FEVEREIRO 2016 · Diretora JOANA MARGARIDA CARVALHO · MENSAL · Nº 5540 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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AT U
de
jornal abrantes
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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha
Festivais gastronómicos Mação e Vila Nova da Barquinha - municípios onde os restaurantes abrem em fevereiro as suas portas a mais um festival dos sabores do rio. Pág.11 ABRANTES
Parque Tejo é referência internacional
Fernando Guerra
A sua arquitetura e design foram reconhecidos por várias publicações da área. No equipamento registaram-se 286 campistas e caravanistas, bem como um total de 455 visitas em 2015. Pág 14 REGIÃO
ENTREVISTA
Médio Tejo já tem Carta de Diagnóstico de Riscos Naturais
Abrantes está assinalar 100 anos de elevação à categoria de cidade
Secas, cheias, incêndios florestais, inundações, sismos, ondas de calor e de frio são alguns dos riscos naturais identificados no documento. Pág. 9
O Jornal de Abrantes foi conhecer os contornos do programa comemorativo do Centenário com alguns dos seus responsáveis.
Pág. 12 e 13 PUBLICIDADE
2 ABERTURA
FEVEREIRO 2016
FOTO DO MÊS
EDITORIAL
de
jornal abrantes FICHA TÉCNICA
Diretora Joana Margarida Carvalho (CP.9319)
Descobrimos o novo parque infantil de Abrantes. Não é muito grande e fica sediado em frente à Escola Dr. Manuel Fernandes.
Redação Mário Rui Fonseca (CP.4306) mario.fonseca@lenacomunicacao.pt
Colaboradores Alves Jana e Paulo Delgado
Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt
Joana Santos
joana.carvalho@lenacomunicacao.pt
INQUÉRITO
O que pensa da realização da Feira de São Matias em Rossio ao Sul do Tejo?
Cristina Azevedo cristina.f.azevedo@antenalivre.pt
Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho 244 819 950 info@lenacomunicacao.pt
Produção gráfica
Nélia Godinho
Ernesto Lopes
Pego
Abrantes
Abrantes
- Para mim é ótimo porque eu sou do Pego, e evito passar a ponte. Portanto é fantástico. Dá para visitar ao fim-de-semana, ao final da noite. Nesta altura é ótimo. Se calhar o pessoal da cidade é que não vai achar graça nenhuma. No ano passado visitei a feira, e achei que o espaço é muito mais pequeno, não tem nada a ver com o antigo espaço, mas acaba por ser uma boa solução.
- A feira foi uma coisa que atravessou gerações, mas hoje já não me diz nada. Nem aos mais velhos, nem aos mais novos. E a localização é indiferente, porque o Rossio está fora do núcleo urbano. Já não tem nada a ver com o que era há 50 anos atrás. É uma parolice como outra qualquer! Não faz sentido nenhum.
- Acho mal. Porque está uma confusão, o acesso é difícil porque a ponte está em obras. Não fui lá o ano passado e não conto ir este ano. Quem quiser ir para o barulho, vai.
PRATO PREFERIDO Bochechas de porco preto
cedo erguer dá saúde e faz crescer
Semanário REGIÃO DE LEIRIA
Design gráfico António Vieira
Impressão Unipress Centro Gráfico, Lda.
Contactos Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes @lenacomunicacao.pt
Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda. Capital Social: 50.000 euros Nº Contribuinte: 505 500 094 Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes
SUGESTÕES
Detentores do capital social Lena Comunicação SGPS, S.A. 80% Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. 20%
Gerência Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis.
Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617
UM RECANTO PARA DESCOBRIR Santiago del Collado - Espanha
Fernando Correia
UM DISCO Duran Duran UM FILME Canção de Lisboa
IDADE 41 UMA VIAGEM Paris NATURALIDADE/RESIDÊNCIA Abrantes Rossio ao Sul do Tejo PROFISSÃO? Formador/ Professor – MasterChef UMA POVOAÇÃO Rossio ao Sul do Tejo UM CAFÉ Pastelaria Tágide
jornaldeabrantes
Maria Adelaide
UMA FIGURA DA HISTÓRIA Amália Rodrigues UM MOMENTO MARCANTE O nascimento das minhas filhas sem dúvida o melhor momento… UM PROVÉRBIO Deitar cedo e
UM SONHO Férias em Kuala Lumpur na malásia UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Visitar o castelo de Abrantes beber um café no Alcaide e apreciar a vista fantástica sobre a nossa cidade depois dar um passeio até são Lourenço e apreciar o espaço ao ar livre de seguida um novo passeio até ao aquapolis e terminar o dia com um workshop de Doçaria Conventual e provar a melhor palha de Abrantes, Tigelada ou broa de mel da Pastelaria Tágide em Rossio ao Sul do Tejo
Joana Margarida Carvalho
Diretora
Afinal, o que queremos? Podia ter escolhido qualquer tema para iniciar este ciclo de editoriais como diretora do Jornal de Abrantes, mas efetivamente senti que tinha de fazer um olhar sobre alguns dados relevantes que marcaram o último momento eleitoral vivido no país, as presidenciais realizadas a 24 de janeiro. A vitória do Professor Marcelo Rebelo de Sousa à primeira volta foi expressiva e bastante clara. O desejo agora é que seja um Presidente isento, tal como referiu, que assuma responsabilidades, e que não coloque interesses partidários à frente do verdadeiro interesse nacional. A segunda referência, bastante relevante, vai para o segundo vencedor da noite que foi a abstenção. A abstenção também venceu as eleições presidenciais 2016. A percentagem de 51,16% foi uma das maiores numa eleição para o chefe de Estado. Nestas eleições votaram 4,7 milhões de eleitores, em 9,6 milhões de inscritos. Sobre este facto, várias considerações e questões se podem colocar. Eu tenho algumas! Analisando primeiro a consequência, e não o que motivou a mesma, considero que este alheamento, anulação ou desinteresse quanto às questões públicas, quanto à governação do nosso país, deverá assustar e fazer pensar e repensar. Assusta nomeadamente num tempo onde se ouve dizer constantemente que é altura de assumir desafios e de se fazer diferente. Como se pode assumir desafios, se há um desacreditar completo pelo que interessa ao país. Não será que o nosso interesse individual deverá estar estritamente estar ligado ao interesse colectivo? E, por sua vez, ao interesse nacional? Recuando e olhando para as possíveis consequências destes resultados. Eu pergunto: Terá sido a falta de uma campanha esclarecedora que motivou tudo isto? Foi a escassez de um debate de ideias aprofundado que também originou esta situação? Será que os portugueses não encontraram resposta para alguns dos seus problemas? Será que a abstenção só deixará de ser uma tentação se cada pessoa sentir a sua participação direta nas decisões públicas? Mas será que nas questões do poder local a participação e o interesse são maiores? Efectivamente são muitas questões por responder, mas hoje, dia em que assumo o desafio de liderar o Jornal de Abrantes, denoto que há uma falta de identificação política que leva a um esvaziamento de escolhas.
ENTREVISTA 3
FEVEREIRO 2016
Micro biografia
JOSÉ FALCÃO TAVARES
“Nós temos acesso à paixão e à morte”
1953 – Nascimento, Abrantes 1976 – Médico, Lisboa 1982 – Início de carreira Clínica Geral / Familiar 1983 – Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (cofundador) 1988 – Jornal de Médico de Família, Abrantes (fundador e director até 1994) 2010 – Aposentação 2013 – Cria no Facebook “Medicina Narrativa” 2014 – Curso de Medicina Narrativa
Abrantes
Obra publicada
Nesta cidade ninguém fala – tagarela tagarela como se estivéssemos todos no tecto do mundo e fosse o céu este cerrar de cortinas
Poesia 1978 – O Tu das Manhãs 1999 – Cartas ao coração de Lisboa
Que a noite descobre num repente de azul fresquinho lá para as bandas do Taínho Onde santo antónio prega pela garrafa dos sonhos mas cheirando a vinho
Medicina 1991 – Diário do orientador * 1995 – O mundo da família 1997 – Os primeiros dez anos da APMCG ** 1997 – A consulta consultada 2015 – Medicina narrativa
Onde vamos parar ó barqueiro? dormimos ao relento somos peixinhos
* Prémio Bial de Medicina Clínica ** Antigo nome da Assoc. Port. de Medicina Geral e Familiar
in O tu das manhãs (1978)
Médico Escritor, 62 anos, aposentado, mas a exercer no Centro de Saúde de Abrantes como Médico de Família. Apresentou há pouco o seu último livro, Medicina Narrativa
noites no hospital e cortas com os teus amigos e passas a ter outros. Isso não me dizia nada. Daí a minha opção pela Medicina Narrativa, muitos anos depois.
ALVES JANA
Que é… Tem vários planos. O mais superficial é o de um movimento académico: uma médica, nos EUA não sabia o que fazer com as histórias que os imigrantes lhe traziam. A sua tese era de que as técnicas de leitura literária ajudam o médico a ler os seus doentes. Um segundo nível, que eu descobri na Medicina Narrativa: eu tenho de me relacionar com uma pessoa de outra cultura e traduzir para ela a cultura médica e ela tem de fazer um esforço para compreender. Somos ambos hermeneutas. E nisso o papel da mulher é vital. O terceiro nível que descobri: a prática da medicina narrativa também é um desempenho teatral – uma narrativa do corpo, do espaço e do tempo.
Porquê médico? Não sei bem. No secundário escolhi “económicas”. Depois alterei a opção, mas sem saber exatamente porquê. Talvez pela ideia de ser útil aos outros, que é inata em mim. Mas foi uma escolha certa. A exemplo dos pais? Ambos eram farmacêuticos e analistas, e a princípio tiveram muita dificuldade em que os médicos acreditassem neles e pedissem análises. Isto nos anos 50. Nesse sentido, a escolha pelo médico é quase uma contra-escolha, talvez de resgate. Depois fui para Clínica Geral [hoje Medicina Familiar], por exclusão de partes: não queria o hospital e a medicina que aí se praticava, a abordagem do corpo em que cada pessoa era apenas um número. Apesar de ter tido bons mestres. A cultura médica era um pacto faustiano: tu deixas a tua cultura de origem, aprendes uma nova linguagem e entras no Olimpo dos deuses, mas passas
“Foi no dia vinte e cinco daquele mês. Nunca a coragem falou tão bem português.”
Também houve um 25 de Abril na Medicina em Portugal? Eu diria que sim. Quando a carreira de Clínica Geral surgiu, em 82, foi um 25 de Abril na Medicina, com antecedentes no “serviço médico à periferia”. Há aí uma rotura. As pessoas passaram a ter o direito de ir ao médico. E a medicina dos cuidados de saúde primários tinha de ser holística. E na Associação, que criámos, tivemos de fazer tudo desde o princípio. Porquê escritor? Alguém disse “Quem observa o mundo é um escritor”. O traço mais saliente de alguém que escreve é a curiosidade. No médico, essa qua-
lidade também é fundamental. Houve aqui um certo encontro. O médico tem acesso aos dramas humanos. E há aí um segundo pacto faustiano: nós temos acesso à paixão e à morte, somos o barqueiro de Caronte, mas ficamos sob a sombra da morte. Daí que haja tantos médicos que se suicidam. Abrantes, cidade centenária. Que lhe diz? Abrantes é o meu partido político. Vivo intensamente tudo o que se passa com ou sobre Abrantes. O centenário serve para celebrar o que somos e o que temos. Mas deveria servir também para, como no Festival do Imaginário [1996 e 99],
pensarmos Abrantes para a frente, por exemplo criar pontes entre as várias famílias políticas de Abrantes ou reutilizar o jardim do castelo, que nos anos 30-40 era o centro social de Abrantes… Próximos projetos? Tenho para publicar dois livros de poesia e dois de ficção. Preciso de me libertar depressa dos dois de poesia, os de ficção precisam de mais tempo. Além disso, tenho trabalhado em dois vetores, próximos mas diferentes: ser historiador de ideias e ser biógrafo. Um, centrado nas ideias e factos de uma época e com atenção às pessoas; o outro, centrado na pessoa com atenção às suas ideias. Para o primeiro caso, tenho recolhido elementos sobre o senhor José Dinis [da ex-Biblioteca Itinerante da Gulbenkian]; para o segundo estou a fazer a biografia do meu pai [Dr. Falcão Tavares, analista]. Mas preciso de pensar mais sobre o assunto e gostaria até de conversar sobre isto com outras pessoas. Estou ainda aberto a outras hipóteses, como criar um blogue que seja o vértice de uma editora on line. Além disso, mantenho um diário.
