Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

Page 1

Publicidade

JÁ ABRIU Venha conhecer as melhores especialidades de Kebab em Abrantes Encosta da Barata, bloco E, no cruzamento do Pingo Doce

JANEIRO 2015 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5527 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

GR

AT U

de

jornal abrantes

IT

O

Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha

SOLIDARIEDADE

Onda solidária reconstrói habitação

DR

Uma casa que foi totalmente destruída pelas chamas e fez dois desalojados, no início de dezembro, em Entrevinhas, no concelho de Sardoal, está a ser integralmente reconstruída. Pág. 18

VILA DE REI

POLÍTICA

Concelho vai ter lagar e destilaria

Nelson de Carvalho renuncia ao cargo na Assembleia Municipal

Autarquia anunciou um investimento na ordem dos 300 mil euros na construção de um lagar e uma destilaria, com zona de embalamento, através da criação de uma Cooperativa Agrícola de Interesse Público. Pág. 16

Nelson de Carvalho renunciou ao mandato de presidente e deputado invocando razões pessoais e profissionais. Vai candidatar-se ao CRIA. Pág. 14

Nova edição do ESTAJornal

Publicidade P bli id d




4 ABERTURA EDITORIAL

FOTO DO MÊS

de

jornal abrantes

JANEIRO 2015

FICHA TÉCNICA Diretora Hália Costa Santos (TE-865) halia.santos@lenacomunicacao.pt

Redação Joana Margarida Carvalho (CP.9319)

Diferentes formas de desejar Bom Ano

joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

Mário Rui Fonseca (CP.4306) mario.fonseca@lenacomunicacao.pt

Colaboradores

Será que ainda vamos a tempo? Última visualização (19-12-2014)

Alves Jana, André Lopes e Paulo Delgado

Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

Secretariado Isabel Colaço

Produção gráfica

INQUÉRITO

Tem esperança e /ou acredita numa alternativa política?

Semanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António Vieira

Impressão Grafedisport, S.A.

Contactos Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes @lenacomunicacao.pt

Editora e proprietária

Media On - Comunicação Social, Lda. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes

Armando Borges

José Loureiro

Ricardo Mendes

66 anos Oficial do exército reformado

48 anos Reformado

33 anos Funcionário Público

Tem que haver uma alternativa política sob pena de estarmos a destruir o país. Qual será a alternativa e como se vai desenvolver não é fácil de prever, mas tem de haver uma solução.

Penso que não haverá alteração. Mesmo que mude de partido vai ter sempre o mesmo fim. Esperança tenho sempre, mas não acredito muito numa alteração ou alternativa política num futuro próximo.

Eu penso que sim. Acredito que sim e tenho esperança nessa alteração. Penso que os últimos acontecimentos revelaram que pode haver justiça política em Portugal.

GERÊNCIA

Sistemas Informação Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 505 500 094 Sócios com mais de 10% de capital Lena Comunicação SGPS, S.A.

jornaldeabrantes

Hália Costa Santos

SUGESTÕES

Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis. Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho info@lenacomunicacao.pt

Todos os anos, quando nos despedimos de um e nos aproximamos de outro, desejamos que os 12 meses seguintes tragam coisas boas para quem nos rodeia. É inevitável. Muitas vezes serão votos genuínos, aqueles que nestas alturas expressamos. Mas noutras vezes mais não fazemos do que cumprir um ritual, expressando desejos e retribuindo mensagens só para manter a tradição. As mensagens, raramente originais, que circulam pelos telemóveis e os votos, impessoais e indiferenciados, feitos nas redes sociais dizem muito pouco. Sobretudo, não se comparam à alegria de abrir os postais de Boas Festas que, em tempos, nos chegavam à caixa de correio. E o telefone fixo ganhava outra vida por estes dias, porque nele se ouviam vozes distantes, de família e amigos que tinham emigrado ou que simplesmente viviam longe. Mesmo que os canais sejam agora diferentes e que não tenham o mesmo encanto, servem para aproximar as pessoas, nestas e noutras alturas. Como também este Jornal de Abrantes serve de intermediário, transportando votos de autarcas e de cronistas. Mas para alcançarmos tudo o que nos é desejado, teremos que começar por estar bem connosco. É meio caminho andado para se ter sucesso pessoal, familiar e profissional. E também ajuda muito no que à saúde diz respeito. Então, fica um desejo de paz interior que se traduza em energia para mudar o que está mal. Desistir é que nunca!

José Martinho Gaspar IDADE 47 anos. NATURALIDADE / RESIDÊNCIA Nasci em Água das Casas, uma aldeia-presépio no norte do concelho de Abrantes, e resido em Abrantes (cidade) PROFISSÃO Professor, porque se nos mantivermos próximo dos mais novos envelhecemos mais lentamente (ou convencemo-nos disso), o que é uma grande responsabilidade, porque trabalho na instituição mais importante do país, a escola; militante da cultura, seja ela património histórico ou do domínio das ficções

UMA POVOAÇÃO Água das Casas, não podia ser outra. Porque lá nasci, lá vivi uma infância inesquecível e lá conheci/conheço o sentido da palavra comunidade na sua plenitude UM CAFÉ Café 53, em Abrantes, porque ainda é um espaço aprazível, onde gosto de tomar um café em momentos de dolce far niente. Mas tambémporquepreencheoimaginário de várias gerações de estudantes que fizeram o ensino secundário nesta cidade PRATO PREFERIDO Um certo cabrito assado no forno UM RECANTO PARA DESCOBRIR Não um, mas vários, que podemos descortinar se seguirmos os trilhos pedestres da nossa região: cascatas, ribeiras, pontes, fontes, ermidas, azenhas, moinhos... recantos que nos preenchem a alma UM DISCO Cantigas do Maio, de Zeca Afonso, pela qualidade da música e

por remeter para o código de uma alvorada UM FILME Podiam ser tantos, mas sugiro Feliz Natal, um filme que nos conta a trégua de Natal, da frente ocidental da 1.ª Guerra Mundial, há exatamente 100 anos. Os políticos e os generais escolhem a guerra, mas a maioria dos soldados optaria pela paz UMAVIAGEM Praga. Conhecida como “cidade das cem cúpulas”, tem um património magnífico, onde múltiplos estilos arquitetónicos se encontram de mãos dadas. A riqueza patrimonial marcou-me, mas foi pelas suas cores que me apaixonei UMA FIGURA DA HISTÓRIA? Aristides de Sousa Mendes, porque soube colocar o valor da vida humana à frente de interesses políticos e pessoais, porque é o“Schindler Português”, ainda que apenas tenha tido direito a um filme pobre (“O Cônsul de Bordéus”) sobre uma vida tão rica UM MOMENTO MARCANTE? O

nascimento do meu filho, o momento em que perdi a “imortalidade” que julgava ter e o egoísmo que de facto tinha UM PROVÉRBIO Quem corre por gosto não cansa UM SONHO Sonho com o dia em que os políticos e outros responsáveis p e l a s d e c i s õ e s d o m u n d o, consequentemente do nosso país ou da nossa pólis, tenham sempre como fundamento para as suas decisões o bem comum, enfim, as pessoas. Começo a desacreditar se alguma vez o verei realizado... UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Um passeio, a pé ou de bicicleta, pelo trajeto marcado da Grande Rota do Zêzere, nos concelhos de Vila de Rei, Abrantes e Constância. Para ver, dar corda às pernas e, porque não, aconchegar o estômago com as muitas iguarias que podem ser apreciadas nos restaurantes do percurso


ENTREVISTA 5

JANEIRO 2015

DORA MARIA DIZ QUE, PELO FACTO DE SER PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE, “O FADO GANHOU MAIS RELEVO E UMA PROJEÇÃO MAIS INTENSA NO MUNDO INTEIRO”

“Considero-me uma privilegiada” momento a minha vida profissional passa pela música, pelo que não basta ter talento, temos que trabalhar, aprender, construir-nos todos os dias para que as coisas nos aconteçam.

O novo disco da Fadista Abrantina Dora Maria chamase “Encontros” e é editado em todo o país a 14 de janeiro. Com produção de José Cid e Custódio Castelo, o trabalho é apresentado em Lisboa numa conferência de imprensa no dia do lançamento, e apresentado ao vivo à região a 23 de janeiro, no Cine Teatro São Pedro, em Abrantes. Este será um dia que Dora Maria considera um dos mais importantes da sua vida, como contou ao JA.

Depois de “Mar de Tanto Amar” e de muitos concertos pelo país e não só, qual é o balanço do seu primeiro disco e de tudo o que ele proporcionou na sua carreira? O balanço que faço é muito positivo. O “Mar de Tanto Amar” fez-me crescer muito como ser humano e muito mais como artista. Fez-me conhecer novas musicalidades, muitos artistas, muitas gentes, muitas terras e tudo isto faz com que um artista progrida e ganhe maturidade. Foram três anos muito bons, mas senti que estava na hora de mergulhar em novas águas. Pegando nas suas palavras, “mergulhar em águas novas” quer dizer que vem aí um disco novo, já neste mês de janeiro de 2015 que se chama“Encontros ”, que promete voos mais altos, ou não fosse a produção entregue a grandes nomes da música nacional. Como é que surgiu esta oportunidade? É isso mesmo! “Encontros” representa vários encontros que tive com várias poetas e músicos entre os quais os produtores deste trabalho, José Cid e Custódio Castelo. Esta

DR

PAULO DELGADO

• Dora Maria aguarda o público da sua terra, Abrantes, para celebrar o seu novo disco oportunidade surgiu de uma forma muito natural. Tinha falado com o Custódio Castelo para fazer a produção deste trabalho e ele aceitou. Depois, numa conversa informal, pedi ao José Cid que me compusesse alguns temas para este trabalho e ele não só aceitou, como se ofereceu para o produzir. Como a amizade prima neste trabalho, o José Cid e o Custódio Castelo resolveram trabalhar juntos na produção e direção deste trabalho, o que o tornou também muito especial, pois pela primeira vez estes dois grandes nomes da música do mundo se juntaram num projeto. Para mim é uma enorme honra pois, se aceitaram trabalhar comigo, foi porque me reconheceram valor artístico e é um privilégio também dizer que são meus Amigos e que tudo têm feito para me apoiar . Além do José Cid e do Custódio Castelo, existem outras importantes colaborações neste trabalho…

Sim! Muitas mesmo. Considero-me uma privilegiada. Quando comecei na recolha dos temas, obviamente que contactei os poetas e compositores de quem mais gostava e com quem me identificava. Todos eles responderam afirmativamente ao meu convite, o que me deixou imensamente feliz. Este trabalho apresenta vários temas inéditos. Conta com poemas de Tiago Torres da Silva, Pedro Pinhal, Carlos Baleia, Virgem Suta, Janaína Pereira, João Chora, Dinis Muacho, Jorge Fernando, Maria Luisa Baptista e, claro, dos próprios José Cid e Custódio Castelo. Também quis homenagear um dos grandes poetas do nosso concelho e, como tal, gravei um fado com palavras de António Botto. Seria pouco provável esperar que num disco da Dora Maria houvesse por exemplo uma participação/dueto do Jorge Benvinda, vocalista dos Virgem Suta. Este tipo de parceria tem em vista

uma mudança de estilo da Dora Maria, tendo embora o fado sempre como pano de fundo? Sim, é isso mesmo. Este trabalho apresenta várias musicalidades que se encontram com a minha interpretação fadista. Os Virgem Suta já tinham composto um tema para a Ana Moura no seu novo trabalho e eu gostei. Como admiro muito o trabalho deles, no dia que eles estiveram no CineTeatro São Pedro em concerto, desafiei-os a comporem um tema para mim. O desafio do dueto veio depois. Na verdade, e em jeito de brincadeira lhe digo, foi um desafio maior para o Jorge porque ele nunca tinha cantado fado. Com a passagem do Fado a Património Imaterial da Humanidade, o que é que mudou? O que mudou foi principalmente a visão de que quem não estava muito desperto para o fado. O fado ganhou mais relevo e uma projeção

mais intensa no mundo inteiro. Segundo o JA sabe, este seu projeto conta com o apoio do Museu do Fado, que a nível nacional representa “todo o fado”! Um apoio importante para si… Sim. Muito importante mesmo. É com muita alegria que anuncio aqui que dia 5 de fevereiro apresentarei no Auditório deste local emblemático do Fado, o meu concerto “Encontros”. É uma honra o Museu do Fado me ter acolhido. E agora Dora Maria, está preparada para tudo o que aí vem? Meu Deus! Quero estar. Tenho que estar. Vou estar! Tenho muita fé e confiança de que com este trabalho encontremos um lugar no panorama musical nacional e fadista. Foi e está a ser um projeto em que a minha entrega, trabalho e dedicação tem sido diária e constante. Há aqui mesmo muito trabalho. Neste

Dia14 de janeiro, este disco vai deixar de ser só seu, para passar a ser de todo o país, porque chega às lojas nesse dia! Gostei da forma como colocou a questão: deixar de ser meu para passar a ser de todos…É isso mesmo! Que alegria. É de facto o dia em que o trabalho vai chegar às lojas e em que irei fazer uma apresentação para a Imprensa em geral, Fadistas e alguns Amigos na Casa do Alentejo em Lisboa, onde se fará apenas uma pequena apresentação ao vivo deste projeto. O “grande dia” (um dia muito emocionante para mim) será em Abrantes no dia 23 de janeiro no Cine-Teatro São Pedro, onde vai acontecer o concerto de apresentação pelas 21h30. Guardei para a gente da minha terra este dia e será um dos dias mais importantes da minha vida, com certeza. Aguardarei a presença de todos para celebrar comigo este acontecimento. Neste concerto, e porque faz todo o sentido que assim seja, Jose Cid, Custódio Castelo e Jorge Benvinda serão meus convidados especiais. A partir do dia 23 de janeiro o espetáculo seguirá para outros palcos importantes do país, como a casa da Música no Porto, o Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra, o Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, e outros que estamos a agendar ainda no país. Estamos também a trabalhar em datas para apresentar a nova digressão nalguns palcos internacionais onde já cantei e alguns outros onde espero vir a cantar.

jornaldeabrantes


6 MENSAGENS DOS PRESIDENTES DE CÂMARA

JANEIRO 2015

Os desejos dos autarcas para 2015 “É hora de olhar com sabedoria para o ano que passou, analisar, aprender, plantar novas sementes” Um ano novo traz sempre a esperança de que o que está para vir é melhor. Falo de sonhos individuais, de projectos pessoais que cada um adia na esperança da oportunidade certa, de sonhos que se vão construindo e, no caso de uma Autarquia, de planos muito concretos que delineamos com vista ao bem comum dos Munícipes e do Concelho. Para 2015 os nossos maiores objectivos são o aprofundamento do Concelho como socialmente justo; a melhoria das condições e qualidade no ensino; suster a desertificação humana; criar condições para o desenvolvimento de actividades geradoras de emprego e também a valorização do meio rural e as suas respectivas actividades produtivas. O que desejamos, em concreto, é uma melhoria geral das vidas dos nossos Munícipes. Dentro do que nos é possível lutamos para que aconteça. O desejo sincero de um 2015 cheio de sucesso para todas as Empresas, para cada Agente Económico do Concelho de Mação, para que continuem a gerar trabalho e riqueza. A certeza e os votos de um novo ano recheado de actividades e êxito para todas as Associações que desempenham um importante trabalho social, cultural e recreativo no Concelho de Mação. A enorme consideração ao trabalho feito pelas IPSS do Concelho, pelo valor humano e social que têm, pelas vidas que encaminham, que animam, que sustentam, que acarinham. Desenvolvem um trabalho incalculável, impagável. Que 2015 lhes traga força renovada para levar os seus projectos a bom porto. Os votos da continuação de um excelente trabalho a todos os Agentes, Profissionais e Instituições que promovem um Concelho com mais Educação, mais Saúde e mais equilíbrio. Por fim, a cada Munícipe do Concelho de Mação, deixo o desejo sincero de que consiga, em 2015, a estabilidade, a saúde, o trabalho e a felicidade que merece. Temos esperança num Futuro melhor. É hora de olhar com sabedoria para o ano que passou, analisar, aprender, plantar novas sementes e colher um próspero 2015! A todos os colaboradores e leitores do Jornal de Abrantes os Votos Sinceros de um Bom 2015.

O Presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela *Artigo escrito s ob o antigo acordo ortográfico

jornaldeabrantes

“Que o novo ano traga consigo novas esperanças, sonhos e objetivos”

“A nossa sociedade precisa de um renovado espírito de solidariedade”

A chegada de um novo ano é sempre uma boa oportunidade de felicitar familiares e amigos, desejando-lhe os maiores êxitos para o futuro. Quero assim, também eu, aproveitar esta oportunidade para, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, desejar a todos os Vilarregenses, onde quer que se encontrem, os mais sinceros votos de felicidade para 2015. Que o novo ano traga consigo novas esperanças, novos sonhos e novos objetivos. Que nos dê mais pensamentos positivos, capacidade de corrermos em busca daquilo que realmente queremos e força para enfrentarmos as dificuldades que ainda estão por vir. Aos Vilarregenses quero assegurar que o ano de 2015 irá continuar a colocar Vila de Rei na rota do crescimento e desenvolvimento, tendo sempre como principal preocupação a qualidade de vida e o bem-estar dos habitantes do nosso Concelho. Este continuará sempre a ser o nosso objetivo primordial. Continuarei sempre ao lado dos Vilarregenses para que, juntos, possamos superar dificuldades e obstáculos, tornando Vila de Rei num Concelho mais forte, dinâmico e ativo.

Nesta época natalícia voltamos a viver mais uma Festa em que esquecemos os problemas do dia-a-dia, e em família e com os amigos festejamos o Natal e preparamos a chegada do ano de 2015. Mas esta é uma época que, para além dos festejos, nos deve proporcionar momentos de reflexão. Nos tempos difíceis em que vivemos a quadra natalícia traz-nos o chamamento superior de agir em função do interesse público, da partilha e da redução de desigualdades. Julgo que hoje, mais do que nunca, a nossa sociedade precisa de um renovado espírito de solidariedade. Através de atos simples podemos melhorar a vida do nosso próximo, na nossa aldeia, vila, cidade ou país. Ao fazê-lo estaremos a contribuir para uma sociedade melhor e mais justa. O Natal é nada mais que o recordar do melhor que existe dentro de cada um de nós: amizade, amor, esperança, solidariedade e compaixão. Estas são as principais capacidades que o ser humano dispõe para vencer todos os obstáculos que encontre no seu caminho. Nesta quadra gostaria de, em nome da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha desejar a todos festas felizes, com tudo o que faz desta época a mais especial do ano: a família, o estreitamento de laços de fraternidade, o espírito de paz e harmonia e a solidariedade. Votos de um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

Desejo a todos um ano de 2015 repleto de concretizações.

O Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Ricardo Aires

O Presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire

“O futuro passa, pela forte aposta no desenvolvimento das nossas potencialidades” Tenho consciência e conhecimento de causa que os últimos anos não têm sido fáceis para a maioria dos portugueses. Confrontadas com a grave crise económica que tem assolado o país, muitas são as famílias que têm tido a enorme capacidade de resistir às adversidades. Com esta preocupação em mente, a inserção de medidas de caráter social tem merecido a especial atenção do atual Executivo desta Câmara Municipal e assim continuará a ser. A inclusão de programas destinados não apenas aos mais carenciados, mas também aos munícipes que têm sentido, nos últimos tempos, uma redução dos seus rendimentos são exemplos maiores desta preocupação. A partir de janeiro de 2015 o Município de Sardoal passará a assumir o custo relativo às refeições escolares, consumidas nos refeitórios do Agrupamento de Escolas de Sardoal, de todas as crianças do Jardim de Infância, 1º e 2º Ciclos de Escolaridade. Esta medida enquadra-se, também, na estratégia definida para atrair jovens casais a fixarem-se neste Concelho e na preocupação em inverter a nossa pirâmide geracional. Recentemente aprovámos um Programa Municipal de Incentivo à Natalidade que visa dar uma resposta positiva às consequências que o decréscimo da natalidade poderá provocar no desenvolvimento socioeconómico deste Concelho.

Contudo, o futuro passa, igualmente, pela forte aposta no desenvolvimento das nossas potencialidades: a promoção da nossa Semana Santa e do nosso Património Cultural e Religioso continuará a fazer parte dos nossos planos e o apoio ao desenvolvimento empresarial neste Concelho continuará a fazer parte da agenda. Ao aproximarmo-nos de um Novo Ano, resta-me desejar em meu nome pessoal e no do Município de Sardoal, um Bom Ano a todos os colaboradores e leitores do Jornal de Abrantes e deixar o convite para que nos visitem. As nossas portas estão sempre abertas e “no Sardoal ninguém é de fora”!

O Presidente da Câmara Municipal de Sardoal, António Miguel Borges


MENSAGENS DOS PRESIDENTES DE CÂMARA 7

JANEIRO 2015

“Reavivar o espírito de entreajuda, tolerância e generosidade”

“É tempo de reganhar energias e coragem para enfrentar o futuro”

Natal é tempo de juntar a família. Mas também de reavivar o espírito de entreajuda, tolerância e generosidade e replicá-lo ao longo do ano.

O início de um novo ano, mesmo quando não deixe muitas saudades o que ficou para trás, é sempre um momento de otimismo e de esperança. É tempo de reganhar energias e coragem para enfrentar o futuro, para vencer as dificuldades, para construir uma vida melhor. Neste início de 2015 quero desejar aos leitores do Jornal de Abrantes e à população em geral muita saúde, muita força e muita determinação para que, no ano que temos pela frente, consigam alcançar os seus objetivos e sonhos ou, no mínimo, resolver os seus problemas maiores, como o desemprego, a falta de recursos para viver, a desesperança. Uma palavra de apreço às instituições cívicas que, nas condições socioeconómicas particularmente difíceis em que vivemos, prestam voluntariamente o seu apoio à comunidade e de encorajamento para que prossigam esse esforço abnegado e muito nobre a bem da nossa gente, em especial dos que mais sofrem e dos que mais precisam. Aqui ficam também os meus votos de que os empresários – pequenos, médios e grandes – invistam mais na nossa terra, criando emprego, gerando riqueza e contribuindo para a resolução dos problemas económicos e sociais que atormentam um número muito grande de pessoas. O interior do país, cada vez mais despovoado e deprimido, bem precisa desse esforço empresarial revitalizador que contará sempre com o bom acolhimento das autarquias e o contributo das populações. E que haja concórdia, harmonia e paz – condições essenciais, a par da saúde, para podermos ser felizes. Bom ano de 2015 para todos!

Esta época do ano costuma ser um terreno fértil para apelarmos à solidariedade. Mas não basta escrevê-la. Precisamos de a pôr em prática. Desejo que esta quadra proporcione a todas e a todos tempo de harmonia e de reflexão para que possamos, em comunidade, trabalhar em prol de um concelho com mais qualidade de vida e mais solidário. Confiamos que o futuro poderá ser melhor se os valores que evocamos nesta altura forem assumidos como aqueles que nos podem conduzir a uma sociedade mais justa e próspera. Citando o poeta Ary dos Santos: “Natal é em Dezembro Mas em Maio pode ser Natal é em Setembro É quando um homem quiser…” Desejo a todos que este período seja fruído num verdadeiro espírito natalício, com os votos de renovada energia para 2015. Maria do Céu Albuquerque Presidente da Câmara Municipal de Abrantes

Júlia Amorim Presidente da Câmara Municipal de Constância

Desejamos a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo jornaldeabrantes


8 OPINIÃO

JANEIRO 2015

2014: o ano da justiça

Um olhar atento para trás mostra que são muitos os acontecimentos positivos

Ana Clara

Margarida Togtema

Vasco Damas

Jornalista

Professora

Gestor

Pedem-me que faça um balanço do ano de 2014. A verdade é que cada vez se torna mais difícil olhar para trás e pensar no que aconteceu. Tal como era esperado o País entrou em 2014 com poucas esperanças de que pudessem chegar melhorias ao nível do emprego, do desempenho económico e da redução das desigualdades sociais. A meio do ano assistimos a uma encenada saída da Troika. Mascarada, claro está, porque todos sabemos que os senhores da Europa e do FMI andam nos bastidores a controlar o Governo e a lançar avisos quando os impulsos eleitoralistas esticam a corda. Num ano marcado por conturbadas danças de cadeiras no Partido Socialista (com umas eleições europeias pelo meio que apimentaram a festa no Largo do Rato), assistimos a um segundo semestre como até hoje nunca tínhamos visto. Foi em plena época estival que a Justiça portuguesa mostrou aos portugueses e ao sistema político que, à míngua de dinheiro, é o poder judicial quem manda. Desde a derrocada do BES, passando por Duarte Lima e pelos Vistos Gold, terminando no estrondoso caso de José Sócrates, foram os tribunais que fizeram História. Ainda não sabemos a dimensão das investigações em massa a que temos assistido.

jornaldeabrantes

Seja como for, há algo que parece estar a mudar. Há uma vontade assustadora da magistratura para esgravatar até ao tutano a origem dos «porquês». Um ponto que, para mim, deixa todos (cidadãos, Estado, sistemas político e judicial) baralhados. Não sabemos se estamos a assistir ao que agora chamam de «justicialismo», ódios ou meras teorias conspirativas. E se juntarmos a isto uma reforma conturbada do Mapa Judiciário (com um centro-direita no poder), talvez as conclusões não sejam assim tão simples. 2014 é de facto o ano da Justiça. Seja para o bem ou para o mal. Não sabemos é para onde tende a mudança. Sabemos apenas que algo está a mudar no escrutínio aos agentes que ocupam as cadeiras dos poderes económico, financeiro e político. O próximo ano é de eleições. E uma coisa é certa: mesmo que não saibamos se as nossas vidas vão mudar para melhor, mesmo sem saber como progredirá a economia e o país, a verdade é que 2015 será um ano de viragem. Ou rumamos para o caminho certo, continuando a pôr termo às más práticas, ou regressamos à estrada da morte, onde desfilam desleixos e o «deixa-andar» do costume. Haja esperança. Um Feliz Ano Novo a todos!

Diríamos que o ano que agora chega ao fim foi um ano com contornos únicos. Ao olhar retrospetivamente para 2014 fica a sensação de termos vivido enredados numa teia onde “ o bem” e “ o mal”, de forma vigorosa e incessante, se disputaram num jogo estonteante e algo perverso, tendo ambos revelado uma energia e uma força impressionantes. Assim, 2014 ofereceunos, em contínuo, 2 experiências fortes e contrastantes: a do pessimismo angustiante e destrutivo e a do otimismo reconfortante e renovador. Provavelmente, a nossa memória dará maior protagonismo à chuva quase ininterrupta de surpresas desagradáveis que, quer no plano nacional, quer no internacional se abateu sobre nós. Mas apesar disso, os acontecimentos positivos também foram muitos e extremamente relevantes. A violência, expressa sob múltiplas formas, foi, sem dúvida, uma das marcas mais negativas. Colocou-nos diante daquilo que de pior o Ser Humano é capaz. E a expressão da falta de respeito pelo outro não ficou por aqui, tendo

a corrupção assumido especial protagonismo em 2014. Tratando-se de 2 cancros sociais profundamente negativos - pelos nefastos efeitos que produzem - tiveram a virtude, dada a dimensão que assumiram, de abalar muitas consciências. E embora o “ peso” do negativo pareça sempre maior, um olhar atento para trás mostra que são muitos os acontecimentos positivos que, pela sua força e energia, constituem importantes sinais de mudança e se assumem como restauradores da confiança e da esperança tantas vezes comprometidas. Temos a convicção de que vivemos um momento crucial e que depois de 2014 nada ficará como dantes. Todos percebemos que a mudança é urgente. Mas perceber não chega: é necessário agir! Impõe-se que cada um de nós se assuma como agente de renovação e como actor dessa mudança desejada. É necessário que cada um tenha coragem para sair da sua zona de conforto e de colocar o que de melhor tem ao serviço dos outros. É esse o desafio para 2015! Mãos à obra!

2014 e os desafios para o futuro

George Orwell profetizou e nós já o estamos a viver. A Troika “deixou-nos” a meio de 2014, mas qual “Big Brother”, continuará de olho em nós durante este ano de 2015…e não sejamos ingénuos, durante muitos dos anos seguintes! Por isso, o grande desafio que temos para este ano e para os anos seguintes, é termos a certeza de que cada vez mais com menos termos que fazer acontecer mais e mais vezes… estimulando o nosso lado criativo, para acrescentarmos valor e nos diferenciarmo-nos pelo que nos distingue positivamente. O desafio que enfrentamos localmente não é diferente do desafio nacional, apenas o teremos que redimensionar ao nível de escala. A implementação de um modelo de desenvolvimento integrado e sustentado da Região que há mais de uma década defendi até à exaustão, a ponto de ter cansado quem por essa altura me ouvia, dava-nos agora jeito para enfrentarmos as difi-

culdades que se avizinham com outra segurança, com outra tranquilidade e com outra garantia de sucesso. Perdemos tempo e não alterámos a nossa realidade. Continuamos sem dinâmica industrial e sem dinâmica comercial e por isso temos um número preocupante de desempregados a nível local. E aqui, na minha opinião, reside a prioridade que deve ser “atacada” por todas as instituições que têm poder para o fazer. É fundamental o estabelecimento de parcerias ativas que possam implementar um conjunto de medidas de combate ao desemprego para que a Região não continue a definhar. E se soubermos aproveitar a qualidade dos vinhos, dos azeites, da doçaria e dos enchidos como “marca” da região e utilizarmos este argumento para o comunicar ao país e no mundo talvez se criem as bases para voltarmos a saber o que é o desenvolvimento local.


OPINIÃO 9

JANEIRO 2015

Presente e futuro

Armando Fernandes,

Investigador/Consultor Cultural

Prestes a findar, do ano em curso vão sobrar no estaleiro os restos do navio após naufrágio de doze meses. As águas límpidas deixam ver fragmentos de actos censuráveis praticados contra direitos adquiridos, acordos assinados solenemente, convenções em prol dos mais fracos. As mesmas

água espelham instituições em ruínas, escombros de realizações falhadas, carões crispados, rostos conformados, olhares impotentes envoltos em raiva, encolheres de ombros a enunciar a plena assumpção do salvese quem puder. Procurou-se um porto seguro, mesmo Seguro soçobrou ante a premência silenciosa que levou Costa a surfar a crista da onda. Do outro lado as águas rumorosas indiciam tempestade em volta de Passos com Portas de saída. No cômputo geral um ano a esquecer, em termos pessoais a lembrar pelas piores razões. E o Novo Ano? Sem tábua de salvação a queda no abismo é certa. Como conseguir a salvífica tábua? Só a concebo através de fundo e prolongado esforço de cidadania, a todos os níveis, em exercício de crescente exigência de boas decisões dos

Um novo ano carece de “boas políticas” nossos representantes políticos de vária tipologia partidária, principiando o exercício exigente nas próximas escolhas eleitorais, escrutinando os perfis e competências de todos os candidatos. Temos de nos obrigar a analisar os currículos profissionais, e as práticas políticas dos detentores de cargos públicos, de forma a verificar a dicotomia do dito e feito por cada um. Nesta altura não me interessa fulanizar, muito menos elencar desejos materiais a concretizar a nível local; prefiro apelar aos eleitores no sentido de prometerem a eles próprios labor constante a fim de escolherem seriamente evitando remordimentos posteriores a imitar o acto de torcer a orelha e ela ficar-lhe nas mãos por estar seca. Feliz Ano Novo.

Piedade Pinto

Enfermeira

O olhar sobre o ano que passou depende de cada um e das suas vivências, não existe uma reflexão coletiva sobre o que se passou no último ano, cada um de nós fará uma apreciação diferente, tendencialmente olharemos para os factos passados mais recentes e com mais faci-

lidade lembrar-nos-emos daqueles que mais nos tocaram. O ano passado foi mais um ano em que se manteve a grave crise económica que nos últimos anos tem assolado o nosso país, os factos passados principalmente no último semestre mostraram que além da crise económica também podemos considerar que Portugal está a atravessar uma grave crise de valores, valores como solidariedade, honestidade, ética profissional e pessoal foram colocados em causa, muitas vezes por aqueles que os portugueses consideravam acima de qualquer suspeita. Desejo que o novo ano de 2015 seja o inicio da viragem da crise, é verdade que ninguém espera que seja possível dum momento para o outro resolver todos os problemas

que ao longo dos anos foram surgindo no nosso país, o meu desejo é que o novo ano traga novas maneiras de fazer politica no nosso país, deste modo além dos desejos de saúde e felicidade, gostaria de desejar para o Novo Ano a implementação de “boas politicas” para o nosso país, politicas baseadas no respeito pelo outro, colocando os cidadãos no centro das decisões e como alvo dos atores partidários. É também importante que a sociedade portuguesa seja levada a sair dos discursos depressivos e seja levada a participar ativamente na desejada mudança, todos somos importantes, todos deveríamos tomar partido de modo a ajudarmos a combater a crise, que é do estado, mas que também é de cada um de nós.

O Bricomarché de Abrantes agradece a sua preferência e deseja-lhe um Feliz Ano Novo

RUA DAS ESCOLAS | ALFERRAREDE | ABRANTES | TEL. 241 360 460 jornaldeabrantes


10 FLORESTA

JANEIRO 2015

Limpeza de floresta de Mação resulta em milhares de pinheiros de Natal para a população A limpeza e o ordenamento da mancha florestal do concelho de Mação resultaram este ano no corte de milhares de pequenos pinheiros, árvores que a autarquia local oferece à população como árvore de Natal.

Os pinheiros, colocados junto à entrada da Câmara Municipal, mais de mil até meados de dezembro, resultam da limpeza da floresta desenvolvida pelo Gabinete Florestal de Mação, sendo esta uma iniciativa que remonta ao ano de 2007, altura em que ocorreram trabalhos no Alto da Caldeirinha para o desenvolvimento de uma Zona de Boas Práticas Florestais. “Este ano, e como a população já se mentalizou que não precisa de ir à floresta cortar árvores, muitas vezes de forma desordenada, alargámos o conceito e colocamos pinheiros também à entrada

jornaldeabrantes

das juntas de freguesia para a população se servir”, disse ao JA o vereador e coordenador do Gabinete Florestal da autarquia. “A ideia foi bem acolhida pela população que, ano após ano, já sabe que pode contar com o seu pinheiro de natal, natural, e proveniente da limpeza da floresta. Este ano levantaram cerca de mil árvores”, destacou António Louro. Composto por 80% de mancha florestal numa área de perto de 400 quilómetros quadrados, o ordenamento florestal é “uma das maiores preocupações” dos responsáveis autárquicos de Mação, concelho como historial de grandes incêndios florestais. “Nas zonas percorridas por incêndios, e onde há regeneração natural de povoamentos de pinheiro bravo, nascem, todos os anos, 40 a 50 mil árvores por hectare”, destacou aquele responsável.

O ordenamento florestal “é uma das maiores preocupações”, afirmam os responsáveis autárquicos Vasco Estrela e António Louro

“É necessário retirar nestas áreas, de forma ordenada, as árvores em excesso, sendo que nesta altura festiva disponibilizamo-las para as pessoas terem a sua árvore de Natal, aliando a vertente pedagógica à defesa e proteção das nossas gentes e do nosso território”, reforçou. A autarquia também convidou este ano os comerciantes a montar e decorar um pi-

nheiro de Natal no exterior do seu estabelecimento, com o objetivo de “enriquecer a iluminação natalícia e cativar potenciais clientes para o comércio local” da vila. Bruno Raínho, comerciante de material informático, disse que foi buscar dois pinheiros à entrada da Câmara Municipal, um para sua casa, um outro para decorar a entrada do seu espaço comercial.

“O centro histórico fica mais bonito assim, com um ambiente mais natalício, e também fica mais económico para nós, que não temos de ir cortar ou comprar a algum lado um pinheiro de Natal”, observou. Negociante de mármores, granitos e flores, Maria Jesus Fernandes, foi das primeiras comerciantes do centro histórico a ir levantar os pinheiros, “logo à sua chegada”.

“Todos os anos vejo que trazem mais pinheiros, sinal que as pessoas foram-se habituando e esperam que os serviços municipais tragam as árvores apropriadas para esta quadra”, observou. O presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela (PSD) disse, por sua vez, que a iniciativa tem vários objetivos, o primeiro dos quais colocar em destaque a questão da limpeza da floresta e do excesso de árvores existentes. “Ao fazermos isto, estamos a dizer às pessoas que temos aqui um problema e que é preciso agir e ter atitudes em conformidade”. “Por outro lado”, acrescentou, “estamos a contribuir para que o espírito natalício esteja presente no concelho, dinamizando e interagindo com a população e comércio tradicional”. Mário Rui Fonseca


BALANÇO CULTURA 11

JANEIRO 2015

CULTURA 2014

As grandes apostas culturais e o que ainda falta fazer ajudá-los a afirmarem-se no exterior? Veja-se o que fez a Gulbenkian nas artes.

Continua um ritmo intenso de iniciativas, com múltiplos agentes, mas com pouco público. Algumas novidades apareceram, mas a paisagem não é de promessa, é mais do tipo “cá vamos indo”. Com dificuldade em dar o salto.

