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JANEIRO 2016 · Diretora Interina JOANA MARGARIDA CARVALHO · MENSAL · Nº 5539 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
AT U
de
jornal abrantes
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O
Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha
Uma ponte para mais 100 anos
Alves Jana
O Jornal de Abrantes foi “dentro” da ponte sobre o rio Tejo e ficou a conhecer o trabalho de obra desenvolvido. A data prevista para a conclusão das obras é o fim de fevereiro. Mas os observadores entendidos no assunto são céticos quanto ao respeito dessa data. Pág 10
ANIVERSÁRIO
Abrantes celebra 100 anos e Antena Livre 35 Abrantes já arrancou com as comemorações do centenário. Em 2016, a Antena Livre continuará apostada em aliar a boa música aos conteúdos que fazem da estação a líder de preferências na região. Pág 12 e 13
SOCIAL
CLDS 3G: Equipas pretendem combater problemas sociais O Contrato Local de Desenvolvimento Social está a começar a ganhar forma na região através de um novo modelo de terceira geração. Pág. 8
Partidos políticos pedem explicações ao Governo sobre o rio Tejo Pág 4, 5 e 6 PUBLICIDADE
2 ABERTURA
JANEIRO 2016
FOTO DO MÊS
EDITORIAL
de
jornal abrantes FICHA TÉCNICA
Na Rotunda do Olival: “15 de maio”?! “próximo domingo”?! Informação desatualizada é poluição: poluição informativa, poluição estética, poluição cívica.
Diretora Interina Joana Margarida Carvalho (CP.9319) joana.carvalho@lenacomunicacao.pt
Redação Mário Rui Fonseca (CP.4306) mario.fonseca@lenacomunicacao.pt
Colaboradores Alves Jana e Paulo Delgado
Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785
INQUÉRITO
O que espera para o ano 2016?
miguel.angelo@lenacomunicacao.pt
Cristina Azevedo cristina.f.azevedo@antenalivre.pt
Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho 244 819 950 info@lenacomunicacao.pt
Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA
Design gráfico António Vieira
Impressão Unipress Centro Gráfico, Lda.
Mariana Correia
Carla Moreno
Tramagal
Abrantes
Abrantes
Espero, acima de tudo, ter saúde, algum dinheiro e que a situação do país melhore. Eu trabalho no comércio e a situação está mesmo má e noto que não existe afluência de clientes, o que torna a situação má para a cidade, mas espero que melhore.
Espero que a economia volte a melhorar e, já que temos um novo governo, vamos ver o que nos reserva, pode ser que haja alguma alteração a nível de consumo e que as pessoas consigam ter dinheiro. Espero, muito sinceramente, que as pessoas voltem para o centro, o nosso centro histórico é lindíssimo e temos muitos serviços e muitas atividades. Temos tudo para as pessoas virem passear e comprarem.
Para o ano de 2016 espero que todos os jovens como eu tenham mais oportunidades de trabalho e um futuro mais promissor, tanto a nível pessoal como profissional.
tes, do senhor Paulo Dias. Tem os melhores gelados do mundo. PRATO PREFERIDO? Peixe: Bacalhau com natas; Carne: Perna de javali no forno; Vegetariano: Risotto de cogumelos silvestres e espargos bravos. UM RECANTO PARA DESCOBRIR? Escócia e Irlanda, lá fora. Cá dentro e bem perto, o Borboletário Tropical do Parque Ambiental de Santa Margarida, em Constância. UM DISCO? The Snow Goose, dos Camel. Editado em 1975 e assistido ao vivo na Aula Magna - Lisboa, em 2014. UM FILME? What Dreams May Come (Para Além do Horizonte, na tradução portuguesa), de 1998. Sobre o que acontece (ou poderá acontecer) depois de morrermos. Muito bom, com a interpretação de Robin Williams, Cuba Gooding Jr e Anabella Sciorra. UMA VIAGEM? O Caminho de Santiago, a pé, de Barcelos a Santiago de Compostela, em julho de 2012. Uma viagem inesquecível e marcante para toda a vida.
UMA FIGURA DA HISTÓRIA? Joana, Princesa de Portugal, por ter sido uma mulher muito avançada no seu tempo, que preferiu aprender, estudar, e fazer o bem, em vez de apenas usufruir do seu estatuto de princesa real e tendo chegado a recusar três casamentos, apesar dos pretendentes serem bons partidos, na altura. UM MOMENTO MARCANTE? O reencontro com o meu primeiro namorado, após muitos anos de afastamento. Porque o Tempo que passara deixou de fazer sentido. UM PROVÉRBIO? Remenda o teu pano e durar-te-á um ano; torna a remendar e outro ano há-de durar. UM SONHO? Um mundo mais sustentável, ambiental e humanamente, e com futuro para as gerações vindouras. UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO? Um passeio no campo, para conhecer plantas bravas comestíveis.
Contactos Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes @lenacomunicacao.pt
Editora e proprietária
SUGESTÕES
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Detentores do capital social Lena Comunicação SGPS, S.A. 80% Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. 20%
Catarina Lourenço
Gerência Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis.
Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617
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João Alves
IDADE? 40 NATURALIDADE/RESIDÊNCIA? Natural de Luanda, Angola; residente em Abrantes. PROFISSÃO? Engenheira de Ciências Agrárias, ramo Agrícola. UMA POVOAÇÃO? Praia de Vila Nova de Santo André, para passar férias deliciosas; Abrantes, para morar. Todas as terras portuguesas onde já pernoitei me marcaram de alguma forma, bem como algumas no estrangeiro. UM CAFÉ? Gelataria Lis – em Abran-
Joana Margarida Carvalho
Diretora interina
2016, um ano de Celebração Este ano comemora-se o centenário da cidade de Abrantes. Este deverá ser um ano de realizações festivas, mas também de reflexão e de operacionalização de estratégias para os próximos. Onde Abrantes deverá afirmar-se cada vez mais como um pólo de atracão ao desenvolvimento económico e social. As comemorações já se iniciaram, mas sobre os objetivos e o que é que este centenário deverá representar para os seus munícipes ainda pouco se sabe. Este é o momento de lembrar quem marcou o concelho desde há 100 anos, quem é que o fez chegar ao que é hoje. Mas também quem o fará andar nos próximos 10 e 20… anos. Celebrar 100 anos deverá representar um marco para esta geração de jovens, que parece estar cada vez mais alheia dos espaços de reflexão e das preocupações que devem existir para um futuro melhor. Um ano de festa para Abrantes, é-o também para a Antena Livre. A estação emissora celebra os 35 anos de emissões livres, onde “a rádio como você gosta” continua a apostar numa informação de proximidade e numa programação diversificada, contemporânea e atenta às tendências atuais. A aventura começou, segundo o colaborador da casa Alves Jana, por causa do rio Tejo, mas é certo que desde daquela altura nasceu um projeto ambicioso, onde o desafio de fazer boa rádio todos os dias continua a ser uma máxima para a equipa que a compõe. A “rádio como você gosta” tem trabalhado para ganhar corpo e dimensão e tem vontade de crescer com toda a carga histórica que carrega. Com um olhar atento ao futuro, à região e sobretudo aos ouvintes, desde 1981 que o trabalho e o empenho têm sido os aliados de todas as equipas da que é hoje a Antena Livre. A eles e a todos os leitores do Jornal de Abrantes um excelente ano 2016!
ENTREVISTA 3
JANEIRO 2016
FRANCISCO LOPES
“A biblioteca é um espelho da nossa sociedade”
Nasceu numa casa onde não existiam livros, foi professor do ensino superior, colaborador no jornal Público e oficial da brigada NATO. Hoje é o diretor da Biblioteca Municipal António Botto de Abrantes. Ser bibliotecário foi a continuidade natural da sua relação com os livros.
Quais são as estratégias para captar o público jovem e sénior na Biblioteca? Há que ter conteúdos para todas as faixas etárias, porque isto é uma biblioteca pública. Uma biblioteca pública é uma biblioteca para o público em geral, portanto uma das nossas missões é servir as necessidades e gostos de todas estas pessoas e a outra é criar necessidades às pessoas porque acreditamos que a leitura é capaz de gerar capital humano e capaz de valorizar as pessoas, logo também gera capital social, ou seja, contribui
com a sua cota-parte para que tenhamos uma sociedade de pessoas mais conscientes e intervenientes. Começámos por fazer essa atuação através dos fundos documentais que temos e a seguir preocupámo-nos em produzir atividades culturais (exposições, espetáculos, conferências, encontros com autores, etc.) adequadas também a essa diversidade de faixas etárias. Que balanço faz sobre as exposições que no ano 2015 aqui passaram? Nunca podemos esquecer que somos uma biblioteca e portanto o nosso “negócio” é a leitura, em sentido lato, logo as exposições que fazemos procuram potenciá-la. Se o “negócio” é a leitura, nós queremos que se leia mais e se a maneira de se ler mais for fazer passagens de modelos na biblioteca, nós fazemos, é preciso é que depois
potencie-se leituras relacionadas, porque dessa chega-se as outras e portanto o balanço que eu faço é positivo, reconheço que fizemos algumas coisas qualitativamente muito boas. Como é feita a programação dos eventos na biblioteca? Proporcionamos a nossa programação cultural às pessoas, aquilo que elas já conhecem e aquilo que elas gostavam de ver, mas temos uma obrigação pedagógica, a nossa obrigação é depois mostrar que não há só o que já conhecem, isso significa apresentar alternativas e permitir que as pessoas percebam que existe uma diversidade e não uma linha única.
referências dos lugares, são os lugares identitários em qualquer cidade, e portanto acho que se deve fazer tudo para manter os centros históricos vivos. Estar no centro histórico é o correto porque quando nós vamos expandindo as coisas temos que corresponder às necessidades desses lugares glorificando-os e criando laços com as coisas, mas não forçosamente deslocar e deixar de as ter no sítio que é identitário, quando nós fazemos isso matamos o centro histórico, que tem dificuldades em adaptar-se á vida moderna e portanto acho que estamos muito bem neste local. A biblioteca não é o mais importante, o mais importante é a cidade.
O facto da localização da biblioteca ser no centro histórico é uma vantagem ou desvantagem? Os centros históricos devem ser
Qual a sua opinião sobre a mudança de localização da ESTA? Não concordo, acho lamentável. Obviamente que a ESTA não tem
condições para estar onde está, mas haviam de se criar condições para poder continuar, mas tirá-la do centro histórico é mais uma coisa terrível para o centro, acho que vai ser dramático, porque tem saído quase tudo do centro. Se tempo e dinheiro não fossem problemas gostaria de fazer algo mais pela biblioteca? Os problemas que temos de natureza estrutural como em todo o país, são mais a nível de recursos humanos e de renovação de fundos, naturalmente tem que haver restrições, tem existido restrições a todos os níveis e aqui não foi exceção, daí que as consequências ai depois se façam sentir de maneira muito significativa e portanto esperamos é recuperar. Cláudia Ferreira
aluna Comunicação Social ESTA
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4 DESTAQUE
JANEIRO 2016
Central termoelétrica de Abrantes termina reabilitação de dique no Tejo “sem solução definitiva” A empresa responsável pela reabilitação de um ‘travessão’ de pedra no rio Tejo, na zona de Abrantes, que impedia a circulação de peixes, deu por terminados os trabalhos no final de dezembro, “ainda sem uma solução definitiva”, tendo deixado aberto um canal de passagem. “Vamos continuar a trabalhar na procura de uma solução técnica que sirva os interesses de todas as partes, mas, para já, o ‘travessão’ vai ficar tal como está, com um canal aberto ao centro, até se encontrar outra solução”, disse à Lusa fonte oficial da empresa Pegop, instalada em Pego, no concelho de Abrantes. Em causa está a reparação do denominado ‘travessão’ (barreira que atravessa o rio Tejo), junto à Central Termoelétrica do Pego, estrutura licenciada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA)
e edificada há 25 anos, com o objetivo de aumentar o nível da água no local e permitir a sua captação para arrefecer o vapor proveniente das turbinas. A mesma fonte referiu que na reunião de trabalho que decorreu com responsáveis da APA no passado dia 23 de dezembro “não se chegou a nenhuma conclusão”, em termos de encontrar uma solução técnica que satisfaça as necessidades da empresa e as exigências ambientais e das comunidades ribeirinhas. “Os nossos trabalhos estão terminados e foram feitos pequenos acertos a pedido da APA, nomeadamente com a abertura de um canal que repôs a circulação montante/jusante no rio Tejo, quer de peixe, quer de água”, indicou a fonte da Pegop, sublinhando, no entanto, que a solução “é provisória” e que “não serve as necessidades”
da central. No dia 12 de dezembro, a Associação de Defesa do Ambiente - SOS Tejo disse ter detetado que o rio Tejo havia sido “bloqueado em toda a sua largura” com um novo dique junto da Central Termoelétrica do Pego, unindo esta localidade com
a freguesia de Mouriscas. “O rio Tejo está bloqueado de margem a margem por uma muralha de pedras, que não deixa passar água, peixe ou embarcações de pesca”, disse, na ocasião o presidente da associação ambientalista, Arlindo Consolado Marques.
No local, o dique, composto por grandes blocos de pedra, unia as duas margens sem que o volume de água no rio permitisse a circulação das espécies piscícolas, apresentando no topo um caminho de terra batida para circulação de viaturas em trabalho.
A APA confirmou que a estrutura construída no rio impedia a progressão de peixes e embarcações de pesca, tendo instruído a empresa para construir um canal que o viabilizasse, como medida cautelar. O Bloco de Esquerda (BE) pediu a 15 de dezembro uma audição parlamentar com caráter de urgência do presidente da agência relativamente a esta barreira. O deputado Jorge Costa, do grupo parlamentar do BE, afirmou que, “face à gravidade dos atos, aos fortes impactos negativos no ambiente, na comunidade, no rio Tejo e à necessária resolução da situação”, era “urgente a audição do responsável da APA”. O requerimento foi aprovado por unanimidade e a audição irá decorrer no início de 2016, em data ainda por agendar.
Câmara de Abrantes pede esclarecimentos sobre legalidade de obra em paredão no Tejo Câmara de Abrantes pede esclarecimentos sobre legalidade de obra em paredão no Tejo A presidente da Câmara de Abrantes anunciou ir pedir à Agência Portuguesa do Ambiente “um cabal esclarecimento” sobre a legalidade da obra de reabilitação do travessão de pedra no Rio Tejo realizada pela Tejo Energia e sobre as medidas de acompanhamento. Numa deliberação aprovada no dia 18 de dezembro, por unanimidade, na reunião do executivo municipal, é pedido à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que informe a autarquia sobre as medidas que estão a ser desenvolvidas para garantir o cumprimento da legalidade nesta obra. Em causa está a reparação
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do denominado “travessão” (estrutura que atravessa o rio Tejo), junto à Central Termoelétrica do Pego (PEGOP), em Abrantes, licenciado pela APA e edificado há 25 anos, com o objetivo de aumentar o nível da água no local e permitir a sua captação para arrefecer o vapor proveniente das turbinas da Central. O documento aprovado pelo município de Abrantes faz o historial do processo, explicando que a intervenção de reconstrução realizada pela PEGOP, iniciada no verão, visou a reparação de danos provocados por erosão e rompimento de uma parte da estrutura. Frisando não ter qualquer competência administrativa ou fiscalizadora neste caso, o executivo liderado por Maria
do Céu Albuquerque afirma que, perante “as preocupações dos diversos agentes da comunidade”, pediu esclarecimentos à PEGOP, que “atestou a conformidade legal da intervenção, contrariando declarações públicas produzidas por responsáveis da APA, entidade com competências para a autorização e fiscalização de uma obra
desta natureza”. A deliberação, enviada a todos os grupos parlamentares, reconhece à PEGOP uma conduta ao longo dos anos “com preocupações nos processos de certificação ambiental, de responsabilidade social e na garantia da qualidade de condições de trabalho dos trabalhadores a quem garante emprego, si-
tuações que resultam numa imagem positiva perante a comunidade”. Maria do Céu Albuquerque manifestou, na reunião do executivo, preocupação “com a possibilidade de ser posto em causa o funcionamento de uma empresa (…) que dá trabalho a centenas de pessoas”, ao mesmo tempo que lembrou as po-
sições que o município tem assumido perante a “situação de degradação do rio Tejo”. Em particular, referiu as preocupações manifestadas em relação ao “nível dos caudais, dos transvases para o sul de Espanha e com as constantes descargas poluentes, fatores que justificaram um pedido de audiência ao Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia” em 13 de abril último. Refutando “algumas críticas infundadas que são feitas à Câmara de Abrantes”, a autarca recordou o conjunto de tomadas de posição públicas tomadas, nos últimos meses, pelo executivo e pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo em defesa do rio Tejo. Mário Rui Fonseca
DESTAQUE 5
JANEIRO 2016
Partidos políticos pedem explicações ao Governo sobre o Tejo Verdes questionam Governo sobre poluição no Tejo O deputado dos Verdes, Luís Ferreira, questionou hoje o Ministério do Ambiente sobre a poluição no rio Tejo, na freguesia de Ortiga, concelho de Mação, nomeadamente sobre as medidas adotadas desde as denúncias feitas em dezembro pela SOS Tejo. Num documento entregue no parlamento, o deputado pergunta, em concreto, o que foi feito para detetar a origem dos focos de poluição, punir os infratores e impedir a repetição destas ocorrências e se o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR foi alertado para a situação denunciada nas redes sociais nos dias 24 e 31 de dezembro.
PSD de Santarém pede reunião urgente com Ministro devido a poluição no Tejo Os deputados do PSD eleitos por Santarém pediram hoje uma reunião de urgência ao Ministro do Ambiente “em virtude do agravamento da poluição no rio Tejo”. No documento os deputados solicitam uma reunião de urgência no sentido de “apresentar provas, evidências da poluição, e discutir novas ações que possam vir a inverter este processo de destruição do rio”. Lembrando que ao longo dos últimos anos o rio Tejo tem vindo a sofrer “agressões de vária ordem que colocam em causa a sua própria sustentabilidade”, os deputados Teresa Leal Coelho, Nuno Serra e Duarte Marques des-
tacam ainda que a “degradação das suas margens, a instabilidade dos caudais, mas sobretudo o aumento da poluição e a construção de diferentes infraestruturas no leito do rio, têm agravado a já de si frágil saúde do rio”.
PCP questiona Ministério do Ambiente sobre “travessão” no Tejo O PCP questionou o Ministério do Ambiente sobre o acompanhamento das obras realizadas no “travessão” do Tejo junto à Central Termoelétrica do Pego e que medidas estão a ser tomadas para que não haja consequências ambientais negativas. Numa pergunta entregue na terça-feira no parlamento, o deputado comunista eleito pelo distrito de Santarém, António Filipe, refere a apreen-
são gerada pela obra de reabilitação do “travessão”, estrutura construída há mais de 20 anos para reter as águas do rio Tejo e permitir o abastecimento do sistema de refrigeração da central, em particular pela obstrução da passagem de peixes. “Tendo em conta a necessidade de garantir o equilíbrio ecológico do rio Tejo e, nomeadamente, permitir a necessária passagem de peixes, impõe-se que haja um controlo rigoroso das obras a realizar e das suas consequências e que sejam feitas as correções consideradas indispensáveis para garantir esses objetivos”, afirma o deputado.
Autarca de Abrantes solicita reunião ao Ministro do Ambiente
Maria do Céu Albuquerque, presidente da autarquia de Abrantes, avançou que vai pedir uma reunião ao Ministro do Ambiente, sobre os focos de poluição, o baixo caudal do rio Tejo e a “necessária” instalação da mini hídrica no açude de Abrantes. “Queremos perceber as consequências das diligências que o Ministério do Ambiente tem levado a efeito para acompanhar o caudal nomeadamente naquilo que é o acordo entre Espanha e Portugal (…) por outro lado as diligências de segurança a montante de Belver quanto aos focos de poluição que têm vindo a causar as perturbações que conhecemos”, afirmou a autarca abrantina. Nesta sessão e sobre o açude construído pela Câmara Municipal de Abrantes no rio Tejo, Maria do Céu Al-
buquerque referiu que a instalação da mini-hídrica neste equipamento esteve no esquecimento no decorrer da última legislatura e que o tema terá de voltar a ser relembrado. A autarca referiu que se trata de “um investimento brutal de grande significado a nível do investimento financeiro e ambiental, que vai permitir a produção de energia limpa e fazer a monitorização da passagem dos peixes e é um processo fundamental para concluir a instalação e licenciamento do açude. Este processo não depende exclusivamente da Câmara de Abrantes é também da responsabilidade da Administração Central”. MRF e JMC
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6 DESTAQUE
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Movimento proTEJO lança petição contra a poluição do Tejo e seus afluentes
O Movimento pelo Tejo (proTEJO) lançou no dia 1 de janeiro uma petição contra a poluição do Tejo e seus afluentes, estando a apelar às populações que assinem este documento para ser entregue na Assembleia da República. Paulo Constantino, portavoz do proTEJO, disse que a petição tem como finalidade solicitar à Assembleia da República que “legisle e recomende ações ao Governo Português, para que este atue junto das instâncias europeias para terminar com uma contínua e crescente vaga de poluição no rio Tejo e seus afluentes, que mata os peixes e envenena o ambiente e as pessoas”. Além da petição, o proTEJO vai solicitar uma audiência
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à Comissão Parlamentar do Ambiente, disse Paulo Constantino, apontando para os três principais problemas que estão hoje a afetar o maior rio ibérico: “Poluição, a falta de caudais e a conetividade fluvial, com o Tejo minado de diques, travessões e obstáculos que impedem a normal circulação de espécies piscícolas e de embarcações”. Segundo o dirigente ambientalista, “nunca o rio Tejo e seus afluentes registaram tão elevado grau de poluição, de abandono e falta de respeito, por parte de uma minoria que tudo destrói, perante a complacência das autoridades”, tendo atribuído a gravidade desta poluição das águas do rio Tejo aos “caudais cada vez mais
reduzidos que afluem de Espanha”, diminuindo a capacidade de depuração natural do rio Tejo. A poluição, em território nacional, aponta Constantino, “provém da agricultura, indústria, nomeadamente, da pasta de papel e alimentar, suinicultura, águas residuais urbanas e outras descargas de efluentes não tratados”, tendo destacado “inúmeras situações em desrespeito pelas leis em vigor, e sem a competente ação de vigilância, controlo e punição pelas autoridades responsáveis, valendo a ação de denúncia das organizações ecologistas e dos cidadãos, por diversas formas, nomeadamente, através das redes sociais e da comunicação social”.
