Jornal de Abrantes - Edição Outubro 2014

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OUTUBRO 2014 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5524 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

GR

AT U

de

jornal abrantes

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O

Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha

Doentes de Urologia nas Urgências em Abrantes consultados à distância, por telefone Pág. 6

ACIDENTE NA FÁBRICA DO CAIMA, CONSTÂNCIA

Dois mortos em incêndio de rápida combustão Hugo Esteves

Foi aberto um inquérito para se tentar perceber o que deu origem à ignição que provocou a morte de dois trabalhadores, na fábrica de celulose do Caima, no passado dia 3 de outubro. As vítimas, que trabalhavam para uma “empresa externa especializada e devidamente acreditada em revestimentos”, não eram da região do Médio Tejo. Pág. 4

ESPECIAL VIDA SÉNIOR

Pág. 10

Pág. 11 a 14

Mação vai testar novos modelos de gestão agrícola e florestal

Sardoal cede Casa dos Almeidas para criação de hotel de charme

Pág. 8

Pág. 5

Mais de 78 mil idosos vivem em lares

Tramagal volta a ter parque infantil

Pág. 7

DR

Início das aulas aumenta a espera na travessia da ponte

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2 ABERTURA

OUTUBRO 2014

FOTO DO MÊS

de

jornal abrantes

EDITORIAL

FICHA TÉCNICA Diretora Hália Costa Santos (TE-865) halia.santos@lenacomunicacao.pt

Redação Joana Margarida Carvalho (CP.9319) joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

Mário Rui Fonseca (CP.4306)

Os estranhos retrocessos e um futuro de investimentos

Colaboradores Alves Jana, André Lopes e Paulo Delgado

Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

Secretariado Isabel Colaço

Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico

Joana Margarida Carvalho

mario.fonseca@lenacomunicacao.pt

Está em vias de resolução um problema que afeta a população de Rio de Moinhos. Trata-se da colocação de um novo pontão em Aldeinha que irá substituir o que existe atualmente, que se encontra num estado de grande degradação. Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM, avançou que empreitada, no valor de 60 mil euros, irá arrancar para breve e que a autarquia está “a reunir as condições para o efeito”. Já Rui André, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Moinhos, mostrou-se preocupado com a situação, na última Assembleia Municipal, que hoje está a afetar mais de 50 famílias.

António Vieira

Impressão Grafedisport, S.A.

Contactos Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes @lenacomunicacao.pt

INQUÉRITO

Tem noção que os casos de violência doméstica têm aumentado em Abrantes e no país? A que se deve esse aumento do número de situações de violência?

Editora e proprietária

Media On - Comunicação Social, Lda. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes

GERÊNCIA

Soraia Morgado

Fernando Moura

Élia Fontinha

31 anos, doméstica, Abrantes

55 anos, funcionário público, Abrantes

34 anos, empresária, Presa (Alcaravela)

Em Abrantes não sabia mas que tinha aumentado no resto do país tinha essa noção. Penso que agora as pessoas têm menos medo de falar, pedir ajuda e denunciar as situações.

Sim, tinha a noção de que a esse nível a situação está cada vez pior. Penso que se deve à atual condição familiar, com o aumento do desemprego, do consumo de álcool e de uma crise que afeta tudo, inclusive o meio familiar.

Sim, tinha essa noção. A maior parte dos casos penso que se devem à crise instalada e que leva as pessoas a experienciarem verdadeiras situações de desespero.

UM CAFÉ Onde estiverem os meus amigos. PRATO PREFERIDO Canja e frango de fricassé, feito pela mãe. Favas, na panela de barro, feitas pelo pai. UM RECANTO PARA DESCOBRIR A Costa Vicentina. Não é nenhum segredo, mas só o descobri muito tarde e aconselho a quem não conhece. UM DISCO Pode ser o que estou a ouvir agora: Curtis Mayfield - Roots UM FILME “I am Sam”. Não só pela história, mas também pela banda sonora, com covers dos Beatles. UMA VIAGEM A que fiz de bicicleta até Santiago de

Compostela. UMA FIGURA DA HISTÓRIA Padeira de Aljubarrota. Pela força do querer. UM MOMENTO MARCANTE O dia em que vim trabalhar para Lisboa. Foi o virar de uma página. E nesse mesmo dia fui pela primeira vez ao novo Estádio da Luz. UM PROVÉRBIO Não dês o peixe, ensina a pescar. UM SONHO Chegar a velho. UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Um passeio de bicicleta pelo caminho cimentado, pelo meio dos campos, que vai de Montalvo a Constância. É acessível a todos, porque é plano, e tem uma vista fantástica.

SUGESTÕES

Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis. Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves info@lenacomunicacao.pt

Sistemas Informação Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 505 500 094 Sócios com mais de 10% de capital Lena Comunicação SGPS, S.A.

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Bruno Coelho IDADE 30 anos NATURALIDADE / RESIDÊNCIA Abrantes / Lisboa PROFISSÃO Web Designer UMA POVOAÇÃO Drave. É a Base Nacional da IV (escuteiros) e passei lá nove dias, que foram muito marcantes, a ajudar a reconstruir algumas casas.

No ano em que se comemoram 35 anos de Serviço Nacional de Saúde (SNS) é quase irónico que milhares e milhares de pessoas, nesta e noutras regiões, continuem sem médico de família. Não deixa, também, de ser surpreendente, que as consultas de uma especialidade (no caso, a Urologia) passem a ser feitas à distância, por telefone, quando os pacientes estão nas Urgências de Abrantes e os especialistas estão em Tomar. São estranhos retrocessos que dificultam cada vez mais a vida de quem um dia imaginou que as coisas só podiam melhorar, em vez de piorar. E as alternativas parecem ser sempre fugazes. Chegam médicos estrangeiros, graças aos apoios das autarquias, que depois desaparecem sem que se perceba muito bem porquê. E depois vêm outros, mas o problema de fundo mantém-se. É inevitável que todas as edições do Jornal de Abrantes apresentem estas realidades, porque elas afetam a vida das pessoas. Tornam-se repetitivas estas notícias (assim como os protestos dos autarcas contra os diversos encerramentos de serviços públicos), mas as populações têm que saber com o que contam. Pelo menos, devem ser informadas sobre aquilo com que podem ir contando… ou não. No meio destes retrocessos, o ministro Poiares Maduro veio ao Sardoal deixar uma mensagem de esperança, à qual juntou um recado. Vai haver mais investimento no interior, mas as novas infraestruturas que possam vir a surgir terão que ser articuladas, numa lógica de optimização entre municípios vizinhos. Nada contra, pelo contrário. A rentabilização de recursos faz todo o sentido. O problema será, depois, saber se todos os munícipes terão meios para se deslocar a concelhos vizinhos para usufruir dos novos equipamentos. Hália Costa Santos


ENTREVISTA 3

OUTUBRO 2014

RUI CALADO, DELEGADO DE SAÚDE DO AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE (ACES) DO MÉDIO TEJO, OLHA PARA OS 35 ANOS DE SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

“Na saúde falamos sempre do que ainda não foi alcançado e nunca do que já foi conquistado” O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a assinalar os 35 anos da sua entrada em vigor em Portugal. O SNS é uma estrutura através do qual o Estado Português assegura o direito à saúde (promoção, prevenção e vigilância) a todos os cidadãos de Portugal. A sua criação remonta a 1979, após se terem reunido as condições políticas e sociais provenientes da reestruturação política portuguesa da década de 1970. O SNS está munido de cuidados integrados de saúde, nomeadamente a promoção e vigilância da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento dos doentes e a reabilitação médica e social. Rui Calado, delegado de saúde no ACES do Médio Tejo, chama a atenção para a importância desta conquista. O SNS foi uma grande conquista social, um dos maiores sucessos da democracia portuguesa? Quem não tem memória curta sabe bem que o SNS foi um dos maiores sucessos da democracia. O progresso destes 35 anos foi simplesmente fabuloso. É uma realidade que assenta em resultados quantificados no que diz respeito à esperança e qualidade de vida, na diminuição da mortalidade e na prevenção de algumas doenças que hoje em dia são bastante escassas. Há 35 anos atrás eram muitas as limitações que existiam ao nível dos cuidados de saúde primários e hospitalares. Foi sobretudo a seguir ao 25 de Abril, com a queda do regime, que se tornou possível introduzir um conjunto de modificações consubstanciadas no SNS que permitiram um progresso muito significativo. A acessibilidade aos cuidados de saúde, a quali-

dade, a eficiência, a justa afetação de recursos e sustentabilidade são realidades que demarcam o SNS? Antes do 25 de Abril as pessoas tinham muita dificuldade de acesso a serviços públicos de saúde onde os cuidados preventivos não existiam para um combate eficaz a um conjunto de doenças. A acessibilidade aconteceu de um momento para outro, com a criação de estruturas que deram corpo ao SNS e com a colocação de médicos por todo o lado. Hoje podemos dizer que a saúde é acessível, mas hoje também somos muito mais exigentes e nem sempre o que existe é satisfatório face às exigências que se impõem. Hoje temos níveis de vacinação fantásticos e existe um conjunto de doenças evitáveis pela vacinação que praticamente já ninguém tem, como é o caso do sarampo, tétano, rubéola, entre outras. Este tipo de situação não é valorizado pelas pessoas e é uma pena… Esta sociedade de consumo exagerado tornou-se quase insaciável, queremos sempre mais e, quando obtemos algo, já estamos a pensar no seguinte. Nunca temos tempo de saborear as coisas boas da vida e o que nos acontece de bom! Na saúde falamos sempre do que ainda não foi alcançado e nunca do que já foi conquistado. Como se explica esta grande falta de médicos de família nos centros de saúde locais? Este é o grande problema que enfrentamos hoje em dia. A grande pressão sobre o poder político tem sido feita pelos hospitais e, de facto, têm ganho este processo. O grande investimento neste país é quase sempre feito em hospitais ainda que quando se está em campanha eleitoral se fale quase sempre nos cuidados de

top da medicina mundial, ou se pretendemos focalizar os recursos em cuidados básicos de saúde abrangendo toda gente. Independentemente dos partidos políticos que governam o País, entende como pertinente a existência de um pacto social sobre o SNS? Não faço ideia, o SNS é um bem que todos deveriam preservar. Quem conheceu o país antes de existir o SNS poderá imaginar como seria traumatizante este país sem este serviço, que tem defeitos a corrigir e que estão bem identificados. Agora chega o momento de perceber que é preciso proteger o SNS.

Joana Margarida Carvalho

JOANA MARGARIDA CARVALHO

Rui Calado: “Os cuidados de saúde primários foram durante muitos anos subvalorizados e não reconhecidos”

saúde primários, pois são estes que garantem a melhoria da condição de saúde das pessoas. Nos centros de saúde o que se faz é evitar a doença, é promover a saúde, enquanto nos hospitais os utentes já estão doentes. O importante é entendermos que o que temos de fazer é diminuir a procura hospitalar. Na falta de médicos de família o problema está em criar mecanismos de atração para que os técnicos optem por este tipo de carreiras. Se o país valoriza apenas o trabalho hospitalar, é normal que os formados em medicina ambicionem trabalhar no meio hospitalar. Os cuidados de saúde primários foram durante muitos anos subvalorizados e não reconhecidos, e nós temos de ter equilíbrio no investimento entre aquilo que são os cuidados de saúde. Esta é essencialmente uma questão política que não compete aos técnicos de

saúde resolver, que tem sido transversal à maioria dos governos. É um facto que não pode existir uma boa saúde sem médicos, os recursos devem estar é nos sítios certos. Devido a esta escassez de médicos faz-se uma medicina diferente, mais baseada em análise de dados, menos humanizada e de acompanhamento. Há um grande descontentamento em torno desta questão e nos cuidados de saúde no geral? Pois parece que há um grande descontentamento e, ao mesmo tempo, um paradoxo nesta questão. Temos um descontentamento generalizado, mas quando vamos medir os fenómenos de saúde, nunca tivemos tanta saúde como hoje, nunca foram tão universais os cuidados de saúde como são hoje, nunca houve tanto acesso aos cuidados primários e aos cuidados diferen-

ciados. Eu lembro que hoje temos fantásticos hospitais em Portugal onde se fazem tecnologias de ponta só possíveis nos países mais desenvolvidos do mundo. Portugal é dos países do mundo que mais gasta em saúde em função do seu produto interno bruto. Este esforço é que não está equilibrado, está muito direcionado para os hospitais, para as grandes tecnologias, e que abrangem muito poucas pessoas. Há, portanto, um conjunto de recursos que deveriam de estar canalizados para os cuidados primários e que não estão, até porque temos de ter em conta que os recursos em saúde são sempre limitados. O grande desafio está assim na escolha, em entender o que queremos? E este debate está ainda por fazer. É necessário entendermos se preferimos altas tecnologias que beneficiam meia dúzia de pessoas, mas que nos colocam no

Foi um dos responsáveis pela introdução dos cheques dentistas no nosso país. Quais são os projetos que está a desenvolver hoje em dia? Neste momento, temos um projeto relacionado com cancro oral. Estamos a iniciar o projeto com os clínicos gerais que são sempre quem desencadeia os projetos da saúde oral nas escolas. O nosso objetivo é que os médicos de família comecem a ter ainda mais atenção com a boca dos seus utentes, com um sistema de informação mais fiável. Vamos, assim, transferir para fora dos hospitais uma carga enorme de utentes para terem o seu diagnóstico nas lesões suspeitas. No Porto, estamos a fazer um laboratório de referência onde as biópsias são enviadas para lá e só os casos positivos são enviados para o hospital. Estamos assim a retirar, de dentro do hospital, uma carga enorme de trabalho, que permita libertar os médicos especialistas em oncologia oral para os casos positivos, numa resposta eficaz e atenta.

