Jornal de Abrantes - edição maio 2014

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MAIO 2014 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5519 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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jornal abrantes

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha

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Um ano depois obras retomam As obras de requalificação da Escola Básica e Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, interrompidas em setembro de 2012, vão ser retomadas ainda durante o 2º trimestre deste ano, anunciou a Parque Escolar. Pág. 20

INVESTIMENTOS

História da imprensa local contada na primeira pessoa Págs. 12 a 17

Sardoal e Constância avançam com projetos turísticos Sardoal anunciou um Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico e Religioso. A um ano de comemorar 25 anos de existência, o jardim horto de Camões, em Constância, vai ser alvo de um trabalho de requalificação e reforço das suas valências. Pág.10

ECONOMIA Hotel de Turismo encerrou portas Problemas de ordem financeira e a recusa dos credores ao plano de viabilização apresentado pela administração ditaram o encerramento do Hotel de Turismo de Abrantes. 18 funcionários vão para o desemprego. Pág. 6

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2 ABERTURA FOTO DO MÊS

EDITORIAL

de

jornal abrantes

MAIO 2014

FICHA TÉCNICA Diretora Hália Costa Santos (TE-865) halia.santos@lenacomunicacao.pt

Redação Joana Margarida Carvalho (CP.9319)

Talvez seja só mais uma fase

joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

Mário Rui Fonseca (CP.4306) mario.fonseca@lenacomunicacao.pt

Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

Secretariado Isabel Colaço

Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António Vieira

Impressão

DR

Colaboradores Alves Jana, André Lopes, Francisco Rocha e Paulo Delgado

O Largo do Cruzeiro, na freguesia do Pego, foi inaugurado no passado dia 26 de abril. Trata-se de uma obra de requalificação que a Câmara Municipal de Abrantes levou a cabo devido aos estragos que as árvores de grande porte estavam a provocar no pavimento e nas habitações próximas. As obras representaram um custo de 110 mil euros. A presidente da Junta de Freguesia do Pego, Maria Florinda Salgueiro, aproveitou para pedir a todos que zelem pelo património agora requalificado.

INQUÉRITO

Como vai ser o pós troika a partir deste mês de maio?

Grafedisport, S.A.

Contactos Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes @lenacomunicacao.pt

Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes

Alexandra Dionísio

Vera Pereira

Abrantes

Abrantes

Paula Ferreira Alvega

Acho que a crise se vai manter e a troika também. Pelas notícias que nos chegam tudo vai ficar igual infelizmente.

Como empresária gostaria muito que a condição do país melhorasse mas, infelizmente, penso que tudo irá continuar igual. As pessoas estão bastante assustadas, não investem, não compram como acontecia antigamente. Há um grande receio e medo do que possa vir aí no futuro.

Penso que tudo se vai manter, a troika não sairá de vez e a austeridade continuará. O desemprego mantém-se e o nosso concelho é exemplo disso. A própria cidade de Abrantes está cada vez mais parada.

GERÊNCIA Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis.

IDADE 40 anos

PROFISSÃO Comerciante (Restaurante O Molares em Chainça)

Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt

Sócios com mais de 10% de capital Lena Comunicação SGPS, S.A.

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UM RECANTO PARA DESCOBRIR Porto Covo

UM PROVÉRBIO? Devagar se vai ao longe

UM DISCO Viagens (Pedro Abrunhosa)

UM SONHO Pagar umas férias a toda a família e amigos numa ilha paradisíaca (claro que só no caso de ganhar o Euromilhões)

RESIDÊNCIA Chainça

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Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 505 500 094

Hália Costa Santos

SUGESTÕES

Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves info@lenacomunicacao.pt

Sempre que alguém que nos é próximo perde o emprego, ficamos naturalmente tristes. Sentimo-nos muitas vezes impotentes, porque nada podemos fazer. Infelizmente, são cada vez mais as pessoas que conhecemos que perdem o emprego ou que nem sequer conseguem trabalhar pela primeira vez. Vemos, com demasiada frequência, algumas caras conhecidas (às vezes só de vista), pelas ruas, a horas normais de trabalho. É gente que devia estar a trabalhar. É gente que queria estar a trabalhar. E o que causa uma certa estranheza é que esta realidade começa a não ser estranha. Como se nos fossemos habituando a esta coisa de achar normal haver tantas pessoas que não podem fazer o que sabem. Quando vemos que o drama do desemprego está associado ao fecho do que quer que seja que marca uma terra, parece que nos afeta a dobrar. O Hotel Turismo de Abrantes faz parte da história da cidade, de gerações de visitantes, mas também de gerações de famílias abrantinas. Agora, com o seu encerramento, não só cai por terra o projeto de o reabilitar, como vão para o desemprego 18 pessoas. Sabemos que estes são tempos difíceis e temos consciência de que os sacrifícios terão que continuar a ser feitos. Mas isso em nada altera a tristeza de uma cidade quando se confronta com um golpe duro. Certamente que ninguém fica indiferente ao ver o Hotel Turismo de Abrantes sem futuro certo. Há uns meses acreditámos que ele ia ter uma nova vida e agora gostaríamos de pensar que é só mais uma fase, que alguém vai voltar a dignificá-lo e rentabilizá-lo - como merece.

UM FILME Cidade de Deus UMA POVOAÇÃO Sete Cidades (Açores)

Joaquim Manuel Brunheta dos Santos

UM CAFÉ La Bodeguita Del Médio (Havana, Cuba) PRATO PREFERIDO Couves com feijão e bacalhau assado (à terça feira nos Molares)

UMA VIAGEM Riviera Maya (México) UMA FIGURA DA HISTÓRIA Nelson Mandela, pela lição de vida que é a sua própria vida UM MOMENTO MARCANTE O nascimento de um filho, pelo turbilhão de sensações com que somos invadidos

UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Agora que vem aí o bom tempo, pegar na bicicleta e percorrer os muitos trilhos na parte norte do nosso concelho, junto à Albufeira da Barragem de Castelo do Bode. Tem cenários fantásticos


ENTREVISTA 3

MAIO 2014

“A PRIMEIRA AULA DE MÚSICA”, PROJETO ABRANTINO QUE EM AGOSTO CHEGA AO BRASIL

“A música é muito importante na formação inicial de qualquer criança” José Miguel Vitória Rodrigues é natural de Rossio ao Sul do Tejo, tem 35 anos e é formado em Ensino Básico com variante Educação Musical pela Escola Superior de Leiria. Desde cedo iniciou a sua dedicação à música como professor e como maestro. Hoje tem um projeto em mãos denominado “A Primeira Aula de Música”, que será divulgado e desenvolvido em São Paulo, Brasil, no próximo mês de agosto.

Como nasceu “A Primeira Aula de Música”? “A Primeira Aula de Música” surgiu para a comunidade em geral, mas sobretudo para crianças e bebés. O projeto nasceu em 2008 e tem sido desenvolvido nos jardinsde-infância, nas aulas de expressão musical. Do mesmo, tem surgido um conjunto de iniciativas que têm permitido colocar o projeto à disposição da comunidade. “A Primeira Aula de Música” é um projeto não muito comum na região. Não há muito trabalho nesta área e, por isso, achei pertinente iniciar e desenvolver esta iniciativa em parceria com o meu irmão. No que é que consiste “A Primeira Aula da Música”? É um projeto de música para bebés e crianças. Inicialmente, quando trabalhamos com um bebé, não podemos esperar dali um Mozart à primeira interação. São casos muito excecionais aqueles que desde muito cedo desenvolvem verdadeiras capacidades musicais. Aplicamos, assim, uma atitude de ‘performer’, ou seja, nós atuamos para os bebés e o objetivo é despertar neles sensibilidades, estimulando reações que nos dão a perceber se os bebés estão gostar daquilo que estão a ouvir, ou não. No fundo é um despertar da sensibilidade artística ou musical dos bebés, para que no futuro,

quando eles tiverem cinco, seis ou sete anos possam iniciar um percurso musical. Este projeto tem sido desenvolvido na região e tem saído das paredes escolares para o espaço público. Em Abrantes foi aplicado no ano letivo 2008/2009 na escola António Torrado. Já para a comunidade em geral promovi uma iniciativa em São Lourenço, em junho de 2013, aberta a toda a comunidade e onde os protagonistas envolvidos foram os bebés e os pais. Qual é a importância do ensino da música numa idade prematura? A música é muito importante na formação inicial de qualquer criança. A música tem o poder de desenvolver a concentração numa criança. Se uma criança tiver uma concentração reduzida e se houver uma dedicação à atividade musical, ao escutar, ao ouvir, ao tocar um instrumento musical, fica mais concentrada, mais atenta ao que está a fazer. No exercício, primeiro é necessário despertar os bebés e as crianças para a música brincando, despertando a sensibilidade para a área e depois o objetivo, mais tarde é apostar numa vertente profissional, numa carreira musical ou simplesmente contribuindo para a sua valorização cultural e conhecimento geral. Sem dúvida, a música é um complemento bastante grande na formação de qualquer pessoa. O que tem retido como aprendizagem principal deste desafio? Com este projeto percebi que não podemos olhar para uma criança e ver logo um futuro músico, isto não deve acontecer. Foi algo que aprendi, que adquiri com os anos dedicados a esta área e que o meu avô sempre me tentou incutir. Trabalhar em música é uma experiência constante, que requer sensibilização e muita dedicação.

Joana Margarida Carvalho

JOANA MARGARIDA CARVALHO

• José Rodrigues: “Nesta viagem o objetivo é levar, também, uma mensagem de esperança” Como surgiu a oportunidade de ir desenvolver o projeto “A Primeira Aula de Música” no Brasil, mais concretamente em São Paulo? Tratou-se de um convite que muito me honrou. A partir de um amigo chamado Paulo Clemente, de Leiria, que já fez um trabalho semelhante na área metropolitana de São Paulo, chegaram até mim. Também o facebook foi uma ferramenta essencial para que tomassem contacto com o projeto. A partir do dia 1 agosto e até ao dia 21 de agosto irei estar com a banda municipal do laranjal paulista. Tenho a previsão de dirigir três concertos com esta banda, um reportório de música portuguesa e europeia. Para além deste desafio, vou ainda ministrar cerca de duas conferências sobre o ensino da mú-

sica para crianças e bebés. Trata-se de uma região onde há uma vontade enorme de melhor o ensino da música. Desde o primeiro contacto que denotei que “A Primeira Aula de Música” despertou um grande interesse no maestro Fúlvio Carme, responsável pela banda filarmónica. Fúlvio Carme tem estado bastante interessado em desenvolver estratégias e práticas pedagógicas no seu universo como este projeto concebido por mim. Quais são os objetivos que leva consigo? É bastante desafiante esta situação, porque é uma experiência internacional. Vou representar o país e quero deixar uma marca de qualidade. Mas o importante é aprender

com eles, trazendo algo de lá para cá e aplicar nos meus projetos profissionais. Nesta viagem o objetivo é levar, também, uma mensagem de esperança, pois são pessoas com vontade de lutar e que se estão a debater com inúmeros problemas, tal como nós. É crucial levar uma mensagem de otimismo para continuarem a desenvolver o trabalho que estão a desenvolver e, se eu puder ser um contributo, ainda melhor. Vou começar com as crianças, pô-las a gostar da música, despertando interesse para esta atividade enriquecedora e depois investir na formação teórica e na prática instrumental. Mais informações em: joserodrigues.net

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4 DESTAQUE

MAIO 2014

APESAR DOS CORTES FEITOS, SEGURANÇA SOCIAL DIZ QUE IPSS PODEM SERVIR AS REFEIÇÕES QUE FOREM NECESSÁRIAS

Seis das 12 instituições de solidariedade social que prestam apoio na oferta de refeições à população carenciada de Abrantes vão entrar em situação de rutura devido aos cortes anunciados pela Segurança Social no número de refeições protocoladas, disse fonte da autarquia. Em declarações à Antena Livre, a vereadora da Câmara Municipal de Abrantes, Celeste Simão, responsável pelos serviços de ação social, disse que a situação é “preocupante”, tendo afirmado que o Programa de Emergência Social (PES), na vertente alimentar e no âmbito das cantinas sociais em Abrantes, “não está a dar conta do recado porque as IPSS não conseguem atender aos pedidos de refeições que lhes são solicitadas por quem necessita”. Aquela responsável imputou a responsabilidade aos serviços da Segurança Social (SS) de Santarém, entidade que “reduziu este ano o número de refeições protocoladas” com 12 instituições de solidariedade social do concelho de Abrantes: passou-se de 410 refeições para 370 re-

Hália Costa Santos

Cantinas sociais em Abrantes entram em rutura

O CRIA é uma das várias instituições que aceitou participar no Programa de Emergência Social, na vertente •alimentar

feições diárias. “A esta redução, que já não refletia as necessidades de resposta das IPSS, a SS de Santarém introduziu agora uma adenda na qual reduz para 265 o número de refeições diárias a fornecer a quem delas necessita, uma decisão que apanhou a todos de surpresa porque não reflete as necessidades reais das pessoas que precisam de ter, pelo menos, uma refeição quente por dia”, criticou a ve-

readora. O PES é um programa governamental que “identifica as situações de resposta social mais urgente e introduz medidas que visam minorar o impacto social da crise”, nomeadamente em relação às pessoas em situação de maior vulnerabilidade e em grupos de risco. “Foi com base nestes pressupostos que a Segurança Social decidiu criar um Programa de Emergência Ali-

mentar, inserido na Rede Solidária de Cantinas Sociais, medida que permite garantir às pessoas e às famílias que mais necessitam o acesso a refeições diárias gratuitas”, observou Celeste Simão. “Se a crise ainda não passou e se o número de pessoas necessitadas é cada vez maior, não tem lógica a SS estar a cortar a comida a estas pessoas”, vincou. “Na freguesia de Alvega”, exemplificou a vereadora, “a

SS reduziu de 20 refeições para cinco o número de refeições protocoladas. Se já havia pessoas em lista de espera, não sei o que vamos fazer a essas pessoas necessitadas e a quem já ali ia ter uma refeição diária”. Celeste Simão disse ainda já ter apresentado “por escrito” ao responsável distrital de Santarém da SS os problemas que resultam dos cortes aos protocolos com as IPSS, manifestando a “exigência

de um esclarecimento e de uma resolução” que permita conferir às IPSS de Abrantes os instrumentos de trabalho para atuarem em conformidade com o delineado pelo PES. “Se é para dar comer a quem tem fome, nós vamos exigir que o programa seja cumprido no sentido de dar resposta às pessoas do concelho que necessitam destas refeições”, vincou. O responsável pelo Instituto de Segurança Social de Santarém, Tiago Leite, disse entretanto à agência Lusa que as IPSS de Abrantes “podem servir todas as refeições que forem necessárias”, tendo assegurado que “ninguém vai ficar de fora” do programa. “No início do ano foi feito um acerto em baixa do número de refeições protocoladas no distrito, tendo em conta que havia refeições que não estavam a ser utilizadas. No caso de Abrantes, vamos ter de fazer um acerto em alta e proceder em breve à respetiva atualização de protocolos com as IPSS”, assegurou. Mário Rui Fonseca

Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo precisa de 23 médicos de família O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo tem 41.400 utentes sem médico de família, uma situação que afeta particularmente o concelho de Abrantes e que só ficaria resolvida com a colocação de 23 médicos, indicou a diretora do ACES

A diretora executiva do ACES do Médio Tejo, Sofia Theriaga, revelou no início de abril que tem cerca de 41.400 utentes sem médico de família, de um total de 235.100 utentes pertencentes a 11

jornaldeabrantes

concelhos. Para colmatar as necessidades de prestação de cuidados de saúde seria necessário contratar 23 médicos, “uma situação que se prevê que se venha a agravar com o pedido de aposentação em curso de cinco profissionais médicos”, afirmou. O ACES Médio Tejo cobre os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. “Sendo uma área muito dis-

persa e do interior torna-se bastante difícil a captação de médicos, quer por profissionais a concorrer para as vagas abertas em concurso, quer por mobilidade”, apontou Sofia Theriaga, tendo observado que o ACES Médio Tejo foi recentemente contemplado com 439 horas mensais de prestação de serviços. A gestora disse ainda que, no que concerne ao concelho de Abrantes, um dos mais afetados com a falta de médicos e onde cerca de 40% da população não tem médico

de família, a disponibilidade de médicos na zona “é bastante crítica”. “Por um lado, a realidade a nível de valores/hora praticada no Centro Hospitalar do Médio Tejo é consideravelmente superior à dos centros de saúde, o que dificulta a ação de recrutamento por ser impossível concorrer com os honorários praticados diretamente pelo hospital”, vincou. Por outro lado, continuou, “a zona geográfica do centro de saúde é consideravelmente distante dos polos centrais (Lisboa, Porto, Coimbra), o

que faz com que seja absolutamente necessário persuadir médicos com disponibilidade total a facultar todas as suas disponibilidades para esta zona, processo este relativamente moroso, dado os problemas de logística que necessitam ser acautelados”. A diretora executiva do ACES disse ainda que a freguesia de Tramagal, de um total de 111, “é a mais afetada”, contando apenas com um profissional de saúde para 2752 utentes. “Todas as outras, com maior ou menor número de horas

afetas, estão a prestar cuidados de saúde primários dentro das necessidades”, assegurou. Para minimizar a situação de Abrantes, aquela responsável disse que o ACES Médio Tejo aguarda que seja assinado o protocolo de incentivos à constituição de Unidades de Saúde Familiares (USF) entre a Câmara Municipal de Abrantes e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), documento que se encontra para apreciação. Mário Rui Fonseca


ECONOMIA 5

MAIO 2014

De 5 a 13 de abril o bacalhau e o azeite foram os reis de Vila de Rei. O festival que envolveu os dois produtos, em cru ou cozinhado, em pratos separados ou combinados, fez as delícias dos centenas de visitantes que procuraram o concelho por estes dias. A mostra gastronómica realizou-se pelo sétimo ano consecutivo e com a adesão de seis restaurantes do concelho. Um dos principais objetivos da iniciativa foi “atrair os turistas, potencializando a gastronomia e a doçaria vilarregense”, explicou Paulo Cesar, vice-presidente da autarquia. O vice-presidente da Câmara disse que a iniciativa gastronómica apresentou na sua génese um “duplo

A TAGUS - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, em parceria com a Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação e a Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAP LVT), vão dinamizar o seminário “Novas Tendências na Agricultura”, no dia 7 de maio, às 14h00, no Tecnopolo do Vale do Tejo, em Alferrarede (Abrantes). O seminário, gratuito e aberto ao público em geral, está inserido na semana do desenvolvimento local, da Rede Rural Nacional. O objetivo é apresentar alguns exemplos de negócios agrícolas que centram a sua produção nos cogumelos, frutos vermelhos e ervas aromáticas, assim como dar a conhecer alguns instrumentos de apoio existentes.