O dirigente do proTEJO observou ainda que “a catastrófica situação do rio Tejo e seus afluentes tem graves implicações na qualidade das águas para as regas dos campos, para a pesca, para a saúde das pessoas e impede o aproveitamento do potencial da região ribeirinha para práticas de lazer, de turismo fluvial e desportos náuticos”, em respeito para com a natureza e a saúde ambiental da bacia hidrográfica do Tejo. “Não estão em causa as atividades realizadas por empresas e outras organizações na bacia hidrográfica do Tejo, o que se saúda e deseja, porém tal deve ocorrer de acordo com as práticas adequadas à salvaguarda do bem comum que o rio Tejo
e seus afluentes constituem para os seus ecossistemas aquáticos e para as populações ribeirinhas”, observou Paulo Constantino.
Protejo apresenta medidas para travar problemas O Movimento pelo Tejo defende a rápida aplicação de cinco medidas para travar os problemas com que o rio Tejo hoje se confronta, tendo Constantino destacado “o cumprimento da Diretiva Quadro da Água, ou seja, a garantia de um bom estado ecológico das águas do Tejo, e o estabelecimento e quantificação de um regime de caudais ecológicos, diários, semanais e mensais, refletidos nos Planos da Ba-
cia Hidrológica do Tejo, em Espanha e em Portugal, e na Convenção de Albufeira”. O proTEJO defende ainda “uma ação rigorosa e consequente da fiscalização ambiental contra a poluição, crescente e contínua, que cada vez mais devasta o rio Tejo e os seus afluentes, a intervenção junto do governo espanhol com vista ao encerramento da Central Nuclear de Almaraz, eliminando a contaminação radiológica do rio Tejo e o risco de acidente nuclear, e, por fim, a realização de ações para restaurar o sistema fluvial natural e o seu ambiente, nomeadamente, a reposição da conetividade fluvial”. Mário Rui Fonseca
REGIÃO 7
JANEIRO 2016
SMA PROSSEGUEM NO OBJETIVO DE LEVAR A ÁGUA DO CASTELO DO BODE A TODO O CONCELHO
Rossio ao Sul do Tejo e São Miguel do Rio Torto já estão abrangidos pela água de Castelo Bode do ponto vista estratégico e financeiro para os SMA”. Até 2020, o objetivo dos SMA é assegurar o abastecimento faseado de todas as localidades das freguesias do concelho integrando as in-
fraestruturas existentes e a construção de outras, necessárias à viabilização deste objetivo. “As alterações ambientais e climáticas fizeram-nos pensar o futuro, e de facto a Bar-
ragem de Castelo de Bode é uma reserva de água imensa, com uma quantidade e qualidade fantástica e onde toda a gente tem os seus olhos postos”, finalizou o autarca. Joana Margarida Carvalho
Joana Margarida Carvalho
e Vale do Tejo e vamos vender a água a esta entidade que por sua vez vai vender a Mação e a Sardoal. Ficámos com a égide da captação e do tratamento de água nesta região, o que foi muito bom
O concelho de Abrantes vai ser totalmente abastecido de água a partir da albufeira de Castelo do Bode até 2020. Os Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA) concluíram mais uma fase do processo de construção do sistema de abastecimento que permitiu agora abranger as localidades de Rossio ao Sul do Tejo e São Miguel do Rio Torto com a água da barragem. Em declarações ao JA, Manuel Jorge Valamatos, presidente dos SMA, disse que o projeto representa “um sonho muito grande dos serviços desde há 20 anos, desde que os SMA começaram com a captação da água no Castelo Bode no norte do concelho e onde já se pensava em ter o sul do concelho também abastecido”. “A vantagem é que tendo só um sistema de abastecimento no concelho é muito mais viável, seguro, fidedigno e garante mais qualidade e quantidade de água”, assegurou o autarca. Composto por 19 freguesias, algumas delas agregadas em União de Freguesias, e com cerca de 40 mil habitantes, apenas a zona norte do concelho de Abrantes, incluindo as freguesias de Mouriscas, Fontes e Carvalhal, eram abastecidas pela maior albufeira da região. O início desta nova fase foi possível através da construção “do açude no rio Tejo, foi na altura que se instalou a estrutura (o negativo) que permitiu a passagem de água
entre uma margem e a outra. Desde essa altura estivemos em reuniões, em estudos, até partir para o terreno”, afirmou Manuel Jorge Valamatos. Sobre as ligações no terreno, o presidente dos SMA adiantou que “uma primeira intervenção aconteceu na cidade, desde a Samarra (junto ao quartel bombeiros) até à zona da Escola Dr. Manuel Fernandes e até ao açude. Numa segunda fase, que gerimos por administração direta, com cerca de 10 técnicos dos SMA que trabalharam e fizeram horas extraordinárias, foi possível chegar ao reservatório de Vale das Donas em São Miguel do Rio Torto”.
Obra representa investimento global de 10 milhões de euros Os SMA até ao momento já investiram cerca de 1 milhão de euros, onde o projeto global é de cerca de 10 milhões. O objetivo para 2016 é “ levar a água ao Tramagal e ao Crucifixo e dar os primeiros passos em direção ao Pego. Queremos nos próximos 4 anos ter o sul do concelho todo abastecido e concluir o sonho pensado. Temos todos os projetos feitos, já sabemos onde toda a tubagem vai passar (…) agora estamos numa fase operacional”. Manuel Jorge Valamatos, também vereador na Câmara de Abrantes, fez notar que os SMA conseguiram “negociar com as Águas de Lisboa
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8 REGIÃO
JANEIRO 2016
CLDS 3G
Equipas multidisciplinares pretendem combater problemas sociais na região • CLDS 3G Abrantes realizou a primeira Feira de Emprego e Empreendedorismo Surgiu em Portugal em 2007, por via de programas comunitários de apoio social. Está a começar a ganhar forma na região através de um novo modelo de terceira geração. Falamos de CLDS 3G, o Contrato Local de Desenvolvimento Social, que constitui uma equipa técnica multidisciplinar, composta por três áreas: social, psicologia e economia. Abrantes, Vila de Rei e Sardoal já têm as suas equipas no terreno. Assim, o CLDS 3G pretende intervir em três eixos junto da comunidade, sendo eles o eixo 1: Emprego, formação e qualificação; o eixo 2: Intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil; e o eixo 3: Capacitação da comunidade e das instituições. E é dentro destes três parâmetros que as equipas pretendem atuar no contexto das suas áreas de ação. No caso de Vila de Rei esta não é uma estreia. Ana Cadete, coordenadora da equipa de CLDS 3G vilarregense, disse ao JA que “há outros concelhos que não tiveram o privilégio que tivemos, que é o facto de a mesma equipa que está agora a funcionar já ter pertencido ao anterior CLDS + (programa de apoio social anterior à versão CLDS 3G)”.
Duas novas equipas no terreno “Já temos 15 meses de trabalho conjunto, já obtivemos experiência e prática. Trouxenos uma outra visão (…) não houve praticamente quebra de serviço”, acrescentou Ana Cadete. A entidade executora do projeto é a Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei, “já o era no anterior CLDS +, e pela
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boa experiência, assim continuou”, explicou a coordenadora do CLDS 3G do concelho. A equipa é constituída “Rita Silva, licenciada em Economia, no eixo 1, Sandra Silva, licenciada em Psicologia Clínica, no eixo 2, e Ana Margarida Martins, finalista da licenciatura em Gestão de empresas”, no eixo 3”, acrescentou Ana Cadete, licenciada em Serviço Social. Mas na região surgiram, no último trimestre de 2015, mais duas equipas em modo de estreia, nos concelhos vizinhos: Abrantes e Sardoal. No Sardoal, tendo como entidade executora a Associação de Assistência e Domiciliária de Alcaravela, Inês Aparício coordena a primeira equipa de CLDS instalada no concelho. “É a primeira vez que está a acontecer no nosso concelho. Nós não tivemos as versões anteriores, nem o CLDS nem o CLDS Mais. Estamos agora com o CLDS 3G, o que faz com que haja todo um processo de organização, planificação, para realização de todas estas atividades”, salientou Inês Aparício. A equipa de CLDS 3G de Sardoal “já se encontra em atividade desde o dia 7 de outubro deste ano, e é constituída por mim [Inês Aparício], coordenadora técnica, com licenciatura em Serviço Social, pela psicóloga Soraia Mourato, pela gerontóloga Marta Duque”, esclarece. Enquanto complemento, a equipa técnica conta com “um economista, a 30%, que nos dá apoio e uma administrativa a 20%”, referiu a coordenadora da equipa de Sardoal. No concelho de Abrantes, mais precisamente no Centro de Recuperação e Integra-
• CLDS 3G Sardoal com a atividade festa de Natal
• CLDS 3G Vila de Rei com grupo de pais e educadores
ção de Abrantes (CRIA), está instalada a equipa de Paula Henriques, socióloga e membro da instituição. Ao lado da coordenadora estão Vânia Alegre, assistente social, Natália Dias, psicóloga clínica, Daniela Rebeca, animadora sociocultura, e Sónia Paulino, economista. Tal como sucede em Sardoal, também o município abrantino recebeu este programa recentemente, e os objetivos passam por “promover a inclusão social dos cidadãos através de algumas ações que a executar em parceria, de forma a combater a pobreza persistente e a ex-
3G, a desenvolver nos respetivos concelhos. Neste sentido, e englobando os três eixos de atuação do Contrato Local de Desenvolvimento Social, a equipa do concelho de Vila de Rei disponibiliza “sessões de psicoterapia gratuitas e abertas à população” sendo que a psicóloga Sandra Silva também faz “orientação vocacional na escola, aos alunos de 9º ano e a alguns do 12º ano”, indicou Ana Cadete. A responsável pela equipa CLDS vilarregense destaca ainda a iniciativa “«Ginásio do Cérebro», desenvolvido nas IPSS todas do concelho, cuja
clusão social”, declarou Paula Henriques.
base é a estimulação cognitiva nos idosos sobretudo, como modo de prevenção da demência”, e o Gabinete de Apoio ao Movimento Associativo e o Gabinete de Apoio à Instituição, sendo que este último foi criado nesta versão do CLDS de Terceira Geração para dar apoio às instituições “desenvolvendo ações de formação, sensibilização e escla-
recimentos para melhorar as suas respostas sociais”. No início do ano, Vila de Rei contará com mais uma ação, a criação de ‘redes de vizinhança’, uma iniciativa que pretende aproximar as gentes do concelho, “uma população muito envelhecida” e ligar “as aldeias muito dispersas umas das outras”, concluiu Ana Cadete. Em Sardoal, a equipa coordenada por Inês Aparício já investiu no Gabinete de Apoio à Família, que desenvolve “ações de intervenção específica na família, e onde daremos a apoio a várias temáticas, como as doenças crónicas, a nível do luto, da depressão, da toxicodependência, também problemas na parte de ultrapassar o divórcio, como os conflitos laborais”. É ainda preocupação no plano de ação do CLDS 3G de Sardoal “o apoio técnico às associações e à auto-organização dos habitantes, a revitalização das associações e o desenvolver instrumentos facilitadores de mobilidades de pessoas a serviços públicos”, declarou a coordenadora. Paula Henriques apresentou, enquanto destaques do plano de 23 atividades aprovadas para Abrantes, “o Ga-
3 eixos, 1 plano de ação, 36 meses Cada equipa, em fase de aprovação da sua candidatura, apresenta um plano de atividades propostas para os 36 meses (3 anos) de atividade do programa de CLDS
binete de Inovação para a Empregabilidade e Empreendedorismo, que já arrancou na Feira do Emprego e do Empreendedorismo, realizada no dia 4 de dezembro, no Mercado Criativo”. Natálias Dias, psicóloga da equipa CLDS 3G de Abrantes referiu ainda o Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família, que “em termos de eficiência, as sinalizações feitas, e já estamos a trabalhar. A recetividade dos agrupamentos de escolas tem sido muito positiva e constatam realmente a necessidade de existir mais psicólogos e mais assistentes sociais a trabalhar com essas famílias e crianças (…) A nossa resposta também não será suficiente, mas vai colmatar algumas falhas”, disse. Estas equipas assumem-se como itinerantes, apostando na descentralização das suas ações dadas as dimensões e caraterísticas geográficas dos seus concelhos, e ainda que o programa CLDS de Terceira Geração termine em 2018, prevê-se que surjam outras equipas multidisciplinares na região do Médio, como é o caso de Mação e do Entroncamento. Joana Santos
aluna JCC ESSE Portalegre
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Câmara Municipal de Abrantes aposta em investimentos para a eficiência energética no concelho
Vinhos tintos, brancos e rosé da Coelheira ocupam 1º lugar no ranking dos Melhores Vinhos do Tejo
A Câmara Municipal de Abrantes, em parceria com a MédioTejo 21, tem vindo a proceder a intervenções no âmbito da eficiência energética no concelho. João Caseiro Gomes, vicepresidente, disse na reunião de executivo camarário de dia 18 de dezembro, que a autarquia procedeu “a uma intervenção para se fazer a substituição por lâmpadas LED dos semáforos da cidade. Provém de uma candidatura entre o município e a MédioTejo21, que teve uma comparticipação do município de 8200 euros. Houve um financiamento nessa candidatura de 7300 euros, e que nos levará a uma poupança de cerca de 70%”. O vereador disse que a câ-
O Clube de Vinhos Portugueses colocou os vinhos do Casal da Coelheira, de Tramagal, Abrantes, nos 3 primeiros lugares do Ranking 2015 que categorizam os Melhores Vinhos do Tejo, e que relaciona a qualidade/ preço. Nos tintos, o Mythos Tinto 2012 obtém a classificação de 19,5 valores (18,5€), a par do Casa do Cadaval Cabernet Sauvignon 2012 (9,95€), e coloca ainda o Casal da Coelheira Reserva Tinto de 2012 na 3ª posição da tabela com uma classificação de 18,5 (preço unitário de 5,50€). Nos brancos, o Casal da Coelheira Branco Reserva de 2014 é considerado o melhor vinho do Tejo com uma
mara prevê “para o primeiro ano, uma poupança à volta dos 3000 euros. Será um investimento que nós iremos ter um retorno em menos de três anos, o que é muito bom”. Segundo João Caseiro Gomes estão previstas intervenções para este ano, nomeadamente “outro investimento, que serão as baterias de condensadores que serão instaladas na Biblioteca Municipal António Botto, no edifício dos Paços do Concelho e também no Centro Escolar de Alferrarede que são os edifícios que foram identificados sob os estudos do levantamento que faria sentido fazer este investimento”, anunciou. JS
Município de Sardoal aprovou refeições gratuitas até ao 2.º ciclo O Município de Sardoal aprovou na reunião de Câmara, no passado dia 23, a gratuitidade das refeições para todas as crianças que frequentam o Ensino PréEscolar, 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico no Agrupamento de Escolas de Sardoal. Segundo a autarquia, a medida, que é posta em prática pelo segundo consecutivo, já havia sido aprovada em reunião de câmara
em dezembro do ano passado, e o facto de se ter revelado eficaz no contributo para os orçamentos familiares, levou o Presidente da Câmara, Miguel Borges, a propor a sua continuidade no ano de 2016. Desta forma, a partir do próximo mês de janeiro, o município continuará a assumir o custo relativo às refeições escolares, consumidas nos refeitórios do Agrupamento de Escolas
de Sardoal, de todas as crianças do Jardim de Infância, 1º e 2º Ciclos de Escolaridade. Esta proposta enquadra-se, ainda, num conjunto mais alargado de medidas que visam atrair jovens casais a fixarem-se neste Concelho, como é o caso de recentemente aprovado incentivo à natalidade, acrescenta a informação do município.
nota de 19 valores (a um preço unitário de 8,5€). Também nos Rosé os vinhos produzidos em Trama-
gal ocupam o primeiro lugar do ranking sendo que o Casal da Coelheira Rosé 2014 surge no 1º lugar com
uma classificação de 17,5 e um preço unitário de 4,95€ a garrafa de 7,5 cl. MRF
Câmara de Sardoal (PSD) aprova proposta do PS para subsídio mensal a medicamentos para idosos O executivo da Câmara Municipal de Sardoal, de maioria PSD, aprovou por unanimidade uma proposta do vereador do PS, Fernando Vasco, para atribuição a partir de 2016 de um subsídio para as despesas com medicamentos para os idosos com 80 ou mais anos de idade. A proposta inicial era a da subsidiação de 100% do
valor dos medicamentos a pagar pelos eleitores inscritos no Sardoal que tenham mais de 90 anos de idade, uma subsidiação de 75% do valor dos medicamentos a pagar pelos eleitores inscritos que tenham mais de 85 anos, e uma subsidiação de de 50% para os idosos que tenham mais de 80 anos de idade. Ou seja a Câmara vai atri-
buir um subsídio mensal para medicamentos, em valor e condições ainda a definir, para os idosos que sejam residentes no concelho de Sardoal. A proposta foi aprovada por unanimidade, recolhendo o apoio do vereador Rui Serras, do GIS, e do presidente da CM Sardoal, Miguel Borges (PSD).
