ABRIL 2015 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5530 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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de
jornal abrantes
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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha
ESPECIAL CONSTÂNCIA
Joana Margarida Carvalho
Paulo Sousa
Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem em Constância com mais de 20 ruas floridas e 50 barcos para a bênção da Padroeira.
ESPECIAL SARDOAL Semana Santa de Sardoal assume-se como um importante Património de Fé e Religiosidade, que se traduz na entrega de toda a comunidade.
Ao fim de 30 anos, agricultores com sede própria A Associação de Agricultores inaugurou a sua primeira sede própria, na antiga escola primária de Arrifana. Uma cerimónia que contou com a presença da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e com uma
homenagem ao fundador da instituição, o Engenheiro Luís Bairrão. Entre os muitos agricultores, entidades e personalidades, a família (na foto) do Eng. Bairrão sentiu-se emocionada com o momento. Pág 4
EDUCAÇÃO
Treze municípios no projeto-piloto de delegação as condições necessárias”. Vila de Rei aceita e destaca de competências na educação: Abrantes e Mação como mais-valia o “poder decidir o que é melhor para rejeitam por considerarem que “não estão reunidas a comunidade escolar”. Pág 22
Paulo Sousa
Novas competências para Vila de Rei. Abrantes e Mação declinam convite
2 ABERTURA EDITORIAL
FOTO DO MÊS
de
jornal abrantes
ABRIL 2015
FICHA TÉCNICA Diretora Hália Costa Santos (TE-865) halia.santos@lenacomunicacao.pt
Redação Joana Margarida Carvalho (CP.9319)
As pessoas que unem mundos diferentes
joana.carvalho@lenacomunicacao.pt
Mário Rui Fonseca (CP.4306) mario.fonseca@lenacomunicacao.pt
Colaboradores
Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt
Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA
TAGUS
Alves Jana, André Lopes e Paulo Delgado
Seis Associações de Desenvolvimento Local, entre elas a TAGUS, procederam apresentação do projeto da Loja do Intendente, Produtos e Territórios, no passado dia 26 de março. O espaço vai contar com uma loja agro-alimentar, uma cafetaria e uma zona de exposições, com intuito de dar a conhecer e valorizar as potencialidades de 38 municípios de Bragança a Reguengos de Monsaraz.
Design gráfico António Vieira
Impressão Grafedisport, S.A.
INQUÉRITO
Qual é o significado da Páscoa? Como vive esta época forte de fé e religiosidade?
Contactos Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes @lenacomunicacao.pt
Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda.
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GERÊNCIA Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis. Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho info@lenacomunicacao.pt
Sylvia Tupenot,
Joana Cota
Paris
São Miguel do Rio Torto
Luanda
Na verdade a Páscoa significa apenas o fim do inverno e o início da primavera. É a renascença depois do inverno. Tenho as minhas raízes em Tramagal, mas vivo em França, onde a tradição da Páscoa não é tão intensa como em Portugal. É mais uma ocasião para se juntar a família. Não penso na religião. Quando tinha os meus pais por perto e em Portugal, tinha outro significado, mas ao longo dos anos, foi-se perdendo.
A Páscoa, na minha infância, era vivida com enorme intensidade. Era altura de fazer os meus próprios sacrifícios, seguia religiosamente todas as missas, e acabava por ser recompensada no Domingo de Páscoa pela família, com amêndoas e chocolates. Fui crescendo e amadurecendo, e muitos foram os motivos para perder a fé e a vontade de manter o meu espírito religioso. Sofremos a perda dos dois homens principais da família e em vez de haver mais união houve afastamento e a Páscoa deixou de fazer sentido. Vejo a Páscoa como uma altura comercial.
A Páscoa prefigura o sacrifício de Cristo. Por conseguinte, como cristão, este é um momento de verdadeira reflexão interior, procurando o reencontro de mim próprio, afastando-me das futilidades. Estar próximo dos que estão longe, sem estar longe dos que me são próximos. Viver aquilo que realmente se torna importante e essencial, na companhia da família e dos amigos. Um abraço para a minha família e amigos que estão em Tramagal.
Hália Costa Santos
SUGESTÕES
Sistemas Informação Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 505 500 094 Sócios com mais de 10% de capital Lena Comunicação SGPS, S.A.
jornaldeabrantes
Artur Tomás
Esta é uma das alturas do ano que se vivem intensamente tradições que continuam a movimentar muita gente. As comunidades de Sardoal e de Constância fazem questão de continuar a promover momentos únicos, seja pela religiosidade, seja pelo potencial turístico. O empenho na preparação e o orgulho no resultado são excelentes cartões de visita, que vão passando por gerações, de uma região que quer aliar o seu património ao seu futuro. Momentos de celebração dão vida e servem para fazer pontes com um passado. Em tempos em que parece que a memória já pouco interessa, estas são ocasiões para enquadrar os mais novos em ambientes marcantes para as comunidades locais. Para que eles as possam transportar para o futuro. Todas as histórias de hábitos e de tradições que possam ser contadas por estes dias, a propósito das celebrações, serão mais valias para quem vive num mundo de tecnologias. Um mundo de uma procissão sem luz elétrica ou um mundo em que os barcos eram o principal meio de transporte da região parecem demasiados distantes, sobretudo para os mais novos. Mas transportam consigo uma certa forma de vida, cuja memória não se pode perder. E a verdade é que, mesmo que seja pontualmente, os mundos do antigamente e os mundos contemporâneos podem perfeitamente conviver, porque têm o elo de ligação mais forte que existe: as pessoas.
Cristina Madrinha
IDADE 34 anos NATURALIDADE /RESIDÊNCIA Natural de Casa Branca, mas resido em Abrantes. PROFISSÃO Professora e gerente do Aquavital Health Club em Abrantes. UMA POVOAÇÃO Vila Viçosa. UM CAFÉ A Brasileira. PRATO PREFERIDO Gosto de vários, mas adoro umas boas enguias ou polvo à lagareiro. UM RECANTO PARA DESCOBRIR A bela Costa Amalfitana. UM DISCO Pode ser qualquer um dos Coldplay.
UM FILME Depende do estado de espírito, mas gosto muito do“Crash”de Paul Haggis. Faz-nos pensar no preconceito e na forma como estereotipamos as pessoas. UMA VIAGEM Tailândia, Koh Samui. UMA FIGURA DA HISTÓRIA Felizmente existem muitas figuras marcantes da história, talvez Alexander Fleming cuja contribuição para a ciência/saúde deu origem ao primeiro antibiótico, através da descoberta da penicilina. UM MOMENTO MARCANTE? Não consigo destacar nenhum, valorizo todos. UM PROVÉRBIO A consciência limpa é a
melhor almofada. UM SONHO Fazer felizes os que me rodeiam. UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Vou sugerir uma proposta gastronómica… iniciar o dia com uma tigelada típica da nossa cidade; ir a um dos restaurantes do concelho almoçar um Arroz de Lampreia e terminar com um passeio pela zona de Aldeia do Mato ou Fontes, contemplando as belas paisagens para o rio.
ENTREVISTA 3
ABRIL 2015
DUARTE MARQUES, DEPUTADO DO PSD ELEITO PELO CÍRCULO ELEITORAL DE SANTARÉM
“António Costa (PS) é uma desilusão e Marinho e Pinto é uma fraude“
Pediu esclarecimentos ao primeiro-ministro grego sobre as declarações do seu ministro das Finanças que defendeu que, no âmbito das negociações gregas com a UE sobre a dívida, «melhor» seria que os juros da dívida de Portugal, Espanha e Itália subissem. O que pretendia com esta carta? A carta foi enviada em várias línguas, para que não existissem dificuldades de compreensão, mas não obtive resposta. Decorreu de uma declaração de Tsipras em que disse que não se importava de criar um tumulto na Europa, mesmo que isso aumentasse os juros da dívida portuguesa, mas também da Espanha, França e Itália. “Tanto melhor”, disse Tsipras, argumentando que essa seria uma forma
desses países estarem do seu lado no seu combate contra a dívida e contra a troika. Senti que devia deixar a minha posição política muito clara, até porque conheço muito bem a realidade grega.
na Europa? Marinho Pinto é uma desgraça, é uma fraude do ponto de vista eleitoral. Critica Bruxelas, não está lá a fazer nada, mas não abdica de receber o seu salário como eurodeputado. Movimentos como estes só surgem porque os partidos políticos não se souberam reformar. Os partidos têm de ser mais honestos, mais sérios e ter consigo as pessoas mais respeitadas da sociedade.
E que realidade é essa, tendo em conta que a população elegeu um governo anti-troika? Os impostos não são pagos devidamente na Grécia, e não resulta aumentar impostos, para aumentar receita, porque eles não pagam os impostos. O sistema não resulta por questões de máquina fiscal e protestei contra aquelas declarações que entendi serem uma chantagem injusta e inadmissível. A Europa tem condições para continuar unida, com moeda única e objetivos comuns? A Europa é um caso de sucesso, mas ainda com caminho para andar, nomeadamente em termos fiscais. Um dos problemas é a falta de coragem de alguns líderes europeus, sem coragem de assumir as suas opções, e depois surge uma espécie de ‘bruxelização’ dos problemas e ‘nacionalização’ das coisas boas. Ou seja, tudo o que é aprovado na Europa, é aprovado por todos os países. Mas depois culpa-se Bruxelas quando alguma coisa corre mal, e nacionaliza-se o que é bom. É uma hipocrisia que tem levado uma má imagem junto das populações. A polémica atingiu recentemente o primeiro-ministro Passos Coelho com a questão do não pagamento de obrigações fiscais. É um re-
DR
Membro da comissão de educação e dos negócios estrangeiros, viveu seis anos em Bruxelas, trabalhou com Vasco Graça Moura, Silva Peneda, João de Deus Pinheiro e Nuno Morais Sarmento. Solteiro, Duarte Marques considera-se um embaixador do Médio Tejo, em geral, e em particular de Mação, de onde é natural. Na faculdade chamavam-lhe “o “mação” pelo orgulho que sempre demonstrava pela sua terra natal. Membro da assembleia municipal de Mação desde os 18 anos, Duarte Marques (DM) é fundador da Helpo, uma ONG presente em Portugal, Moçambique e São Tomé. Estudou relações internacionais. Ativista da causa da Ucrânia e da luta anticorrupção. Membro da Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, entre outros cargos.