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4 ATUALIDADE

OUTUBRO 2014

Hugo Esteves

Mortos em acidente na fábrica do Caima

• ”Em 40 anos de trabalhos de manutenção nunca havia ocorrido um acidente desta gravidade” Os dois homens que morreram no dia 3 de outubro num acidente que ocorreu na fábrica de celulose do Caima, em Constância, encontravam-se a fazer a manutenção de uma chaminé, disseram fontes da Proteção Civil. Segundo o Comando Distrital de Operações de So-

corro de Santarém, as vítimas são dois trabalhadores que faziam a manutenção de uma chaminé, onde colocavam fibra de vidro, tendo ambos morrido carbonizados. A presidente da Câmara Municipal de Constância, Júlia Amorim, disse que, de acordo com a informação re-

colhida junto dos bombeiros que se encontravam no local, não houve feridos, tendo o acidente decorrido da inflamação de um produto que estava a ser usado nos trabalhos de manutenção. As duas vítimas são trabalhadores da empresa que prestava o serviço de manutenção, tendo o acidente

ocorrido num momento em que a fábrica se encontrava em período de paragem, disse.

Incêndio em fábrica em Constância ficou confinado a conduta O incêndio que ocorreu na fábrica de celulose do Cai-

ma, em Constância, ficou “confinado ao interior da conduta” onde estavam os dois trabalhadores que morreram, disse o diretor da unidade, Gualter Vasques. Os trabalhadores das diversas empresas subcontratadas pela fábrica prosseguiram no local com os trabalhos de manutenção das instalações. Em declarações aos jornalistas no local, Gualter Vasques referiu que as duas vítimas morreram carbonizadas dentro de uma conduta de lavadouro de gases (chaminé) onde efetuavam trabalhos de revestimento com fibra de vidro, um material inflamável. Segundo o responsável, um “episódio ainda não apurado resultou numa ignição que provocou um incêndio de rápida combustão”, impedindo a saída dos trabalhadores pelos seus próprios meios. O representante da empresa, que produz pasta de papel, pasta solúvel e energia, disse ainda que o episódio, ocorrido pelas 09h30, teve “danos negligenciáveis na fábrica” e lamentou a morte dos dois trabalhadores, de uma empresa externa à Caima. “A fábrica está em período

de paragem em termos de produção, e estamos em trabalhos de manutenção até 10 de outubro, com cerca de 700 trabalhadores contratados por diversas empresas especializadas na manutenção das diversas áreas fabris”, referiu o responsável, notando que “em 40 anos de trabalhos de manutenção nunca havia ocorrido um acidente desta gravidade”. “Estranhamos o que sucedeu e o inquérito aberto é que vai permitir perceber o que originou o acidente e a ignição do incêndio, até porque os trabalhadores que faleceram pertencem a uma empresa externa especializada e devidamente acreditada em revestimentos”, notou. As duas vítimas mortais não eram naturais da região do Médio Tejo. No local estiveram os Bombeiros Voluntários de Constância, com quatro veículos, e a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) do Centro Hospitalar do Médio Tejo. As vítimas foram transportadas para a morgue da unidade hospitalar de Abrantes. Mário Rui Fonseca

Pais agridem professora dentro de escola em Abrantes

Obras mal feitas em escola de Tramagal vão ser reparadas

Uma professora do 1º ciclo foi agredida, no dia 24 de Setembro, dentro da sala de aulas da Escola Básica nº 2, em Rossio ao Sul do Tejo, pelos pais de um aluno, tendo sido transportada ao Hospital de Abrantes para receber cuidados médicos. Fonte do estabelecimento de ensino disse à agência Lusa que a professora em questão havia chamado os pais devido a situações de alegado mau comportamento do aluno, tendo a professora sido agredida e recebido tratamento hospitalar, registando ferimentos nas mãos e num braço, a par

As for tes chuvas que ocorreram em meados de setembro puseram a descoberto um problema de conceção, planeamento e execução da substituição das placas de fibrocimento na Escola E/B 2,3 Octávio Duarte Ferreira, em Tramagal. As placas colocadas nos corredores exteriores daquele estabelecimento de ensino não tinham inclinação ou vazadouro para libertar as águas, o que originou a sua acumulação e abaulamento da estrutura. Tudo estava a postos

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de uma crise de ansiedade emocional. “Os pais do aluno em questão entraram na sala de aulas, no início da primeira aula da manhã, culparam a professora pelo alegado mau desempenho comportamental do filho e agrediram-na nas mãos e num braço”, disse a mesma fonte. A maioria dos alunos, de uma turma do 4º ano da escola básica do Rossio, que assistiram às agressões, “foram para casa por questões emocionais”, acrescentou. Os restantes alunos “foram divididos” pelas outras turmas do estabelecimento de ensino.

Fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém confirmou a ocorrência à agência Lusa, tendo o alerta sido dado às 9h21, a que ocorreram os bombeiros de Abrantes, com um veículo de socorro, e as forças da autoridade (PSP). Jorge Soares, porta-voz da PSP de Santarém, disse à Lusa, por sua vez, que “a agressora foi identificada e o caso, por configurar um caso de crime público, vai ser remetido para o Ministério Público”, a partir de onde seguirão os “normais trâmites processuais”. MRF

para o início do novo ano letivo, já sem as velhinhas telhas em fibrocimento, mas a tempestade ocorrida no fim de semana de 13 e 14 de setembro e o abaulamento dos telhados, obrigou a DireçãoGeral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) a dar orientações à empresa contratada para que proceda às devidas correções da obra, com os trabalhos a decorrerem depois dos períodos de aulas ou aos fins de semana. “Com as chuvas, as águas acumularam-se nas placas e as mesmas abate-

ram, formando um v, mas não chegaram a partir ou a cair”, disse ao JA o diretor do Agrupamento de Escolas nº 2 de Abrantes, Alcino Hermínio, agrupamento onde a escola de Tramagal está inserida. “A DGEstE foi quem selecionou a empresa e é a DGEstE quem vai agora encetar diligências no sentido da empresa responsável corrigir os erros de construção e reparar um trabalho que não foi bem feito”, disse ainda Alcino Hermínio. MRF


ECONOMIA 5

OUTUBRO 2014

Sardoal viabiliza construção de hotel de charme no centro histórico A Assembleia Municipal do Sardoal votou favoravelmente, e por maioria, a cedência a um investidor privado de uma casa senhorial no centro da vila, viabilizando assim a requalificação do espaço para um “hotel de charme”. O presidente da Câmara Municipal do Sardoal, Miguel Borges, congratulou-se com um investimento privado que estimou em “vários milhões de euros” e que, destacou, será “fun-

damental para o turismo e que vai possibilitar a criação de um número considerável de postos de trabalho”, que não nomeou. O autarca disse à Antena Livre que a aprovação do protocolo de cedência do edifício por um período de 50 anos é uma oportunidade de recuperar um edifício que é pertença da autarquia, mas que “tem vindo a degradar-se”. Miguel Borges afirmou que a instalação daquele

equipamento hoteleiro no centro histórico da vila carece ainda da aprovação final do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR) por se tratar de um imóvel classificado. Após receber o parecer favorável deste organismo, a obra deverá iniciar-se após a assinatura do protocolo entre o investidor privado, através da empresa Marimi, Sociedade de Gestão Hoteleira, SA., e a autarquia.

O autarca estimou que serão necessários “dois a três anos” para a conclusão das obras de requalificação da Casa dos Almeidas. Segundo Miguel Borges, a intervenção “terá início logo após o protocolo que define os termos do contrato de cessão do direito de uso, aprovado com uma abstenção dos Independentes pelo Concelho de Sardoal (ICA) e o voto contra do vereador do PS. O socialista Fernando

Vasco disse ao JA que a cedência gratuita pelo período de 50 anos “poderá configurar a figura de gestão danosa do património municipal, já que todos os membros do executivo têm a consciência dos valores em causa, histórico, cultural e patrimonial do imóvel que pretendem ceder, e da ausência de contrapartidas reais, garantidas ou periódicas de âmbito monetário, que sustentem a cedência ou o prejuízo que daí possa

advir para o erário público municipal”. O projeto prevê a recuperação, ampliação e adaptação da Casa Grande (ou Casa dos Almeidas) a “hotel de charme”, equipamento que terá capacidade para 84 hóspedes, 43 quartos, piscina interior e exterior, sala de eventos, SPA, restaurante e áreas de lazer e bem-estar, numa área de 5.500 metros quadrados. Mário Rui Fonseca

VINHOS DA REGIÃO

DR

Responsáveis fazem balanço positivo e destacam objetivos internacionais

• A vindima no Casal da Colheira Nos passados dias 29 e 30 de setembro, o Casal da Coelheira, em Tramagal, recebeu duas delegações provenientes de Taiwan e da Rússia. Nuno Falcão, enólogo do Casal da Colheira, explicou que a visita assentou “numa estratégia de internacionalização, com o objetivo de estreitar as relações com os importadores dos dois países”. Durante os dois dias, foram alguns os clientes de Taiwan e da Rússia que ficaram a conhecer a forma de trabalhar e o quotidiano desta quinta produtora de vinho tramagalense. No que diz respeito à vindima, Nuno Falcão admitiu ao JA que foi um ano de menor quantidade, devido à pluviosidade constante que se fez sentir e que trouxe alguns problemas, mas com uma qualidade que “ surpreendeu pela positiva”, com vinhos tintos com muita cor,

boa estrutura e macios e com vinhos brancos muito elegantes, “esperando-se assim um ano de gamas altas”, rematou o enólogo. Já Ricardo Alves, responsável comercial da Quinta Vale do Armo em Sardoal, admitiu ao JA que o trabalho deste ano tem sido focado na procura e na entrada em novos mercados internacionais. “Com as três marcas disponíveis - Vale Zagão, Vila Jardim e Vale do Armo - temos tido a capacidade de entrar em alguns mercados externos. Acabámos agora de conseguir a nossa penetração no mercado chinês e polaco”, admitiu. Por sua vez, António Anacleto, responsável da Quinta do Coro em Sardoal, destacou a medalha de ouro conquistada no concurso mundial de Bruxelas, “um prémio que dignificou o trabalho feito neste último ano”. Joana Margarida Carvalho

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6 SAÚDE

OUTUBRO 2014

O Infarmed indeferiu o pedido de transferência de uma farmácia de Bemposta para Alferrarede, freguesias rural e urbana, respetivamente, ambas no concelho de Abrantes, uma decisão entendida pelo presidente da Junta de Bemposta como “uma vitória para a população”. Insatisfeita com a possibilidade de perder a única farmácia da aldeia, com cerca de dois mil habitantes, a população da freguesia de Bemposta juntou, em fevereiro, 600 assinaturas numa petição para tentar impedir a transferência da farmácia, tendo a Assembleia de Freguesia manifestado igualmente a sua oposição à pretensão dos proprietários do estabelecimento. A gerência do estabelecimento alegava prejuízos financeiros pelo fraco movimento diário, que correlacionava com um número reduzido de habitantes naquela freguesia rural.

