, para que no próximo ano acabemos por conseguir realizar o mesmo feito. As pessoas gostam bastante desta movimentação toda e enquanto andamos a fazer as flores e a enfeitar as ruas, é um convívio autêntico entre todos e isso é o mais importante”, finalizou António Maia. JMC e PS
jornaldeabrantes
28 DIVULGAÇÃO
SETEMBRO 2016
Estórias de um dinossauro vivo por ele próprio, Manuel Lopes de Sousa Continuação da edição anterior
• Na foto Eusébio chora após derrota com a Inglaterra VESTÍGIOS DO PASSADO
Histórias do futebol O Futebol é o denominado desporto rei que, ao longo dos tempos tem movido multidões. Na história ficam grandes e inapagáveis nomes, não tenho dúvidas que a par de outros, os nomes de Eusébio e de Ronaldo vão perdurar e, irão ser recordados mesmo até pelas gerações vindouras, alguns dos quais só os conhecerão pela imagem fotográfica! Este Euro 2016 com a expetativa e euforia que provocou entre nós e, culminou com a vitória da Selecção Nacional não mais vai ser esquecido, mesmo até nos menos apreciadores do desporto, fica mais uma inapagável e gloriosa página da história do nosso futebol.
A Selecção Nacional consagrou-se assim Campeã deste Euro 2016 Mas, mais perto de nós, aqui na nossa região um pouco por todo o lado, ao longo dos tempos, têm proliferado as equipas e, daí os desafios de futebol. Também decerto modo, surgem as rivalidades entre algumas equipas e seus adeptos. Conta-se que algumas vezes adeptos mais fer-
jornaldeabrantes
vorosos, terão entrado em confrontos mais ou menos violentos, o que levou a que nos desafios mais importantes sejam tomadas grandes medidas de segurança, a fim de evitar que os campos de futebol se transformem em campos de batalha Em grande parte dos casos o mau da fita e grande alvo é o árbitro! Com ou sem culpa, normalmente ele é sempre o culpado de tudo o que correu mal à equipa vencida. Recordo as palavras de um antigo árbitro da nossa região, que se lastimava por os adeptos não compreenderem que o árbitro por vezes é obrigado, a decidir a “duzentos à hora”. Na verdade é assim, ele e os seus auxiliares, encontrando-se perto ou longe, com um ângulo de visão melhor ou pior, ele tem que decidir em fracções de segundo. Na nossa região e na história do futebol, foi triste a atitude de alguns adeptos que foram ao extremo de levar a efeito o enforcamento do juiz da partida... Parece mentira mas isto passou-se na nossa região, o acontecimento perdeu-se no tempo, e terá acontecido nas pri-
meiras décadas (?) do século passado. Não se sabe ao certo se os autores da “proeza” foram a julgamento, no entanto a equipa bem com a organização, ficaram interditas da prática de futebol durante um período de cinquenta anos. Mais tarde outra equipa, “Os Dragões “ tinham como grande rival a equipa do Tramagal, em que os desafios eram sempre polémicos. Sucede que à entrada do campo de futebol dos “Dragões”, existia um grande sobreiro, o que levava alguns adeptos (a brincar ou não) a ameaçar os árbitros com o enforcamento no referido sobreiro! Passaram já algumas décadas e, após uma vitória do Tramagal, terá havido um seu adepto que, poeticamente inspirado fez o seguinte poema que vamos recordar. Havia quem afiançava Que o Tramagal só passava, Quando cortassem o sobreiro. Pois deixem lá esta cortiça, Nós passamos com justiça, Sem a ajuda do Sobreiro! Manuel Batista Traquina
O Sr. Major Campos, por morte de um seu familiar directo, contactou-me para ir abrir o cofre, pois, embora tivesse a chave, não tinha o segredo. Dia e hora aprazada, e eu no local. Começo o trabalho, mas com dificuldade, pois o bom do major veio sentar-se mesmo junto a mim, com os olhos postos no cofre. Pressenti a ansiedade na abertura do cofre, e a necessidade de estar em cima do acontecimento. Pensei logo em lhe pregar uma partida, pois tinha confiança com ele. Logo que toquei no cofre, vi que o ia abrir com facilidade. Disse-lhe que iria ter dificuldade e se me arranjava uma almotolia com óleo de máquina de costura porque havia uma letra que estava presa, ao que ele acedeu. Depressa encontrou a almotolia. Ao entregá-la, encontrou a porta do cofre toda escancarada e com tudo o que tinha bem à vista. Ainda disse: - Eh, pá, nem deste tempo para que eu visse. O meu filho Carlos tinha acabado de montar numa parede de uma das salas um cofre novo de boa marca. Numa das minhas visitas, ele disse-me: - Vê lá agora se és
