JUNHO 2015 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5532 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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de
jornal abrantes
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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha
EM ABRANTES FESTA É FESTA
António Zambujo, Expensive Soul, Diabo na Cruz e David Antunes são os cabeças de cartaz das Festas de Abrantes. De 9 a 14 de junho são esperados milhares de visitantes atraídos às praças do centro histórico, onde decorrem os espetáculos a diferentes horas do dia e da noite, todos com entrada livre. Pág.13
Miguel Araújo, Virgem Suta e muita animação na Feira do Tejo Entre 9 e 14 de junho, Vila Nova da Barquinha não vai parar! O espaço premiado do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, no centro histórico da
MAÇÃO
Governo quer práticas florestais de Mação, assentes no minifúndio, replicadas em todo o país. Pág. 9
vila, vai acolher mais uma edição do maior evento anual em Vila Nova da Barquinha. A entrada é livre. Pág. 21
CADEIAS VELHAS
Municípios de Constância e Sardoal transformam antigas prisões em polos culturais. Pág. 27
Com este número do Jornal de Abrantes chega mais uma edição do ESTAJornal, o jornal laboratório feito pelos estudantes de Comunicação Social da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA).
2 ABERTURA
de
jornal abrantes
JUNHO 2015
FOTO DO MÊS
EDITORIAL
FICHA TÉCNICA
Diretora Hália Costa Santos (TE-865) halia.santos@lenacomunicacao.pt
Redação Joana Margarida Carvalho (CP.9319) joana.carvalho@lenacomunicacao.pt
Mário Rui Fonseca (CP.4306) mario.fonseca@lenacomunicacao.pt
O castelo de Abrantes, fortaleza ex-libris da cidade que está a assinalar 99 anos, é, tão só, o monumento mais visitado da florida e fresca Abrantes. Em época de festa, e porque os visitantes, turistas e residentes, continuam a querer visitar tão grandioso monumento e os seus majestosos jardins, não deveria ser descurada a sua segurança. E são só necessários uns quantos tijolos e um pouco de cimento para dar outra imagem da nossa cidade e evitar um qualquer incidente menos agradável.
Hália Costa Santos, Diretora
Governar também é fazer opções
Colaboradores Alves Jana, André Lopes e Paulo Delgado
Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt
Cristina Azevedo
INQUÉRITO
O que mais gostam os abrantinos nas suas festas e o que mais procuram durante estes dias?
cristina.f.azevedo@antenalivre.pt
Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho 244 819 950 info@lenacomunicacao.pt
Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA
Design gráfico António Vieira
Impressão Unipress Centro Gráfico, Lda.
Contactos Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 jornaldeabrantes @lenacomunicacao.pt
Joaquina Nunes
Maria Marques
80 anos, Abrantes
48 anos, Abrantes
47 anos, Abrantes
Eu gosto de ver tudo e percorrer todas as praças, embora com a minha idade já seja difícil ir a todo o lado. Só não gosto das bandas de garagem. É muito barulho para a minha idade. Mas adoro ver o artesanato, o folclore e as pessoas, e faço sempre questão de comprar mel e um ou outro docinho.
A parte que eu mais gosto das festas da cidade é a zona dos comes e bebes. Mas gosto de tudo, de uma maneira geral. Gosto de passear pelos largos, ver o movimento e falar com as pessoas conhecidas. Mas agora, com tudo separado pelas várias praças, já não me dá para ir a todo o lado.
Eu gostava mais do outro modelo de festa, quando estava tudo concentrado num único sítio e não tão disperso. Era melhor e penso que era mais benéfico para todos. Gosto da parte do artesanato e dos petiscos mas não vou aos concertos. Não gosto de ver muita gente junta. Este ano venho com a família e a minha filha vem de propósito da Alemanha para estar presente nas nossas festas.
d’Ouro e um café no Aquapólis em Abrantes PRATO PREFERIDO Um bacalhau com natas vem sempre a calhar UM RECANTO PARA DESCOBRIR Algures na Cidade do Quebeque UM DISCO U2, “The Joshua Tree” comprei este cd UM FILME Gladiador UMA VIAGEM Flórida, South Beach... UMA FIGURA DA HISTÓRIA Aristides de Sousa Mendes. O Cônsul de Portugal em Bordéus. Era o diplomata português durante a invasão da Alemanha a França durante a Segunda Grande Guerra. O cônsul, contrariando as ordens de António Oliveira Salazar, concedeu mais de 30 mil vistos a judeus e refugiados de várias nacionalidades. Foi o “Schindler” português. É certamente uma figura importante
na história portuguesa salvando milhares de vidas. UM MOMENTO MARCANTE? Em termos pessoais, a minha vinda para o Canadá. Em dezembro de 2011. Umas simples férias, tornaram-se numa nova vida, num novo mundo. Há que acreditar que conseguimos superar todas as dificuldades, apesar da distância, apesar das adversidades. Nunca devemos desistir. Deixei a rádio Tágide, os Amigos, a família e vim. Estou feliz. A distância pode separar dois olhares, mas nunca os corações, como diz o principezinho de Antoine de Saint Exupery. UM PROVÉRBIO Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. O nosso objetivo é observar, crescer, amar… E depois vamos para casa. UM SONHO A vida é feita de sonho, agora há que escolhermos
Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda. Capital Social: 50.000 euros Nº Contribuinte: 505 500 094 Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes
SUGESTÕES
Detentores do capital social Lena Comunicação SGPS, S.A. 80% Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. 20%
Gerência Francisco Rebelo dos Santos, Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel Gonçalves da Silva Reis.
Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617
jornaldeabrantes
Fátima Joaquim
Sérgio Mourato
IDADE36 ano NTURALIDADE/RESIDÊNCIA Nasci em Cruxifixo-Tramagal e vivo há uns anos em Toronto - Canadá PROFISSÃO Jornalista na CIRV-FM e correspondente Lusa/Canadá UMA POVOAÇ ÃO A minha: Crucifixo, na freguesia do Tramagal UM CAFÉ Um “Capuccino” no Chave
As Festas de Abrantes continuam com a aposta em valorizar o centro histórico. A autarquia entende que o modelo funciona, embora algumas conversas na cidade apontem para outros gostos. Sim, talvez os grandes concertos pudessem ser feitos noutros espaços, como já foram. Mas, se assim fosse, perdia-se em ambiente. Uma praça completamente cheia proporciona espectáculos mais próximos, com mais ligação entre os músicos e o público. A moldura humana fica mais composta e a verdade é que tem havido lugar para todos. Por outro lado, talvez alguns abrantinos gostassem de voltar a ter o artesanato concentrado no mesmo espaço, para passar de barraquinha em barraquinha. Mas o argumento da autarquia também faz sentido. A distribuição dos artesãos e dos criativos pelo centro histórico, inclusivamente por lojas devolutas, funciona como um convite para que as pessoas circulem pelas ruas, dando uma vida especial à cidade. Tudo é discutível e opiniões contrárias certamente que terão aos seus fundamentos. Mas governar também significa fazer opções. E algumas nem sempre são compreendidas no momento…
e fazermos deles a razão dos nosso dias. Segundo o poeta cubano José Martí “Há três coisas que um homem deveria fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”. Já plantei árvores, “ter”, neste caso fazer um filho, o futuro o dirá, e quanto a escrever um livro, certamente será um dos objetivos a cumprir nesta ‘missão que me foi dada’. UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Bem próximo de Abrantes temos lugares fantásticos para passarmos um dia agradável visto que as temperaturas agora também estão agradáveis. A praia fluvial no Alamal (Gavião), será um local aprazível para passarmos um dia algo diferente, numa área com uma paisagem impressionante… e lá no horizonte... o castelo de Belver. Um Alentejo diferente…
ENTREVISTA 3
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A guitarra é “uma congregação de emoções e amizades” Músico, especializado em guitarra clássica. Professor de guitarra na Escola Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, onde é responsável pelo Curso Básico de Música. Compositor para guitarra e concertista ou executante em recitais. Tem desenvolvido um importante trabalho no ensino da música nesta região – e não só. José Horta é um mestre. ALVES JANA
Mas optar pela música, nessa altura, não era normal. Quando começamos a trabalhar um instrumento, a praticar e a estudar, muitas vezes nem temos a ambição de vir a ser músicos. É apenas algo que nos interessa muito, que nos apaixona, que nos faz dedicar-lhe muito tempo, mas mais para nos divertirmos. Depois vamos evoluindo. Na altura não existia aqui ensino oficial da música, mas abriu o Conservatório Regional de Tomar. Então aproveitei e fiz o curso todo, de oito anos. Ficou uma paixão para a vida. Depois lecionei nesse conservatório, como noutros, e a carreira foi feita assim. A opção foi por lecionar, mais que tocar em grupos ou fazer carreira como concertista, pois estas são difíceis de gerir com a família e com as aulas. A música, além de te dar pão para a boca, o ordenado, que te traz mais?
Alves Jana
Como apareces na música? Tinha uns oito ou nove anos, um dos membros d’ Os Canários, do Pego, era da minha família e eu e um primo meu começámos a mexer nos instrumentos e… Foi assim.
• José Horta, compositor, concertista, executante e professor de música Traz-me prazer, paixão, um motivo para lutar todos os dias. Hoje, com esta idade, continuo a estudar [Doutoramento, na Universidade de Évora]. Não quer dizer que o único estudo válido seja o das universidades, mas contraria a tendência para cruzar os braços. Não é frequente em música, ao contrário de muitas outras áreas, uma pessoa fazer um curso e deixar de estudar. Na música é como no atletismo de alta competição: se não continuarmos a trabalhar com regularidade, passadas duas semanas já não se faz recital nenhum. Eu, hoje, com o meu historial e com os estudos
que tenho, se marcar um recital para daqui a dois meses, tenho de tocar quatro ou cinco horas por dia. Tenho de roubar essas horas ao tempo de descanso. Não se pode parar. Mesmo sem atividade de concertista, exige duas ou três horas de trabalho diário. Não é algo que esteja adquirido. Estás a fazer um doutoramento em música – interpretação. O que ainda procuras? Às vezes nem sei bem. (Risos) Nunca foi um objetivo: ter um doutoramento. Procuro a novidade, não parar, adquirir mais conhecimentos, trocar
ideias… Composição e concertos… Estou a preparar um recital para o doutoramento e… continuo a compor algumas coisas, que quero ver se deixo registadas. O que é para ti a viola ou guitarra? É inspiração, é arte, é um mundo, é por vezes o espaço de refúgio, é paixão, é uma congregação de emoções e amizades, é divertimento, é trabalho, é prazer...
José Horta Naturalidade: Pego, 53 anos Residência: Tramagal Professor de Música, na Escola Dr. Manuel Fernandes Formação: Curso de Guitarra (Conservatório Regional de Tomar) Conservatório Superior de Badajoz Licenciatura em Música (ESART Castelo Branco) Mestrado em Música - Guitarra (ESART - Castelo Branco) Doutorando em Música Interpretação (Univ. Évora) Atividade letiva - Guitarra: Conservatório Regional de Tomar Escola Superior de Artes Aplicadas (I. P. Castelo Branco) Choral Phydellius, Torres Novas Orfeão de Leiria Canto Firme, Tomar Cantar Nosso na Golegã Orfeão de Abrantes
Concertos em várias cidades Tomar, Santarém, Abrantes, Leiria, Lisboa, Coimbra, Alcobaça, Castelo Branco, Vila Real, Vila Nova de Ourém, Entroncamento, Torres Novas, Golegã, Sardoal, Badajoz, Paris (entre outras) Atualmente É professor de Guitarra no Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Fernandes, no Curso Básico de Música. E anualmente orienta o Estágio de Guitarra no Coral Sinfónico de Portugal. E ainda No seu repertório apresenta obras “eruditas” e obras de sua autoria. Foi um dos membros fundadores do grupo musical Quinta do Bill.
O Curso Básico vai do 5º ao 9º ano e está nesta escola em resultado de um grande trabalho que fizemos para o conquistar. Em princípio, embora ainda não tenham sido tomadas decisões, depois queremos ter o secundário, que dá equivalência aos oito anos do Conservatório. O que nós temos aqui é o Conservatório, mas em regime integrado, isto é, as disciplinas vocacionais, neste caso a música, integradas com as disciplinas gerais. É uma das poucas escolas oficiais do país com este curso. Qual é o balanço do primeiro ano? É muito bom. Foi muito trabalhoso. Tivemos parcerias com a [Fundação Calouste] Gulbenkian, com o [Teatro Nacional de] S. Carlos, com a ESE de Santarém e com a ESART, de Castelo Branco… Isso permitiu-nos levar a
turma duas vezes ao S. Carlos e outras duas à Gulbenkian. Fizemos uma Orquestra de Guitarras e eles já foram convidados para tocar três vezes, a última delas na Semana da Comunicação da ESTA. [Como não havia horário letivo para trabalhar a orquestra, o prof. José Horta assegurou o projeto do seu tempo livre.] Há um trabalho que teve de ser feito: mentalizá-los de que têm de estudar com regularidade. Muitos terão pensado na música mais como ocupação dos tempos livres. Ora, não é isso. Isto é o curso do Conservatório, com professores qualificados, tem de ser a sério. Para o próximo ano já temos 70 candidatos para mais uma turma de 30 alunos. Vamos, como é normal num curso de artes, fazer os testes para apurar se têm aptidão.
Alves Jana
O Curso Básico de Música – ensino integrado na Escola Dr. Manuel Fernandes
• A Orquestra de Guitarras toca o “Hino da Alegria”, de Beethoven, na ESTA jornaldeabrantes
4 DESTAQUE
JUNHO 2015
AUTARQUIA ABRANTINA REJEITA CRÍTICAS DA OPOSIÇÃO SOBRE FALTA DE MANUTENÇÃO DO AÇUDE INSUFLÁVEL
Discórdia e polémica na Assembleia Municipal O açude insuflável de Abrantes foi um dos temas centrais da última sessão da Assembleia Municipal, onde a crítica à maneira como o executivo abrantino de maioria PS conduziu o processo foi uma constante. JOANA MARGARIDA CARVALHO E MÁRIO RUI FONSECA
Armindo Silveira exigiu à Câmara Municipal uma restruturação nas questões ambientais do concelho. “O BE não aceita que a mortandade dos peixes esteja associada ao baixo caudal. O que aconteceu deveu-se aos problemas que as comportas do açude apresentam. O açude não é monitorizado todos os dias. A não instalação de um sistema de monotorização deve-se a pura negligência”, acusou o deputado municipal. Por sua vez, a líder da bancada do PSD, Margarida Togtema, adiantou que o açude só se encontra desinsuflado por opção da autarquia, mostrando uma carta das Estradas de Portugal (EP), do dia 17 de abril, que, em resposta à deputada, esclarece que as EP pediram para que o açude permanecesse vazio por um período entre seis a oito meses. Na carta, as EP explicam que “a situação do açude foi um dos assuntos que mereceu abordagem específica tendo em consideração que este não poderá estar insuflado quando da realização dos trabalhos de reforço de fundações, de embasamento dos pilares e encontros, da execução de tapetes de enrocamento e da regularização do leito do rio”. As EP acres-
jornaldeabrantes
Arlindo Marques
Armindo Silveira, do BE, referiu que as questões ambientais têm representado o “falhanço da maioria socialista”. Nas palavras do representante, a mortandade dos peixes, registada no passado dia 3 de abril, foi um “autêntico crime ambiental”.
• O que está a causar a poluição no Rio Tejo? centam que, “nos dias 2,3 e 4 de julho de 2014, foram realizados trabalhos de prospeção arqueológica, tendo sido solicitado o esvaziamento dos insufláveis” e que no passado dia 7 de abril foi solicitado “à Câmara Municipal de Abrantes que o açude permanecesse por insuflar durante um período de cerca de oito meses, com início na corrente semana”. Margarida Togtema reforçou que a opinião de que a mortandade dos peixes ocorrida foi da inteira responsabilidade do município: “O que aconteceu no açude deveuse exclusivamente à falta de manutenção e monitorização do equipamento, tarefas que competem à proprietária do mesmo, que neste caso, é a Câmara de Abrantes.” E acrescentou que “a culpa do sucedido não é do baixo caudal, que já está baixo há muito tempo. Se assim fosse, tinham morrido peixes antes e
já se tinha repetido”. Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes, voltou a afirmar que os únicos problemas que têm acontecido no açude são os atos de vandalismo no local e que a manutenção tem sido garantida, não havendo qualquer anomalia na estrutura. A presidente garantiu que o açude está desinflulado devido às obras na ponte e não por opção da autarquia. “O que nos pediram as Estradas de Portugal foi que tivéssemos o açude em baixo durante a realização da obra. O açude tem estado em baixo desde setembro passado e ficará até à conclusão da obra.”
Deputados do PSD querem saber quem está a poluir o Tejo Na última reunião do executivo camarário de Abrantes, o rio Tejo foi um dos te-
mas em destaque. Maria do Céu Albuquerque afirmou que a poluição no rio tem sido notória e que “é necessário, junto da Agência Portuguesa do Ambiente, apurar de uma vez o que está acontecer a montante de Belver”, uma vez que “ já chegámos à conclusão que não há problema de contaminação entre Belver e o Açude de Abrantes”. A autarca considera “lamentável o que aconteceu na Ortiga, onde decorreu uma mortandade de peixes, pois a qualidade da água está muito abaixo daquilo que é espectável”. O deputado Duarte Marques, natural de Mação, defendeu ser “urgente uma investigação profunda às margens do rio Tejo a montante da Barragem de Belver/Ortiga, bem como a todas as entidades públicas e privadas que possam ser geradoras de poluição para o rio”. Numa carta enviada ao mi-
nistro do Ambiente, o deputado lembrou o episódio ocorrido no dia anterior, quando foi detetado um elevado número de peixes mortos no rio Tejo, mais concretamente junto à barragem de Ortiga/Belver, nos concelhos de Mação e de Gavião, um episódio semelhante ao ocorrido em Abrantes, no dia de Páscoa. “Mação é um concelho em que não existe qualquer indústria poluidora que possa causar ou ter causado esta poluição, pelo que se exige uma investigação ao sucedido, a responsabilização de quem provocou esta ocorrência e medidas que evitem que uma situação semelhante volte a acontecer”, vincou.
Deputados do PS questionam Governo sobre baixos caudais no rio Tejo Entretanto, os deputados
do PS eleitos por Santarém questionaram o primeiro-ministro, Passos Coelho, sobre os baixos caudais e os episódios de poluição do rio Tejo, afirmando temer que o Governo esteja a negligenciar a Convenção de Albufeira, que define normas para proteção e desenvolvimento sustentável das águas transfronteiriças. “Estes problemas têm sido levantados pelo PS de forma frequente e as respostas que o Ministério do Ambiente nos dá vão no sentido de que os caudais estão a ser respeitados”, disse a deputada do PS - Idália Serrão. No entanto, a resposta “não coincide com o que está à vista de todos, que são caudais cada vez mais reduzidos. Se estão a ser cumpridos, o que estranhamos, então a Convenção de Albufeira é ineficaz. A ser assim, o que perguntamos é se vai ser revista”.
SAÚDE 5
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Ordem dos Médicos critica dispersão de valências nos hospitais do Médio Tejo O Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos (CRSOM) criticou o regime de complementaridade de valências nos hospitais do Médio Tejo, modelo que, afirmou, “atenta contra a ética profissional e os bons cuidados de saúde à população”.
Jaime Mendes, presidente da CRSOM, realizou no dia 19 de maio uma visita ao hospital de Abrantes, unidade hospitalar integrada no Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), a par das unidades de Tomar e Torres Novas, tendo reunido com a administração do hospital para “abordar aspetos graves de funcionamento”. “São várias as áreas críticas de funcionamento neste CHMT, com denúncias, queixas e participações que não se coadunam com a mais básica e elementar forma de gestão, com especial destaque para a Tomografia Axial Computorizada (TAC), o serviço de Oncologia, o da Urgência Médico-Cirúrgica, mas também o de pediatria e neonatologia, entre outros”, destacou Jaime Mendes. Num relatório enviado ao Bastonário da Ordem dos Médicos, a que a agência Lusa teve acesso, pode ler-se que “existem falhas gravíssimas e erros absurdos nos relatórios da TAC, com documentos a omitirem tumores e aneurismas volumosos e a identificarem uma prótese como sendo um nódulo. Tais situações tornam impossível qualquer exercício de estudo fundamentado ou diagnóstico com um mínimo de segurança”, acrescenta. Ao nível da Pediatria, que funciona em Torres Novas, Jaime Mendes defendeu que o serviço “deveria estar concentrado em Abrantes, onde está a maternidade”, tendo igualmente defendido a concentração do serviço de Cirurgia, atualmente em Tomar, na unidade hospitalar de Abrantes, “onde está Urgência Médico-Cirúrgica”.
Mário Rui Fonseca
MÁRIO RUI FONSECA
• “Erros gravíssimos e falhas absurdas” apresentados numa visita ao CHMT são rejeitados pela Administração O documento, que dá outros exemplos de “erros gravíssimos e falhas absurdas”, apela a uma reversão da degradação na prestação de cuidados médicos, desde logo com uma alteração ao modelo em vigor no CHMT de complementaridade de valências e dispersão de serviços. “Dantes, havia três hospitais que funcionavam e serviam as populações. Agora, temos três hospitais metidos num centro Hospitalar, onde praticamente nada funciona”, vincou, tendo feito notar que o regime de complementaridade de valências em vigor “atenta contra a ética profissional, contra os bons princípios e contra a prestação de bons cuidados
de saúde à população”. “E não se poupa dinheiro nenhum, ao contrário do que se poderia pensar”, disse ainda Jaime Mendes, tendo feito notar que “problemas de igual gravidade são sentidos em outros centros hospitalares, como os do Algarve ou do Norte Alentejano”.
Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo rejeita críticas da Ordem dos Médicos A administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo rejeitou as críticas feitas pelo Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos sobre a situação daqueles hospitais, admi-
tindo que existem debilidades mas que são idênticas às de outros estabelecimentos. “As acusações não refletem a situação do CHMT”, afirmou o administração, em comunicado. Por outro lado, fez ainda notar, apesar de os hospitais de Tomar e de Torres Novas serem de construção mais recente, a unidade hospitalar de Abrantes “funciona numa estrutura com mais de 30 anos sem que tenha existido, nas últimas décadas, qualquer plano de intervenção consistente, por forma a minimizar os constrangimentos”. O conselho de administração do CHMT, presidido por Carlos Andrade, destaca ainda a existência de “dinâ-
micas de funcionamento hospitalar que sempre requerem aperfeiçoamento”, tendo referido que o trabalho que tem desenvolvido assenta na “reestruturação das unidades funcionais e reforço dos recursos humanos, nomeadamente através a contratação de profissionais de saúde”. Para a prossecução destes objetivos, a administração do CHMT lembra que tem a decorrer um concurso para a contratação de 27 novos médicos repartidos nas áreas de Anestesiologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Gastrenterologia, Ginecologia/ Obstetrícia, Imunohemoterapia, Nefrologia, Oftalmologia, Ortopedia e Urologia.
jornaldeabrantes
6 SAÚDE
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USF avança no centro da cidade de Abrantes
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Para não colocar o financiamento em causa, a obra tem que estar pronta até ao final de julho
visita à USF, Maria do Céu Albuquerque lembrou •queNao objetivo é que “grande parte dos nossos utentes voltem a ter médico de família”
Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM da Abrantes, anunciou que a Unidade de Saúde Familiar (USF), que se encontra em obra no centro histórico da cidade, está avançar a bom ritmo. O anúncio foi realizado numa visita à nova estrutura, situada na rua de Nossa Senhora da Conceição. A autarca avançou que para ingressar a nova estrutura de saúde, orçada em 1 milhão e 48 mil euros, já está confirmada a vinda de uma médica, até próximo mês de setembro, que terá a oportunidade de construir a sua equipa de profissionais de saúde na nova USF. “Com esta unidade preten-
demos que grande parte dos nossos utentes voltem a ter médico de família. Também é a nossa intenção trazer mais serviços para o centro histórico. Com esta USF, com o mercado e o Welcome Center, o centro da cidade vai ganhar uma nova centralidade”, referiu a autarca. O novo equipamento conta com três pisos: um primeiro destinado a sediar uma Loja do Cidadão e possivelmente a Segurança Social, o rés do chão para instalar a USF e um piso subterrâneo que está destinado ao estacionamento de 40 veículos ligeiros. Maria do Céu Albuquerque explicou que a USF está in-
tegrada no projeto de Regeneração Urbana da cidade. A nova estrutura conta com oito gabinetes para consultas, um gabinete para consulta de internos, quatro gabinetes para enfermagem, duas salas de tratamento, uma sala de inaloterapia e uma de saúde oral. O espaço é composto ainda por áreas administrativas, sala de espera, zona de higiene para bebés, salas de apoio e serviço social e, por último, salas de trabalho. No primeiro piso, que não será finalizado nesta primeira fase, encontrase um espaço destinado aos serviços de natureza coletiva ou social. O novo equipamento é fi-
nanciado pelo PRODER em 85% e a sua conclusão está prevista para o final do mês de julho. Maria do Céu Albuquerque admitiu, contudo, que duvida que a conclusão das obras seja possível para essa altura, mas “o encerramento da obra é necessário, sob pena de perdermos os financiamentos”, explicou a presidente. Na visita, que aconteceu no passado dia 15 de maio, também marcou presença Sofia Theriaga, diretora do ACES do Médio Tejo, e Luís Pisco, vicepresidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Joana Margarida Carvalho
Cruz Vermelha lança projeto de Crowdfunding O Centro Humanitário Abrantes - Tomar (CHAT) terá um projeto na plataforma de Crowdfunding do Novo Banco. Este projeto tem como suporte um vídeo institucional denominado “Dar Vida ao Coração: Cada Minuto Conta”, produzido pelos estudantes de Comunicação Social da ESTA. A finalidade da ação na plataforma de crowdfunding do Novo Banco é a angariação de fundos para a compra de um Desfibrilhador Automático Externo (DAE) para o CHAT. O modo de pagamento do seu donativo pode ser feito por multibanco, transferência bancária (apenas para donativos superiores a €10,00), conta
jornaldeabrantes
de PayPal (recomendado a quem reside no estrangeiro) e, finalmente, cartão de crédito via PayPal (não é obrigatório ter conta PayPal pois no mo-
mento irá ter várias opções de pagamento, como por exemplo, cartão de crédito). Para ajudar o Centro Humanitário Abrantes – Tomar
(CHAT) basta ir ao site do crowdfunding do Novo Banco e procurar pelo projeto “Dar Vida ao Coração: Cada Minuto Conta”.
JÁ TEM OUTRA VIDA COM A FIBRA DO MEO
ADIRA JÁ
16 200 | LOJAS MEO | meo.pt jornaldeabrantes
8 REGIÃO
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Decorreu em Abrantes a primeira reunião descentralizada do Conselho Consultivo do Tribunal Judicial da Comarca de Santarém. Antes do início da sessão de trabalho, João Guilherme Silva, Juiz Presidente da Comarca, afirmou que “Abrantes pode vir a ter, no futuro, uma terceira Secção de Família e Menores, desmembrando, no fundo, aquela que é segunda secção, sediada em Tomar”. “É um facto que estas situações dependem sempre do poder político, mas a minha opinião é que se justifica a criação de uma terceira a secção a sediar em Abrantes. A Reforma Judicial tem muitas dimensões positivas, o que não significa que não tenha a necessidade de alguns ajustamentos, como é este caso de Abrantes”, acrescentou João Guilherme da Silva. Recorde-se que Abrantes tinha
Joana Margarida Carvalho
Secção de Família e Menores pode regressar à cidade de Abrantes
Conselho Consultivo do Tribunal Judicial •da Comarca da Santarém em reunião
perdido a Secção de Família e Menores com aplicação da Reforma Judicial em Setembro de 2014. Na primeira reunião do Conselho Consultivo, que se realizou no dia 25 de maio, foram tratados assuntos como o plano de atividades e a evolução da resposta do Tribunal
de Abrantes relativamente às expetativas dos cidadãos e a Reforma Judicial. O Conselho, que tem uma função consultiva, é composto por vários representantes, desde autarcas, solicitadores, advogados, um procurador e um juiz eleito. Joana Margarida Carvalho
Estudantes de Comunicação têm mais uma saída profissional O primeiro lobista acreditado em Bruxelas, Joaquim Martins Lampreia, esteve na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), a convite da licenciatura em Comunicação Social, para apresentar uma palestra sobre “O Lóbi e a Inteligência Competitiva em Public Affairs”. Perante uma plateia constituída maioritariamente por estudantes, o reconhecido profissional deixou uma boa notícia: quem começar desde já a compreender o que é o Lóbi poderá vir a ter uma possibilidade de entrar, profissionalmente, nesta atividade. O lobista desconstruiu a ideia negativa que a generalidade das pessoas tem acerca do Lóbi. Trata-se de “um conjunto de atividades que, num sistema democrático, visam influenciar os poderes políticos”, nomeadamente ao nível da conceção de leis. E esta é uma atividade que deve ser vista como natural,
DE 4 A 21 DE JUNHO
HCS
JUSTIÇA
Martins Lampreia desconstrói imagem negativa •associada ao Lóbi
se for transparente e devidamente enquadrada. Martins Lampreia lembrou que “o Lóbi é a segunda profissão mais antiga do mundo”, mas Portugal está ainda muito atrás da generalidade dos países europeus no que diz respeito à sua prática. Este profissional, que é também presidente da Omniconsul e autor de vários livros, é um defensor da regulamentação do Lóbi, que se espera
para breve. Até porque, defende, a ideia negativa que associa o Lóbi a “tráfico de influências e a corrupção acontece mais nos lobistas não acreditados e não oficiais”. A palestra contou ainda com a participação de Pedro Esteves, especialista nas áreas das informações e segurança, que apresentou os principais conceitos da Inteligência Competitiva.
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SOCIEDADE 9
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Mário Rui Fonseca
• Secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, em Mação
Boas práticas florestais de Mação devem ser replicadas em todo o país Os modelos de gestão do território agrícola e florestal assente em minifúndio, que estão a ser desenvolvidos em Mação, são “exemplares e devem ser exportados para todo o país”, defendeu o secretário de Estado da Administração Interna. MÁRIO RUI FONSECA
“Aquilo que está aqui a ser desenvolvido é exemplar em termos de boas práticas, e deve configurar um projeto-piloto a nível nacional porque pode ajudar a resolver dois grandes problemas estruturais da nossa floresta”, defendeu João Almeida, em declarações aos jornalistas no dia 28 de maio, após a apresentação das propostas do município de Mação para o Setor Florestal e Proteção Civil. “Um dos problemas que pode ajudar a resolver é o do cadastro florestal e da identificação dos proprietários, o outro tem a ver com
a escala ao nível da gestão florestal, e que aqui já se faz, com o agregar de proprietários para partilhar os custos da prevenção. Com mais alguns apoios, a nível governamental e comunitários, este modelo poderá ser exportado para todo o país”, defendeu. O conceito apresentado ao secretário de Estado da Administração Interna, um projeto-piloto de gestão total de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), assenta numa lógica de agregação funcional e total das ZIF e de todas as pequenas parcelas de terreno e dos seus proprietários, e visa estruturar e ordenar a floresta, visando a criação de riqueza e a proteção da mesma contra os incêndios florestais. O vereador da Câmara de Mação, António Louro, disse, por sua vez, que a ideia assenta na “agregação de territórios de minifúndio com um mínimo de mil hectares,
Uma “maior participação e intervenção e a defesa do ambiente construído como um bem público estratégico para o país” são objetivos do novo mandato que o presidente da Ordem dos Arquitetos da região Centro, Pedro Costa, elencou em Abrantes. “Participar e intervir mais, numa região maior e com mais desafios, apoiar mais os arquitetos, numa época que atinge duramente a profissão, e continuar a promover e defender um bem público estratégico para o país que é a qualidade do seu ambiente construído”, concretizou o arquiteto. A delegação de Abrantes da Ordem dos Arquitetos vai abranger 44 concelhos na zona Centro Sul do país e mais de um milhar de arquitetos inscritos, e passa, doravante, a designar-se de
Joana Margarida Carvalho
Delegação do Centro da Ordem dos Arquitetos alargada a 44 concelhos
delegação do Centro da Ordem dos Arquitetos, depois da recente redefinição geográfica das delegações promovida pela Ordem dos Arquitetos. A partir desta data, são desativadas as instalações da extinta delegação de Castelo Branco, passando a Delegação do Centro da Ordem dos Arquitetos a funcionar nas instalações da antiga delegação de Abrantes.
A nova direção da delegação do Centro da Ordem dos Arquitetos - Secção Regional do Sul, é constituída pelos arquitetos Pedro Costa (presidente), Sara Morgado (secretária), Ricardo Cabrita (tesoureiro) e Miguel Silva (vogal). O projeto e equipa diretiva foram apresentados no dia 29 de maio, no Edifício do Mercado Municipal, Welcome Center, em Abrantes. MRF
ganhando escala e estruturando empresarialmente o conceito de gestão do território, com a abertura a fundos de investimento e com solidez jurídica, respeitando a propriedade privada, e definindo racionalmente modelos de utilização agrícola e florestal dos espaços”. Com 41 mil hectares de área, 80% de mancha florestal, e 122 lugares e aldeias onde residem cerca de 8.000 habitantes, o cadastro territorial de Mação identifica mais de 20 mil proprietários de pequenas parcelas de terreno (minifúndio), com 0,7 hectares de dimensão média. O ordenamento florestal é “uma das maiores preocupações” dos responsáveis autárquicos, face ao historial de grandes incêndios florestais, tendo o vereador observado que o conceito aplicado em Mação “já foi apresentado a sete secretários de Estado” diferentes.
jornaldeabrantes
10 SOCIEDADE
JUNHO 2015
Instituto da Reabilitação faz queixa de discoteca de Abrantes que barrou entrada a pessoa com trissomia XXI O Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) apresentou queixa contra uma discoteca de Abrantes por esta, alegadamente, ter cometido um ato discriminatório ao impedir de entrar nas suas instalações uma pessoa com trissomia XXI
O teor da queixa que o INR enviou para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), entidade com competência nesta matéria, a que a agência Lusa teve acesso, assenta “na sequência da publicação de notícias relativas à discriminação de Francisco Gonçalves, pessoa com trissomia XXI, que foi impedido de entrar na discoteca AquaClub, em Abrantes”. “A queixa foi apresentada com base na eventual discriminação em razão da deficiência, proibida e punida nos termos da Lei n.º 46/2006, de 28 de agosto e pelo Decreto-Lei n.º 34/2007, de 15 de fevereiro”, sustenta o INR, no documento de participação de queixa. Contactada pela agência Lusa, o
jornaldeabrantes
advogado da gerência do estabelecimento em questão, localizado na zona ribeirinha de Abrantes, remeteu para um comunicado que acabaria por enviar minutos depois, e onde se pode ler que “não corresponde à verdade o que tem sido veiculado e tornado público”, e ainda que “não houve qualquer discriminação de um cidadão, em razão da sua deficiência”. Segundo noticiado pelo jornal regional ‘O Mirante’, do dia 7 de maio, “o caso, que se passou na noite de 24 de abril, provocou bastante polémica em Abrantes e motivou reações de estupefação nas redes sociais dado que Francisco Gonçalves, morador no Pego e conhecido como “Tita”, é bastante querido entre a comunidade”. No comunicado enviado pelo advogado da gerência da Catarino & Mateus, L.da, entidade concessionária do espaço de diversão noturna “AquaClub”, que funciona em espaço público arrendado pela Câmara Municipal de Abrantes,” pode
ler-se que “o inquérito interno realizado, que inclusivamente levou à suspensão preventiva da colaboradora envolvida, e o contacto com o acompanhante do Sr. Francisco “Tita” permite-nos afirmar que não corresponde à verdade o que tem sido veiculado e tornado público: Não houve qualquer discriminação de um cidadão, em razão da sua deficiência”. Na declaração, apresentada como sendo conjunta da gerência do AquaClub e de António Larguinho,
que acompanhava Francisco na ocasião, é ainda afirmado que “logo que tomou conhecimento do sucedido, a gerência do AquaClub de imediato fez um pedido de desculpas público e contactou o Sr. António Larguinho, sendo de imediato esclarecida e ultrapassada a questão, tendo-se apurado não ter existido qualquer ato discriminatório”, pode ler-se no comunicado. Contactado pela Lusa, António Larguinho não confirmou estas declarações, tendo afirmado que o
seu acompanhante “foi impedido” de entrar na discoteca. “Não houve discriminação? Então, se ele não entrou”, reagiu António Larguinho, empresário de restauração. “À entrada, a porteira apontou para o Francisco e disse: ele não entra. Tentei perceber quais os motivos para não o deixarem entrar ao que a mulher afirmou serem normas da casa. E disse-lhe que aceitava mas que não concordava”, contou. Na legislação consideram-se “práticas discriminatórias contra pessoas com deficiência” as ações que violem o princípio da igualdade, como “a recusa de fornecimento ou o impedimento de fruição de bens ou serviços” ou “a limitação de acesso ao meio edificado ou a locais públicos ou abertos ao público”. O Instituto Nacional para a Reabilitação diz que “estará atento ao desenvolvimento desta situação.” Mário Rui Fonseca
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12 EDUCAÇÃO
JUNHO 2015
Campeão mundial de cálculo mental pelo segundo ano consecutivo
Num ano em que Portugal ficou em primeiro lugar na geral do SuperTmatic - concurso de cálculo mental com
jogo de cartas destinado ao treino das operações básicas da matemática -, e com vários estudantes lusos a conquistarem posições cimeiras nos diversos escalões etários, João Bento conquistou o 1º lugar no seu escalão e o melhor tempo mundial, com um tempo de resolução de 33,66 segundos às 15 equações que lhe foram apresentadas. “Estou muito feliz porque consegui o meu objetivo, que
João Bento, residente em Alferrarede, no concelho de Abrantes, teve um tempo médio de resposta às 15 perguntas de 2 segundos e 22 milésimos de segundo, totalizando 33,6 segundos, recorde mundial em todos os escalões da competição. O segundo classificado do seu escalão ficou a uma distância de 12 segundos, tendo obtido o tempo de 46,2 segundos. O décimo classificado, um britânico, demorou 51:37 segundos a resolver mentalmente os problemas matemáticos apresentados no concurso. “O João Bento tem uma velocidade cálculo mental inacreditável, desde pequeno que demonstrava ter esta capacidade, que é inata”, disse à Lusa o pai de João Bento, Jorge Bento, tendo observado que o seu filho “é um aluno mediano, um pouco nervoso,
Joana Margarida Carvalho
João Silva Bento, 13 anos, estudante do 7º ano na Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, sagrou-se campeão mundial de cálculo mental pelo segundo ano consecutivo, tendo obtido o recorde mundial da prova deste ano.
•
João Bento, estudante de Abrantes, “tem uma velocidade cálculo mental inacreditável”
era o de melhorar o tempo do ano passado, e reduzi esse tempo de resposta de 42,5 para os 33,6. Foi muito bom e foi mesmo o melhor tempo mundial, de entre todos os participantes da edição deste ano”, disse à Antena Livre o jovem estudante da Escola Secundária de Abrantes, resultado que atribuiu ao “trabalho e ao treino”.
mas muito metódico”. “Obter o recorde da prova em todos os escalões e dar 12 segundos de avanço ao segundo classificado do seu escalão é revelador do seu potencial. Este ano trabalhou mais, preparou-se melhor, e obteve este resultado fantástico”, declarou, tendo revelado que gostaria de ver o seu filho “poder continuar a evoluir”. A 9ª edição do SuperTmatic contou este ano com a participação de mais de 278 mil alunos provenientes de 65 países. A vitória no ano passado deu a João Bento um troféu de cristal e a possibilidade de jantar com o Presidente da República, Cavaco Silva, a convite deste. “O jantar foi bom. Se me convidar, vou outra vez”, antecipou o campeão. MRF
III CONCURSO DE PROJETOS EMPRESARIAIS
Foram anunciados e entregues, no Tagus Valley – Tecnopolo do Vale do Tejo, em Abrantes, os prémios aos três primeiros classificados do Concurso de Projetos Empresariais INOV.POINT, destinado a ideias de negócios nos setores Agroalimentar, Metalomecânica, Energia e Tecnologias de Informação e Comunicação. O primeiro classificado foi o projeto “Carnes do Monte”, em segundo lugar ficou a ideia de negócio “Eco Hostel Tubucci” e em terceiro o projeto “Biocélio”. Numa primeira fase, apresentaram-se a concurso 27 projetos, através de 34 promotores de todo o país. Numa segunda etapa, foram selecionados 19 projetos que resultaram em três primeiros classificados. André Raposo, responsável pelo projeto “Carnes do Monte”, referiu ao JA que foi com surpresa que alcançou o primeiro lugar e que este projeto surgiu numa altura em que não tinha ocupação profissional. “Estava desempre-
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CM Abrantes
Tagus Valley anunciou os três primeiros classificados
“É necessário continuar a estimular a curiosidade e •o aparecimento de mais projetos inovadores”
gado e acabei por concorrer em conjunto com a minha namorada. O desafio foi superado e não podia ter sido finalizado da melhor forma”, admitiu o jovem empresário. Maria do Céu Albuquerque, presidente da direção do Tagus Valley, referiu que “é necessário continuar a estimular a curiosidade, o aparecimento de mais projetos inovadores e com isso criar valor para Abrantes e para o nosso país”. Os prémios atribuídos aos vencedores do concurso passam pela prestação de servi-
ços prestados pelo Tecnopolo ao nível do apoio no desenvolvimento da ideia apresentada, na realização de um plano de negócios, no acesso a redes de apoio à internacionalização/expansão do negócio e ainda na possibilidade da incubação do projeto no INOV.POINT pelo período de um ano para o 1º classificado e de seis meses para o 2º e 3º classificados. A cerimónia decorreu no passado dia 28 de maio. JMC
Abrantes faz-te festas! De 9 a 14 de junho
E as Festas de Abrantes aqui estão de novo! Com um programa diversificado, feito a pensar em todos e em todas. As ruas e praças do centro histórico voltam a ser o palco principal das Festas. A música e a animação, o desporto e o artesanato, o colorido das pessoas e a sua alegria vão de novo invadir a cidade. Quase 100 anos depois, voltamos a celebrar a nossa história, o nosso passado, a nossa identidade. Com os olhos postos no futuro! É Festa ! É Festa ! Maria do Céu Albuquerque, presidente
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14 ESPECIAL ABRANTES
JUNHO 2015
Abrantes / Festas 2015
António Zambujo, Expensive Soul, Diabo na Cruz e David Antunes são os cabeças de cartaz das Festas de Abrantes. De 9 a 14 de junho são esperados milhares de visitantes atraídos às praças do Centro Histórico, onde decorrem os espetáculos a diferentes horas do dia e da noite, todos com entrada livre. A Câmara de Abrantes preparou um programa diversificado que pretende agradar a diferentes públicos, fazendo do principal evento cultural e desportivo do concelho uma festa para todos. O foco do certame está também direcionado para as indústrias criativas de Abrantes e da região e no envolvimento do movimento associativo concelhio. Concertos com bandas de garagem, laboratórios de arte que por esses dias ocupam espaços devolutos no Centro Histórico e artesanato ao vivo, são motivos de atração. O desporto será uma das fortes componentes do programa, com destaque para uma prova nacional de Hipismo, atividades náuticas, downhill urbano, carrinhos de rolamentos, stunt e torneios de xadrez, sueca e matraquilhos. A edição 2015 das Festas de Abrantes será a porta de entrada para as comemorações do centenário da elevação de Abrantes à categoria de cidade, data que se assinalará no dia 14 de junho de 2016.