A Escola Dr. Manuel Fernandes trouxe talvez a maior promessa: o curso de música, do 5º ao 9º anos, e o profissional de teatro (artes do espetáculo), no secundário. A somar às artes plásticas na Solano de Abreu e ao cinema documental na ESTA, ficamos com uma melhor oferta no ensino oficial. Outra novidade, a reabertura do “cinema comercial”, que se soma ao Espalhafitas. Não se sabe ainda com que futuro, mas é de registar. A produção de cinema em Abrantes, tanto do Espalhafitas como da ESTA, obteve vários prémios de significado: vai longe o apreço por um trabalho que passa despercebido ao pé da porta. Reapareceu a revista “Tudo como dantes?”, agora em formato digital. É bem vinda. No património, realce para a reabertura do castelo de Almourol, com uma nova alma, e a descoberta de importantes frescos na igreja do castelo de Abrantes. A segunda edição do “Creative Camp”: mexeu mais com a cidade, mas não conseguiu afirmar-se, nem no concelho (cidade criativa, sem criativos da cidade!?), nem lá fora. Será

Grandes projetos

que continua à procura da identidade que o salve? José-Alberto Marques celebrou os 50 anos de vida literária. Podia ter tido mais brilho. E, como é já quase hábito, novos livros foram editados. Não haverá muitas cidades neste país com tantos autores publicados como por cá.

Ao olharmos para o nosso território, vemos algumas grandes apostas – municipais – que ambicionam posicionar os respetivos concelhos num contexto mais geral. A Barquinha investe na arte contemporânea; o Entroncamento, nos comboios; Torres Novas, no Teatro Virgínia e na Feira Medieval; Mação tem o Instituto Terra e Memória e a arqueologia; Sardoal quer apostar no turismo religioso; Constância tem Camões e a astronomia; Abrantes fala no “museu ibérico” e tateia a intervenção criativa em espaço urbano. De Vila de Rei não se nota ainda uma opção estruturante. São apostas legítimas. Mas talvez mereçam uma articulação entre municípios, para se tornarem projetos ancorados na região, não?

Estrangulamentos

A gastronomia

O balanço do ano pode ser “cá vamos indo”, mas à espera de dar um salto, ou vários. Sem isso, ficamos mais ou menos na mesma. 1. Nota-se uma estrutural falta de “marketing cultural”. Há mesmo quem rejeite a ideia: “nós fazemos, quem quiser que apareça”. O marketing comercial ou industrial ouve o mercado para produzir o que o mercado pede ou aceita. A cultura não pode ser isso. O marketing cultural consiste em ir à procura de públicos para aquilo que os criadores produzem. Sem isso, muitas vezes é deitar dinheiro à rua. 2. Há nesta região uma insuficiência também estrutural na gestão associativa (com raras exceções): puro amadorismo, falta de práticas qualificadas. Sem um salto qualitativo na gestão, não há

… continua em forma, mas sem grandes novidades

• Há uma vida cultural intensa, mas, em geral, há pouca adesão dos públicos

Ah, e...

DR

Algumas novidades

… é um caso especial, de pujança e criatividade, com alguns nomes a afirmaremse bem longe.

Sandra Eunice Reis

Em 1995, um grupo de pessoas criou a Palha de Abrantes, porque “não havia nada” de oferta cultural na cidade. Quase 20 anos depois, há uma vida cultural intensa, talvez excessiva para os públicos existentes. Essa diferença é o registo de fundo deste ano. Há muita coisa a acontecer, muitas pessoas e entidades a programar. Mas, em geral, há pouca adesão àquilo que se faz. Porque não se tem trabalhado na formação de públicos, exceto na leitura com crianças, e porque continua a ser incipiente o marketing cultural.

A música

• O curso de teatro na Escola Dr. Manuel Fernandes foi uma das novidades do ano salto qualitativo na produção, nem na circulação dos produtos. Nem mesmo democracia cultural. 3. É incompreensível que hoje, num mundo digital, as bibliotecas desta região, públicas e escolares, continuem sem estarem ligadas em rede, com os respetivos fundos abertos a todos. É um desperdício imperdoável. 4. Tardam a chegar projetos de clara cooperação “entre” autarquias. Cada uma funciona para seu lado, sem conseguir escala interna, me-

nos ainda externa. Mais uma vez, são recursos menos bem aproveitados. 5. Aquilo que poderia ser uma cooperação intermunicipal tem-se revelado um grande equívoco. O Herity foi chamado a “certificar” o património da região. Veio, certificou e a região disse: “O nosso património está certificado”. Engano. O Herity avalia o estado das coisas em quatro vetores num dado momento e por um período de dois anos. E nalguns casos “certifica” que as coisas não

estão bem. O dinheiro gasto no processo exige medidas de melhoria e acompanhamento continuado. Sem isso é bluf. 6. Faltam-nos criadores a jogar num tabuleiro de nível superior. José-Alberto Marques tem um lugar a nível nacional. Quem mais entre nós? Por isso, a nossa cultura regional ativa é mais de consumo que de produção, muito mais de importação que de exportação. Não é importante apostar nos nossos criadores, potenciar-lhes a evolução e

… aqueles casos que não referi, mas de que o leitor está melhor informado. Sejam, então, tidos na devida conta.

2015 A Palha de Abrantes celebra 20 anos e a cidade prepara o seu centenário. O Turismo Religioso acelera no Sardoal? O projeto do Turismo Militar vai sair da casca? E quais dos estrangulamentos vão desatar o nó? Alves Jana

jornaldeabrantes


12 DESPORTO

JANEIRO 2015

ABRANTES 2014

Desportos individuais e coletivos revelam dinâmica de afirmação e conquista O balanço desportivo no ano de 2014 foi bastante positivo para as diversas vertentes do desporto abrantino, quer a título individual quer a nível coletivo

Com a crise económica instalada e generalizada, as restrições orçamentais são uma realidade, os clubes e as associações abrantinas não baixam os braços e têm realizado um excelente trabalho, não só na formação de milhares de atletas, entre eles, muitas crianças e jovens. Instituições que têm tido um papel preponderante no lançamento de atletas e técnicos numa carreira profissional. Na maioria das vezes, todo este trabalho é valorizado através do voluntarismo de centenas de pessoas, que se dedicam ao ensino e apoio de diversas modalidades desportivas, onde a recompensa do seu trabalho é essencialmente o mérito dos atletas e o reconhecimento do seu clube ou associação. Pois são a estes a quem devemos tirar o chapéu pela sua força de vontade, persistência e determinação, porque certamente se tais pessoas não existissem e trabalhassem de forma tão afincada, os resultados seriam muito diferentes. De destacar também todo o trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal de Abrantes, quer na formação de atletas e técnicos, quer pela realização de acções de formação e workshops, no sentido de dinamizar o desporto abrantino. Nas modalidades individuais, destaque para Mariana António do Sporting Clube de Abrantes, a ser eleita a grande figura do ano 2013 na revista “Atletismo” de Janeiro. Em 2014, sagra-se campeã nacional de juniores em pista coberta nos 60m barreiras e também campeã nacional de juvenis nos 300m barreiras, vitórias esta conseguida em Abrantes. Já em pleno verão conquista a medalha de ouro nas estafetas nos jogos CPLP, realizados em Luanda.

jornaldeabrantes

Larissa Vieira, campeã nacional de juniores e esperanças nos 100m barreiras e na estafeta 4x100m. Tiago Aperta, foi campeão nacional de esperanças no lançamento do dardo e Marco Rodrigues na estafeta 4x100m em Braga. No hipismo tivemos Maria Constantino, do Centro Hípico Quinta do Cabrito, que se sagrou campeã nacional de Iniciados, no Campeonato Nacional da Juventude. A dignificar e a honrar o concelho de Abrantes, esteve também o tramagalense Octávio Vicente, homenageado

pela Federação Portuguesa de Triatlo, numa cerimónia que decorreu no Cine Teatro de S. Pedro, em Abrantes. A apresentação do livro de Pedro Basílio, onde família, amigos, atletas e dirigentes testemunharam um exemplo de força e querer, perante a adversidade de quem se viu privado de um membro inferior, em consequência de um acidente de viação e que, mesmo assim, nunca desistiu de perseguir os seus sonhos. Com o início da Primavera, tivemos uma Susana Estriga no topo mundial, ao sagrar-

se vice campeã mundial de veteranos de atletismo na prova dos 60m barreiras (escalão W35), atleta que antes já havia conquistado os títulos de campeã nacional de veteranos 60m barreiras e nos 200m, e que seria o prenúncio da boa forma que viria a proporcionar a conquista de medalhas, na Hungria. A junta de freguesia do Tramagal, sua terra natal, homenageou-a, atribuindo o galardão de desporto na Gala Antena Livre/ Jornal Abrantes. A abrantina Joana Marchão

em representação do Clube Atlético Ouriense, juntou ao título nacional de seniores a vitória na Taça de Portugal de futebol feminino. No futsal, o Clube Desportivo “Os Patos” foi campeões em benjamins, infantis, juvenis e juniores, tendo conquistado ainda a taça distrital de juvenis. Os Dragões de Alferrarede venceram o troféu Disciplina do Distrital da 2ª Divisão Seniores (Futebol). O Clube Náutico de Abrantes teve excelentes resultados nas suas modalidades,

com destaque para Madalena Silva, que foi vice campeã nacional de 50m bruços (Absolutos). Na canoagem tivemos o Clube Desportivo “Os Patos” em plano de destaque, com a sua atleta mais representativa, Francisca Laia, a sagrar-se campeã nacional de seniores, pela 1ª vez, e logo nas distâncias olímpicas de 200 e 500m, tendo também conquistado a medalha de bronze em K2 500m (sub-23), fazendo equipa com Maria Cabrita, no campeonato da Europa de velocidade. Feitos que poderiam encher páginas de jornais, mas foram esquecidos por todos os órgãos de comunicação social. Há que fazer referência ao blog Desporto em Abrantes, que foi a excepção à regra e que tornou possível este apontamento. Foi com esta dinâmica desportiva, onde certamente ficou muito por destacar, que comprovamos o trabalho realizado na área do desporto, que enalteceu a juventude abrantina e promoveu o concelho de Abrantes. A promoção do desporto e a continuidade destas actividades tem sido uma prioridade da Câmara Municipal, nomeadamente através do programa Finabrantes, apesar das tão propaladas dificuldades orçamentais nacionais. Não serão estas dificuldades, certamente, que vão impedir a forte dinâmica desportiva abrantina, nem o talento genuíno da juventude e o trabalho persistente dos clubes e associações. Unidos, e com o reconhecimento e parceria ativa da autarquia, mostramos todos que há uma causa mais forte e mais nobre em volta deste trabalho e que nos move a todos: o gosto pelo desporto e pela formação de milhares de crianças e jovens. Sim, porque são eles que constituem a sociedade portuguesa do presente e onde depositamos as esperanças de futuro. Carlos Serrano


JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES

JANEIRO DE 2015 EDIÇÃO Nº 35 www.estajornal.com DIRETORA: HÁLIA COSTA SANTOS DIRETORA ADJUNTA: RAQUEL BOTELHO

ABRANTES

J

Nas 12 freguesias à responsabilidade da GNR

Criminalidade desceu quase 30% em quatro anos FOTOGRAFIA DR

F p. 2

Um “feito histórico” nos “Dragões” O Clube Desportivo e Recreativo de Alferrarede “Os Dragões” tem sido dirigido por um jovem. Embora reconheça que ainda há trabalho por fazer, Nuno Mateus faz um balanço positivo, nomeadamente ao nível financeiro, de infraestruturas e de resultados. A obtenção da Taça Disciplina foi uma grande vitória. F p. 3

Bi-Dom, um projeto criativo original A Bi-Dom é uma academia que surgiu em Abrantes pela mão de Mauro Moura e de uma comunidade de artistas de diversas áreas. Não vive de subsídios mas, para além das aulas e de outros projetos, a Bi-Dom faz trabalho comunitário, nomeadamente nesta época natalícia, com animação no Hospital.

D

F p. 7

O comboio tem resolvido dificuldades do emprego local SKELETON SEA Limpeza do oceano dá origem a projeto cultural com lixo recolhido nas praias. O objetivo é também agitar as consciências para o problema da poluição. F p. 8

Carlos Ferreira, professor do Entroncamento, tem estudado a importância do caminho de ferro. Conclui que hoje em dia o comboio é sobretudo um fator de transporte e de criação de subúrbios. “Devido à crise do setor público e dos caminhos de ferro” o Entroncamento “está a tornar-se cada vez mais uma zona de migração”. F p. 5


ESTA JORNAL

JANEIRO 2015

02

Tiago Basílio, comandante da GNR de Abrantes há quatro anos, aposta numa relação de proximidade com a comunidade

“Quando as pessoas sentem falta, medo ou estão em perigo, sabem ir a um posto da GNR” D

FOTOGRAFIA SARA RIBALONGA

SARA RIBALONGA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

COMANDANTE do posto da GNR de Abrantes conta como iniciou a sua carreira e que medidas são tomadas para a segurança e uma boa relação com a população local. Tiago Basílio, de 38 anos, encontra-se na Guarda Nacional Republicana (GNR) há 18 anos efetivos. Desde pequeno mantinha o perfil para este tipo de profissão, derivado do facto de ter sido sempre uma criança “certinha”. Continuando a rever-se perfeitamente nesta sua função é, há quatro anos, o comandante do posto da GNR de Abrantes. Comandar e gerir o posto é o desafio mais importante da sua carreira. Nas doze freguesias que tem à sua responsabilidade, a criminalidade já diminuiu 30%.

Qual é que é a razão de ter escolhido esta profissão e o que é que o incentiva a manter-se no ativo? Desde sempre acreditei na ordem e na justiça, sempre achei que a sociedade, para continuar estável e a sustentar-se a ela própria, tem que ter alguém que mantenha a ordem e a justiça. A GNR, os tribunais e o Ministério Público contribuem para isso mesmo. Agora uma nota mais pessoal: a minha mãe, desde que eu comecei a andar, por vezes dizia-me: “Parece mesmo que estás na tropa.” Porque via-me sempre direito, certinho, a fazer as coisas arrumadas e a gostar da boa educação. Desde cedo que sempre tive uma inclinação para este tipo de profissão e assim que vim para a GNR revi-me perfeitamente nesta função. Por estes motivos a motivação é constante. De que forma acha que a população olha para a vossa profissão, no geral? Sinceramente, talvez nos dêem mais importância quando precisam de nós. Há um psicólogo que pertence às forças armadas norte-americanas que fez uma comparação que eu acho muito prática e verdadeira, entre a sociedade e um rebanho, em que as pessoas seriam as ovelhas e todas têm um pastor, que seria a lei. No meio das ovelhas anda o cão pastor. A sua função é mantê-las na ordem e livrá-las dos lobos que as atacam, principalmente as mais indefesas e que fogem ligeiramente do carreiro. À semelhança dos lobos os cães pastores, também têm dentes e, portanto, as ovelhas têm medo dos cães pastores porque andam armados, tal como os bandidos. Às vezes também é necessário usar um tom de voz mais rigoroso e, como tal, pôr as pessoas na ordem, quer seja na circulação rodoviária ou noutras situações. Por isso, no dia a dia, talvez não sejamos

L Tiago Basílio:

“Desde cedo que sempre tive uma inclinação para este tipo de profissão.”

assim tão bem vistos pois temos que tomar atitudes que, aos olhos das pessoas, são menos agradáveis. Nós compreendemos isso, mas há falta de ordem interna. Eu sempre achei essa comparação muito interessante porque, na prática, resume-se a isso. Por isso digo que, se calhar no dia a dia, a nossa profissão não é tão reconhecida, mas quando as pessoas sentem falta, medo ou estão em perigo, sabem ir a um posto da GNR. E como é que é a vossa relação, ou seja, da GNR com os habitantes de Abrantes? Como comandante de posto, já há quatro anos, posso dizer que eu e os meus homens temos trabalhado para aprofundar essa relação. Sempre que posso, visito as freguesias, falo com os presidentes das Juntas, acompanho as patrulhas e recebo as pessoas quando vêm aqui ao posto. É um dever que eu tenho e que procuro sempre atender. Penso que isso, com o tempo, tem contribuído para uma melhoria e um estreitar de relações entre a comunidade e a GNR local. Acha que a cidade de Abrantes tem muitos problemas a nível de criminalidade? Quais os mais comuns? Nas 12 freguesias que estão à responsabilidade da GNR de Abrantes – Aldeia do Mato, Alvega, Martinchel,

Mouriscas, Pego, Rio de Moinhos, São Miguel do Rio Torto, São Vicente, Souto, Concavada, Fontes e Carvalhal - diria que, desde há quatro anos, a criminalidade geral tem descido quase 30%, não obstante as condições das pessoas, estando a vida também a piorar com o desemprego e os cortes salariais. O furto e a violência doméstica são os crimes que, no último semestre deste ano, têm aumentado. Ainda estamos a tentar saber o porquê deste aumento, mas penso que seja pelas condições das famílias que tendem a piorar em termos socioeconómicos, estando a atingir um auge e um fulminar dessa situação e que tem como resultado as agressões a membros do agregado familiar.

“ ”

A GNR não pode estar afastada da comunidade

Quais são as medidas tomadas pela GNR para combater a criminalidade e manter a segurança dos cidadãos? Em primeiro lugar estará sempre o policiamento de proximidade. Visitar as freguesias, falar com os presidentes das Juntas, e saber que problemas afetam essas freguesias para assim podermos atuar. A GNR não pode estar afastada da comunidade, tem que saber e sentir o pulso aos problemas da comunidade para assim poder responder. Eu escalo as patrulhas e o tipo de patrulhas, moto, auto ou apeadas, e esta última é muito importante para o policiamento de proximidade, pois uma patrulha quando anda a pé interage com as pessoas. Falamos com os mais idosos, que estão mais isolados do resto da comunidade, para saber se está tudo bem, tentando, assim, criar um entrosamento que nos leva ao ganho de confiança da população local, e que nos é muito importante na investigação de alguns crimes. Depois, através dos estudos das informações conseguimos recolher um tipo de policiamento mais orientado para esses problemas, partindo do geral para o particular. Talvez por isso, esta diminuição de criminalidade se esteja a dar, temos trabalhado para isso.

Qual foi a situação mais complicada que teve desde que começou a exercer a sua profissão? Os primeiros 10 anos da minha profissão foram passados no corpo da intervenção da GNR, na altura chamava-se Batalhão Operacional, e agora Unidade de Intervenção, e era uma unidade que intervinha quando havia alterações de ordem púbica. No decurso desses 10 anos fiz também três missões internacionais em Timor Lorosae, talvez as mais complicadas tenham sido lá. Após os 10 anos fiz o meu curso de sargento tive este último desafio de comandar o posto, resolver os problemas que existem em 12 freguesias e ter o retorno que é esta diminuição da criminalidade, que temos conseguido. Não diria que é a situação mais complicada, mas é o desafio mais importante da minha carreira. Sente que o facto de ser GNR mudou a sua personalidade, ou ajudou-o a crescer, visto ter de lidar com várias situações complicadas no dia a dia? Mudar a personalidade não mudou, digamos que é um prolongamento da minha personalidade. Sem dúvida que, como qualquer pessoa, amadurecemos e aprendemos coisas. Isso aconteceu e vai continuar a acontecer. J


03

WWW.ESTAJORNAL.COM

Nuno Mateus fala sobre a sua experiência enquanto presidente do clube “Os Dragões”

D

FOTOGRAFIA DR

“O ambiente é saudável, é muito bom, é uma família” COM APENAS 31 ANOS é o presidente mais jovem de sempre do Clube Desportivo e Recreativo de Alferrarede “Os Dragões”. Antes de começar mais um treino, revela as mudanças feitas no clube até ao atual momento deste ano, que é o último do seu mandato e o que ainda gostaria de trazer para o clube. “A nível financeiro conseguimos recuperar algumas mazelas que o clube tinha.”

