Portefólio

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Nasce em Espanha em 1993 e, após uma bre-

ve passagem por Bruxelas durante a infância, estabelece-se no Porto até que se inscreve em 2011 no curso de Arquitectura da Universidade do Porto. A formação académica é marcada por interesses paralelos que abrangem as áreas do cinema ou da literatura e que confluem na dissertação final de mestrado sobre o filme Stalker de Tarkovsky, na qual explora as significações dos espaços cinematográficos e a sua relação com as personagens-usuários. Em 2015, na recta final da formação, vai para a Cidade do México, no âmbito de um acordo de mobilidade. Permanece durante 6 meses, alargando a sua estadia para viajar pela América do Sul. Nos últimos anos, trabalhou como colaborador no escritório ‘Arnaldo Pimentel Barbosa, Arquitecto’, estágiou na associação cultural JACKBACKPACK de arquitectura e cinema e elaborou maquetes para a Fundação Instituto Marques da Silva. Aguarda a publicação do seu primeiro livro de poesia em Novembro de 2020.


nome Miguel Ezcurdia Royo data e local de nascimento Valência, Espanha, 24.01.1993 morada Rua de St. Catarina Porto, Portugal contactos (+351) 968 072 087 miguel_ezcuroyo@hotmail.com plataforma digital miguelezcuroyo.wordpress.com


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Projectos de Arquitectura MUSEU REGIONAL AXAYÁCATL Cuetzalan del Progreso, México (2015)

CENTRO DE ARTE URBANA

8

14

Francos, Porto (2014)

25

Avenida da Ponte, Porto (2015)

HABITAÇÃO PLURIFAMILIAR

CTRL-X [PROPOSTA DE INSTALAÇÃO]

Concurso AEFAUP - Átrio da Biblioteca (2017)

24

ESBOÇOS DE JANELAS Procura Individual de Metáforas Espaciais

28

Trabalhos de Teoria A PROCURA DO ESPAÇO IDEALIZADO Dissertação de Mestrado (2017)

34

ESTE [MODELO] PODE SER UTILIZADO COMO IRONIA AO [MÉTODO] CRÍTICO VIGENTE. O MODELO POSSUIU MEIA DÚZIA DE VERTENTES. PRETEXTO: [ESCOLA] Artigo publicado na revista Dédalo (2017)

38

Outros Trabalhos FESTIVAL DO CASTANHO

Instalação - Projecto Comunitário (2013)

44

ÍPSILON Concurso What’s your favorite space? [Primeiro Prémio] (2013)

48



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MUSEU REGIONAL AXAYÁCATL Cuetzalan del Progreso, México (2015)


Projecto de arquitectura realizado no âmbito da mobilidade académica efectuada na Cidade do México. Projecta-se uma intervenção no terreno de uma obsoleta infraestrutura polidesportiva, estabelecendo um novo recinto cultural na aldeia de Cuetzalan del Progreso. A aldeia, que possui uma marcada presença indígena, não possui um espaço que possa albergar e exibir a cultura perpetuada durante gerações.

[9]


Implantação no contexto de Cuetzalan del Progreso

O princípio de composição parte de uma malha modular que se alinha com a parede exterior do polidesportivo. Esta malha define a colocação dos volumes de acordo com a distribuição programática, estabelecendo-se duas zonas distintas: a área intramuros e a área extramuros. Sendo que a área intramuros exige um programa mais diluído, com espaços sociais de escala menor como loja, bar ou serviços administrativos, os volumes ganham autonomia e dialogam criando passagens e espaços exteriores comunicáveis. Em contrapartida, a área extramuros, que comporta as funções expositivas e o auditório, exige volumes contínuos de maiores dimensões. Certas torções rematam a composição, seja para dialogar formalmente seja para desenhar os espaços das entradas.