SALOMÉ SILVEIRA & BAND Ser finalista no The Voice Kids significou alcançar o seu sonho, cantar. E isso deu-lhe a força necessária para seguir em frente. Agora, acompanhada com a sua banda, Salomé Silveira apresenta um projeto mais maduro, um reportório mais comercial, com arranjos muito singulares e que nos transportam para o blues, o jazz e o soul. Com o seu inconfundível, característico e genuíno estilo, canta temas de artistas como John Legend, Marron 5, Katy Perry, Meghan Trainor, passando por Amália Rodrigues, Deolinda, Maria Guinot entre muitos outros.
WAKE UP MARY Wake Up Mary é uma banda de covers de Abrantes, com versões de várias músicas dentro do género Pop/Rock, Rock, Alternativo e Acústico, de diversas bandas, como por exemplo: The Goo Goo Dols, Incubus, Foo Fighters, Bon Jovi, Mr. Big Paramore, Green Day, Lady Antebellum, Jason Mraz, John Mayer, 3 Doors Down, Kings Of Leon, João Pedro Pais, Pedro Abrunhosa, Rui Veloso, etc... A banda foi criada em meados de 2012. J á teve alguns espetáculos ao vivo e em 2013 lançou-se em maior divulgação, iniciando gravações de alguns covers em estúdio e dando continuidade aos seus concertos.
ger Ricardo Barra.
ROLETA 37 Os Roleta 37 é uma banda com cerca de três anos de existência. A banda tem como principais referências musicais o Reggae, o Ska, o Funk e o Rock e encontraram na língua portuguesa forma de dar letra e significado às suas músicas, acreditando na força que o português tem para chegar às pessoas.
DJ DI ROSATO [80´s] Bruno Rosado A.K.A. Dj Di Rosato é natural de Pego. Com gosto desde cedo pela música de dança, aos 21 anos toca pela primeira vez numa festa universitária e desde então tem vindo a tocar em algumas das mais importantes festas universitárias, tais como, Lata de Coimbra, Comboio do Caloiro da F.A.P., Semana do Caloiro da FCT/UNL, numa versatilidade de vários estilos musicais, em especial todos os géneros dentro da House Music ou da música dos anos 70, 80 e 90.
TIME - TRIBUTO A PINK FLOYD
MÚSICA Abrantes tem vindo a ser terra de projeção de novos talentos musicais em diferentes áreas que nestas festas vão integrar o seu cartaz, como por exemplo:
KWANTTA
DJ MOSSY [2000´s] Mossy tem Ep’s editados em várias editoras como a Universal Music, 4kenzo, Piston Recordings, Tanira, Pacemaker Digital, e remixes para nomes como Deadmau5, Madonna, Jesus Luz, Alexx Wolfe, Katy Perry e Mango. Já partilhou a cabine com Diego Miranda, Mastiksoul, Stereo Addiction, Rui da Silva, Carlos Manaça, Von Di Carlo. As suas músicas são tocadas por grandes nomes como Laurent Garnier, Tiesto, ATB, Carl Cox, Roger Sanchez, Paul Van Dyk, Jaytech, Markus Schulz, entre muitos outros.
HOLLOW PAGE
Um espetáculo de tributo à banda que estabeleceu um marco na história da música do século XX. TIME recorda uma sequência de temas que nas décadas de 70 a 90, onde se ouvem temas de sempre, como Breathe, Another brick in the wall, Time, Shine on you crazy diamond, Dogs, Wish you were here, Brain Damage, Eclipse, High Hopes, num ambiente multimédia que evoca os cenários grandiosos dos concertos desta banda. Fotos: CM Abrantes
Os Kwantta acabam de lançar, oficialmente, com o apoio da rádio Antena 3, o seu novo single, intitulado “Espelho”. A estreia foi feita pela mão de Joana Dias no programa Zona J. Os Kwantta tiveram oportunidade de transformar, mesmo, o estúdio da 3 em mesa de esplanada e num ambiente informal e familiar, mostraram ao mundo mais uma novidade. Aproveitaram, também, a ocasião para apresentar ao grande público o videoclip deste tema. O Folk, o reggae, o ska, o jazz e o rock continuam a ser as diversas influências musicais desta banda e que estão presentes também neste single. E o principal objetivo continua a ser: transmitir a energia e o espírito positivo com que os Kwantta encaram a música.
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A banda Hollow Page iniciou o seu percurso quando um grupo de amigos se decidiu juntar e começar a tocar algumas músicas, ainda sem experiência musical e também sem vocalista. Depois de se conseguirem juntar todos os elementos, a banda tem vindo a crescer, juntando-se à banda o seu mana-
ESPECIAL ABRANTES 15
JUNHO 2015
E porque as nossas raízes também se cantam, as “Saias e Fandango” é um projeto que dá a conhecer os ranchos folclóricos do concelho que atuam por este País fora e também no estrangeiro, com atividades que recuperam e divulgam saberes e hábitos de antigamente:
Saias e Fandango. Ranchos Folclóricos RANCHO FOLCLÓRICO DA ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA E CULTURAL DE ARRECIADAS Street Band
REMÉDIU SANTU
Numa vertente mais popular, são diversos os grupos musicais de música popular portuguesa que vão animar os bailes de rua nas festas Abrantes 2015, numa verdadeira demonstração da versatilidade e da qualidade que os artistas de Abrantes imprimem aos seus projetos.
Intitulam-se como “uma equipa composta por 5 elementos licenciados na Medicina Musical” que não pertence a equipas como as “do Drº. House, nem fazemos parte da Anatomia de Grey, Médicos sem Fronteiras também não o somos, mas sim REMÉDIU SANTU de Abrantes”.
CANT’ABRANTES É um grupo de música de raiz tradicional formado no seio da associação de Cultura e Recreio Orfeão de Abrantes.
F&M PROJETO VIVER A MÚSICA Uma banda com origem no Tramagal há cerca de três anos e meio, composta por 16 elementos (em palco 13) oriundos de vários locais da região, com espetáculos personalizados e diferentes de ano para ano, procurando assim trazer aos palcos as mais variadas versões musicais, representativas de um determinado conjunto de critérios, a que chamam “TEMA”.
Um duo Musical, composto por Acordéon Eletrónico, Saxofone Tenor, Trompete e Voz! Prestes a comemorar o 30 aniversário de carreira.
CARLOS CATARINO
Desde Julho de 1987 que “um grupo de carolas” da aldeia criaram o Rancho Folclórico, que tem levado as nossas tradições e a nossa cultura aos mais variados locais de Portugal, ou a países europeus como o exemplo de França.
GRUPO ETNOGRÁFICO “OS ESPARTEIROS” DAS MOURISCAS O Grupo Etnográfico “Os Esparteiros” de Mouriscas do concelho de Abrantes foi fundado em Agosto de 1975 e representa o seu povo entre a época de 1890 e 1920. As suas atividades recuperam e divulgam saberes e hábitos de antigamente, como a matança do porco, descamisadas, serração da velha, cortejos etnográficos, mercados, mostras de Fandango. Participam em festivais nacionais e internacionais de folclore em todo o continente e ilhas, bem como no estrangeiro.
RANCHO FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO DE CASAIS DE REVELHOS
E Abrantes será presenteada também nas suas festas 2015 com a música das Sociedades Filarmónicas um pouco espalhadas por todo o Concelho e que percorrem ao longo do ano todo o País com os seus espetáculos.
O Rancho Folclórico e Etnográfico de Casais de Revelhos foi fundado em fevereiro de 1985 e tem como objetivo a pesquisa, recolha, preservação, e divulgação do património etnográfico e folclórico de casais de revelhos e sua região do final do século XIX princípio do século XX, através das modas que eram cantadas e bailadas nos campos, nas eiras, nos largos e nas denominadas “casas de fora”, onde se realizavam os bailes.
SOCIEDADE FILARMÓNICA DE EDUCAÇÃO E BENEFICÊNCIA RIOMOINHENSE
RANCHO FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO DA CASA DO POVO DE ARRECIADAS
Uma coletividade que pertencente à Freguesia de Rio de Moinhos e, conforme informações de um passado longínquo, a sua formação terá origens no início do século XIX, através de uma ação concertada pela Paróquia Riomoinhense. Hoje a Banda de Música é formada por 30 elementos e dirigida pelo Maestro Aníbal Miguel Costa Lobato.
Fundado em agosto de 1987, na aldeia de Arreciadas, o rancho divulga cantares e danças típicas do Ribatejo, bem como os trajes típicos da aldeia. A sua etnografia é comporta pelos trajes típicos das profissões da aldeia como: tirador de cortiça, pastor, tirador de carvão, apanha da azeitona, para além dos trajes de trabalho conta com trajes domingueiros, noivos e traje de ir à missa. Conta com várias deslocações em festivais de folclore por todo o país.
BANDA FILARMÓNICA MOURISQUENSE A Banda Filarmónica Mourisquense nasceu com a criação de uma associação em 3/5/1995. Em 1981 deu os primeiros passos por iniciativa de dois amigos em conversa ocasional. Resultado da criação de uma escola de música que abriu sob a orientação e regência do maestro Sr. Francelino Lopes Pereira, surgiu a banda em Mouriscas. Desde a fundação da Associação, a Banda teve sempre entre 30 a 45 elementos. Tem atualmente 430 sócios.
RANCHO FOLCLÓRICO DA CASA DO POVO DE S. MIGUEL DO RIO TORTO O Rancho Folclórico da Casa do Povo de São Miguel do Rio Torto foi fundado em outubro de 1985. Desde a sua fundação que o Rancho Folclórico continua a sua permanente pesquisa dos usos e costumes, danças, cantares e tradições da sua terra, tendo já atuado em variados festivais de folclore e conta com três gravações feitas em cassete e uma em CD.
BANDA FILARMÓNICA ALVEGUENSE Carlos Catarino tem um portfolio musical bastante diversificado desde música popular portuguesa, pop-rock, música brasileira passando pelas músicas de salão como o pasodoble e o mambo até ao rock n’roll.
STREET BAND O grupo existe desde 1981 com a junção de 4 amigos, que tinham em comum o mesmo gosto pela música, numa época em que se deu o boom do rock português. Participaram em festivais e concursos de rock da altura, como o Só Rock em Coimbra ou o Seven UP em Santarém. O grupo toca todo o tipo de música, popular, brasileira, quizomba e rock, como se dizia nos anos 80 “ Street Band, A força do Rock na Rua”. Na sua formação atual não existe nenhum elemento fundador em palco que é agora ocupado pelos seus descendentes, filhos, sobrinhos e um elemento que vem da 3ª formação.
A Banda de Alvega foi fundada em 1 de Janeiro de 1938 e tem percorrido o país de norte a sul, destacando-se as participações em Feiras de Artesanato, Mostras Gastronómicas, Festivais de Bandas de Música Civis, para além de concertos e desfiles em arraiais e festejos populares, contando igualmente com uma presença em Espanha. A banda tem mantido a funcionar a Escola de Música, suporte artístico do grupo, que possibilita a substituição de músicos, sempre que é necessário.
RANCHO FOLCLÓRICO DA CASA DO POVO DE TRAMAGAL O Rancho é um verdadeiro embaixador da cultura tramagalense há quase 30 anos. As suas danças e cantares são o testemunho de outros tempos, quando o trabalho no campo ocupava uma boa parte da população tramagalense. Fotos: CM Abrantes
SOCIEDADE INSTRUÇÃO MUSICAL ROSSIENSE Fundada a 10 de Novembro de 1915, a sua primeira sede foi no Largo Peralva no Rossio ao Sul do Tejo. Ao longo destas nove décadas destacam-se a criação de Tuna (1926), Orfeão (1932), Teatro (1932-1973), participa em Receções Oficiais (Membros do Governo e Entidades Estrangeiras), Concertos, Atos Religiosos, Romarias, Encontros de Bandas, etc. Atualmente tem como Maestro Francisco Lamarosa.
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16 ESPECIAL ABRANTES
JUNHO 2015
MARIA DO CÉU ALBUQUERQUE, PRESIDENTE DA CÂMARA DE ABRANTES, DIZ QUE O MODELO DAS FESTAS ESTÁ CONSOLIDADO
“Temos um cartaz que agrada a todos” A propósito das Festas da Cidade 2015, Maria do Céu Albuquerque, fala sobre questões pertinentes para o concelho. Sobre as escolhas para os cabeças-de-cartaz para a edição deste ano das Festas da Cidade, explica que o primeiro critério foi tentar perceber o que é novidade, mas com “uma baliza que é essencial, que são os custos”. As escolhas são feitas, também, em função do modelo de Festas adotado: “Se nós pensássemos trazer outro tipo de artistas, teríamos que pensar num palco maior, numa praça maior. Por outro lado, ao pensar em espetáculos mais intimistas, poderiam ser no Cineteatro, mas esse não é esse o modelo de Festas que nós queremos.” O que se pretende é animar o centro histórico e o Aquapolis. “Temos um cartaz que agrada a todos e com isso esperamos capitalizar para Abrantes, entre os dias de 9 a 14 de junho, não só os nossos residentes, as suas famílias e amigos que vivam fora, mas também os habitantes dos concelhos à volta, que têm a oportunidade de usufruir das nossas Festas.” Tudo com um orçamento equivalente ao do ano passado.
As festas da cidade deste ano são em moldes idênticos do ano passado. Isso quer dizer que as opções de formatos e de locais estão a funcionar? Este é um modelo que importa valorizar, para revitalizar o centro histórico. Temos vindo aperfeiçoá-lo, concentrando cada vez mais num núcleo no centro histórico, nas praças principais, e alargámos ao castelo, até para podermos ter um horário mais alargado das festas. Nestes dias das Festas de Abrantes, a nossa intenção é que as pessoas venham ao centro histórico e percebam o que é possível fazer aqui, não só para estimularmos o comércio local, como também para as pessoas poderem vir visitar os nossos monumentos e também participarem nas nossas iniciativas. Uma delas é o Concurso de Saltos, no Aquapolis, um evento que nos importa manter associado às festas, até porque a competição é acompanhada por um outro valor que é o convívio, o companheirismo. Importa valorizar porque atrai mais pessoas que, para acompanharem as provas, também vão às nossas
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CM Abrantes
HÁLIA COSTA SANTOS, MARIANA COSTA E SARA COSTA
• “As noites esperam-se quentes, animadas e começam desde cedo”, dando vida ao centro histórico e ao Aquapolis tasquinhas, aos nossos concertos e aproveitam também o facto de comércio estar aberto até mais tarde. Há um conjunto de provas desportivas que vão acontecer um pouco por toda a cidade, mas também aproveitando as infraestruturas criadas, tendo como centro o Tejo, seja a descida do rio, seja nos campos de futebol. Todas estas infraestruturas estão a ser rentabilizadas e mobilizadas para as iniciativas desportivas, como o donwill urbano e os carrinhos de rolamento, que já são uma tradição. Temos uma praça para as tasquinhas, o Jardim da República, e aquele espaço próximo da biblioteca. Cedemos, gratuitamente, o espaço às associações para poderem fazer o seu negócio. Infelizmente, não temos espaço e condições para todas as associações do nosso concelho. Fazemos um sorteio, tendo por base aquelas que apresentam propostas. As noites esperam-se quentes, animadas e começam desde cedo com um conjunto de iniciativas locais naquela praça, com bandas que animam bailes e festas e com alguma tradição dos nossos grupos folclóricos. O final da tarde será o primeiro pretexto para as pessoas virem para a nossa cidade depois de acabarem as provas desportivas.
Depois da comida e da bebida, desce-se para Praça Barão da Batalha, onde existe o primeiro concerto, que é o principal do dia, aberto a todas as faixas etárias. A seguir, passamos para a Praça da Câmara, onde temos as bandas locais e, mais tarde, na Praça D. Francisco de Almeida, o acesso ao castelo, onde teremos DJ’s até quase de manhã. Temos ainda um conjunto de iniciativas para as crianças. No fundo, criámos condições para todas as faixas etárias. Todos os gostos têm aqui a sua oportunidade de convívio durante as festas. A par disso, temos também o célebre e tradicional artesanato, hoje numa componente mais contemporânea, em banca de rua. O novo espaço de exposições - QUARTEL- acha que foi uma aposta ganha? Recordo-me quando abrimos aquele espaço com uma grande exposição de tapeçarias de Portalegre. A sensação que tive quando entrei lá é que aquela galeria tanto pode estar em Abrantes como em Paris ou em Nova Iorque. Tem um potencial muito grande e é uma aposta ganhadora. A par das exposições, há outras duas componentes essenciais: criar hábitos, ajudar
os nossos cidadãos a criar o gosto por este tipo de Arte; estimular os vários públicos, nomeadamente os mais jovens, para poderem desenvolver mais competências e mais gosto nesta matéria. É um projeto claramente ganhador, aliás vem de acordo com uma estratégia que temos para a cidade de criar um centro cultural, não num edifício único, mas sim com um conjunto de equipamentos que se interligam para poderem ser oferta cultural de Abrantes, num contexto regional. Qual é o balanço que faz do cinema comercial do Millenium? Neste momento é positivo, temos 350 pessoas por semana a ver cinema. Isto significa que estas pessoas ou não iam ao cinema ou iam a outro concelhos. Estamos a falar de um cinema comercial, de estreias que acontecem, sempre que há estreias nacionais, existe aqui também e do ponto de vista da valorização do cinema e do cinema comercial é uma mais-valia. As divergências com o Espalha Fitas já foram resolvidas? Do nosso ponto de vista, não há divergências com o Espalha Fitas. Aquilo que propusemos à Associação Palha de Abrantes é que vamos criar condições para que o seu nú-
cleo de cinema, Espalha Fitas, possa passar cinema alternativo, uma vez por semana, naquela sala do edifício Millenium em vez de ser no Cineteatro, onde tinha uma média de dez espectadores semanais. Todas as iniciativas que o Espalha Fitas queira fazer poderão ser feitas no Cineteatro. Se houver uma sessão em que é expectável que haja uma grande influência, faz se cá em cima, é isto que faz sentido. O que nós queremos é rentabilizar espaços e adequá-los à procura. É isto que se espera de qualquer bom gestor, é que adeque as condições de trabalho. O espaço Millennium e o projeto ‘Bairro Convida’ estão a alcançar os objetivos inicialmente propostos? Encontrámos um conjunto de parceiros que connosco queriam ali desenvolver de intervenção social. Existem neste momento no ‘Bairro Convida’ várias valências já instaladas e outras a serem instaladas. A avaliação já é positiva, mas são projetos que não têm resultados imediatos. É preciso tempo para consolidar práticas para que as pessoas voltem acreditar que é possível existir segurança e condições naquele bairro.
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES
Testemunhos de alunos de Comunicação Social F p. 8
JUNHO DE 2015 EDIÇÃO Nº 36 www.estajornal.com DIRETORA: HÁLIA COSTA SANTOS DIRETORA ADJUNTA: RAQUEL BOTELHO
Abrantes vista e desenhada por Eduardo Salavisa F p. 2
O voluntariado e outros contributos da Liga dos Amigos do Hospital
Queijos de leite 100% de cabra distinguem-se pela criatividade
“O futsal é claramente a grande modalidade de pavilhão”
A mais recente iniciativa da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes foi o patrocínio de obras de requalificação do Hospital desta cidade, com o apoio da Câmara Municipal e da sociedade civil, através de contributos de empresas. Luís Fernandes, o presidente da Liga, lembra que a “palavra amiga” dos voluntários consegue “minorar os efeitos da F p. 4 estadia no hospital”.
Na queijaria artesanal Brejo da Gaia, todos os queijos passam pelas mãos de Susana Carrolo, a engenheira zootécnica que está a concretizar um sonho. Na Quinta da Beata, em Tramagal, Abrantes, há mais de 500 cabras, criadas com paixão. O leite que produzem dá origem a queijos que apostam no mercado gourmet, desde os que são embebidos em F p. 3 vinho até aos bombons de queijo.
Nuno Dias, treinador de futsal do Sporting, acredita que o sucesso da sua equipa reside em “jogadores de qualidade e que trabalham nos limites para que as coisas resultem”. Depois de ter passado por outros clubes, como o CSKA de Moscovo, o treinador diz que no Sporting o objetivo é “ganhar todos os jogos, todos os troféus e sermos campeões F p. 6 nacionais”.