Brigada Mecanizada ofereceu equipamentos e prendas a Casa de Acolhimento de S. Miguel Decorreu no dia 22 de dezembro, na Casa de S. Miguel – Centro de Acolhimento Temporário para Crianças, em Alferrarede, entidade que pertence ao Centro Interparoquial de Abrantes, a entrega de equipamentos, eletrodomésticos e bens alimentares por parte da Brigada Mecanizada de Santa Margarida. Segundo o Major Chambel, a oportunidade surgiu pela iniciativa dos “militares da Brigada Mecanizada que
juntaram uma série de bens, roupa, alimentos e decidiram entregar”. Além da doação à Casa de S. Miguel, a Fundação Luiza Andaluz, em Santarém, e a P’ra Amar, na Praia do Ribatejo, foram também incluídas nesta distribuição solidária que decorreu ao longo do dia. Já o Major Sousa Tavares adianta que “é a primeira vez que a Brigada Mecanizada toma este tipo de iniciativa de apoio à solidariedade so-
cial e, certamente, irá repetir nos próximos anos, não só no Natal, mas também ao longo do ano”. Para o Cónego José da Graça, responsável pelo Centro Interparoquial de Abrantes, “estes gestos vêm darnos ânimo e coragem para prosseguirmos com este trabalho”. No que diz respeito às carências que a instituição tem, José da Graça admite que “a casa tem o indispensável, mas nós gostávamos de lhes
dar um ambiente mais infantil e familiar e gostávamos que isso fosse feito em 2016”. Recorde-se que o Centro
de Acolhimento Temporário para Crianças e Jovens tem, atualmente, 12 crianças integradas e 10 colaboradoras
que auxiliam nos serviços do dia-a-dia. Marta Rainho
Aluna Comunicação Social ESTA
jornaldeabrantes
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ABRANTES
Uma ponte para mais 100 anos É velhinha, de quase 150 anos, mas vai ficar como nova, “para aguentar mais 100 anos, se tiver a necessária conservação”, acrescenta o engenheiro Carlos Sousa, da Infraestruturas de Portugal. Estamos a falar da ponte rodoviária de Abrantes. Inaugurada em 1870, sofreu obras de beneficiação na década de 60 do século passado, incluindo alargamento do tabuleiro e substituição do piso, que era em tábuas. Como o tempo faz das suas, era altura de lhe dar uma volta profunda, que decorre já há mais de ano e meio, portanto para lá do prazo de adjudicação da obra. Na ocasião, o JA explicou o que ia ser feito: “melhoria das condições de segurança e conforto dos utilizadores”. Uma ideia muito geral, que importa precisar melhor. Os trabalhos começaram pela execução de micro-estacas e reforço dos pilares. Tratou-se de “furar” os pilares na vertical de modo a injectar cimento até uma boa profundidade e, assim, aumentar a segurança dos pilares. Além disso, a base de cada pilar foi ainda vestida de um “saiote” em betão, o embasamento, de modo a defendê-lo, em caso de cheia, de possíveis colisões. É sobre estes pilares que assenta a estrutura metálica da ponte propriamente dita. Ao que nos diz o responsável pela obra, contra o que chegou a circular, a ponte não estava em perigo, trata-se de fazer os trabalhos necessários de manutenção e para a adaptar às exigências dos novos tempos. Para estes trabalhos foi necessário construir a “ensecadeira”, a fim de os trabalhos se fazerem o mais possí-
vel a seco. Para isso, foi solicitado à Câmara que “durante todo o processo de obra o dique estivesse em baixo”, confirma o engenheiro Carlos Sousa. “Trabalhamos a uma cota bastante abaixo do leito do rio, por isso temos de criar uma barreira de protecção, que mesmo assim é alta. Com o dique em cima, teria de ser muito mais alta.” Agora (nov-dez) que esta primeira fase está concluída nos pilares do sul, a ensecadeira está a ser transferida para defender os pilares do lado da margem norte. Após a primeira fase, desenvolvem-se várias linhas de trabalho, para as quais foi necessário construir um piso técnico sobre o qual os trabalhadores podem operar com mais facilidade e em segurança. Um dos trabalhos foi a alteração da estrutura do tabuleiro. Era composto de um vão entre cada dois pilares, agora passa a ter um só vão entre os pilares exteriores e mais dois vãos de ligação a cada uma das margens. Isso implica alteração na estrutura do tabuleiro e exigiu a construção de apoios temporários, se não o tabuleiro caía, a retirada dos apoios de cada um dos vãos anteriores sobre cada pilar e sua substituição por novos apoios. É por isso que no piso superior do tabuleiro existem algumas elevações em arco, pois por baixo existe um fosso de cerca de três metros de comprido onde os trabalhadores substituem o velho apoio pelo novo. Além disso, estão ainda a ser instaladas estruturas anti-sísmicas, que visam amortecer a transmissão do impacto do pilar ao tabuleiro. Esta protecção anti-sísmica é uma das inovações que estão
a ser introduzidas. Toda a estrutura metálica foi decapada, para retirar a jacto de areia a velha tinta e os pontos de ferrugem existentes, e depois está a ser objecto de pintura primária, intermédia e final, e “calaftagem”(o termo não é este, mas este é mais compreensível) para impedir as infiltrações de água, que iriam corroer os materiais. Para segurança dos trabalhadores e defesa do ambiente, a ponte teve de ser “vestida” com uma proteção que a esconde de olhares exteriores. “Não estamos a esconder nada. Se não fosse assim, espalhávamos areia e tinta pela cidade toda”. Estes trabalhos terminam com a colocação do novo pavimento, betuminoso, a colocação de proteção aos peões e iluminação. Para realizar estas obras, foi necessário retirar os cabos exteriores do pré-esforço, ou seja, elementos de segurança que permitem à ponte resistir às vibrações provocadas pela passagem de veículos de maior tonelagem. Por essa razão está interdito, e vai continuar até ao final, o trânsito de veículos com mais de 20 toneladas. A última fase dos trabalhos vai ser a recolocação dos cabos de pré-esforço e só depois o restabelecimento do tráfego a pesados. Para a Infraestruturas de Portugal, no sector rodovia, esta obra “é já uma obra complexa, pois envolve atividades que não são muito frequentes nas obras de conservação”. Mas o engenheiro Carlos Sousa, da I.P., realça que apesar disso, e de algumas dificuldades acrescidas, como a grande flutualidade do caudal do rio, a obra está a fazer-se “sem uma única
noite de corte do trânsito, contra o que chegou a estar previsto. Fizemos tudo, apesar dos contratempos que surgiram no início com a furação dos pilares, para diminuir ao máximo os contratempos aos utilizadores. Nós tínhamos consciência de que as pontes alternativas estão a distâncias consideráveis.”
Os melhoramentos introduzidos Além do reforço da estrutura existente, os trabalhos em curso na ponte rodoviária de Abrantes estão a dotá-la de algumas novas valências. Desde logo, a proteção antisísmica, já referida. Depois, uma protecção para os peões. O tabuleiro sofreu um pequeno alargamento de cada lado, o que permite instalar um resguardo entre o peão e o trânsito automóvel. Finalmente, além da iluminação rodoviária, agora em leds, mais económica, vai receber iluminação artística ou arquitetónica, que poderá ser acesa em dias festivos. Uma outra alteração é a da cor da ponte, que ficará em vermelho, visível nos resguardos exteriores já recuperados.
jornaldeabrantes
ção da obra será necessário implementar o corte total do trânsito uma vez que o tabuleiro da ponte será substituído por um novo e mais largo”, explica a Infraestruturas de Portugal. “O tráfego pesado será desviado por estradas nacionais
e o tráfego ligeiro local terá uma alternativa por estradas municipais utilizando a barragem de Belver. Também os transportes públicos e os veículos de bombeiros terão permissão para passagem na barragem de Belver. A utilização da bar-
A substituição de apoios, por debaixo dos arcos no •pavimento
Nota de trabalho. O JA agradece a total disponibilidade com que o eng. Pedro Ramos, em Santarém, diligenciou para ser possível este trabalho e total acolhimento na obra por parte do engenheiro Carlos Sousa e da sua equipa, engenheiro Pedro Pimenta e Marco Oliveira. Alves Jana
À direita vê-se o acrescento feito, para permitir a •instalação da protecção aos peões
Ponte de Belver já está em obra A seguir à ponte de Abrantes, também a ponte de Belver vai sofrer profundas obras de manutenção, reforço e beneficiação. Os trabalhos preparatórios já decorrem e o início da intervenção data do dia 6 de Janeiro. “Durante a execu-
piso técnico construído por baixo e a ensecadeira a •serOtransferida para os pilares junto à margem norte
O fim das obras ragem, para o desvio do tráfego, já foi objeto de autorização pela EDP.” Lembremos que a ponte de Belver tem sido uma das alternativas à ponte de Abrantes, ainda em obras.
A data prevista para a conclusão das obras é o fim de Fevereiro. Mas os observadores entendidos no assunto são céticos quanto ao respeito dessa data, apesar de ser já resultado de um adiamento. Sobre isso a Infraestruturas de Portu-
gal não adianta pormenores. “A data de conclusão da empreitada é de 26 de fevereiro de 2016. No próximo mês será reavaliado o prazo de execução da empreitada, sendo oportunamente divulgadas eventuais alterações.”
CENTENÁRIO 11
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Bebés do ano homenageados em centenário da cidade de Abrantes Todos os bebés nascidos na Maternidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo, em Abrantes, durante o ano do centenário da cidade de Abrantes – 2016, serão homenageados com a entrega de uma medalha em prata, da autoria do designer Miguel Palmeiro (autor da imagem do centenário), acompanhada de uma bolsa feita com retalhos, trabalho artesanal da abrantina Sara Gomes. No dia 2 de janeiro, um sábado, ao final da manhã, a presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque, e o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Carlos Andrade Costa, fizeram a entrega às famílias dos primeiros três bebés nascidos no novo ano: o Rafael (foi o 1º a nascer, à 01h30); a Matilde e o João Lucas. No auditório da biblioteca da
unidade de Abrantes, a presidente da autarquia disse que esta “não vai ser a única iniciativa que vamos fazer com estes bebés”, tendo anunciado que o escultor Charters de Almeida vai instalar uma obra de arte num sítio “muito especial” do concelho onde estará
inscrito o nome de todas as crianças que nascerem neste ano, neste novo século para Abrantes – Cidade. Maria do Céu Albuquerque anunciou um programa“vasto e diversificado” ao longo de todo o ano e no âmbito das comemorações do Centená-
OPINIÃO
Olá Centenário!
rio de Abrantes. A apresentação pública e oficial do programa será dado a conhecer no sábado, dia 9 de janeiro, por ocasião do “Bravo Abrantes” – Concerto de Ano Novo, que vai decorrer pelas 21:30, na Igreja de S. Vicente. Mário Rui Fonseca
Em 1916, Abrantes foi elevada à categoria de cidade. 100 Anos depois, somos uma Cidade que soube desenvolver-se. Que procurou sempre enfrentar os desafios com tenacidade e perseverança. Com um pensamento estratégico. Que olha o passado enquanto alicerce para o futuro. Hoje, damos início a um novo ano. Um ano em que nos tornamos uma Cidade Centenária. Um ano marcante para a nossa identidade coletiva que assinalamos com um programa comemorativo. Vasto e diversificado. Um programa que daremos a conhecer no dia 9 de janeiro por ocasião do Bravo Abrantes Concerto de Ano Novo. O programa foi construído com o contributo de cidadãos Abrantinos. Deixamos aqui o reconhecimento público pelo seu esforço e empenho na resposta ao desafio de participação coletiva que lhes foi lançado pelo Município de Abrantes. Em cm-abrantes.pt, no facebook do município e na APP Descubra Abrantes, vamos disponibilizar toda a programação evocativa das comemorações. Os factos históricos, entrevistas, apontamentos fotográficos. As estórias que fizeram, e fazem, a nossa história. Convocamos todos e todas a participarem na construção deste programa. Saibamos transportar a sabedoria conferida pela nossa marca centenária na projeção do futuro coletivo que todos ambicionamos. Sejam Bem-vindos ao Centenário! Maria do Céu Albuquerque
Presidente
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anos
aniversário
• Antigo logotipo da RAL
•
Direto da praça Raimundo Soares em Abrantes
O Tejo é que tem a culpa. As cheias de 79 foram muito violentas e as populações não tinham informação disponível. Foram os radioamadores Carlos Ramos e Sousa Casimiro que supriram a ausência da atenção da comunicação social de âmbito nacional lisboeta. Passada a cheia, ficou a ideia. Juntou-se-lhe Augusto Martins e iniciou-se a “fase de ousadia”: em Janeiro de 1981, a RAL – Rádio Antena Livre, atreveu-se a iniciar emissões regulares mas ilegais, a partir de Arreciadas. O slogan “A tentação de fazer, o prazer de escutar… Antena Livre” dá disso cabal imagem. Perseguida pelos serviços radioeléctricos, deu um passo em frente e chegou a liderar o Movimento das Rádios Livres, de que António Colaço era uma das alavancas, contra o monopólio RDP / RR. “Em Abril, Rádios Mil” era o lema. Em 1989, conquistada a nova Lei da Rádio, todas as “rádios livres” ou “piratas” fecharam por alguns meses, a fim de abrirem as que fossem licenciadas. Foi o caso da RAL. Nestes primeiros tempos, o 25 de Abril ainda estava fresco e a sociedade fervilhava de iniciativa, de criatividade e de um grande esforço de afirmação da identidade local, que inclui o poder local democrático. Mas a comunicação social, a nível nacional, vivia no rescaldo do 25 de Abril e 25 de Novembro. O Público surgiria em 1990, a SIC em 92 e a TVI em 93, em 94 a televisão por cabo. A RAL surge, portanto, antes desta abertura toda. Em 89/90 começa a fase de institucionalização. Legalizada, com uma vasta equipa de colaboradores voluntários e os primeiros jornalistas profissionais da região, com acesso à informação nacional por telex, a RAL era surpresa, criatividade, profissionalismo, e um espaço público cada vez mais consolidado e reconhecido. Podemos dizer que a RAL fez a região, enquanto entidade que não só existe como se reconhece e discute. Em 91 muda-se para Abrantes, R. Manuel Constâncio, e moderniza-se com os primeiros sistemas informáticos. Em 97, volta a mudar-se, para a Av. Humberto Delgado, onde ainda se encontra. Mas em 97 enfrentava já uma grave crise que levou à sua aquisição pelo Grupo Lena em 2001. Sofreu então uma profunda redefinição, sob a liderança de Albano Santos, surgindo com outro nome, Antena Livre, e outra ambição, e com a primeira Gala Antena Livre. Foi um novo período de profissionalização e normalização. Por exemplo, em 2005 está na Internet com emissão on line. Mas em breve iria passar por uma nova crise. Em 2009, vive uma operação de reposicionamento da rádio e consolidação empresarial, com uma nova energia. Recebe o Jornal de Abrantes, e as Galas, que tinham parado, foram retomadas. Ganha presença no Facebook em 2010. Em 2011, lança o CD “Escuta” com grupos da região e ensaia uma nova fase de produção de conteúdos. A partir desse ano, ano da crise, passa por um processo de emagrecimento e consolidação da nova estrutura. E é nesta fase que hoje se encontra “a rádio como você gosta”. Se resistiu e superou o momento de crise, podemos esperar dela outros voos? Alves Jana
de legalização •dasMovimento rádios locais
Pequeno •emPedro Arreciadas – RAL
Cronologia RAL - AL 1979 1981 1989
cheias no Tejo início da emissão regular paragem técnica de legalização
1990
jornal Público
1991
mudança para Abrantes I
1992 1993 1994
SIC TVI televisão por cabo
1997 2001 2005 2009 2010 2011
mudança para Abrantes II adquirida pelo Grupo Lena emissão on line relançamento com o JA presença no facebook CD “Escuta”
Fases - ousadia (1981-89) - institucionalização (1989/90-…) - crise (?-2001) - redefinição (2001-?) - relançamento (2009-…)
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Fernanda Mendes nos primeiros estúdios da RAL na rua Manuel Constâncio, em Abrantes
jjornalldeabrantes b t
• Fernando Correia em antena
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES
JANEIRO DE 2016 EDIÇÃO Nº 38 www.estajornal.com
Ermida, a cerveja abrantina, tem vindo a aumentar a sua produção e a chegar a mais locais, dando resposta às F p. 7 solicitações.
DIRETORA: HÁLIA COSTA SANTOS DIRETORA ADJUNTA: RAQUEL BOTELHO
Passageiros do comboio entre Portalegre e Entroncamento esperam que o serviço continue depois do período experimental
F p. 4
Família síria tem o sonho de ajudar a reconstruir a pátria
Formação dada aos jovens fará a diferença no futuro
Chave d’Ouro reabre em Abrantes depois de obras de remodelação
Os cinco elementos da família Barazi chegaram a Viana do Castelo há dois anos. Vieram a fugir da guerra e da falta de condições. Dizem que foram bem acolhidos e estão integrados. Estudam e trabalham, mas um dia querem F p. 2 regressar à “mãe”, a Síria.
A Azinhaga do Barruncho é um bairro de Odivelas conhecido pelas más condições em que ali se vive. Os jovens dividem-se entre os que gostam do bairro assim e os que anseiam por uma vida melhor. O apoio da Igreja tem sido F p. 3 determinante em quase tudo.
O emblemático café de Filipe Gomes e Telma Dias tem agora um novo espaço, no 1º andar. Com mais de 80 anos de existência da Praça Barão da Batalha, em Abrantes, o Chave d'Ouro continua a distinguir-se pela atmosfera especial e F p. 7 pela simpatia dos donos.
Mournkind, uma banda abrantina de Black Metal com inspiração nórdica
Espalhar uma nova visão de humanidade DANIEL SEABRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
gravação "seja simplesmente chegar lá e gravar". Para já, "um ou outro engano é normal obviamente, mas vamos poupar muitas horas por música". Um álbum repleto de mensagens O álbum dos Mournkind é esperado antes do verão. Terá 14 temas, como 'Whispers', '666' e 'Ningen'. Os membros da banda acrescentam que estão disponíveis na net (mournkind.bandcamp.com), no facebook
e no youtube e que se pode fazer o 'download'. "Temos logo a primeira do álbum, chama-se Asmodeus, foi das primeiras deste projeto com esta nova formação. Fala sobre o demónio da luxúria e da sodomia e da sua relação connosco. Claro que não é uma figura que exista, mas refere-se à nossa maneira de viver enquanto que um animal humano e não como uma coisa falsa que simplesmente faz as mesmas coisas mas esconde o que faz e tem pudor. Depois temos D
MOURNKIND é uma banda de Black Metal formada em Abrantes em 2014. É composta pelos membros Selvmord (guitarra, vocal), Folkemord (guitarra), Andremord (baixo) e Hovedmord (bateria). Escolheram nomes que são palavras usadas na Noruega porque o género musical que praticam tem origem nesse país nórdico. Na sua tradução direta, os nomes que escolheram significam atos como o suicídio e o genocídio, mas rejeitam as conotações negativas. Pelo contrário: a ideologia da banda é "destruir a humanidade atual como um conjunto de grupos que se aniquilam mutuamente" promovendo "a mudança para uma humanidade mais unida". Selvmord diz que o seu nome - que significa suicídio - implica ideia da "introspeção do indivíduo em meditação consigo próprio para chegar à nova pessoa, ao novo conceito de humano, que é aquilo que nós pretendemos". Já Folkemord - que significa genocídio - diz que o seu nome pretende ajudar a espalhar uma nova visão da humanidade em que se comece por "destruir comportamentos nocivos que são comuns a toda a humanidade, como por exemplo
o racismo, o extremismo religioso e todo o tipo de comportamentos degenerativos". Os Mournkind ensaiam numa garagem espaçosa. Tem duas divisões: uma maior, que serve de porta de entrada e onde se armazenam os objetos de maior dimensão, e outra mais pequena, onde decorrem os ensaios. Esta última tem saída para a rua (um terraço), que é utilizado pela banda para fazer uma pausa em cada ensaio. Esta pausa é "obrigatória" e serve para discutir a primeira parte do ensaio. É um lugar limpo, em que se pode encontrar todos os objetos pertencentes a uma garagem regular (automóvel, latas de tinta, etc.). Assim que chegam à garagem, os elementos da banda começam montar o equipamento (ligar amplificadores, montar a bateria, etc.). Depois fazem o 'soundcheck', testando os instrumentos e a qualidade do som. Os primeiros ensaios da banda eram feitos só com dois elementos. Mais recentemente, "têm tomado proporções mais sérias". Os músicos preocupam-se "cada vez mais em saber as músicas, para estarem prontas a ser tocadas em qualquer ocasião". Atualmente estão a ensaiar as músicas todas do álbum para que o momento da
L Os ensaios “têm tomado proporções mais sérias”
FOTOGRAFIA DR
também a Rebirth, a segunda música do álbum. Essa música vem falar da nossa ideologia, de um modo geral: reconstruir a humanidade. O refrão da música é curioso porque, para além de ter um instrumental bastante alegre, vem dizer: 'Homicídio, suicídio, juntem-se, lado a lado o renascimento é o genocídio'. Portanto, quer isto dizer que, se nós próprios mudarmos e ajudarmos o próximo a mudar, faremos com que todos mudemos. Depois temos músicas mais alegres como 'Forsamling', que fala sobre todos nós sermos filhos da natureza, todos nós sermos irmãos. Até mesmo com os animais, nós falamos do exemplo dos lobos, que são um símbolo da nossa banda, temos o corvo e o lobo como símbolos. O lobo é um animal que vive em sociedade antes mesmo dos humanos viverem em sociedade e pratica todo um conjunto de ações de modo a melhorar tudo aquilo que ele tem de fazer. E é isso que nós pedimos na música 'Forsamling', pedimos que eles se juntem a nós e nos ajudem a melhorar. Temos também a última música do álbum, 'Master of Blasphemy,' que vem reforçar que queremos individualmente crescer e adquirir uma nova visão do mundo e uma forma de conseguir espalhá-la. Para além disso, temos a música que dá nome ao álbum, 'Whispers', que critica a humanidade atual, os vícios, etc. e chama-se Whispers mesmo por isso, porque fala das ações que a humanidade pratica, mas que são camufladas e acaba por ser como se fosse um sussurro."J
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ESTA JORNAL
A família Barazi gosta de Portugal mas quer regressar à Síria assim se que for possível pensar em reconstruir o país Ibrahim, Maglena, Ezmaail, Ghalia e Joudi. Esta é a família Barazi. Todos têm um desejo em comum: voltar para a sua “mother”, Síria, país que tiveram que abandonar há dois anos, no início da guerra. Viana do Castelo é o porto de abrigo desta família, que já fala Português. O pai, contabilista, trabalha agora na agricultura biológica. Os filhos mais velhos sonham com a universidade. As mulheres usam 'hijabs', incluindo a mais pequena, que assim se sente mais completa.
