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Linguagem e Vida
5º
ano Manual do Professor Kamilla Martins
Graduanda em Pedagogia Universidade Federal Fluminense Faculdade de Educação
Sara Alves
Graduanda em Pedagogia Universidade Federal Fluminense Faculdade de Educação
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Querido Aluno, Desejamos que você descubra a leitura como uma deliciosa viagem. Aprender a ler e escrever melhor irão te ajudar a compreender melhor seu mundo e a cultura onde você está inserido. Assim, você poderá falar sobre assuntos diversos usando melhor as palavras, vai aprender a transmitir suas ideias com clareza, e irá perceber o quanto tudo isso é importante para você se tornar uma pessoa completa em todos os sentidos. A vida é feita de desafios. Escrever esse livro foi um desafio em tanto. Com certeza lê-lo também será. Mas não se preocupe, nós conseguimos e você também conseguirá! Te convidamos para desbravar o maravilhoso mundo da leitura! Temos certeza que você nunca mais será o mesmo. Um grande abraço, As autoras.
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Unidade
1 LER É UMA VIAGEM
Unidade
2 LER PARA SE INFORMAR
Capítulo 1 O que você imagina quando ouve a Frase: ‘Era uma vez” Gênero: Conto. ....................................... 5 Conto: A Luva Tatiana Belinky................................................... 5 Conhecendo a Língua Adjetivos e Verbos ................................................................... 7 Conto: Os dois reis de Gondar Anna Soler-Pont........................................................................ 9 É hora de produzir Produção do conto.................................................................... 12 Refletindo sobre sua escrita ..................................................... 12 Capítulo 2 O que é Poesia? Gênero: Poema Os poemas Mario Quintana ..................................................... 13 Convite José Paulo Paes ........................................................... 14 Sobre o Texto ........................................................................... 15 Soneto de Fidelidade Vinicius de Moraes ................................................................... 16 Conhecendo a língua Figuras de Linguagem .............................................................. 17 É de produzir Produção do poema.................................................................. 19 Refletindo sobre sua escrita...................................................... 19
Capítulo 1 Por dentro da Entrevista. Gênero Textual: Entrevista....................................................... 20 Entrevista Revista Brasileiros..................................................... 21 Sobre o texto ............................................................................. 23 Entrevista Revista Afro............................................................... 24 Conhecendo a Língua Preposições................................................................................. 26 É hora de produzir Produção de entrevista.............................................................. 27 Refletindo sobre sua escrita ...................................................... 28 Capítulo 2 Comunicação além das palavras Gênero: Charge ........................................................................ 29 Charges..................................................................................... 30 Sobre o Texto ........................................................................... 30 É de produzir Produção da charge .................................................................. 32 Refletindo sobre sua escrita...................................................... 32
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Capítulo 1 - O QUE VOCÊ IMAGINA QUANDO OUVE A FRASE... “ERA UMA VEZ?” Inicie a exploração da unidade, observando a capa da unidade. Faça uma leitura da imagem levando os alunos a refletirem sobre o prazer de viajar através da leitura.
Leitura
O texto que você vai ler é um conto. O conto é um texto narrativo centrado em um relato referente a um fato ou determinado acontecimento. Sendo que este pode ser real, como é o caso de uma notícia jornalística, um evento esportivo, dentre outros. Podendo também ser fictício, ou seja, algo resultante de uma invenção.
Antes da leitura pergunte aos alunos se eles imaginam do que se trata um conto que tem como título “ A Luva”. Peça que eles observem a imagem, permita que eles leiam além das palavras. Leve uma pequena biografia da autora. Faça a leitura com bastante entonação e emoção.
A Luva Foi nos tempos distantes do amor cortês. No reino medieval do rei Franz era dia de festa, e o ponto alto das festividades era a exibição de feras selvagens, trazidas de terras distantes, na arena do grande castelo. Em volta da arena erguiam-se as arquibancadas, encimadas por altos balcões onde brilhavam os nobres da corte, ao lado das belas damas faiscantes de jóias. Entre elas se destacava a donzela Cunegundes, tão rica e formosa quanto orgulhosa, e de pé ao seu lado estava o seu apaixonado adorador, o jovem cavaleiro Delorges, cujo amor ela desdenhava, distante e fria. Chegou a hora do início da função. A um sinal do rei, abriu-se a porta da primeira jaula, da qual saiu, majestoso, um feroz leão africano e, sacudindo a juba dourada, deitou-se na areia, preguiçoso. Abriu-se a segunda jaula, liberando um terrível tigre de Bengala, que encarou o leão com olhos ameaçadores e deitou-se também, tenso, como quem prepara um bote mortal. Em seguida, abriu-se a terceira jaula, da qual saltaram, quais enormes gatos negros, duas panteras de dentes arreganhados, deitando-se agachados e aumentando a tensão do ambiente. Fez-se um silêncio no público: todos aguardavam ansiosos um pavoroso embate mortal entre os quatro monstros felinos... E neste momento, como que sem querer, a donzela Cunegundes deixou cair, do alto do balcão, sua branca luva, bem no centro da arena, entre as quatro feras assustadoras. E dirigindo-se com um sorriso irônico ao seu cavaleiro adorador, falou, afetada:
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"Cavaleiro Delorges, se de fato me amais como viveis repetindo, provai-o, indo buscar e me devolver a minha luva.” O cavaleiro Delorges não respondeu nada e sem titubear, desceu rápido do balcão e com passos decididos pisou na arena, entre as fauces hiantes e as presas arreganhadas das quatro feras. Calmo e firme ele apanhou a luva, e sem olhar para trás e sem apressar o passo, voltou para o balcão, sob os sussurros de espanto e admiração de todo o público presente. A donzela Cunegundes estendeu a mão num gesto faceiro para receber a luva e com um sorriso cheio de promessas, falou: "Ganhaste a minha gratidão, cavaleiro Delorges." Mas em vez de entregar-lhe a luva, o cavaleiro Delorges atirou-a no belo rosto da dama cruel e orgulhosa: "Dispenso a vossa gratidão, senhora!", ele disse. E voltando-lhe as costas, o cavaleiro Delorges foi embora para sempre.
Recontado de um poema de Schiller por Tatiana Belinky. Ilustrado por Maria Eliana Delarissa. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/. Acesso em outubro de 2015.
Sobre o Texto
As perguntas dessa seção têm por objetivo levar os alunos à compreensão do texto. Dê um tempo para que eles respondam no caderno e peça para eles lerem as respostas em voz alta. Proporcione uma troca entre eles, ampliando a compreensão da turma sobre o conto.
Responda às questões no caderno. 1- Que emoções o conto te provocou? Explique. Resposta pessoal.
2- Se você pudesse dar outro título ao conto qual seria? Resposta pessoal.
3- Como é a personalidade da donzela Delorges? Orgulhosa, fria, irônica, cruel e orgulhosa.
4- Releia este trecho: "Cavaleiro Delorges, se de fato me amais como viveis repetindo, provai-o, indo buscar e me devolver a minha luva."
4- Na sua opinião, por que a donzela fez esse pedido ao cavaleiro? Resposta pessoal.
5- O que você faria no lugar dele? Resposta pessoal.
6- O que o fim da história revela? Espera-se que eles compreendam que as pessoas que tem uma personalidade parecida com a da donzela Delorges afastam as outras pessoas, até mesmo as que gostam delas. 7
Conhecendo a Língua Responda as questões no caderno.
1 – O texto é uma narrativa, ou seja, uma exposição de acontecimentos. A autora utiliza alguns recursos para nos transportar para uma época diferente da nossa. Um deles é caracterizar o lugar dos acontecimentos e os personagens da história. Releia o primeiro parágrafo do texto e identifique os substantivos, como também seus caracterizadores, os adjetivos. Transcreva-os no caderno. Qual é a sensação que eles passam? Tempos distantes, amor cortês, reino medieval, grande castelo, feras selvagens, altos balcões, belas damas, apaixonado adorador.
ADJETIVOS
são as palavras que representam atribuições de qualidades (boas ou ruins), de espécie, de características, de estado que podem ser dadas aos substantivos ou aos pronomes substantivos.