[10]


Conceito de interpretação e intervenção na estrutura prévia

Princípio de composição formal a partir de reticula e módulo

[11]


GSEducationalVersion

[12]


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xayacatl · cuetzalan al a del ion pro reg gr eo

méxico otoño 20 15

Ezcurdia Royo, Miguel Del Amo Sanfiz, Antonio García Torralbo, Lucas Taller VII Carlos Leduc

sección 3

norte

sección 1

escala1:100 planta 0

sección 2

acceso inferior

sección 4

-8,4 sección 2

-5,7

-6,6

-3,9

-4,8 -3 -1,2

sección 4

sala de exposición cuetzalan

-3

0,0 0,0

taller wifi

aseos

plaza cubierta sala de exposiones temporales

-0,6 tienda acceso de servicio

acceso superior

muelle de carga

taquillas/ administración

cafetería

sección 3

sección 1

GSEducationalVersion

[13]


CENTRO DE ARTE URBANA Avenida da Ponte, Porto (2015)


Desenha-se um Centro de Arte Urbana com aproxima-

damente 3 700 metros quadrados, situado numa das

encostas da Avenida da Ponte no Porto, nas proximi-

dades da estação de São Bento, da Avenida dos Alia-

dos e da Sé do Porto. A zona delimitada para interven-

ção caracteriza-se pela acentuada escarpa de granito

que lá se impõe desde a abertura da Avenida da Ponte.

A Avenida possui, além disso, um acentuado declive e

uma rua secundária, através da qual se acede às casa

da zona norte e cuja continuação é inexistente.

[15]

72.71

79.90

79.90

69.19

70.00

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74.27

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60.54

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64.75

69.53

66.55

69.42

81.34

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69.00

52.37

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70.00

70.64

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76.82

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71.94

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65.78

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68.86

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82.61

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54.30

52.30

52.30

60


Piso 1 | Exposições | 1:100

Central Térmica

Central Térmica

Armazém Grupo Gerador de Emergência Quadros de Energia Eléctrica

Cisterna e Grupo de Bombagem

Cisterna e Grupo de Bombagem

Armazém

Piso Entrada | 1:100

Piso -1 | 1:100

Piso -1 | 1:100

Piso -1 [Auditório]

Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto | Projecto 4 | Turma 7 | Arq. João Pedro Serôdio | 2014/2015 | 2ª Entrega | Miguel Ezcurdia Royo | Folha 2

Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto | Projecto 4 | Turma 7 | Arq. João Pedro Serôdio | 2014/2015 | 2ª Entrega | Miguel Ezcurdia Royo | Folha 2

Sala Plana

Grupo Gerador de Emergência Quadros de Energia Eléctrica Sala Plana

UTAS

Servidores

Chiller

Sala de Apoio

UTAS

Servidores

Chiller

Sala de Apoio

Piso 2 | Workshop | 1:100

Piso 2 | Workshop | 1:100

Piso 1 [Exposição + Administração]

Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto | Projecto 4 | Turma 7 | Arq. JoãoJoão Pedro Serôdio | 2014/2015 | 2ª| Entrega | Miguel Ezcurdia Royo | Folha 3 3 Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto | Projecto 4 | Turma 7 | Arq. Pedro Serôdio | 2014/2015 2ª Entrega | Miguel Ezcurdia Royo | Folha

[18]

Piso 0 [Entrada + Sala Plana + Cafetaria + Loja] Piso Entrada | 1:100

Piso 2 [Workshops] Piso 1 | Exposições | 1:100


Tela Pára-Vapor Betão Leve de Regularização Tela de Impermeabilização Roofmate 80 mm Geotêxtil Enchimento / Assentamento Lajeado de Granito Reboco Branco 20 mm Cantoneira em Aço Pintado de Branco 50 x 65 x 3 mm Rufo de Zinco

Caixilho Fixo tipo TECHNAL

Cantoneira de Remate de Sistema ETIC's

Lã de Rocha Pintura Armada Pigmentada Poliestireno Espandido 80 mm Argamassa Hidrofugada

Perfil T em Aço 180 x 65 x 5 mm Pintado de Branco Caixilho Fixo tipo TECHNAL Perfil U 60 x 60 x 5 mm Perfil U 60 x 60 x 5 mm

Estrutura Tecto Falso Gesso Cartonado tipo PLADUR

Janela Basculante tipo TECHNAL Serie FB

Caixilho de Correr tipo VITROCSA

Soleira em Granito 40 mm Assentamento

Rodapé em Perfil de Madeira Soalho Ripado de Madeira Cantoneira em Aço Pintado de Branco de Remate de Caixilho

Pormenor Caixilho em Planta | Sala Planta | Escala 1:2

Janela Basculante tipo TECHNAL Serie FB

Lajeado de Granito 30 mm Caixa de Ar 30 mm Estrutura Fachada Ventilada

Impermeabilização Betão Estrutural 300 mm Perfil de Chapa Dobrada

Cantoneira em Aço Pintado de Branco de Remate de Caixilho Tijolo 70 mm Rodapé em Mármore Branco Cantoneira de Remate de Sistema ETIC's