DR

O melhor do Bacalhau e do Azeite regressou a Vila de Rei

Produtores e entidades do setor debatem as novas tendências na Agricultura

objetivo”: “Aliar os vários modos de confecionar o bacalhau, um dos pratos transversal à sociedade portuguesa, ao azeite produzido no concelho é uma oportunidade para dinamizar o setor da restauração e, ao mesmo tempo, chamar a atenção para a importância

ABRANTES

do cultivo do olival, estimulando a produção e venda de azeite”. Com diversos produtores de azeite espalhados pelo concelho, Vila de Rei não tem ainda nenhum lagar para a transformação de azeitona, embalamento e escoamento do produto. Assim, a Câmara

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Municipal está procurar uma oferta para a transformação do azeite mas também e, sobretudo, para a comercialização do mesmo para que “os produtores possam tirar algum rendimento dessas vendas, sendo um estímulo à economia local,” adiantou Paulo César.

Segundo o vice-presidente, a ambição de garantir todas as condições aos produtores com a construção de um lagar e cooperativa já é antiga e justifica-se devido à “intensificação da produção e aos investimentos nos terrenos nos últimos anos.” O projeto assenta numa lógica de atração de investimento turístico, nomeadamente nas vertentes do turismo rural e ambiental. Para o autarca, o passo seguinte será a tentativa de obtenção de fundos comunitários. Caso não seja possível, Paulo Cesar referiu que será “o município a suportar o investimento devido à importância que o mesmo assume para o concelho.”

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6 REGIÃO

MAIO 2014

Hotel de Turismo de Abrantes fecha portas e deixa 18 pessoas no desemprego

“O Hotel Turismo de Abrantes foi encerrado no início da semana por ordem judicial”, disse o ex administrador da unidade, Carlos Marques, tendo referido que a decisão do Tribunal “deve-se à decisão da assembleia de credores do Hotel Turismo de Abrantes que recusou o plano de recuperação” apresentado pela empresa concessionária da unidade hoteleira. “É estranho e lamentável que o plano de viabilização tenha sido chumbado na última sessão, quando falamos aqui de uma verba relativamente pequena, cerca de 370 mil euros, e depois de ter todas as indicações que iria ser aprovado”, disse o gestor, que imputou o desfecho judicial a “perseguição política”. Carlos Marques assegurou que o hotel “seria viabilizado” com o aumento de capital social e com o plano de investimento previsto. “A unidade precisa de uma intervenção imediata na sua estrutura, quer em canalizações quer na substituição

Hália Costa Santos

Problemas de ordem financeira e a recusa dos credores ao plano de viabilização apresentado pela administração ditaram o encerramento do Hotel de Turismo de Abrantes, unidade hoteleira que atira 18 funcionários para o desemprego.

integral do telhado, ainda em fibrocimento, na ordem dos 600 mil euros”, apontou, tendo aquele responsável defendido que, com uma faturação anual na ordem dos 500 mil euros, e com o plano de viabilização apresentado, “conseguia recuperar o hotel, manter a atividade e os funcionários, e pagar o passivo ao fim de quatro a cinco anos”. Com 18 funcionários e capacidade de 43 quartos e suítes,

o Hotel Turismo de Abrantes está encerrado desde dia 31 de março, por ordem do tribunal, e na sequência de uma ação de insolvência de pessoa coletiva que em 2013 havia já dado entrada no Tribunal de Abrantes, tendo como alvo aquela unidade hoteleira. Há cinco anos, o Hotel de Turismo havia sido alvo de um processo de remodelação orçado em 800 mil euros,

e que resultou na ampliação da oferta de alojamento de 37 para 43 quartos e suites, com dois novos elevadores, novos sistemas de prevenção de incêndios, acesso wireless a internet e sistema independente de som e de vídeo, e passou a disponibilizar duas salas de reuniões com capacidade para 100 pessoas. Em novembro de 2012, e já com a nova administração em funções, o empre-

sário Carlos Marques anunciou um investimento de 4,5 ME, um projeto de modernização do Hotel de Turismo que, em parceria com a autarquia, projetava a sua ampliação para o terreno municipal onde estava localizada a antiga piscina, contígua ao hotel, o que permitiria passar para mais do dobro a sua capacidade de alojamento. “Nunca assinei nada daquilo porque o projeto era

mais municipal do que pessoal. Foi aí que começou a perseguição política e que deu origem a este desfecho”, afirmou. A presidente da Câmara Municipal de Abrantes, por sua vez, disse ser “com pesar” que se assiste à falta de viabilidade da empresa e do encerramento do Hotel, tendo lamentado “as famílias que hoje ficam desprotegidas”, e que caíram no desemprego. “Existe um défice de camas na região”, fez notar Maria do Céu Albuquerque, tendo assegurado que a autarquia “vai continuar a criar todas as condições para que o futuro investidor possa colocar o Hotel a funcionar em conformidade e qualidade”. “Conto que o Fundo de Turismo tenha condições a breve trecho para encontrar outra administração, e que isso possa contribuir, em definitivo, para a melhoria das condições hoteleiras em Abrantes”, acrescentou. O Hotel de Turismo de Abrantes, localizado numa colina na cidade com vista para o vale do rio Tejo, foi objeto de múltiplas renovações e remodelações desde a sua abertura, nos anos 50, dispondo ainda de restaurante, bar e sala de jogos. Mário Rui Fonseca

TRAMAGAL

Administrador de insolvência de Rádio Tágide com 60 dias para apresentar plano A Assembleia de Credores da Rádio Tágide, do Tramagal, Abrantes, decidiu no dia 8 de abril dar um prazo de 60 dias para o administrador da insolvência apresentar um plano para tentar evitar o encerramento da estação. Fernando Siborro, presidente da direção da cooperativa que detém a rádio, disse à agência Lusa que a maioria dos credores presentes decidiu dar ainda uma possibi-

jornaldeabrantes

lidade de manter a estação aberta, estando em negociação a eventualidade de instalação de uma antena de retransmissão de telemóveis no edifício que permita obter uma receita mensal. Essa receita e os acordos com os municípios de Constância e de Abrantes para publicidade poderiam permitir manter a rádio em funcionamento, disse, admitindo, contudo, que essa possibi-

lidade é remota, tendo em conta a incapacidade de obter receita num contexto em que os comerciantes e as pequenas empresas cortam esse tipo de despesa. Por outro lado, as Finanças (principal credor, com 34,9%) têm-se mostrado “inflexíveis” na aceitação dos planos de pagamento propostos, adiantou. Em assembleia foram colocadas à votação duas hipó-

teses: a realização do plano de insolvência ou o encerramento da atividade, com liquidação do ativo. Entre os credores encontram-se três funcionários (com um total em dívida superior a 60.000 euros), dois deles ainda no ativo, embora a rádio não esteja a emitir todos os dias, por sofrer cortes no fornecimento de eletricidade, disse um deles à Lusa. A sentença da declaração

de insolvência foi proferida no dia 10 de fevereiro, tendo a rádio um passivo superior a 160.000 euros. Em 2012 o volume de negócios foi de 52 mil euros, com um resultado positivo de 2.700 euros, mas em 2013 o volume de negócios caiu 54%, passando para os 24 mil euros, com um resultado negativo de cerca de 14 mil euros. O processo passou já pela apresentação ao Plano Espe-

cial de Revitalização, em julho de 2013, mas a recusa das Finanças inviabilizou o processo. A Rádio Tágide, Cooperativa de Rádio Cultura e Recreio, sucessora da Rádio Tramagalense, foi criada em maio de 1987, tendo obtido alvará para a frequência 96.7 em 1989.


REGIÃO 7

MAIO 2014

Investimento anunciado “não resolve” problemas de acessibilidades da região

Segundo a versão final do documento aprovado pelo Conselho de Ministros - que será ainda apresentado em Bruxelas para candidatura a fundos comunitários -, dois investimentos vão ser efetuados no distrito. Um deles está ligado à ferrovia, de 400 milhões de euros, para a conclusão do processo de modernização da Linha do Norte, no troço Entroncamento ao Vale de Santarém. O outro, de cinco milhões, servirá para o reforço da ponte de Constância, de modo a que esta travessia possa receber trânsito pesado. “É lamentável este anúncio que não resolve nada em termos de acessibilidades, nem para Abrantes, nem para todo o Médio Tejo”, disse ao JA Maria do Céu Albuquerque (PS), que preside à Câmara de Abrantes e também à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMTejo), com 13 municípios. “Isto é um atamancar das necessidades e o investimento anunciado de cinco

Hália Costa Santos

A presidente da Câmara de Abrantes considerou “lamentável” que os investimentos prioritários anunciados para o distrito de Santarém não contemplem uma melhoria efetiva das acessibilidades e a construção de uma nova ponte sobre o Tejo reclamada para a região.

• Requalificação da ponte de Abrantes vai prolongar-se por 18 meses milhões de euros na ponte de Constância não resolve o problema das acessibilidades na região, que precisa de outras condições para o seu tecido empresarial”, acrescentou. Maria do Céu Albuquerque referiu que a CIMTejo indicou, ao grupo de trabalho nomeado pelo Governo para definir os investimen-

tos prioritários, a necessidade de “outras condições de acessibilidades e realização de investimentos rentáveis na região”, nomeadamente uma nova travessia sobre o rio Tejo. No seu entender, o recente anúncio das intervenções prioritárias significa uma “desvalorização completa de todo o Ribatejo e a manutenção dos

estrangulamentos ao desenvolvimento”, tendo em conta a falta de acessibilidades condignas. Entre os investimentos reclamados para a região do Ribatejo constavam ainda a variante a Riachos, ligando as plataformas logísticas de Riachos e Entroncamento à A23 (autoestrada), as acessibilidades ao Eco Parque do Relvão,

na Chamusca, que permitiria concluir o corredor do IC3 (itinerário complementar), a construção de uma nova ponte sobre o Tejo na zona da Chamusca e o desenvolvimento do IC9, cujo projeto previa a construção de uma nova ponte sobre o rio Tejo, entre os concelhos de Constância e de Abrantes. As obras de requalifica-

ção da centenária ponte de Abrantes, datada do ano 1870, deverão começar em breve e estender-se-ão por um período de 18 meses. Aguarda-se o visto do Tribunal de Contas para que a empreitada receba a luz verde necessária para avançar. Mário Rui Fonseca

Autarca de Constância defende construção de nova ponte sobre o Tejo A presidente da Câmara de Constância continua a defender a construção de uma nova ponte sobre o Tejo, reagindo ao anúncio do Governo de um investimento de cinco milhões de euros para a reabilitação da atual, em Constância, para circulação de pesados.

A ponte da Praia, que liga Constância Sul a Vila Nova da Barquinha, foi uma das duas únicas obras contempladas no distrito de Santarém no

âmbito dos 59 investimentos prioritários que fazem parte do Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas aprovado pelo Governo. O investimento anunciado é de cinco milhões de euros e visa a requalificação e alargamento da ponte de Constância à circulação de pesados, via considerada fundamental para o escoamento do transporte de camiões que servem diversas empresas da região e pela proximidade do Campo Militar de Santa Mar-

garida e do Eco Parque do Relvão, na Chamusca. Em declarações à Antena Livre, Júlia Amorim (CDU), disse ser “importante que o Governo reconheça a necessidade da melhoria desta infraestrutura e das acessibilidades na zona de Constância”, tendo assegurado, no entanto, “não conhecer” as características do projeto previsto. “Aguardo esclarecimentos sobre o investimento e em que consiste, sendo óbvio

que o levantamento de restrições à circulação de pesados não resolve o problema das acessibilidades na região do Médio Tejo e do Ribatejo, em geral”, defendeu. Segundo a autarca, “o ideal seria a construção de uma nova ponte sobre o Tejo, uma vez que a ponte de Constância funciona em apenas um tabuleiro, com trânsito a circular em sentido único e alternado por regularização semafórica. É muito limitador e não resolve os problemas de

toda uma região”, vincou. Júlia Amorim disse, ainda, que as dificuldades de circulação naquela zona central do país “agravar-se-ão nos próximos tempos com o início das obras de reabilitação da ponte de Abrantes”, trabalhos que se deverão estender por um período de 18 meses, tendo criticado que uma nova travessia não esteja inscrita no relatório final de infraestruturas de elevado valor acrescentado da Estradas de Portugal (EP), já aprovado

pelo Governo. A autarca lembrou que as quatro pontes sobre o Tejo (desde Santarém a Abrantes) “são todas obras de arte construídas no século XIX e princípios do século XX”, e que, no que respeita à ligação Constância Sul/Praia do Ribatejo, “a mesma funciona com as condicionantes impostas em termos de tonelagem, altura e largura dos veículos”, impedindo atualmente a circulação a pesados. MRF

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8 REGIÃO

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BARRAGEM DA LAPA PODE VIR A SER UMA “MINI-HÍDRICA E UM PARQUE AQUÁTICO DE DIVERSÕES”

Mação e Sardoal vão ter água da Estação da Cabeça Gorda

O fornecimento de água aos municípios de Sardoal e Mação vai ser feita a partir da Estação de Tratamento de Água da Cabeça Gorda, instalada em Abrantes, junto à albufeira de Castelo do Bode, a partir de 2015, um investimento que a empresa Águas do Centro estimou em cerca de 10 milhões de euros. No âmbito do protocolo a celebrar com a Câmara de Abrantes irá ser construído um novo reservatório na zona do Carvalhal para abastecimento em terrenos da Estação de Tratamento de Aguas (ETA) da Cabeça Gorda, cujo investimento estará a cargo da Águas do Centro. Em declarações ao JA, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes congratulou-se com um acordo que, apontou, permitirá um encaixe financeiro para os cofres do município pela venda da água em alta a rondar os 150 mil euros por ano, em contrato que terá a duração de 30 anos. “É uma boa notícia para Abrantes e é um encaixe financeiro que vai servir para investir no projeto de abas-

Joana Margarida Carvalho

A empresa Águas do Centro chegou a acordo com a Câmara Municipal de Abrantes para que esta forneça a quantidade de água necessária a partir do Castelo do Bode para o abastecimento aos concelhos de Sardoal e Mação.

tecimento de água ao sul do concelho de Abrantes, também a partir da albufeira”, notou Maria do Céu Albuquerque. “Este acordo, que vai ser protocolado, valoriza e rentabiliza um investimento de grande vulto no concelho, realizado de forma autónoma pelos Serviços Municipaliza-

dos de Abrantes”, observou, estrutura que tem a responsabilidade do abastecimento de água a partir da albufeira do Castelo do Bode a uma parte significativa do concelho de Abrantes, sendo também “fruto de uma opção política de não adesão a sistemas privados”. No âmbito deste acordo, a