capaz de abrir aquele. Indicou-me a sala, para eu ir andando, enquanto ele ia beber um copo de água. Ainda não devia ter acabado de beber a água, já eu lhe estava a dar a palavra-chave do segredo. Ele só disse: - Não pode ser! Mas logo confirmou que era a palavra certa do segredo. O que é preciso para abrir um cofre? Ter conhecimento de todo o seu sistema interior, ter bom ouvido, ter boa sensibilidade de mãos, e sobretudo muita paciência. (Como vêem, é simples.) Junta de freguesia de S. Vicente. A pedido do seu presidente, convoco uma reunião, no salão paroquial de S. Vicente, dos moradores de uma rua que tinha três nomes, a saber, troço a sair da Ferraria até à curva era a Rua 5 de Outubro, daí até ao largo do Moreira era Estrada Nacional 3/10 e Rua de Alferrarede. Era preciso encontrar um só nome de harmonia com a assembleia dessa reunião. Eu e o meu filho Paulo éramos a favor de Rua 5 de Outubro, assim como bastantes outros. Alguns porque tinham documentos pessoais em Rua de Alferrarede quiseram man-
ter esse nome. Eis que surge uma proposta do Dr. António Maia que disse que em seu entender a rua devia ter o nome de um filho da terra e morador na mesma, o inventor Manuel Lopes de Sousa, e que esta proposta fosse apreciada por [aquela] assembleia. Eu imediato dei o meu desacordo a semelhante proposta pois entendia que não tinha mérito para tal. Ao que o Sr. Eduardo Campos replicou dizendo que ali não era eu que mandava sim o que a assembleia decidisse. De seguida, o Sr. Firmino de Matos Matias, presidente da Junta, replicou dizendo: - Não percam tempo com isso, porque a lei não permite tal, pois só depois da morte de qualquer indivíduo e passados dez anos se poderá efectivar um caso desses. Ficou então decidido por maioria o nome de Rua 5 de Outubro. Tudo bem. No outro dia, alguém comentou para o Manuel Lopes de Sousa: - Há uma lei. Onde está a lei para o Largo Eng. Bioucas, para a Rua Mário Soares e Rua Álvaro Cunhal? Manuel Lopes de Sousa
(a continuar)
DIVULGAÇÃO 29
SETEMBRO 2016
O “Disto & Daquilo” está de volta Alves Jana; Luís Marques Barbosa; Mário Pissarra; Joana Margarida Carvalho e Patrícia Seixas serão os condutores de grandes conversas nas noites de terça-feira
Depois das férias de verão, regressa aos microfones da Antena Livre o “Disto & Daquilo” já no próximo dia 6 Setembro. Alves Jana, o mentor do programa há 30 anos com Eduardo Campos na RAL, dá
o pontapé de saída neste regresso com dois convidados muito especiais: João Gaio e Silva e Ana Marta Sousa que são estudantes, com vários projetos desenvolvidos na Escola Dr. Manuel Fernandes, de
Abrantes. Dia 13 de setembro, a emissão será conduzida por Luís Marques Barbosa que conversará com Lurdes Martins da Associação Palha de Abrantes. A 20 de setembro, Joana Mar-
garida Carvalho e Patrícia Seixas do Departamento de Informação da Antena Livre trarão à antena tudo sobre as Festas do concelho de Sardoal e a 27 de setembro, Mário Pissarra senta-se à mesa do estú-
dio para conversar com Luís Marques Barbosa onde sem convidados em estúdio conversarão sobre a vida….os livros…as conversas de café…. que aqui são trazidas para a mesa da rádio!
A não perder todas as terças-feiras entre as 22h00 e as 24h00, com repetição aos sábados a partir das 19h00 PUBLICIDADE
SARDOAL
“Criativos. À conversa com...” o ator Hugo Gama A Associação Médio Tejo Criativo e o Município do Sardoal vão organizar mais um encontro: “Criativos. À conversa com...” Desta vez, o convidado é Hugo Gama - Ator, Encenador, Professor de Teatro. O encontro vai ter lugar no próximo dia 10 de setembro, pelas 17h00, no Espaço Cá da Terra, em Sardoal.
