É do que colhi ao longo da jornada, que lhe ofereço. São...
...Sons Silêncios Daqui e Dali...
Índice Apresentação........................................................... 11 Música e arte........................................................... 12 Coração musical...................................................... 13 Segredo das notas musicais...................................... 14 Canto gregoriano..................................................... 16 Para nós artistas....................................................... 17 Bento xvI e a música............................................. 19 Música antiga.......................................................... 20 Música faz bem....................................................... 22 A música que cura................................................... 23 Meu sax para uma prostituta................................... 24 Tocar em sepultamento........................................... 25 Happening............................................................... 27 A dança................................................................... 28 A importância da leitura.......................................... 29 O poder da música................................................... 30 Saxofone.................................................................. 31 Gente da gente........................................................ 32 De Rosa para Urbano.............................................. 33 Regina, minha mulher............................................. 35 “Nhá Chica”............................................................. 36 Áurea Xavier............................................................ 39 Santa Lôla............................................................... 40 Nossa Senhora de Lourdes...................................... 42 Santa Teresa D´Avila............................................... 44 Um exemplo de amizade......................................... 46
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José.......................................................................... 48 Bakhita.................................................................... 49 Padre Vitor Coelho................................................. 50 Maria aparece na Síria............................................. 51 Jorge Frassati........................................................... 53 Irmão Mário: salesiano............................................ 54 Lírio de São José...................................................... 55 Serafim de Sarov...................................................... 57 Padre Pio e os anjos................................................. 58 O Canarinho de Natal............................................. 59 Manoel Martins da Silva......................................... 60 Recados de D. Bosco............................................... 61 Aparição de São Miguel.......................................... 62 Maria Goretti.......................................................... 64 Aprendi com Hélio Ribeiro..................................... 65 Mariam Baouardy.................................................... 66 O inteligente e humilde Ratzinger.......................... 68 Santo Agostinho...................................................... 70 Maria na Índia......................................................... 72 Maria, minha Mãe................................................... 74 Sua Santidade Bartolomeu I.................................... 76 Marluce................................................................... 80 Profeta Gentileza..................................................... 82 Bartolomeu I fala de Chiara.................................... 84 Santa Gemma Galgani............................................ 86 Claus Fhacquer........................................................ 88 Minha Maria........................................................... 89 Nobel de Medicina.................................................. 91 Caminhando 5.800 quilômetros a pé....................... 92 Airton de Igaratinga................................................ 94
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Antônio do Hermes................................................. 96 Dr. João Bosco Grassi.............................................. 97 Lenir Cunha............................................................ 99 Mary Cattoni......................................................... 101 Max Robson.......................................................... 102 Rabino Hofez Chaim............................................ 103 Santo Efrém da Síria............................................. 104 Sebastião Arnóbio................................................. 106 Fatos...................................................................... 108 As três fases........................................................... 109 O valor da pontuação............................................. 110 Atitude é tudo....................................................... 111 Um cartão.............................................................. 113 Você é Deus?......................................................... 115 Uma ótima receita................................................. 117 As três potências.................................................... 118 Um milagre recente............................................... 119 Os monges do Monte Atos – Grécia..................... 120 18 de Outubro de 2008.......................................... 121 “Qual é a finalidade da meditação no sentido de oração do coração”?........................................................... 123 Freio na língua....................................................... 124 Para uma profunda meditação............................... 125 A cruz.................................................................... 126 As freiras de Caruaru............................................. 127 Católicos e Ortodoxos........................................... 128 Em Israel............................................................... 130 Meus pais se separaram.......................................... 131 No porta-malas...................................................... 132 O circo................................................................... 133
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O Fogo Sagrado.................................................... 134 Ser cristão no Iraque.............................................. 135 Terapia do silêncio................................................. 137 Nosso emocional................................................... 138 Pedindo uma boa morte........................................ 140 Carmelita............................................................... 142 Estou hospitalizado............................................... 145 Ore mais................................................................ 147 O cientista judeu.................................................... 149 Belos milagres........................................................ 150 Eu odeio carnaval.................................................. 152 O mistério da escada............................................. 154 O mal no mundo................................................... 156 Martírio................................................................. 158 Pentecostes para nós orientais................................ 160 O inimigo.............................................................. 162 Uma mulher........................................................... 164 As almas do purgatório....................................... 166 Por favor................................................................. 167
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Apresentação: A arte nos surpreende por revelar a beleza em sua plenitude. São os detalhes que a compõem que nos sequestram e libertam. Remetem-nos à memória, ao inusitado, ao transcendente... Como enxergam a vida aqueles que a reinventam na arte? Nenhum artista é um qualquer. São todos orações sussurradas, em esquinas, teatros, entre cafés, praças públicas, salas, templos, lábios e corações. Urbano Medeiros é uma dessas orações que eleva a alma e o espírito humano ao nível do divino. Este livro mostra como este artista, missionário, homem de Deus, percebe e acolhe a vida que pulsa ao seu e ao nosso derredor. E com notas muito simples, intercaladas de sons e silêncio, toca-nos com a habitual delicadeza da sabedoria e da arte. Ele fala de gente, situações, seus espantos e seus encantos. Ele toca para quem passa... Pare... Ouça. O editor
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Música e arte A música de Urbano o revela. Sem véus, sem subterfúgios, sem pudor algum. Ela é porta escancarada para a verdade. Ela anuncia a vida, respeita a morte e denuncia a condenação. A música de Urbano deixa de ser dele quando executada, seja em público ou na solidão dos ensaios e passa a ser de toda humanidade. Ela preenche o cosmos de respostas. De louvores. Música que cura... Promove encontros... Embala jornadas... Deixa marcas no tempo...