Águas do Centro suportará as obras da conduta adutora, reservatório e estação elevatória para garantir o armazenamento, a elevação e transporte de água, desde a ETA até ao reservatório do Carvalhal. “O objetivo é abastecer os dois concelhos a partir de um ponto comum, no caso, a al-

bufeira de Castelo do Bode, a partir da Estação de Captação de Cabeça Gorda, em Abrantes, sendo que Mação ainda vai ter mais dois pontos de abastecimento, a partir do Brejo e das Corgas”, disse, por sua vez, o administrador delegado da Águas do Centro. Segundo Amável Santos, o projeto global, em fase final

de concurso público, “vai implicar um investimento na ordem dos 10 milhões de euros, no abastecimento de água e tratamento de águas residuais, com a construção de cerca de 130 quilómetros de condutas e construção ou remodelação de mais de 50 reservatórios, de maior ou menor dimensão”. A este valor acresce a construção de duas estações de tratamento de águas residuais (ETAR) em Sardoal e Mação “já adjudicadas por 2,1 milhões de euros”, e ainda a construção de 12 pequenas ETAR, ainda em processo de projeto, num valor estimado superior a um milhão de euros. O abastecimento de água ao Sardoal é feito atualmente a partir da Barragem da Lapa, uma infraestrutura que, no verão do próximo ano, deverá entrar em obras de reparação das anomalias detetadas desde a sua conclusão, em 2002. Depois de corrigidas as anomalias na infraestrutura, a Barragem da Lapa deverá ser utilizada para outros fins que não o abastecimento de água para consumo humano, tendo o presidente da Câmara de Sardoal, Miguel Borges, referido à Antena Livre que poderá vir a funcionar como uma “mini-hídrica e um parque aquático de diversões”. Mário Rui Fonseca

A.Logos celebrou dez anos no Tecnopolo do Vale do Tejo A Associação para o Desenvolvimento de Assessoria e Ensaios Técnicos, a.Logos, celebrou, no passado dia 15 de abril, dez anos de existência no Tecnopolo do Vale do Tejo, em Alferrarede. Com um dia de aniversário um quanto diferente, a.Logos abriu as portas do seu laboratório e recebeu a

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comunidade abrantina. “Foi uma forma diferente de celebrarmos o nosso aniversário, dando a conhecer o nosso trabalho na área da química e da microbiologia e passando a mensagem que o nosso serviço é destinado às entidades públicas, mas também às privadas e aos particulares,” explicou

a diretora técnica Patrícia Sousa. A a.Logos nasceu em 1997 como um Centro de Estudos de Gestão do Ambiente e do Território, num objetivo de dar continuidade ao trabalho que o Laboratório de Análises de Água do GAT de Abrantes iniciou em 1985. Em 2004, a.Logos mudou

de instalações para o Tecnopolo do Vale do Tejo e alargou as suas valências. Atualmente é uma associação que se destina ao controlo da qualidade das águas de abastecimento, recreio, solos, entre outros, e ao controlo de géneros alimentícios. Constituída por um con-

junto de associados (CM de Abrantes, de Constância, de Mação, de Entroncamento, de Ferreira do Zêzere e os Serviços Municipalizados de Tomar), a a.Logos tem reunido, ao longo dos anos, um conjunto de acreditações. Em 2003, foi reconhecida pelo Instituto Português de Acreditação para

parâmetros microbiológicos em águas e alimentos. Não só, mas também por este motivo, Patrícia Sousa admitiu ao JA que o “trabalho não falta” e que o “balanço dos dez anos é bastante positivo.” Joana Margarida Carvalho


REGIÃO 9

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Comunidade do Médio Tejo vai alargar “transporte a pedido” a Sardoal e Abrantes

• Sardoal será um dos municípios abrangido pelo projeto da CIMT A experiência do “transporte a pedido” realizada em 2013 no concelho de Mação vai ser alargada, em maio, ao Sardoal e a algumas freguesias de Abrantes. Vítor Miguel Pombeiro, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), disse à Lusa que o “transporte a pedido” foi um dos “projetos emblemáticos” desenvolvidos pela CIMT ao longo do ano de 2013 incluído na conta de gerência

aprovada no início de abril pela Assembleia Intermunicipal da Comunidade. “É uma experiência única em Portugal. É uma resposta para as zonas de baixa densidade”, onde o transporte não tem rentabilidade e onde existe a necessidade de as pessoas se deslocarem até serviços que estão cada vez mais concentrados, afirmou. O serviço, que tem vindo a ser desenvolvido sobretudo com profissionais de táxis,

passa por uma central que regista os pedidos feitos pelas pessoas, na véspera, para um circuito que tem paragens, horário e tarifário definidos, e que aciona a viatura adequada em função do número de utilizadores. Para a segunda fase do projeto, foram já feitos contactos com os operadores nos concelhos do Sardoal e de Abrantes, indo agora iniciarse o processo de instalação do equipamento que per-

mite aferir o cumprimento dos horários e os quilómetros percorridos naqueles que aderiram. Para uma terceira fase estão a ser iniciados estudos nos concelhos de Ourém, Tomar e Vila Nova da Barquinha, ficando os restantes municípios que integram a CIMT para uma quarta fase, ambas a desenvolver ao longo do ano de 2015.

Empresários de Santarém pedem a deputados do PSD políticas de competitividade E m p re s á r i o s d o d i s trito de Santarém alertaram numa reunião com o grupo parlamentar do PSD, em Torres Novas, para a necessidade de políticas que facilitem o acesso a financiamento e de redução dos custos da energia. “Há grandes preocupações com os custos da energia e com o mau fornecimento em alguns casos. Em muitas empresas a energia representa um custo superior à massa salarial”, disse à Lusa a presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém, Maria Salomé Rafael. Num documento entregue no dia 10 de abril à direção da bancada parlamentar do PSD e aos deputados do partido eleitos pelo distrito, os empresários da região frisam que, em Portugal, “a energia não é competitiva”, com diferenças, no caso da eletricidade, de 10% a 20% (face a Espanha) e mesmo 40% (França).

“É por isso essencial concluir o mercado único da energia na Europa para se conseguir uma redução de custos da energia” e “melhorar significativamente a qualidade de fornecimento”, que em algumas regiões leva a custos com equipamentos e a quebras na produção, afirmam. Salomé Rafael frisou, ainda, as preocupações com o novo quadro comunitário, considerando fundamental que a “esmagadora maioria das verbas” vá para as empresas, permitindo a competitividade e a inovação. Apontou, também, a necessidade de recapitalização das empresas através do acesso a financiamento bancário “em condições razoáveis de disponibilidade e de custo” e em condições semelhantes às existentes no resto da Europa. Lusa

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Hália Costa Santos

Constância quer reforçar valências do jardim Camões

• O jardim horto recebeu, em 2013, cerca de 5 mil visitantes placas que transcrevem os versos do poeta que as referem. “Essas placas vão ser renovadas, abarcando os versos de Camões, mas acrescentando a imagem das flores, tendo em conta que algumas delas não são visíveis em todas as épocas do ano”, exemplificou Júlia Amorim. No projeto global, que vai ser candidatado a fundos comunitários e que ascende aos 500 mil euros, pretendese “criar condições que revitalizem o espaço envolvente e permitam a exploração de outros perfis no jardim”, que

recebeu cerca de 5 mil visitantes em 2013, tendo a autarca apontado as comemorações do 25º aniversário daquele equipamento, em abril de 2015, como a “altura ideal” para assinalar a sua “requalificação”. Em declarações ao JA, Ana Maria Dias, presidente da Associação Casa Memória de Camões, entidade que gere o jardim horto, disse que a área que circunda parte do jardim e a área muralhada vai ser sujeita a um projeto de restauração que envolverá a instalação de mais árvores, como plátanos e amo-

reiras, e a requalificação dos dois edifícios existentes, nos quais se prevê a instalação de um espaço multiusos, com espaço para receção, auditório e exposições. Ana Maria Dias afirmou que o “grande objetivo” é que o jardim prossiga no seu propósito de manter viva a memória do poeta, “divulgando e motivando o estudo da obra, vida e tempo de Camões junto dos mais diversos tipos de público”, nomeadamente o público escolar. Mário Rui Fonseca

O município de Sardoal vai avançar com a implementação de um Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico e Religioso, anunciou o presidente da autarquia, de modo a potenciar a história local as riquezas patrimoniais existentes. No dia em que terminaram as celebrações da Semana Santa e da Páscoa em Sardoal, e em que cerca de 10 mil visitantes afluíram ao concelho, segundo as contas da autarquia, Miguel Borges disse à Antena Livre que “é importante saber agora potenciar e projetar a tradição, a cultura da fé, da religiosidade e as riquezas patrimoniais ao longo de todo o ano, criando valor através do turismo religioso”. Para a concretização de um projeto que o autarca define como sendo de “criação de riqueza e de postos de trabalho, potenciando o que define e diferencia o concelho, com uma matriz de fé e religiosidade fortemente impregnada na cultura popular”, o município já elencou as necessidades de intervenção estratégicas para os próximos seis anos, no âmbito do próximo Quadro Comunitário de Apoio (QCA), que vai vigorar entre 2014 e 2020. Nesse âmbito, a autarquia vai criar um Centro de Estudos e Interpretação do Património (CEIP), no âmbito da fé e da religiosidade, promo-

vendo estágios e parcerias com instituições de ensino superior ao nível da investigação, projeto que apresenta um orçamento de 1,2 milhão de euros. “A ideia é lançar um roteiro turístico de âmbito religioso, que queremos articular com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMTejo) e interligar a outras rotas e motivos de interesse na região, sendo o caso de Fátima o mais evidente, criando um conjunto de roteiros que ofereça a possibilidade de visita ao território durante dois a três dias”, apontou Borges. “Em articulação com a Misericórdia e a Igreja, os turistas podem ser acompanhados em visitas guiadas por técnicos de turismo, da arte e do restauro”, acrescentou. Para a “recuperação, dinamização e projeção do património religioso” existente no território, a autarquia estima um valor “não inferior a 2 milhões de euros”, a que acrescem cerca de 300 mil euros para a criação de diversos núcleos museológicos no “âmbito da fé e do património religioso”. O projeto engloba a recuperação de peças de arte, como estátuas, estatuetas, quadros, altares e oratórios em talha dourada, pinturas e frescos das capelas e igrejas, e intervenções ao nível do património edificado.

Paulo Sousa

CM Constância

A um ano de comemorar 25 anos de existência, o jardim horto de Camões, em Constância, vai ser alvo de um trabalho de requalificação e reforço das suas valências, disse à Antena Livre a presidente da autarquia. Desenhado pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Teles e inaugurado em 1990 pelo então Presidente da República Mário Soares, com o objetivo de “perpetuar a vida, a obra e a época” do poeta, o jardim horto reúne toda a flora referida por Camões na sua obra, num total de 52 espécies, identificadas através de

Sardoal aposta no Turístico Religioso

Semana Santa do Sardoal é aposta para Desenvolvimento Turístico Religioso. O município de Sardoal vai avançar com a implementação de um Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico Religioso de modo a potenciar a história local as riquezas patrimoniais existentes no concelho, anunciou o presidente da autarquia, Miguel Borges. No dia em que terminaram as celebrações da Semana Santa e da Páscoa em Sardoal, e em que cerca de 10 mil visitantes afluíram ao concelho, segundo as contas da autarquia, Miguel Borges disse que “é importante saber agora potenciar e projetar a tradição, a cultura da fé, da religiosidade e as riquezas patrimoniais ao longo de todo o ano, criando valor através do turismo religioso”.

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Dezenas de embarcações cumprem homenagem à padroeira da Boa Viagem em Constância. Cerca de 200 pessoas e meia centena de embarcações enfeitadas cumpriram este ano em Constância o ritual de homenagem a Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira dos pescadores e das povoações ribeirinhas. Situada na confluência dos rios Tejo e Zêzere, Constância celebra secularmente a segundafeira da Boa Viagem como o seu feriado municipal, uma festa que decorre dentro de água, com o desfile fluvial, a bênção dos barcos e a participação de embarcações representativas da quase totalidade dos municípios ribeirinhos do Tejo desde Abrantes até ao mar.


REGIÃO 11

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Infraestruturas científicas e tecnológicas de 3,4 milhões de euros para o Médio Tejo O Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e o TAGUSVALLEY – Tecnopolo do Vale do Tejo viram aprovados, pelo programa Mais Centro, os seus projetos de consolidação e reforço dos laboratórios de Inovação Industrial e Empresarial (LINE.IPT), de Conservação e Restauro (LCR.IPT), de Assistência à Vida Assistida e Autonomia (VITA.IPT) e de Prevenção e Controlo de Riscos Naturais (NHRC.IPT). Promover a competitividade das empresas da região é o objetivo. Estas candidaturas ao Sistema de Apoio às Infraestruturas Científicas e Tecnológicas, no âmbito do Mais Centro - Programa Operacional Regional do Centro, vão contar com uma comparticipação do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) de 85%, e somam um investimento em equipamentos e estruturas de cerca de 3,4 mi-

lhões de euros. O projeto LINE.IPT – Laboratório de Serviços Partilhados de I&D+i, no valor de 2,5 milhões, visa a consolidação deste laboratório, instalado no TAGUSVALLEY – Tecnopolo do Vale do Tejo, em Abrantes, e a criação de um outro direcionado para a comunicação e imagem (LCI.

IPT). A candidatura aprovada para Tomar, no valor de cerca de 900 mil euros, pretende reforçar a capacidade de prestação de serviços ao exterior em três áreas: Conservação e Restauro do património; domótica (sistemas de apoio à vida para pessoas com autonomia reduzida); e

estudo e prevenção de riscos naturais, nomeadamente climáticos, geológicos e ambientais. Segundo Eugénio Pina de Almeida, presidente do IPT, “com o desenvolvimento destes projetos, o Politécnico reforça a posição de estrutura de apoio tecnológico ao tecido empresarial da região”.

CM de Abrantes apoia movimento associativo com 200 mil euros A Galeria de Arte de Abrantes, Quartel, foi o espaço escolhido pela CM de Abrantes para receber as diversas coletividades e associações do concelho que se fizeram representar por forma a assinarem os contratos de apoio para as suas atividades. O programa chama-se FinAbrantes e inclui as áreas da cultural, eventos, juventude, ação social e desporto.

Na cerimónia, que decorreu no passado dia 3 de abril e que apenas se dedicou às áreas da cultura, juventude e ação social, foram assinados 48 contratos, que representaram cerca de 200 mil euros de apoio camarário. Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, explicou que se trata de um “grande investimento” da parte da autarquia, para con-

tinuar apoiar o movimento associativo do concelho. “No total e em todas as áreas, é perto de meio milhão de euros de apoio para as coletividades do concelho, o que é significativo, uma vez que o orçamento municipal perdeu cerca de 5 milhões euros nos últimos quatro anos. Meio milhão de euros faz, assim, toda a diferença,” vincou a autarca.

“Nos últimos anos, têm aparecido mais projetos, mais movimentos associativos e, assim, há necessidade de dividir esta verba para ajudar e corresponder às necessidades de todos,” salientou ainda Maria do Céu Albuquerque. A CM de Abrantes recebeu 50 candidaturas ao FinAbrantes, das quais 48 acabaram por beneficiar do apoio financeiro. Joana Margarida Carvalho

Nuno Morgado assume comando dos Bombeiros Municipais de Sardoal Nuno Morgado, 36 anos, é o operacional que substituiu no dia 1 de maio José Curado como comandante dos Bombeiros Municipais do Sardoal. Morgado desempenhava desde 2006 as funções de adjunto do comandante daquela corporação, e rende José Curado, que deixa o cargo após 20 anos no exercício de funções. Para além de comandante dos Bombeiros do Sardoal, Nuno Morgado será também o comandante operacional municipal tendo como funções supervisionar o Gabinete Florestal, fazer um acompanhamento das equipas dos sapadores florestais, e todo um trabalho ao nível da defesa da floresta e prevenção de incêndios. Nuno Morgado é licenciado em Proteção Civil e encontra-se a concluir o mestrado na mesma área de estudos. A estrutura de comando integra ainda os operacionais Pedro Curado, como 2º Comandante, e o sub-chefe Paulo Rebelo, como adjunto do comando. Em declarações à Antena Livre, Nuno Morgado (NM) deixou um primeiro sinal sobre a forma como irá desempenhar a sua missão. Uma entrevista para ler na íntegra no site da Antena Livre e da qual recuperamos aqui um pequeno excerto. Que leitura faz deste convite/o que significa para si? Encaro este convite com normalidade. Nos últimos anos tenho trabalhado e

batalhado muito, quer ao nível profissional, quer ao nível de aquisição de conhecimentos académicos. Este convite acaba por reconhecer este meu esforço. Tudo farei para não desiludir quem confiou em mim. Que leitura faz do corpo atual de bombeiros, em termos de preparação para os diversos cenários de atuação? Embora haja sempre pontos a melhorar, poderse-á afirmar que o corpo de bombeiros está assente numa sólida estrutura composta por bombeiros profissionais e voluntários. Voluntários que, em minha opinião, apresentam um elevado grau de profissionalismo nas tarefas desempenhadas. Como diz o lema “Voluntários por opção, Profissionais na ação. Deveremos continuar com os elevados níveis de formação e instrução no Corpo de Bombeiros, em todas as áreas de atuação. A título de exemplo, poderemos referir as ações de instrução interna que serão desenvolvidas nos meses de maio e junho, por forma a preparar todo o efetivo para o combate a incêndios florestais.