Lajeta Inclinada de Granito 40 mm Assentamento / Enchimento Isolamento Térmico 40 mm Impermeabilização

Tela Pitonada Camada Separadora Estrutura da Fachada Ventilada

Brita Tubo Drenante

Assentamento Massame Cascalho

Camada de Assentamento

Betão de Limpeza

Pormenor Caixilho em Corte | Sala Plana | Escala 1:2

Pormenor Construtivo | Fachada | Escala 1:10

Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto | Projecto 4 | Turma 7 | Arq. João Pedro Serôdio | 2014/2015 | 2ª Entrega | Miguel Ezcurdia Royo | Folha 5

[19]


HABITAÇÃO PLURIFAMILIAR Francos, Porto (2014)


GSEducationalVersion

Propôs-se, para a cadeira de Projecto III, a realização de um assentamento urbano de programa misto, com predominância para o uso habitacional, que obrigou à abertura de novas vias na área de Francos, no Porto. Os volumes propostos são de betão bruto à vista, combinado com granito em determinados pontos excepcionais, sugerindo uma atmosfera do imaginário industrial que tenta relacionar-se com a sobriedade do bairro de Francos, sem desestimar a qualidade constructiva dos seus interiores. Os apartamentos são tendencialmente dúplex, e procuram dar autonomia funcional ao usuário, permitindo-lhe transformar as tipologias T2 em T3 ou T4, acrescentando paredes de alvenaria ou uma laje no piso superior. Teve-se em conta a criação de espaços colectivos que estabelecessem a relação entre os vários volumes do conjunto. [21]


GSEducationalVersion

[22]


Primeiro piso-tipo [tipologia T1 ou T2 duplex] GSEducationalVersion

Rés-do-chão [tipologia comercial ou T2 duplex]

[23]


CTRL - X [Proposta de Instalação] Concurso AEFAUP, Átrio da Biblioteca (2017)


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A instalação desloca o esqueleto que será necessário para habitar outro espaço da faculdade que se encontra em desuso, com o intuito de propor um programa alternativo ao de arrecadação e desgaste e apresenta elementos deslocados do seu uso comum dispostos pelo espaço da proposta. É com o isolamento individual destes elementos que cada um ganha a força necessária para ser imaginado na intervenção futura. Dialoga-se assim com a anatomia de outro corpo suspenso na dúvida, o corpo aberto de uma obra que não existe, de um hipotético devir. O futuro espaço quer ser um atelier de maquetes onde os alunos poderão experimentar com gestos não limitados pela preservação do património em que habitam. Uma vez instalados e expostos, os materiais da proposta serão deslocados, sugerindo um segundo movimento, para o espaço (re)habitado, objectivo final desta proposta. O espaço proposto para (re)habitação situa-se entre o pavilhão Carlos Ramos e o edifício das Cavalariças. [25]


LAVATÓRIO POLICARBONATO COMPACTO

ARGAMASSA 5KG TINTA PARA INTERIOR

CHAPA LAMINADA A FRIO PLACA MDF VIDRO FOLHA SIMPLES GSEducationalVersion

[26]


[27]


ESBOÇOS DE JANELAS Procura Individual de Metáforas Espaciais (2017/2018)


JANELA PARA SER LÍRICO

Ela não procura ser um elemento funcional nem próximo das necessidades do real, mas não deixa de apresentar uma intenção simbólica: o jogo da janela e da escada, numa primeira fase, e a dicotomia entre aquilo que se vê e o percurso que procura o olhar. A torção da escada reforça a reflexão sobre a importância do elemento janela, e não tanto daquilo que é visto para além da janela. O Ser é lírico na medida em que se aproxima do conceito da janela e não da janela em si.