DANIEL BENTO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

O que te fez candidatar a presidente do clube? O que me fez candidatar aos Dragões foi o facto de já estar há muitos anos ligado ao futebol. Também foi por fazer parte desta casa há quatro ou cinco anos como treinador de camadas jovens e ver que não estavam a ser reunidas as condições para a prática desportiva das crianças. O clube estava numa situação complicada? Estava. Em termos financeiros, estava muito complicado e continua. Já conseguimos, com o esforço e dedicação de todos, pagar muitas mazelas que foram deixadas por outras direções. Não querendo culpar ninguém, contraíram-nas e nós estamos a conseguir pagá-las. Foi mais numa ordem de reestruturação que nos fez avançar para isto. O que mudaste na estrutura do clube? Quando cheguei quis que as coisas fossem claras e transparentes. Na estrutura cada um assume e desempenha a sua função. Uma vez por semana há reunião de direção, onde cada membro expõe os casos do seu departamento e tentamos encontrar a solução dos problemas. De que tipo de pessoas te rodeaste? Rodeei-me acima de tudo de pessoas experientes, capazes, credíveis. Tentei rodear-me de pessoas que estivessem bem vistas, pessoas que estivessem bem na sociedade, com bons cargos em termos

profissionais e muito experientes. Para me ajudar a mim que sou muito novo, com a experiência deles, para conseguirmos arranjar um ponto de equilíbrio. Os objetivos que traçaram para o clube já foram atingidos? Não. Os nossos objetivos eram, em termos financeiros, conseguir colocar o clube numa situação estável. Não está a ser fácil, mas em maio, na próxima Assembleia Geral e fim do nosso mandato, vai estar melhor. Quisemos também mudar o que as pessoas pensam do clube pois durante anos fomos vistos como “arruaceiros”. Remodelaram o pavilhão, já estão a tirar algum lucro? A ideia de remodelar o pavilhão surgiu ao reparar que, no concelho, é um recurso escasso. Tendo o nosso e havendo procura, cheguei à conclusão de que o pavilhão poderia ser uma boa fonte de rendimento. Mas, ainda não estamos a tirar proveito disso, porque existem custos. Agradecendo a toda a mão de obra que ali tivemos, ajuda de colegas e de amigos mas, para se pintar e o chão estar bom, tem de se pagar. Em breve iremos começar a tirar o devido partido disso. Que estão a fazer para atrair jogadores jovens? Aí é que a coisa fica um bocadinho mais difícil. Hoje em dia, ninguém gosta de jogar num “pelado”. Mas tentamos fazer ver que vir para um clube histórico, como é o Pego, o Tramagal e como somos nós, talvez seja a melhor solução. Não prometemos nada, mas ajudamos quem

L A equipa de “Os Dragões” a receber a Taça Disciplina, um “feito histórico”

vem de longe com o dinheiro do transporte. Por isso, não tem sido fácil conseguirmos arranjar uma equipa competitiva, sem tirar o mérito aos atletas do clube. Não é fácil um júnior que venha de um relvado, vir para um “peladão”. Acreditas que se o campo fosse sintético atraía mais gente? Sim, sem sombra de dúvidas. Isso tem sido uma das lacunas e tem sido um dos pontos mais discutidos entre nós, presidentes dos três clubes, e o senhor vereador do Desporto. Mas temos de perceber que são três clubes, são três terras com algum peso na nossa cidade e não é fácil colocarem (relvado

“ ”

“Hoje em dia ninguém gosta de jogar num ‘pelado’”

sintético) nos três. Como também percebo que seria injusto colocar num e não colocar nos outros dois. Puxando a brasa à minha sardinha, se tiverem de colocar, que coloquem no meu. Temos de ter consciência da situação em que o país vive, não vai ser fácil nos próximos anos. Como é hoje o ambiente entre os jogadores? Hoje é bom! Dentro do balneário, dos atletas que cá estavam o

ano passado, quase nenhum nos abandonou. Outro bom indício foi o facto de vencermos a Taça Disciplina. Foi um feito histórico. Este clube já tem alguns títulos, mas esta Taça nunca tínhamos vencido. Felizmente foi no ano passado. É uma equipa humilde e trabalhadora, dos Escolinhas aos Veteranos. O ambiente é saudável, é muito bom, é uma família. Sendo atleta e presidente do clube, como concilias? Não é fácil. No ano passado foi mais grave, tivemos de optar por despedir um treinador e tive que assumir também o cargo. Ficou estipulado que, durante o treino e jogo, sou jogador, têm que me chamar à atenção quando acharem que o devem fazer. No momento em que o treino acaba e o jogo termina, sou presidente. Ao fim de 79 anos, o clube tem um hino. Como surgiu? Era um dos meus sonhos. Joguei num clube que tinha e achei que num clube com 79 anos, com um largo historial, estava na altura de o fazer. Pedi ajuda a dois amigos músicos e penso que correu bem. Que diz o hino sobre o clube? Diz tudo. Sejamos últimos ou primeiros, vamos estar sempre juntos. É um dos lemas que temos, “com espírito e união, seja em último ou primeiro”. Penso que o hino diz muito do que é o clube. O que ainda pretendes trazer para o clube? Um dos meus objetivos era conseguir trazer todos os escalões de formação novamente para o cam-

po CUF. Dar início a mais algumas atividades que já foram imagens deste clube: o Rancho Folclórico, o Cicloturismo, a pesca, a caça. Trazer essas modalidades de volta. Consegui este ano trazer mais um escalão de formação, mas ainda falta muito. Estando no final do mandato, que balanço fazes? Faço um balanço positivo. A nível financeiro conseguimos recuperar algumas mazelas que o clube tinha. Em termos de estruturas e de infraestruturas, conseguimos recuperar alguns pontos fundamentais. Em termos desportivos, não tão bons quanto esperaria. Fazendo um balanço de toda a parte financeira e desportiva, o balanço é extremamente positivo. Gostarias de continuar o projeto que iniciaste? Sou muito sincero, gostaria. Mas existem valores que são mais fortes que a nossa vontade. Tenho de ponderar muito bem. Candidatei-me para ajudar os Dragões e todos juntos conseguirmos fazer alguma coisa, não para me chatear. Neste momento sinto que há pessoas que não sabem diferenciar o Nuno Mateus, o puto que sempre jogou à bola, e, depois, o presidente dos Dragões, que por vezes tem de ir contra algumas vontades. Assumo que também não sei diferenciar em algumas situações. Para já, não me recandidato. Quero ser visto como o Nuno Mateus, amigo de todos e não como o que tem de se chatear, porque tenho de pensar que sou o comandante dos Dragões, uma instituição que tem 79 anos. Assim não vou continuar. J


JANEIRO 2015

04

ESTA JORNAL

Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, aposta no contacto direto com os munícipes

António Domingues fala dos projetos do Rotary Club de Abrantes (RCA)

“O nosso ‘core business’ é o turismo”

Resolver as necessidades do dia a dia com o apoio da comunidade

JOSÉ ROSA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

FILHA DE UM CASAL que sempre foi ativo politicamente, Anabela Freitas é a atual presidente da Câmara Municipal de Tomar. Optou pelo Partido Socialista porque considera que é o partido que melhor responde ao que defende numa sociedade, nomeadamente a igualdade de oportunidades. Ocupou vários cargos no PS e foi deputada na Assembleia da República. A experiência que obteve até chegar à autarquia tomarense permitiu-lhe aprender a L Autarca saber ouvir, a gerar consensos e criar tomarense pontes. Diz que neste momento as diz que tem contas do município estão “mais ou menos controladas” e garante que condições para “honrar os vai honrar as promessas que fez aos compromissos” tomarenses.

“ ”

“Estamos a investir na economia local”

Neste momento temos as contas mais ou menos controladas, implementámos um conjunto de procedimentos internos, porque sem eles as faturas facilmente não eram contabilizadas. Assumiu compromissos com os tomarenses, nomeadamente em relação ao Flecheiro, ao mercado municipal, à atração de investimento e criação de emprego, à criação de condições para a fixação de jovens no concelho. Tem condições para os honrar nesta legislatura e quais os desafios que tem encontrado na execução do programa eleitoral que apresentou aos tomarenses nas autárquicas de 2013? Tenho condições para os honrar. O Flecheiro é o caso mais gritante. Ali habitam 300 pessoas, a solução passa pela integração de famílias em habitação social, outras serão reencaminhadas para parque nómadas, passará por soluções mistas e por um plano de intervenção social articulado com a Segurança Social. A questão do mercado ficará resolvida em breve. Trabalhamos também para a fixação de jovens no concelho, alterámos o regulamento do Parque Industrial, que tinha 38 anos. Junto do ISEP colocámos Tomar na Bolsa de locais a investir, vamos levar a reunião de Câmara, o conceito

“Start Tomar”, uma parceria entre o NERSANT e o Instituto Politécnico a implantar na Casa dos Cubos. Quem se queira instalar terá um espaço, uma incubadora de empresas. Estamos a investir na economia local dando visibilidade às muitas pessoas da nossa região que fazem compotas, bolos, etc e que a Câmara pode e deve ajudar. E qual é a importância dada ao turismo? O nosso “core business” é o turismo. Pertencemos ao Turismo do Centro e estão já criadas bases para apresentarmos projetos ao Eixo de Património e Cultura quando abrirem as candidaturas. Queremos afirmar-nos nacional e internacionalmente através da nossa marca, a marca templária e criar uma rota internacional, a “Rota dos Templários”, que começará ou terminará em Tomar. Apostamos também no turismo judaico. Tomar tem a mais antiga mesquita do Séc. XV, em bom estado de conservação do país. Obtivemos financiamento para fazer obras de conservação na sinagoga, pretendemos também obter parcerias de investigação com universidades israelitas beneficiando da instalação da IBM em Tel Haviv. Queremos estabelecer ligação entre as duas e levar a cabo o conceito de “Smart Cities” investindo na prevenção de riscos de cheias e incêndios. Tomar é o segundo concelho do distrito com maior risco de incêndios e cheias, os recursos são escassos, há que geri-los com eficácia. Vai voltar a candidatar-se nas próximas eleições? Ainda é cedo. O mais difícil nem tem sido a questão do trabalho, mas gerir a minha vida pessoal. Tenho um filho com 12 anos e, a esta distância, dar uma resposta certa para um lado ou para o outro é prematuro. J

Aos 60 anos, António Domingues é, pela segunda vez, presidente do Rotary Club de Abrantes (RCA). Enfermeiro reformado, dedica parte do seu tempo a ajudar quem mais precisa. ”Não esperamos muito dos outros, mas damos o que temos.” Vê muitos jovens com garra e entusiasmo no bem comum, mas outros “ fazem do seu umbiguinho o centro do universo” e não se importam. É assim, com o humor que lhe é característico, que António Domingues fala sobre o RCA, um grupo de profissionais que se dedica ajudar quem mais precisa, em especial nas áreas da saúde e da educação. António Domingues explica que o RCA “atua preferencialmente junto da população mais carenciada e, também, significativamente junto dos jovens, nomeadamente, na organização de cursos de liderança” e na atribuição de bolsas de estudo. Por outro lado, o RCA tem como prioridade continuar a apoiar o Interact, um clube de jovens rotários que se formou há cerca de um ano e que, com o mesmo lema, tem vindo a organizar iniciativas para angariar fundos e bens para instituições que apoiam crianças e jovens. Sobre a sensibilização dos jovens para as causas sociais, António Domingues defende que há um pouco de tudo: “Existem jovens que não se preocupam com a sociedade, vivem centrados no seu egocentrismo e ‘fazem do seu umbiguinho o centro do universo’, mas felizmente há outros que se dedicam ao bem social com garra e entusiasmo. Têm preocupações com o seu semelhante e um mundo melhor, dando tudo de si.” Fazendo um balanço positivo deste seu segundo mandato como presidente do RCA, António Domingues lembra que o principal lema do Rotary é dar “dar de si antes de pensar em si”. E acrescenta: “Não esperamos muito dos outros, mas damos o que temos.” Pela frente, o RCA tem o desafio de “fazer face às muitas necessidades do dia a dia, e, com a ajuda da comunidade, resolvê-las”. Em época natalícia, o RCA apoia habitualmente instituiFOTOGRAFIA DR ções de solidariedade social da comunidade e, recentemente, promoveu uma iniciativa de apoio ao núcleo da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Aproveitando o momento, António Domingues lança aos abrantinos um apelo à solidariedade: “A mensagem que deixo é que as pessoas ‘saiam de si’, vejam as pessoas à sua volta, identifiquem as dificuldades e que ajudem na medida do possível. Quem mais ajuda não é quem mais pode, é quem se sente mais realizado ao dar um pouco de si ao seu semelhante. Há muitos ricos que partilham a sua riqueza, mas há muitíssimos que podiam partilhar L Presidente do RCA pede que todos ajudem umas migalhas e não na medida do possível o fazem.” J

D

Considera que no cerne da sua vitória nas últimas eleições autárquicas esteve o marketing utilizado, o desgaste da força política que teve a gestão da autarquia a seu cargo durante década e meia (o PSD) ou a consistência das suas propostas? Penso que foi um misto das três coisas. Efetivamente, 16 anos provocam desgaste junto da opinião pública, as pessoas queriam mudar, mas só mudamos se houver consistência no outro lado, porque o mais fácil é acomodarmo-nos. Penso que o programa eleitoral com o qual me apresentei às eleições toca num conjunto de pontos sensíveis para nós, tomarenses, nomeadamente a questão do Flecheiro, que não é de fácil resolução mas que tem que ser resolvida. Na questão do marketing, penso que fomos inovadores, criámos um contacto direto com as pessoas. Algumas das cartas que a candidatura enviou iam com o nome da pessoa. Não é fácil, mas também tem muito a ver com a minha maneira de ser. O ser mulher teve peso, ou dito de outra forma, a política no feminino é diferente da política no masculino, e se sim, em que medida? Acho que contribuiu de algum modo, mas não substancial. Penso que as mulheres estão conotadas como sendo mais ponderadas e tendo mais bom senso e de saberem ouvir. Acho que isso contribuiu, se bem que no meu entender não tenha sido o fator decisivo. Passado um ano da sua eleição, com um “governo” de coligação da CDU, como avalia o trabalho feito até ao momento? A avaliação da implementação do nosso programa, ao fim de um ano de mandato, conta com 35% de implementação. Temos tido alguns revezes, nomeadamente a questão financeira tem sido muito complicada para nós. A situação do município financeiramente estava má, mas não sabia que estava tão má. Existia um conjunto de dívidas não refletidas nos orçamentos.

DENÍZIO BOAVENTURA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL


05

WWW.ESTAJORNAL.COM

A demografia e sociedade do Entroncamento, dos caminhos de ferro aos dias de hoje

“O fascínio está na história das mentalidades, na história cultural, demográfica e nos comportamentos” CARLOS FERREIRA, nascido no Entroncamento, é licenciado em História e Ciências Sociais e mestre em História Regional e Local. Foi diretor de um Centro de Formação de Escolas, da FERNAV e da IFP (escola profissional) e atualmente é docente na Escola Secundária do Entroncamento. É o autor de “Os Trabalhadores da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portuguezes no Entroncamento 1860-1910”, o resultado de uma tese de Mestrado que relacionou a História local com os caminhos de ferro. Entre muitas outras coisas, diz que “o comboio que, em outros tempos, foi fator de desenvolvimento e dinâmicas, neste momento é mais fator de transporte de pessoas e de criação de subúrbio”.

MARTA GONÇALVES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

tribuir para a decadência, digamos assim, da região. Sim, embora o termo decadência me custe de alguma forma a aceitar. Mas, na realidade, o comboio tem vindo a facilitar as dificuldades de emprego local, de fixação de pessoas, o que tem contribuído para as migrações. Se nós virmos no Entroncamento a quantidade de pessoas que desde as 6h30 começa a encher os comboios para Lisboa, nós percebemos isso facil-

mente, assim como o movimento contrário a partir das 18h00. Ainda considera o Entroncamento como uma cidade dormitório, como foi em tempos? Sim, embora haja um esforço atual dos autarcas que se candidataram em devolver a cidade às pessoas. O Entroncamento nunca conseguiu criar dinâmicas económicas próprias, capazes de dar trabalho às pessoas que vinham cá, também devido à crise do setor públiD

Como surgiu a ideia de fazer um livro a partir da sua tese de Mestrado? O Mestrado correu-me muito bem. A tese foi muito inovadora na altura, abordou um tema que nunca tinha sido abordado em Portugal. A nível de metodologia usei muitos conhecimentos das Ciências Sociais e não só da História. Isso permitiu-me uma abordagem diferenciada e clássica daquilo que é o trabalho do historiador. Era inovador também a nível regional, nunca tinha sido feito um trabalho original sobre história local que a relacionasse com os caminhos de ferro. Por essa inovação, o arguente da minha tese disse-me que era importante publicá-lo. Foi sobretudo pela qualidade do trabalho e do incentivo que os professores deram à publicação. Conciliou as Ciências Sociais com a história demográfica e ferroviária regional… Sim, eu gosto muito da história regional, da história dos caminhos de ferro e da ligação entre ambas. Não sou muito da história política, nem da factual. Para mim, o fascínio está na história das mentalidades, na história cultural, demográfica e nos comportamentos das pessoas. Na intervenção que fiz no colóquio “A formação da grande família ferroviária” joguei claramente no campo da demografia, no campo das famílias e dos seus comportamentos, o que se tornou fascinante. Como é que considerava a evolução do nosso distrito a nível demográfico hoje em dia, sem a influência das ferrovias da altura? O nosso distrito, definido pelo José Matoso, é uma das regiões menos caraterísticas do país. A influência de um grande centro como Lisboa acaba por condicionar a sua evolução. O Ribatejo tem, efetivamente, sido condicionado. Os transportes e o caminho de ferro, particularmente, contribuíram muito para isso, através de migrações sazonais sobretudo no sentido de Lisboa e

Vila Franca. Para além disso, perdeu muito daquilo que era a importância das elites locais. Havia elites em Abrantes, em Tomar, na Golegã e na Chamusca que, assentes na agricultura e na propriedade rural, eram poderosas. Podíamos dar vários exemplos como Carlos Relvas e a sua importância na Golegã, na implantação da República e a que ele tem na fotografia. Poderíamos falar de várias figuras regionais que têm grande influên-

FOTOGRAFIA MARTA GONÇALVES

L Carlos Ferreira no escritório de sua casa, onde dedica horas ao estudo da História cia política, com cultura própria, e que defendiam os seus próprios interesses. Estas elites sofreram com a decadência da agricultura, dos contextos políticos, com o peso do setor secundário e terciário na indústria na economia nacional. O comboio que, em outros tempos, foi fator de desenvolvimento e dinâmicas, neste momento é mais fator de transporte de pessoas e de criação de subúrbio. Portanto o que em tempos contribui para o desenvolvimento está a con-

“ ”

“Hoje a população é completamente aberta”

co atual e dos caminhos de ferro. Esta zona está-se a tornar cada vez numa zona de migração. Neste momento verifica-se um fenómeno idêntico em Torres Novas, em Abrantes, etc. Em contrapartida, não podemos esquecer que há percentagens altíssimas de população de 65 anos, em alguns concelhos estão a ser mais de 50 a 60% das pessoas. Que semelhanças e diferenças encontra entre o Entroncamento de hoje e o Entroncamento do séc. XIX?