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ESPECIAL ANIVERSÁRIO

A imprensa regional contada na primeira pessoa Enquanto título, o Jornal de Abrantes foi publicado pela primeira vez em 1884. Embora mantendo a mesma designação e o mesmo cabeçalho, acabou por surgir um novo Jornal de Abrantes, a 27 de maio de 1900, com características editoriais que o desligaram do anterior. É esta data que nesta edição assinalamos, apresentando um conjunto de artigos sobre episódios da história da imprensa regional em Abrantes, com a particularidade de serem assinados por alguns dos seus principais protagonistas.

Nota sobre os artigos que se seguem As datas e alguma outra informação dos artigos assinados por Alves Jana foram aferidas no livro “A imprensa periódica de Abrantes”, de Eduardo Campos. As imagens dos jornais foram cedidas pelo Arquivo Municipal Eduardo Campos.

Memória do jornalismo em Abrantes ALVES JANA

O primeiro texto que publiquei em Abrantes foi “Sinalização deficiente na cidade”, em 1969, não sei porquê no Jornal de Abrantes, há 45 anos. No ano seguinte comecei a publicar primeiro no Nova Aliança e depois no Correio de Abrantes. Era o trio de informação desta zona. O primeiro era mais conotado com o regime, se assim se pode dizer, o segundo era (e é) da Igreja Católica e o terceiro era um pouco mais arejado, não porque fosse crítico da ordem estabelecida, mas porque era mais informativo. Escrevo de memória, sem consultar documentação. Registe-se que, naquele tempo, tanto o JA como o CA tinham tipografia própria. A primeira, mais primitiva, com base na velhíssima técnica da caixa de tipos: o texto era composto letra a letra indo o tipógrafo

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buscar à caixa de tipos a letra ou tipo respetivo e assim organizava num tabuleiro cada página do jornal. O CA já tinha uma linotipe: o texto era escrito numa “máquina de escrever” que tinha acoplada uma pequena fundição que ia criando tipo a tipo até formar a palavra, sendo depois as palavras arrumadas no tabuleiro onde se compunha a página do jornal. Atenção, isto não foi na pré-história, era assim há 45 anos. O NA era impresso fora de Abrantes. Os dois primeiros eram semanários e este último quinzenário, se não erro. Em 1971, um “suplemento juvenil”, liderado pelo Jorge Lacão, onde cheguei a colaborar com um texto, ensaiava um arejamento no Jornal de Abrantes, mas isso era incompatível com o espírito do jornal e da época, por isso acabou depressa. Continuei a colaborar com o Jornal de Abrantes, mais aberto e mais

no centro da cidade, na Rua do Montepio. Durante anos fui uma espécie de colunista residente. O diretor era o Dr. Consciência. Lembrome de que, certamente em 1973, quando partiu de férias me entregou o jornal para eu assegurar a edição semanal. O Tó Marques, que continua entre nós, era o pilar que sustentava o jornal por dentro, como tipógrafo mas ao mesmo tempo jornalista. Era muito assim naquele tempo. Jornalistas profissionais? Só lá para as lisboas. Os jornais locais e regionais eram feitos em regime de serviço cívico, por cidadãos empenhados na sua terra. Lembro-me de que o Nova Aliança viveu uma renovação regionalista então muito apreciada. Mas que terminou quando o então diretor divulgou os nomes dos colaboradores. Um ou outro eram funcionários públicos e viram então, só por isso, o

seu posto de trabalho em risco. Terminou a renovação e o jornal voltou ao mesmo. Em 26 de Janeiro de 1974, o Correio de Abrantes saiu renovado. Uma equipa alargada assumiu o projecto de um novo jornalismo, desde o aspecto gráfico ao conteúdo. Foi uma pedrada no charco. Acontece que fui-me entregue o comentário nacional. Acontece também que veio à televisão um membro do Governo falar da crise do petróleo de 1973. Acontece ainda que eu fiz um texto inocente sobre essa intervenção televisiva. E aconteceu finalmente que, por causa desse texto ou com o pretexto desse artigo mas por causa do que aquele arejamento prenunciava, a experiência terminou logo no primeiro número, por ordem do proprietário. Apenas se publicou, no número seguinte, o material que já estava escrito. No Verão desse ano,

ainda o Expresso escrevia que era tempo de retomar o projecto interrompido em Abrantes. Mas não era. Ainda em 1973, eu integrava uma pequena equipa que no Pego animava a “Tribuna do Pego”, a presença da freguesia no jornal interparoquial A Nossa Terra, depois A Nossa Terra Natal. Na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, estive até às quatro da manhã a “tirar” do gravador e a “montar” uma entrevista à Direção da Casa do Povo do Pego, que tinha de ser enviada no dia seguinte, por correio, para ser publicada na edição de maio. Era assim naquele tempo. E foi assim que a essa hora liguei o rádio e descobri que se passava algo de anormal, mas que ainda não se percebia o que fosse. Depois, a vida acelerou em altas rotações. Também no jornalismo local


ESPECIAL ANIVERSÁRIO 13

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Depois do 25 de Abril Ainda se chegou a publicar e também aí colaborei, sob o chapéu do MDP/CDE, a força política da oposição antes do 25 de Abril e que se assumiu como um espaço de colaboração dos “democratas”, um boletim, cujo nome já não recordo. Mas terminou com a passagem do mesmo MDP a partido político. Ainda em 1974, em Novembro, já não recordo em que circunstância, participo numa equipa (Alves Jana, António Bandos, Mário Pissarra) que assumiu a renovação do Nova Aliança. Mais uma vez, foi ar a mais, os leitores constiparam-se e a equipa foi mandada regressar a casa. Em 1975, se não erro, procura-se retomar a experiência abortada de renovação do Correio de Abrantes em 1974, com a mesma equipa. Mas alguns dos elementos eram já de partidos diferentes e foi impossível o trabalho conjunto. Acabou-se. O jornal viria a acabar também dois anos depois em regime de agonia prolongada, se não erro. Ainda em 1975, o “Tribuna do Pego” autonomizou-se e nasceu naquela localidade, no âmbito da Secção Cultural que eu então co-dirigia, O Pegacho, que durou até 1977. E o jornalismo em Abrantes resumia-se ao Jornal de Abrantes, cada vez mais na mesma e com dificuldades acrescidas, pois a crise não é só de hoje, e ao Nova Aliança que não estaria melhor. Até que, em 1979, apareceu um furacão. António Colaço lançava a Ânimo, uma revista de intervenção cívica e cultural que, logo desde o nome, queria agitar as águas e as cabeças, não só de Abrantes mas da região. Foi importante, apesar de ter acabado depressa em 1980. Entretanto, um dos trabalhadores do Jornal de Abrantes foi despedido e indemnizado e precisava de ganhar a vida. Então, decidiu fundar um jornal e foi pedir à equipa de base que há poucos anos fizera a renovação do Nova Aliança, que assumisse a edição do jornal. E lá fomos, em Novembro de 1980, os três mais

o Geirinhas, assegurar a edição semanal do Notícias de Abrantes, com o primeiro número a publicar uma entrevista com Ramalho Eanes, presidente da República, que então visitou Abrantes. Por receio do proprietário, o nome que aparecia como director não era nenhum de nós, mas o do Tó Marques, seu irmão, que não fazia parte da equipa, mas colaborava no jornal. Foi uma experiência muito dura, pois quatro pessoas fazerem um jornal todas as semanas, ainda por cima com aposta forte na informação, não era pêra doce. Reuníamos uma vez por semana, fechávamos um jornal e programávamos o seguinte, saindo cada um de nós com trabalho de casa para a semana. E os tempos eram muito difíceis. Recordo que fomos discretamente ameaçados de morte ou coisa parecida por causa do trabalho que estávamos a fazer. Deixei esta equipa de trabalhos forçados quando, em 1981, fui colocado em Portalegre a fazer estágio profissional como professor, mas continuei a colaborar. Já não tenho memória exacta de como e quando, mas recordo que o braço forte do Notícias passou a ser o António Colaço, que continuou ali o “ânimo” que trazia da revista que entretanto findara.

As rádios piratas ou livres Entretanto, com as cheias de 1979, começa a esboçar-se o que viria a ser a RAL – Rádio Antena Livre (1981). Foi o tempo das “rádios piratas”, ou “rádios livres” segundo outros. Depois foi a Rádio Tágide (1988), primeiro como Rádio Tramagalense. E nunca mais Abrantes foi a mesma. Jornalismo diário, vivo, em cima do acontecimento e próximo das pessoas, passou a estar na ordem do dia e a meter alguma ordem nos dias. E pela primeira vez surgiram os jornalistas a tempo inteiro a assegurar “as notícias”, embora o essencial das rádios fosse feito por voluntários, desde os programas de animação aos de análise e crítica. Era um tempo

de aventura entura e de empenhamento cívico. Tive o primeiro contacto com a RAL em 1983, creio, como vereador entrevistado por António Colaço. Entrei sabendo que poderia sair preso, pois a rádio era ainda clandestina e os Serviços Radioeléctricos não deixavam os homens da RAL em paz. Depois de sair da Câmara, iniciei ali com o Eduardo Campos, em 1986, o “Disto e Daquilo” como espaço de

entrevista, análise e comentário, de âmbito alargado, incluindo político. Mais tarde tive também na RAL uma crónica semanal e colaborações várias como comentador. Na Tágide fui várias vezes convidado, sobretudo no “Hora 2”, o programa que o Curso de Jornalismo da minha escola ali assegurava todas as semanas e que foi uma escola de jornalismo.

• Ânimo: capa do nº1 (1979)

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Novo impulso nos jornais Em 1985 nasce o Jornal de Alferrarede. Embora com uma matriz de freguesia, nunca se fechou nesse espaço e sempre manteve o cunho muito pessoal do seu fundador e diretor. E lá, ou melhor, cá continua. Em 1992, o panorama do jornalismo em Abrantes não era nada bom. Ainda por cima, Barata Gil e Mário Claro, que asseguravam o Nova Aliança, puseram fim, por razões de idade, a essa colaboração. O padre José da Graça convidou os três que restávamos da primeira equipa do Notícias de Abrantes para pegarmos no jornal. Não aceitámos, mas ele colocou-nos perante um dilema: “Ou aceitam ou o jornal acaba”. Quem é que pode ser responsável pela morte de um jornal? Aceitámos, mas na condição de um de nós ser o diretor. A equipa decidiu que seria eu, alargou-se com a Teresa Aparício e lá fomos mais uma vez dar nova cara e nova alma a um jornal. Em 1997, nova pedrada no charco do jornalismo abrantino com o Primeira Linha. Um jornal com design arejado, com exigências de jornalismo profissional. Ah, e com gestão empresarial, coisa que sempre faltou. Também dali me pediram colaboração, com uma crónica semanal. Em 1999, nasce a ESTA e com ela o curso de jornalismo, de que Abrantes iria colher vários contributos, incluindo a atual diretora do JA. Em 2005, o Gazeta do Tejo, que se publicava na Barquinha, foi comprado para Abrantes. Pediram-me para dirigir a nova aposta de renovação. Aceitei. Mas ao fim de três meses constatei ser impossível levar o processo para diante. Foi então que pela primeira vez um jornal de Abrantes teve a dirigi-lo um(a) profissional, no caso Margarida Trincão.

Que viria depois a deixar o jornal e a surgir à frente do Abarca que, fundado em 1990 em Constância, transitou então para o Tramagal e ainda hoje ali se publica. Também com ele comecei a colaborar. No início de 2009, a pedido dos trabalhadores da Antena Livre, entretanto adquirida pelo Grupo Lena, assumi a direção da rádio para fazermos o seu reposicionamento e viabilização económica. Em Abril desse ano, o Grupo Lena comprou o Jornal de Abrantes, que foi necessário pensar de novo desde os conteúdos até à dinâmica comercial. Dois anos depois, por razões várias deixei o projeto e mantive-me como colaborador, tanto da rádio

Da duração dos jornais Jornal de Abrantes Correio de Abrantes Nova Aliança A Nossa Terra (Natal) O Pegacho Ânimo Notícias de Abrantes Jornal de Alferrarede Primeira Linha Gazeta do Tejo

1900 - … 1926 - 1977 1952 - … 1973 - (1974)* 1975 - 1977 1979 - 1980 1980 - 1988 1985 - … 1997 - 2010 2005 - 2006

* O jornal foi obrigado a mudar de título, por já existir um outro registado com o primeiro nome. Para lá destes, outras publicações foram surgindo com papéis menos relevantes: Círculo (1967), da Escola Industrial e Comercial de Abrantes, Souto do Zêzere (1970), no Souto, Arca de Noé (1970), da Escola D. Miguel de Almeida, o Noticiário da Liga dos Amigos de Abrantes (1950), o Boletim da ADEPRA (1980) e tantas outras que se foram multiplicando com as novas facilidades de impressão.

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como do jornal. E por isso me foi pedido este olhar, por dentro, do que tem sido nas últimas décadas o jornalismo em Abrantes. E faço-o sobretudo em homenagem a todos quantos, voluntários e profissionais, desde há 130 anos, temos vindo a fazer e refazer os jornais, e agora as rádios, que são instrumentos insubstituíveis de uma vida social de

qualidade.

Para desfazer o nó da confusão Não confundir o Jornal de Abrantes de 1900, que ainda hoje se publica, com um outro que foi o primeiro a publicar-se em Abrantes e tinha o mesmo nome. Contudo, o segundo, quando apareceu, dizia

expressamente na primeira edição: O “Jornal de Abrantes”, que agora vê a luz da publicidade, não é a continuação d’aquelloutro. Esta coincidência de nomes viria a dar origem a uma novela curiosa. Em 1984, era eu vereador da cultura, assinalou-se em Abrantes o centenário da publicação dos primeiros jornais em Abrantes, o Jornal de Abrantes em 16 de Março de 1884 e o Correio de Abrantes em 9 de Novembro também de 1884. Era a celebração do primeiro centenário do jornalismo abrantino, nada mais. Contudo, por ignorância ou oportunismo, passado algum tempo o Jornal de Abrantes veio a contradizer o que até aí assinalava como data de fundação e assumiu-se, de forma errada, como fundado em 1884. A verdade é que o primeiro Jornal de Abrantes acabou alguns meses depois, em Outubro de 1884. Quanto ao segundo, é este que ainda hoje se publica. Também “Correio de Abrantes” foi nome de dois jornais, o primeiro fundado em 1884, como acima fica dito, não se sabendo quando deixou de se publicar, e o segundo a aparecer apenas em 1926, para se finar em Abril de 1977.