2- Releia o trecho a seguir e observe os verbos destacados: “Foi nos tempos distantes do amor cortês. No reino medieval do rei Franz era dia de festa, e o ponto alto das festividades era a exibição de feras selvagens, trazidas de terras distantes, na arena do grande castelo.” Esses verbos indicam presente, passado ou futuro?
VERBOS
Na Gramática da Língua Portuguesa, designa a classe de palavras que indicam ação, uma situação ou mudança de estado.
Faça uma pesquisa e descubra os tempos verbais destacados no trecho acima. Foi – pretérito perfeito do indicativo. Era – pretérito imperfeito do indicativo.
Os verbos se flexionam para indicar tempo (presente, passado ou pretérito, futuro), pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, eles) e número (singular, plural). Para procurar os verbos no dicionário é preciso coclocá-los no infinitivo, com uma de suas três terminações: -ar, -er, ir. Exemplos: cantar, comer, dormir.
3- Qual é a ideia passada pelos verbos na história? O pretérito imperfeito dá a ideia de algo que não se conclui e que acontece com frequência, própria dos textos narrativos. O pretérito imperfeito passa a ideia de algo que se concluiu.
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Tempos verbais do Indicativo trabalhados no texto Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Exemplo do conto: “A donzela Cunegundes estendeu a mão num gesto faceiro.” Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado. Exemplo do conto: “...todos aguardavam ansiosos um pavoroso embate mortal”
4-Observe a tirinha:
Analise o uso do verbo “era” no primeiro quadrinho e do verbo “disse” no segundo quadrinho. Aqui eles passam a mesma ideia dos verbos utilizados no conto? Sim. No terceiro quadrinho o verbo esta no modo imperativo e dá a ideia de uma orientação. O uso dos verbos no modo imperativo é comum na escrita de receitas. Reescreva o terceiro quadrinho conjugando os verbos no pretérito perfeito do indicativo e no pretérito imperfeito do indicativo respectivamente. O texto ainda passa a ideia de receita? Qual é o novo sentido do texto? Comente. ... E então, adicionou duas colheres de açúcar mascavo e mexeu a calda por dois minutos... ... E então, adicionaram duas colheres de açúcar mascavo e mexeram a calda por dois minutos. Os textos ganharam novos sentidos. No primeiro dá impressão que a receita já foi feita. No segundo
As formas verbais na Língua Portuguesa são classificadas em três modos: Modo Indicativo: quando o verbo indica uma certeza, uma realidade, algo que de fato acontece, aconteceu ou acontecerá. Modo Subjuntivo: quando o verbo indica dúvida, possibilidade, ou seja, não exprime certeza de que realmente a ação verbal é um fato consumado. Modo Imperativo: quando o verbo indica uma ordem, um pedido, uma sugestão.
5- Encontre no texto outros verbos no pretérito perfeito do indicativo e no pretérito imperfeito do indicativo. Chegou,saiu, deixou, falou, respondeu, desceu, etc. Erguiam, brilhavam, destacava, estava, desdenhava, etc.
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Leitura
O conto que você vai ler é africano. “Na cultura africana a fala ganha força, forma e sentido, significado e orientação para a vida. A palavra é vida, é ação, é jeito de aprender e ensinar. “O poder da palavra garante e preserva ensinamentos, uma vez que possui uma energia vital, com capacidade criadora e transformadora do mundo.” Salto para o futuro, disponível no site: http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/
Você já leu alguma estória dos povos africanos? Peça ajuda a dois alunos para ler esse conto. O primeiro será o camponês e o segundo, o caçador. Seja o narrador da história. Leia mais no Manual do Professor.
Os dois reis de Gondar (Etiópia) Era um dia como os de outrora... e um pobre camponês, tão pobre que tinha apenas a pele sobre os ossos e três galinhas que ciscavam alguns grãos de teff que encontravam pela terra poeirenta, estava sentado na entrada da sua velha cabana como todo fim de tarde. De repente, viu chegar um caçador montado a cavalo. O caçador se aproximou, desmontou, cumprimentou-o e disse: — Eu me perdi pela montanha e estou procurando o caminho que leva à cidade de Gondar. — Gondar? Fica a dois dias daqui — respondeu o camponês. — O sol já está se pondo e seria mais sensato se você passasse a noite aqui e partisse de manhã cedo. O camponês pegou uma das suas três galinhas, matou-a, cozinhou-a no fogão a lenha e preparou um bom jantar, que ofereceu ao caçador. Depois de comerem os dois juntos sem falar muito, o camponês ofereceu sua cama ao caçador e foi dormir no chão ao lado do fogo. No dia seguinte bem cedo, quando o caçador acordou,o camponês explicou-lhe como teria que fazer para chegara Gondar: — Você tem que se enfiar no bosque até encontrar um rio, e deve atravessá-lo com seu cavalo com muito cuidado para não passar pela parte mais funda. Depois tem que seguir por um caminho à beira de um precipício até chegar a uma estrada mais larga... O caçador, que ouvia com atenção, disse: — Acho que vou me perder de novo. Não conheço esta região... Você me acompanharia até Gondar? Poderia montar no cavalo, na minha garupa. — Está certo — disse o camponês —, mas com uma condição. Quando a gente chegar, gostaria de conhecer o rei, eu nunca o vi. — Você irá vê-lo, prometo.
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O camponês fechou a porta da sua cabana, montou na garupa do caçador e começaram o trajeto. Passaram horas e horas atravessando montanhas e bosques, e mais uma noite inteira. Quando iam por caminhos sem sombra, o camponês abria seu grande guardachuva preto, e os dois se protegiam do sol. E quando por fim viram a cidade de Gondar no horizonte, o camponês perguntou ao caçador: — E como é que se reconhece um rei? — Não se preocupe, é muito fácil: quando todo mundo faz a mesma coisa, o rei é aquele que faz outra, diferente. Observe bem as pessoas à sua volta e você o reconhecerá. Pouco depois, os dois homens chegaram à cidade e o caçador tomou o caminho do palácio. Havia um monte de gente diante da porta, falando e contando histórias, até que, ao verem os dois homens a cavalo, se afastaram da porta e se ajoelharam à sua passagem. O camponês não entendia nada. Todos estavam ajoelhados, exceto ele e o caçador, que iam a cavalo. — Onde será que está o rei? — perguntou o camponês. — Não o estou vendo! — Agora vamos entrar no palácio e você o verá, garanto! E os dois homens entraram a cavalo dentro do palácio. O camponês estava inquieto. De longe via uma fila de pessoas e de guardas também a cavalo que os esperavam na entrada. Quando passaram na frente deles, os guardas desmontaram e somente os dois continuaram em cima do cavalo. O camponês começou a ficar nervoso: — Você me falou que quando todo mundo faz a mesma coisa... Mas onde está o rei? — Paciência! Você já vai reconhecê-lo! É só lembrar que, quando todos fazem a mesma coisa, o rei faz outra. Os dois homens desmontaram do cavalo e entraram numa sala imensa do palácio. Todos os nobres, os cortesãos e os conselheiros reais tiraram o chapéu ao vê-los. Todos estavam sem chapéu, exceto o caçador e o camponês, que tampouco entendia para que servia andar de chapéu dentro de um palácio. O camponês chegou perto do caçador e murmurou: — Não o estou vendo! — Não seja impaciente, você vai acabar reconhecendo-o! Venha sentar comigo. E os dois homens se instalaram num grande sofá muito confortável. Todo mundo ficou em pé à sua volta. O camponês estava cada vez mais inquieto. Observou bem tudo o que via, aproximou-se do caçador e perguntou: — Quem é o rei? Você ou eu? O caçador começou a rir e disse: — Eu sou o rei, mas você também é um rei, porque sabe acolher um estrangeiro! E o caçador e o camponês ficaram amigos por muitos e muitos anos. Recontado por Anna Soler-Pont. Disponível em: http://www.companhiadasletras.com.br/trechos/12651.pdf . Acesso em outubro de 2015.