Não há comparação possível. O Entroncamento, quando aparece no séc. XIX, é uma zona de entroncamento de linhas. É o aproveitar das condições naturais para ligar a linha que vai para Espanha e a que vai para o Porto. O Entroncamento é um entroncamento técnico, onde só vivem ferroviários e pouco mais. Se nós fizermos um levantamento como fiz das pessoas que viveram no séc. XIX, 90 a 95% são ligados ao caminho de ferro. Existiam apenas uns Casais agrícolas, o Casal das Vaginhas era o mais importante deles todos. Hoje o Entroncamento é uma realidade de 23 ou 24 mil pessoas, é o segundo maior núcleo urbano do distrito, apesar de ser um dos concelhos mais pequenos. Hoje, não sei se os ferroviários serão já o mais importante. Nós, para falarmos do séc. XIX, estamos a falar do entroncamento técnico, portanto é o nada que se vai enchendo com as pessoas que vêm trabalhar para esse caminho de ferro. A população de séc. XIX que nessa altura vivia no Entroncamento era uma comunidade muito fechada sobre si própria. Acredita que o mesmo se verifica na população atual? Não. No séc. XIX há vários grupos. Um é de pessoas especializadas nos caminhos de ferro, que são estrangeiros a começar pelos espanhóis, franceses, belgas. Depois há muita gente que vem do norte e do litoral para aqui. Outro é de locais, que tinham trabalhos que não são para gente especializada. Os trabalhadores que eram de região são ligados à economia, sobretudo do rio, pescadores que sazonalmente vêm para o rio Tejo e depois acabam por se fixar. A vida deles é uma vida de grande pobreza e quando aparece o caminho de ferro essas pessoas são contratadas ao dia. Vivem sobretudo nas terras circundantes e mantêm as relações familiares. Os que vêm de fora mantêm grandes dinastias de ferroviários. Fecham-se entre si, o filhos vão trabalhar nos caminhos de ferro. Hoje não é assim. Hoje a população é completamente aberta, não há nada que já a caraterize como noutros tempos. J


ESTA JORNAL

JANEIRO 2015

06 Ana Isabel Arroja partilha a sua experiência profissional na Rádio Comercial

L Ana Isabel Arroja é animadora da rádio Comercial há vários anos

“Foi o descobrir de uma paixão”

D FOTOGRAFIA NUNO FONTINHA

ANA ISABEL ARROJA é uma das principais animadoras da Rádio Comercial, a rádio mais ouvida de Portugal. Diariamente é acompanhada por mais de 1 milhão de ouvintes, e soma, no momento, quase 40 mil seguidores no facebook, onde partilha histórias pessoais, como as Pérolas Arrojadas, mas também assuntos profissionais. Intitula a sua página como a sua “Comunidade Arrojada”. ALEXANDRA ARROJA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

Quando percebeu que queria trabalhar na rádio? Quando experimentei fazer rádio sem estar à espera de fazer. Foi-me dada oportunidade, através da minha escola secundária, de começar a fazer uma rubrica semanal numa rádio local. Fui selecionada e continuei a fazer a rubrica com mais três ou quatro colegas. Foi porque eu gostava muito de ler em voz alta nas aulas e, também, porque era muito faladora. O que eu queria fazer para o futuro não tinha nada a ver com rádio, acabei por experimentar e até hoje nunca mais deixei de fazer rádio. Foi o descobrir de uma paixão. Uma paixão que depois se foi aperfeiçoando. O que a mais fascina, hoje em dia, na rádio? Hoje em dia o que me mais fascina na rádio é o contacto próximo com o público, que antigamente

não existia. Com as redes sociais conseguimos estar muito mais próximos de quem nos ouve. Sou fascinada, todos os dias, pelas pessoas que conheço que dizem que acompanham o nosso trabalho e que gostam daquilo que fazemos. Outra coisa que, ainda hoje, me fascina é poder conhecer os meus artistas preferidos e as bandas que eu adoro. É muito giro e faz parte do trabalho, mas ainda bem. Como é trabalhar com os seus colegas, como por exemplo o Vasco Palmeirim, Nuno Markl, etc? (risos) Para vocês que nos ouvem existe esse peso, mas para mim não. Porque antes de serem o Vasco Palmeirim e o Nuno Markl já eram meus colegas. Para os ouvintes é uma exposição diferente. Já trabalho com o Nuno há 15 anos e o Vasco para mim continua a ser o mesmo Vasco que era quando veio para a Comercial. Eles continuam a ser para mim o que sempre foram. Não mudaram, apesar da exposição deles ter mudado con-

sideravelmente. É muito divertido trabalhar com eles porque são pessoas criativas, acima de tudo, e são muito engraçados. Como é a sua relação com o público cá fora? É uma relação quase como se fosse de amizade. Ali no facebook, que eu chamo a minha “Comunidade Arrojada”, acabamos por falar todos os dias e trocar ideias e é uma relação de amizade facebookiana (risos). Não sou apologista de criar uma personagem. Eu sou muito aquilo que as pessoas veem no facebook! Tento responder a quase toda a gente. É óbvio que não consigo, mas tento. E também me esforço para que as pessoas percebam que não existe uma barreira entre mim e elas, acima de tudo, somos pessoas. As pessoas reconhecem-me na rua e pedem fotografias e dizem que me acompanham na Comercial e no facebook. Tudo isso nos aproxima muito e tento preservar ao máximo essa proximidade.

João Arrais iniciou a sua carreira profissional como ator aos 12 anos

RAQUEL TEIXEIRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

João Arrais iniciou a sua carreira profissional aos 12 anos, como ator, na telenovela portuguesa “Jura”, da SIC. Com o passar do tempo, o ator interpretou várias personagens no teatro, cinema e televisão. Atualmente, com 19 anos, faz a personagem “Pedro” da telenovela “Mar Salgado”, também da SIC. Entrou para o mundo do artístico por pressão dos pais, mas agora tem a certeza absoluta de que este será o seu futuro. E já sonha com uma carreira internacional. Até agora, a carreira tem corrido bem a João Arrais: “Ao contrário de muitos dos meus colegas, tenho a sorte de estar sempre a

trabalhar, de estar a fazer não só televisão, mas também cinema e agora estou a começar no teatro, mas nada de especial. Felizmente, tenho estado sempre ativo, o que é ótimo.” Nem sempre tem sido fácil conciliar o trabalho com a escola, mas diz que, “com empenho”, é possível “fazer tudo ao mesmo tempo”. De todos os trabalhos que teve, João Arrais destaca “três ou quatro”. O primeiro trabalho, o “Kiko” no “Jura”, foi marcante. “Olhando para trás, havia muita coisa a melhorar, foi o meu primeiro projeto e é qualquer coisa de especial.” Quando fez a primeira longa metragem, “Os Mistérios de Lisboa”, “também foi algo muito especial, foi quando comecei a minha carreira mais internacional, entre muitas aspas”. O projeto mais difícil até agora

cima do facto de ter estado algumas vezes com a minha banda preferida. E de no ano passado ter tido um momento maravilhoso com eles aqui no estúdio da Comercial depois de 12 anos a desejar que acontecesse. Portanto, ter ali os 30 Seconds To Mars a cantar as músicas que eu pedia, em acústico, e dedicarem-me essas músicas foi maravilhoso. Mas não foi um momento só meu, foi também de mais alguns ouvintes da Comercial que ganharam um passatempo e puderam estar ali comigo. Também já me aconteceram algumas coisas engraçadas, como por exemplo, desligar uma rádio durante a emissão. Mexi numa cadeira e, sem querer, a ficha que estava na tomada desligou-se (risos). Curiosamente, nunca me aconteceu espirrar em direto! Consigo sempre aguentar até estar em off. Mas já tive ataques de risos, de tosse, já me engasguei até. Há sempre coisas engraçadas e caricatas que nos acontecem, faz parte. J

FOTOGRAFIA DR

D

“Quem corre por gosto não cansa e eu adoro fazer o que faço”

Qual é a sua opinião quanto ao futuro da rádio, tendo em conta o aumento de plataformas de comunicação disponíveis hoje em dia? É muito positivo. Sou super apologista das redes sociais desde que elas sejam usadas positivamente. As plataformas digitais e as redes sociais vieram ajudar, e muito, a rádio. Precisávamos de um impulso diferente e isso ajudou-nos a chegar a um público que nos era um bocadinho distante. Neste momento, estamos num patamar quase equiparado à televisão, já não se fala só em rádio como o “parente pobre” da televisão. No entanto, acho que se perdeu um pouco da magia da rádio, e tenho pena por isso. Agora cabe-nos a nós tentar manter essa magia o mais viva possível. Não é fácil, mas diria que é um desafio muito interessante, tendo em conta que hoje em dia estamos tão expostos. Por último, um episódio que a tenha marcado profissionalmente? (risos) É impossível passar por

L “No início odiava ir a castings”

foi nas “Linhas de Wellington”, porque foi “completamente assustador”. Foi complicado, mas guarda com carinho a personagem que interpretou, porque “era um mendigo, assim meio autista, também deficiente, assim uma coisa que pelo meio ninguém sabia ao certo o que aquilo era”. Atualmente está “a adorar fazer o “Pedro” e tem sido espetacular”. Quanto à situação financeira dos atores em Portugal, João Arrais diz que, como em todas as profissões, há todo o tipo de casos. “Existem atores que vivem incrivelmente bem. Há uns que vivem razoavelmente e gastam tudo, são aqueles impostores que depois gastam mais do que ganham e aí vão para a televisão queixar-se que não têm dinheiro. Como qualquer profissão há uns que ganham muito bem e uns que ganham muito mal, e é assim que se tem de viver.” João Arrais tem “muitos sonhos e muitas coisas” que quer fazer no seu futuro. “Uma delas era uma carreira no estrangeiro, começando no Brasil, subir para as Américas, nos Estados Unidos, ou ir para a Inglaterra. É difícil, não é fácil, não é impossível. A minha intenção é continuar a fazer o que faço aqui, se tudo correr bem, e fazer umas longas metragens para o próximo ano e lançá-las para todos os festivais. São esses os meus objetivos.” J


07

WWW.ESTAJORNAL.COM

Mauro Moura, fundador da academia criativa Bi-Dom

D

FOTOGRAFIA DR

Helena Duque, jovem abrantina, fala sobre o seu livro “Heroína”

“O gosto pela escrita e pela leitura” EDUARDA CHARNECA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

“A Cultura é aquilo que nos distingue” PEDRO FERREIRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL MAURO MOURA, fundador e proprietário da academia criativa Bi-Dom, explica o aparecimento desta academia cultural em Abrantes. Diz que o concelho tem carências a nível cultural e que este projeto pretende tornar mais rica a vida das pessoas. Na Bi-Dom, trabalha uma comunidade de artistas de diversas áreas, dando aulas, fazendo animação e respondendo a desafios. São vários dons que se cruzam.

É engraçado, no ano passado demos balões e chocolates. As pessoas aceitaram aquilo como se eu lhes tivesse a dar a mão ou como se lhes tivesse a dizer que amanhã vão para casa porque já não estão doentes. Essas pessoas estavam a dar importância a coisas tão insignificantes que até nos chega a incomodar. Nós fizemos isto com dedicação e amor, mas é interessante ver as pessoas a darem tanta importância a coisas pequenas. Têm alguma parceria com a Câmara de Abrantes para realizar projetos culturais? Não é bem uma parceria, simplesmente contactam-nos. As pessoas normalmente perguntam isso. Isto não é uma empresa, é uma associação. Não vivemos de subsídios nem nada do género. Todos trabalhamos por nossa conta, é uma comunidade de artistas. Estamos sempre abertos para aceitar alguém que queira introduzir algo novo, desde que tenha formação, experiência e um portfolio rico. Qual é a mensagem que pretendes passar através deste projeto? A academia não é só minha, mas sim de um grupo, colaboramos sempre uns com os outros sempre que aparecem novos projetos e não só. A mensagem é o verdadeiro propósito disto, senti que havia uma grande carência a nível cultural e dos hábitos culturais. Nós queremos habituar as pessoas a projetos com qualidade e fazer com que a Cultura seja vista com outros olhos. A Cultura é aquilo que nos distingue. Se fizermos tudo igual a outras culturas, não temos nada que nos destaque perante outros países e é isso que queremos mudar. J

FOTOGRAFIA EDUARDA CHARNECA

Qual é que foi a razão por teres criado esta academia e porquê o nome Bi-Dom? Esta academia surgiu através de uma ideia entre colegas, no intuito de prestar serviços a nível cultural. Estive nos Açores e quando vi que não ia voltar para lá decidi fazer a academia aqui, visto que há uma grande falta de Cultura. Juntei pessoas com quem já tinha colaborado ao longo dos anos. Juntámo-nos e pusemos mãos à obra. Isto nasceu quase sem recursos, sem dinheiro, mas apenas da mão e da criatividade das pessoas que quiseram colaborar e já vai mais de um ano. O nome Bi-Dom foi complicado pois tínhamos de arranjar um nome que significasse muita coisa e que desse para dar sentido a isto. Um dia estávamos a tentar descobrir um nome, procurámos por todo lado, incluindo revistas e jornais. E houve uma colega que perguntou: “Por que não bidom?” Mas nem se estava a referir exatamente a um bidom, mas sim a outro objeto. E nós dissemos: “Eia, Bi-Dom!” O nome tem vários significados, daí estar separado. O Bi

quer dizer que é mais do que um, e o Dom tem a ver com os dons, que é um bocado do que se passa aqui. Como é que as pessoas estão a aderir à oferta de aulas que a Bi-Dom tem? Está a correr bem. Claro que algumas aulas são melhores que as outras porque algumas das pessoas já sabem ao que aderem. Quanto a outras aulas, as pessoas não fazem sequer a ideia do que são e às vezes até estranham: “O quê? Também há aqui aulas de fotografia? Aulas de cinema?” No ano passado ainda distribuímos bastantes ‘flyers’ nas escolas e em outros sítios, fizemos muitas atividades de divulgação, visto que ninguém sabia que isto existia. Este ano temos mais alunos do que tínhamos quando começámos, portanto é sinal que, se calhar, os nossos professores não estão a fazer um mau trabalho e que as aulas não são assim tão más quanto isso. Portanto, só dá a entender que está bem encaminhado. Que novos projetos têm? Este ano, o Bi-Dom vai estar presente na cidade de Abrantes com o Pai Natal, como no ano passado, mas com novidades: uma fanfarra a tocar. Vamos visitar o Hospital de Abrantes, como fizemos no ano passado, temos um pequeno espetáculo com os nossos palhaços, workshops, o Zé Mágico, com quem já trabalhamos há algum tempo, entre outras coisas. As pessoas já se começaram a habituar que nós temos este tipo de serviços e nestas alturas contactam-nos sempre. Portanto, é tudo um pouco original e é assim que demonstramos o nosso trabalho. O que sentem quando vão visitar as pessoas ao Hospital?

D

L Mauro Moura, nas filmagens de um dos seus projetos

Por trás do vidro que separa o frio que sente na rua e o calmo e acolhedor ambiente da casa de chás está Helena Duque. A ouvir música e concentrada a rabiscar num caderninho. Enquanto bebe o seu chá parece cheia de inspiração e carinho por aquilo que escreve. Simpática, confidencia que “o tempo é muito escasso” e que, apesar das novas responsabilidades que tem (que resultam da entrada no ensino superior), escreve porque faz parte de si enquanto pessoa. Em relação ao seu primeiro livro, “Heroína”, afirma que ainda ninguém lhe disse esperar o final que reservou e que essa é uma das coisas que a “faz gostar tanto do livro”. Um conselho a alguém que goste de escrever? Helena, de forma espontânea, diz que se nós gostamos e se temos um amigo que gosta também, devemos arriscar pois “nunca se sabe onde é que um sonho nos poderá levar”. “Comecei a escrever esta história porque sempre gostei muito de escrever. O que me levou a escrevê-la foi simplesmente o gosto pela escrita, pela leitura e por tudo o que envolve esses dois mundos.” É desta forma que Helena Duque explica como se iniciou a aventura de escrever e publicar um livro, ainda na adolescência. Numa aula de Matemática, “estava aborrecida e tive a ideia para esta história”. O processo “demorou mais ou menos três anos a ficar concluída, sofreu muitas alterações ao longo dos anos”, porque também a jovem autora foi amadurecendo o seu “pensamento sobre certas coisas”.

Depois de concluído, Helena Duque enviou o livro para diversas editoras e esperou, num processo que não foi fácil. “Felizmente, houve uma que me respondeu, que foi a Chiado Editora. E a partir daí apenas segui os passos que eles me indicaram… Revi o livro, desenhei uma capa em conjunto com o designer deles e tratei de pormenores como a sinopse ou a contracapa.” Depois foram as sessões de apresentação e autógrafos, tendo o lançamento contado com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes. Quanto às reações ao seu livro, Helena diz que “têm sido pouquinhas, mas têm sido positivas e construtivas. As pessoas não se limitam a dizer se o livro está bom ou mau. Não apenas relativamente ao livro, mas também em termos profissionais e pessoais, reagem para que possa melhorar aquilo que faço ou aquilo que gosto de fazer”. A jovem escritora acrescenta: “As pessoas no geral ficaram contentes por mim, até porque não é todos os dias que temos alguém do nosso meio, pelo menos no abrantino, que é tão pequenino, a publicar um livro. Tive uma reação muito querida e muito disponível, para comigo e para com o livro.” Helena Duque acredita que a sua idade não influenciou a reação dos leitores à sua história, que tem como protagonista Maria e Alice e que “gira à volta do amor, com amores desencontrados e futuros e uma babilónia de assuntos pessoais”. Mesmo assim, houve uma senhora que confessou não estar à espera “que o livro fosse tão bom”, tendo em conta a juventude da autora. Para o futuro literário, Helena já tem “muitas ideias e projetos definidos”, mas a faculdade tem ocupado boa parte do seu tempo. “Vou escrevendo, é algo que me dá muito prazer, faz parte de mim enquanto pessoa, mas não tenho nada em que esteja a trabalhar e que pense ‘isto poderia dar um livro’. Isso não tenho.” Mesmo assim, fica a esperança: “Gosto de acreditar que um dia mais tarde conseguirei pôr cá para fora algo que as pessoas leiam como leram este livro.” J

L ”Vou escrevendo, é algo que me dá muito prazer”


ESTA JORNAL

JANEIRO 2015

08

D

FOTOGRAFIA DR

L Os plásticos, as borrachas, os metais e outros materiais encontrados na praia dão origem a esculturas

“É lixo para muita gente mas para nós é matéria-prima” VERA OLIVEIRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

JOÃO PARRINHA, com 53 anos, é internacionalmente conhecido pelas suas esculturas, música e pela sua ligação ao surf, trabalhando em áreas como o cinema, televisão e vídeos musicais. O seu mais recente trabalho é a Skeleton Sea, um “grupo que faz e quer fazer a diferença”. Este é um dos projetos mais inspiradores sobre o mar, que visa sensibilizar as pessoas para a limpeza dos oceanos através do reaproveitamento de materiais usados.