BEATRIZ BAPTISTA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
“Confortáveis, descansados e contentes” centro de Damasco. Ficaram lá um ano e depois vieram para Portugal. Por sorte, nunca assistiram, nem foram vítimas, de qualquer tipo de violência. Quando nos deparamos quando estas histórias costumamos pensar em qual terá sido o momento, o que aconteceu, para tomarem a decisão de ter de abandonar tudo e irem para outro país. “Apesar da guerra já existir há algum tempo, sempre pensámos que se fosse resolver. Mas quando começaram a faltar as condições básicas (água, luz…), aí foi o momento. Até porque as pessoas se começaram a zangar por coisas mínimas”, conta Ibrahim. O que facilitou a vinda desta família síria para Portugal foi o facto do irmão de Ibrahim viver em Portugal. Ele é diretor de uma empresa de agricultura biológica sediada em Carreço, Viana do Castelo, empresa onde Ibrahim trabalha agora. “Eu trabalhei 30 anos como contabilista, trabalhar na agricultura bio-
lógica é muito diferente, mas gosto muito.” Tinha visitado o irmão no verão antes do início dos incidentes na Síria. Disposto a ajudar, o irmão de Ibrahim saiu de casa e deixou-a para a família recém-chegada. Quando chegaram a Portugal sentiram-se “confortáveis, descansados e contentes”, conta Ghalia. Ela é a filha mais velha, tem 19 anos e frequenta o 12º ano, em Artes. Ainda não sabe o que quer seguir na universidade, “mas talvez algo
“ ”
A maior dificuldade foi “aprender a língua rápido para poder perceber as aulas”
ligado às Artes”, diz em Português, com o seu sotaque. Quem já fala muito bem Português é o seu irmão, Ezmaail. Tem 18 anos e também anda no 12ºano. Optou pelas Ciências, mas ainda está indeciso no que seguir: “Às vezes penso na parte da Medicina, e outras vezes penso na parte de Informática. Vou esperar pelas notas e depois penso no que eu vou estudar na universidade e depois trabalhar, claro.” Ezmaail tem um canal no youtube, onde publica vídeos a ensinar e a tocar flauta, “Também gosto de piano e toco num teclado que uma amiga nossa mo emprestou”, explica o jovem. As artes parecem estar no sangue desta família. O grande 'hobby' de Ibrahim, o pai, é a pintura. Pinta as paisagens por onde vai passando e, por ter tido um excelente feedback, está a pensar em começar a vendê-las. Com 13 anos, a irmã mais nova, Joudi, usa o 'hijab'. Usa porque FOTOGRAFIA ELISA NÓBREGA
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COMO É NORMAL, ao domingo, as famílias passeiam pelo jardim público. As crianças andam de bicicleta e os casais de mão dada. Perto do rio, são várias as pessoas que vão apreciar a paisagem. Outras, estão viradas para o lado oposto. Olham em direção à Igreja de Santa Luzia. O encontro com esta família é no café do jardim. Foi para Viana do Castelo que a família Barazi se mudou há dois anos. Tiveram de decidir em conjunto, que iriam ter de abandonar a sua cidade, o seu país. Isto aconteceu porque a guerra tinha começado, mas também porque a vida mudara: “Vivíamos numa cidade pequena perto da capital Damasco, esta cidade foi uma das que começou a guerra”, conta Ibrahim, o pai desta família. Contabilista durante 30 anos, teve de deixar tudo para trás. Ele e a família deixaram tudo o que lhes era querido e familiar. Quando a situação começou a ficar pior, foram para uma casa no
L Uma família
síria que vive há dois anos em Viana do Castelo conta a sua história ao ESTAJornal
quer. “Quando cheguei de Portugal, a Joudi já usava o 'hijab'. Fiquei muito surpreendido, mas contente claro, pois ela ainda é nova e tem tempo para decidir se quer usar ou não”, conta Ibrahim. Um dia decidiu usar o 'hijab' na escola e a partir daí nunca mais o largou. “Sem ele eu não me sinto eu, gosto muito de o usar. Sinto-me completa” - explica Joudi. Em Viana o que ela mais gosta é da natureza, sendo o seu sítio preferido, a Igreja da Nossa Senhora da Agonia. “Gosto de ler e aprender línguas, nos meus tempos livre.” Ela acha que as escolas da Síria e de Portugal são muito diferentes, tendo sido a sua maior dificuldade “aprender a língua rápido para poder perceber as aulas”. Para já, “quando for grande”, a Joudi quer ser “médica do coração”. Magdalena, a mãe desta família, é uma mulher bem disposta. Apesar de falar maioritariamente Inglês, ela está a ter aulas de Português, que são proporcionadas pela Câmara Municipal de Viana do Castelo. “Estas aulas têm o propósito de fazer com que os imigrantes tenham a oportunidade de aprender a falar e a escrever Português. Baseiam-se em dois tipos de aula. A primeira, é onde dão calmamente a matéria, intercalando um pouco com Inglês, para eles perceberem. Já a segunda é Português puro e duro”, explica a vereadora Ana Margarida. “É mais destinado aos pais, pois os filhos têm mais facilidade de aprender a língua porque estão na escola. Já os adultos não têm tanta convivência nem chances de desenvolverem o Português”, acrescenta. Para Joudi, Portugal é o "país que nos recebeu extremamente bem e com pessoas muito simpáticas". A família Barazi gosta de cá viver, mas tem um sonho. Esse sonho é de um dia poderem voltar para a Síria e, todos juntos, voltarem a construir o país. “You can not change your mother (Tu não podes mudar a tua mãe)”, remata Ibrahim.J
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A vida num ‘bairro de lata’, entre a catequese, as explicações e a falta de condições básicas D
“A nossa esperança é que sigam um caminho melhor” SOLANGE CRUZ ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
FOTOGRAFIA SOLANGE CRUZ
L Muitos
dos jovens sentem-se bem com o estilo de vida que levam, embora a formação que lhes é dada faça alguns quererem mudar
FOTOGRAFIA SOLANGE CRUZ
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Azinhaga do Barruncho, na Póvoa de Santo Adrião, em Odivelas, é um bairro de barracas onde vivem famílias vindas sobretudo dos países africanos de língua portuguesa. Apesar da falta de condições, as ajudas que lhes são dadas, nomeadamente pela Igreja, fazem a diferença. Os mais velhos anseiam por outro tipo de habitações, mas os mais novos dividem-se. Conforme crescem, uns vão admitindo que o futuro passará por outros sítios. Mas também há quem não queiram abdicar do bairro: "Destruírem o bairro para construírem os prédios seria criar mais um clima de revolta." UM ESTILO DE VIDA degradante e pouco agradável para uns e uma alegria e orgulho para outros. À procura de melhores condições não só económicas, mas também de habitação, mães, pais e avós da Azinhaga do Barruncho, porque querem dar mais condições de vida aos seus filhos e netos, mostram descontentamento pelo estilo de vida do bairro. Contrariamente, a maior parte dos jovens da comunidade mostram orgulho na sua maneira de viver. Apesar das condições menos favoráveis em que vivem e da discriminação a que são sujeitos diariamente, acreditam que a sua felicidade se encontra na “pobreza”. A Igreja é um dos principais pilares da comunidade da Azinhaga do Barruncho. Sentado na cadeira do barbeiro, Rui Valério, pároco da Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, explica a ajuda social concedida pela Igreja à comunidade. “Muitas iniciativas têm sido feitas. No entanto, podemos salientar que a colaboração vem ao nível de três aspetos: o apoio social, a formação e o acompanhamento cultural.” Muitas das pessoas da comunidade deslocam-se semanalmente à paróquia da Póvoa de Santo Adrião em busca dos alimentos e outros bens oferecidos pela instituição. Roupas que são conseguidas através de dadores residentes da vila são entregues às pessoas mais necessitadas. O centro paroquial tem também um sistema bem organizado para fornecer medicamentos às pessoas do bairro. A técnica superior, formada em Farmácia, garante a eficácia ao nível dos medicamentos entregues. Crianças e adolescentes do bairro frequentam as catequeses e o grupo de jovens da paróquia. Para além da formação cristã, voluntários dão explicações de Matemática, Português e História, colaborando na formação académica dos miúdos e jovens. Maioritariamente, a população residente no bairro provém dos Países Africanos de Língua Oficial
L Para além
de apostar na formação, a Igreja tem um papel ativo no sentido de lutar pelo melhoramento de infraestruturas do bairro Portuguesa (PALOP). Os que vêm de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe são os que sentem mais dificuldades ao nível da língua portuguesa, pelo diferente historial do seu país. "Apenas uma gotinha de água" Normalmente as explicações são dadas na própria paróquia. “A nossa esperança é que os meninos e as meninas, com toda esta ajuda, sigam um caminho melhor e vivam iluminados pelos princípios da coerência, da justiça, da honestidade, do trabalho… Essa é a nossa expetativa!" - adianta o pároco. Mas tem consciência de que, por muito que se faça, há sempre outros fatores a contribuir para o futuro daquelas crianças: "É preciso compreender que o que a paróquia faz a essas crianças é apenas uma gotinha de água. Basta que eles saiam da catequese e de seguida vão ver um filme qualquer. O que é que eles vão aprender? Coisas que contrariam aquilo que lhes está a ser ensinado...” A paróquia também se envolve com o bairro na organização de iniciativas que pretendem chamar a atenção da autarquia para o melhoramento de infraestruturas e das condições de vida das pessoas. “A Câmara Municipal de Odivelas, em colaboração connosco, está interessada em efetuar melhoramentos ao nível do saneamento básico, e nós também estamos en-
volvidos nessa questão” - afirma o padre Rui Valério. O centro paroquial também faz acompanhamento a pessoas do bairro que se encontram acamadas, pelo menos uma vez por mês, sendo que garantem a sua presença assídua. As situações sociais de maior delicadeza são também acompanhadas mais de perto, como por exemplo, pessoas que vivem em profundas dificuldades sociais e económicas. Segundo o padre Rui Valério, “houve alturas em que pensámos em lá promover missas, mas no entanto, preferimos que as pessoas se desloquem à igreja.” Apesar das condições de vida não serem as melhores, este estilo de vida agrada a vários jovens da comunidade, pois foi dessa maneira que aprenderam a lidar com o mundo e fora isso que formou cada uma das suas personalidades. Os jovens sentem a ajuda por parte da Igreja, mas não a sentem por parte da Junta de Freguesia. Cláudio, jovem residente da comunidade há 19 anos, afirma: “A mim não me ajudaram em nada, aprendi a jogar à bola, a ler, a escrever e a andar, tudo aqui! Ficam sempre a dizer a Junta é isto, a Junta é aquilo! Mas nós nem temos associação!”. Um dos seus amigos, Mauro, de 18 anos, acrescenta: "Uma vez eles retiraram os caixotes do lixo do bairro e meteram na entrada. Até a luz já nos quiseram cortar!”
"É aqui que quero ficar" O bairro da Azinhaga do Barruncho é reconhecido por gente de fora como um sítio sem as condições necessárias para se viver. Nem toda a gente gosta da vida que leva dentro da comunidade, mas muitos dos mais jovens sentem-se bem com o estilo de vida que levam. “Eu, quando era 'puto, andava na escola e preferia viver numa casa de ricos´, é claro! Depois vim a crescer e percebi que é aqui que eu quero ficar” - explica Caio, mais um jovem pertencente à comunidade. No bairro já se soube de uma intenção da Câmara Municipal de Odivelas de substituir as barracas por habitações com melhores condições de saneamento básico. Para uns seria um alívio, para outros um desagrado. Já com alguns anos passados, nunca aconteceu. Cláudio prefere que assim tenha sido: “Crescemos aqui… É a nossa mãe, o bairro! Destruírem o bairro para construírem os prédios seria criar mais um clima de revolta e assim é que não acabaria a paz!” Acerca da questão da criminalidade e da discriminação vivida pelo bairro, o grupo de amigos entra em discordância. Todos os jovens gostam do bairro e da vida que levam, mas no entanto, à medida que o tempo passa e que vão crescendo, as suas mentalidades podem mudar. Muitos pretendem criar e alcançar qualidades melhores do que as que
têm atualmente. “Muita gente que cá vive não gosta de cá estar. Eu se tivesse um filho, daqui a uns anos, e se ele quisesse viver num sítio mais acomodado como os prédios, eu mudaria” - afirma Caio. No entanto, a maior parte dos jovens sente-se discriminada pela sociedade devido ao sítio onde vive. Mas nem todos pensam assim, conforme garante Gilson: “Muita gente que vive aqui ao lado, no Casal da Paradela, que é um sítio que só tem vivendas, dá-se muito bem com as pessoas do bairro e não nos discriminam por vivermos em barracas.” O que mais incomoda os jovens do bairro são as associações que se fazem entre eles,por viverem no limiar da pobreza, e o crime. “Sempre que acontece algo na Póvoa, dizem logo que fomos nós que o fizemos. Somos muito discriminados e olhados de lado” - lamenta Caio. Hoje vive-se uma realidade diferente na Azinhaga do Barruncho quando comparada com a realidade de há uns anos, em que a taxa de criminalidade era elevada. Estes jovens rapazes sentem-se bem no sítio onde moram, tal como as suas mães. Reconhecem as ajudas que têm, nomeadamente o facto de não pagarem luz, água e renda de casa. Com os baixos salários, estas são ajudas essenciais para viverem com o mínimo das condições básicas.J
JANEIRO 2016
04 Linha do Leste: Comboio à experiência facilita a vida dos estudantes e dos mais velhos
“Gostaria que o comboio continuasse todos os dias” D
FOTOGRAFIA MARTA CLARO
MARTA CLARO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
APÓS UMA FASE NEGRA de quatro anos, o comboio de passageiros voltou à cidade de Portalegre, mas apenas ao fim de semana. Foi assinado um protocolo (ver caixa) no qual se define que esta automotora funcionará num período experimental de seis meses. Até março de 2016 foi, então, restabelecida a Linha Leste entre Portalegre e o Entroncamento, que passa também pelo Crato, Chança, Torre das Vargens, Ponte de Sor e Abrantes. Numa tarde de Outono, o ambiente naquele comboio da Linha do Leste estava calmo. Viajavam sobretudo idosos e estudantes. Ouvia-se o barulho da automotora e os raios de sol entravam pelas janelas. Alguns passageiros ouviam música, como forma de passar o tempo, outros conversavam entre si e os restantes aproveitavam para dormitar. Inês Realinho, de 20 anos, estuda na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) e é proveniente de Portalegre. Adora andar de comboio e acha que o este meio de transporte é uma mais valia para a sua rotina. A viagem de comboio fica-lhe mais barata do que a de autocarro: “Os estudantes têm a oportunidade de ter um desconto gigante, o que é ótimo!” Do outro lado, viaja Sofia Pires que também é estudante. Sofia vai de Coimbra até Portalegre. Usa este meio de transporte porque é o mais rápido, o que lhe dá mais jeito e lhe fica mais económico. Antigamente, quando não existia esta ligação, as suas viagens eram mais complicadas, mais extensas e, sucessivamente, mais caras. Salienta que os horários podiam ser mais flexíveis. Mas, na sua opinião, este comboio é fundamental para a cidade de Portalegre, não só pelos estudantes, mas também pelas pessoas que querem visitar outras cidades do país. Quando pensa que, após o período de experimentação, o comboio pode voltar a terminar, o cenário só piora: “Iria utilizar o autocarro, iria ser muito dispendioso outra vez, iria gastar muito mais tempo e talvez não pudesse vir tantas vezes a casa.” Francisco Nunes, reformado, de 82 anos, utiliza o comboio para ir visitar os familiares ao Alentejo. Refere que é o meio de transporte que mais adora desde sempre. Apesar de achar que as condições da automotora não são as melhores, não se queixa: “Não exijo mais”. Os seus lamentos são outros: “Gostaria que o comboio continuasse, que continuasse todos os dias. Foi pena terem acabado com o comboio no período em que acabaram, porque os jovens usavam-no muito. Agora arranjaram outro meio trans-
L Partido
Ecologista ‘Os Verdes’ defende que “as linhas não têm que ser rentáveis, têm que ser geridas de forma a terem passageiros” porte e já não vêm para aqui.” Pensando no possível fim deste comboio, o senhor Francisco sabe como se tornará difícil ir visitar os familiares. É com um sorriso nos lábios que os mais velhos anseiam por chegar ao destino, onde do outro lado estão os entes mais queridos à sua espera. Com uma energia diferente, os mais novos desejam voltar a chegar a casa. Mas tanto uns como outros destacam a importância deste comboio nas suas vidas. São várias as histórias das pessoas que por aqui passam e todas elas afirmam o quão útil é este meio de transporte para a sua rotina. Mais determinada viajava Manuela Cunha, de 59 anos, dirigente do Partido Ecologista ‘Os Verdes’. Efetuava a viagem até Portalegre, mas com um propósito diferente da maioria dos outros passageiros. No dia 13 de novembro de 2015 decorreu uma conferência de imprensa em Portalegre onde terá apresentado
L O comboio é
sobretudo usado por jovens, que vão estudar, e por pessoas mais velhas, que vão visitar as famílias
O protocolo e o envolvimento de cada uma das partes Em resposta ao ESTAJornal a CP explicou que a nova oferta ferroviária se baseia num protocolo, estabelecido entre a CP, a Infraestruturas de Portugal, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e os municípios de Portalegre, Crato, Alter do Chão e Ponte de Sor, que estabelece as condições para a criação de quatro
ESTA JORNAL
um projeto que entrou no mesmo dia na Assembleia da República. O Grupo Parlamentar ‘Os Verdes’ propôs à Assembleia que deliberasse e que recomendasse o Governo um conjunto de medidas, a começar pela manutenção da circulação de passageiros na linha do Leste, “mesmo que parcial, até que seja encontrada uma solução definitiva para o seu funcionamento a termo de serviço de passageiros, com horários adequados às necessidades das populações, em todo o ser percurso, repondo a ligação a Espanha”. O Partido Ecologista pede também um diagnóstico, até ao final do período de experimentação, que inclua: “as medidas de melhoramento da infraestrutura ferroviária que faltam tomar, na sequência da paragem da intervenção do melhoramento da linha em 2011; medidas de melhoramento das estações e apeadeiros; custos respetivos; calendário das intervenções a realizar; assim como uma proposta de prazos para repor o serviço de passageiros a funcionar, numa ótica de serviço público, em todo o percurso da linha”. Manuela Cunha afirma que o comboio é o meio de transporte que deveria ser mais usado no país. Defende que as linhas não têm que ser rentáveis, têm que ser geridas de forma a terem passageiros. Convicta, assegura que “é fundamental haver outras ofertas de horário, porque isto é um serviço público”. E acrescenta: “Um comboio não vive com dois dias por semana, a horários como este.” Está certa que deve voltar a fazer-se o percurso ferroviário que se fazia, antigamente, para Espanha. Na sua opinião, só assim haverá mais passageiros e o país terá menos prejuízo económico. A dirigente do partido ecologista conta que ‘Os Verdes’ sempre foram contra o término deste comboio e que, agora, lutam para que este se mantenha. “Custa seis vezes menos um quilómetro de comboio do que um de autoestrada, viaja-se com mais segurança e mais conforto. Um comboio produz um gasto energético dez vezes inferior a um transporte de autocarro. Esta resposta é muito mais adequada, mais barata para o país e do ponto vista ambiental é muito melhor.” Para finalizar, a deputada defende a reposição do período normal, ao longo de toda a linha ferroviária, e conclui: “Não venham dizer que o país não tem dinheiro porque nesta linha em particular é fácil repor a normalidade, porque não é preciso fazer grandes investimentos, eles já estavam a ser feitos.” J
ligações semanais entre Portalegre e o Entroncamento, durante o período letivo. A empresa acrescenta que "a colaboração entre as entidades deverá permitir a sua sustentabilidade". Para além disso, refere que, "ao abrigo do acordo estabelecido, a CP e a IP garantem as condições de realização do serviço e as autarquias comprometem-se a promover a utilização do comboio junto das populações e garantir a existência de ligações rodoviárias, articuladas com os horários dos comboios, entre as estações e os respetivos centros urbanos, por um período experimental de seis meses". A partir dessa data as entidades envolvidas apreciarão os resultados desta nova aposta na mobilidade ferroviária. O ESTAJornal tentou ainda contactar a presidente da Câmara de Portalegre, sem sucesso.
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Uma cabeleireira especial no Lar do Centro de Apoio Social da Carregueira
Cuidar com carinho dos cabelos brancos D
SÓNIA VALDOLEIROS LIMA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
LNa Carregueira existem “muitas pessoas com doenças neurológicas”. Marina Barradas criou, com a cunhada, uma associação para construir, no Lar, uma sala de tratamentos de fisioterapia.