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Sobre o Texto Responda às questões no caderno:
1- O que você achou do conto? Do que se trata a história? 2- O que você faria se estivesse no lugar do pobre camponês? 3- Qual foi é a sensação que o desfecho do conto te causou?
O conto é um enredo que se compõe de determinados elementos. Vejamos: A introdução (ou apresentação) – Geralmente, constitui o começo da história, na qual o narrador apresenta os fatos iniciais, revela os protagonistas e eventualmente demarca o tempo e/ou espaço. Trata-se de uma parte extremamente importante, haja vista que tende a atrair a atenção do leitor, situando-o diante do discurso apresentado. A complicação (ou desenvolvimento) – Nessa parte do enredo é que começa a se instaurar o conflito. O clímax – Trata-se do momento culminante da narrativa, aquele de maior tensão, no qual o conflito atinge seu ponto máximo. O desfecho – Conferidos toda essa tramitação, é chegado o momento de partirmos para uma solução dos fatos apresentados. Lembrando que esse final poderá muitas vezes nos surpreender, revelando-se como trágico, cômico, triste, alegre, entre outras formas. Tempo – Revela o momento em que tudo acontece, podendo ser classificado em cronológico e psicológico.
Faça essa atividade em grupo:
4- Identifique no conto “Os dois reis de Gondar”: A introdução; o conflito; o clímax; o desfecho e o tempo.
5- Leiam novamente o último parágrafo do texto. Imaginem um novo problema para complicar outra vez a história e escrevam uma solução para surpreender o leitor.
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É hora de Produzir Você vai produzir um conto literário de ficção que se passa em um tempo e espaço
distante do seu. Siga as instruções abaixo: Caracterize o lugar onde se desenvolverá a ação. Caracterize os personagens. Pense no desenvolvimento da ação. Crie um conflito que cause certo medo no leitor. Crie um momento máximo de tensão – o clímax. Solucione o problema – resolva o conflito. Mostre o desfecho da estória. Lembre-se da importância dos adjetivos para caracterização. Releia as atividades da página 7.
Refletindo sobre sua escrita
Inicie a atividade com as leituras espontâneas dos contos dos alunos. Proponha a construção de um Livro de contos.
1 – Releia seu conto e verifique se ele apresenta as instruções descritas acima. 2 – Anote no caderno os aspectos que precisam ser melhorados. 3- Reveja a ortografia. Faça as correções necessárias com o auxilio do professor(a). 4- Faça uma ilustração do clímax, do ponto de maior tensão do seu conto. Não esqueça a caracterização dos lugares e personagens que você criou no seu conto. Essa ilustração também integrará o livro de contos da turma.
O príncipe medroso e outros contos africanos. Anna Soler-Pont
Os mais belos contos de Grimm. Vol, 02. Alexander Koshkin
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Capítulo 2- O QUE É POESIA?
Observe as ilustrações e a frase de Carlos Drumond de Andrade. Qual é a sensação que você tem? Faça uma pesquisa sobre a vida e a obra de Carlos Drumond de Andrade. Converse em grupo sobre o que você entendeu da citação.
Leitura
O objetivo deste capítulo é levar o aluno a imergir no mundo da poesia. Dê um tempo aos alunos para que eles possam se deliciar com as imagens e com a leitura. Leia as orientações específicas.
Antes de ler o poema, pergunte o que eles sabem sobre esse gênero textual. Pergunte sobre poemas que eles leram. Fale sobre a vida do autor e pergunte se os alunos conhecem alguma obra dele. Faça a leitura do poema com expressividade. Depois pergunte se alguém gostaria de lê-lo.
Os Poemas Mario Quintana
Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti… Disponível em http://www.revistabula.com/. Acesso em outubro de 2015
Sobre o Texto Converse com os colegas: Qual é o sentido da comparação que o autor fez entre os poemas e os pássaros? 14
Poesia vem do grego poiesis, que pode ser traduzido como a atividade de produção artística ou a de criar ou fazer. Com base nisso, a poesia pode não estar só no poema, mas também em paisagens e objetos. Trata-se, enfim, de uma definição mais ampla, que abarca outras formas de expressão, além da escrita. Poema também é uma obra de poesia, mas que usa palavras como matéria-prima. Na prática, porém, convencionou-se dizer que tanto o poema quanto a poesia são textos feitos em versos, que são as linhas que constituem uma obra desse gênero.
Leitura
Antes de ler explore a biografia do autor e fala sobre a importância desse gênero textual. Pergunte sobre o que eles acham que se trata o poema. Pergunte se alguém quer ler o poema.
Convite José Paulo Paes Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: quanto mais se brinca com elas mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova. Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia?
José Paulo Paes (1926-1998) foi um dos poetas brasileiros mais importantes do século XX. Escreveu livros por mais de cinquenta anos. Entre esses livros, alguns foram destinados às crianças. O poeta dizia que “(...) a poesia chama a atenção dos alunos para as surpresas que podem estar escondidas na língua que ela fala todos os dias sem se dar conta delas”. Alguns dos títulos de seus livros de poemas para crianças são bem divertidos: Olha o bicho e A revolta das palavras, por exemplo. Veja se na sala de leitura da sua escola tem algum livro dele.
PAES, José Paulo. Convite. In: Poemas para brincar. São Paulo: Ed. Ática, 2008.
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Sobre o Texto Responda às questões no caderno.
1 – O que é poesia para o autor? 2- Qual é a distinção que o poeta faz entre brincar de bola, papagaio e pião e brincar com as palavras? 3- José Paulo Paes relaciona fazer poesia com usar as palavras de forma diferente, brincando. Observe a ilustração de Millôr Fernandes:
5- O que Millôr Fernandes fez com as palavras? 6- Você acha que essa ilustração pode ser considerada poesia? 7 – Escolha palavras no poema “Convite” e invente formas diferentes de escrevê-las. Procure mostrar o sentido das palavras como Millôr Fernandes.
Faça a pergunta e permita que eles analisem todas as questões sobre a estrutura dos poemas. Leia as instruções mo Manual do Professor.
Quais diferenças e semelhanças você consegue notar entre “Os poemas” de Mario Quintana e “Convite” de José Paulo Paes? O poema é um texto escrito em versos; verso é cada linha do poema e as estrofes são os conjuntos de versos, geralmente separadas por uma linha. Os poemas são analisados quanto ao número de estrofes, número de versos por estrofe, esquema rimático em cada estrofe, métrica dominante e tipo de rima existente.
Vamos analisar a estrutura do poema “Convite”?
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Leitura Soneto de Fidelidade Vinícius de Moraes De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.
O soneto é um poema de forma fixa. Tem quatro estrofes, sendo que as duas primeiras se constituem de quatro versos, cada uma, os quartetos, e as duas últimas de três versos, cada uma, os tercetos.
Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. Disponível em : http://www.revistabula.com. Acesso em outubro de 2015. Autor desconhecido. Retirada do site: http://www.pipocamix.com.br/almofada-soneto.html
Sobre o Texto
Leia no Manual do Professor as instruções para leitura do soneto e desenvolvimento da atividade.
Responda às questões no caderno.
1 – Qual foi sua sensação após a leitura desse consagrado poema? Resposta pessoal.
3 – Qual sentimento é exaltado na primeira estrofe? O amor do autor.
4 - Nos versos “E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento” existem palavras com sentidos opostos. Quais são elas? Explique o significado de cada uma Riso – ação ou efeito de rir. e pranto - choro. Pesar – desgosto, tristeza e contentamento - satisfação.
5- O que representa uma chama? Como podemos associar essa palavra ao amor para compreendermos o verso “que não seja imortal, posto que é chama”? A chama representa o fogo. O desejo do eu lírico é que o amor assim como a chama que é alimentada – pois ele cuida do seu amor - não morra.
6 - O que você entende por “Mas que seja infinito enquanto dure”? Resposta pessoal.
7 – Observe a ilustração. Há alguma relação com a obra de Millôr Fernandes? Qual? Sim. Assim como na obra de Millor Fernandes, essa ilustração brinca com as palavras mostrando através da figura o sentido do texto.