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Duarte Marques admite que a “Europa é um caso de sucesso, mas ainda com caminho para andar”
vés, este tipo de notícias, mais a mais com personalidades políticas que exigem um grande esforço aos portugueses e que, depois, atuam desta forma? Foi um erro que o próprio já admitiu e reconheceu. Já pagou e regularizou a situação, mas é daquelas coisas que nunca deviam acontecer. Penso que foi vítima da própria máquina que ajudou a montar. É preciso lembrar que Passos Coelho é um cidadão como qualquer outro e que já teve situações difíceis na vida. Pedir a sua demissão é um
exagero, um oportunismo e não tem cabimento, até porque nunca fugiu às suas responsabilidades. O que lhe parece o PS de António Costa, comparando com o António Seguro. O que espera do novo PS, tendo em conta as eleições legislativas deste ano? É uma desilusão. Houve uma grande expectativa e António Costa não apresenta soluções, ou apresenta ideias requentadas ou em curso. Não consigo distinguir o PS do BE, em algumas propostas. É uma com-
petição entre os dois partidos impressionante. António Seguro tinha propostas. Costa apresenta retórica e ideias do passado, aquelas que trouxeram a crise a Portugal. Hoje, o que se discute é que o PSD pode ganhar as eleições, em coligação com o CDS-PP, ao contrário das expectativas que Costa trazia. Na esquerda portuguesa há mais egos do que causas, e isso é mau para a democracia portuguesa. Teme o impacto de partidos como o de Marinho Pinto? E os movimentos populistas
O Governo aprovou uma proposta do PSD de Santarém que cria incentivos ao regresso ao ativo de médicos reformados. Qual a importância desta medida proposta pelos deputados do PSD de Santarém? É uma medida que apresentámos e cuja aprovação saudamos, pois é benéfica por poder dar resposta à escassez de médicos no interior do país. Após o “check-up à saúde” organizado pela distrital do PSD de Santarém e pelos nossos deputados, surgiu a proposta de criar um regime de incentivos extra para o regresso ao ativo de médicos reformados e que foi de imediato defendida junto ministro da Saúde e na Assembleia da República, em sede de Grupo Parlamentar. Com este novo regime, os médicos terão dois tipos de incentivos: um pecuniário que lhes permite acumular a pensão com uma parte do salário, o que antes não acontecia, mas também optar de forma mais flexível por um horário mais compatível com a sua disponibilidade e vontade, precisamente um dos entraves da norma anterior. Mário Rui Fonseca
jornaldeabrantes
4 AGRICULTURA
ABRIL 2015
A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, destacou em Abrantes os resultados do trabalho que desenvolveu nestes últimos três anos enquanto governante, tendo afirmado que a dinâmica evidenciada pelo setor é mais do que uma moda. MÁRIO RUI FONSECA
“A agricultura em Portugal não é uma moda, tem presente e tem futuro. As modas vêm e vão, tendem a passar. Nós temos um trabalho reconhecido, interna e externamente, numa ação de trabalho concertada nacionalmente nos últimos anos, nos vários níveis de governação”, afirmou a governante, na cerimónia de inauguração do Edifício Engenheiro Luís Bairrão, nova sede da Associação de Agricultores dos concelhos de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação. Perante um edifício apinhado de agricultores, autarcas, dirigentes associativos, políticos e população, Assunção Cristas apresentou alguns números que refletem o trabalho que tem desenvolvido nos últimos três anos em que é titular das pastas da Agricultura e do Mar, e que, no seu entender, são setores que “demonstram um dinamismo enorme e sustentam a recuperação da economia” nacional. “Se o ano 2014 foi o melhor ano nas exportações portuguesas, batendo os recordes dos anos anteriores, o setor agrícola e agroflorestal tem-
jornaldeabrantes
se comportado ainda melhor do que tudo o resto”, afirmou Cristas. “Hoje, três anos depois de eu ter assumido este cargo, nós reduzimos o défice agroalimentar em 1,3 mil milhões de euros. É muito dinheiro”, frisou, tendo lembrado que, em 2014, a redução foi de 683 milhões. “É muito dinheiro, e é muito trabalho de todos” afirmou, tendo destacado a “resiliência e a ambição de todos os profissionais”do setor. A ministra da Agricultura lembrou ainda a importância da “passagem de testemunho para as novas gerações”, no âmbito do rejuvenescimento profissional do setor, tendo destacado a “instalação de 7500 jovens agricultores em Portugal”, no âmbito do Quadro Comunitário de Apoio (QCA)que está a terminar. A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, lembrou a figura do Engenheiro Luís Bairrão e sublinhou que autarquia tem
Joana Margarida Carvalho
Ministra da Agricultura inaugura em Abrantes nova sede da Associação de Agricultores
• Maria do Céu Albuquerque, junto de Assunção Cristas, lembrou que Abrantes já criou 100 hortas comunitárias vindo a apostar na Agricultura, desde a investigação alimentar até à própria agricultura de subsistência, tendo sido já criadas 100 hortas comunitárias, dentro da cidade, e todas têm
sido aproveitadas Joaquim Azevedo, presidente da Associação de Agricultores, lembrou o percurso de quase 30 anos da associação, que, até hoje, nunca ha-
via tido uma sede própria, tendo destacado e homenageado o fundador da instituição, o Engenheiro Luís Bairrão, do Tramagal. Uma homenagem que
Engenheiro Luís Bairrão, uma obra para a posteridade Considerado como um dos últimos grandes lavradores abrantinos, Luís Bairrão nasceu em Tramagal a 14 de março de 1928, localidade onde viria a falecer a 6 de fevereiro de 2011, aos 82 anos de idade. Engenheiro agrónomo, oriundo duma família radicada secularmente no Tramagal, Luís Bairrão dedicou-se à lavoura, ao associativismo agrário, ao património, à história local e à exploração industrial, entre outros, tendo sido fundador da Caixa de Crédito Agrícola do Tramagal, instituição que dirigiu até
à sua morte. Frederico Bairrão de Carvalho, um dos seus netos, disse à Antena Livre estar “emocionado e feliz” com a designação dada à sede da Associação dos Agricultores. “É um momento com muito significado para a família e para quem com ele privou, e que perpetua o nome e a memória do meu avô. Quem o conheceu só tem a dizer bem, e, por mim, tudo farei para respeitar, seguir, e tentar melhorar as atitudes e os exemplos que deu em vida.”
coube ao dirigente associativo e empresário José Rodrigues enfatizar, perante a sua esposa, filhos e netos, lembrando a personalidade que faleceu a 6 de fevereiro de 2011, aos 82 anos, e que empresta agora o seu nome ao edifício-sede da Associação de Agricultores dos concelhos de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação. Fundada em 1985 e com cerca de 400 associados, a Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação investiu cerca de 150 mil euros na construção da sua primeira sede própria, na antiga escola primária de Arrifana, no espaço territorial da União de Freguesias de Rossio ao sul do Tejo e São Miguel, em Abrantes, espaço que foi inaugurado por Assunção Cristas.
jornaldeabrantes
6 REGIÃO
ABRIL 2015
Ministro da Segurança Social inaugura Lar de Idosos de Santa Margarida da Coutada
O ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, presidiu no dia 14 de março à cerimónia de inauguração do novo Lar de Idosos da Misericórdia de Constância, infraestrutura que começou a funcionar no dia 29 de dezembro e que se localiza na Aldeia de Santa Margarida da Coutada, concelho de Constância. Perante um dia solarengo e centenas de convidados e populares, Pedro Mota Soares destacou o trabalho “heróico” dos responsáveis pelas misericórdias de todo o país, pelo seu trabalho de proximidade em prol da população e dos mais desfavorecidos. Lembrou ainda os 12 mil postos de trabalho criados em 2014 na área da economia social. Júlia Amorim, presidente da Câmara Municipal, destacou, por sua vez, a inauguração deste Lar para idosos como sendo a “concretização de um sonho”, tendo lembrado que, em Constância, o traba-
Mário Rui Fonseca
O novo Lar de Idosos de Santa Margarida, da Santa Casa da Misericórdia de Constância, um investimento de 2,3 milhões de euros, foi inaugurado no dia 14 de março pelo ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares.
• Santa Casa da Misericórdia de Constância anunciou “mais obra” lho de articulação das várias necessidades da população, ao nível social, desportivo, na saúde ou na educação, “resulta de um planeamento que, tanto a atual gestão autárquica como as dos seus antecessores (António Mendes e Máximo Ferreira) têm privilegiado, numa lógica de complementaridade” do espaço territorial.
A Câmara Municipal de Constância cedeu o terreno para a construção do novo equipamento, ofereceu os estudos e projetos envolvidos no processo, e ainda comparticipou financeiramente o novo empreendimento com 300 mil euros. O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Constância, António Paulo Teixeira,
destacou, na sua alocução, a “concretização de um trabalho iniciado em 2009” e apontou desde logo para “mais obra”, tendo anunciado a intenção de apresentar um novo projeto para requalificação e ampliação do edifício sede da instituição, o Lar de idosos situado em Constância. Com um investimento de
aproximadamente dois milhões e trezentos mil euros e capacidade para 40 utentes, o Lar de Idosos de Santa Margarida, resulta de uma candidatura ao programa comunitário POPH – Programa Operacional Potencial Humano, através da qual a Santa Casa da Misericórdia decidiu, em 2009, avançar com o processo.
A nova infraestrutura é composta por 14 quartos individuais e 13 duplos, zonas de banhos assistidos, gabinete médico, sala de medicação, cabeleireiro, salas de estar, sala de convívio, refeitório, cozinha, lavandaria, engomadoria, salas técnicas, arrumos e garagem. Mário Rui Fonseca
Utentes reúnem 20 mil assinaturas por “melhor saúde” e por “ações concretas” no Médio Tejo A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) disse que “acabou o estado de graça” da administração daquele centro hospitalar (CHMT), tendo apresentado um conjunto de reivindicações subscritas por cerca de 20 mil pessoas. “Chega de palavras, queremos ações concretas de um Conselho de Administração que já esgotou o seu estado de graça”, disse o portavoz da CUSMT, Manuel Soares, tendo reclamado por
jornaldeabrantes
“um melhor funcionamento da urgência nas três unidades” do CHMT, composto pelos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, que distam cerca de 30 quilómetros entre si e que funcionam em regime de complementaridade. “Para além de um melhor serviço nas urgências do CHMT, defendemos a existência da medicina interna e pediatria nos três hospitais, a cirurgia geral nas três unidades, e o desenvolvimento das
especialidades já existentes em articulação com os cuidados de saúde primários e centros de saúde”, disse Manuel Soares, em conferência de imprensa realizada junto ao hospital de Torres Novas. “Os milhares de cidadãos que deram corpo a esta iniciativa, constatam que as sucessivas reorganizações do CHMT e dos Centros de Saúde (integrados no ACES Médio Tejo), trouxeram mais sofrimento e ansiedade a cada vez mais pessoas na região”,
declarou, tendo acrescentado que “o acesso aos cuidados de saúde piorou, a concentração de serviços não correspondeu a mais qualidade”, e que as distâncias que doentes e familiares têm de percorrer “implicam mais sofrimento físico e mais despesas”. Segundo defendeu o dirigente da CUSMT, “os tempos de espera no serviço de urgências do CHMT é fruto da má organização das urgências e da descoordena-
ção com os cuidados primários, que nuns locais encerraram os serviços e noutros não têm horários compatíveis com a atividade da população”. Com o mote “Pela nossa saúde, respeitem a vontade das populações”, a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) exibiu os documentos com as 19 mil e 94 assinaturas recolhidas e destacou publicamente o seu conteúdo, onde se reivindica uma “melhor organiza-
ção dos cuidados hospitalares e de saúde” no CHMT. “Pedimos uma reunião ao Conselho de Administração (CA) do CHMT para calendarizar o início dos procedimentos para a implementação das reivindicações da população, tendo em conta que as reivindicações das pessoas vão ao encontro da vontade pública já manifestada pelo próprio CA do CHMT”, observou Soares. Mário Rui Fonseca
ECONOMIA 7
ABRIL 2015
CASAL DA COELHEIRA
O Casal da Colheira, quinta situada em Tramagal, no concelho de Abrantes, produz vinhos desde 1989. Da sua adega já saiu, em 2009, o melhor rosé do mundo, como também saiu, em 2011, o título de melhor enólogo do ano. Uma distinção entregue a Nuno Rodrigues, de 44 anos, coproprietário e enólogo da exploração. Recentemente os vinhos produzidos no Casal da Colheira marcaram pontos nos concursos da especialidade.
Foi no ano de 1986, que os pais de Nuno Rodrigues adquiriram a Quinta do Casal da Colheira. Três anos mais tarde, num projeto estritamente familiar, apostaram em duas novas vinhas e adquiriram a adega onde ainda hoje estão sediados. “Foi, de facto, em
1989 que começou a nascer o bichinho dos vinhos, que a família começou a olhar para este setor com outra atenção”, conta o enólogo. A exploração agrícola dedicada à cultura dos vinhos expandiu ao longo dos anos e hoje junta cerca de 300 hectares. Destas terras saem os vinhos do Casal da Coelheira reconhecidos no mundo inteiro. Num setor vitivinícola que tem evoluído bastante, o Casal da Colheira conta com todas as tecnologias de ponta para produzir os seus vinhos. Quanto aos vinhos, numa hierarquia de gamas, encontram-se o tinto e branco Terraços do Tejo, o Casal da Coelheira branco, tinto e rosé, o Casal da Coelheira Reserva em versão branco e tinto e, finalmente, o Mythos, “sendo este o nosso expoente má-
ximo, a nossa bandeira”, refere Nuno Rodrigues. Os vinhos do Casal da Colheira têm percorrido o mundo. O mercado brasileiro tem sido a principal aposta e a Europa é outro foco de presença, admite o enólogo. O reconhecimento internacional tem sido notório. Recentemente os vinhos produzidos no Casal da Colheira marcaram pontos nos concursos da especialidade. Uma medalha de prata foi atribuída ao Casal da Colheira Branco 2014 no concurso Vinalies, em Paris, e duas medalhas de ouro foram conquistadas no concurso Mundus Vinis, na Alemanha. Neste último, estiveram em destaque o Casal da Colheira tinto 2012, o Reserva tinto 2012 e o Mythos. Nuno Rodrigues refere que este reconhecimento internacional
Casal da Coelheira
“Os nossos vinhos são honestos e procuram elevada qualidade”
• José Rodrigues e o filho, Nuno Rodrigues “é muito importante” e que, desde 2009, com o melhor rosé do mundo, a projeção tem sido notória. “ Ter o melhor rosé do mundo, foi um marco para a região e para o país. Com este reconhecimento conseguimos fazer com que se falasse mais dos rosés e levámos as pessoas a experimentar mais estes vinhos. O mercado dos rosés em Portugal acabou por beneficiar desta nossa distinção”, confessa Nuno. Num setor em que a concorrência é muito forte, pois
em quase todo o mundo se produz vinho, o enólogo admite que é necessária uma estratégia forte e muito atenta, onde a honestidade deve sempre perdurar: “Os nossos vinhos são honestos e procuram elevada qualidade, sempre com preços justos.” Para Nuno Rodrigues, atualmente um enólogo tem um papel bastante diferente do que tinha há 30 anos atrás. “No passado, o enólogo não saia do laboratório e da adega, hoje é um viticultor, que tem de ir à vinha, que
deve ajudar o produtor a escolher as castas, a perceber o potencial das uvas. Sem dúvida é alguém que deve ir aos mercados beber outras experiências e conhecer a concorrência, afinando os vinhos consoante o que o consumidor pretende,” finaliza. Com uma faturação anual que ronda 1 milhão de euros, do Casal da Colheira saem cerca de 300 mil litros de vinho por ano. A equipa é constituída por 10 funcionários fixos e 10 sazonais. Joana Margarida Carvalho
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8 ECONOMIA
ABRIL 2015
O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar disse em Abrantes que a estratégia nacional para o setor, de 2015 a 2020, passa pela inovação e por um investimento de 100 milhões de euros para investigação aplicada. Segundo disse Nuno Brito, à margem de uma visita ao Tagusvalley - Tecnopolo do Vale do Tejo, parque de ciência e tecnologia instalado em Abrantes, o setor tem de se “diferenciar pela inovação, criando redes e parcerias ao nível científico, tecnológico e empresarial, e aproveitando a sua biodiversidade, que, ao nível da agroalimentar, é dos mais ricos do mundo”. “A nossa estratégia assenta numa visão de conjunto que engloba a necessidade de melhorar a produtividade e
valorizar os nossos recursos, olhar para as alterações climáticas e encontrar as melhores áreas de intervenção em cada um dos setores”, destacou. O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar defendeu ainda que a valorização do setor primário e agroalimentar passa pelos centros de inovação e conhecimento, como o Tecnopolo do Vale do Tejo, e pela “especialização inteligente” destes equipamentos. “Portugal é um país pequeno e não se pode dar ao luxo de ter réplicas destes centros de inovação e investigação, e que retirem massa crítica. Devemos, antes, ter áreas de intervenção e especialização inteligente, através da criação de um ‘cluster’ agroalimentar e de um ‘clus-
Mário Rui Fonseca
Estratégia para agroalimentar passa por investimento de 100 ME em investigação
•
Valorização do setor primário e agroalimentar passa por centros como o Tecnopolo do Vale do Tejo
ter’ florestal, com a agregação dos vários polos e divididos por setores temáticos, como o tomate, o sobreiro e a cortiça”, exemplificou.