José Falcão Tavares,
in O tu das manhãs
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4 DESTAQUE
FEVEREIRO 2016
DR
Marcelo Rebelo de Sousa eleito Presidente da República Portuguesa Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República nas eleições realizadas no domingo, dia 24 de janeiro, com 52% e 2,403 milhões de votos. Com a contagem praticamente fechada, falta contabilizar os votos dos emigrantes, o candidato presidencial apoiado por PSD e CDS ganhou a corrida a Belém à primeira volta. O segundo lugar vai para o candidato independente Sampaio da Nóvoa. O antigo reitor registou 22,8%, tendo conquistado 1,060 milhões de votos. Marisa Matias, que
contou com o apoio do Bloco de Esquerda, fecha o pódio com 10,13% e 468 mil votos. Na quarta posição ficou Maria de Belém. A antiga presidente do PS não foi além dos 4,24% e 196 mil votos. A fechar o “top cinco” Edgar Silva, que conseguiu 3,95% e quase 183 mil votos. Foi o pior resultado de sempre de um candidato presidencial apoiado pelo PCP. Uma das grandes surpresas destas eleições é Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans. O antigo calceteiro e militante do PS ficou no sexto lugar com
3,28% e 152 mil votos. Marcelo Rebelo de Sousa prometeu ser um Presidente da República “livre e isento” que servirá “todos os portugueses por igual” e, embora saudando os seus antecessores, disse querer ter o seu “próprio estilo”. “Não há vencidos nestas eleições presidenciais. Há portuguesas e portugueses sem exceções nem discriminações. E eu serei a partir de agora o Presidente de todas as portuguesas e de todos os portugueses, porque a Constituição o consagra e porque
a minha consciência o dita”, declarou. No seu discurso de vitória, no átrio da Faculdade de Direito de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa saudou os seus oponentes, o atual e os anteriores chefes de Estado e “os grupos de cidadãos, movimentos e partidos” - PSD, CDS-PP e PPM - que o apoiaram ou recomendaram o voto na sua “candidatura independente”, mas reiterou que esses apoios não o condicionam. “Digo hoje o que sempre disse ao longo da minha cam-
Vila de Rei é o concelho do país com menor taxa de abstenção O município de Vila de Rei foi o concelho que registou a taxa de abstenção mais baixa em todo o país, 32,78%, nas eleições presidenciais realizadas no dia 24 de janeiro. A Região Autónoma dos Açores registou a maior percentagem de abstenção, com 69,08%, enquanto Lisboa foi o distrito onde se verificou a menor taxa de abstenção, 46,42%. Por concelhos, Vila Franca do Campo, nos Açores, foi
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aquele em que houve a maior abstenção, 76,41%, enquanto Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, foi o concelho que registou a taxa de abstenção mais baixa, 32,78%. A taxa de abstenção nas eleições presidenciais de domingo foi de 51,16%, a segunda mais elevada de sempre em sufrágios para a escolha do chefe de Estado. Nestas eleições, nas quais Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da Repú-
panha eleitoral. Agradeço a decisão que tomaram e sublinho o modo como souberam entender o objetivo que sempre tracei numa candidatura independente: ser um Presidente livre e isento, cujo único compromisso que assume é servir todos os portugueses por igual, sem discriminações nem distinções”, afirmou. Antes, Marcelo Rebelo de Sousa cumprimentou o Presidente da República cessante, Cavaco Silva, bem como os anteriores presidentes da República, nomeando-os: “Ramalho Eanes, Mário Soares e
Jorge Sampaio”. Depois, acrescentou: “Não abdicarei de seguir o meu próprio estilo e de agir de acordo as minhas convicções, mas nunca deixarei de reiterar o respeito que tenho pelos meus antecessores na chefia do Estado e no exercício da superior magistratura da nação”. O ex-comentador televisivo dirigiu também “um cumprimento muito afetuoso e especial” aos outros candidatos nesta eleição presidencial, reafirmando que nunca os considerou adversários.
Marcelo é mais votado no distrito de Santarém Marcelo Rebelo de Sousa................ 51,11 % Sampaio da Nóvoa ............................. 23,56 % Marisa Matias ........................................ 10,76 % Maria de Belém .......................................4,45 % Edgar Silva.................................................4,07 % Vitorino Silva ............................................3,00 % Paulo de Morais ......................................1,87 % Henrique Neto.........................................0,69 % Cândido Ferreira .....................................0,26 % Jorge Sequeira ........................................0,23 %
Outros dados das eleições blica, votaram 4,7 milhões de eleitores, em 9,6 milhões de inscritos. A mais alta taxa de abstenção em eleições presidenciais foi registada na reeleição de Aníbal Cavaco Silva, em 23 de janeiro de 2011, com 53,56% dos eleitores a optarem por
não ir às urnas. No pós-25 de Abril de 1974, a reeleição de Cavaco Silva, que venceu com 52,95% dos votos, confirmou a tendência para uma maior abstenção quando se trata de um segundo mandato. MRF/Lusa
Inscritos: ..................................................392.531 % Votos brancos: ....................................1,28 % % Votos nulos: .........................................0,99 % % Votantes: ............................................ 51,04 % % Abstenção: ........................................ 48,96 %
REPORTAGEM 5
FEVEREIRO 2016
A tarde estava chuvosa, o relógio marcava as 17h00. Etelvino Pires Narciso estava sentado na oficina, em Portelas, freguesia de Alvega. Com a janelinha aberta, para entrar a pouca luz da tarde, fazia contas com o cliente. Ser sapateiro também é saber receber. “Esta oficina foi do meu avô em 1898. Ele foi sapateiro, teve três filhos que também foram sapateiros e chegou ao ponto de os três fazerem uma sociedade. Entretanto eles separaram-se, e fiquei eu com o meu pai”, disse Etelvino Pires. Que começou a aprender “a arte” em 1948. É sapateiro há 68 anos. Desde aí, até agora, não quis outra profissão. “Tive muitas oportunidades, mas nunca quis. Fui sempre sapateiro”, acrescentou. “Naquela altura haviam muitas. Havia mais gente. Na Casa Branca estava o João Manel. No Monte-Galego e no Ventoso estava o Manuel Gonçalves da Corredoura.
Aqui nas Portelas estava o meu pai, o meu tio Severino e o meu tio João Mendes. Ainda havia o Zé Dias da Concavada”.
Sapateiro e bom artista Etelvino Pires Narciso completa este ano 80 primaveras. A estas junta 52 anos de casamento e 118 de oficina. A oficina tem 118 anos (conta feita pela cabeça, mas puxando do papel e da caneta) “e termina aqui”, diz Etelvino. E porquê? “Porque tanto o meu filho, como a minha filha, têm outras vidas. Os netos também estão a tirar os cursos. Outros tempos, outros caminhos”, justificou. Ainda assim, “houve uma altura que quis que o meu filho aprendesse, mas ele nunca quis pregar um prego numa sola. Disse logo “não gosto!”, explicou o sapateiro enquanto remexia nas ferramentas que tinha na sua mesinha. Etelvino teve muitas oportu-
nidades “desde a música, a ser empregado em Abrantes, no Rossio e no Gavião. Eu é que nunca quis. Como estava aqui o meu pai, a gente andávamos juntos e… comecei naquela altura e fiquei até agora”. Mas a música… a música será sempre a primeira paixão. Atualmente, Etelvino Narciso faz parte da Banda Filarmónica Alveguense e é o músico mais velho da coletividade. “Comecei a aprender e a tocar aos 11 anos”, confidenciou. “Eu já quis sair, mas eles não querem… Sou o músico mais antigo”. Agora, o passatempo é outro. O sapateiro gosta de “cultivar e tratar as hortas. Eu quero é ir para lá sossegado”, concluiu.
Memória dos tempos que eram outros O sapateiro Etelvino, último de uma família desta arte, relembrou, com orgulho, “eu fazia sapatos de raiz. Fazia sapatos para homens, mulheres
Joana Santos
A arte de ser sapateiro por estes dias
e miúdos… Tudo! Fazia muitos botins. Fazíamos a encomenda, tirávamos as medidas. Tínhamos aqui um monte de calçado enorme. Sapatos que aqui havia…”. Agora o sítio onde outrora se encontrava uma montanha de sapatos para consertar, tem cinco ou 6 pares de botas para desenrascar, pois é assim que trabalha. “Agora faço apenas uns bisca-
tes, faço por gosto. E já não temos materiais como tínhamos antigamente. Ultimamente, as pessoas que vierem aqui é somente para desenrascar. Já não faço vida disto”. No início, “trabalhávamos muito ao sábado e ao domingo, dias inteiros, porque as pessoas andavam a trabalhar fora, e vinham ao fim de semana. E ao fim de semana
é que arranjavam o calçado”. Mas tudo muda com o aparecimento da indústria. “Depois de as fábricas aparecerem as encomendas começaram a ser cada vez menos. A quantidade de encomendas que havia dantes… desapareceu”. Diz o antigo sapateiro que a culpa também foi das botas de biqueira de aço. Fizeram cair as encomendas. O calçado passou a durar mais tempo. “Desde que vieram as grandes indústrias, as lojas dos chineses,… desapareceu tudo”, declarou Etelvino Narciso. Ao mesmo tempo, não se mostra nada arrependido da profissão que escolheu. “Na altura, tinha a oficina montada e tinha clientes… não aceitei outras propostas. Talvez tivesse feito mal, no sentido de ter uma reforma maior. Mas por outro lado, tendo a oficina, trabalhava à minha vontade, ninguém mandava”. Joana Santos
Aluna JCC ESE Portalegre PUBLICIDADE
jornaldeabrantes
6 AMBIENTE
FEVEREIRO 2016
Joana Santos
Governo confirma agravamento dos problemas no Tejo e identifica fontes poluidoras
O Ministério do Ambiente confirmou o agravamento dos problemas no Tejo em 2015, em resposta enviada em meados de janeiro aos deputados do BE, e identificou as principais empresas poluidoras do rio, em documento que a Lusa teve acesso. O relatório destaca o primeiro trimestre de 2015 como o mais gravoso em termos de poluição, aponta como causas diretas “a fraca pluviosidade e as temperaturas elevadas” e dá conta de uma listagem das principais fontes de poluição, resultado de uma ação inspetiva realizada entre os dias 2 e 16 de julho de 2015 entre Constância, distrito de Santarém, e Cedillo, junto à fronteira com Espanha. Em declarações à agência Lusa, Carlos Matias, deputado do BE, eleito por Santarém, disse “não compreender como é que, estando as empresas identificadas e notificadas para melhorarem os seus procedimentos ambientais, o Tejo regista casos diários de poluição, sinal que a
jornaldeabrantes
O Ministério do Ambiente refere que na ação de fiscalização, realizada por diversas entidades, “foram identificadas as potenciais fontes de poluição, levantados autos de notícia por contraordenação, e notificados os utilizadores para implementação de medidas”.
Lei continua a não ser respeitada e cumprida”. No documento são revelados os nomes das fontes de poluição pertencentes a diversos municípios, nomeadamente Vila Velha de Rodão (Celtejo, Centroliva e fossa da Zona industrial da Câmara Municipal), em Mação (Etar/ Fossa I e II das Águas de Lisboa e Vale do Tejo, e a fossa do Parque de Campismo da Ortiga da Câmara Municipal), e em Abrantes, na Etar da Empresa Queijo Saloio, Indústria de Laticínios.
O documento destaca ainda as ETAR urbanas dos Carochos, da Abrantáqua, em Abrantes, e de Montalvo, da Câmara Municipal de Constância, equipamentos que, “embora não se encontrem em incumprimento relativamente à legislação em vigor, apresentam pontualmente limite de emissões ligeiramente superiores aos autorizados pelas licenças de utilização dos recursos hídricos”. Relativamente a todos estes casos, o Ministério refere que “todas as entidades foram notificadas para a adoção das medidas consideradas necessárias para a resolução dos problemas detetados, à exceção da Celtejo, onde está em análise a situação com vista à imposição de medidas que permitam melhorar a qualidade dos efluentes rejeitados por aquela empresa”. O deputado Carlos Matias disse que a empresa “tem de parar com as descargas e as autoridades têm de atuar”, tendo defendido ser “inaceitável que uma empresa tenha sido intimada para parar
com descargas ilegais e que ainda não o tenha feito”. Matias disse ainda que “o crime não pode compensar” e defendeu que a empresa “não pode transformar o rio num esgoto”. O Ministério, ainda na informação prestada aos deputados do BE, dá conta do “acompanhamento da implementação das medidas impostas”, e destaca que as mesmas “ainda não se encontram cumpridas na totalidade”.