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Eduardo Salavisa, “Aquele que Desenha”, esteve em Abrantes a convite da Biblioteca Municipal António Botto
“Aprende-se a desenhar, desenhando-se” EDUARDO SALAVISA, ou “Aquele que Desenha”, como prefere ser tratado, não se diz artista, mas esteve em Abrantes para a sua exposição “Diário Gráfico-Estar Atento ao que nos Rodeia”. Cerca de 70 dos seus cadernos estiveram em exposição, outros tantos não couberam. Já lhe roubaram cadernos e já fez viagens só para as desenhar. A mãe perguntava-se o que ele fazia e ele respondia que ia falar de desenho, “dizer às pessoas que é fácil desenhar”. Também é professor, mas diz que o papel é inspirar, incentivar ao construir. Trouxe workshops à cidade. Gosta de ruelas e Abrantes foi uma agradável surpresa. Para além das exposições que faz, também mostra o seu trabalho na internet: www.diariografico.com.
Como é a aventura de pintar o mundo ao lado de quem lhes tira tantas fotografias? As pessoas não têm atenção ao sítio onde estão, quase que usufruem da viagem ou o que quer que seja depois (com as fotos). O desenho é uma postura diferente, tem de se olhar muito, ver o que está a acontecer. Mas isto não é uma oposição à fotografia. Só acho que fotografada, assim, é um bocado aleatória. As pessoas acabam por ficar intimidadas na fotografia. No
desenho vai se conversando, talvez seja mais real. O que é que encontrou na cidade de Abrantes que não esperava? Eu não conhecia Abrantes, só de passagem porque parte da minha família é de Castelo Branco. Mas foi uma agradável surpresa porque tem muitas zonas pedestres. Claro que sofre o mal de muitas cidades portuguesas, que é uma certa desertificação no centro, mas parece-me que as pessoas da cidade estão preocupadas com isso! Como é que foi a receção dos abrantinos à sua presença? Os abrantinos reagiram bem à minha presença, mas às vezes fingem que não veem, nunca se metem eu também sou um bocado assim, o que é ótimo para desenhar! Fui dar uma aula à Universidade Sénior e a pessoas comentaram comigo que me tinham visto a desenhar, mas não vieram falar comigo. Mas são um povo muito simpático, embora não muito comunicativo. Consegue colocar uma pessoa sem jeito a desenhar? A ideia é essa, desmistificar a ideia de que, como não se desenha, já não se tem jeito. Há ideia do parecido. Se não fazemos parecido, já não sabemos desenhar. Há outras particularidades que se calhar até são mais interessantes que essa. Por exemplo, nos meus desenhos, às vezes, as pessoas não ficam iguais!
Mas o Eduardo é um artista! Não! Eu sou uma pessoa que desenha. O que eu faço, por exemplo, nesta exposição(que esteve patente na Biblioteca Municipal de Abrantes, António Botto) não são obras de arte. Então são o quê? São registos que poderiam depois, talvez, vir a sê-lo. Mas em algum momento da sua vida entendeu que era o Eduardo Salavisa… Não, eu já tentei ser artista, depois vi que era muito difícil e desisti. Fiz várias exposições de desenho, pinturas... Depois achei que não era aí que queria estar, é um mundo com muitos fatores. Depois optei por este registo diário e envolvi-o com a viagem. O que eu tento transmitir é que se tenha a postura de viagem durante o dia a dia para estarem mais disponíveis, terem mais curiosidade. O facto de ter criado o blogue também foi uma maneira de fazer chegar o seu trabalho às pessoas que não sabem desenhar? Criei o site em 2001, uma coisa didática com toda a informação que eu captava. Isto apareceu quando quis tirar a minha licença sabática. Tinha talvez uns 17 anos (de trabalho) e, para ter direito (à licença sabática) tinha de ter um projeto. Fui então fazer uma viagem pela Europa: três meses para desenhar e perceber as minhas faculdades
em viagem. Até levei três cadernos diferentes para perceber o mais cómodo. Pesquisei outros artistas e entrevistei-os. Fui a escolas partilhar essa informação e depois pedia-lhes que, no fim do ano, me mostrassem o que é que os alunos fizeram com os diários gráficos. E isso fez ainda surgir a oportunidade de fazer o livro que é a cópia de um caderno meu. O que é que os seus pais dizem das suas obras? O meu pai ainda soube que eu queria ser artista, mas era engenheiro, tinha essa cabeça de que (uma coisa) tem de ter utilidade ou não tem muito interesse. Mas é curioso que a minha mãe perguntava-me sempre o que é que eu fazia. Quando eu ia às escolas falar, ela perguntava-me sempre: “Mas o que é que lá vais dizer?”Eu respondia: “Vou falar de desenho, dizer às pessoas que é fácil desenhar.” Mas os seus estudos nunca foram direcionados para as artes. Como foi o seu percurso académico? Não tenho um percurso académico direito, fui um péssimo aluno no liceu. Só nas Belas Artes é que fui bom aluno, mas entrei tarde, chumbei algumas vezes. Era para ir para Arquitetura, mas fui para Design. Mas nunca desenhei muito! Só depois de entrar nas Belas Artes. Não desenhava muito?! Eu entrei nas Belas Artes porque D
MÁRCIA GOMES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
L A entrevista ao ESTAJornal também foi pretexto para um desenho
FOTOGRAFIA JOÃO VIEGAS
L “No
desenho vai se conversando, talvez seja mais real” (do que a fotografia)
sempre gostei de desenhar e as pessoas diziam que eu desenhava bem. Mas era preguiçoso, não o fazia muito porque não era minha preocupação. Mas sabia que um dia me dedicaria a isto, só quando comecei a dar aulas é que senti o “clique”. E o Design como ficou na sua vida? Conciliava o Design com o lecionar. Só quando comecei a dar aulas de Desenho (antes ainda dei outras de Design e História de Arte para o 12º ano) é que surge o diário gráfico. Achei que era uma maneira de conseguir ter os alunos a desenhar fora da sala de aula. O que acabou por se tornar a sua ferramenta de trabalho como professor... Sim, como professor comecei a achar que os professores não têm de ensinar a desenhar, mas sim a tomar o gosto pelo desenho. Aprende-se a desenhar, desenhando-se. Um professor ensina muito pouco, as pessoas é que têm de crer. E falo pelo meu exemplo: fui um péssimo aluno, mas bom nas Belas Artes. Os cadernos são a preferência para o desenho. Quantos tem? Tenho 72 em exposições, depois tenho mais 30 que não cabiam, tenho 100 e tal cadernos. Mas há quem tenha muitos mais! Há alguma seleção naquilo que escolhe desenhar? O meu livro “Diário Gráfico 2” foi base de uma viagem de nove meses à América Latina. Mas aconteceu uma desgraça, roubaram-me os cadernos na Colômbia, e eu vinha com a ideia de fazer um livro sobre isso. Depois decidi-me pelo segundo livro que, ao invés de ser com pessoas a contar o que fazem com os diários no dia a dia, são então viajantes que me contam as suas experiências. Lá falo sobre a inutilidade do desenho, que é a característica deste tipo, é que não serve para nada. Há vezes em que não gosta dos seus desenhos? Sim, por exemplo, aqui (em Abrantes), como foi uma encomenda, o resultado era importante. Portanto, houve alguns que nem os pintei, nem aproveitei para nada. Não se considerando artista e pondo de parte esta designação, então com o vou tratar? (risos) Essa é uma pergunta engraçada! Por acaso fui ao programa “Nas Nuvens”, do CanalQ, fui ao lado do Mário Carvalho, escritor, e do Zambujo, que é músico. O Nuno Artur Silva (entrevistador), a certa altura pergunta-me: “Ouve lá, como é que queres que apareça?” E eu respondi: “Olha, põe assim: Eduardo Salavisa, Aquele que Desenha.” Então é assim que quer que o trate? Sim, mas entre aspas! J
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Dois irmãos apostam num negócio de leite de cabra e queijos gourmet
Mais de 500 cabras numa quinta explorada com paixão Queijos embebidos em vinho. Folhados de queijo. Bombons de queijo. Estas são sugestões feitas a partir de uma quinta onde as cabras, que produzem o leite que lhes dá origem, são tratadas com amor. Brejo da Gaia é a marca dos queijos feitos exclusivamente com leite de cabra, produzido pelos animais da Quinta da Beata. D
FOTOGRAFIA HÁLIA COSTA SANTOS
MARIANA COSTA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
L Susana Carrolo, a engenheira zootécnica, que dá nome às suas cabras
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Ao chegar, vê-se uma quantidade quase infinita de ervas, que rodeiam o pavilhão, casa de 545 cabras de raça murciana, produtoras de leite que dá origem a queijos feitos com paixão. As primeiras cabras, vindas de longe, encontraram, na freguesia do Tramagal, um abrigo. A reprodução faz aumentar a família, três vezes por ano. As habitantes daquele espaço contam com a proteção de dois cães de grande porte, que são os dois outros amores da dona, Susana Carrolo, engenheira zootécnica. Obedientes e brincalhões, passeiam e correm até à queijaria, mal veem alguém seguir nessa direção. Susana Carrolo escolheu a raça murciana (de Múrcia, Espanha) sobretudo pela sua qualidade: têm “um corpo pequenino, assim rechonchudinho”, mas têm “um alimento carcaça brutal”. E são boas produtoras de leite, aquilo que mais interessa neste caso, porque nele começa a produção do queijo artesanal Brejo da Gaia. Tudo se passa na Quinta da Beata, um espaço com três pavilhões: um principal, dividido em três lotes de produção: Natal, Páscoa e Verão. Susana Carrolo explica que, assim, “consegue-se equilibrar a quantidade de leite durante todo o ano”. Além das 545 cabras, existem outros membros da família, 150 cabras em recria e 200 cabritos em cria. Susana conta que os seus bodes, filhos das melhores fêmeas, são cobiçados por outros produtores de leite de cabra, porque são excelentes reprodutores de animais de qualidade. Naquele sítio, as cabras são acarinhadas pelos donos e quase todas têm nome próprio. Nomes de humanos. Os animais respondem com carinhos. A Rita e a Rosa são duas cabras, já velhas, mas que recebem todo o carinho. A Rosa está no seu descanso e, ao ouvir Susana, a chamá-la vem em sua direção e mostra toda a sua felicidade. Pedro Carrolo é irmão e acompanha Susana nesta aventura profissional, mas também pessoal. Sentiu o gosto pela criação deste tipo de animais, por influência de um amigo. Explica o início desta caminhada, que já dura 11 anos: “Eu conclui o meu curso (de Engenharia Zootécnica) e a minha irmã também. Na altura tínhamos uma ideia de criar um projeto, mas não sabíamos bem o quê.
Surgiu a ideia das cabras, porque na altura tinha um amigo que entrou neste negócio, das cabras. No início tinha algum prazer em acompanhá-lo e criei o ‘bichinho’ das cabras.” No processo de ordenha, que ocupa muitas horas dos produtores, cada cabra tem o seu lugar e todo o processo é feito para a extração do leite. Pedro e Susana contam com a ajuda de um funcionário a tempo inteiro, e outro em processo de estágio. “O espaço de ordenha, no pavilhão principal, conta com uma sala de ordenha com 36 pontes, assim podemos ordenhar 36 cabras de cada vez”, esclarece Susana Carrolo.
L A queijaria tradicional de onde saem os queijos gourmet
FOTOGRAFIA BRUNA LOPES
Os dois irmãos, com este gosto, escolhem as melhores cabras para retirar o leite e este ser comercializado para alguns dos produtores de queijos de cabra. Para descrever todo o sacrifício do negócio dos dois irmãos, engenheiros zootécnicos, Pedro Carrolo, confessa que “tem sido uma luta diária”. E acrescenta: “No início foi complicado, envolve alguns investimentos, o retorno financeiro não é imediato.” A pouca distância da Quinta das Beatas, vemos uma pequena casa, que prende a atenção com o grande logótipo da queijaria Brejo da Gaia, colado numa das paredes dessa casa. Susana Carrolo criou o maior sonho da sua vida: “A queijaria, para além de um sonho, é tentar ajudar a exploração a sobreviver.” Brejo da Gaia é a marca da queijaria desta amante da sua profissão, que produz queijos de cabra, mas sublinha que os seus queijos têm elevada qualidade, tendo em conta que são feitos com 100 % de leite de cabra, produzido na Quinta da Beata. “Uma pequena parte do leite é para fazer os meus queijos. No futuro, o objetivo é deixar o queijo saloio e utilizar o leite nos meus queijos, fazer um ciclo fechado.” Direcionada para o mercado gourmet, Brejo da Gaia, com um ano de funcionamento, tem tido um crescimento favorável. As noites são as melhores amigas desta produtora, uma vez que é nessa altura do dia em que Susana produz os seus queijos. Com orgulho diz que são todos feitos artesanalmente e todos passam pelas suas mãos. Embora produza o queijo mais tradicional e o queijo fresco, para além de utilizar exclusivamente leite de cabra, a diferença passa pela criatividade. E as experiências têm sido bem acolhidas, como queijo embebido em vinho do Casal da Coelheira, produtor de vinho, também do Tramagal. Susana criou um produto especial que se orgulha, a Cabrada, que é um folhado de cabra. Os bombons de queijo são também um produto de sucesso. E ainda há queijo com orégãos e queijo com pimentão. Para atingir o êxito, a produtora dos queijos de cabra do Brejo da Gaia, pretende ganhar escala: “Produzo 200 litros por semana, 200 queijos secos. Estou a vender 9 a 10 dúzias de queijos frescos por semana. O objetivo é vender essas 9 a 10 dúzias por dia. Vendo 400 queijos de 100 gramas. No mínimo, 10 mil queijos por mês.” Susana Carrolo, em relação à sua queijaria, deseja a produção em grandes quantidades, mas continuar com o fabrico artesanal. E que os seus clientes vejam o seu produto como um produto de qualidade. Os seus queijos são vendidos na mercearia “Merceneta”, na loja da Tagus, Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior (no Mercado Criativo) e no Intermaché do Tramagal. Alguns restaurantes, como o Manjar dos Templários, o Pezinhos do Rio e a Cascata, também já servem estes produtos. Susana, quase sem tempo para respirar, ainda vende os seus queijos, feitos com paixão, na feira semanal do Tramagal, aos sábados de manhã. Mas os horizontes começam agora a ser alargados...J
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Luís Fernandes, diretor da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes
“Ajudar a passar o tempo que às vezes é muito constrangido no internamento do hospital” D
FOTOGRAFIA MARIANA COSTA
SARA COSTA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL LUÍS FERNANDES foi médico-cirurgião e ao mesmo tempo, durante 17 anos, diretor do Centro Hospitalar de Abrantes. Atualmente é diretor da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes, uma estrutura de apoio que iniciou as suas atividades em 2002. As faces mais visíveis da Liga dos Amigos talvez sejam o voluntariado e o bar do Hospital de Abrantes, mas as atividades da equipa liderada por Luís Fernandes são mais vastas. A mais recente atividade da Liga foi o patrocínio de obras de requalificação do Hospital de Abrantes, com o apoio da Câmara Municipal e da sociedade civil, através de empresas.
A Liga iniciou a sua atividade quando e qual é a sua missão? A missão é muito vasta, mas resumidamente alguns objetivos da Liga são os seguintes: promove a colaboração da comunidade e suas instituições no bem-estar do doente e a sua promoção cultural, promove a melhoria das condições de acolhimento de internamento, por forma a garantir a permanência das suas relações pessoais e sociais; colabora ativamente com os órgãos de gestão do hospital nas orientações nas políticas de saúde tendo em vista a dignificação da pessoa do doente através da permanência de defesa dos seus direitos; colabora na dignificação da atividade dos trabalhadores do hospital através da colaboração e apoio a todas as iniciativas de caráter cultural, social e profissional com o objetivo de contribuir para o bem-estar do doente e promove, por último, a organização de iniciativas baseadas no princípio da cooperação tendendo a obter a autonomia económica e financeira da instituição. Quais são as dificuldades e vantagens em ser diretor da Liga? As dificuldades, às vezes, passam por ter a colaboração da sociedade civil para ajudar nos projetos que temos, porque a Liga, sem o apoio dela e também da administração do Centro Hospitalar, não tem possibilidades de os desenvolver. Não há vantagens, a única é na disponibilidade em ser diretor e tentar angariar e incentivar outras pessoas que me rodeiam para não deixar morrer a Liga. Considera que a Liga dos Amigos precisa de mais apoio e divulgação? Sim, a Liga precisa de divulgação, apoio e incentivos da comunidade. Precisa sobretudo de apoios na disponibilidade das pessoas para desenvolver as atividades, nomeadamente o voluntariado. O que já fizeram enquanto Liga? Temos feito bastantes coisas, a última foi patrocinar as obras de re-
L Ӄ muito
gratificante sabermos que depois de uma missão da Liga houve colaboração da comunidade para o fim em vista.” qualificação do hospital com a ajuda preciosa da Câmara Municipal e da sociedade civil, através de várias empresas. As outras é apetrechar do hospital com equipamento diverso nos serviços com a finalidade de dotar os profissionais de melhor condições técnicas de tratar doentes. O que motiva as empresas a dar apoio à Liga? O que motiva são os objetivos de cidadania ativa. As empresas que estão sediadas na área de influência do hospital sabem que, ajudando o hospital a ter melhores condições de acolhimento e melhores condições técnicas, no futuro, em caso de necessidade, os seus trabalhadores
serão melhor tratados. O apoio dado pelas empresas é muito importante, sobretudo pelos donativos que já nos deram para as obras do hospital. Mas também já deram donativos substanciais para o apetrechamento total do serviço de esterilização. Qual é a ligação da Câmara Municipal de Abrantes? A Câmara tem a noção, de facto, que o seu hospital deve ser protegido. Qual o papel dos voluntários? Os voluntários têm de dar apoio aos doentes de várias formas: moral, social e cultural. Ajudam a passar o tempo que, às vezes, é muito cons-
trangido, no internamento do hospital. Há doentes que, por serem de espaços rurais, não têm visitas diárias. Então, os voluntários, com uma palavra amiga e de incentivo, conseguem de facto minorar os efeitos da estadia no hospital. Considera que o voluntariado em meio hospitalar é uma missão exigente? É preciso disponibilidade. E, depois, é exigente, porque não basta vir aqui ajudar os doentes a minorar o seu sofrimento de ânimo leve. Os voluntários têm de ter uma formação específica e, mesmo assim, são direcionados conforme as suas aptidões e preferências para determinado serviço. Suponhamos um
Uma história de D. Mira, a voluntária
Maria Ramiro Godinho, conhecida como a dona Mira, voluntária de 94, relata um caso de um doente: “Tenho por costumo comprar umas medalhinhas da nossa senhora do Carmo para os doentes, e prender na cama, mas nunca antes de perguntar se o doente quer. Nenhum se negou à exceção de um, que era um rapaz chamado Jorge, um excelente rapaz que me disse:
- Sabe, senhora Mira, eu não sou nada dado a essas coisas, mas como é oferecido pela senhora, aceito. - Onde queres que ponha a medalhinha? - Olhe, pendure-a na cama. Fez um tratamento que lhe rebentou a boca e mandavam que chupasse gelo, era desagradável. Lembrei-me de pôr sumo de fruta na cuvete e, assim, ele chupava cubos de sumo.