Numa fase em que se prepara o novo quadro de programação comunitária, o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação
Agroalimentar quis conhecer a capacidade instalada no Centro de Transferência de Tecnologia Alimentar INOV’LINEA, infraestrutura
instalada em Abrantes e que presta apoio direto ao setor agroalimentar regional, no âmbito do Vale do Tejo. “Quero conhecer a realidade do país e os bons exemplos que vão existindo no território, ao nível da inovação e investigação agroalimentar”, declarou, tendo deixado o desafio aos responsáveis do Tecnopolo do Vale do Tejo para “alargarem os horizontes regionais para uma escala nacional com objetivos internacionais”. “Através do Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) 2020 vamos ter 100 milhões de euros para a experimentação e investigação e esta é uma oportunidade única para aproveitarmos esta fase de crescimento notável no setor”, defendeu Brito. Mário Rui Fonseca
O Presidente da República defendeu em Tramagal a mobilização dos portugueses para cuidarem das dimensões ambiental, social e económica da floresta. Autarcas de Mação consideram que o trabalho ali desenvolvido foi esquecido por Cavaco Silva. “Nós temos todos que mobilizar os portugueses para cuidarem destas três dimensões, a dimensão ambiental, social e económica, respondendo ao desafio de mais rentabilidade, mas, ao mesmo tempo, respeitando todos os requisitos ambientais”, afirmou Aníbal Cavaco Silva. “É esse um dos grandes desafios que temos, de facto, à nossa frente”, defendeu o Presidente da República. O chefe de Estado discursava no dia 11 de março em Tramagal, concelho de Abrantes, no âmbito de uma jornada dedicada à floresta portuguesa, antes de um almoço de trabalho na herdade da Caniceira com produtores e investigadores da floresta. Quanto à inovação e investigação, o Presidente da República considerou que é por
Promover o desenvolvimento através de uma maior interligação entre as instituições do saber e os mercados é um dos objetivos do Tecnopolo do Vale do Tejo, eleito para a presidência da Associação Portuguesa de Parques de Ciência e Tecnologia TECPARQUES Com sede em Abrantes, o Tecnopolo do Vale do Tejo – Tagusvalley foi eleitono dia 18 de março, em Assembleia-Geral de associados, para presidir à nova direção da TECPARQUES para o triénio 2015-17, estando o Parque Tecnológico de Cantanhede - BIOCANT- e o Polo Tecnológico de Lisboa – LISPOLIS - como vice-presidentes. Em declarações à Antena Livre, a presidente da nova direção da TECPARQUES, Maria do Céu Albuquerque, 44 anos, que preside à direção da Tagusvalley e à Câmara Municipal de Abrantes, destacou a importância de “dar uma maior visibilidade do trabalho” dos 15 associados junto do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e
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Vasco Estrela “lamentou” que o chefe de Estado •nunca tenha “mostrado interesse em conhecer” o trabalho de Mação no setor florestal
este caminho que se vão “encontrar novos produtos, desenvolver novos processos, novas formas de chegar aos exigentes consumidores dos produtos da floresta”. A herdade da Caniceira é uma unidade de produção de pinheiro e eucalipto do grupo Portucel Soporcel, o maior produtor no país de pinheiro e eucalipto. A Câmara de Mação manifestou, em comunicado, “estranheza e desagrado” pela não inclusão do município no roteiro da floresta que o Presidente da República Portuguesa realizou a diversos concelhos da região, entre eles Abrantes e Ponte de Sor.
O presidente da autarquia, Vasco Estrela, do PSD, “lamentou” o facto de já terem sido levadas a cabo outras visitas neste âmbito e de Cavaco Silva “nunca ter visitado ou mostrado interesse em conhecer” o trabalho desenvolvido por aquele município no setor florestal, tendo lembrado que as estratégias florestais de Mação são “reconhecidas internacionalmente como inovadoras”. O autarca disse ainda que, “apesar desta situação”, Mação estará “sempre disponível” para receber uma destas visitas temáticas no futuro. Lusa
DR
Tecnopolo do Vale do Tejo lidera parques de ciência e tecnologia
Paulo Cunha
Presidente da República quer mobilizar portugueses em defesa da floresta
Maria do Céu •Albuquerque éa nova presidente da TECPARQUES
da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), de forma a “promover uma maior interligação entre as instituições do saber e do conhecimento e os mercados, para potenciar o desenvolvimento regional dos territórios”. O novo corpo dirigente, que doravante representa os parques tecnológicos do país, pretende ainda fortalecer a relação com a IASP – Associação Internacional de Parques de Ciência e Tecnologia, e com a APTE - As-
sociação de Parques Científicos e Tecnológicos de Espanha, tendo já decidido dar um primeiro passo com a organização conjunta do próximo Encontro Ibérico de Parques, que vai decorrer este ano em Badajoz, Espanha. Esta nova equipa pretende, ainda, negociar junto do Governo mais incentivos para as empresas que se fixem nos Parques de Ciência e Tecnologia, promover a abertura de mercados internacionais para empresas e reforçar a qualificação dos parques, acrescentou Maria do Céu Albuquerque. A TECPARQUES é a associação que representa os parques tecnológicos do país. Com 15 associados, esta organização tem como objetivo a promoção destas estruturas de apoio à valorização do conhecimento e a sua interação com outras organizações nacionais ou internacionais, com intuito de modernizar o tecido empresarial pela via da inovação de base tecnológica. Mário Rui Fonseca
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10 ECONOMIA
ABRIL 2015
MAÇÃO
Casa afamada de norte a sul do país pela sua dedicação e aprumo na confeção de peixes do rio, o antigo restaurante “Kabras” reabriu este mês na freguesia ribeirinha de Ortiga/Mação sob a batuta do mestre José António, templo gastronómico que toma agora a designação de “O Bigodes”. As especialidades da casa confirmam a manutenção da aposta nos produtos endógenos, de tradição ribeirinha, com os pescadores da região de Ortiga, Mouriscas e outras localidades banhadas pelo rio Tejo a abastecerem diariamente a dispensa da cozinheira Joaquina António com as carpas, achigãs, enguias, lúcio perca, sável, fataça e, claro, as inevitáveis lampreias. “Vamos manter a tradição do peixe fresco, em trabalho
Mário Rui Fonseca
Reabriu em Ortiga restaurante especializado no peixe do rio
“O Bigodes” vem dar continuidade ao afamado •“Kabras”
concertado com os pescadores da região, que todos os dias nos asseguram a qualidade e a frescura dos pratos a confecionar”, destacou a chefe de cozinha, tendo sublinhado
existir uma arreigada tradição na procura dos pratos de lampreia, uma história muito antiga e que se cruza com a do rio Tejo onde, todos os anos, na época da migração para a
desova, o ciclóstomo entra na ementa da restauração da região e é fator de dinamização turística e económica. A lampreia é dos pratos mais apreciados na gastronomia de Mação “a autarquia dedicalhe um festival de degustação com nome próprio” e são vários os restaurantes especializados na confeção deste prato de sensações díspares, sendo feito com o molho do próprio sangue do ciclóstomo, e servido separado da mesma. “A lampreia não tem meiotermo: ou se adora ou se odeia. Certo é que todos os anos são milhares os visitantes que chegam de todos os pontos do país”, conta-nos José António, o chefe do restaurante que agora reabre portas em Ortiga. Com 53 anos de idade e mais
de 40 de experiência profissional na hotelaria, o “Bigodes” decidiu centrar a sua atividade na Ortiga para, por um lado, “dar continuidade a uma casa conhecida a nível nacional, uma obra de arte” que o antigo proprietário (Manuel Mariquito) construiu ao longo de décadas, por outro, para “prestar um serviço à população e turistas que visitam Mação sustentado na qualidade da comida, no bem servir e na simpatia”, destacou. Sendo Mação um concelho banhado pelo rio Tejo, a lampreia, também conhecida por flauta de sete olhos ou chupa pedras, sempre foi um dos pratos de destaque na gastronomia variada que oferece, confecionada a partir das várias espécies fluviais, principalmente da freguesia de Ortiga e da zona da barragem.
Todas as espécies deste ciclóstomo sobem os cursos de água para a desova e a sua pesca ocorre normalmente a partir de meados de janeiro e prolonga-se até abril. Para aqui chegarem, as lampreias têm que se debater com as dificuldades e a força das águas, pelo que, sendo o último ponto da sua viagem, por força do paredão da barragem, serão menos gordas, mais fortes e texturadas do que no início da viagem. O festival gastronómico dedicado à lampreia está este ano em destaque em sete restaurantes do concelho de Mação, até dia 19 de abril, no âmbito do Festival da Lampreia 2015. O restaurante “O Bigodes” está aberto todos os dias e aceita reservas/marcações pelo telefone: 964 677 705. Mário Rui Fonseca
Joana Margarida Carvalho
Arca da Velha, a nova loja de antiguidades de Abrantes
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“Temos conseguido escoar diversos artigos, nomeadamente o vestuário, o calçado, as malas e os móveis”
Nasceu de uma intenção já antiga, de uma dedicação constante à área dos usados e antiguidades. Chama-se Arca da Velha e é a mais recente loja sediada na urbanização Encosta da Barata, na cidade de Abrantes. Os mentores e proprietários do novo espaço, Flávio Catarino e Ana Marques, já tinham a loja online Virtual Usados, onde desde há dois anos já procediam à troca e venda de vários artigos. Atualmente, na Arca da Velha, o mesmo intuito continua. O objetivo passa pela venda
de artigos em segunda mão como roupa, calçado e eletrodomésticos, bem como o artesanato, as velharias e ainda os artigos que podem ser colocados à consignação. “Estamos aceitar um pouco de tudo. Desde abertura já recebemos cerca de 40 artigos e neste momento já reunimos cerca de 700. Temos artigos para todas as carteiras, com preços bastante competitivos e justos”, explica Flávio Catarino. Com presença constante nas feiras de antiguidades
da região e do país, os dois proprietários veem nesta área de negócio uma oportunidade, pois consideram que o setor dos usados “está bastante em voga e é um mercado em expansão”. “Ao fim de um mês e meio fazemos um balanço positivo. Temos conseguido escoar diversos artigos, nomeadamente o vestuário, o calçado, as malas e os móveis”, adianta Ana Marques. O restauro de móveis é uma das particularidades do espaço. Flávio dedica-se a esta arte, pois considera que as
velharias são bastante apreciadas. “Se o cliente puder comprar em segunda mão e em bom estado, não vai comprar novo”, adianta. Já com um site em construção, a Arca da Velha está no facebook e em outros sites da especialidade. O espaço foi inaugurado no passado dia 1 de fevereiro e está aberto de segunda a sábado entre as 10h00 e as 13h00 e das 14h30 às 20h00 e aos domingos entre as 14h30 às 20h00. Joana Margarida Carvalho
NADER CLINIC
Dia 10 de abril, entre as 17h00 e as 19h00, a Nader Clinic, clínica dentária, sediada no edifício São Domingos, em Abrantes, vai assinalar um ano de existência no novo consultório. A festividade será um ‘sunset’, num momento que pretende juntar todos os clientes da clínica dentária e que contará com um conjunto de manifestações artísticas. “Será uma festa com algumas surpresas associadas à
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arte, onde vamos aproveitar a oportunidade para prestigiar os nossos clientes, demonstrando-lhes que são a causa do nosso sucesso”, afirmou Wellington Nader, proprietário e dentista do espaço. “Os nossos clientes são mais que clientes para nós, são amigos e uma grande família, pois passamos imenso tempo juntos, o que nos permite criar laços que têm de ser celebrados”, acrescentou o responsável.