Em declarações à Antena Livre, o presidente da Junta de Freguesia de Bemposta, Manuel Alves, disse que o indeferimento do Infarmed à pretensão de transferência foi “uma vitória para a população”, tendo observado que a localidade estava “na iminência de perder a única farmácia que serve Bemposta, mas também São Facundo e Vale das Mós”. “A próxima farmácia fica a cerca de 12 quilómetros de distância, em Rossio ao Sul do Tejo.” Manuel Alves disse ainda “entender as preocupações de viabilidade económica” dos proprietários da farmácia, defendendo um processo de “discriminação positiva” para situações similares nas farmácias da província. A gerência da Farmácia Torres afirmou, por sua vez, “discordar” da decisão do Infarmed. Edgar Gaspar disse que vai recorrer da decisão do Infarmed. Mário Rui Fonseca

Urgência no Médio Tejo sem urologistas O Serviço de Urgências do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), composto pelas unidades de Abrantes, Tomar e Torres Novas, está a funcionar desde o dia 1 de outubro sem a presença dos especialistas em urologia. A alteração consta de um documento que define um novo modelo, assinado pelo diretor do Serviço de Urologia, e a que a Lusa teve acesso. A medida agora em vigor pressupõe um modelo de apoio do Serviço de Urologia (instalado no hospital de Tomar) ao Serviço de Urgências do CHMT, a funcionar em Abrantes, “em regime de apoio/consultadoria” aos doentes. Assim, todas as solicitações ao Serviço de Urologia deverão ser efetuadas através de uma linha telefónica disponibilizada para esse fim, en-

tre as 09h00 e as 20h00, e o urologista contactado dará orientações à distância sobre a eventual alta clínica ou o internamento. O novo modelo entrou em vigor a título experimental por um período de três meses (até 31 de dezembro). Os pedidos de observação a doentes internados nas três unidades do CHMT serão canalizados por correio interno para o secretariado do Serviço de Urologia, que, após triagem, decidirá pela observação regular semanal por um urologista, no caso de diferimento, ou, em caso de extrema urgência, solicitará aos serviços o envio do doente à unidade de Tomar, onde será observado. No documento, o Conselho de Administração refere que, no Serviço de Urologia, “são raras as situações de necessidade de intervenção em menos de 24 horas” e diz que “os recursos humanos existentes (quatro urologistas) tornam inviável

Hália Costa Santos

Infarmed impede transferência de farmácia entre localidades

de Utentes critica “redução progressiva •deComissão serviços”

uma prestação de urgência em regime de presença física”. Por isso, defende, o novo modelo de apoio “é mais prático, mais versátil, dinâmico e eficaz do que o existe atualmente”. A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) já criticou o novo modelo, afirmando “existir um fio condutor de redução progressiva de serviços, em prejuízo dos utentes”. O porta-voz da CUSMT, Manuel Soares, defendeu um serviço de urgência “or-

ganizado numa base de proximidade com os três hospitais”, ao invés da atual concentração numa única unidade hospitalar. O representante lamentou os “riscos demasiado elevados de falha nos processos de diagnóstico e terapêutica” num serviço de urgência médico-cirúrgica sem a presença física de urologistas. “Um médico de clínica geral não tem a mesma sensibilidade de um urologista”, vincou. Lusa

Cinco médicos cubanos atenuam falta de 21 médicos no Médio Tejo Cinco médicos cubanos começaram a trabalhar no dia 15 de setembro no Agrupamento de Centro de Saúde (ACES) do Médio Tejo, informou a diretora do ACES, considerando que se trata de um reforço que vem atenuar a falta de médicos. A diretora executiva do ACES Médio Tejo, Sofia Theriaga, disse ao JA que o agrupamento “tem hoje cerca de 40.400 utentes sem médico de família”, num universo de 235 mil utentes e que são necessários de 21 profissionais médicos. “Com a chegada dos cinco médicos cubanos ainda necessitamos de cerca de 16 profissionais médicos”, frisou, tendo adiantado que os médicos de família “têm contrato para exercer funções no ACES Médio Tejo por um período de dois anos, renovável por mais um ano”. A diretora disse ainda que os médicos foram colocados

jornaldeabrantes

nas unidades com mais carência de profissionais, sendo que dois deles vão exercer no centro de saúde de Abrantes, que tem hoje 14.880 utentes inscritos sem médico de família, uma médica para Sardoal, hoje com 3.500 utentes sem médico de família, uma outra médica para Tomar, que regista 3.100 utentes sem médico de família, e uma outra para Ourém, cuja realidade atual é de 7.200 utentes sem médico de família. A diretora do ACES Médio Tejo disse também ter solicitado a colaboração dos municípios de Abrantes, Sardoal, Tomar e Ourém para assegurar alojamento a estes médicos, tendo destacado a “pronta colaboração” dos autarcas. Em nota de imprensa, a Câmara Municipal de Abrantes refere ter disponibilizado “de forma provisória” o edifício da nova Residência Artística onde os dois profissionais médicos vão ficar “temporaria-

mente” alojados. Entretanto, e na última reunião do executivo, a presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, afirmou “lamentar” que o Ministério da Saúde “esteja a passar o ónus” para a Câmara relativamente a uma “responsabilidade que compete ao Estado Central no âmbito do recrutamento de médicos estrangeiros”. A autarca referiu, no entanto, que a Câmara Municipal “disponibiliza-se para fazer parte da solução e para contribuir para atenuar a situação da falta de médicos de família” no concelho de Abrantes, que atinge cerca de 40% dos utentes sem profissionais de saúde de proximidade. O ACES Médio Tejo é constituído pelos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. MRF


REGIÃO 7

OUTUBRO 2014

O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional disse no Sardoal, no dia 22 de setembro, feriado municipal, que um dos desafios de Portugal passa pela valorização de cada parcela do território, sublinhando a importância de incentivos diferenciadores numa lógica de competitividade inteligente. “O grande desafio do nosso País é o da competitividade, mas necessitamos de uma competitividade inteligente que parta da valorização daquilo que é nosso, que nos diferencia do Mundo global em que temos de competir, uma estratégia que nos vai conseguir fazer resistir à deslocalização e promover a coesão territorial”, defendeu Miguel Poiares Maduro. O ministro marcou presença nas comemorações do feriado municipal em Sardoal, um concelho que, com os seus cerca de 4.000 habitan-

tes, se debate com uma densidade populacional baixa e com dificuldades na fixação de jovens e captação de projetos de investimento. Poiares Maduro disse que o Governo tem vindo a adotar, “de forma global”, um “conjunto de incentivos que diferenciam positivamente estes territórios para um aumento da atratividade de investimento”. Exemplos disso são o Código Fiscal para o Investimento, “ que dá majoração a investimentos nestes territórios”, os incentivos à comunicação social de âmbito local e regional e o próximo ciclo de fundos comunitários, “com comparticipações maiores” ao mesmo nível. O ministro destacou o investimento efetuado nos últimos anos na modernização de equipamentos sociais, culturais e outras infraestruturas nos territórios do interior, um investimento que “não foi,

Mário Rui Fonseca

Aproveitar potencial dos territórios é “grande desafio” do país

Ministro Poiares Maduro, no Sardoal, defende coordenação de investimentos públicos

por si, suficiente para inverter o processo de desertificação”, tendo assegurado que, com o programa ‘Aproximar’, “o Governo consegue garantir o não encerramento de serviços públicos de atendimento”. “A determinada altura no país, qualquer concelho construía uma infraestrutura, mesmo que o concelho vizinho a tivesse também.” Num futuro próximo, “o investimento em equipamentos vai estar con-

dicionado a um prévio mapeamento dos equipamentos públicos já existentes”, disse o governante. “Temos que ter uma maior coordenação dos investimentos públicos que podem servir os municípios vizinhos, coordenados a uma escala que supera o próprio município”, frisou, e dando como bom exemplo o próprio Centro Cultural do Sardoal, que assinalou dez anos de existência. Mário Rui Fonseca

TRAMAGAL

Começaram as obras no parque infantil e no circuito de manutenção Até ao final deste ano devem ficar concluídas as obras de construção de um parque infantil e circuito de manutenção em Tramagal, junto à zona desportiva da Vila e no espaço contíguo aos atuais campos de ténis, um investimento na ordem dos 125 mil euros assumido pela Associação de Melhoramentos do Tramagal (AMFT). As obras principiaram no final de setembro e decorrem da assinatura de um protocolo entre a autarquia e a AMFT, ato que decorreu no dia 25 de julho, sendo que o projeto, no valor de cerca de 125 mil euros e comparticipado em 75% por fundos comunitários (20% pela autarquia e 5% pela AMFT), prevê ainda, e numa fase

posterior, a criação de um campo multiusos no espaço contíguo à sede da AMFT, na zona verde e desportiva de Tramagal, e que permita a prática de diversos tipos de modalidades. Em declarações ao JA, António Veiga, presidente da AMFT, disse que as obras em curso “têm de estar concluídas até ao final de dezembro”, tendo sublinhado que, “atuando dentro das suas áreas de competência, o que queremos, enquanto Associação de Melhoramentos da freguesia, é dotar um espaço que está a nosso cargo de infraestruturas que tragam mais-valias às pessoas e que permitam à população uma melhoria da sua qualidade de vida”.

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8 REGIÃO

OUTUBRO 2014

O concelho de Mação vai testar um projeto-piloto de gestão total de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) e vai testar novos modelos de gestão do território agrícola e florestal assente em minifúndio, anunciou a autarquia. O conceito, apresentado no dia 15 de setembro ao secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, assenta numa lógica de agregação funcional e total das ZIF e de todas as pequenas parcelas de terreno e dos seus proprietários, e visa estruturar e ordenar a floresta, com o objetivo de criar riqueza e proteger a mesma contra os incêndios florestais. O vereador da Câmara de Mação, António Louro, disse ao JA que a ideia assenta na “agregação de territórios de minifúndio com um mínimo de mil hectares, ganhando escala e estruturando empresarialmente o conceito de gestão do território, com a abertura a fundos de investimento e com solidez jurídica, respeitando a propriedade

privada, e definindo racionalmente modelos de utilização agrícola e florestal dos espaços”. Com 41 mil hectares de área, 122 lugares e aldeias onde residem cerca de 8.000 habitantes e 90% de mancha florestal, o cadastro territorial de Mação identifica mais de 20 mil proprietários de pequenas parcelas de terreno (minifúndio), com 0,7 hectares de dimensão média. “Desta forma não há território que resista e que seja sustentável ou possa ser gerador de riqueza, mais a mais quando os seus proprietários emigraram e as terras estão ao abandono”, vincou Louro.

Riqueza do território dividida por todos “Com o novo modelo, a gestão é única e assegurada pelos técnicos da Associação Florestal do Concelho de Mação (Aflomação) e Câmara Municipal, os proprietários contribuem com os terrenos, os investidores com capital, e todos terão direito à sua quo-

ta-parte de uma riqueza que o território, devidamente ordenado e protegido, vai gerar”, defendeu. O secretário de Estado das Florestas disse ao JA que aceitou o desafio da Câmara de Mação em constituir-se como município piloto para este projeto de reordenamento do território, pela importância de “tornar os territórios atrativos”, lembrando, no entanto, que as pessoas “não podem ser obrigadas a regressar aos territórios do interior”. Gomes da Silva disse, ainda, que o processo deve evoluir para a “criação da figura jurídica de Sociedade de Gestão Territorial”, observando que já existem os instrumentos necessários e o enquadramento legal para a implementação do projeto. “Em Mação aceitei um desafio e lancei um repto: a autarquia e a Aflomação vão concluir e apresentar-me o projeto conceptual piloto de intervenção sobre áreas ardidas e aproveitamento do potencial de regeneração,

Mário Rui Fonseca

Mação vai ser município piloto para projeto de gestão da floresta em minifúndio

• O objetivo é ganhar escala, respeitando a propriedade privada um modelo para replicar em outro tipo de áreas florestais que não correspondam a áreas ardidas”. Por outro lado, continuou, “vamos olhar para os instrumentos financeiros e legais que existem e quais são os adequados para concretizar a iniciativa. À falta de algum instrumento, o meu compromisso é assegurar que ele possa existir para que o projeto tenha sucesso”.

Regimento de Engenharia nº 1 em Tancos desde 1 de outubro A Escola Prática de Engenharia (EPE) de Tancos, no concelho de Vila Nova da Barquinha, foi deslocalizada para Mafra no ano de 2013. Em consequência dessa reorganização do Exército ficou instalado em Tancos o Pólo Permanente do Prédio Militar 001/ VNB – RE1. A partir de 1 de outubro de 2014 é deslocalizado o Regimento de Engenharia n.º 1, da Pontinha para Tancos, uma medida que decorre do projeto de reestruturação em curso no Exército Português e que já tinha sido anunciado anteriormente, em abril de 2013, pelo

jornaldeabrantes

General Artur Pina Monteiro, atual Chefe do Estado-MaiorGeneral das Forças Armadas (CEMGFA). “Nenhum campo militar vai ser encerrado, antes o dispositivo vai ser alvo de uma reestruturação. O Regimento de Engenharia nº 1, por exemplo, vai ser transferido para a Escola Prática de Tancos, uma guarnição que vai ser robustecida com uma grande capacidade operacional de engenharia”, explicou o atual CEMGFA. A EPE de Tancos foi criada a 28 de junho de 1880 e transferida para Mafra em 1 de

outubro de 2013, na sequência da decisão tomada de se unificar as diversas escolas práticas das armas do Exército numa única Escola das Armas. O RE1 tem assegurada a sua missão desde o longínquo

Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, e António Louro, presidente da direção da Aflomação, entregaram no dia 30 de setembro, a Francisco Gomes da Silva, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, a proposta conjunta para criação de um projeto-piloto que permita testar a solução de gestão em comum de territórios de minifúndio.