[29]


EXERCÍCIO DE JANELA RÍGIDA

Aqui, a janela rígida dilui-se pela composição. Há algumas indicações do que poderá ser uma janela, mas ao mesmo tempo poderá não ser nenhuma delas. A intenção é criar uma composição que sugira os conceito de janela e rigidez, sem forçar o desenho desses elementos. Existem aberturas, da mesma forma que existe certa ordem ou ritmo, mas não é clara a presença de uma janela rígida. O exercício sustenta-se por essa tensão entre o título e o esboço que é apresentado - como dizer ceci n’est pas une pipe, assumindo que é simultaneamente uma pipe e a sua ausência. [30]


GSEducationalVersion

EXERCÍCIO DE JANELA ÍGNEA

Este caso deriva de um exercício de semiótica que me foi proposto durante a minha estadia no México: se tivesse de desenhar um templo associado ao elemento fogo, como seria? Esta composição tenta sugerir um espaço idóneo para a observação de uma hipotética fogueira acesa no lado direito. Uma janela permite observar as labaredas desde fora, e as estacas circundantes procuram um paralelo com a oscilação das chamas, para além de provocarem sombras longas que mudam durante o dia, reforçando a analogia. GSEducationalVersion

[31]



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A Procura do Espaço Idealizado Dissertação de Mestrado. FAUP (2017)


2,63 m 1,92 m

2,65 m 2,75 m

1,64 m

1,70 m

1,45 m

1,70 m

0,46 m

0,75 m 0,6 m

h d l . h a n d l e . n e t / 1 0 2 1 6 / 1 0 9 9 9 4

A dissertação pretendeu demonstrar as potencialidades do estudo interdisciplinar, tendo como objectivo a compreensão de um espectro mais alargado de temáticas relacionadas com o âmbito teórico da arquitectura. Recorrendo a um objecto de estudo concreto - o filme Stalker de Andrei Tarkovsky - procurou-se explorar as várias vias que entram em relação com aquelas recorrentes no estudo da arquitectura e do espaço como construção material e mental. Qu-se compreender, na generalidade, qual possa ser o lugar da ficção no âmbiGSEducationalVersion

to reflexivo do espaço, forçando uma saída dos lugarescomuns teóricos da arquitectura.

[35]


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1,15 m

0,60 m

1,5 m

2,50 m

1,15 m

2m

1m

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1,5 m

3 metros pelo menos

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3 metros pelo menos

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0,60 m

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entre 1,35 m e 1,55 m

1m

1m

0,50 m

entre 1,35 m e 1,55 m

1m

0,50 m

0,65 m 0,65 m 1,95 m 1,95 m

Transposição-exemplo de uma espacialidade do filme: o quarto e cozinha do 5 5

1 6

protagonista, com as sequências de

1 6

pausas e movimentos do mesmo e da sua mulher. As medidas dos espaços fo3

ram baseadas nas projecções perspéc-

3 2

2

1 4

3

2

2

1 4

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[36]

3

ticas retiradas dos fotogramas do filme.


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Venustas = Stalker = esperança

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Reconhecimento

Inspiração

Conhecimento

Utilitas = Escritor = absurdo

Firmitas = Professor = morte

Esquema teórico relativo ao capítulo «As Personagens e os Espaços» GSEducationalVersion

CAMINHO Origem

Meta Final

Metas Intermédias

LABIRINTO Origem Metas

Metas Intermédias Metas Intermédias

Meta Final

Metas

Metas

Intermédias

Intermédias

Intermédias

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Gráfico de diferenciação entre o conceito de caminho e o conceito de labirinto

[37]


Este [modelo] pode ser utilizado como crítica [...] Artigo publicado na revista Dédalo (2017)


Artigo teórico e gráfico publicado na Revista Dédalo de 2017, cujo tema é sujeito - disciplina - circunstância. O texto pretende incitar à reflexão sobre a escola como instituição mas sobretudo como conceito construído a partir dos diferentes tipos de relação que se estabelecem entre as varias entidades que a constituem. De forma quase irónica, provoca-se um paralelo entre o modelo de escola e o modelo gravitacional, como se a estabilidade do modelo dependesse da distância e do tamanho das várias componentes da escola. Os gráficos inspiram-se no Sistema de Órbitas Planetárias de Kepler (NASA); o título é emprestado de Herberto Helder, cujo original é este escrito pode ser utilizado como ironia/ ao modelo crítico vigente/ o modelo possui meia dúzia de variantes/ pretexto: uma exposição de escultura.