ESPECIAL ANIVERSÁRIO 15

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Os inícios da imprensa periódica em Abrantes Segundo o historiador José Tengarrinha a imprensa periódica – que surgiu inicialmente em Portugal nos meados do séc. XVII – conheceu no nosso país a sua organização como indústria cerca de 1875 (portanto, no último quartel do séc. XIX), a partir da transformação progressiva do seu papel de veículo de propaganda política partidária em atividade empresarial, movimentando capitais consideráveis e processos mecânicos significativos. Nos meados da segunda metade do séc. XIX, os jornais da geração de 50 são ainda claramente de propaganda, aliás com um tempo de vida bastante curto, como foi o caso de O Eco dos Operários (de Lopes de Mendonça e Sousa Brandão) em Lisboa e A Esmeralda e A Península, no Porto. Também basicamente de propaganda e de curta vida são os da geração de 70, A República e O Republicano, em Lisboa, e a Gazeta Democrática, no Porto. No entanto, com a ascensão da propaganda republicana, sobretudo a partir do ultimato inglês de 1890, vão sendo criados e difundidos inúmeros jornais pela província fora, quer nas cidades, quer nas principais vilas, registando-se entre 1894 e 1900 um movimento de criação de periódicos (sobretudo de cariz republicano), com o aparecimento de mais de 500 novos títulos por todo o país. Uma grande parte desta imprensa, bem como os centros republicanos que se foram formando um pouco por todo o país, ajudou o partido republicano a conseguir pôr termo ao regime monárquico e a levar à instauração da república em Portugal. Curiosamente, o primeiro jornal que nasceu em Abrantes, em 16 de Março de 1884, não foi um jornal ligado à propaganda de qualquer dos partidos políticos do regime ou da oposição da altura, mas foi editorialmente um semanário independente e predominantemente literário, fundado por um advogado nascido em Santarém, Alfredo Holtreman, formado em Coimbra e que exerceu advocacia em Lisboa, também proprietário dos terrenos que dariam posteriormente origem ao estádio do Sporting Clube de Portugal e a quem D. Carlos outorgou o título de 1º Visconde de Alvalade. Trata-se do primeiro título denominado Jornal de Abrantes, impresso na Tipografia Abrantina, que foi criada ou adquirida por Alfredo Holtreman e que teve uma existência

efémera, publicando apenas 32 números, até 19 de Outubro de 1884. Talvez a sua curta duração tivesse a ver com o seu afastamento ideológico das lutas político- partidárias, como o reconhece o seu fundador: Bem sabemos que ao “Jornal de Abrantes” falta a côr local que o tornaria apetitoso, lhe grangearia a estima dos assinantes, e porventura aumentaria o numero das assinaturas… Mas que diabo! A terra produz idyllios e melancias, e o paladar embotado dos leitores reclama escândalos e camarões. (Nº7, de 27 de Abril de 1884). Cabe aqui referir, por último, que o jornal que teve o primeiro título de Jornal de Abrantes, nada parece ter a ver com o seu homónimo nascido em 1900: o segundo título de Jornal de Abrantes começa com a sua numeração pelo início e não pela continuação do número da edição do último publicado anteriormente. E tem como referência ser um “semanário republicano democrático”, o que faz toda a diferença entre estes dois tipos de publicação. Por outro lado, na sua última edição de 19 de Outubro, o fundador do primeiro título anunciava a venda da tipografia e pretendia que o novo proprietário criasse um jornal diferente, com outra orientação política. E de facto assim sucedeu quando

Solano de Abreu, estudante de Direito em Coimbra, natural de Abrantes, que já se tinha destacado pela dinamização de vários jornais académicos na cidade universitária (A Porta Férrea, Coimbra em Fralda), além da revista No País das Arrufadas, e que até já tinha colaborado no jornal fundado por Alfredo Holtreman, ainda antes de concluir a sua formação académica, passou a dirigir o jornal Correio de Abrantes, a partir de 9 de Novembro de 1884, na sua qualidade de militante do Partido Progressista, que era portanto um partido monárquico, que haveria de chegar ao poder em 1888. Solano de Abreu viria ainda a editar A Nova, que era um jornal literário e antijesuitico, fundado também nesse ano de 1888. Por sua vez, a outra força política monárquica, o Partido Regenerador fundou O Abrantino, em 22 de Abril de 1886. Do lado da oposição socialista surgiu A Voz do Artista, em 25 de Dezembro de 1896. Mas foi do lado republicano, como de resto um pouco por todo o país, que surgiram mais títulos: Abrantes, “semanário democrático republicano independente”, fundado por José Aires Pereira de Lemos, em 6 de Agosto de 1892 e que haveria de publicar 14 números; e o segundo Jornal de Abrantes, que foi dirigido

por Manuel Oliveira Netto, que é o verdadeiro antepassado deste atual jornal, fundado em 1900 e, como já foi referido, na qualidade de “semanário republicano democrático”.

Fontes: (1) José Tengarrinha, “História da Imprensa Periódica em Portugal” (2) Eduardo Campos, “A Imprensa Periódica de Abrantes”

Rolando F. Silva

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16 ESPECIAL ANIVERSÁRIO

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À espera de (re)nascer?... Abrantes sempre foi, por tradição, o pólo editorial da nossa sub-região, estendendo as coberturas noticiosas aos concelhos vizinhos (Sardoal, Mação, Constância, Vila de Rei). Lembro-me bem da importância dos jornais publicados na cidade. Jornal de Abrantes, Nova Aliança, Correio, Notícias, eram instituições respeitadas, com influência nas opiniões públicas locais. Embora de produção amadora contavam com colaboradores generosos e entusiastas, enquadrando a “massa cinzenta” que existia nos territórios. Apesar das ideologias ou doutrinas as suas filosofias editoriais cumpriam a função com eficácia. Depois a “velha” RAL foi decisiva, ao romper com o ancestral amadorismo nos métodos, criando uma funcionalidade profissional, donde se destacava um departamento de informação a tempo inteiro, ao qual me orgulho de ter pertencido. Aqui se iniciou o “jornalismo profissional” em Abrantes. Entretanto surgiu a Tágide, a revista Tudo como Dantes?, notável exemplo de “jornalismo cultural” e o Primeira Linha, empreendimento de referência, independente e pluralista, distinguido a ní-

vel nacional. Outras iniciativas com interesse foram o aparecimento da Gazeta do Tejo e as diversas versões de Abarca, uma das quais sob a direcção de Patrícia Fonseca, ficará na

história como um projecto superior, difícil de igualar no presente ou em tempos vindouros. Mas isto é passado. Nos dias de hoje a nossa imprensa de proximi-

dade reflecte, infelizmente, o estado da nossa região (e sub-região), ou seja, está anémica e decadente. Sei que os jornalistas, e as equipas, trabalham muito e ganham pouco

(quando ganham), que a motivação é fraca e que as situações laborais são precárias. Sei das imensas dificuldades, dos meios escassos e da quase ausência de fontes de rendimento imprescindíveis como a publicidade. Só que, por via disso, a nossa imprensa, em geral, transformou-se num mero emissor das agendas oficiais (cujas mensagens são transcritas, quase sempre, sem qualquer tratamento técnico), acomodada às redacções, amiga dos municípios, das empresas e das pessoas com estatuto. A nossa imprensa, hoje, não estimula o debate social, não promove a discussão e a polémica, não assume uma perspectiva crítica de contrapoder, não vai aos sítios (às vezes, telefona), não cheira, não mexe, não chateia. Sinal de que a nossa região vegeta, atingida por um espírito caduco e resignado. Foi vencida, aos poucos, pela desertificação humana e pelo desinvestimento estrutural. Está sem futuro e sem esperança. A nossa imprensa está às voltas no interior deste útero. À espera de (re)nascer?... Mário Jorge Sousa

Texto escrito com a “grafia antiga”

Curioso! Acabei de descobrir que é muito mais difícil escrever a experiência vivida no jornalismo, do que redigir uma notícia ou fazer uma reportagem. Dei-me conta de quantos anos passaram, quantas memórias desalinhadas, perdidas no tempo e sem datas exactas. Ontem como hoje, a mesma paixão pelo jornalismo. Foi para mim uma verdadeira escola de vida e, embora tenha deixado o jornalismo há cerca de uma década, guardo orgulhosamente a carteira profissional desses anos e nas veias ainda corre o espírito dessa paixão, da notícia feita da verdade, livre, sem qualquer tipo de compromisso. Recordo os primeiros passos na RAL - Rádio Antena Livre, nos estúdios das Arreciadas, antes da legalização das Rádios Locais. Os meios que existiam nada tinham a ver com as tecnologias da actualidade, mas as reportagens e os directos eram uma das grandes apostas. O meu primeiro directo foi de um evento no Hotel de Abrantes, pela mão do Mário Jorge de Sousa e em estúdio estaria a Fernanda Mendes. Na redacção de informação da RAL, a equipa definia linhas de trabalho, o telex ia per-

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DR

Uma escola de vida

dendo importância e as notícias faziam-se do pulsar e da vida da região, desde as entrevistas políticas, à actualidade diária, passando pelas iniciativas culturais e sociais, valorizando sempre o que de melhor se fazia em tantas Associações da região, no teatro, no folclore, na preservação das

tradições. Na política faziam-se perguntas, levantavam-se questões e gerava-se o debate.. A RAL foi uma verdadeira escola de jornalismo de proximidade. No mais remoto cantinho da região onde houvesse motivo, nós íamos lá e fazíamos a notícia, sem olhar

às horas ou às dificuldades, com a irreverência e o entusiasmo da juventude. O respeito pela ética que a profissão exige e o rigor que colocávamos em tudo o que fazíamos, conquistaram a confiança das populações e dos responsáveis dos diferentes sectores sociais.

No mesmo dia acompanhei uma conferência de imprensa política, uma família viver numa barraca e um evento cultural cheio de brilho. Foi nesta diversidade que nasceu a minha experiência de vida e que, ainda hoje me acompanha, mostrando-me que o mais importante são as pessoas, quaisquer que sejam as suas circunstâncias. Foram duas décadas ao serviço do jornalismo. Após a legalização das rádios locais, passei pela Rádio Tágide, também com o desafio da informação diária, as entrevistas semanais ou as emoções das noites eleitorais. Depois a imprensa escrita, que se iniciou no Nova Aliança e que se prolongou por uma década. Pelo meio, em paralelo e durante alguns anos, a experiência de um semanário: O Ribatejo. Foram duas décadas de jornalismo e hoje, que exerço uma profissão diferente, posso afirmar que o jornalismo regional, feito de proximidade e diversidade, sem a especialização das grandes redacções nacionais, foi para mim, sem dúvida, uma verdadeira escola de vida. Amélia Bento

Texto escrito com a “grafia antiga”


ESPECIAL ANIVERSÁRIO 17

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Da voz à escrita, Abrantes marcou pontos Pode parecer um paradoxo mas a comunicação social em Abrantes teve momentos áureos que contrastam, e muito, com a actualidade. Pessoalmente, são três os marcos que me continuam na memória. Do nervosismo do primeiro directo na rádio aos momentos intensos da política local no início dos anos 90. A transmissão em directo das Assembleias Municipais de Abrantes, como hoje um qualquer canal de informação transmite os debates da Assembleia da República. O jornalismo com comentários e análises, à escala local, marcaram, e muito, o jornalismo em Abrantes. No final da década de 90, um desfio enorme. Ajudar a fazer nascer um novo projecto, um jornal regional que queria ser líder na região. Mais actual, mais arejado, mais moderno. E assim aconteceu. Num ano o “Primeira Linha” consegue a distinção de imprensa local, prémio atribuído

pelo Clube de Jornalistas. A produção de suplementos e revistas que hoje em dia fazem parte do quotidiano da imprensa dita “nacional” eram uma novidade. Já no novo século, o regresso à rádio, num projecto moderno, empresarial e de reconstrução daquela que sempre foi considerada a pioneira das rádios em Portugal. 2003 e 2005 foram anos intensos e emotivos com a cobertura dos incêndios florestais que assolaram toda esta região à volta de Abrantes. Afinal, o que hoje é normal em qualquer canal de televisão. Para além destes marcos, pessoais, ficaram na memória tantos outros momentos, mais antigos ou recentes, que revelam a importância, nos formatos tradicionais ou nas novas tecnologias, do jornalismo de proximidade, como sejam o Jornal de Abrantes ou a rádio Antena Livre. Jerónimo Jorge

Texto escrito com a “grafia antiga”

Os mais velhos acolhiam os Irreverência da juventude mais novos e vontade de comunicar

Corria o ano de 1989. O recém-criado Clube de Jornalismo da Escola Secundária Nº2 de Abrantes iria iniciar um programa radiofónico e estava a fazer audições de vozes para apresentadores. Eu fui. Li o texto que me mandaram e, da régie, ouvi alguém dizer: “Tem a voz nasalada”. Entrei em pânico e pensei que a minha exclusão tinha acabado de ser decretada. Mas reuni coragem e perguntei: “Isso é bom ou é mau?” Pelos vistos, era bom. Fiquei, apresentei o Hora Dois até sair do secundário e ainda voltava muitas vezes nas férias. Nunca mais me desliguei da rádio. Estudei e trabalhei em Lisboa até que me apresentaram uma proposta para regressar “a casa”. Voltei… e voltei à rádio. E aos jornais. Foram anos intensos, de experiências novas e de novos conhecimentos. E éramos, nós, jornalistas, um grupo “engraçado”. Os mais velhos que acolhiam os mais novos de braços abertos e nunca mostraram cara feia nem se

recusaram a ensinar nem a partilhar conhecimento. E é aqui que não posso deixar de lembrar alguém muito especial que marcou esta minha caminhada. Estejas onde estiveres, obrigada Mário Semedo! Em 12 anos de imprensa regional, muito mudou. Para além dos políticos que se sucedem em cada eleição, também as caras na comunicação social foram alternando. Excetuando o “núcleo duro” de jornalistas mais experientes, fomo-nos sucedendo. Mas a maior diferença foi a quantidade de órgãos de comunicação social que existiam. Passados doze anos, sobram os dedos das mãos para contarmos os que resistem. Mas quem me conhece sabe que sou uma otimista por natureza. Acredito, mas acredito mesmo, que voltaremos a ter um leque mais diversificado de órgãos de comunicação social regional. Faz falta! Patrícia Seixas

Decorria o ano de 1983 quando dei os primeiros passos na comunicação social. Em conjunto com 3 amigos e sob a influência da RAL em Abrantes, da Rádio Juventude em Castelo Branco e das aulas de Jornalismo no Liceu, o bichinho da rádio despontou. Com muito entusiasmo superaram-se dificuldades para colocar no ar a Rádio Tramagalense. Aos 17 anos, a irreverência da juventude e a vontade de comunicar foram mais fortes que os riscos da “pirataria”. As rádios locais fizeram parte da nossa vida e, também, da vida dos ouvintes. A experiência valorizou-se pelo contacto com o auditório, os diretos, o calor e os dramas vividos nas reportagens, o agradecimento de quem encontrou no nosso trabalho o eco das suas reclamações, desejos ou frustrações, foram uma motivação para continuar sempre.

A cobertura das cheias de 1990 nos primeiros dias ao serviço da RAL e a dos grandes incêndios em 1995 ao serviço da Tágide foram as reportagens que mais me marcaram, onde vivi o drama das populações na primeira pessoa. Tempos em que as rádios trabalhavam para e com os ouvintes, suas vivências, tradições, e anseios e, onde me senti muitas vezes em família no meio de desconhecidos, criando um sentimento de dever cumprido. De 1983 até hoje, muitas palavras e emoções se viveram. Das experiências da escrita no jornal do Liceu, ao boletim do Grutejo; da direção de Estação da Tágide, jornalista na RAL, diretor de programas na Rádio Urbana e diretor adjunto de produção na Rádio Monsanto. Foi uma tentação e um prazer fazer. Rui Pimenta

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18 REGIÃO

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Património do Rossio ganha nova projeção com Associação Envolve

minério, em cerca de 100 anos, e com a tecnologia então disponível.

DR

Envolve.Património é um projeto implementado, desde outubro de 2013, na Envolve – Associação de Desenvolvimento, sediada no Rossio ao sul do Tejo, Abrantes, e que se encontra a ser promovido na plataforma do BES-Crowdfunding.

A Associação Envolve, de Rossio ao sul do Tejo, está a desenvolver o Envolve.Património, um projeto que se quer implementar numa freguesia que deve grande parte da sua herança histórica e patrimonial ao facto de ser uma região que deteve grande parte da indústria do concelho no início do século XX. Conceição Guerreiro, coordenadora do Envolve.Património, refere que este é um projeto de cariz social “assente nas necessidades sentidas e nas oportunidades a criar numa zona possuidora de uma história cultural de estruturas intemporais”. Este projeto tem como objetivo desenvolver estratégias que permitam a transmissão de conhecimentos, contribuir para a integração social e para a recuperação cultural e patrimonial do Rossio ao sul do Tejo, criar um dinâmica de interação entre as classes sociais a abranger e as diversas faixas etárias, contribuindo para o desenvolvimento local e patrimonial. Segundo observou Conceição Guerreiro, o objetivo do projeto passa por implementar no Rossio um Gabinete do Acervo Digital, um Gabinete de Artesanato, um Gabinete

Ouro em Vila de Rei desperta cobiça internacional

• A equipa que se lançou no projeto de desenvolvimento local e patrimonial de Animação Cultural e uma Oficina de Práticas Artísticas.

Projeto para envolver o património procura investidores À procura de “backers” que apoiem o projeto, este conta já com o apoio de uma instituição bancária responsável por uma plataforma associada ao mesmo, e que incide na apresentação do desenho programático, do grupo de trabalho envolvido, e na justi-

ficação da candidatura à plataforma, por forma a que a Envolve consiga angariar o valor de cinco mil euros necessários à plena concretização do mesmo. “As contrapartidas oferecidas aos investidores constituem-se em serviços prestados e produtos, integrados no projeto”, apontou Alexandre Carrança, o coordenador técnico do Envolve.Património. “A importância de desenvolver este projeto no Ros-

Equipa Envolve.Património: Conceição Guerreiro Coordenadora do Envolve.Património.