“A Câmara de Mação não polui o Tejo neste local nem em nenhum outro”, garantiu o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela.
Câmara de Mação declina responsabilidades por focos de poluição no rio Tejo O presidente da Câmara de Mação rejeitou de imediato qualquer responsabilidade da parte do município a que
preside em casos de poluição no rio Tejo, em reação às informações veiculadas pelo Ministério do Ambiente que apontavam nesse sentido. “A Câmara de Mação foi notificada em julho de 2015 para adoção de medidas no âmbito da gestão de águas residuais provenientes do Parque de Campismo de Ortiga e restaurante junto à praia de Ortiga, e um mês depois, em agosto, estava tudo resolvido”, disse o presidente da autarquia, Vasco Estrela (PSD). O autarca afirmou ter “cessado a rejeição de efluentes para a linha de água e solo” e “adjudicado a uma empresa a limpeza da envolvente da fossa, sendo o seu encaminhamento da responsabilidade daquela empresa, que o fez nos termos legais, emitindo posteriormente os respetivos comprovativos”. Atualmente, acrescentou, “encontra-se em funcionamento um reservatório estanque que receciona os efluentes do Parque de Campismo e que são posteriormente transportados para
um local apropriado ao seu tratamento”, situação que, observou, “apesar de não ser a solução ideal e definitiva, a verdade é que o problema pelo qual a autarquia foi notificada foi imediatamente resolvido em agosto”. Vasco Estrela disse ainda que, no que diz respeito às ETARs I e II de Ortiga, “a Câmara Municipal de Mação não tem qualquer tipo de responsabilidade sobre as mesmas, pois estão sob a alçada das Águas de Lisboa e Vale do Tejo”, tendo feito notar que “há já cinco meses que o problema foi resolvido e as respetivas entidades fiscalizadoras devidamente informadas sobre as diligências concretizadas”. O presidente da Câmara de Mação, que tem uma reunião de trabalho agendada com o Ministro do Ambiente para dia 2 de fevereiro, disse ainda “acreditar e confiar nas entidades competentes para ultrapassar esta fase negra ambiental com que o rio Tejo se tem confrontado”. MRF/LUSA
AMBIENTE 7
FEVEREIRO 2016
O Ministério do Ambiente anunciou a criação de uma Comissão de Acompanhamento sobre a poluição no Tejo, que terá por missão avaliar e diagnosticar as situações com impacto direto na qualidade da água do rio Tejo e seus afluentes. A informação enviada pelo gabinete do Ministro do Ambiente à agência Lusa decorre de uma reunião realizada no dia 19 de janeiro entre o Ministro do Ambiente, João Pedro Fernandes, e os autarcas de Abrantes, Constância, Mação, Vila Nova da Barquinha, a par do secretário executivo da CIM do Médio Tejo, e de onde resultou o “compromisso de trabalho
conjunto para encontrar soluções que minimizem os problemas e o impacto dos mesmos no rio Tejo”. No documento, o Ministério lembra que “um dos objetivos centrais da política de ambiente é assegurar a gestão sustentável dos recursos hídricos”, e destaca que a Comissão deverá “promover a elaboração e execução de estratégias de atuação conjunta e partilhada entre diversas entidades de modo a fazer face aos fenómenos de poluição” e, ainda, “avaliar e propor medidas que agilizem a capacidade de atuação da Administração perante os problemas de poluição identificados”.
A decisão de criar esta Comissão de Acompanhamento surge como “resposta aos problemas de poluição que afetam o rio Tejo e seus afluentes e que assumiram em 2015 uma maior expressão em virtude da fraca pluviosidade registada e associada às temperaturas elevadas”, destaca o Ministério do Ambiente.
Joana Santos
Ministério do Ambiente cria Comissão de Acompanhamento sobre poluição no rio Tejo
O Ministério refere que a Comissão será constituída por representantes da Agência Portuguesa do Ambiente, da Inspeção-geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro.
Integram ainda esta Comissão as Comissões Intermunicipais da Lezíria do Tejo, Médio Tejo, Beira-Baixa, e a GNR/ SEPNA, acrescenta a mesma nota. O documento refere, por fim, que a Comissão de Acompanhamento deverá apresentar um relatório com propostas e recomendações até ao final
de junho de 2016, tendo feito notar que se encontra em elaboração o Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, no âmbito do qual é feito o diagnóstico e são propostas medidas que, entre outras prioridades, visam reduzir a poluição na bacia Hidrográfica do Tejo. MRF/LUSA
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DE 01 A 28 FEVEREIRO
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8 REGIÃO
FEVEREIRO 2016
Linha da Beira Baixa aumenta níveis de segurança e ganhos de velocidade
Linha da Beira Baixa aumenta níveis de segurança e ganhos de velocidade A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou em janeiro a conclusão de um investimento de 3,2 milhões de euros na Linha da Beira Baixa, entre Abrantes e Rodão, que permite aliar uma maior velocidade e as condições de segurança.
“O investimento reflete um conjunto de intervenções na Linha da Beira Baixa, no domínio da especialidade de Via e Geotecnia, nomeadamente substituição de carris, travessas e reparação de taludes, com o objetivo de aumentar os níveis de disponibilidade, segurança e qualidade da infraestrutura ferroviária”, destacou à Lusa fonte
oficial da IP. “Falamos de quatro zonas que estavam condicionadas em termos de velocidade de circulação, sendo que este investimento permitiu corrigir as anomalias existentes e os comboios podem agora, a partir de hoje, circular a uma velocidade normal, com os respetivos ganhos temporais nos comboios de passagei-
ros e de mercadorias”, precisou a mesma fonte. No conjunto foram investidos nestas intervenções cerca de 3,2 milhões de euros, tendo a sua concretização permitido a “reposição das normais condições de velocidade de circulação que vigoravam no troço em quatro locais diferentes”, disse a mesma fonte, tendo feito no-
Governo aprova reativação da Linha do Leste e reposição do serviço público de transporte
Em sessão plenária na Assembleia da República, foi aprovado, por unanimidade, ainda em janeiro, um projeto de resolução de “Os Verdes” que recomenda ao Governo que proceda à reposição do serviço público de transporte de passageiros, na Linha do Leste, em todo o seu percurso. Em causa está a ligação
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ferroviária do Entroncamento à cidade de Elvas, junto à fronteira com Espanha, relativamente a um serviço que foi encerrado por indicação do Governo em janeiro de 2011 e reposto parcialmente no final de setembro de 2015, quando a CP iniciou um período experimental de seis meses para testar a sua viabilidade.
tar que esta melhoria irá “contribuir para a redução em mais de 2 minutos do atraso teórico por comboio” na Linha da Beira Baixa. “São pequenas intervenções mas que, no seu conjunto, são importantíssimas para a melhoria da qualidade de circulação ferroviária”, destacou a fonte oficial da IP. Em comunicado, a Infraes-
truturas de Portugal refere que em 2016 irá dar continuidade ao trabalho de beneficiação desenvolvido na Linha da Beira Baixa no sentido de concretizar as intervenções inscritas no Plano de investimentos de médio prazo da empresa. MRF/LUSA
REGIÃO 9
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Secas, cheias, incêndios florestais, inundações, sismos, ondas de calor e de frio são alguns dos riscos naturais identificados na Carta de Diagnóstico da região do Médio Tejo, documento que apresentado publicamente em Tomar, no dia 21 de janeiro. “O estudo foi encomendado numa lógica de um melhor conhecimento dos riscos que envolvem esta região, para valorizar um trabalho de prevenção que envolva os diversos parceiros, e para defender o nosso território”, destacou à Lusa a presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), entidade que integra 13 municípios do distrito de Santarém. Maria do Céu Albuquerque, que também preside à Câmara de Abrantes, destacou a parceria entre a CIMT e a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) num projeto que permitiu ter uma Carta de Diagnóstico dos Riscos Naturais Existentes no Médio Tejo, tendo a autarca apontado para um “trabalho a desenvolver na prevenção em concertação com várias entidades”, como o Instituto Politécnico de Tomar (IPT), municípios, Agência Portuguesa do Ambiente
O diagnóstico aponta para “risco extremo de cheias ou inundações” em 6 dos 8 municípios envolvidos no estudo, e também “riscos elevados de seca, ondas de calor, incêndios florestais, vagas de frio, sismos e movimentos de massa em vertentes”.
(APA), ANPC e CIMT. A Carta de Diagnóstico de Riscos Naturais para a região
Joana Margarida Carvalho
Médio Tejo já tem Carta de Diagnóstico de Riscos Naturais da região
do Médio Tejo, onde habitam cerca de 250 mil pessoas, foi promovido para 8 dos 13 municípios integrantes da CIMT, nomeadamente Abrantes, Alcanena, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar e Vila Nova da Barquinha, e “permite uma caracterização dos riscos a uma escala supramunicipal, essencial nos processos de gestão e situações de emergência”, defendeu a autarca. Para além dos riscos naturais, o diagnóstico refere ainda o risco da ocorrência de acidentes rodoviários e incêndios urbanos, considera “extremo” em todos os municípios, sendo destacados os dados da Autoridade Nacional Segurança Rodoviária (ANSR), que apontam para um “maior número de acidentes com vítimas dentro das localidades”, e que destaca que “grande parte das vítimas mortais ocorrem em estradas municipais e
“Identificado o risco, segue-se a tomada de decisão sobre as estratégias a implementar para a sua mitigação, implementação de medidas no âmbito do ordenamento do território, eliminação ou redução da possibilidade da sua ocorrência ou dos seus efeitos, implementação de sistemas de alerta e aviso””, destacou Cristina Andrade, do NHRC.ipt.
arruamentos”. Os acidentes em transportes terrestres de mercadorias perigosas é elevado ou extremo, sendo o mesmo
nível de risco apontado aos acidentes industriais que envolvam substâncias perigosas. As estratégias e medidas para a mitigação de risco, medidas de prevenção, instrumentos de planeamento, identificação e gestão partilhada de meios e recursos vão ser promovidas em concertação com o Laboratório de Investigação Aplicada em Riscos Naturais do IPT, antecipou Maria do Céu Albuquerque, relativamente a uma entidade que “vai pôr o seu saber e os instrumentos necessários para trabalhar estas matérias”. Cristina Andrade, responsável pelo Laboratório de Investigação Aplicada em Riscos Naturais (NHRC.ipt) do IPT, destacou à Lusa, por sua vez, a “importância da comunidade e entidades locais e regionais serem impulsionadores de uma cultura de sensibilização da população para a necessi-
‘Prevenir é o primeiro passo para a segurança’ e para a necessidade de educar desde já as novas gerações para estas temáticas, destacou Cristina Andrade.