Num espaço completamente renovado que associa o serviço dentário, a arte e o bem-estar, a Nader Clinic tem apostado na diferenciação. Com quatro médicos e quatro técnicos assistentes, vai abrir portas a novos profissionais. “Vamos ter agora uma higienista dedicada às limpezas e queremos trazer colaboradores que complementem o serviço existente, sempre com objetivo de garantir uma ação competente
e de grande qualidade.” Ao fim de um ano no novo espaço, Wellington Nader faz um balanço positivo, pois considera que com o novo consultório foi possível “conquistar mais público e tornar a clínica uma referência na região”. Para o dentista, a saúde oral é algo determinante e que deve ser tida em conta sempre, uma vez que “com a saúde não se brinca e prevenir é o caminho”. Joana Margarida Carvalho
Joana Margarida Carvalho
Há um ano a promover sorrisos com arte
Nader, proprietário do espaço, afirma •queWellington a competência e a qualidade são determinantes
ESPECIAL
Nossa Senhora da Boa Viagem em Constância DE 4 A 6 DE ABRIL
Uma festa do Tejo todo!
Paulo Sousa
Nos tempos em que o transporte de mercadorias se fazia sobretudo por via fluvial e Punhete (a Constância de hoje) era um dos principais portos do Médio Tejo, os marítimos da vila reservavam uns dias da primavera para celebrar a Páscoa, rever a família e os amigos e fazer a tradicional festa à sua protetora de tantos perigos – a Senhora da Boa Viagem. Para a Bênção dos Barcos convidavam os camaradas de outros portos do Tejo que aqui vinham com as suas embarcações para confraternizar e receber as graças do Céu. Nos tempos que vivemos, sendo a mesma a vila e os mesmos os rios, são diferentes as realidades. Mas persiste a Festa e o seu significado profundo: em segunda-feira de Páscoa, ano após ano, dezenas e dezenas de embarcações e centenas de homens e mulheres, provenientes dos municípios ribeirinhos de Abrantes até Lisboa, aqui vêm para a bênção e para o convívio, numa das maiores e mais coloridas manifestações do seu género em Portugal. Fé e festa, cultura e tradição, tudo se alia em Constância num grande abraço coletivo que abarca o Tejo todo.
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12 ESPECIAL CONSTÂNCIA
ABRIL 2015
“Constância é o meu porto de abrigo. Fez-me poeta na vida” Júlia Amorim
A atual presidente da Câmara Municipal de Constância, Júlia Amorim (JA), contanos a sua vivência das Festas desde a infância. A autarca, militante do PCP, pintou-nos retratos da sua juventude na Vila Poema, onde nasceu em 1963, e contou como Constância tem crescido. Embalada entre rios. Cantada por Reis e Poetas. MÁRIO RUI FONSECA (MR)
MR – Que memórias guarda da infância e das Festas do concelho? JA - Recordo-me essencialmente de duas fases: da infância e da adolescência. Até aos dez anos a ida à missa no Domingo de Páscoa com um vestido novo que a minha mãe me obrigava a vestir (nunca gostei de estrear roupa em dias festivos…). Depois da missa almoçamos em casa dos meus avós maternos e esperávamos a visita do Pároco e de outros homens que traziam a Coroa da Senhora da Boa Viagem e faziam o peditório para a Festa. A segunda-feira de Páscoa Dia de Nossa Senhora da Boa Viagem, era um dia de tensão pois os foguetes aterrorizavam-me e só me sentia segura em casa ou na Igreja, durante a missa. A procissão era um sacrifício com a minha mãe a vestir-me de anjo e eu a cho-
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rar (na foto). Ainda recordo quando me refugiei de baixo do andor de Sta. Teresinha quando os foguetes começaram a ser lançados do Quintal do Sr. Bartolomeu Pereira (hoje o Jardim Horto de Camões) e a procissão a passar. Mais tarde, comecei a ter uma participação ativa na paróquia. Na semana que antecedia a Festa ajudava na limpeza e ornamentação da Igreja e dos andores. O número de ensaios do coro da igreja a que pertencia aumentava. E, assim se passavam as Férias da Páscoa. Nesta altura a Festa era apenas religiosa. As Festas do Concelho surgiram mais tarde.
foi o nosso porto de abrigo. Sobre a relação com os rios recordo essencialmente as pescarias que fazia com os meus avós e os amigos. Os meus pais nunca nos deixaram ir para o Tejo sozinhos por que era perigoso. O meu avô era calafate e era quem nos acompanhava. A minha bisavó Leopoldina, que faleceu com 95 anos, vivia longe da vila, na Charneca, e vinha sempre à Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem. Falava com saudade do arraial, do fogo preso na praça e não arredava pé sem ver o José Pedro (seu pretendente) a dançar o fandango, com quem viria a casar.
MR – Como viviam os seus familiares a relação com Constância, com a Festa e com os rios? JA - A minha mãe, natural de Constância, sempre viveu com devoção a Festa de Nossa Sra. da Boa Viagem. Conta que participava desde nova nas cerimónias da semana Santa, da Páscoa e, claro, na procissão e nas bênçãos. Os dias eram diferentes: Vestia-se melhor, as refeições eram mais requintadas, a família reunia-se. Apesar de o meu pai não ser natural de Constância e a sua profissão o obrigar a andar pelo país fora, incluindo a guerra colonial, a Nossa Vila sempre
MR - O que sente, enquanto constanciense, ao ver a envolvência popular nas festas de Constância? JA - É fantástico! Tudo converge para os rios! As forças vivas do nosso concelho e a população em geral organizam-se para estar na Festa. A Festa é também o antes e o depois com muito trabalho e dedicação. Sente-se união, alegria, companheirismo, confraternização, interajuda. Sente-se a Vida! A Riqueza das terras está essencialmente na riqueza das suas gentes. E é esta riqueza que é demonstrada no reencontro com os amigos, no orgulho pela sua terra, pelo gosto
“Júlia Amorim vestida de anjo para participar na •procissão no Dia de Nossa Senhora da Boa Viagem. “Era um dia de tensão pois os foguetes aterrorizavamme. A procissão era um sacrifício com a minha mãe a vestir-me de anjo e eu a chorar”, lembrou.
de acolher bem que tem ser alimentada ano após ano. As Festas são um bálsamo. E todos os anos a nossa identidade cultural é reforçada. A nossa autoestima aumenta. E esta é a nossa obrigação. A obrigação de criar condições para podermos crescer coletivamente.
MR - Se recebesse, nos dias de festa, amigos que já não via há muitos anos, quais os locais que levava a visitar no concelho de Constância? JA - Como o concelho é pequeno, iria dar uma volta com os amigos pelas suas três freguesias e chamar-lhes a aten-
ção que, antes do 25 de Abril, por exemplo, não havia água canalizada na grande maioria das casas, nem infraestruturas básicas para tratamentos de esgotos e recolha de resíduos… Em Constância, dirlhes-ia que a vila, a bem dizer, era só da estrada para baixo, que não havia escola para além da 4.ª classe, nem equipamentos desportivos como o pavilhão e as piscinas, nem biblioteca, nem restaurantes… E que as margens dos rios estavam abandonadas e o esgoto da vila era lançado diretamente na foz do Zêzere sem qualquer tratamento. Em Montalvo mostrava-lhes a Zona Industrial que veio permitir a criação de muitos empregos e a fixação de muitas famílias e o Campo Municipal de Futebol onde dezenas de crianças e jovens de todo o concelho dispõem de excelentes condições para a prática do seu desporto favorito. Em Santa Margarida, veriam o Parque Ambiental, o Açude da Aldeia, os arranjos urbanísticos, o novo Centro Escolar, o Lar de Idosos recentemente inaugurado… Ah! E havia de lhes lembrar que há 40 anos – há menos, mesmo – a maior parte dos portugueses não faziam a mais pequena ideia de onde Constância fica. Hoje não é assim e temos muito orgulho nisso!
ESPECIAL CONSTÂNCIA 13
ABRIL 2015
FESTAS DO CONCELHO DE CONSTÂNCIA
Viver hoje uma festa com muita história Na Páscoa de cada ano, Constância veste-se de flores e alinda-se para receber muitas dezenas de milhar de visitantes, de toda a região e de muitas partes do país, que a procuram durante os três dias de festa. Não é uma festa qualquer. É uma festa com uma longa história, um significado profundo e um encanto especial. Do mais autêntico e mais belo que, no seu género, se faz no país inteiro. Herdeira das manifestações religiosas e das vivências dos marítimos de outras épocas, quando os barcos eram o meio privilegiado de transporte para Lisboa e Punhete (agora Constância) um dos mais movimentados portos do Tejo, a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem trouxe até ao nosso tempo o sentido profundo de uma ligação de muitos séculos desta comunidade às águas e a intemporalidade da relação singela, mas complexa, que
os homens, cientes das suas fraquezas, estabelecem com os poderes do sobrenatural. Há muitas pessoas que continuam a vir todos os anos a Constância, com o seu barco ou com o seu automóvel, para receber a bênção que, por intermédio da Senhora da Boa Viagem, lhes é concedida neste lugar e neste dia. É um ritual que faz parte da sua vida, como fazia da vida dos marítimos, desde o século XVIII, pelo menos. No início dos anos 90, tendo deixado de haver marítimos que a organizassem, a Festa estava reduzida à expressão mais simples: a procissão com muito poucos participantes e as bênçãos dos carros e das viaturas dos habitantes da vila. Em 1991 a bênção foi recebida por apenas três barcos – três! Foi por entender que a tradicional Festa da Senhora da Boa Viagem representava um valioso património que era necessário salvaguardar, revita-
lizar e fazer chegar, com força e com sentido, às gerações futuras que a Câmara Municipal decidiu intervir, criando, no final dos anos 80, as Festas do Concelho. A intenção era introduzir novos motivos de interesse que atraíssem outros públicos à vila durante o fim de semana da Páscoa e, através do convite aos municípios ribeirinhos e a muitas outras instituições públicas e particulares, voltar a encher os rios de Constância de embarcações engalanadas para
a Bênção dos Barcos. O resultado desse esforço de mais de 20 anos é o que está à vista: no ano passado viveuse, em termos do número de embarcações presentes e de municípios representados, a maior festa de sempre. A Festa da Senhora da Boa Viagem, participada por muitos milhares de visitantes e mostrada ao país pelas televisões e pela imprensa, é hoje, inquestionavelmente, um dos maiores e mais significativos eventos de caráter religioso e cultural
a nível nacional, com a particularidade de constituir uma tradição bicentenária, pujante e representativa do espírito deste lugar de encontro do Zêzere com o Tejo. O que estamos a fazer nós hoje não é uma festa nova: é o nosso jeito de viver uma Festa muito antiga, cuja essência se confunde com a própria alma de Constância, com a sua ligação de tantos séculos aos rios e com a força que têm, para quem vive a fé, os lugares repetidamente abençoados. Estamos, como fizeram os nossos antepassados, a acrescentar tradição à tradição que herdámos deles. Por outro lado, sendo o turismo religioso um dos vetores fundamentais em que assenta a política de desenvolvimento turístico da subregião Leiria.Fátima/Tomar,
em que o concelho de Constância está integrado no âmbito da nova entidade de Turismo do Centro de Portugal, a Festa da Boa Viagem constitui, sem qualquer dúvida, uma mais-valia da maior relevância que, pela história que transporta, pelo significado que tem e pela força que a anima, justifica ser considerada e destacada. Sendo o fenómeno de Fátima tão avassaladoramente dominante no panorama do turismo religioso, é saudável e desejável que outras expressões de fé e de cultura, vividas noutros locais, muito mais antigas e com significado profundo como é o caso, contribuam também para a diversidade que, neste domínio, a subregião tem para oferecer. António Matias Coelho Fotos: Paulo Sousa
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ESPECIAL
Semana Santa em Sardoal Dias 21, 22 e 29 de março e 2,3,4 e 5 de abril
Paulo Sousa
Sardoal – Património de Fé e Religiosidade A celebração da Páscoa e Semana Santa no Concelho de Sardoal assume-se como um importante Património de Fé e Religiosidade, que se traduz na entrega de toda a comunidade a um relevante número de eventos e atividades que não se esgotam no plano religioso. As nossas tradições, mais que sentimentos de Fé, são marcas da nossa entidade coletiva. A sua força renova-se ano após ano, resistindo ao tempo e às mudanças sociais. A nossa Semana Santa vai para além dos rituais litúrgicos, afirmando-se, cada vez mais, como uma marca simbólica que nos distingue dos outros e que é geradora de sinergias com influência positiva no desenvolvimento turístico e da economia local. O cenário é um misto harmonioso de misticismo, reencontro e alegria. A Paróquia, a Santa Casa da Misericórdia, as Irmandades, a Câmara Municipal e a comunidade cristã em geral são os impulsionadores destas celebrações. Também os moradores da Vila, que se empenham na criação dos arranjos florais das capelas, assumem um papel essencial. São pessoas de todas as idades e classes sociais. Sem o seu trabalho generoso, arte e dedicação, a nossa Semana Santa não seria o que é. É o trabalho e empenho de todos que vai perpetuando a nossa Cultura. Sardoal – Património de Fé e Religiosidade – é um conceito que vos convidamos a conhecer não só na Semana Santa, mas durante todo o ano! Município de Sardoal
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16 ESPECIAL SARDOAL
ABRIL 2015
SEMANA SANTA
Paulo Sousa
“Um momento em que as nossas tradições assumem um expoente máximo” Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal de Sardoal, destaca o simbolismo e as características de mais uma Semana Santa. O autarca refere-se ao Quadro Comunitário de Apoio e à sua prioridade: a requalificação do Parque Escolar.