Marina Barradas tem um Salão de Cabeleireiro na Golegã. Mas, no seu dia de folga, vai a um Lar prestar os seus serviços por um valor simbólico. Esta é a apenas uma das formas que encontrou para ajudar os outros. Com a cunhada, criou Associação de Doentes Neurológicos da Carregueira (ADN), com o objetivo de angariar fundos para se construir uma sala de tratamentos e fisioterapia. MANHÃ CHUVOSA E FRIA, segunda-feira de finais de outubro. As instalações da valência Lar do Centro de Apoio Social da Carregueira (CASC) estão ainda em fase de acabamentos, sendo um edifício de planta baixa, de traça moderna, com toda uma parede lateral de vidraças que deixam antever um longo corredor e o refeitório. A chuva cai sem cessar mas o vento não é desagradável, é uma sinfonia cadente a bater no guarda-chuva. Situado no limite norte da vila da Carregueira, no concelho da Chamusca, o CASC tem no espaço contíguo a valência 'Centro de Dia' de onde vem o cheiro a peixe frito. Adivinha-se que venha a ser o almoço dos utentes e funcionários da instituição. Ao entrar nas instalações, verifica-se que em nada se assemelha a um típico lar de idosos. Corredores longos e largos, piso cinzento claro, paredes brancas e impecáveis, o cheiro a novo. Passando pelo refeitório com uma imagem acolhedora, colorida, limpa. Chega-se à sala de estar, cadeirões novos, coloridos, televisão LCD de grande dimensão. Dali vem a primeira cliente de Marina Barradas, cabeleireira, casada, mãe de um menino e uma menina. Ali nascida e criada, apesar de já não viver na localidade, continua a fazer parte da vida social da sua terra natal. Tem um Salão de Cabeleireiro na Golegã, mas usa uma parte do seu tempo para, no CASC, tratar do cabelo de quem lá está. No saco transporta alguns equipamentos, como um secador, pentes, escovas, borrifador, pinças, molas e laca. No CASC o pagamento pelo seu trabalho é simbólico, menor do que num cabeleireiro convencional. No fim de um longo corredor, está o Cabeleireiro, uma pequena sala, com azulejos coloridos, um grande espelho, uma bancada de trabalho, um lavatório de cabeleireiro e uma cadeira preta com apoio para os pés e com patilha de elevar e baixar a mesma. Por norma, as clientes deste espaço especial pedem cabelo curto, mas também existem alguns pedidos de permanentes ou madeixas. De há um ano a esta parte, Marina Barradas é presença assídua, semanalmente. Ali foi acolhida com muito carinho. Em algumas oca-
FOTOGRAFIA DR
siões, leva um dos seus filhos, que joga xadrez com alguns utentes, durante o serviço da mãe. A primeira cliente demora algum tempo a percorrer o longo corredor com o seu andarilho. “Curto e todo para trás” - é assim que esta cliente quer ver o seu cabelo. Enquanto lava, delicadamente, os cabelos da doce senhora, que ronda os 70 anos, a mesma queixa-se: “A água está quente”. Falam de alguns utentes. Varre os cabelos do chão. O som do secador abafa a conversa e por momentos não se fala uma palavra. Nas cadeiras laranja, no corredor, aguarda a segunda cliente do dia. Falam de um senhor tetraplégico que fez uma viagem até Lisboa, em protesto. Após ter passado pela instituição, no seu caminho, e de ali ter sido acolhido, cuidado e tratado, mais tarde viria a tornar-se utente da mesma. “É um senhor tetraplégico, nunca teve apoio do Estado e veio, no ano passado ou há dois anos, de cadeira de rodas a bateria, da Concavada para Lisboa em protesto. Passou à Carregueira, veio acompanhado pela polícia e trazia carros de apoio. O Centro de Dia colocou uma mesa de apoio, o presidente estava lá para o ver passar. Parou e aqui lhe deram comida, carregaram-lhe a bateria da cadeira de rodas, deram apoio a todas as pessoas que vinham com ele. Deram-lhe banho, comida e roupa lavada. Nessa noite conversou com o presidente, conheceu as instalações do lar que, naquela altura, ainda se estava a fazer.
Soube do projeto, do qual eu faço parte. Fazemos festas e angariações de fundos para material terapêutico para doentes neurológicos. O senhor ficou mais ou menos a par do que se estava a fazer aqui. Resumindo, depois de fazer a viagem até Lisboa, decidiu vir para o Lar da Carregueira e aqui está. Esse moço da Concavada também ajuda e participa” – conta Marina. A vida desta cabeleireira tem muitos episódios de ajuda aos outros. Recebe uma chamada sobre
a organização de um evento para angariação de fundos para a ADN Carregueira. Fala sobre o apoio da Câmara Municipal da Chamusca, da responsável pela animação e após alguns minutos desliga a chamada. “Somos, a minha cunhada e eu, que organizamos, o dinheiro reverte a favor disto, desta associação para comprar material terapêutico para apoiar doentes ou instituições. Temos o apoio do Centro de Dia” - explica Marina Barradas.
L Num espaço
colorido, a cabeleireira atende as suas clientes especiais, que quase sempre querem “cabelo curto”. Às vezes lá surge um pedido de madeixas ou de permanentes.
Retoma o trabalho, penteando a terceira cliente que dormita na cadeira. Volta ao telefone com a diretora técnica do Centro sobre outra cliente, sobre o que fazer nessa situação. Aproveita para avisar que na segunda-feira não irá ao CASC, uma vez que será a semana em que decorre a XL Feira Nacional do Cavalo na Golegã. Ou seja, tem a possibilidade de ter mais clientes no seu Salão de Cabeleireira. “Eu não venho para a semana, mas se durante a semana eu tiver um dia mais fraquinho lá no Salão, eu venho cá, nem que seja à hora do almoço. Por vezes não posso vir à segunda, por causa dos meus filhos ou outra coisa, mas sei que estão à minha espera. Fecho do meio-dia às duas, saio das onze às quinze e venho aqui.” Quando fala em pintar cabelos, olha-se ao espelho. “Tenho de pintar o meu também. Vou tentar hoje.” Olhando para o telemóvel, comenta: “Estou com fome. Já é meio-dia.” Sem mais clientes, é hora de arrumar os equipamentos, varrer o chão, fechar a porta. A chuva que nos recebeu à entrada é a mesma que nos acompanha na saída do CASC. “O meu único motivo é que o meu irmão que tem Esclerose Múltipla e igual ao meu irmão existem muitas pessoas na Carregueira com doenças neurológicas e que não têm apoio para nada. Com esta associação e com o dinheiro, aqui no Lar vai construir-se uma sala de tratamentos, onde podem fazer fisioterapia, onde se podem movimentar. É essa a ideia. É um projeto feito”, remata com convicção. J
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Os processos da sua produção do azeite estão cada vez mais modernizados, mas as memórias estão as ser preservadas
“No fio do azeite” SÉRGIO FIGUEIREDO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
Nos lagares de azeite tradicionais sentia-se o cheiro quente e suado de azeitona esmagada, que deleita qualquer apreciador deste néctar. Rita da Conceição Cruz, de 80 anos, ainda se lembra bem do tempo em que ranchos de homens e mulheres faziam a apanha da azeitona de forma tradicional. Orlando Navalho Dias, torador de árvores, conta como se ‘padejava’ a azeitona para a ‘trapa’. João Curado, mestre lagareiro há mais de 40 anos, explica a arte de separar as águas ruças. NO PASSADO MÊS de outubro, em plena época de apanha da azeitona, uma exposição, dedicada ao ciclo do azeite, em Sardoal, surpreendeu pela apresentação da maioria dos utensílios usados num lagar de azeite tradicional. O arranjo esteve a cargo de João Soares e tem como objetivo preservar a memória sobre a antiga forma da laboração dos lagares de azeite. Até março, a exposição - “No fio do azeite” - poderá ser vista no Espaço Cá da Terra, no Centro Cultural Gil Vicente. A iniciativa serve de pretexto para um olhar sobre toda a engrenagem que leva à produção de um dos mais sofisticados e aromáticos néctares conhecidos. Ao longo de uma boa parte da História da humanidade, o azeite sempre teve um papel importante na alimentação e na medicina. Aliás, muitos dos instrumentos que fazem parte dessa história vão também ser preservados pelo município de Sardoal, no antigo Lagar dos Paulinos. Em Portugal há várias qualidades de azeitona, sendo a mais cobiçada para a preparação de azeite a “galega”. Com a industrialização agrícola, a transformação da maioria da azeitona é feita nos lagares de “linha direta”. Depois de apanhada com máquinas próprias, chega ao lagar onde é expurgada num ventilador. Triturada, passa por uma centrifugadora horizontal, máquina que faz a separação do “bagaço”, os restos da azeitona moída, e da mistura de água e azeite. Esta mistura vai a outra centrifugadora vertical que procede à sua separação. Este é o método que atualmente é o mais utilizado e produz um azeite muito fino. Rita da Conceição Cruz que, com os seus 80 anos, abordou de uma forma expressiva a apanha da azei-
tona, conta que longe vão os tempos em que ranchos de homens e mulheres procediam à sua recolha. Eles, varejando as oliveiras. Elas, apanhando-a do chão, com dedos encarquilhados pelo gelo entoando belas cantigas. Também havia os panos, atualmente confecionados em fio de ‘nylon’ e com as dimensões pretendidas. À data eram feitos de pedaços de linhagem, normalmente aproveitada das sacas de batata da semente e cozidas umas às outras. Na vareja, palavra atribuída no bater da árvore que provoca a queda da azeitona, eram usados o varejão e a vara. Para além do próprio processo de produção do azeite, também as árvores sofreram uma enorme modificação. Segundo Orlando Navalho Dias, torador de árvores, as oliveiras de grande porte foram sendo cortadas de forma a ser desnecessária a sua subida e para que fosse possível a sua vareja a partir do solo. Após a apanha procede-se à limpa que, como nos disse, é o trato comum do processamento de tirar a folha e ramos da oliveira panada, ou seja, “a que ficou nos panos”.
No início, após a primeira limpa manual, a azeitona era ‘padejada’, para a ‘trapa’. Isto é, era efetuada uma bolsa em forma de U, com varas e panos denominados ‘trapa’, para onde era lançada com uma pá, de madeira e cabo longo. No lançamento, sempre contra o vento, a pá era volteada, ou seja, torcia-se ligeiramente o cabo da pá, o que originava a dispersão do fruto e provocava a melhor forma da folha voar e da azeitona cair na ‘trapa’, livre de impurezas. Chegada ao lagar era pesada, lavada através de um ‘sem-fim’, uma espécie de parafuso que roda continuamente com a ponta em vão e colocada no moinho. O moinho é o recipiente redondo em ferro, onde circulam as ‘galgas’, nome atribuído às pedras de granito, de forma circular ou cónica que processam o esmagamento da azeitona. As ‘galgas’ foram inicialmente rodadas com gado, posteriormente usada a água e, atualmente, são movidas através de eletricidade. Contudo, este tipo de moagem foi substituída, na maioria dos lagares de azeite, pelos chamados
L Com a
industrialização agrícola, a transformação da azeitona passou a ser feita em lagares de “linha direta”.
‘moinhos de martelos’, com um funcionamento similar. Uma amálgama resultante do fruto da azeitona moída e água quente é enseirada ou encapachada, ou seja, estendida de forma circular nos ‘capachos’. Também nestes houve alguma transformação. Outrora feitos em crina passaram a sê-lo em ‘nylon’. Consoante se vão enseirando, os ‘capachos’ são colocados em pilha, sobre um carro próprio para o efeito, e conduzidos para uma prensa hidráulica, onde se procede ao seu aperto. O resultado da prensagem é uma água suja ruça alourada, fruto da mistura do azeite e da água, e é conduzida para as tarefas. É nas tarefas em que se opera a ardilosa forma de separar o azeite da água sem recurso à utilização de maquinaria moderna, como diz o mestre João Curado, que executa a tarefa há mais de 40 anos. ‘Mestre lagareiro’ é o nome dado ao trabalhador, encarregado geral do lagar, a quem, para além de coordenar e supervisionar os trabalhos, incumbe, igualmente, proceder à decantação do azeite e subsequente trasfega. Como é sabido, o azeite boia na água quente que jorra da prensa e cai na tarefa. Aí entra a ciência do mestre. Separa as águas ruças que são um subproduto da extração do azeite, e vai baldeando, com auxílio do seu ‘caço’, prato e espátula, a gordura flutuante, de tarefa em tarefa, até obter azeite limpo. Em tempos idos o mestre usava ‘varinha’, uma pequena vara de marmeleiro ou outra árvore com a qual determinava a profundidade do azeite. Ao introduzir a ‘varinha’, ia-a abanando. Enquanto houvesse azeite, a ‘varinha’ apenas oscilava dada a densidade deste, mas, quando atingia a água
ruça, começava a vibrar, indicando onde terminava o azeite. Depois sangrava a tarefa até a altura do azeite e subsequentemente procedia à sua decantação. Em alguns lagares a ‘varinha’ era substituída por um medidor artesanal, constituído por uma palha, geralmente de trigo, com uma azeitona espetada na extremidade mais grossa a servir de boia. Esta palha, na vertical, só descia até à zona da água uma vez que aí flutuava, permitindo ao mestre determinar a altura da coluna de azeite dentro da tarefa e decantá-lo. Atualmente, é uma centrifugadora que procede à separação das águas ruças e do azeite, a uma ligeira temperatura que ronda os 30 graus, e em nada altera o sabor do azeite tradicional. No final procede-se à sua trasfega para os depósitos. Ainda resta a baga ou bagaço, os restos da pasta que ficou dentro dos capachos, e que é aproveitado no alimento de animais, para o lume ou caldeiras de aquecimento. O presidente da COPOLAN, lagar de azeite no Sardoal, alerta os utentes dos lagares para terem atenção à ‘funda’. A ‘funda’ é o resultado obtido entre a azeitona prensada e os litros de azeite que rendeu por alqueire (13 quilos). Mas não esquecer que um litro de azeite apenas pesa 0,916 gramas. Na maioria dos lagares, o utente paga em função dos quilos de azeitona levada. Fica, assim, garantido o pagamento da laboração, independentemente da produção, ao contrário dos lagares em que se paga por quilo de azeite, o que obriga a uma prensagem muito mais apurada, pois o lagar recebe segundo o azeite produzido. J
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WWW.ESTAJORNAL.COM
Ermida, a cerveja de culto abrantina feita com produtos de qualidade
“Pura, sem corantes ou conservantes” RENATA CUNHA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
INTERESSADO PELO MUNDO da cerveja artesanal, Rui Reis, mestre cervejeiro, iniciou esta aventura em 2012. Começou a produzir a sua cerveja e a dar a provar a amigos, que lhe deram a confirmação de que deveria expandir o negócio. Hoje, quando se fala em Ermida, já todos sabem do que se trata. Ermida é a cerveja dos abrantinos. O promotor da cerveja artesanal Ermida já estava bastante ligado à indústria de desenvolvimento de novos produtos e da área alimentar, o que facilitou a sua entrada neste mercado. Uma noite, ao fazer pesquisas na internet sobre novos produtos alimentares, deparou-se com a cerveja artesanal. Interessado por esta ideia, decidiu viajar até à cidade invicta, o Porto, onde frequentou uma formação sobre cerveja artesanal. “Este é um percurso que não dá apenas para aprender com formações. Temos de ir praticando todos os dias e ir aprendendo com os erros”, afirma o mestre cervejeiro. As primeiras tentativas “bebiam-se”, reconhece Rui Reis. “À medida que vamos aprendendo mais sobre cada tipo de cerveja, vemos que se bebia, mas que não estava bom, faltava aperfeiçoar.” É, assim, necessário melhorar cada
receita, até se obter o resultado pretendido, “para dar às pessoas produtos com qualidade”. Quando começou a produzir o seu líquido dourado, começou a levá-lo para jantares com amigos e a oferecer-lhes. Desde essa altura teve de aumentar a quantidade de produção. A partir daí, os 20 litros que Rui Reis fazia deixaram de ser suficientes. Atualmente, o mestre cervejeiro produz cerca de 200 a 250 litros de cerveja, que leva cerca de oito horas a ser confecionada, dependendo do tipo de cerveja. “Produzir cerveja artesanal é um processo demorado”, pois antes de obtermos o produto final é necessário passar por algumas etapas. A moagem do grão, a braçagem que lhe retira todos os açúcares e que vem dar origem ao mosto, a filtragem, a fervura que serve para esterilizar, a colocação do lúpulo que confere à cerveja os seus típicos aromas, o arrefecimento do mosto para lhe colocar as leveduras, sendo estas o que constrói a cerveja em si. Após este processo, a cerveja passa pela maturação que demora cerca de três semanas. Só depois está pronta para ser engarrafada. Já na garrafa, existe uma segunda fermentação que vai fazer com que a cerveja ganhe o seu gás. Dependendo do tipo de cerveja, algumas estarão prontas passadas
algumas semanas, outras só passado alguns meses estarão prontas para fazerem as nossas papilas gustativas dançarem. Rui Reis afirma que o segredo que faz com que a Ermida se diferencie de outras cervejas é por ser “feita com produtos de qualidade e o cuidado na escolha dos produtos e na confeção da mesma”. A Ermida é uma cerveja “pura, sem corantes ou conservantes”, com uma grande riqueza de aromas e sabores.
O nome é Ermida, mas não serve para rezar. Após algumas tentativas para se encontrar um nome que fizesse jus à cerveja, Ermida surge a partir da morada do mestre cervejeiro, Rua Ermida de Sto. André. Ermida significa “um lugar de culto” e era isso que Rui Reis pretendia que fosse a sua cerveja, uma cerveja de culto que fosse apreciada e para ser bebida. Tudo batia certo. Rui Reis, o mestre cervejeiro, não encontrou grandes dificuldades em entrar neste mercado. Entrou lentamente, com uma produção a uma escala reduzida e, pouco a pouco, foi aumentando a sua carteira de clientes. “Foi apenas uma questão de apresentar o meu produto e começar a vender”. Grande parte dos seus clientes residem na Cidade Florida. Alcaide, A Merceneta, Chave D’Ouro, Restaurante Santa Isabel e Palha de Abrantes, são alguns dos locais
onde se pode encontrar esta cerveja artesanal abrantina. Contudo, também em Ponte de Sor e Vila de Rei é possível encontrarmos uma Ipa, uma Trigo ou outras Ermidas que farão qualquer pessoa ficar rendida a este produto. Brevemente a cerveja Ermida também irá viajar para Portalegre e para Mação. Rui Reis pretende dar a conhecer a outros locais de Portugal as suas loiras, contudo o promotor afirma que “vai em função das suas capacidades de produção”, apesar de não faltarem pedidos para que a Ermida seja comercializada noutros locais do nosso país. A exportação, neste momento, não é um objetivo do promotor. Para o mestre cervejeiro, a Ermida terá sempre o cariz de uma cerveja local, para que se possa associar a cerveja à nossa terra. Rui Reis conclui que “a Ermida poderá continuar a ser a cerveja de Abrantes”. J
L O processo de maturação pode chegar a levar meses
FOTOGRAFIA RUI REIS
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Café emblemático do centro histórico de Abrantes acaba de ser remodelado
“O Chave D’Ouro é o melhor sítio do mundo” D
FOTOGRAFIA MÉDIO TEJO MIGUEL LOPES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
Filipe Gomes e Telma Dias são os proprietários do emblemático café Chave D’Ouro, que fica na praça Barão da Batalha, no centro histórico de Abrantes, há 81 anos, tornando-se assim um ponto de referência para quem visita a cidade florida. Recentemente o café esteve fechado, para obras de remodelação. A ideia é criar um novo espaço, no 1º andar. Quais são os pontos fortes do Chave D’Ouro? Telma Dias: São todos. Somos nós, é o café em si, são os clientes que fazem o café e que nos ajudam a ter o negócio aberto, tudo aquilo que servimos cá, a nossa simpatia e o facto de nós tratarmos bem toda a gente que aqui vem. Como é que o café se tem adaptado com o passar dos anos? Telma Dias: Eu acho que nós fomos uns visionários na altura em que fizemos remodelações, há 30 anos. Como tal isto manteve-se sempre atual e moderno. Penso que é um sítio bastante acolhedor, pelo mo-
L “Somos nós, é o café em si, são os clientes que fazem o café e que nos ajudam a ter o negócio aberto” biliário e pela maneira como foi feito. E o que é que mudou ao longo dos tempos? Telma Dias: Nós fomo-nos adaptando. Filipe Gomes: O que mais mudou foi o próprio centro histórico. Foi o que mais mudou na existência deste café,
mas as cidades são feitas de mudanças e temos que acompanhá-las e tentar o melhor possível. O facto de o café estar presente numa praça emblemática de Abrantes, influencia o negócio? Filipe Gomes: Sem dúvida. É muito mais fácil estar numa praça comercial
do que estar numa rua paralela ou num outro local menos frequentado. Qual o público-alvo do café? Filipe Gomes: É variado. Acho que o público-alvo nesta cidade de Abrantes como está atualmente terá que ser de todos os tipos. Na parte da manhã há um determinado movimento, de uma determinada faixa etária. Já durante a hora de almoço há uma certa miscelânea porque, normalmente, é designada pela hora do café. Durante a tarde vai começando a filtrar para um público-alvo mais jovem. Em que alturas do ano é que o Chave D’Ouro tem mais procura? Filipe Gomes: Penso que ao longo do ano inteiro. Todos nós sabemos que há picos de afluência, durante o dia por variadíssimas razões. A parte do verão é sempre mais propícia a forasteiros, malta que anda em passeios de férias. Durante a altura em que as escolas desta região estão a funcionar, na parte da tarde é mais frequente haver mais afluência, durante a noite e aos fins de semana. Nós sabemos perfeitamente que a população que neste momento frequenta o centro histórico não é
considerável em termos numéricos, nós desejamos sempre muito mais. Desejamos que as pessoas que vivem na periferia venham ao centro e há que fazer tudo para cativar as pessoas, para que não haja grandes quebras e para que se mantenha uma certa regularidade no movimento e nas pessoas que frequentam o centro histórico. A que se deveu ao fecho temporário do café? Filipe Gomes: Fundamentalmente a obras de remodelação. E o que veio de novo? Filipe Gomes: Estamos apostados em fazer do primeiro andar outro espaço ou mais espaço para quem nos visita e mais opções, neste caso, dentro do estabelecimento. Quais as expetativas que têm para o futuro? Filipe Gomes: Temos que ser positivos senão não embarcávamos nesta fase. Nem todos sabemos o que neste momento está a valer nesta zona. Temos sempre esperança, foi assim há 30 anos e vai ser novamente assim porque ao fim ao cabo isto não deixa de fazer parte da minha existência. Uma palavra que descreva o Chave D’Ouro. Telma Dias: O melhor sítio do mundo. Aquele em que se está mais confortável e espero que continue a ser cada vez mais.J
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Última
JANEIRO 2016
Os momentos altos são o dia do batismo e o dia em que se traja pela primeira vez
“A praxe é uma lição para a vida” ADRIANA CLARO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
Na última década, de Norte a Sul de Portugal, as praxes ganharam um novo fôlego. Desde o caso do Meco à recente praxe no Algarve que todos ficámos um pouco mais alerta. Todos os anos são discutidos os prós e os contras desta tradição. Mas, afinal, como é realmente a praxe? Momentos e testemunhos de Santarém e de Abrantes mostram a praxe pela positiva. É DIA DO DESFILE ACADÉMICO para a cidade de Santarém. Às duas da tarde o sol é intenso mas não chega para aquecer o friozinho deste fim de Outubro. O trânsito está um caos, devido ao corte de uma das principais ruas, e é muito difícil estacionar o carro nos arredores da Praça de Touros. É lá que se juntam todos os caloiros e veteranos das cinco Escolas do Politécnico de Santarém: Escola Superior Agrária, de Desporto, de Educação, de Gestão e Tecnologia e a de Saúde. O barulho é ensurdecedor. São centenas as pessoas que aqui estão. Encostados à praça de Touros, agrupados consoante a sua escola, estão os alunos que vão desfilar: são todos caloiros e estão vestidos com fatos feitos por eles mesmos. A Escola Agrária é a última a chegar: fundadora do desfile académico em Santarém, conhecida por ser irreverente e por encarnar o espírito festivo, chega de trator e com uma grande algazarra. “Eles não querem saber da competição, fazem isto porque se querem divertir e pelo espírito académico. Todos os anos são desclassificados”, explica Nânci Ouro. É aluna do 2º ano de enfermagem, tem 19 anos, e não se arrepende de fazer parte da praxe: “Da minha experiência de praxe tiro tudo de bom: o batismo, os amigos, as festas e o desfile, que é o mais importante. Voltava a repetir tudo.” Para a Escola Superior de Saúde o desfile é o momento mais importante da praxe: é o dia em que se vão apresentar à cidade de Santarém. As regras são simples: cada escola tem de fazer o seu próprio fato, nada que não tenha sido feito por eles pode ser usado. Têm de escolher um tema e inventar várias músicas. Qualquer infração a estas regras pode levar à desclassificação. O júri é composto por um professor de cada Escola e a votação é feita por pontos. Há três anos consecutivos que ganha a Escola Superior de Desporto. O desfile marca o fim da época de praxe. Para o superior João Mendes, membro da Comissão de Praxe e aluno do 3º ano de Enfermagem, a praxe é uma forma de integração: “Acho que eles [caloiros] aprendem valores que não era possível se não existisse a praxe.” Assume também que se pudesse voltava a ser caloiro. O único motivo que o levou a fazer parte da Comissão de Praxe foi a vontade de passar aos caloiros os valores que lhe passaram a ele. “Dura praxis, Sed praxis” tem sido, desde há muito tempo, o mote associado à praxe académica. Tem inspiração no mote latino “Dura Lex, Sed Lex” (A lei é dura, mas é a Lei). Foi assumido que “dura praxis” caracterizava a praxe como sendo física e psicologicamente dura. Para Nânci Ouro, a praxe
L Em Santarém o desfile marca o fim da
época de praxe. Em Abrantes a praxe faz-se em diferentes momentos, para integrar, incluindo ao almoço, na cantina.