dade da promoção do princípio da prevenção”. A professora exemplificou com a possibilidade de implementação de um sistema de monitorização com uma rede de estações meteorológicas, simulação e previsão no rio Nabão, com um modelo que permitirá “contribuir para diminuir o tempo da previsão de cheias e inundações, permitindo atempadamente aos intervenientes locais a minimização dos seus impactos”,
tendo como objetivo primeiro a proteção de bens e pessoas, através da proposta de medidas de gestão e ordenamento. O NHRC.ipt centra ainda a sua atividade na elaboração de cartas temáticas georreferenciadas para gestão de risco (instabilidade de taludes e terrenos, vulnerabilidade sísmica de terrenos, edificações, infraestruturas rodoviárias, incêndios urbanos e florestais), em trabalhos de campo nas áreas da arquitetura ou património cultural (riscos estruturais em áreas urbanas e rurais), e, entre outras, na monitorização e consultoria em indicadores ambientais de qualidade da água e implementação da Diretiva Quadro da Água, com monitorização e consultoria em indicadores ambientais e fontes de poluição em geral (de qualidade do ar, resíduos e fontes de poluição). MRF/LUSA
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10 ABRANTES
FEVEREIRO 2016
Secular Feira de São Matias regressa a Rossio ao Sul do Tejo A tradicional Feira de S. Matias vai decorrer entre os dias 18 de fevereiro a 13 de março, regressando ao espaço do Aquapolis, na margem ribeirinha, em Rossio ao Sul do Tejo, anunciou Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes. Este ano, os feirantes voltam a ocupar os terrenos do Aquapolis na margem sul, um local “provisório”, tendo em conta que nos terrenos do Vale da Fontinha, local que se destina a acolher o evento, estão a decorrer obras. “Infelizmente não temos as condições, pese embora os nossos colaboradores tenham feito um esforço muito grande e a empresa que está a fazer a instalação elétrica
[também]. Atendendo que no último mês choveu bastante e o terreno encontra-se pouco consolidado para suportar aquele certame, entendemos que a esta altura e prevendo que vai continuar a chover no período da feira seria mais seguro propor aos feirantes repetir a experiência do ano passado”, explicou a presidente. Sobre as obras a decorrer no Vale da Fontinha, a autarca abrantina acrescentou que a Câmara Municipal não contou com “apoio comunitário para este e outros projetos, porque verdadeiramente o quadro comunitário ainda não arrancou”, ainda assim e acerca da realização do certame no Aquapolis, Maria do Céu Albuquerque avançou
que “é uma solução que não desagrada à população”. Carrosséis e outros divertimentos, espaços com jogos eletrónicos, barracas de quinquilharia, exposição e venda de viaturas e de alfaias agrícolas, bares, roulottes de farturas, pipocas e algodão doce são algumas das atrações do secular certame. A edição deste ano é também marcada por um prolongamento no número de dias. A Feira de S. Matias, que remonta ao século XIII, é uma organização da Câmara Municipal de Abrantes, sendo considerada um dos ex-libris culturais do concelho e motivo de atração e desenvolvimento local. Joana Margarida Carvalho
• Carrosséis e outros divertimentos são apenas algumas das atrações do certame
Abrantes avança com orçamento participativo em ano de centenário A Câmara de Abrantes deu início este ano a um processo de Orçamento Participativo a realizar em 2017, anunciou a presidente da autarquia, estando a decorrer um período de consulta pública para o respetivo Projeto de Regulamento. “Avançar com o primeiro Orçamento Participativo no ano em que a cidade de Abrantes assinala o seu centenário é um sinal claro da importância do envolvimento da população e dos cidadãos na construção de um futuro coletivo, no seu envolvimento nas escolhas e nos processos de decisão”, destacou a presidente do município, Maria do Céu Albuquerque (PS). Sem adiantar as verbas envolvidas – “por não estarem decididas e por dependerem dos projetos que surjam”, a autarca disse que “mais do que a verba, o objetivo é intensificar o dever de participação e incutir o conceito de comunidade participativa”. Segundo destacou, os projetos vencedores vão ser ins-
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• O regulamento do OP está em consulta pública até dia 11 de fevereiro critos no orçamento para 2017, e “diferenciam-se dos restantes apenas porque foram propostos e escolhidos diretamente pelos cidadãos e cidadãs que decidirem participar”. Investimentos, beneficiação
de ruas, construção de parques infantis, requalificação de jardins, espaços públicos e iniciativas culturais são exemplos de propostas elegíveis, no âmbito das áreas de competência da autarquia, e de onde poderão as ideias
da comunidade ser utilizadas, “podendo, em cada ano, a Câmara Municipal decidir limitar as áreas de intervenção em função das prioridades de investimento”. A presidente de Câmara de Abrantes lembrou que o pro-
jeto teve a sua primeira experiência no orçamento de 2011, dedicado às associações juvenis, não tendo tido grande adesão. “O processo foi retomado em 2015, tendo-se procurado, ao longo do ano, criar
as condições técnicas para o seu desenvolvimento, nomeadamente conhecer as soluções tecnológicas de suporte a um projeto desta natureza, e que culminaram com a aquisição de uma plataforma para gestão do Orçamento Participativo”, observou. “Foram ainda estudadas as diversas metodologias de implementação”, disse ainda a autarca, tendo feito notar que “todo esse trabalho de pesquisa encontra-se consubstanciado no projeto de regulamento que está agora em discussão pública”, fase em que os interessados devem dirigir as suas sugestões, por escrito, ao órgão com competência regulamentar. Decorrido este período o documento será sujeito a aprovação do órgão deliberativo, sendo depois, “oportunamente”, aprovadas e divulgadas as normas de participação, bem como, o calendário do ciclo de participação. Mário Rui Fonseca
GASTRONOMIA 11
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Gastronomia ribeirinha exalta sável e a lampreia em festivais de Mação e Barquinha
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Não há crise financeira nem notícias menos abonatórias para o Tejo que belisquem a tradição da gastronomia ribeirinha de Mação e de Vila Nova da Barquinha, municípios onde os restaurantes abrem em fevereiro as suas portas a mais um festival dos sabores do rio.
MÁRIO RUI FONSECA PUBLICIDADE
Em Vila Nova da Barquinha, e pelo 22.º ano consecutivo, o Festival do Sável e da Lampreia vai decorrer de 27 de fevereiro e 27 de março em seis restaurantes, que, em parceria com o município, promovem os paladares únicos destas espécies piscícolas de arribação. Banhado por três rios – O Tejo, a Sul, o Nabão, a Norte, o Zêzere, a Este – este município tem no peixe do rio a sua principal fonte de sabores, sendo que a mostra gastronómica tem como principal objetivo “promover a cozinha típica e tradicional, e dinamizar o turismo e a economia local” deste município ribeirinho, destacou o presidente da Câmara Municipal local. “É um evento de grandes dinâmicas comerciais, não só em Vila Nova da Barquinha como na região envolvente”, destacou Fernando Freire, ele próprio um “bom garfo” no que diz respeito à gastronomia local. Iguarias como Açorda de Sável e Arroz de Lampreia, entre outras receitas tradicionais, são servidas à mesa dos restaurantes aderentes, na altura do ano em que se podem degustar estas espécies, por força do ciclo de arribação, num concelho cuja história está intimamente ligada à atividade piscatória. Os visitantes que visitarem os restaurantes aderentes poderão ganhar bilhetes
para passeios de barco ao Castelo de Almourol e conhecer um monumento ímpar na região e no país, com um património arquitetónico e paisagístico magnífico, e agora já com os conteúdos museológicos disponíveis para os turistas (1 bilhete por dose, sendo a promoção válida apenas ao fim de semana).
“A lampreia não tem meio-termo: ou se ama ou se odeia. Eu sou um apreciador desse pitéu, confecionado de todos os modos e feitios, seja frita, grelhada, ou em ensopado”, confessou o autarca de Barquinha, que disse ainda já ter muitos amigos convidados para participarem nesta romaria aos saberes e sabores do rio.
A XXII edição do Mês do Sável e da Lampreia vai realizar-se entre 27 de fevereiro e 27 de março nos restaurantes aderentes: Stop (Atalaia), Almourol (Tancos), Ribeirinho (VN Barquinha), Tasquinha da Adélia (VN Barquinha), Soltejo (VN Barquinha), e Chico, este último em Praia do Ribatejo.
Festival da lampreia: o ciclóstomo que todos os anos arriba a Mação O famoso e tradicional Arroz de Lampreia volta à mesa em sete restaurantes do concelho de Mação, entre os dias 27 de fevereiro e 3 de abril, no âmbito do Festival da Lampreia 2016. Em terra de pescadores, hoje pouco mais de 9 famílias e muitas barreiras pelo caminho, o famoso ciclóstomo, tão típico deste concelho, continua a assumir o seu histórico lugar de destaque nas ementas dos restaurantes, sobretudo pela forma única e especial como é confecionado: em Mação o arroz é feito com o sangue da lampreia e servido separado da mesma. Mas também quem quiser o arroz em branco, para apurar ao gosto com o molho e os nacos de lampreia, não deixará de ser servido. A excelência da lampreia e do peixe do rio, assim como dos pratos que a partir dali se confecionam, têm feito do município, ao longo dos tempos, um ponto de referência a nível nacional. “Mação mantém com este festival bem viva a tradição, ao mesmo tempo que promove as suas potencialidades, dinamiza as atividades turísticas e a restauração, numa iniciativa que também se configura como um importante contributo para a economia local”, destacou o presidente da Câmara de Ma-
ção, Vasco Estrela. Questionado sobre a sua opinião sobre a lampreia no prato, o autarca disse “cada vez gostar mais”, nomeadamente “à moda de Mação”. Ora, atente e anote os restaurantes aderentes ao Festival da Lampreia 2016 de Mação: A Lena”, em Ortiga – 241 573 457 (serve todos os dias, o almoço por reserva), o “Avenida” (Pica-Fino) – Mação – 241 572 585 / 966 225 784 (serve ao fim de semana – almoço e jantar, aos dias da semana – almoço e jantar, por encomenda). Encerra à segunda-feira. Ainda em Mação a lampreia pode ser apreciada no “Café Restaurante da Reta”– 969 459 660, à sexta-feira e sábado – almoço, restantes dias – almoço e jantar, por marcação, “O Godinho”– 241 572 874 / 962 536 310, todos os dias – almoço, por encomenda (encerra ao domingo) , e “O Pescador” – 241 573 180 / 934 244 472, em todos os dias – almoço e jantar (aconselha-se reserva/ encerra à segunda-feira) Também a “Casa Cardoso”, em Envendos – 241 555 134 / 961527716, aderiu à mostra gastronómica da lampreia: serve à quartafeira – almoço, por encomenda, e “O Bigodes” – Ortiga – 241571230 / 964 677 705, que serve todos os dias – almoço e jantar (encerra à quarta-feira. Mas também pode abrir, se o cliente o pedir). Bom apetite!
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12 CENTENÁRIO
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Cem anos de Abrantes cidade
A programação do município para a comemoração dos 100 anos de Abrantes como cidade já teve o seu início. O programa resulta de uma fusão de temáticas, desde ciclos de concertos sinfónicos, a exposições de arquitetura e artes plásticas, conferências históricas, debates e testemunhos, requalificação de monumentos e edições, a acontecer até ao final do ano. Irá realizar-se mais uma edição do 180 Creative Camp Abrantes, e a nível desportivo a cidade receberá o Grande Prémio de Atletismo (no estádio municipal), a V Resistência Urbana Noturna de BTT, Meia e Mini “Maratona de Abrantes, cidade centenária” e um Ultra-Trail. A programação do centenário abrantino resulta de um conjunto de iniciativas definidas por uma comissão presidida por Fernando Catroga, professor catedrático, e composta por Humberto Felício, artista, Isabel Cavalheiro e Isilda Jana, professoras de História, Joaquim Candeias da Silva e José Martinho Gaspar, professores e historiadores, Liliana Vasques, coordenadora da Universidade Aberta, Manuel Gonçalves, professor de Educação Física, Nuno Gomes, professor de Matemática, e Pedro Costa, arquiteto. Abrantes foi elevada a cidade a 14 de junho de 1916, pela lei nº 601 em Diário da República, assinada pelo presidente da República Portuguesa, Bernardino Machado.
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“Uma oportunidade para elevar a nossa auto-estima de ser de Abrantes” Para falar da programação que está a assinalar 100 anos de Abrantes como cidade, passaram no estúdio da Antena Livre alguns dos protagonistas deste evento: Fernando Catroga (FC), presidente da Comissão Organizadora, Liliana Vasques (LV), membro da Comissão e Maria do Céu Albuquerque (MCA), presidente da Câmara Municipal de Abrantes. Os três convidados foram entrevistados pelos jornalistas Joana Margarida Carvalho e Mário Rui Fonseca.