Ator, encenador e professor de teatro, Hugo Gama é doutorando em Artes Performativas pela Universidade de Lisboa. Atualmente, para além de realizar oficinas de teatro comunitário com crianças, jovens e adultos, Hugo Gama é encenador do ULTIMACTO – Grupo de Teatro Universitário da Faculdade
de Psicologia e Instituto de Educação da UL e, em conjunto com Nicolau Lima Antunes, orienta as pesquisas no campo da Improvisação com o Grupo de Educação e Desenvolvimento Humano da FCSH-UNL. A sessão contará ainda com uma performance pelo Grupo de Teatro GETAS Centro Cultural.
VILA DE REI
Município entrega 731 oliveiras nas comemorações do Feriado Municipal O Município de Vila de Rei vai proceder, no dia 19 de setembro, durante as comemorações dos 731 anos da atribuição do seu Foral, por D. Dinis, à entrega simbólica de 731 oliveiras a agregados familiares vilarregenses, informa a autarquia em nota
de imprensa. A medida pretende “sensibilizar para a aposta do Município na agricultura e floresta, com políticas que possam aumentar a produtividade, criar valor acrescentado e que possibilitem novas oportunidades de
emprego e de rendimentos”, destaca a informação. “Todos os interessados em poder receber as oliveiras deverão realizar a sua inscrição na Receção da Câmara Municipal de Vila de Rei até ao dia 15 de setembro”, finaliza a nota.
jornaldeabrantes
30 CULTURA
SETEMBRO 2016
Exposição de pintura de Cristina Daniel
“Improviso” de João Pedro Pais no Cineteatro São Pedro O Cineteatro São Pedro, em Abrantes, recebe o espetáculo “Improviso” de João Pedro Pais, no dia 16 de setembro. O concerto, que se espera intimista, o cantor apresenta as músicas do mais recente disco “Identidade”, editado em 2015, sem esquecer os êxitos de uma carreira com mais de 15 anos. João Pedro Pais vai partilhar o palco com a formação que o tem acompanhado nos últimos anos e com quem preparou este espectáculo. O intérprete apresenta-se com Sérgio Mendes nas guitarras, Donovan Bettencourt no baixo, Rui Almeida no piano e teclas, e Fernando Tavares na percussão. “Não Há”, “Ninguém é de Ninguém”, “Louco Por Ti”, “Tudo Bem”, “Resto de Tudo”,
“Nada de Nada”, “Mentira” ou “Um Volto Já” são algumas das composições que marcam a carreira de João Pedro Pais e que vão ser ouvidas no concerto em Abrantes. O cantor editou já vários álbuns como, por exemplo, “Segredos” em 1997, “Outra Vez” em 1999, “Falar Por Sinais” em 2001, “Tudo Bem” em 2004, “Lado a Lado” em 2007 (num projecto partilhado com Mafalda Veiga),
“A Palma e a Mão” em 2008, e “Desassossego” em 2012. Em 2015 João Pedro Pais voltou às canções com o disco “Identidade”, o sétimo álbum de originais, gravado entre Londres e Lisboa. O concerto tem início às 21h30 e os bilhetes, com o custo de 10€, já estão à venda no Welcome Center (Loja de Turismo de Abrantes) e na Ticketline.
“Metamorfose – O Renascimento do Ser” é a designação da exposição, da autoria de Cristina Daniel, que está patente até 30 de setembro na Galeria do Centro Cultural Elvino Pereira, em Mação. A pintora ilustra, nesta exposição, a sua evolução enquanto artista, expondo desde os primeiros trabalhos até aos mais recentes, onde se encontra sempre presente a inspiração na vida e em particular nas emoções. Cristina Daniel nasceu em Mação em junho de 1976, tendo passado os primeiros anos entre a sede do concelho e a freguesia de Ortiga. A exposição pode ser visitada nos dias úteis entre as 9h e as 17h30m e, ao sábado, entre as 14h30m e as 18h.