Como surgiu a inspiração para lançar este projeto? A inspiração para este projeto nasce antes da Skeleton Sea. Como artista plástico eu já trabalhava em escultura e por ser surfista já passava muito tempo nas praias do mundo. Conhecendo também um amigo, fotógrafo profissional também surfista, juntámos um bocadinho as ideias, de artista e surfista, ao criarmos esculturas com materiais que encontrávamos na praia. Finalmente, o projeto nasce em 2005 e começámos por ser três artistas: eu, o alemão Xandi Kreuzedere e o espanhol Luis de Dios. Qual o público alvo? Atinge um público em geral de todas as idades. Nós focamo-nos nos jovens e crianças porque é mais fácil mostrar-lhes o grande pro-

blema da quantidade de lixo e de poluição que cada vez cresce mais. Portanto, queremos mostrar-lhes este problema, fazer com que eles mudem um bocadinho as suas mentalidades e que mudem até as mentalidades dos pais. Dependendo dos objetos que encontra, da sua dimensão ou da sua forma. Tenta misturar os vários géneros de materiais? Ou existe um certo padrão na procura? Infelizmente, nós encontramos de tudo nas praias e por essas costas fora. Desde plásticos, a borrachas, a metal, seja o que for, é algo impressionante. Misturamos as coisas, misturamos todo o género de materiais e acrescentamos outras matérias, como colas ou resinas, que não se encontram na praia. Como é possível transportar a enorme quantidade de materiais? É difícil, por vezes, transportá-los porque podem ser materiais muito grandes ou peças enormes que encontramos na praia. Nesses casos, em que encontramos peças maiores, temos a ajuda de amigos. E a sua relação com o oceano, como a explica? Acha que de certa forma juntou o útil ao agradável com a junção da sua paixão pelo surf e o seu gosto de preservar a praia? Sem dúvida. É esse o foco principal. Adoro o mar, estou muito ligado ao mar desde criança e mantenho essa ligação muito forte até hoje. O surf é realmente um desporto que mexe comigo, que

faz parte da minha vida e, como todos nós, gosto de chegar a uma praia e vê-la limpa. Logo aí, sentia que tinha de fazer qualquer coisa, tinha que fazer a diferença e mudar um pouco esta atitude das pessoas que deixam lixo nas praias. É valorizado pelo seu trabalho? Sente-se realizado com o que tem feito até aos dias de hoje? Sem dúvida. Acho que fazemos a diferença, mesmo sendo pequena, porque o lixo está espalhado pelo mundo. Por exemplo, já tive vários feedbacks de pessoas que mudaram a sua vida por quererem estar mais ligadas ao mar à conta do trabalho que fazemos e isso dá-me uma grande alegria. Sinto que faço parte de um grupo que faz e quer fazer essa diferença. Portanto, sinto-me orgulhoso por aquilo que faço e acho que faço também uma diferença. Este movimento de mostrar o impacto do plástico no planeta, de limpar praias e de transformar o lixo em arte, aborda também outra perspetiva que é a dos animais. Durante as suas limpezas nas praias já encontrou animais mortos devido à poluição? Claro, encontramos várias vezes, sobretudo gaivotas e alguns peixes. Realmente, é triste ver o que está a acontecer. Os animais comem, por exemplo, plástico espalhado, dentro e fora de água, as gaivotas comem este lixo pensando que é alimento e depois morrem com o estômago cheio porque não o

digerem. Com os peixes acontece a mesma coisa. Há uma série de animais, que nem sequer estão ligados ao mar, mas que, nos pastos junto a estradas, por exemplo, digerem o plástico misturado com a erva. Isto é um problema enorme que as pessoas não têm consciência que é um problema que temos de tentar combater. Como é que o público se pode evolver no projeto? Podem-se envolver fazendo parte das limpezas de praia, por exemplo, ou somente ter o cuidado de não atirar objetos para o chão. Todos os dias vejo pessoas que atiram papéis para o chão. E plásticos, sacos ou beatas de cigarro. Isto é uma constante diária. Logo aí, se todos tivéssemos cuidado e puséssemos o lixo onde ele deve estar, era um bocadinho de diferença que se fazia. Quando vamos à praia, podemos apanhar algumas coisas. O lixo que está na praia, normalmente plástico, está limpo, nem sequer cheira mal, porque está lá há tanto tempo, como tampas de garrafa ou N coisinhas que se vão partindo. É fácil de apanhar, não é nojento e se todos fizéssemos um bocadinho, com certeza que fazíamos uma mudança. Como avalia o balanço e o alcance da Skeleton Sea? É positivo e tem crescido porque as pessoas veem neste projeto algo que tem consistência. O

projeto não é só este, de apanhar lixo nas praias e convertê-lo em arte, mas também um incentivo à criatividade. Nós, nos workshops com as pessoas, fazemos olhar para este material numa outra perspetiva e mostrar-lhes que realmente podemos fazer qualquer coisa com essas peças e estes materiais que encontramos. Serão um lixo para muita gente mas para nós é matéria-prima para se fazer outras coisas. O que falta fazer para que algo mude? Qual a mensagem que devemos reter para que algo mude? Para mudar seria uma coisa de fundo. Em relação ao problema enorme do plástico, seria mais a nível político porque só assim é que seria possível gerir a forma como este é fabricado. Se o plástico fosse biodegradável, ele ao fim de quatro a seis meses dissolvia-se num pó que era natural e deixava de ser plástico. As coisas continuarão sempre por aí. É um pouco utópico achar que vamos mudar e limpar isto tudo, porque já existe tanto lixo que eu não sei como é que isto pode mudar. Uma maneira de transformar um bocadinho seria, portanto, apanhar o que já cá está, mas mudar o que vai ser criado. A mensagem do projeto, que fique no ar, é uma mensagem de consciencialização para este problema e a de manter os nossos oceanos e as praias limpas. J

FICHA TÉCNICA | DIRETORA: Hália Costa Santos DIRETORA ADJUNTA: Raquel Botelho REDATORES: Alexandra Arroja, Daniel Bento, Denízio Boaventura, Eduarda Charneca, José Rosa, Marta Gonçalves, Pedro Ferreira, Raquel Teixeira, Sara Ribalonga, Vera Oliveira | PROJETO GRÁFICO: José Gregório Luís PAGINAÇÃO: João Pereira Tiragem: 15000 exemplares


EDUCAÇÃO 13

JANEIRO 2015

Educação e ensino em balanço As questões do chequeensino, dos cortes no apoio à investigação científica no Ensino Superior, da municipalização da Educação Préescolar e dos Ensinos Básico e Secundário a título experimental, o descalabro da colocação de professores no ensino público obrigatório no início deste último ano letivo e, ainda, a publicação dos “rankings” de escolas e a prova de avaliação para professores foram as questões que estiveram em cima da mesa neste ano civil que agora termina. Vejamos, sinteticamente, as três primeiras questões, pelo que trazem de novidade, num quadro em que as restantes são repetições de situações ocorridas nos últimos anos, com a agravante da questão da colocação dos docentes, em setembro deste ano, ter sido a mais caótica dos últimos 20 anos. O problema do chequeensino, que foi introduzido há uns anos atrás na Suécia, foi desta vez lançado aqui por obra e graça da “troika” e teve desde logo um sim, por parte de Nuno Crato, só que se sabe que nunca passará de uma mera intenção, já que a palavra de ordem é austeridade e cortes nas despesas e ninguém com um mínimo de bom senso leva a sério tais declarações. Assim, não constituiu qualquer surpresa o facto da aprovação legislativa feita em setembro de 2013, em conselho de ministros, criando no estatuto do ensino particular e cooperativo os denominados contratos simples de apoio à família (eufemismo para o cheque-ensino) - previstos para entrar em vigor em 2014 - terem ficado até agora no tinteiro.

• A prova dos professores foi um dos momentos polémicos do ano

• Três municípios da região parecem querer assumir mais responsabilidades de gestão educativa Nos dois últimos anos os cortes orçamentais no Ensino Superior ascenderam a 380 milhões de euros, produzindo um estrangulamento financeiro em muitas instituições, a que se junta a menor procura de estudantes. Quem está a ser mais afetada é a área da investigação cien-

tífica: no ano de 2013, houve um corte de 40% no número de bolsas para doutoramento e pós-doutoramento, num universo em que a grande maioria dos investigadores são eternos bolseiros, que dificilmente terão acesso a um contrato de trabalho, só lhes restando a emigração. Em

2014 foram divulgados os resultados da primeira avaliação feita aos centros de investigação que concluíram que de um universo de 322 unidades de investigação, foram condenadas à morte a curto prazo 154, perto de metade. Com este processo, e considerando que as uni-

dades de investigação são o principal centro de apoio à produção científica, o número de investigadores já sentenciados à exclusão é de cerca de 5 mil, num total de perto 15.500. Os 1904 investigadores das 71 unidades já liquidadas serão despedidos gradualmente nos próximos

seis anos. A municipalização da Educação deu os seus primeiros passos no final do ano letivo anterior, com a tentativa dos ministérios de Nuno Crato e Poiares Maduro de lançar um regime experimental num número limitado de concelhos, entrando em negociações com os municípios e mantendo as escolas, numa primeira fase, completamente fora deste processo. Com o caos instalado no MEC e em muitas escolas nos meses de setembro e outubro, só em novembro começaram de novo as movimentações em torno desta questão, sendo intenção do Governo, já no final do seu mandato, lançar este processo a partir dos inícios de 2015, num contexto metodológico algo voluntarista e anárquico, que tem sido também pautado pelo secretismo, pela ausência de um suporte legislativo enquadrador, pela indefinição de uma série de questões mais ou menos decisivas, como são as ligadas às transferências financeiras da administração central para a local e ao seu enquadramento orçamental nos municípios, as que estão ligadas aos bónus financeiros concedidos pela diminuição do número de docentes, ao planeamento e gestão curriculares, à responsabilidade no equipamento e manutenção das escolas, entre outras questões que não são menores. Abrantes, Constância e Mação parecem querer embarcar nesta aventura que se tem revelado nos seus começos bastante nebulosa. Resta saber o que pensam os professores e as escolas destes concelhos. Rolando F. Silva

jornaldeabrantes


14 POLÍTICA

JANEIRO 2015

Nelson de Carvalho renuncia ao cargo de presidente da Assembleia Municipal de Abrantes O presidente da Assembleia Municipal de Abrantes, Nelson de Carvalho (PS), renunciou ao mandato invocando razões pessoais e profissionais, segundo uma carta do próprio a que a Antena Livre teve acesso. Vai candidatarse ao CRIA. Na carta de renúncia, Nelson de Carvalho, que havia sido eleito para o cargo em outubro de 2013, justifica a decisão com “opções pessoais de vida e do tipo de atividade profissional e de envolvimento cívico que pretende assumir”. Nelson de Carvalho, de 60 anos, afirma no documento que entregou no dia 27 de novembro de 2014 nos Serviços de Apoio da Assembleia Municipal de Abrantes que vai assim colocar “um ponto final na intervenção social e cívica em termos de participação

e envolvimento direto nos órgãos do município e da política local”. Nelson de Carvalho foi presidente da Câmara Municipal de Abrantes, no distrito de Santarém, durante 16 anos (1994-2009), sempre eleito pelo PS. O ex-autarca manifesta, no entanto, disponibilidade para continuar a sua “participação e intervenção cívica num outro plano”, particularmente na área da economia social. Contactado pela Antena Livre, Nelson de Carvalho adiantou que vai concorrer ao cargo de presidente da direção do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA), instituição particular de solidariedade social (IPSS) que trabalha na área das pessoas com deficiência e na sua integração na sociedade e no mercado de trabalho.

“A renúncia a este cargo liberta-me um pouco para o exercício da atividade profissional, que vai exigir muito tempo e dedicação, e também para o eventual exercício de gestão do CRIA, tendo em conta que vou apresentar uma lista e concorrer às próximas eleições”, justificou. Um cargo que, a ser eleito, apresenta responsabilidade de gestão para um período de quatro anos. A próxima reunião da Assembleia Municipal de Abrantes vai decorrer em fevereiro de 2015, ocasião em que se elegerá um novo presidente deste órgão autárquico. Joana Margarida Carvalho/ Mário Rui Fonseca

O líder socialista, António Costa, promoveu uma renovação total no Secretariado Nacional do PS, órgão do qual estarão ausentes membros da anterior equipa de António José Seguro, mas também dirigentes da atual bancada parlamentar. A presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, é uma das escolhas do novo líder do Partido Socialista, António Costa, para integrar o secretariado nacional do partido. A lista para o Secretariado Nacional do PS proposta por António Costa apresenta um total de 15 membros efetivos, dos quais só o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, já fez parte de anteriores equipas de direção (lideradas por José Sócrates). Todos os restantes 14 elementos são novos, com particular destaque para a presença de Luís Patrão,

jornaldeabrantes

ex-secretário de Estado e ex-chefe de gabinete dos primeiros-ministros António Guterres e José Sócrates. Entra também no Secretariado Nacional do PS um dos mais destacados deputados socialistas na área das finanças, João Galamba, considerado um dos “jovens turcos” deste partido e que entrou no parlamento por convite do ex-secretário-geral José Sócrates. António Costa escolheu ainda para o Secretariado Nacional os ex-secretários de Estado Bernardo Trindade e Fernando Rocha Andrade, a vereadora da Câmara de Lisboa Graça Fonseca, a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, e o ex-governador civil de Bragança Jorge Gomes. Na nova equipa, estará também o ex-secretário de Estado e vereador da Câmara do Porto Manuel Pizarro, a presidente da Câmara de

Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, e a ex-autarca de Vila Franca de Xira Maria da Luz Rosinha. António Costa convidou ainda para o órgão de direção restrita do PS o deputado e presidente da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros, Sérgio Sousa Pinto, o constitucionalista Pedro Bacelar, a sindicalista Wanda Guimarães e, finalmente, Porfírio Silva, que é um dos seus mais próximos conselheiros políticos de Costa e que foi várias vezes candidato à liderança da JS na década de 80. A presidente da CM Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, é apoiante de António Costa desde o início do processo que levou à saída de António José Seguro da liderança socialista, tendo disputado a distrital do PS de Santarém nas eleições para as distritais deste ano, ganhas por António Gameiro. MRF

DR

Maria do Céu Albuquerque entra no Secretariado Nacional do PS


SAÚDE 15

JANEIRO 2015

A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Abrantes (CUSPCA) anunciou no dia 10 de dezembro a recolha de quase 7000 assinaturas pela defesa e manutenção da maternidade no hospital de Abrantes.

O porta-voz da CUSPCA, Manuel Soares, regozijou-se com os resultados da campanha em defesa da maternidade, tendo observado que “as 6895 assinaturas recolhidas só foram possíveis com a colaboração de muito do comércio local”, uma iniciativa que, destacou, “teve para já o mérito de o Ministério da Saúde vir dizer que não está decidido o encerramento da maternidade” em Abrantes, concelho com cerca de 40 mil habitantes. Integrada no Centro Hospi-

talar do Médio Tejo (CHMT), as diversas valências e serviços estão repartidos, em regime de complementaridade, entre as três unidades hospitalares que constituem o CHMT - Abrantes, Tomar e Torres Novas -, estando a maternidade instalada no hospital de Abrantes, a cerca de 150 quilómetros de Lisboa. O porta-voz da CUSPCA justificou o lançamento de um abaixo-assinado para “reafirmar a necessidade de cuidados de proximidade e qualidade”, tendo destacado as “constantes informações oficiais que colocam em causa a permanência de muitos serviços hospitalares, nomeadamente a maternidade”. O coordenador da CUSPCA afirmou, no entanto, “continuar a temer pelo encerramento da maternidade num

Mário Rui Fonseca

Utentes dos Serviços Públicos de Abrantes recolhem 7 mil assinaturas em defesa da maternidade

O abaixo-assinado serve para “reafirmar a necessidade de cuidados de proximidade e qualidade”

futuro mais ou menos próximo”. “A publicação da Portaria 82/2014, que visa a reclassificação das unidades hospitalares, o contínuo decréscimo

de partos na maternidade de Abrantes (muito longe dos 1500, que é o número mínimo referenciado como ideal para um serviço de qualidade), a incerteza quanto

a anunciados encerramentos, e a apatia das sucessivas administrações do CHMT na promoção e dinamização da maternidade de Abrantes” são os motivos apontados.

