Evite Erros na Celebração Liturgica

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Edes Andrade Pereira

Evite erros na celebração litúrgica 221 respostas sobre ruídos na liturgia

Editora A Partilha


Agradecimentos

São tantos e especiais. À minha família, que sempre esteve unida me dando forças sobretudo nos momentos mais difíceis. A Dom Emanuel d’Able do Amaral OSB, pelas oportunas orientações para a minha caminhada vocacional. Que, aliás, nos presenteou com a belíssima apresentação desta Obra. Aos amigos Neuza Dantas e Pascásia Costa, pelas honrosas colaborações para o bom êxito deste livro. Enfim, a todos os que possibilitaram a publicação de mais um livro sobre A Sagrada Liturgia, que ajudará no conhecimento, aprofundamento e maturidade da Fé dos leitores, como reza o espírito do Concílio Vaticano II, por uma consciência mais comprometida, buscando a participação Ativa-Consciente-Frutuosa, de forma plena das Ações Litúrgicas.


Sumário

11 Apresentação

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Liturgia - significado

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Missa - partes

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Ritos Iniciais

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Liturgia da Palavra

30

Liturgia Eucarística

39

Ritos Finais

40

Orientações Litúrgicas

133

Erros que são cometidos nas celebrações litúrgicas

135

Você sabia?

137

Os 36 pecados do músico na liturgia

138

As 12 virtudes da equipe de cantos

139

As 13 orientações para os ensaios dos cantos

140

Os 9 passos para preparar uma Celebração

146

Os 6 passos para avaliar uma Celebração

149

30 dicas para uma boa Celebração

150

Roteiro para Celebração

151 Conclusão

155 Referências


Apresentação

A Eucaristia sempre foi e sempre será o elemento convergente de toda a vida cristã. Nela partilhamos o pão do Céu e aprendemos a partilhar o pão da terra. Nela mergulhamos na Palavra de Deus e a tornamos Vida de nossas vidas. É o encontro do Divino com o humano, por meio do Pão da Mesa e do Pão da Palavra. Mas essa participação na Eucaristia, para que seja plena, deve ser feita por um estudo e preparação aprofundados. Daí os inúmeros manuais de liturgia, que, de início, visavam apenas a formação do clero, mas, nas últimas décadas, se destinam mais à formação dos leigos. É exatamente dentro desse espírito de colaboração que surge o livro do professor Edes Andrade Pereira. Logo à primeira leitura veremos que se trata de uma obra focada na prática litúrgica, orientada às comunidades dos fiéis que desejam aprofundar os porquês de cada ação dos ministros do altar, acrescentando elementos sensíveis que se encontram presentes nos mais diversos serviços eclesiais. O movimento litúrgico muito contribuiu para a renovação da liturgia, mas em muitas comunidades eclesiais ainda falta uma melhor assimilação das orientações que foram dadas para a celebração da Eucaristia. Após quarenta anos do Concílio Vaticano II ainda encontramos muitos “erros litúrgicos” cometidos pela falta de conhecimento que muitos fiéis têm daquilo que é verdadeiramente uma liturgia. Daí a importância de orientarmos, em profundidade, os agentes pastorais e, especialmente, as equipes responsáveis pelas celebrações litúrgicas em nossas paróquias e comunidades. Estou convencido de que o presente livro servirá como um verdadeiro manual para os iniciantes em liturgia, e mesmo para os 11


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que dela já participam ativamente, podendo – este – tirar o melhor daquilo que aqui se encontra tão habilmente apresentado. Lembro que se faz necessária uma preparação prévia daqueles que são responsáveis pela liturgia diária ou semanal em nossas comunidades, por meio de estudos litúrgicos e de reuniões regulares, a fim de que a liturgia seja verdadeira oração do povo de Deus. É lamentável ver que, em muitas paróquias, as celebrações são preparadas em cima da hora, ou, até mesmo, nunca são preparadas. Isso leva a uma repetição desmotivante ou uma improvisação em nome do novo, que beira ao mau gosto. Este livro é um bom subsídio para as equipes se reunirem em outros momentos para juntas estudarem a liturgia, levando em consideração as características das suas comunidades e tendo consciência do “espaço sagrado” onde atuarão, ajudando a assembleia litúrgica a celebrar, de forma digna e participada, o mistério da nossa salvação. Parabenizo o professor Edes Andrade por sua preciosa colaboração na formação litúrgica e teológica dos irmãos que irão ler este livro. Faço votos de que este manual contribua para que, em nossas comunidades, seja ainda mais glorificado o Senhor da vida, e que essa glorificação seja multiplicada continuamente no coração daqueles que amam a Deus.