O que carateriza esta Comissão Organizadora que foi responsável pela elaboração do programa do Centenário? MCA - Esta comissão presidida pelo professor Fernando Catroga quer representar os abrantinos que nasceram, viveram e que vivem em Abrantes e os abrantinos que estão noutros pontos do
pais e do mundo. É um grupo de pessoas bastante heterogéneo, de várias as idades, juntas neste grupo de trabalho, com sensibilidades políticas distintas, com percursos e habilitações académicas e percursos profissionais diferentes. Um grupo capaz de representar a expetativa e o anseio da comunidade abrantina. Uma grupo que criou um programa muito diversificado, muito rico, onde é possível falar sobre o passado, viver estes 100 anos em retrospetiva, mas com base nesta história construir o próximo centenário. Qual é o desafio que este Centenário impõe ao município e aos seus munícipes? MDC - É claro que nós enquanto abrantinos temos um grande desafio pela frente que é reforçar o nosso sentido de pertença a esta comunidade, independentemente de onde estejamos
a viver, é que nos sintamos pertença desta comunidade, sintamos vontade de trabalhar, para que sejamos uma comunidade mais viva, mais próspera e feliz, com pessoas mais felizes e realizadas. É o que nos propomos a fazer enquanto autarquia, e é isto o cerne das celebrações do Centenário. Acho que conseguimos um programa bastante vasto e diversificado. Das três iniciativas que já tivemos, o feedback que nos chega é positivo: o Bravo Abrantes, momento memorável também na nossa história cultural, com a Orquestra Sinfónica Juvenil, com a participação do Orfeão, um momento bonito e muito marcante. A homenagem aos recém nascidos de 2016, onde eu tive oportunidade de estar no hospital e entregar uma medalha de prata evocativa. Depois a edição número cem do Passos do Concelho (…)
A capa e a contracapa branca quer dizer que estamos a celebrar 100 anos, mas estamos a deixar páginas em branco para construir a nossa história individual e coletiva. Temos muita coisa na rua a acontecer. A Câmara já está a utilizar imagem do Centenário e a mesma foi distribuída a todas as empresas e instituições para que a possam utilizar e assim vivermos em conjunto este ano 2016. Decoramos as nossas entradas da cidade com elementos relativos a esta efeméride. (…) Na A23 também já temos uma mensagem de Bem-Vindos ao Centenário. Como é que surgiu o convite para presidir à Comissão do Centenário? FC - Surgiu no inicio do mês de junho de 2015. Antes de dizer imediatamente que sim, pedi algumas informações, saber do estado da arte. Percebi que era algo que es-
CENTENÁRIO 13
Joana Santos
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tava em andamento e com grande velocidade, e disse que sim, mas com a consciência de que, aquilo que estava feito já devia ter a solidez suficiente para caminhar, talvez com a consciência de que o meu contributo, vindo de fora, mas estando sempre cá dentro, poderia ser aglutinador, coordenador, até porque alguns membros da Comissão tinham sido meus antigos alunos, outros já tinha conhecimento deles. Todos estes pressupostos conjugados com um que talvez tenha sido mais decisivo: eu não podia dizer que não à terra que me viu nascer. Talvez para pagar uma dívida por excessos de ausências, não ficava bem com a minha consciência dizer que não. O facto de se tratar não só da passagem de uma data que assinala a elevação de uma vila a cidade, mas tratarse de uma medida republicana. No meu campo científico sempre me dediquei aos estudos do movimento republicano em Portugal. Como surgiu e o que significou a oportunidade de ingressar nesta Comissão? LV – Primeiro significou uma surpresa, a primeira sensação foi essa, depois significou a vontade de tentar corresponder àquilo que a comunidade possa esperar destas comemorações. Quando reunimos estamos lá dez, mas penso que na cabeça de todos nós, está lá qualquer cidadão de
Abrantes, o nosso anseio é esse: tentar que naquilo que pensamos esteja também aquilo que outros cidadãos possam pensar (…) É preciso estabelecer um compromisso que nos leve a esse objetivo de colocar a comunidade a sentir alguma coisa mais forte, que fortaleça o que é ser de Abrantes. O professor tem referido esta questão, a história de Abrantes é uma oportunidade para elevar a nossa autoestima de ser de Abrantes, que é algo que falta. Quais são as linhas gerais que traçam o programa comemorativo? MCA – Este não quer ser um programa fechado, mas é claro que há momentos que são mais dirigidos a determinado público do que outros. Claro que o momento alto são as festas da cidade, o dia 14 de junho (…) Nesse dia vamos ter as cerimónias oficias que vão evocar a nossa memória e perspetivar este futuro coletivo e vamos ter uma grande concerto Bravo Abrantes. Esta programação que foi dividida em cinco áreas de trabalho. Temos ao longo do ano uma programação específica, como seja o Bebé do Centenário, é algo que só vai acontecer em 2016. Temos um conjunto de intervenções em espaço público, como por exemplo a recolocação do marco que assinalou os 75 anos de elevação a cidade e queremos re-
cuperar o monumento a D. Nuno Álvares Pereira. Uma linha editorial para falar do passado enquanto alicerce no futuro (…) Vamos ter de deixar registos escritos sobre este ano e este trabalho. Há um conjunto de documentos a serem produzidos, até porque aí, sim, vamos ter um conjunto de obras e produções para públicos específicos. Depois há uma programação regular que vai ser valorizada, como por exemplo o Creative Camp, onde as intervenções que vierem a ser feitas possam ter como base o Centenário (…) a Prova de Atletismo do 25 de Abril vamos dar lhe um carácter maior ampliando a outros escalões etários, a Resistência Noturna em BTT que também vamos dar um cunho maior, uma exposição a céu aberto dos Cem Anos Cem Rostos, nomes e imagens de homens e mulheres que tenham marcado este século… Depois toda a comunicação e identidade é um factor estratégico. No fundo aquilo que este programa propõe é um conjunto de iniciativas que cabem dentro destes pontos que só vão acontecer este ano, outras que nascem com o centenário e que nós queremos que se perpetuem no calendário de atividades do município. Não estamos a construir um programa que vai “andar ao sabor do vento”, o que estamos a preparar é um programa qualificado, estrategicamente definido.
“As comemorações não podem cair no comemoracionismo” FC – A planificação das comemorações leva em conta cautelas que necessariamente têm de ser sopesadas. Convencer nas mensagens, diretas ou indiretas, que independente da homenagem àqueles que no passado fizeram coisas (…) essa componente, que obviamente terá de ser contemplada no programa, numa revisitação da perspetiva mais histórica, não pode criar a ilusão de que queremos por o passado a criticar o presente ou queremos pôr o presente a revisitar o passado. Esta orientação estrutura todo o programa. Pode dececionar aqueles que julgaram que íamos fazer um programa académico, não! Haverá que ligar para isso, mas não chega. Vale a pena convocar o passado para que se estimule o espírito da comunidade, que se reforce o sentimento de pertença (…) Um programa que visa através da convocação dos saberes históricos, mas através de qualquer manifestação mais lúdica e mais festiva, que tenha a ver com o espírito e o corpo, a pluralidade das linguagens, desde a linguagem pictórica, a arquitectónica, discursiva, (…) porque as comemorações não podem cair no comemoracionismo, porque isso é um mero ritual, a pretensão de conhecer lições do passado, essa ritualização não pode quebrar as linhas
do horizonte. Como é que o concelho se encontra e para onde quer ir para mais cem anos? MCA – Queremos construir os próximos cem anos e os contributos são essenciais para desenvolver o sentimento de presença, a autoestima, e para que possamos todos trabalhar afincadamente nesta construção. Abrantes teve uma centralidade regional que foi perdendo ao longo dos anos e isto diz respeito a um fenómeno nacional. Deve-se ao facto do modelo de desenvolvimento ter sido centralizar nas áreas metropolitanas e fazer com que o país perdesse população, capacidade de atrair de fixar pessoas e investimento. Se há cinquenta anos atrás Abrantes era um concelho pujante com uma dinâmica demográfica muito interessante, pois havia muita gente e gente jovem, o que é facto que o modelo do nosso país deixou de ser o mesmo. As pessoas que tinham 2,3,4,5 e 6 filhos passaram a ter um, dois ou nenhum e portanto isto faz toda a diferença. A par disso, o que a A23 nos trouxe também nos tirou, porque as pessoas vêm, mas vão no mesmo dia, por exemplo. “Hoje é oportunidade de fazermos diferente” Abrantes era um centro de comércio e de serviços e não só para as freguesias e concelhos à volta, mas o próprio
modelo de desenvolvimento veio alterar isso mesmo, porque os municípios mais pequenos foram criando condições para se desenvolverem. Ao longo deste século, passámos a ter menos população, à semelhança do que aconteceu no resto do país, e este é o grande desafio que o país tem pela frente, porque se conseguirmos vencer as questões demográficas, todos os outros problemas deixam de existir. Importa valorizar políticas que promovam a natalidade, que promovam a imigração, para que possamos atrair mais pessoas e sermos capazes de ter uma população maior (…) Nós temos dois vectores de intervenção muito importantes para tentar combater este flagelo da desertificação (…) Temos de tornar o nosso território mais competitivo, sermos capazes de atrair mais empresas e fixar mais pessoas (…) que aqui comprem a sua casa, tenham os seus filhos e tenham qualidade de vida. Temos de ter a capacidade mais larga de perceber que Abrantes só terá futuro se se desenvolver no contexto de uma região, o Médio Tejo (…) Nós temos um conjunto de cidades médias que baptizámos de constelação urbana, composta por estas cidades médias e vilas, que têm muito potencial. Se formos capazes de trabalhar todos, vamos conseguir promover o desenvolvimento individual destes municípios (…) Para nós é determinante termos a capacidade de pensar que o próximo século vai ser construído nesta dinâmica. Este não é o século das grandes empresas, com muitos postos trabalhos, com uma massa humana muito forte (….) até porque sabemos que estas empresas escolhem outras partes do mundo para se fixarem. Falamos de empresas mais pequenas, tecnológicas, empresas que incorporam inovação, desenvolvimento e conhecimento e com isso podem ser competitivas (…) Hoje é oportunidade de fazermos diferente, não é com grandes quantidades e projetos, é com intervenções cirúrgicas, é com pequenas produções, diferenciadoras na qualidade para atingir determinados mercados. Recolha por: Joana Margarida Carvalho
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14 CIÊNCIA
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Já está assinado o primeiro protocolo que “estabelece as formas de cooperação entre as duas entidades”(Câmara de Abrantes e Politécnico de Tomar) nos domínios da investigação e divulgação científica, articulando conteúdos científicos nas áreas da interpretação e educação ambiental, exploração pedagógica, animação recreativa e promoção turística. “O protocolo entra a partir de agora em vigor”, observou Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes, no dia 21 de janeiro, tendo destacado que o objetivo é que o Parque Tejo “contribua de forma efetiva para a promoção e divulgação do rio Tejo em vários domínios”, a partir do Centro de Interpretação do Tejo e outras estruturas específicas, como uma exposição residente de interpretação do Rio Tejo, exposições temáticas, ações de formação, ateliês, debates temáticos, cafés ciência e outras iniciativas em diferentes áreas, com caráter regular ou ocasional. O Parque Tejo - Centro de Acolhimento e Interpretação do Tejo foi inaugurado no dia 14 de junho de 2014, após um investimento na ordem de um milhão de euros, em obra que resultou da ampliação e reordenamento dos equipamentos existentes no antigo Parque de Campismo nas margens ribeirinhas, em Rossio ao Sul do Tejo, conferindo-lhe uma nova vocação de apoio a todas as atividades estruturadas em torno do rio Tejo, como o campismo, o
Fernando Guerra
Abrantes confere novas dinâmicas ao Centro de Acolhimento e Interpretação do Tejo
desporto, os tempos livres, a cultura, o lazer, o conhecimento científico e o contacto com a natureza. O equipamento, inaugurado no âmbito das festas da cidade de 2014, tem capacidade para cerca de 300 utentes. “Esta é uma aposta estratégica no sentido de acrescentar competências técnicas e cientificas ao espaço, enquanto promotor de conhecimento, a que queremos juntar ainda o saber e o conhecimento dos Centro de Ciência Viva de Constância, de Alcanena, Proença-aNova, e do Centro Integrado de Educação em Ciências
de Vila Nova da Barquinha, entre outros”, acrescentou a presidente da Câmara de Abrantes. Em resultado da ampliação e reordenamento do antigo parque de campismo, o Parque Tejo inclui um núcleo de interpretação com equipamentos interativos que pretendem ajudar a conhecer a região e o rio, desde a sua nascente até à foz, e com atividades científicas ligadas à água e ao ambiente, com a instalação de equipamentos nunca potenciados na plenitude por via da empresa responsável pelos mesmos ter entrado em processo de falência.
O Parque Tejo - Centro de Acolhimento e Interpretação do Tejo, em Abrantes, vai reforçar as suas competências científicas por via de protocolos com o Politécnico de Tomar (IPT) e diversos Centros de Ciência Viva.