Acervo Digital Alexandre Carrança: Coordenador Técnico Joana Valente: Técnica de Informação e Multimédia João Damas: Gestor de Arquivo Pedro Picado: Design de Comunicação e Gestão de Plataformas Digitais Pedro Ramos: Técnico de Audiovisuais e Multimédia Sara Antunes: Recolha e Processamento HistóricoPatrimonial Tânia Pissarra: Comunicação

Artesanato Carlos Cravo: Artesão Raquel d’Almeida: Artesã

sio ao sul do Tejo deve-se ao facto de esta freguesia, na periferia da cidade de Abrantes, ser um ponto estratégico e convidativo ao desenvolvimento, com recursos naturais, culturais e patrimoniais extraordinários”, referiu Carrança. O Envolve.Património é apoiado pelo IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, que no âmbito do Programa CEI - Património assegura, desde outubro de 2013 e até ao final do programa, previsto para 2015, os recursos humanos necessários para a implementação do projeto. Desde o apetrechamento das salas, cedidas pela FRASAM - Fundições do Rossio de Abrantes, em colaboração com a junta de freguesia do Rossio ao sul do Tejo, com mobiliário, equipamento informático, entre outros, a Envolve.Património aposta na captação de investimento e apoios financeiros privados para a criação de um centro de micro-indústria na perspetiva de promoção do próprio emprego. Mário Rui Fonseca

A mentirinha de abril na última edição do JA, relativamente a uma nova corrida ao ouro em Vila de Rei, era, afinal, e como já desconfiávamos na redação do jornal, uma meia mentira que poderia vir a revelar-se como verdadeira. E assim foi, ou, assim é. Um contrato foi já assinado entre o Governo e a MedGold Resource, empresa canadiana, para prospeção e pesquisa em Vila do Rei, projeto que abrange ainda os municípios de Ferreira do Zêzere, Abrantes, Sardoal, Tomar, Vila de Rei, Sertã, Ansião, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos e Penela. A licença visa a prospeção e pesquisa de ouro e tem um período inicial de três anos, a que se podem somar mais dois. Não se verificam no terreno, em Vila de Rei, grandes movimentações de terras, maquinaria de prospeção e furo de terrenos, abertura ou reabertura de antigas minas de ouro. Não. Desta vez não são os mil réus a explorar os terrenos no atual Milreu, vigiados pelos romanos, exploradores das dezenas de minas de ouro na, então, inóspita região. Dali, das profundezas dos terrenos de Vila de Rei, contam os estudiosos que foram retiradas entre 3 a 8 toneladas do precioso

Foram retiradas 3 a 8 toneladas de precioso minério Hoje, os trabalhos estão a decorrer com o máximo de discrição possível, e os geólogos no terreno evitam a exposição pública. “São três a quatro pessoas e estão a fazer prospeção no sentido de direcionarem os trabalhos de exploração”, referiu ao JA Paulo César, vice-presidente da autarquia, sem referir sítios, ou lugares. O segredo continua a ser a alma do negócio. Paulo César, que não reconheceu a brincadeira de abril do JA como uma mentira – “pensei logo que já sabiam mais qualquer coisa” -, reconheceu, no entanto, que a empresa “já mantém algum diálogo” com os responsáveis da Câmara Municipal de Vila de Rei, que presta apoio algum logístico, nomeadamente na área da cartografia. Para o autarca, “importante, importante, era que, dois mil anos depois dos romanos, as novas minas de ouro de Vila de Rei criassem postos de trabalho, atraíssem turistas e melhorassem a qualidade de vida das pessoas” no concelho. Um assunto para conferir e acompanhar nas próximas edições do Jornal de Abrantes.

PEREGRINAÇÃO NO TEJO, 70 ANOS DEPOIS DE O ÚLTIMO BARCO COM CORTIÇA TER RUMADO EM DIREÇÃO A LISBOA

Cruzeiro fluvial em honra de Nossa Senhora dos Avieiros O “II Cruzeiro dos Avieiros do Tejo” terá início no dia 17 de maio, em Alvega, com destino ao estuário do Tejo, entre Paço d’Arcos e Trafaria. Trata-se de um cruzeiro fluvial, feito em embarcações típicas do Tejo, como o tradicional “picoto” e a “bateira”, que transportam a imagem

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de Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo, em peregrinação às aldeias avieiras nas margens do rio. Esta é uma iniciativa da AIDIA (Associação Independente para o Desenvolvimento Integrado de Alpiarça) que conta como o apoio da Envolve (ver texto

em cima), no que diz respeito à primeira etapa da procissão, entre Alvega a Constância. A procissão será integrada no Mercado Ribeirinho a realizar durante esse fim de semana, promovido pela TAGUS, que apoia este evento como parceira. O principal objetivo deste

evento é o de “aproximar comunidades vizinhas do Tejo, tendo por base a sua identidade cultural e religiosa, restabelecendo simbolicamente a ligação fluvial da região de Abrantes com o grande estuário do Tejo, interrompida há 70 anos”. Simultaneamente, o cruzeiro

dará o seu contributo noutros aspetos relevantes em termos culturais, religiosos e ambientais: preservação da cultura avieira; reforço da identidade das comunidades avieiras e ribeirinhas; consagração de um ato religioso; defesa e divulgação do rio Tejo.

O evento, que pretende ter visibilidade a nível nacional, assinala ainda o ano de 2014, uma vez que faz agora 70 anos que saiu de Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, o último barco com cortiça em direção a Lisboa.


EDUCAÇÃO 19

MAIO 2014

Câmara de Abrantes investe 1,6 milhão de euros na aquisição do Colégio de Nossa Senhora de Fátima

A aquisição do Colégio de Nossa Senhora de Fátima (edifício instalado na Rua Ator Taborda e inaugurado em outubro de 1940, no centro da cidade, com dois pisos, amplas salas, espaços educativos ao ar livre e parque de estacionamento) tinha sido anunciada em fevereiro pela autarquia, tendo o desfecho do processo negocial entre a Câmara Municipal e as Irmãs da Congregação de Santa Doroteia sido conhecido no dia 8 de abril, em reunião do executivo. As aulas que ali decorrem em contexto de ensino particular irão continuar até ao final do ano letivo 2015-2016, data após o qual o edifício irá

Mário Rui Fonseca

A Câmara de Abrantes anunciou a celebração de um acordo financeiro de 1,6 milhões de euros para a aquisição do Colégio de Nossa Senhora de Fátima, onde irá instalar um novo Centro Escolar do 1.º ciclo.

• Depois das obras, alunos das escolas nº2 e Quinchosos vão passar para o edifício do Colégio ser alvo de obras de adaptação para acolher os cerca de 200 alunos provenientes da Escola n.º 2 de Abrantes e da Escola dos Quinchosos, ambas do 1.º Ciclo, vincou a presidente do município, Maria

do Céu Albuquerque. A medida foi anunciada na reunião de executivo municipal e vai implicar a anulação da construção do Centro Escolar do Barro Vermelho, um investimento orçado em 3,6

milhões de euros. “O valor da aquisição é de 1,6 milhão de euros”, anunciou a autarca, tendo referido que ainda vai ser necessário “fazer o levantamento das necessidades da intervenção

a realizar”, para concretizar o plano de reabilitação do edifício. “Temos algum tempo para desenhar o projeto, tendo em conta que o Colégio só vai deixar de funcionar em

junho de 2016, e só a partir dessa data iniciaremos as obras de reconversão para Centro Escolar”, um equipamento que vai ter capacidade para cerca de 300 alunos. Maria do Céu Albuquerque manifestou a sua “satisfação” pelo acordo celebrado permitir que o investimento decorra no centro histórico da cidade, conferindo “novas dinâmicas” à zona e permitindo “manter as memórias” de um colégio que está há cerca de 70 anos a funcionar em Abrantes. A autarca disse ainda que vai dar o seu “apoio à iniciativa privada”, tendo em conta as aulas que ali decorrem em contexto de ensino particular, tendo afirmado ser uma “mais valia competitiva” para o concelho a existência de oferta privada ao nível da educação. Mário Rui Fonseca

CCDR dá luz verde para construção do Centro Escolar de Montalvo A Câmara de Constância recebeu luz verde para a construção do Centro Escolar de Montalvo, avaliado em 1,3 milhão de euros, infraestrutura que vem completar a rede de estabelecimentos escolares prevista na Carta Educativa concelhia. A presidente da Câmara de Constância, Júlia Amorim (CDU), disse ao JA que a candidatura “já foi aprovada” pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, tendo observado que a nova infraestrutura “aglutinará no mesmo espaço os cerca de 100 alunos do pré-escolar e do 1º ciclo” daquela freguesia, ficando devidamente equipado para responder às ne-

cessidades destes dois níveis de ensino. Segundo a autarca, o futuro Centro Escolar de Montalvo, que vai construído de raiz e terá capacidade para cerca de 150 alunos, será um “polo aglutinador” de várias atividades ligadas à educação, no qual, cumulativamente, a sala polivalente, o refeitório, a biblioteca e o pátio principal poderão ser utilizadas pela comunidade local. Deste modo, salas de estudo, biblioteca, cozinha, refeitório, instalações sanitárias, sala polivalente, zonas de recreio, recinto desportivo, zonas verdes, pátios, salas de atividades, arrumos, entre outras, são as diversas áreas que integrarão o novo

Centro Escolar de Montalvo, que vai juntar no mesmo espaço os alunos de duas escolas do 1º ciclo e de um jardim de infância. “Esta é uma infraestrutura que vem completar a rede de estabelecimentos escolares prevista na Carta Educativa do concelho”, frisou Júlia Amorim, no âmbito do redimensionamento e requalificação do seu parque escolar, e que, a par do Centro Escolar de Constância e do de Santa Margarida da Coutada, estes dois já em funcionamento, representam um investimento global no setor da educação que ascende aos 5,1 milhões de euros. A construção do Centro Escolar de Montalvo tem um

prazo de execução de um ano e a autarquia prevê a sua entrada em funcionamento no ano letivo 2015-2016. A previsão orçamental é de aproximadamente um milhão e trezentos mil euros, a qual terá um apoio financeiro de 940 mil euros. A parte não financiada do projeto, que se estima em cerca de 360 mil euros, será assegurada pelo orçamento da Câmara Municipal de Constância. A estes valores, Júlia Amorim soma 200 mil euros de “investimento não comparticipado” na construção de acessos ao futuro Centro Escolar de Montalvo. MRF

O Rotary Club de Abrantes (RCA) realizou mais um rastreio auditivo e visual a todas as crianças do 1º ciclo das escolas de Abrantes, Sardoal e Mação. Desta vez, foram envolvidos 339 alunos. Desde 2002 que o RCA realiza o rastreio à visão e em 2010 passou a fazer também o rastreio à audição. Estas ações permitem despistar e resolver situações anómalas que às vezes passam despercebidas. Em comunicado, o RCA explica que não pretende substituir-se ao sistema educativo, mas antes assumir-se como “parte atuante e interessada da nossa comunidades escolar”, garantindo que todos os jovens tenha as melhores condições de aprendizagem. Para concretizar este rastreio o RCA conta com o apoio de diversas entidades e empresas, incluindo a Associação Portuguesa de Prevenção Visual e a Clínica do Ouvido.

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20 EDUCAÇÃO

MAIO 2014

ESCOLA DR. MANUEL FERNANDES FUNCIONA ATUALMENTE EM “DOIS MUNDOS DISTINTOS”

As obras de requalificação da Escola Básica e Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, interrompidas em setembro de 2012, vão ser retomadas ainda durante o 2º trimestre deste ano, anunciou a Parque Escolar. Os trabalhos de requalificação e ampliação da Escola Secundária Manuel Fernandes, suspensos desde setembro de 2012, implicam um investimento global de 15 milhões de euros e um período de intervenção de cerca de 18 meses, tendo os trabalhos sido interrompidos devido a “dificuldades de financiamento” com que a Parque Escolar se confrontou no final de 2011, após conclusão da fase 1 da construção. Em declarações à agência Lusa, fonte da Parque Escolar disse que o levantamento da suspensão deverá ocorrer ainda “no 2º trimestre deste

Joana Margarida Carvalho

Obras suspensas em escola de Abrantes vão ser retomadas dois anos depois

• O antigo liceu tem uma parte moderna e outra em pavilhões provisórios ano”, tendo adiantado que a intervenção “perspetiva-se que fique concluída no primeiro semestre de 2015”. Atribuindo a suspensão das obras a “dificuldades de financiamento”, a mesma fonte referiu que o projeto de intervenção contempla a “amplia-

ção e reformulação das construções existentes, de forma a ir ao encontro das necessidades curriculares”, mantendo-se o projeto inicial concebido para aquela escola secundária. No total, a escola passará a receber quarenta salas de

Mais de 400 escolas do 1º ciclo vão encerrar no próximo ano letivo Em Abrantes, no próximo ano letivo deverá encerrar apenas o Jardim de Infância de Casa Branca, em Alvega, sendo que, para a Escola do 1º ciclo de Concavada, que tem menos de 21 alunos inscritos, vai ser pedida uma autorização especial de funcionamento. Os municípios receberam a indicação do Ministério da Educação de que as escolas que ainda restam com menos de 21 alunos são para fechar no próximo ano letivo, um número que deverá ultrapassar as 400 escolas do 1º ciclo em todo o país, estima o DN. Com o anúncio do encerramento de 239 escolas do primeiro ciclo no ano letivo em curso, subiu para 3.720 o número de estabelecimentos de ensino encerrados desde 2005, segundo dados do Mi-

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nistério da Educação. O número de escolas fechadas ultrapassa as que se mantêm abertas, no âmbito da política de concentração de alunos em 332 novos centros escolares e de encerramento de escolas isoladas, uma vez que estavam em funcionamento 2.330 escolas do primeiro ciclo, no ano letivo 2012/2013. A reorganização da rede escolar teve o seu grande impulso com a ministra da Educação entre 2005 e 2009, Maria de Lurdes Rodrigues, que determinou o encerramento das escolas com menos de 10 alunos e apoiou a construção de centros escolares integrados. Em 2010, a decisão de encerrar escolas foi alargada aos estabelecimentos com menos de 21 alunos, decisão que se mantém.

No caso de Abrantes, o JA apurou que já são poucas as escolas que ainda terão de fechar portas. Em recente reunião, e segundo fonte ligada ao processo, o Conselho Municipal de Educação foi “unânime” em considerar que as oito crianças inscritas no Jardim de Infância de Casa Branca vão “lucrar” com a transferência, no próximo ano letivo, para a escola de Alvega. Para os alunos do 1º ciclo de Concavada, com menos de 21 alunos inscritos, e de acordo com a mesma fonte, “vai ser pedida uma autorização especial” para que permaneçam mais um ano no estabelecimento de ensino da localidade, tendo em conta que o Centro Escolar de Alvega ainda não está construído.

aula, quatro salas TIC (tecnologias de informação e comunicação), seis laboratórios, sete salas de artes, um núcleo oficinal, uma sala de artes performativas, uma sala de música, a biblioteca, o auditório, cinco salas para docentes, o refeitório e bar, um

ginásio coberto e dois campos desportivos exteriores. Alcino Hermínio, diretor da Escola Dr. Manuel Fernandes, estabelecimento de ensino com cerca de 800 alunos e 120 professores, disse ao JA que a notícia “repõe a justiça e colmata uma necessidade”,

tendo em conta que, desde o início do ano letivo transato, “metade da escola está nova e a outra metade funciona em 30 monoblocos alugados”, que servem de salas de aula e gabinetes para serviços administrativos. “Vivemos aqui em dois mundos distintos, metade da escola está nova e modernizada, a outra metade ainda funciona em instalações provisórias”, observou, tendo manifestado a sua “satisfação” pela manutenção do projeto inicial de intervenção. “Depois de se iniciarem, as obras ainda vão demorar cerca de um ano mas a comunidade educativa já vai encarar esta situação pela positiva, tendo em conta que é um processo bom para todos e porque vai estar em fase final de resolução”, defendeu aquele responsável. Mário Rui Fonseca

Escola solidária recebe distinção A Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes foi galardoada com o Selo de Escola Voluntária, distinção atribuída pelos Ministérios da Educação e Ciência e da Solidariedade e da Segurança Social em reconhecimento do trabalho que a escola desenvolve junto da comunidade abrantina, perseguindo os valores de cidadania, voluntariado e solidariedade em meio escolar. Em causa está o projeto “Juventude Amiga”, que tem vindo a ser desenvolvido desde o ano letivo 2007/08.