O que representa a Semana Santa para os sardoalenses e para o visitante? A Semana Santa é um momento alto de fé e religiosidade. É um momento em que as nossas tradições assumem um expoente máximo de participação da comunidade num espírito comum. É uma oportunidade de reencontro, pois para os sardoalenses nesta Semana Santa todos os caminhos vão dar ao Sardoal. Também é um bom momento para mostrarmos o que de bom temos e fazemos. São dias revestidos de uma grande carga emocional, com tradição e beleza. Como é que a comunidade se envolve? Do mais novo ao mais velho, há um envolvimento na festividade. Por exemplo, as crianças do Agrupamento de Escolas fazem as maquetes dos tapetes de flores para as capelas, há assim o intuito de enraizar a tradição desde cedo. Depois são estas crianças, juntamente com os mais velhos, que vão enfeitar as capelas. Nas manifestações religiosas toda a comunidade, desde o mais novo ao mais velho participa. Desde o ano passado, que todas as igrejas do concelho têm tapetes de flores. Com esta ação alargámos a partici-
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pação de todos os sardoalenses na Semana Santa. O que destaca da programação deste ano? Quais vão ser os momentos altos? Todas as cerimónias religiosas são momentos altos, não só para os crentes, mas também para aqueles que conseguem apreciar estas manifestações e que veem nelas um grande interesse cultural. A procissão dos fogaréus é um elemento diferenciador, sem dúvida um momento alto. Ao nível da programação cultural, vamos ter um concerto da filarmónica, um percurso pedestre, o tradicional quiosque das amêndoas, a recriação da Paixão de Cristo à semelhança do que acontece todos os anos com o GETAS, etc. Ao nível das exposições, em destaque vamos ter uma exposição alusiva aos tapetes de flores, com trabalhos elaborados pelos alunos do Agrupamento de Escolas, no espaço “Cá da Terra”. O átrio da Casa Grande vai acolher uma instalação denominada “PISCIS”, da autoria dos alunos do Curso Técnico Superior Profissional (TeSP) em Produção Artística para a Conservação e Restauro. Por último, na galeria do Centro Cultural Gil Vicente mantémse até 26 de abril a mostra de obras da autoria do artista Nadir Afonso, sendo este um grande nome da pintura do séc. XX. O Quadro Comunitário de Apoio 2014/2020 o que está a trazer e o que vai trazer? Em relação a este Quadro Comunitário, estamos a preparar as candidaturas à medida que os avisos de concurso vão chegando. Já sa-
bemos quais são as nossas prioridades. A primeira passa pela requalificação do Parque Escolar. Eu não posso aceitar que no nosso país tenhamos escolas que são autênticos equipamentos de luxo e que depois tenhamos escolas como a nossa que precisam urgentemente de uma requalificação profunda. Num dia de chuva, as nossas crianças entram nas salas de aulas já muitas vezes molhadas, porque a escola não tem condições de abrigo do portão à sala de aula. Temos também a intenção de proceder à requalificação de algumas estradas dentro de algumas freguesias. São intervenções que terão de passar pelo ciclo urbano de água, porque ao pavimentar as estradas, teremos de arranjar as condutas. Um investimento que rondará 1 milhão de euros. Há obras que terão de ser feitas no âmbito da reabilitação urbana e já estamos a preparar candidaturas neste âmbito. Temos inserido na nossa estratégia um Centro de Interpretação do Património, que poderá a vir a ser instalado no antigo colégio, para potenciar o nosso património material e imaterial. Este quadro vem com o horizonte de 2020 e, por isso, mediante as nossas necessidades, já devidamente identificadas, temos um investimento previsto na ordem dos 25 milhões de euros. O grande desafio deste Quadro Comunitário é conseguirmos fazer muito com pouco dinheiro. Temos de pensar mais a inter-municipalidade, a estratégia conjunta da região, a partilha de recursos e os ganhos de escalas. Essencial é também corrigir as assimetrias que
temos em cada município. Das intervenções acontecer no concelho, o que destaca? Estamos com a requalificação do edifício da Câmara Municipal. Já finalizámos as obras na parte exterior do edifício, estamos agora a focar os trabalhos no interior. O objetivo é dar as melhores condições a quem trabalha e quem nos visita. Vamos ter muito em breve uma loja de cidadão, sediada na antiga panificadora, que conta com algum esforço do município, que já adquiriu o edifício para a sua instalação. Com esta loja temos a garantia que os serviços de proximidade como as finanças, o registo notarial, a segurança social, entre outros, vão continuar no Sardoal. A questão da falta de médicos ao nível dos cuidados primários continua preocupante? Neste momento temos uma médica colombiana, um outro médico da América do Sul e ainda uma médica portuguesa que todas as sextas se dedicada às crianças. Uma realidade insuficiente para 4 mil utentes. Não estamos satisfeitos, porque andamos a remediar um problema e não a resolvê-lo. Contudo, recentemente foi importante a aprovação em Conselho de Ministros de permitir aos médicos aposentados de fazerem algumas horas. Estamos a falar de profissionais que conhecem bem a região e os seus utentes. No âmbito do programa Aproximar, o Sardoal já se disponibilizou para a delegação de competências no âmbito da saúde. Muito já nós
fazemos: garantimos o transporte e a habitação a alguns profissionais e já temos uma forte ligação com o centro de saúde local. Entendemos que há recursos que podemos partilhar e também assumir. Como está o setor empresarial? O Gabinete de Apoio ao Empresário está a produzir resultados? O Gabinete de Apoio ao Empresário é uma estrutura que elucida os empresários dos apoios disponíveis. É um espaço que tem um protocolo com um conjunto de organismos que trabalham a área empresarial e que estão em contacto com os atuais ou novos empresários. A nossa zona industrial está a ser requalificada, estamos a cumprir com a nossa obrigação, pois são as boas condições que contribuem para o desenvolvimento económico. Felizmente, temos novas empresas a instalarem-se no nosso concelho. Temos três previstas que poderão criar cerca de 25 postos de trabalho. Qual é a mensagem que gostaria de deixar nesta época de festa? Gostaria de deixar uma mensagem de esperança. É um facto que a esperança não cria emprego, não enche a barriga, mas é importante termos esperança. Hoje mais que esperança, tenho confiança que interioridade é sinonimo de oportunidade. Estamos a trabalhar muito para que haja qualidade de vida no Sardoal, para que os sardoalenses possam ter orgulho na sua terra e que acima de tudo consigam fazer as suas vidas por cá! Joana Margarida Carvalho
ESPECIAL SARDOAL 17
ABRIL 2015
Programa religioso e cultural da Semana Santa atrai milhares de visitantes A imponência da celebração da Páscoa e da Semana Santa em Sardoal deixa todos os habitantes da vila e do concelho com orgulho. As cerimónias religiosas são uma das muitas atrações que o Sardoal oferece nesta altura do ano a par de um programa complementar com exposições, concerto de piano e passeio pedestre. O programa religioso, que começou em março com a Procissão dos Passos do Senhor e a Procissão dos Ramos, tem o seu expoente máximo entre os dias 2 e 5 de abril. Na quinta-feira Santa, 2 de abril, a Celebração da Ceia do Senhor decorre na Igreja Matriz, às 19h30. A
Procissão do Senhor da Misericórdia (Fogaréus) tem lugar, às 21h30, sob a escuridão da vila. A emblemática Procissão percorre as ruas de Sardoal com a iluminação da rede pública desligada, apenas iluminada com a luz de velas, archotes e candeias. Já na sexta-feira Santa, 3, a Celebração da Paixão do Senhor decorre na Igreja Matriz, às 18h, seguida da Procissão do Enterro do Senhor, a partir das 19h30. No dia 4, a cerimónia religiosa começa às 20h30 com a Celebração da Vigília Pascal, Bênção do Lume Novo, Liturgia da Palavra e Liturgia Batismal. No domingo de Páscoa, a
Eucaristia e a Procissão da Ressurreição do Senhor decorrem a partir das 10h. Durante 2 e 5 de abril, seis Capelas e duas Igrejas vão estar enfeitadas com tapetes à base de flores e verduras naturais, uma tradição secular que se julga única no país. Como já aconteceu no ano passado, também as Capelas e Igrejas do concelho vão estar enfeitadas com tapetes de flores.
Programa cultural também é atração Para além das celebrações religiosas, a Semana Santa tem um
conjunte de atividades culturais. O Centro Cultural Gil Vicente tem patente, até 26 de abril, uma exposição de pintura de Nadir Afonso, com 15 telas e nove guaches. O Agrupamento de Escolas de Sardoal organiza uma exposição alusiva aos tapetes de flores, que estará patente no espaço Cá da Terra, no Centro Cultural. Também referente à decoração do chão das Capelas, estará no Átrio da Casa Grande a instalação “PISCIS”, da autoria dos alunos do Curso Técnico Superior Profissional em Produção Artística para a Conservação e Restauro. “Caminhos da Fé” é o nome do
Passeio Pedestre, do dia 4 de abril, que percorre as Freguesias de Santiago de Montalegre e Alcaravela, a partir das 8h30. Ainda no dia 4, o GETAS vai recriar ao vivo o percurso de Jesus Cristo a caminho do Calvário, da Praça da República, às 15h, até ao Centro Cultural. À noite, pelas 21h30, o teatro “A Mosqueta”, de Ruzante, sobe ao palco do Centro Cultural e no domingo, 5, haverá, no mesmo local, um concerto de piano por Isabel Dombriz e Pedro Mariné, às 16h. André Lopes Fotos: Paulo Sousa
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18 ESPECIAL SARDOAL
ABRIL 2015
Autarquia de Sardoal elabora Plano Estratégico de Turismo O município de Sardoal está a desenhar o seu Plano Estratégico de Turismo do concelho. A equipa, composta por vários parceiros, está a construir um plano de ação que vai incidir em várias frentes. Prevista está a construção de um site dedicado ao turismo, bem como a criação de um conjunto de plataformas que expliquem e demonstrem a diversidade e potencialidade do património material e imaterial existente. O turismo no âmbito da fé e da religiosidade é uma das frentes deste plano estratégico. “Queremos que o turismo religioso seja um fator de desenvolvimento económico do concelho. Falar deste tipo de turismo durante a Semana Santa é fácil, as pessoas efetivamente procuram e vêm a Sardoal. Agora o desafio é poten-
ciar o mesmo durante todos os dias do ano”, explicou Miguel Borges, presidente da autarquia. Para a CM de Sardoal, é determinante que o turista que chega ao concelho possa entender todas as manifestações religiosas que decorrem durante a Semana Santa. “A procissão dos fogaréus é sem dúvida um momento alto da Semana Santa. O nosso objetivo é criarmos um espaço onde o turista possa entender, ao longo de todo o ano, o que é esta procissão. Uma plataforma que lhe desperte curiosidade para vir participar ao vivo neste momento da Quinta-Feira Santa”, referiu o presidente. Integrado neste âmbito de divulgação do concelho, a CM de Sardoal marcou presença na Bolsa de Turismo de Lisboa, no passado mês de março.
“Foi um momento importante. Durante uma tarde, estivemos a fazer um exemplo de um tapete de flores, onde milhares de pessoas passaram e interagiram connosco”, contou Miguel Borges. Para o autarca, exaltar o património existente em Sardoal é contribuir para uma estratégia turística regional mais forte. “Em Sardoal nós temos uma riqueza patrimonial que ninguém mais tem. Não é fácil encontrarmos em tão pouco espaço e distância o conjunto de capelas que nós temos. Devemos exaltar este património, numa contribuição para uma estratégia turística mais forte na região”, finalizou.