“Em simultâneo com esse processo de falência ocorreram diversos problemas técnicos com os equipamentos,
Parque Tejo regista 286 utentes e 455 visitas em 2015
problemas que neste momento se encontram em fase final de resolução, prevendose que os mesmos estejam totalmente operacionais e novamente disponíveis ao público no início do mês de fevereiro”, disse a autarca. “O que se pretende a partir de agora é que a dinâmica do Parque Tejo resulte de uma rede de parcerias com estabelecimento de protocolos com instituições de diferentes naturezas, designadamente escolas, centros de investigação, instituições universitárias, associações de conservação e estudo da natureza e também associações recreativas e de desenvolvimento,
de modo a potenciar uma utilização mais regular e mais efetiva do equipamento”, destacou. O Centro de Acolhimento e Interpretação do Tejo visa prestar o apoio de todas as atividades organizadas em torno do rio, como o desporto de lazer ou aventura, canoagem, btt, passeiros pedestres, tempos livres, a cultura e o contacto com a natureza, tendo sido criado no âmbito do Aquapolis, projeto de revitalização das margens ribeirinhas, e que permitiu a criação de um enorme espelho de água aos pés da cidade. MRF
Março 2015 – Dezembro 2015 Total de utentes campistas e caravanistas.....................286 Total de tendas........................................................................ 52
O espaço localizado na margem sul do Aquapolis, em Rossio ao Sul do Tejo, registou uma utilização positiva, segundo dados da autarquia de Abrantes. Entre março e dezembro de 2015, registaram-se 286
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campistas e caravanistas, bem como um total de 455 visitas ao Parque Tejo. Os visitantes são provenientes de países europeus, desde Alemanha, França, Espanha, mas também se verificam visitantes do Brasil e da
Nova Zelândia. Na valência de espaço para exposições e conferências, registaramse 338 e 80 utilizações, respetivamente. O Parque Tejo viu ainda a sua arquitetura e design reconhecidos internaci-
onalmente por várias publicações da área, nomeadamente pela ArchDaily e pelo Inhabitat. O projeto foi da responsabilidade do grupo de arquitetos do Atelier Rua. JS
Total de caravanas/autocaravanas .................................... 34 Total noites de permanência .............................................171 Total visitas Exposição ........................................................338 Total visitas Parque Tejo .....................................................455 Total utilizadores Conferências/ visitas técnicas: ........... 80 Dados relativos à utilização do Parque Tejo durante o ano 2015
CIÊNCIA 15
FEVEREIRO 2016
Biólogo José Alho deixa Câmara de Abrantes e assume funções no Inatel O biólogo José Alho, adjunto da presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, durante os últimos dois anos, foi nomeado vogal para a equipa do economista Francisco Madelino, o novo presidente da Fundação INATEL para o próximo triénio. José Alho iniciou as suas novas funções no dia 25 de janeiro, uma segunda-feira, sendo que, para o cargo de vice-presidente do novo conselho de administração da Fundação INATEL, foi nomeada a atriz e atual deputada pelo PS Inês de Medeiros. “Estou muito honrado pelo reconhecimento e pelo desafio que vai ser trabalhar para a Fundação Inatel”, disse José Alho à Antena Li-
vre, tendo destacado os dois anos de trabalho no município de Abrantes: “foram dois anos muito bons a nível pessoal e profissional. Valeram a pena”, sublinhou. “ É u m a re s p o n s a b i l i dade muito grande trabalhar numa instituição de dimensão nacional e que tem muitos anos no terreno e é muito conhecida pela população pelas diversas ações que desenvolve”, disse ainda José Alho, tendo afirmado “esperar estar ao nível do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no Inatel. Estou muito satisfeito e motivado em poder contribuir para ajudar a melhorar a prestação global da instituição”, destacou. Relativamente ao trabalho desenvolvido em Abrantes,
nos últimos dois anos, onde prestou apoio direto na organização dos serviços de proteção civil, nomeadamente na vertente da gestão da floresta e no desenvolvimento do programa do Centro de Interpretação do Tejo, José Alho disse que foram dois anos de trabalho que “valeram a pena”. Segundo José Alho, “este é um momento que fecha um ciclo de trabalho, dois anos que valeram a pena, pelo trabalho desenvolvido e pelo trabalho conjunto com a equipa da presidente Maria do Céu, uma equipa que desde a primeira hora ajudou na minha integração, com grande empatia e simpatia, e onde fiz muitas amizades”. José Manuel Pereira Alho
nasceu em 1961 em Ourém, onde reside. Biólogo, desempenhou até dia 22 de janeiro as funções de Adjunto da Presidente da Câmara Municipal de Abrantes. Preside à Assembleia Geral do Centro de Ciência Viva do Alviela, e desempenhou cargos autárquicos, nomeadamente como vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Ourém. José Alho foi ainda vicepresidente da Direção Nacional da Quercus, presidente da Direção Nacional da Liga para a Proteção da Natureza, do Instituto de Promoção Ambiental, e diretor regional de Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, entre outros cargos. MRF
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16 EDUCAÇÃO
FEVEREIRO 2016
O 2016 High School Innovation Summit é um concurso de ideias da responsabilidade da comunidade Lusídeias, do grupo Compta, que pretende incentivar as escolas do Médio Tejo a desenvolver projetos com os alunos. Este pretende ser “um Shark tank para os jovens, um concurso de ideias, onde podem participar todos os alunos de 12º ano ou equivalente legal, de qualquer estabelecimento de ensino”, explicou Nelson Pinho, mentor do projeto Lusídeias, do grupo Compta, numa das sessões de apresentação do projeto. O ponto alto do evento ficou definido para 6 de abril, correspondendo ao dia de apresentação/avaliação das ideias selecionadas numa fase anterior, havendo lugar para um seminário intitulado: “Um projeto Lusídeias na primeira pessoa”, com a exposição de um caso verídico de uma ideia concretizada pelo grupo
Compta, no âmbito desse mesmo projeto. Neste dia estão ainda previstas as atribuições de prémios aos três primeiros classificados, variando os prémios garantido pela Compta entre “portáteis para o primeiro classificado, tablets para o segundo classificado e smartwatches para os últimos”, sendo que o Instituto Politécnico de Tomar garante “a atribuição de bolsas de estudo nos seus pólos de ensino”, referiu Nelson Pinho. O mentor da Lusídeias acrescentou que “são também garantidos estágios de verão para os alunos de 12º ano terem contacto com o meio empresarial”, ao mesmo tempo que o grupo Compta “garante estágios profissionais no seio da empresa”. Este High School Innovation Summit vai dinamizar ainda um conjunto de workshops e demonstrações, havendo ainda a possibilidade de realização de open-days
Joana Santos
IPT e Grupo Compta lançam concurso de ideias para alunos do secundário
• Apresentação do concurso de ideias, promovido pelo Grupo Compta na ESTA, e respetivos pólos de trabalho, desde os estúdios e laboratórios, a fim de cativar os alunos finalistas do ensino secundário. Sofia Mota, diretora da ESTA, disse ao JA que “este projeto, na base, vai servir para agitar os ânimos de todos. O que nós pretendemos é, em termos de instituição de ensino superior, darmos a conhecer tanto o
trabalho que é feito na escola e as pessoas perceberem também que a escola está ao serviço desta comunidade, do nosso território e do nosso país. O Politécnico de Tomar sempre trabalhou nesta perspetiva (…) trabalha em prol da região e para ajudar a região para aquilo que for necessário. A docente referiu que outro objetivo passa por “con-
seguirmos através de um projeto, que é este projeto do High School Innovation Summit, agregar as várias valências que existem, desde as instituições de ensino superior, os parques tecnológicos, as empresas, os alunos do ensino superior que estão neste momento a frequentar os cursos e, sobretudo, os agrupamentos de escola em que está a
nossa futura massa crítica, e pormo-nos todos em conjunto a trabalhar em prol da nossa região, em prol da resolução de problemas que possam ser detetados e estarmos aqui para os ajudar a desenvolver as suas ideias em prol do nosso território”. A iniciativa resulta de uma parceria com o grupo Compta, a SoftINSA, o grupo IBM, a ESTA – Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, do Instituto Politécnico de Tomar e o TAGUSVALLEY – Parque Tecnológico do Vale do Tejo. Estiveram presentes no lançamento da iniciativa os mentores da Lusídeias, Nelson Pinho e Luís Curvelo, a diretora da ESTA, Sofia Mota, e Maria do Céu Albuquerque, presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. As candidaturas ao concurso podem ser submetidas até dia 7 de março. Joana Santos
JCC ESE Portalegre
Com o objetivo de garantir a segurança das crianças, possibilitando-lhe momentos de lazer, mas também para cumprir com os normativos legais em vigor para os parques infantis, a Câmara Municipal está a proceder à remodelação dos diversos equipamentos existentes no concelho. Atualmente está em curso a beneficiação do Parque Infantil Adães Bermudes, junto ao Jardim de Infância de Montalvo, investimento que insere-se no programa de requalificação dos Espaços de Jogo e Recreio Municipais, o qual contempla a requalificação, modernização e desmantelamento de alguns equipamentos. Assim, face à legislação em vigor e ao estado de degradação das madeiras, a autar-
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DR
Constância investe na requalificação de parques infantis do concelho
quia decidiu retirar um antigo equipamento existente no Parque Infantil, substituindo-o por novos jogos que
complementam as atividades dirigidas ao Jardim de Infância e “melhoram a fluidez dentro do Espaço de Jogo e
Recreio”. No local ocupado pelo antigo equipamento, serão colocados o Jogo da Macaca e o
Jogo dos Arcos, desenhados no solo, os quais, e segundo a autarquia, “potenciam o desenvolvimento de habilida-
des motoras individuais e em grupo”. “Neste caso as obras rondaram os 2 000 euros e foram realizadas exclusivamente com os meios da autarquia”, destacou a presidente da autarquia, Júlia Amorim. Após esta intervenção seguir-se-á uma outra no parque infantil do Jardim público de Montalvo”, acrescentou, tendo relembrado que o Parque Infantil junto ao Zêzere, em Constância, foi integralmente substituído no final de 2015. “Sendo certo que a segurança das crianças tem de ser salvaguarda, é de registar a existência de normativos legais muito exigentes cujo incumprimento pode resultar em coimas elevadas”, observou ainda a autarca.
REPORTAGEM 17
FEVEREIRO 2016
Jogos Sociais: novo vício ou apenas lazer? Num mundo onde os maiores vícios são quase sempre prejudiciais ao Homem e ao meio envolvente, como por exemplo, o tabaco, as drogas e o álcool, surge um outro tipo de vício, não tão maligno, mas cujas sequelas nunca ninguém espera que surjam. Falamos dos jogos sociais, mais propriamente as raspadinhas e as apostas desportivas. Estes jogos existem desde 1783 com a criação da Lotaria, que originou todos os outros jogos da Santa Casa da Misericórdia. Pedro António, gerente da papelaria Havaneza, sediada no centro histórico de Abrantes, afirma que os jogos “contribuem para a papelaria desde sempre, não só como chamariz, mas também como uma fonte de rendimento”. O mesmo diz Carlos Dias, proprietário da Tabacaria que refere que “os jogos sociais representam metade do negócio”. Este tipo de jogos estão presentes nestes estabelecimentos há imenso tempo, “há 43 anos”, no caso da Tabacaria, e “desde o início do Totoloto”, na papelaria Havaneza, mencionaram os respetivos gerentes. A evolução destes jogos tem sido arrasadora e os lucros são usados para boas causas. A Santa Casa da Misericórdia reverte os seus lucros para “instituições, hospitais e para o Estado”, concordam os proprietários dos estabelecimentos que vendem no centro histórico da cidade florida. Semanalmente, centenas de pessoas passam por esses estabelecimentos, como afirmam os seus administradores, dizendo que “as pessoas aderem muito a estes jogos”. Carlos Dias afirma ainda que “aderem para ganhar dinheiro e para ajudar uma instituição. É algo assustador em termos da quantidade de pessoas”. Recuemos até julho de 1995,
onde surge a Lotaria Instantânea, cujo lançamento ficou a dever-se à necessidade de ampliar as áreas de apoio e intervenção social. Em março de 2010, o jogo assumiu uma nova identidade e passou a ser designado por “Raspadinha”. Atualmente são emitidos entre 1 e 20 milhões de bilhetes que variam entre datas, épocas e temas, segundo informa o site da Santa Casa. “Agora vendem-se mais raspadinhas, tanto aqui na Tabacaria como em todo o país. Há uma maior procura da raspadinha por ser uma aposta imediata e porque a publicidade também tem um grande peso que leva as pessoas a jogarem”, afirmou Carlos Dias. Ainda este ano, surge um novo jogo e um novo vício para acompanhar as raspadinhas: o Placard, um jogo de apostas desportivas. Este jogo testa o conhecimento dos apostadores em futebol, ténis e basquetebol, nas diferentes competições e eventos desportivos disponíveis.