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Conhecendo a Língua A poesia precisa comover, despertar emoções, enlevar. Assim, fazendo valer tais intenções, o poeta dispõe de recursos diversos, haja vista que na linguagem não há limites nem objeções. As FIGURAS DE LINGUAGEM são recursos de expressão, utilizados por um escritor, com o objetivo de ampliar o significado de um texto literário ou também para suprir a falta de termos adequados em uma frase. É um recurso que dá uma grande expressividade ao texto literário.
1 - Releia o trecho do poema de Mario Quintana: “Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês.” Ao estabelecer uma relação de semelhança entre os poemas e os pássaros, o autor retira as palavras poemas e pássaro do sentido denotativo, ou seja, literal e as transporta para o sentido conotativo, ou seja, figurado. Essa figura de Linguagem chama-se METÁFORA.
2 – Releia o poema de Mario Quintana e escreva no caderno qual são os novos sentidos que as palavras poemas e pássaros assumem? Espera-se que eles compreendam que Mario Quintana que os poemas vão além da junção de palavras. São constituídos de inspiração.
Agora, vamos estudar as Figuras de Linguagem mais comumente utilizadas.
COMPARAÇÃO Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança. Exemplo: O meu coração está igual a um céu cinzento ALITERAÇÃO Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras. Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma. POLISSÍNDETO É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração. Exemplo: Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar. ONOMATOPEIA É o processo de formação de palavras ou fonemas com o objetivo de tentar imitar o barulho de um som, quando são pronunciadas. Exemplos: trrrim, trrrim = telefone tocando, tic-tac = relógio trabalhando.
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ANTÍTESE Consiste no uso de palavras de sentidos opostos. Exemplo: "Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito". PLEONASMO Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado. Exemplo: Nós cantamos um canto glorioso. PARADOXO Fundamenta-se na oposição, como a antítese só que esta ocorre entre o mesmo referente, por isso é mais profundo, pois permeia o âmbito das ideias, não simplesmente das palavras ou orações. Exemplo:“O nada é tudo" Responda às questões no caderno. 3 – Identifique uma figura de linguagem no poema “Convite” de José Paulo Paes. Qual foi o sentido que o autor quis conferir ao usá-la? Comparação. As palavras são como a água do rio. Ele quis dizes que as palavras se renovam e fluem nas mãos do poeta.
4 – Releia o trecho do Soneto de Fidelidade de Vinícius de Moraes: “...E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento” Qual é a figura de linguagem que o autor utiliza? O que isso significa? Antítese.
5- Identifique se há no soneto outras figuras de linguagem. Metáfora - posto que é chama ; Pleonasmo- e rir meu riso; Aliteraçao- repetiçao do som ''ento e anto'' nas duas 1º estrofes; Polissindeto- e com tal zelo, e sempre, e tanto (( repetiçao dos E )) Paradoxo- “Que não seja imortal, posto que é chama, Mas que seja infinito enquanto dure.”
6 – Leia o recorte da história em quadrinhos abaixo e identifique a figura de linguagem utilizada.
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É hora de Produzir
Dê todo apoio para a produção do poema. Peça sugestões para organização do sarau. Leia mais no Manual do Professor.
Você irá produzir um poema. Siga as instruções. O tema será inspirado na frase de Carlos Drummond de Andrade: “Onde está a poesia?” Releia na página 15 as características da estrutura do poema. E lembre-se que dependendo da estrutura o poema será classificado de maneira diferente. A rima é opcional. Você deverá utilizar pelo menos uma figura de linguagem.
Refletindo sobre sua escrita 1 – Vamos organizar um sarau literário? Sarau é um evento cultural onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente.
2 - Mesa de livros Vamos organizar uma Mesa de Livros. Selecionar livros da biblioteca da escola (e outros doados/emprestados por parceiros) e espalhar sobre uma mesa grande. Os convidados sentam em volta e ficam livres para folheá-los,copiar trechos ou ler alto para o grupo. A única regra é que os livros não saiam da mesa. 3 – Durante o sarau iremos ler os poemas escritos por vocês, para isso será necessário que façamos antes as correções ortográficas necessárias.
Nós, Eva Furnari
Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles
Poesia é fruta doce e gostosa, Elias José. 20
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Capítulo 1 – POR DENTRO DA ENTREVISTA
Você sabe o que é uma entrevista? Você já assistiu a alguma entrevista na televisão? Quem era o entrevistado? Já leu entrevistas em jornais ou revistas sobre pessoas que você admira, como um atleta, ator ou grupo musical?
Leitura
Para a leitura das entrevistas peça a colaboração de dois alunos um será o entrevistador e o outro o entrevistado.
A revista Brasileiros, publicada no Brasil, entrevistou o ator Lázaro Ramos, que interpreta “Mister Brau”. Que perguntas você acha que foram feitas a ele? Resposta pessoal. Se achar conveniente, registre na lousa às sugestões dos alunos.
Após a leitura da entrevista, comente com seus colegas se o que você pensou se confirmou.
“Aulas de História do Brasil: é disso que precisamos!” Em entrevista por telefone, Lázaro Ramos fala sobre o sucesso de “Mister Brau”, e a crise política do País.
Lázaro Ramos interpreta Mister Brau, ídolo pop fictício da série homônima lançada no final de setembro pela Rede Globo (foto: Divulgação / Facebook)
Pergunta: A primeira edição de Brasileiros, publicada em julho de 2007, tinha você na capa e tratava do preconceito no Brasil. Nesses oito anos, você acha que houve avanços sobre a discussão? Resposta: Pensar sobre isso é um exercício difícil, mas acho que merecem destaque os benefícios que as cotas trouxeram. Elas abriram – e abrirão – espaço para uma galera que vem com um novo pensamento, uma nova formação e, espero e torço eu, um novo engajamento político. (....)Mas há grandes mudanças que ainda não aconteceram. No Brasil, negros ainda são as maiores vítimas de homicídio, negros ainda ocupam pouquíssimos postos de comando. Na política quase não há representatividade para o tamanho da população que, nós negros, somos.
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Pergunta: A internet tem, hoje, papel predominante na vida das pessoas. No entanto, redes sociais como o Facebook e o Twitter também se tornaram canais de difusão de discursos de ódio e preconceito. Como você enxerga movimentações como essas? Resposta: A internet também é espaço de difusão de ódio, mas acho que esse ódio racial espalhado em ambiente virtual é fruto de pessoas covardes, que sequer expõem seus nomes. Pessoas que procuro nem levar em consideração porque, na maioria das vezes, querem justamente chamar atenção. Uma das formas de combater esse comportamento é demonstrar que racismo e preconceito é problema de quem é racista e preconceituoso. Tenho mesmo é de cuidar da minha vida, e não ficar dando atenção para esse tipo de gente covarde. Minha preocupação é estudar, me formar, cuidar dos meus filhos e ser um bom representante para minha comunidade. Pergunta: A série Mister Brau toca, de forma irreverente, em questões como o fosso social que há entre negros e a elite do País. Você enxerga avanços no protagonismo de negros em nossos meios de comunicação? Resposta: Acho que Mister Brau, por exemplo, é um grande avanço em vários aspectos.(...). A maneira de se vestirem, por exemplo, é uma releitura do que a moda africana mostrou e tem mostrado para o mundo. São pessoas de origem popular, mas que tem conhecimento da estética afro e fazem disso uma coisa pop. Acho um passo importante, porque também é uma atitude de afirmação racial. Claro, estamos fazendo uma comédia, nos dando ao direito de brincar com os temas, mas ao mesmo tempo não fugimos de tocar em assuntos que poderiam ser estereotipados. Os personagens sabem da sua origem, gostam da sua origem e não tem o menor problema em propagar essa origem. Isso vale para tudo: a cor da pele, o fato de eles virem do bairro de Madureira ou a maneira intensa com que eles festejam. Eles têm muita autoestima e Mister Brau também tem o ineditismo de ser o primeiro seriado da TV brasileira protagonizado por dois negros que são ricos. [...] Pergunta: Que leitura você faz da atual crise política e econômica do País? Acha que retrocedemos? Resposta: Vivo uma fase de muitas dúvidas de onde é que vamos parar. Acho que os avanços sociais foram importantes, mas é inegável que faltaram investimentos em educação. Ascender economicamente sem estimular ascensão educacional e cultural criou um hiato perigoso para o País. Precisamos de novas lideranças políticas, com novos pensamentos, um novo olhar para o mundo e o País. Torço para que a geração beneficiada pelos avanços sociais dê um passo além e defenda maior divisão de poder, maior diversidade social e cultural, e maiores investimentos em educação. Sim, temos muitos atrasos, mas não podemos esquecer a história do nosso País. E é muito importante que a gente revisite e reconte essa história para que as pessoas saibam quais foram os acertos e onde foi que erramos, para não repetirmos novamente esses erros. Aulas de História do Brasil: é disso que precisamos. Revista Brasileiros. 24 de outubro de 2015.