Um dia chego à enfermaria e digo à enfermeira: - Está aqui a cuvete do Jorge. Mas eu estranhei. Quando ia para entrar no quarto, ela diz para não ir porque lhe estavam a fazer a higiene. - É verdade Dona Mira, ele faleceu esta noite e sabe o que ele tinha na mão? A medalhinha. Ele coitadinho, diz a dona Mira, viu-se aflito e lembrou-se de mim.” J
serviço de doenças oncológicas... Neste caso, nem todos os voluntários têm um perfil para lidar e conversar com doentes oncológicos. As pessoas que quiserem ajudar, como podem fazer? Por exemplo, podem contribuir inscrevendo-se como sócios da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes. Outra opção é inscreverem-se para fazer voluntariado. Depois da inscrição é feita uma entrevista para profundar a disponibilidade e as preferências. Os candidatos são sujeitos a uma formação e, depois, se continuarem interessadas são aceites. Quais são os sentimentos que surgem após uma missão cumprida? É muito gratificante sabermos que depois de uma missão da Liga houve colaboração da comunidade para o fim em vista. “Acompanhar os doentes com uma palavra ou um simples gesto é fundamental no voluntariado”. O que acha desta frase? Interessante. E, na minha opinião, condiz com o objetivo que o voluntário deve ter. Numa mensagem para os jovens, o que diria? Eu diria que se despeguem um pouco da vida diária e que dediquem um pouco do seu tempo aos outros, sobretudo aos doentes. J
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Como é que o jornalismo entrou na sua vida? O jornalismo entrou na minha vida de forma acidental. Tinha cerca de 20 anos e tinha surgido na altura um novo projeto no distrito de Santarém que era o jornal “O Ribatejo”, ao qual estive ligada durante muitos anos. Era necessário alguém que fizesse cobertura no concelho de Tomar. Este jornal tinha a pretensão de ser um projeto distrital e, assim, em cada cidade havia uma pessoa responsável por todos os acontecimentos que ocorressem em cada concelho. Foi assim que comecei a fazer jornalismo. As pessoas ligadas ao projeto sabiam que eu gostava de escrever, que tinha jeito, que era uma pessoa interessada nas questões sociais e políticas e que gostava de acompanhar os acontecimentos. Então, foi-me proposto este desafio. Foi um projeto que teve a grande preocupação na formação dos seus correspondentes. Tivemos aulas com Adelino Gomes, com o Sena Santos, que curiosamente é hoje colaborador de “O Templário”, com o Orlando Raimundo, um jornalista conceituado do “Expresso”, e com o Emídio Rangel. Eram pessoas muito bem formadas e com a consciência do seu papel. Tivemos, portanto, um painel de formadores, todos eles ligados à área, e que me incutiram o ‘bichinho’ do jornalismo. Isto é quase como um vício. Mete-se no corpo e depois apaixonamo-nos (risos). Comecei então a escrever os meus primeiros textos para “O Ribatejo” e comecei a acompanhar os acontecimentos culturais e económicos. Só nunca acompanhei muito a parte desportiva, mas hoje até gosto porque tenho mesmo que a acompanhar (risos). Não tinha intenção de se tornar jornalista, mas quando o ‘bichinho’ entrou, entrou? Sim. Nunca me passou pela cabeça vir a trabalhar no jornalismo. É, no fundo, uma profissão que tem uma rotina relativa porque todos os dias há assuntos e coisas novas. Todos os dias aprendemos, todos os dias há um mundo novo para descobrir. É um conjunto de situações diárias que tornam esta uma rotina relativa. Eu pessoalmente não gosto muito de lidar com a rotina. Tenho um espírito mais livre e mais aventureiro. Muitas vezes olho para trás e penso: já ando nisto há 30 anos… E não sinto o peso dos 30 anos! Tendo presente as dificuldades causadas pela conjuntura económica, quais são as maiores vantagens que uma publicação regional tem? Eu peguei neste jornal quando estava falido e sem leitores. O jornal esteve fechado durante quatro meses e as vendas estavam de rastos. Eu e mais algumas pessoas conseguimos pegar neste projeto e tornámo-lo o jornal mais lido no concelho de Tomar. Por isso, é um motivo de grande orgulho para mim. Hoje “O Templário” é o jornal mais lido, com mais páginas e com mais conteúdo. Nos últimos anos, com a questão da internet, os jornais tiveram alguma quebra nas suas vendas, pois hoje existem muitas vias de comunicação. Antes a informa-
Isabel Miliciano, diretora do jornal “O Templário”
“O que faz sobreviver o jornalismo regional são as notícias de proximidade” É jornalista há quase 30 anos e no seu currículo somam-se passagens por vários órgãos de Comunicação Social do país, tais como o “Diário de Notícias” e o jornal “O Ribatejo”. Isabel Miliciano é atualmente a diretora do jornal “O Templário”, garantindo que se trata da publicação mais lida no concelho de Tomar, com uma tiragem semanal de 5000 exemplares. Foi numa das secretárias da sua redação que falou sobre as vantagens da imprensa regional, assumindo que a proximidade é uma delas. Isabel Miliciano deixa um conselho aos jovens que querem ser jornalistas: “Humildade, trabalho e originalidade”. Assume que o jornalismo é uma profissão cujo produto nunca está acabado. D
SÉRGIO ALELUIA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
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FOTOGRAFIA DR
Perfil
L Isabel Miliciano recebe diploma de mérito atribuído ao jornal ‘O Templário’ ção era mais escassa. Hoje há uma massificação que é assustadora. A velocidade das ‘autoestradas da informação’ torna as coisas mais rápidas (risos). Por isso é normal que os jornais tenham tido menos procura. No entanto, continuam a ter o seu lugar, a sua procura e a sua força. Há estudos que comprovam que as publicações nacionais perderam alguns leitores e as únicas publicações que iriam crescer, a nível nacional, seriam os regionais. Nos jornais nacionais, as notícias dizem pouco aos seus leitores, mas se houver algo que indique que a Câmara Municipal vai aumentar o preço da água, ou que vai apoiar
uma empresa, ou que vai pavimentar uma estrada, nesse caso as pessoas interessam-se. As pessoas querem saber o que se passa à sua volta, num raio geográfico mais pequeno. O que faz sobreviver o jornalismo regional são as notícias de proximidade. O jornalismo regional tem esta grande vantagem e é procurado por isso. Outra vantagem é que as pessoas sabem quem é que escreve a notícia. As pessoas saem à rua e conhecem o indivíduo que a escreveu. Há uma grande proximidade entre a população e o jornalista. Os jovens que pretendem entrar no mundo do jornalismo enfrentam
Isabel Miliciano tem 51 anos e é colaboradora do jornal “O Templário” desde 2002 até ao presente, sendo que em 2013 assumiu o lugar de direção. Foi correspondente do Diário de Notícias e passou também pelas redações d’O Ribatejo’ e do jornal “Cidade de Tomar”. À sua carreira jornalística soma-se também a passagem por uma rádio local. Foi vereadora da Câmara Municipal de Tomar durante dois anos e meio, mas rapidamente voltou a exercer a sua paixão, o jornalismo. muitos e variados obstáculos. No seu ponto de vista, qual é a chave para um jovem ser bem sucedido hoje em dia? Quer em jornalismo, quer em qualquer profissão, há algo que as pessoas têm de se mentalizar: trabalho, trabalho, trabalho! Podemos ter algumas limitações, podemos ter alguma dificuldade, mas há três coisas que se tem que ter na vida: humildade, trabalho e originalidade. Humildade no sentido em que quando não se sabe, pergunta-se e pede-se opinião, procuram-se pontos de vista diferentes. Trabalho porque estou convencida que apesar de existir uma massifi-
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“Eu aprendi que o jornalismo é contar histórias”
“Há uma grande proximidade entre a população e o jornalista”
“Isto é quase como um vício. Mete-se no corpo e depois apaixonamo-nos”
cação dos cursos de comunicação social, alguém que quer ser jornalista deve ter vocação. Para além disso, deve ter espírito de sacrifício e capacidade de trabalho. Originalidade no sentido em que os jornalistas hoje devem tentar ser originais nas histórias. Eu aprendi que o jornalismo é contar histórias. Histórias da vida, histórias reais! Aqui está a grande dificuldade: ser-se original, fazer diferente. Eu acredito muito que os projetos futuros vão passar pela originalidade! Numa frase, o que é para si o jornalismo? É uma profissão cujo produto nunca está acabado! J
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06 Nuno Dias, treinador de futsal do Sporting
“O futsal atingiu um patamar que é claramente a grande modalidade de pavilhão” FOTOGRAFIA ANDRÉ FERNANDES
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L “Estar num clube grande como o Sporting obriga-nos a trabalhar sempre na máxima força e com a máxima perfeição”
MARIANA COSTA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
“A minha relação com a equipa técnica é muito boa, trabalhamos todos como um só.” Esta é a filosofia que Nuno Dias, treinador de futsal do Sporting, preza para o caminho do sucesso individual e coletivo. Foi a partir da experiência no Instituto D. João V que ingressou numa carreira profissional no estrangeiro, na equipa CSKA de Moscovo. Sobre o sucesso da sua equipa, abre o jogo: “Temos um grupo que, para mim, são os mais importantes, que são os jogadores de qualidade e que trabalham nos limites para que as coisas resultem. Por mais que a equipa técnica e o departamento sejam organizados, se quem executa não tiver qualidade, não conseguimos resultados nenhuns.” Antes de vir para o Sporting foi adjunto de Paulo Tavares, no CSKA de Moscovo. Como descreve essa experiência? Eu fui adjunto, mas quando o Paulo me convidou para ir com ele, não era numa tarefa de adjunto, mas como alguém que fazia parte de uma equipa técnica e a dividir
tarefas. Era um trabalho dividido em que tudo estava bem definido. Nunca me vi, nem nunca me revi, como um adjunto, vi-me parte integrante de uma equipa técnica. Ao nível da experiência, foi uma experiência excelente, um país diferente a todos os níveis: cultural, desportivo. Foi uma experiência muito interessante e enriquecedora, principalmente ao nível desportivo porque participámos numa das ligas mais competitivas do mundo, em que todos os jogos são imprevisíveis. Tudo tinha de ser preparado ao ínfimo pormenor, para que as coisas resultassem. Em termos financeiros, obviamente foi um passo importante porque será muito difícil, em qualquer outro tipo de liga, auferir valores ao nível do que a liga russa aufere. Conheci uma nova cultura, um país diferente, com um povo diferente e uma língua muito difícil de aprender. Recordo com agrado as coisas positivas que aprendi. Considera que a sua experiência no estrangeiro foi importante para ser contratado pelo Sporting? Sinceramente não sei, eu sei que a minha passagem foi importan-
te, no sentido de ter sido a minha primeira experiência profissional. Sei que o meu nome já tinha sido indicado para o Sporting em anos anteriores. Mas não me passava pela cabeça, naquela altura, deixar o ensino e deixar o Instituto D. João V também para abraçar um projeto profissional. Quando entrei no Sporting soube que o meu nome surgiu, várias vezes, nas listas como possível contratação para o Sporting. Nunca foi para a frente porque estava ligado ao ensino e pensaram que eu não iria abdicar dessa condição. Perceberam que isso (a contratação) era uma possibilidade porque tinha abraçado um projeto profissional no estrangeiro. Acho que foi por isso que abriu uma porta e vim para o Sporting. Sentiu que a contratação para treinador do Sporting de futsal foi um desafio para a sua carreira? Foi, porque os objetivos passaram a ser diferentes daqueles a que eu estava habituado. Mas, independentemente do objetivo ser diferente, acho que todos os clubes por onde passei e todas as tarefas por que desempenhei, sempre tive objetivos ambiciosos, tanto
no Instituto como nas equipas de formação, como o Coimbrão. Nós temos sempre que ambicionar atingir algo e temos que trabalhar sempre nesse sentido. No Instituto, os objetivos não poderiam ser os mesmos que no Sporting. Aqui lutamos para ganhar todos os jogos, todos os troféus e ser campeões nacionais. No Instituto passava por numa fase inicial, atingir play-offs, depois atingir as meias-finais. Os objetivos diferentes. Estar num clube grande como o Sporting, com um historial de conquistas, obriga-nos a trabalhar sempre na máxima força e com a máxima perfeição para atingir esses mesmos patamares. Quais são as vantagens e dificuldades de treinar a equipa do Sporting? Eu acho que, ao mesmo tempo que é vantagem, é dificuldade, o facto de se estar num clube onde não se pode errar e em que a vitória tem que fazer parte integrante daquilo que é o nosso sentimento. Semana após semana, exige-se o máximo, sempre em todos os jogos e em todas as competições. Se, por um lado, isso pode ser uma desvantagem porque nos acresce a pressão, por outro lado
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considero isso como positivo porque a pressão de ganhar é uma pressão boa. Quando estamos num clube com todas as condições, habituado a ganhar, em que os jogadores são totalmente profissionais, o nosso grau de exigência pode ser outro, sabemos que temos os melhores. Considera que o futsal é uma modalidade que necessita mais de divulgação e apoio? O futsal atingiu um patamar que é claramente a grande modalidade de pavilhão. Não acredito que haja uma modalidade com tanta visibilidade, nem que envolva tantos praticantes, portanto, acho que os Média têm tido um papel fundamental, principalmente a televisão. O futsal é a única modalidade que tem um jogo transmitido em canal aberto todos os fins de semana. É importante frisar que a aposta que é feita numa modalidade, que provavelmente é aquela que é mais mediática e que chama mais pessoas, não só para verem na televisão mas também para ir aos pavilhões. Se esta parceria com os Média terminar, neste caso com a RTP, obviamente que o futsal tem a perder. Se os meios de comunicação continuarem a divulgar da forma como divulgam, eu acho que o futsal vai continuar a ser o expoente máximo das modalidades ao nível de pavilhão. A equipa que dirige é considerada uma das melhores equipas de futsal da Europa. Qual é o segredo do sucesso? Não há segredos, há um trabalho sério e um conjunto de situações que se uniram, todas elas resultam juntas, desde o staff ao departamento bem organizado e em que tudo é muito bem coordenado. As tarefas são bem definidas, cada um sabe exatamente qual é o seu papel dentro do departamento, temos uma equipa técnica, liderada por mim, onde toda a gente tem um papel fundamental. Temos um grupo que, para mim, são os mais importantes, que são os jogadores de qualidade e que trabalham nos limites para que as coisas resultem. Por mais que a equipa técnica e o departamento sejam organizados, se quem executa não tiver qualidade, não conseguimos resultados nenhuns. Por isso, é um grupo de coisas que, todas reunidas, todas juntas, resultaram muito bem. Para haver uma boa relação entre o treinador e os jogadores tem de haver comunicação. Como descreve a relação com os seus jogadores e a equipa técnica? Uma relação normal e positiva. Acho que temos um grupo inteligente e bem formado que nos ajuda também nesse tipo de relacionamento. Sabem exatamente quando é que estão a falar com o Nuno Dias e quando é que estão a falar com o treinador. O facto de eles serem inteligentes e entenderem essa diferença permite-nos também a nós, enquanto equipa técnica, gerir bem os relacionamentos. Quanto à forma de comunicar, acho que resulta bem. Obviamente que, como em todos os lados, poderá sempre haver um jogador menos satisfeito, porque joga menos tempo. A minha relação com a equipa técnica é muito boa, trabalhamos todos como um só. Cada um sabe exatamente qual é o seu papel e dentro desse seu papel acho que tenta fazer ao máximo que as coisas resultem e que funcionem.J
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Aluna de Vídeo e Cinema Documental vence prémio PrimeiroOlhar
Da ESTA, com amor GUALTER SANTOS ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
é físico nem cronológico.” O Lisbon & Estoril Film Festival foi o primeiro passo no mundo das premiações do cinema. A menção honrosa deixou Sara ainda mais orgulhosa no seu trabalho: “Senti
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A história de amor entre João e Laura inspirou Sara Santos a fazer SABA. A estudante de Vídeo e Cinema Documental da ESTA apresentou o seu filme o ano passado no Lisbon & Estoril Film Festival, onde conseguiu uma menção honrosa. O prémio deu-lhe ainda mais vontade de partilhar o seu filme. Sara acabou por levá-lo também ao Encontro de Cinema de Viana, onde conseguiu o prémio PrimeiroOlhar. “Sempre me fascinaram as fotos, cartas e filmes de família mesmo quando são de outras pessoas. Acho que já nasci nostálgica, não há cura para isto!” - revela Sara explicando a origem do seu filme. “Quando conheci a história do Sr. João e da sua querida esposa Laura fiquei muito sensibilizada, especialmente pela forma tão bela e dignificadora como ele a descreveu”. SABA relata a história de um amor impossível entre um homem e a sua esposa, que sofre de Alzheimer. A história é contada através de imagens de arquivo, uma casa em ruínas, cartas e relatos. A memória é a principal ferramenta do trabalho de Sara, é através
dela que conta as suas histórias e as consegue tornar tão marcantes. “Penso que a própria Memória funciona como um filme que se vai montando, desmontando e remontando num espaço que nem
captar a atenção do júri e vencer o primeiro lugar. “Ganhar o prémio Primeirolhar com este filme, que me diz tanto e onde dei tudo de mim, só me deu ainda mais força para querer continuar com novos projetos e mostrar cada vez mais e melhor aquilo que quero passar aos outros”. O orgulho estendeu-se até à instituição que acolheu e formou Sara durante a sua licenciatura em Vídeo e Cinema Documental. Sofia Mota, diretora da instituição, demonstra o orgulho que sente no prémio atribuído a Sara. “É uma situação que nos orgulha a todos, quer a mim, quer ao curso de VCD da ESTA, quer ao Instituto Politécnico de Tomar.” Este orgulho fez com que a escola fosse a principal difusora da notícia. “Recebemos a notícia num domingo, fizemos questão de contactar a Sara para ela nos dar todos os dados que fossem possíveis para fazermos a maior divulgação possível do feito que ela conseguiu brilhantemente realizar. Estamos muito orgulhosos pelo seu feito”, conta Sofia Mota. Depois deste prémio Sara continuará a apostar na área do cinema. “Neste momento estou a desenvolver um projeto para um novo filme. Irá também abordar a complexidade da Memória na construção da identidade e do próprio cinema, mas com uma ambiência diferente de SABA.” O cinema de Sara Santos irá continuar, e a ESTA também, orgulhosa a ver os seus alunos colher os louros do seu sucesso.J
uma imensa satisfação por ver o meu trabalho reconhecido e admirado, especialmente por duas grandes senhoras do panorama artístico e cultural do nosso país: Graça Castanheira e Dulce Maria Cardoso.” Com uma menção honrosa no currículo Sara continuou a insistir no seu trabalho, e, a convite da ESTA, decidiu também concorrer ao Encontro de Cinema de Viana. Dos 19 filmes de diferentes países presentes a concurso para o prémio PrimeiroOlhar, SABA conseguiu FOTOGRAFIA DR
L SABA, um filme de Sara Santos, relata a história de um amor impossível entre um homem e a sua esposa
Encontro de Comunicação da ESTA: desde os painéis de áreas temáticas até ao concerto solidário, passando por um workshop
“Não havendo dinheiro, não há jornalismo” com JOANA MADEIRA, MÁRCIA GOMES, SARA COSTA E SÉRGIO ALELUIA
Nos passados dias 20, 21 e 22, realizou-se na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), o Encontro De Comunicação 2015. Contou com diferentes temáticas, como painéis de jornalismo e de comunicação empresarial, workshops, prova de vinhos e degustação de produtos regionais e, para terminar um concerto solidário. O painel de “Jornalismo Desportivo” contou com a presença da jornalista Andreia Sofia Matos da TVI, Paulo Cintrão da TSF e Valter Marques do jornal Record. Andreia sofia Matos defende que, “quando o jornalista desportivo está bem preparado, é capaz de fazer todo o tipo de jornalismo, ao contrário poderá não ser possível.” Duas ideias que sobressaíram neste painel foram o facto de o jornalista desportivo ser um jornalista igualmente preparado para tratar de outros assuntos e a certeza de que os jornalistas desportivos estão sujeitos a maior crítica. No painel sobre jornalismo de investigação, Miguel Carvalho, da revista Visão, frisou que as redações estão
“reduzidas ao osso”, acrescentando que o jornalismo de investigação tem custos que hoje em dia os órgãos de comunicação social não conseguem suportar como antigamente. Conceição Queiroz, da TVI, lembrou que existem várias condicionantes no jornalismo de investigação, como as audiências. Dando o exemplo das grandes reportagens na TVI, a jornalista contou que numa reportagem de 40 minutos o tema tem de ser obrigatoriamente interessante e, mesmo assim, é considerado um risco. No painel “Realidade do jornalismo- dificuldades de ser jornalista em tempos de crise”, Rita Marrafa de Carvalho, da RTP, defendeu que “não havendo dinheiro, não há jornalismo”. E Bárbara Wong, do Público, aconselhou os estudantes: “Não podem ter medo de perguntar. Não podemos ter medo de sermos chatos!” No painel “Marketing de Guerrilha” Bruno Nunes, da Orange PopCorn, e Sérgio Camilo Conceição abordaram o tema sob perspectivas divergentes. Em causa esteve a discussão sobre a base deste tipo de Marketing, se deve ou não ser associada a campanhas criativas com baixos orçamentos. Abordando o tema “Empreendedorismo e Comunicação”, José Diogo, da VF Comunicação, afirmou que “para quem não sabe onde quer
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MARIANA COSTA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL
L Prova de produtos regionais na Sala dos Azulejos da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes
chegar todos os caminhos são errados”. Andreia Almeida, da Dial Reset, acrescentou que trabalhar na área da Comunicação, no interior do país é possível, num ritmo especial: “Não é para se fazer, é para se ir fazendo, mas com calma.” Joana Borda d’Água explicou o conceito da Mercearia Nova, uma empresa familiar que recuperou. A ESTA recebeu também ex-alunos dos anos 2001/2006 no painel “Percursos de Sucesso de licenciados em Comunicação Social pela ESTA”. Os convidados foram Fátima Camilo, Sofia Ascenso, Gabriel Soeiro Men-
des e Daniela Areia, via Skype. Todos reconheceram as mais-valias de terem frequentado o ensino superior em Abrantes. No âmbito do Encontro de Comunicação 2015 houve ainda espaço e tempo para outras iniciativas, como o workshop intitulado “Comunicação de Risco: Crise e emergência”, com a participação de três membros dos Bombeiros Voluntários de Abrantes e de Gisela Oliveira, responsável pelo respectivo Gabinete de Comunicação. Foram vários os casos práticos demonstrados em conjunto com simulações de situações do quotidiano. Gisela Oliveira lembrou que “é extremamente importante trabalharmos e darmos uma informação cada vez mais cuidada”. Relativamente aos episódios de agressividade que se vi-
FOTOGRAFIA HÁLIA COSTA SANTOS
ram entre adeptos do Benfica e polícias, frisa que é importante “que nós pensemos que comunicação é esta, que estamos a fazer”. Assim como “que situações de emergência são estas que nos levam a captar imagens muitas vezes não editadas e a interferir em áreas privadas das pessoas”. Na Sala dos Azulejos da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes decorreu uma prova de vinhos e degustação de produtos regionais, que contou com a presença de cerca de 50 pessoas. “Eu já fui a algumas provas de vinhos e achei que esta, embora mais pequena, foi das melhores tendo em conta o meio em que estamos inseridos”, confidenciou Miguel Canaverde, um dos participantes. O resultado das receitas obtidas com as entradas deste fim da tarde bem regado resultou numa ajuda à Santa Casa da Misericórdia de Abrantes. Humberto Felício apresentou o seu novo projeto a solo “FEL”. Mas este não foi o único momento musical da programação do Encontro. Também a Orquestra de Guitarras da Escola Dr. Manuel Fernandes marcou presença. E, para fechar, a organização do evento, assumida pelos alunos do 2ºano de Comunicação Social, entregou o valor das entradas do Concerto Solidário ao Centro de Recuperação e Integração de Abrantes e aos Bombeiros Humanitários de Abrantes. Os anfitriões foram Nelson Bonito, DJ Carlos Catarino e os Kwantta que colaboraram com este evento solidário.J
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Última
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Testemunhos de alunos de Comunicação Social
Da ESTA para a SIC, um salto radical mas muito saboroso JOÃO SANTOS Há quem diga que na vida há saltos difíceis ou até mesmo impossíveis de alcançar!? Eu prefiro dizer que na vida tudo é difícil e impossível, mas só se nós fizermos por isso. Entrei na ESTA com a vontade de sair o mais depressa possível, pois, para mim, o trampolim que eu tanto precisava para dar o tão desejado salto não se encontrava nesta instituição. Engano meu! O trampolim estava ali para mim e todos os dias foi dando o ar da sua graça. Conhecimento adquiro e muita vontade de começar. Está na hora de dar o salto! Chamada feita, preparar, iniciar, saltar e por fim aterrar…agora era só viver o sonho. O sonho de estagiar durante meio ano, naquela a que muitos consideram como a maior e melhor redação de uma estação televisiva portuguesa. A redação da SIC. Entre equipa de agenda, equipa do Primeiro Jornal e Madrugadas, os seis meses passaram a voar. Voaram tão rápido como a tempo de preparação para o salto. Tenho que admitir que o medo de falhar era mais que muito. Mas uma coisa é certa: mais do que mostrar conhecimento estava ali para aprender e podem ter a certeza que foi isso que fiz.