Salvador, 26 de Janeiro de 2006.

Dom Emanuel d’Able do Amaral, OSB Arquiabade do Mosteiro de São Bento da Bahia. Abade-Presidente da Congregação Beneditina do Brasil.

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Liturgia

1- A origem da palavra Liturgia A palavra Liturgia vai surgir na Grécia Clássica no séc. VI a.C. Leitourgía – letourgía – letourgía – litourgía é palavra grega da raiz: Leit (de leós - laós = povo, público); Érgon (de ergázomai = agir, operar). O termo, assim composto, significa diretamente: “ação ou obra pública para o povo. “Um serviço público feito para o povo”. No Antigo Testamento: O Antigo Testamento foi traduzido ainda antes de Cristo para o grego, chamado “Tradução dos LXX (porque conforme se sustenta, a Bíblia foi traduzida por 70 homens sábios), e a palavra Liturgia aparece 170 vezes; designando sempre o Culto prestado a Javé, não por qualquer pes­soa, mas apenas pelos Sacerdotes e Levitas no Templo de Jerusalém”.

No Novo Testamento: O termo Liturgia aparece somente 15 vezes. Apenas nos Atos dos Apóstolos se refere ao sentido do culto ritual dos cristãos.

Celebrando eles a Liturgia em honra do Senhor e jejuando disse-lhes o Espírito Santo: “separai para mim Barnabé e Saulo, para a obra á qual os destinei”. At 13,2

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2- Afinal, o que significa Liturgia? A Igreja tem algumas definições como: a) Papa Pio XII (na Encíclica “MEDIATOR DEI” 1947). Não é apenas a parte externa e sensível do Culto, nem o aparato das Cerimônias ou conjunto de regras e leis. Mas, o exercício do Múnus Sacerdotal de Cristo. É o momento de ação salvífica de Deus sobre o Homem, de tal modo que os Homens, uma vez assumidos no mistério de Cristo presente no rito, possam louvar a Deus em Espírito e Verdade. A Liturgia, antes de ser uma ação da Igreja para Deus, é a ação de Cristo na Igreja. A Liturgia faz a Igreja enquanto a Igreja celebra a Sagrada Liturgia.

b) Odo Casel (monge Beneditino alemão). É o Mistério do Culto de Cristo e da Igreja. Ação ritual da Obra Salvífica de Cristo, de sua presença debaixo do véu dos símbolos da obra da Redenção.

c) Beauduin (1873-1960) A liturgia exprime o culto da Igreja, continuação do Culto de Cristo.

d) Concílio Vaticano II (Constituição Litúrgica Sacrosanctum Concilium). Para o Papa João XXIII, a liturgia deveria ser o primeiro e principal argumento de discussão no Concílio Vaticano II e assim aconteceu. 14


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A Sagrada Liturgia é Fonte de onde emana toda a sua força e, ao mesmo tempo, é cume=ápice, para o qual tende a Ação da Igreja. É uma ação Sagrada pela qual, através de ritos sensíveis, se exerce, no Espírito Santo, o múnus sacerdotal de Cristo, na Igreja e pela Igreja, para a santificação do Homem e glorificação de Deus. É a continuidade do Mistério da Encarnação, um instrumento de união entre o Homem e Deus e Deus e o Homem. É a continuação da ação do culto perfeito que Cristo prestou por sua humanidade, ao Pai. Na ação cultual é Deus mesmo que, na mediação de Cristo e na santifiçação do Espírito, opera a “divinização” do Homem em Cristo e no Espírito Santo. A Liturgia é considerada como exercício da função Sacerdotal de Cristo. Ela simboliza, através de sinais sensíveis, e realiza, em modo próprio a cada um, a santificação dos Homens; nela, o corpo místico de Jesus Cristo, cabeça e membros prestam a Deus o culto público integral. Toda celebração litúrgica, como obra de Cristo Sacerdote e do seu Corpo, que é a Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra ação da Igreja se iguala, sob o mesmo título e grau.