23 Disponível em: < http://brasileiros.com.br/2015/10/aulas-de-historia-brasil-e-disso-que-precisamos/>. Acesso em: 26 outubro. 2015
Sobre o Texto 1 - O que a vida de Lázaro Ramos tem de diferente para se tornar assunto de uma entrevista publicada em um site da internet? O ator é uma das personalidades da nossa cultura que busca combater o preconceito.
2 - O que você achou mais interessante na entrevista? Por quê? Resposta pessoal 3 - Quem entrevistou o ator? Um ou uma repórter da revista Brasileiros. 4 - Antes da entrevista, há um texto em que são apresentados o assunto e o entrevistado. Releia-o e responda. “Em entrevista por telefone, Lázaro Ramos fala sobre o crise política do País.”
sucesso de “Mister Brau”, e a
Que informações sobre o ator o entrevistador forneceu ao leitor antes da entrevista?
5 - O que as respostas dadas revelam sobre o ator? Copie as frases abaixo no caderno completando-a com alternativas adequadas. O professor vai abrir espaço para que todos justifiquem as respostas. Professor, sugerimos que, antes de os alunos registrarem por escrito a questão, discuta com a classe. Desafie os alunos a justificarem cada uma das respostas. A boa condução da atividade fará com que eles percebam que, por meio de uma entrevista, é possível conhecer muito da personalidade do entrevistado.
Que a entrevista foi dada por telefone, e que o ator irá falar sobre o seu personagem e sobre a crise econômica.
Mais sobre a entrevista Na discussão, chame a atenção dos alunos para o fato de que as entrevistas podem
A entrevista é um tipo de texto que tem a utilidade de informar as pessoas sobre algum acontecimento social ou fazer com que o público conheça sobre as ideias e opiniões da pessoa que é entrevistada.
ser publicadas em jornais, revistas, sites da internetr; além disso podem ser veiculadas em televisão e rádio.
Responda às questões no caderno
1- Qual é a função de uma entrevista? A entrevista permite conhecer melhor a pessoa entrevistada ou saber mais sobre determinado fato ou assunto apresentado por ela.
2- Quem lê entrevistas? Pessoas que querem
saber mais sobre o assunto na entrevista ou sobre o
entrevistado
3- Por que algumas pessoas são escolhidas para serem entrevistadas? Porque têm algo para contar que pode ser de interesse de outras pessoas.
4- Onde podemos encontrar entrevistas? Nos jornais, revistas, sites da internet, na televisão e no rádio.
5- Nas entrevistas impressas ou nas virtuais, isto é, as que são publicadas na internet, as perguntas do entrevistador e as respostas dos entrevistados são caracterizadas de maneira diferente. Por que você acha que isso acontece? É importante quer os alunos percebam que essa caracterização é para facilitar a diferenciação entre perguntas e respostas.
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6-
7-
É importante que o entrevistador prepare com antecedência as perguntas que fará ao entrevistado? Justifique sua resposta. É importante que o entrevistador conheça o assunto sobre o qual fará as perguntas e também fatos da vida do entrevistado.
Qual a importância das fotos que costumam acompanhar as entrevistas publicadas em jornais, revistas e na internet? Discuta a questão com os alunos. Se necessário, chame a atenção deles para o fato de que o uso dessas imagens instiga a leitura, dá veracidade aos fatos e proporciona a oportunidade de os leitores conhecerem os aspectos físicos do entrevistado.
Leitura Luiz Antonio Pilar: ‘Nós, negros, somos invisíveis na grande mídia’
Luiz Antonio Pilar é ator, produtor e diretor. E foi com projetos focados na temática negra que ele se destacou no cenário cultural carioca. Nascido e criado na Vila Vintém, seu primeiro grande destaque na TV foi ao lado de Grande Otelo na minissérie Abolição, em 1988. Pilar ficou conhecido na comunidade como “O abolicionista de Padre Miguel”, provocando orgulho em todos da região.[...] Revista Afro: Você acha que os brasileiros conhecem e valorizam a história dos negros no país? Pilar: Não conhecem! O Presidente Lula até criou o projeto 10.639/2003, que institui o ensino de história e cultura da África e dos povos afrodescendentes na grade curricular. O objetivo da iniciativa é tirar a história da população negra da invisibilidade nas salas de aula. Revista Afro: Por que você decidiu focar sua carreira em projetos que enaltecem os negros?A preocupação de trabalhar com a temática e com atores negros nasceu em mim por dois motivos: o primeiro é ideológico, até porque eu sou negão. E o segundo é que foi uma coisa que eu adivinhei lá na frente que para mim deu certo. Tinha um espaço comercial que não era explorado, tinha chance de você obter recursos de uma coisa que pouca gente estava fazendo. O fato de eu trabalhar com a temática negra é uma questão
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ideológica sim, mas fundamentalmente é porque tem um espaço comercial que demanda produções. A televisão, o teatro, o cinema têm que perceber que trabalhar com isso dá lucro. Nós, negros, somos invisíveis na grande mídia. Mas há um mundo de histórias do cotidiano, de personagens históricos que poderiam virar filmes. [...] Revista Afro: Como acha que o negro é representado atualmente na TV brasileira? Recentemente o cinema brasileiro viveu muito da temática negra, mas com um foco só, o da marginalidade urbana. Há uma grande quantidade de filmes nacionais que tem mais ou menos a mesma estrutura, desde produção até temática. São filmes idealizados, escritos e produzidos por cineastas brancos que vivem fora da favela e têm formação universitária, muitos deles com especialização fora do país. Eles escrevem sobre negros jovens assassinando e sendo assassinados, em filmes cuja família negra é completamente desestruturada. Quando tinha pai, não tinha mãe. Quando tinha mãe, não tinha pai. Quando tinha pai e mãe, não tinha afeto. Há esse aspecto da família destruída. E, fundamentalmente, há jovens se aniquilando. É como o Spike Lee falou: “Esses filmes de violência urbana americana servem para a comunidade branca que quer ver a gente como marginal”. É a mesma a coisa aqui. Pega “Cidade de Deus”: um filme extremamente violento, nego matando todo mundo, nego se matando. Isso criou uma leva de filmes nessa batida.
Revista Afro. 21 de nov. 2013 Disponível em: http<://www.revistaafro.com.br/mundo-afro/entrevistas/luiz-antonio-pilar-nos-negros-somos-invisiveis-na-grande-midia/ > Acesso em: 26 de outubro de 2015
Sobre o Texto Antes de iniciar as perguntas, o entrevistador costuma fazer uma apresentação da pessoa que será entrevistada. Quando impressas, as entrevistas costumam conter um texto introdutório com informação sobre o entrevistado e o tema que será abordado. Releia a seguir um trecho da entrevista que a Revista afro fez com produtor Luis Antônio Pilar: “Luiz Antonio Pilar é ator, produtor e diretor. E foi com projetos focados na temática negra que ele se destacou no cenário cultural carioca. Nascido e criado na Vila Vintém, seu primeiro grande destaque na TV foi ao lado de Grande Otelo na minissérie Abolição, em 1988. Pilar ficou conhecido na comunidade como “O abolicionista de Padre Miguel”, provocando orgulho em todos da região.[...]”