Serão estes jogos um verdadeiro vício? Como não há uma sem duas, o Placard veio acompanhar as raspadinhas e ambos têm sido bastante procurados pelas pessoas, mesmo assim, “as raspadinhas têm mais procura”, tanto na papelaria Havaneza, como na Tabacaria. Apesar de serem até certo ponto viciantes e de serem os jogos mais procurados, existem diferenças entre eles. Segundo Pedro António, “a raspadinha tem maior probabilidade de ganho, mas não significa que o ganho seja grande, o que quer dizer é que em ‘x’ apostas ganha-se uma percentagem maior do que nos outros jogos. Enquanto os
Jogos Santa Casa distribuíram 2,2 ME pelas entidades envolvidas no jogo Placard
outros jogos têm cerca de 25% de apostas até 150€, a raspadinha tem 60% de ganhos até 150€”. Já Carlos Dias menciona que “a raspadinha é um jogo imediato. Joga-se e sabese logo o resultado, enquanto no Placard tem que se esperar pelos resultados dos jogos”. Contudo, também têm coisas em comum: são bastante rentáveis, e se existe alguém que o possa comprovar, são os proprietários dos estabelecimentos que os vendem, que afirmam rentabilizar por semana 10 mil e 3 mil euros respetivamente. Estes dados, fazem-nos perceber o quão requisitados são estes jogos. Pedro António acrescenta ainda que “os jogos sociais são muito mais rentáveis comparativamente com os outros produtos da papelaria, fazemos a conta final e concluímos que os jogos sociais dão muito mais lucro”. No estabelecimento de Carlos Dias o cenário é outro, visto que o seu estabelecimento está reduzido a tabaco e a jogos sociais, logo, “as percentagens de venda são ela por ela”, afirmou. Serão estes jogos um verdadeiro vício? Envolvem muito dinheiro, é certo. A maioria das pessoas começa a jogar para tentar ganhar dinheiro e assim permanecem du-
rante muito tempo, mesmo que não ganhem prémio. Ricardo Jesus é jogador, começou a jogar por curiosidade e admite que “não se trata de algo viciante se souberem controlar-se”. O mesmo diz Joaquina Alberto que admite “jogar, mas não ser viciada”. Já Vasco Dias, jogador e aluno da ESTA, refere que estes jogos “são viciantes e esse vício gere-se quando percebo que não ganho prémio”. Arnaldo Oliveira não é jogador e admite que acha viciante, pois “sempre que sai algum prémio as pessoas vão logo jogar novamente”. Em média, as pessoas questionadas apostam 12 euros por mês e, muitas das vezes, sem lucro. Estes jogos rendem muito dinheiro aos estabelecimentos que os vendem. Algumas pessoas falam em vício. Outras dizem que não se trata disso. Afinal, estes jogos sociais tornaram-se um vício? Onde e quando é que irá parar esta tendência que alimenta a esperança da sociedade? Miguel Lopes
Aluno Comunicação Social ESTA
Os Jogos Santa Casa distribuíram no último trimestre de 2015 cerca de 2,2 milhões de euros, provenientes do jogo de apostas desportivas Placard, pelas federações de futebol, ténis e basquetebol e pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Fonte oficial dos Jogos Santa Casa especificou que, entre 09 de setembro e 31 de dezembro de 2015, a entidade entregou 44 mil euros à Federação Portuguesa de Ténis, 137,8 mil euros à Federação Portuguesa de Basquetebol, 1,35 milhões de euros à Federação Portuguesa de Futebol e 757,8 mil euros à Liga Portuguesa de Futebol Profissional. “Nos termos da alínea c) do n.º 2 do art.º 12.º do Regime Jurídico da Exploração e Prática das Apostas Desportivas à Cota de Base Territorial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 67/2015, de 29 de abril, foi estabelecido que o montante correspondente a 3,5% das apostas admitidas no Placard são atribuídas às entidades objeto da aposta a repartir pelos clubes ou pelos praticantes, consoante o caso, e pela federação que organize o evento, incluindo as ligas se as houver”, recordou a fonte. Lusa
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18 OPINIÃO
FEVEREIRO 2016
CRÓNICA DE SAÚDE
CRÓNICA
ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO
“Para quê votar se o Professor Marcelo vai ganhar?”
“Nós podemos. Eu posso.” Todos juntos ou cada um individualmente podemos contribuir para reduzir a carga global do cancro. Esta é uma doença que afeta todos, de uma forma ou de outra. No Médio Tejo, o cancro é a segunda causa de morte sendo, de longe, o maior responsável por mortes prematuras, com uma mortalidade de 66,4/100.000hab. Reduzir o impacto desta doença nas pessoas, nas famílias e na comunidade está ao alcance de todos. “Nós podemos. Eu posso.” Este é o lema escolhido para o Dia Mundial Contra o Cancro, na campanha de 2016-2018 (Worldcancerday.org). Nesta campanha são exploradas vinte acções que podemos empreender
para salvar vidas, para conseguir mais igualdade nos cuidados aos doentes com cancro e para fazer com que a luta contra o cancro seja uma prioridade das esferas políticas. O Dia Mundial Contra o Cancro celebra-se em todo o planeta no dia 4 Fevereiro e oferece uma oportunidade para refletir sobre o que queremos fazer para reduzir o número e impacto desta doença. Unindo esfor-
ços, num trabalho conjunto, todos podemos ser agentes de mudança e ter uma atitude proativa na prevenção, no diagnóstico precoce, no tratamento e na qualidade de vida. “Nós podemos, promover ações, atuar; criar ambientes saudáveis; demonstrar a necessidade de investir no controlo do cancro; (…)”. Nós podemos prevenir ensinando sobre a relação entre o estilo de vida, os fatores de risco e o cancro; ajudar a que as pessoas se informem sobre a doença, sobre as formas de prevenção e diagnóstico precoce e sobre os cuidados de qualidade; em criar ambientes e condições de trabalho saudáveis, entre outros.
“Eu posso, adotar um estilo de vida saudável; amar e ser amado; partilhar a minha experiencia; voltar ao trabalho; pedir ajuda; ajudar os outros (…)”. “Eu posso” eleger uma vida saudável para reduzir os riscos de cancro, deixar de fumar, moderar a ingestão de álcool, ser ativo e ter uma alimentação saudável; saber reconhecer os sintomas precoces de doença, saber que a detecção precoce salva vidas e que é essencial para a maior sobrevivência ao cancro, etc. “Nós podemos. Eu posso.” E você também, não cruze os braços. Paula Gil
Enfermeira, USP do Médio Tejo
CRÓNICA DESPORTIVA
O Serviço de Desporto do Município de Abrantes vai levar a efeito a XII Edição do Torneio Concelhio de Escolinhas de Futebol – Abrantes 2016, evento de excelência que envolve cerca de três centenas de crianças, que percorrem diversos campos das freguesias do concelho de Abrantes e dos concelhos vizinhos de Constância, com a representação de Montalvo, Mação e Sardoal. Um torneio que teve o seu início em 22 de Janeiro de 2005, com a participação de seis clubes, no campo nº2 da Cidade Desportiva de Abrantes, apenas com a versão de futebol 7. Após 2010, surgiu também a opção de futebol 4 destinado aos atletas com idades até aos seis anos. A origem deste torneio teve como principal objectivo, proporcionar às crianças até aos nove anos de idade de ambos os géneros, a prática de actividade física através do futebol e dar continuidade ao trabalho que alguns clubes vinham desenvolvendo no concelho neste escalão etário, (hoje es-
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Desporto em Abrantes
“Importante é ficarem felizes quando praticam desporto”
calões definidos pela Federação Portuguesa de Futebol como “traquinas” e “petizes”), bem como promover o aparecimento de equipas em freguesias e aldeias com baixo nível demográfico, tais como, Carvalhal, Souto, Fontes, Sentieiras, Vale das Mós, São Miguel do Rio Torto, Alvega, etc. Um torneio que envolve uma logística apreciável, com as Juntas de Freguesia dos clubes organizadores a fornecerem os lanches aos jovens, os árbitros da responsabilidade do Ser-
viço de Desporto e a colaboração de muitos pais que levam por diante uma organização notável de onde resulta um ambiente de muita alegria e convívio nos campos onde se realizam as cerca de 14 concentrações anuais. A organização tem a preocupação de incutir aos jovens diversos princípios, onde o factor de vitória não existe porque ganhar, ganham todos e sempre que acontece um jogo alguém tem que perder, importante é ficarem felizes quando praticam des-
porto. Há condicionantes que são importantes e podem ter um papel preponderante nas crianças, são as oportunidades de vivência de vários tipos, nomeadamente conhecer novos colegas, diversos tipos de pisos para a prática do futebol e a envolvência do próprio jogo. Além das crianças, também é relevante o papel dos pais, porque aqui há alguns que centram a sua atenção nas coisas negativas estando sempre a gritar com os atletas e contra os árbitros. Estes pais devem aprender a observar as coisas positivas da prática desportiva, fazendo um esforço para ignorar os erros que se cometem e serem apoiantes positivos, tendo sempre presente o papel que desempenham quando estão a ver a competição dos filhos. Termino com uma frase dita por uma criança no final de um jogo “O meu pai é o maior – limita-se a assistir ao meu jogo e a bater palmas”. Carlos Serrano
O tema, bastante atual e impetuoso (para quem vive intensamente a política, que acrescento que todos devíamos viver, já que é uma peça essencial para a nossa vida enquanto cidadãos), este ano foi especial por vários motivos. Devo dizer que me impressionou haver tantos candidatos e um grupo tão heterogéneo. Ex-ministro, jurista, deputado, um calceteiro e ex-presidente de junta de freguesia, empresários, professores universitários, uma socióloga, um psicólogo, um médico, e espero não me ter esquecido de ninguém. Muitas opções, o que com certeza nos fez pensar que tínhamos candidatos suficientes para podermos escolher bem ou que pelo contrário, não devíamos escolher de todo! Parece que para além da opção, houve também confusão. Poucos partidos e muitos independentes. As rotundas não tinham espaço para tantos outdoors com os rostos e mensagens dos candidatos. As campanhas, algumas, foram agressivas e conseguiram resultados inesperados. Marcelo Rebelo de Sousa ganha “à vontade” sem mais voltas e há a abstenção de metade da população eleitoral. Outro dado curioso é o facto de em 42 anos de
democracia, foi a segunda vez em que tivemos mulheres como candidatas. Em 1986, Maria de Lourdes Pintasilgo, ex-primeira-ministra, candidatou-se à Presidência da República juntamente com Mário Soares e Diogo Freitas do Amaral, e conseguiu 7,38% dos votos. 30 anos depois, Marisa Matias e Maria de Belém fazem o mesmo, mas com resultados bem diferentes. Marisa Matias deu o mote para que o país confie ainda mais no sexo feminino. Há mulheres, presidentes de câmara (temos o exemplo de Abrantes) credíveis, apaixonadas pela carreira, com objetivos que concretizam e outros pelos quais lutam afincadamente. Há mulheres empreendedoras que gerem a própria carreira e/ou empresa. Há mulheres escritoras e jornalistas. Há mulheres professoras. Há mulheres mães. As mulheres têm a capacidade de serem as melhores naquilo a que se propõem fazer. Não quero com isto dizer que os homens não são capazes, pelo contrário. Mas eu acredito no poder, na força, na capacidade de gestão das mulheres, para além da emotividade e paixão com que se dedicam a tudo o que fazem. Cristiana Seroto
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20 REGIÃO
FEVEREIRO 2016
“DISTO & DAQUILO” COMEMORA 30 ANOS DE EXISTÊNCIA DESDE A PRIMEIRA EMISSÃO
E continua no ar, todas as terças feiras às 22 horas
Alves Jana
Joana Margarida Carvalho
Luís Marques Barbosa
Mário Rui Fonseca
Rolando Silva
Estávamos nos loucos anos 80 (1986), quando Alves Jana e Eduardo Campos se faziam ouvir aos microfones da RAL, nos estúdios de Arreciadas, para dar voz a um novo programa da então rádio pirata. Para primeira emissão foi convidada a Liga dos Amigos de Abrantes que já não existe. O mote estava lançado…conversas com…ou sem
sentido…dois bons conversadores, convidavam outros bons conversadores e falavam “Disto & Daquilo”…e estava encontrado o nome daquele que viria a ser um dos grandes sucessos da RAL. E foram muitos os homens e mulheres que por ali passaram para contar as suas histórias de vida, as suas vivências, falar sobre as suas profissões ou so-
bre as suas associações. Sobre cultura, sobre desporto…em resumo, sobre tudo o que fosse motivo de conversa e que fosse pertinente ser falado, mesmo que a polémica estalasse, o que por vezes aconteceu…e faz neste ano 2016 30 anos que foi emitida a primeira emissão do “Disto & Daquilo”. E, no ano em que se comemo-
ram 35 anos de rádio a partir de Abrantes, o “Disto & Daquilo” continua no ar, tendo sido recuperado em 2009 para a grelha de programas da Antena Livre. As emissões haviam sido interrompidas após a morte de Eduardo Campos. Alves Jana voltaria a assumir desta vez sozinho a condução das conversas no “Disto & Daquilo”. Às terças-feiras
das 22h00 às 24h00, com reposição aos sábados das 19h00 às 21h00. Hoje em dia, o programa de conversas ao desafio na Antena Livre conta com uma apresentação semanal alternada, de Alves Jana; Rolando Silva; Luís Marques Barbosa e pelo Departamento de Informação da Antena Livre, Joana Margarida Carvalho e Mário Rui Fonseca.