e) Medellín (1968) É a ação de Cristo, Cabeça, e de seu Corpo, que é a Igreja. É o momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, em que realiza indissoluvelmente a comunhão com Deus e entre os Homens, de tal maneira que a primeira é a razão da segunda. A Celebração Litúrgica é a coroação do compromisso com a realidade humana, com o desenvolvimento e com a promoção. 15


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Uma presença do mistério da salvação, que visa, em primeiro lugar, a Glória do Pai, que apresenta: Um fortalecimento do espírito da comunidade; Uma mensagem cristã de alegria e esperança; Um sentido de transcendência da vocação humana.

f) Puebla (1979) É a Ação de Cristo e da Igreja; É o exercício do sacerdócio de Jesus Cristo; É o Ápice e Fonte da Vida Eclesial (Igreja); É um encontro de Deus com os irmãos; Banquete e Sacrifício realizados na Eucaristia; Festa de comunhão eclesial na qual o Senhor Jesus, por seu Mistério Pascal, assume e liberta o povo de Deus.

g) Catecismo da Igreja Católica É a ação de Cristo (Christus Totus), os que a celebram para além dos sinais já estão na Liturgia Celeste, em que a Celebração é toda festa, é comunhão.

h) Código de Direito Canônico É o exercício de Jesus Cristo, no qual, por meio de sinais sensíveis é significada e segundo o modo próprio de cada um, é realizada a santificação dos Homens, e é exercido plenamente pelo Corpo Místico de Jesus Cristo, isto é, pela Cabeça e pelos Membros, o culto público de Deus.

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i) Dicionário de Liturgia Ação ritual que se realiza por meio de atitudes, de gestos e palavras. É o complexo de sinais, através dos quais Deus invisível se manifesta e comunica a sua vida por meio de Cristo, no Espírito e continua assim realizando o seu projeto de amor para fazer ou renovar a Eterna Aliança.

j) Santo Domingo Ação de Cristo total, Cabeça e Membros e como tal, deve expressar o sentido mais profundo de sua Oblação ao Pai pelos Homens. O Culto Cristão deve expressar a dupla vertente da obediência ao Pai (glorificação) e da caridade com os irmãos (redenção), pois a glória de Deus é que o Homem viva.

Portanto, Liturgia é a Celebração do Mistério Pascal (Paixão– Morte–Ressurreição) de nosso Senhor Jesus Cristo, através de ritos, de gestos e de símbolos.

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Missa

3- A Missa está dividida em quantas partes? A Missa está dividida em quatro partes que são:

Missa Ritos Iniciais

Liturgia Eucarística

Liturgia da Palavra

Ritos Finais

4 - Quais são as partes da Missa?

1 – Ritos Iniciais

M I S S A

2 – Liturgia da Palavra

3 – Liturgia Eucarística

4 – Ritos Finais

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Formam: O núcleo da Missa


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A- Ritos Iniciais

(preparar a assembleia para ouvir e acolher a Palavra de Deus).

Acolhida da comunidade na porta da igreja: – como é bom sermos acolhidos. – a primeira acolhida é a que fica; – deve ser feita pelo Padre, pelo Diácono (se houver) e pela Equipe de Acolhimento; – não é simplesmente abrir as portas do templo e dizer bom dia; – é, sobretudo, abrir as portas do coração, ficar à disposição do irmão que vem ao meu encontro, aceitando-o do jeito que ele é; – um bom acolhimento ajuda a formar o clima celebrativo; – os folhetos de cantos devem ser entregues nas mãos das pessoas (entregar os folhetos não como as propagandas e papéis que recebemos nas ruas, mas sim olhando no rosto das pessoas, sem pressa de dizer): bem vindo(a); – ensaios dos cantos; – intenções particulares (que podem ser feitas pelo comentarista ou outra pessoa que esteja devidamente preparada para isso); – comentário inicial – (tem que ser objetivo e claro).

R I T

Canto Inicial: A finalidade deste canto é dar início à Celebração Litúrgica, como também criar um clima de união na comunidade, introduzindo-a no Mistério do Tempo Litúrgico que está sendo celebrado. É um canto que acompanha a procissão de entrada, por isso deve ser um canto alegre que 19

O I N I C I A L


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