As assinaturas recolhidas ao longo dos últimos dois meses vão ser enviadas ao Ministro da Saúde, e o resultado obtido vai ser dado a conhecer aos grupos parlamentares, autarcas e aos responsáveis das unidades de saúde da Região. “A importância social e humana do serviço de maternidade para o concelho de Abrantes e para toda a região, merece que continuemos atentos e mobilizemos as populações em sua defesa”, reforçou Manuel Soares, tendo defendido ainda que a cobertura de todo o território concelhio, ao nível de cuidados primários de saúde, “obriga à existência de unidades de saúde móveis e à colocação de médicos de família nas freguesias com mais população”. Mário Rui Fonseca

jornaldeabrantes


16 EMPRESAS

JANEIRO 2015

Vila de Rei vai ter novo empreendimento turístico junto à Albufeira de Castelo do Bode A Câmara de Vila de Rei anunciou a instalação de um novo empreendimento turístico no concelho, junto à Albufeira de Castelo do Bode, no âmbito de um investimento privado vocacionado para a exploração do turismo rural. A denominada “Herdade Foz da Represa”, projeto de empresários holandeses, passa pela instalação de infraestruturas turísticas na zona da Cabecinha, em Vila de Rei, e projeta a reconstrução e alteração de algumas ruínas existentes no local, e que irão permitir a criação de uma zona para receção, zona de estar, wine bar (para provas de vinhos portugueses) e um ponto de venda de produtos locais. O empreendimento turístico, a instalar na localidade que assinala o centro geodésico de Portugal, prevê ainda a construção, nas proximidades, de um estabelecimento de alojamento local - Boutique Resort -, com 10 pequenas unidades de 30 metros quadrados (bungalows), a instalação de infraestruturas

para a existência de um “welness centre”, com biopiscina, sauna, banho turco, zona de massagens e jacuzzi, e de um pátio exterior para a organização de casamentos e ou-

tros eventos. O projeto pretende igualmente ser vocacionado para atividades náuticas (canoagem e mergulho) e desportos ao ar livre (BTT, trekking e

pedestrianismo). Integrado em zona impeditiva de construção por via do Plano de Ordenamento da Albufeira de Castelo de Bode (POACB), o projeto, que

aguarda há um ano por licença para avançar, teve este mês “luz verde” depois da aprovação do Conselho de Ministros de um pedido do município para a suspensão

parcial do POACB, na área turística entre Macieira e Cabecinha. Em declarações ao JA, o vereador do Turismo da Câmara Municipal de Vila de Rei, Paulo César, do PSD, congratulou-se com o investimento que vai ser realizado no concelho, tendo observado que a nova infraestrutura irá conseguir “potenciar e qualificar a atração turística”. “É um projeto que nos agrada pela qualidade e pela oferta diferenciadora, para além de atrair públicos específicos diversificados, aliando o turismo ao património natural, aos recursos endógenos do território, aos sabores e saberes dos produtos locais”, destacou. Com uma área de cerca de 190 quilómetros quadrados e integrando a maior mancha de pinheiro bravo da Europa, o município de Vila de Rei está rodeado pelas águas da albufeira de Castelo de Bode, com cinco praias fluviais classificadas e mais de 50 quilómetros de vista panorâmica sobre a albufeira. Mário Rui Fonseca

Cooperativa de Vila de Rei aposta em lagar, destilaria e zona de embalamento A Câmara de Vila de Rei anunciou um investimento na ordem dos 300 mil euros na construção de um lagar e uma destilaria, com zona de embalamento, através da criação de uma Cooperativa Agrícola de Interesse Público. Em causa está a construção de um lagar comunitário, para produção e embalamento do azeite produzido naquele município, uma destilaria, para aproveitamento dos medronheiros e produção de compotas e aguardente de medronho, e ainda uma zona de embalamento, para comercialização e escoamento dos produtos. Com a criação da Cooperativa Agrícola de Vila de Rei, a constituir através de capitais públicos, de autarquia, juntas

jornaldeabrantes

de freguesia, pessoas a título individual e produtores associados, as novas valências vão abranger os produtores locais que terão um “acesso mais próximo e menos dispendioso a este tipo de infra-

estruturas”, destaca a autarquia, em nota de imprensa. O vice-presidente da Câmara de Vila de Rei, Paulo César, disse à Antena Livre que a Cooperativa Agrícola é uma “estrutura única e a primeira

cooperativa no concelho” e que fará, no âmbito regional, “a articulação e gestão da armazenagem, transformação e comercialização dos produtos agrícolas”, gerando ganhos em termos de competi-

tividade. “Em Vila de Rei toda a gente tem uma porção de terreno e toda a gente produz, de forma mais ou menos intensiva, mas, ao nível da produção e embalamento, não

existia uma ferramenta única e que servisse o interesse comum, no que respeita à floresta e agricultura”, observou, tendo adiantado que as novas infraestruturas deverão estar operacionais em meados de 2015. A título de “exemplo e de sinal para os produtores”, os serviços municipais procederam esta semana à plantação do seu primeiro hectare de medronheiros, com cerca de 1 000 árvores plantadas, num terreno da autarquia localizado em Saborosa, perto da aldeia de Milriça. O município de Vila de Rei pretende que esta plantação de medronheiros se estenda, num futuro próximo, por um total de 16 hectares. Mário Rui Fonseca


EMPREENDEDORISMO 17

JANEIRO 2015

ção e Comunicação, e podem concorrer pessoas singulares, maiores de 18 anos, bem como coletivas constituídas há menos de três anos, com o objetivo de explorar um projeto inovador ou de base tecnológica com aplicabilidade no mercado e com o intuito de o implementar no Médio Tejo. As candidaturas apresentadas são sujeitas a uma primeira seleção, onde serão identificadas as que passarão à segunda fase do concurso. Os promotores dos projetos que integrarem esta segunda parte do concurso devem desenvolver uma estratégia de comunicação, os modelos de negócio e de financiamento da ideia de negócio. Os critérios de avaliação na primeira fase pren-

A iniciativa da Tagusvalley Tecnopolo do Vale do Tejo, parque de ciência e tecnologia localizado nas antigas instalações União Fabril do Azoto da CUF, em Alferrarede, está integrada nas celebrações do seu 10.º aniversário.

Até ao dia 13 de fevereiro está a decorrer o 3º Concurso de Projetos Empresariais INOV.POINT. Esta iniciativa do TAGUSVALLEY – Tecnopolo do Vale do Tejo pretende reforçar o tecido empresarial da região e incentivar o surgimento de iniciativas empreendedoras de base tecnológica no Médio Tejo. O concurso destina-se a ideias de negócios nos setores Agroalimentar, da Metalomecânica, Energia e Tecnologias de Informa-

Sandra Eunice Reis

Tecnopolo do Vale do Tejo promove concurso de projetos empresariais

Serão premiadas as três melhores ideias segundo Pedro Saraiva, diretor executivo (na foto)

dem-se com fatores como o Curriculum Vitae (CV ) académicos e profissional dos concorrentes (com um peso de 20 por cento); Interesse estratégico para a Região Centro (30 por cento); e

diferenciação do projeto relativamente às soluções conhecidas no mercado (este pontuado com 50 por cento). Serão premiadas as três melhores ideias com serviços de apoio e incubação no Tecno-

polo do Vale do Tejo. Para se candidatar ao 3º Concurso de Projetos Empresariais deve ir ao sítio da Internet do TAGUSVALLLEY (www.tagusvalley.pt), preencher o formulário disponível

e enviar ou entregar no Tecnopolo do Vale do Tejo juntamente com a documentação solicitada para esta ação. Este parque empresarial resultou da aposta da Câmara Municipal de Abrantes (em novembro de 2003) em estimular o empreendedorismo e a competitividade na região do Médio Tejo, tendo por base a Inovação e a Tecnologia. A promoção de atividades de investigação e formação com interesse empresarial, a valorização pela partilha de informação, conhecimento e boas práticas existentes, e a cooperação em processos de melhoria da qualificação da população ativa são outros dos princípios de trabalho do Tecnopolo do Vale do Tejo. MRF

O BNI Estratégia de Abrantes promoveu um jantar de natal de solidariedade a favor do Patronato Santa Isabel. A ação solidária aconteceu no passado dia 12 dezembro, em S. Lourenço, e resultou numa angariação de 3.100 euros para a instituição. Ao longo da noite, os empresários promoveram uma coleta de roupa e calçado usado, procederam à entrega de um computador e ainda entregaram um conjunto de prendas às nove raparigas da instituição. Alberto Margarido, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, entidade que é responsável pelo Patronato, explicou que são estas ações solidárias que permitem a continuação de um trabalho social para com as raparigas que são apoiadas pela instituição de acolhimento temporário. “A sociedade civil está a mobilizar-se cada vez mais em torno desta causa, numa al-

Sandra Eunice Reis

BNI Estratégia entrega 3.100 euros ao Patronato St. Isabel

BNI Estratégia entregou roupa, calçado, um •computador e um conjunto de prendas ao Patronato

tura difícil para com as empresas, as famílias, para com todos. Neste momento, o Patronato está com nove jovens, entre os 12 e os 18 anos. Aos 18 anos muitas destas jovens têm saído da instituição para ingressarem em estudos superiores ou profissionais”, explicou o Provedor. Joaquim Matias Dias, presidente do BNI Estratégia, adiantou que este jantar solidário que já se realiza desde o ano de 2011, sempre a favor

de uma instituição social do concelho, demonstra “que há uma preocupação por parte dos empresários em ajudar a sociedade”. “Este ano, a escolha recaiu no Patronato e inovámos, não só entregámos a verba angariada, como também, um conjunto de prendas de Natal, bem como aspiramos conseguir mais computadores para entregar à instituição”, acrescentou Joaquim Matias Dias. Joana Margarida Carvalho

jornaldeabrantes


18 SOCIAL

JANEIRO 2015

O Centro de Apoio a Idosos de Rio de Moinhos necessita de uma nova equipa diretiva para um próximo mandato, com a duração de três anos. No passado mês de novembro, foi realizada uma Assembleia-Geral com o intuito de encontrar uma nova direção que levasse por diante os destinos da instituição. No entanto, n i n g u é m c o m p a re c e u . Neste momento, o prazo limite para a apresentação de uma lista será até o próximo mês de março de 2015, altura em que a atual direção irá apresentar as contas relativas ao mandato anterior. João Dono, fundador e presidente da instituição, não reúne condições para voltar a recandidatar-se devido à lei que limita o número máximo de mandatos. O atual dirigente ad-

Sandra Eunice Reis

28 idosos de Rio de Moinhos correm risco de ficar sem apoios

mite a intenção de poder “passar o seu cargo a pessoas com ideias novas. É preciso sangue novo na direção.” Atualmente, esta instituição tem à sua responsabili-

dade 23 idosos. No que diz respeito às valências, o Centro de Apoio a Idosos presta serviço ao domiciliário desde 2006, e ainda tem 5 idosos na valência de Centro de Dia. Numa totalida-

de de 5 postos de trabalho dedicados a estas duas valências, é no serviço ao domicílio que se concentram os maiores apoios. Dos serviços fazem parte a higiene pessoal e domi-

ciliar, as refeições do dia, o tratamento de roupa e ainda a assistência farmacêutica. Filomena Lopes, uma das técnicas que realiza estes serviços ao domicílio, em que os trabalhos atingem tanto o esforço do corpo como o da alma, garante que quando foi convidada para trabalhar nesta instituição sentiu que finalmente iria começar a fazer aquilo que gostava. “Foi como se me tivesse calhado o euro milhões, a sorte grande. Gosto muito do que faço e espero que seja encontrada uma solução em breve para o centro. Não são só os nossos empregos que estão em causa. Mais que isso, são todos estes idosos que podem perder estes apoios essenciais, principalmente nesta fase da vida,” conta a técnica.

O Centro de Apoio a Idosos de Rio de Moinhos surgiu através da doação de um edifício, ainda na década de 90, e mais tarde, através da doação de uma carrinha para o transporte dos idosos à Sta. Casa da Misericórdia em Abrantes. Em 2003, iniciou oficialmente atividade e começou a cumprir o seu propósito. João Dono demonstra preocupação com o facto de ainda ninguém ter aceite os seus convites para assumir o seu cargo, nem tão pouco alguém demonstrar interesse em apresentar uma lista. Revela ainda que “seria muito triste ver um projeto tão antigo acabar, por ninguém se chegar à frente para assumir este cargo.” Sandra Eunice Reis

Uma casa que foi totalmente destruída pelas chamas e fez dois desalojados, no início de dezembro, em Entrevinhas, no concelho de Sardoal, está a ser integralmente reconstruída por um movimento de solidariedade da população local.

O incêndio, que demorou 25 minutos a devastar o trabalho de uma vida de João e Isaura, ambos de 57 anos de idade, desalojou o casal habitante da pequena aldeia, com cerca de 90 habitantes, tendo a família perdido todos os seus bens, para além de João ter sido hospitalizado com queimaduras graves. “Em poucos minutos isto ardeu tudo, fiquei sem casa e sem nada para vestir e para calçar, sem comer e sem dinheiro. Só restaram as paredes”, lembrou à agên-

jornaldeabrantes

cia Lusa Isaura Filipe, desde o dia 6 de dezembro a viver em casa de uma irmã, na mesma aldeia. O marido, João, condicionado fisicamente por um recente AVC (acidente vascular cerebral) não conseguiu escapar à rápida propagação das chamas, estando internado desde então em Lisboa devido a queimaduras de primeiro e segundo graus na face, na cabeça, no pescoço e numa perna. Leopoldina Fernandes, 73 anos, a primeira vizinha a dar o alerta, disse à Lusa que quando chegou à habitação o “fumo saía por todo o lado, pelas portas e pelas janelas”. “Foi um pânico completo, só me deu para vir para o meio da rua gritar por socorro”, lembrou. Vitor Neto, vice-presidente da Associação de Melhoramentos e Amigos de Entre-

vinhas (AMAE), destacou a “espontaneidade reativa” da população, tendo a AMAE promovido de imediato uma reunião para “concertar esforços e fazer uma listagem de todas as tarefas a executar”. Para a reconstrução da habitação, a AMAE conta com o trabalho de mais de 25 profissionais de diversas áreas, desde pedreiros a serventes, instaladores de gás, colocadores de salamandras, colocadores de chão flutuante, canalizadores, ladrilhadores e eletricistas, entre outros. “Ver toda esta gente aqui a trabalhar e a colaborar nesta ação deixa qualquer um sem palavras. Eu não podia deixar de vir”, disse Francisco Lopes, pedreiro aposentado, 69 anos. António David, encarregado de construção civil, também aposentado, des-

DR

Onda solidária reconstrói habitação em Sardoal de casal desalojado por incêndio

• População mobilizou-se na ajuda ao casal desalojado tacou a “missão de apoio a uma família que teve um azar”, tendo sublinhado que a intervenção está a decorrer “com espírito de entreajuda, humanitário e em harmonia”.

“Vamos estar aqui a trabalhar até reconstruirmos a habitação a estas pessoas”, vincou. “Nunca pensei que houvesse tanta gente para fazer tanto bem, e o meu Na-

tal vão ser estes dias em que me estão a ajudar na casa”, destacou Isaura Filipe. “Este gesto solidário era o melhor Natal que estas pessoas poderiam dar”. MRF/LUSA


INVESTIMENTO 19

JANEIRO 2015

Câmara de Abrantes Uma nova resposta social incentiva prática desportiva com 180 mil euros em Constância O novo lar da Santa Casa da Misericórdia de Constância, sediado na freguesia de Santa Margarida da Coutada, vai abrir dia 29 de dezembro, já com um acordo firmado com a Segurança Social, anunciou António Teixeira provedor da instituição. Integrado na freguesia mais populosa, o novo equipamento direcionado à terceira idade, vem dar uma nova resposta social ao concelho, mas também às localidades vizinhas. Com um investimento de cerca de 1 milhão 612 mil euros, apoiado pelo Programa Operacional Potencial Humano, POHP, com 75% a fundo perdido, o novo lar terá a capacidade para acolher 40 idosos em internamento, e irá criar, “consoante o número de admissões, 17 novos postos de trabalho”, adiantou o responsável. Numa primeira fase, o novo lar vai dedicar-se ao internamento e numa segunda fase, irá abranger outros serviços como o apoio domiciliário,

Sandra Eunice Reis

SANTA MARGARIDA DA COUTADA

Provedor da Santa Casa da Misericórdia salienta o •“congregar de esforços”

o centro de dia e o centro de noite. A CM de Constância cedeu o terreno para a construção do novo equipamento, ofereceu os estudos e projetos envolvidos no processo, e ainda comparticipou o novo empreendimento em 300 mil euros. Também, a Junta de Freguesia de Santa Margarida e a população local apoiou o projeto. António Teixeira referiu que “foi graças a este congregar de esforços e vontades que foi

possível dar uma nova resposta à comunidade mais idosa”. O Provedor admitiu ainda que “a lista de espera da Santa Casa era grande e havia de facto a necessidade de uma nova alternativa, garantindo uma proximidade na assistência, que anteriormente estava dificultada com os serviços apenas centralizados na vila de Constância”. Joana Margarida Carvalho

A Câmara Municipal de Abrantes aprovou a atribuição de apoios no âmbito do FinAbrantes Medida 2 Desporto, para a época desportiva 2014/2015, no montante global de cerca de 180 mil euros. O município atribuiu para as atividades desportivas federadas, que contam com a participação de cerca de 27 clubes e associações, em 19 modalidades diferentes, com cerca de 1400 atletas, 175 mil euros. Na área das atividades desportivas ou recreativas de lazer, que reúnem nove coletividades em seis modalidades diferentes, onde estão integrados 253 participantes, o valor atribuído foi de cerca de 6.744 euros. “Para nós este incentivo reveste-se de grande importância. De tal modo, que a nossa estratégia para 2014 - 2020 é dar continuidade ao FinAbrantes, sempre com exigência e com o objetivo de estimular a prática desportiva”, admitiu Maria do Céu Albu-

querque, presidente da CM Abrantes. A assinatura dos protocolos com os clubes e associações concelhias realizou-se no passado dia 5 de dezembro, no Clube Desportivo e Recreativo de Alferrarede “Os Dragões”, em Rossio ao Sul do Tejo.

Arrelvamento e novo pavilhão sem previsão de arranque Maria do Céu Albuquerque referiu ao JA que não sabe quando é que autarquia poderá proceder ao arrelvamento dos campos pelados onde existem equipas na II Divisão Distrital, nas freguesias de Tramagal, Pego e Alferrarede. “Temos três campos de relva sintética e temos de saber muito bem onde vamos fazer investimento mediante as circunstâncias do país. Pedimos aos clubes que se organizem, que ponham a atividade desportiva a funcionar, de forma

regular e efetiva para que depois possamos pensar em conjunto numa forma de melhorar estes equipamentos desportivos”, explicou a presidente. Sobre o novo pavilhão inicialmente previsto para a cidade desportiva, com investimento na ordem de 1,5 milhão de euros, Maria do Céu Albuquerque admitiu que não “é uma prioridade para nós, não é financiável, pois o quadro comunitário não nos vai permitir financiar um equipamento desta natureza”. “Temos uma cidade desportiva, outros pavilhões nas escolas e temos equipamentos que numa lógica supra municipal devem ser considerados. Contudo, está no nosso plano estratégico a construção de um pavilhão, não sabemos é para quando e onde o vamos instalar”, vincou Céu Albuquerque.