Discuta as questões abaixo com seus colegas. O professor vai registrar na lousa as conclusões da turma. Espera que os alunos concluam que a introdução é importante porque a. Qual a importância dessa introdução? apresenta informações sobre o entrevistado e prepara os leitores para o tema da entrevista e as perguntas feitas a ele.
b. Como você acha que o entrevistador consegui elaborar esse texto introdutório?
Resposta
pessoal.
Copie os itens do quadro abaixo no caderno, dividindo- os em dois grupos: Fazer perguntas; Responder às perguntas; Escrever um texto introdutório; Selecionar assuntos dos interesses dos leitores; Introduzir novos assuntos.
Atribuições do entrevistador Atribuições do entrevistado 26
Conhecendo a Língua 1- Releia o trecho retirado da entrevista e converse com os colegas sobre como fica a compreensão sem as palavras destacadas. “A preocupação de trabalhar com a temática e com atores negros nasceu em mim por dois motivos: o primeiro é ideológico...”
2- Responda no caderno: Qual é a função das palavras com que você completou o texto?
3- Você acha que essas palavras variam em gênero (masculino ou feminino) ou número (singular ou plural)? Responda no caderno. As palavras destacadas são PREPOSIÇÕES. A função da preposição é unir dois termos apresentados na frase, estabelecendo uma ligação entre eles. Veja no quadro quais são as preposições. a contra para até em sem ante de perante com entre sob após desde por sobre trás A preposição é uma palavra que não varia em gênero (masculino ou feminino), nem em número (singular ou plural). Observe os exemplos: Ficamos sem água essa semana inteira. Essa marca de roupas existe desde 1980.
4 – Escolha quatro preposições deste quadro e anote cada uma em um cartão. a até
após sobre
contra entre
desde trás
para sob
por de
Reúna-se com um colega. Mostre um dos seus cartões para ele. Ele vai ler a preposição e fazer uma frase com ela. Depois que ele ler todas as suas preposições e fizer as frases, será a sua vez.
5 – Escreva as frases no caderno e analise o uso das prepoisções.
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É hora de Produzir Você e seus colegas vão entrevistar lideranças negras, lideranças estas que muitas vezes desenvolvem atividades importantes no anonimato de suas escolas, ruas, bairros e cidades etc. Por muitos anos aprendemos a contar a história de grandes personagens esquecendo-se da contribuição de milhares de anônimos que engrossaram as fileiras dos que lutam por um mundo mais justo, democrático e antirracista. A entrevista será apresentada a seus colegas de turma neste trabalho vocês poderão recolher fotos, objetos, do entrevistado para expô-lo, junto com a entrevista, fora da sala de aula. Para entrevista siga as seguintes etapas: 1. Defina quem você irá entrevistará e combine o dia e o horário da entrevista. 2. Pense no que quer saber e como vai perguntar. Lembre-se de que o entrevistado vai ceder parte do tempo dele para conversar com você. Por isso, é preciso elaborar o roteiro das perguntas para saber exatamente o que vai perguntar.
Elabore perguntas para descobrir por exemplo: O que faz pela comunidade que a caracteriza como uma liderança; Quais as suas atividades (como liderança), como é a sua rotina, objetivo, etc; Como nasceu essa iniciativa; Local de atuação (identificação da comunidade onde esta liderança atua, endereço, localização, cidade, região); Há quanto tempo realiza essa atividade; Se ele (a) Recebe algum apoio institucional, do Estado, de ONG’s, etc. O que motivou o início; Se o entrevistado já tinha participado de alguma organização que realizassem atividades semelhantes; Como foram os primeiros anos, houve participação da comunidade ou você realizava as atividades sozinho (a); Quais os resultados, que o entrevistado, considera mais importantes; Quais as expectativas, do entrevistado, para o futuro (desejos, metas, realizações) Não esqueça da importância do uso das preposições. (Rever página 26)
No dia da Entrevista:
Releia sua lista pensando na ordem em que fará as perguntas, ou seja, qual vem primeiro, qual vem depois..
Faça uma pergunta de cada vez e não interrompa o entrevistado.
No final da entrevista, verifique a possibilidade de o entrevistado emprestar objetos ou fotografias.
Lembre-se de agradecer a contribuição do entrevistado.
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Elabore um pequeno texto para apresentar o entrevistado e o assunto da entrevista. Ele deve informar:
o nome do entrevistado; a sua relação com ele; o motivo que levou você a entrevista-lo o tema da entrevista
Revise os registros que fez durante a entrevista. Ao produzir o texto, fique atento para eliminar palavras:
Repetidas desnecessariamente; E expressões comuns da linguagem oral com: aí, e daí, né, então, olha. Oriente os alunos a diferenciarem o entrevistador do entrevistado usando cores diferentes para as perguntas e as respostas, a alinharem as perguntas e as respostas e a deixarem um pequeno espaço entre uma pergunta e outra.
No dia combinado com o professor, apresente o resultado da entrevista aos colegas. Conte o que você achou mais interessante e as descobertas que fez. No caso de algum aluno ter gravado a entrevista, abra espaço para que ela seja ouvida pela turma. Seria uma ótima oportunidade de os alunos compararem o texto falado com o texto escrito.
Refletindo sobre sua escrita As perguntas elaboradas na entrevista foram claras? Surgiram outras perguntas a partir das respostas dadas? O trabalho realizado cumpriu o objetivo pretendido? Justifique
Tequinho e o menino do samba, Neusa Rodrigues e Alex Oliveira. 29
Capítulo 2 – COMUNICAÇÃO ALÉM DAS PALAVRAS
Observe a publicação na rede social facebook. O que você entendeu? Você sabe o que é charge? Em que suportes textuais as charges são veiculadas? A charge é um texto constituído por linguagem verbo-visual, mas principalmente por imagens. Por que é importante aprender a ler imagens? As charges se assemelham às histórias em quadrinhos? Em que sentido? Observe as charges a seguir:
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Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, relatar algum acontecimento atual com um ou mais personagens envolvidos. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco
Sobre o Texto 1. Responda:
Quais são as temáticas das charges lidas? As charges criticam o preconceito velado. De acordo com as charges, o racismo está muito presente na nossa sociedade. Qual é o contexto-histórico social em que se insere esse fato? Os fatos retratam situações cotidianas, da atualidade.
2.Observe as imagens utilizadas na charge. Por que a menina, na primeira charge, não quer ser mais atriz? Explique como você chegou a essa conclusão. Porque as programações televisivas mostram o negro, na maioria das vezes em posições subalternas.
3.Conclua: qual é a realidade social representada pela charge?
Ambas apresentam situações que
infelizmente perpetuam em nossa sociedade.
4 – As charges utilizam recursos do desenho e do humor para fazer algum tipo de critica as mais diversas situações do cotidiano. Localize os recursos de humor utilizados nas charges lidas. Converse com os colegas.
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Mais sobre a Charge . Responda às questões no caderno: Qual é a função de uma charge? As charges são muito utilizadas para fazer críticas de natureza política. Qual o conhecimento prévio que precisamos ter para compreender uma charge? Para interpretar o significado de uma charge, é necessário estar a par dos acontecimentos políticos nacionais e internacionais.
Veja as charges abaixo e responda:
Qual a temática abordada em ambas às charges? Discriminação. Professor assinale para o aluno a importância da charge, como função histórica crítica social.
A qual fato a primeira charge está relacionada?
As mensagens preconceituosas que a jornalista
Maju, recebeu nas redes sociais.
Onde está presente o humor na segunda charge?
Na ironia vivenciada pela situação dos negros
na sociedade brasileira.
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É hora de Produzir Pesquise fatos da historia do Brasil que poderiam ser foco de uma interpretação satírica. Reflita sobre o que mais chamou sua atenção: que leituras satíricas são possíveis sobre esse acontecimento histórico? Resposta pessoal
Após essa reflexão, crie um esboço do que seria sua charge: Defina quem e como serão os personagens (como estão vestidos, que classe social pertencem, idade, sexo, etc.) O local( meio em que vivem), o tempo. Crie possíveis diálogos ou frases explicativas, se for o caso. (Se preferir, monte sua charge a partir de recortes de revistas) Depois de pronta, promova a socialização da sua charge em sala de aula, lendo as que seus colegas produziram e avaliando o material produzido. Junto com o professor, organizem uma amostra das charges na escola, para que toda comunidade escolar conheça o resultado obtido.