Foram muitas as notícias agendadas (um mês e duas semanas na Agenda) duas semanas de madrugadas, e dedicação a 100% ao Primeiro Jornal da SIC. Saídas em reportagem foram mais que muitas. Não há nada tão bom como sair em reportagem, chegar à redação, escrever a minha própria peça, montá-la e, na hora certa, ir para o ar. Mais que um estagiário senti-me um jornalista como qualquer um que faz parte da SIC. Foram seis meses de aprendizagem, de muito trabalho, admito que cheguei ao final cansado, muito cansado, mas foram seis meses saborosíssimos.
“Interesse em aprender, humildade para admitir que não sabemos tudo” MARISA GOUVEIA Fim da licenciatura. O momento em que conceitos como emprego e mercado de trabalho se tornam vocabulário de utilização diária, quando, até então, frequências e exames eram o extremo das preocupações. Uma mudança radical que pode ser amenizada através de uma primeira experiência no mercado de trabalho através de um estágio curricular, onde o rigor exigido é inferior aos restantes trabalhadores, mas a dedicação e a responsabilidade aplicadas devem ser inversamente proporcional. A minha primeira experiência profissional adveio da licenciatura em Comunicação Social da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. Independentemente da preparação consistente que é proporcionada ao longo da licenciatura, o medo de não corresponder às expetativas e o medo de falhar são constantes. A minha experiência no estágio, em assessoria de imprensa, teve a dificuldade acrescida de ser na área da saúde. Um mundo sério e obscuro onde a comunicação se resume a doenças e possíveis tratamentos. Exigente e difícil, mas um setor cativante que me concedeu uma
ESTA JORNAL
“Coloquei à prova todas as minhas capacidades” TERESA FRANCO Amo o meu país, a minha bandeira, a terra que o destino escolheu para mim e, apesar das dificuldades dos tempos que correm, acredito que ainda existem vagas de sucesso para quem dá o melhor de si no mundo profissional. Apesar de parecer cada vez mais estreito, ainda continua a ter espaço para grandes jovens licenciados em todas as áreas. Nas barreiras que aumentam de altura dia após dia, tento sempre procurar motivação, aprender mais para superar desafios e ter alguma dose de calculismo para conseguir alcançar pequenas metas que fazem grande diferença. Escolher um canal regional e de proximidade (Porto Canal) para fazer o meu estágio foi algo pensado ao mais pequeno pormenor. Claro que a minha ambição profissional vai bem mais longe, mas optei por um canal onde a oportunidade de colocar em prática tudo o que aprendi e estudei fosse maior, com mais visibilidade e onde o contacto com o
meio do local do estágio fosse mais próximo. Sentia-me preparada, tinha as bases, a teoria e a prática. Precisava apenas de começar para ter a certeza que era capaz de alcançar o nível de capacidade e empenho ao qual me auto propus no início do desafio. Chegada a altura de colocar em prática tudo o que aprendi ao longo da licenciatura, comprovei que cada cadeira do curso está rigorosamente programada para nos dar bagagem enquanto profissionais no terreno. A teoria e a prática completam-se sem deixar qualquer folga ou espaço vazio. Sem estes dois fatores nenhuma vocação por si só é suficiente. Cabe a cada um tirar frutos da aprendizagem e, mais importante ainda, é ter sede de querer saber cada vez mais. Os três meses de experiência real colocaram à prova todas as minhas capacidades enquanto aluna, enquanto profissional e, principalmente, enquanto pessoa. À parte isso, basta apenas esforço, dedicação e paixão pelo jornalismo. As oportunidades surgem, os contactos multiplicam-se, a força de vontade ultrapassa barreiras e o ‘bichinho’ de querer ser uma grande jornalista cresce sem limites tornando-se viciante. Decidi começar a minha travessia profissional pelo rio com a esperança e convicção de que essas são águas que um dia me levarão a alto mar.
“Fui desafiado a ingressar na empresa que me acolheu no estágio curricular” JOSÉ BRÍZIDA
visão única sobre a vasta área da comunicação. O estágio curricular é uma extensão com um valor incalculável para a licenciatura e que, no meu caso, foi também a alavanca para o início de uma carreira. Os seis meses de aprendizagem enquanto estagiária culminaram com a proposta para uma estadia mais prolongada e, aí sim, como verdadeira integrante do mercado de trabalho. Interesse em aprender mais, humildade para admitir que não sabemos tudo e a mesma dedicação em todas as tarefas executadas permitem uma maior evolução durante o tempo de estágio. E estas são características que mantenho nesta carreira que ainda agora começou.
Tudo começou em 2011, a nova etapa de estudar no ensino superior, experiência que iria mudar a minha vida. Para tal escolhi ingressar num Politécnico, mais concretamente a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, com o intuito de experienciar um ensino com uma forte componente prática, que me permitisse obter as bases necessárias para ingressar no mercado de trabalho, que, cada vez mais, espera dos licenciados uma rápida adaptação. Foi precisamente essa experiência que obtive, numa aprendizagem que, para além de unidades curriculares teóricas, permite a utilização de casos
práticos e concretos. Três anos passaram e, em 2014, chegou a última etapa do curso, o estágio, que permitiu o meu primeiro contacto com o mercado de trabalho. Permitiu sentir-me integrado numa equipa, ser desafiado a fazer mais e melhor e, acima de tudo, colocar em prática todos os conceitos que adquiri nos três anos transatos. O estágio foi, sem dúvida, o culminar de um percurso, mas, acima de tudo, o início de outro: o contacto com o mercado de trabalho permitiu-me abrir horizontes e mostrou-se ser uma experiência enriquecedora em todos os níveis. Foi também ver o trabalho de três anos dar resultados e ser reconhecido. Com o fim do estágio e, por sua vez, da licenciatura, fui desafiado a ingressar a empresa que me acolheu no meu estágio curricular. E agora, passados quatro anos, faço uma retrospetiva e sinto que a ESTA me proporcionou um ensino de excelência.
FICHA TÉCNICA | DIRETORA: Hália Costa Santos DIRETORA ADJUNTA: Raquel Botelho REDATORES: Gualter Santos, Joana Madeira, Márcia Gomes, Mariana Costa, Sara Costa, Sérgio Aleluia REVISÃO: Joana Madeira com Mariana Costa, Sara Costa e Sérgio Aleluia PROJETO GRÁFICO: José Gregório Luís PAGINAÇÃO: João Pereira Tiragem: 15000 exemplares
ESPECIAL ABRANTES 17
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A nova Unidade de Saúde Familiar pode ser uma solução para o problema de acesso a cuidados primários dos abrantinos? Apetece-me dizer que sim, mas,
“Abrantes tem uma presidente que se chama Maria do Céu Albuquerque, que gosta muito de ser presidente da Câmara de Abrantes, que quer e que vai continuar a ser presidente. Claro que o futuro a Deus pertence, mas não está nos meus objetivos deixar a Câmara de Abrantes. Acho que pude deixar claro ao longo de toda esta entrevista o entusiasmo, o gosto e os projetos que temos em carteira. E muitos deles, são o rosto da presidente de Câmara. Lidero uma equipa de gente jovem, muito empenhada, muito trabalhadora e muito capaz. É este trabalho que eu gosto de fazer. Assumi um compromisso a 12 anos com as pessoas, sendo que, de quatro em quatro, vamos renovando. Há dois anos renovei esse compromisso com os nossos cidadãos. E é nesse compromisso em que continuo empenhadís-
Em breve apresentaremos uma intervenção na esplanada 1º •de“Maio”
em bom rigor, o problema da saúde só se resolve com profissionais. Neste momento temos uma médica que já pediu transferência para vir para Abrantes para começar a criar uma USF. Queremos crer que em setembro lhe será dada essa mobilidade e que a primeira USF será criada aqui e Abrantes. Acreditamos que este modelo, em que os profissionais se organizam e que, por objetivos, conseguem fazer diferente para os nossos cidadãos. É com expetativa que aguardamos a conclusão da obra e que a primeira equipa seja concluída e que, com isso, possamos aumentar os cuidados de saúde primários. Que balanço é que faz de dez anos de TagusValley? É um balanço francamente positivo. Muitas foram as empresas que ali foram incubadas e desenvolvidas. Ao longo destes dez anos, foram criadas as condições para a infraestruturação da primeira fase daquele espaço, faltando a instalação da ESTA, para podermos ligar os alunos, os professores e os investigadores à comunidade empresarial. É um projeto que, para nós, é determinante. A par desta fase das infraestruturas, fomos criando condições para o desenvolvimento de ideias inovadoras, de ideias de negócios, de transferência de conhecimento, de tecnologia e de inovação, sempre a o serviço das empresas. E os projetos falam por si. Agora o desafio que temos é dar o salto, para que a TagusValley deixe de ser uma instituição do concelho de Abrantes, para passar a ser
uma instituição regional, que serve os municípios do Médio Tejo, mas que tem uma dimensão nacional. E isso vê-se pelas redes nacionais e internacionais que a TagusValley que já desenvolveu, e que lhe permitiu ser eleita para a presidência da Direção dos Parques Tecnológicas de Portugal. Acredita que o Portugal 20-20 vai ser uma oportunidade para alavancar projetos importantes no concelho? Sinceramente, neste momento acabo por estar desacreditada em relação a isso. Gostava de ter um discurso mais otimista em relação a esta matéria, mas aquilo que vamos conhecendo relativamente ao Portugal 20-20 é que, para o desenvolvimento local e regional, traz muito pouco mesmo. Os recursos foram claramente diminuídos. O Investimento Territorial Integrado (ITI), que acaba por ser a contratualização com os municípios, aquilo que o Médio Tejo perspetiva é que seja metade daquilo que foi contratualizado no ciclo de investimento 2007/2014, ou seja, no Qren. Isto vem diminuir a nossa capacidade de intervenção. E este é um problema. A minha esperança é que ainda haja condições para se alterar as regras do programa quando, daqui a dois anos, se fizer a avaliação intercalar do programa, e se perceber que não estamos a ter execução nem a introduzir dinheiro na economia nacional. Tenho esperança que se perceba que se nada for feito vamos devolver dinheiro a Bruxelas.
sima a trabalhar. Pese embora tenha assumido outras responsabilidades, nomeadamente ao nível do Secretariado Nacional do Partido Socialista, que também muito me agrada. E é com grande sentido de responsabilidade que me sinto em representação da comunidade abrantina e da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo naquele órgão de decisão nacional. Claro que espero que o Dr. António Costa ganhe as eleições. Trabalharei pessoalmente ao seu lado para que isso aconteça. Trabalharei aqui, em Abrantes e no Médio Tejo, para que isso aconteça. E espero que, com essa vitória, consiga capitalizar para Abrantes e para o Médio Tejo, aquilo que são as aspirações dos abrantinos, que é a esses que respondo primeiro, e depois de toda a comunidade do Médio Tejo.” Maria do Céu Albuquerque
CM Abrantes
Dois anos depois, o Mercado Diário valeu a pena? Valeu a pena! É uma intervenção muito arrojada, difícil, numa primeira fase, de perceber pelos cidadãos. É uma intervenção de arquitetura contemporânea. Hoje não se consegue fazer remendos. Ou se rasga com aquilo que é o tradicional ou então fazem-se intervenções que não valorizam em nada os nossos centros históricos. Há um rasgo efetivo, assumidamente. Há uma nova vocação para um edifício muito importante, com a valorização do comércio tradicional, num local de privilégio, numa das ruas mais emblemáticas do ponto de vista comercial, que é a Rua Nossa Sra. da Conceição. Há uma ligação direta a uma bolsa de estacionamento, que é o Largo 1º de Maio, que pode ser feita por dentro ou por fora. E isto é muito importante para a dinâmica do centro histórico. E depois há a ligação à nova Unidade de Saúde Familiar que está a ser construída em frente, aproveitando também uma operação de reabilitação urbana, com a possibilidade de instalar uma Loja do Cidadão por cima e, mais acima ainda, a possibilidade de termos o Núcleo do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, criando uma nova dinâmica no centro histórico. Em breve apresentaremos uma intervenção na esplanada 1º de Maio, qualificando também aquele espaço, dando um ar mais atual, mais utilizável, também para estacionamento.
“É no compromisso com os cidadãos que continuo empenhadíssima”
CM Abrantes
“Uma nova dinâmica no centro histórico”
jornaldeabrantes
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Paulo Passos/CMAbrantes
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Abrantes em festa com arte e cultura ABTemTALENTO Solta o artista que há em ti Uma atividade que tem como propósito encontrar novos talentos e dá-los a conhecer.
MIAA – ANTEVISÃO VII O homem e o território. 7000 Anos de estratégias de ocupação do território de Abrantes Estratégia significa usar os meios à disposição com vista a alcançar certos objetivos de acordo com as necessidades e os acontecimentos do momento. O pensamento estratégico é um fator constante que tem acompanhado o Homem ao longo da sua história: só há diferenças nas suas diversas aplicações ao longo do tempo. Escolhas estratégicas foram feitas no território de Abrantes desde o Neolítico até à Idade Moderna relativamente ao uso do território, à exploração das matérias-primas, às exigências de defesa, aos eixos de comunicação, à produção de bens e ao simbolismo da posse da terra. Esta exposição permite uma viagem à construção da paisagem abrantina seguindo as estratégias dos nossos antepassados, por meio da rica coleção do Museu D. Lopo de Almeida e de novas tecnologias ligadas à fotografia.
A new call for creative camp 2015 Abrantes vai acolher de 5 a 12 de julho mais um campo criativo do Canal180 Para além da presença de cerca de 60 artistas e de workshops dedicados a diferentes áreas criativas, o evento antecipa um programa de 10 concertos de vários estilos musicais em “locais inusitados da cidade”. Colaborações criativas em media arts é o principal tema da edição deste ano do Creative Camp, evento organizado pelo Canal180 e que volta a reunir em Abrantes vídeo, música, fotografia, design, arquitetura e arte urbana. O festival, que vai na sua 5ª edição e decorre pela terceira vez consecutiva em Abrantes, pretende interagir com os comerciantes do centro histórico e ocupar vários espaços da cidade na semana de 5 a 12 de julho, realizando, paralelamente, e pelo segundo ano, dois concursos de ideias para intervenções urbanas na cidade. “Hoje se formos às redes sociais escrevemos Creative Camp
Abrantes 2015, vamos perceber que um pouco por todo o mundo se fala desta iniciativa. Ao fim de duas iniciativas, nós podemos dizer que vale a pena o investimento porque, por um lado estamos a construir uma marca, uma identidade, e estamos a construir com isso um registo nacional diferenciador, destacou Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes. Quando a iniciativa foi me apresentada, há três anos, achei que esta era uma iniciativa que fazia a diferença. Existem muitos festivais, um pouco por todo o país, um festival de rock, outro de música alternativa, e outros, mais comerciais, e na realidade muitas cidades foram criando uma marca, uma identidade à base desse evento. “Nós optámos por apostar em criar algo novo, que criasse identidade, e fosse diferenciador”, vincou. Segundo contou a autarca, aquilo que na altura foi proposto ao Canal 180 “não era para decorrer uma única vez, mas que fosse uma iniciativa que acontecesse em 2013, 2014, 2015, 2016, e que criasse, assim, uma marca identitária, um evento de referência nacional e internacional”, lembrou. “Satisfaz-nos bastante perceber que, quando se lança uma chamada internacional, existem países de todo o mundo a estudar o que é Abrantes e a apresentar propostas de intervenção urbana, de arte efémera, e saber que, com isso, nós estamos a reforçar este projeto”, observou a autarca. Segundo Maria do Céu Albuquerque, o desafio “é que a comunidade abrantina também se aproprie deste projeto, para que possamos cumprir os objetivos a que nos propomos. Também nos satisfaz, particularmente, quando percebemos que esta iniciativa, pela mesma identidade, já está a ser feita noutro países, e que também a União europeia já reconhece este projeto e esta organização”, o Canal 180. “Em matéria de cultura e de arte, estas coisas não nascem do dia para a noite, há uma semente, há que regar essa semente, cuidar para que a flor possa existir, e o fruto nasça a seguir, e é nesse sentido que nós queremos continuar a investir neste projeto cultural diferenciador”, concretizou, a propósito de um evento que dá entrada na cidade após as Festas de Abrantes 2015. Mário Rui Fonseca com Mariana Costa e Sara Costa
Fernando Catroga vai coordenar programa do Centenário de Abrantes O Professor Doutor Fernando Catroga, natural de São Miguel do Rio Torto, aceitou o convite da Câmara de Abrantes para assumir o cargo de coordenador das comemorações do Centenário da Elevação de Abrantes à condição de cidade,
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efeméride que será celebrada no dia 14 junho de 2016. A notícia foi avançada pela presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, na reunião de executivo, estando o anúncio público agendado para o Dia da Cidade, dia
14 de junho, no decorrer das cerimónias que vão decorrer nos jardins do castelo. Fernando José de Almeida Catroga é licenciado em Filosofia, e Doutor em História Moderna e Contemporânea pela Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). O investigador, nascido em 1945, doutorou-se aos 43 anos na FLUC, onde lecionou até se jubilar, cerimónia que decorreu no pretérito mês de maio.
Fotos: CM Abrantes
ESPECIAL ABRANTES 19
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Desporto nas festas de Abrantes O desporto é rei nas festas de Abrantes 2015. São muitas as atividades que se realizam durante este período e de onde se destacam algumas atividades:
CONCURSO NACIONAL DE SALTOS B DE ABRANTES – HIPISMO O Concurso Hípico de Abrantes regressa ao relvado dos Mourões, em Rossio ao Sul do Tejo, com o patrocínio da Câmara Municipal de Abrantes. O evento tem início dia 12 de junho (sexta-feira) e prolonga-se até dia 14 (domingo), integrando provas para todos os escalões de 90cm a 1,30m, com um prize-money de 12.500 euros. Para domingo está marcado o Grande Prémio Câmara Municipal de Abrantes.
CAMPEONATO NACIONAL DE CARRINHOS DE ROLAMENTOS A tradicional prova de carrinhos de rolamentos nas festas de Abrantes é organizada pelo Núcleo Sportinguista de Alferrarede e Trilhos do Zêzere e tem a designação de CNCR - Campeonato Nacional de Carrinhos de Rolamentos, uma marca nacional da entidade também organizadora Trilhos do Zêzere. Esta prova de corridas de carrinhos de rolamentos é considerada para a organização uma potencialidade para a promoção turística do nosso país. Ainda no âmbito da génese das festas de Abrantes, este ano de 2015 vai continuar a contar com a realização de torneios em diversas modalidades, organizados por associações e clubes, designadamente:
TORNEIO DE XADREZ Org: Sporting Clube de Abrantes
TORNEIO DE SUECA Org: Casa do Benfica de Abrantes
TORNEIO DE MATRAQUILHOS DOWNHILL URBANO Os concorrentes vão percorrer 1Km pedalando desde o Castelo de Abrantes, descendo a toda a velocidade, até ao Largo do chafariz, cruzando escadas, ruas com declives acentuados e becos estreitos do Centro Histórico. Durante o percurso estarão preparados alguns obstáculos dando ainda mais espetacularidade às manobras com bicicletas todo o terreno, estando a prova aberta à participação de todos.