Talvez tenha sido um dos últimos atos do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, que foi exonerado no dia 2 de outubro, a seu pedido, de acordo com informação publicada na página da Presidência da República. Francisco Gomes da Silva tomou posse no cargo a 01 de fevereiro de 2013. Mário Rui Fonseca

ABRANTES

Câmara investe um milhão para expandir zona industrial

dia 24 de outubro de 1812, o que indicia um distinto grau de motivação, competência técnica e entrega de todos os militares e civis que neste Regimento serviram e servem o Exército Português.

A Assembleia Municipal de Abrantes deu luz verde ao executivo de maioria socialista liderado por Maria do Céu Albuquerque para adquirir um terreno por um milhão de euros, investimento que vai permitir o alargamento da zona industrial sul de Abrantes, em Alferrarede. As três parcelas de terreno perfazem um total de cerca de 20 hectares e a

aquisição do mesmo por um milhão de euros foi aprovada por maioria na última Assembleia Municipal, realizada dia 27 de setembro. Maria do Céu Albuquerque, presidente da autarquia, justificou o investimento com a necessidade de expandir a zona industrial e possibilitar a instalação de novas empresas.


REGIÃO 9

OUTUBRO 2014

Eduardo Jorge, um deficiente motor residente em Concavada, Abrantes, entrou às 11h00 do dia 25 de setembro em Lisboa, após ter percorrido mais de 150 quilómetros na sua cadeira de rodas como forma de reclamar o direito a uma vida independente. O protesto, que só terminou à porta do Ministério da Segurança Social depois de uma viagem de três dias, tinha como objetivo alertar para uma alteração legislativa que permita às pessoas com deficiência, e com necessidade de assistência, permanecer em casa, contratar o seu assistente e dispensar internamento em lares. “Esta viagem em protesto foi muito dura, com algumas peripécias e algum receio inicial pelas condições atmos-

féricas e por circular em cadeira de rodas pelas estradas nacionais, de Concavada até Lisboa, mas as incógnitas não me demoveram de fazer este percurso porque de uma coisa eu estou certo: esta vida, para mim, não serve”, disse Eduardo Jorge, em declarações pelo telefone à Antena Livre. Com 52 anos, tetraplégico e ativista do movimento “nos. tetraplégicos”, Eduardo disse que a finalidade da iniciativa era a de “chamar a atenção para os problemas dos deficientes motores e idosos” em Portugal. Um outro objetivo era “dizer basta à institucionalização compulsiva por parte do Estado das pessoas com deficiência em lares de idosos, como única alternativa de vida”. O ex-gerente comercial, li-

DR

Viagem de 150 kms em cadeira de rodas por uma vida independente

Eduardo Jorge, deficiente da Concavada, levou três dias a chegar a Lisboa

cenciado recentemente em Serviço Social, foi vítima de um acidente de viação em 1991 que o deixou numa cadeira de rodas, tendo sido institucionalizado. “Estar internado num lar, para mim, era normal. Durante vários anos foi assim. Eu não sabia nada, não tinha conhecimento nem estava

desperto para os meus direitos. Mas ganhei consciência das coisas, olhei para mim e disse: chega. Isto não é vida para mim. Quero ter uma vida independente, quero ser útil à sociedade, quero sentir-me útil e feliz comigo mesmo, não quero ir para um lar distante, quero ficar em casa, junto dos meus, e po-

der contratar quem cuide de mim”, explicou. Eduardo Jorge já havia realizado uma greve de fome em frente da Assembleia da República, no ano passado, com o apoio do Movimento (d)Eficientes Indignados, tendo-a suspendido depois de ter sido recebido pelo secretário de Estado da tutela e de este ter assegurado, na ocasião, iniciar os trabalhos de redação de legislação sobre a “Vida Independente” no final de janeiro último. “Realizei a greve de fome pelo direito a uma vida independente e digna, e suspendi-a porque obtivemos determinadas garantias e promessas. Pouco ou nada aconteceu até ao momento, facto que me levou a voltar a luta, neste caso, à estrada.” “O carinho, as palavras de

incentivo, os aplausos, as buzinadelas e as centenas de pessoas que me esperavam em algumas localidades para me acompanhar e dar ânimo nesta viagem deixaram-me muito feliz e deram-me muita motivação”, relevou. No final da jornada de protesto, Eduardo Jorge entregou um documento reivindicativo para “avivar a memória ao secretário de Estado Agostinho Branquinho, que prometeu e não cumpriu”. “Espero que o Governo avance a curto prazo com as medidas acordadas há um ano, caso contrário, a minha luta, que é a de todos os deficientes motores, idosos e de todas as pessoas com necessidade de assistência, vai continuar”, promete Eduardo Jorge. Mário Rui Fonseca

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10 REGIÃO

OUTUBRO 2014

CÂMARA MUNICIPAL ANUNCIA MODIFICAÇÕES AO TRÂNSITO

Os tempos de espera na ponte de Abrantes aumentaram de cinco minutos para períodos de espera que podem chegar aos 15 minutos, um dado a que o início do novo ano letivo e o fim do período de férias de verão não é alheio. A circulação rodoviária no tabuleiro da ponte metálica de Abrantes, sobre o rio Tejo, começou no dia 12 de agosto a ser feita de forma condicionada, realizando-se de forma alternada e regulada com recurso a semáforos. Os condicionalismos prendem-se com os trabalhos de reabilitação da travessia, cujas obras se deverão estender por um período de 18 meses. O atual condicionamento à circulação rodoviária, irá manter-se por um período previ-

sível de três meses (até 12 de novembro), tempo necessário para a execução desta fase dos trabalhos. Só depois surgirão os constrangimentos ao nível das viaturas pesadas, que ficarão impedidas de circular na ponte. As obras vão decorrer, previsivelmente, até ao final do ano 2015. No decorrer dos trabalhos da empreitada, a Câmara Municipal de Abrantes já procedeu a algumas modificações no trânsito, que se vão manter até ao final da obra. Assim, é proibido o trânsito na Avenida Marginal do Tejo, no sentido nascentepoente, entre a Travessa do Ringue e o acesso ao parque de estacionamento situado entre a Avenida Marginal do Tejo e a Rua do Tramagal, a poente da ponte. No arrua-

mento sem topónimo que liga a Rotunda Santos Silva à Avenida Marginal do Tejo, a nascente da ponte, no entroncamento com a Avenida Marginal do Tejo é proibido virar à esquerda, com exceção dos veículos afetos à obra, se tal se verificar necessário. Na Avenida Marginal do Tejo, no sentido poente-nascente, é proibido inverter o sentido da marcha. João Caseiro Gomes, vicepresidente da autarquia, explicou estas alterações ao JA: “O que estava acontecer é que as pessoas entravam diretamente na rotunda e acabavam por bloquear a circulação dentro da mesma, bloqueando ainda a circulação dos veículos que saíam da ponte em direção ao Rossio ao Sul do Tejo.”

“Temos alguns aspetos a ter em conta e que já pronunciámos às autoridades, nomeadamente a passagem de alguns veículos mesmo quando o semáforo já está a vermelho e a falta de civismo que por vezes ocorre em relação aos condutores que vêm de Tramagal e que têm algumas dificuldades em entrar na estrada principal em direção à ponte”, referiu ainda o vereador. A empreitada de reabilitação da ponte de Abrantes sobre o rio Tejo foi adjudicada pela Estradas de Portugal (EP) por 2,9 milhões de euros. As alternativas mais próximas são as pontes rodoviárias de Alvega / Mouriscas ou Constância (exceto a pesados), a cerca de 20 quilómetros de distância. MRF e JMC

Mário Rui Fonseca

Tempos de espera aumentam na ponte de Abrantes com início das aulas

• Obras devem prolongar-se até ao final de 2015

Autarquias do Médio Tejo entregam petição pela manutenção de Tribunais Os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) entregaram no dia 22 de setembro, na Assembleia da República, uma petição a Favor da Não Desqualificação/Extinção dos Tribunais na região, uma ação que consideram “oportuna pela ineficácia” do novo mapa judiciário. Em declarações ao JA, a presidente da CIMT, Maria do Céu Albuquerque, que também preside à Câmara de Abrantes, afirmou ser “de toda a atualidade” a apresentação desta petição, numa altura em que as populações “verificam uma justiça paralisada, o fecho de tribunais com condições em simultâneo com obras apressadas em alguns dos restantes, bem como um distanciamento da justiça sem precedentes”. A autarca disse que a petição “reuniu mais cinco milhares de subscritores”, tendo observado que a sua entrega na Assembleia da

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República (AR) “obrigará à sua apreciação em plenário na AR, assim como a sua apreciação na Comissão de Justiça e a elaboração de um relatório final no prazo de 60 dias”. “A CIMT pretende que o Governo corrija o projeto de decreto-lei, aplicando os critérios objetivos que ele próprio definiu para a reorganização do mapa judiciário”, afirmou, tendo observado que a concentração de valências “pode fazer sentido nas áreas metropolitanas, mas que no interior do país o modelo tem de ser pensado em função da organização territorial”.

Gravemente prejudicados Maria do Céu Albuquerque afirmou ainda que está em causa o “grave esvaziamento de competências de âmbito criminal e civil em toda a região do Médio Tejo”, manifestando o seu “repúdio” pelo encerramento dos tri-

bunais de Mação e Ferreira do Zêzere, a passagem do tribunal de Alcanena a “mera secção de proximidade” e o “desmantelamento” do atual círculo judicial de Abrantes”, que perdeu as instâncias cível e criminal, instâncias que ficam concentradas em exclusivo em Santarém, na vizinha Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo. “Sentimo-nos gravemente prejudicados e o queremos é a possibilidade de desdobramento das duas instâncias, cível e criminal, para o Médio Tejo, a exemplo do que sucedeu em outros distritos e sub-regiões”, vincou. A autarca criticou ainda os vários pedidos “infrutíferos” de audiência ao Ministério da justiça e “não tenham sido cumpridos os compromissos assumidos de prosseguir o processo de diálogo”, e a “garantia” de que a redação final da lei seria aperfeiçoada. Mário Rui Fonseca


ESPECIAL VIDA SÉNIOR

Mais de 78 mil vivem em lares, outros 76 mil têm apoio em casa Mais de 78 mil idosos estão a viver em lares, segundo os dados mais recentes do Instituto da Segurança Social (ISS), que revela também que existem mais de 76 mil pessoas a usufruir de apoio domiciliário. O Dia Internacional do Idoso assinalou-se no dia 01 de outubro e uma análise às várias respostas de apoio social da Segurança Social disponíveis para quem tem mais de 65 anos mostra que uma grande fatia dos idosos em Portugal está em estruturas residenciais, mais conhecidas por lares. Segundo os dados mais recentes, atualizados a 24 de abril, existem 78.104 idosos em lares, enquanto outros 76.188 usufruem de apoio domiciliário. “Na resposta social “Estrutura residencial para idoso”, o número de acordos de cooperação tem vindo a aumentar significativamente”, revelou o ISS, apontando que em julho de 2014 havia 1.490 acordos, contra os 1.347 assi-

nados em 2011. Relativamente às restantes respostas sociais, o ISS adianta que 42.693 pessoas usam os Centros de Dia, outras 20.235 os Centros de Convívio, enquanto 172 usufruem dos Centros de Noite. Já no que diz respeito ao acolhimento familiar, havia 727 pessoas em 2013 abrangidas por esta resposta social, que passa por integrar, temporária ou permanentemente, pessoas idosas em famílias capazes de lhes proporcionar um ambiente estável e seguro, tal como explica o ISS. De acordo com o ISS, tem-se registado “um aumento claro e significativo quer no alargamento do número de vagas das diferentes respostas sociais, quer na sua diversificação” e revela que essa tem sido igualmente a tendência na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

“Em 2013 registavam-se 6.650 vagas, o que corresponde a um aumento de cerca de 11% do número de vagas comparativamente ao ano anterior”, diz o ISS. A par do aumento do número de acordos de cooperação, o ISS diz que tem havido também um aumento da comparticipação financeira por utente/mês, que passou de 347,31 euros em 2010 para 358,55 euros em 2014. A este valor acresce ainda uma comparticipação para os idosos que se encontrem em situação de dependência de 2.º grau de 66,6 euros e um suplemento de mais 46,65 euros por utente/mês quando a frequência de pessoas idosas nesta situação for igual ou superior a 75% dos utilizadores. O ISS destaca ainda que em 2013 houve um investimento de 500 milhões e 200 mil euros na área dos idosos, depois de em 2011 terem sido 483 milhões e 200 mil euros.