Refletindo sobre sua escrita
As charges fizeram uma critica a alguma questão social? Qual o tema abordado? O trabalho realizado cumpriu o objetivo pretendido? Justifique.
O diário de Dandara. Claudia Lins e Elis Lopes.
A bela Wika Yawuwu.Neuza Lozano Peres 33
5 ano ÂŞ 34
Caro professor, Esse manual tem como objetivo oferecer-lhe subsídios para o desenvolvimento do seu trabalho. Abarcamos neste livro o processo de desenvolvimento das capacidades de leitura e produção textual dos mais diversos gêneros – orais ou escritos – como também os aspectos da análise linguística. Dessa forma, desenvolvemos trabalho com o ensino da Língua Portuguesa em 4 eixos: Leitura, Oralidade, Produção Textual e Conhecimentos Linguísticos. O objetivo do nosso trabalho é formar leitores ativos e conscientes, através da concepção da linguagem como processo comunicativo que está atrelado ao contexto cultural e social de um povo. Nosso desejo é que essas palavras “saiam do papel” e se tornem um instrumento significativo de aprendizagem para você e seus alunos.
“Ninguém começa a ser professor numa certa terça-feira às 4 horas da tarde... Ninguém nasce professor ou marcado para ser professor. A gente se forma como educador permanentemente na prática e na reflexão sobre a prática” Paulo Freire
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA METODOLÓGICA A proposta de ensino de Língua Portuguesa deve ser permeada pelos gêneros discursivos e pelos quatro eixos- leitura, oralidade, produção textual, conhecimento linguístico- que estruturam as estratégias metodológicas. O ensino da leitura e da escrita vem passando por significativas mudanças ao longo dos anos. Avanços teóricos, novas práticas sociais de comunicação e novas tecnologias têm reiterado a aprendizagem da língua portuguesa como aspecto fundamental para a participação social efetiva do individuo. Ao concebermos o processo de ensino aprendizagem de línguas no espaço escolar, é necessário considerar que participamos cotidianamente de um conjunto de situações que implicam falar, ouvir, escrever e ler, ou seja, nos situamos em atividades permeadas por práticas de linguagem. Segundo ANTUNES(1937, p.49) a linguagem é uma forma de agir socialmente, de interagir com os outros,.. e essas coisas somente acontecem em textos”. O desenvolvimento e ampliação da concepção de língua que surge no bojo dos estudos sociolinguísticos transformam a maneira de relacionar o processo de ensino aprendizagem da língua. Partindo da compreensão da língua como conjunto de práticas discursivas, construímos uma proposta de estudo que tem como base a abordagem dos gêneros textuais . Segundo MARCUSCHI (2002) “os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social.” Os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia.
Nessa perspectiva se enquadra o respeito as variações
linguísticas, tanto ao dialeto quanto ao socialeto, numa antropológica e linguisticamente , em que não há uma valorização de linguagem em detrimento da outra, mas a busca da ruptura com o etnocentrismo, que continua enraizado na escola que o legitima de distintas, formas, aspectos e situações. A língua usada nos textos dentro de um grupo constitui um comportamento social. A partir dessa compreensão, é possível trabalhar os aspectos e fenômenos da língua como atuação dos sujeitos da linguagem, ou seja, a língua como fenômeno social, como prática de atuação interativa. A língua é um conjunto sistemático, porém aberto, heterogêneo, móvel e variável. A língua enquanto fato social está totalmente vinculada a realidade cultural. O eixo para o ensino da língua a partir dos textos envolve uma teia de relações, envolve conhecer os diversos gêneros que circulam escrita e oralmente e que fazem parte do nosso conhecimento de mundo. A língua é bimodal podendo ser na modalidade oral (primário) e escrita (secundário), a oralidade é inerente à natureza humana, enquanto a escrita se adquire, aperfeiçoa na escola. A sociedade supervaloriza a escrita em contraposição a oralidade, esta última é vista como
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simplória. Porém a concepção de trabalho da língua tendo os gêneros textuais como objeto de centralidade, compreende o desenvolvimento das linguagens – oral e escrita – igualmente importantes no espaço escolar. A compreensão da leitura pressupõe uma metalinguagem, visando à inferência de conhecimentos prévios, levantamento de hipóteses, intertextualidade, interdiscursividade dos discentes. A produção textual se desenvolverá com o objetivo de aprimorar a compreensão do sistema de escrita, bem como o funcionamento da linguagem. Durante a produção textual – de textos “vivos” que fazem parte do cotidiano dos alunos – os conteúdos trabalhados no estudo da língua devem estar presentes. O processo de revisão da escrita é de suma importância para que o aluno possa compreender o trabalho sobre a língua e , dessa forma, construir textos cada vez mais coesos e expressivos. A leitura, a oralidade, o conhecimento linguístico e a produção textual - eixos que estruturam metodologicamente o ensino da língua portuguesa - são essenciais na prática dos sujeitos epistemológicos, visando uma educação libertadora- Paulo Freire- de leitores críticos capazes de fazer - para além do processo mecânico de decodificação do alfabeto - a leitura da PALAVRAMUNDO (Paulo Freire).
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ORGANIZAÇÃO DO LIVRO Unidades – O livro possui 2 unidades – a primeira trabalha a esfera literária e a segunda a esfera jornalística - que trazem em suas capas imagens para introduzir o tema a ser desenvolvido. Não deixe de explorar as imagens e questões trazidas que fazem relação com o conhecimento prévio dos alunos. Capítulos – Cada unidade é dividida em dois capítulos que exploram e desenvolvem os conteúdos e conceitos estudados. Veremos as seções dos capítulos: Texto –é o texto em si que pertence ao gênero estudado no capítulo. Sobre o texto – Trazem perguntas abertas que buscam trabalhar a oralidade visando desenvolver a critica em relação ao texto. Também objetiva localizar as ideias principais dos textos. Conhecendo a Língua – Visa a construção do conhecimento linguístico de forma natural e como processo de compreensão do texto lido. Gênero Textual – São as informações e caracterizações dos gêneros que visam oferecer subsídios para a compreensão dos mesmos. É hora de produzir – Nesta seção é hora de por em prática o que o aluno aprendeu. Nosso objetivo não é introduzir uma atividade forçosamente, mas que eles sintam prazer no processo de leitura, compreensão e produção dos textos. Permita que dúvidas surjam, acompanhe o processo e se for necessário ofereça mais textos para suporte da produção dos alunos. Refletindo sobre sua escrita – Tão importante quanto a produção é a revisão da escrita. Permita que os alunos reflitam, troquem seus textos e avaliem seus erros como parte do processo. Sempre reitere que o processo de revisão faz parte da vida do leitor/escritor. Sugestão de leitura – Indicação de materiais que pretendem enriquecer os assuntos abordados.
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Orientações Específicas Unidade 1 Ler é uma Viagem Página 5 O objetivo desta unidade é fazer um convite para o mundo da leitura. Mostre aos alunos o prazer da leitura. Não queremos colocá-la neste modulo como obrigação, por isso todas as leituras serão espontâneas e à medida que o tema for desenvolvido com certeza faltará tempo para tantos voluntários à leitura. No primeiro capítulo o gênero textual trabalhado é o conto. Leve-os a explorar o universo do “Era uma vez”. Inicie com as perguntas que abrem a unidade e o capítulo. Dê tempo para que todos possam se expressar. Pergunte o que eles sabem sobre os contos e se eles já leram algum. Se sim, pergunte se a experiência foi boa. Antes de ler peça para eles imaginarem de que se trata a história. Crie um ambiente de leitura confortável onde os alunos sintam o prazer de viajar através da leitura.
Conhecendo a Língua Página 7 Trabalhe com os adjetivos retomando seu conceito. Pergunte quais adjetivos eles conhecem. Vá ao quadro e escreva o que eles forem falando, pergunte o significado de cada um. Retome também o conceito de verbo. Auxilie os alunos na pesquisa dos tempos verbais.