Org: Associação de Matraquilhos de Santarém Fotos: CM Abrantes
1º UPHILL CIDADE DE ABRANTES A primeira prova de Uphill cidade de Abrantes realiza-se este ano integrado nas festas de 2015 e consta da escalada em bicicleta, com início na Calçada de São José e términus naquele mesmo lugar, numa distância de 500m e uma inclinação média de 16% e um Prize Money de 1000€, com troféus para os três primeiros classificados por escalão. Para a prova está confirmada a presença do ciclista Ricardo Marinheiro, uma aquisição do Projeto Olímpico do Benfica, que tem como objetivo “ajudar Portugal a conseguir a qualificação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016”.
CAMINHO (S) DO TEJO Atividades de canoagem e BTT com percursos que vão desde Alvega à margem sul do Aquapolis: CANOAGEM - Percurso 1: Estação de Canoagem de Alvega // Aquapolis Margem sul CANOAGEM - Percurso 2: Tomada de água – Central Termoelétrica do Pego // Aquapolis Margem sul BTT – Percurso - Estação de Canoagem de Alvega // Aquapolis Margem sul
DEMONSTRAÇÃO DE STUNT – TÓ MENDES Para o abrantino Tó Mendes, o “stunt consiste em técnicas de equilíbrio em cima de uma mota com diferentes graus de dificuldade em cada manobra que é executada, num estilo livre que permite inovar, arriscar e proporcionar um diferente nível de adrenalina quer ao piloto quer aos espetadores, tentando nunca por em causa a integridade física nem do piloto nem do publico”.
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ESPECIAL ABRANTES
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ESPECIAL
Vila Nova da Barquinha
Pérsio Basso
em festa de 9 a 14 de junho
Entre 10 e 14 de Junho, o espaço do Parque de Escultura Contemporânea Almourol acolhe milhares de visitantes para mais uma edição da Feira do Tejo, com dezenas de expositores de artesanato e as tradicionais tasquinhas. Vila Nova da Barquinha promove o seu maior evento anual, onde para além dos tradicionais festejos religiosos a Santo António, o santo
padroeiro de Vila Nova da Barquinha, não faltará a animação de rua, teatro, dança, música, folclore, marchas populares, pirotecnia, hipismo, natação, futebol, exposições, sem esquecer as atividades para os mais novos - insufláveis, pinturas, cinema, jogos e balão de ar quente. Para além da animação os visitantes poderão apreciar um es-
paço com o melhor da escultura contemporânea portuguesa, o Parque de Escultura Contemporânea Almourol ao ar livre, descansar nos 7 hectares do Parque e apreciar a beleza incomensurável do Tejo que aqui vive desde tempos imemoriais. Organizadas e dinamizadas por órgãos diferentes, as festas são feitas a pensar nas associações e para
as coletividades. Este ano criámos um programa de animação variado proporcionando aos visitantes, miúdos e graúdos, momentos de convívio, partilha e alegria únicos, numa oferta diversificada de modo a abranger todas as faixas etárias. Certo é que dos tempos remotos aos mais recentes, a tradição reinventa-se, ganha novas facetas e ob-
jetivos. Mas a alegria das pessoas, o convívio, a troca de saberes são sempre o fundamental da Feira. Perdem-se uns costumes mas ganham-se outros. Da mudança se faz a vida. A Feira irá ser um sucesso nesta terra tão bela onde o Tejo demora e enamora o Parque Ribeirinho e as suas gentes. Fernando Freire
presidente da CM de VN Barquinha
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22 VILA NOVA DA BARQUINHA ESPECIAL
JUNHO 2015
FERNANDO FREIRE, PRESIDENTE DA CM DE VN BARQUINHA
“Com uma Regeneração Urbana concluída, temos aqui uma vila cinco estrelas” JOANA MARGARIDA CARVALHO
Qual é o objetivo da Feira do Tejo 2015 - festas do concelho de Vila Nova da Barquinha? O objetivo destes festejos passa sempre pela promoção dos produtos endógenos do concelho e da região. Em torno do rio Tejo, este é um momento que envolve sempre as coletividades, as instituições do concelho como sejam as IPSS, os Bombeiros, as Escolas, as associações, etc. Ou seja, temos a preocupação em dar a conhecer o que é nosso e o que é a nossa atividade anual. Durante os próximos dias, há toda uma panóplia de atividades que vão ser promovidas e dinamizadas pelas coletividades, desde provas desportivas, momentos culturais, as próprias tasquinhas com a gastronomia mais típica, workshops, etc. Há, assim, uma simbiose entre a festa em si e o convívio que se gere em torno das pessoas de cá e os visitantes. O que destaca da programação desta Feira do Tejo 2015 a decorrer de 9 a 14 de junho? Vamos ter muita música com Miguel Araújo, Ricardo Costa, Companhia Algazarra, várias tunas, Classics Band, Arregaita, Orquestra Ligeira do Exercito, Virgem Suta num concerto sincronizado com pirotecnia, entre outros. Vamos ter muito desporto com as provas ibéricas de hipismo, a pesca desportiva, o campeonato de natação e de canoagem. No âmbito cultural, vai decorrer a inauguração da Galeria de Santo António, junta à Igreja Matriz, com duas salas de exposição. É um equipamento totalmente recuperado que vai abrir com a exposição evocativa dos 90 anos dos Bombeiros Voluntários de VN Barquinha. Vamos ter ainda corrida de touros, teatro de marionetas, marchas po-
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Pérsio Basso
A meio de um mandato, Fernando Freire, presidente da autarquia barquinhense, admite ao JA que o seu concelho está atrativo ao turismo e a novos investimentos. Prova disso, foram as várias unidades hoteleiras inauguradas recentemente. Para estas festas, considera que o envolvimento das instituições e das coletividades do concelho é determinante, numa promoção dos produtos endógenos.
• Fernando Freire salienta a “simbiose entre a festa em si e o convívio que se gere em torno das pessoas” pulares e, graças à colaboração do exército português, um balão de ar quente destinado às crianças e aos adultos que o ano passado teve uma grande adesão. Em seis dias de festa, temos um orçamento previsto de 80 mil euros. Como está o seu concelho? Temos a noção que a Barquinha está bastante atrativa para o turismo e para o setor empresarial, a par da qualidade de vida que se garante por cá. As próprias coletividades têm potenciado várias atividades culturais, durante todo o ano, e isso tem criado uma grande dinâmica no concelho. Como se encontra o Parque de Negócios do concelho? Há novos interessados? Há cerca de cinco interessados a sediarem-se no nosso Parque de Negócios. Dos nove que estão instalados alguns estão-se a expandir, estão a adquirir novos lotes, o que é muito bom. Quais são os principais projetos do município? São vários. No âmbito turístico, o nosso número de camas triplicou. Inaugurámos cinco novas unidades hoteleiras, o que traduz mais de 100 camas disponíveis. Estamos a falar de alguns projetos privados, o que quer dizer que os privados acredi-
tam na Barquinha. Inaugurámos uma nova Loja Social na Praia do Ribatejo. Ficámos agora com dois equipamentos deste género no concelho, uma vez que já tínhamos uma loja na vila desde 2013. A Loja Social da Praia do Ribatejo tem uma cozinha, uma valência diferenciadora que possibilita aos técnicos confecionarem alguns produtos alimentares para os mais carenciados. Esta nova estrutura tem ainda uma lavandaria, balneares, banco de livros e a habitual distribuição de roupas e alimentos. Neste ponto, gostaria de dar destaque ao trabalho voluntariado, que possibilita a existência destas casas, num puro serviço à comunidade. Vamos continuar com as intervenções no Castelo de Almourol, com a sua musealização, que está em concurso público, até ao dia 30 de junho. Neste momento, estamos a concluir uma das promessas eleitorais que tínhamos, ficando a faltar o arranjo paisagístico da ilha. Toda a intervenção na ilha implica que sejam utilizadas técnicas ambientais. O objetivo é que se crie uma estrutura que não permita uma derrocada ou a própria erosão devido ao rio. Neste momento, o Castelo de Almourol está aberto todos os dias devido à sua excelente procura. Vamos inaugurar o Centro Comunitário de Atalaia para o próximo mês de julho, um equipamento que
resultou numa recuperação de uma escola básica, onde vão ser criados alguns serviços e espaços para as colectividades, bem como para outro tipo de ações. Qual é a principal carência de Vila Nova da Barquinha? A Regeneração Urbana da vila é sem dúvida determinante. Faz todo o sentido criar alguns incentivos às empresas, no âmbito fiscal, na isenção de taxas e no apoio às candidaturas, para que possam contribuir na requalificação da zona baixa, colaborando numa maior dinâmica comercial e habitacional. Posto isto, e fazendo a ligação entre o Parque Ribeirinho e uma Regeneração Urbana concluída, temos aqui uma vila cinco estrelas. Recentemente, qual tem sido o trabalho realizado nas freguesias? Na Praia do Ribatejo tem sido uma preocupação garantir maior proximidade da população aos serviços básicos. Nesta freguesia, estamos a construir a nova ETAR e, por isso, faz todo o sentido concluir o saneamento básico nas Limeiras e nas Madeiras. É uma das prioridades. Vamos ver até que ponto há fundos comunitários para finalizar esta questão. Gostaríamos de apoiar na ampliação do lar e centro de dia da Fundação Dr. Francisco Cruz e me-
lhorar o centro de dia das Madeiras, entre outras intervenções. Qual é o ponto de situação do Turismo Militar? Neste âmbito, já foi criado o Instituto de Turismo Militar, uma associação nacional que ficará sediada na Barquinha. Nesta entidade estão presentes o município barquinhense, o Exército Português e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT). O objetivo é sempre a promoção do património militar, como também finalizar o processo que irá possibilitar a visitação de algumas unidades militares. Quanto à base área número 3, sediada na Praia do Ribatejo, é nossa intenção criar ali uma nova dinâmica. Pretendemos abertura do aeroporto militar de Tancos para um serviço lowcost. Um serviço que contribua no desenvolvimento turístico de Fátima e da região. Como analisa este Quadro Comunitário de Apoio 2014/2020? É um quadro que não está direcionado para cada concelho, está direcionado para a região, para as empresas e para a inovação. Enquanto autarcas, temos de saber trabalhar projetos comuns e já temos alguns previstos, como os percursos ribeirinhos da região, a Médio Tejo online e um trabalho que incide na promoção do património.
ESPECIAL VILA NOVA DA BARQUINHA 23
Fotos: Pérsio Basso
JUNHO 2015
TURISMO
Vila Nova da Barquinha triplica número de camas O concelho de Vila Nova da Barquinha triplicou no mês de maio e neste início de junho a oferta de camas em turismo rural, ocasião em que foram inauguradas três novas unidades hoteleiras na sede do município, uma Quinta e um Albergue da Juventude, na localidade de Tancos.
As primeiras duas unidades, inauguradas no dia 9 de maio, representaram um investimento privado na ordem dos 900 mil euros e contaram com o apoio de fundos comunitários, no âmbito do PRODER
(programa de apoio de desenvolvimento rural). No total, são 27 as novas camas disponíveis na “Barquinha Nature House” e “Art Inn Barquinha”, espaços que apostam num serviço requintado, paredes meias com o Parque de Escultura Contemporânea Almourol, no coração do centro histórico de Vila Nova da Barquinha. No passado dia 23 de maio, foi a vez da “Quinta do Ribeiro Tanquinhos” ser inaugurada. O novo equipamento, sediado na freguesia de Tancos, num local tranquilo e envolto pela natureza num cená-
rio campestre, está a escassos minutos do Castelo de Almourol. A nova uma unidade de alojamento tem quatro quartos e a gerência pretende proporcionar também atividades rurais turísticas e pedagógicas. O investimento de cerca de 150 mil euros foi apoiado pelo Sub Programa 3 da ADIRN – PRODER. Por sua vez, a autarquia apostou na reconversão da antiga escola primária da localidade de Tancos em Albergue de Juventude e Centro de Convívio, uma unidade de alojamento local que foi inaugurada no dia 30 de maio, representando
um investimento de 300 mil euros e que se traduziu na disponibilização de mais 30 camas. A partir do novo edifício é possível desfrutar de uma reconfortante paisagem sobre o rio Tejo, o Castelo de Almourol e as encostas envolventes. Pelas mãos da Sociedade Sonetos do Tejo também abriu portas uma nova unidade turística com sede Vila Nova da Barquinha. A inauguração que decorreu no passado dia 7 junho representou um investimento de cerca de 276 mil euros. O mês de maio e início de junho transformaram-se num marco na
história da oferta turística no concelho de Vila Nova da Barquinha, uma vez que este concelho ribeirinho do Médio Tejo viu as suas camas triplicarem, com a abertura ao público de várias unidades hoteleiras. Fernando Freire, presidente da autarquia, referiu ao JA que “para se dar vida ao território é necessário haver infraestruturas e estas unidades são bons exemplos. O investimento privado é a prova que os privados acreditam em Vila Nova da Barquinha, na nossa aposta na arte, na cultura e na criação de riqueza para a região”. JMC
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24 VILA NOVA DA BARQUINHA ESPECIAL
JUNHO 2015
FESTA DE 9 A 14 DE JUNHO
Pérsio Basso
Feira do Tejo para todos os gostos e idades
No primeiro dia do certame, Miguel Araraújo, um dos grandes nomes da música portuguesa da atualidade, vai abrir os festejos. Para este primeiro dia, está ainda prevista a inauguração da Galeria de St. António e a exposição do Instituto Politécnico de Tomar. No feriado nacional, 10 de junho, a alegria dos Kumpania Algazarra promete animar a noite, depois de espalharem alegria e boa disposição pelo recinto de festa, no período da tarde. Para este dia, esperam-se vários momentos, entre os quais: um teatro intitulado “A Tempestade”, um teatrinho de marionetas para crianças, a atuação da Tuna do Clube União de Recreios, um Sunset no Parque Ribeirinho, etc. Segue-se o dia 11, onde os destaques musicais vão para os Classics Band e os Fun2Rock. Pinturas ao ar livre, Passeio Fotográfico, apresentação de projetos de empreendedorismo pelos alunos do Agrupamento de Escolas são outros momentos que estão previstos. O 12 de junho vai ficar reservado para os Arregaita, uma banda de Vila Nova da Barquinha, que assinala 35 anos de carreira. É esperada a I Edição dos Prémios Almourol, as marchas populares, as curtas-metragens para crianças, a atuação de Pedro Dionísio, entre outros momentos.
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DR
Durante os próximos seis dias, Vila Nova da Barquinha vai vestir-se de festa. O Barquinha Parque recebe a Feira do Tejo 2015, que este ano conta com 70 expositores de artesanato, tasquinhas e muita animamação, complementada com um programa diversificado para todas as idades. Miguel Araújo
O dia 13 inicia-se com vários momentos desportivos. Workshops de canoagem e dança, ateliês, um festival com vários grupos de folclore, a abertura de uma exposição de fotografia no CEAC e um balão de ar quente, que irá fazer as delícias dos mais novos e dos mais graúdos, são as atrações previstas. A magia da Orquestra Ligeira do Exército (OLE) está também agendada para este dia bem como atuação dos Royal Pandemonium. Os Virgem Suta irão encerrar o evento, num concerto sincronizado com pirotecnia no domingo. Para o último dia da festividade, o desporto não vai parar com zumba, BTT, descida de canoas, passeio de charrete, etc. Também, os ateliês, as pinturas, o teatrinho com marionetas para crianças e as tunas regressam neste dia. São ainda esperados outros momentos que serão preenchidos com danças de salão, entregas de diplomas, concentração de vespas e muita animação com os Xaral’s Dixie que vão animar a Feira do Tejo. A completar a festa, não vai faltar a gastronomia típica e os momentos religiosos. Ficam assim lançados os ingredientes necessários para seis dias de animação à beira rio de entrada livre. Joana Margarida Carvalho
REGIÃO 25
JUNHO 2015
Centro Porta Aberta no edifício Milllenium O Centro Porta Aberta, no edifício Millenium, em Abrantes, foi inaugurado pela Associação Juvenil de Vale de Rãs, como reflexo de um trabalho de construção de um bairro que cresce com as medidas de intervenção comunitária e de inclusão social, ideia defendida pela presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, na ocasião. “É para nós muito relevante sentir a comunidade toda envolvida neste projeto. Tratase de um espaço onde todos e todas, independentemente da idade, podem ter o seu papel ativo”, vincou autarca. Em declarações à Antena Livre, Fábio Barrocas, presidente da direção da Associação Juvenil de Vale de Rãs, disse na inauguração do novo espaço que o mesmo reflete uma ação continuada de um projeto que não só se
pretende afirmar, como também promover, valorizar e confirmar, o talento dos jovens da comunidade onde está inserido. “Este é um espaço aberto e gratuito para toda a comunidade do bairro e da cidade. Vai estar disponível com vários equipamentos, tais como: computadores para acesso à internet, jogos de tabuleiro e vídeos jogos, vários livros e jornais por forma a termos um espaço de leitura, etc. Ainda e no âmbito da formação, vamos ter uma professora que vai estar connosco a dar aulas de Português”, explicou. “Este é o projeto da vida da associação. No futuro espero que com ele seja possível garantir oportunidades profissionais para alguns membros da associação que se encontram desempregados”, afirmou o presidente da Asso-
ciação. A inauguração do Centro Porta Aberta que decorreu no passado dia 10 de maio, às 16h00, contou com muita
animação, com palhaços, estátuas humanas, pinturas faciais, teatro e ainda espetáculo de fogo.
Junho o mês do cliente São tantas ofertas que até parece que nos falta um parafuso!!
A Câmara Municipal de Abrantes atribuiu este ano mais de meio milhão de euros a 88 coletividades do concelho, no âmbito dos contratos do FINABRANTES, programa de apoio às atividades a desenvolver pelas coletividades ao longo do ano 2015.
A verba, que este ano ascendeu aos 509 mil euros, mais 50 mil euros do que no ano passado, foi atribuída para um total de 120 candidaturas aprovadas nas atividades a desenvolver ao nível do desporto, cultura, juventude, social e eventos.
PSP assinala 139 anos em Abrantes A PSP do distrito de Santarém assinalou os seus 139 anos de existência de serviço na região. A cerimónia, que decorreu no passado dia 19 de maio, no Jardim da República e no auditório da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), contou com um conjunto de entidades e com a atribuição de condecorações e louvores. Exemplo disso foi António Paulo Pereira, Agente Principal da Esquadra de Abrantes, que recebeu a medalha de ouro. Paula Peneda, comandante do Comando Distrital da PSP
de Santarém, destacou o trabalho efetuado ao longo dos anos e as ações que a PSP tem desenvolvido junto da comunidade, admitindo que a criminalidade no distrito tem tendência a diminuir. “A criminalidade geral tem tendência a diminuir e a criminalidade violenta e grave regista uma propensão para decrescer. O Comando de Santarém tem vindo ocupar um lugar de destaque nas ações de apoio comunitário e social. O nosso objetivo é sempre a segurança dos cidadãos”, referiu a responsável.
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26 REGIÃO
JUNHO 2015
Praias Fluviais com Bandeira Azul
A Praia Fluvial de Aldeia do Mato, em Abrantes, e do Carvoeiro, em Mação, foram distinguidas este ano com o galardão Bandeira Azul, símbolo de referência de qualidade ambiental. Ao aprovar a candidatura apresentada pelos municípios de Abrantes e Mação, o júri europeu e a Comissão Nacional da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) certificaram a qualidade ambiental e reconheceram o esforço de diversas entidades, no sentido da melhoria do ambiente no local onde se situam. A Bandeira Azul da Europa é um importante ga-
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lardão que distingue as praias fluviais pela sua qualidade, segurança e equipamentos. É igualmente sinónimo de qualidade, ambiental reconhecido internacionalmente, e impõe condições rígidas em matéria de qualidade da água, informação e educação ambiental, gestão ambiental e equipamentos. A qualidade da água é o principal critério para a obtenção deste símbolo. No distrito de Santarém, as únicas praias fluviais que vão hastear a Bandeira Azul são de Aldeia do Mato (Abrantes) e Carvoeiro (Mação).
Autarquias assinam protocolo com congénere espanhola Com o objetivo de desenvolverem projetos e atividades de cooperação sócio económicas que impulsionem o desenvolvimento de territórios, as comunidades do Médio Tejo e Interpal, da zona de Palencia, Espanha, protocolaram acordos de cooperação. Em nota de imprensa, pode ler-se que os Agrupamentos Europeus de Cooperação Territorial (AECT) servem como um instrumento de cooperação a nível da UE para ultrapassar os obstáculos à cooperação transfronteiriça, uma vez que as AECT são prioritá-
rias nos programas de cooperação. O acordo, destaca ainda a mesma nota, “é um primeiro
passo que permitirá obter mais fundos comunitários e desenvolver projetos de colaboração”, tendo a autarca
portuguesa, Maria do Céu Albuquerque, salientado os setores da agricultura, meio ambiente, cultura, turismo, património, políticas sociais e emprego, como áreas com grande potencial que ambas as entidades têm para poder trabalhar em conjunto. O protocolo de colaboração para a implementação do AECT Médio Tejo-Interpal foi assinado no dia 8 de maio pelas suas presidentes, Maria do Céu Albuquerque e Ana Maria Asenjo, respetivamente.