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12 ESPECIAL VIDA SÉNIOR

OUTUBRO 2014

AUSÊNCIA DE ACORDO COM A SEGURANÇA SOCIAL LIMITA O ACESSO DE PRÉ-CANDIDATOS A NOVOS LARES

O Centro Social Interparoquial de Abrantes inaugurou no dia 1 de outubro, com 15 utentes, um lar de idosos com capacidade para 72 pessoas, uma obra que implicou um investimento de três milhões de euros, valor comparticipado em 70% por fundos comunitários. O Lar de Idosos Domus Pacis Casa da Paz, que entrou em funcionamento no Dia Mundial do Idoso, foi construído na Encosta da Barata, com quatro pisos e uma área total de 10.500 metros quadrados, com quartos individuais, duplos e triplos divididos pelos andares superiores. O Centro Social Interparoquial de Abrantes, que emprega atualmente 65 pessoas e tem cerca de duas dezenas de voluntários, investiu três milhões de euros e criou 40 novos postos de trabalho no novo lar de idosos, valência que se junta às outras desenvolvidas pela instituição uma creche, um jardim-de-infância, serviço de apoio domiciliário, comunidade terapêutica, reinserção social, um centro de acolhimento temporário para crianças, centro de enfermagem e o programa ‘Recordar é Viver’, direcionado para a população sénior do concelho. O coordenador do Centro Social Interparoquial de Abrantes, o cónego José da Graça, disse ao Jornal de Abrantes que o projeto “vai ajudar a resolver um problema concelhio” em termos de oferta a este es-

Mário Rui Fonseca

Paróquia de Abrantes inaugurou Lar Domus Pacis para 72 idosos

Cónego José da Graça diz que, se soubesse o que sabe hoje, não teria feito um investimento tão •grande no Lar Domus Pacis

calão etário, referindo, no entanto, que ainda não estão garantidos os acordos com a Segurança Social que permitem financiar o funcionamento do novo lar. “A ausência dos acordos de cooperação com a Segurança Social, que consistem num pagamento mensal de um valor de comparticipação de 358 euros por cada utente, está a limitar o acesso de grande parte dos pré-candidatos por não conseguirem suportar financeiramente o valor mensal a pagar”, observou. Segundo José da Graça, o equipamento podia até abrir com lotação esgotada, tendo em conta o número de pré-inscrições, mas sem a comparticipação da Segurança Social as pessoas não conseguem pagar a mensalidade – cerca de 950 euros, número que “o Estado contabiliza como sendo o valor mensal necessário por utente e sem contar com medicamentos, fraldas e outras despesas”. O responsável admitiu que, se tivesse as mesmas informações que tem hoje, não teria sido feito este investimento, já que os acordos com o Estado “excluem os mais pobres”. “Alguma coisa terá de mudar por parte dos nossos governantes”, defendeu ainda, afirmando que muitos dos idosos que necessitam de institucionalização em lar “têm reformas de miséria, na casa dos 200 e 300 euros”.

O Centro Social do Pego inaugurou no dia 22 de setembro um lar com capacidade para 68 idosos. Com um investimento de 2,1 milhões de euros e capacidade para 68 camas, divididos por 30 quartos duplos e oito individuais, a nova estrutura residencial para idosos (ERPI) foi edificada na freguesia do Pego, nas imediações do local onde hoje funciona um centro de dia, uma creche e jardim-de-infância. António Gomes Mor, presidente do Centro Social do Pego, disse ao JA que o projeto “vai ajudar a resolver um problema em termos de oferta a este escalão etário,

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atendendo a que Abrantes apresenta um nível muito baixo em termos de cobertura”. Com a entrada do novo lar em funcionamento, a instituição criou mais 28 postos de trabalho, a maioria dos quais qualificados, que se juntarão aos 38 nas valências já existentes. António Gomes Mor alertou, no entanto, que ainda não estão garantidos os acordos com a Segurança Social que permitem financiar o funcionamento da ERPI. “A ausência, até ao momento, de garantias de assinatura dos acordos de cooperação com a Segurança Social, que consistem

num pagamento mensal de um valor de comparticipação de 358 euros por cada utente, não colocou em causa a abertura do novo lar, mas está a limitar o acesso de grande parte dos pré-candidatos por não conseguirem suportar financeiramente o valor mensal a pagar”, observou. A construção do novo lar do Pego obteve uma comparticipação de cerca de 1,2 milhões de euros no âmbito do programa de financiamento comunitário POPH - Programa Operacional de Potencial Humano. MRF

Mário Rui Fonseca

Centro Social do Pego abre lar para 68 idosos após investimento de 2,1 milhões

António Gomes Mor diz que o novo lar do Pego vem “ajudar a •resolver um problema em termos de oferta nesta faixa etária”


ESPECIAL VIDA SÉNIOR 13

OUTUBRO 2014

NUM OLHAR ATENTO AOS IDOSOS DA REGIÃO

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Câmaras Municipais disponibilizam programas e apoios para a terceira idade CONSTÂNCIA

Novo lar vai abrir em Santa Margarida da Coutada

Vila Nova da Barquinha Cartão Municipal do Idoso - dá acesso a vantagens como isenções no pagamento de águas, taxas de lixo e saneamento, descontos em equipamentos municipais e acesso gratuito a programas culturais e turísticos promovidos pela autarquia. Formação Ocupacional de Seniores – com cerca de 200 inscritos, está em funcionamento, nas quatro freguesias do concelho, a Formação Ocupacional de Seniores (FOS), a “Universidade Sénior” do concelho. Assistência Técnica ao Domicílio - visa a apoiar os idosos e pessoas em situação de carência, do concelho, em pequenas reparações nas suas casas. Transporte a Pedido - implementado pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo em janeiro de 2013, no concelho de Mação, vai alargar-se a Vila Nova da Barquinha em 2015.

DR

Apoio das freguesias - as freguesias, com o apoio do município, realizam diversas atividades orientadas para a população idosa, quer recreativas, como os passeios culturais anuais, quer de apoio ao dia-adia dos idosos.

Hália Costa Santos/Arquivo

• Santa Casa da Misericórdia de Constância cria mais uma resposta social no concelho

A teleassistência é um dos serviços que as autarquias •oferecem aos seus idosos dade de dançar, falar, compartilhar, comunicar e de se identificarem tanto com as atividades como com o grupo. Ação Social – Teleassistência - é um serviço telefónico que visa proporcionar o apoio imediato em situações de risco e oferecer maior segurança aos munícipes.

Mação Gabinete de Apoio à Pessoa Idosa - o serviço de atendimento nas várias freguesias. Apoio a Idosos com a Doença de Alzheimer e/ou outras Demências.

• O novo equipamento pode acolher 40 idosos em internamento

Constância

Vai abrir até ao final do ano 2014 uma nova resposta social no concelho de Constância. Trata-se de um novo lar da Santa Casa da Misericórdia que está a nascer na freguesia de Santa Margarida da Coutada, a freguesia mais populosa do concelho. Com um investimento de cerca de 1.612 mil euros, apoiado pelo Programa Operacional Potencial Humano (POHP), com 75% a fundo perdido, o novo lar terá a capacidade para acolher 40 idosos em internamento, mas ainda contará com outras valências como o apoio domiciliário, o centro de dia e o centro de noite, criando 17 novos postos de trabalho. António Teixeira, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Constância, explicou que o novo lar resulta de uma “necessidade efetiva devido ao envelhecimento da população e à quantidade de utentes com mais de 65 anos a precisar de uma nova resposta social no concelho”. Para o funcionamento do novo lar ainda não está garantido o acordo

Desde 1985 que a Câmara Municipal de Constância organiza anualmente o Passeio Convívio. O Passeio Convívio, no qual todos os seniores podem participar, envolve anualmente cerca de 500 idosos. A atividade assume um importante papel social junto da população idosa do concelho, dando-lhes a conhecer novos locais do país.

Clube Sénior de Mação - um espaço de promoção de atividades desportivas, culturais e recreativas para os idosos, de forma concertada e multidisciplinar.

O município desenvolveu uma ação porta a porta assente na aplicação de questionários, cuja primeira fase consistiu numa entrevista através de algumas perguntas (que foram efetuadas por colaboradores da autarquia e de outras entidades do concelho) a fim de se conhecerem as reais necessidades desta franja da população e, assim, se proceder à elaboração de um plano estratégico de intervenção.

Sessões Formativas - cujo objetivo é promover ações de sensibilização sobre a terceira idade, destinadas a cuidadores, técnicos, parceiros e comunidade em geral.

Abrantes

Ginástica nas freguesias – realização de aulas de ginástica semanais, através de uma professora de educação física, em todas as sedes de freguesia.

com a Segurança Social que vai permitir financiar a nova estrutura. Contudo, o provedor admitiu ao JA que “a Santa Casa já teve a preocupação de estabelecer alguns contactos para que, caso não haja acordo, seja possível dotar o novo espaço de verbas provenientes da Segurança Social, para apoiar os utentes que mais necessitam”. “Na admissão de utentes teremos sempre de analisar caso a caso e o pagamento será sempre baseado na reforma e na situação financeira de cada um. O nosso papel é o de fazer chegar aos responsáveis a noção de quem tem menos”, adiantou o provedor. Teresa Flor, diretora técnica da Santa Casa da Misericórdia, explicou que o novo lar irá funcionar em coordenação com o que já existe na sede do concelho. “O trabalho será feito em conjugação, com serviços similares e uma gestão idêntica. Queremos chegar a uma grande franja da população apoiando no que for necessário”, referiu a diretora. Joana Margarida Carvalho

Desporto - + Vida - o serviço de desporto da CM Abrantes é dirigido aos utentes dos centros de dia e lares do concelho, com uma aula, uma vez por semana, em cada IPSS. Cultura – A Menina Dança - pretende ser um incentivo ao convívio. Os participantes têm oportuni-

Mação Contra a Solidão - um projeto que consiste em reunir voluntários para apoiar os idosos mais isolados social e geograficamente.

Cartão Mação + Vida - que permite a redução de 25 % em todas as taxas e tarifas municipais. Hidroginástica Sénior e Transporte gratuito para as termas da Ladeira.

Vila de Rei

- Apoio à recuperação de casas degradadas / Oficina Doméstica; - Transporte semanal gratuito para a sede do Concelho; - Apoio Psicossocial; - Rastreios / Despistagem de doenças; - Tratamentos termais; - Loja Social. Consultas de Oftalmologia Gratuitas - consultas gratuitas de oftalmologia para os agregados familiares vilarregenses em situação de vulnerabilidade social. Cartão do Idoso – garante o desconto no consumo de água, na compra de medicamentos para doenças crónicas; transporte gratuito para os serviços camarários; ingresso preferencial nos lares e centros de dia; desconto na utilização de infraestruturas da Câmara Municipal e em estabelecimentos comerciais e serviços.

Sardoal O Programa de Apoio Municipal à Pessoa Idosa - PAMPI - visa a manutenção da autonomia, independência e qualidade de vida, das pessoas idosas do concelho de Sardoal.

Projetos: Gabinetes de Atendimento Social à Pessoa Idosa – GASPI; Dinamização do Centro de Convívio de Sardoal; “Avô Online” - Iniciação à Informática; “Viver +” - Hidroginástica para Seniores; Passeios da Terceira Idade - Viagens para os Seniores.

Medidas de Apoio a Idosos: - Serviço de Teleassistência; - Visitas Domiciliares;

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14 ESPECIAL VIDA SÉNIOR

OUTUBRO 2014

UTIS 2014

Reinventar a vida na terceira idade As universidades da terceira idade ou universidades sénior (UTIs) são uma resposta social, a várias dimensões, ao grande desafio de cada vez existirem mais idosos. Quando se fala com aqueles que as frequentam, o que salta com maior importância no que é vivido são o convívio ou a resistência à solidão (“Se não fosse isto, havia dias que nem me arranjava para sair de casa”), a recomposição dos laços sociais (“Aqui fazemos novos amigos”), o aprender coisas novas (“Eu queria muito continuar a estudar, mas tive de deixar a escola para ir trabalhar” ou então “Aqui aprendemos coisas que nunca pensei aprender”). Mas há duas outras dimensões também da maior importância. Por um lado, a prevenção da saúde mental através do exercício intelectual e da participação em atividades de forte componente social. Mas até a saúde física se vê beneficiada nas pessoas que, por vezes bastante debilitadas, começam a frequentar um destes projetos e pouco tempo depois se encontram em muito melhor forma física. Por outro lado, há toda uma reinvenção social do que é ser idoso num tempo em que os velhos modelos já não fazem sentido e os novos têm de ser inventados. E é isso mesmo que ali se faz, nestes labo-

ratórios sociais: reinventam-se padrões de vida para a terceira idade. Padrões de atividade, participação, alegria; padrões de afirmação do direito à vida e a um futuro que sempre existe; padrões de dignidade e de afirmação de si; padrões de participação social e de cidadania. Padrões que não são servidos prontos a usar, mas que são objeto de construção e criatividade, de experimentação e aventura, de ousadia e cooperação, antes de mais num exercício feito pelos próprios mais

velhos, em cooperação com outros mais jovens. Além disso, as UTIs são projetos sociais com duas particularidades significativas: são fáceis de replicar e são baratas. E é justamente por isso que se têm multiplicado pelo país. Ao contrário de outro tipo de respostas, por exemplo os lares, que são equipamentos caros e de dispendiosa manutenção, as UTIs pouco mais precisam que do espaço. Recorrem sobretudo a prestações voluntárias, num regime de

solidariedade, o que significa que reforçam na sociedade os laços de responsabilidade social e participação cívica. E o pouco que as UTIs representam em termos de encargos é bem compensado pelos benefícios que produzem: redução nos gastos com a saúde, mais positividade nas relações sociais, maior tranquilidade nas famílias, colaborações várias na sociedade, afirmação do valor social e político das pessoas mais idosas e assim por diante.