PUBLICIDADE
Passeio pedestre interpretativo em Constância MATRÍCULAS ABERTAS *GRATUITAS PARA CRIANÇAS ATÉ AOS 10 ANOS *DESCONTOS *ATÉ 31 DE JULHO
INTENSIVOS DE VERÃO | ANUAIS | INDIVIDUAIS
REALIZAÇÃO DE EXAMES NAS NOSSAS INSTALAÇÕES
jornaldeabrantes
No âmbito das Jornadas Europeias do Património, o Município de Constância vai realizar o passeio pedestre interpretativo “Rota dos moinhos e azenhas de Alcolobre”, no dia 25 de setembro. A iniciativa irá percorrer as margens da ribeira de Alcolobre, realçando a relação ainda visível do património natural deste curso de água, que corre num vale profundo e rochoso, e o património cultural, visível através das ruínas de azenhas, moinhos, levadas e açudes, que demonstram a importância socioeconómica da ribeira para a comunidade da região. O percurso de 7 km é exigente, devido ao terreno acidentado, e demora cerca de 4 horas a ser concluído. O ponto de encontro será na Ecoteca do Parque Ambiental de Santa Margarida, pelas 10h00.
AGENDA DO MÊS Abrantes Até 22 de janeiro de 2017 – Exposição Antevisão VIII do MIAA “Da troca direta à moeda: uma história” - Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes – terça a domingo, das 09h30m às 12h30m e das 14h às18h Até 16 de setembro – Exposição “Correio do Ribatejo – 125 anos” – materiais da tipografia e fotografias - Biblioteca Municipal António Botto, de segunda a sexta, das 9h30m às 13h e das 14h30m às 18h 9 de setembro – Teatro “As mentiras que os homens contam”, com Almeno Gonçalves, Joaquim Nicolau, Fernando Ferrão e António Melo – Cineteatro São Pedro, 21h30m 10 e 24 de setembro – Workshop de cerâmica artística pelo formador Heitor Figueiredo (inscrição pelo telf. 241 331 408) – Galeria Municipal de Arte 10 de setembro a 14 de outubro – Exposição “100 anos de artes plásticas em Abrantes”, com obras produzidas por artistas nas últimas 10 décadas – Galeria Municipal de Abrantes – terça a sábado, das 10h às 12h30m e das 14h às 19h 11 de setembro – Música “ART´andante” com CICO - Carrilhão LVSITANVS – Adro da Igreja de Aldeia do Mato, 12h 13 de setembro – Baile “A menina dança?” com David Alves – ACATIM, Mouriscas, 15h 16 de setembro – Música João Pedro Pais apresenta “Improviso” – Cineteatro São Pedro, 21h30m 16 e 17 de setembro – Música “Efeito Borboleta” com The Quarteto of Woah!, Plus Ultra, Memória de Peixe, Nice Weather For Duck – Sociedade Artística Tramagalense 17 de setembro – Música do nosso tempo – Largo da Igreja de Rio de Moinhos, 21h30m 18 de setembro - Música do nosso tempo – Aquapolis margem sul, Rossio ao Sul do Tejo, 18h 24 de setembro – Festa da Marioneta com “Barba Azul” – Cineteatro São Pedro, 10h30m 28 de setembro – Debate “Nós, os Jovens!”: Bullying, indisciplina ou deliquência – Espaço Jovem de Abrantes, 17h 29, 30 de setembro e 1 de outubro – MUSICAM Abrantes 2016: caminhos do jazz – Cineteatro São Pedro, 21h30m
Constância Até 15 de setembro - Ciência Viva no Verão – Centro Ciência Viva 17 de setembro – Ateliê de Pintura e Desenho por Massimo Esposito – Sala Polivalente do Cineteatro Municipal, às 10h 25 de setembro – Jornadas Europeias do Património – Passeio Pedestre “Rota dos Moinhos e azenhas de Alcolobre” – Ponto de encontro na Ecoteca do Parque Ambiental de Santa Margarida, às 10h 27 de setembro – Apresentação da Rota de Camões, um percurso que dá a conhecer a vila sob o olhar de Camões, através dos seus poemas – Posto de Turismo, 16h
Mação Até 30 de setembro – Exposição “Metamorfose – O Renascimento do Ser”, trabalhos em pintura de Cristina Daniel – Galeria do Centro Cultural Elvino Pereira 11 de setembro – Os Quintais nas Praças do Pinhal – Comercialização de produtos das hortas e de produtos artesanais – Largo dos Combatentes, das 10h às 18h
Sardoal 1 a 6 de setembro – Encontro Internacional de Piano – Vários locais da vila 10 de setembro – “Criativos. À conversa com…” Hugo Gama, ator, encenador e professor de teatro. Org. Associação Médio Tejo Criativo – Espaço Cá da Terra, 17h 22 a 25 de setembro – Festas do Concelho de Sardoal
Vila de Rei Até 16 de setembro – Exposição de pintura “Deep Waters” de Luís Gonçalves - Museu Municipal 25 de setembro – 9.º Encontro de Concertinas com grupos de vários pontos do país – Parque de Feiras, às 15h
Vila Nova da Barquinha 10, 17 e 24 de setembro – Teatro “Viriato” pelo Fatias de Cá – Castelo de Almourol, 19h19
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE 31
SETEMBRO 2016
CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690
CONSULTAS POR MARCAÇÃO
ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra
NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres
ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta
OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel
CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho
ORTOPEDIA Dr. Matos Melo
OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi
CIRURGIA Dr. Francisco Rufino
PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada
CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio; Dr. António Prôa
PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra
DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira
PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho
REUMATOLOGIA Dr. Jorge Garcia
C Construção onstrução Civil e Obras Públicas, Lda.
PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado
NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro
NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes
SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João
NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme
TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins
CONSTRUÇÕES RECONSTRUÇÕES - REMODELAÇÕES ORÇAMENTOS GRÁTIS Aceitamos permutas
CLINICA MÉDICA E REABILITAÇÃO CONSULTAS
Rua de Angola, nº 35 - 2205-674 Tramagal - Abrantes Tel. 241 890 330 - Fax: 241 890 333 - Tm: 91 499 27 19 geral@abrancop.pt - www.abrancop.pt
FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro GINASTICA DE MANUTENÇÃO E CORRECÇÃO POSTURAL
16
Maria Augusta de Jesus 20/08/1928 - 02/08/2016
Acordos em TRATAMENTOS FISIOTERAPIA
AGRADECIMENTO
Caixa de Previdência (ARS Santarém), ADSE, ADMFA, ADME, ADMG, CTT, SAMS, P. TELECOM,EDP, Seguradoras, Medis Saúde, Espirito Santo Seguros, Seguros Acidentes Pessoais, MultiCare, Tranquilidade Seguros etc.
Tapada Chafariz, Lote 6 r/c Esq.- 2200-235 ABRANTES Telef. 241 371 715 - 932 904 773 Fax 241 371 715 - geral@abranfir.pt
Seus filhos, genros, netos e bisnetos, agradecem reconhecidamente a todas as pessoas que acompanharam a sua ente querida à sua última morada, bem como aos que de uma ou outra forma manifestaram o seu pesar.
NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE Certifico para efeitos de publicação que no dia vinte e três de Agosto de dois mil e dezasseis, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO exarada de folhas trinta e sete e seguintes, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E TRINTA E OITO - A, deste Cartório Notarial, na qual os senhores JOSÉ AMBRÓSIO e mulher MARIA DE JESUS MATOS CADETE AMBRÓSIO, casados no regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia e concelho de Sardoal, residentes na Rua Casas Crespas, número 8, em Cabeça das Mós, Sardoal, DECLARARAM que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores, do seguinte: Prédio Rústico, sito em Lameira, na freguesia e concelho de Sardoal, composto de cultura arvense de sequeiro, oliveiras, citrinos, horta e eira, com a área de seis mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Rua das Lameiras, de Sul com Estrada Nacional, de Nascente com Herdeiros de Manuel Ambrósio e de Poente com Joaquim Alves, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 260 da secção AG. Que, eles justificantes são possuidores do referido prédio desde, pelo menos, mil novecentos e setenta, por doação meramente verbal de seus pais e sogros António Ambrósio Júnior e mulher Maria de Jesus, casados no regime da comunhão geral de bens, residentes em Cabeça das Mós, Sardoal, não tendo, porém, celebrado a respectiva escritura. Que, eles justificantes, se encontram na posse do referido prédio há mais de vinte anos, e vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, limpando o mato, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, pacificamente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para que ocorra a aquisição do citado imóvel por usucapião, titulo este que, por natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. Abrantes, 23 de Agosto de dois mil e dezasseis. A Notária
ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) L ADSE ADMG L ADM MEDIS L MINISTÉRIO DA JUSTIÇA L PSP L PT-ACS L SAMS MULTICARE L CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS L ALLIANZ L MEDICASSUR MEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK L CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE L BOSCH L SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS L PEGOP HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00) PONTOS DE RECOLHA Sardoal L Mouriscas L Vila do Rei L Vale das Mós Gavião Chamusca L Longomel L Carregueira Montalvo L Stª Margarida L Pego L Belver L
SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075
jornaldeabrantes
jornaldeabrantes