Capelas enfeitadas em Sardoal
• Igreja do Convento
• Igreja da Misericórdia
• Capela da Sant’Ana
• Capela de Santa Catarina
•
Capela da Senhora dos •Remédios
Joana Margarida Carvalho
Capela de São Sebastião
Paulo Sousa
“Hotel de Charme” começa a nascer em agosto
Vai iniciar-se no próximo mês de agosto, a requalificação de uma casa senhorial no centro da vila de Sardoal, que dará lugar a um “Hotel de Charme”, anunciou Miguel Borges, presidente da autarquia. Num investimento privado de cerca de 4 milhões de euros, Miguel Borges adianta que esta é
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uma oportunidade de recuperar um edifício que é pertença da autarquia, mas que “tem vindo a degradar-se”. “Trata-se de um processo que está a ser acompanhado pela Direção Geral do Património Cultural, pois é um edifício classificado como património, que apenas será
recuperado, havendo uma preocupação em manter a sua traça arquitetónica”, referiu “Um novo equipamento que vai assim complementar a oferta turística de Sardoal ao nível da religiosidade, da gastronomia e da natureza”, finalizou.
• Capela da Senhora do Carmo • Capela do Espírito Santo
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MÚSICA
ABRIL 2015
17.ABR.15 // 21H30 CINETEATRO SÃO PEDRO
Sérgio Godinho Liberdade “Liberdade” é de todas as palavras e conceitos que uso na minha vida,, e por arrasto nas canções, a que mais acarinho e que mais defendo, aquela que dá ao norte a sua bússola. A frase é de Sérgio Godinho e dirige o público para o que poderá assistir em “Liberdade” - a partir de uma canção composta em 1974 e publicada nesse mesmo ano no álbum “À Queima-roupa”, o “escritor de canções” revê, através do seu u repertório, a vivência do Portugal democrático. Estreado em Abril de 2014 em três memoráveis noites no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, tem percorrido o país provocando grande do entusiasmo junto de todos quantos a ele têm assistido, motivando inclusive, a publicação de um disco ao vivo no final do ano com o mesmo título – “Liberdade”. Desde a música empenhada, bandeira de causass e consciência social, ao diário íntimo e plural, uma visão de nós próprios a partir do trabalho de um dos mais importantes criadores de imaginário das últimas quatro décadas. Preço € 10 // Público Geral // Duração 100’
EXPOSIÇÃO
ANIMAÇÃO
ATÉ 08.MAI.15 QUARTEL – GAL. MUN. ARTE DE ABRANTES
11, 18 E 24.ABR.15 CENTRO HISTÓRICO DE ABRANTES
Urban Heart
O centro histórico faz bem
EXPOSIÇÃO
ATÉ 02.MAI.15 BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO
O diário gráfico: estar atento ao que nos rodeia DE EDUARDO SALAVISA MÚSICA
10.ABR.15 // 21H30 CINETEATRO S. PEDRO
Tertúlia dos 40 COM CARLOS DANIEL, FILIPE FONSECA E JOÃO RICARDO PATEIRO CULTURA
11.ABR.15 // 21H30 SOCIEDADE PRÓ-CASAIS DE REVELHOS
Art’Andante ESTATUNA
DESPORTO
11.ABR.15 // 10H00 ZONA INDUSTRIAL NORTE
V Duatlo de Abrantes João Campos ANIMAÇÃO
16.ABR.15 // 10H30 E 14H30 BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO
Mafalda Milhões COZINHA DE CONTOS TEATRO MARIONETAS
18.ABR.15 // 10H30 CINETEATRO S. PEDRO
Contos do mundo TEATRO FIGURA FESTA DA MARIONETA EVENTO
21—24.ABR.15 EDIFÍCIO PIRÂMIDE E MERCADO CRIATIVO
III Semana da educação, igualdade e cidadania
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DESPORTO
23, 28 E 30.ABR.15 // 21H00 CAMPO N.º 2 E N.º 3 CIDADE DESPORTIVA DE ABRANTES
Futebol 7 XIII TORNEIO DE VETERANOS MÚSICA
24.ABR.15 // 21H30 CINETEATRO SÃO PEDRO
Tributo a Zeca Afonso
DESPORTO
25.ABR.15 // 10H00 CIDADE DESPORTIVA
25 de abril XVI GRANDE PRÉMIO DE ATLETISMO EVENTO
29.ABR.15 // 15H00 ESPAÇO JOVEM DE ABRANTES E BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO
Nós, os jovens! CONVERSAS/DEBATES
FOTO: FRANCISCO LEVITA/AGENDA CULTURAL DE LISBOA/CML
DE JOANA AREZ
REGIÃO 21
ABRIL 2015
Bloco de Esquerda de Abrantes com nova coordenadora concelhia
A importância de trabalhar a inclusão
CM Abrantes
Joana Margarida Carvalho
Pousada da Juventude de Abrantes reabriu
•
Equipamento esteve fechado no inverno por “falta de afluência”
A Pousada da Juventude reabriu no passado dia 18 de março, anunciou Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, na reunião do executivo camarário. O encerramento tinha sido confirmado no passado dia 2 dezembro de 2014. Na altura, a notificação chegou à Câmara Municipal por parte da Movijovem, entidade que faz a gestão do espaço. Segunda a autarca, a justificação dada por aquele organismo foi
que “durante a época de inverno havia menos afluência ao equipamento” e que, como “o défice de exploração era um valor com algum significado, não se justificava manter o espaço aberto”. Com capacidade para70 visitantes, a Pousada da Juventude, que continua sob a tutela da Movijovem, reúne atualmente um conjunto de problemas estruturais e carece de uma reabilitação profunda. JMC
O Bloco de Esquerda (BE) de Abrantes anunciou a eleição de Armindo Silveira como porta-voz da nova coordenadora concelhia do partido, estrutura com um mandato válido para o biénio 2015-2017. Em nota de imprensa, a concelhia do BE elege a juventude, inclusão social, cultura e ambiente como áreas
de intervenção prioritárias. Aumentar a repre sentatividade e o número de eleitos nos diversos órgãos autárquicos do concelho é o grande objetivo da nova estrutura, da qual fazem ainda parte Pedro Grave e Marisa Grácio, sendo suplentes Alcino Hermínio e Ricardo Gonçalves.
Escola António Torrado assinalou o Dia da •Trissomia 21
No passado dia 21 de março assinalou-se o dia da Trissomia 21. A Escola Básica António Torrado, de Abrantes, celebrou a efeméride com uma palestra sobre o assunto. A ação, aberta à comunidade em geral, decorreu no passado dia 19 de março, com vários especialistas da área, docentes, pais, alunos e con-
vidados especiais. Paula Oliveira, do Centro de Educação Especial, uma das responsáveis pela promoção do evento, explicou que o objetivo da ação foi passar a mensagem que é “importante cada vez mais trabalhar na inclusão das crianças portadoras de trissomia 21 em âmbito escolar”.
Vila Nova da Barquinha: Virgem Suta e Miguel Araújo nas festas do concelho Entre os dias 9 de junho e 14 de junho, o município de Vila Nova da Barquinha vai acolher a Feira do Tejo, a tradicional festa anual concelhia, com as atuações de Virgem Suta e Miguel Araújo, entre outros concertos, naquele que é considerado o maior acontecimento de cariz cultural em
Vila Nova da Barquinha. Ao longo dos seis dias, a zona ribeirinha da vila vai encher-se com dezenas de expositores de artesanato e as tradicionais tasquinhas, para além de animação de rua, teatro, dança, música, folclore, marchas populares, pirotecnia, desporto e exposições.
Para além dos espetáculos de Miguel Araújo e Virgem Suta, que atuam nos dias 9 de junho e 14 de junho, respetivamente, a autarquia anunciou concertos com os Kumpania Algazarra (no dia 10) e Orquestra Ligeira do Exército (dia 13).
Fórum da Economia Social do distrito de Santarém O setor da economia social do distrito decidiu acrescentar mais um degrau na sua estrutura organizacional. No dia 20 de fevereiro, foi apresentado em Santarém o Fórum da Economia Social do Distrito de Santarém, uma iniciativa que reúne o ISLA, a Fajudis (Federação das Associações Juvenis do Distrito de Santarém), a Federação das Coletividades de Cultura e Recreio (secção distrital), a União Distrital das IPSS’s e a Animar (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local), entre outras entidades. Os objetivos são os habituais nestes casos: aprofundar o diagnóstico, visibilidade e monitorização do setor, criar
de sinergias e estimular práticas de qualidade superior. Lembremos que o setor da economia social ou solidária é aquele que trabalha sem ter o objetivo de distribuir os lucros pelos promotores. O seu objeto é a realização de ganhos sociais, habitualmente em favor dos mais carenciados. Por isso, se houver excedentes de exploração, eles são investidos na produção de mais resultados sociais. É, portanto, todo um setor em que domina o interesse coletivo. Este setor nasce da reunião de pessoas que se organizam para produzir um bem social, por exemplo abrir um lar para a terceira idade ou promover o desporto na sua freguesia.
É assim criado um “centro social” ou um “clube desportivo”. As pessoas são o primeiro patamar e a associação é já o segundo. Depois, as associações organizam-se a nível distrital, por exemplo em federações. É o terceiro patamar. Aquilo a que assistimos agora é à criação de um quarto patamar, o referido Fórum. Acima deste, há ainda um patamar nacional e o nível europeu e pode haver ainda um último de nível mundial. Aquilo que este nível distrital vem trazer depende, é claro, do for a sua ação. É ainda cedo para sabermos o que esperar. Mas cada um dos membros da economia social faz bem em estar atento. A.J.
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22 REGIÃO
ABRIL 2015
DESCENTRALIZAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NA EDUCAÇÃO
O município de Abrantes anunciou a rejeição ao atual modelo proposto pelo Governo para a descentralização de competências na área da educação, por considerar não se encontrar salvaguardada a garantia e reforço da autonomia das escolas. Em comunicado, a Câmara Municipal de Abrantes, convidada pelo Governo como município piloto para desenvolver uma nova experiência de descentralização de competências na área da educação, refere que a decisão resultou de uma reunião realizada, no passado dia 24 de março, com as forças políticas representadas na Assembleia Municipal e com representantes da Comunidade Educativa, tendo destacado que “o processo de discussão do PAE pressupunha uma dinâmica negocial, não se tradu-
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zindo numa aceitação incondicional das propostas apresentadas pelo governo”. “O que nos impede de avançar, para já, com este calendário, prende-se ainda com o facto de considerarmos injusta a matriz proposta para a transferência de competências, sendo que os Agrupamentos de Escolas são quem mais perde para as autarquias, e por haver domínios em que existe mais do que um interveniente responsável”, apontou a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS). “Queremos uma justa repartição de competências, o que não existe, e também ao nível de receitas próprias, sendo que ainda não existem instrumentos legais que permitam interligar a gestão financeira das escolas e a gestão financeira dos mu-
nicípios”, reforçou a autarca socialista. Por outro lado, observou Maria do Céu Albuquerque, o calendário com que este processo se encontra a ser desenvolvido “não garante condições objetivas para iniciar o próximo ano letivo já com este novo modelo em condições de tranquilidade” para o funcionamento das escolas. “Ponderadas todas estas circunstâncias foi decidido não estarem reunidas as condições para se avançar, de imediato, com este processo de descentralização de competências na área da educação”, reiterou, tendo acrescentado que os diversos parceiros“vão continuar a trabalhar no sentido de garantir uma efetiva descentralização de competências onde todos os intervenientes saiam ganhadores, em especial os alunos”.