Surgiu no âmbito da dinamização da Área Projeto, por parte da turma 12º C. Entretanto constituiu-se como associação, com estatutos próprios. Atualmente, a escola desenvolve um projeto dinamizado por três professores e 100 alunos do ensino secundário, em regime de voluntariado. São estes alunos que promovem campanhas de beneficência e angariação de fundos, distribuem alimentos a famílias carenciadas e promovem acções de voluntariado no Lar da Santa Casa da Misericórdia

de Abrantes e na Escola Básica nº1 da Chainça. De acordo com a portaria nº 333/2012, o galardão agora entregue à Escola Dr. Manuel Fernandes “destina-se a “reconhecer o contributo dado pelos estabelecimentos de educação e ensino que, através, de projectos educativos, valorizam as actividades de voluntariado, fortalecem o envolvimento da comunidade educativa no projecto da escola e da escola na comunidade e que contribuem para o desenvolvimento dos laços sociais dentro e fora dela”.

Estudante ganha prémio atribuído por Espanha O aluno Luís Fernandes, do 9ºB da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, ganhou uma t-shirt autografa por todos os jogadores da equipa de futebol espanhola Real Madrid. Ao participar no

concurso organizado pela Consejaría de Educación Española, o estudante abrantino ganhou o primeiro prémio. A distinção foi-lhe atribuída por ter concorrido com a frase:”Madrid es una

ciudad que forma parte de la historia de España y del corazón de los españoles… Es luz, fantasía, color y alegría.” A entrega do prémio será no dia 8 de maio, pelas 16h, na biblioteca da escola.


DIVULGAÇÃO 21

MAIO 2014

MÁRIO RUI FONSECA

Dezenas de seminários, colóquios, reuniões e manifestações artísticas envolveram, durante vários dias, em Mação, cerca de uma centena de estudiosos da arte pré-histórica, políticos, autarcas, advogados, gestores e artistas de diversos países ibero-americanos e africanos numa lógica de desenvolvimento social integrado. Os trabalhos, que decorreram na sua maioria no auditório Municipal Elvino Pereira, partiram da temática gerada pelo projeto Gestart, coordenado pelo Instituto Terra e Memória (ITM) de Mação, com o apoio da Comissão Europeia (Programa Cultura), reunindo durante uma semana pesquisadores com trabalhos na Península Ibé-

rica, em África e na América Latina, com enfoque na relação entre arqueologia e gestão integrada do território. Apresentando como objetivo global o “desenvolvimento sustentado do planeta através da construção de projetos economicamente sustentados e culturalmente integrados”, os colóquios destas jornadas vão ser levados à prática assentes em três diferentes dimensões: a do território (arqueologia da paisagem), a tecnologia (arqueologia experimental) e a socialização do conhecimento e acesso aos bens arqueológicos (museologia, direito do património e educação patrimonial).

Confiança entre povos e culturas Em declarações ao JA, o pre-

sidente do ITM, o professor Luiz Oosterbeek, disse que “o gesto, no seu lado pragmático, e a sua importância na estruturação do pensamento e no conhecimento científico”, está na génese de um trabalho internacional que convergiu em Mação”, tendo defendido ser através das relações de confiança que se estabelecem entre os povos, e nas suas relações culturais, que se criam as condições que possibilitam a estruturação de negócios. Oosterbeek afirmou “não ser possível gerir a cultura fora da economia”, tendo defendido que a sua relação “não se resume a um vago conceito de turismo”. “Todos estes intervenientes ligados a várias disciplinas, do direito à arqueologia, das artes plásticas ao planeamento

e ordenamento do território, dos músicos aos advogados, não estiveram presentes em Mação apenas como um somatório de individualidades, estas pessoas estivaram ali porque foram escolhidas a dedo e porque carregam em si essa versatilidade de passagem de umas áreas para as outras”, apontou. “Mação serviu de palco de um território onde se pode demonstrar a prática destas relações de trabalho, entre indivíduos e instituições que estão empenhados na construção de projetos economicamente sustentados e culturalmente integrados, visando o desenvolvimento sustentado do planeta”, concluiu Oosterbeek.

Joana Margarida Carvalho

X Jornadas Ibero-americanas debateram em Mação desenvolvimento sustentado do planeta

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22 CULTURA

MAIO 2014

MIND DA GAP (DMG) FALAM SOBRE O PERCURSO DA BANDA E SOBRE O NOVO DISCO

“Embora tenhamos aquela vontade de tocar as músicas novas, não podemos descartar as mais antigas”

Fizeram 20 anos de carreira em 2013 e são impulsionadores do Hip Hop em Portugal. Como veem a evolução do rap ao longo destes anos? Ace- Houve momentos em que foi lenta, em que as coisas se desenvolveram com muita resistência. Depois começou a haver picos e, neste momento, vivemos um deles. 2014 será um ano em que o RAP estará na moda. Termos começado há 21 anos e as coisas terem sido difíceis de conseguir obrigou-nos a batalhar e conquistar coisas que ninguém tinha feito antes e foi complicado. A partir de certa altura, tudo rolou de forma natural. Penso que o RAP já é aceite e não é questionável. Na altura não era visto, sequer, como música. Presto - Era desconhecido! As pessoas simplesmente não sabiam o que era, não compreendiam, nem percebiam como era feito. Ficavam pasmadas quando nos apresentávamos porque achavam que estávamos a fazer playback visto que não tínhamos instrumentos. Para elas não estávamos a cantar, es-

A partir desse disco, começámos a tentar encontrar um caminho novo. Foi como se ter ido atrás, beber a nossa essência para prosseguirmos um novo caminho. O Regresso ao Futuro surgiu precisamente daí, ir lá atrás fazer esse exercício e estarmos novamente aqui. Há alguma coisa que gostassem de fazer enquanto banda que ainda não tenha sido possível? Ace- Não me lembro de nada que ainda não tivéssemos feito. A única situação que gostava de ver a acontecer não tem propriamente a ver com a música. Seria precisamente a questão de podermos dizer: “Nós estamos muito confortáveis na vida. Estamos bem.” Isso gostava muito. Relativamente a algum objetivo que queiramos alcançar, penso que não. Provavelmente alcançámos muitos pelo caminho sem dar muita importância, pelo facto de gostarmos mesmo de fazer isto. O que é que o público pode esperar dos MDG nos próximos tempos? Há projetos em mente? Serial - Claro, já estamos a pensar num disco novo. Ace- Já há beats mas não há letras, nem ideias ainda.

Três estilos de humor diferentes. Herman José, Nilton e Rui Sinel de Cordes falaram sobre “Os Limites do Humor”, tema do terceiro “Encontro Notícias TV”. O evento, organizado pela revista que acompanha semanalmente o DN e JN, decorreu na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) e foi moderado por Nuno Azinheira, diretor da publicação da publicação.

Sobre o tema, o humorista conhecido pelo atrevimento, Rui Sinel de Cordes, adiantou que, para ele, não há qualquer limite ao humor: “Aquilo que, enquanto humorista, decidir fazer, faço. Sofro as consequências disso e os benefícios, também.” “O que escrevemos é fácil de ler. Ninguém reclama com o Saramago. Adorava que as pessoas tivessem

que ler um calhamaço de 500 páginas para nos criticarem” - afirmou Nilton sobre as críticas que são feitas aos humoristas. Já Herman José disse estar numa fase diferente. Com longos anos de carreira, em que fez de tudo, confessou: “Eu tenho imensas piadas que não digo, porque não devo.”

• Ace, Presto e Serial entrevistados no Borboletário de Constância távamos a fazer um discurso. Aos poucos isso foi mudando e fomos conseguindo (nós e outras bandas) estabelecer o hip-hop. Hoje em dia já todos sabem do que se trata. Serial- Havia mesmo quem não considerasse música! Até os próprios jornais da especialidade não sabiam lidar muito bem com isso. Para eles era esquisito. E a associação do RAP à delinquência? Sentiram isso? Ace- Aconteceu muitas vezes! Ao ponto de eu ter pensado que havia uma manobra para que o RAP não tivesse voz. A certa altura dei por mim a ler um artigo sobre a criminalidade em Lisboa pois estava a acontecer uma série de arrastões e assaltos a bombas de gasolina. A meio do artigo,

aparecia o nome de MDG. Tinham chegado à conclusão que era a banda que os criminosos mais ouviam, o que é, de facto, ridículo! Apreciam mais o processo em estúdio ou os concertos? Ace- Gosto muito dos concertos. Sinto-me um animal de palco e é onde está tudo a acontecer. Por outro lado, adoro estar em estúdio, estar em frente ao computador a ver as cores e gráficos a transformarem-se numa obra de arte porque a música é isso. Gosto de explorar as coisas em estúdio, aprender truques. O estúdio é um exercício quase egoísta em que nos nutrimos com opiniões, somos só nós num brainstorming a criar a música.

Sandra Reis

ESTA recebe três humoristas com sala cheia “Adorava que as pessoas tivessem que ler um •calhamaço de 500 páginas para nos criticarem”

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Serial - Sempre gostei mais do trabalho de estúdio. Desde a primeira vez que entrei num, fiquei fascinado. Fico com arrepios quando começo a ver a música a crescer e eles juntam as rimas aos meus instrumentais. Quando deixa de ser só instrumental e se percebe que é mesmo uma música, para mim, é o êxtase. Mas, claro, com os concertos fui começando a gostar de estar em palco. Presto - São dois momentos diferentes. Estar no estúdio é a fase criativa e sinto alguma ansiedade porque quero ver as coisas feitas, a acontecer. Fico ansioso por querer logo ouvir a música finalizada e ainda não saber como irá ficar. Claro que gosto mas queria ter tudo feito, de imediato, com o disco cá fora. Depois a fase dos con-

certos é o soltar da energia, quando já está tudo feito e já não há mais nada em que pensar. É só divertirmo-nos. Têm novos elementos em palco. Baterista, teclista e dj. Porquê esta nova aposta? Ace- Achámos que os concertos ficariam mais interessantes. Apesar de já preenchermos bem o espaço em palco, agora fica mais interessante visualmente. Também foi bom no sentido em que, apesar de não trabalharem connosco em estúdio, dão opiniões exteriores e há maior partilha de ideias. Serial - Até pela música em si. Estarmos 20 anos a tocar as mesmas faixas também cansa um pouco, trazendo novos elementos e tendo que alterá-las, ficam com uma cara diferente. Embora tenhamos aquela vontade de tocar as músicas novas, não podemos descartar as mais antigas. Embora por vezes gostássemos de fazer isso não podemos e esta roupagem nova que demos com os instrumentos ajudou. Falem-nos sobre o álbum. Porquê “Regresso ao Futuro”? Ace- O Regresso ao Futuro é uma reação ao álbum Essência. Chamámos-lhe assim porque sentimos que estávamos a ir buscar muita coisa do que era os MDG no início, daí a Essência dos MDG. Serial - Esse álbum foi um balanço do que tínhamos feito até àquele momento. Por vezes acontece que perdemos um pouco o norte enquanto vamos fazendo discos e surge a necessidade de pensar: “Como é que fazíamos antes?”.

Bárbara Gonzalez Gomes

“És onde eu quero estar”, faixa do último álbum, “Regresso ao Futuro”, deixa no ouvido a expressão “O que é que sentes? Borboletas!” Foi entre elas que estivemos com os Mind da Gap (MDG), antes do concerto em Constância, no passado dia 19 de abril. A banda que ajudou a credibilizar o rap e o hip-hop divide-se entre o prazer de estar em estúdio e o gozo de soltar energias em palco.

O que é vos faz sentir borboletas? Presto- A música! Serial- Fazer música, sem dúvida! Ace - A música e a minha namorada! Bárbara Gonzalez Gomes Aluna de Comunicação Social da ESTA

Bárbara Gonzalez Gomes


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24 DIVULGAÇÃO

MAIO 2014

ANNA LUANA TALLARITA

“Lugares com História” agora em livro Um belo livro, mas sobretudo útil. Em linguagem simples, acessível, destinado ao grande público. Para dar a conhecer, a fim de que possamos amar o que é nosso e assim preservar e deixar para as gerações seguintes. Em síntese, assim foi apresentado o livro “Lugares com História”, de Teresa Aparício, que é a recolha de 20 trabalhos que a autora foi publicando, com o mesmo nome, nas páginas do Jornal de Abrantes. Os textos ficam agora reunidos e salvos do caixote do lixo, além de muito bem servidos por excelentes fotos de Fernando Baio e cuidado design de Edgar Rei, numa bela edição da Câmara Municipal de Abrantes. “Só se ama aquilo que se conhece”. Foi nestes termos que Teresa Aparício explicou o que a levou a compor, sob convite deste jornal, texto após texto es-

O jazz mora em Abrantes

tes trabalhos e a reuni-los e melhorá-los a convite da Câmara Municipal. Registe-se que Teresa Aparício desde há muito que vem assumindo um precioso trabalho de estudo e divulgação da nossa cultura local. Ao que sabemos, está ainda a caminho a edição de um trabalho semelhante, mas dedicados às pontes. E há ainda um importante conjunto de textos de Teresa Aparício em que nos faz o registo de profissões tradicionais em vias de desaparecimento. Este é outro trabalho que se impõe reunir e divulgar. É também uma forma de agradecer à autora o esforço solitário e abnegado que desde há muito vem oferecendo à sua terra e às suas gentes. A.J.

Vive em Abrantes e deu um concerto há pouco no Mação. Quando subiu ao palco, o ambiente estava formado pelo som do contrabaixo, do saxofone e da bateria. A sala estava atenta. A prestação foi profissional e terna, quente e fresca ao mesmo tempo. O jazz e a bossa nova foram os pratos servidos. Com manifesto agrado do público. Com formação de conservatório, na Itália, em canto de jazz e música clássica, há cerca de dez anos, Anna Luana Tallarita é uma mulher das sete paixões. Mas é sobretudo uma artista. Canta, e compõe jazz, letra e música e bandas sonoras para filmes, escreve poesia, e pinta. Além disso, tem uma formação de base em literatura clássica e filosofia, em antropologia, e em arquitetura e design. Neste momento está a terminar um mestrado em design e um doutoramento em antropologia. Mas sente-se que

é a arte, em especial a música, que a faz mover, tal como o seu canto fez mover os seus ouvintes no Mação. Toca com um quarteto de Lisboa. Mas está também a preparar com um argentino um trabalho dedicado ao tango. Já editou um CD de tributo a Chico Buarque, outro a Bill Evans e outro a Wayne Shorter. É a música de jazz que mais a interessa, se isso dela

se pode dizer. “No jazz pode experimentar-se muito, é uma música mais complexa que a pop, traz sempre uma dúvida, mais que uma resposta. O jazz dá-me mais liberdade”, explica. E compara com as artes plásticas, onde uma paleta de tintas é sobretudo desafio e possibilidades. “A arte permite-nos uma realidade que está muito para lá do que se vê, uma realidade que se pode atingir

com a nossa energia interior. Permite-nos sair da realidade do quotidiano e sentir outra realidade.” Mas nada melhor do que procurar a Anna Luana Tallarita na sua página oficial, em http:// www.annaluanatallarita.com, ou no youtube, por exemplo. Nada pior do que não darmos pelo que temos ao pé da porta enquanto esperamos pelo que A.J. está longe.

ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Diabetes, uma doença silenciosa! (continuação) A diabetes é um dos principais problemas de saúde pública em Portugal, no Médio Tejo, o número de mortes por diabetes apresenta valores superiores aos do continente e da região de Lisboa e Vale do Tejo, sobretudo no sexo feminino, (Manuela Lucas. Perfil Saúde do Médio Tejo). Observou-se um aumento considerável da sua ocorrência nos últimos anos, da qual resulta um elevado número de incapacitações, bem como custos elevados no seu controle e no tratamento de suas complicações. As pessoas que apresentam maiores probabilidades de se tornarem diabéticos são aqueles que têm familiares diretos com diabetes; os obesos; os que apresentam tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue; as mulheres que contraíram diabetes na gravidez; as crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nas-

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cença e os doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas. Hoje em dia os meios de diagnóstico, os meios de controlo e as terapêuticas existentes permitem dar uma melhor qualidade de vida ao doente diabético. No entanto, apesar de todos estes recursos modernos e cada vez mais avançados, eles não são por si só suficientes, é necessário que cada doente cuide da sua própria saúde. Esta é a chave para que os valores de açúcar no sangue (glicémia) estejam bem controlados e para evitar complicações, havendo assim uma melhor qualidade de vida. Não se esqueça que, para uma diabetes controlada e para que possa dar mais anos à vida e mais vida aos anos, é importante fazer uma alimentação saudável (privilegie a dieta mediterrânea, e faça 5 a 7 refeições diárias), aliada a exercício físico regular. A prática regular de exercício físico:

• Diminui os níveis de glicose no sangue; • Estimula a produção de insulina; • Aumenta a capacidade de captação de glicose pelos músculos; • Diminui a gordura corporal, a qual está relacionada à diabetes tipo 2. A quantidade ideal de exercícios varia de pessoa para pessoa e deve respeitar as condições físicas e a presença de complicações decorrentes da doença, através de uma avaliação médica. De um modo geral, o exercício deve contemplar várias capacidades físicas e deve ser realizado sempre com supervisão de um técnico, ex.: Exercícios (corrida, natação e ciclismo) - a recomendação médica é realizar o total de 150 minutos/semana, com intensidade moderada. Treino de musculação – duas a três vezes por semana, de 30 minutos cada. Nuno Barreta, Enfermeiro – USP Médio Tejo


CULTURA 25

MAIO 2014

Estreia nacional em Abrantes do filme “Guerra ou Paz” O filme Guerra ou Paz do realizador português Rui Simões teve a sua ante-estreia na Cinemateca e, depois, a sua estreia nacional em várias localidades do país, no mês de Abril, entre as quais Abrantes, que foi uma das primeiras a projetar o filme, numa iniciativa do Espalhafitas que contou com a presença e uma conversa com o realizador. A temática do filme centra-se na

questão da guerra colonial e no problema de ir ou não fazer essa guerra, numa perspetiva que abrange as duas partes em conflito: a metrópole portuguesa a reivindicar as suas províncias ultramarinas e as colónias a lutar pela sua independência. Nessa guerra, entre 1961 e 1974, foram mobilizados cerca de um milhão de jovens soldados portugueses durante esse período, enquanto cerca

de uma centena de milhar saíram de Portugal para não fazer essa guerra. O total de mortos, do lado português, incluindo naturais das colónias que combatiam do lado do exército português, terá sido superior a sete mil mortos. Rui Simões, que nasceu em Lisboa e foi para Paris, em 1966, para não participar nessa guerra, tendo depois seguido para Bruxelas onde fre-

quentou diversos cursos, entre eles o curso de realização de cinema e televisão do Instituto das Artes de Difusão, regressou a Portugal depois do 25 de Abril de 1974, tendo participado em ações de formação cultural nos domínios da fotografia e cinema, donde resultaram 3 curtas metragens realizadas com os mineiros em São Pedro da Cova. A sua primeira longa metragem foi estreada em 1976 e denominada Deus, Pátria, Autoridade, um filme documental militante destinado a desmontar o discurso de Salazar sobre esta trilogia: “Não discutimos Deus e a virtude. Não discutimos a Pátria e a Nação. Não discutimos a Autoridade e o seu prestígio.” Tratase de um filme que tenta explicar de uma maneira simples os mecanismos da ideologia, da política e das contradições de classe, numa perspetiva marxista e tendo como preocupação fundamental contribuir para o esclarecimento político do povo português, após dezenas de anos de propaganda ideológica defensora da submissão e da resignação perante as desigualdades sociais. A este primeiro filme seguiu-se aquele que é considerado um dos melhores filmes sobre o 25 de Abril de 1974 e o período entre esta data e o 25 de Novembro: Bom Povo Por-

tuguês, estreado em 1981. Este é um primeiro filme já de reflexão sobre as esperanças, os sonhos e os falhanços que Abril trouxe, provavelmente o melhor filme realizado por Rui Simões e que teve um excelente acolhimento quer em Portugal, quer nos festivais internacionais em que participou. Pode-se perguntar por que é que passaram tantos anos desde este segundo filme até ao terceiro, não na ordem da realização dos trabalhos do autor, mas sim na temática pura e dura de Abril sobre a guerra colonial, que constitui o terceiro filme de uma trilogia temática inseparável. A resposta a esta pergunta está não só nas feridas que esta guerra deixou e que ainda não estão de todo apagadas, como também no ostracismo a que Rui Simões foi votado pelos altos poderes ligados ao financiamento do cinema português. O realizador foi “empurrado” para a realização do cinema documental, que fez de uma maneira exemplar e militante, mas teve de adiar os seus sonhos de fazer cinema de ficção. Mas como ele próprio diz “faço no documentário as minhas ficções. Acabam por ter um aval de realidade, mas são manipulações, nada é verdadeiro e autêntico, é aquilo que eu quero que seja. O cinema é uma manipulação.” Ferreira da Silva

Zona Industrial da Sertã 2013 – Hyundai i30 StaƟon Wagon 1.6 CRDi 110Cv

2010 – Renault Grand Scénic 1.5 dCi 110Cv Dynamique (7 Lugares)

2013 – Seat Ibiza SC FR 1.6 TDi 105Cv (Bi-Xénon + LED's)

2012 – Seat Mii 1.0 MPi 75 Cv Sport 22.000 Kms

2010 – Renault Mégane Break 1.5 dCi 110Cv Dynamique S

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2013 – Audi A3 Sportback Sport 1.6 Tdi 105 CV

2009 - Renault Mégane Coupé 1.5 dCi 110Cv Dynamique S

2008 – Opel Astra 1.7 CDTi 125Cv EdiƟon

2011- Renault Kangoo 1.5 dCi Super Pack Clim (AC)

2013 – Volkswagen Polo 1.6 TDi BlueMoƟon Technology

2014 – Renault Kangoo Business Energy 1.5 dCi 90Cv (3 Lugares) (Deduz IVA )(Novo Modelo)

2013- Nissan Qashqai 360 1.6 dCi 130Cv (Serviço)

2008 - 207 XA 1.4 HDi Van (Deduz IVA) 72.000 Kms

2011 - Ford Focus 1.6 TDCi 115Cv Trend 42.000 Kms Azul e Cinza

2010 - Golf VI Variant 1.6 TDi 105Cv ConfortLine

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26 CULTURA

MAIO 2014

COORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

IX Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes

AGENDA DO MÊS

DR

Abrantes

A Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes realiza-se no próximo dia 16 de maio, às 21h30, no cineteatro São Pedro em Abrantes. Na sua nona edição, o evento vai voltar a promover os melhores músicos e bandas da região, divulgar alguns projetos de interesse coletivo e distinguir pessoas, instituições e empresas com um serviço relevante na nossa sociedade. A Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes ao longo das

pivot da RTP1 Dina Aguiar recebeu o Galardão Nacional •na Agala da Antena Livre & Jornal de Abrantes do ano passado

últimas edições tem assumido um carácter emocionante e glamoroso. Tem trazido ao palco do cineteatro São Pedro alguns dos mais destacados valores dos vários concelhos da região do Médio Tejo. Novamente, este ano, serão atribuídos um conjunto de galardões, que serão apenas conhecidos durante a gala. Esperam-se, também, alguns

momentos de puro espetáculo teatral e musical, tal como já aconteceu nas edições anteriores. A Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes é assim, uma festa que marca o calendário da região e que é reconhecida como um importante contributo na distinção dos agentes locais e na promoção de uma região mais competitiva, inovadora e em-

preendedora. A responsabilidade de produção desta nona edição está novamente entregue à equipa dos dois órgãos de comunicação e, segundo a mesma, “está praticamente tudo pronto para uma noite de homenagens, marcante e que possa contar com sala cheia”. A entrada no evento é livre e gratuita, sujeita a marcação pelo telefone 241 360 170.

Festival Rock na Vila volta a animar Vila de Rei em junho O Festival Rock na Vila tem data marcada para os dias 6 e 7 de junho, no Parque de Feiras de Vila de Rei. A décima primeira edição do evento promete voltar a marcar a programação musical da zona centro do País e vai

contar com os concertos de Mind da Gap e Tara Perdida & Convidados como cabeças de cartaz. O festival contará ainda com as presenças de Martim, do J-K, rapper oriundo da Sertã, e da banda Black Shot, oriunda de Vila

de Rei. Terminados os concertos no palco, a festa continua até às 6 horas da manhã na tenda eletrónica, com as presenças da DJ Ana Isabel Arroja (Rádio Comercial) e do DJ Hugo Rafael, a 6 de Junho, do DJ The Fox (Antena

3) e do DJ Salavisa, a fechar o festival no dia 7 de junho. As entradas para o 11º Rock na Vila são gratuitas, assim como a ocupação da área anexa que a Câmara Municipal disponibiliza para quem quiser acampar.

Castelo de Abrantes recebe noite mágica com “O Baile dos Candeeiros” Inspirado em rituais e tradições que remontam ao final dos anos 60, “O Baile dos Candeeiros”, recriado no Castelo de Abrantes, dia 17 de maio, pretende recriar um universo mágico em que os candeeiros ganham características próprias dos espaços que habitam. O espetáculo, com início marcado para as 21h30, parte de um conceito de instalação plástica, associado a uma composição coreográfica do mo-

vimento dos corpos no espaço. A peça divide-se em dois momentos: num deles as personagens realizam solos em diferentes espaços do Castelo e noutro momento, o do Baile dos Candeeiros, o público é convidado a participar. A interpretação é da responsabilidade de António Oliveira, a quem cabe a direção artística, Filipe Caco, Flávio Rodrigues, Filipe Moreira, Julieta Rodrigues e Mariana Amorim.

Jogos concelhios nas associações e coletividades de Constância Os Jogos Concelhios de Constância decorrem até ao dia 31 de maio nas associações e coletividades do concelho. Do programa fazem parte vários jogos como o torneio de ténis de mesa, de sueca e de tiro ao alvo, jogos tradicionais, peddy-paper, concurso “músicos do concelho”, descida de carrinhos de rolamentos, entre outros. O Clube Estrela Verde recebe

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a 10 de maio, pelas 14h30, o torneio de matraquilhos e oito dias depois, a 18 de maio, a Quinta D. Maria acolhe o concurso “Músicos do Concelho”, às 14h30, pela Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro. Os Jogos Concelhios prosseguem no Parque Ambiental de Santa Margarida a 24 de maio, pelas 15h, com uma descida de carrinhos de rolamentos e, no

dia 25, a Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas do Concelho de Constância organiza um torneio de petanca na zona ribeirinha. A FAJUDIS, Federação das Associações Juvenis do Distrito de Santarém, está a preparar uma orientação noturna “Nos Trilhos da Europa” para o dia 30 de maio, às 22h, com início na Sede da associação.

Da festa de encerramento, a 31 de maio, consta uma visita ao Jardim Horto Camoniano, pelas 16h, seguido de um concerto pela CICO. Com esta iniciativa, o Município de Constância pretende que o associativismo se assuma como ponte de ligação entre as populações e promova a valorização da identidade local.

Até 25 de junho – Exposição “Abrantes, 40 anos depois de abril” e “Os rapazes dos tanques”, de Alfredo Cunha – Biblioteca Municipal António Botto 5 a 16 de maio – Exposição “Escher”, cartazes informativos, materiais manipuláveis e conceitos matemáticos – Escola Dr. Manuel Fernandes, das 17h às 21h12 7 de maio – Seminário “Novas Tendências na Agricultura” – Tecnopolo do Vale do Tejo, Edifício INOV.POINT, a partir das 14h 10 de maio – IX Festival de Música da Beira Interior/Scutvias – Cineteatro São Pedro, 21h30 15 de maio a 30 de junho – Exposição “Raúl Lino em Abrantes” – Arquivo Municipal Eduardo Campos 15 de maio – Ciclo de Conferências Democracia e Participação: “Crise da Democracia”, por Adriano Moreira – Biblioteca António Botto, 18h30 16 de maio – Gala Antena Livre e Jornal de Abrantes – Cineteatro São Pedro, 21h30 17 de maio – Teatro de rua “O Baile dos Candeeiros” – Castelo de Abrantes, 21h30 17 e 18 de maio – Dança “Doze” com coreografia de Rita Pinheiro – Cineteatro São Pedro, 15h30 e 21h30 19 a 23 de maio – ANIMAIO, cinema de animação – Cineteatro São Pedro, 21h30 19 a 31 de maio – Exposição “Pintura e Artes Decorativas da UTIA” – Biblioteca António Botto 24 de maio a 4 de julho – Exposição “Provas de Contacto” de José Guimarães – quartel – Galeria Municipal de Arte 29 de maio – “Entre nós e as palavras com…” Margarida Rebelo Pinto – Biblioteca António Botto, 21h30 30 de maio – Concerto com Dead Combo – Apresentação do disco “A Bunch of meninos” – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 10€ 31 de maio – Feira Franca – Praça Barão da Batalha, Praça Ramiro Guedes e Jardim da República, das 9h às 17h

Constância Até 30 de maio – Jogos Concelhios – Espaço das coletividades do concelho

Sardoal Até 9 de maio - Exposição “Cartazes de Abril” – Átrio da Casa Grande, junto ao Edifício dos Paços do Concelho Até 25 de maio – Exposição “Rotas das 7 Irmãs” – Centro Cultural Gil Vicente 15 de maio – Baile Sénior – Sala Multiusos do Centro Cultural Gil Vicente, 14h30 17 de maio - Workshop de Fofuchas – Ponteiras de lápis Sininho – Cá da Terra, das 16h às 18h30 – 3€ Cinema – Centro Cultural, 16h e 21h30: 31 de maio – “12 anos escravo”

Mação 9, 10 e 11 de maio – Encontro de Escalada – Workshops e escalada noturna – Envendos, inscrições através de escaladaenvendos@ gmail.com 17 de maio – Palestra “Viva mais, viva melhor” – Associação AMMPRBEE, 15h

Vila de Rei Até 15 de maio - Exposição de trabalhos dos utentes da Fundação Garcia – Museu Municipal Até 30 de maio – Exposição de obras do Concurso de Pintura e Desenho – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires 10 de maio – XII maio a cantar – Atuação dos grupos de cantares “Modas Ródão”, “Moinho de Maré” e “Bela Serrana” – Auditório Municipal, 21h 18 de maio – V Mercado Medieval – Largo da Misericórdia e Rua Rainha Santa Isabel, 9h às 17h30 6 e 7 de junho – Festival Rock na Vila com Mind a Gap, Tara Perdida, Martim, entre outros – Parque de Feiras

Vila Nova da Barquinha Até 25 de maio - Exposição “Bustos e Cabeças”, por Rui Sanches – Galeria do Parque Até 25 de maio – Exposição “Território Comum”, imagens do Inquérito à Arquitectura regional portuguesa (1955-57) – Escola Ciência Viva


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Extrato - Certifico que no dia vinte e um de abril de dois mil e catorze, a folhas quarenta e dois, do livro de notas para escrituras diversas número Oito - A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual: - ADELAIDE MARIA NATÁLIO PEDRO, NIF 111.012.376, e marido JOSÉ MARIA PEDRO, NIF 111.012.368, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, residentes na Rua da Eirinha, número 60, Mem Martins, Sintra. - Declararam, que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio urbano, composto por moradia de rés-do-chão, primeiro andar e logradouro, para habitação, com a área total de setecentos e cinquenta e cinco virgula quarenta metros quadrados, confrontando a norte com Estrada Pública, a sul, nascente e poente com herdeiros Hermínio António Natálio, inscrito na matriz em nome do ora justificante José Maria Pedro sob o artigo 1824 da União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, anteriormente artigo 3223 da freguesia de Souto (Extinta), com o valor patrimonial de 26.620,00€, a que atribuem, para efeitos deste ato igual valor. - Que o referido prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes. - Que pretendem proceder ao registo de aquisição do prédio urbano a seu favor, na referida Conservatória do Registo Predial, porém, não o têm podido fazer em virtude de não ter título para o efeito, nem hipótese de obtê-lo pelos meios extrajudiciais normais. - Que, em dia e mês que ignoram do ano de mil novecentos e oitenta, adquiriram o identificado imóvel por partilha verbal com os demais herdeiros, por óbito de, respetivamente, pelo pai e sogro dos ora justificantes, Hermínio António Natálio, com ultima residência em Bioucas, Souto, tendo pago a totalidade das tornas aos restantes partilhantes, não tendo, no entanto, sido outorgada a respetiva escritura publica. - Que, desde aquela data se têm comportado como verdadeiros proprietários do mencionado prédio, na convicção de que assim é, retirando deles todas as utilidades que o mesmo proporciona. - Que a posse efetiva, da mencionada fração autónoma, já dura há mais de Trinta anos, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, no gozo pleno das utilidades por ela proporcionada, habitando-a, conservando-a, pagando os respetivos impostos, considerando-se e sendo considerados como únicos donos, na convicção que não lesavam quaisquer direitos de outrem, tendo a sua atuação e posse, sido de boa fé, sem violência e oposição de quem quer que seja e com conhecimento da generalidade das pessoas, sendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé. - Que, atendendo a que a duração da sua posse, há mais de TRINTA anos, com todo o tempo decorrido, se tem mantido continuamente e de forma pública e ininterrupta, já adquiriu os referidos prédios por USUCAPIÃO, que expressamente invoca, justificando o seu direito de propriedade para efeitos de registo. - Que, supre assim a inexistência do título para efeitos de registo, podendo requerer o mesmo na citada Conservatória do Registo Predial após o cumprimento das demais formalidades legais. - Está conforme o original. Cartório Notarial de Sintra, vinte e um de abril de dois mil e catorze A Notária, Marta Susana da Costa Jorge (Jornal de Abrantes, edição 5519 de maio de 2014)

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