Na região, o pontapé de saída foi dado pela UTIA, Universidade da Terceira Idade de Abrantes. O facto de ter ido à televisão divulgar o projeto terá contribuído para que se começassem a surgir outros na região, muitos deles diretamente inspirados na UTIA. A vitalidade social que representam vêse também no facto de cada um deles apresentar características diferenciadoras que lhe dão uma identidade própria, mesmo se as semelhanças são muitas. As UTIs funcionam com professores que leccionam, em regime de voluntariado, disciplinas que atendem sobretudo aos interesses dos alunos, sem prestação de provas de avaliação, pois não conferem certificação de competências. Além das aulas, há atividades de música, artes plásticas ou costura, ginástica de manutenção ou utilização de computadores. Fazem ainda visitas de estudo e organizam conferências ou convívios. E tudo o mais que a imaginação e os recursos permitem. As UTIs são fruto da criatividade social fora da economia monetarizada, e também isso tem um significado nada irrelevante. Alves Jana

Universidade da Terceira Idade de Abrantes

Universidade Sénior de Constância

Universidade da Terceira Idade do Tramagal

Fundada em 1998, tem mais de uma centena de alunos e oferece cerca de 25 disciplinas. Além disso, tem uma tuna e danças de salão. Entre outras, vai passar a oferecer técnicas de fotografia e conversas à volta do Direito. Funcionou sempre em instalações cedidas pela Câmara e aquelas em que hoje se encontra vieram abrir-lhe novas possibilidades que têm vindo a ser exploradas.

Nasceu em 2005, na sequência de um projeto de luta contra a pobreza. Tem a particularidade de funcionar em horário pós-laboral e em dois pólos: Montalvo, que recebe também pessoas da sede do concelho, e Santa Margarida. Oferece, como é natural, um leque de menos disciplinas do um meio maior, mas tem uma tuna que se encontra de modo alternado nos dois pólos, o que dá origem a um reforço dos laços sociais

Fundada em 2006, é um projeto nascido dentro da ARTRAM; Associação de reformados do Tramagal. Por isso, para a frequentar é necessário ser sócio da mãe ARTRAM em cujas instalações funciona. É frequentada por cerca de 65 alunos e oferece dezena e meia de disciplinas. Afirma que quer “contribuir para a não discriminação negativa das pessoas por serem idosas (idadismo, Butler, 1969), tentando substituir os

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Abriu o ano letivo com uma sessão solene no passado dia 3 e começou as aulas a 6 de Outubro. Para o presente ano letivo tem já prevista uma visita de estudo a Palmela e Azeitão. A presidente é Ana Luísa Roxo. Contato: 241.333.920

no território. Como não tem instalações próprias, um sonho à espera desde o início, a sede funciona nos Bombeiros Voluntários de Constância. Neste ano foi a primeira a iniciar as suas atividades, a 26 de Setembro, mantendo uma média de 40 alunos e meia dúzia de disciplinas. O presidente é Carlos Dias. Contato: 249.739.241

estereótipos negativos (doença, declínio mental, inutilidade, isolamento, pobreza, depressão, dependência de medicamentos, e outros) por estereótipos positivos (a amabilidade, a sabedoria, ser de confiança, ser livre, ser feliz…)”. Este ano está ainda em processo de eleger a próxima direção, mas o início das atividades está já previsto para 20 de Outubro. Contato: 241.890.245


REGIÃO 15

OUTUBRO 2014

Município de Abrantes aprova reforço de apoios de emergência social A Assembleia Municipal de Abrantes aprovou, no dia 27 de setembro, por unanimidade, uma atualização dos apoios de emergência a “estratos sociais desfavorecidos”, depois de se registar nos últimos anos um aumento dos pedidos, bem como das situações de violência doméstica. Em declarações à Antena Livre, a vereadora da Ação Social na Câmara de Abrantes, Celeste Simão, justificou a necessidade da atualização dos apoios de “emergência imediata” com um “aumento regular e constante”, nos últimos quatro anos, “dos casos de violência doméstica no concelho e de situações de emergência social”, com necessidades ao nível de habitação, alimentação, saúde, consumo de energia, entre outros. Em vigor desde 2011, o Regulamento de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos (RAESD) “necessita de reajustes e até de alterações decorrentes da aplicação do mesmo e da complexidade dos pedidos de apoio”, disse a responsável. Em 2011, a autarquia

apoiou 95 pessoas em cerca de 38 mil euros, em 2012 o número subiu para 261 cidadãos (com 91 mil euros de apoio), no ano seguinte foram apoiadas 233 pessoas (com cerca de 70 mil euros) e em 2014, até julho, 149 situações foram merecedoras de apoio dos serviços de Ação Social municipal (27 mil euros). “Já existiam dois apoios de emergência, até 83 euros e

até 1.200 euros, mas a experiência no terreno aponta para a necessidade da uniformização dos apoios de emergência, que passam a ser de um único valor e até 800 euros”, disse a vereadora, ressalvando que as condições de atribuição “requerem que tenham sido esgotadas as outras respostas sociais existentes”, ao nível do Rendimento Social de Inserção, pensões, reformas

ou subsídio de desemprego, entre outros. Também ao nível dos apoios económicos para a promoção do acesso a cuidados de saúde, a comparticipação financeira vai aumentar de 50% para 75% para a compra de medicamentos e manter-se nos 75% para despesas com consultas de especialidade e de transporte. Mantém-se ainda a

comparticipação de 50% nas despesas de tratamentos, desde que não disponíveis no Serviço Nacional de Saúde. Em situação de desemprego conjuntural, o Banco Social da autarquia apoiou até hoje 139 pessoas, com uma verba na ordem dos 85 mil euros, também aqui com números “sempre em crescendo, com casos de pessoas de rendimento zero e agora até oriundas da classe média”, notou. “Os apoios a conceder, à exceção dos casos de emergência, que são imediatos e até 800 euros, são válidos por um período de seis meses e para pessoas com rendimento per capita não superior a 250 euros”, observou ainda Celeste Simão, notando que o cidadão terá de participar num plano de ação pessoal e familiar de forma a poder alterar a situação em que se encontra. Os casos crescentes de violência doméstica detetados ou registados pela Rede Especializada de Intervenção na Violência (REIV) são outro motivo de preocupação

para a autarca, que revelou o registo de 14 processos em 2012, de 28 em 2013 e de 34 processos só nos primeiros seis meses deste ano. “As situações de violência doméstica e de emergência social estão muitas vezes interligadas, sendo de lamentar que sejam as vítimas de violência a ter de abandonar o seu lar, para se protegerem dos maus tratos e defenderem a sua vida ou da sua família, e que seja o agressor quem fica no lar onde pratica tais atos”, criticou. Celeste Simão disse à Antena Livre que quem denuncia fica numa situação “duplamente desfavorável”, por um lado, porque “é a vítima de violência e porque fica institucionalizada numa casa abrigo, longe da sua localidade, da sua família, do seu emprego e, no caso de ter filhos, também porque eles terão de se mudar para uma outra escola e deixar os seus amigos e o seu ambiente natural”. “É uma medida que não bate certo, que não é justa e que precisava de ser alterada”, defendeu. Mário Rui Fonseca

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16 REGIÃO

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Joana Margarida Carvalho

Vila de Rei assinala feriado municipal com entrega de subsídios à natalidade e casamento

Pai de gémeos salienta que o apoio aos nascimentos “é incentivo para os primeiros anos de vida”

O Município de Vila de Rei assinalou no dia 19 de setembro o seu feriado municipal com a entrega de apoios financeiros à natalidade e aos casamentos, instrumentos que a autarquia considera cruciais para combater o envelhecimento e a desertificação. O município de Vila de Rei, que assinala o centro geodésico de Portugal, tem-se debatido com

um problema grave de desertificação e envelhecimento populacional, tendo iniciado em 1998 esta prática de atribuição de apoios financeiros aos casamentos e nascimentos. Desde o ano 2000 que a autarquia contabilizou 136 apoios concedidos a casamentos, a casais que se fixem no concelho, e 276 nascimentos, representando um investimento global na or-

dem dos 350 mil euros. Na tabela definida pela autarquia, os valores a atribuir são de 750 euros por casamento, 750 euros pelo nascimento do 1º filho, 1000 euros pelo nascimento do 2º filho, e 1250 euros para o terceiro e seguintes. Em declarações ao JA, o vice-presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Paulo César, disse que “os primeiros resultados positivos fo-

ram lentos e morosos”, tendo os sinais de inversão de ciclo surgido nos Censos 2011 do INE, que “revelaram um aumento populacional de 2,8%, em contra ciclo com todas as regiões do interior, em especial em territórios de baixa densidade”, como o daquele município. Segundo o autarca socialdemocrata, “manter a tendência é o nosso grande desafio, tendo nós a noção de que estas medidas só por si não teriam qualquer resultado se não fossem acompanhadas de um conjunto muito alargado de apoios”. Paulo César destacou a gratuitidade da creche, jardim-de-infância, atividades de tempos livres, férias desportivas, explicações, transporte escolar, e ainda o apoio à habitação social, com 36 fogos, e lotes a custos controlados, entre outras, como medidas municipais estratégicas dirigidas a agregados familiares do concelho. “Temos a perfeita noção de que ninguém vai ter um filho em função de um subsídio, seja ele de mil euros ou de 5 mil euros, mas estes subsídios devem entenderse como um incentivo que se incorpora num conjunto

mais vasto de incentivos e, aí sim, a esse pacote completo entendemos como uma medida, e que tem dado resultados e evoluído anualmente de forma positiva”, defendeu. Jorge Crisóstomo, natural de Vila de Rei e pai de dois filhos gémeos, salientou a importância do incentivo ao nascimento que a CM garante anualmente. “Trata-se de uma boa ajuda para o futuro e para a educação deles. Não é uma rampa de salvação, é um incentivo para os primeiros anos de vida, que é sempre muito bem-vindo.” No âmbito do feriado municipal de Vila de Rei, Paulo César disse que “novas ideias para mais medidas de apoio à fixação da população vão ser implementadas no próximo ano”, tendo destacado a atribuição de livros escolares a todos os alunos do ensino secundário, a comparticipação das vacinas das crianças não comparticipadas pelo sistema nacional de saúde, e um aumento do valor monetário do apoio ao nascimento. “Todas estas medidas de apoio municipal à ação social, à educação e aos nossos idosos representam uma fatia substancial do orçamento anual da autarquia, na or-

dem dos 7 milhões de euros, sendo que, seguramente, 1 milhão de euros é dirigido para estas medidas que consideramos cruciais para continuar a perspetivar um futuro com qualidade de vida para a população do concelho”, destacou. Irene Barata, presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei entre 1989 e 2013, recebeu nas comemorações do Feriado Municipal de Vila de Rei, no dia a 19 de Setembro, a Chave de Ouro do Município de Vila de Rei. A ação visou homenagear a ex-autarca “pelo trabalho desenvolvido em prol do progresso e evolução do concelho e do bemestar dos seus habitantes”, ao longo dos 24 anos em que presidiu à autarquia. Para a autarca, a distinção recebida serviu também para homenagear todos aqueles que a apoiaram durante os muitos anos de serviços. Durante as comemorações do Feriado Municipal foram também entregues Medalhas Municipais de Bons Serviços aos funcionários que celebraram 25 anos de serviço efetivo ao serviço do município de Vila de Rei. MRF e JMC

Abrantes vai ficar mais doce entre os dias 24e 26 de outubro com a XIII Feira Nacional de Doçaria Tradicional, a ter lugar no Mercado Criativo, antigo Mercado Diário. A edição deste ano, que reúne doçaria de vários pontos do país, conta com um programa de animação musical, workshops, atividades desportivas, exposições e demonstrações de doçaria ao vivo. Para além de doces tradicionais, a Feira tem também licores, mel e compotas que farão as delícias dos visitantes. Durante a realização da feira, organizada pela TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior e pelo Mu-