Leitura “Os dois reis de Gondar” Página 9 Antes da leitura explique a importancia da valorização da cultura africana reafirmando sua riqueza principalmente na tradição oral. Pergunte se eles já leram alguma história africana. Proponha a leitura do conto como uma espécie de teatro, onde os dois alunos voluntários serão o camponês e o caçador e você fará o papel de narrador. Explique aos participantes onde estão as falas deles na estrutura do conto. Faça a leitura deixando um suspense de como foi o final da história. No fim pergunte o que a turma achou da história. Atividade 4 Página 11 Era um dia como os de outrora... e um pobre camponês, tão pobre que tinha apenas a pele sobre os ossos e três galinhas que ciscavam alguns grãos de teff que encontravam pela terra poeirenta, estava sentado na entrada da sua velha cabana como todo fim de tarde. 1º Conflito: De repente, viu chegar um caçador montado a cavalo. O caçador se aproximou, desmontou, cumprimentou-o e disse: — Eu me perdi pela montanha e estou procurando o caminho que leva à cidade de Gondar.
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2º Conflito: — Acho que vou me perder de novo. Não conheço esta região... Você me acompanharia até Gondar? Poderia montar no cavalo, na minha garupa. Clímax: O camponês começou a ficar nervoso: — Você me falou que quando todo mundo faz a mesma coisa... Mas onde está o rei? — Paciência! Você já vai reconhecê-lo! É só lembrar que, quando todos fazem a mesma coisa, o rei faz outra. Os dois homens desmontaram do cavalo e entraram numa sala imensa do palácio. Todos os nobres, os cortesãos e os conselheiros reais tiraram o chapéu ao vê-los. Todos estavam sem chapéu, exceto o caçador e o camponês, que tampouco entendia para que servia andar de chapéu dentro de um palácio. O camponês chegou perto do caçador e murmurou: — Não o estou vendo! Desfecho: Não seja impaciente, você vai acabar reconhecendo-o! Venha sentar comigo. E os dois homens se instalaram num grande sofá muito confortável. Todo mundo ficou em pé à sua volta. O camponês estava cada vez mais inquieto. Observou bem tudo o que via, aproximou-se do caçador e perguntou: — Quem é o rei? Você ou eu? O caçador começou a rir e disse: — Eu sou o rei, mas você também é um rei, porque sabe acolher um estrangeiro! E o caçador e o camponês ficaram amigos por muitos e muitos anos.
É hora de produzir Página 12 Nesse momento esclareça dúvidas e ofereça os suportes necessários para que os alunos possam produzir o conto. Refletindo sobre sua escrita Página 12 Esse exercício é de extrema importância. Identifiquem em grupo as correções necessárias. Não enfoque nos erros com aspecto negativo permita que eles sintam esse momento como o espaço para refletirem sobre sua escrita. Explique a importância da revisão de textos e que existe até um profissional só para realizar esse trabalho, utilizado em redações de jornais e revistas e até no espaço acadêmico.
Sugestão de Leitura Páginas: 12 e 19 Pesquise se a biblioteca da escola tem os livros sugeridos. Permita que eles circulem entre os alunos.
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Capítulo 2 - O que é poesia? Página 13 O objetivo do capítulo é mostrar como a poesia faz parte da vida. Os alunos vão ler, ouvir e recitar poemas, além de observar os novos sentidos produzidos pelas palavras através do uso recorrente das figuras de linguagem que dá novos sentidos as palavras. Com isso pretendemos, para além do estudo formal das características do poema, aproximar os alunos da linguagem poética e de suas principais características. Motive os alunos a exporem seus sentimentos e emoções por meio da linguagem poética e de seus recursos.
Poema X Poesia Página 14 Dedique um tempo a esse tópico, pois é difícil compreender um conceito tão abstrato. Se a escola dispuser de aparelho de som, leve um poema cantado. Exemplo: Aquarela de Vinicius de Moraes. Leve os alunos a analisar a beleza da linguagem poética que toca os sentimentos.
Gênero Textual Página 15 - Análise do poema. Escreva o poema no quadro e mostre os versos que formam as estrofes. Mostre os detalhes apontados no quadro abaixo e como o autor desenvolve sua escrita. Convite José Paulo Paes Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: quanto mais se brinca com elas mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova.
Versos livres Nem todos os versos do poema rimam. Eles também não têm uma forma ou ritmo padronizado, pois a divisão das estrofes é irregular O poeta relaciona brincadeiras infantis ao fazer poético, assim como as palavras aos elementos da natureza: em comum, ambos se renovam. Paralelismo O recurso de repetir versos ou partes de um verso é bastante usado. Assim, as palavras e as expressões ganham novos sentidos. . Seleção de termos A seleção de palavras (bola, pião, papagaio) remete ao universo infantil. Significado e sonoridade estão relacionados para obter efeito expressivo. Leitor ativo O poeta conduz o leitor à participação, convidando-o a ser cúmplice da brincadeira. Ao fim, sugere: vamos brincar de poesia?
Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia?
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Texto - Soneto de Fidelidade Página 16 Antes de ler pergunte se os alunos já conhecem o soneto. Se eles sabem o que é um soneto ou do que se trata o texto. Leve uma pequena biografia de Vinicius de Moraes. Leia o soneto com expressividade dando ênfase nas rimas. Pergunte depois se alguém gostaria de ler. Faça uma análise no quadro marcando as diferenças que fazem desse poema distinto dos outros. Escreva as estrofes e mostre quais versos rimam. O importante é que eles compreendam como construir esses versos. Formado por duas quadras e dois tercetos. Possui rimas soantes com disposição cruzada (A-D, B-C) Na terceira estrofe (primeiro terceto), o sistema de rimas continua soante e com posicionamento externo, mas a disposição se torna interpolada com a estrofe posterior (A-C, B-A, C-B)
É hora de produzir Página 19 Faça do sarau um evento literário em que eles possam se expressar poeticamente. Através da leitura dos poemas, de canções, de dança, das mais variadas expressões artísticas. Peça ajuda para organização da sala: disponha as cadeiras em roda, faça uma mesa de livros bem atrativa. Permita que eles participem de toda a organização. Faça uma lista de organização dos participantes com o nome e a apresentação. Com certeza o evento será um sucesso. Antes do sarau revise com eles os poemas escritos. Veja se precisam de correções de caráter ortográfico.
Unidade 2 Ler para se informar Página 5 Comente que vivemos cercados de informações e acontecimentos veiculados em jornais, revistas, televisão, radio, internet fazem parte de muitas das nossas conversas. Por isso, manter-se informado é importante e nos permite saber o que acontece em nossa comunidade, no país e no mundo. Contudo, não basta saber dos acontecimentos, é necessário refletir sobre eles de maneira critica. O foco do trabalho nesta unidade é desenvolver, em conformidade com a Lei 10.639 o combate ao preconceito através da esfera jornalística. No primeiro capítulo trataremos do gênero textual entrevista e no segundo capítulo das charges.
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Capítulo 1 - Entrevistas Páginas 21 e 24 Desenvolva a leitura das entrevistas com o auxilio dos alunos, tendo sempre um entrevistador e um entrevistado.
Capítulo 2 – Charges Página 29 Inicie o trabalho mostrando aos alunos a importância da leitura da linguagem dos signos no cotidiano. Dê exemplos como as placas, os sinais de transito, os próprios ícones do mundo virtual. Comunicação não-verbal é a comunicação que não é feita com sinais verbais, que não é feita com a fala nem com a escrita, mas através de signos que só podem ser compreendidos dentro de um mesmo contexto cultural. Exemplifique como os símbolos do mundo virtual podem não ser compreendidos por pessoas que não tem acesso a internet. Ou como nossas placas de sinalização são diferentes das de outros países. Com isso marque a importância da compreensão dos signos para uma cultura letrada.
É hora de produzir Páginas 27, 28 e 32. Organize juntamente com a turma a confecção de um jornal que contenha as reportagens e charges feitas. Levante a possibilidade de trabalhar com eles outros gêneros da esfera jornalística.
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BIBLIOGRAFIA
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