Escola ganha concurso nacional das Eco-Escolas
Aluna da ESTA ganha prémio de cinema
A Escola Octávio Duarte Ferreira, de Tramagal, do Agrupamento de Escolas nº 2 de Abrantes, conquistou este ano o 1º prémio a nível nacional no concurso das Ecoescolas denominado “Sim, as grandes ideias florescem na primavera”. Direcionado para as escolas pertencentes à rede EcoEscolas, da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), o desafio consistiu em construir um jardim original com
“Saba”, o documentário de Sara Santos, aluna de Vídeo e Cinema Documental da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), venceu o “Prémio Primeiro Olhar 2015” dos XV Encontros de Cinema de Viana do Castelo. O documentário retrata a perda de memória, partindo de um caso de Alzheimer, de um casal, sem realçar a componente da tristeza, mas o do amor
embalagens da Tetra Pak. O objetivo era chamar a atenção para a importância de deposição das embalagens para alimentos líquidos no ecoponto amarelo e, ainda, para o símbolo FSC®, constante das embalagens da Tetra Pak utilizadas pela marca Compal. Estiveram envolvidos alunos do 2º e 3º ciclos, níveis de ensino lecionados na escola que aproveitaram os tempos livres para a construção do jardim.
que todos os dias é transmitido. Sara Santos refere que a história deste casal é “como se fosse uma história de amor impossível, a fazer lembrar Romeu e Julieta”, em que uma das partes não reconhece o outro, mas que todos os dias se sente amada por aquele homem que lhe é estranho. Joana Margarida Carvalho e Mário Rui Fonseca
CULTURA 27
JUNHO 2015
Municípios de Constância e Sardoal transformam antigas prisões em polos culturais As antigas prisões municipais de Constância e Sardoal, datadas dos séculos XVI e XVII, foram transformadas pelas respetivas autarquias em espaços de liberdade e dinamização cultural, um projeto que Vila de Rei também anunciou ir replicar. Em Constância, a reabertura da Antiga Cadeia, situada no centro histórico da vila, aconteceu em 2010, em resultado de um investimento de 80 mil euros na reabilitação de um antigo edifício de dois pisos, com mais de três séculos de existência e um dos poucos exemplares construídos de raiz para ser prisão, tendo reaberto com duas salas para pequenos colóquios, concertos e exposições. “Na maior parte dos casos,
as cadeias funcionavam nos baixos dos Paços do Concelho ou de outros edifícios municipais. Noutras situações, bem mais raras, foram construídos edifícios expressamente para essa função. Foi o caso da Cadeia de Constância, um dos poucos que subsistem em Portugal ”, conta António Matias Coelho, historiador. “Normalmente as cadeias ficavam no centro das vilas por causa da alimentação dos presos, algo que não era assegurado pelos municípios. Quem tinha meios, pagava a comida que lhe era entregue através das grades da prisão. Quem não tinha dinheiro, vivia da caridade das pessoas que por ali passavam”, explica o historiador.
Durante quase um século, o prédio serviu de arrecadação e continuou a degradar-se, até que o município decidiu readquiri-lo e proceder à sua recuperação. “Este edifício foi alvo de requalificação, mantendo a sua traça e a suas grades originais nas janelas, e isso ainda hoje desperta muita curiosidade nas pessoas e nos turistas. É um bom exemplo de como se pode transformar uma prisão em espaço de liberdade e cultura em pleno centro histórico”, defendeu, por sua vez, a atual presidente da Câmara Municipal, Júlia Amorim. Processo idêntico vai ser desenvolvido na antiga Cadeia de Vila de Rei, tendo a autarquia anunciado um investimento de 25 mil euros
para obras de remodelação e reabilitação com vista à transformação daquele espaço num polo cultural concelhio, tendo o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Aires, defendido a manutenção dos principais traços da velha prisão. Em Sardoal, a Cadeia Velha, como ali é designada, foi transformada em 1989 em Centro de Artes, acolhendo no rés-do-chão uma escola de pintura e, no primeiro andar, o ateliê de pintura de Álvaro Mendes. “Foi o casamento perfeito, a união da memória da uma velha prisão com a dinâmica de um Centro de Artes, permitindo que vários artistas possam aqui desenvolver os seus talentos”, disse o presi-
• Cadeia Velha de Sardoal acolhe escola de pintura dente da Câmara de Sardoal, Miguel Borges. “É importante recuperar o património mas também é importante regenerar, e a Ca-
deia Velha permitiu dar vida ao local da zona urbana onde se encontra”, destacou. Mário Rui Fonseca
O Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo tem como objetivos celebrar a religiosidade das comunidades ribeirinhas do Tejo, promover a Cultura Avieira a Património Nacional Imaterial e da Unesco, bem como evidenciar as potencialidades do Rio Tejo. A Comissão Organizadora do III Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo, com o apoio e a colaboração de outros organismos, instituições e associações, está a realizar o III Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo, entre Vila Velha de Ródão e Oeiras, em honra da Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo, evento que começou no dia 30 de maio e se prolonga até 14 de junho. Esta peregrinação fluvial que percorre o curso do Tejo, envolvendo 37 paróquias, 30 freguesias e 20 concelhos, tem a característica de que alguns dos barcos que irão fazer todo o cruzeiro desde o seu início até ao final são barcos tradicionais avieiros, as bateiras, em madeira. E um dos barcos tem perto de 50 anos de idade. O Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo tem como ob-
DR
III Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo liga Rodão a Oeiras
Aproximar as comunidades do Tejo em torno da •partilha cultural e religiosa
jetivos específicos reforçar a identidade das comunidades, aproximando-as através da partilha cultural e religiosa, e transformar as comunidades ribeirinhas em elementos divulgadores das potencialidades do rio na área do Turismo Sustentável e das Culturas a ele associadas. Durante as sete etapas sucedem-se diversas paragens e
pernoitas dos peregrinos em comunidades ribeirinhas ao longo do Tejo, com cerimónias religiosas e eventos culturais organizados pelas associações locais em parceria com as Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Agrupamentos de Escolas e entidades privadas. MRF
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28 CULTURA
JUNHO 2015
Composto por 63 sinos, um peso bruto de 18 toneladas e 350 mil euros de investimento, o primeiro carrilhão itinerante da Península Ibérica vai começar a percorrer o país, deslocando-se por camião. MÁRIO RUI FONSECA
Com sede em Constância, o Centro Internacional do Órgão e do Carrilhão (CICO), fundado pelo tramagalense Alberto Elias e as suas filhas Ana e Sara, “únicas irmãs no mundo a tocar carrilhão a quatro mãos”, levou a que o carrilhão itinerante tivesse adquirido “contornos de projeto” após a obtenção do 1.º lugar no concurso Milénio em 2004, um prémio que visa distinguir projetos inovadores e relevantes para a
sociedade portuguesa. “Ganhámos 50 mil euros e incentivo para continuar com a ideia de divulgar o carrilhão, a sua música e a arte de o tocar. Demorámos 11 anos a chegar ao dia de hoje”, lembrou ao JA Alberto Elias, presidente da Fundação CICO, no momento em que chegou da Holanda com o carrilhão Lusitanus, local onde aquele equipamento foi construído após concurso internacional, e após um apoio de 75% dos fundos comunidades. Acompanhado desde a fronteira por algumas dezenas de motards e populares, o Lusitanus, “o segundo maior carrilhão itinerante do mundo e o 19.º carrilhão itinerante”, chegou a Constância no dia 10 de maio, ao fi-
Mário Rui Fonseca
Carrilhão itinerante com 63 sinos já chegou a Constância
O Lusitanus fez uma viagem de camião, acompanhado por motards e populares
•
Alberto Elias e as duas filhas são os •impulsionadores do projeto
nal da tarde, junto ao edifício da Câmara Municipal, onde foi calorosamente recebido pela população. “Divulgar o carrilhão e o órgão, a sua música e arte de os tocar” é o lema da CICO”, destacaram as irmãs carri-
mundo”. “O objetivo, agora, é inserir o carrilhão no ensino profissional português, no secundário, e ampliar para níveis do ensino superior, ao nível de mestrados internacionais”, acrescentou a car-
lhanistas, Ana e Sara Elias, mestrandas em carrilhão, tendo Ana Elias feito notar que é em Constância que têm a funcionar “a única escola de música de carrilhão em atividade na Península Ibérica, e uma das poucas no
rilhanista, que tirou a carta de pesados para ela própria poder ser a condutora do camião que leva o Lusitanus atrelado. “Eu gosto de conduzir e o carrilhão, sendo itinerante, precisa de quem o conduza”, observou.
Joana Margarida Carvalho
Artistas consagrados em Abrantes
• NEUPERGAMA para visitar até dia 26 de junho Obras de Bual, Cruzeiro Seixas, José de Guimarães, Lima de Freitas, Mário Cesariny ou Nadir Afonso já podem ser apreciadas na Galeria Municipal de Arte de Abrantes até ao próximo dia 26 de junho. Chama-se NEUPERGAMA e é o nome da exposição que reúne trabalhos de um conjunto de pintores e pintoras consagrados. Uma mostra que foi inaugurada, no passado dia 23 de maio, com uma sala cheia de convidados que se juntaram para dar início à exposi-
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ção composta com cerca de 40 obras de 26 artistas. Luis Filipe Dias, vereador com o pelouro da Cultura, referiu que foi com orgulho que a Galeria de Arte de Abrantes recebeu trabalhos dos maiores nomes da pintura contemporânea, “numa grande afirmação cultural da cidade de Abrantes”. A exposição resultou da cedência de parte do espólio da galeria NEUPERGAMA, situada em Torres Novas há mais de três décadas, galeria
que apostou em grandes vultos da arte contemporânea para os divulgar naquela galeria, estando nela representados autores como Álvaro Lapa, António Sena, Artur Bual, Cargaleiro, Cruzeiro Seixas, José de Guimarães, Mário Cesariny, Nadir Afonso, entre outros. A inauguração da “ NEUPARGAMA em Abrantes” contou com a presença de Sofia Areal, uma das pintoras responsável pela exposição. JMC
DIVULGAÇÃO 29
JUNHO 2015
Rotary Club de Abrantes prepara novo Curso de Liderança de jovens
ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO
Tendo sido Maio o Mês dedicado ao Coração, importa aqui salientar questões de extrema importância na prevenção das Doenças Cardiovasculares. Ninguém poderá esquecer que é na Infância que se alicerçam as determinantes do futuro Adulto. Então, se as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 1/3 das mortes na população adulta portuguesa, que têm as crianças a ver com isto? A prática de uma alimentação saudável é determinante para o bom desenvolvimento físico e intelectual. Esta preocupação deve ser permanente e da responsabilidade dos pais/educadores (escolas), sendo que estes têm o papel principal nas escolhas alimentares das nossas crianças. Os hábitos alimentares aprendidos na infância determinam os comportamentos alimentares na idade adulta. E nunca podemos esquecer que as crianças aprendem observando os adultos em todas as vertentes da vida. Entre os seis e os nove anos de idade, acontecem mudanças significativas no desenvolvimento e crescimento social, intelectual, cognitivo e afetivo das crianças. As diferenças entre a massa gorda e massa magra entre “meninos” e “meninas” acentuase, acompanhada do aumento da estatura. Esta é uma fase de extrema importância nos comporta-
mentos de prevenção do excesso de peso/obesidade. Estima-se que 1/3 das crianças portuguesas desta idade tenham excesso de peso. A não adoção de medidas preventivas e comportamentos saudáveis nesta idade, levarão decerto a que estas crianças se tornem adultos obesos. Então “Que têm as Crianças a ver com isto?” A prevenção das doenças cardiovasculares começa com as crianças. Os pais/educadores devem promover nas crianças: • A prática de uma alimentação saudável e equilibrada, promovendo neles e preparando com eles refeições baseadas na Roda dos Alimentos • A prática de exercício físico regular, incentivandoos a brincar na rua, correr com amigos, andar de bicicleta, trepar às árvores…. Reduzindo a permanência no sofá a ver TV e/ou a jogar no computador • A abolição do Tabagismo, ensinando-lhes desde cedo os perigos e malefícios do tabaco, tanto para eles como para o meio ambiente, e se os adultos forem fumadores, não fumar em frente às crianças. Nunca esquecer que: As crianças aprendem pela observação dos adultos! Nélia Costa (Enfª Unidade Saúde Pública Médio Tejo)
Humberto Lopes
Que têm as crianças a ver com isto?
das muitas atividades desenvolvidas no Regimento de Apoio Militar •de Uma Emergência
O Rotary Clube de Abrantes (RCA), em parceria com o Núcleo Preparatório/Regimento de Apoio Militar de Emergência (NP/RAME), está a organizar o VI Curso de Liderança para jovens, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 17 e os 22 anos (nascidos entre 1 de Janeiro de 1993 e 31 de Dezembro de 1998). O curso terá a duração de seis dias, entre 3 e 8 de setembro. Os alunos ficarão alojados nas instalações do NP/RAME em Abrantes. É objetivo do Curso “complementar e valorizar a formação cívica dos jovens da nossa comunidade, sensibilizando-os e motivando-os para os temas da liderança e iniciando-os no desenvolvimento das capacidades pessoais de liderança, indispensáveis ao sucesso
da sua futura inserção no mundo do trabalho”. Para além deste objetivo principal, o curso tem ainda como objetivos secundários, mas não menos importantes: “desenvolver no seio da comunidade, principalmente entre os jovens, o conhecimento do Movimento Rotário Internacional” e ainda “estimular de forma organizada o companheirismo entre os jovens”. O curso é principalmente prático, comportando, no entanto, algumas palestras sobre liderança e temas relacionados. As atividades a desenvolver serão orientadas por entidades convidadas pelo RCA e pelo NP/RAME e também pelo Corpo de Oficiais deste Regimento com larga experiência neste tipo de ações.
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30 CULTURA
JUNHO 2015
COORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES
Escritor Mário Cláudio apresenta livro em Abrantes Mário Cláudio é o escritor convidado de “Entre nós e as palavras”, que decorre na Biblioteca António Botto, em Abrantes, dia 23 de junho, pelas 21h30. O autor vai apresentar o livro “O Fotógrafo e a Rapariga” (Dom Quixote), lançado no início de 2015, que recua até à Inglaterra do século XIX para reconstituir uma das mais prodigiosas ligações da vida ao romance. Com “O Fotógrafo e a Rapariga”, o autor conclui uma trilogia dedicada às relações entre pessoas de idades muito diferentes, iniciada em 2008 com “Boa Noite, Senhor Soares” e continuada em 2014 com “Re-
trato de Rapaz”. Mário Cláudio aborda o tema da pedofilia, revisitando a relação amorosa que houve entre Charles Dogson, ou melhor, Lewis Carroll Carroll, o célebre autor de Alice no País das Maravilhas, e a própria Alice, que existiu mesmo. Mário Cláudio nasceu no Porto com o nome Rui Manuel Pinto Barbot Costa. Ficcionista, poeta, dramaturgo e ensaísta, é formado em Direito pela Universi-
AGENDA DO MÊS Abrantes
dade de Coimbra, diplom diplomado com o Curso de Bibliotecárioecário-Arquivista, da Fac Faculdade de Letras da mesma Universidade, e Univer Master of Arts em Biblioteconomia e Bibliote Ciências Documentais, pela Universidade de Londres. É autor de uma vasta e multifacetada obra que abarca a ficção, a crónica, a poesia, a dramaturgia e o ensaio e se encontra traduzida em várias línguas.
Até 15 de junho – Exposição de pintura e artes decorativas dos alunos da UTIA – Biblioteca Municipal António Botto Até 26 de junho – “A Neupergama em Abrantes”, exposição de pintura - quARTel – Galeria Municipal de Arte Até 19 de julho – Exposição “Pontes em Abrantes” – Arquivo Municipal Eduardo Campos 9 a 14 de junho – Festas de Abrantes – cultura, património, desporto, artesanato, gastronomia, design e criatividade – Centro histórico 13 de junho a 31 de outubro – VII Antevisão do MIIA “O homem e o território. 7000 anos de estratégias de ocupação do território de Abrantes” – Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes 23 de junho – “Entre nós e as palavras com…” Mário Cláudio – Biblioteca António Botto, 21h30 25 de junho – Encontro Gerontolímpico – Parque Urbano de São Lourenço, 10h Cinema Millenium – 18h e 21h30 11 a 17 de junho – “Mundo Jurássico”
Constância
Noiserv, músico multi-instrumentista, apresenta disco em Sardoal O músico português David Santos, conhecido como Noiserv, vai atuar no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, a 27 de junho, pelas 21h30. O músico tem-se afirmado como um dos mais criativos e estimulantes projetos musicais surgidos em Portugal na última década, criando canções que retratam vivências, momentos e memórias intrincadas entre a realidade e o sonho. Noiserv, que se apresenta sozinho em palco, rodeado de vários instrumentos, tem andado em digressão por Portugal e pelo estrangeiro e está a trabalhar em novas ideias para um terceiro disco de originais. Da discografia do cantor fa-
zem parte os discos Almost Visible Orchestra (2013), One hundred miles from thoughtlessness (2008), o DVD gravado ao vivo Everything Should Be Perfect Even if no One’s There e dois extended play (EP) em início de carreira. David Santos, que também integra o grupo You Can’t Win Charlie Brown, já compôs para teatro, cinema e dança. Os bilhetes para o concerto custam 3€ e estão à venda no Centro Cultural Gil Vicente, de terça a sexta-feira, das 16h às 18h, ao sábado, das 15h às 18h, ou 45 minutos antes do início do espetáculo.
Até 23 de agosto – XXIX Feira do Livro – venda de livros, música, poesia, ateliês, teatro de rua, sessões de autógrafos – Antiga Cadeia (Praça Alexandre Herculano) 6 de junho – 2º aniversário do Borboletário Tropical – visitas guiadas (10h e 17h30) e inauguração de uma exposição de pintura digital – Parque Ambiental de Santa Margarida 9 e 10 de junho – XX Pomonas Camonianas – Mercado Quinhentista, música, poesia, exposição de fotografia
Mação A partir de 28 de maio – Exposição “O povo Huaorani na Amazónia equatoriana em Mação”, de Mariluz Paredes – Centro de Saúde 10 de junho – Comemorações do 10 de junho com arruada pela Banda da Filarmónica União Maçaense e almoço convívio 14 de junho – Os quintais nas praças do pinhal – venda de produtos das hortas e animação – Largo dos Combatentes, entre as 9h e as 18h 19 e 20 de junho – Baja TT – Proença-a-Nova, Mação, Oleiros 27 de junho – Workshop de kizomba por Nádia Mileu – Pavilhão Municipal Prof. José Maia Marques, 15h – participação gratuita
Sardoal
Camões é perpetuado há 20 anos nas Pomonas Camonianas em Constância As Pomonas Camonianas começaram Constância, em 1994, na ocasião do 10 de junho, com venda de flores e frutos mencionados por Camões nas suas obras. Este ano, a XX edição do evento não esqueceu o propósito inicial: evocar a época em que Camões viveu e os tempos em que o poeta passou nesta vila ribatejana. Nos dias 9 e 10 de junho, a memória de Camões é perpetuada através da recriação de um ambiente quinhentista, de uma exposição-venda de flores e de frutos, de teatro de rua, de animação d’ época, do III Festival Hípico de Constância, da feira de antiguidades e velharias, de uma prova de orientação noturna, de várias exposições e de uma taberna quinhentista. A abertura das Pomonas Camonianas acontece no dia 9, às 18 horas, junto ao monumento de Camões com a declamação de poemas e danças quinhentistas. Pelas 21h30, na zona ribeirinha, em
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frente ao rio Zêzere, haverá teatro de rua e, posteriormente, no mesmo local, terá lugar um concerto de Carrilhão, pela CICO. O desporto também faz parte do programa do evento com uma prova de Orientação Noturna, às 24h. Durante o dia 10 de junho, o centro histórico da vila recebe a Feira de Antiguidades e Velharias, enquanto a zona ribeirinha acolhe o IV Festival Hípico de Constância, das 10h às 17h. No período da tarde, haverá declamação de
poemas, inauguração da escultura “O Olimpo – Retiro dos Deuses”, do escultor José Coelho, na Casa-Memória de Camões. O concurso “A Poesia e as Cores de Constância” admite candidaturas até às 12h do dia 10, habilitando o vencedor a um prémio de 750€. As Pomonas Camonianas são uma organização conjunta da Câmara Municipal de Constância, do Agrupamento de Escolas do concelho e da Associação Casa-Memória de Camões.
Até 13 de setembro – Exposição “Olaria – João Morgado” – Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente 10 de junho – Concerto de Piano por Galina Zukova – Centro Cultural Gil Vicente, 18h 13 de junho – Percurso Pedestre “No Trilho da Floresta” conduzido por Tiago Lopes – partida (9h) e chegada: Praça da República 19 de junho – Prova de Cerveja Artesanal Ermida – Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente, 19h 20 de junho – Workshop de “Introdução à Olaria – Vidrados” por Ricardo Triães – Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente, 15h – 5€ 27 de junho – Concerto com Noiserv – Centro Cultural Gil Vicente, 21h30 27 de junho – Marchas Populares – Praça da República Vila de Rei Até 27 de julho – Exposição “Mãe, Família, e Mês do Rosário” com trabalhos das crianças das creches e jardins-de-Infância do concelho – Museu Municipal Até 30 de agosto – Exposição “Rosa dos Ventos” com trabalhos dos alunos do 7º da disciplina de Geografia – Museu da Geodesia
Vila Nova da Barquinha 7 de junho – Mercado do Parque – animação, artesanato e venda de velharias – Barquinha Parque 9 a 14 de junho – Feira do Tejo 2015 – animação, artesanato e gastronomia
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