Joana Margarida Carvalho

jornaldeabrantes


20 REGIÃO

JANEIRO 2015

ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Mudar de vida, para perder peso! A Organização Mundial de Saúde considera que combater a obesidade tem um impacto na manutenção da esperança média de vida com qualidade. Estimase que a prática de 150 minutos semanais de atividade física moderada reduza significativamente o número de mortes por doença cardíaca a partir dos 30 anos de idade. Para se atingir este montante é necessário fazer cerca de 20 minutos de atividade física diária, podendo repartir-se por dois períodos de 10 minutos. Estes 150 minutos de atividade física moderada podem ser substituídos por 75 minutos de atividade física de

intensidade vigorosa. A atividade física de intensidade moderada carateriza-se por aumento de pulsação e por sudação. Neste tipo de atividade conseguese falar pausadamente, mas não se consegue, por exemplo, cantar. Na atividade física de intensidade vigorosa existe um grande aumento da pulsação, sudação intensa e tem-se dificuldade em falar sem fazer pausas para respirar. Neste tipo de atividade podem incluir-se a corrida, andar de bicicleta ou nadar vigorosamente, jogar ténis, basketball ou futebol. Sabemos que o excesso de peso, o tabagismo, a hipertensão arte-

rial, o sedentarismo e a prática de uma alimentação com excessos são os principais fatores causadores de doenças cardíacas. As doenças como a diabetes, a hipertensão arterial, os problemas cardiovasculares e vários tipos de cancro têm como fator de risco comum a obesidade, em especial quando a gordura acumulada se encontra na região da cintura. Numa sociedade em que, cada vez mais aquilo que se considera “peso normal” está a níveis considerados como excesso de peso, as estratégias para emagrecer têm tido resultados modestos. O combate à obesidade torna-se

um problema de saúde pública, pois os estudos existentes mostram que a obesidade e a pré-obesidade estão a aumentar. A perda de peso está relacionada com a capacidade que cada um tem para investir numa mudança de hábitos de vida: fazer uma alimentação saudável e equilibrada e a prática de atividade física regular. Para perder peso é preciso mudar de vida! Algumas recomendações: • Altere o estilo de vida, com a adoção de uma alimentação equilibrada conjugada com a prática de atividade física moderada.

• Se necessário consulte um nutricionista, que ajudará a identificar a raiz do problema e as soluções. • Deve ter cuidado com as dietas radicais. Podem acarretar riscos graves para a saúde. • Combata o sedentarismo entre os mais novos e lute contra a ideia que nos foi transmitida pelos nossos antepassados, de que “uma criança gordinha é a mais resistente/saudável”, porque a gordura já não é formosura. Nuno Barreta, Enfermeiro da USP do Médio Tejo

jornaldeabrantes

Sandra Eunice Reis

Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, anunciou o encerramento da Pousada da Juventude da cidade. A autarca explicou que a notificação chegou por parte da Movijovem, entidade que faz a gestão do espaço, que “considera que durante esta época de inverno, há menos afluência ao equipamento, que o défice de exploração é um valor com algum significado, e que por isso não se justifica manter o espaço aberto”. Segundo Maria do Céu Albuquerque, a Câmara Municipal de Abrantes ainda ponderou assegurar a manutenção do equipamento até ao próximo mês de março, altura em que há o compromisso de voltar abrir o espaço, contudo a autarca explicou que a solução apresentada pela autarquia não foi bem aceite. “A Movijovem propôs à Câmara que assegurasse o défice de exploração até ao próximo mês de março, por sua vez a Câmara aceitou e propôs que a pousada fosse utilizada gratuitamente para as nossas iniciativas autárquicas.

: Jorge Pereira

Pousada da Juventude encerrada ao público

Contudo, não nos pareceu haver uma abertura para o efeito, mas continuamos disponíveis para discutir outras soluções”, explicou a presidente. Atualmente, a Pousada da Juventude, com capacidade para 70 visitantes, reúne um conjunto de problemas estruturais e carece de uma reabilitação profunda. “A pousada precisa de uma grande reabilitação. No nosso en-

tendimento, tem de haver a garantia de fundos comunitários para este tipo de intervenções, uma vez que o investimento é muito grande. Certo é que não podemos assumir mais custos que não são da responsabilidade da autarquia”, vincou Maria do Céu Albuquerque. O anúncio do encerramento foi realizado na reunião do executivo camarário, no dia 2 deJMC zembro.

A Associação de Melhoramentos do Tramagal (AMFT) inaugurou no dia 20 de dezembro um parque infantil, o único que fica a funcionar na vila, junto aos atuais campos de ténis, na zona desportiva da vila. O projeto, que orçou em cerca de 125 mil euros, foi comparticipado em 75% por fundos comunitários (20% pela autarquia e 5% pela AMFT), e prevê ainda a criação, no futuro, de um campo multiúsos no espaço contíguo e que permita a prática de diversos tipos de modalidade. António Veiga, presidente da AMFT, disse que o novo parque infantil “acrescenta oferta e qualidade de vida à população”, um equipamento que vem colmatar uma lacuna na vila, com cerca de 5 mil habitantes, e que não tinha um único equipamento do género em funcionamento. Um memorial aos Combatentes da Grande Guerra vai ser colocado no espaço ocupado pelo antigo parque infantil, no Largo dos Combatentes.


VILA DE REI 21

JANEIRO 2015

Vila de Rei quer classificação de conheiras no concelho A Câmara de Vila de Rei quer a atribuição do estatuto de “Conjunto de Interesse Nacional ou Público” às conheiras existentes no concelho, tendo formalizado um protocolo com o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) para suporte técnico especializado. MÁRIO RUI FONSECA

O protocolo assinado com o IPT prevê a constituição de uma equipa para preparar um dossiê de candidatura das conheiras - minas de exploração de ouro a céu aberto - à classificação de “Conjunto de Interesse Nacional ou Público”. As conheiras são “visíveis nas margens da ribeira do Codes e do rio Zêzere, constituindo amontoados

de enormes conhos” (seixos) resultantes da exploração do ouro por aluvião, presumivelmente na época romana e anteriores. O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Vila de Rei, Paulo César (PSD), disse à Antena Livre que, com a classificação pretendida poderão ser tomadas “novas medidas de preservação e conservação daqueles aglomerados de pedras que testemunham a exploração aurífera, impedindo a vandalização” que alguns destes locais têm vindo a sofrer ao longo dos anos. “Apesar de termos defendido as conheiras com o estatuto de património de interesse municipal, já vimos acontecer de tudo um pouco, como o roubo de

conhos para construção civil, plantações de eucaliptos nestas áreas, utilização dos espaços como lixeiras a céu aberto, entre outros”, apontou. Os vestígios da exploração de ouro em Vila de Rei ocupam toda a zona centro e sul do concelho, e ocupam uma área de cerca de metade de um total de 194 quilómetros quadrados que constituem aquele município do distrito de Castelo Branco. “Vila de Rei ainda hoje é conhecida como a terra que dá ouro, e, no tempo dos romanos, este concelho era uma mega fábrica de extrair ouro, com um património, histórias e legados como os poços que construíram com profundidades enormes, as barragens para armazena-

vestígios da exploração de ouro ocupam toda a zona centro e sul •do Os concelho vilarregense

mento de água e os canais de água para distribuição e lavagem de terras”, destacou. “Isto era uma autêntica cidade que só vivia para a exploração aurífera e os romanos descabeçavam montes

inteiros para a lavagem de terras e perseguição dos filões”, enfatizou o autarca. Com o reconhecimento de interesse público nacional, o autarca afirma conseguir “proteger, divulgar e criar um projeto histórico e turís-

tico”, com percursos pedestres e um Centro de Interpretação, que permita ao visitante tomar conhecimento do que são as conheiras, e da forma como era extraído e processado todo o método de extração.

jornaldeabrantes


22 CULTURA

JANEIRO 2015

COORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

32 anos de teatro do GETAS em exposição no Cá da Terra

AGENDA DO MÊS Abrantes Até 3 de janeiro de 2015 – Exposição “Realidades e Mitos”, pintura de Joaquim de Carvalho – Biblioteca Municipal António Botto Até 3 de Janeiro de 2015 – Exposição bibliográfica de José Alberto Marques – Biblioteca Municipal António Botto Até 8 de janeiro de 2015 – Exposição de Presépios pelos alunos de Educação Visual e Educação Mora e Religiosa Católica da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes - Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes de segunda a sexta, das 17h às 21h30 Até 23 de janeiro de 2015 – Galeria Aberta, trabalhos de artistas locais – QuARTel, Galeria Municipal de Arte 31 de janeiro – “Chaos”, espetáculo de magia com Luís de Matos – Cineteatro São Pedro, 21h30

“GETAS - 32 Anos de Teatro” é a exposição que está patente no Cá da Terra, no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, até ao próximo dia 7 de março. Integrada na celebração do 1.º aniversário deste espaço, esta mostra é uma homenagem ao trabalho que o GETAS tem desenvolvido na arte teatral desde a sua fundação e apresentará alguns figurinos usados nas peças mais emblemáticas produzidas por este grupo. Cenários e adereços de peças como “Jorge Dandin”, de Moliére, “A Severa e o Fado”, de Júlio Dantas, ou “O Morgado de Fafe em Lisboa”, de Camilo Castelo Branco, estão em exposição, mostrando, mesmo que resumidamente, os 32 anos de atividade do grupo fundado em 1982. O GETAS – Centro Cultural de Sardoal é uma associação cultural sem fins lucrativos e a sua atividade não se resume apenas ao teatro, passa também pela dança, artes plásticas, fotografia, música e outras promoções de carater sociocultural.

Constância A partir de 21 de dezembro – Exposição “Física do Voo” – Centro de Ciência Viva, das 14h30 às 18h 2 a 31 de janeiro – Mostra bio-bibliográfica de Valter Hugo Mãe – Biblioteca Alexandre O´Neill, das 10h às 18h30 Dvdteca à Quarta – Biblioteca Alexandre O´Neill, às 15h: 14 de janeiro – “Princesa Sofia – Era uma vez uma princesa” 21 de janeiro – “Matraquilhos” 28 de janeiro – “Os Maias – Cenas da vida romântica”

Luís de Matos espalha o “Chaos” em Abrantes

Mação Até 7 de janeiro de 2015 – Exposição “Presépios em espaço público”

Sardoal

O mágico Luís de Matos, que anda em digressão pelo país a apresentar o espetáculo “Chaos”, vai estar no Cineteatro São Pedro, em Abrantes, no dia 31 de janeiro, às 21h30. Numa experiência mágica de cerca de 90 minutos, Luís de Matos vai interagir com o público de forma espontânea, numa viagem pessoal e intransmissível. Neste espetáculo, os mais estra-

nhos elementos interagem de forma surpreendente, numa coleção de mistérios tornados realidade em cada representação, constituindo uma viagem pessoal, intransmissível e memorável. Sobejamente reconhecido a nível nacional e internacional, Luís de Matos é o mágico português mais premiado, tendo sido distinguido em 2013 com o “Magic

Golden Grolla”, um dois mais prestigiados prémios italianos atribuído aos melhores artistas na área do cinema, televisão, música e magia. Os bilhetes custam 10€ e podem ser comprados no Posto de Turismo de Abrantes ou na bilheteira do Cineteatro São Pedro, no dia do espetáculo.

Sandra Eunice Reis

Pa ra ce l e b ra r e s t a época festiva, a equipa da Antena Livre e do Jornal de Abrantes juntouse para o seu tradicional jantar de Natal, no passado dia 19 de dezembro, no restaurante Tasquinha das Margaridas. Num momento de lazer, de descontração e de encontro, reuniram-se os colaboradores e profissionais dos dois órgãos de comunicação.

jornaldeabrantes

Até 7 de março de 2015 – Exposição alusiva ao Teatro do GETAS – Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente Até 2 de janeiro de 2015 – Iniciativa “Doce Natal” – Biblioteca Municipal de Sardoal, das 14h30 às 16h30 Vila de Rei Até 7 de janeiro de 2015 – Centro Livro Natal, venda de livros – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires Até 7 de janeiro de 2015 – Venda de Natal, exposição de trabalhos realizados pelos utentes da Fundação João e Fernanda Garcia – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires Até 6 de janeiro de 2015 – Exposição do VIII Concurso de Presépios Tradicionais e Presépios de Montra – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires

Vila Nova da Barquinha Até 11 de janeiro – Exposição “Confidencial/Desclassificado: Missa Campal”, fotografia de Manuel Botelho – Galeria do Parque

ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) L ADSE ADMG L ADM MEDIS L MINISTÉRIO DA JUSTIÇA L PSP L PT-ACS L SAMS MULTICARE L CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS L ALLIANZ L MEDICASSUR MEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK L CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE L BOSCH L SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS L PEGOP HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00) PONTOS DE RECOLHA Sardoal L Mouriscas L Vila do Rei L Vale das Mós Gavião Chamusca L Longomel L Carregueira Montalvo L Stª Margarida L Pego L Belver L

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075


PUBLICIDADE 23

JANEIRO 2015

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE SANTARÉM INSTÂNCIA CENTRAL 2.ª SECÇÃO DE COMÉRCIO- SANTARÉM Processo de Insolvência nº 621/14.4TBABT Insolvente: Ana Mafalda Moura Rodrigues Vieira ANÚNCIO DE VENDA FAZ-SE SABER que nos autos acima identificados, encontra-se designado o dia 19 de Janeiro de 2015, pelas 10.00 horas, para abertura de propostas a realizar no escritório da Administradora de Insolvência – Dr.ª Olivia Passos, as quais terão de ser entregues até esse dia e hora pelos interessados na compra do seguinte imóvel: Verba Única: Fração autónoma designada pela letra “C”, no rés-do-chão, destinada a habitação, do prédio urbano afeto ao regime da propriedade horizontal, sito na Urbanização da Samarra, Lote 15, Lugar de Samarra, União das freguesias de Abrantes (São Vicente e São João), e Alferrarede, concelho de Abrantes, a confrontar a norte com Rua D, a sul com Rua B e Lote 16, a nascente com Rua E e Lote 16 e a poente com Lote 14, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o n.º 2099/19940615-C e inscrito na matriz urbana sob o artigo n.º 5929-C (este artigo proveio do artigo 5802 resultante da união das freguesias de Abrantes (São Vicente e São João), e Alferrarede), com o valor patrimonial de € 50.700,00. O imóvel será vendido no estado jurídico em que se encontra, ao proponente que apresentar proposta superior a 85% do valor base atribuído de € 75.000,00 (setenta e cinco mil euros). É fiel depositária do bem, a Administradora da Insolvência, Dr.ª Olivia Passos, com escritório na Rua Bombeiros Voluntários, nº 12, 4º BU, em Águeda, Telefone: 234 603111 Fax: 234 604904, e os interessados poderão vê-lo, mediante marcação prévia com a Sr.ª Administradora da Insolvência. As propostas, em subscrito fechado, devem mencionar no exterior do envelope “contém proposta”, identificar o número do processo de insolvência, e vir acompanhado da identificação completa do proponente, fotocópia do Bilhete de Identidade e/ou número de contribuinte, endereço e contacto. Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem “Massa Insolvente de Ana Mafalda Moura Rodrigues Vieira”, no montante correspondente a 20% do valor anunciado para a venda. Águeda, 09 de Dezembro de 2014. A Administradora de Insolvência, Olivia Passos (Jornal de Abrantes 5527 de Janeiro de 2015)

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio; Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira REUMATOLOGIA Dr. Jorge Garcia NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

CLINICA MÉDICA E REABILITAÇÃO CONSULTAS FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro GINASTICA DE MANUTENÇÃO E CORRECÇÃO POSTURAL Construção Civil e Obras Públicas, Lda.

Acordos em TRATAMENTOS FISIOTERAPIA Caixa de Previdência (ARS Santarém), ADSE, ADMFA, ADME, ADMG, CTT, SAMS, P. TELECOM,EDP, Seguradoras, Medis Saúde, Espirito Santo Seguros, Seguros Acidentes Pessoais, MultiCare, Tranquilidade Seguros etc.

NOTARIADO PORTUGUÊS

Tapada Chafariz, Lote 6 r/c Esq.- 2200-235 ABRANTES Telef. 241 371 715 - Fax 241 371 715 - geral@abranfir.pt

CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE - Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia nove de Dezembro de dois mil e catorze, exarada de folhas dezasseis a folhas dezoito, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E VINTE-A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores MARIA ISABEL AMÉLIA JÚLIO e marido JOAQUIM CARVALHO, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes e ele da freguesia e concelho de Sardoal, residentes na Rua do Zêzere, número 822, em Maxial, Fontes, Abrantes, DECLARARAM, que, com exclusão de outrém, ela é dona e legítima possuidora do Prédio rústico, sito em Horta de Baixo, na freguesia de Fontes, do Concelho de Abrantes, composto de horta, com área de cento e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte e de Nascente com Francisco Balbina Nunes, de Sul com Natividade dos Santos C. Fernandes e de Poente com Herdeiros de Manuel António e Herdeiros de José Lopes, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 186 da secção Al. - Que o prédio ora justificado está inscrito na matriz em nome dela justificante mulher e que no Processo de Inventário que correu termos no Tribunal Judicial da Comarca de Abrantes, 3.ª Secção, com o número 39/1964 – por óbito de João Júlio dos Santos, avô paterno da justificante mulher- foi-lhe adjudicada, entre outros, METADE da Verba Quatro (“terra de semear, no sítio da Horta de Baixo, freguesia de Souto, a confrontar pelo nascente com ribeiro, norte Manuel António Aivado, sul e poente Amador Júlio, inscrito na respectiva matriz predial rústica sob o artigo quatro mil novecentos e trinta e cinco, com o valor matricial corrigido de mil quinhentos e oitenta escudos. Não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial desta Comarca”), ainda no estado de solteira, menor (treze anos de idade). - Que, com a passagem do Cadastro Geométrico no concelho de Abrantes, aquela METADE indivisa da verba Quatro do Inventário de 1964, deu origem ao prédio hoje matricialmente inscrito sob o artigo 186 da Secção Al. - Que, ela justificante mulher, se encontra na posse do referido prédio desde a data do Processo de Inventário (1964), há mais de quarenta e nove anos portanto, usufruindo de todas as utilidades pelo mesmo proporcionada, cultivando-o, limpando-o, colhendo os frutos, pagando os respectivos impostos, com ânimo de quem exerce um direito de propriedade próprio e legítimo, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, de modo pacífico, contínuo e público, sendo reconhecida por toda a gente como sua dona, pelo que se pode afirmar que adquiriu o identificado prédio por usucapião, título este que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. - O outorgante marido, confirmou que a sua mulher é possuidora do referido imóvel, desde mil novecentos e sessenta e quatro, e que era à data solteira. - Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. Abrantes, 9 de Dezembro de 2014 A Notária Sónia Maria Alcaravela Onofre (Jornal de Abrantes n.º 5527 de Janeiro de 2015)

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

CONSTRUÇÕES RECONSTRUÇÕES - REMODELAÇÕES ORÇAMENTOS GRÁTIS Aceitamos permutas Morada: R. de Angola, nº 35 - 2205-674 Tramagal - Abrantes Tel. 241 890 330 - Fax: 241 890 333 - Tm: 91 499 27 19 Email: geral@abrancop.pt - www.abrancop.pt

16

Maria da Conceição Bento N. 06.03.191 F. 30.11.2014 Coalhos – Pego

AGRADECIMENTO

Seus filhos, netos, bisnetos e restante família, agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, no cemitério de Rossio ao Sul do Tejo, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. A todos o nosso profundo reconhecimento.

jornaldeabrantes


jornaldeabrantes


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.