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nicípio de Abrantes, as lojas do comércio tradicional vão decorar as montras com artigos alusivos ao tema. Já no dia 18 de outubro, haverá a 4ª edição do Mercado de que antecede a Feira de Doçaria, contando Doces Tradicionais, uma ação de divulgação com a venda de doçaria por parte das associações concelhias. Este Mercado de Doces Tradicionais terá lugar na Praça Barão da Batalha, das 10h00 às 13h00, e conta com a animação do grupo de Concertinas de Abrantes. A abertura da Feira Nacional de Doçaria Tradicional decorre no dia 24 de outubro, pelas 17h00, e, como tem acontecido nas edições

passadas, haverá uma exposição com trabalhos feitos pelas escolas do concelho de Abrantes – “Palhinhas - uma história da palha de Abrantes”. À noite, pelas 21h30, a animação está a cargo do grupo “Wake up Mary”. No sábado, dia 25, o workshop de licores ocupará parte da manhã, das 9h30 às 11h, enquanto a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA) fará demonstrações de culinária das 17h00 às 18h30. Pelas 21h30, atuará o projeto “Viver a Música”. O último dia do certame começa com o Passeio de BTT “Na rota da Palha de Abrantes, às 9h00. (inscrições para o

TAGUS

XIII Feira Nacional de Doçaria Tradicional de Abrantes

• Associações concelhias vendem doces na Praça Barão da Batalha email bttbranquinhosdopedal@gmail.com). O Grupo Cantares d´Outrora anima a Feira de Doçaria a partir

das 15h e haverá demonstrações de culinária pela EPDRA, das 17h00 às 18h30. No decorrer da feira, os mais

novos serão presenteados com pinturas faciais, balões e jogos. André Lopes


EDUCAÇÃO 17

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A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, e o Reitor da Universidade Aberta assinaram no passado dia 30 de setembro, um protocolo de cooperação através do qual o município disponibilizou, para utilização da Universidade e para instalação do Centro Local de Aprendizagem de Abrantes (CLAA), o edifício Pirâmide, situado no Alto de Santo António. O edifício reúne agora as valências de Centro de Documentação/Biblioteca, sala de Exames e sala com dois computadores para utilização dos alunos. Liliana Vasques, coordenadora do CLAA da Universidade Aberta, explicou que a passagem para o edifício Pirâmide significa uma centralização de todas as valências do centro. “Até hoje tínhamos as nossas estruturas dis-

Joana Margarida Carvalho

Universidade Aberta de Abrantes mudou-se para o edifício Pirâmide

Liliana Vasques, coordenadora do Centro Local de Aprendizagem de Abrantes da •Universidade Aberta

persas. Vir para o edifício Pirâmide é centralizar todo o CLAA. Aqui iremos realizar os exames, fazer a inserção de livros, dar a possibilidade ao aluno de tratar de todas as

questões académicas, entre outras situações. No edifício Pirâmide vamos desenvolver grupos de estudo e vamos ter um conjunto de serviços integrados, reafirmando a

nossa presença em Abrantes”, explicou. O CLAA da Universidade Aberta, universidade pública de ensino à distância, está em Abrantes desde 2008. JMC

Marcelo dá conferência na ESTA aberta ao público Marcelo Rebelo de Sousa vai estar na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), no dia 5 de novembro, a convite dos estudantes da licenciatura em Comunicação Social. O professor abordará o tema “A Comunicação”, numa sessão agendada para as 14h30. A iniciativa pretende abranger a comunidade abrantina, pelo que será aberta ao público em geral. Os estudantes que convidaram o professor Marcelo a vir a Abrantes desafiaram-no a responder a questões pertinentes para a sua formação, nomeadamente a sua opinião sobre a comunicação social atual, a forma como vê as mudanças introduzidas pelos

canais privados no panorama audiovisual e o que pensa sobre o ensino da Comunicação Social nas escolas superiores portuguesas. O professor Marcelo é licenciado em Direito e é Doutor em Ciências Jurídico-Políticas. Aderiu ao Partido Social Democrata após a sua fundação, em 1974, foi diretor do jornal Expresso e ganhou popularidade como comentador na estação de rádio TSF. Atualmente é comentador no Jornal Nacional da TVI e também professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Interact Clube de Abrantes organiza Halloween solidário No próximo dia 31 de outubro, pelas 21h30, o Interact Club de Abrantes organiza mais uma festa solidária, no Mercado Criativo, com a participação dos The Kast, Dried Flowers e ainda da DJ Cherry Blossom Girl. A entrada na festa Halloween Nightmare faz-se através de bilhetes (comprados antecipadamente por dois euros ou à entrada por três euros) ou da entrega de brin-

quedos, livros e material didático em bom estado. Desta vez, a associação Vidas Cruzadas será a beneficiária dos bens recolhidos por este clube de jovens rotários. Recentemente, os jovens abrantinos que fazem parte do Interact Club de Abrantes colaboraram na Quermesse das Festas de São Lourenço, o que lhes permitiu angariar verbas para oferecer, ao CRIA, um computador, uma

máquina de lavar roupa e um fax. Esta atividade foi organizada em conjunto com a União das Freguesias de Abrantes e Alferrarede e com o Rotary Club de Abrantes. O donativo foi entregue ao CRIA a 20 de setembro. Para além de marcar mais uma ação de apoio à comunidade abrantina, neste dia concretizou-se a emblemagem de quatro novos elementos do Interact Club de Abrantes.

D. Manuel Clemente e Diogo Infante em Abrantes D. Manuel Clemente é o próximo convidado das Conferências do Liceu, uma organização do Agrupamento Nº 2 de Escolas de Abrantes e da Associação Cultural Palha de Abrantes. O Patriarca de Lisboa falará sobre “Identidade Cultural Europeia”, no dia 31 de outubro, pelas 21h12, no espaço Sr. Chiado. Na tarde do mesmo dia D. Manuel Clemente fará uma

conferência exclusiva para os estudantes do ensino secundário daquele agrupamento. À noite, a sessão é aberta ao público, mas implica inscrição prévia (através do email: ass.palhadeabrantes@gmail.com). No dia 24 de outubro, na Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, Diogo Infante apresenta o “Sermão de Sto. António aos Peixes”. O recital

é dirigido a todos os alunos do 9º ano e do ensino secundário das escolas Dr. Manuel Fernandes e Octávio Duarte Ferreira. Neste espetáculo, o ator vai sublinhar a ironia retórica de António Vieira, transformando o pregador seiscentista num nosso contemporâneo, num tipo de leitura que em muito facilita a sua compreensão.

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CEAC, EM VILA NOVA DA BARQUINHA

A Arte como aposta de identidade Entramos no atelier de pintura, onde a animação e o cheiro são próprios de um lugar onde se procura transformar o pensamento e a experiência em linhas, formas e cores. Carlos Vicente, o responsável pelo Centro de Estudos de Arte Contemporânea (CEAC), dá-nos conta da casa e dos projetos. “Tudo começou há 14 anos com o atelier de pintura na galeria de então.” Entretanto, a Barquinha apostou nas artes, quer no Parque de Esculturas, quer no CEAC há dois anos, a funcionar na Casa da Hidráulica, agora restaurada, bem juntinho ao Tejo, de que não quer separarse. O casamento entre o Tejo e as Artes é a aposta. E está a fazer o seu caminho. Carlos Vicente mostranos os vários espaços. “Aqui

• Ateliers têm mais de meia centena de praticantes regulares funciona o atelier de fotografia e vídeo.” Ao lado, o atelier de marionetas, onde o “grupo coral”, um conjunto de marionetas muito parecidas e esguias, espera aqueles que ali trabalham o teatro de marionetas. No pequeno auditório, Carlos

Vicente diz da intensa atividade daquele espaço aberto à comunidade. “Todos os meses trazemos aqui uma pessoa a falar de pintura e outra a falar de fotografia. Falam daquilo que fazem e do impacto que isso tem nas suas vidas. É uma

forma de alargar os horizontes dos nossos alunos. Procuramos artistas já firmados e com obra próxima daquilo que fazem os alunos dos nossos ateliers. Assim eles podem sentirse mais estimulados. Além disso, todos os meses trazemos uma pessoa da comunidade que tem algo a dizer por aquilo que tem feito. Não queremos esperar que as pessoas morram para dizer como são importantes para nós.”

Parceria entre autarquia e Politécnico de Tomar O CEAC é um projeto da própria Câmara Municipal, agora em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar, cujos professores lecionam os ateliers a par com

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os formadores locais. Com mais de meia centena de praticantes regulares nos vários ateliers, tem já um importante movimento para um concelho pequeno, mas está ainda em instalação, porque nestas coisas dois anos é muito pouco. Mas há uma coisa que já pegou de estaca, o empenho de Carlos Vicente pelo projeto e pelo enraizamento deste na comunidade. Vê-se que é a menina dos seus olhos. Por isso, o que mais espera é que “dentro de 12 anos, quando me reformar, se vier a reformar-me, o CEAC continue, se possível com mais atividades.” E acrescenta que está previsto começar em breve um atelier de guitarra. “E já tivemos um de culinária, porque este é um projeto aberto.” E fala de outras possibilidades, como cinema para crianças já no próximo verão. Depois leva-nos a uma janela lateral para nos mostrar o espaço para “residências artísticas”, ainda em construção. “Um artista pode vir, instala-se aqui algum tempo, produz aqui obra e ‘paga’ com ateliers que ministra”, explica. Os alunos pagam 15€ por um atelier, de outubro a maio, “um preço simbólico, que nem chega para pagar aos professores.” Há ainda um atelier com crianças, que é gratuito, ministrado

Ateliers no CEAC 2ª feira: pintura 3ª feira: foto e vídeo 4ª feira: marionetas 5ª feira: ateliers livres 15h00 -18h00 18h00 -21h00 Preço: um atelier 15€/mês Casa da Hidráulica R. da Barca Vila Nova da Barquinha Tel. 249720358 ou Centro Cultural da Barquinha ou ainda https://www.facebook. com/ceac.vnb http://www.barquinhaearte.pt

por alunos de artes no IPT. Mas tanto as crianças como os jovens não estão a responder como seria de esperar oportunidade rara. Continuam “demasiado presas ao computador”. Mas Carlos Vicente, com formação em artes plásticas e turismo, não desiste. O que se pretende no CEAC é “que se torne difícil de desligar as Artes da identidade dos barquinhenses”, num triângulo feliz com o Parque de Esculturas e o Rio Tejo. Alves Jana


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20 DIVULGAÇÃO

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LUGARES COM HISTÓRIA

A capela da Senhora da Boa Viagem em Barreiras do Tejo Esta é uma pequena capela construída nas Barreiras do Tejo em meados do século XX e está integrada na freguesia de S. João Batista. Tem como padroeira Nossa Senhora da Boa Viagem e vamos saber porquê. As Barreiras do Tejo foi, desde tempos imemoriais, uma povoação que viveu muito virada para o Tejo e a maior parte da sua população, até à década de sessenta do século XX, dependia economicamente deste rio. Aqui viveram gerações de barqueiros, que nos seus barcos faziam o transporte de produtos, sobretudo agrícolas, para Lisboa e da capital traziam outros aqui inexistentes, mas que eram importantes para as populações do interior, como por exemplo o sal. Também aqui viveram famílias de calafates que construíam e arranjavam os barcos utilizados pelos navegantes e de que hoje ainda podemos ver marcas na toponímia local, como é o caso da Rua dos Estaleiros Além dos barqueiros, havia os pescadores que viviam do

que pescavam. Na altura, no Tejo havia muitos e variados peixes: sável, saboga, lampreia, fataça, barbos, enguias, etc.. Em meados do século XX, fixaram-se por aqui alguns avieiros, originários da Vieira de Leiria, o que fez aumentar a comunidade piscatória das Barreiras do Tejo. Ora tanto os barqueiros como os pescadores tinham uma vida arriscada, porque o Tejo, sobretudo no Inverno, era perigoso e então, tal como no vizinho concelho de Constância, era a Nossa Senhora da Boa Viagem que mais se entregavam nesses momentos de aflição. A imagem é relativamente pequena e pertencia, não se sabe bem desde quando, aos barqueiros do Tejo. Como ainda não havia aqui nenhuma capela, a imagem, aí pela década de trinta do século XX, estava guardada em casa de uma família conhecida pelos Calafates, nome que certamente lhe veio da sua actividade profissional. Depois e talvez por razões de segurança, esteve na igreja de S. João

em Abrantes, mas pela década de quarenta regressou às Barreiras, tendo sido recebida festivamente pela população. Toda engalanada dentro de uma armação conhecida por berlinda e integrada em procissão, a imagem veio até ao largo do Caroço, onde foi rezada missa, no local onde está hoje o restaurante “O Arco”. Aí tinha a recebê-la muita gente e um grande cartaz, com uma quadra feita pelo artista abrantino José Paulos, que reflectia bem os sentimentos da população:

Aliança”, jornal ligado à igreja. Só passados dois anos, este periódico fez uma pequena referência a esta capela e confirmava a informação que me fora dada sobre o dia da sua inauguração. A procissão continuou a fazer-se com fogaças e bênção dos barcos, nos últimos anos só de pesca pois os outros tinham desaparecido, até que pela década de oitenta, sem barqueiros nem pescadores, com a população já virada de costas para o Tejo, deixou mesmo de se realizar. A capela, bem cuidada e

limpa, continua a acolher a população das Barreiras do Tejo, embora os mais jovens já desconheçam a sua história e a devoção que esteve na base da sua construção.

