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FURACÃO ENCARNADO

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Toucinho do céu

Toucinho do céu

Depois de ventos fortes terem atordoado as águias, que não foram além de um empate a duas bolas no clássico com o Sporting, a tempestade rumou aos Açores. Os comandados de Roger Schmidt fizeram o melhor uso da possível frustração em relação ao resultado da jornada passada e, qual furacão, levaram tudo à frente no reduto do Santa Clara. Os insulares, por seu turno, já estão habituados a “apanhar os cacos” - já não sabem o que é vencer, no conjunto de todas as competições, desde novembro do ano passado.

Éfácil contar a história do que se passou no Estádio de São Miguel, nos Açores: três golos e três pontos conseguidos sem grande esforço, que valem um confortável primeiro lugar ao Benfica no final da primeira ronda. Mas há destaques dignos de nota: para além de algumas surpresas no onze inicial - como as entradas de Draxler e Morato - também há que falar dos golos. Uns marcados pela “prata da casa” e um outro por um “velho amigo”.

Não foi preciso esperar muito para que os benfiquistas nos Açores pudessem gritar golo pela primeira vez: aos 9’, Enzo Fernández fez um cruzamento teleguiado para Aursnes que, de cabeça, inaugurou o marcador.

Inofensivo, o emblema insular voltou a permitir novo golo encarnado passados sete minutos: mais uma vez, Enzo voltou a sacar da sua “varinha de condão” para dar início à jogada que levaria a nova alteração no marcador. Gonçalo Ramos, após assistência de Grimaldo, cimentou a sua liderança na lista de melhores marcadores da prova. Ainda antes do intervalo, o “pistoleiro” voltou a testar os reflexos de Gabriel, mas desta vez o guardião insular levou a melhor, com uma grande defesa.

Já na segunda parte o jogo baixou de intensidade e o Santa Clara conseguiu sobressair mais.. mas não o suficiente. Na verdade, foram os encarnados a (novamente) dilatar a vantagem. Aos 80’, o recém-chegado Gonçalo Guedes puxou a bola para o meio e disparou para o fundo das redes açorianas. A cereja no topo do bolo.

Mas se queremos falar em emoção nesta jornada temos obrigatoriamente de dar o prémio de duelo mais empolgante ao Paços de Ferreira - Braga. Foi um daqueles jogos em que podia ter dado para qualquer um dos lados e, por isso, ser justa a vitória para qualquer uma das duas equipas. Ainda assim, a sorte sorriu ao Braga, que se adiantou aos 58’, por Vitinha. Dez minutos depois, Holsgrove, num potente remate, fez o golo do empate. Com sete minutos para jogar em tempo de compensação, o Braga esperou literalmente até ao último minuto para marcar, num lance de grande confusão, o golo da vitória, assinado por Banza. Quem também não teve vida fácil nesta 17.ª jornada foi o Sporting, que só em período de compensação viu confirmado o regresso aos triunfos.

Naquela que provavelmente foi uma das exibições mais “pobres” dos leões esta época, a turma leonina teve grandes dificuldades em ultrapassar uma muralha de seu nome Buntic, que num primeiro momento travou os assaltos de Paulinho e Trincão.

O guardião germano-croata foi, contudo, incapaz de defender o pontapé de Pedro Gonçalves, aos 59’, após assistência de Pedro Porro. Este golo deu alguma calma - talvez demasiada - aos leões… e quem aproveitou o relaxamento foram os vizelenses, que aos 75’ chegaram ao empate com um golo de Alex Méndez.

Com o final da partida a aproximar-se, valeu à formação de Rúben Amorim a grande penalidade assinalada sobre Paulinho, por falta de Julião, convertida com êxito por Porro.

João Mário foi a estrela improvável do duelo entre Vitória SC e F. C. Porto: o jovem lateral de 23 anos marcou o golo que valeu os três pontos aos azuis e brancos numa (quase) sempre difícil deslocação ao D. Afonso Henriques.

Os dragões entraram em campo sabendo que os principais rivais neste momento - Benfica e Braga - tinham vencido os seus encontros. Estavam, portanto, obrigados. a ganhar para não perder terreno. Talvez por isso, notou-se um pouco de nervosismo e as investidas da equipa de Sérgio Conceição tornaram-se um pouco previsíveis perante um muito organizado Vitória.

Já depois de ter disparado um remate que rasou o poste, João Mário deu a tranquilidade que os dragões necessitavam, mesmo em cima do o intervalo: numa jogada de insistência, Otávio serviu o lateral, que desatou o nulo com um golaço.

A turma de Moreno ainda tentou minimizar os danos, mas sem sucesso.

Um bis de Dabagh (6’ e 76’) e os pontapés certeiros de Alan Ruiz (32’) e Michel (79’) construíram a goleada do Arouca sobre o Portimonense. De referir que os algarvios se viram reduzidos a 10 unidades a partir dos 65’, por expulsão de Seck. Esta vitória valeu aos arouquenses a subida ao sexto lugar.

Também o Marítimo se viu a jogar com menos um aos 60’ (João Afonso viu o segundo amarelo) mas nem assim deixou escapar a vantagem conseguida logo no início da partida pelo regressado Renê Santos. Apesar do Estoril ter feito de tudo para tentar, pelo menos, chegar ao empate, os três pontos ficaram mesmo no Caldeirão, nesta que foi a segunda vitória caseira dos verde-rubros nesta época.

O Casa Pia inaugurou o marcador na receção ao Gil Vicente (Rafael Martins, aos 46’), mas acabou derrotado - os galos levantaram a crista e deram a volta ao resultado com um bis de Fran Navarro (quem mais poderia ser…), aos 50’ e 62’, e um outro tento de Vitor Carvalho (54’).

Em Famalicão os locais - que desperdiçaram uma grande penalidade aos 80’ - não foram além de um empate sem golos frente ao visitante Rio Ave.

Já o Boavista - Chaves, que encerrou esta primeira ronda da Liga, terminou empatado a uma bola. Yusupha adiantou os axadrezados aos 27’, mas a dois minutos dos 90’ Jô Batista faturou pelos transmontanos. Ambas as equipas falharam assim o regresso às vitórias.

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