[39]


MIGUEL ROYO

escola pessoal

escola laboratório

escola política

escola utopia

escola poética

este [modelo] pode ser utilizado como ironia ao [método] crítico vigente o modelo possui meia dúzia de variantes pretexto: [escola] DÉDALO 2017

[40]

PROCESSOS DE CRIATIVIDADE


↓ Variações do modelo-tipo de órbitas, a partir do Sistema de Órbitas Planetárias de Kepler, NASA.

O gráfico apresentado, inspirado nas estruturas planetárias, exemplifica um modelo-tipo de órbita onde vários elementos gravitam em volta de um núcleo. A problemática que se pretende exemplificar a partir da analogia gráfica é a da construção de um modelo de escola. Para desenvolver a problemática, é necessário considerar o núcleo central do modelo como o método que se pretende aplicar para a instituição de ensino; em volta gravitam os conceitos de escola cuja influência por proximidade afectará o método de forma nuclear. Segundo a lei da gravitação universal de Newton, todas as partículas do universo se atraem por meio de uma força associada às suas massas e às distâncias que elas estabelecem entre elas. Com este modelo-tipo, institui-se uma atracção entre método e conceito de escola. Cada variação do modelo-tipo apresentará diferentes modelos de escola, que repercutirão no método aplicado na instituição. Em cada modelo de escola dever-se-á ter em conta os diâmetros das circunferências [conceitos de escola], a possível existência de intersecções entre as mesmas sujeito — disciplina — circunstância

e as distâncias estabelecidas entre órbitas e as suas respectivas distâncias ao núcleo. Os conceitos de escola traduzem-se nos ideais de escola partilhados entre instituição e comunidade. Estes ideais de escola serão tão mais pertinentes e variados quanto mais pertinente e variada seja a relação entre instituição e comunidade. Alguns exemplos a ter em conta poderão ser os ideais de escola aberta, os ideais de escola poética, os ideias de escola política, ou os ideias de escola tradicional. A boa comunicação entre instituição [aplicadora do método] e comunidade [aplicadora do conceito] determinará a estabilidade do modelo de escola. Um eventual conflito entre ambas entidades determinará uma distância entre o núcleo e os elementos gravitantes, com a consequente perda de atracção [força] e inviabilização da construção de um modelo de escola. Exemplificam-se alguns modelos-tipo, sugerindo-se, no entanto, que cada instituição de ensino construa o seu modelo de escola tendo como base a relação mais adequada entre método e conceito. 22

[41]



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Festival do Castanho Projecto Comunitário. Paradela do Rio, Montalegre (2013)


O Festival do Castanho organiza-se por grupos de artistas que propõem uma intervenção. O meu grupo decidiu utilizar a pintura como veículo artístico para a reabilitação. Utilizou-se a porta como elemento de unidade do conjunto da intervenção. As portas possuíam as características essenciais para elaborar uma composição cromática, por possuírem proporções semelhantes às de uma tela e porque, apesar de parecerem semelhantes, todas tinham propriedades excepcionais que utilizámos como motriz primacial para as composições. Tentou-se estabelecer uma ideia de percurso pictórico abstracto, inspirado nas pinturas de Rothko e nos registos fotográficos de Pancho Guedes, que conseguisse estimular os habitantes de Paradela do Rio e que valorizasse a percepção directa e emocional, introduzindo alguma cor no quotidiano aldeão sem esquecer a vertente de reabilitação que estes elementos necessitavam.

[45]


[46]


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[47]


ÍPSILON Curta Premiada Concurso What’s your favorite space? Building Pictures (2013)


Ípsilon é uma curta-metragem realizada em colaboração com André Pipa para o concurso What’s your favorite space? promovido pela empresa Building Pictures. O concurso exigia a escolha de um espaço arquitectónico de valor cultural que fosse marcante para os participantes. Escolhemos a Quinta da Conceição com sua recuperação de Fernando Távora; os jardins, as ruínas arquitectónicas cuidadosamente espalhadas pela quinta com seus largos muros vermelhos e amarelos, influenciaram não apenas a linguagem estética da curta-metragem, mas também a sua narrativa. Ípsilon foi filmada sem orçamento, com material emprestado e com amigos actores. A arquitectura da quinta teve um papel fundamental na elaboração do argumento, sendo que nasceu do lugar para o lugar. [49]


[50]


archdaily.com/518713/what-s-your-favorite-space-video-competition-winners/

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00351 968 072 087 miguel_ezcuroyo@hotmail.com

miguelezcuroyo.wordpress.com


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