A partir daí passou a ficar guardada em casa de famílias das Barreiras do Tejo, mas todos os anos, no princípio do Verão, se organizava uma procissão que integrava fogaças para depois serem leiloadas e fazia-se a bênção dos barcos que, enfeitados com bandeiras coloridas, esperavam a imagem que ia até às

areias do Tejo para os abençoar. No Arquivo Municipal Eduardo Campos existem várias cópias de fotos desta procissão. Juntando os fundos recolhidos nas procissões e em festas variadas, os habitantes das Barreiras do Tejo conseguiram arranjar dinheiro para construir esta capela, que foi inaugurada em 21 de Junho de 1953, passando a partir daí a ser a morada da tão venerada imagem. Curiosamente, a imprensa abrantina não fez qualquer referência ao evento, nem mesmo o “Nova

Ricardo Silva está de volta à Antena Livre onde há alguns anos atrás (entre 2005 e 2007) chegou a ser uma das vozes de continuidade da estação. A aventura da rádio começou quando tinha apenas 12 anos, na rádio Tágide, tendo então descoberto que o bichinho da rádio tinha vindo para ficar. A paixão de sempre pela música fez com que aos 14 anos tivesse o seu próprio programa dedicado à dance music

e nunca mais parou de fazer rádio. Mais tarde, em 2007 quando saiu da Antena Livre foi para ingressar na banda SantaMaria, como responsável pelo marketing on line, função que ainda hoje desempenha na estrutura desta conhecida banda portuguesa com quem viaja de norte a sul do país acompanhando os muitos concertos que a banda dá. Na rádio, continuou sempre sua atividade, traba-

lhando a partir do seu estúdio pessoal na área de voice over’s e spots publicitários, fazendo a sua voz chegar a vários pontos do país através do fm de várias rádios, nunca tendo deixado de colaborar com a Rádio Tágide e com a Antena Livre, onde volta agora a convite do departamento desportivo para, durante as tardes de domingo, conduzir a partir do estúdio a equipa que no exterior acompanha

o desporto regional. Ao JA Ricardo Silva contou que: “A rádio Tágide e a Antena Livre sempre foram as minhas duas casas radiofónicas, e nesta altura não podia dizer que não a este desafio na Antena Livre. Ser pivô do desporto significa sentir ao momento a adrenalina do direto e as emoções do desporto duma equipa que é uma referência nesta matéria. É um regresso que me deixa muito feliz”.

Ó Mãe da Boa Viagem Que em saudade nos deixaste Acolhei nossa homenagem Bem-vinda porque voltaste

Nota As informações sobre a construção da capela e a devoção à Senhora da Boa Viagem foram fornecidas oralmente pelas senhoras Maria Júlia de Sousa Marcos, de 85 anos, e Maria Laura Louro, de 86 anos, ambas naturais e residentes em Barreiras do Tejo. Teresa Aparício

As caras da rádio

O novo pivô das tardes desportivas da Antena Livre • Ricardo Silva

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Lanche escolar

Rastreio ao cancro da mama no concelho de Abrantes

Com o início de mais um ano letivo, parece-nos importante reforçar a informação relativamente a alguns temas que estão relacionados com a saúde das crianças escolarizadas e que, com frequência, suscitam dúvidas junto das famílias. Iremos iniciar esta abordagem com o tema do “lanche escolar”, pois sabemos que preparar um lanche saudável e apetitoso para enviar todos os dias para a escola é, com frequência, uma grande dificuldade e uma tarefa que requer alguma criatividade. Este lanche deve fazer parte do plano alimentar diário da criança, pois, se ficar muito tempo sem se alimentar entre as principais refeições, poderá sentir-se cansada, com dores de cabeça, tonturas, o que seguramente se refletirá nas suas aprendizagens. Apesar de serem conhecidos os benefícios de uma alimentação saudável, nem sempre são enviados os alimentos recomendados. Geralmente são os menos saudáveis aqueles que as crianças mais adoram, passando, por essa razão, muitas vezes, a ser

O Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro está a promover ações de rastreio do cancro da mama nas diversas freguesias do concelho de Abrantes, uma iniciativa que vai decorrer até ao mês de novembro. A iniciativa apresenta como objetivos a deteção do cancro da mama num estádio o mais precocemente possível, aumentando, assim, as possibilidades de cura e proporcionando um tratamento menos agressivo, com um incremento da sobrevivência (com maior qualidade de vida). Os rastreios vão decorrer em unidades móveis e fixas e serão realizados por técnicas de radiologia, sendo os exames posteriormente avaliados por uma equipa de médicos. Na cidade de Abrantes o rastreio será realizado entre os dias 8 de outubro e 19 de novembro.

ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

consumidos com maior frequência. É importante envolver a criança na preparação do lanche escolar, fornecendo-lhe, contudo, orientação sobre a qualidade e a quantidade dos alimentos que deve levar, pois desta forma começa também a ter consciência da importância de uma alimentação variada e equilibrada. Ao longo da semana os alimentos que são enviados deverão ser variados: pão com manteiga, com queijo, fiambre…; três ou quatro bolachas (Maria ou Torrada); iogurte (sólido ou

líquido) ou pacote de leite; peça de fruta - inteira ou cortada aos bocadinhos e guardada numa caixa). Evite a monotonia de opções, para que a criança sinta prazer e deseje comer. Poderá ser negociado um dia da semana para que a criança opte pelo que quer levar. Existem alguns cuidados que importa não esquecer: - Prefira lancheiras térmicas para que a temperatura dos alimentos refrigerados se mantenha por mais tempo, nomeadamente os iogurtes,

sandes com fiambre, etc; - Não se esqueça do guardanapo, colher para o iogurte e garfo para a fruta, quando aplicável; - Quando enviar bolachas, não envie o pacote inteiro, evitando assim que o seu filho coma mais do que a quantidade adequada; - Junte sempre ao lanche do seu filho uma garrafa de água; Lembre-se que, ao investir na preparação de uma alimentação saudável, está a investir na saúde do seu filho!

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22 CULTURA

OUTUBRO 2014

COORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

Samuel Úria apresenta em concerto “O grande medo do pequeno mundo” “O grande medo do pequeno mundo” é o nome do mais recente disco de originais de Samuel Úria que vai estar em destaque no concerto em Abrantes, no dia 24 de outubro, pelas 21h30. Lançado em 2013, o álbum tem uma sonoridade marcada pelo punk e rock´n´roll do qual fazem parte as canções “Forasteiro”, “Espalha Brasas” ou “Eu Seguro”. Do concerto farão ainda parte temas de edições anteriores como “Não Arrastes O Meu Caixão” ou “Barbarella e Barba Rala”.

AGENDA DO MÊS Abrantes

Nesta passagem pelo cineteatro São Pedro, o cantautor apresenta-se com a sua banda, composta por Miguel Sousa no teclado, guitarra e voz, Jónatas Pires na guitarra elétrica, guitarra acústica e voz, Filipe Sousa no baixo e voz e Tiago Ramos na bateria. Os bilhetes têm o preço de 10€ e podem ser comprados no Posto de Turismo de Abrantes ou no dia do concerto no cineteatro São Pedro.

Exposição de fotografia de Manuel Botelho patente em Vila Nova da Barquinha A Galeria do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, nos Paços do Concelho de Vila Nova da Barquinha, tem patente, até 11 de janeiro de 2015, a exposição “Confidencial/Desclassificado: MISSA CAMPAL”, fotografia da autoria de Manuel Botelho. Comissariado por João Pinharanda, dando continuidade à colaboração da Fundação EDP com o Município de Vila Nova da Barquinha na programação da Galeria do Parque, esta exposição revela, em simultâneo com “Missa Campal” (Pavilhão Preto, Museu da Cidade, Lisboa), os mais recentes desenvolvimentos do trabalho de Manuel Botelho. A partir da iconografia da Guerra Colonial e da visão particular, histórica e socialmente delimitada, Manuel

Botelho alarga os territórios da sua reflexão ao conjunto de questões da História da Arte Ocidental, da política atual e da condição humana em geral. Neste campo, trabalha sobre a vida e a morte, mas também sobre as condições em que a sobrevivência do corpo individual e coletivo, da solidão e da misericórdia se podem revelar ou avaliar. Na exposição de Vila Nova da Barquinha, o autor regista uma coleção de miniaturas de guiões/estandartes militares concentrando nessa corrente descontínua todas as tensões possíveis entre imagem e palavra e os valores cromáticos e compositivos. A Galeria do Parque está aberta ao público à quarta, quinta e sexta-feira, das 11h às 13h e das 14h às 18h, aos sábados e domingos, das 14h às 19h.

S Sardoal recebe Teatro de Revista “ “P´ró diabo kus carregue” O Centro Cultural Gil Vicente, no Sardoal, recebe o Teatro de Revista “P´ró diabo kus carregue” no dia 7 de novembro, pelas 21h30. Com duração de 2 horas, o teatro tem um elenco com prestigiados nomes como Natalina José, Vítor Manuel, Ana Paula Mota (Picolé), Paulo Oliveira e Filipa Giovanni e a fadista Anita Guerreiro. Com estes atores e músicos estão asseguradas rábulas humorísticas com alguma crítica social e momentos musicais de elevada qualidade. “P´ró diabo kus carregue”, produzido pela C2E, tem o preço de 12,50€.

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Até 31 de outubro – Exposição “Heritage Continuity”, arquitetura por Victor Mestre e Sofia Aleixo – QuARTel – Galeria Municipal de Arte Até 31 de outubro – Exposição “8000 anos a transformar o barro. Cerâmicas do MIAA” – Museu D. Lopo de Almeida – Castelo de Abrantes Até 1 de novembro – Exposição “O meu vizinho é um cão” e “Coração de mãe”, ilustrações da Editora Planeta Tangerina – Biblioteca Municipal António Botto 16 de outubro – Encontro com a escritora Isabel Minhós Martins – Biblioteca Municipal António Botto, 10h30 e 14h00 17 de outubro – Teatro de Revista “Mary Poppins – A mulher que salvou o mundo” com Ana Valentim e Custódia Gallego – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 10€ 17 e 18 de outubro – V Jornadas Internacionais do MIAA- Visita guiada, palestras, ateliês - Castelo de Abrantes 24 de outubro – Concerto com Samuel Úria – apresentação do disco “O grande medo do pequeno mundo” – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 10€ 24 a 26 de outubro – XIII Feira Nacional de Doçaria Tradicional – Mercado Criativo 30 de outubro – Apresentação do livro “O Império dos Homens Bons” de Tiago Rebelo – Biblioteca Municipal António Botto, 14h00 e 21h30 Cinema – Cineteatro São Pedro, 21h30 h30 – Org. Espalhafitas: 15 de outubro – “O Ladrão de Pêssegos” os” de Vulo Radev 22 de outubro – “Omar” de Hany AbuuAssad 29 de outubro - “Eroica” de Andrzejj Munk

Constância Até 31 de dezembro – Exposição “Desenhos na prisão”, desenhos de Álvaro Cunhal – Biblioteca Alexandre O´Neill Até 31 de dezembro – Comemoração dos 20 anos da Biblioteca Alexandre O´Neill - Biblioteca Alexandre O´Neill

Sardoal Até 28 de novembro - Exposição “Resineiros” – Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente Até 7 de dezembro - Exposição de fotografia “Centro Cultural – 10 anos” – Centro Cultural Gil Vicente 18 de outubro - Cinema: “Godzilla” – Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h30 7 de novembro – Teatro de Revista “Pró diabo kus carregue” com Anita Guerreiro e Natalina José – Centro Cultural Gil Vicente, 21h30 – 12,50€

Vila de Rei Até 31 de outubro - “Imperfeições Poéticas”, exposição de pintura de Joana Lopes Biblioteca Municipal José Cardoso Pires Até 31 de dezembro – Exposição de pintura “Ofícios tradicionais” de Alves Dias – Museu Municipal de Vila de Rei 18 de outubro – 16º Tunicoto com Tunas de Lisboa, Coimbra e Évora – Auditório Municipal, 21h

Vila Nova da Barquinha Até 11 de janeiro – Exposição “Confidencial/Desclassificado: Missa Campal”, fotografia de Manuel Botelho – Galeria do Parque 23 de outubro – Colóquio “Praxis III – Relação Umbilical entre o Turismo e a Cultura: oportunidades e desafios” – Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, a partir das 9h30


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OUTUBRO 2014

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

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SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio; Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira REUMATOLOGIA Dr. Jorge Garcia NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

CLINICA MÉDICA E REABILITAÇÃO CONSULTAS FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro GINASTICA DE MANUTENÇÃO E CORRECÇÃO POSTURAL Acordos em TRATAMENTOS FISIOTERAPIA

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