só tem de ser dura no sentido em que tem de ensinar aos caloiros o que é o respeito: “Eles têm de ter respeito por nós tal como nós também temos respeito por eles. Eles estão lá porque querem e têm de ter respeito às pessoas que são mais velhas na academia, tal como vai acontecer em toda a sua vida profissional.”
FICHA TÉCNICA | DIRETORA: Hália Costa Santos DIRETORA ADJUNTA: Raquel Botelho REDATORES: Adriana Claro, Beatriz Baptista, Daniel Seabra, Elisa Nóbrega, Marta Claro, Miguel Lopes, Renata Cunha, Sérgio Figueiredo, Solange Cruz, Sónia Valdoleiros Lima PROJETO GRÁFICO: José Gregório Luís PAGINAÇÃO: João Pereira TIRAGEM: 15000 exemplares
ESTA JORNAL
Para Francisco Antunes, aluno do 1º ano de Enfermagem, a praxe não teve nenhum ponto negativo. Aos 21 anos ingressou no ensino superior e diz-se muito feliz por ter chegado ao dia do desfile: “Era um sonho que eu tinha chegar a este dia e, felizmente, consegui. Para mim a praxe é uma lição para a vida. Fiz amizades que não esperava e descobri uma força, que eu pensei que não tinha, dentro de mim. O que eu aprendi aqui não se aprende em mais lado nenhum.” “Espírito de camaradagem” Mais acima no Tejo encontramos Abrantes. Pequena cidade com algumas relíquias escondidas e uma vista extraordinária para o rio. Este é o monte que acolhe os estudantes da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA). Inaugurada em 1999, a ESTA faz parte do Instituto Politécnico de Tomar (IPT). “A praxe é uma forma de mostrar a Escola e o melhor que a cidade tem. É também o incutir do espírito académico, o espírito de fraternidade e o espírito de camaradagem aos novos alunos”, explica Sérgio Aleluia, aluno do 3º ano de Comunicação Social. É membro do Conselho de Veteranos, o órgão máximo da praxe académica da ESTA, e este ano faz parte da Comissão de Praxe. A praxe na cidade de Abrantes é conhecida por dar vida às ruas. As noites de setembro a novembro são as mais animadas: de segunda a quarta, a praxe começa às 21h30 na Praça da República, com os caloiros alinhados em frente à estátua. “Não houve momentos em que pensei desistir, mas houve noites em que não apetecia sair de casa”, confessa Marta Claro, caloira, aluna do 1º ano de Comunicação Social. “À noite acaba por ser mais complicado para nós irmos porque está frio ou porque chove. Mas sei que eles fazem isso na tentativa de não faltarmos às aulas, o que é bom”, conclui. Maria Romana, docente na ESTA desde a sua fundação, acredita que “a praxe tem influência positiva se for feita naquilo a que nós chamamos ‘tempo de praxe’, e se não prejudicar o tempo das aulas”. Beatriz Baptista, caloira de Comunicação Social, decidiu fazer parte das praxes para poder ter a sua própria opinião. Acabou por ficar até ao fim porque estava a gostar da experiência. “Pensei que na praxe íamos beber e assim, mas afinal não”, explica divertidamente. No entanto, aos olhos de Beatriz nem tudo foi um mar de rosas: “Houve algumas praxes que achei estúpidas e que não me fizeram aprender nada. Há sempre alguns que mandam mesmo só porque querem mandar nas pessoas, nota-se na cara.” Ao longo dos últimos anos tem-se assistido a uma crescente denúncia de praxes violentas. Sérgio Aleluia explica que existem órgãos na ESTA capazes de evitar tais abusos: “O Conselho de Veteranos tem a função de manter o espírito académico e de fazer cumprir as regras de praxe, ou seja, praxes abusivas nunca! E cabe ao Conselho de Veteranos evitá-las”. Na ESTA a praxe tem quatro períodos distintos, sendo o mais importante aquele em que o caloiro é batizado e o dia em que traja. Trajar é o símbolo máximo do espírito académico. “Eu trajo porque penso naquilo que aprendi enquanto caloiro”, afirma João Mendes. Para Nânci Ouro trajar simboliza um sentimento mais forte: “Trajar é um símbolo de união. Nós somos um, e através do traje nós conseguimos identificar isso. Eu não tenho insígnias na capa, quero ser capa negra. Somos todos iguais, os emblemas diferenciam-nos.” A tarde já vai longa e o sol já se pôs quando se dá por terminado o Desfile Académico de Santarém. Na praça do seminário já só se veem capas negras. As vozes que antes cantavam estão agora a descansar. Só quem lá passa se arrepia com espírito que se faz sentir. Se há realmente algum ensinamento que fica da praxe, é, sem dúvida, este espírito de união. J
ESTAJORNAL ERROU | A ficha técnica da última edição do ESTAJornal (edição 180 Creative Camp), publicado em agosto de 2015, estava incompleta: na referência aos créditos das fotografias deveria constar o nome de Dina Arsénio, que é autora de parte das imagens publicadas.
JANEIRO 2016
Os desafios que se impõem em 2016
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Dominique Borges, RADIO TONIC, sábados às 18h00, a partir 21 janeiro
Em 2016, a Antena Livre continuará apostada em aliar a boa música a que já nos habituou, aos conteúdos que fazem da estação, a líder de preferências na região. Paulo Delgado, responsável pela supervisão e orientação de programas da estação emissora, contou ao JA, que “a aposta continuará a ser naquilo que as pessoas realmente gostam de ouvir, fazendo em 2016 um reforço nos conteúdos que se pretendem que sejam de áreas cada vez mais diversificadas. Pretende-se que a rádio chegue cada vez mais a todos e a todas, continuando a assumir-se como um projecto generalista e não como uma rádio temática onde só a música importa”. Assim, o JA ficou a saber que este ano continuarão em antena as rubricas de saúde, em que semanalmente médicos convidados de diferentes áreas da saúde falam sobre temas que chamam muito a atenção do auditório, por serem sempre temas atuais e que a todos importam saber, mas não só. “Estórias da Nossa História”, coordenado e apresentado por Isilda Jana, é um espaço que recupera estórias e as tradições da nossa região. Está no ar há vários anos e continua também em 2016. Paulo Niza e Célia Martins do Centro de Negócios e Empresas de Almeirim, também continuarão a vir todas as semanas aos estúdios da Antena Livre, para continuar a dar ideias e ajudar a resolver situações mais difíceis da vida, quer a nível pessoal, quer pro-
fissional. Trata-se do espaço “Caminhar em Tempos Difíceis”. Também, o espaço “Philosofalando” no ar há vários anos continuará a marcar presença pela voz de Alves Jana na emissão da Antena Livre. É um espaço que tem como função pôr as pessoas a pensar na vida a partir da filosofia e na filosofia a partir da vida. As boas conversas e as grandes entrevistas na Antena Livre não faltarão no novo ano, com a continuidade do programa “Disto & Daquilo”, cuja primeira emissão aconteceu há 30 anos atrás na RAL, em Arreciadas, na altura com Eduardo Campos e Alves Jana que atualmente continua na apresentação do programa que alterna semanalmente com Rolando Silva; Joana Margarida Carvalho e Mário Rui Fonseca, que transformam o estúdio da Antena Livre numa “mesa de café” e ali, descontraidamente, conversam durante duas horas sobre os mais variados temas da vida e/ou da atualidade. Este ano junta-se à equipa do Disto & Daquilo Luís Marques Barbosa, que já está a preparar o primeiro programa. Luís Marques Barbosa continuará também a assegurar os seus “Salpicos de Cultura ao fim-de-semana. É também aos fimde-semanas que passaremos a conhecer melhor os astros e o universo com o astrónomo Máximo Ferreira. Na programação, Dominique Borges reforçará a equipa de fim-de-semana com o programa “Radio Tonic” onde vamos poder ouvir as músicas que mais marcaram os últimos 30 anos. O desporto continuará a ser uma aposta nas tardes de domingo, e novidades vão ainda surgir também a nível dos desportos motorizados; música e cinema. A informação Antena Livre também vai ser reforçada neste novo ano já a partir de 21 de janeiro. A renovação prende-se com um espaço de informação privilegiado que irá fazer parte da Edição da Manhã, onde os jornalistas Joana Margarida Carvalho e Mário Rui Fonseca entrarão em antena, às 09h00,10h00 e 11h00 com toda atualidade nacional e regional. Os restantes noticiários do dia continuarão nesta estação emissora. Uma informação de proximidade, atenta e diversificada será uma máxima em 2016, onde a área de cobertura privilegiada continua a ser a região do Médio Tejo. Ainda no panorama informativo, o Radar, programa de comentário internacional, nacional e regional da Antena
Paulo Delgado •- responsável
Livre, vai manter-se com os comentadores Alves Jana, Luís Ablú Dias, Vasco Damas e a moderação da jornalista Patrícia Seixas. Para complementar todo o serviço informativo, a opinião continua a ser uma constante e todos os dias será possível ouvir os experientes cronistas: Ana Clara (segunda-feira), Piedade Pinto (terça-feira), Armando Fernandes (quarta-feira), Margarida Togtema (quinta-feira) Vasco Damas (sexta-feira) e Rolando Silva com a opinião semanal. Paulo Delgado contou ainda que “2016 será ainda marcado na Antena Livre, por vários programas feitos em direto do exterior, que serão divulgados oportunamente. Comemoram-se 35 anos de rádio no mesmo ano em que a cidade de onde emitimos comemora 100 anos, e não nos vamos esquecer disso. Acrescento ainda que nós fazemos anos, mas vamos dar prendas ao longo de todo o ano, por isso o auditório deverá estar bem atento porque vão haver surpresas”. A tentação de fazer rádio continua na Antena Livre!
pela supervisão e orientação de programas da estação emissora
Uma das primeiras •emissões piratas num sótão escondido de Abrantes
jornaldeabrantes
14 ABRANTES
JANEIRO 2016
Câmara Municipal de Abrantes apoia em cerca de 186 mil euros as coletividades do concelho A Câmara de Abrantes aprovou, no dia 17 de novembro, as candidaturas apresentadas à Medida 2 – Desporto do FinAbrantes, sendo que vai ser disponibilizada uma verba total de 185.807 euros para apoio efetivo a 35 coletividades, em 23 modalidades desportivas diferentes. No que diz respeito a atividades desportivas federadas de caráter regular, será atribuído um total de €175,182, repartido por 31 clubes/associações, em 18 modalidades diferentes, com uma envolvência de 53 equipas no âmbito dos desportos coletivos (944 atletas) e 371 atletas em desportos individuais. Já no apoio à promoção de atividades desportivas ou recreativas de lazer, meramente lúdicas, são apoiadas 12 coletividades/associações, num montante de 10.624 euros para apoio à prática de 8 modalidades diferentes, como o futebol (Escolinhas), voleibol e hóquei em patins, andebol, ténis de mesa, ginástica, entre outras, envolvendo 490
praticantes. A Presidente da Câmara fez um balanço ao JA sobre a importância do apoio às coletividades e equipas do concelho, dizendo que a Câmara “vai continuar a investir nesta matéria. Vamos esforçar-nos para manter o nível de apoio, pesa embora as condições
sejam cada vez mais difíceis, e porque entendemos que é fundamental que as comunidades se envolvam e que sejam as próprias dinamizadoras das suas iniciativas”. Também José Morais, presidente do Clube Desportivo e Recreativo de Concavada, enquanto anfitrião desta ce-
rimónia, mostrou-se satisfeito com o reconhecimento dado ao seu clube e referiu a importância do apoio camarário para o desenvolvimento das associações. “Foi com muito gosto que recebemos esta cerimónia na nossa sede. E pareceu-nos que é um reconhecimento
da parte da Câmara Municipal de Abrantes (…) além de ser um ano com alguma importância, pois celebramos os 40 anos de existência, e foi um ano em que conseguimos voltar em força com o futebol (…) depois de 13 anos de interregno”, disse. José Morais reconheceu
ainda que o Programa FinAbrantes é essencial, pois “por muito pouco que seja, é sempre bem-vindo numa instituição como a nossa, que é um clube relativamente pequeno, com muito poucos sócios (cerca de 50/60) (…) portanto, todos os apoios que venham, seja da Câmara, seja de onde for, são sempre bem-vindos, claro”. A cerimónia aconteceu no dia 9, pelas 18h30, a sede do Clube Desportivo e Recreativo de Concavada acolheu os representantes das 35 coletividades com candidaturas aprovadas no âmbito do Programa de Apoio às Coletividades do Concelho de Abrantes – FinAbrantes, referente ao biénio 2015/2016 da Medida 2 – Desporto. Foi efetuada a assinatura do protocolo com a presença da autarca Maria do Céu Albuquerque e do vereador do pelouro de Cultura e Desporto, Luís Dias. Joana Santos
aluna JCC ESE Portalegre
Coletividades de Alvega assinaram protocolo de cedência da antiga Escola Primária com a autarquia A Câmara Municipal de Abrantes esteve presente na cerimónia de assinatura de protocolo de cedência da antiga escola primária, em Alvega, um acordo do entre o município, a Banda Filarmónica Alveguense e a Associação de Melhoramentos da Freguesia de Alvega. A assinatura definiu a cedência das duas salas da antiga escola primária, uma para cada coletividade, sendo que ambas terão obrigação de manter, preservar e dinamizar o espaço por um período de 5 anos, existindo a hipótese de renovação desta cedência. Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, referiu que “a Câmara fica satisfeita por entregar o espaço a mais do que uma associação, para que possam trabalhar em
jornaldeabrantes
conjunto, em prol da sua própria comunidade”. António Moutinho, presidente da Banda Filarmónica Alveguense, disse à Antena Livre que “ [a Banda Filarmónica] já tem uma sede própria, onde ensaiamos diariamente, e onde temos alguns espaços, mas esses espaços são um pouco limitados. Esta sala vem complementar a nossa sede, porque muitas das vezes temos necessidade de um espaço mais amplo para convívios que a banda organiza ao longo do ano”. O responsável pela coletividade acrescentou que esta sala servirá para a realização de “outro tipo de atividades, inclusive estamos a pensar utilizar parte da sala para a formação da escola de música que muitas vezes se distribui por várias salas na sede, que se torna pequena para o
efeito”. Da parte da Associação de Melhoramentos da Freguesia de Alvega, Fábio Viegas, presidente da direcção, referiu que os corpos sociais estão “muito orgulhosos e felizes,
porque sem dúvida alguma esta cedência de espaço nos irá ajudar a desenvolver inúmeras atividades”. “Posso adiantar que iremos proceder à criação de um ‘mini-jornal’, informação onde
todos os alveguenses possam constatar e ver as boas novas e as menos boas notícias, iremos dinamizar este espaço com almoços-convívio, que tanta falta fazem para unir uma população cada vez
mais envelhecida e que necessita de alegrias”, esclareceu Fábio Viegas. A Associação de Melhoramentos da Freguesia apostará numa vertente social e cultural, sendo que “o objetivo é dinamizar Alvega, trazer e juntar as pessoas, fazer com que acreditem [na associação], em todos os órgãos sociais”, concluiu o responsável pela direção da mesma associação. A cerimónia, que aconteceu no dia 22 de dezembro, pelas 15h00, contou com a presença do secretário da União de Freguesias de Alvega e Concavada, Raul Chambel, e da vereadora da Câmara Municipal com o pelouro da Educação e Ação Social, Celeste Simão. Joana Santos
aluna JCC ESE Portalegre
POLÍTICA 15
JANEIRO 2016
TRANSPARÊNCIA MUNICIPAL
Vila de Rei é a maior em transparência Vila de Rei teve o melhor resultado no ranking de transparência municipal entre as autarquias da área de cobertura do JA. A nível nacional, o melhor resultado foi obtido por Alfândega da Fé, muito perto do máximo de 100 pontos. Torres Novas encontra-se entre as 10 melhores a nível nacional, conseguindo a melhor posição no Médio Tejo. O “índice de transparência municipal” é um instrumento criado pela associação cívica Transparência e Integridade e “mede o grau de transparência das Câmaras Municipais através de uma análise da informação disponibilizada aos cidadãos nos seus web sites. O ITM é composto por 76 indicadores agrupados em sete dimensões: 1) Informação sobre a Organização, Composição Social e Funcionamento do Município; 2) Planos e Relatórios; 3) Impostos, Taxas, Tarifas, Preços e Regulamentos; 4) Relação com a Sociedade; 5) Contratação Pública; 6) Transparência Económico-Financeira; 7) Transparência na área do Urbanismo.” O objectivo geral da Transparência e Integridade é trabalhar “por um Portugal mais justo, íntegro e responsável, onde os negócios públicos e privados sejam transparentes e livres da mancha da corrupção”. O JÁ deixa aos seus leitores alguns indicadores recolhidos do ranking respeitante a 2015 e agora divulgado. Num primeiro quadro, podemos comparar o primeiro lugar a nível nacional e as principais autarquias da nossa região.
Alfândega da Fé 1º (94.23) Torres Novas 6º (85.03) Abrantes 30º (68.95) Entroncamento 33º (67.72) Santarém 115º (46.56) Ourém 140º (43.13) Alcanena 142º (42.72) Tomar 147º (41.34)
Depois, os indicadores respeitantes à nossa zona.