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Coração musical Certa vez, nos estúdios da Loyola Multimídia, onde fui gravar um programa para Tv, o grande escritor e jesuíta Roque Schneider me dizia: “Urbano, meu mestre dos sons, são raras as pessoas que não gostam de música, que não apreciam uma bela e inspirada melodia. Temos o ritmo no sangue e a canção no coração. Como seria melancólico o mundo sem música, sem poesia e sem canções! Um coração impregnado de música sorri com mais facilidade, entusiasma-se com mais frequência, doa-se aos outros com generosidade maior. A música realiza milagres que o remédio e o divã do psicanalista nem sempre conseguem. Música, de verdade, é sempre uma ponte: aproxima, solidariza, aconchega e redime. A musicoterapia é uma prece, um salmo de esperança e de gratidão. Cultive um coração musical e você será luminoso, contagiante e belo”. Meu caro Roque, peça a Deus para eu continuar nessa minha luta aqui em Pará de Minas. Que tem horas...
“Cantar é próprio de quem ama...” Santo Agostinho
“Um coração impregnado de música sorri com mais facilidade, entusiasma-se com mais frequência, doa-se aos outros com generosidade maior.” 13
Segredo das notas musicais
Katharine Le Mée
Vejam o que ando aprendendo desde o momento que mergulhei de cabeça no universo do Canto Gregoriano: Na matemática medieval o número sete representava o acontecimento completo, a união das forças divinas e terrenas. A oitava, com seus sete intervalos (dó, re, mi, fa, sol, la, si, dó), era uma ilustração perfeita da forma como todos os acontecimentos eram estruturados. Se cantarmos ou tocarmos esta escala, poderemos ter uma ideia de como era vista esta progressão. DÓ é o começo, a ideia inicial, forte, que determina toda a ascensão. RÉ é a nota que marca o primeiro passo titubeante em direção à realização da ideia. Aqui é fácil desistir, a nota pode perder sua firmeza e voltar ao DÓ. A qualidade do MI é agradável. O primeiro passo foi dado e sabemos que a subida é possível, talvez até aprazível. Neste ponto da oitava atinge-se um degrau diferente dos dois anteriores, de DÓ a RÉ, e de RÉ a MI. Embora o passo seja perceptivelmente menor, é necessário um esforço real para continuar. Se pensarmos no modo como a palavra AMÉM se apresenta musicalmente (FÁ e de volta a MI), pode-se observar a circunstância de que o FÁ, de certo modo incisivo em qualidade, pode ainda retornar ao ponto de partida,
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isto é, para baixo, MI, e eventualmente ainda mais baixo, para DÓ... ou pode subir mais. A qualidade do SOL é completamente diferente Trata-se de uma nota brilhante e triunfante. O que fora antes incerto, agora se resolveu. Há muita energia e entusiasmo impelindo-nos a prosseguir. O SOL, referido como a nota dominante da oitava, é extremamente forte. A oitava continua com o LÁ, uma nota que perde um pouco do brilho que era evidente no SOL. Aqui, o direcionamento para o alto é indiscutível, mas existe também uma forma de resignação: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. No SI não existe a possibilidade de retorno. O DÓ, no topo, está chamando, e o SI, reconhecendo a sua total inabilidade de resolver a oitava com suas próprias forças, aceita a compaixão e a graça oferecidas do alto e faz a união completa com o DÓ, que ressoa com o dobro do número de vibrações por segundo que tem o DÓ de abertura. A oitava então está completa. O que quer que tenha sido planejado na sua origem atingiu a perfeição.
“A música é uma lei moral. Dá alma ao universo, asas ao pensamento, saída à imaginação, encanto à tristeza, alegria e vida a todas as coisas. Ela é a essência da ordem e eleva em direção a tudo o que é bom, justo e belo, e do qual ela é a forma invisível mas, no entanto deslumbrante, apaixonada, eterna.” Platão
“Quanta ciência existe na música. E como poucas pessoas se tocam...” 15