O município de Mação anunciou também a rejeição do modelo proposto pelo Governo para a descentralização de competências na área da educação. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal, admitiu que “a Câmara decidiu abandonar estas negociações, após percebermos que da parte do Agrupamento de Escolas não havia disponibilidade para estarmos integrados neste processo”. “Entre o Agrupamento e o Governo estava presente uma divergências sobre a matriz que foi proposta e assim, não ficaram reunidas as condições para avançarmos”, finalizou. A Câmara Municipal de Vila de Rei aceitou integrar o projeto-piloto e é o único município da área de influência da Antena Livre/Jornal
Sandra Eunice Reis
Novas competências para Vila de Rei. Abrantes e Mação declinam convite
de Abrantes a integrar o projeto “Aproximar”. No total, o projeto vai envolver, para já, 13 municípios: Águeda (PS), Amadora (PS), Batalha (PSD), Cascais (PSD/CDS-PP), Crato (PS), Matosinhos (Independente), Óbidos (PSD), Oeiras (Independente), Oliveira de Azeméis (PSD), Oliveira do Bairro (PSD), Sousel (PSD), Vila de Rei (PSD) e Vila Nova de Famalicão (PSD/CDS-PP). “Descentralizar o poder de decisão é dar possibilidade a quem está no terreno de de-
cidir sobre um conjunto de matérias, podendo ajustar a decisão a quem vai usufruir da mesma, neste caso a comunidade escolar”, destacou à Antena Livre o vice-presidente da Câmara de Vila de Rei, Paulo César. “Há um aproximar da decisão e é isso que nos interessa. Com esta descentralização poderemos ser nós a decidir o que é melhor para a comunidade escolar”, vincou. JMC MRF
EDUCAÇÃO 23
ABRIL 2015
A Associação de Estudantes da Escola Secundária Manuel Fernandes, de Abrantes, decidiu criar uma petição pública online em protesto contra a forma de atuação da PSP local e como as autoridades atuaram na festa organizada em março, no espaço do mercado criativo. Autoridades contestam e dizem que muitos menores estavam em estado de embriaguez. MÁRIO RUI FONSECA
Em entrevista à Antena Livre, na qualidade de presidente da Associação de Estudantes (AE), Ana Sofia Heleno, “lamenta a forma como a festa de sábado terminou”, numa alusão ao evento realizado no dia 14 de março, tendo observado que, ao longo da mesma, “tudo decorreu da melhor maneira e sem incidentes”. “Por volta das 02h00 (hora limite da licença de ruído emitida pela Câmara
Municipal) a PSP de Abrantes terminou o evento e encerrou o espaço, canalizando as pessoas para a saída”, lamentou a jovem dirigente. Em comunicado, a AE agradece ao serviço de segurança, ao pessoal de serviço e artistas que, sem remuneração, aceitaram o convite para ajudar e participar na festa da associação, tendo assegurado que “não será este o fim das iniciativas”. A Associação de Estudantes decidiu, no entanto, criar uma Petição Pública, que está a decorrer, e cujo conteúdo e assinaturas prometem remeter para o Conselho Nacional de Juventude, Ministério da Administração Interna, Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República, Provedor de Justiça, Município de Abrantes e Diretor Nacional de Polícia. “A presente Petição Pública visa reconhecer e protestar contra a atuação da PSP/Esquadra de Abrantes, (…) no
DR
PSP de Abrantes encerra festa de estudantes, Associação critica atuação policial
• Organização da festa garante que “tudo decorreu sem incidentes” evento organizado pela Associação de Estudantes (…), considerando-a como desproporcionada, irrazoável e desmedida, em total falta de colaboração e respeito para com os Estudantes e os Organizadores (…)”, pode ler-se no documento. Contactado pela Antena Livre, o Comando Distrital da PSP de Santarém, através da Esquadra Policial de Abrantes,
confirmou ter “realizado uma operação de fiscalização ao evento”. Na resposta escrita, a PSP afirma “não se rever” nas declarações públicas da Associação de Estudantes, que acusa as autoridades de uma atuação “desproporcionada, irrazoável e desmedida”. “No caso concreto, e partilhando da mesma preocupação de vários pais de alunos da referida escola face ao con-
sumo excessivo de bebidas alcoólicas por parte de menores de 18 anos de idade, foi realizada uma fiscalização de índole preventiva ao local onde decorria o evento, tendo-se verificado a existência de várias centenas de menores no interior do recinto, alguns dos quais visivelmente embriagados em consequência da venda de bebidas alcoólicas espirituosas a menores de 18
anos de idade”, afirma a PSP. No comunicado, a PSP refere que “o evento foi encerrado pelas 02h00, hora limite do licenciamento, tendo-se levantado vários autos de notícia por contraordenação por várias infrações verificadas, nomeadamente, a venda de bebidas alcoólicas espirituosas a menores de 18 anos de idade. Foram apreendidas 72 garrafas de bebidas com elevado teor alcoólico”. “Por se tratar de uma Associação de Estudantes presidida por uma menor, os factos foram comunicados ao Ministério Público junto do Tribunal de Família e Menores da Comarca de Santarém bem como à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Abrantes. Os autos de notícia por contraordenação serão remetidos para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica para instrução dos respetivos inquéritos”, conclui.
A EPDRA, Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, celebrou 25 anos de existência, no passado dia 20 de março. Numa cerimónia que juntou docentes, alunos, funcionários e entidades, foram referidas as potencialidades da escola e os objetivos futuros assentes num património com história. Na cerimónia oficial, que decorreu no auditório da Herdade da Murteira, João Quinas, diretor da EPDRA, referiu que é necessário apostar na transformação dos produtos acrescentando-lhe valor, sendo esse um objetivo e uma das missões da escola.
“É importante desenvolverse a área da transformação dos produtos, quer de origem animal, quer de origem vegetal. Utilizar a transformação dos produtos, acrescentandolhes valor, é tornar as explorações rentáveis. Já iniciámos este trabalho, pois o nosso objetivo é potenciar ao máximo o mundo rural”, afirmou o diretor. Por sua vez, Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, afirmou que o grande desafio é pôr a render o património construído, estabelecendo parcerias entre a EPDRA e outras entidades. “Trabalhar em rede é o
Joana Margarida Carvalho
EPDRA celebrou 25 anos a formar o futuro
•
A presidente da CM de Abrantes recebeu um presente alusivo aos 25 anos da escola
grande desafio, fazendo pontes e estabelecendo parecias
entre a EPDRA e, por exemplo, o Instituto Politécnico de
Tomar, o InovLinea e outros projetos inovadores empresariais. A agricultura não é uma moda, tem um passado, presente e futuro, e o futuro é trabalhar para a sustentação destes projetos importantes para o país”, referiu a autarca. Na cerimónia de aniversário, marcou presença Elisete Jardim, Diretora Regional de Agricultura, que salientou a empregabilidade no setor agrícola: “A informação que chega dos estabelecimentos de ensino como a EPDRA é que a taxa da empregabilidade está muito perto dos 100%. Muitos alunos que ainda não acabaram o curso
são logo chamados para desempenhar funções no setor, muitos deles a ganhar bem mais do que muitos licenciados.” No decorrer da cerimónia oficial, Humberto Lopes, que esteve no início da escola enquanto autarca, recuou 25 anos e relembrou o início da EPDRA aos presentes. A cerimónia de aniversário prolongou-se para o dia seguinte, onde ex alunos partilharam com todos os convidados a importância da sua formação na EPDRA para seu percurso profissional. Joana Margarida Carvalho
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24 DESPORTO
ABRIL 2015
Médio Tejo acolhe em setembro campeonato mundial de Wakeboard O campeonato do mundo de wakeboard vai realizar-se em setembro na albufeira de Castelo do Bode, região onde vai ser instalada uma estância de Wakeboard com cinco polos: em Abrantes, Mação, Sertã, Vila de Rei e Ferreira do Zêzere. Com um investimento na ordem dos 600 mil euros, os municípios de Abrantes, Ferreira do Zêzere, Mação, Sertã e Vila de Rei, a Turismo do Centro e a Associação Portuguesa de Wakeboard e Wakeskate (APWW) pre-
tendem “reforçar o posicionamento do país como destino náutico e aquático”, nomeadamente a região do Médio Tejo, banhada em 60 quilómetros de extensão pela albufeira de Castelo do Bode. “O Wakeboard é um desporto recente, que se tem afirmado pela sua espetacularidade, captando adeptos e curiosos em todo o mundo. É o desporto aquático com maior taxa de crescimento dos Estados Unidos, onde nasceu há 25 anos, superando
o surf em número de praticantes. Alastrou-se por todo o mundo e sabemos hoje que existem mais de três milhões de praticantes só na Europa”, disse à Antena Livre André Matos, presidente da APWW. De acordo com André Matos, de 32 anos, também ele um praticante da modalidade, “trata-se de um projeto estratégico para posicionar Portugal como ‘cluster’ europeu da modalidade e promover o interior do país como local de excelência para a prá-
tica de wakeboard”. Por seu lado, Luís Segadães, especialista em Marketing Territorial e um dos responsáveis pela organização do evento através da empresa EIPWU (Everything is Posssible With Us) disse que o grande objetivo do projeto é “criar um novo destino de wakeboard, e instalar, nos cinco municípios aderentes, cinco ‘cable parks’ em torno da barragem” de Castelo do Bode. “A promoção do destino é alavan-
cada através do campeonato mundial”, notou, falando do evento que vai decorrer de 16 a 19 de setembro na praia fluvial do Lago Azul, de Ferreira do Zêzere, e que vai merecer honras televisivas por parte da NBC, um dos principais canais de desporto dos Estados Unidos. Pela primeira vez, o campeonato do mundo da modalidade é realizado fora dos Estados Unidos. São esperados mais de 600 participantes. Mário Rui Fonseca
Desde bem pequena que Francisca Dias Laia, 20 anos, natural de Abrantes, se dedica à canoagem tendo conquistado muitas medalhas em provas no país e no estrangeiro. É uma das jovens esperanças que poderá representar Portugal nesta modalidade, nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Francisca Laia é atleta de alta competição. O seu objetivo diário passa por conciliar os treinos de canoagem com um curso de Medicina, na Universidade de Coimbra. Na presente época desportiva, a jovem vai participar em várias competições da modalidade: desde o Campeonato do Mundo de Juniores e sub 23, que este ano decorre em Portugal, até ao Campeonato do Mundo de Seniores, em Milão. Esta será a prova decisiva para o apuramento da jovem canoísta
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DR
“Ir aos Jogos Olímpicos de 2016 é o meu maior desejo”
• Francisca Laia: “O segredo está em acreditar e trabalhar muito” para os Jogos Olímpicos. Laia não se recorda da primeira vez que se sentou numa canoa. A dedicação e o gosto foi-lhe passado bem cedo pelo pai, que também sempre foi canoísta. Desde o início do seu percurso que está ligada ao Clube Desportivo os Patos, de Abrantes, onde realizou a sua pri-
meira prova com apenas oito anos. O primeiro título surge em 2009, em Montemor-o-Velho, na prova dos 500 metros. Francisca Laia conquistou o terceiro lugar, já a competir pela selecção portuguesa. A sua primeira medalha internacional foi na categoria K1, na prova dos 200 metros, na Croácia, em
2011. Ainda júnior, sentia-se “muito pequenina”, e recorda que as adversárias “eram todas enormes e mais velhas.” Os resultados dispararam desde então, os treinos e uma técnica aperfeiçoada tem levado Francisca Laia aos pódios dentro e fora do país. 2014 foi um dos anos mais importantes da sua carreia desportiva. Laia alcançou o terceiro lugar em K4, nos 500 metros, no Campeonato Europeu em França. Este resultado garantiu-lhe um lugar no Projecto Olímpico português. Desde então beneficia de uma bolsa de estudo do Comité Olímpico de Portugal e encontra-se entre os 16 atletas de canoagem que têm a perspetiva de ir às olimpíadas de 2016. “Somos seis raparigas e apenas quatro vão aos Jogos Olímpicos. O meu objetivo é estar entre as que
vão tentar o apuramento. Ir aos Jogos Olímpicos de 2016 é o meu maior desejo. É o sonho de qualquer atleta.” Hoje em dia, Laia vive em Montemor-o-Velho, na residência da Federação Nacional de Canoagem, onde treina duas vezes ao dia na pista olímpica. Em Coimbra, frequenta o 3º ano do curso de Medicina. Gerir a sua agenda não tem sido tarefa fácil. Ainda assim, a jovem considera que há tempo “para treinar, para estudar e ainda ter tempo para uma vida social e familiar”. Para quem se inicia neste deporto, deixa um conselho: “É preciso gostar mesmo e começar cedo. O segredo está em acreditar e trabalhar muito, ou seja, sonhar acordado e trabalhar para o sonho.” Joana Margarida Carvalho
DIVULGAÇÃO 25
ABRIL 2015
ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO
Escola de afetos AFETO é um termo derivado do latim “affectus” e que designa um sentimento, um estado de alma. Este sentimento de afeto é carregado de emoções e expetativas e só se desenvolve nos seres vivos. Nos seres humanos traduz-se pela capacidade que este tem em estabelecer relações e criar vínculos. A afetividade é um parâmetro fundamental na vida humana, tendo em conta que interfere de modo mais ou menos positivo em todos os contextos de vida (social, familiar e laboral). É o afeto que contribui para gerir o equilíbrio emocional das pessoas sem o qual a sociedade não pode ser concebida. Se o percurso de vida do Ser Humano for recheado de experiências familiares, escolares e laborais em que se sente por parte dos outros formas de afeto positivo (valorização do outro, compreensão, tolerância, carinho, respeito), a forma como se
encara a realidade, os contratempos e os outros será também afetivamente positiva (humor, tolerância, respeito). Está comprovado que situações de agressividade, violência e desrespeito, estão muitas vezes camufladas por uma história anterior sem afeto. O afeto e a sua expressão é também uma questão de EDUCAÇÃO. E esta é na família que começa quando se nasce, mas que continua na ESCOLA. Espaço de educação formal e informal, devendo assumir-se como um espaço de reciprocidade emotiva em que aquele que ensina aprende e o que aprende ensina. Educar é muito mais do que a pura transmissão de conhecimentos. Pelo que a escola não pode ser um espaço de racionalidade onde as emoções são convidadas a ficar à porta. As relações vivem de reciprocidade e por isso é importante aprender História, Geografia, Ma-
temática….. Mas é importante não esquecer que disponibilidade para aprender estas matérias estará decerto mais permeável se a linguagem das emoções estiver a par. Linguagem esta que, segundo alguns autores, também tem uma gramática: vencer a timidez, falar em público, responder à agressividade, afirmar-se, dar opinião, ouvir, chorar, motivar (os outros e a si), amor, desilusão e ilusão…. Em conclusão, as emoções e os afetos têm preponderante influência na existência humana, sendo uma das condições essenciais ao desenvolvimento saudável e equilibrado do Ser Humano em qualquer fase do ciclo de vida. Na base duma relação interpessoal feliz estão os AFETOS e estes existem no olhar, nos gestos, nas palavras, nas atitudes, nos comportamentos, no pensamento… Nélia Costa (Enfermeira_USP Médio Tejo)
Páscoa da Renovação Todos sabemos. A Páscoa faz parte do ciclo da Primavera, ou seja do processo de renovação social casado com a renovação da natureza nesta época do ano. As comunidades tradicionais eram sobretudo agrícolas. Por isso, os ciclos da vida social estavam muito ligados à dinâmica da natureza. Na cultura cristã, dominante entre nós, este ciclo começa com a Quaresma e termina com a festa da Páscoa. Quaresma de purificação, Páscoa da afirmação da vida, de acordo com a narrativa religiosa dos mistérios da fé. Hoje, a sociedade é cada vez mais secularizada, ou seja, organizada não segundo os princípios e o poder simbólico do religioso, mas segundo processos e dinâmicas que se formaram à margem e por vezes contra as religiões instituídas. Mas todas as sociedades necessitam de se renovar. Uma sociedade é um corpo biológico. Como todo o corpo precisa da higiene neces-
sária para se libertar das toxinas acumuladas. Tudo o que é vivo se degrada e toda a degradação se acelera se não for objecto de regeneração. Restam-nos ainda, além do que se passa dentro dos templos, alguns feriados locais e uma ou outra manifestação pública, como as procissões. Mas umas e outras são sobretudo vistas como resíduos do passado, memórias e património. Mas património vem de “pater”, pai, gerador de vida. Podemos perguntar-nos em que medida essas realizações são – hoje – geradoras de vida, renovadoras da vida social das comunidades que as realizam. E devemos perguntar-nos: como realizam – hoje – as nossas comunidades o processo de renovação da vida coletiva que dia a dia se desgasta, mas que precisa de ser renovada com vista a um futuro melhor? Alves Jana
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26 CULTURA
ABRIL 2015
COORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES
X Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes
AGENDA DO MÊS
Paulo Sousa
Abrantes
• Os UHF receberem o ano passado o Galardão Música Nacional A Gala Antena Livre e Jornal de Abrantes realiza-se no próximo dia 30 de abril, às 21h30, no Cine Teatro São Pedro, em Abrantes. Na sua X edição, esta Gala assinala o 35º aniversário da
Antena Livre e o 115º do Jornal de Abrantes. Datas redondas que marcam a vida da comunicação social na área territorial do Médio Tejo. Como habitualmente, este evento volta a promover os
melhores músicos da região, bem como pessoas e projetos coletivos relevantes na nossa sociedade. A Gala, que resulta num espetáculo cheio de glamour e pleno de emoções, tem tra-
zido ao palco do Cine Teatro São Pedro os valores dos vários concelhos da área de influência da radio e do jornal. E ainda alguns nomes importantes do panorama nacional: António Manuel Ribeiro e os UHF, Quinta do Bill, ou os jornalistas Júlio Magalhães e Dina Aguiar, entre outros. Sendo esta gala um acontecimento que marca o calendário cultural da região, as expectativas são elevadas quanto aos galardoados que este ano foram escolhidos pela equipa dos dois órgãos de comunicação social. A entrada no evento é gratuita, mas sujeita a marcação. Para garantir o seu lugar deve marcar o 961 736 350 ou o 962 108 759.
Liberdade de Sérgio Godinho em Abrantes “Liberdade”, o título de uma canção de Sérgio Godinho, composta em 1974 para o disco “À Queima Roupa”, serve de mote ao espetáculo que o cantautor vai apresentar no Cineteatro São Pedro, em Abrantes, a 17 de abril, pelas 21h30. A liberdade, tema recorrente na obra do artista, vai ser celebrada no concerto em Abrantes, onde se ouvirão as mais emblemáticas canções alusivas ao tema - “Já Joguei Ao Boxe”, “Fotos do Fogo”, “Maçã Com Bicho”, “Que Força É Essa” ou “O Acesso Bloqueado”. O concerto que o cantor
leva a Abrantes foi estreado em abril de 2014, em Lisboa, e tem vindo a percor-
rer o país provocando grande entusiasmo junto de todos quantos a ele têm assistido,
Até 2 de maio – Exposição “O Diário Gráfico – Estar atento ao que nos rodeia”, de Eduardo Salavisa – Biblioteca Municipal António Botto Até 8 de maio – Exposição “Urban Heart”, de Joana Arez – quARTel – Galeria Municipal de Arte 4 de abril – Concerto de Páscoa com a Banda Filarmónica Riomoinhense – Cineteatro São Pedro, 18h 10 de abril – “Tertúlia dos 40” com Carlos Daniel, Filipe Fonseca e João Ricardo Pateiro – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 10€ 11, 18 e 24 de abril – “O Centro Histórico Faz Bem” – rastreios, workshops, show cookings e bancas de divulgação de bens – Largo Ramiro Guedes e Praça Barão da Batalha, 15h 11 de abril –Art´Andante com ESTATUNA – Sociedade Pró-Casais de Revelhos, 21h30 17 de abril – Sérgio Godinho apresenta “Liberdade” – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 10€ 18 de abril – Contos do Mundo – Festa da Marioneta – Cineteatro São Pedro, 10h30 - 1€ 19 de abril – 2ª Meia Maratona BTT – Parque Urbano de São Lourenço, 9h 24 de abril – Tributo a Zeca Afonso, música e poesia – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 5€ 25 de abril – 16º Grande Prémio de Atletismo 25 de Abril – Cidade Desportiva, 10h 30 de abril – X Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes – Cineteatro São Pedro, 21h30 Cinema Millenium – 18h e 21h30 26 de março a 1 de abril – “Insurgente”, de Robert Schwentke 2 a 9 de abril – Velocidade Furiosa 7”, de James Wan
Constância motivando, inclusive, a publicação de um disco ao vivo com o mesmo título – “Liberdade”. Em palco, Sérgio Godinho apresenta-se com a sua banda constituída por Nuno Rafael, Miguel Fevereiro, Nuno Espírito Santo, João Cardoso e Sérgio Nascimento. Os bilhetes para o concerto têm o preço de 10€ e estão à venda antecipadamente no Posto de Turismo de Abrantes ou no dia do espetáculo na bilheteira do Cineteatro São Pedro. Como refere a canção: “Que a liberdade está a passar por aqui”…
4, 5 e 6 de abril – Festas do Concelho e de Nossa Senhora da Boa Viagem 4 de abril – 27º Grande Prémio da Páscoa - Atletismo
Mação Até 6 de abril – Exposição“Passagem e Memórias”de homenagem a Cipriano Dourado – Galeria do Centro Cultural Elvino Pereira Até 19 de abril – Festival da Lampreia – Restaurantes aderentes do concelho de Mação Até dezembro - Exposição“Do gesto à arte: criar, fazer, comunicar” – Museu de Arte Pré-Histórica de Mação 2, 3 e 4 de abril – Semana Académica e da Juventude 2015 – Cineteatro, Centro Cultural Elvino Pereira e Pavilhão Desportivo Municipal 4 de abril – “De Mação aos grandes palcos, uma vida de aplausos” com a presença de Margarida Carpinteiro – Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, às 16h 12 de abril – 9º Passeio Pedestre Avós e Netos – Chão de Codes (inscrição pelo 241571541) 24 de abril – À conversa com António Martins Silva sobre “Mação em Timor. Do abandono à independência” – Auditório de Centro Cultural Elvino Pereira, 21h
Sardoal
Semana Académica e da Juventude anima Mação ç A Semana Académica e da Juventude de Mação decorre nos dias 2, 3 e 4 de abril e apresenta um programa diversificado que passa por música, desporto e teatro. Organizado pela Associação Magalhães, a iniciativa começa no dia 2, quinta-feira, com uma noite dedicada às Tunas Académicas. Adufotuna, de Idanha-a-Nova, e a Tuna Médica de Lisboa sobem ao palco do Cineteatro de Mação, a partir das 22 horas. Na sexta-feira, 3 de abril, tem lugar o III Torneio Fair-Play em Futsal, com início às 10h, no Pavilhão Municipal José Maia Marques. À noite, junto ao Estádio Municipal, haverá, a partir das 23 horas, os concertos de Kanaf, The Peorth e Dupla Mete Cá Sets. A atriz Margarida Carpinteiro, com ligações à aldeia de Vales de Cardigos, em Mação, é homenageada no último dia do evento. “De Mação aos grandes palcos, uma vida de aplausos” acontece no auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, às 16 horas. A Semana Académica e da Juventude termina com os concertos dos abrantinos Kwantta, Quem é o Bob? e Kiss Kiss Bang Bang, junto ao Estádio Municipal.
jornaldeabrantes
Até 26 de abril – Exposição de pintura de Nadir Afonso – Galeria do Centro Cultural Gil Vicente Até 30 de abril – Exposição “Projeto Capela” pelo agrupamento de Escolas de Sardoal – Espaço Cá da Terra – Centro Cultural Gil Vicente 4 de abril – Teatro “A Mosqueta” de Ruzante, pelo GETAS – Centro Cultural Gil Vicente, 21h30 – 5€ 5 de abril – Concerto de Piano “Fantasia Romântica” com Isabel Dombriz & Pedro Mariné – Centro Cultural Gil Vicente, 16h
Vila de Rei Até 30 de abril – Exposição “Sonho, Luz e Cor”, pintura de Maria Magda Vaz – Museu Municipal de Vila de Rei 17 de abril – Encontros Documentais sobre “Bibliotecas” – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires
Vila Nova da Barquinha Até 24 de maio – Exposição “Indépendance Cha Cha” de Ângela Ferreira - Galeria do Parque Até 5 de abril – XXI Mês do Sável e da Lampreia – Restaurantes aderentes 11 de abril – Hora do Conto Infantil “O Jardim do Barco” – Biblioteca Municipal da Praia do Ribatejo, às 14h 19 de abril – Workshop de dança com Blaya (Buraka Som Sistema) – 11h
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ANA VERA GOMES DE ARAÚJO ARNAUT POMBEIRO Notária Nos termos do art.” 100.° do Código do Notariado, Vera Araújo, Notária, com Cartório Notarial na Av. Eng. Duarte Pacheco, Empreendimento das Amoreiras, Torre 2, 9.°, sala 3, em Lisboa, certifica que por escritura de Justificação, outorgada a 19/03/2015 neste Cartório, a folhas 32 e 33, do livro de notas 78 A, António Dias do Nascimento e mulher Maria Manuela Rosinda Alves, naturais de S. Facundo, Abrantes, casados sob a comunhão geral, residentes na Rua Ary dos Santos, n.” 460, 1.0, S. Domingos Rana, Cascais declararam ser únicos donos e legítimos possuidores do prédio urbano, composto por casa de rés-da-chão para habitação e sótão, com uma dependência e logradouro, tendo área total de 990 m2, a área coberta de 157 m2 e a área descoberta de 833 m2, sito na Rua Professor Joaquim Lopes Raposo Estalagem Nova, Alvega, Abrantes, confrontando a norte com Jorge Manuel Maia Patinho, a sul com Carlos Manuel Dias Viegas, a poente com Rua Prof. Joaquim Lopes Raposo e a nascente com Rua do Tejo, inscrito na matriz predial sob o número 1049, da União das freguesias de Alvega e Concavada. Que os justificantes entraram na posse do referido imóvel em 1981, por compra verbal a João dos Santos da Silva Ruivo e mulher Deolinda Lopes Coelho Silva Ruivo, já falecidos, com última residência em Alvega, Abrantes, tendo os justificantes pago a totalidade do preço. Desde 1981, os justificantes tem a posse do referido imóvel, usufruindo de todas as suas utilidades e suportando os respectivos impostos, tendo-a adquirido e mantido sem oposição, com conhecimento de todos, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, que dura há mais de vinte anos, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhe permita fazer prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justificam a aquisição dos supra identificado imóvel por usucapião. Está conforme o original. Lisboa, 19 de Março de 2015. A Notária: Vera Araújo Arnaut (Jornal de Abrantes n.º 5530 edição de abril 2015)
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