Vila de Rei Abrantes Constância Mação Sardoal V. N. Barquinha Gavião
17º (77.61) 30º (68.95) 72º (56.18) 114º (47.53) 152º (40.93) 207º (35.30) 284º (24.04)
Para facilitar a leitura dos dados, importa registar que, segundo o coordenador do projecto, um valor de 36 é considerado o “mínimo aceitável”, mas apenas podemos considerar como “boa” uma classificação acima de 64. Segundo o mesmo responsável, o resultado não depende da dimensão da autarquia, mas apenas da “von
Abrantes Constância Gavião Mação Sardoal V. N. Barquinha Vila de Rei Alcanena Entroncamento Tomar Torres Novas
tade política”. Os dados apresentados representam, pois, por si mesmos, um desafio. Do ranking em causa, podemos ainda retirar outros elementos complementares, que sem dúvida motivam importantes reflexões e conclusões. Este é o terceiro ano em que o ranking da transparência autárquica é apresentado. Ficamos, portanto, à espera de melhores resultados em 2016 Alves Jana
desemprego poder de compra % per capita 11 32 9 3 10 2 7 4 10 2 7 5 6 2 6 7 8 7
10 22 31 32
Índice de envelhecimento 214 140 456 434 225 186 466 178 113 212 179
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16 REGIÃO
JANEIRO 2016
BNI Estratégia angaria 2.100 euros para o “Projecto Homem” O BNI Estratégia de Abrantes promoveu dia 11 de dezembro, em São Lourenço, mais uma edição do seu jantar solidário, onde foram angariados 2.100 euros, a favor da instituição“Projecto Homem”, pertencente ao Centro Social e Interparoquial de Abrantes. A iniciativa, que juntou os 25 empresários do grupo, os seus respetivos familiares, amigos e algumas individualidades do concelho, teve como objetivo apoiar a instituição com atribuição de um valor monetário bem como com equipamento logístico que a instituição carece nos dias de hoje. “Antes de decidirmos, fizemos uma pesquisa e uma visita e a nossa escolha recaiu no Projecto Homem. Para
além do valor monetário, vamos com as nossas empresas arranjar e reparar o que for necessário dentro da instituição. Sendo que somos empresas de várias áreas de ne-
gócio, vamos também apoiar desta forma”, explicou João Paulo Marques, presidente do Grupo BNI Estratégia. Já para João Mendes, terapeuta do Projecto Homem,
esta ajuda vai ser alocada nos diversos espaços da quinta onde está sediada a instituição: “na horta, nas estufas, na pecuária e na cozinha. Estamos a falar de uma nova
canalização nas hortas e nas estufas, uma churrasqueira e uma máquina roçadeira (…) Neste momento, temos cerca de 50 utentes, 30 em Sentieiras, mais 20 divididos em duas casas de reinserção social, em Ponte de Sor e em Castelo Branco, sendo estes espaços de continuação do programa terapêutico. O nosso principal objetivo é a reinserção social dos nossos utentes”. Ao longo dos últimos anos, o BNI tem-se mostrado à comunidade, envolvendo-se em alguns projetos sociais. Já apoiou a AssociaçãoVidas Cruzadas, o Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, CRIA, o projeto Acreditar, o Patronato Santa Isabel, entre outras instituições. JMC
Bombeiros Voluntários de Abrantes dão início a uma Escola de Cadetes e Infantes A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Abrantes deu início, oficialmente no dia 5 de dezembro, a uma nova Escola de Cadetes e Infantes, no seio da cooperação. A cerimónia, que decorreu no quartel dos bombeiros, com os pais e os bombeiros, prendeu-se com a entrega das fardas às cerca de 36 crianças e jovens inscritos, com idades compreendidas entre os 4 e os 17 anos. Gisela Oliveira, responsável pelo departamento de comunicação da Associação
Humanitária, explicou que o objectivo do projeto “ é motivá-los, sensibilizá- los para a carreira de bombeiros. Nesta escola o desafio “ é incentivá-los para os valores funda-
mentais como ajuda ao próximo, o espírito solidário, o voluntariado, de dádiva e de apoio aos outros, e depois aliado a isso, e consoante as idades, vamos ensinar medi-
das de prevenção de socorro, de suporte de vida, o que fazer numa situação de incêndio, etc (…) conhecimentos que podem transmitir aos mais velhos”, uma vez que “
só conseguimos mudar a cultura de prevenção e de segurança através dos mais novos. Contudo, só podem estar connosco se tiverem bom aproveitamento na escola, é um requisito”, finalizou Gisela Oliveira. A Escola de Cadetes e Infantes decorre gratuitamente, todos os sábados, entre as 14h30 e as 18h30, no quartel dos bombeiros. Ao longo destas horas, as crianças e os jovens vão participar em várias atividades práticas e lúdicas. JMC
Melhores alunos do concelho de Abrantes receberam prémios de mérito Os alunos que concluíram o ensino secundário, quer regular, quer profissional, no ano letivo de 2014-2015, no concelho, foram premiados no dia 5 dezembro, numa cerimónia promovida pela Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, no Edifício Millenium. Os alunos distinguidos foram Filipe Varino, Rita Buco, Vasile Nemes e Marta Godinho, do Agrupamento de Escolas nº1, do Agrupamento
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de Escolas nº 2 e da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural. Esta tarde foi também marcada pela abertura de um espaço de pastelaria e restauração que ficará a cargo da EPDRA e dos alunos dos cursos – Escola Convida. João Quinas, diretor da EDPRA, afirmou com agrado que “devido ao projeto da Câmara “Bairro Convida”, aparece a ‘Escola Convida’ [no Edifício Millenium]. Pretende-
mos com isto dar visibilidade aos cursos da escola profissional, uma vez que situa num meio rural (Mouriscas). (…) A senhora presidente de Câmara desafiou-nos há largos meses para virmos ocupar este espaço, de modo a trazermos os nossos alunos para aqui, produzirem aqui essencialmente na área da restauração e pastelaria, e até de outros cursos, e o produto da formação ficará à disposiJS ção da comunidade”.
Vila de Rei: Museus preparam programa de atividades para 2016 O Plano de Atividades dos Museus do Município de Vila de Rei para este ano foi aprovado pelo executivo camarário do concelho na reunião de dia 15 de dezembro. A ideia é promover, além de visitas guiadas, o Museu Municipal, o Museu de Geodesia, o Museu do Fogo e da Resina, o Museu da Escola da Fundada e o Núcleo Museológico da Antiga Cadeia, sendo que cada instituição irá realizar, ao longo de 2016, diversas atividades com intuito de “atrair novos públicos e promover a participação da comunidade vilarregense nestes espaços”, informa a autarquia, em nota de imprensa. As exposições temporárias serão incluídas neste plano de atividades, com destaque para a “Peça do Mês”, a “Caixa do Mês”, o “Objeto do Mês”, “que levam, mensalmente, um objeto das respetivas coleções a outros espaços culturais, sensibilizando para a visita aos museus e para a importância do seu património (…) e diversos ateliers educativos (com a dinamização de diversas atividades para as crianças do pré-escolar, 1º ciclo e 2º ciclo) ”, lêse na mesma nota de imprensa. A autarquia avança que existirá em 2016 uma nova iniciativa, intitulada “O Museu oferece, o Museu vai à Escola!”, que vai levar às escolas um conjunto de recursos educativos sem que seja necessária deslocação ao museu. MRF
OPINIÃO 17
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EM BALANÇO…
A cultura e a cidadania em 2015
• Quartel – Galeria Municipal de Arte, um dos espaços culturais da cidade de Abrantes O ano que terminou suscita, obviamente, algumas reflexões acerca das políticas culturais que foram assumidas no concelho de Abrantes, bem como sobre as movimentações da sociedade civil em torno da defesa de algumas instâncias do estado social, que foram abrangidas pela vaga austeritária do anterior governo e por uma deriva pseudo-reformista que afectou gravosamente e veio a ser a razão de movimentos e intervenções de cidadãos, particularmente nas áreas da saúde, da educação, da justiça e do meio ambiente. Começando pelas políticas educativas desenvolvidas pelo município abrantino, creio que a meio deste segundo mandato do executivo municipal presidido por Maria do Céu Albuquerque,
já é claramente visível – principalmente nestes últimos dois anos – uma acentuação muito clara de protagonismo e dirigismo a nível cultural, numa espécie de competição com as associações da sociedade civil que, provavelmente só se deveria justificar no caso da não existência ou da ausência de um trabalho significativo da parte destas mesmas associações. Ora, felizmente para a cidade e o concelho, o associativismo a nível cultural (e, já agora, também ao nível desportivo e recreativo) é extremamente rico e variado e tem raízes no tempo e na memória dos abrantinos, particularmente desde o período da primeira Repúblicas (e é, mesmo em alguns casos, anterior). Na impossibilidade de referir no espaço
deste texto uma relação minimamente significativa daquilo que se fez neste concelho, no ano anterior, opto por fazer apenas uma breve referência ao centenário da fundação da Sociedade de Instrução Musical Rossiense e à associação cultural Palha de Abrantes que atingiu os vinte anos de actividade. Em termos de abrangência cultural, merecem igualmente uma referência, esta, sim, em nome de uma actividade cultural constante impulsionada pelo município, que é o trabalho que tem sido desenvolvido pela Biblioteca António Botto e pela galeria de arte. Aquilo que pode levar à reflexão e a colocar questões acerca das opções culturais municipais passa por algumas medidas tomadas pela
Convento de São Domingos poderá ser intervencionado em 2016 •para receber o MIIA
maioria do executivo relativamente à digitalização de uma sala privada, adaptada precariamente a cinema, quando a opção mais normal seria pela sala com mais condições para o efeito e da qual o município é concessionário, como é o caso do Cine-Teatro de S. Pedro. A digitalização levada a efeito pelo município do Sardoal no Cine-Teatro Gil Vicente veio a deixar ainda mais exposta esta opção realizada pelo município abrantino. A outra medida que é também questionável é a opção pela intervenção cultural, com periodicidade anual, pelo espaço de cerca de uma semana, com custos que levam à utilização de uma parte leonina das verbas orçamentadas para o apoio às associações que fazem o seu
trabalho neste concelho. Não está em causa o trabalho do 180 Creative Camp, do Porto, nem deixam de ser interessantes algumas das suas propostas de trabalho apresentadas. Creio que a frequência com que elas são realizadas, diminui o impacto da surpresa que pretendem alcançar e não pode deixa de pesar como um neo-riquismo, que tenho dúvidas que seja suportável pelo município abrantino nos anos vindouros. Como também espero que as obras do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes, MIIA, que na sua versão inicial estava previsto ser inaugurado em 2007, agora com uma dimensão muito mais realista e menos megalómana, comecem, finalmente, em 2016. No que diz respeito à cida-
dania o ano que passou foi exemplar pela resposta que foi dada pela sociedade civil no domínio da defesa do Estado Social, nomeadamente da comissão de utentes do Hospital de Abrantes, das Escolas do concelho em relação à questão da Municipalização da Educação e da Ordem dos Advogados em relação à denominada Reforma Judicial que fragilizou a Justiça em Abrantes. E esperam-se novas iniciativas em 2016, na sequência de algumas movimentações que se começaram a fazer no ano que passou, na área da Defesa do Ambiente e do Rio Tejo, bem como na questão da abolição das portagens na A 23. E, claro, uma boa celebração do primeiro centenário da elevação de Abrantes a Cidade. Rolando F. Silva PUBLICIDADE
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18 REGIÃO
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Canil/gatil intermunicipal: ADACA sofre com constrangimentos na gestão Lá naquele alto, percorrido um certo caminho esburacado de terra batida, surgem latidos de uma matilha considerável. São os Patudos da ADACA, associação que os protege, apesar dos muitos constrangimentos que se têm feito notar. A Associação de Defesa dos Animais do Concelho de Abrantes (ADACA) é uma associação sem fins lucrativos, gestora do espaço cedido pela autarquia, enquanto canil e gatil intermunicipal - abrangendo também os concelhos de Constância e Sardoal. A associação encontra-se ali há cerca de nove anos, dos seus 14 de existência, e tem um papel preponderante no cuidado e proteção de animais vadios, abandonados ou simplesmente perdidos. Hoje, com um pátio circundante a um edifício central dividido por boxes, enfermaria, corredor, um quarto com beliche, uma cozinha e dois wc, todos eles ocupados por cães mais ou menos saudáveis, mais ou menos velhos… no meio de todos eles, surge uma voz de autoridade. Ana Moreira Fontinha, 60 anos, uma mulher de sete ofícios que convive diariamente com uma centena e meia de cães, cada um com uma necessidade diferente, sendo que alguns deles requerem atenção redobrada pelo estado de saúde intermitente, pela personalidade mais vincada ou pela carência de atenção e mimos. Muitos mimos! Atualmente, Ana Moreira Fontinha sente que as coisas eram melhores “no terreno”, pois desde que o canil/gatil entrou em funcionamento “vieram os cães para o canil e vim eu. Só não estou metida em nenhuma boxe!”, afirma em jeito de brincadeira. “Todas as pessoas foram sa-
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indo, ninguém assume responsabilidade. Eu não estabeleço metas, mas se temos amor a uma coisa, se nós fundamos algo, temos que pensar que não a vamos fundar só ‘porque’. Tem de ser levado até ao fim, ou até onde as nossas forças nos permitirem. E o que é certo é que, na realidade, toda a gente desapareceu”, lamenta a responsável perante a falta de recursos humanos. Mas há mais. Dos 75 lugares fixos, contam-se 150 a 160 cães, o que resulta em lotação esgotada e falta de espaço. Pedro Godinho, veterinário municipal, afirma que “as três Câmaras já estão a trabalhar para tentar aumentar o espaço. O canil não chega para a área que abrange. É certo que a solução vai demorar”. As campanhas de adoção também não estão famosas. “Campanhas de rua não gosto de fazer, porque as pessoas vão por impulso. Pomos meia dúzia de cães na rua e “Ai! Tão lindo”, “Ó mãe,
eu quero!” e a mãezinha leva o cão, e passado 15 dias, o cão está na rua. Já nos aconteceu”. Foi a gota d’água para Ana Moreira Fontinha. “Nessa altura cortei com campanhas de rua. Desisti porque de facto não são adoções seguras. Considero que as pessoas vindo até aqui, temos mais hipóteses de conhecer e chegar a entendimento”. Porém, a mentalidade dos adotantes também precisa mudar. A responsável acredita que as pessoas têm de se mentalizar que “um cãozinho não é um brinquedo para a criança. Se quiserem um cãozinho de brinquedo têm na loja dos chineses daqueles que abanam a cabeça, e até são capazes de fazer ‘ão ão’”.
Dos casos de maus-tratos, à assistência médica e aos procedimentos das autoridades competentes Depois de aprovada a lei n.º 110/2015, de 26 de Agosto, que estabelece o quadro de
penas acessórias aplicáveis aos crimes contra animais de companhia, tem-se verificado uma maior sensibilização da parte da comunidade, que está alerta para denunciar casos que atentem contra o bem-estar dos animais. No concelho de Abrantes, a GNR registou, durante o ano 2015, “8 denúncias por maus tratos ou más condições de salubridade em animais caninos” resultando na “elaboração de 15 autos de contra-ordenação, e num auto de notícia por crime de maus-tratos a animais de companhia, pela agressão a um canídeo. Esse auto foi encaminhado para a secção local do DIAP do Tribunal de Abrantes”, referiu o Comandante do Posto Territorial da GNR de Abrantes, João Paulo Santos. O Comandante do Posto da GNR de Abrantes esclareceu que o procedimento após estas denúncias começa por “uma deslocação inicial de uma patrulha ao local, para verificar as condições, e conf-
irmando-se a denúncia, temos o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente que está mais apto a verificar as condições em que os animais se encontram e a detetar eventuais infrações que se relacionem com o seu estado ou licenciamento”. “Mediante isso, se houver efetivamente necessidade de confirmar sobre o estado sanitário é contactado o veterinário municipal”, concluiu o Comandante João Paulo Santos. A responsabilidade de gestão e direção técnica do canil intermunicipal é do veterinário municipal Pedro Godinho. “Desde historiar os animais que chegam, dar-lhes alta quando eles são transferidos para a ADACA”, são estas algumas das funções que exerce. Pedro Godinho disse ao JA que “quando há conhecimento de situações de maus tratos, as autoridades contactam o canil, e depois eu vou lá, vejo se os maus tratos se confirmam ou não, e depois ou se podem recolher, ou eventualmente as autoridades policiais levantam os tais autos”. O veterinário municipal constata que, com a introdução das sanções acessórias, aumentou o número de participações na região. “Até aqui já apareciam, mas agora aparecem mais regularmente”, declarou. Quanto a uma solução à vista, Pedro Godinho acha que as medidas tomadas pelo governo não vêm “solucionar a 100%. Ajuda muito porque as pessoas estão mais sensibilizadas. A legislação permite que qualquer pessoa faça a participação diretamente. Não precisa ser uma autoridade para fazê-lo”. Joana Santos
aluna JC ESE Portalegre
Gatil, mas pouco… Além dos constrangimentos, o espaço intermunicipal sofre com uma situação caricata: não tem verdadeiramente um gatil em funcionamento. “Não aceito gatos para acolhimento por isso mesmo”, afirmou Ana Moreira Fontinha, explicando que “a entidade que gere todas estas andanças, tem pessoal a pensar leis e medidas, na secretária. Não sabem como se carateriza o terreno. Este canil/gatil é um exemplo. O arquitecto que fez o planeamento deste edifício, desenhou algo que deixou um gatil situado no meio do espaço do canil, que está às escuras, os gatos não têm luz. Não pode haver gatos aqui dentro. O gato gosta de sol. Dá para imaginar um gato stressado metido no meio de 75 ou 80 cães no seu diaa-dia?” Como se não bastasse, o espaço sofria com inundações constantes e “acabava por chover mais lá dentro do que chove na rua”. Para Ana Fontinha a situação não é favorável e exige que se repense a estrutura, para facilitar a sua gestão, porque “as coisas não são feitas, nem pedem opiniões a quem anda no terreno e a quem de facto sabe o que é que um cão e o que necessita, o que é um gato e o que este precisa. Daí entrarmos num colapso total, e não temos hipóteses”.
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A propósito da notícia avançada por este órgão de comunicação, também publicada na edição de dezembro do Jornal de Abrantes, que daria conta do encerramento da Pousada de Juventude da cidade, com o título “Abrantes: Pousada da Juventude encontra-se novamente encerrada ao público até março de 2016”, solicita a Movijovem que seja feita a seguinte retificação: a entidade, em carta enviada, esclarece que “a Pousada da Juventude de Abrantes se encontra aberta ao público, em plena atividade, não se prevendo qualquer encerramento desta unidade”. Mais informa a Movijovem, na pessoa do presidente da Direção, Ricardo Araújo, que “relativamente ao eventual encerramento sazonal, aproveitamos o ensejo para referir que a Movijovem, à semelhança do que aconteceu com outras Câmaras Municipais do país, dirigiu, cuidadosamente, um ofício à Câmara Municipal de Abrantes (c/ Ref.ª 202/DIR/15), informando da nossa intenção e mais uma vez disponibilizandonos para uma reunião”. Segundo Ricardo Araújo, “a esta comunicação, não obtivemos qualquer resposta, ao contrário do que aconteceu com os restantes municípios, parceiros desta entidade. A serem verdadeiras as declarações imputadas à Sra. Presidente de Câmara reproduzidas na vossa notícia, temos somente que lamentar e não contribuir mais para a desinformação dos cidadãos e dos utentes das Pousadas de Juventude”, finaliza.
Sandra Eunice Reis
Pousada da Juventude está a funcionar. Movijovem desmente Câmara de Abrantes
Câmara Municipal de Abrantes emite esclarecimento A Câmara Municipal de Abrantes emitiu um esclarecimento, no passado dia 16 de dezembro, sobre o funcionamento da Pousada da Juventude: “Pousada da Juventude: Esclarecimento da CMA Hoje, 16 de dezembro de 2015, através de publicação no site da Radio Antena Livre/Jornal de Abrantes, a Câmara Municipal de Abrantes (CMA) tomou conhecimento, com estupefação, de um pedido de retificação a notícia publicada nos dois órgãos de comunicação social na edição de dezembro de 2015 sobre a suspensão temporária da atividade da Pousada da
Juventude de Abrantes entre 1 de dezembro de 2015 e 31 de março. Entende a CMA expressar os seguintes esclarecimentos: No dia 1 de dezembro de 2015, a Presidente da Câmara Municipal deu a conhecer ao restante Executivo, durante a reunião de Câmara, correspondência da entidade que faz a gestão do espaço, a Movijovem, datada de 16 de novembro, na qual informava que entre os dias 1 de dezembro e 31 de março, inclusive, – insistimos: entre os dias 1 de dezembro e 31 de março, inclusive -, a sua atividade ser suspensa tempora-
riamente; Tal como em anos anteriores, nessa mesma correspondência, a Movijovem informou a Câmara que o mesmo se ficava a dever a questões associadas à “sazonalidade, fenómeno relevante do turismo do português, e em particular da Pousada da Juventude de Abrantes, verificada essencialmente durante os meses de Inverno, provocam uma acentuada redução de proveitos, incapazes de suportar a estrutura de custos de funcionamento daquela unidade forçandonos impelir a proceder ao encerramento temporário da sua atividade”;
Tal como em anos anteriores, a Movijovem informou a Câmara que estaria disponível para manter a Pousada aberta no referido período, desde que a Câmara assumisse o défice de exploração de acordo com os custos apurados pela entidade gestora, tendo a Presidente da Câmara explicado que nas várias reuniões mantidas entre as duas entidades, CMA e Movijovem, a CMA sempre se manifestou disponível para fazer parte da solução para a manutenção da Pousada da Juventude de Abrantes aberta ao público, desde que seja garantida a realização de uma intervenção de fundo
nas instalações com vista à sua reabilitação para que a mesma tenha as melhores condições no acolhimento/ alojamento do público, tendo inclusivamente mostrada a disponibilidade para acompanhar, através dos recursos do município, a elaboração do levantamento das necessidades. No entanto, nas conversações havidas até agora não foi gerado consenso quanto a essa matéria. Essa intervenção de fundo que a Pousada necessita não pode ser suportada financeiramente pela CMA porque a mesma não faz a sua gestão, nem é detentora do edifício. Ainda assim, a CMA tem sem-
pre manifestado a disponibilidade para poder ser dona da obra, desde que haja a garantia de financiamento, nomeadamente a partir do Portugal 2020; Ao longo dos anos, a CMA sempre manteve uma boa cooperação com a entidade gestora, anuindo sempre a solicitações diversas, como por exemplo em intervenções no exterior do edifício; A CMA reitera o firme compromisso de colaboração com a entidade gestora, no sentido de criar as necessárias sinergias para a manutenção deste importante equipamento de inegável valia”.