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A Loja do Cidadão de Sardoal vai ser inaugurada a 18 de fevereiro, anunciou o município. Em declarações o presidente da autarquia, Miguel Borges (PSD), destacou os “ganhos de escala e rentabilização de recursos com a instalação de todos estes serviços num único edifício”. “A obra já está pronta, faltam alguns pormenores que dizem respeito a cada um dos serviços. No dia 22 de fevereiro a loja do cidadão abrirá as portas ao público com todas as suas valências prontas a prestar um serviço de proximidade dos serviços públicos que temos no nosso concelho”, afirmou o autarca. A nova valência foi instalada na antiga União Panificadora, que foi alvo de obras de reabilitação, num investimento de cerca de 400 mil euros, co-financiado em 85%, atra-
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DR
Loja do Cidadão de Sardoal inaugurada a 18 de fevereiro
vés dos fundos comunitários do antigo quadro de apoio. Na Loja do Cidadão vai ficar sediada a Segurança Social, a Autoridade Tributária, o Gabinete de Inserção Profissional do IEFP, o Espaço de Cidadão, um espaço multi-serviços, o Arquivo Municipal e Histórico e o Espaço Emprende. Este último “é um espaço que pode ser utilizado por quem queira ter um negócio, e que
não se justifique, numa primeira fase, ter uma porta aberta e estar a pagar renda, mas que possa ter um espaço e atender os seus clientes”, explicou Miguel Borges. Para o autarca esta nova valência representa uma solução do último Governo: “uma coisa é certa, no memorando de entendimento que foi assinado com a troika, ficou acordado o encerra-
mento de alguns destes serviços públicos, por outro lado o Governo encontrou uma alternativa, que são as lojas do cidadão”. A Loja do Cidadão de Sardoal surge no âmbito do Programa Aproxima. Com este novo espaço, a autarquia vai ter um retorno económico com o aluguer de espaços. JMC
REGIÃO 21
FEVEREIRO 2016
POLÍTICA
VILA DE REI
Duarte Marques eleito para o Conselho da Europa
“Diálogos Intergeracionais” dão mote a concurso de pintura e desenho O concurso de pintura e desenho Padre João Maia, organizado pela Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, de Vila de Rei, está a decorrer até ao dia 11 de março e apresenta como tema os “Diálogos Intergeracionais”. Em nota de imprensa, a autarquia refere que o concurso se destina a todas as pessoas e de qualquer faixa etária, no âmbito de uma iniciativa que pretende “in-
centivar e premiar a criatividade e a arte na área da pintura e do desenho, ao mesmo tempo que divulga e promove o concelho de Vila de Rei”. Todos os trabalhos ficarão posteriormente patentes numa exposição a realizar na Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, sendo que as três melhores obras receberão prémios monetários, pode ler-se na mesma nota.
SARDOAL
O Deputado Duarte Marques, 34 anos, natural de Mação e eleito nas listas do PSD pelo círculo de Santarém, foi eleito em janeiro de 2016 um dos novos representantes portugueses na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, com sede em Estrasburgo. A Assembleia da República elegeu os seus representantes para as diversas organizações internacionais onde se faz representar, e através da quais representa Portugal e os portugueses, nas diversas assembleias interparlamentares. Além do Conselho da Europa, o Parlamento português faz-se representar na NATO, na OSCE, na
União para o Mediterrâneo e na CPLP. O Conselho da Europa é uma das mais prestigiadas organizações internacionais e que se tem destacado na luta pelos direitos humanos, contra todas as discriminações, mas também na construção de sociedades democráticas e na procura da estabilidade económica e social. Este órgão, não remunerado, reúne três a quatro vezes por ano em Estrasburgo. O Conselho da Europa foi fundado a 5 de maio de 1949 e é a mais antiga instituição europeia em funcionamento. Os seus principais objetivos são a defesa dos
direitos humanos, o desenvolvimento do sistema democrático e a estabilidade social e política. O Conselho da Europa serve cerca de 800 milhões de pessoas em 47 Estados, incluindo os 28 Estados Membros da UE. O Deputado eleito por Santarém irá integrar a Comissão de Assuntos Políticos e a Comissão das Migrações. Adão e Silva, Luís Ramos e Carlos Gonçalves serão os restantes Deputados do PSD no Conselho da Europa, sendo que do Partido Socialista os escolhidos foram Ana Catarina Mendes, a atual número dois do partido, Helena Roseta e Edite Estrela.
DR
DR
Concurso de Pintura reúne 43 obras em exposição
O Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, tem até ao dia 6 de março 43 obras de pintura em exposição, trabalhos que resultam do concurso de pintura “À Descoberta do Mestre”. Promovido pelo município de Sardoal, das 68 obras apresentadas pelos 41 participantes o júri do concurso selecionou 43 trabalhos que compõem a exposição, e cuja inauguração decorreu no dia 23 de janeiro, em cerimónia ante-
cedida pela entrega dos prémios aos participantes do concurso. O concurso “À Descoberta do Mestre” pretende promover e divulgar a pintura enquanto recurso de expressão artística, estabelecendo uma estreita relação com a herança histórica e cultural legada pelos pintores manuelinos, Manuel Vicente e Vicente Gil, tradicionalmente reconhecidos como Mestre de Sardoal.
ABRANTES
ABRANTES
Dora Maria é fadista residente em Festival do Fado do Alto Alentejo
Cruz Vermelha vai ter Gabinete de Apoio Psicossocial
O I Festival do Fado Alto Alentejo decorrerá durante seis meses, a partir deste mês de fevereiro, em Ponte de Sôr, informou a organização, iniciativa que vai ter a abrantina Dora Maria como fadista residente, para além de coordenar o evento. As diferentes etapas – 19 de fevereiro, 18 de março, 15 de abril, 20 de maio, 17 de junho – decorrem no Cine Teatro local e contam com a participação de um fadista profissional. Os convidados anunciados são António Pinto Basto, em fevereiro,
Joana Amendoeira, em março, José da Câmara, em abril, Maria Armanda, em maio, e Ana Lains, em junho. A final está agendada para o dia 22 de julho no anfiteatro ribeirinho, naquele município, e conta com a participação especial do compositor e guitarrista Custódio Castelo. A fadista Dora Maria e os músicos Pedro Amendoeira, na guitarra portuguesa, João Chora, na viola, e Fernando Maia, na viola baixo, são os artistas residentes.
O Centro Humanitário de Abrantes e Tomar da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) vai lançar um Gabinete de Apoio Psicossocial a Pessoas com Alzheimer e outras Demências e seus Cuidadores, informa a instituição. Este gabinete pretende “criar um apoio de proximidade, que consiste em avaliar as funções cognitivas do doente com Alzheimer ou outras demências, conhecendo as capacidades preservadas e as comprometidas, para que possa usufruir de um plano de reabilitação cognitiva, com o objetivo de maximizar as funções e estabilizar o mais possível o processo de
deterioração, para que as pessoas sejam o mais autónomas possível, possam viver mais anos e com melhor qualidade de vida”, lê-se na informação. Nuno Dias, diretor do Centro Humanitário de Abrantes e Tomar da Cruz Vermelha Portuguesa, disse que as pessoas podem chegar até ao Gabinete de Apoio Psicossocial dirigindo-se “às instalações no antigo quartel de bombeiros, no centro da cidade, podem deslocar-se e efetuar as marcações, em horário semanal das 9h00 às 18h00. Ou então por contacto telefónico através do número 241 372 910”.
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22 CULTURA
FEVEREIRO 2016
AGENDA DO MÊS
Primeira edição de “Folclore no Centro” em Vila de Rei A primeira edição de “Folclore no Centro” decorre no próximo dia 14 de fevereiro, no Polidesportivo da Fundada, em Vila de Rei. A iniciativa, com início pelas 15 horas, contará com a atuação do Grupo Folclórico e Cultural da Boavista (Portalegre), Grupo de Folclore das Terras da Nóbrega (Alto-Minho), Rancho Etnográfico de Idanha-a-Nova, Rancho Etnográfico de Cernache do Bonjardim (Sertã), Rancho Folcló-
rico da Casa do Povo do Pego (Abrantes) e do Rancho Folclórico da Fundada. “Folclore no Centro” surge com o intuito de valorizar e estimular o gosto pela cultura popular, preservando e divulgando as tradições locais. A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal de Vila de Rei, com o apoio da Junta de Freguesia da Fundada e do Clube Cultural, Desportivo e Recreativo da Fundada. A entrada é gratuita.
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ESCRITÓRIO/ /ESPAÇO COMERCIAL 47m2 com escada amovível e pequena sala
Abrantes recebe concerto intimista de Mafalda Veiga
Abrantes Até 19 de fevereiro – Exposição de pintura “Satoris e Nomadismos”, de Eurico Gonçalves e João do Vale - Quartel, Galeria Municipal de Arte Até 26 de fevereiro – Exposição de livros artísticos “Expo Codex.Gigas”, de Ana Bela Pereira – Biblioteca Municipal António Botto Até 29 de maio – Exposição “A História do Museu D. Lopo de Almeida” – Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes 18 de fevereiro – Encontro Infantojuvenil com a escritora Manuela Ribeiro. Apresentação do livro “O ladrão da casa da música” - Biblioteca Municipal António Botto, 10h30 e 14h30 18 de fevereiro – “Entre Nós e as Palavras” com António Tavares. Apresentação do livro “O Coro dos Defuntos” (Prémio LeYa 2015) - Biblioteca Municipal António Botto, 21h30 20 de fevereiro - Teatro infantil “Fungaginhos - Música de José Barata Moura para a infância” - Cineteatro S. Pedro, 10h30 26 de fevereiro – Concerto de Mafalda Veiga - Cineteatro S. Pedro, 21h30 – 10€ 27 de fevereiro – “A Biblioteca ao Sábado com…” A Primeira Aula de Música (PAM) - Biblioteca Municipal António Botto, 10h30 27 de fevereiro a 08 de Abril – Exposição coletiva de cerâmica contemporânea - QUARTEL – Galeria Municipal de Arte
Constância Até 29 de fevereiro - Exposição “Memórias da Minha Escola…” no âmbito da comemoração do Centenário da Escola Primária Mixta de Constância - Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill
Mação 27 de fevereiro a 3 de março – Festival da Lampreia – Restaurantes aderentes do Concelho de Mação
918 630 759 Av. 25 de Abril, 320, 2º . ABRANTES
Sardoal Até 6 de março– Exposição “No Fio do Azeite” – Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente Até 6 de março – Exposição coletiva de pintura “À Descoberta do Mestre” – Centro Cultural Gil Vicente Cinema – Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h30: 13 de fevereiro – “Hotel Transylvania 2” 27 de fevereiro - “Creed: O Legado de Rocky”
Vila de Rei
“Todas as Palavras Tocam” é o nome do espetáculo que Mafalda Veiga vai apresentar no Cineteatro São Pedro, em Abrantes, no dia 26 de fevereiro. Neste concerto, com início marcado para as 21h30, as palavras de cada canção ficam mais à superfície, mais visíveis, capazes de ser tocadas e de tocar cada espetador. Em “Todas as Palavras Tocam”, a cantora faz-se acompanhar por Filipe Raposo no piano e acordeão, Lars Arens no trombone e eufónio, e de Cláudio Silva no trompete
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e flugel. A compositora que, ao longo dos últimos 15 anos, tem vindo a esgotar salas de espectáculos de todo o país já editou 10 trabalhos discográficos a solo e participou em discos de músicos como Jorge Palma, Tiago Bettencourt ou, mais recentemente, Sara Tavares. Os bilhetes para o concerto custam 10€ e podem ser comprados no Welcome Center (Loja de Turismo) e no Cineteatro São Pedro, no dia do espetáculo.
Até 28 de fevereiro – Exposição “O Outro Lado da Cor”, pintura de Manuel Amadeu Bernardo – Museu Municipal 7 de fevereiro – Desfile de Carnaval, 15 horas 14 de fevereiro – Festival Folclore no Centro – Polidesportivo da Fundada, a partir das 10 horas 14 de fevereiro – Os Quintais das Nossas Praças do Pinhal Polidesportivo da Fundada, a partir das 9 horas 24 de fevereiro - Encontros Documentais sobre “Museus” – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, a partir das 10 horas
Vila Nova da Barquinha Até 20 de março – Exposição “100 anos da Grande Guerra e a luta pela paz” – Galeria de Santo António 7 de fevereiro – XI Corso Carnavalesco – Moita do Norte
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