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Se quer um Novo Ano, não leia esta crónica
ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO
Segurança alimentar e saúde pública As doenças de origem alimentar, constituem no seu conjunto um importante problema de Saúde Pública. Os consumidores estão cada vez mais informados sobre as doenças de origem alimentar o que faz aumentar o seu nível de exigência. No entanto, a crescente importância atribuída à segurança alimentar não provém apenas de um fácil acesso à informação mas também, e principalmente do aumento efectivo da ocorrência de perigos ou riscos alimentares, de que são exemplo, o crescimento da população, os novos métodos de produção industrial de alimentos, a alteração dos hábitos alimentares, os níveis de poluição em águas, solo e atmosfera, a existência de um mercado global de transacção dos produtos alimen-
tares entre países, por vezes distantes. A vigilância e a implementação de medidas susceptíveis de promover boas práticas que minimizem os riscos existentes, associadas à implementação de condições adequadas nas estruturas dos estabelecimentos de restauração ou de bebidas, organização dos espa-
Os barcos do Pego de Abrantes
Na época das sementeiras, com ares de Primavera, as águas do Tejo deslizavam deslumbrantes, para os lados de Abrantes. E contagiavam tudo de esplendor, em torno de si. À tardinha levantavase uma aragem que acariciava as águas em manchas de ondulação, e fazia dançar os salgueiros na mesma melodia. Era então que aparecia lá longe qualquer coisa avermelhada, entra as águas cintilantes de sol e o verde da margem sul. Aproximava-se lentamente, à distância. E lentamente também, percebia-se que era uma vela latina de um vermelho debotado, quase rosa. Depois aparecia uma segunda qualquer coisa
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vermelha no mesmo sítio onde tinha aparecido a primeira, e à medida que a tarde se ia escoando, aparecia outra, e depois mais outra, até serem seis ou sete. Eram os pescadores do Pego que subiam o rio ao fim da tarde, para descerem a pescar durante a noite. Dizia-se que eram descendentes de pescadores provenientes do litoral e que ali se fixaram há muitos anos, fundando a aldeia. Não sei. Nem sei se há alguém que saiba a história ou saiba ler os registos genéticos que existem dentro de nós. O que sei é que aquela gente tinha qualquer coisa do antigo Egipto. Do Nilo. Carlos Clara
ços e do trabalho, a prática correcta da manipulação e confecção dos alimentos e à rastreabilidade dos produtos alimentares, têm vindo a merecer uma crescente atenção no nosso ordenamento jurídico. Nesse sentido, e no âmbito do Plano de Atividades da Unidade de Saúde Pública (USP) do Agrupamento de Centro de Saúde (ACeS) Médio Tejo, foi elaborado o Projeto de “Vigilância Sanitária de Estabelecimentos de Restauração ou de Bebidas” que visa garantir a existência de condições higio-sanitárias, de modo a salvaguardar a saúde de clientes e trabalhadores, esta vigilância, envolve diferentes profissionais de Saúde Pública, mas, sobretudo, Médicos de Saúde Pública e Técnicos de Saúde
Ambiental. Convictos que a segurança alimentar é um princípio que deve ser assegurado, como forma de preservar a saúde do consumidor, foi também elaborado o “Manual de Apoio aos Estabelecimentos de Restauração ou de Bebidas”, destinado a proprietários e manipuladores de alimentos e disponível nos serviços de saúde do Agrupamento do Médio Tejo, tendo como principal objectivo compilar as principais informações sobre segurança alimentar e procedimentos referentes às condições de instalação e funcionamento dos estabelecimentos. Lígia Alves
Licenciada em Saúde Ambiental Unidade de Saúde Pública – ACES Médio Tejo
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É verdade. Não posso negar que o impacto da passagem de ano é gigante! É gigante para nós enquanto elementos de uma sociedade de emoções, é gigante para as marcas que vendem todos os artefactos de celebração, os restaurantes que estão cheios, as casas para eventos que esgotam com reservas nos meses antes. Tudo para não se perder a meia-noite e celebrar o novo ano que está a chegar, e que merece fogo-de-artifício, brindes, para muitos o marisco é imprescindível e o champanhe também. Ora. Coloquemos agora a questão de outra forma: alguma coisa mudou no dia-adia? Qual é a diferença entre as onze horas e cinquenta e nove minutos de dia 31 de dezembro de 2015 e a meianoite de 1 de janeiro de 2016? Parece que não há diferença. A diferença está na data, nada mais, uma contagem que foi inventada para se poder colocar na história mundial e de cada um, no sítio certo sem nos perdermos, e vendo bem, 2016 é a continuação de 2015, que é a continuação de 2014 e a continuação de todos os outros anos que estão para trás. Nada muda! Tudo se complementa e se constrói com o passar tempo, não é de um minuto para o outro. Como se costuma dizer, tudo demora o seu tempo. Então qual é o grande objetivo da celebração do ano novo? Balanço! Refletir sobre o que correu bem, ou
menos bem, olharmos para o que foi feito e certificarmonos que cumprimos com tudo o que pretendíamos, perdoarmos quem achamos que deve ser perdoado e celebrar o que nos dá motivos para o fazer. Agora que já estamos em 2016, e como se diz é o Ano Novo, o ano para o qual nos desejaram felicidades, alegrias e sucessos, é por isto que devemos lutar. O balanço de 2015 está feito, falta agora a lista de desejos e objetivos - tangíveis - para este novo ano, é só pegar num papel e numa caneta. Fácil. Durante o passar das horas, dias, semanas e meses de 2016 os nossos objetivos vão sendo construídos e alcançados, e os nossos desejos realizados. Há quem queira casar e até já tem a data marcada, ou ter o primeiro filho, ou mais um filho e batizar o primeiro; há quem queira estudar e aprofundar conhecimentos para progredir na carreira; há quem queira mudar de profissão para ter uma oportunidade de realização; e há tantas outras vontades em cada um de nós. Estamos em Janeiro, muito a tempo de refletir sobre o que queremos para este ano. Se pudesse terminava esta crónica com um brinde! Mas podemos imaginá-lo, não é verdade?! Um excelente 2016 para todos os leitores do Jornal de Abrantes! Cristiaa Seroto
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RESTAURAÇÃO 21
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RESTAURANTE SANTA ISABEL, EM ABRANTES
“Um conjunto harmonioso no mesmo espaço, entre a comida e a decoração” O restaurante Santa Isabel, situado no centro histórico de Abrantes, já está em funcionamento há 20 anos. Alberto Lopes, gerente do restaurante, explica que “a ideia surgiu do gosto próprio, da paixão que eu tenho por esta área de negócio que é a gastronomia”. O restaurante com comidas tipicamente ribatejanas e com uma decoração peculiar, preocupa-se para que “seja tudo uniformizado, então a rusticidade da decoração tem a ver com a tipicidade da gastronomia que nós praticamos, um conjunto harmonioso no mesmo espaço, entre a comida e a decoração”, refere Alberto Lopes. As especialidades da casa são diversas, desde açorda de sável, coelho na abóbora, achigã grelhado, arroz de lampreia, cabrito assado, filetes de polvo com arroz malandro de feijão (um dos pratos mais apreciados), bacalhau no forno em pão saloio e churrasquinho de porco preto com migas de alheira. Considerada uma “cozinha regional no coração da cidade florida”, por onde passam pessoas de todo o mundo, o gerente afirma que “o turismo empresarial na região de Abrantes é muito forte, temos uma série de empresas que trazem semanalmente pessoas de outros países à cidade e gos-
• Alberto Lopes, gerente do restaurante tam de os presentear normalmente com algo que seja típico daqui em termos gastronómicos”. “Este é o restaurante que mais pratica a gastronomia regional, com um ambiente mais tradicionalista, quase que obrigatoriamente têm que vir comer aqui. Daí sermos muito reconhecidos, até no estrangeiro”, completa o empresário. Sérgio Aleluia, aluno da Escola Superior de Tecnologias de Abrantes, afirma que o que o atrai neste espaço é “o serviço e a ementa espetaculares, o que é sempre um ótimo cartão-de-visita. Entrar e degustar as especialidades desta casa é sempre um prazer”. Questionado acerca da
qualidade/preço, o aluno garante que “é um facto, os preços do restaurante não são para qualquer carteira, mas boa qualidade pagase e acho que o restaurante Santa Isabel é um excelente exemplo disso”. Apesar da localização do restaurante, Sérgio Aleluia não poderia estar mais satisfeito, pois “quando entrei no restaurante, senti-me em casa e saímos sempre com um sorriso, a preocupação do senhor Alberto em garantir o nosso conforto é sempre agradável”. Reconhecido mundialmente, o restaurante está agora no auge da fama, devido à sua mais recente conquista, o Guia da Michelin 2016. Com a conquista de
uma estrela, Alberto Lopes, garante que “é tudo fruto destes anos todos de trabalho”, porém apesar da satisfação que foi receber o Guia da Michelin, o gerente declara que “o perigo é perder a referência, é uma derrota tremenda e eu quero ver se isso não me acontece, mais do que procurar uma estrela, eu ambiciono manter um bom restaurante de referência do Guia Michelin e é isso que vou procurar nos próximos anos porque o fato de constar lá é um acréscimo de clientes garantidamente”.
Santa Isabel está no guia “Boa Cama Boa Mesa” O gerente não pretende alterar “os conceitos, porque
é uma falta de respeito por quem nos trouxe até aqui ao longo destes 20 anos e alterar os preços também não, pois temos uma relação de qualidade/preço equilibrada”. “Nós estamos, há muitos anos, no ‘Boa Cama Boa Mesa’ que é o guia de referência da gastronomia nacional e fomos já variadíssimas vezes visitados pelo maior crítico gastronómico português, que nos teceu grandes elogios, que é o senhor José Quitério”, conta Alberto Lopes. “Abrantes, felizmente, tem bons restaurantes, mas a grande diferença é que nós temos uma grande preocupação em defender a gastronomia tradicional, se calhar
os outros não a defendem com tanta intensidade como nós o fazemos. Formar um conjunto harmonioso em termos de decoração e de gastronomia é uma preocupação constante”, que tem como exemplo “as migas de feijão com couve que é um prático típico num espaço de pedra, com música calma e tranquila, pois é diferente do que comer num sítio frio, numa parede pintada com uma cor moderna ou um empregado de papillon, nós aqui apostamos num ambiente familiar”, sublinha o gerente. O ambiente sereno e atencioso do restaurante, não deixa os clientes indiferentes. “O melhor mediador que nós temos é o TripAdvisor [um site onde é possível avaliar os vários pontos turísticos]. É uma opinião fidedigna de pessoas interessadas que desfrutam da refeição e do espaço e depois querem colocar no site, uma opinião sincera e sem pressão. Nós temos 153 comentários onde os clientes nos avaliam de uma forma muito positiva e que vem de encontro àquilo que nós ambicionamos e ao nosso esforço que fazemos para os satisfazer”, remata Alberto Lopes. Dina Arsénio
Aluna de Comunicação Social ESTA
Restaurante Cascata reconhecido no Guia Michelin pelo 5º ano consecutivo Mais um ano de sucesso, mais um ano em que a qualidade do restaurante Típico Cascata foi reconhecida pelo conceituado internacional Guia Michelin. Um dos mais antigos restaurantes da cidade de Abrantes, a Cascata, que desde sempre foi distinguido pela qualidade dos
produtos, da confeção e do serviço, e pela inovação, afirmou ser, uma vez mais, um estabelecimento de referência para os apreciadores da gastronomia regional e tradicional Portuguesa. Esta recomendação do Guia Michelin pelo 5º ano consecutivo representa um esforço incomparável de
uma família que há mais de 30 anos se dedica inteiramente a esta que é a causa das causas da restauração, ser ímpar na excelência da gastronomia e na arte de bem servir. A meta está traçada para a Cascata: fazer bis às inconfundíveis recomendações Guia Michelin e crescer cada
vez mais a fim de poder oferecer aos potenciais e fiéis clientes, um serviço que supere as suas expectativas. Vale a pena visitar, experimentar e confirmar esta recomendação do Guia Michelin. Cristiana Seroto
Comunicação Cascata
jornaldeabrantes
22 CULTURA
JANEIRO 2016
Comédia “Absolutamente Fabulosos” no Cineteatro São Pedro
AGENDA DO MÊS Abrantes
One Vision prestam tributo aos Queen em Abrantes
O teatro de comédia está de regresso ao Cineteatro São Pedro, em Abrantes, com a peça “Absolutamente Fabulosos”, no dia 22 de janeiro, às 21h30. A partir de uma ideia original de Noémia Costa, a comédia é da autoria de Roberto Pereira, com encenação de Beto Coville, e interpretação de Luís Aleluia, Noémia Costa e Joana Figueira. A peça, que
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relata a vida incerta dos atores, é protagonizada por duas atrizes que no auge das suas carreiras ficam desempregadas, por um agente artístico que era vendedor de seguros e um velho criado sempre muito engomado e educado. Os bilhetes custam 10€ e estão à venda da Loja de Turismo (Welcome Center), na Ticketline e no Cineteatro no dia do espetáculo.
Os One Vision, banda portuguesa de Tributo aos Queen, sobem ao palco do Cineteatro São Pedro a 29 de janeiro. Com início marcado para as 21h30, o concerto será marcado pelos êxitos do maior grupo de todos os tempos. A banda é formada por Alex VanTrue (voz), Jorge Sousa (guitarra), Zé Fusco (baixo) e Mário Duarte (bateria). Com mais de 9 anos de existência, os One Vision já deram mais de 500 concertos em Portugal, sendo considerados um dos melhores tributos da Europa. Os bilhetes têm o preço de 5€.
16 de janeiro a 19 de fevereiro – Exposição de pintura “Satoris e Nomadismos”, de Eurico Gonçalves e João do Vale - Quartel, Galeria Municipal de Arte 16 de janeiro – Concerto infantil “Kiko, Dentinho de Leite” – Cineteatro São Pedro, 10h30 – 1€ 16 de janeiro – Carrilhão Itinerante CICO, espetáculo inserido na ART´andante – Junto à Igreja de Fontes, 16 horas 16 de janeiro – Encontro com a escritora Patrícia Canha Couteiro Apresentação do livro “Pseudovidas”, por Alves Jana – Biblioteca Municipal António Botto, 11 horas 18 de janeiro a 26 de fevereiro – Exposição de livros artísticos “Expo Codex. Gigas”, de Ana Bela Pereira – Biblioteca Municipal António Botto 21 de janeiro – Encontro com o ilustrador Paulo Galindro - Biblioteca Municipal António Botto, 14h30 21 de janeiro – Ler os nossos com Isa Lisboa – Apresentação do livro “Invernos, Sonhos e Andorinhas” - Biblioteca Municipal António Botto, 18 horas 22 de janeiro – Teatro “Absolutamente Fabulosos” com Luís Aleluia, Noémia Costa e Joana Figueira – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 10€ 23 de janeiro – A Biblioteca ao sábado com Idalina Lopes com o tema “Integrar pessoas com deficiência” - Biblioteca Municipal António Botto, 11 horas 27 de janeiro – Nós, os Jovens debate sobre os “Desafios tecnológicos, crise ou oportunidade” – Escola Secundária Dr. Solano de Abreu, 15 horas 28 de janeiro – Entre nós e as palavras com Francisco Ceia – Apresentação do livro “Terra da Paciência” - Biblioteca Municipal António Botto, 21h30 29 de janeiro - Concerto de One Vision – Tributo a Queen – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 5€
Constância Até 29 de janeiro - Exposição “Memórias da Minha Escola…” no âmbito da comemoração do Centenário da Escola Primária Mixta de Constância Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill
Sardoal Até 6 de março – Exposição “No Fio do Azeite” – Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente 16 de janeiro – Cinema “The Hunger Games: A Revolta – Parte 2” – Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h30
Vila de Rei 27 de janeiro – Encontros Documentais debate sobre “Arquivos” – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, a partir das 9h15
Vila Nova da Barquinha Até 31 de janeiro 2016 – Exposição “Manual de Conversação (Revisto e Aumentado)”, de Henrique Ruivo – Galeria do Parque
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JANEIRO 2016
CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690
CONSULTAS POR MARCAÇÃO
ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra
NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres
ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta
OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel
CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho
ORTOPEDIA Dr. Matos Melo
OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi
CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio; Dr. António Prôa ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) L ADSE ADMG L ADM MEDIS L MINISTÉRIO DA JUSTIÇA L PSP L PT-ACS L SAMS MULTICARE L CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS L ALLIANZ L MEDICASSUR MEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK L CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE L BOSCH L SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS L PEGOP HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00) PONTOS DE RECOLHA Sardoal L Mouriscas L Vila do Rei L Vale das Mós Gavião Chamusca L Longomel L Carregueira Montalvo L Stª Margarida L Pego L Belver L
SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075
DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira REUMATOLOGIA Dr. Jorge Garcia
PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro
NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes
SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João
NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme
TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins
CLINICA MÉDICA E REABILITAÇÃO CONSULTAS FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro GINASTICA DE MANUTENÇÃO E CORRECÇÃO POSTURAL Acordos em TRATAMENTOS FISIOTERAPIA Caixa de Previdência (ARS Santarém), ADSE, ADMFA, ADME, ADMG, CTT, SAMS, P. TELECOM,EDP, Seguradoras, Medis Saúde, Espirito Santo Seguros, Seguros Acidentes Pessoais, MultiCare, Tranquilidade Seguros etc.
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Ilda Maria Gonçalves 15.02.1934 - 12.12.2015
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Seu marido, filha, genro e netas agradecem a todos os familiares e amigos que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar.
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AGENDA JANEIRO 2016 MÚSICA
29.JAN.16 // 21:30 CINETEATRO SÃO PEDRO
One Vision Tributo a Queen
ANIMAÇÃO
Entrada €5
16.JAN.16 // 11:00 BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO
Patrícia Canha Couteiro Encontro com a escritora... EXPOSIÇÃO
16.JAN.—19.FEV.16 QUARTEL — GALERIA MUNICIPAL DE ARTE DE ABRANTES
Satoris e Nomadismos De Eurico Gonçalves e João do Vale MÚSICA / ESPETÁCULO INFANTIL
16.JAN.16 // 10:30 CINETEATRO SÃO PEDRO
Kiko dentinho de leite DESPORTO
16.JAN.16 // 15:00 CIDADE DESPORTIVA DE ABRANTES
Torneio de ténis de mesa
EXPOSIÇÃO
18.JAN.—26.FEV.16 FEV.16 NTÓNIO BOTTO BIB. MUN. ANTÓNIO
Expo Codex. s Gigas Exposição o de livros artísticos ela Pereira de Ana Bela ANIMAÇÃO
19.JAN.—21.JUN.16 UN.16 3.AS FEIRAS DAS 21:00 ÀS 23:00 QUARTEL — GALERIA MUNICIPAL DE ARTE DE ABRANTES
Oficina de cerâmica artística Curso de modelação e decoração com Sandra Gaspar ANIMAÇÃO
21.JAN.16 // 14:30 BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO
Paulo Galindro Encontro com o ilustrador...
TEATRO
22.JAN.16 // 21:30 TRO SÃO OP EDRO CINETEATRO PEDRO
Absolutamente fabulosos Entrada €10 0
jornaldeabrantes
ANIMAÇÃO
ANIMAÇÃO
21.JAN.16 // 18:00 BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO
27.JAN.16 // 15:00–17:00 ESC. SEC. DR. SOLANO DE ABREU
Isa Lisboa
Nós, os jovens!
Ler os nossos com...
Desafios tecnológicos, crise ou oportunidade
ANIMAÇÃO
23.JAN.16 // 11:00 BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO
Idalina Lopes Integrar pessoas com deficiência
ANIMAÇÃO
28.JAN.16 // 21:30 BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO
Francisco Ceia Entre nós e as palavras com...
DESPORTO
EXPOSIÇÃO
23.JAN.16 // 15:00 COMP. MUN. DE PISCINAS DE ABRANTES
29.JAN.—29.MAI.16 MUSEU D. LOPO DE ALMEIDA
Torneio jovem nadador
A história do Museu D. Lopo de Almeida